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Clipping (19/01/2024)

I. Hotmart compra plataforma de transcrição e tradução com IA


II. H&CO compra Integrate e Six Consult
III. X8 busca novos investimentos para 2024 e 2025
IV. 'Unicórnio' CloudWalk quer expansão global com lançamento nos EUA
V. Unico contrata ex-CFO da Hapvida
VI. Netflix venceu a guerra do streaming, diz BofA
VII. B3: Brasil tem pelo menos 100 empresas na fila para IPO, diz CEO

Hotmart compra plataforma de transcrição e tradução com IA


A Hotmart — a plataforma usada para a venda de produtos digitais como cursos online — acaba de
adquirir uma startup que usa inteligência artificial para ajudar na transcrição de vídeos e na aplicação
de legendas.
Ao comprar a Reshape, a Hotmart está dobrando sua aposta no impacto transformacional que a IA
terá para a creators economy.
A tecnologia da Reshape também permite traduzir todo o conteúdo dos vídeos – não apenas a
legenda – para outros idiomas.
“Olhamos diversas soluções, e ninguém faz uma transcrição de vídeo melhor do que a Reshape,” o
CEO da Hotmart, João Pedro Resende, disse ao Brazil Journal. “A transcrição deles é melhor que os
serviços do Google, Amazon e Microsoft.”
Para a Hotmart, a transcrição dos vídeos é importante por dois motivos: para aplicar as legendas e
traduzir o vídeo para outro idioma, o que aumenta muito o mercado endereçável do conteúdo de
seus clientes; e, ainda mais importante, para alimentar seus modelos de IA.
“Para ter bons modelos uma das coisas mais importantes é o que você coloca dentro desse modelo,”
disse o CEO. “Um dos nossos produtos em beta é o Hotmart Tutor, que entende tudo que o creator
publica na sua área de membros, aprende com aquilo, e se torna uma cópia do creator para conversar
com seus clientes. Mas para ele funcionar bem, a transcrição dos vídeos que na área de membros
precisa ter uma qualidade muito boa.”
A Reshape foi fundada em 2018 por Bernardo Porto, um velho conhecido de João.
Bernardo empreende desde 2010 em Belo Horizonte – a mesma cidade dos fundadores da Hotmart.
Depois que sua primeira startup, a DeskMetrics, foi adquirida por uma empresa canadense, Bernardo
foi trabalhar na Hotmart como head de produtos, onde ficou quatro anos até fundar a Reshape.
A Hotmart já era um investidor seed da Reshape, juntamente com Diego Gomes, o fundador da
RockContent.
A compra da Reshape vai ser paga em dinheiro e ações. O valor da aquisição não foi revelado.
Bernardo e Márcio Tanure, o outro fundador, se tornarão executivos da Hotmart — o primeiro será o
head de IA; o segundo, um head comercial.
Até aqui, a Reshape operava num modelo de assinatura, vendendo sua solução para companhias de
conteúdo, incluindo a Hotmart, que era um cliente importante. Com a venda, a Reshape vai manter
esses contratos até o final das assinaturas, mas depois a marca deixará de existir e sua tecnologia se
tornará uma feature da plataforma da Hotmart.
O CEO da Hotmart disse que a aquisição faz parte de um entendimento de que a inteligência artificial
terá um impacto brutal na creators economy.
“Essas IAs generativas afetam todo o modelo de produção de conteúdo,” disse ele. “Se antes você
precisava de um esforço X para editar um vídeo, legendar, ou para produzir um texto, hoje esse
esforço é 10, 20 vezes menor.”
Ele diz ainda que a IA generativa não apenas torna os creators mais produtivos como também cria
uma nova onda de creators. “Pessoas que não conseguiam entrar nesse mercado antes agora estão
conseguindo.”
Segundo ele, a Hotmart tem sentido um aumento no número de creators na plataforma e na
quantidade de conteúdos criados — que ele atribui à popularização da IA generativa.
A transação de hoje vem cerca de três anos depois da Hotmart ter feito sua última rodada de capital,
quando levantou US$ 130 milhões numa captação liderada pelo fundo americano TCV.
João Pedro disse que a startup não tem necessidade de mais capital, pois gera caixa desde o início da
operação.
“Se fôssemos fazer alguma rodada seria para trazer algum investidor muito estratégico para o cap
table,” disse ele, acrescentando que não considera um IPO no curto prazo.

Hotmart compra plataforma de transcrição e tradução com IA

H&CO compra Integrate e Six Consult


As duas consultorias especializadas em B1 são parceiras Gold da SAP.
A H&CO, grupo multinacional estadunidense da área de consultoria tributária, anunciou a aquisição
da Integrate e da Six Consult, especializadas na implementação do Business One, software de gestão
para pequenas e médias empresas da SAP.
O valor e os termos da transação não foram divulgados pela companhia.
A Integrate foi fundada em Porto Alegre em 2013, a partir das operações de B1 da ITS e da Quebec,
dois grandes parceiros SAP. Desde 2020, a consultoria é parceira Gold da SAP e está classificada entre
os oito maiores parceiros da plataforma no país.
Já a curitibana Six Consult está no mercado há mais de 10 anos, realizando a oferta de produtos e
serviços para pequenas, médias e grandes empresas.
A companhia também é parceira Gold da SAP e já entregou mais de 500 projetos para mais de 130
clientes.
Com a compra das consultorias, a H&CO passa a integrar 110 novos clientes em sua carteira, além de
ganhar novas unidades em Curitiba e Porto Alegre. As equipes das adquiridas irão atuar na operação
da H&CO.
Por meio da Integrate, a empresa oferecerá a ferramenta Hub Integration, plataforma de integração
como serviço (iPaaS, na sigla em inglês) baseada em nuvem.
Além disso, passará a oferecer o CSA Comissões, que efetua o cadastro da política de
comissionamento sobre as vendas e realiza a apuração das comissões para os vendedores.
Já pela Six Consult, os clientes terão acesso à ferramenta de automação SIX, uma solução voltada para
automatizar o fluxo da informação para os sistemas de gestão.
Com as aquisições, a H&CO espera aumentar em 100% o faturamento deste ano e crescer mais 20%
dentro de sua própria carteira.
Além disso, a expectativa é saltar de 230 para 300 clientes em 2024, alcançando, principalmente, o
segmento de manufatura e o setor automobilístico.
“As aquisições da Integrate Brasil e da Six Consult vêm ao encontro do atual momento de crescimento
e consolidação da H&CO. Estamos integrando a nossa organização a consultorias com amplo
conhecimento e expertise no mercado, as quais nos dão mais certeza e convicção de que estamos no
caminho certo”, destaca Felipe Jacob, diretor geral da H&CO.
A H&CO atua há 32 anos e está no Brasil desde 1999. A empresa é uma das principais de consultoria
em tecnologia e terceirização de serviços profissionais, com mais de 500 colaboradores que já
realizaram mais de 1,5 mil projetos.
Suas especializações são serviços de contabilidade, impostos internacionais, implantação de SAP
Business One e gestão de entidade global.
Atualmente parceira Gold da SAP, a companhia está presente em 15 países, incluindo Índia, Costa
Rica, México, Brasil, Panamá e Colômbia. Entre seus mais de 12 mil clientes, estão Crayola, Avon, Pizza
Hut e Mastercard.

H&CO compra Integrate e Six Consult


X8 busca novos investimentos para 2024 e 2025
A gestora X8 Investimentos está em busca de novas empresas para investir nos próximos dois anos.
Em entrevista ao Startups, o CEO Carlos Miranda, um dos fundadores da companhia, disse que
procura por três ou quatro investimentos para completar o terceiro fundo da casa, que tem como
objetivo alocar recursos em negócios de impacto.
Os dois primeiros fundos da X8 foram focados em empresas de médio porte (middle market), com
rápido crescimento. O novo fundo irá manter esses critérios, adicionando como último filtro o
potencial de impacto. Ou seja, negócios que contribuam de alguma forma para mitigar um problema
social ou ambiental.
“Estamos na economia real. São empresas que já têm faturamento, mas crescem a taxas de venture
capital, a proporções de 70%, 80% ao ano. Agora queremos que 100% do portfólio traga impacto no
DNA. Não é que a gente seja um fundo de impacto, mas esse é o último filtro”, explicou Carlos.
A gestora já selecionou três empresas para compor o portfólio do seu terceiro fundo. São elas: Vida
Veg, de produtos veganos; a Home Agent, startup de atendimento ao cliente em modelo home office;
e a Tera, edtech voltada para formações para o mercado de trabalho.
“Estamos no meio do caminho. Nossos fundos têm seis ou sete investimentos no máximo. Devemos
fazer mais três ou quatro investimentos nos próximos dois anos”, disse o gestor.
Foco na internacionalização
Outra novidade anunciada por Carlos ao Startups é que a X8 está internacionalizando seu portfólio.
Com isso, o potencial de atração de capital estrangeiro é outro dos critérios que serão usados pela
gestora na escolha das empresas.
A gestora montou até mesmo um escritório na Filadélfia, uma localização estratégica que permite
estar perto de Nova York, onde o fund raising está concentrado; da Flórida, onde possíveis
investidores brasileiros moram; e de Delaware, onde as empresas provavelmente serão incorporadas.
“As empresas brasileiras são tão boas quanto as americanas, mas estão pouco preocupadas com
internacionalização. No fim acabam desleixando um pouco com a competição global. Mas o potencial
de crescimento no exterior é enorme”, afirmou Carlos, que pretende com isso capturar recursos
também de brasileiros que moram nos Estados Unidos.
A preferência, segundo o gestor, será por empresas que competem de igual para igual com os pares
internacionais, e não necessariamente aquelas que apostam na economia da saudade para atrair um
público brasileiro no exterior.
“A economia da saudade acaba limitando um pouco o mercado. Queremos empresas que passaram
por todas as dores e delícias de empreender no Brasil, e agora estão prontas para ir além. Nosso calo
de empreendedor brasileiro acostumado à diversidade faz com que a gente acabe voando muito
mais”, acredita o executivo.

X8 busca novos investimentos para 2024 e 2025


'Unicórnio' CloudWalk quer expansão global com lançamento nos EUA
O maior desafio à expansão é educacional, disse o CEO e fundador da startup de pagamentos sediada
em São Paulo
Luis Silva, CEO e fundador da startup brasileira de pagamentos CloudWalk, tem grandes ambições.
Depois de lançar a empresa há uma década, ele agora leva o “tap-to-pay” e outras tecnologias a
comerciantes nos EUA, com planos de expandir pelo globo — e depois pelo espaço — numa inusitada
forma de planejar o longo prazo.
A CloudWalk, sediada em São Paulo, atingiu o "break even" (ponto de equilíbrio) no ano passado,
com 1,1 milhão de clientes gerando cerca de US$ 400 milhões em receita anual, disse Silva em
entrevista. A startup"unicórnio" (avaliada em mais de US$ 1 bilhão) levantou um total de US$ 360
milhões em financiamento de capital de risco, sendo que a última rodada em 2021 avaliou a
companhia em US$ 2,15 bilhões, contando com Coatue e Valor Capital entre seus investidores.
Os EUA ficam atrás do Brasil em muitos aspectos quando se fala de pagamentos digitais e
instantâneos, mas têm um volume de transações 10 vezes maior que o país sul-americano, o que
fornecerá escala, disse Silva. Mais adiante, a CloudWalk olhará para outros mercados, como a Ásia e
o Oriente Médio, acrescentou.
“Sabemos que os pagamentos instantâneos e 'tap-to-pay' podem realmente ajudar os comerciantes
americanos, especialmente neste momento em que os EUA enfrentam uma inflação elevada”,
afirmou Silva. “O que aprendemos no Brasil é que cada vez que você ajuda o cliente a melhorar seu
fluxo de caixa, ele vende mais e cresce mais rápido.”
A empresa primeiro terá como alvo as cidades de Nova York, São Francisco e Austin com o aplicativo
chamado Jim.com, que oferece aos comerciantes soluções de pagamentos e crédito para ajudar a
expandir seus negócios e receber o dinheiro de suas vendas instantaneamente.
O maior desafio à expansão é educacional, disse Silva, já que muitos americanos ainda pagam
algumas de suas contas usando cheques em papel enviados pelo correio, por exemplo.
No Brasil, o Banco Central lançou o Pix em 2020, que já ultrapassou os cartões de crédito e débito
como o método de pagamento preferido, com mais de 66 bilhões de transações em três anos. O Fed,
dos EUA, seguiu recentemente os passos do Brasil com o lançamento do seu serviço de pagamentos
FedNow.
A CloudWalk tem cerca de 500 funcionários e usa fortemente inteligência artificial para automatizar
algumas atividades, incluindo o atendimento ao cliente e compliance. A empresa precisaria de cerca
de 1.100 funcionários para realizar o trabalho que seus atuais 10 “agentes” de IA realizam, disse ele.
“Definitivamente estamos usando IA de verdade. Não é apenas uma palavra da moda”, afirmou Silva.
“Estamos realmente melhorando nossa eficiência e reduzindo o custo da nossa operação.”
Os funcionários estão espalhados por 15 países, com o diretor financeiro em Nova York.
No Brasil, a CloudWalk é conhecida pelo produto InfinitePay, que elimina a necessidade do uso de
máquina de cartão ao converter qualquer smartphone em leitor de cartão para aceitar pagamentos.
Eles também oferecem soluções de e-commerce e já emprestaram “centenas de milhões” de reais
como parte do seu braço de crédito, disse Silva.
Como a empresa atualmente é rentável, não precisa levantar mais capital, mas poderia considerar
uma nova rodada antes de uma eventual oferta pública inicial. Um IPO poderia acontecer já no final
de 2025, quando se espera que o mercado melhore, e quase certamente seria nos EUA, segundo ele.
O grande objetivo de Silva, de 39 anos, que nasceu em uma pequena cidade do interior de São Paulo
e aprendeu programação sozinho, é que sua empresa se torne uma “solução de pagamentos
interplanetários”.
Ciente das risadas que esse tipo de mantra pode causar, ele responde que dentro de 40 anos os
humanos poderão precisar pagar por coisas em outros planetas, ao citar planos de bilionários,
incluindo Elon Musk, para colonizar Marte.
Em 2014, Silva foi selecionado para morar e estudar no Ames Research Park, da Nasa, no Vale do
Silício, e lá frequentou a Singularity University, mergulhando em temas sobre o futuro e tecnologias
disruptivas. Ele também se inspira na Long Now Foundation, que incentiva o planejamento para os
próximos 10 mil anos.
“Queremos ser uma empresa com valor de mercado de US$ 1 trilhão, uma rede global de
pagamentos. E depois disso queremos expandir nossa tecnologia para outros planetas”, disse Silva.
“Esse é o grande sonho.”

'Unicórnio' CloudWalk quer expansão global com lançamento nos EUA

Unico contrata ex-CFO da Hapvida


A Unico — a líder em identidade digital no Brasil — contratou o ex-CFO da Hapvida, Maurício Teixeira,
trazendo um executivo com experiência em diversos setores da economia tradicional num momento
em que a startup entra numa nova fase de crescimento.
Teixeira deixou a Hapvida na semana passada, levantando especulações sobre seu futuro. Em
conversas com analistas, ele já havia sinalizado que estava indo para uma empresa não-listada.
Teixeira disse ao Brazil Journal que no último ano recebeu diversas propostas de empresas, mas que
não havia se interessado por nenhuma porque todas eram com um mandato de reestruturação de
dívida e arrumação da casa.
“Na Unico, é bem diferente. Eu vou ter um mandato de crescimento, de produto, e de organizar a
governança financeira da empresa,” disse ele.
Parte do trabalho de Teixeira será ajudar na precificação e estruturação de novos produtos que a
Unico criou recentemente — e nos quais ela assume o risco da operação. Um desses produtos é o
IdPay, que valida transações de pagamento online de varejistas e assegura o risco da transação.
“No Brasil, de 15% a 20% das compras online são reprovadas pelo ecommerce por achar que aquela
compra é uma fraude. Mas, na prática, 80% dessas compras são legítimas,” o CEO e fundador Diego
Martins disse ao Brazil Journal. “Com a IdPay a gente faz a autenticação biométrica dessas compras
que o varejista ia reprovar, e se consideramos que ela é segura assumimos o risco de chargeback.”
O outro produto é o IdUnico, que foi lançado há quatro meses. O produto é usado por bancos no
processo de onboarding de novos clientes. Em vez de passar pela esteira normal de aprovação dos
bancos, a Unico faz a autenticação biométrica dos novos clientes e também assegura a operação.
Caso ela cometa um erro na aprovação, ela paga um valor de indenização pré-acordado com o cliente,
como se fosse um seguro.
“Com essa mudança de posicionamento de produtos, a parte financeira e de análise e precificação
de risco passaram a ser core no negócio, o que demandou um CFO com muita experiência,” disse
Diego.
Segundo ele, a Unico estava buscando um CFO que não fosse “high-tech, e com cabeça só em
crescimento.”
“Queríamos alguém ‘pé no chão’ para esse novo patamar da empresa. E o Maurício tem uma
combinação de experiência em muitos setores diferentes tradicionais e um interesse grande por
conhecer mais do mundo de tecnologia,” disse ele.
Na Unico, o cargo de CFO estava vago há um ano e meio, desde a saída de Diogo Bassi, o ex-CFO da
Petz que deixou a Unico seis meses depois de entrar para assumir um cargo na Superlógica.
De lá para cá, a Unico fez mais de 50 entrevistas.
A ideia de contratar Mauricio partiu da General Atlantic, que investe na Unico desde 2021. As
conversas com o executivo começaram há cerca de quatro meses.
Maurício disse que uma das avaliações do GA era de que as áreas de tecnologia e produtos já tinham
andado muito na Unico, mas que o financeiro havia ficado em segundo plano. “A empresa precisa
fazer um catch up dos processos financeiros para eles chegarem no mesmo nível das outras áreas,”
disse Maurício.
O executivo também ficará responsável pelo time de M&A da Unico, que está relativamente parado
nos últimos tempos. A última aquisição da startup foi em agosto de 2022, “mas com a chegada do
Maurício queremos acelerar bastante essa agenda,” disse Diego.
Segundo ele, a Unico já deve anunciar um novo M&A nos próximos meses.

Unico contrata ex-CFO da Hapvida


Netflix venceu a guerra do streaming, diz BofA
Bank of America (BofA) reiteira compra da ação, sobe preço-alvo e diz que “cada vez fica mais claro
que a Netflix venceu a guerra do streaming”
A entrada de diversos concorrentes no segmento de streaming de vídeo, como a Disney, HBO, Prime
Video e Apple, colocou a Netflix nas cordas e trouxe dúvidas sobre a companhia fundada por Reed
Hastings.
Mas, de acordo com uma relatório do Bank of America (BofA), a Netflix ganhou a guerra do streaming
e o preço de suas ações podem subir até 22%.
O BofA reiterou sua classificação de “compra” da Netflix e aumentou seu preço-alvo de US$ 525 para
US$ 585. As ações atualmente são negociadas a cerca de US$ 480.
Segundo a analista Jessica Reif Ehrlich, as mudanças na dinâmica do mercado nos últimos 18 meses
e o foco renovado dos investidores na lucratividade tornaram “cada vez mais claro que a Netflix
venceu a guerra do streaming”.
“Essas mudanças foram um reconhecimento tácito de que nem todas as empresas de mídia serão
capazes de alcançar o alcance global e a escala da Netflix em streaming”, escreveu Ehrlich.
Este deve ser um momento que a analista do BofA chamou de “ganha-ganha” para a Netflix, pois
deverá aumentar a disponibilidade de conteúdo de terceiros que a companha pode adquirir, o que
elevaria a eficiência da estratégia de gastos da Netflix.
"A empresa não precisa mais financiar novas produções de alto risco e pode complementar apostas
mais concentradas com conteúdo estabelecido e bem conhecido", apontou Ehrlich, no relatório.
Essa tendência tem sido evidenciada pelo fato de que grande parte da lista dos 10 principais
programas de TV e filmes da Netflix tem sido recentemente conteúdo de terceiros.
Outra boa notícia para a Netflix é que a sua política de restrição de compartilhamento de senhas deve
fazer com que muitos dos usuários migrem para o plano de assinatura com publicidade.
“Na faixa de preço de US$ 6,99, o nível suportado por anúncios oferece uma opção atraente e de
baixo preço para assinantes que ainda desejam acessar o serviço Netflix. Em nossa opinião, a
repressão mais ampla ao compartilhamento de senhas será um acelerador para os anúncios da
Netflix", escreveu Ehrlich.
A Netflix divulgou recentemente que agora tem mais de 23 milhões de usuários ativos para o plano
de anúncios. Em novembro do ano passado, eram 15 milhões. Em maio, 5 milhões.
Em 2024, as ações da Netflix sobem 2%. Nos últimos 12 meses, a valorização é de mais de 40%. A
companhia está avaliada em US$ 210 bilhões.

Netflix venceu a guerra do streaming, diz BofA


B3: Brasil tem pelo menos 100 empresas na fila para IPO, diz CEO
“Já existe um consenso de que IPO fora do Brasil é menos vantajoso. O discurso se inverteu", diz
Finkelsztain
O Brasil tem pelo menos 100 empresas na fila para IPO, afirmou Gilson Finkelsztain, CEO da B3, em
coletiva de imprensa nesta quinta-feira. As emissões devem vir de empresas de setores mais
tradicionais e mais maduras, disse o executivo. "É menos PPT e mais breakeven", resume.
A primeira empresa a se candidatar oficialmente para inaugurar o mercado tem um perfil diferente:
ontem, a Oceânica, de serviços para a indústria de petróleo, anunciou a contratação de bancos para
uma oferta primária que pode chegar a R$ 1 bilhão, conforme apurou o INSIGHT.
“A agenda de emissões deve começar com follow-ons, principalmente de empresas que se listaram
há mais de cinco anos”, disse Finkelsztain. A Energisa, de distribuição de energia, deve abrir a fila de
ofertas subsequentes do ano, com uma operação prevista para os próximos dias.
Finkelsztein bateu na tecla de que o volume de emissões não significa, sozinho, a retomada do
mercado de capitais. Mas este apetite passou, ao longo dos últimos anos, por uma transformação
completa em termos de liquidez e de percepção sobre o mercado externo. “Já existe um consenso
de que IPO fora do Brasil é menos vantajoso. As companhias têm menos liquidez, não fazem parte
dos índices. O discurso se inverteu. Hoje, bancos precisam provar para os clientes que é mais
vantajoso se listar lá fora”, disse.
Há uma combinação de fluxo de estrangeiros olhando para mercados emergentes com a queda das
taxas de juros, que beneficia o mercado local. “O juro terminal de 9% não é punitivo para o mercado
de ações. O de 14% é mais complexo. Entre 9% e 10% refletem melhor a situação, para a
longevidade do mercado é melhor isso do que ir para 3% e depois 14%”, afirmou.
Sob uma perspectiva macro, o CEO defendeu que o governo continue com a agenda de reformas,
“sem criar ruído desnecessário”, algo que julga possível. Focar no fiscal, na visão do executivo, é
mais importante do que o tamanho do (pequeno) déficit.
Da porta para dentro, o aumento do volume negociado de ações, hoje em cerca de R$ 25 bilhões
diários, deve trazer benefícios para a margem da B3 enquanto companhia. Nos últimos dois anos, a
empresa conseguiu manter o volume de receita graças ao pool de negócios não ligado a equities
(60% da receita da empresa), mas o Ebitda se deteriorou por causa do aumento de despesas
(salários, por exemplo). Com o volume de negociação aumentando — e a infraestrutura já
construída — a B3 consegue operar mais, sem aumentar custo. “Se o volume negociado dobrar,
meu custo não sobe nem 5%”, afirmou o CEO.
Revisão dos segmentos de listagem
O CEO afirmou, ainda, que será colocada uma audiência pública no fim do primeiro semestre para
discutir regras dos segmentos de listagem — incluindo o Novo Mercado. A intenção é melhorar
práticas corporativas a partir da discussão com diferentes agentes, cumprindo o cronograma de
fazer esse tipo de atualização a cada cinco anos.
Questionado a respeito do papel da Americanas nessa revisão, o CEO não cravou. “Pode ter a ver
com esse caso, sim, mas como havíamos feito a última atualização em 2017, já estava na hora de
começar esse processo”, disse.
A discussão com os agentes deve levar mais ou menos um ano, com o processo final sendo o aval da
CVM para as novas regras. A partir desse momento, é divulgado um documento com os prazos para
empresas se adequarem.

B3: Brasil tem pelo menos 100 empresas na fila para IPO, diz CEO

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