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SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................... 05

2. Breve história das abelhas nativas sem ferrão............................................... 07

3. Importância das abelhas nativas sem ferrão.................................................. 08

4. Espécies de abelhas nativas sem ferrão......................................................... 09

4.1. Principais espécies de abelha sem ferrão .......................................... 10

4.1.1. Abelha-Limão (Lestrimelitta limao) ........................................ 10

4.1.2. Guarupu (Melipona bicolor) ..................................................... 10

4.1.3. Guiruçu (Schwarziana quadripunctata) .................................. 10

4.1.4. Iraí (Nannotrigona testaceicornes) ......................................... 11

4.1.5. Jataí (Tetragonisca angustula) ............................................... 11

4.1.6. Jataí-da-Terra (Paratrigona subnuda) ................................... 11

4.1.7. Mandaçaia (Melipona mandacaia) ......................................... 11

4.1.8. Manduri (Melipona marginata) ............................................... 12

4.1.9. Tubuna (Scaptotrigona bipunctata) ........................................ 12

4.1.10. Uruçu (Melipona scutellaris) ................................................. 12

4.2. Principais espécies criadas por regiões do Brasil .............................. 13

4.2.1. Região Norte ............................................................................. 13

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SUMÁRIO
4.2.2. Região Nordeste ....................................................................... 13

4.2.3. Região Centro-Oeste ............................................................... 14

4.2.4. Região Sudeste ........................................................................ 14

4.2.5. Região Sul ................................................................................ 14

5. Como funciona a criação das abelhas nativas sem ferrão?........................... 15

5.1. Aquisição das colônias ........................................................................ 16

5.2. Modelos de colmeias ........................................................................... 16

5.2.1. Disposição dos módulos de uma colmeia ............................. 16

5.3. Meliponários ......................................................................................... 17

5.4. Captura ou transferência de colônias ................................................. 17

6. Colônias: divisão e monitoramento................................................................. 18

6.1. Divisão de colônias .............................................................................. 18

6.1.1. Métodos de divisão .................................................................. 19

6.1.1.1. Método de doação de favos .......................................... 19

6.1.1.2. Método de perturbação mínima ..................................... 19

6.2. Monitoramento de colônias ................................................................. 19

7. Coleta e beneficiamento do mel ...................................................................... 20

7.1. Locais de coleta ................................................................................... 21

7.1.1. Entrepostos .............................................................................. 21

7.1.2. Unidades de coleta .................................................................. 21

7.1.3. Meliponários ............................................................................. 22

7.2. Beneficiamento para conservação ...................................................... 22

7.2.1. Refrigeração .............................................................................. 22

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SUMÁRIO
7.2.2. Desumidificação ...................................................................... 22

7.2.3. Pasteurização .......................................................................... 23

8. Raio X da criação de abelhas nativas sem ferrão: informações para iniciantes . 23

8.1. Iniciando a criação ............................................................................... 24

8.2. Aumentando as colônias ..................................................................... 24

8.3. Instalações ........................................................................................... 24

8.4. Ambiente ............................................................................................... 25

8.5. Cuidados ............................................................................................... 25

8.6. Alimentação .......................................................................................... 25

8.7. Coleta .................................................................................................... 25

9. Considerações f inais ....................................................................................... 26

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1 Introdução
Introdução
Em 1839, deu-se início a uma das atividades do setor agropecuário de maior
destaque no âmbito nacional: a apicultura. A partir de então, a criação de
abelhas com objetivo comercial se expandiu e se consolidou aqui no Brasil,
levando nosso país a ocupar a sexta posição no ranking mundial de produção
de mel.

As abelhas possuem essa “função” comercial devido à quantidade de


produtos que elas garantem aos piscicultores: além do tradicional mel, há
também geleia real, própolis, pólen, dentre outros, que são utilizados tanto
para a alimentação, quanto para a fabricação de cosméticos e de outros
produtos industriais.

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Ainda, a apicultura permite aos produtores obter lucro com a venda desses
produtos e até mesmo com a comercialização de enxames para novos
apicultores ou para apicultores que desejem aumentar a sua criação.

Ao se pensar em abelhas, logo se pensa em mel. De fato, esse é o principal


produto delas, que vem sendo cada vez mais produzido. Em 2019, por
exemplo, a produção de mel ultrapassou 46 mil toneladas aqui em nosso
país, quantidade quase 10% maior do que a do ano anterior.

Vale ressaltar que esses insetos também são cruciais para o meio ambiente,
dado que realizam o serviço de polinização de plantações de frutas, legumes
e grãos, sendo responsáveis por boa parte da reprodução das plantas e
garantindo a manutenção do equilíbrio dos diversos ecossistemas.

As abelhas da subfamília Meliponídea (Hymenoptera, Apidae), são as abelhas


indígenas sem ferrão. Recebem esse nome pois possuem o ferrão atrofiado
ao longo da evolução, o que as torna incapazes de ferroar. São encontradas
na América do Sul, na América Central, na Ásia, nas Ilhas do Pacífico, na
Austrália, na Nova Guiné e na África.

Em nosso país, há mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão, criadas por
milhares de apicultores espalhados por todas as regiões. A atividade possui
até um nome específico: meliponicultora.

Neste ebook, apresentaremos as abelhas nativas sem ferrão para você que
está pensando em investir na meliponicultura e até para você que já é um
apicultor, mas deseja se informar sobre as espécies.

Aproveite a leitura!

Esperamos que goste do nosso ebook!

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2 Breve história das abelhas
Introdução
nativas sem ferrão
Historicamente, antes da colonização portuguesa, as abelhas sem ferrão
eram as únicas no Brasil, fato que foi mudado com a introdução de espécies
advindas da Espanha e de Portugal, da espécie Apis mellifera. A partir da
introdução compulsória dessa nova espécie, as abelhas sem ferrão passaram
a competir com as Apis.

Ainda que o mel das abelhas nativas fosse caracterizado como o principal
adoçante natural e como fonte de energia, com o passar dos anos, elas foram
sendo negligenciadas em nosso país e até “esquecidas” pelas autoridades,
perdendo espaço para as abelhas de origem europeia e tornando-se preteridas
pelos criadores. Contudo, a criação das abelhas Melipona, nome científico
das espécies sem ferrão, pode ser extremamente rentável e vantajosa para
os apicultores.

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3 Importância das abelhas
Introdução
nativas sem ferrão

As abelhas, no geral, fazem parte de um grupo de insetos que apresentam


enorme vantagem econômica para o homem. Enquanto o bicho-da-seda é
responsável por uma fibra de alto valor comercial, as abelhas são responsáveis
pelo mel, que produzem com grande qualidade e em boas quantidades.

Como mencionado, esse não é o único produto desses insetos, o que os coloca
em posição de ainda mais destaque. E, pelo fato de serem polinizadoras,
tornam-se cruciais para a alimentação humana, que depende diretamente
dessa “tarefa” que elas realizam naturalmente.

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4 Espécies de abelhas
Introdução
nativas sem ferrão

É necessário entender que, para escolher a melhor espécie a ser criada, os


meliponicultores devem estar cientes de que elas dependem muito do local
onde vivem, pois necessitam de climas específicos e de recursos florais.
Logo, a melhor opção sempre será criar a espécie que já habite o local onde
a atividade se instalará.

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4.1. DE ABELHA SEM FERRÃO
PRINCIPAIS ESPÉCIES

4.1.1. Abelha-Limão (Lestrimelitta limao)


A abelha-limão recebe esse e outros nomes associados à fruta por exalar um
notável cheiro de limão. É encontrada na Bahia, em Minas Gerais e em São
Paulo e caracterizada por ser uma espécie pilhadora - ou cleptobiótica -, isto
é, vive a partir dos saques de mel, pólen e cera que estejam armazenados
em outros ninhos.

4.1.2. Guarupu (Melipona bicolor)


Conhecida como Melipona bicolor, a guarupu é uma espécie muito mansa e
apresenta fácil manejo. Em um mesmo ninho, há mais de uma abelha rainha,
fato incomum entre as abelhas sem ferrão. Seu mel possui sabor acentuado
e, além da região Sudeste, é possível encontrá-la na região Sul. Por conta
desses e de outros fatores, é uma espécie vantajosa para criação.

4.1.3. Guiruçu (Schwarziana quadripunctata)


Assim como a abelha guarupu, a guiruçu é mansa, vive em estados da região
Sudeste e Sul e seu mel também é saboroso e de qualidade. Encontra-se
rainhas pequenas, médias e grandes, que podem ser criadas em células
normais ou reais. Sua coloração é negra e seu abdômen frequentemente
avermelhado.

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4.1.4. Iraí (Nannotrigona testaceicornes)
Seu nome, indígena, carrega consigo um pouco das suas origens. É mansa e
de fácil manejo, mas, ao mesmo tempo, tímida. Mais encontrada em regiões
urbanas, costuma fechar a entrada da sua colônia à noite e abri-la pela
manhã, mantendo algumas abelhas “guardiãs” nela. Produz própolis puro e
viscoso em grande quantidade, mais até do que mel.

4.1.5. Jataí (Tetragonisca angustula)


Uma das espécies mais famosas entre as abelhas nativas sem ferrão,
apresenta rusticidade e capacidade de construção de ninhos e sobrevivência
em diferentes locais, o que é uma vantagem em relação a outras espécies.
Além de ser suave e saboroso, o mel das abelhas jataí possui propriedades
medicinais, o que agrega valor e garante mais lucros aos apicultores.

4.1.6. Jataí-da-Terra (Paratrigona subnuda)


A jataí-da-terra é, geralmente, encontrada em ninhos subterrâneos, em
alguns estados da região Sul e Sudeste. Destaca-se por possuir cabeça
negro, corpo alaranjado e asas maiores do que a extensão corporal. O mel
produzido por ela também é tão vantajoso economicamente quanto o das
abelhas jataí.

4.1.7. Mandaçaia (Melipona mandacaia)


Seu nome, também de origem indígena, significa “vigia bonito”, o que dá
uma pista interessante sobre o comportamento da abelha mandaçaia: essa
espécie mantém sempre uma abelha no orifício de entrada, como vigia. O
mel possui um sabor mais agradável e é caracterizado por ser mais líquido
do que o comum.

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4.1.8. Manduri (Melipona marginata)
Os ninhos da abelha manduri são construídos, na maioria das vezes, em
ocos de árvores ou em paredões de taipa. Possui mandíbulas bem fortes
e é muito agressiva, mas só ataca quando se sente ameaçada. Apesar de
ser menos populosa - cerca de 300 indivíduos por ninho -, produz grande
quantidade de mel.

4.1.9. Tubuna (Scaptotrigona bipunctata)


Também agressiva, costuma soltar uma espécie de líquido grudento ao ser
ameaçada, além de mordiscar a vítima. Costuma trabalhar apenas na parte
da manhã e constrói ninhos em diversos lugares. Visualmente, chama a
atenção por sua coloração negra e brilhante, possuindo dois pontos ou uma
listra na cor prata em seu abdômen.

4.1.10. Uruçu (Melipona scutellaris)


É considerada uma abelha “grande” e produz mel em larga escala. Também
recomendada para criações, apresenta fácil manejo e é mansa. Encontra-se
em risco de extinção, pois é uma abelha mais seletiva em relação às flores
que visita. Seu mel apresenta qualidade e propriedades medicinais, podendo
chegar a ser produzido em quantidade próxima a 10 litros por ano em cada
colônia.

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4.2. CRIADAS POR REGIÕES DO BRASIL
PRINCIPAIS ESPÉCIES

4.2.1. Região Norte


....... Jupará
....... Jandaíra
....... Jandaíra-Preta
....... Tiúba
....... Uruçu-Cinzenta
....... Uruçu-Boca-de-Renda
....... Jandaíra-Amarela
....... Canudo

4.2.2. Região Nordeste


....... Monduri
....... Rajada
....... Tiúba
....... Mandaçaia
....... Uruçu
....... Uruçu-Nordestina
....... Uruçu-Verdadeira
....... Jandaíra

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4.2.3. Região Centro-Oeste
....... Uruçu
....... Jandaíra
....... Uruçu-Amarela
....... Canudo
....... Jataí

4.2.4. Região Sudeste


....... Guarupú
....... Guaraipo
....... Mandaçaia
....... Uruçu-Amarela
....... Jataí

4.2.5. Região Sul


....... Guarupú
....... Guaraipo
....... Mandaçaia
....... Monduri
....... Jataí

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5 Como funciona a criação das
Introdução
abelhas nativas sem ferrão?

A criação de abelhas, ainda que pareça uma tarefa fácil, deve ser iniciada
apenas após um planejamento por parte do criador. É fundamental que se
busque informações relacionadas à biologia e ao manejo das espécies, de
preferência com criadores que já possuam experiência.

É crucial realizar um levantamento das espécies “disponíveis” em sua região


e das plantas que elas utilizam para a produção de mel. Essas informações
são importantes para toda a criação, pois estão diretamente relacionadas à
adaptabilidade delas ao local e, consequentemente, à produção do mel e de
outros produtos apícolas.

O próximo passo consiste na definição do tipo de criação que você pretende


desenvolver: além das criações com objetivo comercial e com objetivo de
“revenda”, já mencionadas, há também a possibilidade de criar abelhas
para pesquisa, polinização, para preservação das espécies e até por lazer.
Depois, basta alinhar seu objetivo principal com a espécie que sua região te
“permite” criar.

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5.1. Aquisição das colônias
Seguindo a legislação brasileira para a criação de abelhas, é expressamente
proibido retirar abelhas e seus ninhos de habitats naturais para criá-las com
quaisquer objetivos. Por conta disso, a aquisição de colônias deve ser feita
em meliponários autorizados. Outra opção é a de um enxame de abelhas
ocupar um sítio de nidificação estrategicamente disponibilizado pelo apicultor
de forma “espontânea”.

5.2. Modelos de colmeias


É impossível definir um tipo de colmeia que sirva para a criação de todas
as espécies de abelhas. As caixas são, geralmente, feitas de madeira e em
formato retangular, variando nas dimensões e nas formas para a biologia de
cada tipo de abelha. Dois principais grupos separam os principais modelos
de colmeias: o modelo de caixas horizontais e o de caixas verticais, tendo as
horizontais como mais comuns no Brasil.

5.2.1. Disposição dos módulos de uma colmeia


São quatro os módulos que compõem uma caixa específica para a
criação de abelhas:

....... Módulo Tampa


....... Módulo Melgueira
....... Módulo de divisão
....... Módulo Fundo

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5.3. Meliponários
Os meliponários são os locais onde se instalam as colmeias das abelhas
nativas sem ferrão e diferem-se do apiário pelo fato de que nesse último,
instala-se caixas de abelhas africanizadas, com ferrão. Não há um padrão
para um bom meliponário, podendo variar de região para região, mas devendo
garantir conforto às abelhas e facilidade no manejo para os meliponicultores.
Há dois tipos: os meliponários coletivos, geralmente instalados em casas; e
os meliponários com suportes individuais, com as colmeias dispostas uma a
uma em suportes, protegidas da chuva.

5.4. Captura ou transferência de colônias


Há uma diferença entre os dois conceitos: enquanto a captura consiste em
transferir uma colônia de seu habitat natural para uma colmeia, a transferência
diz respeito à substituição de uma colmeia por outra – quando se deseja
trocar o modelo de colmeia, por exemplo.

A primeira prática é proibida pela lei, como visto. Quanto à transferência,


recomenda-se que seja feita na parte da manhã, no período entre 8h e 11h,
seguindo uma série de cuidados.

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6 Colônias: divisão e
Introdução
monitoramento

6.1. Divisão de colônias


Quando o meliponicultor deseja multiplicar suas colônias, o processo que deve
executar é o de divisão, dividindo os elementos de uma colônia forte (abelhas,
favos de cria e o alimento) em duas caixas, induzindo o povoamento da caixa
vazia, que passará a ser uma espécie de “filha” da que já estava colonizada.

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6.1.1. Métodos de divisão

6.1.1.1. Método de doação de favos


É o mais comum para a divisão de colônias e funciona da seguinte
forma: a colônia principal cede de dois a quatro favos de cria madura
para a nova caixa, o que favorece o estabelecimento mais rápido das
abelhas operárias nela, dado que as crias estão prestes a nascer. A nova
caixa deve passar a ocupar o local da caixa “doadora” para atrair as
abelhas campeiras, que trabalharão na defesa e na organização dessa
nova colônia, enquanto a colônia doadora deve ser transportada para
um local distante.

6.1.1.2. Método de perturbação mínima


Diferentemente do anterior, o método de perturbação mínima propõe
multiplicação em poucos minutos e sem o manuseio dos favos de cria com
as mãos. Com a utilização de uma caixa específica, é possível executar
esse método, que proporciona recuperação acelerada do enxame.

6.2. Monitoramento de colônias


A observação constante das colônias é fundamental para que se possa
atestar seu desenvolvimento, com frequência que dependerá dos objetivos
da criação. É muito comum que meliponicultores tenham receio em abrir as
caixas para realizar essa “verificação”, mas, com o uso de caixas apropriadas
e tomando cuidado no manuseio, essa preocupação deve ser esquecida.

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7 Coleta e beneficiamento
Introdução
do mel
O mel produzido pelas abelhas sem ferrão é muito valorizado pelas suas
propriedades. No entanto, é um desafio para os meliponicultores garantir que
o prazo de validade seja extenso, dado que esse produto é muito suscetível à
fermentação – devido à elevada taxa de umidade e à presença de leveduras
em seu conteúdo.

A coleta tem que ser feita de forma cuidadosa, pois, quando feita corretamente,
evita a contaminação por microrganismos, deixando o mel mais saudável e
durável. Logo após a coleta, o emprego de técnicas para a conservação
garante o mel por mais tempo.

Vários cuidados de manipulação são necessários em toda as etapas de


produção. A localização do meliponário tem grande influência na qualidade
do mel produzido, o que obriga que ele seja instalado em locais afastados de
áreas poluídas, de criadouros de animais, de lavouras agrícolas que utilizam
agrotóxicos, entre outros. Os equipamentos usados na atividade devem ser
higienizados frequentemente e a água utilizada deve ser limpa. Os cuidados
com a higiene pessoal e a utilização de toucas, máscaras roupas limpas e
aventais também são exigidos.

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7.1. Locais de coleta
São três os principais locais utilizados para a coleta do mel:

7.1.1. Entrepostos
Popularmente, o entreposto também é conhecido como “casa do mel”. Esse
termo não se refere a um local específico, dado que qualquer estabelecimento
funcional estrategicamente localizado na “metade do caminho” entre onde se
produz e onde se consome - ou se vende - o mel, é classificado como tal.

Seguindo a legislação, todo sistema de criação de abelhas sem ferrão deve


possuir um entreposto para receber as melgueiras, coletar, beneficiar, envasar,
rotular, armazenar e distribuir o mel. Ainda, o local deve ser o mais funcional
possível e deve seguir todas as exigências de organização e higiene para
que o mel comercializado mantenha a qualidade.

7.1.2. Unidades de coleta


A existência de unidades de coleta não desobriga a construção de entrepostos,
uma vez que essas unidades têm a função de descentralizar a coleta desse
produto, reduzindo o transporte das melgueiras. Favorece o compartilhamento
de entrepostos entre os produtores, uma vez que eles podem coletar o mel
nas unidades de coleta - que podem estar situadas em suas propriedades,
por exemplo - e levá-los já “prontos” para os entrepostos. Nesses casos, a
coleta também deve seguir regras estruturais para evitar contaminação das
melgueiras ou do mel extraído, além da higiene na manipulação.

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7.1.3. Meliponários
No caso das abelhas nativas sem ferrão, há uma discussão em torno da
possibilidade de coleta do mel nos meliponários. Pensando de forma lógica,
assim como o leite é tirado da vaca nos estábulos, o mel pode ser coletado
no meliponário. Ele pode ser retirado e transferido para um recipiente de
armazenagem e transporte, o que torna viável a coleta no meliponário e
permite que o mel chegue ao entreposto em excelentes condições de
conservação.

7.2. Beneficiamento para conservação


Tecnicamente, o beneficiamento consiste na transformação de um produto
em outro com maior valor para o comércio. Aplicando-se esse conceito na
meliponicultora, o beneficiamento do mel é feito com o objetivo de torná-lo
menos fermentável e mais estável para a comercialização, sem perder suas
características e ganhando um prazo maior de validade.

7.2.1. Refrigeração
A refrigeração é o método de conservação mais utilizado na indústria de
alimentos. Isso porque ela dificulta a proliferação de microrganismos que
afetam as propriedades dos alimentos devido às baixas temperaturas. No
caso do mel, atrasa o processo de fermentação.

7.2.2. Desumidificação
Foi visto que o mel das abelhas nativas sem ferrão contém alto teor de umidade,
que responde por boa parte da sua composição. Logo, retirar ou diminuir a
quantidade de água desse produto também dificulta o desenvolvimento de
microrganismos, retardando a fermentação e garantindo mais tempo de vida
a ele.

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7.2.3. Pasteurização
De forma contrária à refrigeração, a pasteurização se refere ao aquecimento
do mel a uma temperatura determinada para que microrganismos patogênicos
sejam destruídos. A melhor opção para pasteurizar o mel sem que ele aqueça
muito e perca suas propriedades originais é o tradicional “banho-maria”,
controlando-se a temperatura do produto.

8 Raio X da criação de abelhas


Introdução
nativas sem ferrão: informações
para iniciantes
A criação de abelhas nativas sem ferrão proporciona aos criadores de abelhas
a união entre a produção de mel e produtos apícolas com a despreocupação
em relação às ferroadas, típicas das abelhas europeias. E as vantagens não
param por aí: o seu manejo é simplificado e dispensa a utilização de fumaça
para acalmá-las e roupas específicas, além da possibilidade de criação
mesmo em ambientes urbanos, próximas às pessoas e a animais sem risco
de ataques a ferroadas.

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Só é preciso alertar para o risco das mordidas, pois, ao se sentirem ameaçadas,
mordem olhos, orelhas, nariz e cabelos de quem as ameaça. Contudo, a
proteção da cabeça com um véu já é o suficiente para evitar problemas com
as abelhas nativas sem ferrão.

A continuação, apresentamos algumas informações importantes para quem,


depois de todas essas informações, deseja iniciar uma criação de abelhas
nativas sem ferrão e se tornar um meliponicultor:

8.1. Iniciando a criação


Assim como informado, para iniciar a criação há duas possibilidades: adquirir
as colônias de meliponários autorizados ou um enxame de abelhas ocupar
um sítio de nidificação estrategicamente disponibilizado pelo apicultor de
forma “espontânea”. A utilização de ninhos-armadilhas é uma opção, mas
depende da autorização de órgãos ambientais competentes.

8.2. Aumentando as colônias


A partir do método de divisão, é possível multiplicar o plantel e transformar uma
colônia em duas, cuidando da alimentação das abelhas para que uma nova
abelha rainha possa nascer na “nova” colônia e para que ambas utilizadas no
processo se tornem fortes novamente.

8.3. Instalações
A construção dos ninhos pode ser feita com caixas em vários tamanhos e
medidas, de diferentes materiais. A utilização de uma colmeia de módulos
como a relatada acima é uma opção, criando uma colônia “dividida”
estrategicamente.

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8.4. Ambiente
O ambiente deve favorecer a(s) espécie(s) criada(s). Por conta disso, as
plantas ao redor da criação devem possuir flores para que esses insetos
possam realizar a coleta do néctar. As caixas onde serão criados devem ser
protegidas do sol, de chuvas e de ventos fortes.

8.5. Cuidados
As abelhas possuem como inimigos naturais os forídeos (pequenas moscas
parasitas) e as formigas. Ambos podem destruir as colônias em pouco tempo
e medidas são necessárias para impedir que isso aconteça. Quanto aos
primeiros, a vedação das colônias é imprescindível; em relação aos segundos,
deve-se pincelar o suporte das colônias com óleo queimado, graxa ou outros
produtos.

8.6. Alimentação
O néctar, sugado das flores, é a principal fonte de alimento das abelhas. Nas
épocas em que a floração das plantas é menor, o produtor pode oferecer
uma mistura de água e açúcar na proporção 1:1 em pequenos recipientes,
tomando os devidos cuidados para que as abelhas não se afoguem neles.

8.7. Coleta
A coleta, feita a partir de vários métodos, pode ser iniciada em menos de um
ano do início da criação de abelhas. Algumas espécies podem produzir boas
quantidades ao ano, o que varia, também, de acordo com a disponibilidade
de flores próximas aos locais onde as colônias serão instaladas.

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9
Introdução
Considerações finais
Diante de tudo o que foi exposto, fica fácil perceber que a criação de abelhas
nativas sem ferrão é uma boa opção para quem deseja ingressar no ramo da
meliponicultura.

A possibilidade de se produzir mel sem se preocupar com as ferroadas


chama a atenção de diversos criadores. Entretanto, esse não é o único fator
de destaque para a meliponicultora, uma vez que o mel possui um bom valor
de comercialização e pode render excelentes lucros para os produtores.

Paulo Sérgio Cavalcanti Costa, professor do Curso CPT Manejo de Apiário


– Mais Mel com Qualidade, destaca que o consumo de mel, no Brasil, tem
crescido em ritmo acelerado, ao mesmo tempo em que as exportações têm
garantido bons preços ao produtor. Para ocupar e ter sucesso neste mercado,
o criador de abelhas precisa ter uma boa infraestrutura e aplicar as melhores
técnicas de manejo.

Um meliponário rentável depende de alguns fatores. Dentre eles, destacam-


se a habilidade de planejamento e de implantação, que são conseguidas
com capacitação de qualidade. Então, o que está esperando para se tornar
um criador de abelhas?

Na Área Apicultura, você encontra diversos Cursos que te capacitarão para


criar abelhas e fazer desse negócio sua principal fonte de renda.

Até o próximo ebook!

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Referências:

ABELHAS, Associação Brasileira de Estudo das. Produção de mel no


Brasil cresceu 8,5% em 2019. 2020. Disponível em: https://abelha.org.br/
producao-de-mel-no-brasil-cresceu-85-em-2019/. Acesso em: 08 fev. 2021.

ABELHAS, Criar. Introdução sobre Técnicas de coleta e beneficiamento


de mel. s/. Elaborado por Rafael. Disponível em: https://www.criarabelhas.
com.br/introducao-sobre-tecnicas-de-coleta-e-beneficiamento-de-mel/.
Acesso em: 10 fev. 2021.

COPAS, Meliponário Dama de. História dasAbelhas no Brasil. 2010. Elaborado


por Kalhil Pereira França. Disponível em: https://meliponariodamadecopas.
blogspot.com/p/do-ponto-de-vista-historico-ate_12.html. Acesso em: 08 fev.
2021.

RURAL, Revista Globo. Como criar abelhas sem ferrão. 2014. Elaborado
por Cristiano Menezes. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/
vida-na-fazenda/como-criar/noticia/2014/01/como-criar-abelhas-sem-ferrao.
html. Acesso em: 10 fev. 2021.

TÉCNICAS, Centro de Produções. Abelhas - espécies sem ferrão e com


ferrão. 2013. Elaborado por Andréa Oliveira. Disponível em: https://www.cpt.
com.br/cursos-criacaodeabelhas/artigos/abelhas-especies-sem-ferrao-e-
com-ferrao. Acesso em: 10 fev. 2021.

VILLAS-BÔAS, Jerônimo. Manual Tecnológico: Mel de Abelhas sem


Ferrão. Brasília – DF. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
Brasil, 2012. 96 p.; il. - (Série Manual Tecnológico).

WIKIPEDIA. Lista de abelhas sem ferrão do Brasil. s/. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_abelhas_sem_ferr%C3%A3o_do_
Brasil. Acesso em: 10 fev. 2021.

___________. Meliponicultura. s/. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/


wiki/Meliponicultura. Acesso em: 10 fev. 2021.

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