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Apostila de Linhas de Tranmissão - Prof. José Eduardo Telles Villas - UERJ
Apostila de Linhas de Tranmissão - Prof. José Eduardo Telles Villas - UERJ
Projeto Mecânico
P
E = 5,5. 0,62. l + ...(1)
100
sendo:
E – tensão entre fases, em kV;
P – Potência transmitida, em kW;
l – comprimento da LT, em km.
Cumpre assinalar que, para cada valor de tensão, existe um valor ótimo de potência
a ser transmitida sob o aspecto global da transmissão (e não somente das perdas).
A Tabela 1.1 apresenta valores de potências naturais função das classes de tensão
das LT usualmente empregadas.
Para a construção de uma LT, o perfil do terreno bem como o estudo da natureza do
terreno (com vistas às fundações das torres e o dimensionamento do sistema de
aterramento destas) devem ser analisados cuidadosamente.
4) Levantamento Cadastral:
levantamento dos bens que os proprietários possuem dentro dos seus terrenos;
Uma análise mais detalhada de cada uma destas atividades é feita a seguir
• as estruturas deverão ser sempre colocadas em pontos altos dos terrenos e serão
na menor grandeza e quantidade possível;
Esta materialização será efetuada com bandeiras intervisíveis, distantes entre si de,
no máximo, 4 km.
- levantamento cadastral;
Uma estrutura pode ser considerada como uma viga vertical engastada no solo. As
solicitações (cargas) que se acham submetidas às estruturas são:
- axial vertical;
- horizontal transversal;
- horizontal longitudinal.
- rígidas:
- flexíveis:
dimensionadas para resistir apenas aos esforços normais sem deformações elásticas
perceptíveis, e às sobrecargas e cargas excepcionais, com deformações elásticas
expressivas. São simétricas em ambas as direções, caracterizando-se pelo elevado
grau de esbeltez.
- mistas ou semi-rígidas:
A B C
MADEIRA
CONCRETO
São estruturas flexíveis ou mistas enrijecidas por tirantes ou estais. Uma parcela dos
esforços horizontais é parcialmente absorvida pelos tirantes e transmitida
diretamente ao solo pelas âncoras, sendo a outra parcela dos esforços, transmitida
axialmente pelas estruturas.
Para os tirantes, são normalmente utilizados cabos de aço galvanizado a fogo, do tipo
HS (“High Strenght”) ou SM (Siemens-Martin), 7 fios, ou cabos do tipo “copperweld”
ou “alumoweld”. O uso, no passado, desse tipo de estruturas, era limitado a tensões
até 230 kV, sendo atualmente usadas em tensões de até 750 kV. A Figura 4.2 apresenta
exemplos desse tipo de estrutura.
Utilizada em larga escala no Brasil em LT’s até 34,5 kV curtas para a transmissão de
pequenos blocos de energia (sistemas de distribuição). Suas principais desvantagens
são:
- vida útil média;
- sujeitas a fogo;
- necessita de largas picadas ao longo da linha.
- não permite vãos grandes.
- necessárias emendas e tratamento contínuo da madeira.
As estruturas de concreto são menos dispendiosas que as de aço e mais caras que as
de madeira, e têm sido bastante utilizadas no Brasil em tensões até 230 kV.
C C
A B A B
5.2 Instalação:
- Reconhecimento e Serviços Topográficos;
- Locação no Campo;
- Aquisição da Faixa de Servidão;
- Desmatamento e Limpeza de Faixas;
- Execução das Fundações;
- Execução dos Sistemas de Aterramento e Medição das Resistências de Terra;
- Instalação e Montagem das Estruturas;
- Lançamento, Esticamento e Nivelamento dos Cabos Condutores e Pára-raios;
- Armamento dos Cabos;
- Inspeção Final.
Os condutores usados nas LT’s de energia elétrica são normalmente condutores nus,
isto é, desprovidos de isolamento. Devem, pois, ser apoiados sobre isoladores que são
fixados sobre estruturas suportes (postes, torres, etc). Quando utilizados, o isolamento
entre os condutores é a camada que os envolve.
Os condutores são de 2 (dois) tipos:
a) Fios maciços.
b) Cabos.
Os fios maciços eram, no passado, utilizados até com bitolas expressivas, estando seu
uso hoje quase limitado a bitola no 4 AWG, acima da qual se prefere os cabos, face a
sua maior flexibilidade e facilidade de manejo.
Dos metais existentes, os que satisfazem estas 3 (três) condições acima são o aço, o
alumínio e o cobre. O cobre e o alumínio são empregados em suas formas reais puras
(ou em forma de ligas), enquanto que o aço é empregado em adição ao alumínio ou
cobre para aumentar a resistência mecânica dos condutores e como cabos pára-raios.
Dos cabos selecionados para efetuarem o sistema de aterramento das torres tem-se os
cabos de aço de alta resistência, do tipo H.S (“High Strenght”) galvanizados e, em
alguns casos especiais, os do tipo E.H.S (“Extra High Strenght”), com diâmetros 3/8”
e 5/16”.
Para os subcondutores das fases das LT’s, utilizam-se normalmente cabos do tipo
CAA (condutor alumínio-aço).
Nas LT’s que atravessam regiões acidentadas, o peso reduzido do alumínio facilita o
transporte do cabo para os pontos de montagem, o que simplifica essas operações,
reduzindo, desse modo, o custo final da LT.
A elevada resistência dos cabos de alumínio com alma de aço (CAA) permite, para
uma mesma distância mínima do condutor ao solo, um maior vão. Para o caso de
vãos iguais, o uso do cabo CAA permite a utilização de torres mais baixas, pois sendo
o condutor mais resistente, este poderá ser esticado com menor flecha.
5.5.2 Desvantagens
Por ser macio e facilmente roído, deve-se evitar arrastá-lo sobre pedras ou superfícies
duras, devendo ser cuidadosamente manejado.
5.6 Nomenclatura
Fio:
É um corpo de metal estirado, usualmente de forma cilíndrica e de seção circular.
Cabo:
É um elemento formado por um grupo de fios ou por um conjunto de grupos de fios
não isolados entre si.
A determinação da seção mais econômica do cabo condutor é feita com base na Lei
de Lord Kelvin que estabeleceu:
“O custo de operação anual mínimo de uma LT ocorre quando o custo do
investimento inicial mais a depreciação são iguais ao custo anual do cabo”.
As Perdas por Efeito Corona são significativas para tensões acima de 345 kV.
kWmáx = 3. R . I 2 . 10 −3
...(2)
sendo:
A Figura 5.1 apresenta a composição destes custos visando à seleção ótima da seção
dos cabos condutores.
São provocadas pelo peso dos condutores, dos isoladores e das ferragens das
estruturas assim como as cargas durante a construção e a manutenção.
- normal: peso próprio dos suportes, isoladores e condutores.
- excepcional: esforços introduzidos durante a construção.
As cargas excepcionais são sempre maiores que as normais sendo um valor usual
adotado de 300 kg. Considera-se ainda um fator de segurança, na faixa de 1,3 a 1,8.
V = p . n . Vg + P1 + P2 ...(1)
sendo:
V – Carga vertical, em kg.
p – Peso do condutor, em kg/m.
n – Número de subcondutores por fase.
Vg – Vão de peso ou gravante, em m.
P1 – Peso dos isoladores e das ferragens, em kg.
P2 – Peso dos espaçadores, amortecedores, armaduras e contrapesos (colocados quando
necessário para diminuir o ângulo de balanço na cadeia de isoladores), em kg.
As cargas transversais atuam numa direção paralela à linha de centro da mísula. São
provocadas pela pressão do vento nas estruturas, ferragens, isoladores, condutores e
pela componente transversal da tensão da LT nas estruturas em ângulo.
sendo:
T – Tração transversal, em kg.
P – Pressão exercida pelo vento sobre o condutor, em kg/m2.
n – Número de subcondutores por fase.
ϕ – Diâmetro do subcondutor, em m.
Vh – Vão Horizontal ou de vento, em m.
T1 – Tensão máxima do condutor ou cabo-terra, em kg.
α – Ângulo de deflexão da LT.
Como uma LT é projetada para 30 a 40 anos, deve-se extrapolar, com base na curva
dos valores extremos, o valor que assumirá o fenômeno para este período. Este
método recebe o nome de período de retorno.
Exemplo:
Dada uma série de valores máximos anuais de temperatura (20 valores) na cidade
de Toronto cujo período de observação foi de 1948 a 1967, qual será o valor da
temperatura máxima anual para um período de retorno de 50 anos.
m
m xmáx PM = ...(4)
u +1
1 77
2 89
3 90
... ...
19 100
20 101
20
PM = = 95,20%
21
sendo:
PM - probabilidade de ocorrência de valores inferiores.
O Método de Gumbel será tanto mais confiável quanto se puder ajustar uma reta.
Como nem sempre é possível ter-se disponíveis um grande conjunto de dados, pode-se
utilizar o Nomograma de Weiss.
b- Nomograma de Weiss
∑ (x M − x) 2
Cálculo do desvio-padrão: s = ...(5)
n
x M = 93,60
n = 20
(93,60 − 77 ) 2
sMín = 1,615 = 20 - para o valor mínimo da amostragem
(93,60 −101) 2
sMáx = 3,622 = 20 - para o valor máximo da amostragem
x T = X M + K . S Máx ...(6)
Os valores do desvio padrão, na Figura 6.1, estão compreendidos entre 0,10 e 2,00.
Figura
Figura 6.1
6.1 –– Nomograma
Nomograma de Weiss.
de Weiss.
sendo:
0,18 – no cálculo da operação para esticamento do condutor, foi constatado ser este o
valor percentual de tensão mais indicado, visto o cabo, quanto mais rígido
estiver, menor será a sua vida útil face à fadiga. (18% UTS).
n – número de subcondutores por fase.
É recomendado o fator de segurança de 2,0 para vento máximo e 2,5 para vento
mínimo.
Para LT’s de até 220 kV, utiliza-se a expressão abaixo para cálculo do número de
isoladores:
E
N= + 1
15 ...(8)
sendo:
N – número de isoladores.
E – tensão nominal entre fases da LT, em kV.
R= V 2 + T12
...(9)
R= V 2 + T22
...(10)
sendo:
R – Esforço Resultante sobre a Cadeia de Isoladores de Suspensão, em kg.
T1 – Esforço Transversal calculado para a condição de vento máximo, em kg.
T2 – Esforço Transversal calculado para a condição de vento mínimo, em kg
V – Esforço Vertical em kg.
O valor de fator de segurança é determinado pela relação entre a capacidade do
esforço mecânico admissível dos isoladores (15000 libras, 25000 libras, 36000 libras e
50000 libras) e o esforço resultante atuante na cadeia de isoladores (R), calculado para
as 2 (duas) condições de vento citadas acima. Os valores resultantes utilizando-se as
expressões (9) e (10) acima são comparados com os fatores de segurança de 2,0 para
vento máximo e 2,5 para vento mínimo.
∑ T
tan (θ ) =
∑V ...(1)
sendo:
Σ T – somatório dos esforços transversais, em kg.
Σ V – somatório dos esforços verticais, em kg.
onde:
2 . T sen (α / 2) ± φ . Pv .Vh
tan (θ ) =
Pc1
Vg . P + + p
2 ...(2)
sendo:
Face ao risco real de choque mecânico entre os subcondutores das fases por ação do
vento exercida sobre os mesmos, para LT’s com classes de tensão superiores a 230 kV,
espaçadores são colocados entre os subcondutores das fases visando eliminar este
risco.
Figura 7.2– Gráfico para verificação de Balanço das Cadeias de Isoladores αmáx = 10º [1].
O peso total da LT será função do vão médio mais econômico para cada estrutura
adotada.
Dos fatores acima, os 4 (quatro) primeiros são preponderantes, tendo nos 2 (dois)
últimos fatores sido obtidas consideráveis reduções nos custos da LT face ao
conhecimento adquirido nas 2 (duas) recentes décadas através de estudos detalhados
das solicitações de natureza elétrica e mecânica que a LT é submetida.
- variação da altura;
- variação do vão gravante (ou de peso);
- variação do peso dos condutores e pára-raios;
- variação dos diâmetros dos condutores e pára-raios;
- variação do número de sub-condutores;
- variação das distâncias entre fases;
- variação dos ângulos de blindagens;
Para avaliação do peso de uma estrutura, a expressão desenvolvida pela Alcan e pela
Boneville Power Administration (BPA), apresentada abaixo, permite seu cálculo:
⎛ ⎞
W = C . h . K . ⎜⎜ T 2 / 3 + H 2 / 3 + V 2 / 3 ⎟⎟
⎝ ⎠ ...(1)
sendo:
⎛ d 2 ⎞
K= ⎜⎜1,44 + ⎟
⎝ 400 ⎟⎠
...(2)
onde:
d – distância entre fases, em pés.
T – esforço transversal, em libras.
H – esforço horizontal, em libras.
V – esforço vertical, em libras.
Dados da evolução temporal dos pesos para estruturas do tipo auto-portante rígida
para diferentes classes de tensão são apresentadas a seguir:
Peso (%)
Seção (ton/km)
Torre Peso
(MCM)
CS CD CD/CS
Aço Autoportante Convencional 1 x 636 26/7 11,45 18,33 60,1
Aço Autoportante Convencional 2 x 636 26/7 14,89 23,82 60,0
Aço Autoportante Raquete 2 x 636 26/7 15,31 24,50 60,0
Aço Estaiada Convencional 1 x 636 26/7 7,24 11,58 60,0
Aço Estaiada Convencional 2 x 636 26/7 9,41 15,06 60,0
Aço Estaiada Trapézio 2 x 636 26/7 9,43 15,09 60,0
Aço Autoportante Convencional 1 x 1113 45/7 11,79 18,87 60,1
Aço Autoportante Convencional 2 x 1113 45/7 15,33 24,53 60,0
Aço Autoportante Raquete 2 x 1113 45/7 15,64 25,02 60,0
Aço Estaiada Convencional 1 x 1113 45/7 7,57 12,11 60,0
Aço Estaiada Convencional 2 x 1113 45/7 9,84 15,74 60,0
Aço Estaiada Trapézio 2 x 1113 45/7 9,63 15,41 60,0
Peso (%)
Seção
Torre (ton/km) Peso
(MCM)
CS CD CD/CS
Peso (%)
Seção
Torre (ton/km) Peso
(MCM)
CD/CS
CS CD
Aço Autoportante Convencional 4 x 1113 45/7 15,20 0,00 -
Aço Autoportante Raquete 4 x 1113 45/7 15,20 0,00 -
Aço Estaiada Convencional 4 x 1113 45/7 15,20 24,32 60,0
Aço Estaiada Trapézio 4 x 1113 45/7 15,20 24,32 60,0
Aço Autoportante Convencional 4 x 1590 54/19 15,56 0,00 -
Aço Autoportante Raquete 4 x 1590 54/19 15,56 0,00 -
Aço Estaiada Convencional 4 x 1590 54/19 15,56 24,90 60,0
Aço Estaiada Trapézio 4 x 1590 54/19 15,56 24,90 60,0
Peso (%)
Seção
Torre (ton/km) Peso
(MCM)
CS CD CD/CS
A solicitação máxima dos materiais empregados deve ficar bem aquém da carga de
ruptura oferecendo uma satisfatória margem de segurança. A relação entre a carga de
ruptura e a carga máxima admissível é denominada fator de segurança.
c- Determinar os esforços que servem de base para o projeto das Estruturas e de suas
Fundações;
Em um projeto de uma LT a escolha dos tipos e bitolas dos cabos condutores obedece
a critérios técnicos e econômicos e, muito raramente mecânicos.
Assim, as cargas de ruptura são tratadas como grandezas estatísticas (por seu valor
médio e desvio padrão), podendo-se associar, para cada valor de esforço que atua sobre
um elemento estrutural, um risco de falha. Este risco será tanto menor quanto maior
for a relação carga de ruptura/solicitação máxima atuante, relação esta que
determina o fator de segurança para uma dada solicitação.
O risco teórico de falha de uma estrutura pode ser determinado pela posição relativa
das 2 (duas) curvas P(L) e f0(L).
a – Temperaturas:
→ temperaturas máximas anuais;
→ temperaturas mínimas anuais;
→ temperaturas médias anuais (obtidas por taxa horária de amostragem)
onde:
onde:
Para sua utilização deve-se localizar a LT nos mapas através de suas coordenadas
visando-se obter das figuras os valores das temperaturas correspondentes.
– a ação do vento depende da rugosidade do solo que, quanto maior, mais elevada
será a turbulência do vento e menor sua velocidade. O efeito das diferenças de
rugosidade do terreno de uma LT sobre as velocidades médias de ventos requer
correções.
Notas:
d) LT´s que cruzam áreas altamente urbanizadas devem ser consideradas localizadas
em terrenos de categoria D, pois é muito difícil a sua real avaliação.
Figura 9.2 – Efeito dos Tempos de Integração nas Velocidades dos Ventos [1].
Nessa figura, V1, V2, V3, V4 e Vmáx são os valores das velocidades parciais da rajada
obtidos em intervalos cujo tempo de integração é 2s. V10 corresponde ao valor medido
com tempo de integração 10s.
Sua determinação obedece a 2 (dois) métodos que tem como base as cartas com
curvas “isótacas” publicadas na NBR 5422 e reproduzidas na Figura I.6 d do Anexo I:
- Método Estatístico:
⎡ ⎡ ⎤ ⎤
⎢ ⎢ − ⎥ ⎥
P(V ) = 1 − exp ⎢− exp ⎢−
π
. (V − V + 0,45.σ V )⎥ ⎥ ...(4)
⎢ ⎢ 6.σ v ⎥ ⎥
⎣⎢ ⎣⎢ ⎦⎥ ⎦⎥
sendo:
Este método só deve ser utilizado quando se dispõe de um número elevado de anos
de observação (no mínimo 20 anos).
O valor da velocidade básica do vento (Vb) pode ser lido diretamente das curvas
isótacas constantes de Figura I.6.
– quando os obstáculos cuja altura sobre o solo forem diferentes de 10m, deve ser
usado um fator de correção Kh dado por:
1
⎡ H ⎤ n
K h = ⎢ ⎥ ...(5)
⎣10 ⎦
onde:
H - altura do obstáculo, em m.
n - fator que depende da rugosidade do terreno da LT e do período de integração t,
obtido da Tabela 9.3.
(Vp) = KR . Kd . Kh . Vb …(6)
- Método Estatístico:
⎛ ⎛ 1 ⎞ ⎞
ln ⎜ − ln ⎜1 − ⎟ ⎟
⎝ T ⎠ ⎠
VT = β . ⎝ ...(7)
α
onde:
α - Estimador do Fator de Escala da Distribuição de Gumbel - Figura 9.4;
β - Estimador do Fator de Posição da Distribuição de Gumbel - Figura 9.5;
T – Período de Retorno em anos.
As hipóteses de cálculo são feitas a partir de uma hipótese de carga associada a uma
restrição ao uso de materiais. Normas técnicas impõem limites às solicitações, porém
a experiência do projetista é essencial.
À esta hipótese estão associados os esforços atuantes quando a LT estiver sob a ação de
uma temperatura do ar correspondente ao seu valor médio anual (t) sem o efeito do
vento.
Condição que mais solicita os elementos da LT, pois considera esta sob a ação do vento
de máxima intensidade com a temperatura coincidente (correspondente à média das
temperaturas mínimas), a mais provável de sua ocorrência.
Para cada uma das hipóteses acima correspondem limitações nas taxas de trabalho
dos materiais nos diversos elementos das LT’s.
Para os cabos condutores e cabos pára-raios, a NBR 5422/1985 estabelece que “na
condição de trabalho de carga de maior duração”, caso não tenham sido adotadas
medidas de proteção contra os efeitos da vibração, deve-se limitar o esforço de
tração nos cabos aos valores máximos indicados na Tabela 9.4.
Observação:
b) Na hipótese de carga de vento máximo, o esforço de tração axial nos cabos não
pode ser superior a 50% da carga nominal de ruptura dos mesmos (na prática
35% de sua carga de ruptura).
A locação das estruturas das LT’s sobre o terreno é feita com base em um projeto que
considera o perfil longitudinal da faixa de servidão desenhado a partir do
levantamento topográfico efetuado.
A flecha a ser usada para definir essa curva (catenária) deverá ser a maior flecha que
poderá ocorrer durante a “vida útil” da LT, sendo esse valor função do
comprimento do cabo quando suspenso, estando esse sujeito a variações em função de
sua temperatura e ao alongamento permanente que irá sofrer com o decorrer de seu
tempo de uso.
Essas grandezas constam nos catálogos dos fabricantes de cabos condutores sob a
forma de valores médios obtidos em um grande número de medições realizadas em
lotes de amostras de condutores, com tolerâncias especificadas em normas (nas
Normas ASTM e ABNT, uma tolerância ± 2 % no peso e ± 1 % no diâmetro,
tolerâncias estas que devem ser estendidas às demais características físicas).
Os metais utilizados na fabricação dos cabos usados nas LT’s não podem ser
considerados perfeitamente elásticos, pois devido à elevada relação
comprimento/secção, após o seu primeiro tensionamento, apresentam alongamentos
Sendo o ensaio interrompido com valor inferior ao de seu limite elástico e a tração
reduzida gradativamente até zero, o diagrama resultante das tensões x
alongamentos terá o aspecto da Figura 9.6.
ela obedecerá à curva A”A, passando em seguida a descrever a curva AB para valores
de tensões maiores que σ até σ .
Α Β
σ
σ =E . ε → E= ...(8)
ε
Logo, quando um fio metálico é tracionado pela primeira vez, ele tem alterado seu
módulo de elasticidade devido ao fenômeno de “encruamento” (têmpera por
trabalho a frio), sendo acompanhado de um aumento em seu comprimento. Esse
alongamento depende da natureza do material e do valor máximo da tensão a que foi
submetido.
Se uma amostra de um cabo homogêneo for tensionada pela primeira vez a uma
tensão σ A, o alongamento do cabo será OA’.
a- módulo de elasticidade inicial, com menor grau de linearidade para valores baixos
de σ e maior grau de linearidade para valores mais altos de σ;
Ao fenômeno acima se sobrepõe um outro que também provoca elongação nos cabos:
fluência (“creeping”).
Os cálculos de flechas e trações nos cabos das LT’s são feitos pela equação da
catenária ou equação da parábola. Em ambos os casos parte-se da premissa que os
condutores são flexíveis e elásticos.
P. l 2 ...(9)
f =
8. T
sendo:
f – Flecha do Vão, em m.
P – Peso do Condutor, em kg/m.
T – Tensão de Esticamento, em kg.
l – Extensão do Vão, em m.
Os coeficientes de dilatação linear dos materiais com os quais os cabos são fabricados
são significativos, provocando contrações (diminuição de temperatura) e dilatações
(aumento de temperatura) consideráveis, sendo a variação de comprimento do cabo
diretamente proporcional ao seu coeficiente de dilatação térmica e à variação da
temperatura a que ele acha-se submetido.
Uma vez que a flecha do condutor em um vão depende de seu comprimento, esta
variará de acordo com a variação da temperatura. Como a tração T é inversamente
Seja um vão numa LT de a(m) e supondo-se que o cabo repousa sobre um plano
horizontal entre 2 (duas) estruturas de modo a desprezar a influência de seu peso, mas
estando o cabo submetido a tração TD1. Supõe-se l1 o comprimento do cabo a
temperatura t1.
l2 = l1 + l1 . αT . ( t2 – t1), em m ...(10)
sendo:
l1 . (T 0 2 − T 01 )
f = ...(11)
E. S
⎛ T − T ⎞
l 2 - l1 = α T . l1 . (t 2 - t 1 ) + l1 . ⎜ 02 01 ⎟ ...(12)
⎝ E ⋅ S ⎠
Supondo o cabo suspenso nas estruturas, as forças devidas ao seu peso passarão a
atuar, sendo os comprimentos l1 e l2 calculados por:
p2.a2 p2.a2
l1 = a . (1 + ) ...(13) l 2 = a . (1 + ) ...(14)
24.T012 24.T022
onde:
p2.a2 1 1
l 2 − l1 = .( 2 − 2 ) ...(15)
24 T02 T01
E .S . p2.a2 E .S . p2.a2
T023 + T022 . [ + E . S . α T . (t 2 − t 1 ) − T01 ] = ...(17)
24 .T012 24
A base para esse projeto é o perfil longitudinal do eixo da faixa de servidão da LT,
obtido por meio de levantamento topográfico sendo usada uma relação de 1: 10 entre
as escalas horizontal e vertical, sendo:
61/126
Com a planta topográfica da LT, pode-se efetuar a locação das estruturas, com o auxílio
de um gabarito confeccionado para esse fim.
- linha de terra: traça-se uma curva paralela à curva do condutor a 50°C a uma
distância a que, em escala, representa a altura de segurança h estipulada para a LT. Essa
curva é obtida deslocando-se a curva original pela distância a necessária, ao longo do
eixo de simetria, paralelamente a si mesma. A linha de terra muitas vezes é usada
juntamente ou substituída por uma linha de pé.
No primeiro caso, traça-se mais uma parábola auxiliar, a uma distância equivalente H
do vértice da original. No segundo caso, traça-se apenas uma, a uma distância
a = H - hs.
São utilizados 2 (dois) métodos. As locações pela linha de pé e pela linha de terra. A
Figura 9.11, mostra ambos os métodos. São marcadas alturas H' = H - hs nos eixos das
estruturas e faz-se a linha de recorte da curva de flecha máxima tangenciar o ponto
assim determinado e a linha do perfil sendo traçada a curva do condutor. No ponto em
que a curva assim traçada estiver a uma altura correspondente a H' da linha de solo, este
será o local para a nova estrutura.
Figura 9.11 - Locação de Estruturas: pela Linha de Terra e pela Linha de Pé [1].
• o número total de estruturas deve ser o menor possível assim como o uso de estruturas
com alturas diferentes da adotada como básica;
• evitar o uso de estruturas especiais;
• homogeneizar a distribuição das estruturas visando obter vãos de mesma extensão;
• evitar vãos adjacentes muito desiguais;
• evitar a ocorrência de situações de arrancamento.
A Figura 9.12 mostra o procedimento a ser seguido visando-se avaliar esse risco,
utilizando-se da curva de temperatura mínima do gabarito, fazendo-se com que esta
curva tangencie os pontos de suspensão vizinhos. Tem-se 3 (três) situações para a linha
do cabo:
→ o arrancamento ocorrerá.
→ a força vertical de compressão atuará sobre a estrutura, sendo sua intensidade tanto
maior quanto maior for a distância.
Caso o arrancamento não possa ser evitado devem ser utilizadas nessa estrutura, cadeias
de isoladores de ancoragem.
Na hipótese da força vertical que age sobre a cadeia de isoladores for pequena, a
inclinação da cadeia de isoladores sob a ação do vento pode aproximar
demasiadamente parte energizadas de partes aterradas, sendo necessário utilizar-se
lastros de chumbo ou de ferro fundido, suspensos na parte inferior dos grampos de
suspensão, visando-se a garantia de manter esse ângulo no valor requerido.
• deve ser evitada, por problemas de construção das fundações, a locação de estruturas
em brejos e muito próximas à beira de córregos e rios;
• a presença de rochas e lajes aflorantes constituem obstáculos que devem ser evitados
na locação das estruturas.
O projeto de locação das estruturas ficara completo com a indicação, no desenho, dos
dados constantes na Figura 9.9.
Como os alongamentos sofrem alterações devido a atrasos nos trabalhos de campo, estes
acarretam diferenças nos resultados finais. Face aos alongamentos poderem ser
traduzidos em aumentos de temperatura, deve-se preparar uma tabela na qual se
indicam os aumentos dos tempos de espera e pré-tensionamento como acréscimos de
temperatura dos cabos, sendo feita, em cada seção, a correção apropriada.
- condição em que o cabo vai passar a maior parte de sua vida, e que se costuma supor à
temperatura de maior ocorrência sem vento após “creep” de 10 anos.
- função da tração máxima permitida no cabo e que se costuma supor venha ocorrer no
estado inicial, à temperatura mínima, sem vento ou no estado final (“creep” de 10 anos)
com vento máximo na temperatura de ocorrência deste vento.
Os vãos a serem estudados devem conter todos os vãos equivalentes existentes na LT,
sendo considerado:
Exercício 9-01:
Dados do Condutor:
- Vão: a = 350m
- Peso: P = 0,7816 (kg/m)
- Módulo de Elasticidade: E = 8086 (kg/mm2)
- Seção: S = 210,3 (mm2)
- Coeficiente de Dilatação Linear: αT = 18.10-6 oC-1
Solução: Utilizando-se da expressão (17) tem-se:
E .S . p2.a 2 E . S . p 2 .a 2
= 5,32 .109 ∴ = 2225
24 24 .T012
E . S . α T . (t 2 − t1 ) = 30,6 . (t2-t1) ∴ 3
T02 − 85.T022 − 5,32.109 = 0 ∴ T02 = 1770kg
Exercício 9-02:
Qual será a tensão a 0ºC do condutor Oriole do exemplo anterior se o cabo foi
tensionado a temperatura de 25ºC com a tensão de 1545 kg.
a) Em um vão de 450m.
b) Em um vão de 250m.
T '302 + T '02
2
. [13450 + 30,6. (t 2 − t1 ) − 1545] = 32,20.109
Exercício 9-03:
Qual será o valor da flecha máxima a temperatura de 50ºC de uma determinada LT,
cujas condições limitantes são:
1- Carga atuante máxima a temperatura média (t1 = 20ºC) 20% da Carga de Ruptura.
2- Carga atuante máxima admitida com sobrecarga de vento igual a 35% da Carga de
Ruptura.
A expressão para cálculo da faixa de servidão (ver Figura 10.1) é dada por:
L=2.(b+d+D) ...(1)
sendo:
b – distância horizontal do eixo do suporte ao ponto de fixação do condutor mais
afastado deste eixo, em metros.
d – soma das projeções horizontais das flechas do condutor (d2) e do comprimento da
cadeia de isoladores (d1) na condição de máximo deslocamento dos condutores, em
metros.
onde:
d = d1 + d2 ...(2)
D – distância que leva em conta os efeitos de R.I (Rádio-Interferência) e T.I (Interferência
Telefônica) sendo calculada em função do gradiente de tensão na superfície do
condutor, em metros.
D = 2,5 + 0,01. (Du – 69) ...(3)
sendo:
Du – distância em m, numericamente igual à tensão nominal entre fases da LT, em
kV.
As distâncias verticais mínimas condutor-solo são ditadas pela Norma NB-182, podendo
ser calculadas pela expressão abaixo:
Distâncias inferiores às calculadas pela expressão (1) somente são admissíveis em locais
cujo acesso é exclusivo do pessoal autorizado da concessionária.
- altura de suspensão dos cabos (H) - é a distância que vai desde o eixo dos grampos de
suspensão (ou de ancoragem) ao plano horizontal que passa pelo pé da estrutura, no ponto
em que esta aflora do solo;
li
ds
H
li (m) - Comprimento da Cadeia de Isoladores
hs
Todos os 3 (três) fatores acima podem ser avaliados sob várias condições de cálculo,
quais sejam:
A prática mostra que somente as 2 (duas) últimas parcelas têm efeito importante nos
cálculos de perda de energia. Por outro lado, a mesma corrente circulando pelo
condutor, será responsável por parte da quantidade de calor recebida pelo cabo sendo a
outra parte fornecida na forma de energia térmica pelo Sol.
Do exposto, pode-se concluir uma equação de equilíbrio para as várias formas de energia
em jogo:
onde:
Qc – perda de calor por convecção, em W/pé.
Qr – perda de calor por radiação, em W/pé.
Qc – energia térmica recebida pelo Sol, em W/pé.
I2.K.Rc.c – energia térmica recebida pelo cabo, devido a corrente I, em W/pé.
Rc.c – resistência elétrica do condutor à corrente contínua (c.c), à temperatura do
condutor, em Ω/pé.
I – corrente elétrica à 60 Hz, em A.
- perda de calor por convecção (Qc): quantidade bastante variável ao longo da LT, uma
vez que depende das condições do tempo, isto é, do vento atuante sobre o cabo. A
prática mostra que a dissipação do calor por convecção se dá até mesmo naturalmente,
sem vento. Por esta razão, costuma-se adotar por medida de segurança, um valor médio
de 2 pés/s para a velocidade do vento.
- perda de calor por radiação (Qr): quantidade que depende da temperatura ambiente e
da temperatura do condutor, e também do estado em que se encontra a superfície do
cabo para esse fenômeno, que é chamado coeficiente de emissividade. Este coeficiente
cresce à proporção que o cabo envelhece e fica enegrecido. Costuma-se adotar para
cabos novos (com pouco tempo desde a sua instalação), o valor de 0,50, e para cabos
velhos e bastante negros, o valor de 0,90 para este coeficiente.
- energia térmica recebida pelo Sol (Qs): depende do estado da superfície do cabo, que
poderá absorver mais ou menos energia e da posição relativa entre a LT e o Sol. O
estado da superfície do cabo, nesse caso, denominado de coeficiente de absorção,
cresce à medida que o cabo fica mais velho e enegrecido, chegando a 100% para os
cabos negros teóricos. A energia solar não absorvida pelo cabo é refletida para o meio
ambiente. Como a faixa de valores para o coeficiente de absorção: 0,23 - condutor
novo a 0,95 - condutor envelhecido (negro) é praticamente análoga àquela para o
coeficiente de emissividade: 0,21- condutor novo a 0,95- condutor envelhecido
(negro), o cálculo considera a igualdade entre os 2 (dois) coeficientes (valor médio de
0,50).
É usualmente adotada para a LT a posição mais desfavorável com relação ao Sol, isto é,
a posição na qual o Sol atinge a pino, com a mesma intensidade em toda a extensão, ou
seja, é suposta a igualdade entre os azimutes da LT e do Sol, sendo adotado o ângulo de
90o, para a altitude do Sol.
12.2.1 Características do Ar
a- Viscosidade Absoluta do Ar
µ f = 0,110675 .T f .10 −3 + 0,416472 .10 −1 ...(2)
onde:
µf – Viscosidade Absoluta do Ar, em libra.h/pé.
Tf – Temperatura do filme de ar que existe entre a superfície do condutor e o meio
ambiente, em OC (considerada como a média aritmética da temperatura do
condutor e do meio ambiente);
a- Condutividade Térmica do Ar
K f = 0,226545 . T f .10 −4 + 0,738965 .10 −2 ...(4)
sendo:
2
Kf – Condutividade Térmica do Ar, em W.pe .oC.
Tf – conforme acima definido.
b- Densidade do Ar
Valores obtidos por interpolação linear para a temperatura Tf em estudo, bem como
por interpolação linear para a altitude da LT.
ρ f = 0,062 libras / pe 3
onde:
Qc – Perda de Calor por Convecção, em W/pé.
D – Diâmetro do condutor, em polegadas.
Tc – Temperatura do condutor, em OC.
Ta – Temperatura do meio ambiente, em OC.
0 , 52
⎡ ⎛ ⎞ ⎤
⎢ ⎜ D . ρ f . v ⎟ ⎥
Qc = ⎢1,01 + 0,371. ⎜ ⎟ ⎥ K . (T − T ) ...(9)
⎢ ⎜ µf ⎟ ⎥ f c a
⎢ ⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ ⎠ ⎥⎦
⎛ D0 .ρ f .v ⎞
⎜ ⎟ = 0,1 a 1000
⎜ µ f ⎟
⎝ ⎠
0 , 60
⎛ ⎞
⎜ D . ρ f . v ⎟
Qc = 0,1695. ⎜ ⎟ K f . (Tc − Ta ) ...(10)
⎜ µf ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
⎛ D0 .ρ f .v ⎞
⎜ ⎟ = 1000 a 18000
⎜ µ f ⎟
⎝ ⎠
sendo:
I2.Rc.a – energia térmica recebida pelo cabo devido a circulação da corrente I, em W/pé.
Os valores da resistência a corrente alternada (c.a) à 60 Hz, para cada temperatura
do condutor são calculados supondo uma variação linear deste parâmetro com a
temperatura expressa por:
Rc.a = A + B . Tc ...(11)
onde:
A, B – valores tabelados.
Qc + Qr − QS
I= ...(12)
K . Rc.c
• no topo da torre;
• no meio do vão;
- no solo.
Para LT’s até 230 kV, os níveis de isolamento a impulso são ditados por fenômenos
associados às descargas atmosféricas, não sendo relevantes os resultados de surtos de
manobra.
“A Method of Estimating Lightning Performance of Transmission Lines” – AIEE
Committee Report pp. 50-163.
O artigo acima permite determinar se o número (taxa) de saídas previstas por ano
para uma dada extensão da LT é inferior ao valor demandado para desempenho
satisfatório da LT função de sua tensão nominal, consoante os critérios ditados pelo
ONS (Operador Nacional do Sistema) e a prática vigente adotada pelas
Concessionárias.
Na Tabela 13.1 são apresentados, em função da classe de tensão, os índices no Brasil
adotados para desempenho satisfatório da LT traduzido pela taxa de saída por 100 km
ano para fenômenos resultantes de descargas atmosféricas.
Taxa de Saída de LT
Classe de Tensão (kV)
(saídas/100 km.ano)
34,5 15 a 20
69 15
138 10
230 5
345 2
500 1
765 < 1,0
13.2 Sobretensões à 60 Hz
A natureza destes estudos visa a coordenação com o ângulo de balanço e o vento
máximo visando verificar se a distância mínima condutor-terra (partes vivas às partes
aterradas das estruturas) será rompida para a hipótese máxima escolhida para estudo.
Referências: - JM.Clayton – AIEE 1961 / PL.Berlachi – AIEE 1959 – página 104.
sendo:
Para LT’s de 500 kV e acima, os níveis de isolamento a impulso passam a ser ditados
por fenômenos associados aos surtos resultantes de manobras no sistema elétrico, por
serem preponderantes.
Uma expressão simplificada para cálculo do valor máximo de sobretensão de surto de
manobra é apresentada a seguir, cabendo destacar que estas sobretensões são resultado
das descargas de energias trocadas entre as capacitâncias “shunt” ( 1 . C.V 2 ) e as
2
indutâncias série ( 1 . L.I2) presentes no sistema elétrico, quando das manobras dos
2
diversos componentes que o integram (LT’s, Banco de Capacitores Série e “Shunt”,
Reatores Série e “Shunt”, etc).
VP2 = FB . V ...(4)
sendo:
FB = F1 . F2 . F3 . F4 . F5 . F6 . F7 ...(5)
F7 – fator de surto considerado 2,75 p.u. (obtido de Estudos de Transitórios relativo a
Manobras de diversos Equipamentos/LT’s).
Tem-se:
F2 = 1,874 . 2,75 = 3,718 p.u.
VP2= 3,718 p.u. 1,05 . 138 kV = 538,7 kV (valor de pico) = 381 kV (valor eficaz)
Da curva da descarga com o tempo úmido da página T-14, do Catálogo 65 da NGK,
obtém-se a distância mínima entre a parte viva e aterrada de 120 mm.
Para 9 (nove) isoladores, a distância entre as partes vivas e aterradas da cadeia de
isoladores é dada por:
9 . 146 mm = 1314 mm.
Será adotado 1320 mm para um valor coerente com o afastamento normal entre as partes
vivas e aterradas da cadeia de isoladores para o tipo de solicitação em estudo (surto de
manobra).
13.4 Reisolamento
Conjunto das modificações necessárias para permitir que a LT possa operar
continuamente em tensão superior à de seu projeto original.
a- Isoladores de Pino
São fixados à estrutura por meio de pinos de madeira ou aço, possuindo rosca interna
em sua parte inferior. A cabeça dos pinos de aço é acabada com a rosca de chumbo que se
ajusta àquela do isolador. São usados até 66 kV.
Os Isoladores de Pino podem ser, em função do número de peças que o acompanham:
– mono-corpo;
– dois-corpos;
– três-corpos;
– quatro-corpos;
c- Isoladores em Bastão
Não possuem flexibilidade na cadeia de isoladores. A flambagem da cadeia de
isoladores ocorre quando a relação vão de vento/vão de peso (Vh/Vg) = 0,6 e incide
um vento máximo sobre a LT.
Positivo
Número de Isoladores 254 x 146 mm
(a)
"Gap" em Ar (m)
(b)
É o denominador comum para uma série de diversos tipos de conectores, cuja finalidade
é constituir uma ligação articulada do condutor equipado com respectivo grampo,
coluna de isoladores e suporte.
A divisão principal, conforme a aplicação e função específica, poderá ser esquematizada
como segue:
a) Peças de Ligação
Corresponde ao elo entre os suportes e os primeiros conectores.
b) Conectores
Destinados à conexão de isoladores.
c) Duplicadores
Sua função consiste em interligar 2 (duas) ou mais colunas de isoladores ou 2 (dois)
ou mais condutores.
d) Prolongadores
Previstos para manter afastados os isoladores da estrutura ou dos grampos.
A seleção das ferragens e suas respectivas formas de engates devem atender ao critério
de permitir a máxima articulação em todos os sentidos de todos os movimentos
previstos, a fim de se evitar a flexão dos componentes e dos elementos isolantes. De um
modo geral, a coluna de isoladores poderá ser considerada semi-rígida e assim a
articulação dela dependerá exclusivamente das demais ferragens.
a- Olhal;
b- Olhal Ovalado;
c- Garfo;
d- Bola;
e- Concha.
f- Fixação de Proteções
Pode haver a combinação dos diversos tipos, sendo cada ferragem constituída de 2 (dois)
elementos.
Para LT’s de 345 kV, são previstos por Normas, testes em fábricas com a finalidade de
se conhecer a influência em R.I.V e Efeitos Corona.
16.4.1 Prolongadores
a- Quanto a Forma:
O corpo e a lingueta do grampo devem ser os mais curtos possíveis para evitar atrito
lateral com o condutor durante vibrações.
A forma interna do grampo, especificamente nas saídas, deve ter ângulo condizente com
a flecha prevista no condutor.
A parte central destinada ao aperto do condutor deve ser cilíndrica para evitar
deformação do cabo.
b- Quanto a Fixação
Os grampos devem possuir, no mínimo, uma fixação biarticulada com relação ao eixo do
condutor longitudinalmente e transversalmente.
d- Quanto ao Acabamento
17.1. Objetivo
O sistema de aterramento das torres visa assegurar que, durante descargas atmosféricas
incidindo sobre a LT, esta atenda aos padrões de confiabilidade estabelecidos pelas Normas
Técnicas, a custos aceitáveis.
17.2. Premissas
Com base nos critérios básicos estabelecidos para o projeto do aterramento, são então
definidas as configurações que atendam esses critérios.
Esse procedimento acarreta uma múltipla redução da resistência, pois além da maior
dispersão da corrente, são atingidas camadas de maior grau de umidade e, portanto,
maior condutividade.
Ainda como vantagem adicional, cabe destacar que, sendo a corrente de falta dissipada em
camadas profundas da terra, são atenuados os potenciais de superfície, o que melhora o
aterramento sob o aspecto da segurança humana.
Este é o sistema mais usado em LT’s, pois os contrapesos podem se estender por áreas
relativamente grandes, fazendo uso integral da faixa de servidão.
17.4. Material
Vários tipos de cabo ou fio têm sido utilizados como contrapesos de LT’s em E.A.T, com
resultados bastante satisfatórios. Destacam-se os seguintes:
- Cobre
- Copperweld
- Aço galvanizado
- Alumínio
17.5 Durabilidade
b) aeração - em solos pouco porosos, o oxigênio do ar, que participa de quase todas
as reações químicas, não atinge camadas profundas, sendo inibido o processo de
corrosão;
Para que isso ocorra, é necessário, entretanto, que o contato esteja sob a ação de um
eletrólito, o que não ocorrerá caso a conexão se der dentro do concreto das
fundações e este for bem feito. No caso do uso de fundações em grelha metálica ou
que a conexão tenha que ser feita externa ao concreto, a correta especificação das
ferragens de fixação do contrapeso à torre eliminaria esse problema.
O efeito corrosivo do solo sobre o cobre, um material nobre sob esse aspecto é
comumente considerado um fator de pouca importância.
O aço galvanizado apresenta uma resistência à corrosão que pode ser considerada
como aceitável, quando são empregadas classes de galvanização "B" ou "C", ambas
de difícil obtenção no mercado nacional. Entre os materiais estudados, é o que
apresenta maior resistência mecânica.
17.6 Custo
Sob o ponto de vista econômico, o contrapeso de aço galvanizado é, sem dúvida, o mais
vantajoso, seguido pelo “copperweld”.
O contrapeso de cobre, por ser o que apresenta o custo mais elevado, é também bastante
sujeito a roubo.
O aço pode ser utilizado com sensível economia, desde que o solo não seja muito
agressivo à galvanização.
Apesar do cobre ser o material mais caro entre as alternativas citadas acima, representa
uma alternativa viável, pois o custo adicional, além de não ser significativo em presença
do investimento global, é plenamente compensado pela maior confiabilidade do sistema
de aterramento, ao longo da vida útil das LT’s.
17.8 Bitola
A bitola do contrapeso deve ser definida de modo que o mesmo atenda aos seguintes
requisitos:
a) ter um grau aceitável de resistência mecânica, especialmente nos locais sujeitos a danos
físicos;
b) resistir à fusão e não ter seu comportamento afetado pela deterioração das
emendas, mesmo sob ação das altas correntes que eventualmente circularão por
ambos, ao longo da vida útil das LT’s, quer oriundas de descargas atmosféricas,
quer de curtos-circuitos envolvendo a terra.
onde:
I - Corrente máxima, em kA
A - Área, em mm2
c - Calor específico, em cal/g.°C
δ - Peso específico, em lb/polegada3
α - Coeficiente térmico de resistência a 0°C em °C-1
ρ - Resistividade elétrica à 0°C
t - Duração da falta adotada, em s
ϴi - Temperatura Inicial do cabo, em °C
ϴf - Temperatura Limite do cabo, em °C
A conexão dos contrapesos em LT’s paralelas pode funcionar como um caminho a mais para o
escoamento da corrente de curto-circuito para a terra, diminuindo a corrente que circula em
cada cabo pára-raios, sendo possível a redução de sua bitola.
Contudo, tem que ser tomados cuidados especiais, de modo a assegurar que a resistência de
aterramento de todas as torres seja baixa, pois, do contrário, para determinadas combinações
de magnitude e frente de onda da corrente de raio, seria possível a ocorrência de descargas
Com base nos aspectos acima mencionados, tem-se que, em face de uma menor
confiabilidade do sistema de transmissão e os riscos de acidentes em operações de
manutenção, não se justifica a eventual economia obtida com a interligação dos
contrapesos.
A Figura 17.1 mostra tanto para eletrodos horizontais (contrapesos) como verticais
(hastes), o comportamento transitório da impedância do sistema de aterramento das
torres.
Quanto maior o número de caminhos (ramais) pelos quais pode circular a corrente,
menor a impedância de surto inicial. Em contrapartida, maior a proximidade entre
cada ramal e, portanto, menor sua eficiência na dispersão de corrente.
b) O contrapeso paralelo à LT está acoplado magneticamente a ela.
Fase I:
40m
Fase II:
→ 14 Ω ≤ RT < 19,3 Ω
Fase III:
80m
Fase IV:
Figura 17.3 - Configuração Básica de Sistema de Aterramento – Fases de Construção por Faixas
de resistividade elétrica do Solo.
A ação do vento sobre as LT’s provoca oscilações dos condutores, as quais, não sendo
amortecidas, poderão chegar a valores críticos, culminando com o rompimento dos cabos
seja pela fadiga seja pelo efeito de grande amplitude até afetar seriamente as estruturas.
As oscilações típicas observadas nas LT’s são do tipo eólicas (de ressonância),
longitudinais e de rotação e as que ocorrem nos subcondutores dos feixes (subvãos).
18.1 Eólicas
Figura 18.1 - Região (A) onde ocorre a Ruptura dos Cabos Condutores [1].
Figura 18.2 - Condutor após a remoção do Grampo de Suspensão, com a Alma de Aço
ainda intacta [1].
b- Amortecedores Ativos
1ª Fase: o condutor está sendo flexionado para baixo, porém o amortecedor mantém
sua posição devido à inércia.
18.3. Generalidades
Grampo – Peça ou dispositivo utilizado para fixação do condutor e sua ligação com a
cadeia de isoladores.
Corta - Arco – Equipamento de proteção elétrico dos isoladores que prevê os danos
resultantes da abertura do arco devido às sobretensões, servindo também
para melhorar a repartição do potencial elétrico sob os vários elementos
de isolação.
Valor considerado como média das temperaturas mínimas diárias e suposto coincidentes com a
ocorrência da velocidade do vento de projeto.
Os dados de temperatura para a região atravessada pela LT podem ser estabelecidos pela
proprietária da mesma quando tiverem sido executadas medições específicas para a região em
questão, desde que a rede de medições local forneça dados mais confiáveis, com um bom sistema e
razoável período de registros e adequada densidade de estações.
I.2
I.2.1Velocidades
VelocidadedoBásica
Ventodo Vento
I.2.1 Velocidade
Velocidade doBásica
do vento
I.2 Velocidades do Vento
referida
Vento a um período de retorno de 50 anos, a 10m de altura do solo, com
período de integração de 10 minutos e medida em um terreno com grau de rugosidade B.
Velocidade do vento
I.2.1 Velocidade referida
Básica a um período de retorno de 50 anos, a 10m de altura do solo, com
do Vento
período de integração de 10 minutos e medida em um terreno com grau de rugosidade B.
a- No caso de haver dados específicos disponíveis de velocidade de vento, a velocidade básica
Velocidade
do vento do) deve
(Vde vento referida a um período
determinada em de retorno
função das de 50 anos,
medições 10m de altura
deavelocidade do solo,
do vento com
para a
a- b haver ser
dados
No
períodocaso
de integração de 10específicos disponíveis
minutos e medida em umdeterreno
velocidade
comde vento,
grau a velocidade
de rugosidade B. básica
região
do ventode implantação LT.
(Vb) deve serdadeterminada em função das medições de velocidade do vento para a
região de implantação da LT.
a- No caso de haver dados específicos disponíveis de velocidade de vento, a velocidade básica
b-
do Na falta(Vde
vento medições específicas para a região de implantação da LT, a velocidade básica do
b) deve ser determinada em função das medições de velocidade do vento para a
b- Na falta
vento V
região podemedições
de daespecíficas
ser determinada
deb implantação LT. para da
a partir a região
FiguradeI.6,
implantação da LT,
que apresenta uma velocidade básica do
mapa de velocidades
vento
básicasVdos
b pode serpara
ventos determinada partir da Figura I.6, que apresenta um mapa de velocidades
o territórioa brasileiro.
básicas dos ventos para o território brasileiro.
b- Na falta de medições específicas para a região de implantação da LT, a velocidade básica do
vento Vb pode ser determinada a partir da Figura I.6, que apresenta um mapa de velocidades
básicas dos ventos para o território brasileiro.
1 – Manilha Reta
2 – Elo-Bola
3 – Concha-Olhal
4 – Grampo de Ancoragem
3 – Grampos de Suspensão
5 – Isoladores
120/126 LINHAS DE TRANSMISSÃO II – Projeto Mecânico
.
LINHAS DE TRANSMISSÃO II – Projeto Mecânico 121/126
.
122/126 LINHAS DE TRANSMISSÃO II – Projeto Mecânico
.
7.1 – Espaçadores
7.1.1 – Espaçador Helicoidal Pré-Formado
LINHAS DE TRANSMISSÃO II – Projeto Mecânico 123/126
.
8 – Anel Anti-Corona
9 9 – Sinalizadores
Bibliografia:
[1] – Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão – Eng. Rubens Dario Fuchs,
Márcio Tadeu de Almeida – Centrais Elétricas Brasileiras S/A, Escola Federal de
Engenharia de Itajubá, Editora Edgard Blucher Ltda.
[2] – Capacidade de Transporte e Perda de Resistência Mecânica de Condutores de Linhas
Aéreas de Transmissão – Péricles de Moraes Filho – Tese de Mestrado – COPPE/UFRJ –
Janeiro/1981.
[3] – Insulation Co-ordination in High-Voltage Electric Power Systems – W. Diesendorf Dr.
Techn. Sc. – London – Butterworths – 1974.
[4] – Base de Preços de Referência ANEEL – Ref. 06/2013 - Orçamento de Linha de
Transmissão.
[5] – Medeiros, Natasha de Oliveira; de Souza, Davi Rodrigues - Escolha Ótima do Cabo
Condutor para LT 500 kV São João do Piauí – Milagres II C2.
LINHAS DE TRANSMISSÃO II – Projeto Mecânico 125/126
126/126 LINHAS DE TRANSMISSÃO II – Projeto Mecânico