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ÍNDICE
UNIDADE I ..................................................................................................................................................... 4
UNIDADE II.................................................................................................................................................... 8
UNIDADE III................................................................................................................................................. 14
UNIDADE IV ................................................................................................................................................ 16
UNIDADE V ................................................................................................................................................. 20
UNIDADE VI ................................................................................................................................................ 25
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 33
UNIDADE I
O CONCEITO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL NUMA SOCIEDADE EM MUDANÇA
OBJETIVOS
O conceito de mudança surge-nos por toda a parte como um conceito fundamental para a interpretação
do mundo em que vivemos, mesmo correndo o risco de qualquer interpretação ou previsão rapidamente
caducar.
Logo à partida, de mudanças no espaço que nos rodeia, cada vez menos rural e cada vez mais urbano, de
mudanças no equilíbrio entre o trabalho e o lazer, de mudanças nos hábitos e nos modelos de
comportamento, transformando e criando progressivamente novos estilos de vida. À emergência deste
novo mundo, quase sempre imprevisível, caótico por vezes, não serão estranhas duas tendências de
fundo, cuja necessidade de compreender e controlar se torna cada vez mais pertinente para assegurar o
futuro das sociedades humanas.
A primeira destas tendências refere-se ao quadro de mudanças que uma nova ordem científica e
tecnológica estabeleceu no âmbito relacional e social. Rompendo com equilíbrios tradicionais, a eletrónica,
a informática, a manipulação genética e a bioquímica instalaram no quotidiano descobertas e inventos, a
um tempo fascinante, pelas possibilidades inteiramente novas que abrem, pelas consequências que
dificilmente se adivinham.
A outra tendência respeita ao conjunto de mutações políticas e económicas que o mundo contemporâneo
enfrenta. Responder à inovação constante que emana da atividade económica atual, às novas ideias e
processos que a caraterizam, às novas tecnologias que transformam segundo a segundo as novas
modalidades de produção e responder às permanentes alterações competitivas com mais eficácia,
subentende uma evolução contínua das competências cognitivas dos recursos humanos, assim como,
uma maior agilidade empresarial.
Atualmente é impossível ignorar a relevância de fatores como o declínio das grandes potências, as
crises dos sistemas ideológico-políticos tradicionais, a persistente instabilidade económica, as
transformações qualitativas do mercado de emprego, o desemprego estrutural e a existência de um
mundo rico, demograficamente envelhecido, em oposição à natalidade galopante, característica dos
países pobres.
Contudo, se atravessamos uma época em que novos conflitos e novos equilíbrios se forjam diariamente,
em que uma certa inércia nos torna cada vez mais incapazes de influenciar o próprio destino pessoal, esta
tendência coexiste com a necessidade e a possibilidade de, nas gerações mais jovens, fazer desabrochar
vocações sem obediência a modelos rígidos, protagonizando uma procura individualizada dos melhores
caminhos. Esta busca, permanente e renovada de geração para geração, deve ser compreendida
atualmente num contexto de complexidade, encarando a sociedade contemporânea como uma sociedade
que procura num certo equilíbrio instável a sua própria dinâmica de evolução.
O conhecimento numa organização está em atualização permanente e depende muito das políticas
adotadas no domínio da Formação e desenvolvimento dos recursos humanos.
Com a dinâmica exigida é afastado o planeamento tradicional, burocratizado e é dado lugar a formas
de planeamento flexíveis. A rapidez, a inovação, a informação e a comunicação passaram a constituir, há
já algum tempo, armas estratégicas nos nossos dias.
Nas organizações têm de existir “conhecimento” que estabeleça a ponte entre estes fatores e a ação
eficaz.
Os/As colaboradores/as das organizações têm de estar motivados e devem ser qualificados. Cada vez
mais a qualidade dos recursos humanos constitui um fator crítico de sucesso.
A Formação Profissional neste contexto de mudança e de competitividade deve ser encarada cada vez
mais como um processo e não um acontecimento.
É necessário formular estratégias de Formação que estejam integradas, subordinadas à estratégia global
da organização e ao serviço desta.
Atualmente, é dado como certo que o êxito das organizações depende da sua capacidade para gerir as
mudanças das tecnologias, dos produtos, mercados, empregos e das formas de concorrência em geral.
Esta capacidade depende da disponibilidade de recursos humanos qualificados, equipados com os
conhecimentos mais avançados nos domínios técnicos e de gestão.
Em certos casos não é esta tecnologia em si que é fonte de vantagem competitiva mas sim a aplicação
criativa que lhe é dada pelos recursos humanos. Como consequência vimos assistindo ao crescimento
dos investimentos das organizações na Formação dos seus/suas colaboradores/as de que resultam
algumas vantagens evidentes:
É conveniente referir que este interesse pela Formação não resulta exclusivamente do interesse
esclarecido dos/as dirigentes das nossas empresas. Desde os anos oitenta que na nossa sociedade têm
emergido importantes forças económicas, políticas e sociais que se reforçam para fazer sentir às
empresas a necessidade de definir estratégias dinâmicas de Formação, em sintonia com os seus objetivos
estratégicos como condição de sobrevivência neste mundo de mudanças.
Em síntese, podemos considerar que o atual interesse pela Formação deve-se fundamentalmente à
convergência das seguintes tendências:
IDEIAS A RETER:
Torna-se cada vez mais pertinente proporcionar aos indivíduos a aquisição de instrumentos e de
saberes que permitam aumentar as suas condições de adaptabilidade às transformações atuais e
futuras.
A capacidade de enfrentar os desafios que as organizações hoje enfrentam depende da
disponibilidade de recursos humanos qualificados, equipados com os conhecimentos mais
avançados nos domínios técnicos e de gestão.
A Formação profissional no contexto de mudança e de competitividade deve ser encarada cada
vez mais como um processo e não como um acontecimento.
É necessário formular estratégias de Formação que estejam integradas, subordinadas à estratégia
global da organização e ao serviço desta.
UNIDADE II
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O MERCADO DE EMPREGO
OBJETIVOS:
Na nossa sociedade não podemos dissociar Formação Profissional de Mercado de Emprego. Ambas
existem como fatores determinantes para o desenvolvimento das organizações, da comunidade local,
da sociedade em geral, do país e de um contexto mais global que no nosso caso é a União Europeia.
In “Memorando da Comissão sobre Formação Profissional na Comunidade Europeia para os anos 90”.
O mercado de emprego é cada vez mais global e tenderá a ser mais exigente nas qualificações
profissionais dos indivíduos. A Formação Profissional contínua e a certificação das qualificações
representam fatores determinantes para o desenvolvimento dos países da UE e são desafios complexos,
particularmente no que respeita à certificação.
A política de Formação Profissional, de acordo com a convenção n.º 142 da OIT, é de certa forma uma
componente de emprego, reforçando-a. Encontra-se nela a finalidade última da valorização dos recursos
humanos, possibilitando às empresas/organizações uma mão-de-obra mais qualificada com reflexos
importantes a nível de produtividade e competitividade, contribuindo também para uma melhoria de
inserção na vida ativa.
É num contexto de determinação de necessidades de Formação, como etapa importante e primeira para o
desenvolvimento de qualquer sistema de Formação, que estabelecemos a relação entre a Formação
profissional e o mercado de emprego ao nível macro, setorial, socioprofissional e até empresarial e
individual.
Face à necessidade de promover uma efetiva articulação entre o sistema de formação profissional
inserido, quer no sistema educativo, quer no mercado de trabalho, foi criado, através do Decreto-Lei nº
396/2007 de 31 de dezembro, o Sistema Nacional de Qualificações.
Atendendo ao referido anteriormente poder-se-á afirmar que o Sistema Nacional de Qualificações aposta
em três pontos essenciais:
Com a aposta nestes vetores, o Sistema Nacional de Qualificações assume como objetivos:
Generalizar o ensino secundário como patamar mínimo de qualificação;
Apostar na dupla certificação e diversificação de qualificação para jovens e adultos/as;
Flexibilizar as ofertas de formação e valorizar, reconhecer e certificar competências adquiridas;
Ao analisarmos esta problemática da Formação Profissional versus Mercado de Emprego, não podemos
deixar de a situar num quadro político, económico e social em que as regras gerais são ditadas pelo poder
instituído e em que a dependência financeira por parte dos agentes é muito significativa.
“O reforço da competitividade e o reforço da coesão social são dois objetivos estratégicos para o
desenvolvimento do país. Mas só fazem verdadeiro sentido se forem concretizados de forma
estreitamente articulada. As questões do emprego e da Formação são a este respeito absolutamente
centrais. E são-no ainda mais para Portugal, onde as carências em matéria de Formação são sobejamente
conhecidas e cujo mercado de trabalho se caracteriza tradicionalmente por níveis baixos de produtividade
e de salários – caraterísticas em parte reenviáveis, aliás às carências no capítulo da Formação”
(afirmações do Secretário de Estado do Trabalho e Formação no manual sobre o Programa Operacional
Emprego, Formação e Desenvolvimento Social e Medidas Desconcentradas).
Portugal apresenta elevados níveis de emprego e baixos níveis de desemprego, debilidade estrutural do
seu perfil de habilitações e qualificações especialmente entre trabalhadores adultos e níveis elevados de
assimetria social e pobreza.
Estes eixos subdividem-se em medidas, estas em tipologia de projetos e estes em ações – tipo.
Pensar em Formação profissional é também pensar no seu enquadramento legislativo, dado que uma
percentagem muito significativa da Formação Profissional é financiada pelo FSE – Fundo Social Europeu.
Entidade formadora – entidade dos setores público, cooperativo ou privado com ou sem fins
lucrativos, acreditada nos domínios para os quais se candidata a financiamento e que desenvolva
ações em favor de pessoas coletivas ou singulares que lhe sejam externas.
Entidade beneficiária – entidade empregadora dos setores público, cooperativo ou privado com
ou sem fins lucrativos que se candidate ao financiamento para promover ações em favor:
Dos/as trabalhadores/as ao seu serviço;
De trabalhadores/as ao serviço das empresas suas fornecedoras ou clientes;
De desempregados/as ao abrigo de um processo de recrutamento desde que
garantida a contratação de um número significativo.
Outros/as operadores/as – entidades que não possuindo capacidade formativa própria
reconhecida se candidatem ao financiamento para promover ações no âmbito das suas
atribuições ou da sua vocação em favor de pessoas que lhes sejam externas:
Entidades públicas;
Entidades sem fins lucrativos que prossigam fins no âmbito do desenvolvimento e da
economia social;
Associações empresariais, profissionais ou sindicais quando as ações se dirigem aos
seus associados.
Plano de Formação;
Plano integrado de Formação;
Projeto não integrado em plano;
Formação de iniciativa individual;
Participações individuais de Formação.
Para efeitos de determinação do custo total elegível de cada ação no âmbito de um pedido de
financiamento de Formação consideram-se financiáveis os seguintes encargos:
Formandos/as;
Formadores/as;
Pessoal não docente;
Preparação, desenvolvimento de acompanhamento das ações;
Rendas e alugueres, amortizações;
Despesas de avaliação;
Aquisição de formação no exterior.
O Decreto Regulamentar n.º 12-A/ 2000, de 15 de setembro, veio introduzir alterações no quadro
normativo que enquadra a gestão do Fundo Social Europeu (FSE) no âmbito do Terceiro Quadro
Comunitário de Apoio.
Pelo presente despacho são fixados a natureza e os limites máximos de custos considerados elegíveis
para efeitos de cofinanciamento pelo FSE, os quais foram objeto de consulta aos parceiros sociais,
conforme o disposto no n.º 5 do artigo 29º do Decreto Regulamentar n.º 12-A/ 2000, de 15 de setembro.
Assim, ao abrigo do disposto no n.º 5 do artigo 29º do Decreto Regulamentar n.º 12-A/2000, de 15 de
setembro, determina-se o seguinte:
…/…
IDEIAS A RETER:
UNIDADE III
ENQUADRAMENTO LEGAL DA ATIVIDADE DO/A FORMADOR/A
OBJETIVOS
Em consequência do grande aumento da oferta formativa verificada nos últimos anos, muitas são as
pessoas que exercem a atividade de formador/a, numa grande diversidade de situações, sem que para tal
detenham as competências técnicas e pedagógicas adequadas, facto que se reflete na eficácia e
qualidade da formação que desenvolvem. A aposta, indispensável e necessária, na melhoria da qualidade
da Formação Profissional implica uma maior exigência na qualidade da formação dos/as formadores/as e
a regulamentação das condições de exercício da sua atividade. Por outro lado, passa a ser reconhecida à
Formação Profissional uma importância estratégica, enquanto espaço privilegiado para a aquisição de
conhecimentos, exigidos para o exercício das funções próprias de uma profissão ou grupo de profissões e
capazes de assegurar a mobilidade e a capacidade de adaptação a novas organizações de trabalho e a
novas profissões. Neste processo a qualidade dos/as formadores/as é unanimemente considerada um
pilar fundamental no desenvolvimento da formação.
No enquadramento jurídico atual, para ser formador/a é necessário um conjunto de requisitos cumulativos
que incluem a preparação psicossocial do indivíduo, a formação científica e técnica e, ainda, a preparação
ou formação pedagógica, adaptadas ao nível e contexto em que se desenvolve a formação. A certificação
dos/as formadores/as, para além da preparação psicossocial do indivíduo, envolve, assim, duas vertentes
intrinsecamente ligadas e determinadas para a qualidade do processo formativo:
O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) foi designado entidade certificadora responsável
pela certificação de formadores/as. Nesta qualidade, o IEFP iniciou o processo de certificação da aptidão
pedagógica dos/as formadores/as, cabendo, complementarmente à entidade formadora, verificar se as
competências técnicas dos/as seus/suas formadores/as são adequadas aos conteúdos e ao nível de
formação das ações que desenvolvem.
Cabe ainda ao IEFP gerir uma Bolsa Nacional de Formadores/as. Assim, todos/as os/as formadores/as
devidamente certificados podem solicitar a sua integração na bolsa de formadores/as, a qual estará
disponível para as entidades gestoras, formadoras e beneficiárias de formação.
O Decreto Regulamentar n.º 66/94, de 18 de novembro, e de acordo com o estabelecido nos Decretos-Lei
n.º 401/91 e 405/91, ambos de 16 de outubro, procura regulamentar o exercício da atividade de
formador/a no âmbito da formação inserida no mercado de emprego, sabendo-se que a qualidade da
formação deve ser alicerçada na consolidação e dignificação da função de formador/a. É neste Decreto
que encontramos claramente definido o que legalmente se entende por Formador/a:
“(...) o profissional que, na realização de uma ação de formação, estabelece uma relação pedagógica com
os formandos, favorecendo a aquisição de conhecimentos e competências, bem como o desenvolvimento
de atitudes e formas de comportamento, adequados ao desempenho profissional” (n.º 1 do Art.º 2º)
IDEIAS A RETER:
UNIDADE IV
PERFIL DO/A FORMADOR/A: COMPETÊNCIAS E CAPACIDADES
OBJETIVOS:
Todos nós, ao longo da vida, desempenhamos com maior ou menor frequência, mais ou menos
conscientemente, a função de “formador/a”.
Seja de forma perfeitamente consciente ou simplesmente no contacto ou convívio com as pessoas com
quem interagimos, procuramos com as nossas palavras e ações influenciar num certo sentido as ações dos
outros, procurando ajustá-las aos nossos próprios padrões, seja de pensamento ou de comportamento, que
consideramos, inevitavelmente, os mais corretos. Contudo, se as nossas tentativas de influência consistirem
na explicação das nossas razões e maneiras de pensar apelando à compreensão e reflexão dando, no
entanto, a liberdade de escolha, ajustada ao modo de ser e de estar de cada um, esse é um comportamento
formativo no sentido próprio do termo: isto é, proporcionar e facilitar o desenvolvimento pessoal, a
capacidade de iniciativa, discernimento e decisão, através do fornecimento de elementos e de instrumentos
que possibilitem uma análise pessoal e uma escolha consciente. Só assim desenvolveremos uma atividade
verdadeiramente formativa.
Durante muito tempo, um/a formador/a era visto antes de mais como um especialista dos conteúdos que lhe
conferia um determinado carisma e devia possuir talentos de orador. Esta conceção tem evoluído
significativamente nos nossos dias, embora não tenha desaparecido completamente.
Formar é um trabalho de profissional que, apesar de acarretar consigo uma certa parte de intuição e arte,
também exige, para ser eficaz, competências específicas.
Formar é uma profissão que assenta em atos técnicos, compreendendo uma parte que pode ser descrita,
operacionalizada e aprendida.
Não havendo soluções milagrosas ou receitas-modelo para a gestão de situações de formação mais ou
menos complexas, com grupos de formação cada vez mais heterogéneos, o papel de formador/a deve
mudar. Cada vez mais, a variedade e complexidade das situações de formação exigem do/a formador/a
uma grande capacidade de adaptação, dando-lhe a possibilidade de explorar as suas especificidades
através de decisões adaptadas. Todos nós podemos, no nosso dia-a-dia, desempenhar funções formativas.
O/A formador/a profissional, quer exerça essa atividade a tempo inteiro ou não, desempenha essas funções
de uma forma sistemática, visando proporcionar com esse exercício a transmissão e aquisição de
competências profissionais que confiram aos indivíduos em formação, o domínio de um conjunto de
técnicas fundamentais ou avançadas, que lhes permitam o seu sucesso num mercado de trabalho cada vez
mais competitivo, num mundo tecnológico em permanente mudança.
O/A formador/a deve informar (transmitir conhecimentos), instruir (desenvolver competências) e incentivar
(fomentar atitudes) facilitando, desta forma, a aprendizagem.
O/A formador/a deverá ser ao mesmo tempo especialista e generalista permitindo-lhe fornecer visões
globais e abrangentes, respondendo eficazmente aos desafios com que possa ser confrontado.
Um dos traços essenciais da personalidade do/a formador/a deve ser, a de possuir capacidade de análise
e espírito de abertura e interesse pela sua profissão e pelo que o/a rodeia, procurar o seu aperfeiçoamento
pessoal e profissional, permitindo-lhe compreender a diversidade socio-económica-cultural que o circunda,
apenas deste modo ele se encontrará em condições de fazer da evolução e da “mudança” um dos
momentos cruciais da formação.
FORMAR
Técnicas
Competências
Perspetivas profissionais
Saberes da profissão (área profissional).
Neste espírito de abertura à mudança e à crítica, inclui-se também o gosto pelo trabalho em equipa, não
apenas com os/as formandos/as com quem interage, mas também os/as seus/suas colegas de profissão,
trabalho que deverá ter como objetivo alcançar um melhor desempenho. Por outro lado, a eficácia dos/as
trabalhos/as de formação e das atividades formativas, em muito dependem do dinamismo demonstrado
pelo/a formador/a. Ser formador/a, significa ser um dinamizador/a das atividades dos/as formandos/as,
promovendo o seu gosto pela pesquisa individual e autoformação, e trabalho em grupos, incentivando e
valorizando as suas iniciativas, discutindo as suas propostas, colaborando no planeamento e
acompanhamento criativo da execução das atividades. Estes fatores implicam um elevado dinamismo e
criatividade do/a formador/a que através do seu próprio entusiasmo e espírito de iniciativa poderá
contagiar os grupos em formação e promover a sua autonomia e espírito inventivo. O/A formador/a como
agente de mudança, deve encontrar-se atento/a ao mundo que o/a rodeia, pois no seu dia-a-dia terá ele/a
próprio/a que conviver com formandos/as oriundos/as das mais diversas regiões geográficas e com as
mais díspares visões do mundo e das coisas, enfim, das mais variadas manifestações culturais.
A abertura social é pois verdadeiramente indispensável para que o/a formador/a se encontre em
condições de aceitar e compreender a diversidade concretizada pelos/as seus/suas formandos/as e com
Fase: Desenvolvimento Processo: CON.SUP.P5 Documento: D6 Pág. 17/33
MODULO 1- FORMADOR/A: SISTEMAS,CONTEXTOS E PERFIL
1. Competências psicossociais
2. Competências técnicas;
COMPETÊNCIAS PSICO-SOCIAIS
Assiduidade;
Pontualidade;
Postura pessoal e profissional;
Aplicação ao trabalho;
Coresponsabilidade e autonomia;
Boas relações de trabalho;
Capacidade de negociação;
Espírito de equipa.
Comunicação interpessoal;
Liderança;
Estabilidade emocional;
Tolerância;
Resistência à frustração;
Autoconfiança;
Autocrítica;
Criatividade;
Flexibilidade;
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS
IDEIAS A RETER:
UNIDADE V
O SISTEMA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
OBJETIVOS
Podemos encarar a Formação Profissional como uma atividade que favorece a evolução global da
personalidade do indivíduo, partindo dos conhecimentos adquiridos e de experiências vividas, permitindo
obter elementos de realização mais completos de si próprio, e uma melhor adaptação ao meio de
inserção, nomeadamente no plano socioprofissional.
Neste sentido, a Formação Profissional pode ser considerada um processo organizado de educação
graças aos quais as pessoas enriquecem os seus conhecimentos, desenvolvem as suas capacidades e
melhoram as suas atitudes ou comportamentos, aumentando, deste modo, as suas qualificações técnicas
ou profissionais, com vista à felicidade e realização, bem como à participação no desenvolvimento
socioeconómico e cultural da sociedade. Trata-se, desta forma, de um processo global e permanente
através do qual os jovens e adultos, a inserir ou inseridos no mercado de trabalho, se preparam para o
exercício de uma atividade profissional, cuja síntese e integração possibilitam a adoção de
comportamentos adequados ao desempenho da profissão.
Os benefícios potenciais que a Formação profissional acarreta não se restringem apenas às pessoas,
uma vez que através da aquisição de conhecimentos, aptidões técnicas e de relacionamento, pelo
sentimento de pertença (a um grupo ou organização), pelo controle das tensões e conflitos existentes no
dia-a-dia é possível a aquisição da autoconfiança, segurança e capacidade de tomar decisões, mas
também a benefícios potenciais de que “auferem” as sociedades e organizações.
Neste sentido, a Formação profissional tem de ser vista a partir das necessidades da sociedade,
das organizações e dos indivíduos.
Por um lado, porque contribui para o aumento da produtividade, para a melhoria dos níveis de interesse,
motivação e participação, facilitando a comunicação e a solução de conflitos, aumentando não apenas o
conhecimento e a identificação com os objetivos da organização mas também potenciando a identificação
com a cultura organizacional. Por outro lado, porque possibilita o acompanhamento do progresso
científico-tecnológico melhorando o desempenho a todos os níveis.
O sistema de Formação em termos globais pode abranger por exemplo um país, uma região, um setor de
atividade, uma determinada profissão, uma organização ou um posto de trabalho dentro da organização.
Isto é, um sistema de Formação concebe-se e implementa-se aos mais diversos níveis os quais variam
consoante o tipo de agente que está a intervir.
O Governo concebe um sistema de Formação ao nível do país de acordo com as suas decisões políticas
e o plano de desenvolvimento que traça para cada país.
Uma empresa concebe o seu sistema de Formação tendo em consideração o seu plano estratégico.
Um indivíduo também pode construir de forma mais ou menos sistemática o seu sistema de Formação.
SISTEMA SISTEMA
RELIGIOSO JURÍDICO-
LABORAL
SISTEMA SISTEMA DE
EDUCATIVO FORMAÇÃO SISTEMA DE
PROFISSIONAL TRABALHO
PRODUTIVO
Apesar dos diversos enquadramentos e objetivos do sistema de Formação, as fases que constituem a
sua gestão são semelhantes.
Gestão do Sistema
Organização/coordenação do Sistema
(ações de formação)
Conceção
do
Sistema
Avaliação do Sistema
Avaliação da Eficácia
externa da Formação
A entidade formadora pode intervir ativamente e de forma direta em todo o sistema de Formação ou
apenas em parte, isto é, numa determinada fase do sistema. De uma forma geral as entidades formadoras
iniciam a sua atividade após a deteção das necessidades de Formação concebendo uma intervenção
formativa que permita a satisfação das carências de Formação detetadas.
No esquema seguinte compreende-se o modo de gestão da rede de relações que se estabelece entre o/a
Formador/a, os/as Formandos/as e o saber, num determinado espaço, durante um dado período temporal.
TEMPO CONTEXTO
(COMPONENTE TEMPORAL) (COMPONENTE SITUACIONAL)
TEMA/MATERIA/PROGRAMA
(COMPONENTE SABER)
Assim, temos uma extensa e diversificada classificação. Destacam-se dos ditos sistemas de Formação
existentes:
1. A Formação Profissional inicial com certificação escolar destina-se a jovens e tem por objetivos a
obtenção de uma dupla certificação, escolar e profissional, visando a entrada no mercado do trabalho. A
Formação é feita em alternância, entre a escola e a empresa.
2. A Formação inicial para a qualificação profissional destina-se a jovens ou adultos/as e tem por
objetivos a obtenção de uma certificação profissional a curto prazo, visando o ingresso no mercado de
trabalho. A Formação é implementada com componente de ordem teórica, simulações práticas e em
contexto de trabalho.
Pela sua importância e pelo que representa para os/as Formadores/as, expomos uma classificação que se
centra no processo pelo qual a Formação é feita. Esta é a esfera específica de ação do/a Formador/a.
A Formação que se faz pouco difere pelo processo, eventualmente porque a intervenção da tecnicidade (a
existir) dos/as Formadores/as pouco ou nada se faz sentir, daí as poucas classificações existentes quanto
ao processo. De acordo com esta classificação, toda a situação de produção da Formação é um equilíbrio
dinâmico entre três polos: o/a aprendente (Formando/a), o saber ou matéria e o/a ensinante (Formador/a).
Com base neste conceito tipificam-se três grandes famílias de sistemas de Formação:
Sistemas centrados no/a Formador/a – a maioria dos sistemas de Formação profissional que temos
atualmente encontram-se nesta dimensão. O acesso à apropriação dos diferentes saberes pelo/a
Formando/a é mediado de forma mais ou menos sistemática pelo/a Formador /a(ex.: todas as situações
de ensino ou de Formação tradicionais). No futuro estes sistemas terão cada vez menos espaço para
existirem. No entanto, haverá muitas circunstâncias em que permanecerão (conferências, aula magistral).
Sistemas centrados no/a Formando/a/grupo – O/A aprendente ocupa o seu lugar no centro. São
sistemas de Formação projetados e construídos em função do aprendente/sistema de aprendizagem. O/A
ensinante/sistema ensino concentra a sua ação nos/as aprendentes e não age sem intermediação sobre o
saber/matéria (ex: Formação comportamental).
Os saberes são aqui tendencialmente da ordem do/a aprendente agitada pelo sistema ensino. O/A
Formador/a polo de ensino deixa de ser um/a especialista da matéria, na adoção de posturas adequadas
pelos indivíduos ou pelos grupos para o alcance dos objetivos que se propõem.
Sistemas de Formação centrados nos materiais – estes sistemas caracterizam-se pela importância
acrescida dos materiais didáticos. Podem chegar ao estado extremo em que o sistema ensino não age
sobre o sistema aprendizagem, senão através dos materiais (aqui sempre entendidos de maneira
extensiva). A tecnologia em que assenta o processo de transformação do sistema é basicamente a
tecnologia necessária à construção de qualidade e à exploração de qualidade dos materiais didáticos (ex.
a Formação aberta ” (…) o media-Formador/a é um/a perdedor/a no combate com o media-media.”)
Face ao exposto pode-se afirmar que existem algumas variáveis que têm a ver com a aptidão/inaptidão
dos sistemas, por exemplo para lidar com certos tipos de objetivos de Formação. São estes fatores que
explicam que nenhuma família de sistemas se encontra ameaçada de desaparecer subitamente. No
entanto, umas estão em perda e outras em ascensão.
IDEIAS A RETER:
Um sistema de Formação em termos globais pode abranger por exemplo um país, uma região, um
setor de atividade, uma determinada profissão, uma organização ou um posto de trabalho dentro
da organização;
Um sistema de Formação concebe-se e implementa-se aos mais diversos níveis, os quais variam
consoante o tipo de agente que está a intervir;
O sistema de Formação subdivide-se em diferentes subsistemas: conceção do sistema, gestão do
sistema, organização do sistema, animação do sistema, avaliação do sistema. Estes subsistemas
subdividem-se em diferentes fases que se complementam e se integram visando o todo – o
sistema de Formação.
São diversas as formas de categorizar/classificar os tipos de Formação profissional existentes;
Nenhuma “família” de sistemas de Formação encontra-se ameaçada de desaparecer subitamente.
No entanto, umas estão em perda e outras estão em ascensão.
UNIDADE VI
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O SISTEMA EDUCATIVO
Nenhuma formação inicial, nem mesmo a de nível superior, pode preparar um indivíduo para um futuro
incerto, pelo que a formação profissional, particularmente a contínua, tende a ser uma necessidade e uma
realidade que acompanha os profissionais.
Em Portugal, a Formação Profissional inserida no sistema educativo tem sofrido alterações ao longo do
tempo de acordo com a realidade política, económica e social de cada período. Antes da revolução de
abril de 74, a formação profissional no sistema educativo era fundamentalmente implementada através
dos cursos comerciais e industriais ao nível do atual 3º ensino básico. Estes alunos/as terminavam os
cursos com qualificações específicas que lhes permitiam a colocação imediata no mercado de trabalho
que os aceitava porque tinham uma formação de base muito próxima da realidade empresarial. Com as
sucessivas reestruturações do sistema educativo, estes cursos desapareceram e só muito mais tarde
surgem outras variantes com o mesmo objetivo, ou seja, proporcionar uma formação profissional
qualificante inserida no sistema educativo ou que permita a sua equiparação. Com os centros de formação
profissional de gestão direta e protocolares e escolas profissionais emergem e implementam-se muitos
cursos que tentam proporcionar uma formação qualificante inicial. Nas escolas denominadas de ensino
formal também se desenvolvem cursos que permitem uma aproximação mais prática à formação
profissional.
Atualmente as práticas que conferem uma dupla certificação escolar e profissional são diversas.
Indicamos as mais representativas:
Cursos que proporcionam formação inicial com dupla certificação, fora do regime de alternância.
Destinam-se a jovens que abandonaram precocemente o sistema educativo sem terem completado o
1º e 2º ciclo. Esta modalidade confere-lhes uma qualificação profissional de nível I e II e uma
equivalência aos 1º e 2º ciclos do ensino básico.
A maior parte dos estudos que fundamentam a distinção entre pedagogia e andragogia (pedagogia para
adultos) partem, sobretudo, de dois pressupostos: o primeiro, resulta da dicotomia entre ensino e
formação, entre métodos diretivos (centrados no professor e no poder de transmissão de saber) e ativos
(centrados no formando e na dialética formando/formador), entre metodologias tradicionais e novas
metodologias; o segundo, resulta da crença na existência de especificidades próprias nas crianças e
jovens, diferentes das especificidades dos adultos. No que toca à realidade portuguesa constata-se, com
demasiada frequência, que o quadro referencial para muitos formadores (e formandos) é ainda o ensino
tradicional ministrado nas escolas, caracterizado por uma postura do professor como detentor do saber, a
desempenhar o poderoso papel de transmissor de conhecimentos e por uma postura passiva do aluno,
encarado como mero recetáculo dos saberes transmitidos. Digamos que ainda se verifica, com bastante
frequência, a reprodução daqueles modelos tradicionais (de algum modo já ultrapassados no próprio
ensino escolar) nos cursos de formação profissional.
Existe uma grande distância entre uma sessão de formação e uma aula, diferença essa que se prende
com fatores vários, dos quais destacamos:
a) Espacial (as salas de formação, onde a própria disposição das mesas deve ser diferente: em “U”
em vez das tradicionais fileiras sucessivas, ou de anfiteatro);
b) Temporal (as ações de formação decorrem num período bem mais curto do que o período escolar
e em simultâneo, com maior densidade e concentração de conteúdo no primeiro caso em relação
ao segundo);
Segundo Gerard Malglaive, a Formação Profissional deverá dar resposta a necessidades organizacionais
e, por consequência, estar orientada para finalidades (os problemas que a organização resolverá, ou
contribuirá para resolver). Espera-se desta forma que, no seio das empresas e das organizações, a
Formação Profissional direta ou indiretamente e quantitativa ou qualitativamente, conduza a novas
práticas profissionais e culturais.
A oposição anteriormente referida, entre ensino e formação, manifesta-se igualmente ao nível dos
objetivos. No ambiente escolar os objetivos situam-se essencialmente, na valência da aquisição de
conhecimentos globalizantes e diversificados – centrada nos conteúdos – sem necessidade de aplicação e
de integração imediata em “campos” sociais e organizacionais;
Essa diferença manifesta-se, em última instância, na terminologia utilizada por professores e alunos no
primeiro, e formadores ou monitores e formandos ou participantes no segundo. Por outro lado, em
situação de formação, deve falar-se em curso, ação ou sessão de formação em vez de aula; em
formadores e formandos em vez de professores e alunos. Os adultos em situação de formação
profissional rejeitam a ideia de serem equiparados a meros alunos, que ao nível do imaginário os remete
para os bancos da escola e para a necessidade de estudar, querendo, doutro modo, ver reconhecida a
sua autoimagem enquanto agentes sociais nas organizações, tal como pretendem ver reconhecida e
“trabalhada” a sua própria experiência e o seu valor enquanto profissionais e atores organizacionais.
Uma das grandes questões que se colocam a nível pedagógico, em Formação Profissional, situa-se na
relação entre as duas principais vertentes em jogo no processo formativo: a vertente ensino e a vertente
aprendizagem.
Do ponto de vista estritamente pedagógico, o/a formador/a deve ter consciência que, em qualquer
situação de formação, estão em jogo duas atividades inseparáveis: as atividades de aprendizagem e as
atividades de ensino. Regra geral, os/as formadores/as são selecionados/as ou convidados/as para
assegurar uma ação de formação em função das suas competências técnico-profissionais, ou da sua
experiência na matéria, o que lhes confere, à partida, uma superioridade técnico-profissional em relação
aos formandos/as.
Essa mesma superioridade, só terá valor pedagógico se, do ponto de vista da aprendizagem, o/a
formador/a conseguir conceber uma arquitetura do processo formativo de ensino que organize e conduza
a atividade de aprendizagem aos objetivos gerais e operativos definidos para a Ação. Daí que todo o
esforço pedagógico do/a formador/a, deva ser orientado para a satisfação adequada das expetativas
existentes, tentando ajustar os vários interesses em jogo.
O/A formador/a é uma figura central em todo este processo, o que significa que nestas circunstâncias
deve:
Adaptar a ação de formação ao contexto;
Subordinar toda a sua prática pedagógica aos objetivos da organização da formação e da
aprendizagem;
Encarar a sua função como um conjunto organizado de atos pedagógicos.
Para concluir, apresentamos no quadro seguinte, as principais diferenças entre EDUCAÇÃO versus
FORMAÇÃO:
EDUCAÇÃO FORMAÇÃO
(Modelo Tradicional) (Modelo Ideal)
PREPARAR / MELHORAR A
FINALIDADE PRINCIPAL SOCIALIZAÇÃO
PRODUÇÃO
PROFESSORES/AS /
ATORES ANIMADOR/A / FORMANDOS/AS
ALUNOS/AS
SOBRE O “SISTEMA” E
AVALIAÇÃO SOBRE O/A ALUNO/A
RESULTADOS
Quando falamos em educação/formação talvez o pensamento mais comum nos remeta para a presença
de todos os intervenientes no processo formativo num mesmo espaço. Porém, tal facto não é
necessariamente verdadeiro - o processo formativo não exige necessariamente no mesmo espaço a
presença física de formador e formandos.
Face à necessidade de formar e atualizar os profissionais sem despender muito tempo ou muito dinheiro
surge uma resposta: o ensino à distância. Esta modalidade permite que o processo formativo aconteça
sem que formador e formando se encontrem em simultâneo no mesmo espaço físico.
Na realidade, estes dois instrumentos são essenciais para a proliferação do ensino/formação à distância,
porém, esta modalidade começou por acontecer através de correspondência e com base em emissões de
rádio e televisão (por exemplo, a Telescola, implementada em Portugal na década de 60). Posteriormente,
com o aparecimento da World Wide Web (WWW) tornou-se possível a realização de sessões síncronas ou
assíncronas, bem como a utilização de várias metodologias e tecnologias que promovem o ensino e
aprendizagem através da Internet.
Contudo, a modalidade em que é exigida a presença de todos os intervenientes do processo formativo não
caiu em desuso e, face a todas as alternativas, nos dias que correm procura-se usar a modalidade que
melhor satisfaz uma dada necessidade num dado momento. Assim, atualmente distinguem-se três
modalidades de intervenção formativa:
A modalidade b-learning, reune as vantagens das duas modalidades formativas (presencial e à distância),
pelo que atualmente é adotada em muitas situações formativas.
Não se poderá a priori apontar a melhor modalidade formativa, pois todas possuem vantagens e
desvantagens. A melhor opção vai sempre depender do público-alvo, dos conteúdos, dos
constrangimentos e das necessidades formativas existentes num dado momento.
Apesar dos esforços que Portugal vinha desenvolvendo para o aumento das qualificações dos
portugueses, no ano de 2000 o nosso país continuava a ocupar os últimos lugares nas tabelas
comparativas respeitantes às taxas de escolarização da Europa, pelo que era importante aumentar a
qualificação escolar dos portugueses.
O processo de RVCC, considerando o que foi referido anteriormente, constitui (apesar das dúvidas de
muitos) uma mais-valia para muitos adultos que viram reconhecidas as competências que efetivamente
detinham. A estes indivíduos foi proporcionada a possibilidade de prosseguirem os seus estudos, de
frequentarem cursos profissionais, aumentarem as suas qualificações, progredirem na carreira e de
almejarem melhores oportunidades no mercado de trabalho, para além da mais-valia pessoal e social que
constitui o aumento das qualificações.
De salientar que para além da qualificação escolar o processo de RVCC também permite a qualificação
profissional. Quantos trabalhadores existem no país que, mesmo sem reconhecimento formal, são mestres
na sua profissão?
O processo de RVCC PRO permite que o profissional veja reconhecidas e certificadas as suas
competências relativamente à profissão que desempenha.
Apesar da simplicidade da ideia que está na origem do processo de RVCC (reconhecer e certificar
competências que os indivíduos possuem mas que não foram formalmente reconhecidas), pretende-se
que a validação e certificação de competências seja um processo exigente, rigoroso e respeite os
parâmetros estabelecidos para cada nível. Esta será a única forma de concretizar os objetivos a que se
propõe.
Apresentadas que estão as linhas gerais do processo de RVCC, sugere-se, a quem pretender aprofundar
os conhecimentos neste domínio, a leitura do estudo realizado pelo Centro de Estudos de Gestão do
Instituto Superior Técnico denominado Os Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências e o Desempenho no Mercado de Trabalho, no qual foi baseada esta pequena resenha.
IDEIAS A RETER:
BIBLIOGRAFIA
CEG-IST, (2012). Os processos de reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e o
desempenho no mercado de trabalho. Estudo encomendado pela Agência Nacional para a
Qualificação e Ensino Profissional, I.P.
LEAL, D. & AMARAL, L. (2004). Do ensino em sala de aula ao e-learning. Universidade do Minho.
Braga.
MACHADO, Artur da Rosa, “A Função do Formador”, Cadernos de Gestão, Ed. Gradiva, 1995.
VÁRIOS AUTORES, “Guia do Formador”, Coleção Horizontes Pedagógicos, Instituto Piaget, 1994
VIDAL, E. (2002). Ensino à distância vs ensino tradicional. Universidade Fernando Pessoa, Porto.