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ANÁLISE – SINTAXE

“Convém (1) /que nós não deixemos morrer as nossas tradições (2), os usos genuinamente
nacionais...” (p. 2)

(1) Oração Principal


 Sujeito da oração principal é (2): -humano; -animado; -tópico; -agente; +tema;
-delineado (em oração, traços são praticamente todos negativos)
(2) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
 Traços do sujeito: +humano; +animado; +tópico; +agente; +tema; -delineado
 Deixemos: verbo quase auxiliar, não está totalmente esvaziado de seu sentido
semântico

Partindo da análise de Prince (1981), é possível dizer que a entidade as nossas tradições é um
referencial novo, ou seja, é a primeira vez que aparece na organização do texto e não pode ser
inferida; entretanto, a entidade os usos genuinamente nacionais (aposto) pode ser inferida a
partir de as nossas tradições – ou seja, a partir do conhecimento sobre as tradições, é possível
inferir que os usos nacionais fazem parte delas.

“[...] continue lá com as suas manias” (p.2)

(1) Traços do sujeito: +humano; +animado; -tópico; +agente; +tema; -delineado

As suas manias pode ser encarado como um referente evocado ou velho, visto que já é
conhecido textualmente pelos personagens em cena e pelo interlocutor – ou seja, já se
conhecem as manias ultranacionalistas de Policarpo Quaresma e a informação está sendo
recuperada.

“Então nós, os homens, o pináculo da escala zoológica, iremos buscar normas de vida entre
insectos?” (p. 75)

(1) Traços do sujeito: +humano; +animado; +tópico; +agente; +tema; -delineado (então é
desconsiderado por ser marcador conversacional).
(2) Os homens, o pináculo da escala zoológica: apostos, especificam o sujeito nós.

Segundo Prince (1981), os homens deve ser encarado como referente disponível, visto que
especifica o sujeito nós utilizado anteriormente e está na mente do interlocutor como uma
inferência que todos conhecem. O pináculo da escala zoológica, entretanto, apesar de
também especificar o nós, é visto como referente inferível, ou seja, que pode ser inferido a
partir de conhecimento de mundo (no caso, referenciando-se aos homens como o sinônimo
topo da cadeira alimentar). Normas de vida entre insectos, que completa a sentença, pode ser
entendido como referencial disponível, ainda mais pela articulação da conjunção conclusiva
então, que inicia visualmente a frase e faz menção a algo que já foi dito.
“Era (1) um velho poeta/ que teve (2) sua fama (VS de 2) aí pelos setenta e tantos, homem
doce e ingênuo/ que se deixara esquecer (3) em vida, como poeta,/ e agora se entretinha (4)
em publicar (5) coleções/, que ninguém lia (6), de contos, canções, adágios e ditados
populares.” (p.11)

 (1) todos os traços positivos, com exceção do tópico (oculto, Cavalcanti). Núcleo
do predicativo é poeta; velho, um são adj. Adnominais. Oração principal.
 (2) sujeito = que (pronome relativo); +humano; +animado; +tópico; -agente;
+tema; -delineado (artigo indefinido que encabeça o sintagma) // aí =
aproximativo de tempo, nesse caso, “adj. Adverbial de proximidade”. Oração
subordinada adjetiva restritiva da (1).
 e = marca paralelismo entre doce e ingênuo
 (3) sujeito = que (homem doce e ingênuo); +humano; +animado; +tópico; +agente;
+tema; -delineado. Oração subordinada adjetiva restritiva da (1) e oração
coordenada assindética da (4).
 que = tem aspectos de maior proximidade e menos concordância, enquanto o qual
= mais aspectos de distância e de concordância
 como = preposição enumerativa e/ou preposição exemplificativa (gramaticalização
ao longo do tempo) ---- pode ser substituído como na condição de.
 (4) Oração coordenada sindética aditiva da (3) e Oração Principal da (5). Sujeito =
homem doce e ingênuo, oculto: +humano; +animado, -tópico; +agente; +tema;
-delineado.
 (5) Oração reduzida do infinitivo que se desenvolve em oração subordinada
adverbial temporal da (4) e em oração subordinada adverbial modal da (4).
 (6) Oração subordinada adjetiva restritiva; sujeito = ninguém; traços: +humano;
+animado; -tópico; -delineado; -agente; +tema

“Eu lhe quis fazer (1) um frango com petit-pois, /mas Policarpo não deixou (2)”

 (1) sujeito = eu; traços: +agente; +humano; +delineado; +tópico; +tema; +animado.
 com petit-pois = adjunto adnominal de companhia; complemento nominal (ambos
de frango). Oração Coordenada Assindética.
 (2) Oração Coordenada Sindética Adversativa. Sujeito = Policarpo; traços do
sujeito: +agente, +humano; +delineado; +tópico; +tema; +animado (sujeito
prototípico).

“Quaresma vivia (1) assim,/ sentindo (2)/ que a campanha (3)/ que lhe tinham movido (4),
/embora tendo deixado/ de ser (5) pública, /lavrava (3) ocultamente” (p. 56)

 (1) sujeito = Quaresma (prototípico). Oração Principal da (2)


 (2) Oração Reduzida de Gerúndio. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa da (1).
Oração Principal da (3). (obs.: existem orações reduzidas que não se
desenvolvem).
 (3) Oração Substantiva Substantiva Objetiva Direta da (2). Oração Principal da (3).
Traços: -humano; -animado; +tema; +tópica; +delineada; -agente.
 (4) Pode ser sujeito oculto ou indeterminado, dependendo do contexto. Oração
Subordinada Adjetiva Restrita da (3).
“O major continuou (V1) a mastigar (V2) (1) a sua pergunta/; urgia (2)/, era (3)
indispensável;/ o portão estava (4) a dous passos” (p. 83)

 (1) locução verbal, perífrase verbal. Continuou = verbo aspectual, marca algum
traço de sentido em V2. Núcleo do sujeito = major. Traços de sujeito prototípico.
 (2) Sujeito oculto. Oração absoluta: não tem coordenada ou subordinada, vale por
si mesma.
 (3) Oração que funciona como aposto a (2)
 (4) Núcleo do sujeito = portão. Sujeito: -agente; +delineado; +tópico; -humano;
+tema; -animado
 A dous passos = na gramática normativa, ad. adv. de distância; na linguística, pode-
se falar que é partícula aproximativa.

“Ele, porém, continuou serenamente nos seus estudos/, mesmo porque não percebeu essa
diminuição” (p. 2)

 Porém = não é articulador da oração, e sim do texto (ideias anteriores).


 (1) Sujeito = ele. Traços prototípicos. Oração Principal da (2).
 (2) Sujeito oculto = ele. Traços: +agente; -delineado; +animado; -tópico; +humano;
+tema. Oração Subordinada Adverbial Causal da (1).

É (1) necessário falar (2) pouco. (frase da professora)

 = É necessário que se fale pouco.


 (1) Oração Principal
 (2) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo.
 Apesar da (2) ser subordinada subjetiva, a primeira carrega maior grau de
subjetividade.

“A Olga vai (V1) casar-se (V2) (1) /e nós vínhamos (V1) preveni-lo (V2) (2)” (p. 31)

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