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Como o próprio autor do texto diz (GALLO, 2003, p. 53-54), ele opera por deslocamentos,
ou seja, ele “desterritorializa conceitos da obra de Deleuze e de Deleuze & Guattari, para
reterritorializá-los no campo da educação”, já que Deleuze “não se dedicou a problemas
relativos à educação senão de forma muito marginal”. Por isso, prosseguirei este
fichamento crítico utilizando subdivisões, de modo que cada divisão dirá respeito a cada
um dos quatro deslocamentos feitos pelo autor desta obra: A filosofia da educação como
criação conceitual; uma “educação menor”; rizoma e educação e educação e controle.
Se o que importa é resgatar o filósofo criador (de resto, a única possibilidade para
que ele seja de fato filósofo), então o filósofo da educação deve ser aquele que cria
conceitos e que instaura um plano de imanência que corte o campo de saberes
educacionais (GALLO, 2003, p. 57)
Partindo da noção de literatura menor, proposta por Deleuze e Guattari (?) que consideram
que “Uma literatura menor não é a de uma língua menor, mas antes a que uma minoria faz
em uma língua maior”, Gallo faz uma desterritorialização desta temática, transpondo-a para
o campo da educação ao discorrer sobre “educação menor”, promovendo assim o
exercício de deslocamento conceitual, como proposto pelo próprio autor.
Acredito que política educacional deverá ser (re)pensada para que sejam instituídas
diretrizes que acordam com as múltiplas realidades presentes nas escolas (realidades a
serem relatadas pelos professores militantes, que vivem “na toca do rato, no buraco do
cão”). Acredito que também precisamos fazer um trabalho “formiguinha” para atingir uma
coletividade, além do trabalho coletivo que atingirá a cada um de nós e que foi dito pelo
autor.
(...) Uma educação rizomática, por sua vez, abre-se para multiplicidade, para uma
realidade fragmentada e múltipla, sem a necessidade mítica de recuperar uma
ligação, uma unidade perdida. Os campos de saberes são tomados como
absolutamente abertos; com horizontes, mas sem fronteiras, permitindo trânsitos
inusitados e insuspeitados (GALLO, 2003, p. 81).
A citação acima me faz acreditar que devemos estar sempre pensando criticamente e
avaliando nossas ações em sala de aula e em toda e qualquer situação que diz respeito à
educação, para saber até que ponto controlaremos e se controlaremos o outro (o aluno),
se permitiremos o controle sobre nós (pela política educacional) ou não; quais os tipos de
controle estamos exercendo e sob qual estamos sendo controlado. Seriam eles
adequados? Após refletir sobre este assunto e encontrar as respostas para estas
perguntas, penso que deveríamos agir, agir conforme um professor militante.
Referência: