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Introdução
A tão esperada Bíblia de Checklists!

N
esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos
um compilado de vários checklists para que você consiga saber
exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável
modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações
de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras”
exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez,
para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação
de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente
completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as
provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia!

Quanto aos alunos do CRMedway Presencial, pode gerar aquela dúvida:


os checklists do presencial já estão aqui? Vou saber o que vai cair antes de
chegar no curso? De modo algum! Lá você terá mais de 30 checklists novos,
mas claro… somente após passar pelo curso! Se tiver qualquer dúvida em
qualquer momento, fique à vontade para nos contactar via plataforma do
CRMedway que estaremos ágeis para te responder.

Aproveite!
E se Você Caiu Nesse
Material por Acaso...
... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado
para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os
checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o
CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia!

Por isso, te convido a participar de um minicurso gratuito que nós da


Medway fizemos, voltado para essa etapa do seu processo seletivo. São 3
aulas, 100% online e gratuitas, que vão te mostrar a prova prática como ela
realmente é!

Acessar Minicurso
Quem Somos

H
oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos
ou ain­da Residentes nas principais ins­tituições do Brasil! USP,
UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer
a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil.

Durante nossa preparação, fomos obrigados a desembolsar um altíssimo


valor para a realização de um curso prático presencial (atualmente em torno
de R$ 8.000,00 para quem é aluno já matriculado no cursinho) e, mesmo
assim, quando nos deparamos com a prova prática, vimos um cenário
diferente do que havíamos treinado.

Inconformados com tal situação, nós decidimos estruturar um curso prático


que entregasse o REAL valor por trás da prova prática: o CRMedway.

Através de simulações de estações exatamente da forma como elas são cobradas


nos concursos, conseguimos transmitir a essência da segunda fase e o resultado
final foi de mais de 500 alunos inscritos e incontáveis aprovações nos principais
processos seletivos do país.

Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu
com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem
fez um curso prático presencial.

Você pode conferir o que falaram do CRMedway 2020 na próxima página:


O que Nossos Alunos
Estão Falando!
Conteúdos
RECOMENDAÇÃO NÍVEL DE EVIDÊNCIA IA

E
m vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João
recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como
e quando estudar:

• Junte um grupo de amigos

• Divida os checklists igualmente entre vocês (de preferência os que


não estavam no curso)

• Quem for o dono do checklist vai aplicar a estação com examinador


nos outros alunos e dar a orientação ao ator da estação (se houver)

• E como falamos… após ter treinado com checklists e estações existentes,


vá para o que mais importa e onde você mais vai aprender: crie suas
próprias estações e checklists!
Sumário

PALS........................................................................13
PALS 2.....................................................................17
PALS 3.....................................................................21
PALS 4.....................................................................25
PALS 5.....................................................................29
Febre Reumática.......................................................34
Convulsão Febril.......................................................39
Puericultura.............................................................44
Sarampo..................................................................48
Puericultura.............................................................52
Anafilaxia.................................................................57
Cetoacidose Diabética..............................................62
Neonatologia............................................................65
Síndrome Nefrótica..................................................69
Tuberculose na Infância.............................................73
TCE.........................................................................78
Pneumonia na Criança..............................................83
Pneumotórax Hipertensivo.......................................88
Neonatologia............................................................92
Aferição de Pressão Arterial......................................96
Icterícia Neonatal..................................................100
Puericultura............................................................104
Puericultura 2.........................................................110
Icterícia Fisiológica..................................................114
Asma......................................................................119
Artrite Séptica do Quadril.......................................124
Reanimação Neonatal..............................................128
GNPE.....................................................................133
Síndrome do Bebê Sacudido.....................................138
Doença de Kawasaki.................................................142
Otite Média Aguda..................................................146
Escabiose.................................................................151
Gastroenterite Aguda...............................................155
Neonatologia..........................................................160
Desidratação...........................................................164
Síndrome Metabólica...............................................168
Puericultura............................................................172
Celulite Orbitária....................................................177
Varicela...................................................................181
Anemia Falciforme..................................................186
Crupe Viral..............................................................192
Maus Tratos.............................................................197
Acidente Escorpiônico.............................................202
Reanimação Neonatal..............................................207
Puberdade Precoce...................................................212
Puericultura............................................................217
Depressão no Adolescente........................................222
Síndrome de Aspiração Meconial.............................227
Mononucleose Infecciosa.........................................231
Estado de Mal Convulsivo........................................235
Capítulo 1
Pediatria
Os checklists abaixo não são oficiais e representam
uma forma didática de orientar o aluno, elaborada
pela Medway com base nos relatos dos candidatos.

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PALS
Tema: PALS
Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016
/ UFPR 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Pronto-socorro infantil. Na sala havia boneco compatível com a
idade e materiais necessários para PCR, incluindo desfibrilador, todos em
cima de uma maca

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente de 11 meses é trazido pela mãe ao pronto socorro infantil com
relato de ter engasgado com pedaço de carne há cerca de 30 minutos.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.
Após as medidas realizadas, a criança evoluiu irresponsiva.

Tarefa 02:
Prossiga com o atendimento.

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Orientações
à Atriz:
• Negava comorbidades. Outras informações, a mãe reforçava o que estava
no caso clínico.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte impresso:

Criança em regular estado geral, corada, hidratada, anictérica, acianótica,


taquidispneica com estridor inspiratório, FR 50 irpm, salivação intensa,
elevação torácica deficiente, incapaz de emitir sons.

• Independente das manobras realizadas a criança tornava-se irresponsiva,


com progressão para parada cardiorrespiratória com o seguinte ritmo
abaixo:

• Mencionar a chegada de um segundo socorrista após o primeiro ciclo de


reanimação.
• A criança retornava para ritmo organizado com pulso.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e definiu-se como médico?

Paramentou-se e realizou impressão inicial?

Solicitou exame físico do paciente?

Iniciou avaliação ABCDE começando pela via aérea?

Identificou obstrução por corpo estranho?


Não fez tentativa de varredura digital às cegas em via
aérea?
Realizou manobra de 5 golpes nas costas e 5 compressões
torácicas com técnica adequada?
Repetiu a manobra de desobstrução?
Chamou ajuda com carrinho de parada, solicitou
monitorização e acesso venoso?
Identificou ausência de responsividade da criança e
ausência de respiração?
Identificou ausência de pulso?
Orientou à mãe sobre necessidade de manobras de
ressuscitação cardiopulmonar e solicitou que se afastasse?
Iniciou RCP e mencionou técnica para 1 socorrista (30
compressões para 2 ventilações)

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Escolheu o dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara (BVM)
adequado (bolsa de lactente, máscara que cobre nariz e
boca, sem cobrir os olhos do paciente) e solicitou materiais
adequados para IOT/suporte ventilatório?
Aplicou corretamente as ventilações (12 a 20 por minuto),
utilizando técnica C-E e com oxigênio em alto fluxo
conectado à BVM?
Iniciou e orientou a para RCP em 2 socorristas, 15:2,
trocando a cada 5 ciclos ou 2 minutos?
Identificou o ritmo de AESP?

Citou hipóxia como principal causa?

Indicou necessidade de IOT?


Indicou o uso de adrenalina a cada 3-5 minutos, com dose
de 0,01 mg/kg?
Identificou o retorno da circulação espontânea e indicou
cuidados pós-parada?

Debriefing
A obstrução de via aérea superior na pediatria pode ser cobrada na sua prova
por diferentes etiologias: edema de via aérea, corpo estranho ou infecção de
via aérea superior. Independente disso, é preciso classificá-la como leve ou
intensa, para conduzir da maneira correta. Na suspeita de obstrução de via
aérea, os sinais de alarme para gravidade são incapacidade de falar ou tossir,
emissão de ruído agudo (estridor) durante a inspiração ou absolutamente
nenhum ruído e incapacidade de emitir sons. Fique alerta nesse tema
recorrente nas estações práticas, principalmente pela consequente evolução
para prova de fluxograma de parada cardiorrespiratória e PALS!

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PALS 2
Tema: PALS
Caiu em: HIAE 2016 E 2020 / SCMSP 2019 / UFPR 2016 / USP-SP 2019 /
USP-RP 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (enfermeira)
Cenário: Atendimento em pronto-socorro com materiais para PCR
disponíveis

Início da Estação
Caso Clínico:
Você está de plantão na emergência pediátrica e recebe um lactente de 9
meses com história de 1 dia com irritabilidade e choro.
Ao exame físico:
• Peso = 10kg; PA 60/40 mmHg; FC = 230 bpm; FR = 60 irpm;
• Descorada, fontanela anterior normotensa.
• Sem demais alterações ao exame físico.

Tarefa 01:
Solicita a enfermeira o que você quer fazer.

Tarefa 02:
Qual sua hipótese diagnóstica e conduta?

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Orientações
à Atriz:
• A enfermeira realizaria as condutas conforme solicitado e responderia
após cada tarefa realizada. Por exemplo, após implantação de acesso
periférico responderia "acesso periférico realizado".
• Caso o candidato indicasse realização de adenosina, a enfermeira
responderia que o medicamento não se encontrava disponível.
• Caso o candidato indicasse realização de cardioversão sincronizada, a
enfermeira colocaria cardioversor a disposição do candidato, já com pás
pediátricas adequadas para a idade.

Orientações
ao Examinador:
• Quando solicitada avaliação de ECG era apresentado o seguinte ritmo:

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Atribui funções cordialmente?

Usa comunicação eficaz com enfermeira?


Orienta aplicação de monitor cardíaco e oximetria
de pulso?
Orienta estabelecimento de acesso venoso periférico?

Orienta administração de oxigênio suplementar?

Solicita ECG em 12 derivações?

Tarefa 02
Identifica taquicardia supraventricular?

Identifica instabilidade? (hipotensão)

Indica cardioversão sincronizada?


Demonstra cardioversão sincronizada correta (coloca o
dispositivo em modo sincronizado e pás sem se sobrepor)?
Indica cardioversão sincronizada a 0,5 até 1 J/kg para
choque inicial?
Demonstra cardioversão sincronizada segura (carrega,
isola e aplica corretamente)?
Indica reavaliação do paciente em resposta ao tratamento?
Indica realização de ECG em 12 derivações após
cardioversão?

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Debriefing
A taquicardia supraventricular (TSV) é um ritmo rápido e regular, que
muitas vezes, aparece de forma abrupta e pode ser episódico. Durante
episódios de TSV, a função cardiopulmonar é influenciada pela idade
da criança, duração da taquicardia, função ventricular de linha de base e
frequência ventricular. Em bebês com função ventricular normal, a TSV
pode ocorrer, mas não ser detectada por longos períodos (horas ou dias),
até que o débito cardíaco seja significativamente afetado. No entanto, se a
função miocárdica de linha de base estiver prejudicada (por exemplo em
uma criança com cardiopatia congênita ou cardiomiopatia), a TSV poderá
produzir sinais de choque em um período curto.

Em bebês, a TSV frequentemente é diagnosticada quando os sintomas


da ICC se desenvolvem. São sinais e sintomas comuns de TSV em bebês:
irritabilidade, inapetência, respiração rápida, sonolência incomum, vômito
e pele cor pálida, marmoreada, cinza ou cianótica. São sinais e sintomas
comum de TSV em crianças mais velhas: palpitações, falta de ar, dor ou
desconforto torácico, sensação de desfalecimento e desmaio.

Para suspeitar de TSV na sua prova:
• Bebês com FC ≥ 220 bpm
• Crianças com FC ≥ 180 bpm

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PALS 3

Tema: PALS
Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016
/ UFPR 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco
compatível com criança de 4 anos

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 4 anos é levada ao pronto-socorro com história de tosse, febre
e dificuldade respiratória há 48 horas. Durante o atendimento, evolui com
inconsciência.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicitasse a característica o pulso e respiração do
paciente, o examinador indicaria: ausência de pulso e apneia.

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• Caso o candidato solicitasse auxílio, o examinador referia que um
assistente seria seu auxiliar.
• Caso o candidato solicitasse a monitorização do paciente, as pás do
desfibrilador seriam entregues ao candidato e, ao verificar o ritmo, o
traçado abaixo seria exibido:

https://br.depositphotos.com/stock-photos/eletrocardiógrafo.html
(imagem de traçado de TV sem pulso)

• No momento posterior, caso o candidato solicitasse novamente o ritmo,


a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de TV sem pulso)
• Novamente, no momento posterior, caso o candidato solicitasse o ritmo,
a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de TV sem pulso)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?
Checa o pulso corretamente em até 10 segundos (carotídeo
ou femoral)?
Avalia respiração?

Solicita auxílio de equipe?


Solicita carrinho de parada com DEA ou desfibrilador
manual?
Inicia compressões torácicas com técnica correta?
Indica frequência correta das compressões torácicas (100-
120)?
Indica relação 30 compressões : 2 ventilações com um
socorrista?
Indica relação de compressão ventilação correta com a
chegada de ajuda (15 compressões : 2 ventilações)?
Solicita monitorização cardíaca e acesso vascular?
Reconhece ritmo chocável e indica desfibrilação com
carga correta (2J/kg)?
Retorna à RCP pelas compressões torácicas?
Realiza nova checagem de ritmo e indica nova desfibrilação
na dose correta (4J/kg)?
Retorna à RCP e indica adrenalina na dose correta
(0,01mg/kg)?

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Indica amiodarona ou lidocaína após 3a checagem de
ritmo e indica desfibrilação?
Não realiza checagem de pulso após tentativas de
desfibrilação?

Debriefing
A taquicardia ventricular é definida através da presença de taquicardia
com complexo QRS alargado (>0,09 segundos). A maioria das crianças que
desenvolve uma TV possui doença cardíaca de fundo, síndrome de QT
longo ou miocardite. Pode haver antecedentes de familiares de morte súbita
sem explicação em crianças ou adultos jovens, sugestivo de cardiomiopatia.
Outras causas de TV em crianças compreendem distúrbios hidroeletrolíticos
e toxicidade farmacológica.

A abordagem inicial é dada pela avaliação de pulso e respiração em 10


segundos. Lembre-se que para crianças abaixo de 1 ano, a avaliação do pulso
deve ser realizada no pulso braquial e em maiores de 1 ano, pode ser realizada
em pulso carotídeo ou femoral. Diante de um quadro de ausência de pulsos
e respiração, deve-se acionar rede de suporte para ajuda e iniciar manobras
de reanimação cardiopulmonar. Lembre-se que na pediatria as compressões
podem ser indicadas de maneiras diferentes quando há um ou dois socorristas.
Na presença de um socorrista, a relação compressão:ventilação deve ser 30:2.
Já na presença de dois socorristas, deve ser 15:2.

Após a chegada de monitorização e desfibrilador é possível identificar o


ritmo de parada cardiorrespiratória. Lembre-se que os ritmos chocáveis são
taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular. Além disso, a dose
inicial para desfibrilação deve ser 2J/kg, com máximo de 10J/kg.

Um ponto-chave na abordagem da PCR com ritmo chocável, e abordado pela


banca em questão, é lembrar que não se deve checar pulso após as descargas
elétricas no paciente, sendo indicado retorno imediato à massagem cardíaca
após a desfibrilação.

24
PALS 4
Tema: PALS
Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016
/ UFPR 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco
compatível com criança de 8 anos

Início da Estação
Caso Clínico:
Paciente de 8 anos de idade internado na enfermaria, está irresponsivo ao
chamado.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candiato solicitasse auxílio da equipe ou material de parada
cardiorrespiratória, o examinador mencionava presença de outro
socorrista juntamente do candidato.

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• Caso o candidatoo solicitasse verificação de ritmo, era fornecida o
seguinte traçado eletrocardiográfico:

https://br.depositphotos.com/169161024/stock-photo-ventricular-fibrillation-deadly-heart-
rhythm.html (imagem de Fibrilação Ventricular)

• Caso o candidato indicasse a intubação orotraqueal o examinador


questionaria qual tubo ele deseja utilizar para o procedimento.
• No momento posterior, caso o candidato solicitasse novamente o ritmo,
a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de FV).
• Novamente, no momento posterior, caso o candidato solicitasse o ritmo,
a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de FV).

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Checa pulso corretamente? (carotídeo ou femoral)?

Solicita auxílio de equipe?


Solicita carrinho de parada com DEA ou desfibrilador
manual?
Solicita monitorização cardíaca e acesso venoso periférico?
Inicia RCP com compressões torácicas com técnica
correta?
Solicita ajuda para ventilação e inidica relação de
compressão:ventilação 15:2 com dois socrristas?
Indica verificação de ritmo cardíaco?

Indica ritmo de fibrilação ventricular?

Indica desfibrilação com carga correta (2J/kg)?

Retoma RCP logo após desfibrilação?

Indica necessidade de IOT?


Indica tamanho de cânula (4+idade / 4 sem cuff ou com
cuff 0,5 a menos)?
Indica frequência de ventilação após IOT (10/min)?

Indica checagem de ritmo cardíaco?

Indica novamente desfibrilação?

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Retoma RCP logo após desfibrilação?
Indica administração de adrenalina na dose correta?
(0,01mg/kg)
Indica nova checagem de ritmo?

Indica novamente desfibrilação?

Retoma RCP logo após desfibrilação?

Indica amiodarona (5mg/kg)?

Debriefing
A fibrilação ventricular é definida pela atividade elétrica caótica, sem
desfecho de débito cardíaco ou de presença de pulsos palpáveis. A FV
pode ser precedida por um breve período de TV, com ou sem pulsos. A FV
primária é incomum em crianças, podendo estar associada a malformações
e traumas, como o impacto súbito no tórax de um objeto em movimento ou
em uma colisão, provocando o "commotio cordis", levando a FV. Esta pode,
ainda, deteriorar-se em ritmo de assistolia rapidamente.

Para relembrar algumas das diferenças no manejo de parada


cardiorrespiratória na criança, vamos relembrar a indicação do tamanho
das pás pediátricas. Para crianças maiores de 10 kg ou com mais de 1 ano,
indica-se as pás manuais grandes para adultos (8 a 13 cm). Já para crianças
com menos de 10 kg ou com menos de 1 ano, indica-se as pás pediátricas
(4,5 cm). O mais importante é a posição das pás de modo que elas não se
encostem, com pelo menos 3 cm de distância entre elas. Caso não existam
pás pediátricas disponíveis, pode-se aplicar em bebês as pás na posição
anteroposterior.

28
PALS 5
Tema: PALS
Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016
/ UFPR 2016

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um manequim
compatível com um lactente de 11 meses

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 11 meses internada na enfermaria por conta de uma bronquiolite.
No exame físico, apresenta ECG = 3, FR = 4, pulso presente, PA = 62 x 43
(hipotenso para a idade); SatO2 = 80%; MV+ com sibilos.

Tarefa 01:
Realize o atendimento do lactente.

Orientações
ao Examinador:
• O examinador deve se manter sem reações a qualquer conflito entre o
candidato e à atriz.

29
• Quando questionado, o examinador forneceria o dado de presença de
pulso, com FC <60 bpm.
• Quando o candidato considerasse a IOT, o examinador deveria mencionar
para considerar a tarefa realizada.
• Após 2 minutos de ventilação, caso o candidato indicasse presença de
pulso ou respiração, o examinador forneceria que o paciente permanecia
com FC <60 bpm.
• Quando questionado, o examinador forneceria o seguinte ritmo:

Orientações
à Atriz:
• A atriz deveria fazer papel da enfermeira de plantão na enfermaria.
Essa profissional acabara de entrar no hospital, devendo se portar de
maneira inexperiente, dificultando a condução da estação. Por exemplo,
se o candidato pedisse um tubo ou outros materiais para a enfermeira,
ela tinha dificuldades em encontrá-los e de se localizar na cena. Os
materiais demoravam a chegar na cena e a enfermeira se apresentava
bastante nervosa. Caso o candidato pressionar a enfermeira ou tiver
postura grosseira, a atriz deve reagir com choro, piorando a condução
do caso.
• Além disso, alguns detalhes técnicos eram questionados pela enfermeira,
como frequência de administração da adrenalina e o tamanho do tubo
solicitado.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

30
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e definiu-se como médico?
Paramentou-se, realizou impressão inicial e checou
responsividade da forma adequada? (estímulo nos pés)
Checou pulso braquial por até 10 segundos e respiração
simultaneamente?
Identificou insuficiência respiratória aguda OU parada
respiratória?
Chamou ajuda com carrinho de parada, solicitou
monitorização e acesso venoso?
Escolheu o dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara (BVM)
adequado (bolsa de lactente, máscara que cobre nariz e
boca, sem cobrir os olhos do paciente) e solicitou materiais
adequados para IOT/suporte ventilatório?
Aplicou corretamente as ventilações (12 a 20 por minuto),
utilizando técnica C-E e com oxigênio em alto fluxo
conectado à BVM?
Checou pulso após 2 min e diagnosticou parada
cardiorrespiratória?
Iniciou e orientou a enfermeira para RCP em 2 socorristas,
15:2, trocando a cada 5 ciclos ou 2 minutos?
Identificou o ritmo de AESP?

Citou os 5Hs e 5Ts?

Indicou o uso de adrenalina a cada 3-5 minutos?

31
Identificou o retorno da circulação espontânea e indicou
cuidados pós-parada?
Apresentou postura acolhedora em relação à inexperiência
da enfermeira, mantendo relação profissional construtiva?
Instruiu adequadamente quando a enfermeira trouxe
dúvidas ou dificuldade em algum procedimento/conduta?
Tentou acalmá-la ao perceber ansiedade da profissional
durante a condução da estação?
Assumiu a posição de líder na condução da PCR,
demonstrando relação respeitosa e ética com a equipe?
Verbalizou e direcionou claramente os comandos, checando
entendimento/compreensão pela equipe (contato visual)?
Demonstrou segurança na condução da estação, apesar
das informações escassas sobre o caso e da inexperiência
da equipe?

Debriefing
A criança dessa estação apresentava critérios clínicos suficientes para
diagnosticar insuficiência respiratória aguda com comprometimento
neurológico, com pulso presente, sendo necessário iniciar as manobras
de resgate ventilatório. Nesse caso, ainda havia indicação precisa para
intubação orotraqueal, porém tal ação era postergada ao longo da estação
pela dificuldade de interação com a equipe de suporte. De qualquer forma,
estamos numa prova de fluxograma de insuficiência respiratória com
bradicardia sintomática, sendo indicada a ventilação com bolsa-válvula-
máscara com suporte de oxigênio. Ainda assim, a criança permanecia
com FC<60 bpm. Após a identificação e abordagem da insuficiência
respiratória com pulso sem sucesso, o PALS indicia o reconhecimento de
parada cardiorrespiratória e início imediato das medidas de reanimação
cardiopulmonar. Nesse caso, era preciso iniciar massagem cardíaca para
RCP de qualidade. Na pediatria, não podemos esquecer das diferenças com
a reanimação do adulto: a primeira delas é a checagem de pulso, sendo nos

32
menores de 1 ano, o pulso braquial e maiores de 1 ano, o pulso femoral ou
carotídeo. A palpação deve ser feita sempre por pelo menos 10 segundos.
Além disso, não devemos esquecer da diferença da relação de compressão
ventilação na presença de mais de um socorrista. Sendo com 1 socorrista
semelhante à reanimação cardiopulmonar dos adultos, com relação de
30 compressões para 2 ventilações e com dois socorristas a relação 15
compressões para 2 ventilaçòes.

Por fim, devemos lembrar que, sendo a hipóxia a principal causa de PCR em
crianças, o ritmo de parada para seguimento dos cuidados de reanimação
será a Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP). Nesse sentido, é preciso reverter
o quadro com a resolução da hipóxia com via aérea avançada definitiva
(IOT) e de outras possíveis causas enquanto realiza todo o ciclo de RCP e
aplicação de adrenalina na dose 0,01mg/kg (0,1ml/kg na concentração de
1:10.000), podendo ser repetida a cada 3-5 minutos. Entre as outras possíveis
causas, devemos sempre considerar os 6Hs e 5Ts:

Hipovolemia Tensão do tórax por pneumotórax

Hipóxia Tamponamento cardíaco

Hidrogênio (acidose) Tromboembolismo pulmonar

Hipoglicemia Trombose coronariana

Hipo/hipercalemia Toxinas (intoxicação)

Hipotermia

33
Febre Reumática

Tema: Febre Reumática


Caiu em: Check-list extra

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: pronto socorro infantil

Início da Estação
Caso Clínico:
Escolar, 9 anos, é levado ao pronto-socorro com relato de febre diária
(máximo 39oC) há 15 dias associada a dor, rubor e edema no joelho e
tornozelo esquerdos. Poucos dias antes, apresentou quadro semelhante no
joelho direito, que melhorou espontaneamente. Vem apresentando cansaço
aos esforços, com limitação nas atividades. Houve controle da febre e da
dor quando administrado anti-inflamatório não esteroidal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Indique os exames que devem ser solicitados.

Tarefa 03:
Escreva abaixo o diagnóstico.

34
Tarefa 04:
Escreva abaixo quais são os critérios maiores presentes no caso para este
diagnóstico.

Tarefa 05:
Indique o tratamento.

Orientações
à Atriz:
• A atriz (mãe), quando indagada, daria as seguintes informações
pertinentes: (1) Nega quadro anterior; (2) Relata amigdalite há 1 mês
tratada com sulfametoxazol-trimetoprim; (3) Não observou alterações
no humor ou na movimentação da criança.

Orientações
ao Examinador:
Caso o candidato solicitasse o exame físico, receberia as informações a
seguir:
• Exame físico:
• FC 110 bpm, FR 25 irpm, Sat: 96%, Tax: 38,5 C.
• Ativo e reativo, corado, hidratado, acianótico, anictérico.
• Presença de lesões cutâneas (mostradas na imagem).
• Exame neurológico sem alterações.
• ACV: RCR 2T, bulhas normofonéticas, com sopro sistólico 3+/6 em
BEE.
• AR: MV presente sem RA.
• Abdome: sem alterações.
• MMII: edema 2+/4+ em joelho e tornozelos esquerdos com hiperemia
e dor à manipulação.

35
Os resultados de exames complementares a seguir seriam fornecidos
independentemente da solicitação.
• Exames:
• ECG: sinais de sobrecarga ventricular esquerda.
• Ecocardiograma: Valva mitral espessada com refluxo moderado e
aumento de átrio e ventrículo esquerdos.
• Radiografia de tórax: cardiomegalia e congestão pulmonar.
• VHS: 60 mm/ hora.
• ASO: 780 U.
• Cultura orofaringe: negativa para S. pyogenes.

• Havia uma folha de resposta para preencher a tarefa 03.


• Caso a resposta anterior estivesse correta, você receberia as próximas
tarefas 4 e 5.
• Havia uma folha de resposta para preencher a tarefa 04.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

36
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico?

Manteve postura empática e respeitosa?

Indaga sobre o quadro anterior semelhante?

Indaga sobre infecção orofaríngea recente?

Indaga sobre manifestações de coreia?

Solicita exame físico?

Tarefa 02
Solicita provas imunológicas (ASO)?

Solicita ECG?

Solicita ecocardiograma?

Tarefa 03
Indica diagnóstico de febre reumática?

Tarefa 04
Indica três critérios maiores: cardite, artrite, eritema
marginado? Pontuação apenas se completo.

37
Tarefa 05
Indica internação hospitalar?

Indica tratamento com penicilina benzatina agora?


Indica tratamento com AAS e prednisona? (obrigatório
indicar os dois)
Planeja o acompanhamento: indica a necessidade de
profilaxia secundária com penicilina?

Debriefing
Com o caso clínico e exame físico ficava fácil ter a febre reumática como
hipótese diagnóstica, só não poderia deixar de lembrar dos critérios
diagnósticos para solicitar os exames complementares corretamente.
Questão extra da equipe medway, com tema recorrente em bancas de
pediatria e de clínica médica. Não deixe de rever os critérios de profilaxia
da febre reumática para finalizar a revisão desse conteúdo!

38
Convulsão Febril
Tema: Convulsão Febril
Caiu em: UFPR 2017 / UNESP 2016

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente
Cenário: Pronto socorro infantil. Caso clínico inicial na porta da sala antes
de entrar. Todas as tarefas eram fornecidas em cards

Início da Estação
Caso Clínico:
Luana, 8 meses, previamente hígida, chega ao pronto-socorro em
convulsão tônico-clônica generalizada, trazida pela mãe que relata quadro
iniciado há aproximadamente 5 minutos. É levada a sala de emergência,
ofertado oxigênio em máscara não-reinalante, solicitado acesso venoso
e monitorização. Durante monitorização, paciente evolui com resolução
espontânea da crise, sonolenta após.
Sinais vitais:
FC 145 bpm, SatO2 100% com máscara não-reinalante, 98% em ar ambiente,
FR 31 irpm, PA: 78 x 62 mmHg, Temperatura axilar 38,9ºC. Cardioscopia
em ritmo sinusal com QRS estreito.
Após punção de acesso periférico, paciente melhora estado geral e
sonolência, estando no momento chorosa e agitada.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

39
Tarefa 02:
Qual a hipótese diagnóstica para a etiologia da crise convulsiva dessa
paciente?

Tarefa 03:
Como você classifica essa crise dentro da etiologia que você definiu?

Tarefa 04:
Quais exames complementares você recomenda para a investigação da crise
nesse paciente?

Tarefa 05:
Após ser liberada do pronto-socorro, seis horas após, a mãe retorna, pois
paciente apresentou nova crise durante febre, dessa vez menor (37,9oC)
que cessou no caminho para o pronto socorro. No momento, a criança
apresenta-se sonolenta há 15 minutos. Como você define a crise febril nesse
momento? Quais suas condutas?

Orientações
à Atriz:
• A mãe refere que paciente iniciou febre há 48 horas, associado a diarreia
e vômitos, com aproximadamente 4 a 5 perdas por dia, mantendo boa
aceitação de líquidos, diurese preservada, com pouca aceitação de
dieta sólida. Nega uso de medicações, internações prévias, cirurgias ou
antecedentes de convulsão.
• Após as especificações de conduta, caso o candidato perguntasse se
existissem dúvidas, a mãe questionava alguns pontos:
• Se a crise poderia recorrer?
• Se a crise tem relação com o grau de febre?
• Se o filho tem risco de epilepsia?

40
Orientações
ao Examinador:
• Quando solicitado exame físico, entrega os seguintes dados impressos:
• Ao exame:
• BEG, chorosa, corada, hidratada, anictérica, acianótica, febril.
• Cardio: 2BRNF sem sopros audíveis
• Pulmonar: MV presente simétrico, sem ruídos adventícios, sem sinais
de desconforto respiratório
• Abdome: Globoso, flácido, RHA+, aparentemente indolor a palpação,
sem massas ou VCM
• Membros: Sem edemas, sem lesões, pulsos cheios e simétricos,
perfusão periférica de 2 segundos.
• Otoscopia: Normal.
• Oroscopia: Normal
• Sem déficits neurológicos focais, sem rigidez nucal ou outros sinais
meníngeos, pupilas fotorreagentes.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e definiu-se como médico?
Questionou o tempo de início dos sintomas, duração,
recorrência, coloração da pele e comportamento durante
a crise?
Questionou tempo de início de febre?

41
Questionou sobre recorrência de crise convulsiva?

Questionou sobre déficits focais?


Questionou sobre outros sintomas associados (tosse,
dispneia, diarreia ou vômitos)?
Investigou sobre o uso de algum medicamento prévio?

Investigou história prévia de convulsões?

Investigou história familiar prévia de epilepsia?


Questionou se a criança fez alguma dose de vacina nos
últimos dias?
Solicitou exame físico?

Tarefa 02
Indicou diagnóstico de convulsão febril?

Tarefa 03
Classificou a crise como simples? (crise convulsiva
generalizada, duração menor que 15 minutos e não recorre
em 24 horas).

Tarefa 04
Não solicitou nenhum exame complementar no momento?

Tarefa 05
Define recorrência de crise febril?

Considera como crise complexa?

42
Indica necessidade de investigação com exames
complementares? (considerar líquor e/ou tomografia
computadorizada de crânio?)
Pergunta se a mãe tem dúvidas?

Esclarece que podem haver recorrências de crise febril?


Esclarece que não existe relação com grau máximo de
febre e/ou com velocidade de ascensão de temperatura?
Esclarece que existe maior risco de evolução para epilepsia
do que crianças sem crise febril?

Debriefing
Tema de convulsão febril é clássico na pediatria, tanto na prova teórica
quanto prova prática, sendo importante abordagem nas clássicas bancas de
prova de atendimento, como a UNICAMP. A estação carece de bagagem
teórica sobre o tema, aproveite essa oportunidade para revisar as definições
de convulsão febril simples ou complexa. Esse era o ponto-chave dessa
estação.

43
Puericultura
Tema: Puericultura
Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP
2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Puérpera traz seu filho de 14 dias para consulta da Unidade Básica de Saúde
e tem uma série de dúvidas. Trata-se de um recém-nascido a termo, com
peso adequado para idade gestacional. Gestação e parto sem intercorrências.
Encontra-se em aleitamento materno exclusivo.

Tarefa 01:
Responda as dúvidas maternas.

Orientações
à Atriz:
• A atriz irá realizar uma série de perguntas, que devem ser respondidas:
• Por enquanto ele está dormindo na minha cama. Eu quero colocar ele
no berço, mas não sei onde deixar o bercinho. O que eu faço?
• Ele tem que dormir em qual posição?

44
• Na próxima semana eu vou ter que ficar com a minha mãe no hospital,
porque ela vai fazer uma cirurgia. Ele vai ficar em casa com meu
marido. Posso dar o leite em pó para ele só este dia? Como eu faço se
ele quiser dar o meu leite?
• Quais são as próximas vacinas que ele vai tomar e com qual idade?
• Ainda não tem nenhuma marquinha no lugar da BCG. Meu filho
mais velho teve que tomar duas doses. Vamos esperar até quando
para fazer a segunda dose?
• Eu trouxe o resultado do teste do pezinho. Você pode olhar e me
dizer se está normal ou o que devo fazer?

• Resultado teste do pezinho:


• TSH = 6 mUI/dl (VR < 10 mUI/l)
• Hb FA
• Phe 1,7 mg/dl (VR< 2,5 mg/dl)
• IRT= 80 ng/ml (VR< 70 ng/ml)
• 17-OH- PROGESTERONA 4,2 ng/ml) (VR< 15 ng/ml)
• Biotinidase atividade normal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identificação mútua, cumprimentada e acolhe?
Chama o paciente pelo nome e ouve atentamente as
dúvidas, sem interrompê-lo?
Solicita caderneta de saúde da criança?

45
Orienta riscos de síndrome de morte súbita do lactente?
(como dormir na cama dos pais, tabagismo, objetos no
berço)
Orienta que a criança deve dormir apenas na posição supina?
Orienta que deve ser oferecido leite materno ordenhado
no período de ausência materna?
Orienta que as próximas vacinas serão feitas em 2 meses?
Orienta que será feita a vacina pentavalente? (considerar
DTP + HiB + Hepatite B)
Orienta que será feita a vacina pneumocócica 10- valente?

Orienta que será feita vacina contra rotavírus?

Orienta que será feita vacina contra poliomielite?


Orienta que não há indicações para revacinação com
BCG?
Orienta que o rastreamento para fibrose cística está
alterado?
Orienta que o teste deverá ser repetido?
Orienta que caso a alteração persista, o teste do suor deve
ser realizado?
Marca retorno e faz encaminhamento para repetir teste
do pezinho?

Debriefing
Questão de puericultura com diversas orientações da neonatologia a serem
relembradas. Questões como esta são recorrentes nas bancas de pediatria por
serem de simples execução (demandam apenas da relação com ator/atriz) e
pela extensa variação de subtemas inseridos. É possível abordar aleitamento

46
materno, calendário vacinal, exames de rastreio da neonatologia, prevenção
de acidentes, crescimento e desenvolvimento, entre tantos outros. Nessa
questão, a condução do atendimento com cordialidade permitiria que a
atriz prosseguisse com os temas a serem cobrados pela banca. O ponto-
chave é não perder muito tempo com excesso de orientações e permitir
uma boa interação com a atriz.

47
Sarampo
Tema: Sarampo
Caiu em: HSL 2019 / SCMSP 2019 / PUCCAMP 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8-10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente, 10 meses, morador de São Paulo, é levado a Unidade Básica de
Saúde com história de febre alta, coriza, e tosse intensa. Situação vacinal
atualizada para idade. Mantendo aceitação regular de líquidos e alimentos.
Hoje foram notadas lesões cutâneas na região da cabeça.

Tarefa 01:
Complete a anamnese com perguntas pertinentes ao caso.

Tarefa 02:
Solicite dados adicionais do exame físico para sua completa avaliação
diagnóstica.

Tarefa 03:
Nomeie a alteração observada na figura da esquerda.

48
Tarefa 04:
Indique sua principal hipótese diagnóstica e o tratamento.

Tarefa 05:
Indique outras medidas pertinentes para este caso.

Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a mãe relatava:
• Início dos sintomas há 3 dias;
• Contato com o tia que estava com tosse e febre na última semana,
mas não sabe o diagnóstico.

• Ao final da anamnese, a placa a seguir seria fornecida.


• Exame físico:
• Regular estado geral, febril, hiperemia conjuntival, FR 35 irpm;
MVUA, sem RA, sem sinais de desconforto respiratório.

• As imagens a seguir seriam fornecidas ainda que não solicitadas.

• Quando indagada, a atriz daria as seguintes informações:


• Meu filho de seis anos já tomou duas doses da vacina. Eu tenho 25
anos e nunca tomei. Meu filho de 10 meses nunca tomou.
• Criança não frequenta creche e permanece apenas em casa durante
o dia.

49
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresenta-se como médico?

Indaga sobre o início dos sintomas e sinais?


Avalia história epidemiológica de contato com caso
semelhante?

Tarefa 02
Solicita avaliação da cavidade oral?

Solicita avaliação das lesões cutâneas?

Tarefa 03
Nomeia as manchas de Koplik?

Tarefa 04
Indica o diagnóstico de um caso suspeito de sarampo?

Tarefa 05
Solicita coleta de sorologia?

Orienta o uso de vitamina A?

Prescreveu antitérmico se febre?

50
Orientou mãe sobre possíveis complicações (pneumonia,
encefalite, otite)?
Indica que será feita a notificação imediata?

Questiona contactantes no domicílio e na comunidade?

Explicou o risco de contágio para pessoas não vacinadas?


Recomenda que o irmão gêmeo receba uma dose da vacina
tríplice viral e as demais doses do calendário normalmente?

Debriefing
Pessoal, sarampo foi tema quente em 2020, principalmente nas bancas de
São Paulo. Quem deseja realizar as provas do estado precisa estar sempre
atento às medidas epidemiológicas e atualizações. Nesse caso, o mais
importante para o diagnóstico era a pesquisa ativa ao tipo de exantema
morbiliforme e às patognomônicas manchas de Koplik. Não se esqueça
também da importância da vacinação de bloqueio até o terceiro dia de
contato ou da aplicação de imunoglobulina até sexto dia de contato em
pacientes imunodeprimidos, gestantes ou menores de 6 meses.

51
Puericultura
Tema: Puericultura
Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP
2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Caso clínico: Mãe leva seu filho de 4 meses à consulta agendada de
puericultura em Unidade Básica de Saúde.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Orientações
à Atriz:
• Ao ser questionada inicialmente, a mãe negava queixas e mencionava
apenas ser uma consulta de rotina.
• Caso o candidato avaliasse a carteira vacinal, o candidato receberá um
card com a seguinte descrição de vacinar aplicadas:

52
• BCG e Hepatite B ao nascimento
• Penta (DTP + HiB + Hepatite B), Poliomielite (VIP), Pneumocócica-10
e Rotavírus aos 2 meses.
• Durante história alimentar, a mãe mencionava que achava que o filho
sentia sede e queria saber se podia oferecer água.
• A mãe tinha dúvidas sobre quando seriam os próximos retornos da
criança em consulta.
• Caso o candidato perguntasse, a mãe referia que não oferecia nenhum
tipo de medicação profilática ao filho.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava card com exame físico
geral e entregava apenas dados adicionais que o candidato solicitasse.
Por exemplo, se solicitasse o perímetro cefálico, este era fornecido.
• Ao exame:
• Criança ativa e reativa, corada, hidratada, anictérica, acianótica,
eupneica, afebril.
• MV presente bilateralmente sem RA. FR 30 irpm.
• BRNF em 2T, sem sopros. FC 120 bpm.
• Abdome sem alterações.
• PC: 40 cm
• Estatura: 60 cm
• Peso: 8 kg

• Caso o candidato solicitasse a caderneta da criança, eram fornecidas


duas folhas: 01 com dados do nascimento e 01 com gráfico Peso x Idade
em meses.
• Dados do nascimento: Peso 3,4 kg / Estatura 49 cm / PC 35 cm

53
• Gráfico Peso x Idade:

• Caso o candidato solicitasse avaliação da pega, as seguintes imagens


eram fornecidas:

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

54
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico?

Manteve diálogo cordial e empático?


Perguntou sobre alguma queixa da mãe referente ao
paciente?
Questionou sobre dúvidas relacionadas à amamentação?

Solicitou caderneta de saúde da criança?

Solicitou exame físico?

Solicitou peso do paciente?

Solicitou perímetro cefálico?

Solicitou medida do comprimento?

Preencheu os gráficos e orientou a mãe do paciente?

Solicitou caderneta de vacinação?

Indicou que a criança apresenta atraso vacinal?


Indicou qual vacina está pendente? (certo apenas se
mencionar Meningocócica-C)
Esclareceu dúvidas sobre história alimentar da criança?

Solicitou avaliação da pega na amamentação?

55
Corrigiu e orientou a forma correta de pega na
amamentação?
Reforçou os benefícios da amamentação?

Contraindicou uso de água, papas e chás?

Contraindicou uso de tela?

Orientou prevenção de acidentes?


Orientou retornos da criança com 6, 9 e 12 meses e depois
aos 18 e 24 meses?
Mencionou necessidade de vitamina A e vitamina D como
profilaxia?

Debriefing
Prova de atendimento, com tarefa única e na temática puericultura, você
precisa estar atento aos ponto-chaves para garantir um bom desempenho.
Vamos lembrar quais são eles?
• Queixas e dúvidas
• Amamentação e alimentação
• Crescimento e desenvolvimento
• Calendário vacinal
• Prevenção de acidentes
• Programação de puericultura

Relembrando esses ponto-chaves fica difícil esquecer algum tema para


abordar na interação a atriz em qualquer prova de puericultura!

56
Anafilaxia
Tema: Anafilaxia
Caiu em: SCMSP 2018 / HIAE 2017 / HSL 2017

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente
Cenário: Pronto socorro infantil. Caso clínico inicial na porta da sala antes
de entrar. Todas as tarefas eram fornecidas em cards

Início da Estação
Caso Clínico:
Paciente de 2 anos, trazido ao serviço de emergência pela mãe devido a
manchas vermelhas pelo corpo há cerca de 30 minutos. Mãe relata que
foi acionada pela escola há aproximadamente 30 minutos pois o paciente
iniciou manchas vermelhas pelo corpo, acompanhada de choro intenso.
Não apresentou febre, vômitos ou outros sintomas. A caminho do hospital
notou que o filho estava cansado.
Na triagem: REG, choroso, FC 140 bpm, FR 50 irpm, PA: 80/50 mmHg.
Temperatura axilar 36oC, Saturação 02: 93% em ar ambiente. Peso: 10 kg.

57
Tarefa 01:
Qual a hipótese diagnóstica e onde você atenderia esse paciente?

Tarefa 02:
Realize o atendimento.
• O examinador fornecia o exame físico caso fosse iniciada a avaliação
ABCDE.
A: Via aérea pérvia (paciente chorando)
B: FR 44 Sat 02: 93% em aa MV+ bilateralmente, sibilos bilaterais, TSD +
C: FC 140 TEC = 2 segundos, pulsos cheios, PA 80/50 BRNF 2 t s/s
D: ECG 15, ausência de sinais meníngeos
E: placas urticariformes em tronco e membros inferiores.

Tarefa 03:
Quais condutas terapêuticas a serem realizadas?
• Após realização de medidas terapêuticas paciente evoluiu com seguinte
exame físico:
A: Via aérea pérvia
B: FR 25 Sat 02: 95% em aa MV+ bilateralmente sem RA
C: FC 135 TEC = 2 segundos, pulsos cheios, PA 82/50 BRNF 2 t s/s
D: ECG 15, ausência de sinais meníngeos
E: placas urticariformes discretas em tronco e membros inferiores.

Tarefa 04:
Quanto tempo esse paciente deve ficar de observação?
• Caso questionado, a mãe nega comorbidades e uso de medicamentos
contínuos. Nega sintomas na última semana. Vacinação em dia, nega
ter recebido vacina nos últimos dias. Nega alergias, última refeição na
escola há cerca de 2 horas, não sabia dizer o que havia ingerido.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

58
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico?

Reconheceu choque anafilático?

Encaminhou criança para sala de emergência?

Tarefa 02
Solicitou monitorização, oxigenoterapia e acesso venoso
periférico?
Avaliou via aérea?

Avaliou ventilação?

Avaliou circulação?

Avaliou nível de consciência?

Avaliou a exposição do paciente?

Tarefa 03
Posicionou o paciente em elevação de membros inferiores
para prevenção de morte por colapso hemodinâmico
(síndrome do ventrículo vazio)?
Indicou adrenalina?

Indicou dose correta? (0,01 mg/kg)

Indicou via de administração correta? (intramuscular)

59
Descreveu local correto de aplicação? (região anterolateral
da coxa)
Prescreveu expansão volêmica com cristalóide entre 10-
20ml/kg?
Indiciou repetir adrenalina após 5-15 minutos se ausência
de resposta?

Tarefa 04
Orientou observação por pelo menos 6 horas e/ou
internação do paciente?
Oriento afastamento de alérgenos?
Orientou possibilidade de uso de adrenalina em caneta
em caso de novos episódios de anafilaxia?
Encaminhou paciente para imunologista?

Debriefing
Estamos diante de um caso clínico clássico das emergências pediátricas,
ponto importante para estudo das provas práticas de pediatria e manejo
de PALS, mas também muito frequente nas bancas de clínica médica. Não
esqueça dos critérios diagnósticos de anafilaxia para conduzir essa estação:

1. Doença de início agudo (minutos ou várias horas) com envolvimento de


pele, tecido mucoso, ou ambos (urticária generalizada, prurido ou rubor
facial, edema de lábios, língua ou úvula) e pelo menos um dos seguintes:
• Comprometimento respiratório (alto ou baixo - dispneia, sibilância,
hipoxemia, broncoespasmo, estridor, redução do PFE)
• Queda da PA ou sintomas de disfunção terminal de órgãos (síncope,
hipotonia, incontinência)

2. Dois ou mais dos seguintes sintomas que ocorrem rapidamente após

60
exposição à provável alérgeno para determinado paciente (minutos ou
várias horas)
• Envolvimento de pele-mucosa (urticária generalizada, prurido e rubor,
edema de língua, lábio e úvula)
• Comprometimento respiratório (alto ou baixo - dispneia, sibilância,
hipoxemia, broncoespasmo, estridor, redução do PFE)
• Queda da PA ou sintomas de disfunção terminal de órgãos (síncope,
hipotonia, incontinência)
• Sintomas gastrintestinais persistentes (cólicas abdominais, vômitos)

3. Redução da PA após exposição a alérgeno conhecido para determinado


paciente (minutos ou várias horas)

61
Cetoacidose Diabética
Tema: Cetoacidose Diabética
Caiu em: SCMSP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador com boneco lactente e materiais para
procedimento em cima de uma maca
Cenário: Pronto socorro infantil

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 10 anos com diagnóstico diabetes mellitus tipo 1 desde os 8 anos
de idade, é levada ao pronto-socorro infantil devido rebaixamento de nível
de consciência há cerca de 40 minutos. Mãe relata início de dor abdominal,
diarreia e vômitos há cerca de 01 dia. Ao exame: Regular estado geral, ECG
13, FC 130 bpm, FR 30 irpm, PA 80x50 mmHg. Paciente encaminhada para
sala de emergência.

Tarefa 01:
Quais exames você solicita para esclarecer sua principal hipótese diagnóstica?

Tarefa 02:
Separe os materiais e descreva o procedimento solicitado.

62
Tarefa 03:
Indique o diagnóstico e a conduta.
• Conforme o candidato solicitasse o exame, o examinador entregava o
resultado.
• Glicemia capilar: 450 mg/dl
• Presença de corpos cetônicos em análise de urina
• Outros exames não eram disponíveis
• Caso o candidato solicitasse gasometria arterial, o examinador entregava
a tarefa de número 02.
• Na mesa de procedimento havia diversos materiais como bisturi, agulha
de punção de líquor, pinças cirúrgicas, além de medicações como
dipirona, adrenalina e morfina.
• Ao final do procedimento o examinador fornecia uma análise com os
seguintes dados:
• PH 7,2 / PO2: 106mmHg / PCO2: 22 mmHg / BIC: 13 mEq/L
• Caso o candidato solicitasse o valor de potássio era fornecido os seguintes
valores
• Na: 137 mmol/L
• K: 6 mmol/L

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Solicita glicemia?
Solicita pesquisa de corpos cetônicos na urina? (EAS ou
urina tipo I ou urinálise ou EQU)
Solicita gasometria arterial?

63
Tarefa 02
Separa material para o procedimento adequadamente?
(seringa 3ml, luvas de procedimento, agulha, algodão e
álcool)
Solicita heparinização da seringa?

Demonstra teste de Allen?

Palpa pulso radial com os dedos indicador e médio?

Introduz agulha entre 30 a 45°?

Tarefa 03
Indicou o diagnóstico de cetoacidose diabética?

Indica etapa rápida de solução fisiológica (10-20 ml/kg)?

Solicita dosagem de potássio sérico?


Indica início de insulina em infusão contínua (0,05-0,1 U/
kg/h) após primeira hora?
Indica aferição da glicemia horária?

Debriefing
Estação curta duração envolvendo procedimento também pode estar dentro
da sua prova de pediatria. Nessa questão, a maior parte da pontuação estava
na realização correta do procedimento. Perceba que em toda prova é preciso
observar em qual situação você se encontra, sendo uma prova curta com
materiais de procedimento disponíveis, certamente em algum momento
a estação culminará na execução do procedimento. Nessas situações, evite
prolongar sua anamnese e acabar ficando sem tempo para o ponto-chave
da estação.

64
Neonatologia
Tema: Neonatologia
Caiu em: USP-SP 2020 e 2017 / USP-RP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e boneco compatível com recém-nascido
Cenário: Alojamento conjunto do recém-nascido, oxímetro neonatal

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é responsável pelo atendimento a um recém-nascido na sala de parto.
Observe a foto a seguir. Considere que a avaliação está sendo feita no final
do primeiro minuto de vida. Considere FC>100 bpm.

Tarefa 01:
Indique a pontuação do escore de Apgar deste recém-nascido.

Tarefa 02:
Indique os parâmetros avaliados para o cálculo desse escore.

65
Tarefa 03:
Neste momento, o recém-nascido encontra-se com 30 horas de vida. Realize
o teste do coraçãozinho.

Tarefa 04:
Indique sua conduta neste momento.

Tarefa 05:
Indique sua conduta após as medidas anteriores.

Orientações
ao Examinador:
• No momento do teste do coraçãozinho, ao realizar o exame corretamente,
o examinador fornecia o seguinte resultado juntamente com a tarefa 04:
Resultado: Sat02 MSD 97% e Sat02 MID 93%.
• Caso o candidato solicitasse novo exame em 1h, a prova iria prosseguir
com a próxima placa:
• O teste foi repetido após uma hora, com o seguinte resultado:
• Sat02 MSD 96%
• Sat02 MID 93%

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

66
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indica escore de Apgar de 9?

Indicou que perdeu um ponto por cianose de extremidades?

Tarefa 02
Parâmetro avaliado: frequência cardíaca?

Parâmetro avaliado: respiração?

Parâmetro avaliado: cor?

Parâmetro avaliado: irritabilidade reflexa?

Parâmetro avaliado: tônus?

Tarefa 03
Coloca sensor para oximetria no membro superior direito?
Coloca sensor para oximetria em qualquer membro
inferior?

Tarefa 04
Orienta realização de repetição do teste após 1 hora?

Tarefa 05
Orienta realização de ecocardiograma em até 24 horas?
(não considerando se indicado antes da repetição do teste).

67
Debriefing
Lembre-se que o teste do coraçãozinho possui grande funcionalidade na
avaliação de grandes cardiopatias congênitas dependentes de canal arterial
e, por isso, sua indicação de realização se faz após 24 horas de vida. Nesse
momento, começa o amadurecimento do fechamento do canal arterial,
podendo-se detectar precocemente cardiopatias comprometedoras à vida.
Faz parte do cotidiano do pediatra saber realizar esse teste de rastreio
neonatal e o tema é recorrente nas grandes bancas do país. Não deixe de
revisar outros testes de triagem neonatal.

68
Síndrome Nefrótica
Tema: Síndrome Nefrótica
Caiu em: UFG 2019 / UNICAMP 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente
Cenário: Pronto socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Menino, pré escolar, 5 anos, é trazido à consulta com história de edema
matutino observado há alguns dias nos membros inferiores e região
peripalpebral. Mãe refere ter observado urina espumosa no período. Na
HPP consta quadro de infecção respiratória alguns dias antes do início do
edema.

Exame físico:
Bom estado geral. Corado. Hidratado. Discreto edema bipalpebral. Pulsos
universalmente palpáveis com boa perfusão. Edema ++/4+ nos membros
inferiores, com cacifo. MVUA, sem RA, FR=25 irpm. RCR, BNF, sem
sopros. Abdome depressível, sem sinais de ascite. Estrutura 109 cm; PA=
100x60 mmHg; peso 20kg.

EAS: Hematúria: ausente; proteinúria: 4+/4+; ausência de leucócitos, nitrito


negativo.

69
Tarefa 01:
Com base na tabela anexa, interprete os níveis de pressão arterial e informe
a mãe se a pressão aferida encontra-se normal ou alterada.

Tarefa 02:
Enuncie a principal hipótese diagnóstica.
• Após enunciar sua hipótese, independente se correta ou não, o candidato
recebe a placa a seguir e um bloco de receituário em branco.

70
Tarefa 03:
Preencha o receituário com as medidas farmacológicas e não farmacológicas
e faça as orientações pertinentes para o acompanhante.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indica que a criança está normotensa?

Tarefa 02
Indica diagnóstico de síndrome nefrótica?

Tarefa 03
Orienta a restrição de sódio?
Orienta hábitos saudáveis: atividade física ou evitar
repouso ou evitar sedentarismo?
Prescreve anti-helmíntico?

Prescreve diurético?

Prescreve corticóide (2 mg/kg/dia)?

Explicou a receita para a mãe?

Indica retorno breve para reavaliação do quadro?


Orientou a mãe sobre a evolução da doença e a ocorrência
de novas descompensações?

71
Debriefing
Prova direta e focada no tratamento, com oportunização de avaliar a
aferição de pressão arterial na pediatria. Não se esqueça que os valores
devem sempre serem padronizados com outras crianças de mesmo sexo,
idade e estatura, sendo necessária avaliação através de percentil. Não deixe
de revisar esse tema recorrente em provas práticas na pediatria, em clínica
médica e nas grandes bancas com questões discursivas como da USP-SP.

72
Tuberculose
na Infância
Tema: Tuberculose na Infância
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Pré-escolar, 4 anos, é levado à consulta em Unidade Básica de Saúde para
avaliação de quadro de tosse e febre que já vem durando cerca de dois
meses. As anotações da caderneta de saúde mostram perda ponderal no
período e, hoje, o peso da criança está abaixo do percentil 3.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite dois exames necessários para a avaliação do caso.

Tarefa 03:
Indique seu diagnóstico e explique como será feito o tratamento.

73
Tarefa 04:
Indique outras medidas pertinentes.

Orientações
à Atriz:
• A atriz, quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes:
• Lactente previamente hígido;
• Relata que criança fez tratamento com amoxicilina por 10 dias há
cerca de 3 semanas, sem qualquer melhora;
• Não realizou nenhum exame até o momento;
• Refere contato domiciliar com adulto com tuberculose, que já está
em tratamento;
• Relata febre baixa, máximo de 38,5OC.
• Nenhuma particularidade relacionada ao aspecto da expectoração.

• Durante a explicação de outras medidas pertinentes, a atriz questiona se


não há necessidade de qualquer exame adicional.

Orientações
ao Examinador:
• Ainda que não solicitado, o exame físico seria fornecido ao candidato:
• Criança irritada, emagrecida. Ausência de adenomegalias. Corado,
hidratado. Afebril ao toque. RCR, sem sopros. MVUA, sem RA.
FR=40 irpm. Abdome sem alterações.
• Quando solicitados, os exames eram fornecidos. Independente de estarem
corretos, a placa com as tarefas 3 e 4 eram fornecidas ao candidato.
• Prova tuberculínica: 11 mm

74
• Radiografia de tórax:

https://images.app.goo.gl/y5nnynv6eUNGnREB7

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre início dos sintomas?

Questiona característica de tosse?

Questiona sobre intensidade de febre?


Questiona sobre quadros prévios e tratamentos já
realizados para o quadro atual?
Questiona sobre contato com paciente com tuberculose?

Questiona sobre comorbidades prévias?

75
Tarefa 02
Solicita radiografia de tórax?

Solicita prova tuberculínica?

Tarefa 03
Indica o diagnóstico de tuberculose pulmonar?
Indica tratamento com esquema Rifampicina (R),
Isoniazida (H) e Pirazinamida(Z)?
Indica tempo de duração do tratamento corretamente? (2
meses RHZ e 4 meses RH)?

Tarefa 04
Indica necessidade de avaliação de contactantes familiares?

Indica notificação epidemiológica do caso?

Indica retorno para reavaliação?

Debriefing
Estamos diante de uma prova de atendimento em UBS de uma criança com
tosse, febre e emagrecimento, com história de contato com tuberculose e
ausência de linfonodomegalia. Nesse caso, é preciso elucidar o diagnóstico
de uma das doenças infecto-contagiosas mais comuns do nosso país:
tuberculose! Atenção para alguns detalhes na pediatria: as crianças não são
consideradas bacilíferas e o isolamento do Mycobacterium tuberculosis
em meio de cultura é incomum, sendo, então, utilizada uma escala de
pontuação para diagnóstico da criança. Avalia-se o quadro clínico, a história
de contato, o peso, a prova tuberculínica e a radiografia de tórax conforme
a tabela abaixo:

76
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil.pdf

Crianças menores de 10 anos devem fazer o tratamento com três fármacos:


Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida. O Etambutol não deve ser utilizado
pela dificuldade de identificação precoce de neurite óptica nessa faixa
etária. No adolescente, o tratamento é igual ao dos adultos, com esquema
de quatro fármacos. O tratamento dura 6 meses independente da idade do
paciente.

77
TCE
Tema: TCE
Caiu em: USP-SP 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Pronto-socorro infantil

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança, 3 anos, é levada ao pronto-socorro após ter sofrido queda da própria
altura quando corria em um parquinho. Mãe assustou-se por perceber que
a criança havia batido com a cabeça no chão.

Tarefa 01:
Complete a anamnese com informações pertinentes ao caso.

Tarefa 02:
Baseado nos dados obtidos e no exame clínico acima, indique a classificação
deste trauma crânio encefálico. Cite o parâmetro que determina essa
classificação. Aponte a conduta indicada para o momento.

Tarefa 03:
Foi optado pela equipe médica do pronto-socorro pela realização de
tomografia computadorizada de crânio, com as imagens abaixo. Indique o
diagnóstico radiológico.

78
Tarefa 04:
Indique qual a conduta para o caso neste momento.

Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a atriz relatava as seguintes informações:
• O evento ocorreu há 30 minutos; Houve perda de consciência; A
perda de consciência durou 1 minuto; Criança não teve convulsão;
Houve alteração de comportamento e a criança está muito agitada;
Não teve vômitos; Não teve cefaleia; Não tem nenhuma outra doença.

Orientações
ao Examinador:
• Era fornecido o seguinte exame físico após fim de anamnese:
Criança com abertura ocular espontânea, fala palavras apropriadamente,
obedecendo aos comandos verbais. Mostra-se bastante agitada e irritada
• Durante a Tarefa 02 o examinador entrega uma folha conforme abaixo
para preenchimento pelo candidato:
• Classificação:
• Parâmetro:
• Conduta:
• Durante a Tarefa 03, o examinador entregaria a seguinte imagem e uma
folha conforme abaixo para preenchimento pelo candidato:
• Diagnóstico radiológico:

79
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona há quanto tempo ocorreu o evento?

Questiona se houve perda de consciência?

Questiona qual foi a duração da perda de consciência?


Investiga a ocorrência de convulsão ou de movimentos
anômalos?
Questiona sobre alteração de comportamento ou déficit
focal ou perda de memória ou alteração de sensibilidade?
(considerar pelo menos um)
Questiona se houve vômitos?

Questiona se há cefaleia?

80
Questiona comorbidades?

Tarefa 02
Classifica TCE como leve?
Indica classificação com base na escala de coma de
Glasgow?
Indica realização de TC de crânio?

Tarefa 03
Indica que TC de crânio encontra-se normal?

Tarefa 04
Indica conduta de observação clínica?

Debriefing
Existem várias formas de classificar o TCE: Gravidade, mecanismo de
trauma, mecanismo fisiopatológico de lesão, prognóstico, entre outras.
Para determinar as condutas iniciais, usualmente usamos a classificação de
gravidade para definir conduta. O escore mais utilizado para determinação
de gravidade é a escala de coma de Glasgow (ECG), que faz avaliação
objetiva de 3 aspectos clínicos: abertura ocular, melhor resposta verbal e
melhor resposta motora. A classificação de gravidade é conforme abaixo:
• ECG de 15 a 13 = TCE leve
• ECG de 12 a 9 =TCE moderado
• ECG de 8 ou menor = TCE grave

O estudo multicêntrico PECARN, realizado nos EUA em 2009, analisou


mais de 40.000 casos de TCE em pediatria nos departamentos de emergência

81
de 24 instituições e gerou um protocolo de triagem distintos para pacientes
menores e maiores de 2 anos conforme abaixo:

PECARN, Pediatric Emergency Care Applied Research Network. Identification of children at very
low risk of clinically-important brain injuries after head trauma: a prospective cohort study. Lancet,
2009.

82
Pneumonia
na Criança
Tema: Pneumonia na Criança
Caiu em: USP-RP 2018 / CERMAM 2018 / HSL 2017 / HIAE 2015

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Pronto-socorro infantil. Na sala havia um tubo orotraqueal
simulando uma criança intubada com placas sinalizando monitores

Início da Estação
Caso Clínico:
Pré-escolar, 4 anos, é levado ao pronto-atendimento com relato de febre
e tosse iniciadas há 48 horas, com piora do desconforto respiratório na
manhã de hoje.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Indique sua hipótese diagnóstica e defina a conduta neste momento.

Tarefa 03:
Pré-escolar encontra-se recebendo oxigenoterapia com máscara não

83
reinalante e está evoluindo com importante rebaixamento de nível de
consciência e fadiga respiratória. Encontra-se hipotenso, com tempo de
enchimento capilar prolongado. Indique sua conduta neste momento.

Tarefa 04:
Neste momento, a criança encontra-se em ventilação mecânica. Normotensa.
Perfusão adequada. Já foi iniciada antibioticoterapia. Indique a conduta
adicional necessária para a avaliação.

Tarefa 05:
Indique o procedimento necessário nesse momento.

Orientações
à Atriz:
• A atriz, quando questionada, daria as seguintes informações:
• Refere coriza e obstrução nasal no primeiro dia do quadro; Nega
comorbidades; Refere aceitação de alimentos.

Orientações
ao Examinador:
• Caso solicitado, era fornecido o seguinte exame físico:
• Regular estado geral, corado hidratado.
• RCR em 2T, sem sopros. FC 110 bpm. Pulsos universalmente palpáveis,
com boa perfusão periférica. PA 90x60 mmHg.
• MV diminuídos na base do HTD, roncos difusos. Tiragem subcostal.
Batimento de aleta nasal. FR 53 irpm. Saturação O2 91% em ar
ambiente. Ausência de estridor.
• Restante do exame: nada digno de nota.

84
• Caso fossem solicitados, seriam fornecidos os seguintes exames:
• Radiografia de tórax com derrame pleural à direita.
• Hemograma Hb 11,5 g/dl; Ht 38%; Leucócitos 17.500cél/mm3 (6%
bastões; 43% neutrófilos); Plaquetas 330.000/mm3.
• Após a entrega dos exames ao candidato, a atriz iria manifestar
preocupação, indicando piora do quadro clínico da criança, e a placa a
seguir seria fornecida.
• Independente da conduta indicada na Tarefa 03, a tarefa seguinte seria
questionada.
• Durante a Tarefa 04, caso fosse indicada toracocentese, era relatado pelo
examinador saída de líquido de aspecto purulento.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre início do quadro?

Questiona a presença de comorbidades?

Indica avaliação de presença de estridor?

Indica avaliação de frequência respiratória?


Indica avaliação de sinais de desconforto respiratório
(tiragem de fúrcula, diafragmática, intercostal e batimento
de aleta nasal)?
Questiona uso de medicamentos?

85
Tarefa 02
Indica diagnóstico de pneumonia?

Solicita monitorização e acesso vascular periférico?

Indica oxigenoterapia?

Indica início de antibioticoterapia parenteral?

Solicita radiografia de tórax?

Tarefa 03
Indica intubação orotraqueal?

Indica solução cristalóide intravenosa?

Indica dose correta (10-20ml/kg)?

Tarefa 04
Indica toracocentese diagnóstica?

Tarefa 05
Indica necessidade de drenagem torácica?

Debriefing
Essa estação apresenta grau de dificuldade alto não pelo conteúdo teórico
em si, mas principalmente pelo fato de cobrar a habilidade do candidato de
se adaptar a diferentes cenários na mesma prova. Era preciso reconhecer os
sinais de gravidade para conduzir o caso. Vamos lembrar quais são os sinais
de gravidade mais importantes do desconforto respiratório agudo?

86
• Hipoxemia SatO2 <90-92%
• TEC lentificado > 2s
• Crianças com FR > 50 irpm e menores de um ano com FR > 70 irpm
• Sinais de desidratação
• Apneia ou importante dificuldade respiratória com sinais de tiragem
intercostal, diafragmática, de fúrcula ou batimento de aleta nasal.

No caso em questão, ao exame físico, a criança apresentava taquipneia


com sinais de gravidade: tiragem subcostal e queda de saturação. Havia,
então, indicação para internação e realização de radiografia de tórax, que
apresentava derrame pleural à direita. Enquanto o candidato avaliava
o resultado dos exames, a estação mudaria de conformação, com a atriz
indicando piora do paciente e a entrega da tarefa de número 03. Nesse
momento, com a presença do rebaixamento de nível de consciência e
seguindo avaliação ABCDE, é preciso preservar a via aérea do paciente
indicado a intubação orotraqueal e expansão volêmica. O ponto-chave da
questão era não esquecer do exame que você estava analisando antes da
instabilidade do paciente: a radiografia de tórax com uma complicação que
poderia justificar o quadro clínico atual. Nesse caso, era preciso indicar a
análise do líquido pleural. O aspecto turvo do líquido é uma indicação de
drenagem torácica, fechando essa estação difícil com chave de ouro!

87
Pneumotórax
Hipertensivo
Tema: Pneumotórax Hipertensivo
Caiu em: UNIFESP 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Centro de terapia intensiva, materiais para procedimento
disponíveis em mesa na sala

Início da Estação
Caso Clínico:
Escolar, seis anos, encontra-se internado em UTI pediátrica por quadro
de asma grave, que evoluiu com necessidade de intubação orotraqueal e
ventilação mecânica. Vinha mantendo-se estável, quando apresenta súbita
deterioração, com importante queda de saturação.

Tarefa 01:
Cite as principais causas para o quadro que devem ser avaliadas neste
momento.

Tarefa 02:
Exame físico: Paciente com TOT com cuff tamanho 5, posição 16. Aparelho
respiratório: Expansão torácica diminuída à esquerda, MV abolidos no
hemitórax esquerdo, com hipertimpanismo à percussão ipsilateral. TEC

88
lentificado. PA 74x62mmHg. Presença de turgência jugular. Indique seu
diagnóstico e conduta neste momento.

Tarefa 03:
Realize o procedimento médico.

Orientações
ao Examinador:
• Independente das respostas na tarefa 1, a prova iria continuar com as
informações e a tarefa seguinte.
• Caso a Tarefa 02 fosse concluída apropriadamente, a prova prosseguia
com a tarefa a seguir.
• O material estaria disponível ao lado do manequim para realização do
procedimento. (manequim de tórax com seringa, jelco e agulha)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Cita deslocamento da cânula?

Cita obstrução da cânula?

Cita pneumotórax?

Cita falha do equipamento?

89
Tarefa 02
Indica o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo?
Indica toracocentese de alívio? (não aceitar se indicar
radiografia de tórax previamente)

Tarefa 03
Indica o material adequado e os cuidados de antissepsia?
(cita seringa e jelco, não seleciona agulha)
Indica o local de punção: 2º EIC, linha hemiclavicular no
hemitórax esquerdo?
Informou incisão correta na borda superior da costela
inferior?
Introduz e verifica o posicionamento correto (através de
palpação de arcos costais)?
Indicou drenagem torácica?
Descreveu a localização anatômica correta? (5º EIC, na
linha axilar média)

Debriefing
Não tem como abordar procedimento em prova de pediatria? Essa estação
vem para mostrar que existem diversas formas de se abordar especificidades
pediátricas práticas. Uma delas é manutenção da indicação de toracocentese
de alívio no 2o EIC na linha hemiclavicular do tórax acometido. A
recomendação do ATLS 10a Edição com toracocentese de alívio e drenagem
torácica no 5o EIC é válida apenas para adultos!

Além disso, não esqueçam de sempre avaliar o mnemônico DOPE em um


paciente com intubação orotraqueal e súbita deterioração de estado clínico.

90
Você se lembra quais são os fatores a serem analisados?
• Deslocamento da cânula;
• Obstrução da cânula;
• Pneumotórax;
• Falha do equipamento.

91
Neonatologia
Tema: Neonatologia
Caiu em: USP-RP 2020 / USP-SP 2017

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (enfermeira)
Cenário: Avaliação de caso de recém-nascido, solicitada por enfermeira em
alojamento conjunto. Presença de boneco lactente e aparelho de oximetria
de pulso em sala

Início da Estação
Caso Clínico:
Você foi chamado no alojamento conjunto para avaliar um RN de 48h de
vida e o enfermeiro irá lhe explicar o que fazer.

Tarefa 01:
Conduza o caso.

Orientações
à Atriz:
• A atriz se apresentava como enfermeira, dizia estar com a avaliação
clínica e laboratorial do paciente e questiona se haveria condições de
alta.

92
• Se questionado sobre icterícia, alterações em diurese, evacuação e
aleitamento ou outras pendências para alta, a enfermeira negava.
• Quando questionada sobre testes de triagem neonatal, especificamente
sobre o teste do coraçãozinho, a enfermeira dizia que o RN não havia
realizado esse exame de triagem.
• Quando o candidato solicitasse para realizar o teste do coraçãozinho, a
enfermeira questionava como seria a realização do procedimento.
• Caso o candidato explicasse corretamente a enfermeira realizaria o teste
de triagem. O candidato também poderia demonstrar a realização do
teste.
• Caso o candidato solicitasse ecocardiograma, o enfermeiro respondia
que o exame ainda iria demorar para ser realizado.

Orientações
ao Examinador:
• Era entregue o seguinte resultado após a realização do primeiro teste do
coraçãozinho: MSD 92% e MMII 96%.
• Após a identificação da alteração pelo candidato, era entregue o resultado
do exame repetido após 1 hora: MSD 92% e MMII 96%

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

93
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Perguntou sobre os testes de triagem neonatal: orelhinha,
olhinho, coraçãozinho e linguinha? (considerar pelo
menos 3 respostas corretas)
Informa a necessidade de realização do teste do
coraçãozinho pré-alta?
Solicitou oxímetro de pulso?
Executou corretamente ou orientou corretamente a
execução à enfermeira? (oximetria no MSD e em um dos
MMII)
Concluiu que os valores de saturação estão anormais?

Indicou repetir teste em 1 hora?


Concluiu novamente que os valores de saturação estão
anormais?
Cancelou alta hospitalar?

Solicitou internação para monitorização em UTI ou USI?

Informou necessidade de realização de ecocardiograma?


Orientou adequadamente a enfermeira sobre os
procedimentos a serem tomados?

94
Debriefing
Mais uma estação de pediatria em que pode ser abordado algum
procedimento. O importante do teste do coraçãozinho é lembrar de
avaliar a saturação em MSD (pré-ductal) e em um dos membros inferiores.
A diferença igual ou maior que 3% entre as avaliações ou uma saturação
abaixo de 95% indica alteração. Nesse situação, um teste alterado indica
a repetição em 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma
deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes.

Lembre-se que o teste do coraçãozinho possui benefício na avaliação de


cardiopatias congênitas críticas dependentes de canal arterial e, por isso,
sua indicação de realização se faz entre 24 e 48 horas de vida, antes da
alta hospitalar. Nesse momento, começa o amadurecimento do fechamento
do canal arterial, podendo-se detectar precocemente cardiopatias
comprometedoras à vida.

95
Aferição de
Pressão Arterial
Tema: Aferição de Pressão Arterial
Caiu em: USP-RP 2019 / USP-SP 2020

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 7 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Pronto-socorro infantil. Na sala havia boneco compativel com
idade de escolar, fita métrica, diferentes manguitos para aferição de pressão
arterial, além de gráficos de percentil de PA e Estatura

Início da Estação
Caso Clínico:
Uma criança de 6 anos é levada pela mãe para ser atendida no pronto
atendimento em que você trabalha. Ao exame físico, a criança apresenta
edema bipalpebral.

Tarefa 01:
Realize a aferição de pressão arterial.

Tarefa 02:
Interprete o resultado para a mãe.

Tarefa 03:
Indique a conduta para o caso.

96
Orientações
à Atriz:
• A atriz era concordante com condutas orientadas pelo médico e negava
qualquer queixa questionada.

Orientações
ao Examinador:
• Era apresentado o seguinte gráfico para avaliação de pressão arterial:

97
• Era apresentado o seguinte resultado de aferição de pressão arterial:
• PA 114x76 mmHg
• Estatura percentil 50%

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Usa a fita métrica?
Mede comprimento do braço corretamente (medida entre
acrômio e olécrano)?
Mede circunferência de braço no ponto médio do seu
comprimento?
Escolhe o manguito de tamanho adequado (altura de 40%
da circunferência do braço e comprimento de 80 a 100%
da circunferência do braço)?
Posiciona o manguito de forma adequada?

Palpa pulso radial?

Localiza e coloca o estetoscópio sobre a artéria braquial?

Tarefa 02
Utiliza gráficos de percentil de PA e estatura para
classificar pressão arterial?
Conclui que a pressão arterial está elevada?

98
Tarefa 03
Explica adequadamente o achado clínico e seu significado?
Orienta a necessidade de exames laboratoriais para
investigação (por exemplo urina tipo 1, proteinúria)?
Finaliza adequadamente a consulta, programa reavaliação
logo após ter resultado do exame?

Debriefing
A técnica para aferição de pressão arterial deve ser realizada com o paciente
em repouso de cerca de 3 a 5 minutos, em posição sentada ou deitada com
MSD na altura do precórdio. O estetoscópio deve ser posicionado no pulso
braquial e deve-se realizar a palpação do pulso radial para verificar níveis
corretos de insuflação do manguito para aferição.

Na pediatria, deve-se medir as proporções entre manguito e braço do


paciente para utilizar o dispositivo correto. A medida central para avaliar
essa proporção é a circunferência do braço, obtida através da localização
do ponto médio do comprimento do braço entre os pontos anatômicos
acrômio (ombro) e olécrano (cotovelo). A bolsa do manguito (parte de
insufla) deve conter em sua altura 40% da circunferência do braço e em seu
comprimento, 80-100%.

Além disso, deve-se ter conhecimento do percentil de Estatura/idade e sexo


da criança para avaliar os níveis pressóricos no gráfico de PA esperada para
a criança. Os níveis de PA podem ser definidos como:
• PA normal: < P90
• PA elevada: ≥ P90 até P95 ou > 120x80 mmHg
• Hipertensão estágio 1: ≥ P95 até < P95 + 12 mmHg ou PA entre 130 x 80
a 139 x 89 mmHg
• Hipertensão estágio 2: superior ao estágio 1.

99
Icterícia Neonatal
Tema: Icterícia Neonatal
Caiu em: UNICAMP 2019

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
RN com 15 dias de vida, nascido de parto vaginal com 40 semanas, peso de
nascimento 3.450g, AIG, com pré-natal com 8 consultas, sem intercorrências
gestacionais, é levado pela mãe à Unidade Básica de Saúde para atendimento
devido icterícia.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual sua principal hipótese diagnóstica? Solicite um exame laboratorial
que auxilia em seu diagnóstico.

Tarefa 03:
Qual sua conduta?

100
Orientações
à Atriz:
• Durante o atendimento, caso questionado, a mãe relata icterícia com
início no 8o dia de vida, porém que persistia até então, com início
primeiro na face e nos olhos e com progressão para raiz de coxas.
• A mãe nega intercorrências gestacionais ou após o nascimento.
• Quando questionado, a mãe referia tipagem sanguínea O+ e RN também
O+.
• A mãe também negaria, se questionado, qualquer tipo de queixa na
amamentação e descreveria técnica correta.
• Caso questionado, a mãe relataria presença de urina que mancha a fralda
(colúria) e fezes esbranquiçadas (acolia) há vários dias.
• A mãe nega qualquer uso de medicamentos, águas ou chás.

Orientações
ao Examinador:
• Caso solicitado, era entregue para o candidato o seguinte exame físico:
• RN BEG, ativo e reativo, corado, hidratado, ictérico zona III de
Kramer, acianótico, eupneico, afebril, com boa perfusão capilar
periférica.
• AR: MVUA sem RA. FR 40 irpm.
• AVC: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: Globoso, peristáltico, timpânico, sem reação dolorosa à
palpação. Fígado palpável a 4 cm de RCD.
• MMII: sem edema, pulsos amplos e simétricos.
• Genitália masculina típica.

• Caso o candidato solicitasse Bilirrubina total e frações era entregue o


seguinte resultado:

101
• Bilirrubina direta: 13,72 mg/dL; bilirrubina indireta: 3,39 mg/dL;

• Outros exames eram indisponíveis no momento.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre o início da icterícia?

Questiona sobre a gestação?

Questiona sobre intercorrências ao nascimento?

Questiona a tipagem sanguínea materna?

Questiona história alimentar (aleitamento)?

Questiona sobre sinais de colestase (colúria, acolia?)


Questiona sobre sinais e sintomas gerais? (Vômitos,
letargia, perda de peso?)
Questiona sobre uso de medicamentos?

Indica realização de exame físico?

Classifica icterícia como patológica?

102
Tarefa 02
Indica provável diagnóstico de atresia de vias biliares?

Solicita bilirrubina total e frações?

Tarefa 03
Indica encaminhamento para especialista?
Indica necessidade de cirurgia de Kasai ou
portoenterostomia?
Indica necessidade de realização de cirurgia no máximo
até 6 a 8 semanas de vida?
Indica necessidade de transplante hepático?

Debriefing
Estação considerada de alto grau de dificuldade pelo detalhamento cobrado
na anamnese e valor de pontuação atribuído para essa tarefa. Chegar até o
diagnóstico de Atresia de Vias Biliares não foi difícil diante de um quadro
de icterícia persistente com sinais de colestase. Entretanto, se o candidato
pulasse etapas da anamnese de avaliação de icterícia neonatal, ele perderia
grande parte da pontuação total. Fica ligado em estações longas com prova
de atendimento, certamente são bancas com clássico hábito de explorar o
atendimento e anamnese!
Vamos lembrar quando suspeitar de icterícia neonatal não fisiológica:
• Início precoce? Antes de 24 horas de vida?
• Níveis de bilirrubina estão elevados? (geralmente > 12mg/dl)
• Houve aumento de níveis de bilirrubina > 5mg/dl/dia?
• A icterícia alcança a zona III de Kramer?
• Há sinais de colestase?
• O quadro é persistente? (Nesse caso, lembre-se do diagnóstico diferencial
com icterícia do leite materno!)

103
Puericultura
Tema: Puericultura
Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP
2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade Básica de Saúde e irá atender pela primeira
vez um lactente de 6 meses de idade trazido em consulta pela sua mãe.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê os informes e orientações para a mãe.

Orientações
à Atriz:
• Durante o atendimento inicial se questionadas intercorrências na
gestação, a atriz negava. Além disso, negava alterações de exames

104
laboratoriais e sorológicos durante gestação e negava intercorrências
no momento do parto. Todas essas respostas eram fornecidas apenas se
questionadas.
• Durante anamnese da criança, quando questionado sobre o histórico
alimentar, a mãe refere que ele está só no peito. Nega dificuldade para
amamentar.
• Caso questionado, a mãe nega que criança está tomando qualquer tipo
de medicação ou suplemento.
• Em relação aos questionamentos sobre os marcos do desenvolvimento
esperados para a idade de 6 meses, a atriz só confirmava os dados se o
candidato perguntasse ativamente (criança sorri, emite sons em resposta
à fala, segura brinquedos e os leva à boca, eleva a cabeça apoiando-se nos
antebraços, rola).

Orientações
ao Examinador:
• Ao questionar se a mãe havia trazido a caderneta da criança, o examinador
entrega as curvas de crescimento da OMS e uma folha com o histórico
vacinal, disponíveis a seguir:

105
Considere as marcações como vacinas aplicadas conforme o Programa Nacional de Imunizações.

• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava uma folha com


toda descrição do exame físico conforme abaixo:

• PC: 43cm / Peso: 8,200kg / Altura: 68cm / IMC 17,73 kg/m2


• BEG, normocorado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril ao toque,
eupneico, fácies atípica. Sem linfonodomegalias.
• ACV: RCR 2T, BNF, sem sopros. FC: 136 bpm.
• AR: MV presente e simétrico, sem ruídos adventícios. Sem sinais de
esforço respiratório. FR: 40 irpm
• Abdome: normotenso, distendido, RHA presentes e normoativos,
timpânico, indolor a palpação, sem visceromegalias, sem massas
palpáveis.
• EXT: aquecidas, bem perfundidas, sem edema, pulsos palpáveis e
simétricos.
• Genitália: típica masculina, testículos tópicos, presença de fimose
fisiológica. Ânus pérvio.
• Oroscopia: mucosa normocorada, sem hiperemia ou placas exsudativas.
• Neuro: ativa e reativa, tônus preservado, postura adequada, reflexos
primitivos presentes e simétricos.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

106
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre intercorrências gestacionais?

Solicita caderneta de saúde da criança?

Questiona queixas atuais?

Questiona história alimentar (aleitamento)?


Questiona se criança rola ou sustenta corpo de bruços em
antebraços?
Questiona se criança segura e troca brinquedos entre as
duas mãos?
Questiona se criança sorri e prefere companhia dos pais?

Questiona se criança emite sons ao estímulo?

Tarefa 02
Indica que desenvolvimento se encontra adequado para a
idade?
Indica que crescimento está dentro de curva de
normalidade, adequado para a idade?
Indica atraso vacinal?
Indica que criança deverá realizar segunda dose de vacinas
pentavalente, antipoliomielite, antipneumocócica-10 e
rotavírus?

107
Indica que deverá realizar primeira dose de
antimeningocócica-C?
Reforça retorno ao calendário vacinal?
Indica introdução alimentar de forma lenta e gradual,
até 3 vezes ao dia com alimentos complementares (frutas,
legumes, cereais, tubérculos, carnes e ovos)?
Reforça manutenção de aleitamento materno?
Indica administração de sulfato ferroso profilático por via
oral?
Indica retorno em consulta de 9 meses ou se novas queixas?

Debriefing
Estação de puericultura de criança de 6 meses, idade em que deve-se
realizar diversas orientações relacionadas à introdução alimentar e em que
importantes marcos do desenvolvimento neuropsicomotor se desenvolvem.
Sem dúvida uma estação com grau de dificuldade alto devido número de
informações e orientações a serem realizadas para binômio mãe bebê.
Lembre-se de seguir sempre o passo a passo da consulta pediátrica em prova
de atendimento para não perder nenhuma pontuação. Você lembra como
conduzir uma estação de puericultura à risca? Vamos lá!
• Identificação
• Anamnese gestacional
• Anamnese pré-natal e parto
• Anamnese da criança:
• Queixas e dúvidas
• Amamentação e alimentação
• Introdução alimentar ao 6 meses
• Introdução de profilaxia com sulfato ferroso
• Crescimento e desenvolvimento

108
• Avaliar peso, estatura, IMC com gráficos da OMS
• Avaliar: Motor / Adaptativo / Social / Linguagem
• Calendário vacinal
• Lembrar da contraindicação de vacina contra rotavírus para
primeira dose se > 3 meses e 15 dias e para segunda dose se > 7
meses e 29 dias
• Prevenção de acidentes
• Reforçar cuidados com berço, prevenção de morte súbita do
lactente, acidentes domésticos com fogo e altura, além de prevenção
de acidentes de trânsito com recomendação de cadeiras adequadas.
• Programação de puericultura
• 7 consultas no primeiro ano de vida: 1a com 7 dias de vida / demais
aos 1 - 2 - 4 - 6 - 9 -12 meses.

109
Puericultura 2
Tema: Puericultura
Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP
2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Atendimento em UBS com boneco compatível com lactente,
estadiômetro e fita métrica em cima de maca de atendimento médico

Início da Estação
Caso Clínico:
Um paciente de 9 meses vem a consulta de rotina acompanhado de sua mãe.

Tarefa 01:
Faça o atendimento e esclareça as dúvidas da mãe.

Orientações
à Atriz:
• Quando questionadas queixas, a mãe negava.
• Ao pedir o cartão de vacina e caderneta da criança, a mãe dizia que
havia esquecido, mas relatava que a vacinação da criança estava em dia.

110
• Atriz questionava de quanto em quanto tempo deveriam ocorrer às
consultas.
• O paciente estava em amamentação não exclusiva e a mãe falava que
achava seu leite fraco. Apresentava dúvidas sobre a alimentação, o tipo
de alimentação e a progressão dos alimentos.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato indicasse realização do exame físico, o examinador
entregava o seguinte:
• Exame físico:
• Peso: 8.5 kg
• Geral: BEG, ativo e reativo, normocorado, afebril ao toque, hidratado,
sem edemas, ausência de linfonodomegalias palpáveis.
• Respiratório: SatO2: 99% em ar ambiente, FR 35 irpm, ausculta com
murmúrio presente difusamente sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: pulsos presentes com boa amplitude, FC: 95 bpm,
ausculta: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo regular em 2
tempos, sem sopros.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de visceromegalias e
tumorações palpáveis.
• Extremidades: sem edemas, EC <2s.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

111
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresenta-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre queixas referentes ao paciente?

Solicita caderneta de saúde da criança?

Questiona presença de comorbidades?

Questiona sobre hábitos alimentares da criança?

Indica realização de exame físico?


Indica necessidade de avaliar dados antropométricos (PC
e estatura)?
Solicitou ajuda de outra pessoa para realizar aferição da
estatura?
Realiza aferição de estatura com estadiômetro, com a
parte fixa na porção cefálica?
Realiza medida do perímetro cefálico corretamente
(protuberância occipital a glabela)?
Explica para a mãe sobre o intervalo correto entre as
consultas (próxima com 12 meses e depois semestral entre
18 e 24 meses)?
Orienta progressão de alimentar (alimentos de todos
os grupos, amassados com progressão para sólidos e
alimentação da família após um ano de idade)?
Não recomenda o uso de leite de vaca?
Explica benefícios do aleitamento materno, orientando
manter até pelo menos 2 anos de idade?
Orientou sobre prevenção de acidentes?

112
Debriefing
Estação de puericultura, curta duração, em que era solicitada tarefa única
para realizar o atendimento. Sem dúvida otimizar o tempo nessa estação é
crucial para uma pontuação satisfatória. Era preciso, também, estar atento
ao exame físico fornecido sem aferições e perímetro cefálico e estatura e
analisar o cenário de prova: havia estadiômetro, fita métrica e boneco na
sala! Certamente a banca estaria avaliando sua capacidade de realizar as
aferições dessas medidas! Treinamento de prova prática é para não cair
nessas pegadinhas na sua prova. Aproveite essa estação para reforçar sua
atenção no conjunto da prova que você está realizando, beleza?

Para relembrarmos detalhes sobre as aferições antropométricas:


• O peso sempre deve ser realizado com recém-nascido completamente
despido, inclusive sem fralda. Para crianças até 2 anos (ou até 16 kg),
usamos a balança pediátrica e aferimos o peso com a criança deitada.
• A estatura deve ser medida através do comprimento até os 2 anos de
idade, e após, através da altura. Para realizar a medida do comprimento
de uma criança com o estadiômetro, é necessária a ajuda da mãe ou de
outra pessoa para fixar e pressionar os joelhos da criança à maca. A parte
fixa do antropômetro é voltada para a cabeça, e a móvel para os pés.
• O perímetro cefálico deve ser medido com fita métrica e possui como
marcos anatômicos a glabela da criança e a proeminência occipital.

113
Icterícia Fisiológica
Tema: Icterícia Fisiológica
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Puérpera leva seu filho no quinto dia de vida para a consulta no posto de
saúde. Trata-se de um recém-nascido a termo, com peso de nascimento
de 3.000g. Mostra-se bastante preocupada por ter observado que o recém-
nascido encontra-se com a face amarelada.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Classifique o seguinte achado no exame físico.

Tarefa 03:
Indique sua hipótese diagnóstica e oriente à paciente.

114
Orientações
à Atriz:
• Quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes:
• Início da icterícia há 48 horas;
• Tipagem sanguínea materna AB+;
• Ausência de colúria e acolia;
• Pré-natal sem intercorrências;
• Aleitamento materno exclusivo em regime de livre demanda.
• Durante as orientações, a atriz questiona se não seria adequado o início
de fórmula infantil.

Orientações
ao Examinador:
• A placa a seguir, com dados do exame físico, seria fornecida ao
candidato juntamente com imagem de recém nascido com a solicitação
de classificação da icterícia.
Placa 1: Recém-nascido ativo e reativo. Peso 2.800g. Corado. Mucosas
hidratadas. Fontanela anterior normotensa. Icterícia 1+/4+ na face.
Exame do aparelho respiratório e do aparelho cardiovascular: NDN.
Abdome globoso, depressível, sem massas ou visceromegalias. Genitália
masculina com testículos tópicos. Membros sem alterações. Reflexos
primitivos presentes e simétricos.
Placa 2: Classifique seguinte achado do exame físico:

115
(Imagem de RN com icterícia em face - Zona I de Kramer)
Imagem acima foi recorte feito por mim a partir da seguinte
imagem: https://images.app.goo.gl/mHN2vt8tx4ehSV488

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre o início da icterícia?

Questiona sobre a gestação?

Questiona a tipagem sanguínea materna?

Questiona sobre sinais de colestase (colúria, acolia?)

Questiona história alimentar (aleitamento)?

Indica realização de exame físico?

116
Tarefa 02
Caracteriza icterícia zona I de Kramer (em face)?

Tarefa 03
Indica o diagnóstico de icterícia fisiológica?

Tranquiliza a mãe sobre diagnóstico?

Orienta aleitamento materno exclusivo?


Orienta sinais de gravidade para retorno? (persistência de
icterícia, irritabilidade, alterações no aleitamento, etc.)

Debriefing
Estação com baixo grau de dificuldade e focada na anamnese da neonatologia.
Vamos relembrar quando suspeitar de icterícia não fisiológica?
• Início precoce? Antes de 24 horas de vida?
• Níveis de bilirrubina estão elevados? (geralmente > 12mg/dl)
• Houve aumento de níveis de bilirrubina > 5mg/dl/dia?
• A icterícia alcança a zona III de Kramer?
• Há sinais de colestase (colúria, acolia, aumento de BD)?
• O quadro é persistente? (Nesse caso, lembre-se do diagnóstico diferencial
com icterícia do leite materno!)

Se alguma dessas respostas for sim, estamos diante de um quadro de


icterícia patológica, com necessidade de tratamento e investigação. O
tratamento base é a fototerapia, que deve ser indicada conforme níveis
de bilirrubina associados a idade gestacional, fatores de risco e horas de
vida do recém-nascido. Essa indicação é realizada através da avaliação em
gráfico com níveis adequados para realização de fototerapia no bebê. Para
sua prova, sem aprofundar em muitos detalhes, o básico é saber indicar

117
fototerapia quando a icterícia é precoce (antes de 24 horas de vida) e se
BT>17mg/dl. Lembre-se também que, apesar de pouco usada na atualidade,
a exsanguineotransfusão é um recurso a ser utilizado em icterícias graves!

Já a investigação inicial da icterícia patológica deve ser realizada conforme


achados na anamnese, sempre buscando excluir incompatibilidade ABO ou
Rh, esferocitose, deficiência de G6PD, sinais de colestase, hipotireoidismo.
Os exames iniciais necessários são:
• Bilirrubina total e frações indireta e direta;
• Hemoglobina e hematócrito com morfologia de hemácias, reticulócitos
e esferócitos;
• Tipo sanguíneo mãe e RN para sistemas ABO e Rh (antígeno D);
• Coombs direto no sangue de cordão ou do RN;
• Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs indireto) se mãe Rh (D ou Du)
negativo;
• Dosagem sanguínea quantitativa de glicose-6-fosfato desidrogenase
(G6PD);
• Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (exame do pezinho);

118
Asma
Tema: Asma
Caiu em: UNICAMP 2020 / UFES 2019 / SCMSP 2016 / UNIFESP 2015

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 8 anos vem à consulta de rotina na UBS trazido pela mãe, com
queixa de episódios de falta de ar.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite 2 exames.

Tarefa 03:
Indique a conduta para o caso.

119
Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a atriz relata que a criança tem crises de falta de ar
desde mais nova e que o quadro tem piorado nos últimos anos.
• Ao questionar sobre histórico de internações devido o quadro, a mãe
relatava que o mesmo havia internado há cerca de 3 meses e que na alta
foi dado uma receita (neste momento a atriz entregava uma receita ao
candidato - Na receita havia a prescrição de Montelucaste e corticoide
inalatório).
• Caso questionada, a mãe negava sintomas no momento.
• Caso fosse questionado, a mãe queixava-se de sintomas diurnos cerca de 2
vezes por semana e sintomas sempre quando criança exposta a atividades
físicas. Negava qualquer outra questão sobre sintomas noturnos ou uso
de broncodilatador no último mês.
• Quando questionada sobre controle ambiental, a mãe relatava possuir
gato em casa.
• Ao questionar antecedentes familiares, a mãe relatava que o pai da
criança já teve bronquite.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, a examinadora entregava imediatamente a
folha com toda descrição do exame físico:

• Geral: BEG, corado, hidratado, altura 1,28 m (p50) e peso 26 kg (p50).


• ACV: RCR em 2T, BNF sem sopros. FC: 85 BPM, PA: 80x65 mmHg.
• AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios. Sao2: 99% em ar
ambiente, FR: 18 irpm.
• Abdome: plano, peristáltico, indolor a palpação profunda e superficial,
ausência de tumorações e visceromegalias palpáveis.
• Extremidades: sem edemas, panturrilhas livres, EC < 2 segundos.

120
• Após o candidato realizar a tarefa 02, o examinador não fornece
resultados dos exames e apresenta a tarefa 03 ao candidato.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questionou época de início do quadro?

Questionou limitação de atividades diárias?

Questionou uso de broncodilatadores de curta duração?

Questionou presença de despertares noturnos?

Questionou a presença de sintomas diurnos?


Questionou exacerbações recentes / idas ao pronto
socorro?
Questionou internações prévias?

Questionou uso de medicações?

Questionou alergias?

Questionou história familiar de atopia?

Questionou sobre controle ambiental?


Pediu autorização e realizou exame físico após lavagem
adequada das mãos?

121
Tarefa 02
Solicitou 2 dos seguintes exames: Espirometria com prova
broncodilatadora, radiografia de tórax, teste alérgico
cutâneo, dosagem de IgE total e específicas.
Classificou a asma corretamente como parcialmente
controlada? (sintomas diurnos e limitação de atividade)

Tarefa 03
Orientou a mãe sobre medidas de controle ambiental?

Prescreveu broncodilatador de curta duração para crises?


Orientou manter corticoide inalatório em dose baixa
contínuo?
Ensinou ou questionou sobre técnica correta de uso da
broncodilatador?
Orientou necessidade de vacinação anual para Influenza?

Marcou retorno para acompanhamento do quadro?

Debriefing
Conseguiu relembrar o seguimento ambulatorial da asma nessa estação?
Em uma prova longa e com várias pontuações em anamnese, é importante
manter a sequência do atendimento na ponta da língua!

Pra começar, em toda consulta ambulatorial de seguimento de paciente


com asma é preciso Acessar - as queixas, os sintomas, o controle -, Ajustar
- o tratamento, com modificação de acordo com risco do paciente, rever
estratégias não farmacológicas e técnica de administração de medicação - e,
por fim, Avaliar a resposta - exacerbações, função pulmonar, satisfação do
paciente e da família.

122
A avaliação do controle para pacientes com 6 anos ou mais é feita através de
4 perguntas, com respostas avaliadas de acordo com sintomas nas últimas
4 semanas:
• Sintomas diurnos > 2 vezes por semana?
• Algum despertar noturno pela asma?
• Uso de medicação de alívio > 2 vezes por semana?
• Alguma limitação de atividade por asma?

Se a resposta for não para todas as perguntas, o paciente encontra-se num


estágio classificado como Asma Controlada. Já se o paciente apresenta 1 ou
2 respostas positivas, classifica-se como Asma Parcialmente Controlada e
se 3 ou 4 respostas positivas, como Asma Não Controlada.

Para finalizar e gabaritar essa estação, era preciso relembrar os steps de


tratamento de asma! Nos pacientes acima de 6 anos, como o caso em
questão, trata-se de um paciente com asma parcialmente controlada, e sem
uso de medicações de primeira linha, podendo ser indicado o Step 2 para
controle e reavaliação após 4 semanas de tratamento. O Step 2 para crianças
maiores ou iguais a 6 anos corresponde ao uso de corticoide inalatório em
baixa dose contínuo associado ao broncodilatador de curta duração nas
crises. Para ficar claro, o uso de montelucaste, antagonista do receptor de
leucotrieno, pode ser recomendado, porém não é o tratamento de primeira
escolha para controle da asma.

123
Artrite Séptica
do Quadril

Tema: Artrite Séptica do Quadril


Caiu em: HIAE 2017

Tempo da estação: 8 minutos


Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Pronto-socorro infantil. Sala com manequim de pano, compatível
com paciente pré-escolar

Início da Estação
Caso Clínico:
João, 3 anos, é levado ao pronto-socorro com queixa de febre alta há dois
dias, queixa de dor no joelho esquerdo e claudicação. Mãe nega qualquer
quadro viral ou infeccioso recente. No exame físico: criança em regular
estado geral; temperatura axilar 39oC; joelho esquerdo sem sinais de flogose.

Tarefa 01:
Faça o exame físico específico à queixa.

Tarefa 02:
Indique o exame que deverá ser solicitado neste momento.

Tarefa 03:
Indique sua hipótese e a conduta para a confirmação diagnóstica.

124
Tarefa 04:
Indique as duas principais intervenções terapêuticas.

Orientações
ao Examinador:
• Ao realizar a avaliação da articulação do quadril ou outras avaliações, as
seguintes informações seriam fornecidas ao candidato:
• Mantém membro inferior esquerdo com flexão, abdução e rotação
externa do quadril;
• Dor à movimentação ativa e passiva do quadril esquerdo;
• Incapacidade de sustentar o peso sobre o membro esquerdo;
• Foi realizada radiografia da articulação do quadril, que não evidenciou
alterações.
• Caso fosse feita a solicitação de ultrassom de quadril, o examinador
forneceria a imagem abaixo. Demais exames não estariam disponíveis.
• USG Quadril apresentando derrame articular (imagem):

(http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=3236&idioma=Portugues)

• Caso o candidato solicitasse a punção articular e análise do líquido


articular, seria fornecido o seguinte resultado:
• Líquido sinovial: leucócitos 60.000 células/mm3, com predomínio
de polimorfonucleares. Bacterioscopia com coloração de Gram com
presença de cocos Gram-positivos.

125
• Caso fosse feita a indicação de antibioticoterapia, o examinador
questionaria qual o agente etiológico que deveria ser coberto.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Indica avaliação da articulação do quadril?

Indica inspeção ou avaliação estática da articulação?


Indica avaliação de movimentação ativa e passiva?
(considerar apenas se indicadas as duas avaliações)

Tarefa 02
Solicita ultrassonografia do quadril?

Tarefa 03
Indica o provável diagnóstico de artrite séptica de quadril?

Tarefa 04
Indica internação hospitalar?

Indica antibioticoterapia parenteral ou intravenosa?

Cita necessidade de cobertura para staphylococcus aureus?

Indica necessidade de drenagem cirúrgica?

126
Debriefing
Estações práticas com enfoque no exame físico são recorrentes nas provas
de residência, desde a pesquisa de sinais de irritação peritoneal até o exame
osteoarticular, como o abordado nessa estação! Não deixe passar o básico
da avaliação articular para não perder nenhum ponto no check-list!

A claudicação e a dor na articulação coxo-femoral são queixas frequentes


que levam as crianças e adolescentes em busca de atendimento de urgência
em ortopedia pediátrica. Esses sintomas são comuns a uma diversidade de
doenças com amplo espectro de gravidade e tratamentos distintos. Nem
sempre é fácil realizar o diagnóstico diferencial entre as principais afecções
envolvidas na dor articular, mas podemos definir através da história, exame
físico e exames de imagem! Vamos lembrar dos principais diagnósticos
diferenciais de dor em articulação coxo-femoral na pediatria?
• Doença de Legg-Calvé-Perthes (necrose avascular de cabeça femoral):
Radiografia de quadril com colapso de epífise femoral e aumento de
espaço articular.
• Epifisiólise (deslizamento da epífise da cabeça femoral): Radiografia
com linha de Klein.
• Sinovite Transitória do Quadril: Após infecção respiratória viral.
• Artrite séptica: USG com derrame articular.

Diante de um exame físico com alteração clara de articulação coxo-femoral


e radiografia sem alterações, o ultrassom torna-se o exame de eleição
na pesquisa de edema e derrame articular. O ultrassom é exame de fácil
execução, não invasivo, e habitualmente disponível na prática clínica
pediátrica. É indicado para o diagnóstico das artrites sépticas, com alta
sensibilidade para identificação de derrame articular.

Encontrada a presença de líquido articular, é preciso especificar seu


padrão celular. Sendo este sugestivo de infecção bacteriana, na faixa
etária pediátrica, o principal agente etiológico é o staphylococcus aureus.
A drenagem articular associada ao tratamento com antibioticoterapia
intravenosa tornam-se as condutas de eleição na artrite séptica. Certo?

127
Reanimação Neonatal

Tema: Reanimação Neonatal


Caiu em: UNESP 2019 / UFPR 2018 / UNIFESP 2018 / HSL 2018 /
SCMSP 2016

Tempo da estação: 8 minutos


Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Sala de parto com berço aquecido, boneco compatível com recém-
nascido e materiais de reanimação cardio-pulmonar

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico pediatra na sala de parto do centro obstétrico e receberá
o recém-nascido de Mariana, 28 anos, primigesta, com pré-natal sem
intercorrências e parto por via vaginal. O obstetra acaba de retirar o recém-
nascido e aguarda seu comando para clampeamento do cordão.

Tarefa 01:
Dê continuidade à assistência ao recém-nascido em sala de parto.

Tarefa 02:
No alojamento conjunto, você encontra o seguinte achado ao realizar o
teste do olhinho. Qual o diagnóstico e conduta?

128
Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato questionasse, o examinador responderia que o recém-
nascido é a termo, com 38 semanas, não está chorando e apresenta tônus
fraco.
• Caso o candidato mencionasse, o examinador orientaria para considerar
o berço como aquecido.
• Conforme o candidato indicasse aspiração de vias aéreas se necessário, o
examinador responderia "considere feito".
• Ao indicar avaliação de frequência respiratória e respiração, o examinador
mencionaria FC = 80 bpm.
• Caso o candidato mencionasse VPP com técnica correta e indicasse
a reavaliação de FC e respiração após 30 segundos, o examinador
mencionaria FC > 100 bpm.
• Para a tarefa 02, o examinador forneceria a seguinte imagem:

(imagem com ROV alterado - leucocoria)


(https://pediatriaufcspa.wixsite.com/pediatria/teste-do-olhinho-alterado)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

129
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Questiona se o RN é termo, prematuro ou pós-termo?

Questiona se RN está respirando ou chorando?

Questiona se o RN apresenta bom tônus?

Indica clampeamento precoce de cordão umbilical?

Posiciona-se na cabeceira de berço aquecido?

Aquece o RN sob fonte de calor?

Posiciona cabeça de RN?


Menciona, se necessário, aspirar primeiramente a boca e
depois narinas?
Seca e estimula RN?

Solicita oximetria em membro superior direito?

Solicita monitorização cardíaca?

Inicia VPP com bolsa-válvula-máscara?

Inicia VPP com oferta de O2 a 21% (ar ambiente)?

Realiza VPP com técnica correta (C e E adequada)?

Indica frequência adequada de ventilação (40-60/min)?

130
Reavaliou FC e respiração novamente?

Tarefa 02
Indica diagnóstico de leucocoria?

Indica encaminhamento para oftalmologista?

Debriefing
Pessoal, em toda prova de fluxograma é preciso mencionar para o examinador
cada passo que você dá! Desde o que até a descrição de como a atividade será
realizada. Se vai indicar Ventilação com pressão positiva, é preciso indicar
com qual fração de oxigênio e descrever a técnica correta de ventilação.
Não deixe de conquistar seus pontos no check-list porque está realizando
tudo corretamente. É preciso garantir pro examinador que você sabe o que
está fazendo, beleza?

Partindo desse conhecimento de prova prática, devemos conduzir o


fluxograma de reanimação neonatal corretamente. Na sala de parto,
depois de checar todo material, a primeira decisão é definir o momento de
clampeamento do cordão umbilical. Para isso, é preciso responder a três
perguntas:
• Bebê a termo?
• Respirando ou chorando?
• Tônus adequado?

Se as respostas para TODAS forem sim: o clampeamento de cordão deve ser


entre 1 a 3 minutos e o recém-nascido deve ser conduzido à mãe. Se uma das
respostas forem não, o recém-nascido deve receber a assistência neonatal:
Aquecer; Posicionar; Aspirar se necessário; Secar. Tudo isso em 30 segundos!
Na sequência, deve-se avaliar a frequência cardíaca e o padrão respiratório
do RN. Se FC<100 bpm ou apneia ou respiração irregular, devemos iniciar
a ventilação com pressão positiva (VPP) por 30 segundos. Caso o RN seja

131
a termo, devemos iniciar com FiO2 a 21% e, se for prematuro, a 30%! Tudo
isso deve ser realizado em 1 minuto: o minuto de ouro!
• Observações para você não comer bola na prova:
• Se for aspirar, primeiro deve ser a boca e depois narinas;
• Não secar RN com menos de 34 semanas;
• FC deve ser avaliada no precórdio por 6 segundos.

132
GNPE
Tema: GNPE
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe)
Cenário: Atendimento Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Mãe leva filho de 8 anos em consulta, apresentando há 5 dias oligúria
progressiva Relata estar preocupada, pois hoje o filho não teve diurese
nenhuma vez.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Escreva o diagnóstico da lesão de pele abaixo?

Tarefa 03:
Escreva o principal agente etiológico do quadro atual do paciente?

Tarefa 04:
Indique sua hipótese diagnóstica e oriente o tratamento.

133
Orientações
à Atriz:
• Quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes:
• Início de redução de diurese progressivamente há cerca de duas
semanas.
• Nega febre, prurido ou outros sintomas.
• Criança previamente hígida;
• Relata uso de antibiótico por causa de umas lesões de pele há cerca
de 3 semanas, mas não terminou o tratamento porque achou que não
estava adiantando.
• Caso o candidato solicitasse para ver as lesões ou pedisse para a mãe
descrevê-las, a mãe diria que tem só algumas manchas na pele agora
e que teria fotos das lesões antigas no celular. A atriz entregaria a
seguinte imagem com a tarefa 02:

(imagem de impetigo: crosta melicérica em triângulo nasal e em membros superiores/inferiores)


(http://nantuconsultoria.com.br/impetigo-doenca-tipica-verao/)

• Caso o candidato questionasse se a mãe possuía dúvidas, a mãe perguntava


quais seriam os sinais de alarme que deveria ficar atenta.

134
Orientações
ao Examinador:
• Orientações ao examinador:
• Independente da resposta do candidato na tarefa 02, o examinador
forneceria a tarefa de número 03.
• Juntamente com as tarefas de número 02 e 03 seria entregue uma folha-
resposta para o candidato preencher:
• Tarefa 02:
• Tarefa 03:

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre a queixa principal?

Questiona sobre duração dos sintomas?

Questiona sobre uso de medicações?

Questiona presença de febre?

Questiona sobre prurido?

Questiona sobre antecedentes patológicos?

135
Tarefa 02
Escreveu impetigo ou infecção bacteriana de pele?

Tarefa 03
Escreveu agente etiológico Streptococcus pyogenes?

Tarefa 04
Indicou hipótese diagnóstica de síndrome nefrítica ou de
glomerulite aguda pós-estreptocócica?
Indicou restrição hidrossalina, diurético, furosemida,
controles de pressão arterial, peso e diurese? (considerar
pelo menos 3)
Indicou tratamento com antibiótico para profilaxia?

Questiona a presença de dúvidas?


Orientou mãe sobre sinais de alarme (cefaleia, dispneia,
anúria)?

Debriefing
Um paciente com quadro de edema e oligúria após infecção de pele deve
despertar em você o diagnóstico de síndrome nefrítica ou glomerulopatia
pós-estreptocócica. Nesse caso, é importante lembrar que o diagnóstico é
realizado quando existir um período de incubação de doença estreptocócica
compatível com início de quadro renal. Lembre que o período de incubação
da faringite é por volta de 1-3 semanas e da piodermite, 2-6 semanas. Além
disso, podemos confirmar a doença estreptocócica através da detecção
de Anti-estreptolisina O (ASLO) nas faringites e Anti-DNAse B nas
piodermites. Por fim, podemos ainda observar uma queda transitória do
complemento C3, com duração de no máximo 8 semanas.

136
O quadro clínico clássico é o início do quadro com oligúria,
hipocomplementenemia (queda de C3), hematúria microscópica e
proteinúria menor que 1g/dia.

O tratamento é direcionado para redução do risco de complicações,


com restrição hidrossalina, podendo caso a caso iniciar diuréticos e
vasodilatadores. O uso de antibiótico é recomendado para evitar transmissão
de cepa nefrogênica e não atua especificamente na evolução natural da
síndrome nefrítica.

A GNPE, em grande maioria dos casos, possui evolução benigna. Entretanto,


é preciso saber indicar os riscos para o paciente e para a família. Entre eles,
existe o risco de evolução de encefalopatia hipertensiva, edema agudo de
pulmão e insuficiência renal aguda.

137
Síndrome do
Bebê Sacudido
Tema: Síndrome do Bebê Sacudido
Caiu em: UNIFESP 2020 / HIAE 2018

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco
compatível com lactente de 10 meses

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente de 10 meses é levado ao pronto-socorro com história de sonolência
excessiva notada pela mãe quando chegou do trabalho.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Indique sua hipótese diagnóstica e conduta ao caso.

138
Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a atriz apresentava-se bastante preocupada e
relatava que trouxe a criança ao médico porque quando chegou em casa
percebeu que ela estava muito quieta e não estava acordando direito.
Refere que a vizinha ajuda a cuidar do paciente durante o dia, mas quem
estava tomando conta hoje era o filho da vizinha porque ela teve que sair.
• Caso questionada, a atriz nega febre ou outros sintomas prévios, além
de relatar que ao sair de casa pela manhã, a criança estava bem. Nega
qualquer comorbidade.

Orientações
ao Examinador:
• O exame físico a seguir seria fornecido apenas caso o candidato solicitasse:
Ao exame: Lactente sonolento, fontanela anterior normotensa. Escala
de coma de Glasgow = 13.

(Fundo de olho: imagem com hemorragia retiniana)


(https://medicinacriticapediatrica.wordpress.com/tag/
hemorragia-retiniana-por-nino-sacudido/)

• Caso o candidato solicitasse qualquer outro exame, este não estaria


disponível.

139
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre queixa da mãe?


Questiona manifestações clínicas associadas? (por exemplo
febre, vômitos, tremores)
Questiona presença de comorbidades?

Solicita exame físico?

Indica realização de fundoscopia?

Tarefa 02
Indica diagnóstico de síndrome do bebê sacudido?

Indica internação hospitalar?

Solicita tomografia computadorizada de crânio?

Solicita realização de inventário esquelético?


Indica notificação do caso para o Conselho tutelar ou
Vara da infância?
Indica notificação do caso para à Vigilância epidemiológica
ou SINAN?

140
Debriefing
Questão que inicialmente nos apresenta um quadro clínico inespecífico de
alteração do estado geral da criança, com alteração de nível de consciência,
associada a uma história social duvidosa quanto aos cuidados do lactente.
Diante da dúvida, na pediatria, sempre devemos pensar nas situações de maus-
tratos, entre elas a síndrome do bebê sacudido.

Quando um bebê é sacudido com força, seu cérebro sofre trauma decorrente
das forças de aceleração, desaceleração e rotação, movimentando de forma
brusca a massa encefálica do bebê. O choque com a calota craniana, promove
diversos tipos de lesões teciduais e vasculares, ou por contusão, rompimento,
ou cisalhamento, levando a hematomas, edema e sangramento.

No exame físico, a presença de alteração do nível de consciência, decorrente de


lesão cerebral, associada à presença de hemorragia retiniana na fundoscopia,
são ponto-chaves para o diagnóstico da síndrome do bebê sacudido e início da
investigação de maus-tratos na pediatria.

Lembre-se que todos os exames devem ser direcionados com a suspeita e podem
ser ampliados conforme o caso, sendo a avaliação de exames de imagem de
crânio, a fundoscopia, hemograma com plaquetas, coagulograma os principais
exames a serem solicitados. A avaliação radiológica deverá sempre ser realizada
em crianças com idade inferior a 2 anos e naquelas que não se comunicam,
mesmo não havendo evidências de trauma ósseo ao exame físico.

Por fim, para definirmos a internação da criança, devemos considerar


motivos clínicos para internação do paciente mediante gravidade das lesões,
mas também devemos analisar o contexto social e risco ao qual o paciente é
exposto. Lembre-se que estamos diante de um paciente vulnerável.

Lembre-se que deve ser realizada notificação tanto para medidas


epidemiológicas (SINAN) quanto para suporte social (conselho tutelar ou
vara da infância)

141
Doença de Kawasaki
Tema: Doença de Kawasaki
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco
compatível com lactente de 18 meses

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente, 18 meses, é atendida em emergência com relato materno de febre
alta (39 a 39,5oC) e presença de exantema corporal mais intenso na região
inguinal. Mãe observou, ainda, que os lábios da criança estão rachados.

Tarefa 01:
Realize o atendimento e solicite exame físico direcionado.

Tarefa 02:
Indique sua hipótese diagnóstica e conduta ao caso.

142
Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a atriz relatava que o quadro febril tinha início há
8 dias e que, no terceiro dia, a criança recebeu penicilina benzatina em
outro serviço hospitalar por provável infecção de garganta. A atriz nega
contato com casos semelhantes ou sintomas respiratórios associados.
• Após a tarefa 02, a atriz indaga sobre as complicações da doença.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador questionaria
"o que você deseja avaliar?" e conforme o candidato indicasse, eram
fornecidas as seguintes informações:
• Temperatura axilar 40oC;
• Adenomegalia cervical, linfonodo de 2 cm, sem sinais de supuração;
• Imagem de língua em framboesa com ressecamento de mucosa labial;
• Imagem de hiperemia conjuntival;
• Imagem de rash cutâneo difuso;

(https://www.assignmentpoint.com/science/medical/kawasaki-disease.html)

143
• Caso o candidato solicitasse qualquer outro exame, este não estaria
disponível.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona tempo de duração da febre?

Questiona outros sintomas associados?

Questiona sobre contato com casos semelhantes?


Questiona sobre uso de medicamentos durante quadro
atual?
Indica avaliação de olhos?

Indica avaliação de cavidade oral?

Indica avaliação de adenomegalia?

Indica avaliação de pele?

Indica avaliação de extremidades?

Tarefa 02
Indica diagnóstico de doença de Kawasaki?

Orienta internação hospitalar?

144
Solicita realização de ecocardiograma?

Indica imunoglobulina intravenosa 2g/kg?

Indica ácido acetilsalicílico 80-100 mg/kg/dia?

Orienta sobre risco de aneurisma coronariano?

Debriefing
Vamos relembrar quais são os critérios diagnósticos para doença de
Kawasaki?
• Febre alta por mais de 5 dias;
• Adenomegalia cervical unilateral;
• Alterações em mucosa oral;
• Alterações oculares;
• Alterações de extremidades;
Lembre-se que a febre por mais de 5 dias é critério obrigatório associado a
pelo menos 3 dos outros 4 achados clínicos.

Em relação ao tratamento, devemos indicar imunoglobulina intravenosa


na dose 2mg/kg e ácido acetilsalicílico de manutenção na dose 80-100mg/
kg/dia. As doses são costumam ser cobradas nesse assunto, então se atente
a esse detalhe!

145
Otite Média Aguda
Tema: Otite Média Aguda
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco
compatível com lactente de 18 meses

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente de 1 ano e 6 meses, é levado ao ambulatório de pediatria com
história de coriza e obstrução nasal há 3 dias. Desde a manhã de hoje vem
apresentando febre de até 38,5oC e chorando um pouco mais do que o
habitual. A mãe acredita que criança está com dor.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite dados do exame físico fundamentais para a avaliação da queixa
atual.

Tarefa 03:
Indique sua principal hipótese diagnóstica e o tratamento.

146
Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a atriz nega vômitos, perda de consciência ou
abalos. Relata que a criança tem se alimentado normalmente, não
frequenta creche e nega uso de antimicrobianos recentemente.
• Caso questionada sobre dor refere que, por vezes, a criança leva a mão
na orelha, porém a impressão é de que a dor não é tão intensa.
• Quando solicitada a caderneta de saúde da criança, a atriz relata que
não trouxe, porém que as vacinações se encontram em dia.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador forneceria a
seguinte placa:
Ao exame:
• Criança ativa e reativa, corada, hidratada, anictérica, acianótica. FC
110 bpm / Sat O2 96% / Tax 40oC.
• AR: MV presente, com roncos difusos;
• ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros;
• Abdome: Flácido, peristáltico, timpânico, indolor, fígado palpável
em RCD, sem massas;
• Extremidades: aquecidas, perfusão adequada;
• Neuro: ausência de sinais meníngeos.

• Caso o candidato solicitasse, os seguintes achados do exame físico seriam


complementados:
• FR = 35 irpm
• Otoscopia à direita e à esquerda conforme a imagem abaixo:

147
Imagem de MT abaulada
(http://www.cochlea.eu/po/surdez/surdites-de-transmission)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?
Questiona sinais gerais de alerta? (como vômitos
persistentes, abalos, convulsões, consegue se alimentar
normalmente)
Questiona sobre intensidade de otalgia?

Questiona sobre uso recente de antimicrobiano?

Indica realização de exame físico?

Tarefa 02
Indica avaliação de frequência respiratória?

148
Indica avaliação de otoscopia?

Tarefa 03
Indica membrana timpânica abaulada?

Indica diagnóstico de otite média aguda?

Menciona OMA bilateral?

Indica tratamento com amoxicilina 50mg/kg/dia?

Indica uso de analgésico?

Indica retorno se ausência de melhora em 48 a 72 horas?

Debriefing
Diante de um quadro clínico de obstrução nasal, é preciso verificar sinais
de alarme precocemente. Entre eles, a presença de estridor, sinais de esforço
respiratório e taquipneia. O quadro respiratório de via aérea alta pode estar
associado a importantes doenças na faixa pediátrica, por exemplo, podendo
ser fator desencadeante de bronquiolite e crise de asma. Entretanto, na
faixa etária pediátrica, não podemos deixar de associar aos quadros de via
aérea alta a evolução clínica para quadro de otite média aguda (OMA).
Lembre-se que as crianças possuem fatores anatômicos importantes que
predispõe essa evolução clínica, como a retificação e encurtamento da tuba
auditiva.
Os sintomas de OMA podem ser inespecíficos, como irritabilidade e
localização da dor. Já os sinais devem ser avaliados pela realização otoscopia,
sendo o abaulamento de membrana timpânica o principal fator preditor de
OMA.
A maioria das etiologias de OMA são virais, com resolução com uso de
analgésicos. Entretanto, alguns fatores podem indicar a presença de quadro

149
de etiologia bacteriana ou com maior evolução de gravidade, sendo indicado
o uso de amoxicilina 45mg/kg/dia como primeira escolha. Vamos lembrar
as indicações?
• Se criança < 6 meses;
• Se criança entre 6 meses e 2 anos com:
• OMA bilateral ou
• Presença de otorreia ou
• Sintomas graves:
• Dor moderada a grave;
• Otalgia há > 48 horas
• Febre ≥ 39oC;

150
Escabiose
Tema: Escabiose
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 ator
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente, 9 meses, é levado a consulta não agendada para avaliação de lesões
de cutâneas notadas há alguns dias. Pai informa que a criança parece estar
irritada e incomodada desde o surgimento das lesões, principalmente no
período noturno.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Indique sua hipótese diagnóstica e conduta ao caso.

151
Orientações
ao Ator:
• Quando questionado, o ator relata que as lesões surgiram há 5 dias, sem
outros sintomas associados. Refere que na casa moram apenas o pai, a
mãe e a criança, e que ele (o pai) tem apresentado prurido na região
genital e na região axilar há alguns dias. Relata que a mãe encontra-se
assintomática.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador fornece a seguinte
placa:
• Exame físico sem alterações, exceto pelas lesões na imagem abaixo:

(imagem de lesão de escabiose - pápulas hiperemiadas com tunelização)


(https://www.portalped.com.br/sem-categoria/epidemiologia-tempo-de-afastamento-
e-precaucao-para-as-principais-doencas-infectocontagiosas/attachment/escabiose/)

• Caso o candidato indicasse avaliação de mãos e pés, o examinador


referia que havia grande número de lesões nas extremidades com aspecto
semelhante.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

152
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre início das lesões?

Questiona sobre outras manifestações associadas?

Questiona contato com casos semelhantes?

Questiona sobre contatos domiciliares?

Indica realização de exame físico?

Tarefa 02
Indica lesões em pápulas hiperemiadas?

Indica lesão em tunelização?

Indica avaliação de mãos e pés?

Indica diagnóstico de escabiose?

Indica tratamento de lactente com permetrina?

Orienta o tratamento dos demais membros da família?

153
Debriefing
Estação com tema clássico de atendimento em unidade básica de saúde,
que se torna de grau moderado por ter como pontuação no check-list a
descrição dermatológica da lesão.

A escabiose é uma doença parasitária da pele, causada pelo ácaro Sarcoptes


scabiei, e se localiza na epiderme. Os ácaros cavam túneis na pele, dando o
aspecto de tunelização na lesão. As lesões podem variar conforme a faixa
etária e grau de imunidade do paciente. O principal sintoma da escabiose
nos adultos é o prurido, principalmente à noite. Entretanto, na faixa etária
pediátrica, esse sintoma pode se apresentar apenas como irritabilidade e
choro excessivo, sendo o exame físico e descrição das lesões dermatológicas
os grandes aliados no diagnóstico e indicação do tratamento correto.

Em neonatos e crianças menores, a permetrina é aplicada na cabeça e no


pescoço, evitando-se as regiões periorbital e perioral. Atenção especial é
recomendada em áreas intertriginosas, unhas das mãos, artelhos e umbigo.

154
Gastroenterite
Aguda
Tema: Gastroenterite Aguda
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco
compatível com lactente de 10 meses

Início da Estação
Caso Clínico:
Cadu, 10 meses, é levado ao pronto-socorro pela mãe, apresentando história
de vômitos e evacuações semilíquidas e volumosas. Mãe refere início dos
sintomas há 3 dias, com febre baixa apenas no primeiro dia do quadro.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Você solicitaria algum exame para complementar sua avaliação? Se sim,
qual?

155
Tarefa 03:
Indique a classificação do estado de hidratação desta criança e indique o
plano terapêutico apropriado.

Tarefa 04:
Realize a prescrição.

Orientações
à Atriz:
• Quando questionado, a atriz relata que não há sangue nas fezes e que
o lactente consegue amamentar e alimentar sem dificuldade. Relata,
ainda, apenas um episódio de vômito nas últimas 7 horas.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador fornece a seguinte
placa:
Ao exame: Criança ativa e reativa, BEG, aceitando água normalmente,
sinal da prega desaparece imediatamente, olhos normais. Peso = 9kg, a
mesma aferição foi realizada em consulta de rotina há uma semana.
• A tarefa 04 só seria fornecida caso o candidato indicasse o plano
terapêutico correto. O examinador entrega um receituário a ser
preenchido juntamente com a tarefa 04.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

156
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre a presença de sangue nas fezes?

Questiona a presença de muco ou pus nas fezes?

Questiona sobre frequência de vômitos?

Questiona sobre aleitamento e alimentação?

Tarefa 02
Indica que não há necessidade de exames complementares?

Tarefa 03
Indica que a criança está hidratada?

Indica tratamento com plano A?

Tarefa 04
Orienta manter dieta habitual?

Orienta uso de soro caseiro ou SRO após evacuações?


Orienta ingesta de pelo menos 50-100ml de SRO/soro
caseiro após cada perda?
Orienta uso de zinco por 10 dias? (considerar também se
10 a 14 dias)

157
Orienta ondansetrona se náuseas ou vômitos?

Contraindica outras medicações?

Contraindica ingesta de refrigerantes ou adoçar bebidas?


Orienta sinais de alarme para retorno (piora na diarreia,
vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue
nas fezes, redução de diurese)? Considerar correto pelo
menos 3 sinais.
Explica a prescrição para a mãe?

Debriefing
Vamos relembrar como classificar o grau de desidratação para direcionar o
tratamento da gastroenterite aguda?

Etapas A B C
Observe
Irritado, Comatoso,
Estado geral Bem, alerta
intranquilo hipotônico*
Muito fundos e
Olhos Normais Fundos
secos
Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes
Sedento, Bebe mal ou
Bebe normal,
Sede bebe rápido e não é capaz de
sem sede
avidamente beber*

158
Explore
Desaparece
muito
Desaparece Desaparece
Sinal da prega lentamente
rapidamente lentamente
(mais de 2
segundos)
Muito fraco ou
Pulso Cheio Rápido, fraco
ausente*

Decida
Se apresentar
dois ou
mais sinais,
Se apresentar
incluindo pelo
SEM SINAIS DE dois ou mais
menos um dos
DESIDRATAÇÃO sinais: COM
destacados com
DESIDRATAÇÃO
asterisco (*):
DESIDRATAÇÃO
GRAVE

Trate
USE O PLANO B USE O PLANO C
USE O PLANO A
(pese o paciente) (pese o paciente)

159
Neonatologia
Tema: Neonatologia
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em Alojamento Conjunto com um boneco
correspondente a um recém-nascido. Sala com estadiômetro e fita métrica

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico neonatologista e recepciona um recém-nascido de 12 horas de
vida no alojamento conjunto. RN termo, parto vaginal sem intercorrências.
Sorologias maternas não reagentes.

Tarefa 01:
Realize e descreva o exame físico inicial do recém-nascido.

Orientações
ao Examinador:
• As tarefas só serão pontuadas caso o candidato verbalize a descrição do
exame físico.

160
• Quando o candidato realizasse o exame físico da genitália, a seguinte
imagem seria fornecida:

https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/868
(imagem de genitália ambígua)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Posiciona recém-nascido adequadamente?
Expõe todo corpo do recém-nascido (retirando qualquer
campo coberto)?
Indica palpação de crânio e de fontanelas?

Indica inspeção de lesões provenientes de trajeto de parto?

Indica inspeção de nariz e perviedade de vias aéreas?

Indica inspeção e avaliação de palato?

Indica inspeção e avaliação de implantação de orelhas?

161
Indica inspeção e palpação de clavículas?

Indica palpação pulsos axilares?

Indica inspeção e ausculta de tórax?

Indica ausculta de sistema cardiovascular?

Indica inspeção, palpação e ausculta abdominal?

Indica palpação de pulsos femorais?

Indica inspeção de genitália?

Indica presença de genitália ambígua?

Não define sexo para o recém-nascido?

Indica inspeção e palpação de coluna?

Indica avaliação de fosseta sacral?


Indica pesquisa de reflexos primitivos (pelo menos dois:
preensão palmar, moro, reflexo plantar, reflexo de marcha,
reflexo tônico-cervical)?
Realiza aferição da estatura com estadiômetro, com a
parte fixa na porção cefálica
Realiza medida do perímetro cefálico corretamente
(protuberância occipital a glabela)

162
Debriefing
Dentre as várias situações que podem configurar uma emergência pediátrica
no recém-nascido, as ambiguidades genitais surgem com uma importância
enorme tanto do ponto de vista imediato, já que algumas etiologias
(hiperplasia adrenal congênita, síndromes malformativas) colocam a vida
da criança em risco, como a longo prazo, em que uma situação de definição
de sexo mal resolvida acarretará prejuízos irreparáveis ao bem-estar
psicossocial do paciente. Esse diagnóstico muitas vezes passa despercebido
e essa estação nos auxilia a valorizar a realização de um exame físico
minucioso no recém-nascido. Quando existe dúvida na ambiguidade da
genitália, podemos usar os seguintes critérios diagnósticos:

• Numa genitália de aspecto masculino:


1. Gônadas não palpáveis;
2. Tamanho peniano esticado abaixo de -2,5 DP da média de tamanho
peniano normal para a idade;
3. Gônadas pequenas, ou seja, maior diâmetro inferior a 8mm;
4. Presença de massa inguinal que poderá corresponder a útero e trompas
rudimentares;
5. Hipospádia.

• Numa genitália de aspecto feminino:


1. Diâmetro clitoriano superior a 6mm;
2. Gônada palpável em bolsa labioescrotal;
3. Fusão labial posterior;
4. Massa inguinal que possa corresponder a testículos.

163
Desidratação
Tema: Desidratação
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 8 anos, 28 kg, chega ao consultório no colo do pai, em bom
estado geral e chorosa, com lágrimas que escorrem pelo rosto. A mãe,
desesperada, relata que a filha apresenta diarreia sem muco, pus ou sangue,
além de vômitos, há 8 horas, sem melhora. Pai nega febre.

Tarefa 01:
Classifique a criança quanto ao estado de hidratação.

Tarefa 02:
Qual a sua conduta?

Tarefa 03:
A paciente retorna após 24 horas, com melhora de vômitos com uso de
ondansetrona, porém ainda com presença de diarreia aquosa de grande
quantidade. Está em regular estado geral, irritada, olhos fundos, com

164
bastante sede, pulso forte e rápido. Classifique a criança quanto ao estado
de hidratação.

Tarefa 04:
Qual a sua conduta neste momento?

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indica ausência de sinais de desidratação?

Tarefa 02
Indica tratamento domiciliar?

Orienta manter dieta habitual?

Orienta uso de soro caseiro ou SRO após evacuações?


Orienta ingesta de pelo menos 100-200ml de SRO/soro
caseiro após cada perda?
Orienta uso de zinco por 10 dias? (considerar também se
10 a 14 dias)
Orienta ondansetrona se náuseas ou vômitos?

Contraindica outras medicações?


Orienta sinais de alarme para retorno (piora na diarreia,
vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue
nas fezes, redução de diurese)? Considerar correto pelo
menos 3 sinais.

165
Tarefa 03
Indica sinais de desidratação presentes ou desidratação
em algum grau?

Tarefa 04
Indica Terapia de Reidratação Oral em Unidade de Saúde?

Indica 50-100ml/kg com SRO?

Indica reavaliação preoce?


Indica observação em Unidade de Saúde por pelo menos
4 a 6 horas?

Debriefing
Vamos relembrar os planos de tratamento diante de um quadro de
desidratação?
PLANO A:
1) Tratamento domiciliar;
2) Oferecer mais líquidos que o habitual para prevenir desidratação;
a) Líquidos caseiros ou SRO após cada evacuação diarreica na dose
de 50-100ml para menores de 1 ano, 100-200ml para 1 a 10 anos e a
quantidade que o paciente aceitar para maiores de 10 anos.
b) Não utilizar refrigerantes e não adoçar o chá ou suco.
3) Se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer
sinal de perigo, deve retornar imediatamente para serviço de saúde. Os
sinais de perigo são:
a) Piora na diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa de
alimentos, sangue nas fezes, diminuição de diurese.
4) Orientar acompanhante para reconhecer sinais de desidratação.
5) Administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias:

166
a) Até 6 meses: 10mg/dia.
b) Maiores de 6 meses: 20mg/dia.

PLANO B:
1) Tratamento por via oral em Unidade de Saúde;
2) Administrar solução de reidratação oral continuamente, até
desaparecerem sinais de desidratação; Pode ser indicado receber entre
50-100ml/kg para ser administrado no período de 4-6 horas.
3) Durante a reidratação, reavaliar o paciente e estado de hidratação.
a) Se desaparecerem sinais: retornar para plano A.
b) Se continuar desidratado, indicar sonda nasogástrica.
c) Se o paciente evoluir para desidratação grave, seguir para plano C.

PLANO C:
1) Tratamento por via endovenosa em Unidade de Saúde;

167
Síndrome Metabólica
Tema: Síndrome Metabólica
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Mãe traz Marcelo de 13 anos para consulta. Paciente está em acompanhamento
de quadro de obesidade e vem hoje em retorno para checar exames.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Quais os critérios para definição de síndrome metabólica na infância/
adolescência?

Tarefa 03:
Dê o diagnóstico para a mãe e indique a conduta.

168
Orientações
à Atriz:
• Mãe se apresenta bastante preocupada com peso do filho e insiste para
o candidato avaliar o resultado dos exames.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato mencionasse o exame físico, o examinador fornceria
os seguintes dados:
• PA 118x66 mmHg
• Circunferência abdominal ≥ p90
• IMC = 31,32 kg/m2 (Escore z > +3)
• O examinador entrega o seguinte resultado de exames para o candidato:
• Triglicerídeos 183 mg/dl
• Glicemia 100 mgdl
• Colesterol total 177 mg/dl
• HDL 39 mg/dl

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

169
Questiona queixa da mãe?

Apresenta postura empática com preocupação de mãe?

Indica realização de exame físico?

Indica avaliação de resultado de exames?

Tarefa 02
Indica cintura abdominal ≥ p90 + pelo menos 2 dos
seguintes: TGL ≥ 150 ou HDL < 40 ou
PAS ≥ 130 mmHg / PAD ≥ 85 mmHg ou

Glicemia jejum ≥ 100mg/dl ou DM2

Tarefa 03
Indica diagnóstico de obesidade grave?

Indica diagnóstico de síndrome metabólica?


Indica redução gradual de peso com planejamento
nutricional e exercício físico?
Indica retorno precoce para reavaliação?

170
Debriefing
Vamos recapitular as definições de estado nutricional e de síndrome
metabólica?

• Síndrome metabólica (definição para 10 a 16 anos):


• Circunferência abdominal ≥ p 90 e pelo menos 2:
• TGL ≥ 150 ou
• HDL < 40 ou
• PAS ≥ 130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou
• Glicemia jejum ≥ 100mg/dl ou DM2

• Estado nutricional:

Z-score P/E ou IMC/(0-5 anos) IMC/(5-19 anos)

EZ> +3 Obesidade Obesidade grave

EZ> +2 Sobrepeso Obesidade

EZ> +1 Risco de sobrepeso Sobrepeso

+1 <EZ< -1 Eutrófico Eutrófico

EZ< -2 Magreza Magreza

EZ< -3 Magreza acentuada Magreza acentuada

171
Puericultura
Tema: Puericultura
Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP
2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o médico de uma Unidade Básica de Saúde e irá atender pela primeira
vez um lactente de 4 meses de idade trazido em consulta pela sua mãe.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Orientações
à Atriz:
• Se o candidato questionar, era fornecido o seguinte histórico gestacional:
G1P1A0
• Quanto aos dados do pré-natal, se solicitados, a atriz relatava que

172
realizou adequadamente. Se questionadas intercorrências na gestação, a
atriz negava. Além disso, negava intercorrências no momento do parto.
Todas essas respostas eram fornecidas apenas se questionadas.
• Durante anamnese da criança, quando questionado sobre o histórico
alimentar, a mãe refere que ele está só no peito. Nega dificuldade para
amamentar, mas diz que estava pensando em começar a dar leite de vaca
porque iria voltar a trabalhar.

Orientações
ao Examinador:
• Ao questionar se a mãe havia trazido a caderneta da criança, o examinador
entrega uma folha com o histórico vacinal, disponível nas próximas
páginas.
• Caso o candidato solicitasse o exame físico, o examinador informaria
peso e comprimento ideais.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

173
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre a história gestacional?

Questiona dados do pré-natal?

Questiona sobre intercorrências na gestação?

Questiona intercorrências no parto?

Questiona intercorrências no período neonatal?

Solicita caderneta de saúde da criança?

Informa que a vacinação está em atraso?

Indica vacinação de Pentavalente?

Indica vacinação de Pneumocócica-10?

Indica vacinação de Anti Poliomielite (VIP)?

Indica vacinação de Meningocócica-C?

Contra-indica a vacinação de contra rotavírus?

Questiona sobre história alimentar?

174
Demonstra conhecimento sobre as vantagens do
aleitamento materno exclusivo? (proteção imunológica,
menor tempo de esvaziamento gástrico, maior vínculo
mãe-bebê, etc)
Orienta ordenha de leite materno para fornecer no
período do trabalho?
Orienta formas corretas de armazenamento do leite
materno? (12 horas na geladeira ou 15 dias no congelador)
Questiona dúvidas da mãe e verifica se mãe compreendeu
as orientações?

Debriefing
É muito fácil se perder no tempo durante uma estação prática de puericultura,
por isso, a grande dica é você considerar primeiro a duração da sua prova!
Sendo uma estação longa, de atendimento, o ideal é seguir os pontos-chave
do atendimento de puericultura. Vamos relembrar quais são eles?
• Identificação
• Anamnese gestacional
• Anamnese pré-natal e parto
• Anamnese da criança:
• Queixas e dúvidas
• Amamentação e alimentação
• Crescimento e desenvolvimento
• Calendário vacinal
• Prevenção de acidentes
• Programação de puericultura

Já a prova de curta duração, se atente aos pontos mais recorrentes em prova


para não deixar passar: amamentação, introdução alimentar e calendário
vacinal!
Em relação à vacinação dessa estação, o ponto principal é relembrar quais

175
as contra-indicações da vacina de rotavírus. Essa vacina não deve, de forma
alguma, ser aplicada fora dos seguintes prazos estabelecidos: primeira dose
até os 3 meses e 15 dias e a segunda dose somente se a primeira dose foi
realizada e com limite máximo aos 7 meses e 29 dias! Vamos relembrar o
calendário vacinal com as atualizações do PNI 2020?

Idade Vacinas
Ao nascimento BCG e Hepatite B.
Pentavalente (DTP + HiB + Hepatite B),
2 meses
Pneumocócica-10, Poliomielite (VIP) e Rotavírus.
3 meses Meningocócica-C.
Igual aos dois meses.
• Segunda dose de Rotavírus: recomendada apenas
4 meses
até os 7 meses e 29 dias e se a primeira dose foi
realizada até os 3 meses e 15 dias de vida.
5 meses 2ª dose de Meningocócica-C.
Pentavalente (DTP + HiB + Hepatite B) e Poliomielite
6 meses
(VIP).
9 meses Febre Amarela
Tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba),
12 meses
Meningocócica-C, Pneumocócica-10.
Hepatite A, DTP, Poliomielite (VOP), Tetraviral
15 meses
(SCR + Varicela).
4 anos DTP, Poliomielite (VOP), Varicela e Febre amarela.
HPV (meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e
Adolescente
14 anos) e Meningocócica-ACWY (entre 11 e 12 anos).

176
Celulite Orbitária
Tema: Celulite Orbitária
Caiu em: UFES 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Criança de 8 anos com história de febre arrastada e que passou a apresentar
há 01 dia edema palpebral, vermelhidão e secreção purulenta em olho
esquerdo.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual a principal hipótese diagnóstica?

Tarefa 03:
Qual a principal causa da complicação que o paciente apresenta?

Tarefa 04:
Qual sua conduta para o caso?

177
Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, a mãe informava que a criança iniciou quadro há
5 dias, no início apresentando coriza nasal, nariz entupido, sem cefaleia.
• Relata presença de febre de 39OC há 3 dias.
• Diz que procurou médico há 2 dias e já estava fazendo uso de amoxicilina-
clavulanato, porém relata persistência de febre e início de quadro ocular.
• Mãe relata, quando indagada, que filho se queixa de dor à movimentação
ocular, que tem saído secreção amarelada de olho, além de achar que está
inchado e muito vermelho. Relata que achou o olho "mais pra frente".
Nega fotofobia.
• Durante todo atendimento a mãe se apresenta bastante preocupada e
ansiosa, com medo do filho perder a visão.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicite realização do exame físico, o examinador
fornece a seguinte imagem:

https://eshoje.com.br/celulite-orbitaria-em-criancas-e-
emergencia-medica-veja-como-prevenir/
(foto de olho hiperemiado, edema conjuntival à esquerda)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

178
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona início do quadro?

Questiona sintomas de obstrução nasal e/ou cefaleia?

Questiona duração de febre?

Questiona dor à movimentação ocular?

Questiona presença de secreção purulenta?

Questiona presença de edema conjuntival?

Questiona presença de proptose?

Questiona presença de fotofobia?

Questiona uso de medicamentos?

Indica realização de exame físico?

Tarefa 02
Indica diagnóstico de celulite orbitária?

Tarefa 03
Indica sinusite bacteriana como principal causa de
complicação que o paciente apresenta?

179
Tarefa 04
Indica internação hospitalar?

Indica antibioticoterapia endovenosa com penicilina ou


outro antibiótico de mesmo espectro?
Indica analgesia e antitérmico?

Acolhe e conforta queixas da mãe?

Debriefing
Estação com grau de dificuldade alto por apresentar anamnese específica
com grande pontuação no check-list. Além disso, pode ser comum confundir
o quadro ocular com celulite periorbitária ou quadro de conjuntivite. Para
não deixar essa estação passar, vamos relembrar que diante de um quadro
ocular, precisamos realizar a anamnese direcionada afastando sinais e
sintomas de maior gravidade, combinado?

A hiperemia é sinal pouco específico, presente frequentemente em


conjuntivite, celulite periorbitária e orbitária. Já a presença de dor à
movimentação ocular, proptose e edema conjuntival (quemose) são
altamente sugestivos de acometimento ocular pós-septal, que é justamente
o que define a celulite orbitária. Não devemos confundir esse quadro
que é grave e necessidade de tratamento intra-hospitalar com a celulite
periorbitária. Esta apresenta acometimento pré-septal, ou seja, de partes
moles e pele, em que o globo ocular é preservado!

Para você dominar esse assunto, é importante lembrar que a causa de


celulite orbitária mais comum na infância é a sinusite etmoidal!

180
Varicela
Tema: Varicela
Caiu em: UFG 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Mãe leva seu filho de 2 anos ao pronto-socorro, com queixa de estar
apresentando rash vesicular pruriginoso de distribuição centrípeta, com
lesões em diferentes fases de evolução associado à febre baixa não aferida,
iniciado há 3 dias.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual sua hipótese diagnóstica?

Tarefa 03:
Dê as orientações pertinentes para a mãe.

181
Orientações
à Atriz:
• Quando indagada, mãe relata início do quadro há 3 dias, com lesões
vesiculares em tronco e que depois apareceram outras crostosas. Relata
prurido intenso, atrapalhar criança a dormir.
• Caso questionado, mãe relata que começou por conta própria AAS e
prednisolona após ler na internet que seriam eficazes para reduzir a
febre.
• Caso o candidato orientasse afastamento da escola, a mãe questionava
quando ele poderia retornar.
• A atriz questionava quanto à vacinação para o irmão de 4 anos e a irmã
caçula de 6 meses.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicitasse a realização do exame físico, o examinador
forneceria a seguinte imagem:

https://www.clinicabiblica.com/es/pacientes/noticias/1552-la-varicela-es-una-infeccion-viral
(foto de criança com lesões papulares, crostosas e vesiculares

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

182
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre início do quadro?

Questiona uso de medicamentos?

Indica realização de exame físico?

Tarefa 02
Indica o diagnóstico de varicela?

Tarefa 03
Orienta que se trata de uma doença contagiosa?

Orienta suspensão de AAS e prednisolona?


Indica precaução de contato (escola e contactantes
familiares)?
Orienta retorno para a escola quando lesões estiverem
secas ou crostosas?
Recomenda vacinação contra a varicela para a irmão até o
5o dia do contato?
Não recomenda vacinação contra a varicela para a irmã
caçula de 6 meses?
Orientou sobre a importância da vacinação de uma forma
geral?

183
Debriefing
A varicela ou catapora é uma doença altamente contagiosa, geralmente
benigna, que se caracteriza por um exantema papulovesicular de distribuição
centrípeta (cabeça e tronco) e com polimorfismo das lesões (mácula, pápula,
vesícula e crosta). Em recém-nascidos e crianças com comprometimento
imunológico, o quadro pode ser mais grave e potencialmente fatal, em
virtude do comprometimento visceral da doença. Já em adolescentes e
adultos, assim como nos imunodeprimidos, a varicela pode evoluir com
complicações, principalmente respiratórias.

Na imagem fornecida pelo examinador, observamos que o exantema


é caracteristicamente centrípeto, com menor acometimento das
extremidades. As lesões iniciais são máculas eritematosas que evoluem em
8 a 48 horas, progredindo para vesículas e crostas. O prurido é um sintoma
característico e pode ser intenso e desconfortável, impedindo o repouso do
paciente.

A varicela possui evolução clinica de menor gravidade em crianças


saudáveis, possuindo um alto índice de complicações em grupos de risco,
como neoplasias, imunocomprometidos, gestantes e recém-nascidos.
Dessa forma o uso de corticosteróides no quadro de varicela deve ser
contraindicado. Além disso, o uso de ácido acetilsalicílico em quadros
de varicela também deve ser contraindicado. O AAS predispõe ao risco
de desenvolver síndrome de Reye, que é uma encefalopatia aguda não
inflamatória associada à degeneração gordurosa hepática.

A vacina contra varicela é recomendada para toda pessoa suscetível com


mais de 12 meses de idade e que não apresente contraindicações para seu
uso. Pode ser administrada em pessoas imunocompetentes suscetíveis
em até 5 dias (preferencialmente 3 dias) após contato com um caso de
varicela ou outro tipo de exposição ao VVZ, com grande probabilidade
de prevenção ou diminuição da gravidade da doença. São consideradas
suscetíveis as pessoas sem referência de ter tido a doença (diagnóstico
clínico ou informação verbal) ou que não foram vacinadas.

184
Se uma situação epidemiológica (surto, epidemia, exposição intra-domiciliar
ou em creche) justificar a utilização em crianças com menos de 12 meses,
a primeira dose da vacina pode ser administrada a partir de 9 meses de
idade, mas essa dose não é considerada imunogênica, pela possibilidade de
interferência de anticorpos maternos. Uma segunda dose da vacina deve
ser administrada 3 meses após a primeira dose. Esse intervalo não deve ser
inferior a 4 semanas em nenhuma circunstância.

185
Anemia Falciforme
Tema: Anemia Falciforme
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Miguel, 12 anos, portador de doença falciforme, fenótipo SS. Vem trazido
pela mãe que refere que paciente iniciou quadro de coriza e tosse há 3 dias,
hoje de madrugada iniciou quadro de dor intensa em membro inferior
direito, em joelho, com irradiação para quadril, com piora a deambulação,
fazendo uso de dipirona de 6 em 6 horas, com pouca melhora. Nega febre,
desconforto respiratório ou outros sintomas, refere uso adequado das
medicações.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual quadro clínico é representado pela imagem abaixo?

186
Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica mais provável para a dor do paciente?

Tarefa 04:
Existe necessidade de investigação complementar para esse paciente? Se
sim, quais exames você gostaria de solicitar?

Tarefa 05:
Qual sua conduta terapêutica para o quadro atual?

Orientações
à Atriz:
• Quando indagada, mãe relata que paciente sempre tem crises de dor com
procura de pronto-socorro. A última vez foi há 5 meses com necessidade
de internação hospitalar.
• Relata que quadro começou desde quando paciente tinha 6 meses,
quando apresentou as mãos muito inchadas. Mãe conta que foi muito
assustador, porque ele chorava muito. Diz que tem foto de como as mãos
ficaram e mostra para o candidato a imagem abaixo.

http://www.mppe.mp.br/mppe/files/GT-Racismo/39-Informativo_GT-Racismo_n_39.pdf
(imagem de dactilite)

• Mãe relata que paciente está em uso de Hidroxiureia desde os 2 anos.

187
Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicitasse o exame físico, o examinador forneceria a
seguinte descrição:
Ao exame: REG, descorado ++/4+, hidratado, anictérico, acianótico,
afebril, SatO2 95%, FC: 132; FR: 29; PA: 98x71
Cardiovascular: 2BRNF, sem sopros.
Pulmonar: MV+, simétrico, sem RA, sem sinais de desconforto
respiratório.
Abdome: Globoso, flácido, RHA+ sem massas ou dor à palpação
abdominal.
Membros: sem edemas, pulsos presentes e simétricos, com limitação a
mobilização passiva e ativa de joelho e articulação coxo-femoral a direita.
Otoscopia e oroscopia: sem alterações.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona sobre frequência de crises álgicas?

Questiona sobre última procura de pronto-socorro?

Questiona sobre passado de crises álgicas?

188
Questiona uso de medicamentos para doença falciforme?

Tarefa 02
Menciona quadro de dactilite / crise vaso-oclusiva?

Tarefa 03
Menciona crise álgica ou crise vaso-oclusiva?

Tarefa 04
Indica necessidade de solicitar exames adicionais?

Solicita Hemograma, PCR, hemocultura?

Solicita tipagem sanguínea?

Solicita ureia, creatinina e Urina tipo 1 (EAS)?

Solicita radiografia de tórax?

Tarefa 05
Indica internação hospitalar?

Indica analgesia com opióide (morfina)?

Indica analgesia com analgésico comum de horário?


Indica hidratação venosa com cristalóide conforme
tolerância?

189
Debriefing
A crise vaso-oclusiva é a principal manifestação da doença falciforme,
sendo mais frequente e grave no paciente SS ou Sb0. Usualmente começa a
aumentar de intensidade e frequência aos 6 meses de idade, quando os níveis
de hemoglobina fetal se reduzem e o nível de hemoglobina S aumentam. É
a principal causa de hospitalização e atendimento de urgência na doença
falciforme.

A manifestação inicial das crises vaso-oclusivas pode aparecer como


dactilite, usualmente em crianças até 6 meses de idade, que consiste em dor,
edema e hiperemia em dedos. O uso de hidroxiureia é recomendado para
crianças com quadro vaso-oclusivo de repetição. A hidroxiureia diminui a
produção de HbS e aumenta a produção de HbF, reduzindo o percentual
dessa primeira a níveis menores e, assim, reduzindo a falcização.

Usualmente, o diagnóstico de crise vaso-oclusiva é clínico, não dependendo


de exames complementares para estabelecer o diagnóstico ou iniciar
o tratamento adequado. Os exames complementares estão indicados
para investigar causas precipitantes, sendo as infecções as mais comuns.
O hemograma também pode ser de grande auxílio na investigação
complementar para determinar o nível de Hb, que pode estar reduzido
nos fenômenos vaso-oclusivos, além de fazer parte da investigação
infecciosa, junto com o PCR. O exame sumário de urina (urina tipo 1) e
função renal também estão indicados, pois alterações de função renal ou
sinais de proteinúria em qualquer nível contra-indicam o uso de AINEs
no tratamento do quadro álgico. Exames de imagem usualmente não são
necessários num primeiro momento dos quadro de dor em membros,
porém devem ser considerados se o paciente apresentar febre ou indícios de
infecção em exames complementares, para a investigação de osteomielite. A
radiografia de tórax pode ser solicitada para descartar a dúvida diagnóstica
com síndrome torácica aguda.

Esse paciente deve ser tratado com prioridade no serviço de urgência,

190
devido ao grande desconforto provocado por dor intensa, sendo que
existem evidências de que o tempo para o início do tratamento influencia
na resposta às medidas terapêuticas, pois o quadro álgico e o estresse
persistentes levam a um aumento da falcização.

Todo quadro álgico necessita de tratamento medicamentoso, sendo que


os quadros leves podem ser tratados com analgésicos comuns e AINEs (se
não houver contraindicação dos últimos). Quadros moderados ou graves
indicam internação hospitalar e tratamento com opioides, sendo o mais
utilizado a própria morfina, na dose inicial de 0,05 a 0,1 mg/kg/dose de 4/4
horas, sendo que as doses podem ser aumentadas a depender da resposta
clínica do paciente.

Os quadro álgicos normalmente são muito intensos, sendo que a dor não
deve ser subestimada e o tratamento com opióides, quando indicado, não
deve ser postergado. Existem evidências também que o uso de analgésico
comum de horário, associado aos opióides, têm efeito sinérgico e estão
relacionados a um melhor controle da dor, estando indicados numa
abordagem inicial.

191
Crupe Viral
Tema: Crupe Viral
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Larissa, 7 anos, é trazida pela mãe ao pronto-socorro em que você trabalha
com queixa de tosse e rouquidão.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual sua hipótese diagnóstica?

Tarefa 03:
Como você classificaria o quadro clínico atual de acordo com sua hipótese
diagnóstica?

Tarefa 04:
Qual sua conduta terapêutica?

192
Tarefa 05:
Caso fosse solicitado exame de imagem como na figura abaixo, qual achado
radiológico você esperaria encontrar?

Orientações
à Atriz:
• Quando questionada, mãe refere início do quadro com tosse seca e febre
não aferida há 3 dias, porém que percebeu piora nas últimas 12 horas
com "tosse de cachorro e um barulho estranho quando respira". Mãe
relata que ofereceu um chá de limão para a filha, mas que não melhorou.
• Quando questionada, mãe nega presença de calafrios ou sudorese. Nega
uso de medicações para a febre.
• Caso questionado, mãe nega comorbidades.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicitasse o exame físico, eram fornecidos os seguintes
dados:
REG, lúcida e orientada, corada, hidratada, anictérica, acianótica,
eupneica, SatO2 em ar ambiente: 96%.
Oroscopia: hiperemia de orofaringe. Ausência de adenopatias.
Respiratório: expansibilidade normal, leve tiragem intercostal, estridor
em repouso, timpanismo a percussão, MV+. FR: 25 irpm
Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, ausência de sopros. FC: 90bpm
Abdome: globoso, flácido, indolor à palpação, ausência de VMG.
Extremidades: bem perfundidas, sem edema, pulsos amplos.

193
• Durante a Tarefa 05 o examinador forneceria a seguinte imagem
radiológica para o candidato:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0a/
Wikipedia_article_in_VisualEditor_2018-02-12.png
(radiografia com sinal da torre - crupe viral)

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico e acolhe paciente?

Questiona tempo de início do quadro?


Questiona característica da tosse? (pelo menos dois itens:
início, duração, intensidade, secretiva ou seca, fatores de
alívio e exacerbação)
Questiona sobre febre? (pelo menos dois itens: tempo de
instalação, se verificada em termômetro, se associado a
calafrios, sudorese, ou se uso de medicações)

194
Questiona presença de comorbidades?

Indica realização de exame físico?

Tarefa 02
Indica diagnóstico de laringite viral ou crupe viral?

Não solicita exames complementares?

Tarefa 03
Classifica quadro como laringite viral moderada? (estridor
em repouso sem alteração de nível de consciência)

Tarefa 04
Indica uso de corticóide oral?

Orienta necessidade de observação por 4-6 horas?


Orienta à família a necessidade de minimizar eventos
estressores para criança (manter em colo dos pais, por
exemplo)?

Tarefa 05
Indica sinal da torre ou edema de mucosa com restrição
de luz traqueal?

Debriefing
O diagnóstico da laringite viral (ou crupe viral) é clínico, baseado na
presença dos seguintes sintomas: tosse estridulosa, acompanhada ou
não de rouquidão, estridor inspiratório, dispnéia, salivação e guinchos
inspiratórios.

195
A crupe viral pode ser classificada em leve, moderada ou grave. Sendo a
classificação baseada em sinais e sintomas a seguir:
• Leve: tosse estridulosa, SEM estridor inspiratório em repouso, sem ou
leve tiragem intercostal/supraesternal;
• Moderada: estridor em repouso, pouca ou nenhuma agitação;
• Grave: estridores expiratórios ou pouco audíveis, agitação ou letargia
associado a confusão mental, rebaixamento de nível de consciência e
cianose.

O tratamento da laringite é realizado com corticosteroides, sendo a


dexametasona a droga de escolha. A via de escolha deve ser a menos
invasiva possível. A budesonida inalatória é uma opção se a criança estiver
com vômitos, recusando a dexametasona oral. A inalação com adrenalina
é um recurso emergencial para pacientes com laringite grave. Seu efeito é
imediato e tem duração máxima de duas horas. Nesse sentido, é preciso
observar o paciente pelo risco de efeito rebote da medicação. O oxigênio
deve ser fornecido apenas para pacientes hipoxêmicos (SatO2 < 92%).

A internação do paciente com crupe leve/moderada deve ser indicada no


contexto de refratariedade ao tratamento em urgência, mantendo estridor
em repouso ou mantendo tiragens de fúrcula e intercostal.

196
Maus Tratos
Tema: Maus Tratos
Caiu em: UNIFESP 2020 / HIAE 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro com um manequim compatível
com criança de 4 anos

Início da Estação
Caso Clínico:
Menina, 4 anos de idade, vem trazida ao pronto-atendimento por sua tia,
com queixa de dor e inchaço na coxa direita há 1 dia. A mãe da menina
disse à tia que a criança brigou com o irmão de 3 anos e foi atingida por um
cabo de vassoura. A tia não presenciou o ocorrido, mas como a menina está
chorosa e não quer sair da cama, decidiu trazê-la para ser examinada.

Tarefa 01:
Faça o exame físico direcionado à queixa e descreva os seus achados.

Tarefa 02:
Elabore a hipótese diagnóstica e justifique.

197
Tarefa 03:
Solicite exames para investigação diagnóstica e interprete os resultados.

Tarefa 04:
Cite as condutas indicadas para essa paciente e informe a acompanhante.

Orientações
à Atriz:
• Durante a anamnese, a tia se omitia em todos os questionamentos com
"não sei" ou "não estava presente".

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato ao examinar o paciente realizasse a exposição completa
do paciente, eram observadas no manequim diversas lesões contusas
em variados estágios de evolução. A principal estava na coxa, porém
também havia lesões no tórax e dorso.
• Caso o candidato solicitasse exames para investigação, era entregue a
seguinte radiografia da coxa com fratura em espiral do fêmur associada
a calo ósseo.

https://images.app.goo.gl/H3q6VipfuQUs2ZCS7

198
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Tirou as roupas da paciente?

Examinou o dorso da paciente?


Descreveu hematomas/equimoses em vários estágios de
evolução?
Descreveu hematomas/equimoses em locais atípicos?

Tarefa 02
Fez diagnóstico de abuso físico / violência física / maus
tratos?
Justificou a hipótese pela história?

Justificou a hipótese pelas características das lesões?

Tarefa 03
Solicitou radiografia?

Solicitou hemograma?

Solicitou coagulograma?

Interpretou corretamente a radiografia?

199
Tarefa 04
Indicou internação?

Informou a tia sobre a necessidade da internação?

Justificou para a tia o motivo da internação?


Informou a tia que o caso será notificado ao Conselho
Tutelar / Vara da infância?
Mencionou a necessidade de notificar o caso à Vigilância
Epidemiológica?

Debriefing
De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), a identificação
da violência física pode ser dificultada pelos seguintes fatores: é incomum
haver testemunhas; os perpetradores dificilmente admitem suas ações;
as vítimas frequentemente são pré-verbais ou estão muito machucadas
ou assustadas para revelar o abuso; e as lesões podem ser inespecíficas.
Por isso, é importante obter na anamnese informações sobre o ambiente
em que a criança vive e estar atento ao histórico discrepante, como a
incompatibilidade de informações relatadas e achados no exame físico.
Alguns indicadores de violência na criança podem ser encontrados abaixo:
• Introspecção, timidez e passividade exageradas;
• Incompatibilidade entre dados do histórico e achados clínicos;
• Omissão total ou parcial do histórico de trauma;
• Informantes que mudam o histórico a cada vez que fornecem dados;
• Demora inexplicável na procura de recursos médicos na presença de
trauma evidente;
• Crianças maiores que não querem relatar o que aconteceu, com medo de
represálias;
• Histórico de outras violências na família;

200
Além disso, deve-se atentar para a inspeção e exposição do paciente. A pele
costuma ser a região acometida com maior frequência, podendo aparecer
hematomas, escoriações e queimaduras. Deve-se prestar atenção especial
quando houver hematomas no dorso, nas nádegas, na região genital e no
dorso das mãos, já que esses são locais menos frequentes de lesões acidentais.
Também se deve considerar suspeita de maus tratos quando as lesões se
encontram em fases distintas de evolução, sugerindo traumas repetitivos.

Em relação aos exames de investigação, deve ser solicitado hemograma com


plaquetas e coagulograma para avaliar distúrbios hemorrágicos e possíveis
complicações e radiografia de corpo inteiro para menores de 2 anos e de
áreas suspeitas para maiores de 2 anos. A tomografia de crânio e fundo
de olho devem ser solicitadas quando há suspeita de síndrome do bebê
sacudido, na busca de de hemorragias.

Lembre-se que são necessários dois tipos de notificação nos casos de maus
tratos: uma para vigilância epidemiológica e outra para o conselho tutelar!

201
Acidente Escorpiônico
Tema: Acidente Escorpiônico
Caiu em: USP-RP 2020 / USP SP 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Lactente de 8 meses chega no colo da mãe ao pronto-socorro, após ser
encontrado no berço pela mãe sem reação, há 30 minutos.

Exame físico:
Ectoscopia: mau estado geral, sonolento, hipotônico, sudoreico, cianose de
extremidades.
Neurológico: Pupilas midriáticas, fotorreagentes.
ACV: RCR 2T BNF sem sopros; presença de TJP; FC = 170 bpm; PA = 110
x 84mmHg; TEC = 4s.
AR: MV+ com estertores crepitantes bilateralmente; SatO2 = 98%; FR: 52
irpm.
Abdome: Flácido, peristáltico, sem massas ou visceromegalias.
Membros: Sem edemas, panturrilhas livres.

202
Exames laboratoriais disponíveis:
• HGT = 358
• Leucograma = 20.100 sem desvio à esquerda
• Potássio = 2,3
• Gasometria e outros exames indisponíveis

Tarefa 01:
Converse com a mãe sobre a gravidade do caso e os passos subsequentes.

Orientações
à Atriz:
• Ao questionada sobre lesões de pele ou possibilidade de ingestão de
alguma medicação, a atriz deveria dizer que não.
• A atriz deve responder somente a perguntas específicas. Caso o candidato
questionar se a mãe viu algum bicho na casa a atriz deve responder que
não. Porém, se o candidato perguntar especificamente se a mãe viu um
escorpião, a atriz deve responder "SIM".

Orientações
ao Examinador:
• Demais exames eram indisponíveis.
• Caso o candidato pergunte sobre alterações de genitália ou teste do
pezinho ou alterações neonatais, o examinador responderia como tudo
dentro da normalidade.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

203
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e definiu-se como médico?
Questionou sobre ingestão acidental e/ou proposital de
medicamentos.
Questionou sobre comorbidades.

Questionou sobre vômitos.

Questionou sobre engasgos.

Questionou especificamente sobre escorpião.

Questionou e/ou buscou lesões na pele.

Foi cordial e ofereceu medidas de conforto para a mãe.


Informou sobre gravidade do caso, mencionando
possibilidade de óbito.
Indicou acidente escorpiônico como principal hipótese
diagnóstica.
Classificou acidente como grave.

Indicou internação.

Prescreveu soro antiescorpiônico ou antiaracnídico.

Prescreveu analgesia.

204
Debriefing
Entre os acidentes por animais peçonhentos, podemos caracterizar o
escorpionismo como o mais comum em áreas com expansão urbana (estima-
se em 3 casos/100.000 habitantes, com cerca de 8.000 acidentes/ano). Cerca
de 50% dos casos ocorrem em São Paulo e Minas Gerais. E, por isso, o tema
é recorrente em provas práticas e teóricas de grandes bancas do interior de
São Paulo, como USP-RP, UNICAMP, UNESP e FAMERP.

Os acidentes por aranha e escorpião possuem apresentações clínicas


semelhantes, devido mesmo mecanismo de ação celular com ativação de
canais de sódio, produzindo despolarização das terminações nervosas
pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes
mediadores determinam o aparecimento de manifestações orgânicas
decorrentes dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos. Já o acidente
ofídico (cobras) diferencia-se por ter apresentação em áreas rurais, com
predominância de sinais parassimpáticos, nefrotoxicidade, neurotoxicidade
e, eventualmente, distúrbios de coagulação.

O desbalanço entre os sistemas nervosos simpático e parassimpático é


o responsável pelas formas graves do escorpionismo que se manifestam
inicialmente com sudorese profusa, agitação psicomotora, hipertensão e
taquicardia. Podem se seguir alternadamente com manifestações de excitação
vagal ou colinérgica, nos quais sonolência, náuseas e vômitos constituem
sinais premonitórios de evolução para gravidade e conseqüente indicação
de soroterapia. Em caso de crianças, principalmente se a picada for por
T. serrulatus, a presença de náuseas e vômitos requer o encaminhamento
imediato a um serviço de saúde, para que a soroterapia seja instituída o
mais rapidamente possível, dada a rápida progressão do envenenamento.

Com base nas manifestações clínicas, os acidentes podem ser inicialmente


classificados como:

205
Classificação Manifestações clínicas Soroterapia

Leve Dor e parestesias locais Não indicada


Dor local intensa associada a uma ou
mais manifestações, como náuseas,
Moderado vômitos, sudorese e sialorreia 2 a 3 EV
discretos, agitação, taquipneia e
taquicardia
Além das citadas na forma moderada,
presença de uma ou mais das seguintes
manifestações: vômitos profusos
e incoercíveis, sudorese profusa,
Grave 4 a 6 EV
sialorreia intensa, prostração,
convulsão, coma, bradicardia,
insuficiência cardíaca, edema
pulmonar agudo e choque

206
Reanimação Neonatal
Tema: Reanimação Neonatal
Caiu em: UNESP 2019 / UFPR 2018 / UNIFESP 2018 / HSL 2018 /
SCMSP 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em sala de parto com um boneco compatível
com recém nascido e dois berços na sala (um aquecido e outro sem fonte
de calor)

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é o pediatra de plantão e foi chamado para realizar assistência em um
parto vaginal de mãe com pré-natal adequado.

Tarefa 01:
Solicite as informações que você gostaria de saber para iniciar o atendimento
e prossiga com a assistência ao parto.

Orientações
ao Examinador:
• Caso questionado, o examinador responderia que a gestação é de termo

207
(maior que 37 semanas), que o bebê está com respiração irregular e tônus
fraco.
• Caso questionado frequência cardíaca e padrão respiratório após
os passos iniciais, o examinador forneceria o dado de FC<100 bpm e
respiração irregular.
• Caso o candidato mencionasse monitorização, o examinador consideraria
monitorizado.
• Caso questionado frequência cardíaca e padrão respiratório novamente,
independente da medida efetuada pelo candidato diante de dados
anteriores, o examinador forneceria o dado de FC<100 bpm e respiração
irregular.
• Independente das medidas efetuadas pelo candidato, caso ele solicite
novamente FC e padrão respiratório, o examinador forneceria
FC<60bpm.
• Caso o candidato mencionasse reanimação cardiopulmonar da maneira
correta e indicasse adrenalina endovenosa ou via traqueal, o examinador
consideraria que o paciente retornou à FC>100bpm e padrão respiratório
regular.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Questionou se o RN é termo, prematuro ou pós-termo?

Questionou se RN está respirando ou chorando?

Questionou se o RN apresenta bom tônus?

Indicou clampeamento precoce de cordão umbilical?

208
Posicionou-se na cabeceira de berço?

Escolheu incubadora com fonte de calor?

Posicionou cabeça de RN?


Mencionou, se necessário, aspirar primeiramente a boca e
depois narinas?
Secou e estimulou RN?

Avaliou FC e respiração?
Solicitou oximetria em membro superior direito e
monitorização cardíaca?
Iniciou VPP com bolsa-válvula-máscara no primeiro
minuto de vida?
Iniciou VPP com oferta de O2 a 21% (ar ambiente)?

Realizou VPP com técnica correta (C e E adequada)?


Indicou frequência adequada de ventilação (40-60/min)
ou "aperta/solta/solta"?
Reavaliou FC e respiração novamente?

Indicou checar técnica de ventilação adequada?

Realizou segundo ciclo de VPP com técnica correta?

Reavaliou FC e respiração novamente?

Indicou intubação orotraqueal?


Indicou massagem cardíaca na frequência 3 compressões
para 1 ventilação?
Indicou oxigênio suplementar a 100%?

209
Considerou cateterismo venoso?

Reavaliou FC e respiração novamente?

Indicou adrenalina EV ou via traqueal?

Debriefing
Pessoal, em toda prova de fluxograma é preciso mencionar para o
examinador cada passo que você dá! Desde o que até a descrição de como
a atividade será realizada. Se vai indicar Ventilação com pressão positiva, é
preciso indicar com qual fração de oxigênio e descrever a técnica correta de
ventilação. Não deixe de conquistar seus pontos no check-list porque está
realizando tudo corretamente. É preciso garantir para o examinador que
você sabe o que está fazendo, beleza?

Partindo desse conhecimento de prova prática, devemos conduzir o


fluxograma de reanimação neonatal corretamente. Na sala de parto,
depois de checar todo material, a primeira decisão é definir o momento de
clampeamento do cordão umbilical. Para isso, é preciso responder a três
perguntas:
• Bebê a termo?
• Respirando ou chorando?
• Tônus adequado?

Se as respostas para TODAS forem sim: o clampeamento de cordão deve


ser entre 1 a 3 minutos e o recém-nascido deve ser conduzido à mãe. Se uma
das respostas for não, o recém-nascido deve receber a assistência neonatal:
Aquecer; Posicionar; Aspirar se necessário; Secar. Tudo isso em 30 segundos!
Na sequência, deve-se avaliar a frequência cardíaca com estetoscópio no
precórdio e o padrão respiratório do RN (não é frequência). Se FC<100 bpm
ou apneia ou respiração irregular, devemos iniciar a ventilação com pressão

210
positiva (VPP) por 30 segundos. Caso o RN seja a termo, devemos iniciar
com FiO2 a 21% e, se for prematuro, a 30%! Tudo isso deve ser realizado em
1 minuto: o minuto de ouro!

Caso o RN persista com FC <100 bpm ou padrão respiratório irregular,


devemos checar a técnica de ventilação e realizar VPP por mais 30 segundos!
Caso apresente FC <60 bpm, deve-se iniciar manobras de ressuscitação
cardiopulmonar com realização de IOT e relação de 3 compressões torácicas
para 1 ventilação. A adrenalina na PCR neonatal deve ser realizada
preferencialmente pela via intravenosa, porém existe a possibilidade de
realizar UMA dose via endotraqueal, através do tubo de IOT, até que seja
estabelecida a cateterização no RN.

Observações para você não comer bola na prova:


• Se for aspirar, primeiro deve ser a boca e depois narinas;
• Não secar RN com menos de 34 semanas;
• FC deve ser avaliada no precórdio por 6 segundos.

211
Puberdade Precoce
Tema: Puberdade Precoce
Caiu em: USP-RP 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Mãe traz sua filha de 7 anos em consulta em Unidade Básica de Saúde com
dúvidas sobre o desenvolvimento e crescimento.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Classifique o estágio puberal da paciente.

Tarefa 03:
Qual a principal hipótese e quais exames você solicitaria para iniciar a
investigação?

212
Orientações
à Atriz:
• Durante o atendimento, a mãe diz que está preocupada com a filha que
está com apenas 7 anos e já começou a apresentar crescimento de mamas.
• A mãe negava outras comorbidades ou quaisquer outros sintomas.

Orientações
ao Examinador:
• Quando solicitado exame físico, o examinador forneceria a seguinte
imagem:

(imagem de telarca precoce)


https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1646343914000625

(imagem genitália com pilificação fina)


http://repocursos.unasus.ufma.br/atencaobasica_20152/modulo_9/und1/13.html

213
• Após fornecimento das imagens, o examinador forneceria a tarefa de
número 02.
• Quando solicitado parâmetros de crescimento e estatura, o examinador
forneceria os seguintes dados:
• Velocidade de crescimento 8 cm/ano.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e definiu-se como médico?

Questiona a presença de comorbidades?

Questiona a presença de outros sintomas?

Indica realização de exame físico?

Indica aumento de broto mamário e mama?

Indica ausência de pilificação?


Solicita caderneta da criança / estatura do paciente /
velocidade de crescimento?
Indica pico de crescimento / estirão?

Tarefa 02
Classifica o estágio puberal corretamente (M3 e P2)?

214
Tarefa 03
Indica Puberdade Precoce?
Indica provável puberdade precoce central ou verdadeira
(mais comum)?
Indica realização de Radiografia para idade óssea?

Indica realização de FSH e LH?

Orienta e acolhe mãe de maneira adequada e empática?

Debriefing
Estação direta e sem rodeios, para prosseguir o candidato deveria dominar
o assunto de puberdade precoce! Vamos revisar os principais pontos dessa
estação?
Para começarmos, vamos relembrar da classificação de Tanner para a
avaliação puberal. Em pacientes do sexo feminino, definimos através do
crescimento da mama e estágio de pilificação da genitália, conforme a
seguir:

Mama Pilificação

M1: padrão infantil, pré-puberal. P1: padrão infantil, pré-puberal.


M2: Telarca - presença de broto P2: Pubarca com pelo fino, mais
mamário subareolar e é o marcador escuro e na região de grandes lábios.
do início do desenvolvimento puberal Geralmente ocorre de 6 a 12 meses
feminino. Esse início deve acontecer após a telarca.
entre 8 a 13 anos, sendo fora dessa
faixa etária considerado puberdade
precoce ou atraso puberal.

215
M3: Aumento de mama e aréola. P3: Pêlos em sínfise púbica, mais
Associa-se ao pico de crescimento grosso e encaracolado.
(estirão) - crescimento de 8-9 cm/ano
M4: Mama com duplo contorno e P4: Pêlos com mesma distribuição,
aumento de volume. porém em maior quantidade.
M5: Mama madura P5: Pêlos avançam para área de raiz
de coxas.

A apresentação mais comum de puberdade precoce no sexo feminino


é a de etiologia Central ou Verdadeira. É dependente do estímulo de
GnRH, aumento de FSH e LH e apresenta-se, principalmente, quando o
desenvolvimento puberal se correlaciona com a fase de estirão e não está
associada a outros sintomas. Os exames iniciais para seguimento devem
ser a realização de idade óssea e dosagem de FSH e LH. A ressonância
magnética de região de sela túrcica pode ser realizada na investigação de
meninos com puberdade central ou meninas menores de 6 anos ou com
alterações neurológicas associadas. Já o USG pélvico também pode ser
realizado na dúvida diagnóstica e pesquisa de tumores gonadais.

216
Puericultura
Tema: Puericultura
Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP
2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Mãe traz filho de 14 meses para consulta em pronto-socorro com queixa
de coriza nasal e tosse há 2 dias. Durante o atendimento, você solicita a
carteira de vacinação e verifica o seguinte:

Penta
Meningo Febre Tríplice Hepatite
Hepatite B BCG Polio VIP Rotavírus (DTP+Hib Pneumo 10 Influenza HPV
C Amarela viral SCR A
+Hep B)

Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado

Realizado Realizado Realizado Realizado Tetra viral

Realizado Realizado Realizado Realizado

217
Tarefa 01:
Avalie e identifique se a Carteira de Vacinação do lactente está completa.

Tarefa 02:
Identifique o que está incompleto e questione à mãe os motivos de não ter
realizado as vacinações.

Tarefa 03:
Responda às dúvidas da mãe.

Tarefa 04:
Complete a carteirinha, anotando as idades em que as vacinas em atraso
deveriam ter sido realizadas.

Orientações
à Atriz:
• Quando indagada, a mãe refere que não realizou a tríplice viral por medo
de causar autismo, além de ter receio da vacina causar outras reações em
seu filho.
• A mãe relata que não realizou a vacinação contra gripe porque uma
colega teve gripe após a vacina e porque não considera a gripe uma
doença grave. Diz não ter motivo para ter vacina para uma doença tão
leve.
• Por fim, a mãe questiona se era importante ter realizado a vacinação
contra rotavírus e questiona se ainda pode realizá-la.

218
Orientações
ao Examinador:
• Durante a tarefa de número 4 o examinador fornecer a seguinte tabela
para o candidato completar:

Penta
Meningo Febre Tríplice Hepatite
Hepatite B BCG Polio VIP Rotavírus (DTP+Hib Pneumo 10 Influenza HPV
C Amarela viral SCR A
+Hep B)

Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado

Realizado Realizado Realizado Realizado Tetra viral

Realizado Realizado Realizado Realizado

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Identifica-se como médico?

Indicou que a caderneta de vacinação está incompleta?

Tarefa 02
Indicou falta da vacina contra rotavírus?

219
Indicou falta da vacina contra tríplice viral?

Indicou falta da vacina contra influenza?

Tarefa 03
Orientou sobre a vacina tríplice viral? (menciona
prevenção de sarampo, caxumba e rubéola)
Indicou ausência de associação com autismo?

Orientou sobre vacina contra influenza?

Indicou que não causa gripe e reforça importância?


Indicou importância da vacina contra rotavírus (prevenção
de diarreia grave)?
Contraindica a vacinação contra rotavírus neste momento?

Tarefa 04
Escreveu em cartão dose de vacina contra rotavírus aos 2
e 4 meses?
Escreveu em cartão dose de vacina tríplice viral aos 12
meses?
Escreveu em cartão duas doses de vacina contra influenza
a partir dos 6 meses?

Debriefing
Pensou que iria ficar livre de saber o calendário vacinal para sua prova
prática? Fica ligado nesse conteúdo porque ele pode estar presente na sua
prova teórica, prática e até mesmo multimídia, beleza? Essa estação ajudará
você a revisar o calendário vacinal e a constatar a importância de dominar
esse assunto para sua prova!

220
Nessa estação em questão, era preciso avaliar a situação vacinal da criança
e considerá-la incompleta. Não foram realizadas a vacina contra tríplice
viral (SCR), rotavírus e influenza. Por isso, era preciso reforçar o ajuste das
vacinas em atraso com algumas ressalvas. Deve-se lembrar que a criança em
questão apresenta contraindicação para realização da vacina de rotavírus!
A primeira dose da vacina deve ser realizada apenas até os 3 meses e 15 dias
e a segunda até 7 meses e 29 dias, sendo que a primeira dose deve ter sido
feita! Como a criança já não tinha a primeira dose e já estava fora da faixa
etária indicada, era preciso contraindicar a vacina de rotavírus.

Em relação a vacina de influenza, também era preciso destacar algumas


observações para ganhar a pontuação. Primeiramente, é preciso relembrar
que a vacina contra influenza é realizada através de campanha, geralmente
entre os meses de abril e maio. Dessa forma, era preciso verificar se na
época da campanha a criança já tinha a idade indicada para realizar essa
vacinação (ter mais do que 6 meses, lembra?). Feito o diagnóstico de atraso
vacinal para vacina de influenza, deve-se orientar a família de mais um
detalhe! É preciso lembrar que, quando feita pela primeira vez, devem ser
realizadas duas doses da vacina contra influenza com intervalo de 30 dias!
Após isso, nos anos seguintes, a criança pode receber apenas uma dose
única a cada campanha.

221
Depressão no
Adolescente
Tema: Depressão no Adolescente
Caiu em: USP-RP 2018 / HIAE 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 ator
Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e está em sua primeira
semana de trabalho no local. Você realizará o atendimento de um paciente
de 15 anos que acabou de se mudar para São Paulo, para sua área de
atendimento. Hoje é a primeira vez que você irá atendê-lo. Ele veio sozinho,
desacompanhado dos pais.

Tarefa 01:
Realize o atendimento e dê as condutas.

222
Orientações
ao Ator:
• Quando questionado, o ator se demonstraria desanimado, sem interesse
em ir para a escola. Diz que é "zoado" pelo jeito que ele fala, devido
sotaque do interior. Além disso, justifica as brincadeiras pelo fato de
ser "muito magro". Relata que sintomas apareceram há cerca de 6 meses,
quando mudou-se de cidade.
• O ator diz ter dificuldades escolares, em aprender, devido às brincadeiras
dos colegas. Dizia estar muito triste, pensando em abandonar a escola.
• Caso questionado sobre rede de apoio, o ator dizia que era católico e que
frequentava a igreja. Dizia não conversar com os pais sobre o assunto,
apenas com uma tia.
• Caso questionado, o ator mencionava anedonia, choro fácil, insônia e
perda ponderal "perdeu peso nos últimos 3 meses e não queria sair de
casa".
• Caso questionado, o ator demonstrava ideações suicidas, sem tentativas
ou planejamento.
• O ator deve negar sintomas maníacos ou psicóticos. Nega uso de droga
lícitas ou ilícitas. Nega comorbidades pessoais. Relata que a mãe faz uso
de antidepressivo, mas não sabe o motivo.
• O ator deve mencionar frase de desmotivação e desacreditação na vida:
"Seria melhor se eu não existisse, não é Doutor?".
• O ator deve verbalizar que não deseja que o médico conte aos pais o
assunto em questão, principalmente ao pai que é militar e muito bravo.
• Caso questionado sobre agressão física, o ator deve negar. Nega situações
de violência familiar. Mas reforça que não deseja que o médico conte o
assunto para os pais.

223
Orientações
ao Examinador:
• O examinador não interfere na interação do ator e candidato.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e identificou-se como médico?

Questionou a queixa principal e tempo de evolução?


Questionou se paciente sente prazer nas atividades que
antes gostava?
Questionou se paciente se sente triste na maior parte do
tempo?
Questionou sobre alterações no padrão do sono?

Questionou sobre alterações no apetite ou no peso?

Questionou se paciente se sente culpado ou inútil?


Questionou se paciente apresentou alterações de memória
ou dificuldade de concentração?
Questionou se paciente pensou em morte?

Questionou ativamente se paciente pensou em suicídio?

224
Questionou ativamente se paciente planejou ou tentou se
matar?
Questionou presença de episódios de mania (felicidade
extrema, hiperssexualização)?
Questionou presença de sintomas psicóticos prévios
(acreditar em verdade irrefutável, ouvir vozes)?
Questionou uso de drogas lícitas e ilícitas?
Questionou sobre antecedentes familiares de doenças
psiquiátricas?
Questionou sobre comorbidades ou uso de medicações?

Questionou sobre relacionamentos e rede de apoio?


Não indicou necessidade da presença do pais para
prosseguir o atendimento?
Garantiu sigilo sobre o assunto para o adolescente?
Indica gravidade do caso e oferece auxílio para abordar
assunto com os pais ou tia?
Indicou diagnóstico de transtorno depressivo?

Apresentou postura empática e acolhedora?

Ofereceu acompanhamento psicológico?


Ofereceu apoio de equipe de saúde da área do paciente
(multidisciplinar)?
Prescreveu antidepressivo inibidor de recaptação de
serotonina?
Agendou retorno precoce?

225
Debriefing
Essa estação demandou um conhecimento sobre os direitos da criança e
do adolescente! Entre 12 e 18 anos, os adolescentes já têm sua privacidade
garantida, principalmente se com mais de 14 anos e 11 meses, considerados
maduros quanto ao entendimento e cumprimento das orientações recebidas.
Entre os 12 e 14 anos e 11 meses, o atendimento pode ser efetuado, devendo,
se necessário, comunicar os responsáveis. Nesse caso, o paciente apresentava
sintomas depressivos graves, porém sem risco iminente de suícidio ou de
risco à vida. Deve-se conduzir o atendimento conforme o direito da criança
e do adolescente, acercando-se de meios para acionamento de rede de
apoio. É importante verbalizar a gravidade e compartilhar com o paciente
os riscos iminentes, tendo uma postura empática e acolhedora, a fim de
reforçar a necessidade do paciente dividir esse problema com familiares ou
rede de apoio.
Além disso, era preciso lembrar os critérios diagnósticos pelo DSM-V para
chegar à conclusão de que se trata de um transtorno depressivo grave.

Critérios Diagnósticos – Transtorno Depressivo Maior (DSM-V):

• Apresentar cinco dos sintomas abaixo, sendo que, obrigatoriamente, o


sintoma 1 OU 2 deve(m) estar presente(s):

1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias;


2. Interesse ou prazer marcadamente diminuídos em relação a todas ou
quase todas as atividades, quase todos os dias;
3. Perda ou ganho de peso significativo;
4. Insônia ou sono excessivo quase todos os dias;
5. Agitação ou lentidão psicomotora quase todos os dias;
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;
7. Sentir-se sem valor ou com culpa excessiva, quase todos os dias;
8. Habilidade reduzida de pensar ou se concentrar, quase todos os dias;
9. Pensamentos recorrentes sobre morte, pensamentos suicidas sem um
plano, tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio.

226
Síndrome de
Aspiração Meconial
Tema: Síndrome de Aspiração Meconial
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em UTI neonatal

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico residente da UTI neonatal e é chamado pelo interno do
hospital para discutir o caso clínico de um recém-nascido com desconforto
respiratório. O paciente é um recém-nascido do sexo masculino de 41
semanas e 5 dias, nascido de parto cesáreo por sofrimento fetal agudo e
asfixia, presença de intenso líquido meconial ao nascimento. No momento,
encontra-se em UTI neonatal com grave desconforto respiratório iniciado
nas primeiras horas de vida.

Tarefa 01:
Descreva os achados radiológicos associados ao quadro clínico, presentes
na imagem abaixo:

227
(imagem de síndrome de aspiração meconial - acervo pessoal)

Tarefa 02:
Cite dois fatores de risco associados ao quadro clínico do paciente.

Tarefa 03:
Qual sua hipótese diagnóstica para o desconforto respiratório do paciente?

Orientações
ao Examinador:
• Nenhuma informação adicional seria fornecida ao candidato.
• Todas as tarefas deveriam ser escritas em cartão resposta conforme
exemplo a seguir:
Tarefa 01:
Tarefa 02:
Tarefa 03:

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

228
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Descreveu infiltrado pulmonar grosseiro?

Descreveu volume pulmonar aumentado / hiperinsuflação?

Tarefa 02
Citou sofrimento fetal agudo ou asfixia?
Citou pelo menos um dos seguintes fatores de risco:
sexo masculino, termo, pós-termo, líquido aminiótico
meconial?

Tarefa 03
Indicou diagnóstico de síndrome de aspiração meconial?

Debriefing
Estação sobre desconforto respiratório do recém-nascido com abordagem
direta aos principais pontos-chave do diagnóstico. Para realizar o diagnóstico
dos distúrbios respiratórios do recém-nascido é preciso associar a história
materna e fatores de risco os quais o bebê apresenta, além de associar a
evolução clínica com a imagem radiológica.

No caso do paciente em questão, este apresentou uma história de parto


associado a líquido meconial, sofrimento fetal agudo e asfixia. Dentro do
útero é possível que o feto elimine mecônio sem apresentar necessariamente
a aspiração desse conteúdo com repercussões clínicas. Entretanto, se estado

229
de hipóxia/asfixia persistente, o recém-nascido apresenta como reflexo o
aumento da motilidade intestinal, abertura do esfínceter anal e liberação
intra-uterina de intesa quantidade de conteúdo meconial. Somando-se a
isso, ocorre a aspiração de conteúdo meconial para vias aéreas altas que,
na tentativa de inspiração ao nascimento, é translocado para as vias aéreas
inferiores. Tal fato leva a um infiltrado pulmonar de conteúdo meconial,
podendo levar a obstrução total ou parcial de vias aéreas inferiores. A
imagem radiológica característica é um infiltrado pulmonar grosseiro
associado a hiperinsuflação pulmonar devido quadro obstrutivo. Pode-se
ainda estar associada a imagem de atelectasia, decorrente de obstrução
total de bronquíolos pulmonares, ou imagem de pneumotórax devido
maior ocorrência de barotrauma pulmonar.

A síndrome de aspiração meconial geralmente leva à sintomas nas primeiras


horas de vida e está associada a gravidade no recém-nascido, geralmente
necessitando de suporte ventilatório e cuidado de UTI neonatal.

230
Mononucleose
Infecciosa
Tema: Mononucleose Infecciosa
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
Mãe traz seu filho, José Eduardo de 8 anos, ao pronto-socorro com queixa
de dor de garganta há um dia. Mãe refere ausência de sintomas antes da dor
de garganta, mas diz que há 10 horas apresentou febre não aferida.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Orientações
à Atriz:
• A atriz queixa-se de que o filho apresentou dor de garganta há cerca
de 1 dia, com dificuldade para engolir. Relata presença de febre alta,

231
com sudorese, iniciada há cerca de 10 horas. Nega sintomas de tosse
ou coriza associados. Nega comorbidades ou uso de medicações. Nega
contactantes sintomáticos.
• Após diagnóstico, a atriz questiona ao candidato se o que o filho tem é
grave.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador fornece os seguintes dados e a
imagem abaixo:
BEG, acianótico, anictérico, eupneico, fácies de dor.
Presença de adenopatia cervical anterior dolorosa única.
AR: MV presentes bilateralmente, sem RA. FR: 25 irpm
ACV: RCR em 2T, BNF, ausência de sopros. FC: 90bpm
Abd: globoso, flácido, indolor a palpação, ausência de VMG.
Ext: bem perfundidas, sem edema.
Oroscopia:

(imagem de faringite com placas de pus)


https://pt.wikipedia.org/wiki/Faringite_estreptocócica

• Ao solicitar teste rápido para pesquisa de s. pyogenes, o examinador


fornece a seguinte informação: resultado positivo.
• Caso o candidato solicitasse cultura de orofaringe, o examinador
mencionaria que exame se encontra indisponível.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

232
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se e identificou-se como médico?

Questionou queixa principal e duração dos sintomas?

Questionou presença de tosse ou coriza nasal?

Questionou contactantes com sintomas semelhantes?

Questionou uso de medicações?

Questionou comorbidades?

Indicou realização de exame físico?


Indicou realização de swab de orofaringe ou teste rápido
para pesquisa de streptococcus pyogenes?
Indicou Penicilina Benzatina IM?

Orientou uso de analgésicos?


Orientou mãe sobre risco de febre reumática caso não
ocorra tratamento correto?

Debriefing
Dentre as bactérias que provocam faringite ou amigdalites, o Streptococcus
pyogenes (Estreptococo do grupo A) é o que merece mais destaque, não só
por ser a forma mais comum de faringoamigdalite bacteriana, mas também
porque é a forma de infecção de garganta que mais causa complicações.

233
O S. pyogenes é responsável por cerca de 30% dos casos de faringite nas
crianças e 10% nos adultos.

O grande problema das faringites estreptocócicas não costuma ser a


inflamação da garganta em si, mas sim o risco de complicações. As crianças
são as principais vítimas dessas complicações, sendo elas o grupo que mais
necessita de tratamento com antibióticos para prevenção.

Algumas complicações são graves, inclusive com risco de morte, como é


o caso da síndrome do choque tóxico por Estreptococo. Outras, podem
causar lesões de órgãos, como os rins no caso da glomerulonefrite pós-
estreptocócica, ou o coração na febre reumática. Há também situações
mais simples, como a escarlatina, que é uma erupção de pele que costuma
ser benigna e de fácil tratamento.

Entre as possíveis complicações da faringoamigdalite estreptocócica,


podemos destacar:
• Febre reumática.
• Glomerulonefrite pós-estreptocócica

234
Estado de
Mal Convulsivo
Tema: Estado de mal convulsivo
Caiu em: check-list extra

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Atendimento em pronto-socorro

Início da Estação
Caso Clínico:
João Lucas, 6 anos, antecedente de Encefalopatia crônica não progressiva
secundária a anóxia neonatal, em uso de Topiramato e Carbamazepina,
além de dieta cetogênica para epilepsia de difícil controle.

Chega ao pronto-socorro em quadro convulsivo, com crise parcial complexa


caracterizada por movimentos clônicos em membro superior direito e
membro inferior direito. Mãe refere que paciente tem entrado e saído de
crise nos últimos 40 minutos, não recuperando o nível de consciência entre
as crises.

Paciente vinha apresentando quadro de febre, com aumento de secreção na


traqueostomia, com aspecto purulento, medicado hoje há aproximadamente
4 horas. Recebeu todas as medicações em horários habituais, última dieta
hoje há aproximadamente 4 horas via gastrostomia.

235
Tarefa 01:
Neste momento, paciente se encontra em sala de emergência. Realize o
atendimento.

Tarefa 02:
Qual a medida terapêutica inicial para controle da crise de paciente? Se a
crise não for abortada nessa primeira medida, qual o próximo passo?

Tarefa 03:
Quais os exames complementares devem ser coletados nesse momento?

Tarefa 04:
Após as medidas iniciais adotadas por você, o paciente mantém quadro
convulsivo. Qual seu próximo passo?

Tarefa 05:
Após medidas adotadas, paciente evolui com parada dos sinais clínicos de
crise, porém mantém sonolência e não recupera estado neurológico basal,
qual o próximo passo para investigação?

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato indique checar responsividade do paciente, o
examinador deveria informar que o paciente está irresponsivo, porém
com pulso e respirando.
• Caso o paciente indique realização de avaliação ABCDE ou exame físico
as seguintes informações seriam fornecidas:
A: vias aéreas pérvias
B: MV+ simétrico com roncos disseminados, TSD presente, TQT sem
alterações locais, com secreção amarelada abundante. FR 37 irpm, Sat
O2 99% com O2 em alto fluxo.

236
C: BRNF em 2T, sem sopros, sem sinais de hepatomegalia ou congestão.
FC 168 bpm, descorado 1+/4, PA 109x76, pulsos e perfusão periféricos
normais.
D: REG, apresentando movimentos clônicos em MSD e MID, com
olhar fixo, pupilas isocóricas, midriáticas pouco responsivas a estímulo
luminoso.
E: sem escoriações em pele, afebril.
• Após a avaliação inicial, o examinador forneceria as tarefas seguintes
independente se as respostas forem corretas ou equivocadas.
• Caso o candidato solicitasse os exames indicados, o examinador
forneceria o dado de normalidade.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Indicou monitorização cardíaca, acesso venoso periférico
e oferta de oxigênio suplementar?
Checou responsividade do paciente?

Indicou avaliação ABCDE?

Tarefa 02
Indicou que paciente se encontra em estado de mal
convulsivo (recorrência de crise em mais de 30 minutos)?
Indicou benzodiazepínico EV? (considerar midazolam EV
ou IM ou diazepam EV)
Indicou repetir benzodiazepínico se crise persistir?

237
Tarefa 03
Indicou dosagem de eletrólitos, função renal e hepática
(considerar se mencionar pelo menos 2)?
Indicou realização de glicemia?

Tarefa 04
Indicou ataque com fenitoína ou fenobarbital ou ácido
valpróico?

Tarefa 05
Indica realização de eletroencefalograma de urgência?

Debriefing
O estado de mal convulsivo corresponde a crise epiléptica contínua ou que
se torna reentrante, sem recuperação de nível basal de consciência entre
episódios por 30 minutos ou mais. Crises epilépticas com duração maior
que 5 minutos tem indicação de tratamento imediato, pois tem grandes
chances de evoluir para estado de mal. A primeira linha de tratamento
abortivo para crise epiléptica prolongada é o benzodiazepínico, sendo o
midazolam a primeira opção terapêutica, visto que pode ser usado IV ou
IM. O Diazepam é outra opção, porém só deve se feito por via venosa. Se a
crise persistir por 5 minutos após a primeira dose, uma segunda dose pode
ser administrada.

Devem ser descartados distúrbios hidroeletrolíticos que possam desencadear


crises epilépticas: dosagem de sódio, potássio, cálcio e magnésio estão
indicados, além de função renal e hepática. Distúrbios metabólicos também
devem ser descartados, sendo indicado glicemia capilar e dosagem de glicose
sérica. As medicações anticonvulsivantes devem ter seu nível sérico dosado
a medida da disponibilidade.

238
Na vigência de convulsão refratária a benzodiazepínicos, usualmente, é
preferido o uso da fenitoína ao fenobarbital, visto que o segundo apresenta
maior depressão cardiovascular e pode trazer mais efeitos colaterais.
Contudo, em algumas situações clínicas especiais pode ser optado pelo
fenobarbital, por exemplo em pacientes que já fazem uso de barbitúrico.
Estudos mostram que não existe inferioridade do valproato e do
Levetiracetam quando comparados a Fenitoína, porém sua disponibilidade
é limitada nos serviços brasileiros.

Em todo paciente em estado de mal epilético está indicado o EEG na urgência,


pois o paciente pode apresentar atividade epileptiforme não convulsiva,
com as mesmas consequências de lesões neurológicas das convulsões clínicas
persistentes. Se paciente mantiver atividade elétrica epileptiforme nesse
momento, está indicado o uso de medicação EV contínua para controle da
crise. A droga mais usada no nosso meio é o Midazolam em infusão contínua,
porém o fenobarbital e o propofol também podem ser usados em situações
especiais. Essas drogas, em infusão contínua, apresentam maior chance de
depressão cardiorrespiratória e necessitam de intubação orotraqueal para
proteção de via aérea e muitas vezes os pacientes necessitam de drogas
vasoativas para manter a perfusão periférica, sendo assim, esses pacientes
têm indicação de cuidados de terapia intensiva.

239
Nossa Missão

T
odos os nossos esforços na Medway são voltados para uma
única missão: melhorar a assistência em saúde no
Brasil. Através de um ensino sólido em Medicina
de Emergência e uma excelente preparação para as provas de
Residência Médica, acreditamos que tornamos nossos alunos médicos ainda
melhores do que eram antes!

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ficaram satisfeitos, em 2019 fizemos a primeira edição do CRMedway Presencial.
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as provas de residência, e os resultados não podiam ser melhores!

240
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241
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246
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