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PROBLEMA
- objetivo inicial da teoria feminista: estender e reinterpretar as categorias de
diversos discursos teóricos de modo a tornar as atividades e relações sociais
das mulheres analiticamente visíveis no âmbito das diferentes tradições
intelectuais.
- PROBLEMA:
- indagar se não estaríamos - ao estudar outras experiências femininas -
distorcendo a análise das vidas das mulheres e homens com as extensões e
reinterpretações que fizemos.
"Uma vez entendido o caráter mítico do homem universal e essencial que foi
sujeito e objeto paradigmático das teorias não-feministas, iniciamos a duvidar da
utilidade de uma análise que toma como sujeito ou objeto uma mulher universal -
como agente ou como matéria do pensamento. Tudo aquilo que tínhamos
considerado útil, a partir da experiência social de mulheres brancas, ocidentais,
burguesas e heterossexuais, acaba por nos parecer particularmente suspeito,
assim que começamos a analisar a experiência de qualquer outro tipo de mulher.
As teorias patriarcais que procuramos estender e reinterpretar não foram
criadas para explicar a experiência dos homens em geral, mas tão-somente a
experiência dos homens heterossexuais, brancos, burgueses e ocidentais."
- PROBLEMA:
- O artigo disserta sobre desafios que se colocam, ao processo de construção
de teorias e, em particular, a elaboração de teorias feministas. Os desafios
relacionam-se com o uso da teoria para nossa própria transformação e das
relações sociais, na medida em que nós, como agentes, e nossas teorias, como
concepções de reconstrução social, estamos em transformação.
- PROBLEMA:
Como poderemos construir uma teoria feminista adequada, ou mesmo diversas
teorias feministas, pós-modernas ou não? Onde iremos encontrar conceitos e
categorias analíticas livres das deficiências patriarcais? Quais serão os termos
apropriados para dar conta do que fica ausente, invisível, emudecido, que não
somente reproduzam, como uma imagem, as categorias e projetos que
mistificam e distorcem os discursos dominantes?
- Usando parte de um e outro discurso, improvisando, usando a criatividade,
revendo e repensando sempre as teorias e procurando sobre descobrir novos
androcentrismos nos conceitos e categorias que vimos utilizando,
- É preciso ainda, para Harding, dar mais ênfase a realidade, ou seja, a
instabilidade das categorias analíticas e a falta de um esquema permanente de
construção de explicações, pois, precisamos e é possível e viável aprender a
entender essa instabilidade das categorias analiticas, e mais, é por meio dessa
instabilidade que podemos encontrar as reflexões teorias pertinentes sobre
determinados aspectos da realidade política, ou seja, Harding defende que é
preciso usar a própria instabilidade como recurso de pensamento e prática, e
ainda entender que em se tratando de feminismo, não há uma ciência normal,
estamos sempre à margem, propondo ciências extraordinárias em razão da
insatisfação com a ciências normais.
- Isso porque, para Harding, é uma utopia pensar que o feminismo poderá ser
uma teoria perfeita, um paradigma de ciência natural com elementos conceituais
e metodológicos universais. Ao contrário, Harding defende que o feminismo e
suas categorias analiticas devem ser instáveis, isto porque, o universo para o
feminismo, e sob a ótica feminista é instável e incoerente.
- O que acontece é que há no universo androcêntrico inúmeros conceitos
à disposição, porém, para a autora, eles criam dilemas impossíveis de serem
respondidos pelo e em prol do feminismo.
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- Para Harding, ao criticar a ciência e a epistemologia normal buscamos não
responder aos seus problemas e sim repensar, propor melhores problemas do
que aqueles dos quais estas ciências partem.
- Desse modo, entendemos que a crítica feminista à ciência "normal"
mostram, inicialmente, que as categorias do pensamento ocidental necessitam de
revisão.
- O feminismo questiona e problematiza as teorias e os métodos iniciais
que formularam os "problemas" da ciência normal ocidental, e seus métodos ou
meios de respondê-los.
- O feminismo, para Harding, precisa refletir sobre tudo que a ciência
normal não faz, as razões destas exclusões e ausências.
- Harding defende que não precisamos buscar a coerência teórica, ou
uma universalidade para o feminismo, e que é mais plausível tomar como padrão
a fidelidade aos parâmetros de dissonância entre os pressupostos dos
discursos patriarcais.
- Para Harding, precisamos compreender um mundo que não foi criado por nós,
um mundo - masculino - que desencoraja a fantasia sobre os modos de ordenar
a realidade segundo nossos desejos.
- Questão pessoal: porque fantasia e desejos são atrelados a mulher? e
em oposição ao homem?
- Harding entende que precisamos olhar para os desconfortos
intelectuais, mesmo dentro da própria produção científica feminista, reconhecer
que alguns deles podem ser inadequados e errôneos, e que certos problemas
não tem - ao menos ainda - uma solução viável, real e somente utópica.
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- PROBLEMA:
- A completa eliminação do androcentrismo na ciência significa o fim da própria
ciência? Como podemos nos dar ao luxo de escolher entre redimir a ciência ou
dispensá-la totalmente quando nenhuma das alternativas nos convém?
- PROBLEMA:
- Como é que o feminismo pode redefinir totalmente a relação entre o saber e
o poder, se ele está criando uma nova epistemologia, mais um conjunto de
regras para controlar o pensamento?