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4155 Solo e Clima
4155 Solo e Clima
POCH-03-5470-FSE-000666
Objetivos:
❖Relacionar os tipos de solo e as suas
características físico-químicas com as propriedades
dos seus principais constituintes orgânicos e
inorgânicos e a sua influência no desenvolvimento
das culturas.
❖Reconhecer a influência dos fatores do clima na
dinâmica do solo, no desenvolvimento das plantas
e nos processos erosivos, tendo em vista a
especificidade das diferentes culturas.
❖Interpretar e aplicar a informação dada pelos
instrumentos de medição dos elementos do clima
e/ou avisos agrícolas.
Conteúdos:
❖Origem e importância do solo: Fatores de formação do solo; O solo como suporte da planta;
❖Constituição do solo:
❖Fracção mineral: Terra fina; Areia; Limo; Argila; Propriedades dos seus constituintes;
❖Vida do solo: Principais espécies; Importância de um solo com vida;
❖Matéria orgânica: Propriedades; Ciclo da matéria orgânica; Húmus: significado, propriedades, importância e
composição; Complexo argilo-húmico;
❖Água do solo: Formas de água no solo; Estados de humidade do solo; Constantes de humidade; Capacidade
de campo, coeficiente de emurchecimento, capacidade utilizável;
❖Atmosfera do solo;
❖Erosão e conservação
Conteúdos:
❖Caracterização do solo:
❖Perfil de um solo
❖Propriedades físicas: Textura; Estrutura; Porosidade; Permeabilidade; Coesão e tenacidade; Cor;
❖Propriedades químicas: Solução do solo; Reação do solo;
❖Erosão: Origem; Descrição; Tipos de erosão: eólica e hídrica em ravinas e laminar; Prejuízos causados
pela erosão;
❖Conservação do solo: Importância; Métodos e técnicas;
❖Clima: Fatores e elementos do clima; Registo e medida; Influência dos fatores e elementos do clima
nas plantas; Circulação geral da atmosfera; Caracterização Climática Nacional e Regional (Clima de
Portugal Continental, Caracterização do Clima da Região)
Solo – definição:
Para a Pedologia (Ciência que estuda a formação do solo):
- O SOLO é a camada viva que recobre a superfície da terra, em evolução permanente,
por meio da alteração das rochas e de processos pedogenéticos comandados por agentes
físicos, biológicos e químicos.
Para a AGRONOMIA:
- O SOLO é o suporte físico e meio de desenvolvimento das plantas o qual garante, não só
a reserva de água como também o fornecimento da maior parte dos nutrientes essenciais
ao crescimento das plantas.
Solo – definição:
Corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície emersa terrestre,
entre a litosfera e a atmosfera. São constituídos de proporções e tipos variáveis
de minerais, gases, água e matéria orgânica.
Conjunto de materiais minerais, orgânicos, água e ar, não-consolidados,
normalmente localizado à superfície da terra, com atividade biológica e
capacidade para suportar a vida das plantas.
Origem e
importância do solo:
Os solos originam-se do processo de
decomposição das rochas, graças às ações do
intemperismo. Em razão disso, suas
características e composições estão
diretamente vinculadas às rochas que lhe
deram origem, associadas também às heranças
e marcas causadas pelo tempo.
Origem e importância do solo:
O processo formativo dos solos pode levar milhares e milhares de
anos, mas em algumas zonas, ele ainda se encontra em processo de
formação. Um exemplo disso são as formações rochosas, onde é
difícil a presença de algumas espécies vegetais.
Os solos diferenciam-se um dos outros entre os diversos lugares da
Terra em virtude da influência do clima em suas composições.
Fatores de 1. Natureza da rocha mãe
2. Clima da região
formação do 3. Agente intempérico de transporte – tempo
solo: 4. Topografia da região
5. Processos orgânicos – organismos vivos
O solo como suporte da planta
Os solos têm cinco papéis básicos ou funções no nosso ambiente:
1. o solo sustenta o crescimento das plantas, principalmente fornecendo suporte mecânico,
água e nutrientes para as raízes que posteriormente distribuem para a planta inteira e são
essenciais para sua existência.
2. as características dos solos determinam o destino da água na superfície da terra, essencial
para a sobrevivência.
3. o solo desempenha um papel essencial na reciclagem de nutrientes e destino que se dá aos
corpos de animais (incluindo o homem) e restos de plantas que morreram na superfície da
terra.
4. o solo é o habitat, a casa de muitos organismos.
5. os solos não fornecem apenas o material (tijolos, madeira) para a construção de nossas
casas e edifícios, mas proporcionam a fundação, a base para todas as estradas, aeroportos,
casas e edifícios que construímos.
Constituição do solo:
Fração mineral:
❖A matéria mineral são aquelas que vieram da decomposição das rochas durante o processo
de formação dos solos, sendo muito variáveis em tamanho.
❖ a areia é a mais familiar entre nós pelo fato de conseguirmos vê-la na massa do solo sem
ajuda de microscópio. Seu tamanho varia de 2,0 a 0,05 mm e é ela a responsável pela sensação
áspera quando esfregamos uma amostra de solo entre os dedos;
Fração mineral:
O limo é menor; seu tamanho varia de 0,05 a 0,002 mm. Não conseguimos vê-lo
sem ajuda de microscópio.
argila, que tem tamanho menor que 0,002 mm. É essa classe de tamanho de
partícula mineral responsável pela pegajosidade do solo. A argila é responsável
pela terra que adere aos pneus do carro ou aos dedos quando pegamos uma
amostra de solo humedecida e a amassamos
Vida do solo
O solo não tem apenas materiais sem vida, nele habitam milhares de formas de vida,
pertencentes a todos os reinos, e que desenvolvem funções importantes no processo
de formação de solo.
Reino Monera: Procariotos
Reino Protista: Eucariotos unicelulares - Protozoários (sem parede celular) e Algas (com
parede celular)
Reino Fungi: Eucariotos aclorofilados
Plantae: Vegetais
Animalia: Animais
Importância de um solo com vida
O solo não é apenas a matéria na qual as plantas se enraízam para
se fixarem e para não serem levadas pelo vento. Uma terra boa
deve fervilhar de vida.
Indispensável à vida na Terra, o solo (pedosfera) é um elemento que
influencia e é influenciado pelos outros compartimentos do
sistema terrestre, os organismos (biosfera), a água (hidrosfera), as
rochas e sedimentos (litosfera) e o ar (atmosfera), interagindo com
eles em todos os processos que determinam a qualidade de vida no
planeta.
Matéria orgânica
▪água gravitacional – água que não é retida pelo solo, deslocando-se nos
macrósporos sob a ação da força da gravidade.
Formas de água no solo
Fatores que influenciam a capacidade de
armazenamento de água no solo
▪Textura do solo – maior proporção de minerais de argila, maior capacidade de
armazenamento de água
Determinação:
▪pegajosidade
Propriedades físicas: Porosidade
Volume do solo ocupado pela água e pelo ar.
Quanto ao tamanho:
Determinação:
Quanto à quantidade:
•Os processos de formação do solo dão ainda tempo suficiente para provocar quaisquer
diferenciações.
•Solos pouco evoluídos de perfil A,C, formados a partir de rochas não calcárias, em que o horizonte A é
húmico.
•O horizonte A é constituído por uma mistura de matéria orgânica mais ou menos humificada e de
pequenos fragmentos de rocha-mãe pouco alterada.
•A meteorização física predomina sobre a alteração química. A formação de argila é assim pequena ou nula.
NÃO HÚMICOS
•Diferem dos Solos Litólicos Húmicos por não terem um horizonte A húmico.
Solos Halomórficos - Solos derivados de rochas detríticas que apresentam quantidades excessivas de sais
solúveis e/ou teor relativamente elevado de sódio de troca no complexo de absorção.
Solos Hidromórficos - Solos sujeitos a encharcamento permanente, por ação de uma toalha freática que
sofre oscilações mais ou menos profundas com as estações.
Erosão:
Processo degradativo das propriedades do solo, constituído por 3 fases:
2ª fase – transporte – transporte das partículas para fora da parcela agrícola, por um agente que
pode ser o ar (erosão eólica) ou a água (erosão hídrica).
Uma cobertura vegetal adequada assume importância fundamental para a diminuição do impacto
das gotas de chuva. Há redução da velocidade das águas que escorrem sobre o terreno,
possibilitando maior infiltração de água no solo e, diminuição do carreamento das suas partículas.
Práticas Vegetativas
Florestamento e reflorestamento
Plantas de cobertura
Cobertura morta
Rotação de culturas
Formação e manejo de pastagem
Cultura em faixa
Faixa de bordadura
Quebra vento e bosque sombreador
Cordão vegetativo permanente
Manejo do mato e alternância;
Práticas Edáficas
▪Cultivo de acordo com a capacidade de uso da terra
▪Controle do fogo
▪Adubação: verde, química, orgânica
▪Calagem - é a etapa do preparo do solo para cultivo agrícola na qual se aplica calcário com os
objetivos de elevar os teores de cálcio e magnésio, neutralização do alumínio trivalente
(elemento tóxico para as plantas) e corrigir o pH do solo, para um desenvolvimento satisfatório
das culturas.
Práticas Mecânicas
Preparo do solo e plantio em nível
Distribuição adequada dos caminhos
Sulcos e camalhões em pastagens
Enleiramento em contorno
Terraceamento
Subsolagem - “a subsolagem tem por objetivo quebrar as camadas do subsolo que podem
limitar ou restringir o crescimento das raízes, sejam de origem natural ou induzidas pela
compactação do solo, resultado do tráfego de máquinas nas lavouras anteriores. É uma
operação que desagrega o solo, mas não o revolve.
Irrigação e drenagem
Conservação do solo: Importância;
Métodos e técnicas
A escolha dos métodos / práticas de prevenção à erosão é feita em função dos aspetos ambientais e
socioeconómicos de cada propriedade e região. Cada prática, aplicada isoladamente, previne apenas de maneira
parcial o problema. Para uma prevenção adequada da erosão, faz-se necessária a adoção simultânea de um
conjunto de práticas.
Plantio em nível - neste método todas as operações de preparo do terreno, balizamento, semeadura, etc, são
realizadas em curva de nível. No cultivo em nível ou contorno criam-se obstáculos à descida da enxurrada,
diminuindo a velocidade de arraste, e aumentando a infiltração d’água no solo. Este pode ser considerado um
dos princípios básicos, constituindo-se em uma das medidas mais eficientes na conservação do solo e da água.
Conservação do solo: Importância;
Métodos e técnicas
Cultivo de acordo com a capacidade de uso - as terras devem ser utilizadas em função da sua
aptidão agrícola, que pressupõe a disposição adequada de florestas / reservas, cultivos perenes,
cultivos anuais, pastagens, racionalizando, assim, o aproveitamento do potencial das áreas e sua
conservação.
Reflorestamento - áreas muito suscetíveis à erosão e de baixa capacidade de produção devem
ser mantidas recobertas com vegetação permanente. Isto permite seu uso econômico, de forma
sustentável, e proporciona a sua conservação. Este cuidado deve ser adotado em locais
estratégicos, que podem estar em nascentes de rios, topos de morros e/ou margem dos cursos
d’água.
Plantas de cobertura - objetivam manter o solo coberto no período chuvoso, diminuindo os
riscos de erosão e melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo.
Pastagem - o manejo racional das pastagens pode representar uma grande proteção contra os
efeitos da erosão. O pasto mal conduzido, pelo contrário, torna-se uma das maiores causas de
degradação de terras agrícolas.
Conservação do solo: Importância;
Métodos e técnicas
Cordões de vegetação permanente - são fileiras de plantas perenes de crescimento denso,
dispostas em contorno. Algumas espécies recomendadas: cana-de-açúcar, erva-cidreira, ….
Controle do fogo - o fogo, apesar de ser uma das maneiras mais fáceis e econômicas de limpar o
terreno, quando aplicado indiscriminadamente é um dos principais fatores de degradação do
solo e do ambiente.
Correção e adubação do solo - como parte de uma agricultura racional, estas práticas
proporcionam melhoramento do sistema solo, no sentido de se dispor de uma plantação mais
produtiva e protetora das áreas agrícolas.
A conservação do solo e da água melhora o rendimento das culturas e garante um ambiente
mais saudável e produtivo, para a atual e as futuras gerações.
CARTA DE
SOLOS DE
PORTUGAL
Clima
CLIMA: FATORES DO CLIMA
Latitude – as diferenças de latitude ou de localização das zonas
pequenas variações. Os ventos carregados de humidade vindos
climáticas podem alterar tanto a temperatura como a pressão dos oceanos tornam essas regiões mais húmidas e chuvosas. As
atmosférica. áreas situadas no interior dos continentes não têm essas
características. No interior dos continentes, a amplitude térmica
● menor latitude = maior temperatura/menor pressão. Ex: zona aumenta e as chuvas diminuem, pois os ventos vão perdendo
equatorial. umidade, à medida que penetram nos continentes.
● maior latitude = menor temperatura/ maior pressão. Ex: zona
polar
Correntes Marítimas - são verdadeiros rios dentro do mar,
modificadores do clima. As correntes quentes podem amenizar
o clima, como faz a corrente do Golfo em relação ao clima da
Altitude Europa ocidental. Correntes frias podem ser responsáveis pelo
aparecimento de regiões desérticas.
● menor altitude = maior temperatura/maior pressão
● maior altitude = menor temperatura/menor pressão
Vegetação - emite determinadas quantias de vapor de água,
influenciando o ciclo hidrológico de uma região.
Maritimidade e Continentalidade - A influência do mar, ou
maritimidade, é um importante regulador do clima de regiões
litorâneas. Essas regiões têm temperaturas mais amenas e com
CLIMA: ELEMENTOS DO
CLIMA
Temperatura:
Temperatura - é a quantidade de calor na atmosfera. A energia primária do Sol aquece a superfície da Terra (a
hidrosfera e a litosfera) e esta irradia calor para o ar; portanto, a temperatura do ar é um calor indireto, já que
é irradiado da superfície para a atmosfera.
Humidade:
A humidade do ar – a umidade atmosférica (quantidade de vapor de água existente no ar) varia
de um lugar para o outro e até em um mesmo lugar, dependendo do dia, do mês ou da estação
do ano.
Quando o vapor de água da atmosfera atinge seu ponto de saturação, ocorrem as precipitações,
que podem se apresentar sob várias formas: chuva, neve e granizo. São as chamadas
precipitações não superficiais, porque a condensação acontece nas camadas mais elevadas da
atmosfera. Quando a condensação ocorre junto à superfície, forma-se o orvalho, a geada e o
nevoeiro, que por isso são considerados condensações superficiais, e não propriamente
precipitações.
Precipitações não
superficiais - Chuvas
Resultam da conjugação de dois fatores: o vapor de água atingir seu
ponto de saturação e a queda de temperatura da atmosfera. Podem se
formar de três maneiras:
● Chuvas convectivas – ocorre quando o ar, em ascensão vertical, se
resfria (em contato com as camadas mais frias), se condensa e se
precipita sob forma de chuva:
● Chuvas de montanha ou orográficas – ocorrem com a ascensão e o
resfriamento do ar, quando tem de ultrapassar barreiras montanhosas
● Chuvas frontais – resultam do choque de uma massa de ar fria (e
seca) com uma massa de ar quente ( e húmida)
Pressão Atmosférica
o peso que o ar exerce sobre a superfície terrestre é chamado de pressão atmosférica. Como
esse peso não é exercido de maneira uniforme em todos os lugares, as diferenças de pressão
originam os ventos.
Os ventos deslocam-se sempre das áreas de alta pressão (áreas frias) para as áreas de baixa
pressão (áreas quentes).
Massas de ar:
– porções da atmosfera que reúnem determinadas condições de temperatura, pressão e humidade.
• Massa equatorial continental (mEc) – Originária da Amazônia ocidental – área de baixa latitude e muitos rios.
É uma massa de ar quente, úmido e instável. Atinge praticamente todas as regiões durante o verão no
hemisfério sul, provocando chuvas. No inverno, a mEc recua e sua ação fica restrita à Amazônia ocidental.
• Massa tropical atlântica (mTa) – Também de ar quente e úmido, origina-se no atlântico sul. Atua na faixa
litorânea e é praticamente constante durante todo o ano. No inverno, a mTa encontra a única massa de ar frio
atuante no Brasil, a mPa, cujo encontro provoca as chuvas frontais do litoral nordestino. No Sul e Sudeste, o
encontro da mTa com as área elevadas da serra do Mar provocam as chuvas orográficas.
• Massa polar atlântica (mPa) – De ar frio e úmido. Atua principalmente no inverno. Em virtude das baixas
altitudes da área central do território brasileiro (planaltos rebaixados), no inverno essa massa chega a atingir a
Amazônia ocidental, e provoca baixa de temperaturas. Como dito acima, essa massa encontra a mTa no litoral
do Nordeste no inverno, provocando as chuvas frontais.
• Massa equatorial atlântica (mEa) – Massa de ar quente e húmido. Atua principalmente durante a primavera e
o verão no litoral do Norte e Nordeste. Conforme avança para dentro do país, perde a umidade.
• Massa tropical continental (mTc) – Origina-se na região do Chaco, Paraguai, que é uma zona de altas
temperaturas e pouca umidade, que a torna a única massa de ar quente e seco. Também provoca um bloqueio
que detém as massas de ar frio, mormente nos meses de maio e junho.
Influência dos fatores e elementos do
clima nas plantas;
TIPOS DE CLIMA E VEGETAÇÃO
A interação entre o Sol, o ar e a água é resultado do clima da Terra. Outros fatores afetam o
clima: latitude, altitude, relevo, distribuição das terras e dos mares, radiação e o ser humano
com suas interferências na natureza.
Para uma boa produção agrícola é necessário conhecer estes dois fatores de produção – o solo e
o clima, pois eles vão condicionar a produção e o desenvolvimento das plantas.
Webibliografia:
https://alunosonline.uol.com.br/geografia/solo.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Solo
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/94212/1/Ecossistema-cap3C.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%BAmus
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/94212/1/Ecossistema-cap3C.pdf
https://www.drapc.gov.pt/base/documentos/carta_solos_aveiro.htm