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A
Energia e meio ambiente
Tradução da 5ª edição
norte-americana
Mecânica
visão detalhada da mecânica dos fluidos apresentada neste livro possibilita Roger A. Hinrichs, Merlin Kleinbach
e Lineu Belico dos Reis
ao aluno de graduação entender os conceitos físicos, bem como analisar
muitos dos fenômenos importantes enfrentados no dia a dia.
dos fluidos
Mecânica dos materiais
Os autores utilizam soluções de equações diferenciais e álgebra vetorial Tradução da 7ª edição
e, em menor escala, cálculo vetorial. Exemplos ilustram cada conceito norte-Americana
importante. O aluno terá amplas oportunidades de aprendizado ao James M. Gere e Barry J. Goodno
resolver problemas com vários níveis de dificuldade.
Nesta edição, foram adicionados muitos exemplos e problemas, Introdução à hidráulica,
hidrologia e gestão de
dos quais, a maioria, com aplicações na vida real.
águas pluviais
ISBN-13: 978-85-221-1568-6
ISBN-10: 85-221-1568-0
Merle C. Potter
Michigan State University
David C. Wiggert
Michigan State University
Bassem H. Ramadan
Kettering University
com
Shaligram Tiwari
Indian Institute of Technology Madras
Tradução
EZ2translate
Revisor Técnico
José Gustavo Coelho
Doutor em Ciências Mecânicas pelo Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília
Austrália • Brasil • Japão • Coreia • México • Cingapura • Espanha • Reino Unido • Estados Unidos
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Sumário
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES BÁSICAS 3
1.1 Introdução 4
1.2 Dimensões, Unidades e Quantidades Físicas 4
1.3 Visão de Gases e Líquidos como um Contínuo 8
1.4 Escalas de Pressão e Temperatura 10
1.5 Propriedades dos Fluidos 12
1.6 Leis de Conservação 21
1.7 Propriedades e Relações Termodinâmicas 21
1.8 Resumo 26
Problemas 27
CAPÍTULO 2
ESTÁTICA DO FLUIDO 35
2.1 Introdução 36
2.2 Pressão em um Ponto 36
2.3 Variação da Pressão 37
2.4 Fluidos em Repouso 38
2.5 Recipientes Linearmente Acelerados 59
2.6 Recipientes Rotativos 61
2.7 Resumo 63
Problemas 64
CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO AOS FLUIDOS EM MOVIMENTO 77
3.1 Introdução 78
3.2 Descrição do Movimento dos Fluidos 78
3.3 Classificação de Escoamentos dos Fluidos 87
3.4 A Equação de Bernoulli 94
3.5 Resumo 101
Problemas 102
CAPÍTULO 4
AS FORMAS INTEGRAIS DAS LEIS FUNDAMENTAIS 113
4.1 Introdução 114
4.2 As Três Leis Básicas 114
4.3 Transformação Sistema-para-Volume de Controle 117
4.4 Conservação de Massa 121
4.5 Equação de Energia 127
4.6 Equação da Quantidade de Movimento 139
4.7 Equação do Momento da Quantidade de Movimento 154
4.8 Resumo 157
Problemas 159
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CAPÍTULO 5
AS FORMAS DIFERENCIAIS DAS LEIS FUNDAMENTAIS 179
5.1 Introdução 180
5.2 Equação Diferencial da Continuidade 181
5.3 Equação Diferencial da Quantidade de Movimento 185
5.4 Equação Diferencial da Energia 196
5.5 Resumo 201
Problemas 204
CAPÍTULO 6
ANÁLISE DIMENSIONAL E SEMELHANÇA 211
6.1 Introdução 212
6.2 Análise Dimensional 213
6.3 Semelhança 222
6.4 Equações Diferenciais Normalizadas 230
6.5 Resumo 233
Problemas 234
CAPÍTULO 7
ESCOAMENTOS INTERNOS 243
7.1 Introdução 244
7.2 Escoamento de Entrada e Escoamento Totalmente Desenvolvido 244
7.3 Escoamento Laminar em um Tubo 246
7.4 Escoamento Laminar entre Placas Paralelas 252
7.5 Escoamento Laminar entre Cilindros em Rotação 258
7.6 Escoamento Turbulento em um Tubo 262
7.7 Escoamento Turbulento Uniforme em Canais Abertos 289
7.8 Resumo 293
Problemas 294
CAPÍTULO 8
ESCOAMENTOS EXTERNOS 309
8.1 Introdução 310
8.2 Separação 313
8.3 Escoamento em torno de Corpos Imersos 315
8.4 Sustentação e Arrasto em Aerofólios 328
8.5 Teoria do Escoamento Potencial 332
8.6 Teoria da Camada-Limite 343
8.7 Resumo 364
Problemas 365
CAPÍTULO 9
ESCOAMENTO COMPRESSÍVEL 379
9.1 Introdução 380
9.2 Velocidade do Som e o Número de Mach 381
9.3 Escoamento Isentrópico Através de Bocais 385
9.4 Onda de Choque Normal 394
9.5 Ondas de Choque em Bocais Convergentes-Divergentes 400
9.6 Escoamento de Vapor através de um Bocal 404
9.7 Onda de Choque Oblíqua 406
9.8 Ondas de Expansão Isentrópicas 410
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Sumário VII
CAPÍTULO 10
ESCOAMENTOS EM CANAIS ABERTOS 423
10.1 Introdução 424
10.2 Escoamentos em Canais Abertos 425
10.3 Escoamento Uniforme 427
10.4 Conceitos de Energia 432
10.5 Conceitos de Quantidade de Movimento 444
10.6 Escoamento Gradualmente Variado Não Uniforme 454
10.7 Análise Numérica dos Perfis da Superfície da Água 462
10.8 Resumo 470
Problemas 471
CAPÍTULO 11
ESCOAMENTOS EM SISTEMAS DE TUBULAÇÃO 485
11.1 Introdução 486
11.2 Perdas em Sistemas de Tubulação 486
11.3 Sistemas de Tubulação Simples 491
11.4 Análise de Redes de Tubulação 500
11.5 Escoamento Não Permanente em Sistemas de Tubulação 512
11.6 Resumo 520
Problemas 521
CAPÍTULO 12
TURBOMÁQUINAS 535
12.1 Introdução 536
12.2 Turbobombas 536
12.3 Análise Dimensional e Semelhança para Turbomáquinas 551
12.4 Utilização de Turbobombas em Sistemas de Tubulação 559
12.5 Turbinas 564
12.6 Resumo 577
Problemas 578
CAPÍTULO 13
MEDIDAS EM MECÂNICA DOS FLUIDOS 585
13.1 Introdução 586
13.2 Medida de Parâmetros de Escoamento Local 586
13.3 Medida de Vazão 593
13.4 Visualização do Escoamento 601
13.5 Aquisição de Dados e Análise 609
13.6 Resumo 619
Problemas 620
CAPÍTULO 14
DINÂMICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL 623
14.1 Introdução 624
14.2 Exemplos dos Métodos Simples de Diferenças Finitas 625
14.3 Estabilidade, Convergência e Erro 635
14.4 Solução do Escoamento de Couette 641
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APÊNDICES 655
A. Unidades, Conversões e Relações de Vetoriais 655
B. Propriedades dos Fluidos 657
C. Propriedades de Áreas e Volumes 661
D. Tabelas de Escoamento Compressível para o Ar 662
E. Soluções Numéricas para o Capítulo 10 670
F. Soluções Numéricas para o Capítulo 11 677
BIBLIOGRAFIA 692
Referências 692
Interesse Geral 693
Os Editores
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Prefácio
A motivação para escrever um livro é difícil de descrever. Frequentemente, os autores sugerem que os outros tex-
tos sobre o tema têm certas deficiências que eles irão corrigir, como uma descrição precisa dos fluxos de entrada
e dos fluxos em torno de objetos contundentes, a diferença entre um fluxo unidimensional e um fluxo uniforme,
a apresentação adequada da derivação do volume de controle ou uma definição do fluxo laminar que faz sentido.
Novos autores certamente introduzem outras deficiências que os futuros autores esperam corrigir! E a vida se-
gue. Este é outro livro sobre fluidos que foi escrito na esperança de apresentar uma visão aprimorada da mecâ-
nica dos fluidos, de modo que o aluno possa compreender os conceitos físicos e acompanhar a matemática. Essa
não é uma tarefa fácil: A mecânica dos fluidos é um assunto que contém muitos fenômenos difíceis de compreender.
Por exemplo, como você explicaria um buraco feito na areia pela água na entrada de um pilar? Ou a alta con-
centração de névoa com poluição contida na área de Los Angeles (ela não existe no mesmo nível que em Nova
York)? Ou o vento forte inesperado na esquina de um prédio alto em Chicago? Ou a vibração e o colapso sub-
sequente de uma grande ponte de concreto e aço em função do vento? Ou vórtices de esteira observados de uma
grande aeronave? Tentamos apresentar a mecânica dos fluidos para que o aluno possa entender e analisar mui-
tos dos fenômenos importantes encontrados pelo engenheiro.
O nível matemático deste livro é fundamentado nos cursos matemáticos anteriores exigidos em todos os cur-
rículos de engenharia. Usamos soluções para equações diferenciais e álgebra vetorial. Parte do uso é feita do cál-
culo vetorial com o uso do operador de gradiente, mas isso é mantido em um nível mínimo, já que tende a obs-
curecer a física envolvida.
Muitos textos populares na mecânica dos fluidos não apresentaram fluxos como campos. Isto é, eles apresen-
taram principalmente aqueles fluxos que podem ser aproximados como fluxos unidimensionais e trataram outros
fluxos utilizando dados experimentais. Devemos reconhecer que quando um fluido flui em torno de um objeto,
como um edifício ou um pilar, sua velocidade possui todos os três componentes que dependem de todas as três
variáveis de espaço e, muitas vezes, tempo. Se apresentarmos as equações que descrevem tal fluxo geral, elas são
referidas como equações de campo, e os campos de velocidade e pressão tornam-se de interesse. Isso é bastante
análogo aos campos magnéticos na engenharia elétrica. Para que os problemas difíceis no futuro, como a polui-
ção ambiental em grande escala, sejam analisados por engenheiros, é fundamental que compreendamos os cam-
pos de fluidos. Portanto, no Capítulo 5 apresentamos as equações de campo e discutimos diversas soluções para
algumas geometrias relativamente simples. A maneira mais convencional de tratar os fluxos individualmente é feita
como uma rota alternativa para aqueles que desejam essa abordagem mais padrão. Então, as equações de campo
podem ser incluídas em um curso subsequente.
Talvez uma listagem de acréscimos feitos nessa quarta edição seria interessante. Nós:
• Adicionamos muitos exemplos e problemas, a maioria dos quais como aplicações na vida real.
• Colocamos todos os problemas de múltipla escolha à frente dos grupos de problemas. Eles podem ser usados
para revisar o tema da mecânica dos fluidos para os princípios básicos da engenharia.
• Excluímos o capítulo sobre mecânica dos fluidos ambiental na tentativa de encurtar o livro.
• Simplificamos o capítulo sobre mecânica dos fluidos computacional.
• Fizemos inúmeras mudanças para esclarecer a apresentação.
O material introdutório incluso nos capítulos 1 ao 9 foi selecionado com cuidado para apresentar aos alunos
todas as áreas fundamentais da mecânica dos fluidos. Nem todos os materiais em cada capítulo precisam ser co-
bertos em um curso introdutório. O instrutor pode adaptar o material para um esboço selecionado do curso. Al-
gumas seções no final do capítulo podem ser omitidas sem perda de continuidade nos últimos capítulos. Na ver-
dade, o Capítulo 5 pode ser omitido em sua totalidade, se for decidido excluir as equações de campo no curso
introdutório, uma decisão relativamente comum. Esse capítulo pode ser incluído em um curso de mecânica dos
fluidos intermediário. Após o material introdutório ter sido apresentado, há material suficiente para apresentar
em um ou dois cursos adicionais. Esse curso adicional (ou cursos) inclui o material que foi omitido no curso in-
trodutório e as combinações do material dos capítulos mais especializados, do 9 ao 14. Boa parte do material é de
interesse para todos os engenheiros, embora muitos dos capítulos sejam de interesse apenas para determinadas
disciplinas.
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Incluímos exemplos de trabalhos em detalhes para ilustrar cada conceito importante apresentado no material
do livro. Inúmeros problemas para casa, muitos tendo múltiplas partes para melhores atribuições de um dever de
casa, dão ao aluno uma ampla oportunidade de ganhar experiência resolvendo problemas de vários níveis de di-
ficuldade. As respostas para os problemas selecionados são apresentadas logo antes do Índice remissivo. Também
incluímos problemas do tipo projeto em vários dos capítulos. Após estudar o material, revisar os exemplos e tra-
balhar em diversos dos problemas para casa, os alunos devem obter a capacidade necessária para trabalhar em
muitos dos problemas encontrados em situações reais de engenharia. Naturalmente, há inúmeras classes de pro-
blemas que são extremamente difíceis de resolver, mesmo para um engenheiro experiente. Para resolver esses pro-
blemas mais difíceis, o engenheiro deve obter informações mais consideráveis que estão incluídas no texto intro-
dutório. Há, no entanto, muitos problemas que podem ser resolvidos com sucesso usando o material e os conceitos
apresentados no livro.
Os autores têm bastante apreço por seus antigos professores e seus colegas atuais. O Capítulo 10 foi escrito
com inspiração do livro de F. M. Henderson, intitulado Open Channel Flow (1996), e D. Wood, da University of
Kentucky, nos encorajou a incorporar um material abrangente sobre análise da rede de tubulação no Capítulo 11.
Muitas ilustrações no Capítulo 11, com relação ao fenômeno do martelo d’água, foram feitas por C. S. Martin, do
Georgia Institute of Technology. R. D. Thorley forneceu alguns dos problemas no final do Capítulo 12. Tom Shih
auxiliou no desenvolvimento do Capítulo 14, sobre dinâmica do fluido computacional. Obrigado a Richard Pre-
vost por escrever as soluções Matlab®. Também gostaríamos de agradecer aos nossos revisores: Sajjed Ahmed,
University of Nevada; Mohamed Alawardy, Louisiana State University; John R. Biddle, California State Polytechnic
University; Nancy Ma, North Carolina State University; Saeed Moaveni, Minnesota State University; Nikos J. Mour-
tos, San Jose (CA) State University; Julia Muccino, Arizona State University; Emmanuel U. Nzewi, North Caro-
lina A&T State University; e Yiannis Ventikos, Swiss Federal Institute of Technology.
Merle C. Potter
David C. Wiggert
Bassem H. Ramadan
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Nomenclatura
–––
Para rápida referência. GM – altura metacêntrica
g – vetor gravidade
A – área g – gravidade
A2, A3 – tipo de perfil H – entalpia, altura, energia total
a – aceleração, velocidade de uma onda de pressão H2, H3 – tipo de perfil
a – vetor aceleração HD – carga do projeto
ax, ay, az – componentes de aceleração HP – carga da bomba
B – módulo de compressibilidade de elasticidade, HT – carga da turbina
largura da superfície livre HGL – linha piezométrica hidráulica
b – largura do fundo do canal h – distância, altura, entalpia específica
C – centroide, coeficiente de Chezy, coeficiente de hj – perda de carga por meio de um salto hidráulico
Hazen-Williams I – segundo momento de uma área
C1, C3 – tipo de perfil –
I – segundo momento em relação ao eixo centroidal
CD – coeficiente de arrasto Ixy – produto de inércia
Cd – coeficiente de descarga î – vetor unitário na direção x
Cf – coeficiente de atrito da pele ĵ – vetor unitário na direção y
CH – coeficiente de carga k̂– vetor unitário na direção z
CL – coeficiente de sustentação K – condutividade termal, coeficiente de fluxo
CP – fator de recuperação de pressão, coeficiente de Kc – coeficiente de contração
pressão Ke – coeficiente de expansão
CNPSH – coeficiente de carga de sucção positiva total Kuv – coeficiente de correlação
CQ – coeficiente de taxa de fluxo k – razão de calores específicos
CV – coeficiente de velocidade L – comprimento
CW – coeficiente de potência LE – comprimento de entrada
c – calor específico, velocidade do som, comprimento Le – coeficiente equivalente
da corda, celeridade L – comprimento
cf – coeficiente local de atrito da pele Lm – comprimento misto
cp – calor específico com pressão constante M – massa molar, número de Mach, função de
cv – calor específico com volume constante momento
D – diâmetro M – número de Mach
D
– derivada substancial M1, M2, M3 – tipo de perfil
Dt m – massa, declive da parede lateral, constante para
d – diâmetro
dx – distância diferencial ajuste da curva
du – ângulo diferencial ṁ – fluxo de massa
E – energia, energia específica, coeficiente ṁ r – fluxo de massa relativo
Ec – energia crítica ma – massa adicionada
EGL – linha piezométrica de energia m1, m2 – declives da parede lateral
Eu – número de Euler mȯm – fluxo de quantidade de movimento
e – o exponencial e, energia específica, altura da N – propriedade extensiva geral, um inteiro, número
rugosidade da parede, espessura da parede do de jatos
cano NPSH – carga de sucção positiva total
exp – o exponencial e n – direção normal, número de mols, expoente da lei
F – vetor força da potência, número de Manning
F – força n̂ – vetor normal unitário
FB – força de empuxo P – potência, força, perímetro molhado
FH – componente de força horizontal p – pressão
FV – componente de força vertical Q – taxa de fluxo (descarga), transferência de calor
FW – força corporal igual ao peso QD – descarga de projeto
f – fator de atrito, frequência Q̇ – taxa de transferência de calor
G – centro de gravidade q – intensidade da fonte, descarga específica, fluxo
de calor
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Esquerda: Moinhos de vento modernos são usados para gerar eletricidade em muitas localizações nos
Estados Unidos. Estão localizados em áreas onde há vento consistentemente presente. (IRC/Shutterstock)
Acima, à direita: Furacão Bonnie, Oceano Atlântico, a cerca de 800 km das Bermudas. Nesse estágio de
desenvolvimento, a tempestade tem um centro bem desenvolvido, ou “olho”, onde as correntes de ar são
relativamente calmas. O movimento de vórtice ocorre longe do olho. (U.S. National Aeronautics and Space
Administration) Abaixo, à direita: O ônibus espacial Discovery deixa o Centro Espacial Kennedy, em 29 de
outubro de 1998. Em 6 segundos, o veículo deixou a torre de lançamento com uma velocidade de
160 km/h e, em cerca de dois minutos, estava a uma distância horizontal de 250 km do Centro Espacial,
47 km acima do oceano, com uma velocidade de 6 150 km/h. As asas e o leme na cauda são necessários
para o sucesso da reentrada, ao entrar na atmosfera da Terra, após completar sua missão. (U.S. National
Aeronautics and Space Administration)
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1
Considerações Básicas
Sumário
1.1 Introdução
1.2 Dimensões, Unidades e Quantidades Físicas
1.3 Visão de Gases e Líquidos como um Contínuo
1.4 Escalas de Pressão e Temperatura
1.5 Propriedades dos Fluidos
1.5.1 Massa Específica e Peso Específico
1.5.2 Viscosidade
1.5.3 Compressibilidade
1.5.4 Tensão Superficial
1.5.5 Pressão de Vapor
1.6 Leis de Conservação
1.7 Propriedades e Relações Termodinâmicas
1.7.1 Propriedades de um Gás Ideal
1.7.2 Primeira Lei da Termodinâmica
1.7.3 Outras Quantidades Termodinâmicas
1.8 Resumo
Objetivos do Capítulo
Os objetivos deste capítulo são:
• Introduzir muitas das quantidades encontradas na mecânica dos fluidos, incluindo suas dimensões e unidades.
• Identificar os líquidos a serem considerados neste texto.
• Introduzir as propriedades dos fluidos de interesse.
• Apresentar as leis da termodinâmica e quantidades associadas.
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1.1 INTRODUÇÃO
A compreensão correta da mecânica dos fluidos é extremamente importante em muitas
áreas da engenharia. Na biomecânica, os fluxos de sangue e do fluido cerebral são de parti-
cular interesse; na meteorologia e na engenharia oceanográfica, a compreensão do desloca-
mento dos movimentos do ar e das correntes marítimas requer um conhecimento da mecâ-
nica dos fluidos; os engenheiros químicos devem entender mecânica dos fluidos para projetar
muitos tipos diferentes de equipamentos de processamento químico; engenheiros aeronáuti-
cos usam seus conhecimentos de fluidos para aumentar a sustentação aerodinâmica e dimi-
nuir a resistência em aeronaves e para projetar motores a jato; engenheiros mecânicos pro-
jetam bombas, turbinas, motores de combustão interna, compressores a ar, equipamentos de
ar-condicionado, equipamentos de controle de poluição e usinas de energia baseados no cor-
reto entendimento da mecânica dos fluidos; engenheiros civis também devem usar os resul-
tados obtidos do estudo da mecânica dos fluidos para compreender o transporte de sedimentos
nos rios e a erosão, a poluição do ar e da água e para projetar sistemas de tubulações, usinas
de tratamento de esgotos, canais de irrigação, sistemas de controle de alagamentos, represas
e estádios atléticos cobertos.
CONCEITO-CHAVE Não é possível apresentar a mecânica dos fluidos de tal forma que todos os tópicos des-
Apresentaremos
critos acima possam ser tratados especificamente; é possível, porém, apresentar os fundamentos
os fundamentos
dos fluidos de
da mecânica dos fluidos de forma que os engenheiros possam entender o papel que o fluido
modo que desempenha em uma particular aplicação. Esse papel pode envolver o correto dimensiona-
engenheiros mento de uma bomba (potência e taxa de escoamento) ou o cálculo de uma força que age so-
possam entender bre uma estrutura.
o papel que o Neste livro apresentaremos as equações gerais, tanto integrais quanto diferenciais, que re-
fluido sultam do princípio da conservação de massa, da segunda lei de Newton, e da primeira lei da
desempenha em termodinâmica. A partir desse ponto será considerado certo número particular de situações
aplicações de especial interesse. Após o estudo deste livro o engenheiro deverá estar apto a aplicar os prin-
específicas. cípios básicos da mecânica dos fluidos a novas e diferentes situações.
Os tópicos apresentados neste capítulo são direta ou indiretamente relevantes a todos os
capítulos seguintes. Incluímos uma descrição macroscópica dos fluidos, propriedades dos flui-
dos, leis físicas que regem a mecânica dos fluidos e um resumo de unidades e dimensões de
importantes quantidades físicas. Antes que possamos discutir as quantidades de interesse, de-
vemos apresentar as unidades e dimensões que serão usadas em nosso estudo da mecânica dos
fluidos.
F ma (1.2.1)
[F ] [m][a]
(1.2.2)
L
F M
T2
[F ]
[m]
[a]
(1.2.3)
FT 2
M
L
Comprimento ᐉ L metro m
Massa m M quilograma kg
Tempo t T segundo s
Corrente elétrica i ampère A
Temperatura T kelvin K
Quantidade de substância M kg-mol kg-mol
Intensidade luminosa candela cd
Ângulo plano radiano rad
Ângulo sólido esterradiano sr
1
Infelizmente, a quantidade força F e a dimensão de força [F] usam o mesmo símbolo.
mecanica_01:Layout 1 1/20/14 12:36 PM Page 6
CONCEITO-CHAVE Quando expressamos uma quantidade com um valor numérico e uma unidade, foram de-
Quando usamos finidos prefixos de tal forma que o valor numérico pode ser entre 0,1 e 1 000. Esses prefixos
unidades SI, se são apresentados na Tabela 1.3. Usando a notação científica, porém, substituímos os prefixos
números grandes por potências de 10 (por exemplo, 2 106 N, em vez de 2 MN). Se números maiores são es-
são escritos (5 critos, o ponto não é usado. Vinte mil seria escrito como 20 000, com um espaço e sem o ponto.2
dígitos ou mais), a
vírgula não é
usada. O ponto é
Tabela 1.2 Unidades Derivadas
substituído por
um espaço (por Quantidade Dimensões Unidades Sl
exemplo, 20 000).
Área A L2 m2
Volume V L3 m3
l (litro)
Velocidade V L/T m/s
Aceleração a L/T 2 m/s2
Velocidade angular v T 1 rad/s
Força F ML/T 2 kgm/s2
N (newton)
Densidade r M/L3 kg/m3
Peso específico g M/L2T 2 N/m3
Frequência f T1 s1
Pressão p M/LT 2 N/m2
Pa (pascal)
Tensão t M/LT 2 N/m2
Pa (pascal)
Tensão superficial s M/T 2 N/m
Trabalho W ML2/T 2 Nm
J (joule)
Energia E ML2/T 2 Nm
J (joule)
Taxa de calor Q̇ ML2/T 3 J/s
Torque T ML2/T 2 Nm
Potência P ML2/T 3 J/s
Ẇ W (watt)
Viscosidade m M/LT Ns/m2
Fluxo de massa ṁ M/T kg/s
Taxa de fluxo Q L3/T m3/s
Calor específico c L2/T 2 J/kgK
Condutividade K ML/T 3 W/mK
Fator de
multiplicação Prefixo Símbolos
1012 tera T
109 giga G
106 mega M
103 quilo k
102 centia c
103 mili m
106 micro
109 nano n
1012 pico p
a
Permissível, se usado isoladamente como cm, cm2 ou
cm3.
2
Em muitos países, vírgulas representam pontos decimais, então não são usadas onde poderiam causar confusão.
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A segunda lei de Newton relaciona a força total que age sobre um corpo rígido à sua massa CONCEITO-CHAVE
e aceleração. Ela é expressa como A relação
N kgm/s 2 é
muito usada na
F ma (1.2.4) conversão de
unidades.
Consequentemente, a força necessária para acelerar a massa de 1 quilograma a 1 metro por
segundo ao quadrado, na direção da força resultante, é 1 newton. Isso nos permite relacionar
as unidades por
N kg m/s2 (1.2.5)
que estão incluídas na Tab. 1.2. Essas relações entre unidades são usadas frequentemente na
conversão de unidades. No SI o peso é sempre expresso em newtons, nunca em quilogramas. 3
Para relacionar peso com massa usamos
W mg (1.2.6)
em que g é a gravidade local. O valor padrão para a gravidade é de 9,80665 m/s2 e varia de um
mínimo de 9,77 m/s2 no topo do Monte Everest para um máximo de 9,83 m/s2 na fenda mais
profunda do oceano. Usaremos sempre um valor nominal de 9,81 m/s2, exceto quando espe-
cificado de outra forma.
Finalmente, uma nota sobre algarismos significativos. Em cálculos de engenharia, muitas
vezes não confiamos em determinado cálculo além de três dígitos significativos, já que a in-
formação dada no problema muitas vezes não é conhecida com mais de três dígitos significa-
tivos; na verdade, a viscosidade e outras propriedades do fluido podem nem ser conhecidas CONCEITO-CHAVE
com três dígitos significativos. O diâmetro de uma tubulação pode ser declarado como 2 cm; Consideraremos
isso, em geral, não seria tão preciso como 2,000 cm implicariam. Se a informação usada na so- que toda
lução de um problema é conhecida com apenas dois dígitos significativos, é incorreto expres- informação dada
sar o resultado com mais de dois dígitos significativos. Nos exemplos e problemas apresenta- é conhecida com
dos, assumiremos que toda informação dada é conhecida com até três dígitos significativos, e até três dígitos
os resultados serão expressos de acordo. Se o numeral 1 começar um número, não é contado significativos.
nos dígitos significativos, ou seja, o número 1,210 tem três dígitos significativos.
Exemplo 1.1
Sobre uma massa de 100 kg agem uma força de 400 N, verticalmente e em sentido ascendente, e uma força
de 600 N, em sentido ascendente num ângulo de 45°. Calcule o componente vertical da aceleração. A ace-
leração local da gravidade é de 9,81 m/s2.
Solução
A primeira etapa para resolver um problema que envolve forças é desenhar um diagrama de corpo li-
vre com todas as forças em ação, como mostrado na Fig. E1.1.
y
600 N
45°
400 N
Fig. E1.1
3
N.R.T.: No sistema inglês, massa é sempre expressa em slugs e nunca em libras.
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Vetor de tensão: Em seguida, aplique a segunda lei de Newton (Eq. 1.2.4). Isso relaciona a força total que age sobre
O vetor força uma massa à aceleração e é expresso como:
dividido pela
Fy may
área.
Tensão normal: Usando as componentes adequadas na direção y, com W = mg, temos
A componente 400
600 sen 45° 100 9,81 100ay
normal da força
ay 1,567 m/s2
dividida pela
área. O sinal negativo indica que a aceleração está na direção y negativa, ou seja, em sentido descendente.
Tensão de Observação: usamos apenas três dígitos significativos na resposta, uma vez que a informação dada no
cisalhamento: problema é, presumidamente, conhecida até três dígitos significativos. (O número 1,567 tem três dígitos
A força significativos. O “1” inicial não é considerado um dígito significativo.)
tangencial
dividida pela
área. 1.3 VISÃO DE GASES E LÍQUIDOS COMO UM CONTÍNUO
Líquido:
Um estado de As substâncias chamadas fluidos podem ser líquidos ou gases. No nosso estudo de mecânica
matéria no qual dos fluidos, restringiremos os líquidos que serão estudados. Antes de expor a restrição, deve-
as moléculas são mos definir tensão de cisalhamento. A força F que age em uma área A pode ser decomposta
relativamente em uma componente normal Fn e em uma componente tangencial Ft, como mostra a Fig.
livres para 1.1. A força dividida pela área na qual ela age é chamada de cisalhamento. O vetor força di-
mudarem suas
vidido pela área é o vetor de tensão,4 a componente normal da força dividida pela área é a ten-
posições em
são normal e a força tangencial dividida pela área é a tensão de cisalhamento. Nesta discus-
relação a outras,
mas restritas por são estamos interessados na tensão de cisalhamento t. Matematicamente, ela é definida como
forças coesivas
Ft
para que t lim (1.3.1)
mantenham um A 씮 0 A
volume
relativamente Nossa restrita família de fluidos pode agora ser identificada; os fluidos considerados neste li-
fixo.5 vro são os líquidos e gases que se movem sob a ação de uma tensão de cisalhamento, não im-
portando o quão pequena seja essa tensão. Isso significa que mesmo uma tensão de cisalha-
Gás: Um estado
de matéria no mento muito pequena resulta em movimento do fluido. Gases, obviamente, caem dentro
qual as moléculas dessa categoria de fluidos, bem como a água e o alcatrão. Algumas substâncias, tais como plás-
praticamente não ticos e molho de tomate, podem resistir a pequenas tensões de cisalhamento sem se mover; o
sofrem restrição estudo dessas substâncias é incluído no estudo da reologia, que não está incluso neste livro.
por forças Vale a pena considerar o comportamento microscópico de fluidos mais detalhadamente.
coesivas. Um gás Considere as moléculas de um gás dentro de um recipiente. Essas moléculas não são estacio-
não tem forma nárias; movem-se no espaço com velocidades muito altas. Elas colidem entre si e batem nas
nem volume paredes do recipiente no qual estão confinadas, originando a elevação de pressão exercida pelo
definidos. gás. Se o volume do recipiente é aumentado enquanto a temperatura é mantida constante, o
CONCEITO-CHAVE número de moléculas colidindo em uma determinada área diminui e, como resultado, a pres-
Os fluidos são diminui. Se a temperatura de um gás em um determinado volume aumenta, ou seja, as ve-
considerados locidades das moléculas aumentam, a pressão aumenta por causa do aumento da atividade mo-
neste texto são lecular.
aqueles que se Forças moleculares nos líquidos são relativamente altas, como pode ser visto no exemplo
movem sob a seguinte. A pressão necessária para comprimir 20 gramas de vapor de água a 20 °C em 20 cm3,
ação de uma assumindo que não existam forças moleculares, é aproximadamente 1 340 vezes a pressão at-
tensão de mosférica. É claro que essa pressão não é necessária porque 20 gramas de água ocupam 20 cm3.
cisalhamento, não Conclui-se, então, que as forças coesivas na fase líquida devem ser muito grandes.
importando quão
Apesar das grandes forças de atração no líquido, algumas moléculas na superfície escapam
pequena possa
ser essa tensão.
4
Uma quantidade definida na margem está em negrito, enquanto uma quantidade não definida na margem está em
itálico.
5
Handbook of Chemistry and Physics, 40. ed. Boca Raton, Fla: CRC Press.
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para o espaço acima dela. Se o líquido está confinado em um recipiente, um equilíbrio se es-
tabelece entre as moléculas que entram e as que saem do líquido. A presença de moléculas so-
bre a superfície do líquido nos leva assim à chamada pressão de vapor.
n ΔF n
ΔF
Componentes
ΔF t
ΔA ΔA
A pressão aumenta com a temperatura. Para a água a 20 °C, a pressão é aproximadamente 0,02
vez a pressão atmosférica.
Contínuo:
Em nosso estudo de mecânica dos fluidos, é conveniente assumir que gases e líquidos são
Distribuição
distribuídos continuamente por uma região de interesse, ou seja, o fluido é tratado como um contínua de um
contínuo. A propriedade primária usada para determinar se a hipótese do contínuo é apro- líquido ou gás em
priada é a massa específica r, definida por toda a região de
interesse.
m
r lim (1.3.2)
v씮0 V
em que m é a massa (kg) de uma molécula, r é a massa específica (kg/m3) e d, o diâmetro (m)
de uma molécula. Para o ar, m 4,8 1026 kg e d 3,7 1010 m. Nas condições de at-
mosfera padrão, o livre caminho médio é de aproximadamente 6,4 106 cm; à altura de
100 km, é de 10 cm; e, a 160 km, é de 5 000 cm. Obviamente, em altitudes maiores, a hipótese
de contínuo não é aceitável e deve-se aplicar a teoria da dinâmica de gases rarefeitos (ou de Livre caminho
escoamento molecular livre). Satélites são capazes de se manter na órbita do planeta se sua médio: A distância
dimensão primária é da mesma ordem de grandeza que o livre caminho médio. média de
Com a hipótese de contínuo, as propriedades de fluido podem ser adotadas e aplicadas uni- deslocamento de
formemente em todos os pontos da região em qualquer instante particular do tempo. Por exem- uma molécula
plo, a massa específica r pode ser definida em todos os pontos do fluido; ela pode variar de antes de colidir
ponto a ponto e de instante a instante; isto é, em coordenadas cartesianas, r é uma função con- com outra
tínua de x, y, z e t, escrita como r (x, y, z, t). molécula.
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ε ΔV
Fig. 1.2 Densidade num ponto de um contínuo.
F
p lim n (1.4.1)
A씮0 A
CONCEITO-CHAVE em que Fn é a força normal compressiva incremental que age sobre o incremento de área
Em muitas A. A unidade métrica que deverá ser usada para a pressão é o newton por metro quadrado
relações
(N/m2) ou pascal (Pa). Como o pascal é uma unidade muito pequena de pressão, é conven-
termodinâmicas,
escalas absolutas
cional expressar a pressão em quilopascal (kPa). Por exemplo, a pressão atmosférica padrão
devem ser usadas no nível do mar é 101,3 kPa.6 A pressão atmosférica frequentemente é expressa em milíme-
para pressão e tros (mm) de mercúrio, como mostrado na Fig. 1.4; tal coluna de fluido produz uma pressão
temperatura. no fundo da coluna, contanto que a coluna seja aberta à pressão atmosférica no topo.
A pressão e a temperatura são quantidades físicas que podem ser medidas usando escalas
diferentes. Existem escalas absolutas para pressão e temperatura e existem escalas que me-
dem essas quantidades em relação a pontos de referência selecionados. Em muitas relações
termodinâmicas (veja Seção 1.7), escalas absolutas devem ser usadas para pressão e tempe-
Pressão absoluta:
ratura. As figuras 1.4 e 1.5 resumem as escalas utilizadas normalmente.
Escala de medida A pressão absoluta chega a zero quando um vácuo ideal é atingido, ou seja, quando não
de pressões na resta mais nenhuma molécula em determinado espaço; consequentemente, uma pressão ab-
qual o zero é soluta negativa é impossível. Uma segunda escala é definida medindo pressões relativas à pres-
atingido quando são atmosférica local. Essa pressão é chamada pressão manométrica.7 Uma conversão de pres-
um vácuo ideal é são manométrica em pressão absoluta pode ser realizada usando
conseguido.
ΔF n
Superfície
ΔA
6
N.R.T.: As unidades inglesas para pressão são a libra por polegada quadrada (pri), do inglês pound per square inch,
e a libra por pé quadrado (lb/ft2).
7
N.R.T.: Também conhecida como “pressão relativa” e “pressão efetiva”.
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A A – Pressão positiva
B – Pressão negativa ou
vácuo positivo
pA manométrica
Atmosfera
padrão Atmosfera
p = 0 manométrico
local
760 mm Hg
B
1,013 bar Pressão
p absoluta manométrica:
B
Escala de medida
Pressão absoluta zero p = 0 absoluto de pressão
relativa à pressão
Fig. 1.4 Pressão manométrica e pressão absoluta.
atmosférica local.
pabsoluta patmoférica
pmanométrica (1.4.2)
CONCEITO-CHAVE
Observe que a pressão atmosférica na Eq. 1.4.2 é a pressão atmosférica local, que pode mudar
Sempre que a
com o tempo, particularmente quando há “frentes” frias ou quentes. No entanto, se a pressão at- pressão absoluta
mosférica local não for fornecida, usamos o valor dado para uma elevação específica, como for- for menor que a
necido pela Tabela B.3 do Apêndice B, e consideramos elevação zero, caso a elevação seja des- pressão
conhecida. A pressão manométrica é negativa sempre que a pressão absoluta for menor que a atmosférica, pode
pressão atmosférica; pode, então, ser chamada de vácuo. Neste livro, a palavra “absoluto” ge- ser chamada de
ralmente seguirá o valor da pressão, caso a pressão seja dada como uma pressão absoluta (por vácuo.
exemplo, p = 50 kPa absolutos). Se fosse escrita como p = 50 kPa, a pressão seria tomada como Vácuo: Sempre
uma pressão manométrica, com exceção da pressão atmosférica, que é sempre uma pressão ab- que a pressão
soluta. O uso de pressão manométrica é mais frequente na mecânica dos fluidos. absoluta é menor
que a pressão
atmosférica.
°C K
Duas escalas de temperatura são usadas normalmente, as escalas Celsius (C) e Fahrenheit
(F). As duas são baseadas nos pontos de fusão e evaporação da água a uma pressão atmosfé-
rica de 101,3 kPa. Nesta edição SI, não usaremos a escala Fahrenheit. A Figura 1.5 mostra que
os pontos de solidificação e ebulição são 0 e 100 °C na escala Celsius. Há duas escalas de tem-
peratura correspondentes. A escala absoluta correspondente à escala Celsius é a escala kel-
vin (K). A relação entre essas escalas é
K °C
273,15 (1.4.3)
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A escala absoluta correspondente à escala Fahrenheit é a escala Rankine (°R). A relação en-
tre essas escalas é
°R °F
459,67 (1.4.4)
CONCEITO-CHAVE
Observe que, no sistema SI, não escrevemos 100 °K, mas simplesmente 100 K, que é lido “100
No sistema SI,
kelvins”, similarmente a outras unidades SI.
escrevemos 100 K,
que é lido Serão feitas referências constantes às “condições de atmosfera padrão” ou “condições nor-
“100 kelvins”. mais de temperatura e pressão”. Isso se refere às condições no nível do mar, a 40° de latitude,
que são adotadas como 101,3 kPa para a pressão e 15 °C para a temperatura. Na verdade, a
pressão padrão é normalmente adotada como 100 kPa, suficientemente precisa para cálculos
de engenharia.
Exemplo 1.2
Um manômetro de pressão afixado a um tanque rígido mede um
vácuo de 42 kPa dentro do tanque mostrado na Fig. E1.2, que ar –42 kPa
está em um local do Colorado onde a elevação é de 2 000 m. De-
termine a pressão absoluta dentro do tanque.
Fig. E1.2
Solução
Para determinar a pressão absoluta, deve-se conhecer a pressão atmosférica. Se a elevação não fosse for-
necida, admitiríamos uma pressão atmosférica padrão de 100 kPa. No entanto, com a elevação fornecida,
a pressão atmosférica é, como observado na Tabela B.3 do Apêndice B, de 79,5 kPa. Logo,
p 42
79,5 37,5 kPa absolutos
Observação: Um vácuo é sempre uma pressão manométrica negativa. Também é aceitável usar uma pres-
são atmosférica de 100 kPa, em vez de 101,3 kPa, uma vez que está dentro de 1%, que é a precisão de
engenharia aceitável.
W mg
g rg
V V (1.5.1)
em que g é a gravidade local. As unidades de peso específico são N/m3. Para a água, usamos
o valor nominal de 9 800 N/m3.
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A temperatura nas três equações acima é medida em graus Celsius. Para temperaturas abaixo
de 50 °C, usando os valores nominais declarados anteriormente para água e mercúrio, o erro
é menor que 1%, certamente dentro dos limites de engenharia para a maior parte dos pro-
blemas de projeto. Observe que a massa específica da água em 0 °C é de menos de 4 °C; con-
sequentemente, a água mais leve a 0 °C eleva-se até o alto do lago, de modo que é formado
gelo na superfície. Para a maioria dos outros líquidos, a massa específica no congelamento é
maior que a massa específica logo acima do congelamento.
com baixa viscosidade. Considere o escoamento da Fig. 1.6, no qual as partículas do fluido se
movem na direção x com velocidades diferentes, de tal forma que as velocidades das partícu-
las u variam com a coordenada y. Duas posições das partículas são mostradas em tempos di-
ferentes; observe como as partículas se movem relativamente umas às outras. Para tal campo
de escoamento simples, no qual u u(y), podemos definir a viscosidade m do fluido pela re-
lação
du
t m (1.5.5)
Taxa de dy
deformação:
A taxa pela qual
um elemento na qual t é a tensão de cisalhamento da Eq. 1.3.1 e u é a velocidade na direção x. As unida-
fluido sofre des de t são N/m2 ou Pa, e as de m são Ns/m2. A quantidade du/dy é um gradiente de veloci-
deformação. dade e pode ser interpretada como uma taxa de deformação.9 As relações de gradientes de
velocidade e tensão, para situações de escoamento mais complicadas, são apresentadas no Ca-
pítulo 5.
Os conceitos de viscosidade e gradiente de velocidade também podem ser ilustrados con-
siderando um fluido dentro de um pequeno intervalo entre dois cilindros concêntricos, como
mostra a Fig. 1.7.
y
X t=0
t = t1
t = 2t1
u(y) t = 3t1
Partícula 1
X
Partícula 2 X
Fig. 1.6 Movimento relativo de duas partículas do fluido na presença de tensões de cisalha-
mento.
L
u
h R
ω
r
(a) (b)
u
T R
Rω
u
(d)
r
r=R r=R+h
(c)
Fig. 1.7 Um fluido sendo cisalhado entre cilindros com uma pequena diferença de largura:
(a) os dois cilindros; (b) cilindro giratório interno; (c) distribuição de velocidade; (d) o cilin-
dro interno. O cilindro externo é fixo e o cilindro interno é giratório.
9
N.R.T.: Também conhecida como taxa de cisalhamento.
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Plástico
ideal
10
Se o intervalo não for pequeno em relação a R, a distribuição de velocidade não será linear (veja Seção 7.5). A dis-
tribuição também não será linear para valores relativamente pequenos de v.
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do fluido no cilindro estacionário foi determinada como igual a zero, como mostrado na Fig.
1.7b. Quando um veículo espacial reentra na atmosfera, a alta velocidade cria gradientes de
velocidade muito grandes na superfície do veículo, resultando em grandes tensões que aque-
cem a superfície; as altas temperaturas podem fazer que o veículo se desintegre se não for ade-
quadamente protegido.
A viscosidade é muito dependente da temperatura em líquidos nos quais as forças coesi-
vas têm papel dominante; observe que a viscosidade de um líquido diminui com temperatura
elevada, como mostrado na Fig. B.1, do Apêndice B. As curvas são frequentemente aproxi-
madas pela equação
m AeBt (1.5.9)
conhecida como equação de Andrade; as constantes A e B seriam determinadas de acordo com
dados medidos. Para um gás, são as colisões moleculares que fornecem as tensões internas, de
modo que, conforme a temperatura aumenta, resultando em atividade molecular elevada, a
viscosidade aumenta. Isso pode ser observado na curva do fundo para um gás da Fig. B.1 no
Apêndice B. Note, entretanto, que a porcentagem de alteração de viscosidade num líquido é
muito maior que num gás, para a mesma diferença de temperatura. Também é possível mos-
trar que as forças coesivas e a atividade molecular são bastante insensíveis à pressão, de forma
que m m(T) somente para líquidos e gases.
Como a viscosidade muitas vezes se divide pela massa específica na derivação de equações,
tornou-se útil e usual definir viscosidade cinemática como
m
v (1.5.10)
r
em que as unidades de v são m2/s. Observe que, para um gás, a viscosidade cinemática tam-
bém dependerá da pressão, uma vez que a massa específica é sensível à pressão. A viscosidade
cinemática é mostrada, em pressão atmosférica, na Fig. B.2, do Apêndice B.
Exemplo 1.3
Um viscosímetro é construído com dois cilindros concêntricos de 30 cm de comprimento, um com 20,0 cm
de diâmetro e outro com 20,2 cm de diâmetro. É necessário um torque de 0,13 N·m para girar o cilindro
interno a 400 rpm (revoluções por minuto). Calcule a viscosidade.
Solução
O torque aplicado é equilibrado por um torque resistente em função das tensões de cisalhamento (veja
Fig. 1.7c). Isso é expresso pela equação de intervalo pequeno, Eq. 1.5.8.
O raio é R d/2 10 cm; o intervalo h (d2 d1)앛2 0,1 cm; a velocidade rotacional, expressa
como rad/s, é v 400 2p앛60 41,89 rad/s.
A Equação 1.5.8 fornece:
Th
m
2pR3vL
0,13(0,001)
0,001646 Ns앛m2
2p(0,1)3(41,89)(0,3)
Observação: Todos os comprimentos são em metros, para que as unidades desejadas de m sejam obtidas.
As unidades podem ser verificadas para substituição:
Nmm Ns
[m]
m3(rad/s)m m2
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1.5.3 Compressibilidade
Módulo de
Na seção anterior, discutimos deformação de fluidos resultante das tensões de cisalhamento. elasticidade
Nesta seção, discutimos a deformação resultante das alterações de pressão. Todos os fluidos volumétrico:
se comprimem se a pressão aumenta, resultando em uma redução de volume ou em um au- A razão da
mento de massa específica. Uma maneira comum de descrever a compressibilidade de um variação da
fluido é pela definição do módulo de elasticidade volumétrico B: pressão pela
mudança relativa
da massa
p p específica.
冤
B lim lim
V씮0 冥
V앛V T r 씮0 r앛r 冨T
p
p
冨
V r
V T
r T 冨 (1.5.11)
p
c 冪莦
冨 冪莦
r
B
r
T
(1.5.12)
Isso fornece, aproximadamente, 1 450 m/s para a velocidade do som na água em condições nor-
mais. A velocidade do som em um gás será apresentada na Seção 1.7.3.
A
Energia e meio ambiente
Tradução da 5ª edição
norte-americana
Mecânica
visão detalhada da mecânica dos fluidos apresentada neste livro possibilita Roger A. Hinrichs, Merlin Kleinbach
e Lineu Belico dos Reis
ao aluno de graduação entender os conceitos físicos, bem como analisar
muitos dos fenômenos importantes enfrentados no dia a dia.
dos fluidos
Mecânica dos materiais
Os autores utilizam soluções de equações diferenciais e álgebra vetorial Tradução da 7ª edição
e, em menor escala, cálculo vetorial. Exemplos ilustram cada conceito norte-Americana
importante. O aluno terá amplas oportunidades de aprendizado ao James M. Gere e Barry J. Goodno
resolver problemas com vários níveis de dificuldade.
Nesta edição, foram adicionados muitos exemplos e problemas, Introdução à hidráulica,
hidrologia e gestão de
dos quais, a maioria, com aplicações na vida real.
águas pluviais
ISBN-13: 978-85-221-1568-6
ISBN-10: 85-221-1568-0