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Bolha do Alicate

A bolha do alicate foi uma bolha especulativa ocorrida no mercado


financeiro brasileiro em 2011. O nome "alicate" deu-se pelo fato da bolha
envolver a empresa gaúcha, fabricante de alicates e produtos de
cozinha, Mundial S.A..
O escândalo ocorreu no segundo trimestre de 2011 quando as ações da
Mundial valorizaram em torno de 1.600% no ano, elevando o valor de mercado
da empresa de 77 milhões de reais para mais de 1,4 bilhões de reais em
poucos meses. Com o estouro da bolha as ações da Mundial caíram mais de
85% em apenas uma semana e em menos de um ano a empresa registrou seu
menor valor de mercado histórico.
O plano de manipulação das ações da Mundial nascido ao final do ano de
2010, quando Michael Ceitlin (presidente da empresa) teria montado um
projeto de “comunicação com o mercado”. Parte do plano era maquiar os
números da empresa.

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1.  Revista Exame (22 de julho de 2011). A bolha do alicate da Mundial


As ações da Mundial, tradicional fabricante de alicates, tiveram uma
valorização de 1 400% em 2011 — e ninguém consegue explicar o que está
acontecendo.
Na história das bolhas financeiras, já houve de tudo um pouco. Tulipas,
ferrovias, empresas de internet, casas: de tempos em tempos, uma modalidade
de investimento fica tão na moda que os preços começam a disparar e se
afastar da realidade e a volta à normalidade costuma ser traumática. Pois o
Brasil está dando, em 2011, sua contribuição à história das manias financeiras.
A euforia é tamanha que a ação da Mundial, até o fim do ano passado ignorada
pelos grandes investidores, acabou se tornando uma das cinco mais
negociadas do pregão em alguns dias, superando até mesmo a Petrobras.

2.  Portal UOL (4 de dezembro de 2012). Caso Mundial: justiça


denuncia 10 pessoas envolvidas na "bolha do alicate"
SÃO PAULO - O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul ofereceu
denúncia na última sexta-feira (30) contra dez pessoas, pelos crimes de
formação de quadrilha e manipulação do mercado, sendo duas dessas
pessoas acusadas também de "insider trading" - uso de informação privilegiada
- envolvendo as ações da Mundial (MNDL3). 
Segundo informações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgadas
na tarde desta terça-feira (4), além de penas de prisão, os denunciados
poderão ser condenados a penas de multa que podem atingir até três vezes o
lucro obtido com as irregularidades. Procurado pelo Portal InfoMoney, a
assessoria de imprensa da CVM não soube especificar quem são os acusados.

3. Escândalo da Mundial na Bovespa. Revista Exame. 13 de junho de


2012. Consultado em 12 de setembro de 2015
Um inquérito da Polícia Federal, a que EXAME teve acesso, conclui que uma
fraude está por trás da alta de 2 950% das ações da fabricante de válvulas,
alicates e esmaltes Mundial.
Segundo o inquérito da PF, o esquema tinha como objetivo valorizar
artificialmente as ações da Mundial. Antes da fraude, a empresa era
inexpressiva na Bovespa. Seu valor de mercado não passava de 80 milhões de
reais, o que fazia dela uma das 90 menores empresas da bolsa.
Além disso, seus papéis valiam centavos, não eram acompanhados por quase
nenhuma corretora e recebiam pouquíssimas ordens de compra e venda.
Depois da atuação deles, essa história mudou. Em junho do ano passado, por
exemplo, o volume de negócios com as ações da Mundial superou o de
Petrobras, OGX e Itaú.
Entre fevereiro e julho de 2011, as ações da empresa subiram 2 950%. No
mesmo período, o Ibovespa caiu 13%. Tinha cheiro de fraude. E, segundo a
PF, era — o fenômeno foi apelidado pelo mercado de “bolha do alicate”.

4. Infomoney (4 de dezembro de 2012). Ministério Público denuncia 10


por "bolha do alicate"
Envolvidos são acusados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul de formação
de quadrilha, manipulação de mercado e "insider trading" com ações da Mundial.
Em novembro de 2012, o Ministério Público Federal do Estado do Rio Grande
do Sul denunciou dez pessoas que estariam envolvidas na bolha do alicate.
Todas elas foram denunciadas por formação de quadrilha e manipulação do
mercado financeiro e duas delas, além dessas acusações, também foram
acusadas de uso de informação privilegiada. Entre eles estão o presidente da
Mundial na época dos fatos, Michael Ceitlin, e os agentes autônomos de
investimento, autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários.
Em abril de 2013, os dez denunciados foram absolvidos, em primeira instância,
quanto ao crime de formação de quadrilha, onde dois dos denunciados
realizaram acordo para suspensão condicional do processo, e os demais ainda
respondem pelos crimes de manipulação de mercado e uso de informação
privilegiada.

5. Revista Exame (27 de abril de 2013). O crime compensou no caso


da Mundial e da bolha do alicate?
Dez pessoas foram consideradas culpadas pelo escândalo de manipulação de
ações da Mundial, mas a punição para a “bolha do alicate” pode ser branda.
EXAME obteve com exclusividade a primeira decisão da Justiça a respeito
do escândalo da valorização das ações da fabricante de alicates e produtos de
beleza Mundial — mais conhecido como “bolha do alicate”. Em 2011, os papéis
subiram quase 3 000% e chegaram a estar entre os mais negociados da
Bovespa.
Passada a euforia, descobriu-se que havia muito mais por trás da valorização
do que a história de uma empresa que estava passando por uma
“reestruturação”, como diziam seus executivos.
As ações caíram 98%, o  caso foi investigado pela Polícia Federal e, em
dezembro de 2012, o Ministério Público Federal entregou à Justiça uma
denúncia em que dizia haver provas para a condenação de dez pessoas, entre
assessores de investimento e Michael Ceitlin, presidente da Mundial.
Em abril, a Justiça decidiu que todos são culpados — mas, num desenrolar
típico do sistema legal brasileiro, podem não ser presos. Pior: podem sair
dessa sem uma multa sequer.

O escândalo da Mundial S.A mostrou exatamente o que o investidor não


se deve fazer no mercado de ações, não vale a pena entrar em euforia
comprando ações de uma empresa pouco conhecida, por mais que a
empresa venha disparando ao anunciar boas notícias, especialmente se
elas estiverem apresentando fortes ganhos no passado recente.
O principal erro dessa empresa foi à manipulação das ações no mercado
financeiro e o uso privilegiado de informações, saída encontrada pela
empresa na época para pagar dividas adquirida com outras empresas.
Outro erro grave foi os Agentes Autônomos de Investimentos infringirem
as regras da CMV usando o próprio nome para acabarem vendendo ações
para clientes e até mesmo amigos próximos.

No mercado de ações agindo dessa forma, além de ser muito ariscado,


acaba sendo muito difícil obter credibilidade e confiança novamente no
mercado.
Como CEO pessoa a frente da governança, eu acreditaria em apenas
continuar as vendas dos produtos, com o longo prazo ir limpando aos
poucos o nome da empresa, pois, por mais que o escândalo tenha sido
grande os produtos da empresa são bons e muito reconhecidos por seu
nome, investindo em uma jogada de marketing dos produtos com o
tempo o escândalo abafaria, crescendo assim uma parceria e um novo
crédito com clientes e funcionários.

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