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Clipping 16/01/2024

Notícias:

1) Shein dá mais um passo rumo ao IPO nos Estados Unidos


2) A Artifact, dos fundadores do Instagram, naufragou. Mas deixa uma grande lição
3) L’Oréal adquire GJOSA, startup de tecnologia ambiental e economia de água
4) Fintech sergipana iCred aposta em “agentes autônomos” para crescer na antecipação do
FGTS e no consignado do INSS
5) Depois do fim do DOC e da TEC, próximo a ser “eliminado” pelo Pix será o débito automático
6) Rodadas maiores somem e startups latinas captam 50% menos

Shein dá mais um passo rumo ao IPO nos Estados Unidos


Varejista chinesa obteve aprovação de órgãos reguladores do seu país para seguir com
seu plano de abrir capital em bolsas americanas. Mas ainda tem barreiras a superar para cumprir
esse destino
A Shein está mais próxima de abrir capital nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira, 12 de
janeiro, a varejista chinesa obteve aprovação de órgãos reguladores da China para prosseguir
com sua proposta de IPO em bolsas de valores americanas, conforme reportado pela
agência Reuters.
A aprovação dos reguladores chineses era um passo importante para a companhia, uma
vez que as relações entre Estados Unidos e China estão estremecidas e muitas companhias
asiáticas enfrentam dificuldades para seguirem operando no mercado americano.
O pedido de IPO da Shein foi registrado nos Estados Unidos em junho do ano passado.
Avaliada em US$ 66 bilhões, a companhia chinesa mira uma avaliação pública acima de US$ 90
bilhões. Ainda não se sabe quanto a empresa pretende levantar com a oferta de ações.
Apesar da primeira barreira ter sido superada, a Shein ainda tem um longo caminho pela
frente. Para abrir capital na Nasdaq ou na Nyse, que disputam uma corrida pelos IPOs em 2024,
a companhia agora precisa convencer os órgãos reguladores dos Estados Unidos.
Como parte desse esforço, a empresa vem tentando se afastar de acusações de
irregularidades em sua operação. As principais acusações são de trabalho forçado em sua linha
de produção e uso indevido de propriedade intelectual de designers independentes.
A Shein também enfrenta problemas em relação à matéria-prima de suas roupas. Uma
investigação nos Estados Unidos apontou que o algodão utilizado nas peças vinha da região de
Xinjiang, na China, onde existem evidências de tortura e de trabalho forçado.
O presidente americano Joe Biden já havia proibido a importação de algodão do local,
com base nessas questões e na alegação de que a China promove um genocídio étnico contra
as minorias mulçumanas na região. Contudo, especialistas apontam que o material continua
atravessando as fronteiras americanas.
O crescimento da Shein nos Estados Unidos também preocupa os reguladores locais na
competição no varejo de moda. Até a Amazon está sofrendo com a concorrente chinesa e já
anunciou uma redução nas taxas cobradas dos sellers em sua plataforma.
No Brasil, o governo local deu uma resposta a Shein após Geraldo Alckmin afirmar, no
fim de novembro, que estuda um imposto para compras internacionais de até US$ 50. A
declaração gerou um impacto imediato nas ações de Guararapes (controladora da Riachuelo),
Marisa, Lojas Renner e C&A.
A Shein não revela muitos dados de sua operação. No ano passado, a companhia
informou ao mercado que poderia comercializar mais de R$ 1 bilhão em mercadorias no
mercado brasileiro até o fim de 2023 e contabilizando apenas seu marketplace. Na época, a
plataforma de vendas lançada três meses antes já contava com 6 mil sellers e um volume total
de vendas próximo de R$ 500 milhões.

Link: https://neofeed.com.br/negocios/shein-da-mais-um-passo-rumo-ao-ipo-nos-
estados-unidos/

A Artifact, dos fundadores do Instagram, naufragou. Mas deixa uma grande lição
Criada por Kevin Systrom e Mike Krieger, a Artifact, uma rede social de notícias com curadoria,
“fecha as portas” e mostra que não existe sucesso garantido e que o custo da inovação é o
fracasso

Criada há um ano pelos fundadores do Instagram, o americano Kevin Systrom e o


brasileiro Mike Krieger, a Artifact se propunha a ser uma rede social de notícias com curadoria
da inteligência artificial.
Com a “epidemia” de fake news que afetou outras redes sociais, parecia uma boa
ideia. E, quem conhece os dois empreendedores de perto, acredita que a ideia foi bem
executada.
Mas, como bem definiu Daniel Chalfon, sócio da Astella Investimentos, em um post no
LilnkedIn, a ideia “não encontrou mercado além dos early adopters”. E concluiu: “Product
market fit é tudo.”
Um ano depois de criada, a Artifact está "fechando as portas”. Em outras palavras,
Systrom e Krieger, depois de se consagrarem com o Instagram, que foi comprado por US$ 1
bilhão pelo Facebook, em 2012, fracassaram.
A palavra “fracasso” na cultura ocidental tem uma carga negativa muito forte. É uma espécie
de fim da linha sem saída. Um atestado de incompetência. Mas, no mundo das startups, o
custo da inovação é fracassar, como Kevin Systrom e Mike Krieger.
“Falhar faz parte da vida de todos e é uma das partes duras, porém cotidianas, no ciclo
de construção da inovação. Mesmo empreendedores experientes, em suas novas iniciativas,
estão sujeitos a elas”, pontua Chalfon.
O próprio Systrom, em um post no Medium, em que anuncia o fim da Artifact,
acrescenta um ponto que também vale a reflexão sobre as razões de desistir de um projeto em
que se gastou dinheiro e energia.
“É fácil para as startups ignorarem esta realidade, mas muitas vezes tomar a decisão
difícil mais cedo é melhor para todos os envolvidos. O maior custo de oportunidade é o tempo
trabalhando em coisas mais novas, maiores e melhores, que tenham a capacidade de alcançar
muitos milhões de pessoas”, escreveu ele.
Isso é quase um mantra dos empreendedores que investem em inovação: falhe rápido. E parta
para a próxima. “O ciclo continua”, diz Chalfon. No caso de Systrom, ele deixa algumas pistas
sobre seu próximo passo: a inteligência artificial.
Nunca é demais lembrar a história de Jimmy Wales. Para quem não o conhece, basta
dizer que ela é o criador da Wikipedia, a enciclopédia online que, em sua época, provocou uma
revolução na maneira de pesquisar informações.
Mas pergunte a Wales uma coisa que ele tem competência. Sem ironia, ele responde
que é bom, muito bem mesmo, em falhar. Antes da Wikipedia, Wales se aventurou em três
negócios. E todos eles fracassaram.
A primeira ideia de Wales que não deu certo foi um site no qual as pessoas poderiam
pedir comida diretamente para os restaurantes em Chicago, nos Estados Unidos, em meados
dos anos 1990.
Não deu certo porque a internet estava apenas começando. O iFood está aí para
comprovar que, nesse caso, o “timing” de Wales estava errado.
O segundo projeto a falhar foi um buscador quando o Google estava dando os
primeiros passos, cujo modelo de negócio era cobrar pelos cliques ou enviar tráfego para
alguns sites, dando créditos. Mais uma vez, uma boa ideia, no tempo errado.
O terceiro projeto que não deu certo foi a gênese da Wikipedia. Wales criou uma
enciclopédia online escrita apenas por especialistas e doutores. Ele gastou US$ 250 mil só para
os 12 primeiros artigos e naufragou mais uma vez.
Wales está aí para provar que o custo da inovação é o fracasso. Mas falhe rápido e não
repita os erros.

Link: https://neofeed.com.br/inovacao/a-artifact-dos-fundadores-do-instagram-
naufragou-mas-deixa-uma-grande-licao/

L’Oréal adquire GJOSA, startup de tecnologia ambiental e economia de água


L'Oréal já havia iniciado uma parceria com a Gjosa para criar um sistema sustentável para lavar
cabelos

A L’Oréal anunciou que assinou um acordo para adquirir as ações pendentes da Gjosa,
empresa pioneira em tecnologia de fracionamento de água, com sede na Suíça. A L’Oréal já havia
iniciado uma parceria com a Gjosa para criar um sistema sustentável para lavar cabelos através
de um dispositivo profissional chamado ‘L’Oréal Water Saver’, nomeado na lista de “100
Melhores Invenções do Ano” da revista TIME em 2021. O valor da aquisição não foi revelado,
está sujeita às condições precedentes padrão e deverá ser concluída nas próximas semanas.
A tecnologia de fracionamento do fluxo de água patenteada pela Gjosa e utilizada no
L’Oréal Water Saver, permite aos salões de beleza reduzir o consumo de água no lavatório em
até 69% e ainda proporcionar aos clientes uma experiência agradável e completa de lavagem de
cabelo. Desde 2023, o dispositivo sustentável foi implementado em mais de 10 mil salões de
beleza profissionais em toda a Europa e no Oriente Médio, ajudando a economizar mais de 182
milhões de litros de água, equivalente a 72 piscinas olímpicas. O plano é continuar essa expansão
para mais de 200 mil salões em todo o mundo nos próximos anos.
L’Oréal investiu na Gjosa
A L’Oréal anunciou inicialmente um investimento minoritário na Gjosa em 2021 por
meio de seu fundo de capital de risco corporativo, BOLD (Business Opportunities for L’Oréal
Development). Esta aquisição reforça ainda mais os compromissos do programa L’Oréal para o
Futuro, incluindo uma abordagem abrangente e baseada na ciência para a gestão da água,
garantindo que as atividades do Grupo sejam respeitosas com os limites planetários definidos
pela comunidade científica. O objetivo desta aquisição é inovar e expandir várias aplicações da
tecnologia da Gjosa para a área da beleza, ao mesmo tempo em que protege o valioso e
desejado recurso que é a água.
“Adquirir a Gjosa fortalece ainda mais nossa capacidade de incorporar a
sustentabilidade diretamente em nossos produtos e serviços, permitindo-nos integrar de
maneira contínua a tecnologia de conservação de água em novas formulações e inovações de
Beauty Tech”, diz Nicolas Hieronimus, CEO do Grupo L’Oréal. “Juntos, podemos expandir
rapidamente as soluções de beleza sustentáveis com desempenho aprimorado, que requerem
menos recursos, e introduzi-las no amplo ecossistema de beleza.”
“Até 2030, espera-se que quase 60% da população mundial enfrente escassez de água.
A combinação de ciência e tecnologia desempenhará um papel vital em nossos esforços para
proteger esse recurso valioso. Tanto a L’Oréal quanto a Gjosa estão firmemente comprometidas
com o meio ambiente, proporcionando as melhores experiências de beleza às pessoas ao redor
do mundo, ao mesmo tempo em que conservam os preciosos recursos hídricos”, afirma Barbara
Lavernos, Vice-CEO responsável por Pesquisa, Inovação e Tecnologia do Grupo L’Oréal.
Segundo a executiva, com a Gjosa oficialmente integrada à L’Oréal, será possível
acelerar a pesquisa e inovação e lançar no mercado soluções Beauty Tech inovadoras e
sustentáveis para os mercados profissional e de consumidores.

Link: https://startupi.com.br/loreal-adquire-gjosa/

Fintech sergipana iCred aposta em “agentes autônomos” para crescer na antecipação


do FGTS e no consignado do INSS
Com mais de 1 milhão de clientes, empresa prevê atingir uma carteira de crédito de R$ 2,5
bilhões até o fim de 2024, diz o CEO Túlio Matos

Fundada há dois anos, em Aracaju, capital de Sergipe, a iCred tem como carro-chefe a
antecipação de saque do FGTS. Com mais de 1 milhão de clientes em 5.248 municípios
brasileiros (94% do total no país), já originou mais de R$ 1 bilhão nessa linha e prevê atingir uma
carteira ativa de pelo menos R$ 2,5 bilhões até o fim de 2024 — hoje são cerca de R$ 800
milhões. “É ousado”, reconhece Túlio Matos, CEO e cofundador da fintech.
Em entrevista exclusiva ao Finsiders, numa de suas passagens pela capital paulista, o
empreendedor não esconde a empolgação com o crescimento do negócio criado por ele e os
três irmãos — Júlio, Pedro e Thiago. Até hoje, a fintech vem sendo financiada por recursos da
família, gera caixa e dá lucro desde agosto de 2022, segundo Túlio.
Em meio a fortes concorrentes como C6 Bank, Banco Pan e Safra, entre outros, a iCred
aposta no que chama de rede de “agentes autônomos de crédito” para crescer em modalidades
de empréstimo pessoal com garantia. O modelo se assemelha ao desenhado pela XP e depois
seguido por diversos players da indústria de investimentos.
No caso da iCred, os agentes são correspondentes bancários, empresas contratadas por
bancos e outras instituições financeiras reguladas pelo Banco Central (BC) para prestar serviços
a seus clientes. Hoje, são 25 mil parceiros com a ambiciosa expectativa de chegar a 100 mil até
o fim do ano. De acordo com Túlio, dos 10 maiores originadores desse mercado, 7 já são
parceiros da iCred.
“Nosso papel é fazer a curadoria dessas empresas. Aqui a regra é clara: quando errou,
eu bloqueio e pergunto depois. O que é errar? Venda mal feita, ou seja, sem explicar todos os
detalhes do produto para o cliente”, explica o CEO. “Desde o D0, colocamos o ‘bode na sala’,
enviando mensagem para os clientes não aceitarem nenhuma cobrança adicional, por
exemplo.”
Evolução
Com essa rede B2B2C, a iCred soma atualmente mais de 1 milhão de clientes ativos, de
uma base total de mais de 4 milhões de cadastrados. Ao todo, essas pessoas já fizeram mais de
13 milhões de simulações, o que gerou cerca de 2 milhões de propostas de crédito. “Só
originamos se vemos que a pessoa tem capacidade de pagar. Leia-se, saldo no FGTS ou margem
necessária junto ao INSS”, afirma o CEO.
Com quase 6% de penetração no público que já antecipou o saque do FGTS no Brasil, a
iCred entrou no consignado para aposentados e pensionistas do INSS no ano passado, mas com
cautela. “Liberamos em grupos de controle para ir modelando o produto porque é um ‘bicho
mais nervoso’ em qualidade de originação”, diz Túlio.
O plano neste ano é ganhar corpo nesta modalidade, que tem Pan e Safra como alguns
dos principais players no canal correspondente bancário. “Vamos incomodar até o fim do ano”,
enfatiza o CEO. Além disso, a intenção é lançar novos produtos, como o refinanciamento em
fevereiro, a portabilidade de crédito entre março e abril e o cartão de crédito consignado no
segundo semestre.
Esse último projeto, aliás, estava previsto para 2023, mas não rolou. “Foi muito
ambicioso colocar como meta para o ano passado”, reconhece Túlio. “Esse produto tem uma
camada regulatória mais densa porque não é só crédito consignado, é um meio de pagamento,
com todo um ecossistema: bandeira, processamento etc.”, diz o empreendedor.
Novo FIDC
Para avançar na originação de crédito, a iCred vem fortalecendo as estruturas de funding
(financiamento). Em outubro do ano passado, anunciou a captação de um FIDC de R$ 100
milhões. Agora, está em fase de estruturação de um novo fundo, sua primeira oferta pública,
com previsão de lançamento em março. “Será o primeiro produto dessa natureza a receber
rating de uma casa internacional”, afirma Túlio.
Além disso, o CEO diz que vem conversando com casas especializadas em captação e M&A para
avaliar oportunidades de levantar recursos, via equity (vendendo participação no negócio) ou
dívida.
Em outra frente, a iCred está testando uma ferramenta para atendimento aos clientes
por meio do WhatsApp. A solução combina o Flows, recurso da Meta que permite às empresas
construírem experiências nativas no app de mensagens, com a inteligência artificial (IA)
generativa do Chat-GPT, da OpenAI. “Em fevereiro, sairá da versão beta”, revela o CEO.
De pai para filhos
Novata como plataforma, a iCred é uma evolução da promotora de crédito Vida Nova,
fundada pelo engenheiro Júlio César Cardoso de Matos, pai de Túlio, em 2005 na cidade de
Nordestina (BA), com 13 mil habitantes e a 259 km da capital Salvador.
Hoje, o Grupo Vida Nova (GVN) está em mais de 400 cidades com sua rede de marketing
de afiliação que supera 27 mil membros. A própria iCred mantém uma forte relação com a
“empresa-mãe” — 40% dos negócios ainda são originados pela GVN. Mas a fintech espera
continuar cortando o “cordão umbilical”. Assim, a intenção é chegar a uma participação de 15%
a 20% até o fim do ano, diz Túlio.
Trabalhando desde os 15 anos no negócio da família, o empreendedor acompanhou o
desenvolvimento do mercado de crédito consignado, criado em 2004, e seu impacto num
pequeno município. “O consignado foi transformacional principalmente para quem está nos
rincões do país. Era a única chance para muitas pessoas de comprar a primeira geladeira, por
exemplo”, relembra.
Mercado atraente
Atualmente, o consignado representa 70% do saldo de crédito pessoal com recursos
livres no Brasil, conforme dados do Banco Central. Juntos, as linhas para servidores públicos e
INSS respondem por mais de 93% desse mercado. Desde setembro de 2022, a inadimplência
tem se mantido próxima a 2%, o que justifica o apetite de um grupo cada vez maior de fintechs.
Uma delas é a soteropolitana Konsi, que montou um comparador de crédito consignado
público. “Os correspondentes bancários, via de regra, têm call center para sustentar, e não
oferecem autosserviço. No nosso caso, a própria pessoa simula e contrata o crédito pelo app.
Cabe a nós acompanhar a operação”, disse o co-CEO Bruno Barreto, em entrevista ao Finsiders
há cerca de quatro meses.
Grandes players, como Nubank e PicPay, também vêm aumentando a ofensiva no
mercado de consignado público.

Link: https://finsiders.com.br/exclusivo/fintech-sergipana-icred-aposta-em-agentes-
autonomos-para-crescer-na-antecipacao-do-fgts-e-no-consignado-do-inss/

Depois do fim do DOC e da TEC, próximo a ser “eliminado” pelo Pix será o débito
automático
As transações com o meio de pagamento instantâneo cresceram mais de quatro vezes em dois
anos, segundo o BC

Não são apenas os participantes do BBB 24 e os famosos do Instagram que estão sendo
eliminados neste começo de ano. As transferências via DOC (Documento de Ordem de Crédito)
e TEC (Transferência Especial de Crédito) estão com os dias contados para seu “cancelamento”.
O próximo a deixar o jogo deve ser o débito automático. A partir de meados deste ano, o Pix
deve substitui-lo com vantagens, segundo especialistas.
A matéria é do site parceiro Fintechs Brasil.
O responsável pelas eliminações é o sistema de pagamentos instantâneo do Banco
Central, o Pix. A substituição favorece os pagadores, uma vez que o Pix não cobra taxa nas
transferências entre pessoas, e cobra taxas menores nas operações com empresas. As
instituições associadas à Febraban deixarão de oferecer DOC e TEC na próxima segunda-feira
(15), mas essas transferências poderão ser agendadas até o dia 29 de janeiro.

Segundo dados do Banco Central, dezembro fechou com mais de 4 bilhões de


transações, quase quatro vezes mais do que em janeiro de 2022 (1,3 bilhões).
Conforme levantamento da fintech Asaas, em 2022, por exemplo, os clientes utilizaram o Pix em
aproximadamente 3 milhões de transações. Em 2023, o uso do Pix foi registrado em 17,3 milhões
das transferências financeiras, – ou seja, um aumento expressivo de 433% na escolha dessa
modalidade. Em 2022, o pagamento instantâneo foi escolhido para 27,506 milhões de faturas
emitidas pelo sistema Asaas. Já em 2023, esse número triplicou, chegando a alcançar a marca
próxima de 114,104 milhões de transações, representando um crescimento de 314,82% no uso
do Pix.
Para Piero Contezini, CEO e fundador da fintech Asaas, “as empresas dos setores
financeiro e tecnológico estão desempenhando um papel fundamental ao aprimorar as soluções
tradicionais”.
“A agenda do PIX deve começar a trazer outras funcionalidades antes só encontradas
em produtos mais caros, como o boleto e as maquininhas, diminuindo custos operacionais e
deixando os negócios mais ágeis e performáticos”, lembra Marilyn Hahn, CRO e cofundadora
do Bankly.

Vantagens do Pix
O Pix Automático, que tem seu lançamento programado para outubro de 2024, visa
simplificar pagamentos recorrentes, funcionando de maneira semelhante ao cartão de crédito
automático, mas com a vantagem da instantaneidade nas transações.
Esse tipo de pagamento já ocorre pelo débito automático mas, na avaliação do Banco Central, o
Pix automático terá a capacidade de alcançar mais pessoas. Hoje, para que uma empresa ofereça
a possibilidade de pagamento por débito automático, precisa ter convênio com cada instituição
financeira que permita isso.
Com o Pix Automático, a corporação não precisará ter contrato com cada órgão
financeiro. Basta fazer um único acordo com um banco que esteja oferecendo essa modalidade.
Mariana Prado Lisboa, sócia na área de Meios de Pagamento e Fintechs do escritório Barcellos
Tucunduva, concorda com a visão do BC sobre o aumento do alcance com o Pix automático.
“Antes do Pix, nós já tínhamos transferências eletrônicas através de TED e o DOC. Contudo, com
a introdução do Pix, tivemos uma escala maior das transferências eletrônicas, pela facilidade de
uso, baixas tarifas (às vezes inexistentes) e aumento de instituições oferecendo o serviço. Com
o Pix automático, a expectativa é a mesma: ganhar maior alcance dos pagamentos recorrentes
pela facilidade no uso do Pix Automático pelo pagador, garantia de recebimento do Recebedor
e custo reduzido. O Pix já caiu no gosto do brasileiro. O Pix automático, sem dúvida, seguirá o
mesmo caminho”, avalia.

Modo “off”
Já para Paulo Portuguez, sócio do Jantalia Advogados e especialista em Direito Bancário,
Criptoativos e Meios de Pagamento, ainda é cedo para saber se o Pix vai “engolir” outras formas
de pagamento, mas ua capilaridade e popularidade são inegáveis. “Houve uma clara preferência
pelo Pix, mas ainda é preciso aguardar como a indústria vai inserir essa novidade em seus
modelos de negócio”, esclarece.
Para Mariana, do escritório Barcellos Tucunduva, o Pix poderia avançar na
funcionalidade offline. “Acredito que o Pix offline seria uma funcionalidade importante que
ainda falta no Pix. Poder fazer pagamentos, mesmo sem acesso à internet. Em algumas regiões
ou situações a pessoa pode estar fora da rede e, com isso, não conseguir concluir o pagamento”.
Ela também diz que o Pix internacional enfrenta entraves tecnológicos e cambiais, mas acredita
que, quando implementado, irá facilitar e reduzir custos de transações internacionais.

Um pouco de história
O DOC surgiu no sistema bancário brasileiro em 1993 pelo Banco Central. Hoje, é um
meio de transferência utilizado para valores até R$ 4.999,99. As transações via DOC geralmente
levam um dia útil para serem efetivadas e estão limitadas a uma conta por vez.
Já a TEC, que nasceu no mesmo ano como uma alternativa ágil ao DOC, mantém o mesmo limite
de valor. Porém, diferentemente do DOC, as transferências via TEC são concluídas até o final do
dia em que a ordem foi dada. Além disso, essa modalidade também permite operações
simultâneas de transferência para diferentes contas.
Ambos os sistemas tinham o objetivo de facilitar transferências entre as instituições
financeiras, buscando maior agilidade e eficiência nas transações bancárias. Entretanto, com a
evolução tecnológica, a sociedade desenvolveu novas necessidades. Isso fez com que, ao longo
dos anos, as modalidades perdessem espaço no mercado para outros meios de pagamento,
como o Pix.
Link: https://finsiders.com.br/noticias/regulacao/pix/depois-do-fim-do-doc-e-da-tec-
proximo-a-ser-eliminado-pelo-pix-sera-o-debito-automatico/
Rodadas maiores somem e startups latinas captam 50% menos
Em um ano de ressaca no mercado de investimentos global, com ajustes de liquidez, alta
de juros e incertezas macroeconômicas, as startups da América Latina captaram US$ 3,3 bilhões
em 748 rodadas de equity ao longo de 2023, de acordo com o mais recente relatório da
plataforma Sling Hub, com dados até o dia 10 de dezembro. Os resultados preliminares do ano
indicam uma queda de 50% no volume de investimentos captados e de 21% no número de
rodadas no comparativo ano a ano.
“Um ponto que sempre impacta na queda de volume de investimento de startups é as
captações grandes”, afirma João Ventura, fundador e CEO da Sling Hub, em conversa com o
Startups. “Cerca de 80% do dinheiro captado ao ano pelas startups latinas vem de poucas
rodadas, ou seja, um número pequeno de grandes operações. E essas foram as que mais
sofreram nos últimos dois anos.”
Ele explica que, em 2022, a América Latina registrou 29 megarounds (rodadas acima de
US$ 100 milhões), número que caiu para sete em 2023. No Brasil, a redução foi de 11 para
quatro no mesmo período. “As startups grandes estão sendo as mais afetadas por toda
diminuição no mercado. Basicamente, o que ocasionou a queda de volume captado em 2023 foi
ter menos rounds grandes”, avalia o executivo.
Vale destacar que dos 29 megarounds de 2022, seis tiveram o SoftBank entre seus
investidores. Já em 2023, o conglomerado japonês se manteve um tanto “mansinho”, segurando
a mão na hora de assinar os cheques. Dos sete megarounds de 2023, o SoftBank não participou
de nenhum. Ainda segundo a Sling Hub, o fundo realizou apenas um investimento na América
Latina em 2023, ao liderar a série A da HRTech chilena Rankmi, sem valor divulgado.

‘Ressaca’

O Brasil respondeu por 58% de todo o volume captado pelas startups latinas em
2023. Nossas startups captaram US$ 1,9 bilhão neste ano, distribuídos em 435 rodadas de
equity. A participação brasileira nos aportes em toda a região se manteve dentro da média dos
últimos anos. Assim, respondeu por 61% do volume captado em 2020, 59% em 2021 e 50% em
2022.
Marcio Zarzur, general partner da DOMO.VC, observa que a redução de investimentos
em 2023 não é nenhuma grande novidade. “Este movimento é natural em um cenário de juros
mais altos e especialmente considerando a ‘ressaca’ após um período de bonança excessiva. O
que nos anima é que a qualidade dos negócios que estão sendo criados é consideravelmente
mais alta e os modelos de negócio mais sólidos, já visando break-even desde o início da fundação
da companhia”, considera.
Fintech, sem muitas surpresas, segue sendo o segmento de mercado mais aquecido,
embora tenha enfrentado uma redução de 45% em investimentos em 2023. Em segundo lugar,
o levantamento da Sling Hub aponta para as proptechs, que captaram US$ 380 milhões ao longo
do ano. Mas o destaque do ano vai para as biotechs, o único setor entre os quatro maiores em
volume de investimentos Latam que apresenta crescimento ano a ano, tanto em rodada de
equity quanto no total considerando os investimentos de dívida. As biotechs representaram seis
das 24 rodadas acima de US$ 20 milhões na região, sendo três delas no Brasil.
O que esperar de 2024 para as startups latinas?
Segundo Marcio, da DOMO.VC, as perspectivas para a indústria de 2024 são otimistas,
principalmente pela tendência de queda de juros nos Estados Unidos – o que melhora o cenário
para investimentos alternativos em todo o mundo. “Uma queda nas taxas aqui torna os ativos
de risco mais atrativos e motiva novos empreendedores a construírem negócios”, afirma o
executivo. Além disso, ele cita a revolução tecnológica trazida por inteligência artificial (IA), que
deve impactar a maior parte das indústrias tradicionais, que ganharão ainda mais eficiência e
redução de custo em seus processos.
Ele observa que ainda há espaço para fintechs focadas no mercado B2B, especialmente
no que diz respeito à bancarização e Open Finance para pequenas e médias empresas (PMEs).
“Seguimos bastante animados com soluções que auxiliem pequenos empreendedores. Negócios
que tragam eficiência para este universo costumam fidelizar o usuário com facilidade e geram
um resultado enorme relativo ao custo do serviço”, acrescenta.
Ainda assim, empreendedores não devem esperar que os níveis de investimento
retornem ao patamar de 2021 ou até mesmo de 2020. “Muitos fundos estão priorizando
rodadas internas e fazendo aportes bridge em seu próprio portfólio para garantir que suas
empresas tenham o runway necessário para conseguir chegar na próxima fase de crescimento”,
observa Bianca Marinelli, sócia da Alexia Ventures.

IA
Em relação às rodadas externas, o foco será em rentabilidade, recorrência e unit
economics, que serão priorizados no lugar de modelos mais transacionais, com risco de crédito,
margens mais baixas e marketplaces em geral. “Essas são teses super relevantes para o
mercado, mas que estão sendo mais criteriosamente avaliadas. No geral, 2024 ainda será um
ano desafiador, principalmente para rodadas de venture capital. Tanto para os fundos captarem
e construírem seus veículos de investimento quanto para os empreendedores que estão
buscando capital com os investidores”, analisa a executiva.
Se você cansou de ouvir falar em inteligência artificial, tenho más notícias. A opinião
unânime dos especialistas é que essa tecnologia vai seguir avançando com força no próximo
ano. “Há muitos negócios sendo criados com IA que são uma mera interface linkada aos modelos
de IA generativa. O boom de IA se mantém, mas os negócios têm que estar pautados em
fundamento e qualidade de acesso a dados proprietários. Será super importante para os
empreendedores buscarem sua real barreira de entrada e diferenciação de longo prazo”, alerta
Bianca.
Tudo indica que a tecnologia será aplicada em diversas verticais de mercado, com
grandes oportunidades na indústria jurídica, imobiliária e de saúde. “Além disso, o Brasil tem
um potencial de posicionamento importante no mercado de climate techs, em especial no
mercado de crédito de carbono, mas também pensando no setor agrícola e em como otimizar
as cadeias e melhorar o rastreamento dos recursos”, destaca a sócia da Alexia Ventures.
Mais M, menos A
2023 foi o ano de diminuição das aquisições e aumento das fusões. Entre 1 de janeiro e
10 de dezembro, a Sling Hub registrou 177 aquisições (-39% ano a ano) e 30 fusões (+ 30% ano
a ano). Do total de fusões, 23 ocorreram entre duas startups, e apenas sete entre startup e uma
empresa tradicional.

Dados de M&A do relatório da Sling Hub, de 1 de janeiro a 10 de dezembro de 2023

A hipótese para o aumento das fusões, segundo o CEO da Sling Hub, é que esse foi um
movimento para salvar a vida de startups que estariam prestes a fechar as portas. “Empresas
com muita dificuldade de levantar dinheiro têm algumas como fazer uma demissão em massa,
encerrar as operações ou se fundir a uma outra empresa”, explica João Ventura.
A estratégia pode ser vantajosa para as duas pontas. De um lado, a startup que não
conseguiu captar e precisa reduzir os custos e buscar formas para sobreviver. Do outro, uma
startup que não teria dinheiro suficiente para adquirir uma empresa, mas negocia um acordo
societário para unir-se a uma outra companhia. “Olhando para os resultados de queda das
aquisições e aumento das fusões, a gente imagina que o que ocorreu foi uma saída para evitar
a quebra de startups”, analisa o executivo.

União de forças
A teoria é semelhante a dos investidores. “Compradores segurando caixa e mais
seletivos nas aquisições e startups se fundiram para ‘ganhar corpo’, aumentar o balanço e tentar
sobreviver. Empresas que possuem modelos de negócio sustentáveis desde o início não
precisaram passar por isso”, pontua Marcio Zarzur, da DOMO.VC. Bianca Marinelli, da Alexia
Ventures, ressalta que o boom de criação de startups em 2021 e o atual ambiente desafiador
para acesso de recursos fez com que muitas das empresas que hoje estão competindo pelo
mesmo mercado olhassem para o lado e buscassem formas de unir forças para continuar no
jogo.
“Muito mais do que grandes organizações fazendo aquisições, temos visto empresas
pequenas e médias tentando sobreviver e unindo forças com outras que possam ser
complementares na proposta de valor. Ass fusões têm sido uma alternativa à escassez de capital
no mercado”, finaliza a executiva.
Link: https://finsiders.com.br/noticias/mercado/rodadas-maiores-somem-e-
startups-latinas-captam-50-menos/

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