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Introdução
A tão esperada Bíblia de Checklists!

N
esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos
um compilado de vários checklists para que você consiga saber
exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável
modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações
de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras”
exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez,
para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação
de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente
completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as
provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia!

Quanto aos alunos do CRMedway Presencial, pode gerar aquela dúvida:


os checklists do presencial já estão aqui? Vou saber o que vai cair antes de
chegar no curso? De modo algum! Lá você terá mais de 30 checklists novos,
mas claro… somente após passar pelo curso! Se tiver qualquer dúvida em
qualquer momento, fique à vontade para nos contactar via plataforma do
CRMedway que estaremos ágeis para te responder.

Aproveite!
E se Você Caiu Nesse
Material por Acaso...
... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado
para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os
checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o
CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia!

Por isso, te convido a participar de um minicurso gratuito que nós da


Medway fizemos, voltado para essa etapa do seu processo seletivo. São 3
aulas, 100% online e gratuitas, que vão te mostrar a prova prática como ela
realmente é!

Acessar Minicurso
Quem Somos

H
oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos
ou ain­da Residentes nas principais ins­tituições do Brasil! USP,
UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer
a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil.

Durante nossa preparação, fomos obrigados a desembolsar um altíssimo


valor para a realização de um curso prático presencial (atualmente em torno
de R$ 8.000,00 para quem é aluno já matriculado no cursinho) e, mesmo
assim, quando nos deparamos com a prova prática, vimos um cenário
diferente do que havíamos treinado.

Inconformados com tal situação, nós decidimos estruturar um curso prático


que entregasse o REAL valor por trás da prova prática: o CRMedway.

Através de simulações de estações exatamente da forma como elas são cobradas


nos concursos, conseguimos transmitir a essência da segunda fase e o resultado
final foi de mais de 500 alunos inscritos e incontáveis aprovações nos principais
processos seletivos do país.

Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu
com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem
fez um curso prático presencial.

Você pode conferir o que falaram do CRMedway 2020 na próxima página:


O que Nossos Alunos
Estão Falando!
Conteúdos
RECOMENDAÇÃO NÍVEL DE EVIDÊNCIA IA

E
m vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João
recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como
e quando estudar:

• Junte um grupo de amigos

• Divida os checklists igualmente entre vocês (de preferência os que


não estavam no curso)

• Quem for o dono do checklist vai aplicar a estação com examinador


nos outros alunos e dar a orientação ao ator da estação (se houver)

• E como falamos… após ter treinado com checklists e estações existentes,


vá para o que mais importa e onde você mais vai aprender: crie suas
próprias estações e checklists!
Sumário
Pré-Natal Rotina.......................................................13
Ameaça de Aborto.................................................19
DMG.....................................................................25
Pré-Eclâmpsia........................................................30
Assistência ao Trabalho de Parto...............................35
Anticoncepcional Oral............................................42
Investigação de Nódulo Mamário...............................47
Infertilidade.............................................................52
Corrimento Vaginal...................................................58
Colpocitologia Oncótica............................................63
Toxoplasmose.......................................................67
Colpocitologia Oncótica na Gestação.........................74
Microprolactinoma ...............................................78
Anticoncepção Pós-Parto..........................................83
Atonia Uterina.........................................................86
Descarga Papilar .................................................90
Síndrome do Ovário Policístico.................................94
Ruptura Prematura de Membranas Ovulares............100
Violência Sexual .................................................106
Descolamento Prematuro de Placenta (DPP).......... 1 1 1
Doença Inflamatória Pélvica Aguda..........................117
Sífilis Gestacional....................................................123
Estática Fetal ..........................................................129
Análise de Partograma.......................................... 133
Sofrimento Fetal .................................................137
Menorragia............................................................. 1 43
Inserção de DIU .................................................148
Doença Trofoblástica Gestacional ..........................153
Câncer de Colo de Útero .......................................159
Bexiga Hiperativa....................................................164
Climatério..........................................................171
Gemelaridade.......................................................... 177
Bartholinite..........................................................182
HIV no Trabalho de Parto...................................... 186
Câncer de Ovário.................................................191
Gestação Inicial .................................................197
Câncer de Endométrio............................................203
Bacteriúria Assintomática na Gestação ....................209
Torção Ovariana ....................................................216
Pródromo de Trabalho de Parto............................... 222
Laqueadura Tubária Bilateral....................................226
Dengue na Gestação................................................ 230
Vaginose Bacteriana ................................................236
Placenta Prévia ...................................................... 242
Gestação Ectópica...................................................249
Abortamento.......................................................... 2 55
Exame das Mamas Fibroadenoma.............................262
Plano de Parto.........................................................266
Cancro Mole...........................................................271
Úlcera Genital........................................................277
Capítulo 2
Ginecología
e Obstetrícia

Os checklists abaixo não são oficiais e representam


uma forma didática de orientar o aluno, elaborada
pela Medway com base nos relatos dos candidatos.

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Pré-Natal Rotina

Tema: Pré-Natal Rotina


Caiu em: USP-SP 2015, UNICAMP 2016 e 2020, CERCAM 2018, HSL 2019,
UFES 2019, SCMSP 2020

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso Clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 25 anos, em sua
primeira consulta de pré-natal
ATENDIMENTO: dia 22/05/2020.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Classifique o risco da gestação.

Tarefa 03:
Indique as condutas para a paciente.

13
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Cristina
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: auxiliar administrativa
• Estado civil: casada há 2 ano
• Motivo do atendimento: “ Doutor, minha menstruação está atrasada,
fiz o teste de gravidez na farmácia e veio positivo.”
• DUM: 23/03/2020
• Refere ciclos menstruais regulares de 29 dias
• Nega gestações prévias. Relata 1 aborto prévio de 8 semanas
há 11 meses
• Ainda não recebeu caderneta da gestante
• Nega anticoncepção e uso de preservativos
• Nega quaisquer sintomas
• Relata corrimento em pequena quantidade, transparente, sem odor
fétido, sem prurido. Nega sangramentos. Nega lesões vulvares.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Relata apendicectomia aos 15 anos. Nega alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas.
• Quando questionada diretamente sobre uso de maconha: refere uso
de maconha algumas vezes por mês com amigos.
• Refere que irmã gêmea estava grávida há 3 meses e teve pré-eclâmpsia
na gestação.

Ao final da tarefa 03 se o candidato perguntar se a paciente tem alguma


dúvida, a atriz respondia:
• Como eu e minha irmão somos gêmeas, gostaria de saber se tenho mais
chances de estar grávida de gêmeos?

14
Orientações
ao Examindor:
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado
(geral, ginecológico, obstétrico).

Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
SaO2: 98% em a.a., FR: 21 irpm
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 88 bpm, PA:
110x60 mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.

Ginecológico:
• À inspeção estática nota-se ausência de úlceras e vesículas na região
vulvovaginal.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência de
nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.

Obstétrico:
• Fundo uterino não palpável. Não auscultado BCF.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

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Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou dados de identificação (procedência, religião,


estado civil, profissão)?

Questionou DUM?

Calculou corretamente a idade gestacional? (9 semanas)

Calculou DPP? (30/12/2020)

Questionou sobre a regularidade dos ciclos menstruais?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou anticoncepção e uso de preservativos?

Questionou sobre sintomatologia atual?

Questionou sobre sangramento, corrimento, dor e lesões


vulvares?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Questionou sobre antecedente familiares?

16
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Solicitou exame físico obstétrico?

Tarefa 02
Classificou como gestação de baixo risco

Tarefa 03
Solicitou todos os exames de rotina de 1º trimestre
adequadamente (hemograma; tipagem sanguínea + Rh;
glicemia de jejum; sorologias: toxoplasmose, sífilis, HIV
e hepatite B; urina tipo 1 e urocultura)?
Solicitou morfológico de 1º trimestre entre 11ª a 13ª semana
+ 6 dias de gestação?

Orientou o uso de preservativos?

Orientou interromper o uso da maconha?

Prescreveu ácido fólico?

Questionou sobre dúvidas?

Resolveu a dúvida da paciente sobre gemelaridade?

Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno?

Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno?

Durante a consulta chamou a paciente pelo nome e usou


linguagem acessível?

17
Debriefing
Consulta de pré-natal é uma certeza na sua prova no final do ano,
principalmente se você for prestar várias instituições. Normalmente, nessas
estações as bancas exigem uma entrevista completa e você deve solicitar os
exames complementares pertinentes à idade gestacional, fazer a adequada
avaliação dos mesmo, dar as condutas corretas ao caso (com comunicação
efetiva ao paciente) e marcar retorno. Não dê bobeira nessas estações!

18
Ameaça de Aborto
Tema: Ameaça de Aborto
Caiu em: HIAE 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso Clínico:
Você está de plantão no Pronto Atendimento de uma maternidade e irá
atender uma paciente de 18 anos com queixa de sangramento vaginal.
ATENDIMENTO: dia 17/06/2020

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Você gostaria de solicitar algum exame? Se sim, qual(is)?

Tarefa 03:
Dê a sua hipótese diagnóstica e as condutas para a paciente.

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Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Maria Paula
• Idade: 18 anos
• Estado civil: mora junto com o pai do seu filho há 2 meses
• Motivo do atendimento: “Doutor, há 1 hora mais ou menos eu percebi
que estava sangrando bastante e desde então não parou.”
• Refere dor em baixo ventre de pequena intensidade
• Nega febre
• Nega sangramento prévio.
• Nega tontura, desmaio
• Nega corrimento
• Nega sintomas urinários
• Relata estar grávida de 3 meses
• DUM: 25/03/2020
• Primeira gestação. Nega abortos prévios.
• Nega comorbidades
• Relata estar em uso de ácido fólico 5mg
• Não sabe o tipo sanguíneo do pai.

20
Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:
CARTÃO DE PRÉ-NATAL

01/06/2020 01/06/2020
TS O negativo Toxoplasmose IgM - / IgG -
HB/Ht 12,0/37,1 Hep. B anti-HbS +
Glicemia Jejum 90 Hep. C NR
HIV NR Urina 1 normal
Sífilis NR Urocultura negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(exame físico geral, especular, toque vaginal, e BCF):

EXAME FÍSICO
Geral:
• BEG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 98 bpm,
• PA: 100x60 mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, presença de dor a palpação profunda
de hipogástrio, ausência de visceromegalias e tumorações palpáveis.
• Exame especular: Saída de sangue em pequena quantidade pelo OE do
colo. Sangue coletado em fundo de saco em pequena quantidade. Paredes
vaginais íntegras, sem laceração.

21
• Toque vaginal: útero anteroversofletido, imtraélvico. Colo uterino
indolor à mobilização, impérvio. Presença de sangue em luva. Anexos
não palpáveis.
• BCF: 140 bpm

Resultados de exames (quando solicitados):


• Hb/Ht: 11,1/35,3
• Se o candidato solicitasse USG o examinador respondia
que o exame não estava disponível.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil)?
Questionou sobre motivo da consulta?

Questionou sobre a quantidade de sangramento?

Questionou sobre a dor abdominal?

Questionou sobre sangramento prévio?

Questionou sobre febre?

Questionou sobre corrimento?

Questionou sobre tontura, desmaio?

22
Questionou sobre sintomas urinários?

Questionou DUM?

Calculou corretamente a idade gestacional? (12 semanas)


Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Solicitou cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF?

Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou Hb/Ht?

Não solicitou USG?

Tarefa 03
Explicou a hipótese diagnóstica: ameaça de abortamento?

Acalmou a gestante e informou que o bebê parecia bem?

Questionou tipagem sanguínea do parceiro?

Indicou imunoglobulina anti-D?


Explicou adequadamente porque a paciente necessitava
da medicação (“prevenção de complicações futuras”)?
Orientou cuidados para toxoplasmose?
Orientou retorno se sinais de alarme (qualquer um destes:
febre, dor, sangramento, corrimento, perda de líquido)

23
Debriefing
Sangramento na primeira metade da gestação também é um tema
frequentemente cobrado nas estação práticas. Sempre devemos ter como
hipóteses diagnósticas abortamento, doença trofoblástica gestacional
e gravidez ectópica. O mais cobrado nessas estações são uma anamnese
completa, exame físico direcionado para a queixa, necessidade ou
não de exames complementares, tratamento (incluindo indicação de
imunoglobulina anti-D) e orientações gerais para a paciente (não se esqueça
de analisar todos os exames fornecidos).

24
DMG

Tema: DMG
Caiu em: PUCCAMP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: Consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você irá atender uma gestante de 29 anos, 2G1Pn, IG 27 semanas,
em consulta de rotina de pré-natal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê as condutas necessárias.

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Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Karen
• Motivo do atendimento: “Consulta de rotina de pré-natal”
• Nega quaisquer sintomatologia
• Nega sangramentos, corrimento e perda de líquido
• Refere boa movimentação fetal
• Nega comorbidades prévias
• Em uso de ácido fólico e sulfato ferroso
• Não realizou nenhuma vacina durante a gestação

Caso o candidato solicitasse o Teste Oral de Tolerância a Glicose,


a atriz entregava o seguinte resultado:

TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA A GLICOSE


• Jejum: 92
• 60 minutos após: 180
• 120 minutos após: 155

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso do examinador:

CARTÃO DE PRÉ-NATAL
• Ao ser solicitado o exame físico, o candidato recebia o seguinte impresso:

26
01/08/2020 01/08/2020
O negativo /
TS/CI Toxoplasmose IgM - / IgG -
negativo
HB/Ht 11,5/35,9 Hep. B anti-HbS +
Glicemia Jejum 90 Hep. C NR
HIV NR Urina 1 normal
Sífilis NR Urocultura negativa

EXAME FÍSICO
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 72 bpm,
PA: 100x60 mmHg.
• Abdome: gravídico, indolor a palpação. Altura do fundo uterino: 28cm.
BCF: 140 bpm, rítmico.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edemas, sem sinais de TVP.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

27
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?t

Perguntou o nome da paciente?


Questionou sobre sintomatologias (dor, sintomas
urinários, hábito intestinal)?
Questionou sobre sangramento?

Questionou sobre corrimento?

Questionou sobre perda de líquido?

Solicitou o cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico?

Não realizou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou Teste Oral de Tolerância a Glicose?

Deu o diagnóstico de diabetes gestacional?

Orientou dieta e exercício físico?


Orientou perfil glicêmico simples por 2 semanas?
(jejum, 1 após café da manhã, almoço e jantar)
Orientou cuidados para toxoplasmose?

28
Solicitou nova sorologia para toxoplasmose?
Orientou realização de imunoglobulina anti-D com
28 semanas?
Orientou vacina dTpa?

Marcou retorno precoce em 2 semanas?

Debriefing
Estação com um tema que não caiu nos últimos anos, mas que traz um
tema muito cobrado em provas teóricas: Diabetes Mellitus Gestacional.
A estação começa como um pré-natal normal de 2º trimestre, mas você
tem que lembrar de pedir o TTOG e dar a conduta direcionada com dieta,
exercício físico e perfil glicêmico simples (lembre-se que na prova tudo está
disponível até que se prove o contrário). Ah! Não se esqueça de orientar
também toxoplasmose se suscetível, imunoglobulina anti-D se Rh negativo
e vacinação com dTpa.

29
Pré-Eclâmpsia
Tema: Pré-Eclâmpsia
Caiu em: USP-SP 2016 e UNESP 2020

Grau de dificuldade: baixo / moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento (na sala tinha um martelinho
de reflexos, soro, agulha e várias medicações)

Início da Estação
Caso Clínico:
Paciente com 24 anos de idade, secundigesta, idade gestacional de 33 semanas
e 6 dias, comparece ao Pronto Atendimento Obstétrico preocupada pois
foi à farmácia perto da sua casa aferir a pressão arterial e constatou que a
mesma estava 170x105mmHg.

Tarefa Única:
Faça o primeiro atendimento à paciente, citando qual o diagnóstico
etiológico mais provável e as próximas condutas.

30
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Tatiana
• Motivo do atendimento: “Doutor, comecei a me sentir mal faz umas
2 horas, procurei a farmácia perto de casa para medir minha pressão
e ela estava 170x75 mmHg, então o farmacêutico falou para eu procurar
um médico, por isso vim aqui”
• Esqueceu o caderneta da gestante em casa
• Refere dor abdominal na região do estômago há 2 horas , do tipo pontada,
de moderada intensidade, sem irradiação
• Refere dor de cabeça e a visão está com pontos brilhantes (escotomas)
• Nega outros sintomas como vômitos, dispneia, alterações urinárias
• Nega contrações
• Refere boa movimentação fetal
• Nega alteração da pressão durante o pré-natal
• Nega comorbidades prévias
• Nega intercorrências obstétricas nesta gestação e na anterior
• Em uso de: sulfato ferroso e ácido fólico. Nega uso de medicações antes
da gestação.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o exame físico o candidato recebia o seguinte cartão:

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 110 bpm, PA: 185x110 mmHg. FR: 22 irpm.
SpO2: 94% em a.a.

31
• BEG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: gravídico, indolor a palpação. Altura do fundo uterino: 32cm.
BCF: 140 bpm, rítmico.
• Extremidades: bem perfundidas, com edema em MMII bilateralmente
1+/4+, sem sinais de TVP.

OBS: apenas se o candidato solicitar os reflexos profundos, o examinador


deve pedir para que ele demonstrar na atriz.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Perguntou o nome da paciente?

Questionou sobre motivo da consulta?

Solicitou a carteira de gestante?


Questionou acerca de sinais/sintomas como cefaléia,
escotomas, epigastralgia?
Questionou sobre outros sintomas como vômitos,
dispneia, alterações urinárias?
Questionou sobre contração e movimentação fetal?

32
Questionou sobre níveis pressóricos durante a gravidez?
Investigou intercorrências obstétricas na gravidez atual
e prévia?
Perguntou sobre antecedentes patológicos
pregressos da paciente?
Perguntou sobre uso de medicações antes e
durante a gestação?
Solicitou exame físico gineco-obstétrico?

Solicitou sinais vitais?

Indicou internação?

Solicitou proteinúria em fita?


Solicitou hemograma, uréia, creatinina, TGO, bilirrubinas
e LDH?
Prescreveu sulfato de magnésio e citou algum protocolo
(Pritchard/Zuspan)?
Indicou hidralazina EV agora?

Indicou corticoterapia?

Indicou SVD para quantificar diurese?


Citou sinais de possível intoxicação por sulfato de
magnésio (FR, reflexos profundos e diurese)?
Estabiliza a paciente e avalia a melhor via de parto só após
a estabilização?

33
Debriefing
Pré-eclâmpsia é um tema muito comum nas provas teóricas, mas que está
cada vez mais sendo cobrado também nas provas práticas. Não podemos
esquecer aqui de realizar uma anamnese direcionada para a queixa
da paciente, perguntando os sintomas de iminência de eclâmpsia, além
de solicitar os exames laboratoriais de gravidade e dar o tratamento
adequado (incluindo monitorização dos sinais de possível intoxicação
por sulfato de magnésio).

34
Assistência ao
Trabalho de Parto
Tema: Assistência ao Trabalho de Parto
Caiu em: USP-SP 2019, UFES 2019, UFPR 2019, HSL 2018, SCMSP
2018/2016/2015, USP-RP 2017

Grau de dificuldade: moderado / alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento (atriz está deitada na maca
de atendimento)

Início da Estação
Caso clínico:
Leila, 22 anos, primigesta, com 39 semanas e 3 dias de idade
gestacional, chega à maternidade com queixa de dor forte abdominal.
Nega febre ou perda de líquido. Refere boa movimentação fetal.
Nega sangramentos.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

35
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Doutor, estou sentindo muita dor na barriga. Ela está endurecendo de 5
em 5 minutos já fazem 2 horas.
• Nega sangramento, perda de líquidos. refere boa movimentação fetal.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado:

EXAME FÍSICO:
• Sinais vitais: PA 120x72 mmHg. FC: 88 bpm. SpO2: 97% em a.a.
T: 36,0ºC
• Abdome gravídico, altura do fundo uterino de 36cm.
• DU: 3 contrações de 30 segundos em 10 minutos.
• BCF: 145 bpm, rítmico.
• TV: colo medializado, pérvio 4cm, esvaecido 50%, plano -2 de Delle.
Bolsa íntegra.
• CARTÃO DE PRÉ-NATAL: pré-natal de baixo risco
sem alterações.

Tarefa 02:
Preencha o partograma.

36
Tarefa 03:
Após 2h, paciente evoluiu com dor abdominal. Converse novamente com a
paciente e tome as condutas necessárias.

37
Orientações
à Atriz:
Ao questionar a atriz, ela respondia:
• “Doutor estou com muita dor na barriga. Está insuportável!!!
Não aguento mais!”
• Nega novamente sangramento e perda de líquido.

Orientações
ao Examinador:
• Caso o candidato solicitasse cardiotocografia ele recebia a seguinte
imagem:

Tarefa 04:
Após as suas medidas, esta é a nova cardiotocografia. Indique a categoria a
qual se enquadra o exame e a conduta adequada para o momento.

38
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Questionou sobre contração uterina?

Questionou sobre sangramento vaginal?

Questionou sobre perda de líquido?

Solicitou cartão de pré-natal

39
Solicitou exame físico da paciente?

Pediu para avaliar dinâmica uterina?

Avaliou BCF?

Demonstrou interesse em realizar exame de toque vaginal?

Tarefa 02
Fez o registro correta da dilatação (4 cm)?
Fez o registro correto da altura da apresentação
(altura -2 de Delee)?
Traçou corretamente a linha de alerta e a linha de ação?

Fez o registro correto das contrações (3 moderadas)?

Anotou corretamente o BCF (1450)?

Anotou bolsa íntegra?

Tarefa 03
Questionou sobre padrão da dor e contração?

Questionou sobre sangramentos ou perda de líquidos?

Acalmou a paciente?

Solicitou cardiotocografia?

Identificou se tratar de categoria 2?

Não indicou cesariana no momento?

Ofertou oxigênio?

40
Orientou decúbito lateral?

Realizou hidratação?

Tarefa 04
Identificou se tratar de categoria 1?

Não indicou cesariana no momento?

Indicou seguimento do trabalho de parto?

Debriefing
Mais uma estação de partograma! Tema clássico das provas práticas de
acesso direto. Não tem jeito, moçada! Tem que treinar exaustivamente
preencher e das os diagnósticos do partograma.

Para ir bem numa estação dessas é importante: saber avaliar uma


cardiotocografia e vitalidade fetal, saber preencher adequadamente um
partograma e orientar a paciente sobre as condutas tomadas.

41
Anticoncepcional
Oral
Tema: Anticoncepcional Oral
Caiu em: EMESCAM 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e irá atender uma
paciente, 36 anos, em acompanhamento para tratamento de hipertensão
arterial bem controlada. Vem a consulta agendada para fazer uso de método
contraceptivo, pois iniciou relacionamento recente.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê as condutas necessárias a paciente.

42
Tarefa 03:
Após as orientações, a paciente diz pensar em DIU, mas no momento tem
interesse em testar o injetável trimestral. Prescreva a opção disponível no
Sistema Único de Saúde.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Janaína
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: do lar
• Estado civil: solteira
• Motivo do atendimento: “ Doutor, gostaria de voltar a tomar pílula, pois
comecei um novo relacionamento recente e não quero engravidar.”
• Método anticonceptivo anterior: tomou por conta própria
anticoncepcional durante 6 anos, 10 anos atrás, desde então uso exclusivo
de preservativo.
• Parceiro fixo atual
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas. Nea dismenorréia.
• Ciclo menstrual regular 28/28 dias, com fluxo normal
• G1P1
• DUM: há 1 3 dias
• Comorbidades: HAS bem controlada há 3 anos. Refere também dor de
cabeça do lado esquerdo, tipo pulsátil, sem náuseas ou vômitos, com
luzinhas na visão antes do início da dor há cerca de 3 anos, mas nunca
procurou atendimento por conta disso, pois a dor cessa após 1 dia.
• Medicações de uso contínuo: losartana 50mg 1x/dia e HCTZ
25mg 1x/dia.
• Nega cirurgias prévias
• Nega alergias

43
• Nega eventos trombóticos prévio
• Tabagista de 1 maço/dia desde os 19 anos. Etilista aos finais de semana
• Nega antecedentes familiares

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente, e apenas se solicitado, o cartão de exame físico
geral e do exame ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 70 bpm, PA: 125x80 mmHg. FR: 14 irpm.
SpO2: 98% em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas
e visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, tamanho normal.
Colo uterino indolor à mobilização, fechado. Sem alterações.
Anexos não palpáveis

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

44
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
de preservativo?
Questionou sobre relacionamento atual?
Questionou sobre queixas ginecológicas como corrimento,
sangramento, dismenorreia?
Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou DUM?

Questionou sobre comorbidades?

Questionou sobre medicações em uso?

Questionou sobre cirurgias e alergias?


Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre antecedentes de eventos
tromboembólicos?
Questionou sobre antecedente familiares?

45
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Tarefa 02
Ofereceu métodos seguros e eficazes de contracepção
para a paciente (Progestágeno injetável trimestral, DIU
de cobre ou hormonal)?
Explicou as principais desvantagens de cada um dos
métodos oferecidos em linguagem acessível?
Reforçou importância de preservativo para prevenção
de Infecções Sexualmente Transmissíveis?
Reforçou disponibilidade de preservativo masculino
e feminino na UBS?
Marcou consulta de retorno?

Tarefa 03
Prescreveu Medroxiprogesterona 150mg-ML – 1 ampola
– Aplicar intramuscular profundo em glúteo (nádega)
ou deltoide (parte superior do braço) a cada 12 semanas
(intervalo máximo 91 dias)

Debriefing
Questão sobre anticoncepção tem que realizar uma anamnese detalhada
tentando identificar as contraindicações absolutas aos tipos de contraceptivos
(hormonal combinado, progestágenos ou DIU). Normalmente essas estações
trazem algum tipo de pegadinha e temos que estar atento na hora do prova
para não errar.

46
Investigação de
Nódulo Mamário
Tema: Investigação de Nódulo Mamário
Caiu em: CERMAM 2019, INC 2019, UNIFESP 2018, UFPR 2018,
USP-SP 2017, UNICAMP 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você irá atender uma paciente de 40 anos de idade. Ela relata que durante
a realização do autoexame percebeu um nódulo em mama esquerda.
Ela refere ainda que irá se casar em breve e está muito receosa com
a possibilidade de estar com câncer de mama.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente.

Tarefa 02:
Descreva as principais etapas do exame físico das mamas.

Tarefa 03:
Dê as condutas necessárias à paciente.

47
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Aparecimento de nódulo em mama esquerda percebido durante
o autoexame há 5 dias
• Nega descarga papilar. Nega dor local
• Nega traumas no local
• Nega outros nódulos e alteração da pele
• Menarca aos 12 anos;
• Ciclos regulares de 28 dias com fluxo moderado de 5 dias
• Sexarca aos 16 anos, parceiro único
• Nuligesta
• DUM: há 10 dias
• Último CCO há 3 anos: não lembra o resultado
• Nega patologias prévias
• Refere que tia materna faleceu há 1 ano de CA de mama com 53 anos
• Nega alergias
• Nega tabagismo. Refere etilismo social esporádico
• Refere alimentação balanceada

No momento que o candidato solicitasse uma mamografia a atriz entregava


o seguinte laudo:
• Mamografia BIRADS 3.

48
Orientações
ao Examinador:
Conforme o candidato descrevia o exame físico, o examinador dava
as seguintes informações?

EXAME FÍSICO
• Ausência de abaulamento, retrações e assimetrias à inspeção estática
e dinâmica das mamas.
• Palpação: Nódulo em QSL esquerdo, móvel, fibroelástico,
de aproximadamente 2cm. Ausência de descarga papilar a expressão.
Fossas supra e infraaxilares livre. Axilas livres.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Fez história clínica direcionada para o nódulo mamário?

Perguntou sobre outros nódulos, trauma local, alterações


da pele e descarga papilar?
Perguntou sobre antecedentes familiares de câncer
de mama e ovário?

49
Perguntou sobre antecedentes menstruais?

Perguntou sobre antecedentes obstétricos?


Perguntou sobre hábitos de vida (tabagismo, etilismo,
alimentação)?

Tarefa 02
Pediu permissão para realização do exame mamário?

Mencionou lavar as mãos antes do exame?

Mencionou inspeção estática e dinâmica?


Mencionou palpação de mamas com características
a serem observadas no nódulo e fluxo papilar?
Mencionou avaliação de linfonodos axilares, infra
e supraclaviculares

Tarefa 03
Solicitou mamografia?

Não solicitou USG?

Não solicitou ressonância magnética?

Não realizou biópsia?


Orientou a paciente sobre resultado de mamografia
(provavelmente benigno)?
Orientou conduta de seguimento pós resultado
de mamografia BI-RADS 3 (nova mamografia em 6 meses)?
Orientou necessidade de realização de novo CCO?

Marcou consulta de retorno?

50
Debriefing
Investigação de um nódulo mamário é outra estação clássica das provas
práticas, pois ela possui uma sequência diagnóstica que não deve ser mudada.
Nessas estações, é fundamental saber realizar o exame clínico sistematizado
das mamas, além de interpretar adequadamente a mamografia e dar a
conduta correta a depender do BIRADS.

51
Infertilidade

Tema: Infertilidade
Caiu em: UNICAMP 2019

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ginecológica

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 32 anos, vem a consulta ambulatorial, referindo que tenta
engravidar há 3 anos, sem sucesso.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Qual o diagnóstico?

Tarefa 03:
Solicite a avaliação básica inicial.

Tarefa 04:
Realizada a avaliação Inicial e o único exame alterado foi a

52
histerossalpingografia conforme a imagem a seguir. Qual o diagnóstico e a
conduta?

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Ana Júlia
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: auxiliar administrativa
• Estado civil: casada há 5 anos
• Motivo do atendimento: “ Doutor, eu e meu marido estamos casados há
5 anos e há 3 anos estamos tentando engravidar, mas não conseguimos
• Relações sexuais 3x/semana
• Relata que usava anticoncepcional oral antes desses 3 anos
• Ciclos menstruais regulares de 28/28 dias com fluxo normal de 5 dias
• DUM: há 7 dias
• Nuligesta

53
• Sexarca aos 16 anos
• Último CCO: há 1 ano, sem alterações
• Marido também nunca teve filhos (marido não pode vir a consulta, pois
estava trabalhando)
• Nega corrimento, dismenorréia, sangramento anormal
• Nega infecções prévias
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Relata apendicectomia aos 15 anos. Nega alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas.
• Nega antecedentes familiares de infertilidade

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente, e apenas se solicitado, o cartão de exame físico
geral e do exame ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 62 bpm, PA: 110x60 mmHg. FR: 16 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII b,
sem sinais de TVP.

54
EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado. Útero em AVF,
tamanho normal. Anexos não palpáveis
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações. Útero em AVF, intrapélvico.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
de preservativo?
Questionou sobre relacionamento atual e número
de relações sexuais semanais?
Questionou sobre queixas ginecológicas como corrimento,
sangramento, dismenorreia?
Questionou sobre infecções genitais prévias?

Caracterizou ciclo menstrual?

Questionou DUM?

Questionou porquê marido também não veio a consulta?

55
Questionou se marido tem outros filhos?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Questionou sobre antecedente familiares de infertilidade?

Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Tarefa 02
Infertilidade primária

Tarefa 03
Citou espermograma?

Citou laboratório hormonal (FSH, TSH, prolactina


e progesterona)?

Citou USG-TV e histerossalpingografia?

Tarefa 04
Prova de Cotte negativa bilateral ou trompas impérvias
na histerossalpingografia
Indicou videolaparoscopia?

56
Debriefing
Infertilidade é um tema que surpreender muita gente quando caiu na
UNICAMP em 2019. Mas veja que já era uma questão esperada nas estações
de provas práticas de ginecologia, pois esse tema apresenta um raciocínio
diagnóstico sequencial de acordo com a anamneses, exame físico, além de
exames complementares básicos e avançados. Fique atento, pois ela pode
aparecer novamente este ano!

57
Corrimento Vaginal
Tema: Corrimento Vaginal
Caiu em: HIAE 2017

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e irá atender a paciente
Patrícia, 20 anos, com queixa de corrimento vaginal há 1 semana.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente.

Tarefa 02:
Realize o exame físico direcionado.

Tarefa 03:
Explique a paciente o diagnóstico citando o agente causador, e oriente
tratamento.

58
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, faz uma semana mais ou menos que estou
com um corrimento diferente.”
• Características do corrimento: corrimento esbranquiçado com grumos,
em grande quantidade, sem odor muito forte
• Refere muito prurido associado e um pouco de dispareunia
• Nega outros sintomas associados como febre, disúria, polaciúria
• DUM: há 15 dias
• Nuligesta
• Está em um relacionamento fixo há 4 meses
• Nº de parceiros: 6
• Nega uso de camisinha e outros métodos contraceptivos
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 15
• Nega antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis
(no momento da pergunta a paciente fica com preocupada achando que
está com uma IST)
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo

Orientações
ao Examinador:
• O candidato só recebia o que era pedido (geral, especular, pH vaiginal,
exame a fresco e toque vaginal).

59
EXAME FÍSICO:
• Geral: BEG, LOTE, corada, hidratada, anictérica, acianótica,
afebril ao toque.
• Especular (FOTO)

• pH vaginal: 4,0.
• Exame a fresco: presença de micélios birrefringentes.
• Toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações.
• Útero em AVF, intrapélvico.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

60
Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características do corrimento vaginal


(cor, odor, volume)?

Questionou sobre presença de prurido e dispareunia?

Questionou sobre presença de outros sintomas como febre


e sintomas urinários?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?

Investigou sexualidade e número de parceiros?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?

Questionou sobre ISTs prévias?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Tarefa 02
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame especular?

Descreveu as características do corrimento encontrado


(branco aderido a parede vaginal)?

Solicitou pH vaginal?

61
Solicitou exame a fresco?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 03
Citou diagnóstico etiológico: candidíase?

Citou agente causador: Candida sp. (considerar também


Candida albicans)?

Esclareceu não se tratar de uma IST?

Esclareceu que o parceiro não precisa ser tratado também?

Prescreveu miconazol creme vaginal por 7 noites


ou nistatina creme vaginal por 14 noites?

Orientou uso de preservativo para prevenir IST?

Ofertou anticoncepção?

Debriefing
Síndrome do corrimento vaginal não tem sido cobrado muito nas provas
práticas nos últimos anos, mas é um tema muito importante na ginecologia
geral e que pode muito bem aparecer esse ano. Aqui não tem erro, temos
que lembrar as principais características clínicas e do exame físico dos
corrimentos (vaginose, candidíase e tricomoníase).

Lembre-se que na prova, até que se prove o contrário, tudo está disponível,
então não se esqueça dos testes a beira leito que podemos realizar para
elucidação diagnóstica dos corrimentos.

62
Colpocitologia
Oncótica

Tema: Colpocitologia Oncótica


Caiu em: UNIFESP 2019, EMESCAM 2018, UNESP 2018, SCMSP 2017,
UFPR 2017

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente de 62 anos comparece para “consulta ginecológica de rotina”.
Refere que estava lendo sobre câncer de mama no jornal e ficou com medo,
o que motivou a procura do serviço de saúde. Nega comorbidades, cirurgias
prévias, tabagismo ou uso atual de medicamentos. Traz exames laboratoriais
realizados há 6 meses, com hemograma, glicemia, função renal e hepática,
sem alterações.

Tarefa 01:
Realize o atendimento ginecológico direcionado para esta paciente.

Tarefa 02:
Cite o passo a passo da realização do exame de colpocitologia oncótica.

63
Tarefa 03:
Paciente retorna em 1 mês com o seguinte resultado do CCO: Atipia
escamosa-colunar de significado indeterminado. Dê as condutas e
orientações.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nega sangramento uterino pós menopausa
• Nega corrimento, prurido ou lesões em região genital
• Nega queixas mamárias como nódulos, mastalgia e descarga papilar
• Nega incontinência urinária
• Menopausa aos 53 anos
• Nega fogacho, ressecamento vahinal ou alteração do humor
• Nega ter realizado terapia de reposição hormonal em algum momento
do climatério
• Menarca aos 12 anos aproximadamente
• Relata que seu marido foi o único homem que teve. Casou com ele aos
15 anos. Ele era muito mulherengo e faleceu há 4 anos por problemas no
coração. Não teve mais relações sexuais depois que ficou viúva.
• G4Pn4A0
• Refere HAS há 5 anos em uso de losartana 50mg 2x/dia
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Tabagista 50 maços-ano
• Nega história familiar de CA de mama, ovário, endométrio e colorretal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

64
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre sangramento uterino pós menopausa?


Questionou sobre corrimento, prurido ou lesões em região
genital?
Questionou sobre queixas mamárias?

Questionou sobre incontinência urinária?

Questionou idade da última menstruação?

Questionou sintomatologia do climatério?

Questionou realização de terapia de reposição hormonal?

Questionou sobre menarca e histórico sexual?

Questionou paridade?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

Tarefa 02
Citou necessidade de um acompanhante na sala para
realização do exame?
Citou necessidade de explicar e pedir autorização para a
paciente?

65
Citou separar os materiais necessários (lâmina, espéculo,
brush, espátula de Ayres, fixador, frasco coletor e foco de
luz)?
Citou lavar as mãos, colocar a paciente em posição
ginecológica e calçar as luvas de procedimento?
Citou passar o espéculo com cuidado, protegendo a uretra?
Citou coleta correta o material: primeiro ectocérvice e
depois endocérvice?
Citou fixar material na lâmina corretamente?

Citou retirar o espéculo com cuidado e orientar a paciente?

Tarefa 03
Orientou se tratar de um exame alterado?

Orientou necessidade de um novo exame em 6 meses?


Orientou quanto à benignidade do quadro e que não há
com o que preocupa no momento?
Marcou retorno em 6 meses?

Debriefing
Moçada, não tem como ir para a prova prática de GO sem saber o passo a
passo da coleta de material para citologia oncótica. O exame preventivo do
colo de útero é um dos principais exames de rastreamento consolidado na
medicina e por ser fácil e competência do médico generalista, ele é muito
cobrado nas provas de residência.

66
Toxoplasmose
Tema: Toxoplasmose

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 30 anos,
primigesta, em sua segunda consulta de pré-natal.
ATENDIMENTO: dia 22/06/2020.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Dê os diagnósticos da paciente e indique os exames complementares
se necessário.

Tarefa 03:
Indique os exames para investigação complementar e o tratamento.

67
Tarefa 04:
Paciente retorna com 18 semanas de idade gestacional com
resultado de PCR do líquido amniótico positivo para toxoplasmose.
Indique o tratamento farmacológico no momento.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Marta.
• Natural de Piauí.
• Residente em São paulo há 3 anos.
• Profissão: jardineira.
• Estado civil: casada há 1 ano.
• Motivo do atendimento: “Doutor, vim trazer os exames que o senhor me
pediu na última consulta”
• DUM: desconhecida.
• Nega gestações prévias.
• Refere queimação no canal da urina ao urinar há 2 semana.
Nega febre e outros sintomas.
• Nega corrimento e sangramentos. Nega lesões vulvares
e prurido vulvar.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Nega uso de outras drogas.
• Refere não possuir gato em casa, mas refere que na casa onde trabalha
tem muitos gatos de estimação.

68
Orientações
ao Examindor:
• Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o examinador informava que
o mesmo não estava disponível.
• Ao ser solicitado a USG realizada, o candidato recebia o seguinte
resultado:
• USG (12/06/2020): gestação tópica, única, com idade gestacional
compatível com 12 semanas e 4 dias.
• Ao ser solicitado os exames laboratoriais realizados, o candidato recebia
o seguinte cartão:

15/06/2020 15/06/2020
O positivo /
TS Toxoplasmose IgM + / IgG +
negativo
HB/Ht 11,9/37,3 Hep. B anti-HbS +

Glicemia Jejum 89 Hep. C NR

HIV NR Sífilis NR

69
• Urina tipo 1:

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(geral, ginecológico, obstétrico).
Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
SaO2: 98% em a.a., FR: 16 irpm
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 78 bpm, PA: 110x60
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.
Ginecológico:
• À inspeção nota-se ausência de úlceras e vesículas na região vulvovaginal.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência de
nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.

70
Obstétrico:
• Fundo uterino palpável na altura da sínfise púbica. BCF 140 bpm.
• Caso o candidato solicite na tarefa 2 o teste de avidez de IgG
para toxoplasmose, entregar o seguinte resultado:
• Teste de Avidez de IgG para toxoplasmose: 21%.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou dados de identificação (procedência, religião,


estado civil, profissão)?

Questionou DUM?

Solicitou USG e calculou corretamente a idade gestacional


(14 semanas)?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre sintomatologia atual?

Questionou contato com gatos?

Solicitou exame físico geral?

71
Solicitou exame físico ginecológico e obstétrico?

Solicitou os exames laboratoriais já realizados?

Tarefa 02
Indicou o diagnóstico de primigesta e de gestação
em curso com 14 semanas?
Indicou o diagnóstico de toxoplasmose aguda ou crônica?
Solicitou teste de avidez de IgG para esclarecimento
diagnóstico?
Deu o diagnóstico definitivo de toxoplasmose aguda?

Indicou o diagnóstico de infecção urinária?

Tarefa 03
Solicitou USG mensal de acompanhamento?

Solicitou PCR do líquido amniótico por amniocentese


a partir de 16 semanas?
Prescreveu Espiramicina 1g de 8/8hrs (no momento
do diagnóstico)?

Prescreveu antibioticoterapia para ITU?

Solicitou urocultura de controle após 7 dias de tratamento?

Prescreveu ácido fólico?

Questionou sobre dúvidas?

Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno


com exames solicitados?

72
Tarefa 04
Indicou corretamente o tratamento para infecção fetal
( Sulfadiazina 1500mg de 12/12hrs + Pirimetamina 25mg
de 12/12hrs + Ácido Folínico 10mg/dia)?

Debriefing
Nessa estação trabalhamos a consulta de pré-natal um pouco diferente,
sem muito enfoque na anamnese (que provavelmente já foi muito bem
feita na primeira consulta), com um maior enfoque na análise dos exames
laboratoriais realizados pela paciente e sua repercussão.

Veja que a toxoplasmose aguda na gestação nunca foi cobrada diretamente


nas provas práticas de residência médica, mas, devido ao protocolo bem
estabelecido pelo Ministério da Saúde de condutas a serem tomadas frente
ao diagnóstico de toxoplasmose na gestação, esse é um tema que pode
facilmente estar presente na sua prova no final do ano. Aqui, a dica é focar
na sequência de exames necessários para diagnóstico de infecção aguda
e fetal, e consequentemente no tratamento de cada situação.

73
Colpocitologia Oncótica
na Gestação
Tema: Colpocitologia Oncótica na Gestação
Caiu em: UNIFESP 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico / procedimento
• Dentro da sala tinha um manequim simulando uma gestante, fita
métrica e um sonar, além de materiais para a coleta do preventivo (foco,
espéculo, lâmina, frasco coletor, cytobrush, espátula de Ayres, luvas
de procedimento)

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, Gabriela Lopes, 25 anos, primigesta, com idade gestacional de
18 semanas, em uso de ácido fólico 5mg/dia e sulfato ferroso 60mg/dia.
Retorna hoje para a terceira consulta de pré-natal, sem queixas e, com os
exames solicitados na última consulta:
• Laboratoriais: Hb 11,2 / Ht 34,5 / Leuco 11700 / Plaq. 232.000 / Tipagem O
Rh positivo / Coombs indireto negativo / Glicemia de jejum 88 / HIV não
reagente / VDRL não reagente / anti-Hbs não reagente / Toxoplasmose
IgM não reagente e IgG reagente / Hepatite C não reagente / Urina tipo
1 sem alterações / Urocultura negativa.

74
Nega qualquer intercorrências durante o pré-natal. Nega sintomatologia.
Nega tabagismo e etilismo.

Tarefa 01:
Realize o exame obstétrico abdominal. Não há necessidade de realizar
o toque vaginal.

Tarefa 02:
Colete a colpocitologia oncótica.

Orientações
ao Examinador:
• O examinador só deve interagir com o candidato na hora que ele pedir
para identificar a lâmina. Nesse momento o examinador deve entregar
um lápis.

• Todos os outros materiais necessários estavam dispostos sobre a mesa.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Cumprimentou e se apresentou adequadamente
à paciente?
Realizou a medida do fundo uterino (entre 16 e 18 cm)?

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Realizou corretamente as manobras de Leopold?

Auscultou BCF?

Tarefa 02
Citou necessidade de um acompanhante na sala para
realização do exame?
Citou necessidade de explicar e pedir autorização para
a paciente?
Separou os materiais necessários (lâmina, espéculo,
cytobrush, espátula de Ayres, fixador, frasco coletor
e foco de luz)?
Solicitou identificação da lâmina?

Calçou as luvas de procedimento?

Introduziu o espéculo com cuidado, protegendo a uretra?


Coletou corretamente o material: primeiro ectocérvice
e depois endocérvice?
Fixou material na lâmina corretamente?

Retirou o espéculo com cuidado?


Orientou retorno para checar resultado e nova consulta
de pré-natal?

76
Debriefing
No ano de 2019 a prova de UNIFESP misturou um pouco de obstetrícia
com ginecologia. O exame físico obstétrico deve ser de conhecimento
de qualquer médico generalista e por isso é frequentemente cobrado nas
provas práticas. O mesmo vale para a coleta do exame de colpocitologia
oncótica, também conhecido como preventivo ou exame de Papanicolau.

Moçada, não se esqueça de sempre identificar a lâmina antes de realizar


o exame, isso sempre é um item do checklist! Além disso, primeiro
realizamos a coleta da ectocérvice e depois da endocérvice, pois na hora
que introduzimos o cytobrush no canal cervical pode ocorrer sangramento
e isso prejudicar a análise posterior da ectocérvice.

77
Microprolactinoma

Tema: Microprolactinoma
Caiu em: UNICAMP 2019

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você atenderá uma paciente de 24 anos com queixa de acne
há aproximadamente 1 ano.

Tarefa 01:
Preste o atendimento a paciente.

Tarefa 02:
Solicite 6 exames complementares para esta paciente.

Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

Tarefa 04:
Dê a conduta para o caso.

78
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Paloma.
• Natural e procedente de Campinas.
• Profissão: contadora.
• Estado civil: casada há 2 anos.
• Motivo do atendimento: “Doutor, ultimamente apareceram muitas
espinhas na minha cara. Estou incomodada com isso.”
• Nega acantose nigricans.
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas. Nega dismenorreia e
dispareunia.
• Relata que está tentando engravidar há 8 meses mas não consegue.
• Refere uso prévio de ACO e preservativo, mas está há 8 meses
sem usar nenhum método anticonceptivo.
• Ciclo menstrual irregular há mais de 4 anos, com períodos
de até 3 meses de amenorreia.
• Nuligesta.
• DUM: há mais de 3 meses.
• Nega comorbidades prévias. Nega uso de medicações contínua.
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Nega antecedentes familiares

79
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, a atriz entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 72 bpm, PA: 120x80 mmHg. FR: 14 irpm.
SpO2: 98% em a.a.
• Dados antropométrico: peso: 80kg, altura: 1,66m
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque. Presença de acne grau 2 em face. Escore de Ferriman-Gallwey: 4.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado. Útero em AVF,
tamanho normal. Anexos não palpáveis
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações.
Ao solicitar os exames complementares, a atriz entregava apenas o exame
solicitado.
• Beta-HCG: negativo
• TSH: 1,52
• Prolactina: 53 ng/dL
• Testosterona: 0,89 ng/dL (referência 0,08 A 1,11 ng/dL)
• RNM de sela túrcica: compatível com a normalidade

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

80
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?

Questionou outros sintomas de hiperandrogenismo?


Questionou outras queixas ginecológicas como corrimento,
sangramentos, dismenorreia e dispareunia?
Questionou sobre ciclo menstrual?
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
de preservativo?
Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou DUM?

Questionou sobre comorbidades?


Questionou sobre medicações em uso, especificamente
antidopaminérgicos e antipsicóticos/neurolépticos?
Questionou sobre cirurgias e alergias?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre antecedente familiares?

Tarefa 02
Solicitou exame físico?

81
Solicitou beta-HCG?

Solicitou TSH?

Solicitou prolactina?

Solicitou testosterona?

Solicitou RNM de sela túrcica?

Tarefa 03
Microprolactinoma

Tarefa 04
Indicou uso de cabergolina?

Debriefing
Questão um pouco mais complexa da UNICAMP 2019. A dica dessa estação
é explorar ao máximo as queixas da paciente. A queixa principal era de
acne , o que nos leva a pensar em hiperandrogenismo, cuja principal causa
na mulher é a síndrome dos ovários policísticos, mas quando investigamos
melhor, vemos que a mulher também apresenta amenorréia (o que pode
ser compatível com SOP). Iniciamos, então, a investigação de amenorreia
secundária. O primeiro exame a ser pedido é e sempre será o beta-HCG para
afastarmos gravidez. Sendo negativo seguimos a investigação com TSH e
prolactina. E aqui está o pulo do gato, a prolactina veio levemente aumentada,
o que não é compatível com SOP. Nesse momento devemos pensar em
causas de hiperprolactinemia como uso de medicações antidopaminérgicas
e neurolépticas, e prolactinoma. Excluído uso de medicações, devemos
solicitar RNM de sela túrcica, que mesmo normal não exclui a hipótese
de microprolactinoma, o que é compatível com o valor da prolactina e o
exame de imagem.

82
Anticoncepção
Pós-Parto
Tema: Anticoncepção Pós-Parto
Caiu em: USP-RP 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você está no ambulatório de GO e recebe uma paciente primigesta
de 36 semanas que vem tirar dúvidas sobre a anticoncepção pós-parto.

Tarefa única:
Entreviste a paciente e retire suas dúvidas.

Orientações
à Atriz:
Durante a anamnese a atriz fazia os seguintes questionamentos:
• Doutor, eu não quero mais engravidar, quais são os métodos
anticoncepcionais que posso usar logo após a minha gestação?

83
• Em que momento eu posso colocar o DIU?
• Mesmo se for parto normal ou cesárea ou posso colocar o DIU?
• Eu li na internet que tem muita chance de expulsão do DIU.
O que o senhor acha disso?
• Doutor, quais as complicações que pode ter após a colocação do DIU?
• Doutor, caso no futuro eu queira engravidar novamente, eu corro risco
de não conseguir engravidar por ter usado o DIU alguma vez?
• Eu vou poder amamentar normalmente mesmo com o DIU?
• Última dúvida, doutor, com certeza eu vou poder colocar o DIU após o
parto então, né? To meio preocupada com isso.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?
Orientou sobre a possibilidade de colocar o DIU
no puerpério?
Orientou sobre o momento da colocação do DIU
no puerpério?
Orientou que pode ser colocado independente da via
de parto?
Orientou sobre a possibilidade de expulsão e chances?
Orientou corretamente sobre risco de infecção após
colocação do DIU?

84
Explicou sobre ausência de interferência na infertilidade
futura?
Orientou sobre não influenciar na amamentação?
Explicou quais as situações que impediriam a sua colocação
no puerpério imediato (citar pelo menos 2)?
• Bolsa rota há mais de 18 horas (maior risco de infecção);
• Corioamnionite;
• Sangramento puerperal imediato não controlado;
• Laceração vaginal extensa;
• Sepse puerperal.

Perguntou se a paciente tinha mais alguma dúvida?


Checou se a paciente entendeu as orientações?

Debriefing
Estação direta da prova da USP-RP em que não podemos ficar perdendo
tempo e enrolando. Se a paciente tem dúvidas, vamos saná-las. Muita gente
nessa estação focou em outros tipos de métodos anticonceptivos, mas
as perguntas da atriz são claras, e o candidato tinha que focar na inserção
de DIU após o parto.

Vale a pena lembrar que o DIU pode ser inserido até 48 horas pós-parto
(independente da via de parto), mas depois de 10 minutos as chances
de expulsão já aumentam consideravelmente. Além disso, tanto o DIU
de cobre quanto o de levonorgestrel não influenciam na fertilidade futura
e não contraindicam a amamentação.

85
Atonia Uterina

Tema: Atonia Uterina


Caiu em: SCMSP 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: Centro Obstétrico (em cima de uma maca havia uma almofada
simulando um útero)

Início da Estação
Caso clínico:
Você está no centro obstétrico para a realização de uma cesariana em uma
paciente de 36 anos, tercigesta com 2 cesáreas prévias, sem comorbidades.
O acompanhamento de pré-natal foi feito da forma adequada e sem
nenhuma intercorrência, Após a realização da cesariana, a paciente evoluiu
com um quadro de hipotensão, taquicardia e sangramento abundante.

Tarefa 01:
Conduza o atendimento descrevendo os próximos passos a serem realizados.

Tarefa 02:
Descreva sua principal hipótese diagnóstica.

86
Tarefa 03:
Aponte 3 fatores de risco na história que podem justificar sua hipótese
diagnóstica.

Tarefa 04:
Indique 3 diagnósticos diferenciais.

Orientações
ao Examinador:
O candidato deve seguir corretamente o fluxograma de abordagem
a atonia uterina. Quando ele indicar sutura de B-lynch, o examinador
deve responder:
• Ok! Sangramento controlado. Pode seguir para a próxima tarefa.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Realizou corretamente a massagem uterina? (não
considerar se candidato apenas indicar massagem uterina)
Indicou ocitocina 10-20UI EV?

Indicou realização de ácido tranexâmico 1g EV?

87
Indicou realização de ácido tranexâmico 1g EV?

Indicou metilergometrina 1 ampola ou 0,2mg IM?

Indicou misoprostol 800mg via retal?


Indicou tamponamento uterino com balão de Bakri
(considerar apenas tamponamento uterino)?
Indicou tratamento cirúrgico com sutura de B-Lynch?

Tarefa 02
Fez a hipótese diagnóstica de atonia uterina?

Tarefa 03
Apontou idade materna avançada?

Apontou multiparidade?

Apontou cesárea prévia?

Tarefa 04
Indicou retenção de restos placentários?

Indicou coagulopatia?

Indicou inversão uterina?

Não indicou laceração de canal de parto?

88
Debriefing
Moçada, atonia uterina é um tema que apareceu em 2019 na prova da Santa
Casa de São Paulo, mas que tem muita chance de cair neste e nos próximos
ano, afinal, hemorragia pós-parto é a segunda principal causa de morte
materna no Brasil e a primeira no mundo. A dica nesse tipo de estação é
seguir a sequência pré estabelecida de condutas na hemorragia pós-parto.
É isso que a banca examinadora quer saber se o candidato sabe!

Em relação ao ácido tranexâmico que apareceu no checklist da Santa


Casa, ele é um antifibrinolítico que utilizamos muito na emergência
para sangramento uterino anormal e que nos últimos anos começou a ser
incorporado nos guideline de sangramento pós-parto. Então fica ligado que
ele pode estar no seu checklist no final do ano.

89
Descarga Papilar

Tema: Descarga Papilar


Caiu em: UNESP 2019

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: consulta em UBS + um manequim de mamas

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e atenderá uma paciente
jovem de 20 anos com queixa de descarga mamilar. Ela nega comorbidades
prévias, uso de medicações de modo contínuo, alergias e outras queixas.

Tarefa 01:
Realize o exame físico das mamas.

Tarefa 02:
Dê a conduta adequada para a investigação.

90
Orientações
ao Examinador:
Conforme o candidato descrevia o exame físico, o examinador dava
a seguinte informação: exame físico sem alterações.

Apenas quando o candidato menciona-se realizar a descarga papilar,


o examinador fornecia a seguinte informação:
• Descarga papilar bilateral, multiductal, multicolor e somente
a expressão.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Pediu permissão para realização do exame mamário?

Mencionou lavar as mãos antes do exame?


Realizou a inspeção estática (observando tamanho, forma,
textura, simetria, mamilos, abaulamentos, retrações,
lesões e discromia)?
Realizou a inspeção dinâmica (1º mãos na
cintura, 2º braços a 90º, 3º braços a 180º) - observando
abaulamento, retrações ou espessamento de ligamentos?

91
Realizou palpação de linfonodos (supraclavicular,
infraclavicular e axilar)?
Deitou a paciente e posicionou as mãos dela
atrás da cabeça?
Realizou a palpação de cada uma das mamas
(Velpeaux ou Bloodgood)?
Investigou presença de descarga papilar?

Tarefa 02
Explicar benignidade do quadro para a paciente?

Não solicitou nenhum exame complementar?

Explicou necessidade de acompanhamento ambulatorial?

Debriefing
Estação de descarga papilar que abrangia muito mais a técnica de realização
do exame físico das mamas. Para isso não podemos esquecer dos 5 passos
fundamentais da realização do exame mamário:
1. Inspeção estática: observar tamanho, forma, textura, simetria,
mamilos, abaulamentos, retrações, lesões e discromia;
2. Inspeção dinâmica (1º - mãos na cintura, 2º - braços a 90º, 3º - braços
a 180º): observar abaulamento, retrações ou espessamento de
ligamentos;
3. Palpação de linfonodos: supraclavicular,infraclavicular e axilar;
4. Deitar a paciente e posicionar as mãos dela atrás da cabeça
(sempre cobrir a mama que não está sendo examinada);
5. Palpar as mamas com uma dentre as duas técnicas: Velpeaux ou
Bloodgood.

92
E quando suspeitamos da descarga papilar?
Quanto ela é unilateral, espontânea, uniductal e sanguinolenta
ou “água de rocha”. Na descarga láctea temos que pensar em gestação ou
prolactinoma ou uso de medicações (principalmente antidopaminérgicas).

Já na descarga multicolor, a principal causa é a ectasia ductal


e a alteração funcional benigna da mama, cuja conduta em ambos
é acompanhamento clínico.

93
Síndrome do
Ovário Policístico
Tema: Síndrome do Ovário Policístico
Caiu em: UNICAMP 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
J.S.R., 21 anos, sexo feminino, vem à consulta queixando-se de irregularidade
menstrual há 2 meses.

Tarefa 01:
Realize o atendimento a paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares necessários.

Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

Tarefa 04:
Dê a conduta para o caso.

94
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Jéssica.
• Natural e procedente de Campinas.
• Profissão: estudante.
• Estado civil: solteira.
• Motivo do atendimento: “Doutor, estou com a minha menstruação
atrasada há 2 meses.”
• DUM: há mais de 2 meses
• Ciclo menstrual irregular há 2 anos, com períodos de até 3 meses
de amenorreia.
• Nuligesta
• Nega uso de ACO. Refere uso de preservativo nas relações
com parceiro fixo.
• Refere ainda acne excessiva desde a adolescência e muitos pelos abdome
e pernas, o que a incomoda.
• Nega acantose nigricans e alopecia. Refere ganho de peso nos
últimos 2 anos.
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas. Nega dismenorreia e
dispareunia.
• Nega comorbidades prévias. Nega uso de medicações contínua.
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Nega antecedentes familiares de infertilidade.

95
Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, a atriz entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• BEG, corada, hidratada. PA 140x90mmHg, FC 85 bpm,
FR 20 irpm, SPO2 96% em ar ambiente, altura 1,64m, peso 82kg.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado.
Útero em AVF, tamanho normal. Anexos não palpáveis
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado.
Sem alterações.

Apenas se o candidato pedisse o Índice de Ferriman-Gallwey,


a atriz entregava o seguinte cartão:
• Indice de Ferriman-Gallwey: 3

Ao solicitar os exames complementares, a atriz entregava apenas


o exame solicitado.
• Beta-HCG: negativo
• TSH: 2,52
• LH: 6,1
• Prolactina: 11 ng/dL
• Testosterona: 3,2 ng/dL (referência 0,08 A 1,11 ng/dL)
• 17-OH progesterona: 63 ng/dL (FASE FOLICULAR:
até 80 ng/dL)
• USG transvaginal: FOTO

96
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_do_
ov%C3%A1rio_polic%C3%ADstico

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?

Questionou o motivo da consulta?

Questionou data da última menstruação?

Questionou padrão dos ciclos menstruais?

Questionou uso de métodos anticoncepcionais?

Investigou atividade sexual?

97
Questionou sobre acne, hirsutismo, alopecia, acantose
nigricans e ganho de peso (satisfatório: se citar 2 ou mais)?
Questionou outras queixas ginecológicas como corrimento,
sangramentos, dismenorreia e dispareunia?
Questionou sobre comorbidades?
Questionou sobre medicações em uso, especificamente
antidopaminérgicos e antipsicóticos/neurolépticos?
Questionou sobre cirurgias e alergias?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre antecedente familiar ou pessoal
de infertilidade?
Solicitou exame físico geral com dados antropométricos?

Solicitou exame ginecológico?

Solicitou Índice de Ferriman-Gallwey?

Tarefa 02
Solicitou beta-HCG?

Solicitou TSH, FSH e LH? (satisfatório: se citar os 3)


Solicitou prolactina, testosterona, 17-OH progesterona?
(satisfatório: se citar 2 ou mais)
Solicitou USG transvaginal?

Tarefa 03
Citou que o diagnóstico de síndrome dos ovários
policísticos é o mais provável?

98
Tarefa 04
Orientou paciente a realizar atividade física, modificar
a dieta e a perder peso?
Prescreveu anticoncepcional oral hormonal combinado
para ajuste do ciclo menstrual?
Orientou retorno precoce para reavaliação e seguimento?

Debriefing
A Síndrome do Ovário Policístico é a endocrinopatia ginecológica mais
comum, acometendo cerca de 5 a 10% das mulheres, e a maior causa de
hiperandrogenismo. A clínica ajuda no diagnóstico, por isso não podemos
deixar de perguntar na anamnese sobre resistência insulínica (acantose
nigricans), sinais de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo por meio do
índice de Ferriman, alopecia e pele oleosa), e anovulação (irregularidade
menstrual e infertilidade).

Para o diagnóstico devemos excluir outras causas de irregularidade menstrual


e/ou hiperandrogenismo como gravidez (beta-HCG), hiperprolactinemia,
hiperplasia adrenal congênita (17OH-progesterona), síndrome de Cushing
(cortisol), neoplasia de suprarrenal (SDHEA) dentre outros. Já o tratamento
envolve mudanças dos hábitos de vida (dieta, perda de peso e realização de
atividade física), e depende dos objetivos pessoais da mulher como controle
da resistência insulínica com metformina, do hirsutismo com ciproterona,
e do ciclo menstrual com ACO.

A estação da UNICAMP 2018 não foi difícil, mas pegou muita gente de
surpresa. Lembre-se: uma anamnese bem feita é a chave para o sucesso
nessas estações!

99
Ruptura Prematura
de Membranas Ovulares
Tema: Ruptura Prematura de Membranas Ovulares
Caiu em: CERMAM 2018

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico
Na sala tinha um manequim de gestante e um manequim pélvico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o(a) médico(a) de uma Unidade Básica de Saúde de uma cidade
do interior do Amazonas, e atenderá uma paciente gestante, de 26 anos
de idade, que faz pré-natal na Unidade e está relatando que “saiu um líquido
estranho” na roupa íntima há aproximadamente 2 horas.
Dia do atendimento: 30/08/2017

Tarefa única:
Faça o atendimento à gestante, determinando o provável diagnóstico
e realizando as condutas pertinentes para o caso.

100
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo do atendimento: “Doutor, perdi bastante líquido que molhou
toda a minha calça.”
• Refere perda de líquido há aproximadamente 1 hora de coloração clara,
sem odor fétido.
• Refere dor em baixo ventre de pequena intensidade.
• Nega sangramento prévio.
• Nega febre. Nega corrimento. Nega outros sintomas.
• Nega sintomas urinários.
• DUM: 18/12/2016
• Primeira gestação. Nega abortos prévios.
• Nega comorbidades.
• Relata estar em uso de ácido fólico e sulfato ferroso.
• Nega alergias, cirurgias, tabagismo e etilismo.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:

CARTÃO DE PRÉ-NATAL
• DUM: 18/12/2016 (compatível com USG de primeiro trimestre)

Ao solicitar o exame físico, o examinador pedia que o candidato


fosse até o manequim e simulasse o exame físico obstétrico.

101
01/03/2017 01/03/2017
TS O negativo Toxoplasmose IgM - / IgG +
HB/Ht 11,5/35,1 Hep. B anti-HbS -

Glicemia Jejum 90 Hep. C NR

HIV NR Urina 1 normal


Sífilis NR Urocultura negativa
Estrepto.
não realizado
grupo B

Conforme o candidato fosse realizando o exame o examinador dava as


informações:

EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO:


• AFU: 35cm.
• Manobras de Leopold: feto longitudinal, dorso a esquerda, cefálico, não
insinuado.
• BCF: 144 bpm, rítmico.
• Ao solicitar o exame especular, o candidato deveria simular o exame no
manequim de pelve. E o examinador informava:
• Especular: saída de grande quantidade de líquido amniótico claro e com
grumos pelo OE do colo. Ausência de sangramento. Paredes vaginais
íntegras, sem laceração.

O toque vaginal não era preciso realizar, se o candidato pedisse o examinador


informava:
• Toque vaginal: colo uterino posterior, consistência amolecido, grosso,
pérvio 2cm.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

102
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função)?

Solicitou cartão de pré-natal?

Questionou sobre a data da última menstruação e/ou USG


do primeiro trimestre para avaliar idade gestacional?
Calculou corretamente a idade gestacional
(36 semanas e 3 dias)?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre o tempo que está perdendo o líquido?

Questionou sobre a quantidade, coloração e odor


do líquido?

Questionou sobre a dor abdominal e sangramento prévio?

Questionou sobre sangramento prévio?

Questionou sobre febre, corrimento e sinais de infecção?

Questionou sobre sintomas urinários?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Mediu fundo uterino?

Realizou as manobras de leopold corretamente?

103
Auscultou o BCF?

Realizou o exame especular adequadamente (introduziu


o espéculo obliquamente, observou o líquido, retirou
o espéculo adequadamente - o candidato deverá fechar
o espéculo, rotacionar e remover)?

Solicitou toque vaginal?

Realizou o diagnóstico de ruptura prematura


de membranas ovulares e explicou a paciente?

Indicou internação?

Solicitou exames laboratoriais para investigação


de infecção (hemograma, PCR e urina 1)?
Explicou necessidade de preparo de colo com misoprostol
e indução do parto?
Solicitou cardiotocografia basal?
Prescreveu antibioticoprofilaxia para estreptococo
do grupo B (ataque e manutenção)?
Retirou dúvidas da paciente?

Debriefing
Ruptura prematura de membranas ovulares ou RPMO ou amniorrexe
prematura é um tema frequentemente cobrado nas provas teóricas e que no
ano de 2018 apareceu também na prova prática da CERMAM. O diagnóstico
padrão-ouro é por meio da visualização da perda de líquido pelo orifício
externo do colo (como na nossa estação), mas em caso de dúvida podemos
lançar mão de alguns exames complementares, como: teste da nitrazina,

104
teste da cristalização, teste do fenol vermelho, pesquisa de elementos fetais,
teste da alfa-microglobulina placentária (Amnisure), e USG (evidenciando
oligoâmnio).

O tratamento depende da exclusão de sofrimento fetal agudo


e corioamnionite, e da idade gestacional, sendo o parto indicado para casos
de SFA, corio e IG maior que 32/34 semanas.

Ah! Não se esqueça de avaliar a indicação de antibioticoprofilaxia para


o estreptococo do grupo B.

105
Violência Sexual
Tema: Violência Sexual
Caiu em: UFPR 2017 / USP-RP 2016 / UNESP 2016 / UNICAMP 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta ambulatorial

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico de um Pronto Atendimento e atenderá uma paciente de 19
anos que se apresenta muito chorosa e agitada na triagem.

Tarefa Única:
Preste o atendimento completo a paciente com as condutas adequadas para
o caso.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Vanessa.
• Natural e procedente de São Paulo.
• Profissão: estudante.

106
• Estado civil: solteira.
• Motivo do atendimento (paciente apresenta-se chorosa durante todo o
atendimento): “Doutor, fui vítima de violência sexual essa noite.”
• Refere penetração vaginal sem uso de preservativo.
• Nega conhecer o agressor.
• Queixa-se de muita dor em região vaginal.
• Nuligesta.
• DUM há 10 dias.
• Nega uso de métodos contraceptivos. Nega relação sexual no último mês.
• Nega história prévia de infecções sexualmente transmissíveis.
• Nega comorbidades prévias. Nega uso de medicações contínua.
• Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e refre etilismo social.
• Não trouxe cartão de vacinação. Não lembra quais vacinas já tomou.

Durante a consulta, paciente se mostra muito preocupada, pois uma tia


trabalha no hospital e ela não quer que ninguém da família saiba do ocorrido.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 110 bpm, PA: 130x80 mmHg. FR: 18 irpm.
SpO2: 98% em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.

107
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• À inspeção nota-se ausência de úlceras e vesículas e outras lesões na
região vulvovaginal.
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado. Útero em AVF,
tamanho normal. Anexos não palpáveis. Ausência de laceração em
parede vaginal. Ausência de corrimento e sangramento.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, fechado. Sem
alterações.

Ao solicitar os testes rápidos, o examinador deve entregar o seguinte cartão:


• Teste rápido HIV: NR
• Teste rápido Sífilis: NR
• Teste rápido Hepatite B: NR
• Teste rápido Hepatite C: NR

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?

108
Mostrou empatia?

Questionou o motivo da consulta?

Questionou sobre tipo de penetração e uso de preservativo

Questionou outras queixas?

Questionou sobre paridade e DUM?

Questionou sobre uso de método contraceptivo?

Questionou sobre sobre doenças sexualmente


transmissíveis prévias?

Perguntou sobre os antecedentes patológicos?

Questionou sobre cartão de vacinação?

Solicitou exame físico?

Solicitou testes rápidos (HIV, VDRL, sorologia


para hepatites B e C)

Indicou contracepção de emergência?

Indicou quimioprofilaxia para HIV?

Prescreveu penicilina benzatina (1,2 milhões UI, IM,


em cada nádega)?

Prescreveu ceftriaxona 500mg, IM, dose única?

Prescreveu azitromicina 1g, VO, dose única?

Indicou vacinação para hepatite B?

109
Indicou vacinação para tétano?

Ofereceu encaminhamento para apoio psicossocial?

Orientou sobre, em caso de gestação, ter possibilidade


de interrupção até 20 semanas?
Ofertou realização de boletim de ocorrência, porém sem
obrigatoriedade para realização de atendimento?

Realizou notificação compulsória imediata?

Orientou sobre sigilo médico?

Debriefing
Violência sexual é um tema recorrente nas provas práticas, tanto na
estação de GO quanto na estação de preventiva. O segredo aqui é vocês
lembrarem desde o mais “básico” - como acolher a paciente e ter empatia,
obter informações sobre o estado sorológico prévio do agressor e da vítima
e orientar as profilaxias corretas das principais doenças sexualmente
transmissíveis (virais e não-virais), além de indicar contracepção
de emergência. Adicionalmente, é importante manter seguimento
multiprofissional e clínico.

Não caiam na “pegadinha” em relação ao Boletim de Ocorrência -


ele não é obrigatório, mas deve ser oferecido. A notificação, por sua vez,
deverá ser feita.

110
Descolamento
Prematuro de Placenta (DPP)
Tema: Descolamento Prematuro de Placenta (DPP)

Grau de dificuldade: moderado / alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento (atriz está deitada na maca
de atendimento)

Início da Estação
Caso clínico:
Sheila, 24 anos, primigesta, com 37 semanas e 3 dias de idade gestacional,
chega à maternidade com queixa de dor forte abdominal. Nega febre ou
perda de líquido. Refere diminuição da movimentação fetal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Quais exames devem ser solicitados neste momento?
E qual(is) o(s) diagnóstico(s)?

111
Tarefa 03:
Cite o principal diagnóstico diferencial e 3 características que o diferencia
de seu diagnóstico principal.

Tarefa 04:
Cite 5 fatores de risco para o seu diagnóstico principal.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo do atendimento : “Doutor, estou sentindo muita dor
na barriga há cerca de 1 hora, que iniciou de repente.”
• Refere sangramento em pequena quantidade, vermelho escuro.
• Nega febre ou perda de líquido. Refere diminuição da movimentação
fetal hoje.
• Esqueceu caderneta da gestante.
• Nega comorbidades prévias, mas refere que a pressão subiu nesta gravidez
e está em uso de metildopa 500mg de 8/8h. Nega alterações de exames
laboratoriais.
• Nega cirurgias e alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado
(geral, altura uterina, dinâmica uterina, BCF, especular e toque vaginal):

112
Geral:
• REG, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao
toque.
• Sinais vitais: PA: 150x92 mmHg em decúbito FC: 110 bpm.
SaO2: 95% em a.a. FR: 20 irpm.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. mmHg.

Obstétrico:
• Altura uterina: 34cm.
• DU: difícil avaliação por tônus uterino endurecido.
• BCF: 172 bpm, de difícil localização.
• Exame especular: presença de pequena quantidade
de sangue vermelho escurecido em fundo de saco vaginal.
Ausência de sangramento ativo.
• TV: colo medializado, amolecido, pérvio 2cm, esvaecido
50%, plano -2 de Delle. Bolsa amniótica tensa.

CARTÃO DE PRÉ-NATAL: não disponível


Caso o candidato solicitasse cardiotocografia ele recebia a seguinte imagem:

Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-842.html

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

113
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Questionou sobre as características da dor?

Questionou sobre sangramento e suas características?

Questionou sobre perda de líquido e movimentação fetal?

Questionou sobre comorbidades e uso de medicações?

Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas?

Solicitou exame físico geral da paciente?

Solicitou AU?

Solicitou BCF?

Solicitou tônus ou dinâmica uterina?

Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal após exame especular?

Tarefa 02
Solicitou HMG, tipagem sanguínea + fator Rh,
coagulograma?
Solicitou cardiotocografia?

114
Diagnosticou DPP?

Diagnosticou sofrimento fetal?

Realizou monitorização da paciente?


Indicou interrupção imediata da gestação por parto
cesáreo?
Explicou a conduta para a paciente?

Tarefa 03
Diagnóstico diferencial: placenta prévia

Orientou necessidade de um novo exame em 6 meses?


Citou corretamente pelo menos 3 características
(sangramento vermelho vivo, útero não endurecido,
abdome indolor, sangramento de repetição, volume de
sangue progressivamente maior)?

Tarefa 04
Fatores de risco possíveis (HAS, trauma, uso de cocaína,
tabagismo, DPP prévio)

Debriefing
Outro tema importante nas provas de GO, e que, apesar de não ter sido
cobrado nos últimos anos em uma estação de prova prática, é questão certa
nas provas teóricas e pode muito bem ser adaptado à segunda fase.

O fluxo de pensamento aqui é muito parecido com o que vocês devem


ter ao se depararem com uma questão de DPP na prova teórica: lembrar
desde o reconhecimento do diagnóstico, fatores de risco, investigar

115
a vitalidade fetal e a conduta obstétrica a ser tomada para aquela ocasião;
não esqueçam, ainda, dos fatores de risco para DPP e dos possíveis diagnósticos
diferenciais, com destaque para a placenta prévia, que já foi tema de segunda
fase da UNESP.

116
Doença Inflamatória
Pélvica Aguda

Tema: Doença Inflamatória Pélvica Aguda


Caiu em: HIAE 2016, HSL 2016

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 22 anos, chega ao pronto socorro do hospital em que você trabalha
com quadro de fortes dores em região abdominal, do tipo cólica e caráter
progressivo há 1 semana. Relata febre baixa.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares necessários.

Tarefa 03:
Qual a hipótese diagnóstica (sindrômica e etiológica)?

117
Tarefa 04:
Dê as condutas adequadas para o caso.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, estou com uma dor muito forte em
minha barriga há mais ou menos 1 semana e que vem piorando
nos últimos dias, localizada principalmente em baixo ventre.
Antes era uma cólica como a menstruação, mas agora está muito forte.”
• Nega relação da dor com ciclo menstrual. Nega fatores de melhora
e piora no momento.
• Refere febre aferida de 38,5ºC com melhora ao uso de dipirona.
• Refere dispareunia. Nega sinusiorragia e outros sintomas ginecológicos.
Nega leucorreia.
• Refere que teve mais de 1 parceiro sexual no último ano, sem uso
de preservativo.
• Refere tratamento para tricomoníase há 2 anos.
• DUM: desconhecida
• 1G0P1A
• Já realizou curetagem uterina devido a aborto espontâneo de primeiro
trimestre, há dois anos.
• Nega uso de camisinha e outros métodos contraceptivos
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Ciclos menstruais regulares de 28 dias com fluxo de 4 dias.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM.

118
Orientações
ao Examindor:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 112 bpm, PA: 100x60 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a. Temperatura: 38,3C.
• REG, LOTE, hipocorada (2+/4+), desidratada (+/4+), acianótica,
anictérica, fáceis de dor.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+,dor à palpação superficial e profunda
nas fossas ilíacas e hipogástrio. Ausência de massas e visceromegalias à
palpação. Giordano negativo, Blumberg positivo.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino hiperemiado, presença
de pequena quantidade de corrimento purulento com odor fétido.
• Ao toque vaginal:.Útero em AVF, intrapélvico. Dor à mobilização do
colo uterino e fundo de saco de Douglas. Dor a palpação anexial direita.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava


um cartão com cada exame pedido:
• Hemograma com leucocitose com desvio para esquerda
• VHS E PCR aumentados
• B-HCG negativo
• Exame de urina sem alterações
• Ultrassonografia transvaginal:

119
Fonte: https://www.sprmn.pt/revista/arp106/pdf/ARP%20106%20artigo_revisao2.pdf

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características da dor (localização, tipo, fatores


de melhora e piora)?

Questionou sobre presença de corrimento e dispareunia?

Questionou sobre presença de outros sintomas como febre


e sintomas urinários?

Questionou sobre ISTs prévias?

120
Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?

Investigou sexualidade e número de parceiros?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou hemograma, PCR e VHS?

Solicitou beta-HCG e urina tipo 1?

Solicitou USGTV?

Tarefa 03
Citou diagnóstico sindrômico: doença/moléstia
inflamatória pélvica aguda?

Citou DIPA estágio 3 de Monif?

Citou agente causador: Neisseria gonorrhoeae


e/ou Chlamydia trachomatis?

121
Tarefa 04
Orientou tratamento hospitalar com drenagem cirúrgica?

Prescreveu ceftriaxona IV + metronidazol IV + doxiciclina


VO por 14 dias ou gentamicina + clindamicina IV?

Orientou rastreio de outras ISTs?

Orientou convocação de parceiro para consulta médica?

Debriefing
Moçada, mulher jovem, sexualmente ativa, com dor em baixo ventre sempre
temos que ter como hipótese diagnóstica doença/moléstia inflamatória
pélvica aguda, e apendicite como diagnóstico diferencial. Vemos que
a paciente do caso clínico possui vários fatores de risco para DIPA
como múltiplos parceiros sexuais, não uso de preservativo, IST prévia,
e principalmente, idade entre 15 e 25 anos.

Para o diagnóstico precisamos ter os 3 critérios maiores ou mínimos


+ 1 critério menor:
• Critérios maiores/mínimos: dor hipogástrica, dor anexial, dor
a mobilização do colo;
• Critérios menores: febre, leucocitose, aumento das provas inflamatórias
(PCR e/ou VHS) e cervicite.

Ah! Não podemos nos esquecer da Classificação de Monif, pois ela guia
o nosso tipo de tratamento (ambulatorial x hospitalar):
• Estágio 1: DIPA não complicada;
• Estágio 2: DIPA com peritonite;
• Estágio 3: oclusão de trompa ou abscesso;
• Estágio 4: abscesso maior que 10cm ou roto.

122
Sífilis Gestacional

Tema: Sífilis Gestacional


Caiu em: HSL 2019, UFES 2019, CERMAM 2018, UNICAMP 2016,
USP-SP 2015

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 19 anos,
em sua primeira consulta de pré-natal.
ATENDIMENTO: dia 19/08/2020.

Tarefa Única:
Realize o atendimento e condutas para esta paciente.

123
Orientações
à Atriz
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Joana
• Natural e procedente de São Paulo
• Profissão: estudante
• Estado civil: solteira (não sabe quem é o pai da criança)
• DUM: 25/05/2020
• Refere ciclos menstruais regulares de 28 dias com fluxo de 5 dias.
• Nega gestações prévias.
• Ainda não recebeu caderneta da gestante.
• Nega anticoncepção e uso de preservativos
• Nega quaisquer sintomas.
• Relata corrimento em pequena quantidade, transparente, sem odor
fétido, sem prurido. Nega sangramentos. Nega lesões vulvares.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicações contínuas.
Relata apendicectomia aos 15 anos. Nega alergias.
• Refere tabagismo 1 maço/dia. Refere etilismo social apenas nos fins de
semanas. Nega uso de outras drogas.
• Perdeu cartão de vacinação.

Após solicitação dos exames complementares, caso o candidato questione


a atriz:
• Nega tratamento prévio para sífilis.
• Nega qualquer tipo de lesão vulvar e corporal.
• Nega ISTs prévias.

124
Orientações
ao Examinador
Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado
(geral, ginecológico, obstétrico).

Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao
toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios. SaO2: 99%
em a.a., FR: 18 irpm
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 72 bpm, PA: 110x60
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edemas.

Ginecológico:
• À inspeção estática nota-se ausência de úlceras e vesículas na região
vulvovaginal.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência de
nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.
Obstétrico:
• Fundo uterino palpável na altura da sínfise púbica. Não auscultado BCF.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador levantava uma


plaquinha com o respectivo exame solicitado:
• TS: O positivo

125
• Hemograma: Hb 11,7 / Ht 35,4% / Leuco 11220 73% de neutrófilos) /
plaquetas 204000
• Glicemia jejum: 90
• HIV: não reagente
• VDRL: 1/64
• Hepatite B: anti-HBs não reagente
• Toxoplasmose: IgM e IgG não reagente
• Urina tipo 1: sem alterações
• Urocultura: negativa

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou DUM?
Calculou corretamente a idade gestacional (12 semanas
e 2 dias) e DPP (01/03/2021)?
Solicitou cartão de pré-natal e cartão de vacinação?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou anticoncepção e uso de preservativos?


Questionou sobre sintomatologia atual, sangramento,
corrimento, dor e lesões vulvares?

126
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Solicitou exame físico geral?
Solicitou exame físico ginecológico e obstétrico?
Solicitou todos os exames de rotina de 1º trimestre
adequadamente (hemograma; tipagem sanguínea + Rh;
glicemia de jejum; sorologias: toxoplasmose, sífilis, HIV
e hepatite B; urina tipo 1 e urocultura)?
Solicitou morfológico de 1º trimestre entre 11ª a 13ª semana
+ 6 dias de gestação?

Interpretou resultado de VDRL positivo?

Questionou tratamento prévio para sífilis ou outras ISTs?

Prescreveu penicilina benzatina corretamente


(IM, 2,4 milhões UI, 3 doses, intervalo de 1 semana)?
Explicou adequadamente sobre forma de transmissão
(doença sexualmente transmissível)?
Orientou entrar em contato com parceiros para convocar
para tratamento?

Orientou seguimento mensal para controle de cura?

Notificou sífilis gestacional?

Orientou interromper tabagismo e etilismo?

Prescreveu ácido fólico?

Orientou vacinação para influenza e hepatite B?

127
Questionou sobre dúvidas?

Indicou seguimento da gestação em UBS e marcou retorno?

Debriefing
Quando as bancas exigirem que uma consulta seja realizada
(seja puericultura, consulta de rotina ou pré-natal) é necessário que vocês
sigam a estrutura de forma sistemática para que não haja confusão e perda
de tempo. Cada uma terá suas particularidades e provavelmente haverá
algum exame alterado ou queixa do paciente para ser solucionada.

Em pré-natal, não esqueçam de: pedir cartão de vacinação e o cartão


de pré-natal, solicitar exames pertinentes à idade gestacional, definir
condutas apropriadas ao caso (com comunicação efetiva ao paciente)
e marcar retorno.

Em relação a sífilis, toda gestante deve ser tratada com penicilina benzatina
na dose correspondente a fase da doença:
• Sífilis primária, secundária ou latente recente: 1 dose de 2,4 milhões UI,
IM;
• Sífilis terciária ou latente tardia: 3 doses de 2,4 milhões UI, IM,
intervalo de 1 semana.

Lembrando que toda sífilis gestacional deve ser notificada! Não se esqueça
disso na hora da prova!

128
Estática Fetal

Tema: Estática Fetal


Caiu em: FAMERP 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro
Manequim gestante + imagens de posição fetal e de fórcepe

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico que irá começar o plantão em uma maternidade.
Seu colega lhe informa que uma gestante de 39 semanas, primigesta, sem
comorbidades acabou de entrar em período expulsivo do trabalho de parto.

Tarefa 01:
Realize os 3 primeiros tempos da Manobra de Leopold e indique qual
a sua relação com a estática fetal.

Tarefa 02:
De acordo com a imagem apresentada, qual a variedade de posição
da apresentação ao toque vaginal?

Tarefa 03:
E qual o ponto de referência do feto ao toque vaginal?

129
Tarefa 04:
Em alguns casos o uso de fórceps pode ser recomendado. Nomeio os tipos
de fórceps abaixo?
OBS: Nas tarefas 02, 03 e 04 o candidato deve escrever as respostas em
uma folha.

Orientações
ao Examinador:
Na tarefa 02, o examinador entregava a seguinte imagem:

Na tarefa 04, o examinador entregava as seguintes imagens:

A) B) C)

Fonte: https://www.slideshare.net/carolinereisg/parto-vaginal-assistido-frceps-e-vcuo

130
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Mencionou lavar as mãos antes de realizar o exame físico?


Realizou o primeiro tempo da Manobra de Leopold
corretamente e relacionou com a situação fetal?
Realizou o segundo tempo da Manobra de Leopold
corretamente e relacionou com a posição fetal?
Realizou o terceiro tempo da Manobra de Leopold
corretamente e relacionou com a apresentação fetal?
Tarefa 02
Identificou a variedade de posição occipito esquerda
anterior (OEA)?
Tarefa 03
Indicou como ponto de referência o lambda?

Tarefa 04
Nomeou corretamente a imagem A como fórceps
de Kielland?
Nomeou corretamente a imagem B como fórceps de Piper?
Nomeou corretamente a imagem C como fórceps
de Simpson?

131
Debriefing
Estática fetal é está em alta nos últimos anos nas provas práticas
de residência médica, e as manobras de Leopold são o que mais cai desse
tema. As manobras são uma forma de sistematização da palpação abdominal
na gestante a fim de determinarmos alguns marcos da estática fetal:
• 1º Tempo: delimitação do fundo do útero usando ambas as mãos.
Possibilita identificar o polo que ocupa o fundo uterino e determinar
a situação fetal.
• 2º Tempo: ao deslizar as mãos do fundo uterino para o polo inferior,
tenta-se palpar o dorso fetal e os membros, de um ou outro lado
do útero. Procura-se sentir o dorso fetal e determinar a sua posição.
• 3º Tempo: tenta-se apreender esse pólo fetal entre o polegar e o indicador
da mão direita, imprimindo movimentos laterais para procurar
identificar a apresentação fetal.
• 4º Tempo: o examinador fica de frente para os membros inferiores
da gestante e, com as extremidades dos dedos, palpa a pelve para tentar
sentir o grau de penetração da apresentação na pelve.

Essa estação foi um pouco mais difícil porque também perguntava alguns
conceitos de variedade de posição fetal e tipos de fórceps. Vale a pena dar
uma revisada nesses dois assuntos também, mesmo não sendo comuns nas
provas práticas eles podem aparecer no final do ano.

132
Análise de
Partograma
Tema: Análise de Partograma
Caiu em: FAMERP 2020

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico plantonista em um pronto socorro de obstetrícia e irá
avaliar uma paciente secundigesta admitida na maternidade em trabalho
de parto com 10 horas de evolução.

Tarefa 01:
Dê o diagnóstico do trabalho de parto de acordo com o partograma.

Tarefa 02:
Cite a principal causa da distócia.

Tarefa 03:
Dê a conduta para o caso.

Tarefa 04:
Cite os critérios de aplicabilidade do fórceps.

133
OBS:
Na tarefa 02, o candidato deve escrever a resposta em uma folha.

Orientações
ao Examinador:
Na tarefa 01, o examinador entregava a seguinte imagem:

134
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Fez o diagnóstico de parada secundária da descida?

Tarefa 2
Indicou distócia funcional?

Tarefa 3
Indicou amniotomia?

Indicou ocitocina, caso a amniotomia não resolva?

Tarefa 4
Citou dilatação total?
Citou insinuação fetal ou feto acima de +1 do plano
de Delle?
Citou bolsa rota?

Citou que o médico deve conhecer a variedade de posição?

Citou que desproporção céfalo-pélvica deve ser excluída?

135
Debriefing
Se temos uma certeza nessa vida é que no final do ano você irá se deparar
com um partograma em sua prova prática ou até mesmo na teórica.
Aqui não tem para onde fugir, temos que saber preencher o partograma
e interpretá-lo corretamente.

E para te ajudar na hora da prova vamos à algumas definições:


• Fase ativa prolongada: dilatação cervical menor que 1 cm/hora, portanto
ultrapassa a linha de alerta, decorrente de distócia uterina;
• Parada secundária da dilatação: dilatação cervical mantida por 2 toques
consecutivos no intervalo de 2 horas (também passa a linha de alerta).
As causas são desproporção céfalo-pélvica (DCP) ou apresentação fetal
anômala (deflexão, variedade transversa ou posterior);
• Período pélvico prolongado: descida progressiva mas muito lenta
da apresentação durante o período expulsivo. Causas: DCP ou
apresentação fetal anômala (deflexão, variedade transversa ou posterior);
• Parada secundária da descida: dilatação completa + ausência de descida
por 2 toques consecutivos com intervalo de pelo menos 1 hora entre
eles. Causas: DCP ou apresentação fetal anômala (deflexão, variedade
transversa ou posterior).

Dica: treinar exaustivamente até perceber que está dominando o tema!

136
Sofrimento Fetal

Tema: Sofrimento Fetal


Caiu em: PUCCAMP 2020

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 2 examinadores
Cenário: consulta Pronto Atendimento

Início da Estação
Caso clínico:
Patrícia , 20 anos, primigesta, DUM de 26/02/2020 compatível com USG
de primeiro trimestre, procura a maternidade por queixa de redução
da movimentação fetal há 3 dias.
DIA DO ATENDIMENTO: 06/12/2020

Tarefa Única:
Realize o atendimento desta paciente informando a sua hipótese diag­
nóstica e conduta para o caso.

137
Orientações
à atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Natural e residente de Campinas.
• Estado civil: casada há 1 ano.
• Profissão: estudante.
• Religião: católica.
• Motivo da consulta: “Doutor, faz 3 dias que não sinto meu bebê mexer.”
• Refere contrações irregulares.
• Nega sangramento e perda de líquido transvaginal.
• Nega corrimento, dor e outros sintomas.
• Nega antecedentes gestacionais, obstétricos, pessoais ou familiares
relevantes.
• Nega medicações de uso contínuo, cirurgias prévias ou hábitos e vícios.
• Vacinação durante a gestação: apenas 3 doses da hepatite B. (responder
só se questionado).

Reações da atriz após a conduta:


1. Ao indicar internação para realização de cesariana a atriz mostrava
emoção e dizia que não queria realizar cesárea, mas sim parto normal.
2. Para os candidatos que indicaram indução do parto, atriz se mostrava
feliz por ter um parto via vaginal.

138
Orientações
ao Examinador:
CARTÃO DE PRÉ-NATAL:

01/05/2020 10/08/2020 17/10/2020


TS O positivo
HB/Ht 12,0/37,1 11,1/33,6

Glicemia Jejum 90 88

HIV NR NR
Sífilis NR NR
Toxoplasmose IgM - / IgG - IgM - / IgG - IgM - / IgG -
Hep. B anti-HbS -
Hep. C NR
Urina 1 normal normal
Urocultura negativa negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado:

EXAME FÍSICO:
• Sinais vitais: PA 110x66 mmHg. FC: 98 bpm. SpO2: 97% em a.a.
T: 36,0ºC
• Abdome gravídico, altura do fundo uterino de 35cm.
• DU: 1 contração de 30 segundos em 10 minutos.
• BCF: 130 bpm, rítmico.
• TV: colo posterior, pérvio 2cm, esvaecido 30%, plano -3 de Delle. Bolsa
íntegra.

139
Ao solicitar a amnioscopia, o examinador entregava o seguinte cartão:
• Amnioscopia: líquido meconial espesso.

Ao solicitar a cardiotocografia, o examinador entregava o seguinte exame:


Após o candidato solicitar estímulo sonoro, o examinador entregava
a mesma cardiotocografia.

Ao solicitar o perfil biofísico fetal, o examinador entrega os seguintes


resultados:
• ILA: 4,5cm
• Movimento respiratório: ausente em 30 minutos
• Movimento corpóreo: 3 movimentos fetais em 30 minutos
• Tônus fetal: normal

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

140
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa Única
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Calculou corretamente a idade gestacional (40 semanas
e 4 dias)?
Questionou sobre contração uterina e/ou dor abdominal?

Questionou sobre sangramento vaginal?

Questionou sobre perda de líquido via vaginal?

Solicitou cartão de pré-natal?

Questionou antecedentes ginecológicos?


Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?
Questionou sobre vacinação ou solicitou cartão
de vacinação?
Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?
Solicitou exame físico obstétrico?

Solicitou amnioscopia?
Solicitou cardiotocografia e interpretou corretamente:
feto hipoativo?

141
Solicitou realização de estímulo sonoro e nova
cardiotocografia?
Solicitou perfil biofísico fetal?

Identificou como hipótese diagnóstica sofrimento fetal?

Indicou internação e realização de cesariana?


Manteve postura diante dos sentimentos da paciente
e explicou a necessidade de realizar a cesariana?

Debriefing
Estação muito bem elaborada de sofrimento fetal que caiu em 2020 na prova
da PUCCAMP. O candidato além de saber interpretar a cardiotocografia
apresentada pela banca examinadora, tinha que saber a conduta frente a
uma cardiotoco com variabilidade reduzida (realizar estímulo sonoro) e
interpretar o resultado do perfil biofísico fetal (PBF).

Vamos lembrar que cada um componentes do PBF pontuam 0 ou 2 pontos


(não existe pontuação 1), e os componentes são:
Cardiotocografia (pode ser incluída ou não)
• ILA (normal de 8 a 18)
• Movimento respiratório (primeiro a ser perdido no sofrimento
fetal aguda)
• Movimento corpóreo
• Tônus fetal

142
Menorragia

Tema: Menorragia
Caiu em: UNICAMP 2015

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 8 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 45 anos, G3Pc2A1, refere fluxo menstrual aumentado há 3 anos,
associado a dismenorreia de moderada intensidade. Nega outras alterações.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente citando a sua hipótese diagnóstica
e conduta.

143
Orientações
à atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Júlia
• Natural e procedente de Campinas
• Estado civil: casada há 16 anos
• Profissão: professora
• Motivo da consulta: “Doutor, faz 3 anos que estou sangrando muito
durante a minha menstruação, já procurei outro médico que pediu
alguns exames, mas não adiantou de nada.”
• Refere ciclo menstrual atual regular a cada 30 dias com fluxo intenso
durante 7 dias. Uso de 5 absorventes noturnos por dia.
• Refere antecedente de ciclos menstruais regulares com fluxo moderada
(uso de 3 absorventes por dia) durante 4 dias.
• Refere ainda dismenorreia moderada com melhora ao uso de piroxicam.
Nega dispareunia e sinusorragia.
• Nega outras queixas ginecológicas.
• Refere tontura quando levanta muito rápido. Nega lipotimia, dispneia e
outros sintomas anêmicos.
• G3Pc2A1
• Menarca aos 12 anos.
• Sexarca aos 16 anos.
• Refere estar casada há 16 anos, relações sexuais com uso de preservativo.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM.

Ao questionar a paciente quais exames ela já realizou, a atriz informa que


há 1 mês fez um ultrassom transvaginal:

144
Fonte: https://drpixel.fcm.unicamp.br/conteudo/aspectos-ultrassonograficos-
da-adenomiose

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 98 bpm, PA: 110x60 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a. Temperatura: 36,3C.
• REG, LOTE, hipocorada (2+/4+), hidratada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, indolor à palpação
superficial e profunda. Ausência de massas e visceromegalias
à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino normoepitelizado.Presença de
corrimento fisiológico. Paredes vaginais sem alterações.

145
• Ao toque vaginal:. Útero em AVF, palpável na altura da sínfise púbica,
com superfície regular. Indolor a mobilização do colo. Anexos não
palpáveis.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, estado
civil, profissão)?
Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características do fluxo menstrual atual?

Investigou características do fluxo menstrual prévio?


Questionou sobre presença de dismenorréia, dispareunia
e sinusorragia?
Questionou sobre presença sintomas anêmicos?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?


Questionou sobre método contraceptivo e uso
de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
ilícitas?

146
Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Citou diagnóstico de adenomiose?

Solicitou hemograma?

Solicitou RNM para confirmação diagnóstica?

Prescreveu ACO?
Orientou uso de piroxicam nas crises por no máximo
5 dias?
Marcou retorno para seguimento?
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?

Debriefing
Moçada, mulher com 45 anos que há 3 anos tem aumento do fluxo menstrual
associado a dismenorreia secundária, estamos diante, muito provavelmente
de uma adenomiose. Claro que um mioma submucoso também pode
provocar tais sintomas, principalmente o sangramento aumentado, mas
veja que na ultrassonografia realizada pela paciente temos um miométrio
heterogêneo (clássico da adenomiose) e não percebemos nenhuma massa
abaulando o endométrio (característico do mioma submucoso).
A dica nessa questão é explorar al máximo as características do ciclo
menstrual e também da dor apresentada pela paciente (cíclica x não cíclica
/ primária ou secundária). Lembre-se também que o antiinflamatório
não-hormonal pode ser utilizado para dismenorreia, mas nunca por
mais de 5 dias.

147
Inserção de DIU

Tema: Inserção de DIU


Caiu em: UFPR 2015

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório
Simulador de inserção de DIU (Materiais: luva de procedimento e cirúrgica,
espéculo, gaze, clorexidina, DIU, pinça anatômica, pozzi, histerômetro,
tesoura)

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente de 28 anos, G2Pn2 deseja utilizar como método anticoncepcional
um Dispositivo Intra-Uterino (DIU). Relata ter menstruado a última vez
há cerca de 1 semanal e utiliza atualmente contraceptivo hormonal oral
combinado de maneira regular. Nega comorbidades.

Tarefa 01:
Converse com a paciente e exclua possíveis contraindicações a inserção
do DIU.

Tarefa 02:
Oriente a paciente quanto a eficácia, validade e seguimento do DIU.

148
Tarefa 03:
Simule a inserção do DIU.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nega corrimentos.
• Nega dismenorreia e dor abdominal.
• Refere fluxo menstrual normal de 4 dias com pequena quantidade
de sangramento.
• DUM: há 1 semana.

Orientações
ao Examinador:
• Na tarefa 03, o examinador levava o paciente até o simulador de inserção
do DIU, onde tinha todos os materiais necessários em cima de uma
mesa e o candidato tinha que primeiramente separar os materiais que
iria utilizar.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

149
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre corrimento?

Questionou dismenorreia e dor abdominal?

Investigou características do fluxo menstrual atual?

Tarefa 02
Orientou que o DIU não é um método 100% eficaz,
mas é um dos mais eficazes, superior ao ACO?
Orientou sobre validade de 10 anos do DIU de cobre?
Informou paciente sobre necessidade de realizar USG pós
inserção para avaliar posicionamento do DIU
Informou a paciente sobre o aumento do fluxo menstrual
e cólica pré-menstrual nos primeiros 3 meses após a
inserção
Informou a paciente sobre a possibilidade de retirada
do DIU caso apresente dor ou desconforto excessivo
Questionou sobre dúvidas?

Tarefa 03
Separou os materiais necessários?

Higienizou as mãos pediu consentimento da paciente?

150
Mencionou que iria realizar o exame físico antes
da inserção?
Colocou o espéculo com cuidado, protegendo a uretra?
Mencionou que procuraria por sinais de cervicite antes
da inserção do DIU?
Realizou a limpeza do colo e canal vaginal com gaze
e clorexidina?
Pinçou o lábio anterior do colo com a pozzi?

Realizou a histerometria?
Ajustou o anel de medição (ou haste móvel azul do
DIU) à histerometria e colocou as hastes laterais do DIU
dentro do aplicador?
Inseriu o sistema de colocação até que o anel de medicação
toque o colo?
Segurando o êmbolo, recolheu o aplicador até liberar
o DIU, obedecendo a técnica de recolhimento?
Retirou o êmbolo e o aplicador?

Cortou o fio do DIU com cerca de 2 cm?

Retirou o espéculo com cuidado?

Descartou os materiais adequadamente?

Debriefing
Esta foi a estação que caiu na prova de ginecologia da UFPR em 2015,
cobrando essencialmente a colocação do dispositivo intrauterino (DIU),
um assunto que, convenhamos, é pouco visto na nossa graduação.
Vale à pena ler com atenção o checklist para aprender mais sobre o assunto
e não ser pego de surpresa na hora da prova!
151
Ah! Nunca se esqueça de sempre excluir as contraindicações antes
de recomendar qualquer tipo de anticoncepção.

Vamos lembrar as principais contraindicações ao DIU de cobre?


• Suspeita de gestação;
• Distorção da cavidade uterina;
• SUA inexplicada;
• CA de colo ou endométrio;
• Infecção genital atual;
• Entre 48h e 4 semanas pós-parto.

152
Doença Trofoblástica
Gestacional

Tema: Doença Trofoblástica Gestacional

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso clínico:
Você está de plantão no Pronto Atendimento de uma maternidade
e irá atender uma paciente de 28 anos com náuseas e vômitos há 5 dias.
ATENDIMENTO: dia 10/11/2020

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite os exames pertinentes para o caso.

Tarefa 03:
Dê a sua hipótese diagnóstica e as condutas para a paciente.

153
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Karen
• Idade: 28 anos
• Estado civil: casada há 6 anos
• Profissão: fisioterapéuta
• Religião: evangélica
• Motivo do atendimento: “Doutor, estou há 5 dias vomitando muito. Me
sinto muito fraca”
• DUM: 18/08/2020
• Refere que já teve um sangramento há 1 semana e que agora está sangrando
novamente.
• Refere sangramento vermelho escuro com algumas bolinhas estranhas
junto com o sangue.
• Nega febre. Nega tontura, desmaio e outros sintomas anêmicos.
• Nega corrimento e outros sintomas.
• G21Pn.
• Nega comorbidades. Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Relata estar em uso de ácido fólico 5mg.
• Não sabe o tipo sanguíneo do pai.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:
• CARTÃO DE PRÉ-NATAL

154
15/10/2020 15/10/2020
TS O negativo Coombs Indir. negativo
HB/Ht 10,5/32,1 TSH / T4L 0,02 / 6,8

Glicemia Jejum 90 Hep. B anti-HbS +

HIV NR Hep. C NR
Sífilis NR Urina 1 normal
Toxoplasmose IgM - / IgG - Urocultura negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(exame físico geral, especular, toque vaginal, e BCF):

EXAME FÍSICO:
Geral:
• BEG, LOTE, hipocorada (1+/4+), desidratada (2+/4+), acianótica,
anictérica, afebril ao toque.
• Resptiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 98 bpm, PA: 140x80
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, indolor a palpação. Útero palpável
2 cm acima da sínfise púbica.
• Exame especular: Saída de sangue em pequena quantidade pelo OE do
colo com vesículas . Sangue coletado em fundo de saco em pequena
quantidade. Paredes vaginais íntegras, sem laceração.
• Toque vaginal: útero anteroversofletido, aumentado de tamanho. Colo
uterino indolor à mobilização, impérvio. Presença de sangue em luva.
Anexos não palpáveis.
• BCF: inaudível.

Resultados de exames (quando solicitados):


USGTV:

155
Fonte: http://www.anm.org.br/arquivos/5720099/Jorge%20Fonte%20de%20
Rezende%20Filho%20-%20Mem%C3%B3ria.pdf

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou sobre motivo da consulta?

Questionou DUM?

Questionou sobre sangramento e suas características?

Questionou sobre a dor abdominal?

156
Questionou sobre sangramento prévio?

Questionou sobre tontura, desmaio e outros sintomas


anêmicos?
Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Solicitou cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF, exame especular e toque vaginal?

Tarefa 2
Solicitou USG?

Solicitou hemograma, ureia, creatinina e eletrólitos?

Tarefa 3
Explicou a hipótese diagnóstica: doença trofoblástica
gestacional ou gestação molar ou mola hidatiforme?
Indicou internação hospitalar para realização
de esvaziamento uterino por vácuo aspiração elétrica?
Explicou que seria realizado biópsia do material
para confirmação diagnóstica?

Prescreveu hidratação venosa e antiemético?

Questionou tipagem sanguínea do parceiro?

Indicou imunoglobulina anti-D?

157
Explicou adequadamente porque a paciente necessitava
da medicação (“prevenção de complicações futuras”)?
Explicou para a paciente sobre o controle de cura
da doença com realização de beta-HCG semanal?

Debriefing
A doença trofoblástica gestacional é um termo genérico que designa
cinco entidades anatomopatológicas distintas: mola hidatiforme, mola
invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário
e tumor trofoblástico epitelioide. Sendo a mola hidatiforme a mais comum.
O diagnóstico é feito por volta da 9ª a 12ª semana de gestação com visualização
de formações císticas na cavidade uterina ao exame ultrassonográfico ou
por meio da apresentação clínica característica da doença trofoblástica:
sangramento uterino na 1ª metade da gestação com vesículas, anemia,
hiperêmese, hipertireoidismo e útero aumentado de tamanho para a idade
gestacional.

Não se esqueça que o tratamento é esvaziamento uterino preferivelmente


com vácuo aspiração elétrica e o diagnóstico de certeza é feito pelo
resultado do anatomopatológico. Além disso, essas pacientes precisam
realizar controle de cura com o beta-HCG seriado devido ao risco
de malignização. E obviamente, se a paciente é Rh negativa e não sensibilizada,
deve-se realizar a administração de imunoglobulina anti-D IM.

Ah! Não se esqueça que a paciente está desidratada e vomitando.


Devemos também cuidar da parte clínica da paciente.

158
Câncer de Colo
de Útero
Tema: Câncer de Colo de Útero

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é um(a) médico(a) de família e comunidade de um bairro afastado
do centro da cidade de São Paulo. Em meio a inúmeras pacientes, você
se lembra que a Dona Francisca, paciente de 27 anos, HIV positiva e colher
a colpocitologia oncótica há 1 mês, não retornou na consulta marcada para
hoje. Você, então, decide entrar no sistema de resultados de exames para
checar o resultado do CCO:
• Lesão intra-epitelial escamosa de baixo-grau (LSIL).

Tarefa 01:
Qual a conduta frente a esta paciente?

Tarefa 02:
De acordo com a imagem abaixo, qual o teste realizado, qual o achado
do exame e qual a conduta frente a esse achado?

159
Tarefa 03:
O resultado da biópsia foi: NIC III. Qual a próxima conduta?

Tarefa 04:
O resultado do exame solicitado na tarefa anterior foi: carcinoma in situ,
margens livres de lesão. Qual a conduta frente ao diagnóstico levando em
consideração que a paciente deseja ter filhos?

Tarefa 05:
A paciente possui uma filha de 10 anos, também HIV positiva.
Qual a recomendação você daria em relação a prevenção primária
da doença materna para a criança?

Orientações
ao Examinador:
As tarefas são sequenciais.
Se o candidato não solicitar
colposcopia na tarefa 01 a
estação deve ser encerrada.

• Caso o candidato solicite


a colposcopia na tarefa 01,
a estação deve prosseguir
com a tarefa 02 e a seguinte
imagem:
Fonte: https://www.misodor.com/COLPOSCOPIA.html

160
• Caso o candidato solicite biópsia da lesão na tarefa 02, ele pode
seguir para a tarefa 03.
• Caso o candidato indique CONE ou CAF na tarefa 03, ele pode
seguir para a tarefa 04.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Mencionou convocar a paciente para uma nova consulta o
mais rápido possível?

Mencionou solicitar uma colposcopia?

Tarefa 2
Respondeu teste de Shiller?

Respondeu teste de Shiller positivo ou lugol negativo?

Indicou biópsia da lesão?

Tarefa 3
Indicou realização de CONE ou CAF?

161
Tarefa 4
Não indicou histerectomia?

Não indicou radio/quimioterapia?

Indicou seguimento clínico?

Tarefa 5
Indicou vacinação para a criança?

Indicou 3 doses da vacina quadrivalente contra HPV


(0, 2 e 6 meses)?

Debriefing
O câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente nas
mulheres – atrás apenas do de mama e do colorretal – e a quarta causa de
morte por câncer entre a população feminina no Brasil, de acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (INCA). Por esse motivo ele é tanto cobrado
nas provas de residência médica.

Nessa estação, associamos conceitos teóricos com a prática, característica


cada vez mais comum nas provas práticas de São Paulo.

Veja que a lesão intra-epitelial de baixo grau não é comumente indicação


de colposcopia, mas quando associado a imunossupressão causada pelo HIV,
o exame de colposcopia deve ser realizado. Além disso, dois outros testes
podem ser associados a colposcopia para uma melhor definição da lesão
e possibilitar, assim, a biópsia: o teste do ácido acético (área acetobranca
= lesão) e o teste de Shiller ou do lugol (área não marcada com o lugol,
portanto a área que não fica marrom = lesão).

162
Com o resultado da biópsia NIC II ou NIC III, devemos realizar a exérese
da lesão por meio da conização ou da cirurgia de alta frequência (CAF).

Contudo, a CAF possui algumas contraindicações:


• Suspeita de invasão;
• Lesão mal delimitada;
• Colposcopia insatisfatória.

Por fim, devemos realizar o estadiamento do câncer cervical.

No caso da nossa paciente, o carcinoma in situ corresponde ao estágio 0,


onde a realização do CONE é diagnóstico e terapêutico. Portanto nossa
paciente deve realizar apenas seguimento clínico do câncer, não estando
indicado radio ou quimioterapia.

163
Bexiga Hiperativa

Tema: Bexiga Hiperativa

Grau de dificuldade: moderada


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta em UBS

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 65 anos, menopausa há 15 anos sem uso de Terapia de Reposição
Hormonal, vem a consulta com queixa de urgência miccional há 12 anos.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares necessários.

Tarefa 03:
Dê o diagnóstico e as orientações para a paciente.

Tarefa 04:
Anos depois a mesma paciente retorna com piora dos sintomas.

164
Agora, também, com incontinência ao tossir e levantar.
Qual o diagnóstico da paciente de acordo com a Classificação
POP-Q realizada na consulta?

Orientações
à Atriz:
• Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Maria Aparecida.
• Natural e procedente de Campinas.
• Profissão: do lar
• Estado civil: viúva há 3 anos.
• Religião: católica.
• Motivo do atendimento: “ Doutor, já fazem 12 anos que não aguento
chegar no banheiro para fazer xixi. Quando me dá vontade tenho
que sair correndo.”
• Refere 10 micções/dia e 3 a noite.
• Nega perda urinária aos esforços.
• Nega disúria.
• Nega corrimento e outras queixas ginecológicas.
• Menopausa há 15 anos sem uso de TRH.

165
• G3Pn3
• Comorbidades: DM2 bem controlada há 13 anos, e glaucoma.
• Medicações de uso contínuo: metformina 500mg 3x/dia.
• Nega cirurgias prévias.
• Nega alergias.
• Tabagista de 1 maço/dia desde os 19 anos. Nega etilismo.
• Refere que toma 4 xícaras de café por dia.
Nega realização de exercício físico.
• Nega antecedentes familiares importantes.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:
EXAME FÍSICO
• Peso: 80kg, altura: 1,61m.
• Sinais vitais: FC: 80 bpm, PA: 135x80 mmHg. FR: 18 irpm. SpO2: 98%
em a.a.
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: flácido, RHA+, indolor a palpação. Ausência de massas e
visceromegalias.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo centrado, normoepitelizado.
Presença de secreção fisiológica. Paredes vaginais sem lesões.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, tamanho normal. Colo uterino indolor
à mobilização, fechado. Sem alterações. Anexos não palpáveis.

166
TESTE DE ESFORÇO
• Ausência de perda urinária a manobra de valsalva.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava


o seguinte cartão:

• Urina tipo 1:
• Urocultura: negativa.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

167
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Questionou o motivo da consulta?

Questionou sobre número de micções de dia e a noite?

Questionou sobre perda urinária aos esforços?

Questionou sobre disúria e outros sintoma urinários?

Questionou sobre outras queixas ginecológicas?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?


Questionou sobre comorbidades, cirurgias prévias,
uso de medicações e alergia?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?
Questionou sobre hábitos de vida como ingesta de café
e realização de exercício físico?
Solicitou exame físico geral, dados antropométricos
e calculou o IMC da paciente?
Solicitou exame físico ginecológico?

Solicitou teste de esforço para perda urinária?

168
Tarefa 02
Solicitou urina tipo 1 e urocultura?

Não solicitou estudo urodinâmico?

Tarefa 03
Explicou sobre o diagnóstico de bexiga hiperativa para
a paciente?
Orientou perda de peso, realização de atividade física,
reduzir ingesta de café e parar de fumar?

Encaminhou paciente para a fisioterapia?

Não prescreveu nesse primeiro momento anticolinérgico


ou beta3-agonista?

Marcou consulta de retorno?

Tarefa 04
Diagnosticou prolapso genital (cistocele e prolapso
uterino)?

Debriefing
Incontinência urinária é um tema que ainda não caiu em nenhuma prova
prática nos últimos anos, mas devido ao aumento de questões sobre o tema
nas provas teóricas, é uma grande aposta para as provas deste ano.

Existe, basicamente, 4 tipos de incontinência urinária:


• Incontinência urinária de esforço: o sintoma inicial é a perda de urina
quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se;

169
• Incontinência urinária de urgência (bexiga hiperativa): caracteriza-se
pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias
e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro;
• Incontinência mista: associa os dois tipos de incontinência acima citados
e o sintoma mais importante é a impossibilidade de controlar a perda
de urina pela uretra;
• Enurese noturna: é a incontinência que ocorre durante o sono.
O exemplo mais típico é o da criança que faz xixi na cama.
Embora a maioria das crianças já tenha aprendido a controlar a micção
em torno dos três aos quatro anos de idade, considera-se normal que
algumas crianças ainda urinem na cama até os cinco ou seis anos.

O diagnóstico de incontinência urinária é em sua maioria clínico,


e devemos sempre afastar a principal causa de perda involuntária de urina
na mulher: infecção urinária. O estudo urodinâmico é reservado para os
casos de dúvida diagnóstica, incontinência urinária refratária ao tratamento
clínico, pré-cirúrgico ou incontinência mista.

No tratamento da bexiga hiperativa utilizamos medidas não farmacológicas


(perda de peso, atividade física, reduzir consumo de café, cessar tabagismo)
e fisioterapia pélvica. Medidas farmacológicas também podem ser
utilizadas por meio da prescrição de medicamentos anticolinérgicos
(oxibutinina, tolterodina, dariferacina) ou, mais atualmente, medicamentos
beta3-agonista (mirabegrona), que podem ser usados em pacientes com
contraindicação ao uso de anticolinérgicos (arritmia, glaucoma de ângulo
fechado, gestação).

170
Climatério

Tema: Climatério

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 48 anos, branca, é encaminhada a consulta de ginecologia com
queixa de calor intenso com posterior sudorese intermitente e dispareunia
nos últimos 3 meses.

Tarefa Única:
Faça a avaliação diagnóstica, exames complementares e conduta terapêutica.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, há aproximadamente 3 meses estou
sentindo um calor insuportável, principalmente a noite, e depois eu

171
começo a suar muito. Além disso estou com um pouco de dor durante a
relação com o meu marido”
• Refere ciclo menstrual atual irregular com pequeno fluxo.
• DUM: há 5 dias.
• Refere ciclos anteriores regulares a cada 28 dias, com fluxo moderado de
cerca de 5 dias.
• Refere irritabilidade e insônia a aproximadamente 4 meses.
• Refere que está com menos desejo de ter relações sexuais.
• Nega sinusiorragia e outros sintomas ginecológicos.
• 3G2Pn1A
• Refere que até os 40 anos fez uso de anticoncepcional hormonal
combinado oral. Agora faz uso apenas de preservativo.
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega alergias.
• Nega cirurgias ginecológicas prévias e fraturas ósseas.
• Nega antecedentes de tromboembolismo.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM. Nega antecedentes familiar de
CA ginecológico.
• Último CCO há 6 meses: sem alterações.
• Última MMG há 6 meses: sem alterações.

Orientações
ao Examindor:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava os seguintes cartões (só
entregar a parte do exame físico solicitado:
EXAME FÍSICO GERAL
• Sinais vitais: FC: 80 bpm, PA: 120x80 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a. Temperatura: 36,3C.

172
• BEG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, indodor à palpação. Ausência de massas e
visceromegalias à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME DAS MAMAS


• Mamas pendulares, esquerda ligeiramente maior que a direita. Ausência
de abaulamentos, retrações e assimetrias na inspeção estática e dinâmica.
• Palpação: mamas flácidas. Ausência de nódulos e adensamentos palpáveis.
Linfonodo axilar direito palpável de cerca de 0,5cm, móvel, fibroelástico,
não aderido a planos profundos. Ausência de descarga papilar.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino em fenda, centrado
e normoepitelizado, presença de pequena quantidade de corrimento
fisiológico. Vagina um pouco atrófica para a idade.
• Ao toque vaginal: .Útero em AVF, intrapélvico. Ausência de dor
à mobilização do colo uterino e fundo de saco de Douglas. Anexos não
palpáveis.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava um cartão


com cada exame pedido:
• FSH = 43
• HDL = 45 / LDL = 88 / Triglicerídeos = 101 / Colesterol total = 155
• B-HCG negativo
• Exame de urina sem alterações
• Ultrassonografia transvaginal: útero em AVF, de forma normal,
contornos regulares, textura homogênea, medindo 8,12x5,16x3,37
cm, volume uterino estimado de 74,2cc. Eco endometrial medindo
5mm. OD medindo 2,91x2,95x2,03, com volume de 8,3cc, de forma

173
e tamanho normal. OD medindo 2,39x2,67x2,03, com volume
de 7,71cc, de forma e tamanho normal. Não observamos líquido livre na
cavidade.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?

Investigou características dos ciclos menstruais atual


e prévios?

Questionou DUM?

Investigou alteração da libido?

Investigou distúrbios do humor e do sono, ansiedade,


irritabilidade?

Investigou libido?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, alergias)?

174
Questionou sobre antecedente de cirurgias ginecológicas
e fratura prévia?

Questionou sobre evento tromboembólico prévio?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou sobre antecedentes familiares, principalmente


de CA ginecológico?
Questionou sobre último CCO e MMG?

Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico das mamas?

Solicitou exame físico ginecológico?

Solicitou dosagem de FSH?

Solicitou HDL, LDL, triglicerideos, colesterol total?

Solicitou ultrassonografia pélvica e interpretou como


sem alterações?
Verificou se há contraindicação para TH (pelo menos 4)?
• CA de mama ou endométrio atual ou prévio;
• TRomboembolismo agudo;
• Sangramento vaginal indeterminado;
• Doenças hepáticas descompensadas;
• Porfiria.

Orientou sobre roupas arejadas, evitar tabagismo,


diminuição do peso, exercícios leves

175
Indicou Terapia de Reposição Hormonal?

Perguntou a paciente se apresenta alguma dúvida?

Debriefing
Moçada, mulher de 45 a 55 anos, com queixa de fogachos, alterações do
humor, insônia e irregularidade menstrual, é igual a mulher no climatério,
que envolve as fases de transição para a menopausa, menopausa e o período
pós menopausa.

Uma questão com esse tema não foi abordada por nenhuma instituição
nos últimos anos na prova prática. Mas para você chegar no final do ano
voando, é preciso saber algumas coisas:

EXAME FÍSICO: Inespecífico, pode apresentar sinais de atrofia vaginal


como redução da espessura, perda da elasticidade, perda do enrugamento,
aumento do pH, redução das secreções vaginais.

TERAPIA HORMONAL:
• Contraindicações: CA de mama atual ou prévio, CA de endométrio
atual ou prévio , tromboembilismo agudo, sangramento vaginal
indeterminado, doenças hepáticas ativas, porfiria.
• Repercussões da TH: aumento do risco de CA de mama, AVE, doença
coronariana e tromboembolismo, diminuição no risco de CA de colón
e reto, aumento do risco de hiperplasia e ca de endométrio, aumento do
risco de doença da vesícula biliar. Na ausência de contraindicações, deve
ser iniciada já no início da falência ovariana.
• Indicações: alterações vasomotoras, alterações atróficas (pode ser por
via tópica, se associado a diminuição da libido é recomendado que seja
feita reposição androgênica).

176
Gemelaridade

Tema: Gemelaridade

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 23 anos, primigesta, DUM: 21/06/2020 sem comorbidades prévias
conhecidas, vêm para a segunda consulta de pré-natal com os exames
solicitados na última consulta. Assintomática no período.
ATENDIMENTO: dia 30/09/2020.

Tarefa 1:
Interprete os exames da paciente e dê as orientações pertinentes para
o caso.

Tarefa 2:
Qual síndrome é exclusiva desse tipo de gestação e representa uma
das principais e mais temidas complicações?

177
Orientações
ao Examinador
O examinador deve entregar os seguintes exames ao candidato:
• TS: O negativo
• Coombs indireto: negativo
• Hemograma: Hb 11,7 / Ht 35,4% / Leuco 11220 (73% de neutrófilos) /
plaquetas 204000
• Glicemia jejum: 90
• HIV: não reagente
• VDRL: não reagente
• Hepatite B: anti-HBs reagente
• Toxoplasmose: IgM e IgG não reagente
• Urina tipo 1: sem alterações
• Urocultura: negativa

USG (16/09/2020): gestação compatível com 12 semanas.

Sinal do T na ultrassonografia de gestação monocoriônica.


Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016 e alterações.

178
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Calculou a idade gestacional pela DUM? (14 semanas
e 3 dias)
Calculou a idade gestacional pela USG de 1º trimestre?
(14 semanas)
Determinou que a idade gestacional pela DUm está
compatível com a USG e portanto a IG é de 14 semanas
e 3 dias?
Identificou que paciente é Rh negativa com coombs
indireto negativo??
Orientou realização de imunoglobulina anti-D
com 28 semanas?
Identificou que paciente é suscetível a toxoplasmose?

Orientou medidas de prevenção a toxoplasmose aguda?

Identificou que paciente é imune a hepatite B?

Não orientou vacinação para hepatite B?

Identificou o sinal do T na ultrassonografia?


Identificou se tratar de uma gestação gemelar
monocoriônica e informou a paciente?
Tarefa 02
Síndrome da transfusão feto-fetal

179
Debriefing
Vamos falar um pouquinho de gestação múltipla?
Gestação múltipla é de!nida como aquela proveniente de um ou mais ciclos
ovulatórios, resultando no desenvolvimento intrauterino de mais de um
zigoto ou na divisão do mesmo zigoto, independente do número tonal
de neonatos. Elas podem ser classificadas segundo a zigoticidade
ou a corionicidade:
• São denominadas polizigóticas quando resultam da fecundação de mais
de um óvulo e os produtos conceptuais apresentam materiais genéticos
distintos.
• As gestações monozigóticas são resultantes da divisão de massa
embrionária inicial comum e os produtos conceptuais resultantes
apresentam carga genética idêntica.

Nas gestações polizigóticas, cada zigoto sempre desenvolve seus próprios


cório e âmnio. As gestações monozigóticas, por sua vez, têm apresentação
variável conforme o momento em que ocorre a divisão da massa embrionária:
• Quando a divisão do blastocisto ocorre em até 72 horas, podem ser
encontradas duas placentas e dois sacos amnióticos (gestação dicoriônica-
diamniótica).
• Entre o 4º e o 8º dias após a fertilização, quando já ocorreu a diferenciação
das células que dão origem ao cório, resultando em uma placenta e duas
cavidades amnióticas (gestação monocoriônica-diamniótica).
• Entre o 8º e o 13º dias após a fertilização, isto é, quando já se formaram
a placa coriônica e o saco amniótico, dando origem às gestações
monocoriônicas-monoamnióticas.

Por fim, a corionicidade pode ser determinada com acurácia por meio da
ultrassonografia de primeiro trimestre da gestação. Nas gestações dicoriônicas
há uma projeção do cório entre os folhetos de âmnio determinando o sinal
do lambda. Já nas gestações monocoriônicas, a membrana amniótica insere-
se de maneira abrupta na placenta, formando o sinal do T.

180
Sinal do lambda na ultrassonografia de gestação dicoriônica.

Sinal do T na ultrassonografia de gestação monocoriônica.

181
Bartholinite

Tema: Bartholinite

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 27 anos, chega ao pronto
socorro com queixa de dor em região
vulvar há 2 dias. Refere aparecimento
de um caroço na vagina, doloroso
e com hiperemia local. Nega febre
e outros sintomas sistêmicos.
Nuligesta, vida sexual ativa com
parceiro único com uso de condom.
Nega comorbidades, alergias e
cirurgias prévias.

Ao exame físico é visto a seguinte


imagem:

182
Tarefa 01:
Qual o diagnóstico?

Tarefa 02:
Dê a conduta apropriada para o seu diagnóstico.

Tarefa 03:
Informe o passo a passo para a drenagem de abscesso da glândula
de Bartholin.

Orientações
ao Examinador:
• O examinador só deve fornecer a tarefa número 3 caso o candidato
dê como conduta na tarefa 2 drenagem do abscesso.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Informou Bartholinite ou abscesso da glândula
de Bartholin?

Tarefa 02
Indicou drenagem local?

Prescreveu analgesia com AINE?

183
Prescreveu antibiótico?

Tarefa 03
Indicou Lavagem das mãos e paramentação cirúrgica
estéril?
Indicou antissepsia local?

Indicou realização de anestesia local com lidocaína?

Indicou incisão na pele?

Indicou realização de expressão e divulsão da lesão

Indicou irrigação com soro fisiológico?

Não indicou sutura da incisão?

Debriefing
As glândulas de Bartholin são glândulas redondas e muito pequenas
localizadas bilateralmente na vulva, uma em cada lado da abertura
da vagina. Tem como função a secreção de muco para a lubrificação da
vulva e da vagina durante o ato sexual. A obstrução dos seus ductos pode
gerar cistos e a infecção desses cistos, abscessos.

O abscesso da glândula de Bartholin (também conhecido como Bartholinite),


apresenta-se como uma massa vulvar muito dolorosa e com sinais flogísticos.
Na maioria das vezes a dor é tão intensa que as pacientes acham difícil
ou impossível andar, sentar ou ter relações sexuais. Inicialmente pensava-se
que tal patologia era uma infecção sexualmente transmissível, no entanto,
um estudo recente descobriu que o patógeno mais comum é Escherichia
coli, havendo uma diminuição da incidência de bartholinites por bactérias
causadores de IST’s.

184
O tratamento consiste em drenagem do cisto, igual a drenagem de um
abscesso, a única diferença é que preconiza-se a colocação de um cateter
ou dreno de Word. Deve-se também prescrever analgesia com
antiinflamatório e antibioticoterapia com cobertura para gram negativo.

185
HIV no Trabalho
de Parto
Tema: HIV no Trabalho de Parto

Grau de dificuldade: difícil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador + 1 atriz
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 3G2Pn, DUM e IG desconhecida, chega ao pronto socorro
com queixa de contrações moderadas há cerca de 2 horas. Nega perda de
líquido. Nega corrimento e sangramento transvaginal. Descobriu que
estava grávida há 3 dias e não realizou nenhuma consulta de pré-natal.
Nega comorbidades prévias.

Ao exame:
• Sinais vitais: PA 110x66 mmHg. FC: 98 bpm. SpO2: 97% em a.a. T: 36,0ºC
• Abdome gravídico, altura do fundo uterino de 35cm.
• DU: 2 contração de 30 segundos em 10 minutos.
• BCF: 135 bpm, rítmico.
• TV: colo medializado, pérvio 5cm, esvaecido 70%, plano -3 de Delle.
Bolsa íntegra.

186
Paciente foi prontamente admitida no centro obstétrico e solicitado teste
rápido para HIV e sífilis, sendo positivo para HIV.

Tarefa 01:
Informe para a paciente o diagnóstico?

Tarefa 02:
Dê as condutas adequadas para o caso.

Tarefa 03:
Em relação a profilaxia de transmissão vertical, existe algum medicamento
indicado para o RN após o nascimento?

OBS:
Na tarefa 03, o candidato deve escrever a resposta na folha de resposta.

Orientações
à Atriz:
Após o candidato informa o diagnóstico de HIV, a atriz deve se mostrar
incomformada com o resultado do teste e questiona sobre a necessidade de
realização de um teste confirmatório.

Orientações
ao Examinador:
• Deve entregar a folha de resposta durante a tarefa 3.

187
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Informou o resultado do teste rápido de HIV para
a paciente?
Informou a necessidade de realização de um teste
confirmatório?
Informou que o teste confirmatório demora alguns dias
e que no momento é preciso tomar medidas para impedir
a transmissão vertical?
Utilizou linguagem acessível e lidou com a situação
de forma profissional?

Tarefa 2
Indicou administração intravenosa de AZT (zidovudina)
profilático?
Indicou que o parto deve ocorrer preferencialmente após
3 horas do início da administração do medicamento?
Indicou que a AZT deve ser administrada
até o clampeamento do cordão umbilical?
Indicou condução do trabalho de parto, sendo
evitado intervenções como amniotomia, amnioscopia
e episiotomia?
Indicou clampeamento imediato do cordão após
o nascimento?
Indicou notificação compulsória?

188
Tarefa 3
Indicou AZT nas primeiras 4 semanas de vida?

Indicou também niverapina?

Debriefing
Moçada, questão bastante específica sobre HIV durante o trabalho de parto,
e pior, a gestante não sabia que tinha HIV. Temos que lembrar que um teste
isolado não faz diagnóstico de infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana, por isso temos que pedir um teste confirmatório, mas durante
a trabalho de parto temos que fazer de tudo para evitar a transmissão
vertical, portanto essa gestante deve ser conduzida como portadora do
vírus sem uso de TARV.

Em relação a via de parto na gestante com HIV, o Ministério da Saúde


recomenda que a via seja guiada pela carga viral (CV) com 34 semanas
de getsação:
• CV > 1000 cópias/ml ou pacientes que não fizeram uso de TARV:
indicação de cesárea eletiva com 38 semanas;
• CV < 1000 cópias/ml: via de parto de indicação obstétrica;
• Gestantes com diagnóstico de infecção pelo HIV na admissão
à maternidade: a medida mais importante é a introdução imediata
de AZT intravenoso. Se a gestante encontra-se em trabalho de parto
avançado, deve-se conduzi-lo. Caso a gestante encontra-se com dilatação
até 4 cm, bolsa íntegra ou rota até 2 horas, é possível a realização
de cesárea após a profilaxia com AZT por 3 horas.

A zidovudina (AZT) parenteral deve-ser administrada anteparto para todas


as gestantes. Preconiza-se que o nascimento ocorra, pelo menos 3 horas,
após o início da medicação, e a infusão deve ser suspensa imediatamente
após o clampeamento imediato do cordão umbilical.

189
Além disso, após o nascimento o RN também deve receber quimioprofilaxia
para transmissão vertical conforme:
• Gestante com uso de TARV durante a gestação + AZT parenteral
intraparto + CV < 1000 cópias/ml: AZT a cada 12 horas por 4 semanas;
• Não utilização de TARV na gestação ou CV desconhecida
ou CV > 1000 cópias/ml: AZT a cada 12 horas por 4 semanas + neverapina
(1ª dose nas primeiras 28 horas, 2ª dose 48h após a primeira, 3ª dose
96h após a segunda).

190
Câncer de Ovário

Tema: Câncer de Ovário


Caiu em: UFG 2019

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente do sexo feminino, de 70 anos, comparece em consulta relatando
constipação intestinal e aumento do volume abdominal há 1 mês. Traz
consigo ultrassonografia transvaginal

Cisto ovariano complexo


Fonte: HOFFMAN, Barbara L. et
al. Ginecologia de WILLIAMS. 2 ed.
Porto Alegre. Artmed. 2014.

191
Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente, citando a hipótese diagnóstica
mais provável.

Tarefa 02:
Cite os exames complementares necessários para a condução do caso.

Tarefa 03:
Cite 5 fatores de risco para a doença e 3 fatores de proteção.

Tarefa 04:
Explique como deve ser feito o diagnóstico, solicitando exames laboratoriais
que julgar necessários e qual é o tratamento mais preconizado.

Orientações
à atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, minha barriga está crescendo há uns
3 meses e estou com muita dificuldade de evacuar, fico até 4 dias
sem ir ao banheiro e antes não era assim.”
• Refere que perdeu cerca de 5kg nos últimos 3 meses.
• Nega outros sintomas e queixas ginecológicas.
• Refere menarca aos 12 anos e menopausa aos 55 anos.
• Virgem.
• Nuligesta.
• Menarca aos 12 anos.
• Refere HAS em uso de losartana 50mg/dia e DM2 em uso

192
de metformina 500mg 3x/dia. Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Refere história familiar de HAS e DM. Nega antecedentes familiar de
CA ginecológico.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 98 bpm, PA: 130x82 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, corada, hidratada, acianótica, anictérica.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, doloroso a palpação profunda de
FIE. Massa de superfície regular palpável em FIE.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino normoepitelizado.
Presença de corrimento fisiológico. Paredes vaginais sem alterações.
Atrofia vaginal.
• Ao toque vaginal:. Útero em AVF, palpável na altura da sínfise púbica,
com superfície regular. Indolor a mobilização do colo.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

193
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?


Questionou sobre sintomas sistêmicos como perda
de peso, febre ou sudorese?
Questionou sobre sintomas ginecológicos?

Questionou menarca e menopausa?

Questionou paridade?
Questionou sobre atividade sexual e/ou uso
de anticoncepção?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?
Questionou sobre antecedentes familiares
(CA ginecológico)?
Solicitou exame físico?
Citou a provável hipótese diagnóstica (câncer/carcinoma
de ovário maligno)?

194
Tarefa 02
Citou cinco ou mais exames complementares?
Aceitar: TC ou RM / marcadores tumorais / CA-125 / CEA
/ USG de abdome / endoscopia digestiva alta / gama-GT
/ TGO / TGP / colonoscopia / bilirrubinas / radiografia
de tórax

Tarefa 03
Citou cinco ou mais fatores de risco para a doença?
Aceitar: idade avançada / obesidade / mama densa /
antecedente familiar / síndrome de Lynch II / menopausa
tardia / baixa paridade / ingesta excessiva de gordura
animal / população judaica Ashkenazi / infertilidade
/ drogas indutoras da ovulação / mutações genéticas /
baixos níveis de alfa L-fucosidase.
Citou três ou mais fatores de proteção?
Aceitar: amamentação / uso de anovulatórios / laqueadura
tubária bilateral / multiparidade / ooforectomia /
histerectomia.

Tarefa 04
Citou que o diagnóstico deve ser feito por meio
de laparotomia exploradora e anatomopatológico do
material retirado da cirurgia?
Mencionou cirurgia e quimioterapia como
opções terapêuticas?
Citou o provável tipo histológico do tumor (carcinoma
epitelial/seroso)?

195
Debriefing
Nesta estação da UFG de 2019, a banca conseguiu adaptar neoplasia
de ovário em uma prova prática, e por um grande motivo: o câncer
de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas
do câncer do colo do útero.A abordagem é exatamente igual a uma consulta
ambulatorial: relembrar os principais fatores de risco e de proteção
da doença, os tipos histológicos mais comuns, como é feito o diagnóstico,
estadiamento e tratamento.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário


traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não
é recomendado. Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível
em apenas parte dos casos pois a maioria só apresenta sinais e sintomas
em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns
e que devem ser investigados são: inchaço abdominal; dor abdominal;
Perda de apetite e de peso, fadiga; mudanças hábito intestinal e/ou urinário.

Os fatores de risco são principalmente idade avançada (maiores de 60 anos),


história familiar, mutação BRCA, dieta rica em gordura, nuliparidade,
menacme longa, uso de indutores da ovulação e tabagismo. Já nos fatores de
proteção encontramos: amamentação, multiparidade, uso de anovulatórios
(como anticoncepcional oral), ooforectomia, histerectomia e ligadura
tubária bilateral.

O diagnóstico só é confirmatório por meio de laparotomia exploradora


e anatomopatológico do tumor, e o tratamento subsidiário
depende do tipo histológico.

196
Gestação Inicial

Tema: Gestação Inicial

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 22 anos, estudante, solteira, chega ao pronto atendimento
com queixa de náuseas, sem vômitos há aproximadamente 1 semana.
Nega dor abdominal, mas refere que sua barriga parece estar inchada nos
últimos dias. Além disso, queixa-se de polaciúria, porém nega disúria,
noctúria e outras queixas urinárias.

Antecedentes: nega comorbidades, medicamentos de uso contínuo,


cirurgias prévias e alergias. Nega tabagismo e refere etilismo social.
Menarca aos 12 anos, ciclos menstruais irregulares. DUM: há 8 semanas
Sexarcar aos 15 anos. Vida sexual ativa, com uso de condom.

197
Ao exame físico foram vistas as seguintes alterações:

A)

Tubérculos de Montgomery
Fonte: https://www.clinicaneurogandolfi.com/post/
amamenta%C3%A7%C3%A3o-e-tub%C3%A9rculos-de-
montgomery

B)

Rede venosa de Haller


Fonte: https://quizlet.com/br/270600058/sinais-de-presuncao-de-
gravidez-flash-cards/

198
C)

Sinal de Hunter
Fonte: https://repositorio.observatoriodocuidado.
org/bitstream/handle/handle/1740/ItSab_MatDid_
CEP-SAUDE_GO_AleitamentoRecemNascido.
pdf?sequence=1&isAllowed=y

D)

Melasma
Fonte: http://esperandobb.blogspot.com/2011/02/
melasma-na-gravidez-ou-cloasma.html

Tarefa 01:
Nomeio os achados de cada imagem acima.

Tarefa 02:
Durante a realização do exame especular desta paciente foi visto uma vulva
mais arroxeada. Qual o nome deste sinal?

199
O médico de plantão solicitou um teste de gravidez urinário que veio
positivo e uma USG transvaginal que evidenciou saco gestacional
de 20mm, não sendo visualizado embrião.

Tarefa 03:
Qual a(s) hipótese(s) diagnóstica(s)? E qual a conduta neste momento?

Orientações
ao Examinador:
• O examinador deve entregar as tarefas sequencialmente.
• Nas tarefas 01 e 02 o candidato deve escrever as respostas na folha
de resposta.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Respondeu corretamente na foto A: tubérculos
de Montgomery?
Respondeu corretamente na foto B: rede venosa de Haller?

Respondeu corretamente na foto C: sinal de Hunter?

Respondeu corretamente na foto D: melasma ou cloasma?

200
Tarefa 02
Respondeu corretamente sinal de Jacquemier?

Tarefa 03
Citou como hipóteses diagnósticas gestação em curso
ou gestação anembrionária?
Orientou realização de uma nova ultrassonografia entre
7 a 10 dias?

Debriefing
Questão bastante visual para te preparar para as provas multimídias também,
que abordou um tema que vire e mexe cai na sua prova teórica: avaliação
inicial da gestação e modificações do organismo materno na gravidez.

Embora, hoje em dia, o teste de gravidez esteja disponível na grande


maioria das cidades, imagine-se em uma pequena comunidade, a muitos
quilómetros de um grande centro e sem teste laboratorial? Você teria que
dar o diagnóstico dessa paciente com base apenas nos sintomas e sinais do
exame físico.

Como sabemos, os sintomas iniciais de uma gestação são: náuseas com


ou sem episódios eméticos, sialorreia, aumento da sensibilidade mamária,
polaciúria e/ou nictúria, distensão abdominal, constipação, sonolência,
fadiga, entre outros sintomas inespecíficos. Além, é claro, do atraso
menstrual.

Contudo, esta paciente apresentava ciclos irregulares, portanto não


podemos afirmar que a sua idade gestacional seja de 8 semanas conforme
a data da última menstruação. Muito provavelmente, por causa disso,
o médico solicitou uma ultrassonografia transvaginal para melhor datar

201
essa gestação. E ela veio um saco gestacional de 20mm sem embrião.
Estamos diante de uma gestação anembrionária? Não necessariamente!

O examinador pode apenas não ter visto o embrião devido ao estágio inicial
da gestação. Estamos autorizados a diagnosticar gestação anembrionária
quando não vemos embrião em USG com saco gestacional acima de 25mm.

Estação a princípio fácil, mas que cobrou muitos conceitos!

202
Câncer
de Endométrio

Tema: Câncer de Endométrio

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 65 anos, branca, menopausada há 14 anos, refere sangramento
menstrual há 1 mês, em pequena quantidade. Nega outros sintomas.

Tarefa 01:
Realize o atendimento desta paciente, citando a hipótese diagnóstica
mais provável.

Tarefa 02:
Cite 5 fatores de risco para a doença presente na história da paciente
e 2 fatores de proteção.

Tarefa 03:
Qual exame padrão-ouro para diagnóstico?

203
Tarefa 04:
Confirmada sua hipótese diagnóstica, informa a paciente quais os princípios
do tratamento.

Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Maria
• Natural e procedente de São Bernardo - SP
• Estado civil: viúva há 2 anos
• Profissão: do lar
• Motivo da consulta: “Doutor, há mais ou menos 1 mês eu voltei
a sangrar depois de 14 anos.”
• Nega outros sintomas como cólica, corrimento, dispareunia, sinusorragia.
• Nega queixas sistêmicas. Nega perda ou ganho de peso.
• G3Pc2A1
• Menarca aos 12 anos.
• Sexarca aos 16 anos.
• Menopausa aos 51 anos. Nega uso de terapia hormonal.
• Nega uso de anticoncepção durante a menacme.
• Vida sexual inativa desde o falecimento do marido.
• Refere ser diabética em uso de metformina 500mg 2x/dia.
Nega outras cirurgias prévias. Nega alergias.
• Refere tabagismo 1 maço/dia desde os 15 anos.
• Refere história familiar de HAS e DM. Nega história familiar
de câncer ginecológico.

204
Ao questionar a paciente quais exames ela já realizou, a atriz informa que
há 1 semana fez um ultrassom transvaginal:

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Ultrassonografia-endovaginal-do-
endometrio-atrofico-normal-em-uma-mulher-na_fig1_271181877

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

EXAME FÍSICO
• Peso: 90kg / Altura: 1,62m / IMC: 34,3 kg/m²
• Sinais vitais: FC: 92 bpm, PA: 130x78 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 95% em a.a.
• REG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica,
afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.

205
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, indolor à palpação
superficial e profunda. Ausência de massas e visceromegalias
à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais
de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Presença de pouca quantidade de sangue coletado em fundo
de saco. Paredes vaginais sem alterações. Atrofia vaginal.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico, ausência de dor
a mobilização do colo. Anexos não palpáveis.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, estado
civil, profissão)?

Questionou sobre motivo da consulta?

Questionou sobre outros sintomas ginecológicos como


cólica, corrimento, dispareunia, sinusorragia?
Questionou sobre presença sintomas sistêmicos
e/ou anêmicos?
Questionou menarca e menopausa?

Questionou paridade?

206
Questionou uso de terapia de reposição hormonal?
Questionou uso de anticoncepcional oral durante
a menacme?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou história familiar de CA ginecológico?


Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?
Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Citou diagnóstico de adenocarcinoma de endométrio

Tarefa 02
Citou como fatores de risco: idade acima de 60 anos,
obesidade, raça branca, diabetes e menacme longa?
Citou como fatores de proteção: multiparidade
e tabagismo?

Tarefa 03
Citou histeroscopia com biópsia?

Tarefa 04
Informou a necessidade de realização de cirurgia para
estadiamento e tratamento da doença?
Informou sobre a probabilidade de realização de radio
e/ou quimioterapia?
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?

207
Debriefing
Moçada, sangramento na pós-menopausa temos que sempre ter em
mente 3 hipóteses diagnósticas: atrofia endometrial, uso de terapia
de reposição hormonal (TRH) e câncer de endométrio (3ª principal causa).
Obviamente que se a paciente usa terapia hormonal vamos pensar nessa
causa, caso não use, ficamos com as outras duas hipóteses.

E quando suspeitamos mais de câncer? A depender dos fatores


de risco e proteção e do espessamento endometrial. Os valor de corte
do ecoendometrial também depende se a paciente utilizou ou não TRH:
• Com TRH: ecoendometrial normal até 8mm;
• Sem TRH: ecoendometrial normal até 4-5mm.

Em relação aos principais fatores de risco e protetores temos:


• Fatores de risco: idade acima de 60 anos, obesidade, nuliparidade,
anovulação crônica, SOP, menacme longa, diabetes, hiperplasia
endometrial.
• Fatores de proteção: multiparidade, uso de anticoncepcional hormonal
oral, uso de DIU de progesterona, e tabagismo.

Já o tratamento vai depender do estadiamento que é feito por meio


de exames complementares juntamente com a laparotomia (com lavado
peritoneal + histerectomia total + anexectomia bilateral + linfadenectomia).
A maioria dos cânceres de endométrio são encaminhados a radioterapia,
já a quimioterapia é reservada para os casos de metástases.

208
Bacteriúria
Assintomática na Gestação

Tema: Bacteriúria Assintomática na Gestação

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma UBS e irá atender uma gestante de 25 anos,
em sua primeira consulta de pré-natal.
ATENDIMENTO: dia 17/09/2020.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Cite os diagnósticos e classifique a gestante quanto ao risco.

Tarefa 03:
Indique a conduta para o caso.

209
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Rosana
• Natural e procedente de Campinas - SP
• Profissão: bancária
• Estado civil: casada há 3 anos
• Religião: católica
• DUM: 28/09/2020
• Refere ciclos menstruais regulares de 28 dias.
• Nega gestações prévias.
• Nega anticoncepção e uso de preservativos.
• Nega disúria, polaciúria e outros sintomas urinários.
Nega quaisquer sintomas.
• Nega sangramentos e corrimentos.
• Nega comorbidades. Refere estar em uso de ácido fólico.
• Relata apendicectomia aos 15 anos.
• Nega alergias.
• Nega tabagismo. Refere etilismo social apenas nos fins de semanas, mas
parou desde o diagnóstico da gestação. Nega uso de outras drogas
• Nega história familiar de comorbidades gestacionais.

Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:

210
CARTÃO DE PRÉ-NATAL

15/10/2020 15/10/2020
TS O negativo Coombs Indir. negativo
HB/Ht 11,5/32,9 TSH / T4L 0,9 / 2,8

Glicemia Jejum 90 Hep. B anti-HbS +

HIV NR Hep. C NR
Sífilis NR
Toxoplasmose IgM - / IgG -

• Urina tipo 1 (só entregar se solicitado pelo candidato):

• Urocultura (só entregar se solicitado pelo candidato):

211
EXAME FÍSICO
Geral:
• BEG, LOTE, normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: Sao2: 97%, FR: 21 irpm, Ausculta: MV+ bilateralmente,
sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: FC: 88 BPM, PA: 110x60 mmHg. Ausculta: RCR em 2T,
BNF,, sem sopros.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de dor à palpação
superficial e profunda, ausência de visceromegalias e tumorações
palpáveis.
Ginecológico:
• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.
Paredes vaginais arroxeadas. Presença de secreção fisiológica.
• Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização, ausência
de nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
Obstétrico:
• Fundo uterino palpável 2cm abaixo da sínfise púbica.
BCF 140 bpm.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou dados de identificação (procedência, religião,
estado civil, profissão)?
Solicitou cartão de pré-natal?

212
Questionou DUM?

Calculou corretamente a idade gestacional? (16 semanas)

Questionou se gestação foi planejada e/ou foi bem aceita?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre sintomas como corrimento,


sangramento transvaginal?
Questionou sobre disúria, polaciúria e outros sintomas
urinários?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF, exame especular e toque vaginal?

Solicitou urina tipo 1 e urocultura?

Tarefa 2
Indicou o diagnóstico de primigesta e de gestação
em curso com 16 semanas?
Indicou o diagnóstico de risco de aloimunização
ou paciente Rh negativa?

Indicou o diagnóstico de suscetibilidade a toxoplasmose?

Indicou o diagnóstico de bacteriúria assintomática?

Indicou gestação de baixo risco?

213
Tarefa 3
Prescreveu antibioticoterapia para ITU?

Solicitou urocultura de controle após 7 dias de tratamento?

Prescreveu sulfato ferroso?


Orientou medidas comportamentais para profilaxia
de toxoplasmose?
Marcou retorno em 1 mês?
Questionou sobre dúvidas e estabeleceu uma boa relação
médico-paciente?

Debriefing
Eu sei que você já deve estar cansado de consulta de pré-natal, mas mais
uma estação nunca é demais, porque pode ter certeza que esse tema vai cair
em alguma prova prática que você irá realizar no final do ano.

Nessa estação trabalhamos novamente a consulta de pré-natal com um maior


enfoque na análise dos exames laboratoriais realizados e os diagnósticos
fisiológicos e patológicos apresentados pela paciente. Não se esqueça que a
urina tipo 1 e a urocultura são exames obrigatórios no primeiro trimestre
para toda gestante, e a banca queria saber se você estava atento e percebeu
que no cartão de pré-natal da gestante estava faltando tais exames.
No final a paciente apresentava uma bacteriúria assintomática
e que precisava ser tratada.

Ah! Bora lembrar dos exames de rotina recomendados para todas


as gestantes de acordo com o Ministério da Saúde?

214
1. Tipagem sanguínea e do fator Rh (1ª consulta);
2. Teste de Coombs indireto (1ª consulta se Rh negativo
e repetir se paciente Rh negativo com 28, 32, 36 e 40 semanas);
3. Hemograma (1ª consulta e 3º trimestre);
4. Glicemia de jejum (1ª consulta);
5. Sorologia para toxoplasmose (1ª consulta e mensalmente se paciente
susceptível);
6. Sorologia para hepatite B/ HbsAg (1ª consulta e 3º trimestre);
7. Teste rápido para HIV ou anti-HIV (1ª consulta) e anti-HIV
(3º trimestre);
8. Teste rápido para sífilis e/ou VDRL (1ª consulta) e VDRL (3º trimestre);
9. Urina tipo 1 e urocultura (1ª consulta e 3º trimestre);
10. Teste de tolerância oral a glicose com 75g (entre 24 e 28 semanas
se glicemia de jejum de 1º trimestre < 92 mg/dL);
11. Swab vaginal e retal para pesquisa de Streptococcus do grupo B
(entre 35 e 37 semanas se mãe sem indicação prévia de profilaxia).

215
Torção Ovariana

Tema: Torção Ovariana

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador + 1 atriz
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 27 anos, chega ao pronto atendimento com queixa de dor
abdominal súbita há 1 dia, localizada em FIE, do tipo pontada, sem irradiação,
sem fatores de piora, e alívio parcial ao uso de dipirona 1g.

Tarefa 01:
Realize a atendimento direcionado para a queixa da paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares que achar pertinente para o caso.

Tarefa 03:
Qual o nome do sinal visto no exame solicitado?

Tarefa 04:
Qual o diagnóstico e conduta?

216
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nega náuseas, vômitos, alterações intestinais e urinárias.
Nega episódio de dor prévio semelhante.
• Nega febre e outros sintoma sistêmicos.
• Neha sangramento transvaginal e corrimento. Nega outros sintomas
ginecológicos.
• DUM: há 20 dias
• Refere ciclos menstruais regulares, de 28 dias, com fluxo de 5 dias.
• Refere apenas uso de condom masculino para anticoncepção.
Casada há 3 anos, parceiro único.
• 1G1Pn
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Ciclos menstruais regulares de 28 dias com fluxo de 4 dias.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:

EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 98 bpm, PA: 110x60 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a.

217
• REG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, fáceis
de dor.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, dor à palpação superficial e profunda
nas fossa ilíaca esquerda e hipogástrio. Ausência de massas
e visceromegalias à palpação. Giordano negativo.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino centrado, normoepitelizado, sem
alterações. Vagina trófica.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico. Ausência de dor
a mobilização do colo. Dor a palpação anexial esquerda.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava um cartão


com cada exame pedido:
• B-HCG negativo.

Ultrassonografia transvaginal:

Torção de ovário Fonte: arquivo pessoal.

Só entregar a tarefa 03 caso o candidato solicite USG-TV na tarefa 04.

218
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou sobre náuseas, vômitos, alteração do hábito
intestinal e urinário?

Questionou sobre febre e outros sintomas sistêmicos?

Questionou sobre sangramento transvaginal, corrimento


e outros sintomas ginecológicos?

Questionou DUM e paridade?

Questionou sobre características do ciclo menstrual?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou menarca e sexarca?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Solicitou exame físico geral?

219
Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 2
Solicitou beta-HCG?

Solicitou USGTV?

Tarefa 3
Citou “sinal do redemoinho” ou “Whirlpool” sign?

Tarefa 4
Citou abdome agudo por torção ovariana?

Orientou realização de laparotomia de urgência?

Prescreveu analgesia?

Debriefing
Caso clínico que poderia muito bem estar na estação de cirurgia, uma vez
que a torção ovariana constitui-se uma importante causa de dor abdominal
aguda em mulheres em idade reprodutiva, apesar de sua baixa incidência.

Em resumo, a torção ovariana é definida como a rotação parcial


ou total do pedículo vascular ovariano que promove estase circulatória,
inicialmente venosa, e que se torna arterial com a progressão da torção

220
e do edema resultante. A sua sintomatologia inespecífica pode levar
à demora em sua identificação e o diagnóstico tardio pode provocar a perda
da tuba uterina, do ovário, ou de ambos, com evolução para a infertilidade.
Por isso uma boa anamnese e o exame de imagem adequado é de suma
importância para o diagnóstico.

Nesta estação, a banca nos mostrou uma ultrassonografia com um achado


específico da torção ovariana para já fecharmos o diagnóstico e indicarmos
a intervenção cirúrgica. Todavia, a identificação do "sinal do redemoinho"
ou do inglês, “Whirlpool” sign, que representa o pedículo ovariano torcido
ao redor de seu eixo, é muito incomum (menos de um terço dos casos)
e de difícil caracterização, porém, quando presente, é patognomônico
de torção ovariana.

221
Pródromo
de Trabalho de Parto
Tema: Pródromo de Trabalho de Parto
Caiu em: USP-RP 2020

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico
1 manequim pélvico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 26 anos, primigesta, com 39 semanas de idade gestacional,
chega à maternidade com queixa de dor abdominal, nega febre ou perda
de líquido. Refere boa movimentação fetal e nega sangramento transvaginal.

EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: Bom estado geral, corada, hidratada, acianótica, anictérica.
• ACV: RCR, em 2T, BNF, sem sopros; FC = 72 bpm; PA = 125 x 75 mmHg.
• AR: MVUA sem RA. FR = 22 irpm.
• Abdome: altura de fundo uterino: 35 cm, BCF = 140, 1 contração
de 20 segundos a cada 30 minutos.
• Membros: Edema discreto bilateral (+/4), sem empastamento
de panturrilhas.

222
Tarefa 01:
Realize o toque vaginal

Tarefa 02:
Dê a conduta adequado para o caso.

Orientações
ao Examinador:
Durante a condução da estação o examinador não deve interagir com
o candidato em nenhuma circunstância.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Cumprimentou e se apresentou à paciente?
Informou sobre o procedimento que irá realizar
(toque vaginal) com clareza?
Higienizou as mãos e solicitou presença de auxiliar
na sala?
Calçou e descartou as luvas corretamente?
Realizou o toque vaginal com a técnica correta na seguinte
ordem após calçar a luva: aplicou lubrificante, afastou
os pequenos lábios, introduziu os dois dedos?

223
Descreveu o exame de toque corretamente para a paciente
(“colo fechado”/“sem dilatação”)?
Elaborou a hipótese diagnóstica (ausência de trabalho
de parto / período de pré-parto ou prodrômico)?

Tarefa 02
Orientou alta para casa?
Orientou retorno quando/se: aumentarem as contrações
(3/10 minutos por 1-2 horas), perder água ou sangue,
perceber redução de movimentação fetal?
Sugeriu condutas sem justificativa científica ou erradas
(gera checklist negativo) - solicitou US, orientou repouso
em casa?
Utilizou linguagem adequada, sem jargões?

Debriefing
Moçada, estação direta de 5 minutos que cobrou uma etapa do exame
físico fundamental para o obstetra e ginecologista: o toque vaginal.
Além disso, tínhamos que avaliar se a paciente estava ou não em trabalho de
parto, conceito fundamental na formação de qualquer médico generalista.

Segundo o Ministério da Saúde, a fase ativa do trabalho de parto


é definida e inicia-se quando há presença de contrações uterinas regulares,
pelo menos 2 em 10 minutos, e dilatação cervical com, pelo menos, 4 cm.
A paciente em questão não se encontra nessa definição, mas ela apresenta
contrações uterinas, portanto estamos diante de um pródromo de trabalho
de parto.

O período prodrômico, ou período pré-parto, se inicia entre 30


e 36 semanas de gravidez e se estende até o desencadeamento do trabalho de
parto. À medida que o momento do parto se aproxima, ocorre a descida do

224
fundo uterino com a acomodação da apresentação ao canal do parto, o que
é percebido pela gestante como cólicas. Além disso, ocorrem contrações
uterinas irregulares e incoordenadas, que, muitas vezes, são percebidas
como contrações reais de trabalho de parto, o que levam as pacientes
a procurarem o pronto-socorro obstétrico (o que ocorreu com a paciente
em questão).

Com o avanço dos dias, as contrações uterinas tornam-se, progressivamente,


mais intensas, porém sem ainda haver dilatação progressiva e rápida do colo.
Nesse momento, também há aumento das secreções cervicais e, por vezes,
rajas de sangue, com eliminação do organismo desse muco, denominado
saída do tampão mucoso endocervical ou, popularmente denominado,
“sinal do parto”. Mas, lembre-se, a saída do tampão mucoso pode preceder
o parto em horas ou dias, não sendo uma marca para o diagnóstico
do início do trabalho de parto.

225
Laqueadura Tubária
Bilateral

Tema: Laqueadura Tubária Bilateral

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente 37 anos, casada há 15 anos, 3G2Pn1A, vem a consulta
de planejamento familiar para aconselhamento sobre métodos
contraceptivos. Nega quaisquer queixas. Nega comorbidades.
Nega medicamentos de uso contínuo. Nega cirurgias prévias e alergias.
Refere tabagismo 1maço/dia. Nega etilismo.

Ao exame físico:
• SSVV: PA 120x80 mmHg / FC 90 bpm / FR 16 irpm / Sp)2 97% em a.a.
• Dados antropométricos: peso 95 kg / altura 1,63 cm
• BEG, corada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• ABD: globoso, flácido, RHA+, indolor a palpação. Não palpo massas
e VMG.

226
• MMII: bem perfundidos, sem edema, sem sinais de TVP.
• Especular: colo centrado, normoepitelizado, presença de secreção
fisiológica. Vagina trófica, sem alterações.
• TV: útero AVF, intrapélvico. Colo indolor a mobilização.
Anexos não palpáveis.
• Mamas: sem alterações à inspeção estática e dinâmica. Ausência de
nódulos à palpação. Fossas axilares, supra e infraclaviculares livres.

Tarefa 01:
Informe a paciente os métodos anticoncepcionais disponíveis e quais
são contraindicados para ela no momento.

Tarefa 02:
Paciente informa que gostaria de realizar laqueadura tubária.
Informa à ela quais as condições para a realização da LTB.

Orientações
à Atriz:
Durante a consulta a atriz não expressava nenhuma reação.
Apenas quando o candidato mencionava o DIU, ela falava que não queria
de jeito nenhum colocar esse método.

Orientações
ao Examindor:
Não deve interagir em nenhum momento com o candidato.

227
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Estabeleceu relação médico-paciente? Utilizou linguagem
adequada?
Informou sobre métodos comportamentais e sua baixa
eficácia?
Informou sobre métodos de barreira , sua baixa eficácia e
seu benefício de prevenir ISTs?
Informou sobre métodos de de progesterona isolado
(minipílula, injetável trimestral e implante subdérmico)?

Informou que o implante não está disponível no SUS?

Informou sobre métodos hormonais combinados?

Orientou contraindicação absoluta aos métodos


combinados?

Informou sobre DIU?

Informou sobre métodos cirúrgicos?

Tarefa 02
Informou que as indicações para LTB são: maiores
de 25 anos ou 2 filhos vivos com capacidade civil plena?
E informou que ela pode realizar o procedimento?

228
Informou que há a necessidade por lei de aguardar 60 dias
entre a vontade da paciente e a realização da cirurgia?
Informou que o parceiro também deve concordar com
o procedimento por escrito?
Informou que até a realização do procedimento ela
deve escolher outro método para evitar uma gravidez
indesejada?
Retirou as dúvidas da paciente?

Debriefing
Questão um pouco longa para 5 minutos de prova, mas veja que
a banca queria saber se o candidato conseguia elencar os diferentes tipos
de métodos contraceptivos, orientá-los de maneira direta e saber quais
as contraindicações absolutas para a paciente.

Por fim, a paciente escolhia a realização da laqueadura. Lembre-se que


esse método é permitido por lei em mulheres maiores de 25 anos ou com
pelo menos dois filhos vivos, diminuindo a chance de se arrependerem.

Sendo assim, uma mulher de 30 anos que não possui filhos pode realizar
a laqueadura, e o mesmo é possível em uma mulher de 20 anos que
já tem, pelo menos, 2 filhos. Além disso, é necessário que se cumpra o prazo
mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade de realizar a laqueadura
e a efetivação do processo cirúrgico, período em que deve ser oferecido
à mulher o serviço de planejamento familiar e um aconselhamento
por equipe multidisciplinar, oferecendo a mulher um método seguro
até a realização do procedimento.

229
Dengue na Gestação

Tema: Dengue na Gestação


Caiu em: Revalida 2016

Grau de dificuldade: alto


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Gestante de 32 semanas, com relato de viagem há 15 dias para o Rio de
Janeiro, comparece ao Pronto Atendimento que você trabalha com queixa
de adinamia, febre alta e náuseas.

Tarefa 01:
Inicie a consulta com a paciente, fazendo questionamentos pertinentes ao
caso clínico.

Tarefa 02:
Faça o exame físico direcionado da paciente.

Tarefa 03:
Cite a hipótese diagnóstica mais provável e exames que corroborem
a sua hipótese.

230
Tarefa 04:
A gestante demonstra estar apreensiva com o diagnóstico recebido,
e gostaria de saber qual é o tratamento mais adequado, se há riscos para
a sua gestação (se sim, quais) e se necessita internação hospitalar.

Orientações
à Atriz
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor(a), estou com febre a 3 dias e com uma
fraqueza no corpo.”
• Refere febre há 3 dias, aferida de 39ºC, com melhora ao uso
de paracetamol.
• Nega ocorrência de exantema.
• Refere leve artralgia em joelhos. Nega edema articular e limitação
funcional.
• Refere dor retro-orbitária de moderada intensidade.
• Refere mialgia, adinamia e prostração desde o início do quadro.
• Nega quaisquer sinais de alarme: dor abdominal, vômitos persistentes,
hipotensão postural, lipotímia, sonolência, diminuição da diurese,
irritabilidade, desconforto respiratório.
• Nega ocorrência de sangramentos como: epistaxe, gengivorragia,
hematêmese, melena e sangramento vaginal.
• Primigesta
• IG de 32 semanas pela DUM compatível com o USG de primeiro
trimestre.
• Está realizando pré-natal adequadamente.
• Não trouxe cartão de pré-natal. Nega intercorrências na gestação.
• Nega comorbidades. Nega cirurgias prévias. Nega alergias.
• Está em uso de sulfato ferroso e ácido fólico diariamente.

231
Orientações
ao Examinador
O examinador deve entregar os seguintes dados do exame físico
se solicitado pelo candidato:
• PA: 110x70 mmHg
• FC: 98 bpm
• ABD: gravídico, RHA+, leve dor a palpação profunda de epigástrico.
Sem outros achados.
• Ginecológico: Ao toque vaginal: colo uterino indolor à mobilização,
ausência de nodulações em fundo de saco e regiões anexiais.
• Obstétrico: Altura uterina: 32cm. BCF 140 bpm. DU: ausente

Prova do laço:

Prova do laço negativa


Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/
upload/saude/Dengue_Classificacao_de_Risco.pdf

Resultado hemograma: Hb 11,5 / Ht 37%.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

232
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Investigou os sintomas de febre, caracterizando, pelo
menos, tempo de início ou duração e intensidade?
Investigou a ocorrência de exantema?
Investigou a ocorrência de sintomas articulares, como
artralgia, edema articular ou limitação funcional?
Investigou os seguintes sintomas: cefaleia, mialgias, dor
retro-orbitária, adinamia, prostração?
Investigou sinais de alarme: dor abdominal, vômitos
persistentes, hipotensão postural, lipotímia, sonolência,
diminuição da diurese, irritabilidade, desconforto
respiratório?
Pesquisou ocorrência de sangramento: epistaxe,
hemorragias de pele, gengivorragia, hemorragia
conjuntival, hematêmese, melena, sangramento vaginal,
hematúria?
Interrogou se está fazendo pré-natal?
Interrogou sobre paridade, intercorrências na gestação,
comorbidades, cirurgias prévias e alergias?
Tarefa 02
Verbalizou a necessidade de verificar a pressão arterial?
Verbalizou a necessidade de verificar a
frequência cardíaca?
Verbalizou a necessidade de realizar exame
físico do abdome?

233
Verbalizou a necessidade de exame físico
gineco-obstétrico?
Verbalizou a necessidade de realizar a prova do laço
e informa que o resultado está normal?

Tarefa 03
Informou que é grande a probabilidade do
diagnóstico ser dengue?
Apresentou outras hipóteses diagnósticas
como zika ou chikungunya?
Solicitou exames específicos para dengue: sorologia
IgG e IgM (ELISA) OU isolamento viral (RT-PCR,
imunohistoquímica ou NS1) - todas por amostra
de sangue?
Solicitou exame específico para zika e chikungunya.
Não é necessário especificar a técnica do exame?
Solicitou hemograma?

Tarefa 04
Respondeu que existe o risco de transmissão vertical?
Com relação aos riscos para o binômio materno-fetal,
respondeu os seguintes: aborto, trabalho de parto pré-
termo, restrição de crescimento fetal, baixo peso ao nascer,
hemorragias e acometimento neurológico?
Orientou hidratação por via oral: 60-80ml/kg/dia?
Orientou uso de sintomáticos: analgésicos e antitérmicos
- paracetamol/dipirona? (Considerar não realizado
se prescrever AAS ou anti-inflamatórios não hormonais
como cetoprofeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida)

234
Verbalizou a necessidade de notificação de caso suspeito?
Respondeu que não há necessidade de internação
hospitalar e indica acompanhamento ambulatorial e/ou
retorno para reavaliação?

Debriefing
Dengue na gestação não é algo comum para ser exigido em uma prova
prática de GO. Mas, não se assustem: a abordagem frente a essa situação
foi muito parecida com a de um paciente geral com suspeita de dengue.

Vejam que o checklist cobrado pelo REVALIDA de 2016 contempla desde


os passos iniciais, com uma anamnese e exame físico bem feitos, até a definição
de tratamento. Mas, ao notar que essa estação era de gineco-obstetrícia,
o candidato deveria realizar a avaliação obstétrica e da vitalidade fetal,
finalizando com orientações sobre os riscos fetais.

Não esqueçam, também, de notificar a doença!!

235
Vaginose
Bacteriana

Tema: Vaginose Bacteriana


Caiu em: UFES 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Jessica, 19 anos de idade, é atendida por você em um Pronto Atendimento,
referindo corrimento há 5 dias.

Tarefa 01:
Faça a consulta com a paciente, explicando qual o provável diagnóstico
etiológico e o tratamento para a sua condição.

Tarefa 02:
Após saber do possível diagnóstico, a paciente questiona se o seu parceiro
necessita fazer o tratamento também. Sane sua dúvida.

236
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo da consulta: “Doutor, faz uma semana mais ou menos
que estou com um corrimento diferente.”
• Características do corrimento: corrimento branco-acinzentado,
em grande quantidade, com odor muito forte.
• Nega prurido associado, e refere leve dispareunia de penetração.
• Nega outros sintomas associados como febre, disúria, polaciúria.
• Nega rash cutâneo.
• DUM: há 10 dias.
• Está em um relacionamento fixo há 4 meses.
• Nº de parceiros: 6;
• Nega uso de camisinha e outros métodos contraceptivos.
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 15.
• Nega antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis
(no momento da pergunta a paciente fica com preocupada achando que
está com uma IST).
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo

Orientações
ao Examinador:
O candidato só recebia o que era pedido (geral, especular, pH vaiginal,
exame a fresco e toque vaginal).

237
EXAME FÍSICO:
Geral:
• BEG, LOTE, corada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril ao toque.
• Especular (FOTO)

Vaginose bacteriana

• pH vaginal: 5,0
• Toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico.. Colo uterino indolor
à mobilização, fechado. Sem alterações.

Exame a fresco:

Exame a fresco evidenciando clue-cells


Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1222923/.

238
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre motivo da consulta?


Investigou características do corrimento vaginal
(cor, odor, volume)?
Questionou sobre presença de prurido e dispareunia?
Questionou sobre presença de outros sintomas como
febre e sintomas urinários?
Questionou sobre rash cutâneo associado?

Questionou DUM e paridade?

Questionou menarca e sexarca?

Investigou sexualidade e número de parceiros?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?

Questionou sobre ISTs prévias?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Solicitou exame físico geral?

239
Solicitou exame especular?

Descreveu as características do corrimento encontrado


(branco aderido a parede vaginal)?

Solicitou pH vaginal?

Indicou necessidade de coleta de material para realizar


exame a fresco e Whiff-Test?

Solicitou toque vaginal?

Citou diagnóstico etiológico: vaginose bacteriana?

Prescreveu metronidazol 500mg, via oral,


12/12h, por 7 dias?

Orientou uso de preservativo para prevenir IST?

Ofertou anticoncepção?

Tarefa 02
Esclareceu não se tratar de uma IST?

Esclareceu que o parceiro não precisa ser tratado também?

Debriefing
Investigação de leucorreia é tema muito factível de ser cobrado pois, para
chegar ao diagnóstico, há uma série de diagnósticos diferenciais que vão
sendo excluídos ao longo da anamnese, exame físico e testes à beira-leito
(que, apesar de não termos tanta disponibilidade na prática diária, quando
tratamos de prova prática, irão cobrar dar um jeito de cobrá-los).

240
Ah, atenção para isso: em prova prática não há limite de verba, de logística
ou de recursos humanos - solicite tudo o que você considerar necessário
para ter a melhor condução do caso. Aqui não tem erro, temos que lembrar
as principais características clínicas e do exame físico dos corrimentos
(vaginose, candidíase e tricomoníase).

Vamos aproveitar para revisar os principais pontos das vulvovaginites.

1. Vaginose Bacteriana
• Agente: o principal é a Gardnerella vaginalis.
• Quadro clínico: corrimento branco-acinzentado, fino, homogêneo,
com odor fétido que piora com menstruação e relação sexual
• Diagnóstico: 3 dos 4 critérios de Amsel (1. Corrimento
branco-acinzentado, fino, homogêneo / 2. pH vaginal > 4,5 / 3. Teste
das aminas (Whiff/Snif) positivo / 4. Presença de Clue Cells (célula
alvo) na microscopia ou exame a fresco).
• Tratamento: metronidazol 500mg VO 12/12h por 7 dias.

2. Candidíase
• Agente: Candida albicans é a mais comum.
• Quadro clínico e diagnóstico: corrimento branco aderido, em nata
de leite, com muito prurido, pH < 4,5 e presença de pseudo-hifas
(esporos) na microscopia.
• Tratamento: miconazol creme 7 noites ou nistatina creme 14 noites
ou fluconazol 150mg VO dose única (segunda linha).

3. Tricomoníase
• Agente: Trichomonas vaginalis
• Quadro clínico e diagnóstico: corrimento amarelo-esverdeado
bolhoso, abundante, pH > 5 (> 5-6), presença de colo em framboesa no
exame especular, no teste de Schiller o colo fica com aspecto tigroide,
e presença de protozoário móvel no exame a fresco.
• Tratamento: metronidazol 500mg VO de 12/12h por 7 dias ou 2g dose
única.

241
Placenta Prévia

Tema: Placenta Prévia


Caiu em: UNESP

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: consulta Pronto Atendimento

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 33 anos, primigesta, com 35 semanas e 3 dias de idade gestacional,
chega à maternidade com queixa de sangramento transvaginal há 1 dia.
Nega febre ou perda de líquido. Refere diminuição da movimentação fetal.

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Tarefa 02:
Quais exames devem ser solicitados neste momento? E qual(is) o(s)
diagnóstico(s)?

Tarefa 03:
Cite 3 fatores de risco presentes no caso para o seu diagnóstico principal.

242
Orientações
à Atriz
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Motivo do atendimento : “Doutor, faz um dia que estou sangrando.”
• Refere sangramento em pequena quantidade, vermelho vivo.
• Nega contrações, dor abdominal e hipertonia uterina.
• Nega febre ou perda de líquido. Refere diminuição da movimentação
fetal hoje.
• 4G2Pc1A
• Refere 1 aborto com 10 semanas de gestação há 3 anos com necessidade
de realização de cuteragem.
• Nega comorbidades prévias e intercorrências nesta gestação.
Está em uso de ácido fólico e sulfato ferroso.
• Nega outras cirurgias e alergias.
• Refere tabagismo 5 cigarros/dia. Nega etilismo após a gestação.

243
Orientações
ao Examinador:
CARTÃO DE PRÉ-NATAL:

1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre


TS O positivo
HB/Ht 12,0/37,1 11,1/33,6

Glicemia Jejum 90 88

HIV NR NR
Sífilis NR NR
Toxoplasmose IgM - / IgG - IgM - / IgG - IgM - / IgG -
Hep. B anti-HbS -
Hep. C NR
Urina 1 normal normal
Urocultura negativa negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(geral, altura uterina, dinâmica uterina, BCF e especular):
Geral:
• BEG, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril ao
toque.
• Sinais vitais: PA: 120x80 mmHg em decúbito / FC: 102 bpm / SpO2: 97%
em a.a. / FR: 20 irpm.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. mmHg.

244
Obstétrico:
• Altura uterina: 34cm.
• DU: ausente.
• Tônus uterino: normal
• BCF: 140 bpm, rítmico.
• Exame especular: presença de pequena quantidade de sangue vermelho
vivo se exteriorizando pelo orifício externo do colo. Paredes vaginais
íntegras.

Caso o candidato solicitasse cardiotocografia ele recebia a seguinte imagem:

Cardiotocografia = feto ativo.


Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016 e alterações.

Caso o candidato solicitasse uma ultrassonografia transvaginal ele recebia


a seguinte imagem:

245
Placenta prévia no ultrassonografia transvaginal
Fonte: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-48732-8_12

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se como médico e cumprimentou a paciente?

Questionou sobre as características do sangramento?


Questionou sobre contrações, dor abdominal e hipertonia
uterina?

246
Questionou sobre contrações, dor abdominal e hipertonia
uterina?
Questionou sobre perda de líquido e movimentação fetal?

Questionou sobre paridade?

Questionou sobre realização de curetagem após aborto?


Questionou sobre comorbidades, uso de medicações,
intercorrências na gestação, cirurgias prévias e alergias?
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas?

Solicitou o cartão de pré-natal?

Solicitou exame físico geral da paciente?

Solicitou AU?

Solicitou BCF?

Solicitou dinâmica uterina e tônus uterino?

Solicitou exame especular?

Não solicitou toque vaginal?

Tarefa 2
Solicitou cardiotocografia?

Solicitado USG transvaginal?

Diagnosticou placenta prévia total?

247
Tarefa 3
Citou cesárea prévia e/ou curetagem?

Citou multiparidade?

Citou tabagismo?

Debriefing
Sangramento na segunda metade da gestação é um tema que não foi cobrado
nas provas práticas dos últimos anos, mas é questão certa nas provas teóricas
e pode muito bem ser adaptado à segunda fase. Além disso, nessa estação
trouxemos 2 elementos da prova multimídia: uma cardiotocografia anteparto
e uma ultrassonografia transvaginal (fica de olho nessas imagens!!!)

Aqui não tem erro, ao se deparar com uma estação de placenta prévia
é preciso lembrar de como realizamos o diagnóstico (suspeita clínica,
SEM realizar toque vaginal, e confirmação pelo ultrassom), dos fatores
de risco, e da conduta obstétrica a ser tomada a depender da manifestação
clínica.

Por fim não se esqueça dos possíveis diagnósticos diferenciais,


com destaque para o descolamento prematura de placenta.

248
Gestação Ectópica

Tema: Gestação Ectópica

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em pronto socorro

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 28 anos, chega ao pronto atendimento com queixa de dor
abdominal súbita há 1 dia.

Tarefa 01:
Realize a atendimento direcionado para a queixa da paciente.

Tarefa 02:
Solicite os exames complementares que achar pertinente para o caso.

Tarefa 03:
Qual o nome do sinal visto no exame solicitado?

Tarefa 04:
Qual o diagnóstico e conduta?

249
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Refere dor abdominal súbita há 1 dia, com piora progressiva,
localizada principalmente em hipogástrico, com irradiação para FIE,
do tipo pontada, sem fatores de piora e melhora.
• Refere náuseas e 3 episódios de vômitos. Nega alterações intestinais
e urinárias. Nega episódio de dor prévio semelhante.
• Refere ainda tontura e lipotimia nas últimas horas.
• Nega febre e outros sintoma sistêmicos.
• Refere sangramento vaginal de pequena quantidade há 2 dias.
Nega outros sintomas ginecológicos.
• DUM: há 45 dias
• Refere ciclos menstruais irregulares.
• Refere apenas uso de condom masculino para anticoncepção.
Casada há 5 anos.
• 2G2Pn
• Menarca aos 13 anos e sexarca aos 14.
• Nega comorbidades. Nega uso de medicação. Nega cirurgias prévias.
Nega alergias.
• Nega tabagismo e etilismo.
• Não sabe tipo sanguíneo.

Orientações
ao Examinador:
Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão:

250
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 120 bpm, PA: 90x60 mmHg. FR: 24 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, hipocorada (2+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, fáceis
de dor.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+, dor à palpação superficial e profunda
de hipogástrio e fossa ilíaca esquerda. Ausência de massas
e visceromegalias à palpação. Descompressão brusca positiva.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII,
sem sinais de TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
• Ao exame especular: colo uterino centrado, normoepitelizado, com
pequena quantidade de sangue coletado em fundo de saco. Vagina
trófica, sem alterações.
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico. Ausência de dor
a mobilização do colo. Forte dor a palpação anexial esquerda
e de hipogástrio.

Ao solicitar os exames complementares, o examinador entregava


um cartão com cada exame pedido:
• B-HCG quantitativo: 1652 mUI/ml
• Ultrassonografia transvaginal:

Sinal do anel tubário com sangue livre na cavidade em uma gravidez ectópica rota
Fonte: https://www.sogimig.org.br/curso/material/ginecologica/GRAVIDEZ-ECTOPICA.pdf

251
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?

Questionou sobre característica do dor?


Questionou sobre náuseas, vômitos, alteração do hábito
intestinal e urinário?
Questionou sobre febre e outros sintomas sistêmicos/
anêmicos?
Questionou sobre sangramento transvaginal, corrimento
e outros sintomas ginecológicos?
Questionou DUM e paridade?

Questionou sobre características do ciclo menstrual?


Questionou sobre método contraceptivo e uso
de preservativo?
Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,
uso de medicações, cirurgias, alergias)?
Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou sobre tipagem sanguínea?

Solicitou exame físico geral?

252
Solicitou exame especular?

Solicitou toque vaginal?

Tarefa 02
Solicitou beta-HCG?

Solicitou USGTV?

Solicitou tipagem sanguínea?

Tarefa 03
Citou “sinal do anel tubário”?

Citou sangue livre na cavidade abdominal?

Tarefa 04
Citou gravidez ectópica rota?

Indicou monitorização da paciente?

Indicou estabilização da paciente com solução cristalóide?

Prescreveu analgesia?

Orientou realização de laparotomia de urgência?

Debriefing
Estação com a tríade clássica que compõe o quadro clínico da gravidez
ectópica: dor abdominal, sangramento vaginal e atraso ou irregularidade
menstrual. Pelo menos um destes sintomas está presente em praticamente
todas os casos de gravidez ectópica. Lembre-se que o sangramento

253
vaginal é devido a reação de Arias Stella, em decorrência da descamação
endometrial secundária a produção irregular de hCG. Aqueles pacientes
que evoluem com gravidez ectópica rota exibem quadro clínico de choque,
incluindo hipotensão, taquicardia e sintomas de peritonite – como dor a
descompressão brusca do abdome, igual no caso em questão.

Para diagnóstico, ficou definido que beta-HCG quantitativo acima de 1500


mUI/ml temos que ver à ultrassonografia saco gestacional intrauterino.
Além disso, concentração sérica de ß-hCG em casos de gestação ectópica
tende a ser menor do que a observada em gestações tópicas de mesma
duração, assim como, o tempo de duplicação de seus valores séricos é maior
do que o encontrado, geralmente, em uma gestação viável, o que sugere
uma gravidez ectópica. Já na avaliação anexial podemos encontrar o famoso
sinal do “anel tubário”, e quando rota, visualizamos líquido livre na cavidade
abdominal.

Por fim, gestação ectópica rota não tem choro nem vela, é indicação
de cirurgia de urgência após a estabilização da paciente.

254
Abortamento

Tema: Abortamento
Caiu em: HIAE 2019

Grau de dificuldade: fácil


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em Pronto Atendimento Obstétrico

Início da Estação
Caso clínico:
Você é o médico do PS e irá atender uma paciente, 24 anos, gestante,
com queixa de dor em baixo ventre e sangramento vaginal.
ATENDIMENTO: dia 21/06/2020

Tarefa 01:
Realize o atendimento.

Após algumas semanas, a paciente retorna ao PS com novo quadro de


dor infraumbilical e sangramento vaginal importante. No atendimento
inicial, foi verificado os sinais vitais: FC = 120 bpm, PA = 80 x 60 mmHg,
FR = 18, afebril.

Tarefa 02:
Indique o diagnóstico inicial para o caso e dê as condutas pertinentes
para o mesmo.

255
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Refere dor em abdome inferior tipo cólica há 1 dia, de moderada
intensidade, com alívio parcial ao uso de buscopam, associado
a sangramento transvaginal em pequena quantidade.
• Nega sangramentos prévios.
• Nega corrimento e outros sintomas ginecológico.
• Nega febre, tontura, desmaio, lipotímia e outros sintomas sistêmicos.
• DUM: 22/04/2020
• Refere ciclos regulares, de 28 dias, com fluxo de 5 dias.
• 2G1A (refere 1 aborto há 1 ano com necessidade de realização
de curetagem).
• Nega comorbidades. Relata estar em uso de ácido fólico 5mg.
• Nega cirurgias prévias e alergias.
• Não sabe o tipo sanguíneo do pai.

256
Orientações
ao Examinador:
Ao ser solicitado o cartão de pré-natal, o candidato recebia o seguinte
impresso:

CARTÃO DE PRÉ-NATAL

01/06/2020 01/06/2020
TS O negativo Toxoplasmose IgM - / IgG +
HB/Ht 12,1/37,3 Hep. B anti-HbS +

Glicemia Jejum 90 Hep. C NR

HIV NR Urina 1 normal


Sífilis NR Urocultura negativa

Ao solicitar o exame físico, o examinador só entrega o exame solicitado


(exame físico geral, especular, toque vaginal, e BCF):

EXAME FÍSICO
Geral:
• BEG, LOTE, hipocorada (1+/4+), hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC: 98 bpm, PA: 100x60
mmHg.
• Abdome: levemente globoso, RHA+, presença de dor a palpação profunda
de hipogástrio, ausência de visceromegalias e tumorações palpáveis.

257
Exame obstétrico:
• Exame especular: Saída de sangue em pequena quantidade pelo OE do
colo. Sangue coletado em fundo de saco em pequena quantidade. Paredes
vaginais íntegras, sem laceração.
• Toque vaginal: útero anteroversofletido, imtraélvico. Colo uterino
indolor à mobilização, impérvio. Presença de sangue em luva. Anexos
não palpáveis.
• BCF: 140 bpm, rítmico.
Resultados de exames (quando solicitados):
• Hb/Ht: 11,1/35,3
• Ao solicitar uma USG o candidato recebia a seguinte imagem:

A) Hematoma subcoriônico, B) embrião de 8 semanas


Fonte: ZUGAIB, Marcelo. Obstetrícia. 3ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2016 e alterações.

Após o término da tarefa 01, o examinador entrega o cartão com


o sequência do caso clínico e a tarefa 02.
Ao solicitar o exame físico:
• Exame especular: colo uterino pérvio com presença de sangue em
fundo de saco em grande quantidade. Paredes vaginais íntegras,
sem laceração.
• Toque vaginal: colo pérvio 1cm, grosso, posterior, de consistência firme
e doloroso a palpação. Não palpado anexos.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

258
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou sobre a quantidade de sangramento?
Questionou sobre sangramento prévio?
Questionou sobre a dor abdominal e característica da dor?
Questionou sobre corrimento e outros sintomas
ginecológicos?
Questionou sobre febre, tontura, lipotímia, desmaio
e outros sintomas sistêmicos?
Questionou DUM e calculou corretamente a idade
gestacional? (8 semanas e 4 dias )?

Questionou sobre gestações, paridade e abortos prévios?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Solicitou cartão de pré-natal?

Solicitou o exame físico geral (cardíaco, pulmonar…)?

Solicitou BCF, exame especular e toque vaginal?

Solicitou Hb/Ht e USG transvaginal?

Explicou a hipótese diagnóstica: ameaça de abortamento?

Acalmou a gestante e informou que o bebê parecia bem?

259
Questionou tipagem sanguínea do parceiro?

Indicou imunoglobulina anti-D e explicou adequadamente


porque a paciente necessitava da medicação
(“prevenção de complicações futuras”)?
Orientou retorno se sinais de alarme (qualquer um destes:
febre, dor, sangramento, corrimento, perda de líquido)

Tarefa 02
Citou choque hipovolêmico hemorrágico?

Solicitou monitorização, oxigênio e veia (MOV)?

Indicou expansão volêmica com solução cristalóide?

Solicitou exame físico?

Citou diagnóstico de abortamento inevitável?

Indicou internação hospitalar?

Indicou provável necessidade de esvaziamento uterino?

Debriefing
Moçada, a prova do Hospital Sírio-Libanês 2020 trouxe um tema que
frequentemente cai nas estações de GO: sangramento na primeira metade
da gestação. E no caso, o que mais cai desse tema é justamente o tópico
de abortamento, e que já havia sido cobrado no ano anterior na prova
do Einstein.

Muitos candidatos no momento da prova acharam pouco tempo para


uma estação longa. Perceba que novamente o lance aqui era não perder

260
muito tempo com a anamnese e perguntar somente o essencial para
fazer o diagnóstico diferencial dentro do tema aborto. Não se esqueça
de solicitar ou realizar o exame físico direcionado para a queixa,
além de indicar o tratamento (incluindo indicação de imunoglobulina anti-D)
e as orientações gerais para a paciente (não se esqueça de analisar todos
os exames fornecidos).

261
Exame das Mamas /
Fibroadenoma
Tema: Exame das Mamas / Fibroadenoma
Caiu em: CERMAM 2019, INC 2019, UNIFESP 2018, UFPR 2018,
USP-SP 2017, UNICAMP 2016

Grau de dificuldade: baixo


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento ambulatorial
• Manequim de exame das mamas

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico de uma Unidade Básica de Saúde e irá atender uma paciente
de 25 anos de idade com queixa de nódulo mamário em região superior
de mama direita. Nega mastalgia, sinais flogísticos locais, descarga papilar
e outras alterações.

Tarefa 01:
Demonstre, com base na semiologia, como deve ser realizado o exame físico
das mamas.

Tarefa 02:
A paciente trouxe a mamografia abaixo. Qual o seu principal principal
diagnóstico?

262
Orientações
ao Examinador:
Conforme o candidato descrevia o exame físico, o examinador dava
as seguintes informações?

EXAME FÍSICO
• Ausência de abaulamento, retrações e assimetrias à inspeção estática e
dinâmica das mamas.
• Palpação: Nódulo em QSL esquerdo, móvel, fibroelástico,
de aproximadamente 3,5cm. Ausência de descarga papilar
a expressão. Fossas supra e infraaxilares livre. Axilas livres.

Na tarefa 02, o examinador entregava a seguinte imagem:

Mamografia Fibroadenoma
Fonte: arquivo pessoal.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

263
Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Apresentou-se (nome e função) e cumprimentou
a paciente?

Pediu permissão para realização do exame mamário?

Solicita que alguma profissional de saúde da UBS


para acompanhar o exame?
Mencionou lavar as mãos antes do exame?

Posiciona a paciente sentada?


Expõe ambas as mamas e realiza a inspeção estática
(tamanho, forma, textura, simetria, mamilos,
abaulamentos, retrações, lesões e discromia)?
Realiza a inspeção dinâmica (1º mãos na cintura, 2º braços
a 90º, 3º braços a 180º)?
Palpa linfonodos (supraclavicular, infraclavicular e axilar)?

Deita a paciente e posiciona as mãos dela atrás da cabeça?


Realiza a palpação de cada uma das mamas
(técnicas de Velpeaux ou Bloodgood)?
Investiga presença de descarga papilar?

Tarefa 02
Citou como principal hipótese fibroadenoma?

264
Debriefing
Novamente uma estação de mastologia puramente sobre a semiologia
do exame clínico das mamas (não vai comer bola na hora da prova hein!
Esse exame já é para estar medular).

Vamos, então relembrar o passo a passo do exame físico:

• Inspeção estática: observar tamanho, forma, textura, simetria, mamilos,


abaulamentos, retrações, lesões e discromia;
• Inspeção dinâmica (1º - mãos na cintura, 2º - braços a 90º, 3º - braços
a 180º): observar abaulamento, retrações ou espessamento de ligamentos;
• Palpação de linfonodos: supraclavicular,infraclavicular e axilar;
• Deitar a paciente e posicionar as mãos dela atrás da cabeça
(sempre cobrir a mama que não está sendo examinada);
• Palpar as mamas com uma dentre as duas técnicas: Velpeaux
ou Bloodgood;
• Investigar a presença de descarga papilar.

Em relação ao quadro da paciente em questão, mulher jovem com nódulo


fibroelástico palpável, nossa primeira hipótese diagnóstica deve ser
fibroadenoma, pois este é o nódulo benigno mais comum das mamas,
que pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém é mais prevalentes em
mulheres com idade entre 15 e 35 anos.

265
Plano de Parto

Tema: Plano de Parto


Caiu em: SCMSP 2020

Grau de dificuldade: difícil


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico

Início da Estação
Caso clínico:
Você vai atender uma paciente com 33 semanas de idade gestacional que
vem à consulta com algumas dúvidas em relação ao seu plano de parto.
O cartão de pré-natal não está disponível, porém a paciente está fazendo
seguimento adequado.

Tarefa única:
Leia juntamente com a paciente o plano de parto dela e esclareça as dúvidas.

266
Orientações
à Atriz:
A atriz deve realizar os seguintes questionamentos ao candidato:
• Doutor, gostaria muito de ter meu parto em minha casa, junto
ao meu marido e minha família. Tenho autorização para realizar
o parto em casa?
• Durante todo meu trabalho de parto gostaria de ser acompanhada por
meu marido e minha doula. Isso é possível?
• Durante meu trabalho de parto tenho muito medo de ficar em
jejum e no final estar sem forças para ajudar meu filho a nascer.
Por isso, gostaria que me fosse oferecida o seguinte tipo de
comida: banana, maçã, gelatina, sopa, isotônico, açaí com granola.
O senhor libera esses alimentos durante meu trabalho de parto?
• Meu outro grande medo é sentir dor na hora do parto. Sempre esperei
por este momento e não quero que a dor o estrague. Gostaria de saber se
tenho direito à analgesia quando eu a solicitar? Como ela é feita?
• Estava pesquisando na internet e vi que a ruptura da bolsa pelo médico
e a episiotomia são de rotina para parto normal. Isso é verdade?
• Além disso, me falaram que o toque vaginal é realizado de hora
em hora. Isso é realmente necessário?
• Outro ponto que tenho muita dúvida é em relação a melhor posição
para o parto. Acho aquela posição ginecológica muito desconfortável.
Qual a orientação do senhor em relação a melhor posição para
o parto, doutor?
• Também descobri na internet que o clampeamento tardio do cordão
umbilical é muito bom para o recém-nascido. O senhor poderia me
esclarecer quais as vantagens do clampeamento tardio e com quanto
tempo ele é feito? (nesse momento a avaliadora entregava ao candidato
uma folha com a pergunta: Qual o tempo considerado para clampeamento
tardio do cordão umbilical?)
• Após o nascimento do meu filho, gostaria que ele fosse direto para
o meu colo. Isso também é possível?

267
• Também gostaria de amamentar na primeira hora de vida.
O senhor poderia me explicar quais as vantagens da amamentação para
mim e para o meu filho?

Orientações
ao Examinador:
• Durante a resposta da pergunta “Qual o tempo considerado para
clampeamento tardio do cordão umbilical?”, o examinador deve entregar
uma folha para que o candidato escreva a resposta.

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa única
Apresentou-se (nome e função)?

Chamou a paciente pelo nome, usou linguagem acessível?

Respondeu que é direito da gestante ter o parto em


domicílio?
Recomendou que o parto fosse realizado no hospital
por ser a alternativa mais segura?
Respondeu que seria possível ser acompanhada pelo
marido e pela doula durante o trabalho de parto?
Respondeu que está liberado dieta leve e ingestão
de líquidos (sopas, chás, isotônicos, água)?

268
Respondeu que a analgesia poderia ser feita a qualquer
momento que a gestante desejasse?
Explicou as diferentes modalidades de analgesia
(comportamental, medicamentosa, peridural)?
Respondeu que a amniotomia precoce não é rotina?

Respondeu que a episiotomia não é rotina?

Respondeu que não é necessário realizar o exame vaginal


de horário?
Respondeu que a posição do parto poderia ser o de sua
escolha?
Respondeu que a depender das condições do RN ele
poderia ir direto pro colo materno (a termo, chorando/
respirando e com bom tônus)?
Citou as vantagens do clampeamento tardio do cordão
(menor risco de anemia, redução do risco de hemorragia
intraventricular, menor risco de enterocolite necrosante)?
Escreveu corretamente quanto tempo se considera como
clampeamento tardio (1-3 minutos)?
Citou as vantagens do contato pele a pele imediato
(pelo menos 3: aumento do vínculo mãe-filho, aumento
da produção de leite e de ocitocina, incentivo
ao aleitamento materno precoce, diminuição do risco
de sangramento e de infecção neonatal)?
Citou as vantagens do aleitamento materno para o RN
(pelo menos 3: diminuição da mortalidade, menor risco
de infecção respiratória e gastrointestinal, diminui risco
de alergias, hipertensão, dislipidemia e diabetes, reduz
risco de obesidade, melhora nutrição, desenvolvimento
neurológico e da cavidade bucal)?

269
Citou as vantagens do aleitamento materno para a mãe
(pelo menos 3: proteção contra o câncer de mama e ovário,
menor custo financeiro, evita nova gestação, promoção
do vínculo mãe-filho)?

Respondeu as perguntas de maneira clara e objetiva?

Certificou-se da compreensão e de que todas as dúvidas


da paciente foram sanadas?

Debriefing
Moçada, dessa vez a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo quis diferenciar
um pouco e colocou o candidato de frente com uma atriz (gestante) que
trouxe um plano de parto e tinha algumas dúvidas. A estação foi basicamente
estruturada em cima das “Diretrizes Nacionais de Assistência ao Trabalho
de Parto Normal” publicada em 2016 pelo Ministério da Saúde (MS)
e que traz o seguinte trecho: “Se a mulher tem um plano de parto escrito,
ler e discutir com ela, levando-se em consideração as condições para a sua
implementação, tais como a organização do local de assistência, limitações
(físicas, recursos) relativas à unidade e à disponibilidade de certos métodos
e técnicas.”

Perceba que algumas perguntas realizadas pela gestante não foram


fáceis. Algumas, inclusive, foram polêmicas. Mas toda a prova prática
foi elaborada em cima de uma diretriz do Ministério da Saúde e que deve
ser de conhecimento médico. Vale a pena dar uma conferida.

270
Cancro Mole

Tema: Cancro Mole

Grau de dificuldade: moderado


Tempo da estação: 10 minutos
Ator/examinador: 1 atriz e 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Paciente, 22 anos, solteira, vem a consulta ambulatorial com queixa
de algumas lesões em região genital há 2 dias.

Tarefa única:
Realize o atendimento desta paciente, citando o diagnóstico e as condutas
pertinentes.

271
Orientações
à Atriz:
Ao ser questionada a atriz respondia:
• Nome: Jacqueline
• Motivo da consulta: “Doutor, há mais ou menos 2 dias apareceu umas
lesões na minha vagina.”
• Refere lesões ulceradas em região vaginal, dolorosas, não sangrantes,
com saída de secreção fétida. Nega ter palpado linfonodos.
• Nega febre e queixas sistêmicas.
• Nuligesta
• Menarca aos 12 anos.
• Sexarca aos 13 anos.
• DUM: há 8 dias.
• Faz uso de anticoncepcional oral combinado. Nega uso de preservativo
nas últimas relações.
• Vida sexual ativa, sem parceiro único.
• Refere 2 parceiros neste ano. Última relação há mais ou menos
20 dias.
• Nega outras ISTs prévias.
• Nega comorbidades, uso de medicações, cirurgias e alergias.
• Nega tabagismo e refere etilismo social aos finais de semana.
• Refere ser vacinada para hepatites.

Orientações
ao Examinador:
• Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte cartão
(entregar separadamente o exame físico geral e ginecológico):

272
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: FC: 72 bpm, PA: 110x68 mmHg. FR: 20 irpm.
SpO2: 97% em a.a.
• REG, LOTE, corada , hidratada, acianótica, anictérica, afebril
ao toque.
• Respiratório: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios.
• Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros.
• Abdome: plano, RHA+ e normoativo, indolor à palpação
superficial e profunda. Ausência de massas e visceromegalias
à palpação.
• Extremidades: bem perfundidas, sem edema em MMII, sem sinais de
TVP.

EXAME GINECOLÓGICO
À inspeção:

Cancro Mole
Fonte: https://pt.slideshare.net/JayranneMara/lceras-genitais-infecciosas

• Ao exame especular: colo uterino centralizado, normoepitelizado.Vagina


trófica, sem alterações..
• Ao toque vaginal: Útero em AVF, intrapélvico, ausência de dor a
mobilização do colo. Anexos não palpáveis.

273
Resultados de exames solicitados (entregar apenas o que o candidato
solicitar):
• Teste rápido para HIV: NR
• Teste rápido para sífilis: NR
• Teste rápido para hepatite B: NR
• Teste rápido para hepatite C: NR

TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 1
Apresentou-se (nome e função)?
Questionou sobre característica da lesão (local, tamanho,
sintomas associados)?

Questionou sobre linfonodomegalia?

Questionou sobre presença sintomas sistêmicos


como febre?

Questionou menarca e sexarca?

Questionou DUM e paridade?

Questionou sobre método contraceptivo e uso


de preservativo?
Questionou menarca e sexarca?

Questionou sobre vida sexual?

274
Questionou sobre uso de anticoncepcional?

Questionou sobre uso de preservativo nas relações?

Questionou sobre antecedentes pessoais (comorbidades,


uso de medicações, cirurgias, alergias)?

Questionou sobre tabagismo e etilismo?

Questionou sobre vacinação? Solicitou que trouxesse


no retorno a carteirinha?
Higienizou as mãos, pediu consentimento da paciente
para realizar o exame físico?

Solicitou exame físico geral?

Solicitou exame físico ginecológico?

Citou diagnóstico cancro mole?

Solicitou teste rápido para HIV e sífilis?

Solicitou teste rápido para hepatites B e C?

Prescreveu azitromicina 1g dose única?

Orientou uso de preservativo em todas as relações?

Orientou contato com parceiro sexual para que ele procure


assistência médica?
Estabeleceu boa relação médico-paciente?
Utilizou linguagem acessível?

275
Debriefing
Moçada, úlcera genital é um tema muito quente para cair nas provas de
segunda fase no final do ano, seja ela multimídia ou prática. Isso porque
com o aumento da incidência de IST’s na última década, tornou-se
necessário que o médico generalista conheça as principais doenças que
cursam com úlcera genital - herpes genital, cancro mole, sífilis (ou cancro
duro), linfogranuloma venéreo e donovanose.

Mais especificamente, o cancro mole é uma infecção causada pela bactéria


Haemophilus ducreyi. As lesões são dolorosas, únicas ou múltiplas, com
fundo sujo, podendo estar associadas a adenopatia inguinal que fistuliza
por um único orifício. O tratamento é realizado com Azitromicina
1 grama em dose única. Deve-se convocar e tratar o parceiro, além de avaliar
necessidade de drenagem da adenopatia fistulizante.

276
Úlcera Genital

Tema: Úlcera Genital

Grau de dificuldade: difícil


Tempo da estação: 5 minutos
Ator/examinador: 1 examinador
Cenário: atendimento clínico em consultório

Início da Estação
Caso clínico:
Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e realizou um curso sobre
ISTs devido ao aumento da incidência dessas infecções na sua comunidade.
Como em todo curso, ao final, você irá realizar uma prova prática sobre
o tema discutido durantes as aulas.

Tarefa única:
Veja as imagens abaixo, dê o diagnóstico e a tratamento adequado para
cada uma delas?

277
Orientações
ao Examinador:
• O examinador deve entregar as seguintes imagens na sequência:
• Imagem 1:

Herpes Genital
Fonte: CHESTER SEXUAL HEALTH (em 18 de agosto de 2012), disponível em
URL: http://chestersexualhealth.co.uk/

• Imagem 2:

Donovanose
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/10134735/

278
• Imagem 3:

Condiloma plano (sífilis secundária)


Fonte: https://pt.slideshare.net/itsufpr/ulceras-genitais-dst-2010-8657340

• Imagem 4:

Linfogranuloma Venéreo
Fonte: CHESTER SEXUAL HEALTH (em 18 de agosto de 2012), disponível em URL: http://chestersexualhealth.
co.uk/

279
• Imagem 5:

Cancro Mole
Fonte: https://pt.slideshare.net/JayranneMara/lceras-genitais-infecciosas

• Imagem 6:

Cancro Duro (sífilis primária)


Fonte: https://www.docsity.com/pt/siflis-e-hpv-utero-
e-mama/5078792/

280
TÉRMINO DA ESTAÇÃO

Checklist
Itens avaliados Sim Não
Tarefa 01
Imagem 1: citou diagnóstico de herpes genital?
Imagem 1: citou tratamento com aciclovir 400mg VO, 8/8h,
por 7-10 dias (primo-infecção) ou 5 dias (recorrência)?
Imagem 2: citou diagnóstico de donovanose?
Imagem 2: citou tratamento com doxiciclina 100mg VO,
12/12 por 21 dias ou até lesão desaparecer?
Imagem 3: citou diagnóstico de condiloma plano ou sífilis
secundária?
Imagem 3: citou tratamento com Penicilina benzatina
2.400.000 UI IM, dose única (1,2 milhões em cada glúteo)?
Imagem 4: citou diagnóstico de linfogranuloma venéreo?
Imagem 4: citou tratamento com Doxiciclina 100mg VO,
12/12 por 14- 21 dias?
Imagem 5: citou diagnóstico de cancro mole?
Imagem 5: citou tratamento com azitromicina 1g VO,
dose única?
Imagem 6: citou diagnóstico de cancro duro ou sífilis
primária?
Imagem 6: citou tratamento com Penicilina benzatina
2.400.000 UI IM, dose única (1,2 milhões em cada glúteo)?

281
Debriefing
Mais uma questão de úlcera genital! Não vai errar esse tema na prova,
beleza? Nessa estação trouxemos muita imagem para você não se confundir
no momento da segunda fase, seja ela prática ou multimídia.

Muita gente aqui se enrola todo com o tratamento para cada doença - herpes
genital, cancro mole, sífilis primária (ou cancro duro), sífilis secundária
(ou condiloma plano), linfogranuloma venéreo e donovanose.
Por isso, fizemos abaixo uma tabela resumo para ninguém mais errar isso
na hora da prova.

Úlceras Genitais
Úlcera, normalmente Penicilina benzatina
Sífilis primária única, indolor, com 2.400.000 UI IM, dose
(cancro duro) fundo limpo, que some única (1,2 milhões em
rapidamente. cada glúteo).
Múltiplas úlceras,
dolorosas, com fundo
Azitromicina 1g VO,
Cancro mole sujo (pus). Adenopatia
dose única.
que fistulaza por
1 único orifício.
Vesículas e úlceras
Aciclovir 400mg VO,
dolorosas e limpas sob
8/8h, por 7-10 dias
Herpes genital uma base eritematosa.
(primo-infecção) ou
Adenopatia dolorosa
5 dias (recorrência).
que não fistuliza.

282
Úlcera, normalmente
única, indolor, que
some rápidamente.
Linfogranuloma Doxiciclina 100mg VO,
Adenopatia dolorosa
venéreo 12/12 por 14-21 dias.
que fistuliza por
múltiplos orifícios
(“bico de regador”).
Úlcera profunda,
Doxiciclina 100mg VO,
indolor, crônica,
Donovanose 12/12 por 21 dias ou até
normalmente bilateral
lesão desaparecer.
(imagem em espelho).

283
Nossa Missão

T
odos os nossos esforços na Medway são voltados para uma
única missão: melhorar a assistência em saúde no
Brasil. Através de um ensino sólido em Medicina
de Emergência e uma excelente preparação para as provas de
Residência Médica, acreditamos que tornamos nossos alunos médicos ainda
melhores do que eram antes!

Então, em 2018, criamos o CRMedway, o maior curso online preparatório para as


provas práticas do Brasil. Como o projeto deu muito certo e mais de 500 alunos
ficaram satisfeitos, em 2019 fizemos a primeira edição do CRMedway Presencial.
Foram mais de 2000 alunos conosco enfrentando o duro ano preparatório para
as provas de residência, e os resultados não podiam ser melhores!

284
Porém, nossa missão não pode parar aí. Sabemos que o caminho para uma
aprovação em São Paulo é ainda mais árduo, tanto pela alta concorrência quanto
pelo diferente formato de cobrança (mais imagens e assuntos não abordados
tradicionalmente em Cirurgia, por exemplo). Por isso, em 2020, trabalhamos
incansavelmente para oferecer também um preparo excepcional para as
principais provas teóricas do estado de São Paulo!

Convido você a conhecer um pouco mais sobre o nosso Intensivo São Paulo!

Com o Intensivo São Paulo, você:


• Terá aulas direcionadas para cada assunto mais cobrado dentro de cada grande
área, para cada instituição! Ou seja, são 40 aulas destrinchando o que cada banca
específica gosta de cobrar. Saiba exatamente o que cai (e o que não cai) na prova
que você quer prestar!
• Estudará da melhor maneira para alavancar seu desempenho: através de questões
comentadas pelo nosso time de professores, formados recentemente nas melhores
instituições de São Paulo, e com a visão de dentro da instituição! Vamos te dar uma
ideia do que cada serviço gosta de cobrar e quais os pontos fortes daquela área!
• Participará de “calls” exclusivas com nosso time de professores semanais, além de
realizar simulados específicos para cada instituição, com questões originais no
padrão de cada banca!
• Receberá Guias Estatísticos de cada processo seletivo, para priorizar os assuntos
que mais caíram nos últimos 5 anos e que você não pode deixar de dominar.
• Perderá o medo de qualquer questão com imagem radiológica, depois de assistir
nosso Curso de Imagens, incluído no Intensivo São Paulo.

• Transformará as questões de cirurgia, sabidamente o “calcanhar de Aquiles” da


maioria dos candidatos, no seu maior diferencial na hora da prova, pois montamos
um curso extra da área para você parar de vacilar nessas questões!

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PARA SABER MAIS

285
N
osso curso é focado na prova prática como ela realmente é.
Através de uma revisão cuidadosa de mais de 500 estações dos
últimos anos, desenvolvemos uma metodologia de ensino toda
baseada em checklists, para você conquistar o máximo de pontos na sua
segunda fase no fim do ano. Sem enrolação. Sem “oba oba”. Aqui, trazemos a
essência da prova prática pra você gabaritar qualquer checklist em estações
de habilidades ou imagens e a parte de componente de audiovisual dentro
das provas de multimídia.

E em 2020, nós vamos entregar um curso ainda mais completo e com mais
novidades, tanto para quem se inscrever no CRMedway Online, quanto
para quem vier ao CRMedway Presencial!

Com o CRMedway você estará preparado para os dois componentes


principais de uma prova prática:

1. Prova de Habilidades

• Você aprenderá a organizar e estruturar o raciocínio clínico diante de


qualquer estação prática.

• Dominará, de uma vez por todas, o medo e a ansiedade que aflige todos o
s candidatos.

• Receberá mais de 300 checklists baseados em estações anteriores, para


treinar exaustivamente!

• Terá acesso às estações mais frequentes e de que forma elas são cobradas.

• Assistirá a lives das principais instituições do país com comentários das


estações cobradas nos anos anteriores .

286
2. Prova de MULTIMÍDIA

• Com ele, você terá acesso a um curso de imagens completo, pra te ensinar
não apenas as imagens mais frequentes mas como fazer a descrição de
cada uma delas, dos principais exames diagnósticos: Rx, TC, RNM, USG
e outros exames frequentes!

• Você também vai dominar as imagens não radiológicas de cada uma das 5
grandes áreas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, GO e Medicina
Preventiva)!

• Por fim, com + de 100 provas multimídia e diversas delas sendo realizadas
ao vivo, você também terá um treinamento profundo do componente
audiovisual e dos diversos formatos de cobrança possíveis dentro de uma
prova multimídia!

• Tudo isso com nosso com um time de professores aprovados e todas as


instituições que você sempre sonhou!

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C
urso completo que tem um único objetivo. Alavancar os seus
estudos e a sua performance para que você alcance um desempenho
superior a 80% nas provas ao final do ano, independente do nível
em que você se encontre hoje.

É um curso intensivo, totalmente online, em que apresentamos os principais


conceitos que diferenciam aqueles que são aprovados em todas (ou quase
todas) as instituições que prestam prova daqueles que não são aprovados em
nenhuma. Trabalhamos a fundo conceitos essenciais como Planejamento,
Organização, Motivação, Constância, Priorização, Mindset, dentre muitos
outros! Se quiser conferir de perto todo esse conteúdo, clique no botão:

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Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o


que alguns dos nossos alunos estão falando:

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S
ob o lema “A Emergência como ela Realmente é”, agregamos
toda nossa experiência na sala de emergência mais complexa
do Brasil e toda a didática “Medway” para ensinar tudo aquilo
que gostaríamos de ter aprendido antes de enfrentarmos nossos temidos
plantões de PS. Esteja preparado para qualquer “perrengue” que poderá
aparecer na sua emergência, seja ela do melhor hospital da cidade, seja no
postinho!

Baseado no método de simulações realísticas, você verá o atendimento


das principais patologias dentro do departamento de emergência e saberá
exatamente o que fazer quando se deparar com os pacientes graves no seu
plantão!

Além de todo o treinamento de pronto-socorro e emergência, o PSMedway


Avançado engloba também um curso completo de intubação orotraqueal
e outro de eletrocardiograma, para você dominar TODO e QUALQUER
plantão que caia na sua mão! Chega de depender de alguém para laudar o
ECG, ou de ter medo de intubar!

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Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o que alguns dos
nossos alunos da primeira turma estão falando:

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Ficou com Alguma Dúvida?

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ós respondemos 100% das pessoas que entram em contato com
a gente. Seja pra pedir uma orientação quanto a melhor forma
de se preparar para a residência médica, prova prática ou para o
primeiro plantão no PS, nós estamos com você.

Então não guarde suas dúvidas! Teremos o maior prazer em te responder.

Basta enviar um email para alexandre.remor@medway.com.br que nós


mesmos te responderemos!

Grande abraço e sucesso na sua jornada!

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