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Universidade Federal Fluminense

Instituto de Arte e Comunicação Social


Teoria da Arte
Professor: Viviane Furtado
Aluno: Luiza Monte

Quais elementos que configuram um conceito de arte no Renascimento que


inexistia anteriormente?

Segundo o dicionário online de Língua Portuguesa, Renascimento significa: “Ação


de renascer, de nascer novamente, de dar nova vida, existência ou vigor a;”. Ao estudarmos
a História do Renascimento enquanto movimento artístico, percebemos a valorização das
formas da Antiguidade Clássica. Porém, sob um olhar pouco nostálgico. Os Renascentistas
se sentiam superiores aos seus antecessores por terem sido intelectualmente superiores.
Na Idade Média, o gesto artístico era restrito ao sagrado. O belo era representado
através da beleza divina. O sagrado, por sua vez, transcende a beleza nas obras. Quem
eram os que desenvolviam as obras pouco importavam, porque não passavam de
copiadores de uma estética padrão. A noção de autonomia e afirmação individual na
relação obra vs. artista, só começaram a se desenvolver após a Biografia do artista Cennino
Cennini demarcar um informações antes não valorizadas: o tempo e o nome do artista da
obra.
Essa noção de individualidade foi muito importante para o artista Renascentista,
porque ele se afasta do anonimato e passa a ser valorizado por sua obra. A ascensão social
sofrida, fez com que houvesse uma separação entre o que antes era artesão e agora é
artista. A valorização do artista visual deve-se também, porque ele deixou de reproduzir
trabalhos meramente manuais para se tornar um trabalhador intelectual. Segundo Alberti,
“O pintor deve ser culto”. Tal afirmação pressupõe que o pintor deve obter (além de provar
que os têm) um conhecimento avançado sobre ciências humanas e ciências da natureza,
para que consiga desenvolver suas obras.
A partir de então, percebe-se que a valorização do sagrado e divino não é mais o
objetivo artístico, mas sim a valorização da natureza e do próprio indivíduo enquanto a
relação autor com o espectador se estreita. Arte passa a ser imitação da natureza. E
mimetiza o que há de mais belo nessa natureza.
O trabalho do artesão é operacional. Requer apenas o uso das mãos e está sujeito a
Arte Liberal, que necessita de base científica e intelectual para afirmá-la. Assim, o artista
precisa desenvolver um Projeto Artístico, estruturado na arte como uma ciência a qual deve
ser idealizada e elaborada, e não apenas realizada. Dado caminho levou a um novo ideal
cultural, que visa a valorização da geometria e da versatilidade individual, o que antes não
acontecia. Tal autonomia quanto aos temas escolhidos para as obras também foi um fator
importante para essa transição.
Representar o volume na tela, através do estudo das formas e cores, mediante a
certas disposições de luz, implementou as obras de arte um caráter mais realista; por ser
geometricamente tridimensional. A tela passa a ter a visão de uma janela, a qual dá a
impressão de que o espectador faz parte da mesma.
“A compreensão da perspectiva não só elevou a arte à uma ciência; pode-se compará-la ao
descobrimento e entendimento do infinito”. (Panofsky).

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