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CHQAO

Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais

GESTÃO DE GESTÃO DA
MATERIAL E TECNOLOGIA
PATRIMÔNIO DA INFORMAÇÃO

GESTÃO DE
PESSOAS NA
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
GESTÃO DE
QUALIDADE EM SERVIÇOS

GESTÃO ORÇAMENTÁRIA
E FINANCEIRA
ADMINISTRAÇÃO
FUNDAMENTOS PÚBLICA BRASILEIRA
DO DIREITO
PÚBLICO E PRIVADO
Coordenação Didático-Pedagógica
Stella M. Peixoto de Azevedo Pedrosa

Redação Pedagógica
Frieda Marti

Revisão
Alessandra Muylaert Archer

Projeto Gráfico
Romulo Freitas Gestão do material e do patrimônio : apostila 1 GMP /
coordenação didático-pedagógica: Stella M. Peixoto de Azevedo Pedrosa
Diagramação ; redação pedagógica: Frieda Marti ; projeto gráfico: Romulo Freitas
Luiza Serpa ; diagramação: Luiza Serpa ; coordenação de conteudistas: Fernando
Velôzo Gomes Pedrosa ; conteudista: Ismar Santos da Cunha ; revisor
Coordenação de Conteudistas
técnico: Marcos Figueiredo ; produção: Pontifícia Universidade Católica
Fernando Velôzo Gomes Pedrosa do Rio de Janeiro ; realização: EsIE – Escola de Instrução Especializada
Conteudista [do] Exército Brasileiro. – Rio de Janeiro : PUC-Rio, CCEAD, 2014.

Ismar Santos da Cunha Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais – CHQAO.


120 p. : il. (color.) ; 21 cm.
Revisão Técnica
Inclui bibliografia
Marcos Figueiredo
1. Administração pública – Brasil. 2. Administração de material
- Brasil. 3. Propriedade pública – Brasil. I. Pedrosa, Stella M. Peixoto
Produção de Azevedo. II. Marti, Frieda. III. Cunha, Ismar Santos da. IV. Pontifícia
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade Católica do Rio de Janeiro. Coordenação Central Educação
a Distância. V. Brasil. Exército. Escola de Instrução Especializada.
Realização
EsIE – Escola de Instrução Especializada CDD: 351.81
Exército Brasileiro
CHQAO
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais

Gestão de material e patrimônio


Unidade 1
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL
APRESENTAÇÃO
O Curso de Habilitação ao Quadro de Auxiliar de Oficiais (CHQAO),
conduzido pela Escola de Instrução Especializada (EsIE), visa habilitar os sub-
tenentes à ocupação de cargos e ao desempenho de funções previstas para o
Quadro Auxiliar de Oficiais.

A disciplina Gestão do Material e do Patrimônio possui carga horária


total de 90 horas.

Os objetivos gerais desta disciplina são:

• Distinguir as atribuições inerentes às áreas administrativas de material e


patrimônio;

• Confeccionar a documentação referente ao controle patrimonial e de


material;

• Evidenciar a capacidade de agir atendo-se a detalhes significativos;

• Evidenciar a capacidade de desenvolver atividades de forma sistemática


e eficiente.

Nesta apostila será apresentada a Unidade Didática I – Administração


de Material, cujos objetivos, determinados pelo Planejamento de Disciplina
(PLADIS) e desenvolvido pela Seção de Ensino da Escola de Instrução Especia-
lizada do Exército Brasileiro (EsIE), estão especificados por capítulo.

Boa leitura!
conteudista

Ismar Santos da Cunha é Tenente-Coronel do Serviço de Intendência. É


bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras
(AMAN) e mestre em operações militares pela Escola de Aperfeiçoamento
de Oficiais (ESAO). Possui graduação em Direito pela Universidade Gama
Filho (UGF), pós-graduação em Comércio Exterior (Importação e Exportação)
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-graduação em
Processo Civil pelo Instituto de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA), pós-
-Graduação em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais (PUC Minas), extensão em Docência do Ensino Superior pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC RS), possui cursos na área
do Direito Internacional e Direito Internacional dos Conflitos Armados pela
Escola Superior de Guerra (ESG) e é mestrando em Direito Ambiental pelo
Centro Universitário de Ensino de São Paulo – Unidade de Ensino Lorena
(UNISAL). Possui experiência na área de ensino superior no meio acadêmico
civil, tendo atuado como Professor de Direito, ministrando as disciplinas de
Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Civil e Direito Penal e sendo
Coordenador do Curso de Direito. Atuou na área administrativa de várias
unidades do Exército como Aprovisionador, Encarregado do Setor de Mate-
rial, Encarregado do Setor Financeiro, membro de Comissão de Licitação e
Chefe do Centro de Apoio Logístico. Participou de vários congressos, seminá-
rios e palestras que permitiram complementar seus conhecimentos nas áreas
jurídica e administrativa e, atualmente, desempenha a função de Professor
de Direito da Academia Militar das Agulhas Negras.
Índice

1. Introdução 09
2. Generalidades, Administração Militar, Atos e Fatos
Administrativos, Agentes da Administração 11
2.1 Generalidades 11
2.2 Administração militar 12
2.3 Atos e fatos administrativos 14
2.3.1 Atos administrativos 14
2.3.2 Fatos administrativos 35
2.4 Agentes da administração: funções, atribuições e responsabilidades 35
2.4.1 Agentes da administração 36
2.4.2 Cargo, funções, atribuições e responsabilidades 36
3. Recebimento e exame de material: entrada na Unidade
Administrativa e classificação 55
3.1 Recebimento 55
3.2 Conferência 56
3.2.1 Material adquirido no comércio 57
3.2.2 Material distribuído pelos órgãos provedores
ou de manutenção 58
3.2.3 Material recolhido para manutenção 59
3.2.4 Material transferido, doado, cedido ou permutado
por outro órgão 60
3.3 Classificação dos materiais 60
3.3.1. O sistema de Classificação Militar 60
3.3.2 Sistema de Classificação por Catalogação 61
4. Provimentos: armamento, arreamento, equipamentos
e material de acampamento 65
4.1 Órgãos integrantes da cadeia logística de suprimento 65
4.2 Provimento de armamento 69
4.2.1 Levantamento das necessidades 69
4.2.2 Obtenção de material 70
4.2.3 Distribuição de material 72
4.3 Provimento de arreamento 75
4.3.1 Arreamento de montaria para oficiais e praças 75
4.3.2 Arreamento para salto 76
4.3.3 Arreamento para adestramento 76
4.3.4 Arreamento para polo 77
4.3.5 Levantamento das necessidades 77
4.3.6 Obtenção do material 77
4.3.7 Distribuição do material 78
4.4 Provimento de equipamentos e material de acampamento 78
4.4.1 Levantamento das necessidades 79
4.4.2 Obtenção do material 79
4.4.3 Distribuição do material 80
5. Inclusão em carga e registro: material permanente e demais
tipos de material 81
5.1 Documentação necessária 81
6. Descarga e substituição de material; motivos gerais.
Artigos controlados 83
6.1 Descarga de material 83
6.1.1 Da inservibilidade 84
6.1.2 Da perda ou extravio 85
6.1.3 Do roubo ou furto 86
6.1.4 Dos outros motivos 86
6.2 Desrelacionamento de material 87
6.3 Destinação do material descarregado 88
6.3.1 Material distribuído pelos OP 88
6.3.2 Material de emprego militar de valor histórico 89
6.3.3 Material adquirido pela própria Unidade Administrativa (UA) 89
6.4 Substituições 89
7. Recolhimento: providências; alienação de material RAE / NARMNT 91
7.1 Sistemática de recolhimento de material 91
7.1.1 Material recolhido ao Almoxarifado ou outros depósitos das UA 92
7.1.2 Material recolhido aos órgãos provedores 92
7.1.3 Material recolhido aos órgãos de manutenção 92
7.2 Alienação de material 93
7.3 Classes de material 94
8. Normas Administrativas Relativas ao Suprimento (NARSUP) 97
9. Normas Administrativas Relativas à Manutenção (NARMNT) 99
10. Normas Administrativas relativas ao Material de Comunicações
Estratégicas, Eletrônica, Guerra Eletrônica e Informática (NARMCEI) 101
11. Normas para o Controle de Equídeos no Exército Brasileiro (NORCE) 103
12. Normas para o Controle de Caninos na Força Terrestre (NORCCAN) 105
13. Normas para o Transporte Logístico de Superfície (NOTLOG) 107
14. Administração do material pertencente a uma UA 109
14.1 Termo de Recebimento e Exame de Material (TREM) 109
14.2 Termo de Exame e Averiguação de Material (TEAM) 109
14.3 Guia de Remessa 110
14.4 Guia de Recolhimento 110
14.5 Pedido de Material 111
14.6 Pedido de Descarga de Material 112
15. Bibliografia 115
1 INTRODUÇÃO

O Exército Brasileiro é uma instituição permanente, fundamentada na hierar-


Efetividade: a ênfase quia e na disciplina, que tem como missão constitucional a defesa externa do
está nas expectativas dos
país, a garantia da lei e da ordem e a realização de diversas ações subsidiárias.
envolvidos e se estas foram
alcançadas.
Esse grande número de atribuições sob a responsabilidade do Exército requer
Eficiência: a ênfase está de todos os seus integrantes bastante zelo no trato dos bens colocados à dis-
nos meios que serão utilizados
posição de seus órgãos, desde um pedido de aquisição até a sua destinação,
para o alcance dos resultados
(é fazer corretamente). passando pelo recebimento, armazenagem, distribuição, utilização, controle e
manutenção, a fim de que o preparo e o emprego da Força sejam caracteriza-
Eficácia: a ênfase está dos pela [efetividade], isto é, pela conjugação da [eficiência] e da [eficácia],
nos resultados a serem alcan-
marca das mais modernas gestões.
çados (é fazer a coisa certa).

Para que se alcance o máximo de efetividade e, desta forma, a administração


Material: É tudo o que de [material] contribua para um elevado poder de combate da Força, todos
se reveste de matéria. Ex:
os agentes da Administração devem realizar todos os atos fundamentados em
artigos, itens, gêneros alimen-
tícios, equipamentos, etc. regras jurídicas e nos princípios administrativos explícitos e implícitos, dentre
os quais podemos destacar o da supremacia do interesse público, o da indis-
ponibilidade, o da legalidade, o da moralidade, o da impessoalidade, o da
Patrimônio: É o con- publicidade e o da eficiência; sem jamais esquecer de que todo o [patrimônio]
junto de todos os bens, direi-
sob a jurisdição da instituição são públicos, não se admitindo que haja uma
tos e obrigações de posse de
uma unidade administrativa. má administração desses recursos, sob pena de responsabilização nas esferas
penal, administrativa e civil.

Gestão: Significa o No tocante a esses princípios, pode-se afirmar que, na [gestão] do material per-
mesmo que administração
tencente ao Exército, todos os seus integrantes devem saber que, de acordo com:
ou gerenciamento.
• O princípio da supremacia do interesse público - esses bens, quan-
do envolvidos em um conflito entre o interesse coletivo e o interesse in-
dividual deverá prevalecer, em relação aos mesmos, o interesse coletivo;

• O princípio da indisponibilidade - os bens não podem ser disponibi-


lizados conforme a simples vontade do administrador público, alienando
um material que esteja afetado por sua destinação;

• O princípio da legalidade - a gestão do material e patrimônio deve


ser realizada de acordo com o autorizado e determinado pela legislação;

• O princípio da moralidade - orienta que o bem público deve ser geri-


do com cuidado e honestidade;

9
gestão de material e patrimônio - u1
• O princípio da publicidade - exige a transparência e a publicação dos
respectivos atos administrativos para torná-los válidos e eficazes;

• O princípio da impessoalidade - a gestão visa o bem comum e não a


satisfação de interesses pessoais dos administradores;

• O princípio da eficiência - denota que a administração desses bens pú-


blicos deve ser realizada com presteza, perfeição e rendimento funcional.

A Administração Militar deve realizar a gestão do material


através de modernas ferramentas administrativas, realizando
a gestão do conhecimento por meio da tecnologia da informa-
ção e elaborando projetos, a fim de fomentar o empreendedo-
rismo em seus quadros.

10
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
2 Generalidades, Administração Militar, Atos
e Fatos Administrativos, Agentes da Administração

Objetivos específicos

• Distinguir a diferença entre ato e fato administrativo;


• Identificar as funções, atribuições e responsabilidade dos agentes de
administração.

Suprimento: é a ati- 2.1 Generalidades


vidade logística encarregada
da previsão e provisão do A administração de material inclui inúmeras atividades que viabilizam, especial-
material, englobando a deter-
minação das necessidades, a mente, as funções logísticas de [suprimento] e de manutenção, integrantes da
obtenção, o recebimento, a logística militar terrestre.
armazenagem, a distribuição
e o controle. Assim sendo, a administração de material no Exército é mais abrangente
do que a logística de material. A logística preocupa-se com o [provimento] do
Provimento: é o ato ou material, ou seja, com o fluxo de suprimento, sendo composto de quatro ati-
efeito de fornecer, abastecer
vidades básicas: a determinação das necessidades, a obtenção, a distribuição e
ou suprir as Organizações
Militares (OM). o controle. A administração de material, realizada no âmbito dos quartéis
do Exército Brasileiro, além dessas atividades, possui as seguintes subfunções
Descarga: é o fato típicas: a aceitação, o exame, a averiguação, o controle de estoque, a classifi-
administrativo que retira
cação de material, a inclusão de material em carga, a [descarga], o [desrela-
do patrimônio de uma UA
(Unidade Administrativa) cionamento], o recolhimento, a manutenção e a padronização.
determinado material perma-
nente que a ela pertence por Para realizar uma eficiente administração do material, é importante conhecer
motivos diversos.
os conceitos fundamentais das atividades básicas da logística de material,
descritas a seguir:

Desrelacionamento: é A determinação das necessidades de material é obtida através do levan-


a exclusão do material de con-
sumo dos registros contábeis tamento das necessidades das diversas classes de suprimento, que é alcançado
da UA por motivo de distri- por meio de diretrizes do Estado-Maior do Exército (EME), programas internos
buição ou por outros motivos
como inservibilidade, roubo, de trabalho, projetos, [pedidos] de material, consolidação de quadros, preen-
furto, extravio, perda etc. chimento de fichas modelo 18 e 20 etc.

11
gestão de material e patrimônio - u1
Para outras informações so- A obtenção de material é a atividade logística que visa a identificação das
bre a promoção do ensino, da fontes de suprimento e tornar disponíveis o suprimento necessário para as
pesquisa e na produção do co-
nhecimento dentro do campo OM, conforme as suas necessidades, compreendendo as fases de recebimento,
das ciências administrativas, catalogação e armazenagem de material.
consulte www.anpad.org.br
A distribuição é a atividade logística, que tem como objetivo final a entrega
do material necessário às OM para que possam executar as suas atividades.
Pedido: é a solicitação Integram a distribuição, as tarefas de loteamento, a expedição, o transporte, a
formal a um órgão da cadeia entrega propriamente dita e a aplicação final ou a alienação do suprimento.
logística de materiais ou
serviços, segundo normas
O controle é o ato de fiscalizar e acompanhar a execução de qualquer
específicas.
atividade de suprimento, a fim de que não se permita o desvio de propósito
preestabelecido.

Todas as Unidades Administrativas (UA) do Exército Brasileiro, distribuídas


por todo o território nacional são responsáveis pela administração do material,
sendo os seus integrantes, militares e civis, incumbidos dos inúmeros encargos
previstos na legislação pertinente.

Existe uma interligação entre a logística de suprimento e


a de manutenção. Embora os objetos das atividades sejam
distintos, ou seja, a logística de suprimento visa à provisão
do material e a logística de manutenção visa à reparação do
material, em ambas as atividades há a necessidade de uma
adequada administração de material, inclusive com os órgãos
de manutenção participando da cadeia de suprimento.

A ficha modelo 18 é o docu-


mento preenchido pela UA 2.2 Administração militar
e remetido à Região Militar
(RM), a fim de solicitar ma- A expressão administração militar pode exprimir mais de um significado,
terial permanente necessário,
em razão da grande diversidade de atividades que compõe a missão das Forças
não previsto no Quadro de
Dotação de Material (QDM) Armadas e do grande número de Organizações Militares (OM) e de militares
da OM. que realizam as referidas atividades.
A ficha modelo 20 é o docu-
mento elaborado pela RM no O termo pode indicar o conjunto de organizações militares e de agentes públi-
qual são consolidadas as in-
formações contidas nas Fichas cos que realizam as atividades administrativas de gestão dos recursos humanos,
Modelo 18 das OM subordi- materiais, patrimoniais, orçamentários e financeiros alocados a cada uma das
nadas e remetido ao Órgão de
Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), a fim de que possam cum-
Apoio Setorial (OAS) para as
providências cabíveis.

12
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
prir a sua missão constitucional de defesa da pátria, de garantia dos poderes
constitucionais, Executivo, Legislativo e Judiciário, de garantia da lei e da
ordem e outras missões subsidiárias.

O Exército, atualmente, possui 654 OM e todas possuem encargos administra-


tivos referentes ao material.

A Administração Militar, escrita com iniciais maiúsculas, com-


põe a administração direta ou indireta da União. Ela integra
a estrutura do Ministério da Defesa sob o comando supremo
da Presidente da República Federativa do Brasil, composta de
diversos órgãos subordinados aos Comandos da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, formando a administração direta.

A Administração Militar também é formada por pessoas administrativas vincu-


ladas aos comandos militares, tais como empresas públicas, fundações públi-
cas etc. Essas entidades formam a administração indireta.

No âmbito do Comando do Exército, as organizações militares que reali-


zam atividades administrativas são denominadas UA, que podem ser autôno-
mas, ou seja, podem realizar integralmente todas as atividades de gestão de
bens da União ou de terceiros, ou semiautônomas, isto é, ficam vinculadas
a uma UA autônoma para fins administrativos específicos, podendo realizar
determinadas atividades administrativas.

No âmbito da estrutura administrativa militar, voltada para a administra-


ção de material, ainda existem os órgãos gestores e os provedores responsá-
veis, respectivamente, pela superintendência, isto é, direção, e pela execução
das atividades de suprimento, manutenção e controle dos mais diversos mate-
riais de interesse da instituição.

Os diversos órgãos e entidades integrantes da Administração necessitam de Para obter mais informações
sobre temas e tecnologias de
pessoas para realizar as inúmeras atividades pertinentes. Essas pessoas são de-
vanguarda na área de logística,
nominadas agentes da administração e cada um deles possui encargos especí- incluindo artigos e trabalhos
ficos relativos à administração do material. acadêmicos sobre o assunto,
além da possibilidade de con-
tar com a opinião de profis-
Em seu sentido objetivo, o termo administração militar deve ser escrito com
sionais da área, visite <www.
iniciais minúsculas e traduz a própria atividade administrativa militar de gestão sitedalogistica.com.br>

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gestão de material e patrimônio - u1
Consulte o site <www.sebrae. dos recursos humanos, materiais, orçamentários e financeiros alocados a cada
com.br/momento/quero-
uma das Forças Armadas, a fim de que possam cumprir a sua missão constitu-
-melhorar-minha-empresa/
utilize-as-ferramentas/logis- cional de defesa da pátria, de garantia dos poderes constitucionais, da garan-
tica-e-distribuicao>. O site tia da lei e da ordem e outras missões subsidiárias.
disponibiliza importantes
ferramentas de controle de
estoque, armazenagem e dis-
tribuição de suprimento que
são utilizadas nas grandes em- 2.3 Atos e fatos administrativos
presas, a fim de melhorar a
sua logística e que podem ser As diversas atividades que ocorrem nas UA voltadas para a administração do
implementadas nas OM do EB,
com objetivo de melhorar a
material são realizadas por meio das ações de seus agentes, a fim de bem gerir
administração do seu material. os bens da União sob responsabilidade do EB.

2.3.1 Atos administrativos

A Administração Militar para a consecução de seus objetivos manifesta a sua


vontade por meio de seus agentes. Denomina-se essa manifestação de vonta-
de “ato administrativo”.

O ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico e visa a produção de


efeitos jurídicos, a fim de atender ao interesse público.

A gestão dos materiais pertencentes a uma UA é sempre reali-


zada por meio de atos administrativos.

2.3.1.1 Classificação dos atos administrativos

A classificação dos atos administrativos pode ser realizada de acordo com o


entendimento de cada doutrinador, não havendo uma padronização. Entre-
tanto, há um entendimento comum que deve ser estudado, a fim de que se
conheça, de uma maneira geral, as várias espécies de atos administrativos que
poderão ser realizados no âmbito das UA.

Os atos administrativos podem ser classificados:

a) Quanto ao critério dos destinatários

• Atos gerais ou normativos - São aqueles que regulam uma quantidade


indeterminada de pessoas que se encontram na mesma situação jurídica,
ou seja, aqueles que são expedidos sem destinatários determinados. Por

14
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
exemplo: Decretos Regulamentares, instruções normativas, RAE, RISG,
RDE, editais, NGA etc.

• Atos individuais ou concretos - São os que se preordenam para


regular situações jurídicas concretas. Vale dizer, têm destinatários individu-
alizados, definidos, mesmo coletivamente. Por exemplo: uma licença para
construção; um decreto expropriatório, demissão, exoneração, sanção dis-
ciplinar, nomeação, designação de pessoas para formar uma comissão etc.

Ao contrário dos atos normativos, os atos individuais ou concretos po-


dem ser impugnados diretamente pelos interessados quanto à legalida-
de, quer na via administrativa, quer através da via judicial.

b) Quanto ao objeto

• Atos de império - São os que se caracterizam pelo poder de coerção de-


corrente do poder de império (ius imperii), não intervindo a vontade dos
administrados para sua prática. São, portanto, todos aqueles atos que a
Administração, unilateralmente, pratica usando de sua supremacia sobre
o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. Por
exemplo: os atos de polícia, tais como a apreensão de bens e o embargo
de obra, os decretos de regulamentação, as inspeções de material etc.

• Atos de gestão - São aqueles através dos quais o Poder Público atua no
mesmo plano jurídico dos particulares quando se volta para a gestão da
coisa pública (ius gestionis), sobressaindo, frequentemente, a vontade
de particulares. Neles, a Administração não se utiliza da sua suprema-
cia sobre os destinatários. Reclamam, na maioria das vezes, soluções
negociadas, não dispondo o Estado da garantia da unilateralidade que
caracteriza sua atuação. Por exemplo: os negócios contratuais de aquisi-
ção ou alienação de bens.

Não tendo a coercibilidade dos atos de império, os atos de gestão


reclamam, na maioria das vezes, soluções negociadas, não dispondo o
Estado da garantia da unilateralidade que caracteriza sua atuação.

Nesta classificação, Meirelles (2002, p. 145) cita, além daqueles já


apresentados, os chamados “atos de expediente”, aqui entendidos
Compra: é a aquisição
como “todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos de bens, cedidos volunta-
e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando–os para riamente pelo proprietário
mediante pagamento de
a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente”. Por importância ajustada, à vista
exemplo: confecção de contrato de [compra] de material a ser assinado ou a prazo.

15
gestão de material e patrimônio - u1
pela autoridade competente; parte do Encarregado do Setor de Material
informando o recebimento de material, parte solicitando descarga de
material etc.

c) Quanto ao regramento

• Atos vinculados - São os atos produzidos sem margem de escolha,


pois a legislação já predetermina o seu teor, se atendidas às especifica-
ções aí fixadas. A prática deste ato está vinculada à lei. São, portanto,
como o próprio nome demonstra, aqueles que o agente pratica repro-
duzindo os elementos que a lei previamente estabelece.

Ao agente, nesses casos, não é dada liberdade de apreciação da con-


duta, porque se limita, na verdade, a repassar para o ato o comando
estatuído em lei. Isso indica que nesse tipo de ato não há qualquer
subjetivismo ou valoração, mas apenas a averiguação de conformidade
entre o ato e a lei.

Nos atos vinculados não há o mérito administrativo, isto é, o administrador


não pode decidir conforme a conveniência ou de acordo com a oportuni-
dade, a fim de buscar a satisfação do interesse público, ou seja, não pode
escolher, respectivamente, como e quando realizar o ato administrativo.

Como exemplo, têm-se a instauração de Inquérito Policial Militar nos


casos roubo, furto, perda ou extravio de Material de Emprego Militar
(MEM), habilitação em licitação, licença para construir, matrícula em
estabelecimento de ensino etc.

• Atos discricionários - Nestes é a própria lei que autoriza o agente


a proceder a uma avaliação de conduta, obviamente tomando em
consideração a inafastável finalidade do ato. São aqueles resultantes
de alguma escolha efetuada pela autoridade administrativa. A prática
deste ato está condicionada à conveniência e oportunidade, ou seja,
ao mérito administrativo.

O mérito administrativo não pode, em tese, ser avaliado pelo Poder Judi-
ciário, contudo, esta marca presente nos atos discricionários não estam-
pa uma liberdade absoluta de agir para o administrador.

A avaliação que se permite ao administrador fazer tem que estar em con-


formidade com o fim legal, ou seja, aquele alvo que a lei, expressa ou im-
plicitamente, busca alcançar. Não havendo tal conformidade, o ato não é
licitamente produzido, pois estará vulnerando o princípio da legalidade,

16
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
hoje erigido à categoria de princípio administrativo, conforme descrito
no artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de
outubro de 1988 (CRFB/88).

Para exemplificar pode-se citar a ordem do Agente Diretor para que se


distribua maior quantidade de material de limpeza a uma Seção da UA,
tendo em vista a visita de uma autoridade, a escolha dos integrantes
de uma Comissão de Exame e Averiguação de Material (CEAM) ou a
implantação de um escritório de projetos na UA etc.

d) Critério da sua formação

• Ato simples - É o resultante da manifestação de vontade de um único


órgão, unipessoal ou colegiado. Não importa o número de pessoas que
participam da formação do ato; o que importa é a vontade unitária que
expressam para dar origem, afinal, ao ato colimado pela Administração.
Por exemplo: despacho de um chefe de seção, decisão de uma Comissão
de Licitação etc.

• Ato complexo - Forma-se pela conjugação de vontades de mais de um


órgão administrativo. O essencial para considerar o ato complexo é a
existência do concurso de vontades de órgãos diferentes para a formação
de um ato único. Por exemplo: a investidura de um funcionário é um ato
complexo consubstanciado na nomeação feita pelo Chefe do executivo e
complementado pela posse e exercício dados pelo chefe da repartição em
que vai servir o nomeado; a investidura do Ministro do Superior Tribunal
Militar (STM) se inicia pela escolha do Presidente da República; passa,
após, pela aferição do Senado Federal e culmina com a nomeação.

• Ato composto - É o resultante da vontade única de um órgão, mas que


depende da verificação por parte do outro para se tornar exequível. Ex.:
homologação de processo de descarga de material de uma UA pela RM.

e) Quanto ao seu alcance

• Atos internos - São os destinados a produzir efeitos dentro da Admi-


nistração Pública, incidindo, normalmente, sobre os órgãos e agentes
da administração que os expediram. Não produzem efeitos em relação
a estranhos. Por exemplo: publicação em Boletim Interno (BI) nomeando
uma comissão para realizar exame e averiguação de material - CEAM.

• Atos externos - Nesta categoria encontram-se os atos administrativos


que alcançam os administrados, os contraentes e, em certos casos, os

17
gestão de material e patrimônio - u1
Venda: é uma espécie próprios servidores. Tais atos somente entram em vigor depois de divul-
do gênero alienação, por meio
gados pelo órgão oficial, dado o interesse público no seu conhecimen-
do qual ocorre a título onero-
so a transferência de proprie- to. A publicidade é medida que se impõe tanto à administração direta
dade a outro interessado. quanto à indireta. Por exemplo: publicação de um edital de licitação
para [venda] de material inservível.

2.3.1.2 Espécies de atos administrativos

Os atos administrativos podem ser agrupados da seguinte forma: normativos,


ordinatórios, enunciativos, negociais e punitivos.

a) Normativos

São aqueles que determinam uma conduta aos seus destinatários, objetivando
a correta aplicação da lei e o bem-estar social. Destacamos os seguintes:

• Decreto - Ato administrativo geral ou individual da competência exclusi-


va dos chefes de Poder Executivo. Hierarquicamente, está abaixo das leis.

Quando o decreto objetiva colocar em vigor um Regulamento (ato admi-


nistrativo que tem por objetivo explicar a lei, dar condições de que sejam
aplicados os dispositivos da lei, que necessitem ser explicados) é denomi-
nado Decreto Regulamentar.

O Decreto Regulamentar conterá normas gerais e abstratas dirigidas a


todos aqueles que se encontram na mesma situação.

O Decreto será individual quando surtir um efeito concreto, como, por


exemplo, a desapropriação.

É essencial que o Poder Executivo, ao expedir decretos regulamentares


não invada as reservas da lei, ou seja, aquelas matérias que só podem
ser disciplinadas por lei.

Além disto, os decretos, regulamentares ou não, não podem contrariar


a lei, porque se assim o fizerem, serão ilegais, já que, hierarquicamente,
eles estão abaixo da lei.

• Resolução - Ato administrativo normativo expedido pelas altas au-


toridades do Executivo, mas não pelo chefe do Poder Executivo, que
só deve expedir decretos ou pelos presidentes de tribunais, de órgãos
legislativos e de colegiados administrativos, para disciplinar matéria da
respectiva competência.

18
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
b) Ordinatórios

São os atos administrativos que visam disciplinar o funcionamento da adminis-


tração pública e a conduta funcional de seus agentes. São os seguintes:

• Portaria - Ato Administrativo pelo qual as autoridades de qualquer nível


da Administração Pública, desde que inferior ao chefe do Executivo,
expedem orientações aos respectivos subordinados, designam servidores
para o desempenho de certas funções ou, ainda, determinam a abertura
de sindicância, inquérito policial militar, Inquérito Técnico, Conselho de
Justificação e Conselho de Disciplina. Quando expedida por Ministro de
Estado, é denominada Portaria Ministerial.

• Alvará - Fórmula segundo a qual a administração pública expede au-


torização para a prática de um ato ou licença para o exercício de certa
atividade ou direito dependente de policiamento administrativo.

• Aviso - Fórmula utilizada pelos Ministros, notadamente os Comandan-


tes militares, para prescreverem orientação aos respectivos subordinados
sobre assuntos de seus Ministérios. Não se confunde com a publicação
resumida dos editais de licitação também normalmente denominada
aviso.

• Instrução - Fórmula mediante a qual os superiores expedem normas


gerais de caráter interno, que prescrevem o modo de atuação dos subor-
dinados em relação a um serviço.

• Circular - Fórmula mediante a qual os superiores transmitem ordens aos


seus subordinados, com o caráter de uniformização do comportamento
em casos concretos.

• Ordem de Serviço - Determinação dirigida pelos superiores aos seus


subordinados, responsáveis por determinados serviços públicos, orien-
tando-os no que diz respeito à realização dos mesmos.

• Ofício - Meio pelo qual os agentes públicos realizam comunicações


escritas de caráter administrativo ou social.

• Despacho - Meio pelo qual a autoridade administrativa manifesta suas


decisões em documentos de natureza administrativa, submetidos à sua
apreciação, tais como requerimentos e processos.

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gestão de material e patrimônio - u1
c) Enunciativos

São atos administrativos em que a administração pública enuncia uma situ-


ação existente da qual tem conhecimento por meio dos seus agentes ou dos
seus arquivos sobre um determinado assunto. Podem ser os seguintes:

• Certidão - Cópia de atos ou fatos constantes em documentos em poder


da Administração Pública. Segundo o Código Civil brasileiro, quando au-
tenticada, tem o mesmo valor do original. O fornecimento de certidões
é obrigação constitucional das repartições públicas, conforme o artigo
5º, XXXIV, b, da CRFB/88.

• Atestado - Ato Administrativo por meio do qual a administração pú-


blica afirma a existência ou veracidade de um fato de que tenha conhe-
cimento por seus órgãos. A certidão comprova fatos permanentes; o
atestado, situações transitórias, passíveis de alteração.

• Parecer - Manifestação opinativa pela qual os órgãos técnicos consulti-


vos da Administração ou pessoas especializadas expressam o seu enten-
dimento sobre questões de cunho técnico ou jurídico submetidas a sua
apreciação. Por ter caráter opinativo não vincula a administração pública
ao seu conteúdo, salvo se for convertido em procedimento normativo
(Parecer Normativo), quando, ao ser aprovado pela autoridade compe-
tente, é convertido em norma de procedimento interno, tornando-se
obrigatório a todos os órgãos subordinados à autoridade administrativa
que lhe conferiu a normatividade. Ex: Parecer Técnico realizado em um
material avariado.

d) Negociais

São aqueles que encerram um conteúdo tipicamente negocial, do interesse da


administração pública e do administrado. Podem ser os seguintes:

• Licença - Ato administrativo vinculado, definitivo e de interesse do par-


ticular pelo qual a Administração Pública, diante de todas as exigências
da lei, faculta ao particular o desempenho de uma atividade. Por exem-
plo: licença para construir uma casa.

• Autorização - Ato administrativo discricionário, precário, que pode ser


cassado a qualquer momento pela administração pública, e de interes-
se particular, em que a administração pública faculta ao particular que
tenha interesse a utilização de certos bens ou o exercício de uma ativida-
de. Por exemplo: porte de arma; pesquisa e exploração de minerais etc.

20
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Permissão - Ato administrativo discricionário, precário e de interesse
público, pelo qual a administração pública faculta ao particular, a título
gratuito ou oneroso, a execução de serviços do interesse da coletividade
ou a utilização de um bem público nas condições por ela estabelecidas.

A administração pública defere a pretensão do interessado nesses atos


administrativos negociais através de um instrumento que é, na verdade,
um outro tipo de ato administrativo denominado alvará, apresentado an-
teriormente nesta classificação, referente aos atos ordinatórios, ou termo.

Convém salientar que nem todas as permissões podem ser outorgadas


discricionariamente. Há casos em que se é necessário a abertura de pro-
cedimento licitatório.

Como exemplo de permissão, podemos citar a permissão de uso de


um auditório de determinada OM por uma empresa para realização de
palestras para seus funcionários.

• Aprovação - Ato administrativo discricionário pelo qual a administra-


ção pública faculta a prática de certo ato jurídico ou concorda com o já
praticado para lhe dar eficácia, se conveniente e oportuno. Por exemplo:
pronunciamento do Conselho da República sobre a intervenção federal,
estado de defesa e estado de sítio (CRFB/88).

• Homologação - Ato administrativo unilateral, vinculado e de controle,


realizado a posteriori, através do qual a administração pública concorda
com o ato jurídico praticado, por estar conforme os requisitos legais
que legitimam a sua edição. Por exemplo: ato do Tribunal de Contas que
aprecia as concessões iniciais, outorgadas pelo Executivo, de aposenta-
dorias, reformas ou pensões, a homologação de um processo licitatório
realizada pelo Ordenador de Despesas, a homologação de uma descarga
de material realizada pelo Cmt RM etc.

• Visto - Ato administrativo de mero expediente, vinculado e unilateral,


pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade formal de outro
ato. No visto, não há exame de mérito do seu conteúdo, o que o distingue
da aprovação, da autorização e da homologação. Por exemplo: a exigên-
cia do visto do chefe imediato para o encaminhamento de requerimento
de servidor subordinado seu à apreciação de autoridade de superior ins-
tância. O visto tem apenas a finalidade de conhecimento e controle, não
equivale à concordância ou deferimento do conteúdo do requerimento.

21
gestão de material e patrimônio - u1
e) Punitivos

Aqueles que objetivam materializar uma sanção imposta pela administração


pública. Podem ser, dentre outros, os seguintes:

• Multa - Toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado


como meio de compensar um dano presumido, decorrente da prática de
uma infração administrativa.

• Interdição de atividade - Ato pelo qual a administração veda a alguém


a prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus bens.

Deve ser precedida de processo regular e do respectivo auto de interdi-


ção, que possibilite a defesa do interessado.

• Destruição de coisas - Ato pelo qual a administração pública inutili-


za, de modo sumário, alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos
imprestáveis, nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei.

Como ato típico de polícia administrativa, é, em regra, urgente, dispensan-


do processo prévio, embora exija sempre o auto de apreensão e de destrui-
ção, que esclarecerá os motivos da medida drástica tomada e identificará
as coisas destruídas, para oportuna apreciação da legalidade dos atos.

2.3.1.3 O Exército Brasileiro e os atos administrativos

A Administração Pública Civil e a Militar estão em perfeita sintonia, conforme


as definições descritas nas Instruções Gerais (IG) para os Atos Administrati-
vos do Exército (EB10-IG-01.003), aprovadas pela Portaria nº 771, de 07 de
dezembro de 2011, do Comandante do Exército, que estabelece as “Instruções
Gerais para os Atos Administrativos do Exército”.

A partir do seu artigo 7º, são definidos os atos administrativos de interesse do


Exército, nos seguintes termos:
Art. 7º Atos administrativos normativos são aqueles
que contêm uma determinação geral, visando à correta
aplicação da lei, sendo seu objetivo imediato explicitar a
norma legal a ser observada pela Administração e pelos
administrados.

Art. 8º Atos administrativos ordinatórios são os que visam


a disciplinar o funcionamento da Administração e a con-
duta funcional de seus agentes.

Art. 9º Atos administrativos negociais são os que visam


à concretização de negócios jurídicos públicos ou à

22
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
atribuição de certos direitos e vantagens aos interessados,
produzindo efeitos concretos e individuais para seus des-
tinatários e para a Administração que os expede.

Art. 10. Atos administrativos enunciativos são todos


aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a
atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determina-
do assunto, sem se vincular ao seu enunciado.

Pode-se verificar que se trata da mesma organização que usualmente se dá às


espécies de atos administrativos. Apenas os atos administrativos punitivos não
foram mencionados nas IG.

Quanto aos administrativos em espécie, as referidas


IG os especificam, a partir do artigo 11, conforme
abaixo descrito:

Art. 11. São atos normativos de interesse do Exército, que


são de COMPETÊNCIA EXCLUSIVA da União e do Poder
Legislativo:

I - LEI – ato normativo emanado do Poder Legislativo,


destinado a regular determinada matéria;

II - MEDIDA PROVISÓRIA (MP) – ato normativo com força


de lei, que pode ser baixado pelo Presidente da República
em caso de relevância e urgência;

III - DECRETO – ato administrativo de competência do


Presidente da República, destinado a prover situações
gerais ou individuais, abstratamente previstas, de modo
expresso ou implícito, na lei;

IV - PORTARIA NORMATIVA (PN) – expedida pelo Ministro


de Estado da Defesa, para disciplinar a aplicação de leis,
decretos e regulamentos ou para estabelecer diretrizes e
dispor sobre matéria de sua competência específica;

V - INSTRUÇÃO NORMATIVA (IN) – expedida pelos secre-


tários do Ministério da Defesa e pelo Chefe do Estado-
-Maior Conjunto das Forças Armadas, em virtude de
competência regimental ou delegada, para estabelecer
instruções e procedimentos de caráter geral necessários
à execução de leis, decretos e regulamentos, ou comple-
mentares a instruções, a portarias normativas e instruções
normativas; e

23
gestão de material e patrimônio - u1
VI - ORIENTAÇÃO NORMATIVA (ON) – expedida pelo Che-
fe de Gabinete do Ministro da Defesa e demais Órgãos In-
tegrantes do MD, em virtude de competência regimental
ou delegada, para estabelecer procedimentos operacio-
nais necessários à execução de leis, decretos e regulamen-
tos ou para detalhar procedimentos e situações peculiares
do próprio Órgão ou Unidade, nas hipóteses de reserva
expressa de competência normativa ou de ausência de
portaria normativa ou instrução normativa.

Art. 12. São atos enunciativos e negociais de interesse e


regulados pelo Exército:

I - APOSTILA – averbação feita abaixo de textos ou no


verso de decretos e portarias pessoais, para que seja corri-
gida flagrante inexatidão material do texto original, desde
que essa correção não venha a alterar a substância do ato
já publicado, sendo que no âmbito do Exército também
há apostila para confirmação das promoções dos oficiais.
Caso essa correção seja publicada no Diário Oficial da
União, a sua denominação será RETIFICAÇÃO;

II - ATESTADO – firmado por uma autoridade, na esfera


de suas atribuições, sobre algo de que tenha conheci-
mento, ou quando requerido, afirmando ou negando a
existência de um fato ou direito;

III - CERTIDÃO – descreve de maneira clara e precisa os


fatos consignados em registros oficiais, fornecida por
autoridade competente, a requerimento do interessado
ou ex officio, quando solicitada por autoridade adminis-
trativa ou judicial;

IV - CONTRATO – documento que registra o acordo de


vontades, firmado livremente pelas partes, para criar
obrigações e direitos recíprocos;

V - CONVÊNIO – documento que registra o acordo firma-


do por entidades públicas e/ou privadas, para realização
de objetivos de interesse comum dos partícipes. Poderá ser
definido também como INSTRUMENTO DE PARCERIA; e

VI - PARECER – é a manifestação de um órgão técnico


sobre assunto submetido à sua consideração e pode
fazer parte de um processo para o qual apresenta uma
solução, justificando-a por meio de dispositivos legais e
informações, podendo ser utilizado suporte eletrônico (o

24
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
documento é arquivado/enviado por rede de computa-
dores ou por meio físico de transporte de dados, outros,
porém continua sendo um parecer), sempre que houver
meios físicos adequados.

Art. 13. São atos ordinatórios de interesse e regulados


pelo Exército:

I - PORTARIA – ato ordinatório expedido pelo Comandan-


te do Exército e outras autoridades para instituir políticas,
planos, programas, projetos e demais atividades, bem
como para dispor sobre a organização e o funcionamen-
to de órgãos e serviços e, ainda, para praticarem outros
atos de sua competência; e

II - DESPACHOS:

a) Despacho Decisório – proferido pelo Comandante


do Exército, com a finalidade de proferir decisão sobre
requerimento submetido a sua apreciação ou ordenar a
execução de serviços; e

b) Despacho - ato de autoridade competente, exarado em


documento a ela dirigido ou em folha anexa ao mesmo,
fundamentado na legislação vigente. Caso o documento
em questão seja eletrônico, permite-se que o despacho
tenha suporte semelhante, podendo ser:

- final – quando põe termo à questão;

- interlocutório ou parcial – quando não resolve definiti-


vamente a questão; e

- ordinatório – quando concerne ao andamento de um


processo.

Parágrafo único. Portaria Pessoal é aquela que provê


situações particulares de um ou alguns interessados, sem
estabelecer qualquer norma geral:

I - tais são as portarias de provimento e vacância (nome-


ação, promoção, transferência, reversão, recondução,
agregação, exoneração, demissão, passagem para a
reserva remunerada, designação e outros); e

II - também utilizada para a concessão de prêmios e


condecorações.

25
gestão de material e patrimônio - u1
2.3.1.4 Requisitos dos atos administrativos

Requisitos são os elementos obrigatórios e essenciais, necessários à for-


mação do ato administrativo. A falta de qualquer desses requisitos pode
conduzir à invalidade do ato administrativo.

Cinco são os requisitos para a formação do ato administrativo: competência,


finalidade, forma, motivo e objeto.

a) Competência

A competência é o poder atribuído a um determinado agente da Administra-


ção, originário de texto expresso contido na Constituição, na lei ou em normas
administrativas, para o exercício de suas funções. Pode ser delegada ou avoca-
da, desde que haja previsão normativa.

O ato praticado por agente incompetente ou além das limitações legais é inváli-
do, configurando-se o chamado abuso de poder, da espécie excesso de poder. A
competência é um requisito de ordem pública e, portanto, não pode ser transfe-
rida ou prorrogada pela vontade dos interessados. Todavia, pode ser delegada e
avocada, desde que as normas reguladoras da Administração permitam.

Tem-se como exemplo de competência o que ocorre nas OM operacionais com


Bases Administrativas, nas quais o Comandante da OM poderá delegar ao Co-
mandante da Base Administrativa as funções de Ordenador de Despesas. Caso
não haja a dita delegação, este Comandante Administrativo não terá compe-
tência para exercer as funções de Ordenador de Despesas.

b) Finalidade

A finalidade do ato administrativo deve estar em consonância com a finalidade


da lei, que visa sempre o interesse público, única meta a ser atingida mediante
o ato administrativo.

A alteração da finalidade expressa na lei ou implícita no ordenamento da Ad-


ministração caracteriza desvio de poder ou desvio de finalidade, dando ensejo
à invalidação do ato.

Assim, todo ato administrativo, seja vinculado ou discricionário, deverá estar


sempre balizado pela lei e direcionado ao interesse coletivo. É o objetivo ime-
diato do ato administrativo.

26
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
c) Forma

A Forma é o revestimento exterior do ato. Geralmente, a forma do ato admi-


nistrativo é a escrita, embora existam, também, atos consubstanciados em
ordens verbais, como ocorre com as instruções do superior ao inferior hierár-
quico, e até mesmo sinais convencionais, como as determinações da polícia do
Exército, em casos de urgência e sinalizações de trânsito.

O ato administrativo não escrito só é admitido em casos especialíssimos, a


saber: em casos de urgência, de transitoriedade da manifestação de vontade
administrativa, de irrelevância do assunto para a Administração.

Nos demais casos, a forma escrita é de rigor e, do contrário, resultará na inva-


lidade do ato.

Importa salientar que enquanto no Direito Privado, que trata eminentemente


do Direito Civil e do Direito Empresarial, todos os atos podem ser praticados
sem forma específica, no Direito Público a regra é a prática do ato administra-
tivo dentro da forma estabelecida em lei ou regulamento.

Nos processos administrativos, por exemplo, a forma é uma exigência decor-


rente do princípio do devido processo legal.

d) Motivo (ou causa)

O motivo é a situação de fato ou de direito através da qual é deflagrada a


manifestação de vontade da Administração.

Classifica-se o motivo em motivo de fato e motivo de direito, levando-se em


conta o tipo de situação por força da qual o ato é praticado.

• Motivo de direito é a situação de fato, eleita pela norma legal como


ensejadora da vontade administrativa.

• Motivo de fato é a própria situação de fato ocorrida no mundo empíri-


co, sem descrição na norma legal.

Se a situação de fato já está delineada na norma legal, ao agente nada mais


cabe senão praticar o ato tão logo seja ela configurada. Atua ele como executor
da lei em virtude do princípio da legalidade. Nestes casos caracteriza-se a produ-
ção de ato administrativo vinculado por haver estrita vinculação do agente à lei.

Diferente é a situação quando a lei não delineia a situação fática, mas ao


contrário, transfere ao agente a verificação de sua ocorrência atendendo a

27
gestão de material e patrimônio - u1
critérios de caráter administrativo (conveniência e oportunidade). Nesse caso é
o próprio agente que elege a situação fática geradora da vontade, permitindo,
assim, maior liberdade de atuação, embora sem afastamento dos princípios
administrativos. Desvinculado o agente de qualquer situação de fato prevista
na lei, sua atividade se reveste de discricionariedade, redundando na prática de
ato administrativo discricionário.

O motivo de direito conduz à produção do ato administrativo vinculado, ao pas-


so que o motivo de fato leva à produção do ato administrativo discricionário.

Não há que se confundir motivo com motivação. A motivação é a exposição


da situação de direito e de fato que determina ou autoriza a realização do
ato administrativo. Em outras palavras, é a justificativa do pronunciamento
tomado, o modo expresso e textual da situação de fato que levou o agente à
manifestação de vontade.

A indicação do motivo, via de regra, é obrigatória, dispensada apenas em ca-


sos especiais como, por exemplo, na exoneração de servidor público nomeado
para cargo de confiança. Neste caso, a motivação está implícita. A quebra da
confiança determina a exoneração do servidor.

Segundo Carvalho Filho (2006, p. 99), é a “situação de fato ou de direito que


gera a vontade do agente quando pratica o ato administrativo”. Isto significa
que o administrador, autor do ato administrativo, deve justificar a existência do
motivo, fundamentando-o em normas administrativas.

A Lei n.º 9.784/99, em seu artigo 50, incisos de I a VIII, §§1º, 2º e 3º, descreve
os atos que devem ser obrigatoriamente motivados:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,


com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou


seleção pública;

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade: de processo


licitatório;

V - decidam recursos administrativos;

VI - decorram de reexame de oficio;

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Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con-


validação de ato administrativo.

§ 1º. A motivação deve ser explícita, clara e congruente,


podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, deci-
sões ou propostas, que, neste caso, serão parte integran-
te do ato.

§ 2º. Na solução de vários assuntos da mesma natureza,


pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fun-
damentos das decisões, desde que não prejudique direito
ou garantia dos interessados.

§ 3º. A motivação das decisões de órgãos colegiados e


comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata
ou de termo escrito.

e) Objeto

O Objeto é o conteúdo do ato administrativo. Por exemplo, a compra de gêne-


ros alimentícios. Em outras palavras, é a própria manifestação de vontade da Ad-
ministração. Para ser válido, o ato deve possuir objeto lícito e moralmente aceito.

Segundo Medauar (2007, p. 135), “significa o efeito prático pretendido com a


edição do ato administrativo ou a modificação por ele trazida ao ordenamento
jurídico”. O objeto, portanto, consiste na aquisição, resguardo, transferência,
modificação, extinção ou declaração de direitos.

Como exemplo, tome-se o caso de uma licença para construção que tem por
objeto permitir que o interessado possa edificar de forma legítima; o objeto de
uma multa é punir o transgressor de norma administrativa; na nomeação, o
objeto é admitir o indivíduo no serviço público etc.

É o objetivo imediato do ato administrativo.

2.3.1.5 Atributos dos atos administrativos

Os atos administrativos, por serem emanados do Poder Público, trazem


consigo determinados atributos, distintos dos atos jurídicos privados, dando-
-lhes características próprias e condições peculiares de atuação. A seguir serão
apresentados e descritos o rol dos atributos do ato administrativo.

29
gestão de material e patrimônio - u1
a) Presunção de legitimidade

Todo ato administrativo nasce com presunção de legitimidade em decorrência


do princípio da legalidade ao qual a Administração está adstrita.

Os atos praticados pelos agentes detentores de parcela do Poder Público, pre-


sumivelmente estão em conformidade com a lei, pois são de interesse público.
Este requisito não depende de lei expressa, já que deflui da própria natureza
do ato administrativo emanado de agente integrante da estrutura do Estado.
Enquanto não sobrevier o pronunciamento de nulidade, mesmo que eivado de
vícios, os atos administrativos são considerados válidos e, portanto, exigíveis,
tanto para a Administração quanto para os particulares sujeitos ou beneficiá-
rios de seus efeitos.

Assim, enquanto não declarada a ilegalidade do ato administrativo, este vai


produzindo normalmente os seus efeitos e sendo considerado válido, seja no
revestimento formal, seja no seu próprio conteúdo.

b) Autoexecutoriedade

Como efeito da presunção de legitimidade, tem-se a autoexecutoriedade, que


admite que o ato seja imediatamente executado e seu objeto também imedia-
tamente alcançado, independente de qualquer outorga do Judiciário.

Conforme Carvalho Filho:

(...) fundamento jurídico é a necessidade de salvaguardar


com rapidez e eficiência o interesse público, o que não
ocorreria se a cada momento tivesse que submeter suas
decisões ao crivo do Judiciário”. Além do mais, nada justi-
ficaria tal submissão, uma vez que assim como o Judiciá-
rio tem a seu cargo uma das funções estatais – a função
jurisdicional, a Administração também tem a incumbên-
cia de exercer função estatal – a função administrativa
(2006, p. 134 e 135).

Também resulta na inversão do ônus da prova em detrimento de quem alegar


não ser o ato administrativo legítimo, isto é, a comprovação da sua ilegalidade
cabe a quem a afirme.

A autoexecutoriedade não existe em todos os atos administrativos, estando


presente somente nas duas categorias de atos administrativos, a seguir:

30
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Aqueles com tal atributo conferido por lei. É o caso do fechamento de
restaurante pela vigilância sanitária;

• Atos praticados em situações emergenciais, cuja execução imediata é in-


dispensável para a preservação do interesse público. Exemplo: dispersão
pela polícia de manifestação que se converte em onda de vandalismo
(MAZZA, 2012).

Em algumas hipóteses, o ato administrativo fica despido desse atributo, o


que obriga a Administração a recorrer ao Judiciário. Cite-se, por exemplo, a
cobrança de multa ou a desapropriação. Ambas as atividades impõem que a
Administração ajuíze a respectiva ação judicial.

Vale ressaltar que a autoexecutoriedade não deixa o administrado sem pro-


teção jurídica, pois sempre será possível a apreciação judicial. As medidas
judiciais utilizadas são o mandado de segurança (preventivo ou repressivo) e
o habeas corpus, com pedido de liminar. Se ocorrer o dano, o administrado
lesado poderá constituir o Poder Público na obrigação de indenizar.

Ressalta Carvalho Filho (2006, pg. 107) que “no direito privado, são raras as
hipóteses em que se permite ao particular executar suas próprias decisões. No
direito público, porém, é admitida a execução de ofício das decisões adminis-
trativas sem intervenção do Poder Judiciário”.

c) Imperatividade (ou coercibilidade)

A imperatividade, também conhecida como poder extroverso do Estado, é


o atributo de ato administrativo unilateral que cria para o particular uma obri-
gação, independentemente de sua anuência. Não está presente em todos os
atos, tais como os enunciativos e negociais, que os dispensam. Todavia, os atos
que consubstanciam um provimento ou uma ordem administrativa (atos nor-
mativos, ordinatórios ou punitivos) nascem sempre com a imperatividade, com
força impositiva própria do Poder público, e que obriga o particular ao seu fiel
atendimento, sob pena de se sujeitar à execução forçada pela Administração
(atos autoexecutórios) ou pelo Poder Judiciário (atos não-executórios).

Para Carvalho Filho (2006, p. 106), “imperatividade, ou coercibilidade, signifi-


ca que os atos administrativos são cogentes, obrigando a eles todos quantos
se encontrem em seu círculo de incidência (ainda que o objetivo a ser por ele
alcançado contrarie interesses privados)”.

Como exemplo, têm-se a desapropriação por intermédio de decreto expropriatório.

31
gestão de material e patrimônio - u1
2.3.1.6 Extinção dos atos administrativos

O ciclo vital de um ato administrativo encerra-se de diversas maneiras. Embora


a extinção devesse ocorrer pelo cumprimento de seus efeitos, evidentemente
existem outras formas anômalas pelas quais ocorre a extinção.

Serão abordadas suas principais modalidades, em conformidade com a visão


doutrinária de alguns dos principais estudiosos do tema, como Carvalho Filho,
Di Pietro e Mazza.

a) Extinção natural

A extinção natural é a que ocorre pelo cumprimento normal dos efeitos do


ato. O cumprimento de seus efeitos pode ser exemplificado no caso do cum-
primento da obrigação assumida por uma OM de Engenharia, ao término da
construção de uma estrada federal.

b) Extinção subjetiva

A extinção subjetiva “ocorre com o desaparecimento do sujeito que se benefi-


ciou do ato”. Por exemplo: o cessionário que vem a falecer.

c) Extinção objetiva

A extinção ocorre quando, depois de praticado o ato, desaparece seu objeto.


Por exemplo: a interdição de um estabelecimento que se extingue por ter se
incendiado.

d) Caducidade

A caducidade caracteriza-se quando ocorre a perda dos efeitos jurídicos de um


ato em virtude de norma jurídica superveniente contrária a que respaldava a
prática do ato. Por exemplo: uma permissão para uso de um bem público per-
tencente a uma UA, que passa a ser proibida quando lei superveniente proíbe
o seu uso por particulares.

e) Renúncia do interessado

Em algumas circunstâncias, a legislação pertinente admite ao particular a fa-


culdade de extinguir a relação jurídica produzida pelo Ato Administrativo, por
meio de uma manifestação unilateral de vontade. Por exemplo: o militar que
pede exoneração do cargo.

32
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
f) Rescisão por inadimplemento

Nos casos em que o inadimplemento culposo pode ser imputado ao particular,


a Administração, como regra, pode rescindir, por ato unilateral de vontade. Por
exemplo: contrato de prestação de serviços, culposamente não cumprido pela
empresa contratada.

g) Força maior e caso fortuito

Quando o inadimplemento ocorre por fatos “insuscetíveis de previsão” ou de


“consequências incalculáveis” o ato pode extinguir-se. Por exemplo: um forne-
cimento impossibilitado de ser finalizado por profundas alterações ocorridas
em decorrência de uma catástrofe natural.

h) Anulação

É a declaração de invalidado de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita


pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Baseia–se, portanto, em
razões de legitimidade ou legalidade, diversamente da revogação que se funda
em motivos de conveniência ou de oportunidade e, por isso mesmo, é privativa
da Administração.

A Administração, reconhecendo que praticou um ato contrário à lei, tem o


dever de anulá-lo. Se não o fizer, pode o interessado pedir ao Judiciário que
declare a sua invalidade, por meio de anulação.

O pronunciamento de nulidade opera efeitos [ex tunc], retroagindo às origens Ex tunc: expressão de
origem latina que signi-
do ato, desfazendo todos os vínculos entre as partes e obrigando-as à reposi-
fica dizer que a decisão é
ção das coisas ao status quo ante. retroativa à origem do ato
anulado, desconsiderando
São exemplos: uma anulação de ato que homologou a descarga de um mate- tudo o que o foi realizado a
partir do mesmo.
rial por ter sido identificado que o parecer técnico foi realizado por profissional
não habilitado e uma anulação de inclusão de um material no patrimônio da
UA, por não ter sido elaborado o Termo de Recebimento e exame de material.

O Agente Diretor não deve deixar de anular os atos ilegais tempestivamente,


mesmo que tenham sido por ele praticados, sob pena de poder ser responsabi-
lizado por sua omissão, além de ocasionar prejuízos à gestão de material.

i) Revogação

Revogação é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada


privativamente pela Administração, por ter se tornado inconveniente e inopor-
tuno ao interesse público, ou seja, por não mais atender ao interesse público.

33
gestão de material e patrimônio - u1
A revogação é realizada pela Administração, e somente por ela, por não mais
lhe convir sua existência.

Ex nunc: expressão de Produz efeitos [ex nunc], ou seja, seus efeitos operam a partir do presente,
origem latina que significa di- porque desfazem atos dotados de legalidade. O ato de revogação é irretroati-
zer que a decisão não retroage
à origem do ato anulado, só vo, pois incide sobre ato legal que produziu efeitos válidos; assim, a revogação
vale a partir dali. não atinge efeitos já produzidos pelo ato revogado, que permanecem no mun-
do jurídico, cessando os efeitos deste do momento da revogação para o futuro.

Note-se que, em relação a essas duas últimas modalidades de extinção dos


atos administrativos, o poder da administração pública é mais amplo do que
o da Justiça. Sempre que verificada a necessidade de sua supressão, a Admi-
nistração poderá revogá-los, por questões de oportunidade e conveniência,
ou anulá-los, por questão de ilegalidade. Em contrapartida, o Poder Judiciário
só pode anulá-los por questões de ilegalidade. Assim, a Administração con-
trola seus atos em toda a sua plenitude, sob os aspectos da oportunidade,
conveniência, justiça, conteúdo, forma, finalidade, moralidade e legalidade,
enquanto o controle do Judiciário se restringe ao exame da legalidade, ou seja,
da conformação do ato com o ordenamento jurídico que a Administração se
subordina para sua prática.

j) Cassação

Ocorre a cassação quando atos originalmente legítimos tornam-se ilegais na


sua execução, podendo, assim, serem cassados. Por exemplo: a cassação de
patente de um produto farmacêutico por ter se mostrado lesivo ao usuário;
um alvará de licença para construir, expedido legalmente, mas cassado por ter
descumprido na execução da obra licenciada.

k) Contraposição

A edição posterior de ato administrativo esvazia o conteúdo do ato preceden-


te, por contraposto que é. A contraposição existirá sempre que determinado
ato administrativo extinguir ato precedente, independentemente de expressa
revogação. Por exemplo: o ato de nomeação de um militar. Seu contrapos-
to direto vem a ser o ato de exoneração desse mesmo militar. Essa situação
denota, sem sombra de dúvida, que o segundo ato, em razão de seu objeto,
esvaziou o conteúdo do primeiro.

34
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
2.3.2 Fatos administrativos

Os efeitos jurídicos decorrentes dos atos administrativos típicos realizados


pelos integrantes de uma UA resultam em fatos administrativos que podem
ser descritos como a atividade material do órgão, ou seja, indicam tudo o
que retrata uma alteração dinâmica na Administração Militar. Por exemplo: a
compra de um material, a descarga de um MEM, a demissão de um militar etc.

Nem todo fato administrativo resulta de um ato administrati-


vo ou de um conjunto de atos administrativos.

Há fatos administrativos que, embora também sejam voluntários, são con-


sequências de condutas administrativas, isto é, de ações da Administração não
formalizadas por atos administrativos, como, por exemplo, uma alteração do
local de determinado depósito, e há outros que resultam de situações de ordem
natural, como os fenômenos da natureza. Podemos exemplificar, citando uma
tempestade que destelhou a reserva de material de determinada subunidade.

Sempre que se fizer referência a um fato administrativo, deve-se ter a noção


de que ocorreu um evento dinâmico da Administração causado por evento
voluntário ou natural.

2.4 Agentes da Administração: funções, atribuições


e responsabilidades

Os agentes da Administração são todos agentes públicos, militares e civis, res-


ponsáveis por quaisquer procedimentos referentes à gestão dos bens pecunia-
riamente mensuráveis pertencentes a uma UA.

Todos os agentes da Administração possuem atribuições específicas atinentes à


administração de material, conforme previsto no Decreto nº 98.820, de 24 de
maio de 1990 (Regulamento de Administração do Exército – RAE/R3).

Alguns integrantes das UA, mesmo não ocupando os cargos ou funções dire-
tamente ou indiretamente ligadas às atividades administrativas, poderão ter
responsabilidades relacionadas à gestão do material.

35
gestão de material e patrimônio - u1
2.4.1 Agentes da administração

São agentes da Administração, diretamente ou indiretamente responsáveis


pela gestão do material e do patrimônio:

• Agente Diretor.

• Agentes Executores Diretos:

- Fiscal Administrativo;

- Encarregado do Setor de Contabilidade (contador);

- Encarregado do Setor de Finanças (tesoureiro);

- Encarregado do Setor de Material (almoxarife);

- Encarregado do Setor de Aprovisionamento (aprovisionador).

• Agentes executores indiretos:

- Comandante de subunidade;

- Chefe de serviços;

- Oficiais em geral;

- Oficial de dia;

- Subtenente;

- Encarregados de depósitos, de oficinas ou de material.

Qualquer pessoa física a que se tenha atribuído competência para exercer ativi-
dade administrativa de acordo com a legislação em vigor.

Os agentes da Administração, para que possam realizar suas funções, poderão


ter auxiliares, designados pelo Agente Diretor, conforme previsão do Quadro de
Cargos Previstos (QCP) da UA, sendo considerados agentes executores indiretos.

2.4.2 Cargo, funções, atribuições e responsabilidades

O artigo 3º da Lei nº 8.112/90 definiu o cargo público como “o conjunto de


atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que de-
vem ser cometidas a um servidor”.

Em uma UA, existem vários cargos previstos em QCP, tais como: comandante,
sub-comandante, fiscal administrativo, almoxarife, aprovisionador, entre ou-
tros. Cada cargo possui um rol de funções que podemos, nesse caso, denomi-
nar encargos ou atribuições.

36
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Todo cargo possui funções, e não existe um cargo sem encargos e responsabili-
dades. Entretanto, há funções que não têm vinculação a quaisquer cargos.

Dentre os agentes executores de atividades administrativas, há, por exemplo, a


de agente diretor, que é uma das funções previstas para o cargo de Cmt OM.

Há a função de oficial-de-dia que não está ligada especificamente a nenhum


cargo. Nesse caso, essa função possui, no que tange à função administrativa,
vários encargos e responsabilidades.

Existe, também, entre os agentes executores indiretos, a indicação de que to-


dos os oficiais e subtenentes têm responsabilidades administrativas, sendo que
estes não são cargos nem funções. O primeiro é gênero, cujas espécies são os
vários postos previstos na legislação castrense, o segundo é uma praça.

Por último, há, ainda, a previsão de que quaisquer pessoas físicas, além das
descritas no rol do artigo 21 do RAE, podem receber competência para realizar
atividades administrativas, sendo-lhes atribuídas responsabilidades.

Conforme Carvalho Filho (2006, p. 514), “a função pública é a atividade em si


mesma”, ou seja, função é sinônimo de atribuição e corresponde às inúmeras
tarefas que constituem o objeto dos serviços prestados pelos servidores públicos.

2.4.2.1 Atribuições dos agentes da administração

São atribuições dos agentes da administração referentes à administração de


material e patrimonial:

a) Agente diretor

O comandante, chefe ou diretor de OM, quando está exercendo, de uma ma-


neira geral, as atividades administrativas da UA, é denominado Agente Diretor
(AD), sendo que, no exercício específico da administração patrimonial denomi-
na-se Ordenador de Despesas (OD).

A função de Agente Diretor pode ser delegada, integralmente ou parcial-


mente, nas unidades comandadas ou chefiadas por Oficial General, devendo
a autoridade delegante fiscalizar o trabalho do agente delegatário, a fim de
verificar se a função está sendo desempenhada conforme suas ordens e a
legislação vigente.

37
gestão de material e patrimônio - u1
O AD é o responsável por todos os atos e fatos administrati-
vos da UA e desempenha as suas funções através dos agentes
executores diretos e indiretos, que o auxiliam na execução de
todas as atividades administrativas da unidade.

Entre os principais encargos previstos para o AD no tocante à administração de


material e patrimonial, pode-se destacar:

• Supervisão de todas as atividades administrativas da UA;

• Assinatura dos documentos relacionados à sua atividade;

• Conferência dos documentos elaborados pelos agentes da administração;

• Fiscalização da escrituração patrimonial;

• Verificação das passagens de funções, a fim de manter a escrituração


dos bens distribuídos em ordem e atualizada:

• Publicação da situação patrimonial por ocasião da passagem de coman-


do, chefia ou direção;

• Verificação da exata situação patrimonial, até trinta dias da assunção do


comando, chefia ou direção e consequente publicação do apurado;

• Determinação das compras, serviços e alienações;

• Manutenção dos documentos comprovatórios dos atos e fatos adminis-


trativos arquivados conforme a previsão legal;

• Determinação dos ressarcimentos e sanções referentes aos prejuízos


causados à Fazenda Nacional;

• Instauração de sindicância, inquérito técnico e inquérito policial militar


para apuração de responsabilidades dos gestores de material da OM;

• Determinação do afastamento do cargo ou impedimento para o exer-


cício da função dos responsáveis por prejuízos causados à Fazenda
Nacional;

• Remessa ao Escalão Superior de documentos relativos ao patrimônio


da OM;

• Remessa à Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército (ICFEx) de


vinculação do rol dos responsáveis pela administração da OM e ime-
diatamente as substituições de OD ao Centro de Controle Interno do
Comando do Exército (CCIEx) e à ICFEx.

38
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A função de OD também pode ser delegada pelo Cmt/Ch/Dir de OM, em regra,
nas unidades comandadas, chefiadas ou dirigidas por Oficial General, nas uni-
dades possuidoras de Base Administrativa ou nas unidades não possuidoras de
Base Administrativa quando, justificadamente e devidamente autorizado pela
Secretaria de Economia e Finanças (SEF), não puder desempenhar essa função
devido às complexidades e particularidades da UA, observando-se em todos os
casos a compatibilidade hierárquica entre os agentes da Administração.

b) Agentes executores diretos

Os agentes executores diretos são os agentes da administração da UA que,


auxiliados por outros militares ou servidores civis, ou seja, adjuntos, auxiliares
e outros agentes, são responsáveis pela coordenação e controle das atividades
administrativas e, também, pelo assessoramento do agente diretor.

• Fiscal administrativo

Em relação à administração patrimonial e do material, o fiscal administrati-


vo é responsável pelo assessoramento do agente diretor e do ordenador de
despesas, cabendo-lhe:

- O seu planejamento, coordenação e controle;

- O estudo, para apreciação do AD, de toda a documentação per-


tinente;

- A fiscalização dos registros contábeis;

- A retirada de dúvidas dos demais agentes subordinados;

- A prestação de informação ao AD sobre quaisquer irregularidades


que verificar, a fim de que se evite danos e/ou prejuízos à Fazenda
Nacional;

- A publicação do movimento de entrada e de saída do [material Material permanente:


é todo bem (artigo, equipa-
permanente] e de consumo;
mento ou conjunto operacio-
- A orientação e supervisão do recebimento e exame de material; nal ou administrativo) que
tem durabilidade prevista su-
- A solicitação de técnicos ou peritos para exame qualitativo de perior a dois anos e que, em
material; razão de seu uso, não perde
a sua identidade física nem
- A assistência, se possível, do fornecimento de material às seções e se incorpora a outro bem.
Destina-se ao uso contínuo e
subunidades; deve ser incluído em carga.
- O diligenciamento para que informações sobre o patrimônio sejam
enviadas com presteza e perfeição aos escalões administrativos;

39
gestão de material e patrimônio - u1
- A informação e realização de pareceres sobre os assuntos de sua
competência;

- A informação ao AD, tempestivamente, sobre o registro dos bens


patrimoniais e o estado de conservação dos materiais;

- O pleno conhecimento das variações patrimoniais, a fim de reali-


zar apresentações sempre que solicitado;

- A orientação à descrição dos atos e fatos administrativos que


devem ser publicados em Boletim Interno (BI).

O fiscal administrativo é o principal assessor do Cmt OM no tocante aos


cuidados com o meio ambiente, cabendo-lhe, em relação à administração
do material da UG o gerenciamento de projetos que visem evitar danos ao
meio ambiente, havendo a necessidade de conferir especial atenção ao des-
tino das sobras, dos resíduos e do material descarregado, cujo destino seja
o descarte, a não contaminação do lençol freático, do mar, dos rios e dos
lagos, ao corte de árvores e à preservação dos animais de todas as espécies.

Para se obter mais informa- O Exército Brasileiro tem se preocupado com o meio ambiente, elaborando
ções sobre regulamentação
várias regras para que se evitem prejuízos ao meio ambiente, sendo bas-
ambiental do Exército Brasilei-
ro, consulte a Portaria nº 386, tante importantes para a administração do material, principalmente em
do Cmt Ex, de 09 de junho de relação à destinação das sobras, dos resíduos e de outros materiais cujo
2008 (IG 20-10), que versa
sobre o Sistema de Gestão Am- descarte pode causar danos ambientais.
biental no Âmbito do Exército
Brasileiro (SIGAEB) e a Porta- • Encarregado do Setor de Contabilidade
ria nº 001-DEC, de 26 de se-
tembro de 2011 (IR 50-20), O Setor de Contabilidade está previsto em algumas OM, como, por exem-
que regulamenta o SIGAEB. plo, na AMAN, e o seu chefe é o agente responsável pelos registros contá-
beis referentes ao patrimônio.

• Encarregado do Setor de Finanças

O encarregado do Setor de Finanças tem a responsabilidade de informar


ao fiscal administrativo, conforme determinado pela ICFEx, uma relação de
todo o material permanente e de consumo pago pela UA.

• Encarregado do Setor de Material

O encarregado do Setor de Material é o responsável, em regra, pela


Contratação de serviço: execução das atividades de aquisição, alienação de material e de [con-
é a formalização da prestação
tratação de serviços] de reparações do material da UA, bem como pela
de um determinado serviço, a
ser pago em dinheiro. administração do material, a seu cargo, segundo a legislação em vigor,
cabendo-lhe especificamente:

40
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
- A contabilidade do material sob a sua gestão;

- A elaboração de pedidos de aquisição de material e de prestação


de serviços ao fiscal administrativo;

- A prestação de informações ao fiscal administrativo periodicamen-


te, conforme determinação da ICFEx, o movimento de entrada e
de saída de material dos depósitos do almoxarifado;

- A distribuição de material às seções e subunidades da UA, confor-


me ordem do AD ou autorização do fiscal administrativo;

- A identificação do material a ser distribuído pelo almoxarifado às


seções e subunidades da UG;

- O recebimento do material destinado à UG, adquirido diretamen-


te no comércio ou fornecido pelos órgãos provedores ou de ma-
nutenção, salvo os gêneros de subsistência, que serão recebidos
pelo aprovisionador;

- A manutenção atualizada de uma relação de todo o material dis-


tribuído sem responsável direto e permanente;

- O acondicionamento do material a ser remetido às seções e subuni-


dades da UA ou a outra OM, confeccionando as respectivas guias;

- A prestação de informação a respeito da matéria-prima consumi-


da nos serviços executados nas oficinas.

Os encargos de almoxarife são pertinentes aos gestores de


quaisquer depósitos das UA, no que lhes for cabíveis.

• Encarregado do Setor de Aprovisionamento

O encarregado do Setor de Aprovisionamento é o responsável pela aquisi-


ção de gêneros, alienação de material e contratação de serviços do setor,
bem como pela administração de todo o material sob sua responsabilida-
de, competindo-lhe o recebimento, estocagem e distribuição de gêneros
alimentícios, receber todo o material destinado ao setor e controlar os
gêneros existentes nos depósitos.

Atualmente, cresce de importância a implementação de medidas visando a


segurança alimentar nas UA, cabendo ao aprovisionador a execução de
atos permitindo que todos os integrantes do órgão tenham alimentação

41
gestão de material e patrimônio - u1
saudável, preparadas e servidas através de materiais e instalações apropria-
dos, de pessoal capacitado e de modernas técnicas de gerenciamento.

É importante ressaltar que o COLOG, através da DAbst, está promovendo a


segurança alimentar no âmbito das UA, através da concessão da certifica-
ção às OM que cumpram determinados requisitos, sendo que essas unida-
des, uma vez certificadas, receberão mais recursos para executar projetos
de melhoria do serviço de aprovisionamento.

c) Agentes executores indiretos

Os agentes executores indiretos são agentes da Administração que, por força


da posição hierárquica, cargo ou função, são essenciais para a boa administra-
ção do material e patrimonial da UA.

• Comandante de subunidade

O comandante de subunidade é o responsável pela execução de todas


as atividades administrativas desse setor, cabendo-lhe manter o arquivo
da documentação, a escrituração e todas as informações administrativas
atualizadas, informar ao escalão superior todas as iniciativas administrativas
realizadas, proceder à fiscalização do material e da respectiva escrituração,
determinar o correto controle do material distribuído aos seus detentores
diretos, a fim de que não haja alterações por ocasião de sua passagem de
cargo, coordenar os registros contábeis da SU, não permitir que o material
de carga da SU seja retirado do local, salvo se for para instrução, informar
ao Fiscal Administrativo o estado do material da SU, bem como apresentar
ao comandante substituto a relação referente à situação do material, por
ocasião da transmissão do comando da SU.

• Chefes de serviços

Os chefes de serviços são os responsáveis pela execução das atividades de


saúde, de veterinária e outras especiais, e pela administração dos respec-
tivos setores.

• Oficiais em geral

Os oficiais em geral, quando integrantes de comissões, de grupos de traba-


lho, de representação ou de outras missões relacionadas à administração,
são responsáveis pela gestão administrativa e patrimonial da UA, cumulati-
vamente com seus encargos originais.

42
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Oficial de dia

O oficial de dia é responsável, em regra, fora do horário de expediente:

- Pela segurança das dependências, nas quais possuam materiais,


de acordo com as NGA da UA;

- Pela comunicação ao subcomandante, através de parte especial,


sobre ocorrências de natureza administrativa, fazendo as ingerên-
cias imediatas, no caso de interesse da Fazenda Nacional;

- Pela saída de animais e veículos que não possuam autorização do


Fiscal Administrativo;

- Pelo recebimento de materiais, se for o caso.

É muito comum o recebimento, por exemplo, de pão, pelo oficial de dia


nas dependências do Serviço de Aprovisionamento antes do horário de
início do expediente.

• Subtenente

O subtenente é o principal auxiliar do comandante de subunidade na admi-


nistração de material da SU, sendo o [detentor direto] do material incluído Detentor direto: é o
agente que responde pela
no patrimônio, cabendo-lhe:
guarda, manutenção e escri-
- Manter atualizadas as ordens e a legislação referentes ao material turação de bens patrimoniais.

distribuído às SU, a fim de que a escrituração e a contabilidade


estejam conforme as regras em vigor;

- Zelar pela distribuição de material necessário às diversas ativida-


des da SU;

- Realizar os pedidos de material e serviços de manutenção ao Al-


moxarife depois da autorização do Fiscal Administrativo;

- Manter todo o material da SU em perfeitas condições de uso e de


armazenagem;

- Informar ao comandante de subunidade danos e faltas de quais-


quer materiais sob a sua responsabilidade;

- Propor ao Cmt SU aquisições, [transferências], inclusões em Transferência: rema-


nejamento de materiais entre
carga, descargas e medidas de conservação, a fim de melhorar as
organizações militares.
condições materiais da subunidade;

- Providenciar o inventário das praças baixadas à enfermaria e o


recolhimento dos materiais a esta distribuídos;

43
gestão de material e patrimônio - u1
- Tomar providências para as reparações dos materiais;

- Receber os materiais destinados à SU, opondo sua assinatura nas


respectivas guias;

- Distribuir material, mediante recibo, às frações da SU;

- Transmitir aos sargentos e cabos instruções sobre o controle de


material;

- Prestar informações ao aprovisionador e ao oficial de dia sobre as


necessidades para alimentação do pessoal e dos animais da SU
que não possam realizar as refeições nos horários previstos, por
motivo de exercícios longe do aquartelamento ou nos casos de
manobra e de campanha;

- Assinar os vales de rações das praças arranchadas e de forragea-


mento dos animais;

- Assegurar que nenhum material saia da UA, salvo para instrução;

- Recolher todo o material distribuído às praças que tenham


residência na OM, logo após vinte e quatro horas de ausência
das mesmas, devendo lacrar seus armários, a fim de preservar os
objetos pessoais;

- Realizar a passagem da carga sob a sua responsabilidade direta por


ocasião de substituição, acusando todas as alterações existentes;

- Responder todas as informações solicitadas que estejam no âmbi-


to de sua competência.

• Encarregados de depósitos, de oficinas ou de material

O encarregado de depósito, de oficina ou de material é auxiliar dos coman-


dantes de subunidade ou chefes de seção, de acordo com o organograma
da OM, e detentor direto da carga distribuída, cabendo-lhe:

- A execução de toda a escrituração de controle;

- A guarda dos materiais estocados;

- A manutenção dos equipamentos;

- A administração de todas as atividades de seu setor.

• Qualquer pessoa física

Sempre que uma pessoa física receber a incumbência de realizar qualquer


atividade inerente à administração de material ou patrimonial, conforme a

44
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
legislação vigente, será considerado um agente executor, passando a ser
responsabilizado por todos os atos e fatos referentes à sua função.

Além das atribuições previstas no RAE, compete, também, aos agentes da


administração da UA, de acordo com o artigo 51 do RISG:

a) Ministrar a instrução relativa aos diversos ramos de


suas especialidades, de conformidade com os programas
de instrução da unidade;

b) Dirigir o pessoal auxiliar das dependências internas a


seu cargo e orientá-lo na execução dos trabalhos a ele
distribuídos;

c) Exercer, durante o serviço, ação disciplinar sobre o pes-


soal das dependências que dirijam, apurando as faltas e
participando-as à autoridade a que estiverem diretamente
subordinados.

2.4.2.2 Atribuições dos auxiliares dos agentes da administração

As principais atribuições dos auxiliares dos agentes da administração são:

• Conhecer bem a legislação que prevê os encargos de seus chefes ou


comandantes, a fim de assessorá-los da melhor maneira possível;

• Cumprir as normas referentes à administração de material e patrimonial;

• Receber materiais e documentos, opondo sua assinatura, de acordo com


autorização recebida;

• Cumprir a determinação de seus comandantes ou chefes;

• Manter a escrituração e o arquivamento da documentação arrumados e


atualizados.

2.4.2.3 Passagem de cargo e função

A atividade administrativa da UG não pode sofrer solução de continuidade


quando ocorrer substituição de agentes, sendo que o agente investido em
cargo com função de chefia é o responsável pelos bens móveis e imóveis, e
recursos e valores recebidos.

Cabe ressaltar que os regulamentos existentes no âmbito do Exército descre-


vem os procedimentos necessários para a passagem de função. Entretanto,
como já visto, o termo mais preciso deve ser passagem de cargo e/ou de
função, já que outro militar receberá a competência para exercício do cargo

45
gestão de material e patrimônio - u1
que contém as suas respectivas funções ou uma função sem um correspon-
dente cargo ou até uma função delegada, como é o caso da função de orde-
nador de despesas.

Os procedimentos para passagem de cargo e função devem seguir as orienta-


ções a seguir:

• Nas substituições por prazo superior a 30 dias há transmissão de carga e


encargos.

• Nas substituições por prazo inferior a 30 dias ou férias não há trans-


missão de carga. Nesse caso, os bens móveis ficarão sob a responsabili-
Detentor indireto: dade de [detentor indireto], sob supervisão do substituto, sem necessi-
agente ou auxiliar designado
dade de transmissão.
em boletim interno da UA,
que responde perante seu • As substituições serão realizadas segundo as prescrições do Regulamento
chefe, pela guarda, manuten-
ção de bens patrimoniais e Interno e dos Serviços Gerais (RISG/R1) e das Instruções Gerais para a Rea-
pela execução da escritura- lização de Substituições Temporárias no âmbito do Comando do Exército.
ção. Ex: serviços gerais, Gd
Quartel, etc. • A transmissão de responsabilidade por bens móveis (material permanen-
te e/ou consumo) deve ser iniciada através da obtenção das informações
geradas pelo Sistema de Controle Físico (SISCOFIS), referentes ao respec-
tivo setor, seguindo-se o exame quantitativo e qualitativo do material.

• Concluída a conferência dos lançamentos do SISCOFIS e do material, o


substituto participará, por escrito, ao Fiscal Administrativo o que foi apu-
rado, com a concordância integral ou parcial do substituído, para que
seja publicada em Boletim Interno da OM e adotadas as providências
por eventuais alterações.

• O substituto é considerado investido do cargo quando participar ao Fisc


Adm ou agente diretor que assumiu as respectivas funções.

• A passagem de função de ordenador de despesas será efetivada através de


relatórios elaborados de acordo com as instruções pertinentes ao assunto.

Os prazos para passagem de cargo e função são:

• Almoxarife e encarregado de depósito (D Sup/B Sup): até 20 dias úteis;

• OD, fiscal administrativo, Cmt SU, tesoureiro e aprovisionador: até oito


dias úteis;

• ST Enc Mat SU: até 20 dias úteis;

• Demais frações: até quatro dias úteis.

46
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
As orientações para passagem de cargo e função são:

• A contagem dos prazos será iniciada no dia útil subsequente à publica-


ção no BI da OM.

• Com acúmulo de funções cada prazo será concedido separadamente.

• O agente diretor poderá prorrogar o prazo de, no máximo, metade do


prazo original.

• Se mesmo com prorrogação o prazo não for cumprido, a passagem da


função será realizada por uma comissão.

• Nos casos de afastamento súbito de agente detentor de bens do patri-


mônio, a transmissão de material e valores deverá ser realizada por uma
comissão composta de três membros, nomeada em Boletim Interno da
OM, logo após ser o fato conhecido.

2.4.2.4 Segregação de funções e cargos

Deve-se ter especial atenção com a segregação de determinados cargos e


funções da UA, a fim de que a acumulação deles por um mesmo agente não
comprometa a eficiente gestão do material. Assim, não poderão ser acumula-
das entre si:

• As funções de agente diretor/OD com os demais agentes executores


diretos da UA;

• As funções que constam no Rol de Responsáveis (agente diretor/OD,


fiscal administrativo, encarregado de setor financeiro e encarregado do
setor de pessoal);

• Os cargos de tesoureiro, almoxarife e aprovisionador;

• As funções de chefe ou membro da SALC ou Seção de Compras com os


demais agentes executores diretos da UA, salvo com o encarregado do
Setor de Pessoal.

2.4.2.5 Responsabilidades

Todos os integrantes das UA têm o dever de zelar pelos diversos materiais


existentes, desde o recruta, que deve tratar com cuidado o material individual
que lhe é distribuído para uso ou com o material de uso coletivo que deverá
realizar a manutenção, até o seu Agente Diretor, principal responsável pela
gestão dos respectivos bens.

47
gestão de material e patrimônio - u1
Os agentes da administração, no exercício das atividades administrativas refe-
rentes à gestão do material das UA, poderão ser responsabilizados nas esferas
penal, administrativa e civil, cumulativamente ou não, caso cometam
irregularidades que causem prejuízos à Fazenda Nacional.

Além dos militares, pessoas não vinculadas à Administração Militar também


poderão ser responsabilizadas por danos e desvios causados aos bens da União
sob a responsabilidade do EB.

As atribuições conferidas pelo detentor direto a outro agen-


te ou a auxiliar não o eximem de responsabilidade, caso não
exerça o devido controle e nem determine que sejam sanadas
as alterações que venham a ser constatadas.

A apuração das responsabilidades deve ser sempre realizada através do devido


processo legal, concedendo-se aos acusados o contraditório e a ampla defesa,
conforme o artigo 5º, LV, CRFB/88.

O agente diretor tem o dever de apurar as responsabilidades pelos retrocita-


dos prejuízos e de determinar os respectivos ressarcimentos, conforme tipifica-
do no artigo 84 do Decreto-Lei nº 200/67.

Art. 84. Quando se verificar que determinada conta não


foi prestada, ou que ocorreu desfalque, desvio de bens
ou outra irregularidade que resulte prejuízo para a Fazen-
da Pública, as autoridades administrativas, sob pena de
co-responsabilidade e sem embargo dos procedimentos
disciplinares, deverão tomar imediatas providências para
assegurar o respectivo ressarcimento e instaurar a tomada
de contas, fazendo-se as comunicações a respeito ao
Tribunal de Contas.

Os procedimentos para a apuração e ressarcimento serão desenvolvidos me-


diante instauração de Sindicância (EB10-IG-09.001/2012), de Inquérito Poli-
cial Militar (IPM), de Processo Administrativo (Lei 9784/99) ou de Tomada
de Contas Especial (TCE-Lei 8.443/92 e Portaria nº 008-SEF/2003), de acordo
com a respectiva legislação e o previsto nestas Normas.

48
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
a) Responsabilidade penal

Havendo indícios de crime militar, conforme tipificado no Código Penal Militar


(CPM), o comandante da OM deverá instaurar um Inquérito IPM para apuração
dos fatos, devendo remeter o referido procedimento à Justiça Militar, mesmo
que se tenha apurado a inexistência de delito.

A apuração do ilícito penal através do IPM não prevê as garantias da am-


pla defesa e do contraditório para o indiciado, sendo que o réu fará jus
a esses direitos constitucionais por ocasião de sua participação no processo
penal que será desenvolvido no âmbito do Poder Judiciário à luz do Código de
Processo Penal Militar (CPPM).

Se o agente da Administração ou um civil for considerado culpado pelo come-


timento de um crime militar referente à administração do material será respon-
sabilizado penalmente, estando sujeito às sanções previstas no CPM.

Pode-se citar como exemplos:

• O roubo de uma arma;

• O furto de um computador;

• O dano causado em uma viatura.

A absolvição criminal poderá afastar as responsabilidades civil e administrativa


quando ficar decidida a inexistência do fato ou a não autoria imputada
ao acusado. Já a absolvição por falta de provas ou ausência de dolo não
exclui a culpa administrativa e civil.

b) Responsabilidade administrativa

A responsabilidade administrativa resulta da violação de normas internas


pelo servidor sujeito a estatuto e disposições complementares estabelecidas em
lei, decreto ou qualquer outro provimento regulamentar da função pública.

O agente da Administração poderá ser responsabilizado administrativamente,


em decorrência do poder disciplinar conferido à administração pública, quan-
do cometer uma transgressão disciplinar na gestão do material. Nesse caso,
teremos a responsabilidade administrativa disciplinar.

As transgressões disciplinares e as sanções disciplinares referentes aos militares


do EB estão previstas no Regulamento Disciplinar do Exército (RDE) e devem
ser apuradas através do devido processo legal, através de sindicâncias, a fim de
que se possa realizar os procedimentos referentes ao respectivo ressarcimento.

49
gestão de material e patrimônio - u1
Além das punições previstas no artigo 24 do RDE, por cometimento de transgres-
sões disciplinares discriminadas no Anexo I do RDE, o agente da administração
poderá ser, cumulativamente, responsabilizado administrativamente através
das seguintes sanções administrativas previstas no artigo 111, do Regulamento
de Administração do Exército (RAE/R3):

1) imediato afastamento do cargo, quando, com base em


provas documentais, tornar-se incompatível com a função,
por ter cometido ações prejudiciais aos interesses da Fa-
zenda Nacional, por desídia, condescendência ou má-fé;

2) suspensão imediata do cargo ou encargo, pelo prazo


que se fizer necessário à apuração da irregularidade e
normalização do serviço quando deixar de cumprir, den-
tro de 8 (oito) dias úteis, as exigências para corrigir faltas
verificadas nas suas prestações de contas de recursos,
valores e outros bens;

3) desconto das importâncias pagas indevidamente;

4) desconto das importâncias desviadas para constituírem


caixas ilegais, revertendo ainda o saldo destas ao Estado,
como receita da União;

5) desconto das importâncias relativas as concessões ou


liberalidade feitas à conta de recursos públicos;

6) desconto das importâncias que se refiram a quaisquer er-


ros que deram origem a prejuízos ao Estado ou a terceiros.

Pode-se citar como exemplos de transgressão disciplinar referentes à administra-


ção de material, de acordo com o que descreve o item nº 22, do Anexo I do RDE:

• O dano ou o extravio de um item de suprimento por negligência ou


desobediência das regras ou normas de serviço;

• A falta de zelo com o material da Fazenda Nacional.

Havendo necessidade de instauração de uma TCE, todos que comprovadamente


tenham causado prejuízos aos materiais pertencentes à União poderão ser sancio-
nados através do seguinte rol de sanções administrativas, a serem aplicadas em
decorrência de irregularidades comprovadas pelo TCU, conforme a Lei 8.443/92:

• Multa;
• Cobrança judicial da dívida;
• Arresto de bens;

50
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Declaração de inidoneidade do particular para licitar ou contratar com a
Administração;
• Declaração de inabilitação para o exercício de cargo ou função pública;
• Inclusão no Cadin (Cadastro Informativo dos créditos não quitados do
setor público federal);
• Inclusão no cadastro a ser enviado à Justiça Federal para figurar na lista
de inelegíveis.

c) Responsabilidade civil

Dentre as três esferas de responsabilização às quais os agentes públicos ou


pessoas sem vínculos com a administração estão sujeitos quando causam
prejuízos ao material sob administração do EB, a responsabilidade civil é a mais
complexa, pois se traduz no dever do agente da administração ou de terceiro
indenizar à União pelos danos causados ao material em decorrência de sua
gestão, de sua utilização ou de quaisquer outras infrações.

Esse dever de ressarcir aos cofres públicos será imputado ao infrator se ele agir
com culpa ou dolo, mediante o devido processo legal, que ofereça ao indiví-
duo a ampla defesa e o contraditório.

Se a apuração dos fatos for realizada por meio de sindicância e ficar prova-
do o prejuízo à Fazenda Nacional, deve-se obter do sindicado, durante o
processo, o reconhecimento da dívida, mediante assinatura do Termo de
Reconhecimento de Dívida, e a respectiva autorização para desconto em
contracheque ou, na impossibilidade do referido desconto, o comprometi-
mento de realizar a indenização de outra maneira.

Caso o sindicado não recolha o valor devido no prazo estipulado, a UA de-


terminará, independentemente do reconhecimento da dívida, o desconto no
contracheque do militar, conforme a legislação em vigor.

No caso da apuração da responsabilidade por prejuízo superior ou igual a


R$ 1.000,00 (um mil reais) ter sido procedida através de IPM e não for pos-
sível o reconhecimento da dívida com a Fazenda Nacional durante o pro-
cedimento administrativo, será necessária a instauração de um processo
administrativo, elaborado em conformidade com a Lei 9.784/99, a fim de
que se possibilite ao responsável o exercício da ampla defesa e do contradi-
tório e à Administração o direito à respectiva cobrança e, mais uma vez, a
obtenção da assinatura do Termo de Reconhecimento de Dívida.

51
gestão de material e patrimônio - u1
Se o valor do prejuízo causado ao erário público for inferior a R$ 1.000,00 (um
mil reais), não deverá ser instaurado processo administrativo, em decorrência
do IPM, e nem deverá ser encaminhada documentação para inscrição em Dívi-
da Ativa da União caso haja negativa de ressarcimento, cabendo à UA deten-
tora do material envidar todo esforço possível para o ressarcimento à União.

Caso se esgotem todas as medidas administrativas internas para apuração e


ressarcimento do prejuízo relacionado ao material, sem que se tenha obtido
êxito, excepcionalmente, poderá ser instaurada uma TCE, conforme previsto na
Lei 8.443/92:

Art. 8° Diante da omissão no dever de prestar contas, da


não comprovação da aplicação dos recursos repassados
pela União, na forma prevista no inciso VII do art. 5° des-
ta Lei, da ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros,
bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática de qual-
quer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte
dano ao Erário, a autoridade administrativa competente,
sob pena de responsabilidade solidária, deverá imedia-
tamente adotar providências com vistas à instauração
da tomada de contas especial para apuração dos fatos,
identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

A TCE é um processo administrativo que gera título executivo extrajudicial,


através do qual se concede ao acusado a ampla defesa e o contraditório, a fim
de apurar os fatos, identificar os responsáveis e quantificar o dano. Sua instau-
ração tem as seguintes condicionantes:

• Constatação de irregularidade com dano ao erário.

• Valor do dano igual ou superior a R$ 75.000,00.

• Identificação dos responsáveis.

• Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado.

O processo de TCE não deve ser instaurado nos seguintes casos:

• Em substituição a procedimentos disciplinares destinados a apurar infra-


ções administrativas;

• Para a obtenção de ressarcimento de valores pagos indevidamente a


servidores;

• Prejuízo causado por terceiros por descumprimento de cláusula contra-


tual (Súmula TCU n.º 187).

52
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Após transcorridos dez anos entre a data provável de ocorrência do dano
e a primeira notificação dos responsáveis pela autoridade administrativa;

• Valor atualizado monetariamente menor que R$ 75.000,00;

• Quando houver a apresentação e a aprovação da prestação de contas.

• A TCE permite o ressarcimento dos prejuízos causados ao erário através


da cobrança judicial da dívida, de acordo com a Lei 8.443/92.

d) Irresponsabilidade

São considerados casos de força maior, que isentam as pessoas de responsabi-


lidade em relação ao estado dos materiais, imputando-se a responsabilidade à
União nos casos de:

• Incêndio, desmoronamento, inundação, submersão, tormenta, terremo-


to e sinistros terrestres, aéreos, fluviais e marítimos;

• Estragos produzidos por animais daninhos;

• Epidemias e moléstias contagiosas;

• Estragos produzidos em armas ou em qualquer outro material, por ex-


plosão ou acontecimento imprevisível;

• Acidente ou inutilização em serviço ou instrução, comprovado em sindi-


cância, parecer técnico ou inquérito;

• Saque ou destruição pelo inimigo, destruição ou abandono forçado pela


aproximação deste;

• Inutilização decorrente de operações de ações da defesa civil e defesa


interna.

• Material contaminado por moléstia contagiosa.

53
gestão de material e patrimônio - u1
3 Recebimento e exame de material: entrada
na Unidade Administrativa e classificação

Objetivos específicos

• Discriminar os procedimentos relativos ao recebimento e exame de


material;
• Classificar o material.

As UA recebem diversos tipos de materiais para realizar as inúmeras atividades


necessárias para cumprir os objetivos institucionais.

3.1 Recebimento

Recebimento, em sentido estrito, é o fato administrativo através do qual o


material é entregue à UA sem que haja nesse momento a sua aceitação.

A partir do recebimento do material transfere-se a responsabilidade pela sua


conservação e guarda ao órgão recebedor, a fim de que possa proceder a sua
necessária conferência e exame qualitativo, quando for o caso.

O recebimento dos materiais, em regra, ocorre no Setor de Material da OM


(almoxarifado), salvo quando os bens não devam ou não possam ser ali estoca-
dos ou recebidos. Neste caso, a entrega deverá ocorrer em outro local previa-
mente designado.

Em termos práticos, podem-se exemplificar, entre outras, as exceções retroci-


tadas como os casos de recebimento de gêneros alimentícios, que devem dar
entrada no Setor de Aprovisionamento, e dos artigos de manutenção destina-
dos à atividade fim dos Batalhões Logísticos, que devem ser recebidos pelos
Pelotões de Suprimentos das Companhias Logísticas de Manutenções.

55
gestão de material e patrimônio - u1
Em todas as situações, quaisquer que sejam os locais de re-
cebimento, o registro de entrada do material será sempre no
almoxarifado, em estoque interno ou de distribuição.

Os documentos necessários para o recebimento de materiais são:

Cessão: modalidade de • Nota fiscal, fatura e nota fiscal/fatura;


movimentação de material
do acervo, com transferência • Guia de remessa, guia de fornecimento, guia de produção e guia de
gratuita de posse temporária recolhimento;
ou definitiva de troca de res-
ponsabilidade, entre órgãos • Nota de transferência;
da administração pública.
• Termo de [doação], termo de [cessão] e processo relativo à [permuta].

Os materiais podem ser recebidos em decorrência de compra, distribuição,


recolhimento, transferência, produção interna, doação, cessão e permuta.

O responsável pelo recebimento dos materiais, imediatamente


após o seu recebimento, deverá informar ao fiscal administrati-
vo da UA a entrega, a fim de que seja procedida a sua aceitação
e, caso seja necessário, um exame qualitativo dos mesmos.

3.2 Conferência

Doação: modalidade de Os materiais que dão entrada nas UA têm características distintas e origens
movimentação de material
diversas e também são destinados à consecução de inúmeros objetivos. Podem
do acervo, com transferência
gratuita de propriedade da ser de consumo ou permanente, podem advir de uma aquisição realizada
administração pública para os pela própria OM, diretamente ou através de uma licitação, para a sua própria
órgãos/entidades indicadas e
vice-versa na forma prevista utilização, para manutenção do material de outras OM ou para distribuição;
na legislação vigente. podem ter sido distribuídos pelos órgãos provedores; podem ter sido recolhi-
dos para manutenção ou para alienação e podem ter sido transferidos, doa-
dos, cedidos ou permutados por outros órgãos.

Permuta: é um acordo Em todos esses casos, a conferência dos materiais, por ocasião do recebimen-
de vontades, através do qual
to, é operação importantíssima para que seja realizada a aceitação, mediante
uma das partes é obrigada a
dar algo em troca de algu- a assinatura da nota fiscal, guia de recebimento/recolhimento, guia de forneci-
ma coisa, que não seja em mento ou outro documento hábil, materializando-se a quitação.
dinheiro.
De acordo com a origem do material, deve-se sempre proceder a uma confe-
rência rigorosa atendendo aos seguintes aspectos:

56
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
3.2.1 Material adquirido no comércio

Os seguintes procedimentos devem ser seguidos em relação aos materiais


adquiridos no comércio:

• Antes de abrir os volumes deve-se verificar se as indicações contidas nas


notas de entrega, endereços, quantidades, marcas etc. constantes dos
volumes conferem devidamente.

• Obtida a certeza de que os volumes mencionados nas notas fiscais são


aqueles que estão sendo conferidos, abrem-se os volumes na presença
do representante da empresa fornecedora, que poderá ser o entregador
ou outra pessoa devidamente credenciada;

• Confronto de tipos – o agente responsável pela conferência do material


deve certificar-se de que o material encomendado é o que está sendo re-
cebido, através da verificação de que o discriminado no Termo de Contrato
ou na Nota de Empenho (NE) é o que está sendo entregue pelo fornecedor.

• Conferência propriamente dita, quanto à quantidade (quebras e fal-


tas); quanto à qualidade (apresentação boa ou má); e quanto ao peso
(certo e errado).

• Outros aspectos, tais como o tipo de NF emitida, o prazo de validade da


NF, violações de embalagens ou caixas, dependendo da situação, podem
ser verificados e confrontados.

• Observações:

- Se houver constatação de falta ou defeito, deve-se, imediatamen-


te, comunicar esse fato ao representante da empresa ou, na falta
deste, ao entregador. No verso do canhoto declaram-se os motivos
porque o recebimento total não foi acusado e comunicam-se as
razões ao fornecedor, documentando-se a ocorrência.

- Os materiais, em regra, podem ser aceitos pelo próprio encarre-


gado do setor de material ou por outra pessoa competente para
o ato. No caso de gêneros alimentícios, serão aceitos no Setor de
Aprovisionamento.

- Após o recebimento e aceite do material, o almoxarife ou outro


encarregado de depósito deverá, imediatamente, informar ao fiscal
administrativo o seu recebimento.

- Caso o material necessite de um exame qualitativo para a sua acei-


tação, o responsável pelo recebimento deverá imediatamente par-

57
gestão de material e patrimônio - u1
ticipar ao Fiscal Administrativo a sua entrada nos depósitos, a fim
de que seja designado um agente para aceitá-lo ou ser nomeada
uma Comissão de Recebimento e Exame de Material (CREM) para
realizar a aceitação. Ex: materiais recebidos dos órgãos provedores,
materiais de complexidade técnica, materiais de alto custo.

- O agente designado para aceitação do material ou a CREM nome-


ada para realizar a aceitação do material terá o prazo de oito dias
para, respectivamente, apresentar a parte de recebimento ou o
TREM, sendo que a Comissão deverá ser composta por três oficiais,
incluindo, em princípio, o almoxarife e o futuro detentor direto do
material.

- Quando as empresas fornecedoras fazem a entrega das mercado-


rias, devem ser acompanhadas por nota fiscal, sendo que, para
serem aceitas, devem estar devidamente preenchidas, conforme o
discriminado na nota de empenho (NE).

- Deve-se verificar se a nota fiscal corresponde ao objeto contata-


do, ou seja, se é nota para venda de mercadorias e se está dentro
do prazo de validade e, também, se foi emitida após a data
constante da NE.

- Somente após realizada a aceitação das mercadorias e verificada


a correção do documento fiscal deve-se realizar a liquidação da
despesa, através do carimbo e assinatura do Encarregado do Setor
de Material no verso da nota fiscal.

- Após realizada a liquidação da nota fiscal, esta deverá ser imedia-


tamente remetida ao Setor Financeiro para pagamento.

- Se o material tiver sido adquirido no comércio por outra UA, a


aceitação deverá ser realizada de forma provisória, a fim de que o
almoxarife daquela unidade possa realizar a liquidação da despesa
e efetivar o respectivo pagamento.

- Após a conferência, o almoxarifado/depósito deverá tempestivamen-


te realizar o registro de inclusão do material recebido no SISCOFIS.

3.2.2 Material distribuído pelos órgãos provedores ou de manutenção

Os vários itens de suprimento são distribuídos pelos órgãos provedores ou de


manutenção às UA, como já acima descrito, e merecem rigor no recebimento

58
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
e nos procedimentos necessários à aceitação, ou seja, conferência e exame
qualitativo, devendo-se proceder da seguinte maneira:

• Os almoxarifes e os demais encarregados de depósitos, como por exem-


plo, o Cmt Pel Sup/Cia Log Mnt, após receberem o material, deverão
informar imediatamente ao Fiscal Administrativo ou, conforme o caso,
ao Chefe do Centro de Apoio Logístico (COAL), ou ao Chefe do Centro
de Operações de Suprimento (COS), o recebimento, a fim de que seja
nomeada uma CREM para proceder à aceitação, através de conferência
e exame qualitativo, se for o caso.

• Após a referida comissão aceitar o material, deverá quitar a guia de re-


messa ou de fornecimento recebida, através de colocação dos nomes de
seus integrantes no verso com as respectivas assinaturas.

• Caso haja problemas no material recebido, a comissão deverá lavrar um


Termo de Recebimento e Exame de Material (TREM), lançando-se nele
todas as alterações verificadas, quer sejam quantitativas ou qualitativas.

• Após realizar a aceitação do material com ou sem alteração, a comis-


são deverá enviar a guia e o TREM ao Fiscal Administrativo, ao Chefe
do Centro de Operações de Apoio Logístico, ou ao Chefe do Centro de
Operações de Suprimento para que seja remetida aos respectivos órgãos
responsáveis pela provisão para as providências cabíveis.

3.2.3 Material recolhido para manutenção

Os órgãos de manutenção, B Log, Parques Regionais e Arsenais de Guerra, re-


cebem inúmeros materiais para realizar as necessárias manutenções e também
alienações de bens inservíveis, devendo atentar para os seguintes aspectos:

• Todos os materiais que são recolhidos para manutenção ou alienação


deverão estar acompanhados das respectivas guias de recolhimento.

• Os responsáveis pelo recolhimento, antes de levar o material para rece-


bimento nas respectivas oficinas ou depósitos dos órgãos de manuten-
ção, deverão passar nas seções responsáveis pela operação logística de
manutenção, como, por exemplo, no COAL nos B Log, para as orienta-
ções pertinentes.

• Os Chefes das oficinas ou depósitos receberão os materiais e efetivarão


a aceitação, através de conferência, lançando as alterações no verso da
respectiva guia, se for o caso.

59
gestão de material e patrimônio - u1
3.2.4 Material transferido, doado, cedido ou permutado por outro órgão

As UA podem receber materiais, também através da transferência, doação,


cessão ou permuta, ressaltando-se o que se segue:

• O material transferido, doado, cedido ou permutado deverá ser acompa-


nhado da respectiva guia ou outro documento hábil, a fim de que seja
recebido pela UA destinatária.

• Esses materiais deverão ser recebidos no Setor de Material para a respec-


tiva aceitação (conferência).

• Dependendo do tipo de material, deverá ser designado um agente ou


nomeada uma comissão para realizar o exame qualitativo do material.

• Após a realização do recebimento e aceitação do material, as guias ou


outros documentos hábeis deverão ser entregues, devidamente quita-
das, às UA que remeteram o material.

3.3 Classificação dos materiais

A classificação dos materiais baseia-se em sistemas, a fim de viabilizar a sua


eficiente administração.

O Exército Brasileiro adota dois sistemas: o Sistema de Classificação Militar e o


Sistema de Classificação por Catalogação.

3.3.1. O Sistema de Classificação Militar

Com o objetivo de agrupar todos os itens de materiais conforme a finalidade


de emprego, os materiais são organizados em classes.

a) Classes do suprimento

• Classe I - Material de Subsistência (inclusive ração animal);

• Classe II - Material de Intendência (inclusive fardamento, equipamento,


móveis, utensílios, material de acampamento, material de expediente,
material de escritório, publicações e arreamento);

• Classe III - Combustíveis e Lubrificantes;

• Classe IV - Material de Construção;

• Classe V - Armamento e Munição (inclusive QBN);

60
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Classe VI - Material de Engenharia e de Cartografia;

• Classe VII - Material de Comunicações, Guerra Eletrônica, Eletrônica e


Informática;

• Classe VIII - Material de Saúde (humana e veterinária);

• Classe IX - Material Naval, de Motomecanização e de Aviação;

• Classe X - Materiais não incluídos nas demais classes.

Observações:

• Quando o material for de utilização exclusiva da Marinha, do Exército ou


da Aeronáutica, aos números das classes seguirão, respectivamente, as
letras M, E ou A, para melhor identificação.

• No caso do Sup Cl V, quando se fizer necessária a distinção do tipo de


artigo a que se refere, serão utilizadas as abreviaturas: Sup Cl V(Armt)
para o armamento e Sup Cl V(Mun) para a munição.

• As peças e conjuntos de reparação empregados na reparação ou recu-


peração de equipamentos, instalações e materiais, embora incluídos
nas respectivas classes de suprimento, devido às suas peculiaridades,
poderão constituir-se em exceções a algumas dessas prescrições, sendo
objeto de normas específicas.

A grande quantidade de materiais utilizados pelos vários


órgãos da Administração Militar faz com que sejam enqua-
drados em várias classificações para permitir uma eficiente
gestão. O termo Classe é utilizado nas atividades relativas à
administração do material e pode significar que um determi-
nado bem pertence a um universo que reúne vários itens com
características comuns e com a mesma destinação, ou pode
também descrever a situação na qual o material se encontra,
ou seja, o seu estado de uso e conservação.

3.3.2 Sistema de Classificação por Catalogação

O sistema de classificação por catalogação é baseado na classificação dos itens


em grupos e classes.

A catalogação deve ser desenvolvida no sentido de ser obtida a identificação


de cada item do material de forma precisa, racional e padronizada, de modo a

61
gestão de material e patrimônio - u1
proporcionar uma linguagem única, particularmente visando o planejamento
das atividades da Função Logística de Suprimento e evitando omissão, duplici-
dade ou dúvidas quanto às características de qualquer artigo.

O sistema possui um banco de dados capaz de identificar cada item catalo-


gado, através do fornecimento dos seguintes dados: código, nomenclatura,
descrição, modificações, componentes intercambiáveis, fabricantes, usuários e
outras informações adicionais.

A catalogação é um importantíssimo instrumento empregado pelos sistemas


de gerenciamento logístico com o propósito de permitir, no menor tempo
possível, a identificação do item de suprimento procurado, sua localização e
quantidades disponíveis em estoque.

As instruções e normas sobre o Sistema de Catalogação do Exército regulam


o assunto no âmbito do Comando do Exército. O Brasil adotou, por adesão, o
sistema OTAN de catalogação.

3.3.2.1 Sistema de Material do Exército (SIMATEx)

É o Sistema adotado oficialmente pelo Exército Brasileiro para planejamento,


coordenação e controle de suprimento, manutenção, recuperação e adminis-
tração de material das diversas classes.

O SIMATEx é, em última análise, um sistema informatizado, destinado a forne-


cer os dados necessários à logística de material, em todos os escalões, visando
apoiar as atividades de preparo e emprego da Força Terrestre.

As OM deverão manter as informações referentes ao seu


material sempre atualizadas no SIMATEx, a fim de que o fluxo
logístico não sofra qualquer solução de continuidade, inclu-
sive no caso de transição da Estrutura Militar de Paz para a
Estrutura Militar de Guerra.

3.3.2.2 Sistema de Catalogação do Exército (SICATEx)

É o subsistema do SIMATEx composto de pessoal e material, inclusive de infor-


mática, do Exército, destinado a processar e consolidar os dados logísticos dos
itens de suprimento de interesse da Força, na atividade de catalogação.

62
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Todos os itens de suprimento e seus respectivos fabricantes
deverão ter seus dados catalogados no SICATEx, sendo essa a
única forma de se atribuir, oficialmente, a esse item, um Nú-
mero de Estoque do Exército (NEE).

Os NEE gerados pelo SICATEx possuem 13 (treze) dígitos e o seu princípio de


formação está baseado no Sistema OTAN de Catalogação (SOC), ou seja, os
quatro dígitos iniciais representam o código da classe do item, sendo os dois
primeiros o grupo que está inserida aquela classe, os dois seguintes represen-
tam o índice de procedência de catalogação e os sete últimos dígitos não têm
significado inerente, mas é atribuído para um único item de suprimento dentro Para obter mais informações
sobre o SIMATEx e o SICATEx,
do país codificador. Os nove últimos dígitos também representam o número
consulte a Unidade 3 (Apli-
de identificação do item que é invariável. O Brasil, por fazer parte do SOC na cação nas Organizações) da
condição Tier2 (participação plena), recebeu o IPC 19 para identificar os itens apostila 3 da disciplina Gestão
de Tecnologias da Informação.
produzidos no país.

Os NEE, mesmo com 13 (treze) dígitos, que não estão incluídos no Banco de
Dados do SICATEx, não têm nenhuma validade e não podem ser empregados
em qualquer atividade de suprimento.

Fica vedada a distribuição de itens de suprimento que não pos-


suam o Número de Estoque do Exército (NEE) na base de dados
do SICATEx, salvo os casos excepcionais, a critério do Chefe do
EME, conforme a Portaria nº 083-EME, de 7 Ago 2000.

A inclusão dos dados do item de suprimento no SICATEx permitirá à OM reali-


zar o controle físico de todo o seu material, por meio do SIMATEx, bem como
identificar o material e seus verdadeiros fabricantes para os planejamentos nas
atividades de mobilização.

63
gestão de material e patrimônio - u1
4 Provimentos: armamento, arreamento,
equipamentos e material de acampamento

Objetivos específicos

• Distinguir os órgãos provedores;


• RAE/NARMNT.

É fundamental que todos os agentes executores e seus auxiliares tenham


conhecimento da sistemática de aquisição, armazenamento e distribuição das
diversas classes de material, desde os órgãos de direção geral, passando pelos
órgãos provedores, até chegarem às UA para que se possam realizar todos os
pedidos adequadamente e gerenciar sua utilização, conforme o preconizado
nas regras vigentes.

Remonta: atividade O EB apresenta uma estrutura composta por vários órgãos com responsabi-
logística que tem por atribui-
lidades específicas, a fim de fazer chegar a todas as organizações militares o
ção a produção e provimen-
to de efetivos animais, de material necessário para a realização de seus objetivos.
acordo com as necessidades
do Exército.

4.1 Órgãos integrantes da cadeia logística


de suprimento

Fazem parte da cadeia logística de suprimentos do Exército Brasileiro os se-


guintes órgãos:

Veterinária: ativida- • Estado-Maior do Exército (EME) – É o órgão de direção geral (ODG)


de logística que tem por
responsável pela determinação das necessidades globais de material.
atribuição superintender
as atividades relativas ao • Comando Logístico (COLOG) - É o órgão de direção setorial (ODS)
suprimento e manutenção
de animais, ao controle de responsável pela determinação das necessidades, pelas obtenções e pe-
zoonoses, à inspeção de las distribuições dos materiais das classes I, II, III, V, IX, X (materiais não
alimentos e ao suprimento
incluídos em outras classes), [Remonta] e [Veterinária].
e manutenção dos materiais
relacionados a essas ativida- • Diretoria de Abastecimento (DAbst) – É o órgão de apoio setorial
des no âmbito do Exército.
(OAS) que participa da determinação das necessidades, da obtenção
de todos os itens completos e da provisão dos recursos necessários ao

65
gestão de material e patrimônio - u1
serviço de manutenção dos materiais das classes I, II, III (combustível), V
(munições e explosivos), X (materiais não incluídos em outras classes),
Remonta e Veterinária, além da coordenação e controle em nível global,
distribuindo e remanejando o material de sua gestão.

• Diretoria de Material (DMat) – É o OAS responsável pelas aquisições e


serviços necessários às atividades logísticas de suprimento e manutenção
referentes aos materiais das classes III (lubrificantes), V (armamento),
apenas Material de Emprego Militar (MEM) e IX (material motomeca-
nizado), apenas MEM, e pelo ciclo de vida (inclusive manutenção) dos
itens gerenciados pela DAbst e pela aquisição dos seus componentes.

• Diretoria de Material de Aviação do Exército (DMAvEx) – É o OAS


responsável por todo o material da classe IX (aviação) e de qualquer
outro relacionado especificamente à Aviação do Exército.

• Base de Apoio Logístico do Exército (BaApLogEx) – É o grande co-


mando de apoio logístico do COLOG incumbido de prever e prover, no
campo do apoio logístico, serviços e itens de suprimento necessários ao
EB e enquadra diversas unidades de apoio logístico, como o Batalhão de
Manutenção de Armamento, o Depósito Central de Armamento,
o Depósito Central de Munição e o 1º Depósito de Suprimento.

A BaApLogEx é um órgão operacional e atua, também, em missões de


paz, participando de aquisições, armazenamento, distribuição, transpor-
te, manutenção e contratação de serviços; e na coordenação do desem-
baraço alfandegário de importação e exportação de material de interesse
do Exército Brasileiro.

• Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército


(CComGEEx) – É o OAS subordinado ao Departamento de Ciência e Tecno-
logia (DCT/ODS), responsável, por meio de sua Divisão Logística, pelas
atividades de suprimento e manutenção do material da Classe VII (comu-
nicações, guerra eletrônica, eletrônica e informática), somente MEM.

Anteriormente, a gestão do material Cl VII era dividida entre a extinta


Diretoria de Material de Comunicações, Eletrônica e Informática (DMCEI)
e o Departamento Logístico (DLog).

A responsabilidade pela gestão do material Cl VII que é adquirido atra-


vés de recursos do Plano de Apoio Administrativo (PAA) permanece com
a Diretoria de Gestão Orçamentária (DGO).

66
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Departamento de Engenharia e Construção (DEC) – É o ODS res-
ponsável pela gestão do material Classe IV (material de construção) e VI
(material de engenharia e cartografia), através da Assessoria de Gestão de
Material de Engenharia (Assessoria 4), que passará suas atuais atribuições
à Diretoria de Material de Engenharia (DME/OAS), em fase de implantação.

• Diretoria de Saúde (DS) – É o OAS subordinado ao Departamento


Geral de Pessoal (DGP/ODS) responsável pela gestão do material Classe
VIII (material de saúde/humana e veterinária).

• Comando de Região Militar (Cmdo RM) – É o órgão de apoio regio-


nal (OAR) que participa, a nível regional, do levantamento das neces-
sidades e da obtenção dos materiais, e coordena e controla, em nível
regional, a distribuição e o nivelamento do material.

• Batalhões de Suprimento (BSup) e Depósitos de Suprimento (DSUP)


– São os órgãos provedores (OP) da estrutura logística de suprimento.
São unidades de apoio regional responsáveis pelo recebimento e armaze-
namento do material destinado ao provimento, mantendo-o em perfeitas
condições de utilização e de acordo com as normas de segurança vigentes,
e pela distribuição dos materiais, de acordo com os Planos Regionais de
Distribuição e ordens de fornecimento da D Abst, D Mat e dos Cmdo RM.

As Normas Administrativas Relativas ao Armamento (NARA), aprovadas pela


Portaria nº 19 – COLOG, de 04 de novembro de 2009, definem muito bem o
que seja um órgão provedor, conforme descreve o seu artigo 4º, XXIII:

XXIII - Órgão Provedor (OP) – Componente do sistema de


apoio logístico que tem a seu cargo a responsabilidade
da satisfação das necessidades de uma ou mais classes de
material das organizações por ele apoiadas. É a instalação
de suprimento tipo Batalhão ou Depósito de Suprimento
(B/DSup), destinada, basicamente, à armazenagem dos
níveis de estoque prescritos pelo ODS, para distribuição
aos elementos a apoiar, envolvendo as atividades de rece-
bimento, armazenagem, distribuição e controle.

Conforme o artigo 13 das NARSUP, os OP têm as seguintes denominações e


áreas de responsabilidades:

I - 1º DSup para OM localizadas na área de jurisdição da


1ª RM;

67
gestão de material e patrimônio - u1
II - DCArmt - Depósito Central de Armamento, respon-
sável pelo armazenamento de Sup Cl V (armamento e
equipamento), hipotecado à DS, a quem está ligado
por canal técnico. Funciona, também, como depósito
regional da 1ª RM;

III - DCMun - Depósito Central de Munição, responsável


pelo armazenamento de Sup Cl V (munição), hipotecado
à DS, a quem está ligado por canal técnico. Funciona,
também, como depósito regional da 1ª RM;

IV - 21º DSup para OM localizadas na área de jurisdição


da 2ª RM, para as Cl I, II e VIII;

V - 22º DSup - para OM localizadas na área de jurisdição


da 2ª RM, para as Cl V, VI, VII e IX;

VI - 3º BSup, DSSM, DSSA para OM localizadas na área


de jurisdição da 3ª RM;

VII - 4º DSup para OM localizadas na área de jurisdição


da 4ª RM;

VIII - 5º BSup para OM localizadas na área de jurisdição


da 5ª RM;

IX - 6º DSup para OM localizadas na área de jurisdição da


6ª RM;

X - 7º DSup para OM localizadas na área de jurisdição da


7ª RM;

XI - 8º DSup para OM localizadas na área de jurisdição da


8ª RM;

XII - 9º BSup para OM localizadas na área de jurisdição


da 9ª RM;

XIII - 10º DSup para OM localizadas na área de jurisdição


da 10ª RM;

XIV - 11º DSup para OM localizadas na área de jurisdição


da 11ª RM; e

XV - 12º BSup e 17ª BaLog para OM localizadas na área


de jurisdição da 12ª RM.

68
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Arsenais de guerra, parques regionais de manutenção, bata-
lhões e bases logísticas – são organizações militares de manutenção
(OM Mnt) que desempenham importante papel na administração do
material necessário às suas atividades logísticas.

• Organizações Militares (OM) – são os órgãos usuários que rece-


bem o material das diversas classes, tendo a responsabilidade de bem
administrá-los.

4.2 Provimento de armamento

O armamento é classificado como material da Classe V (Armt) e é considerado


item crítico. O material Classe V (Armt) é composto por vários itens considera-
dos permanentes e de consumo, controlados ou não controlados, sendo que o
material permanente controlado pode ser de uso individual ou de uso coletivo.

O provimento de armamento consiste nas atividades de levantamento das


necessidades, obtenção e distribuição do suprimento Classe V (Armt), a fim
de que a operacionalidade das OM possa permitir o cumprimento da missão
constitucional da Força.

4.2.1 Levantamento das necessidades

O levantamento das necessidades é uma atividade complexa, que deve ser


muito bem planejada, a fim de que todas as fases subsequentes possam ocor-
rer de maneira satisfatória.

As necessidades de suprimento de material Classe V (Armt) são baseadas:

• Nos Pedidos de Suprimento para Recompletamento e Manutenção;

• Nos Quadros de Necessidades de Recursos para o Contrato de


Objetivos Logísticos (QNRCOL);

• No Quadro de Necessidades de Recursos para Gestão Centraliza-


da (QNRGC) e

• Em Diretrizes emanadas pelo EME.

69
gestão de material e patrimônio - u1
Troca: aquisição de Os pedidos para recompletamento e manutenção devem ser consolidados pela
bens e serviços cedidos,
OM Mnt de 2º e 3º escalões, por meio dos pedidos das OM apoiadas e de suas
voluntariamente, mediante
ressarcimento por meio de próprias necessidades, e encaminhadas à RM, que verificará a sua disponibili-
outros bens e serviços. dade para realizar a respectiva ordem para fornecimento, sendo que, inexistin-
do em estoque o material, elaborará o Pedido de Suprimento para Recomple-
tamento e Manutenção a ser encaminhado para a DMat, não devendo haver
Contribuição: tributo,
periódico ou eventual, volun- repetição de pedido de material ainda não fornecido.
tário ou compulsório, visando
a um determinado fim militar, O QNRCOL é o documento elaborado pelo Departamento de Ensino e Cultura do
podendo ou não comportar Exército (DECEx) e pelas RM, referentes, respectivamente, às necessidades conso-
ressarcimento posterior.
lidadas dos estabelecimentos de ensino e das OM Mnt 2º e 3º escalões referentes
ao contrato de objetivos logísticos (COL), e remetido à DMat, a fim de que, após
Requisição: imposição
do fornecimento de materiais aprovação do Plano de Distribuição de Recursos para o Contrato de Objetivos
ou serviços, mediante ordem Logísticos (PDRCOL) pelo Diretor de Material, seja confeccionado o Quadro de
escrita e assinada por auto-
Distribuição de Recursos para o Contrato de Objetivos Logísticos (QDRCOL).
ridade competente, sendo o
pagamento, normalmente,
realizado posteriormente. O QNRGC é a consolidação das necessidades de recursos, a partir do qual a
DMat, de maneira centralizada, atende, além das Diretrizes do EME, aos
projetos de manutenção do Exército, sob sua gestão, às necessidades dos Ar-
Desenvolvimento: senais de Guerra, aos pedidos emergenciais e especiais; compõe a reserva da
especificação, o projeto, o
teste e a produção dirigidos DMat e do COLOG, realiza compras e adquire itens completos para [troca]
ao atendimento de uma direta e reposição de estoque.
necessidade específica.

4.2.2 Obtenção de material


Empréstimo: aquisição
de bens cedidos, voluntaria- O material Cl V (Armt) pode ser obtido de três principais fontes, a saber: dos
mente, pelo proprietário, sem estoques dos BSup e DSup, dos itens de suprimento em excesso nas UA e do
ônus para o utilizador, que
comércio (nacional ou internacional) por meio dos seguintes métodos:
deverão ser restituídos após
cessadas as necessidades de • doação;
sua utilização, no mínimo, no
estado em que se encontra- • compra;
vam ao serem emprestados.
• contratação de serviço;
• [contribuição];
Arrendamento mer- • pedido;
cantil (leasing): operação na
qual uma das partes cede o • [Requisição];
uso de um ou mais bens, me-
diante o pagamento pela outra • [desenvolvimento];
de prestações periódicas, • [empréstimo];
sendo usual que, ao final do
contrato, o arrendatário tenha • [arrendamento mercantil] (leasing);
opção de compra dos bens.
• transferência.

70
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
4.2.2.1 Processos de obtenção

A obtenção do material Classe V (Armt) pode ser realizada de forma centrali-


zada ou descentralizada.

O COLOG é o órgão responsável pelas aquisições centralizadas, através da


DMat, e as descentralizadas são as efetuadas pelos órgãos provedores, OM de
manutenção e, em situação extraordinária, pelas OM, devendo-se, em todos os
casos, obedecer à lei específica que regula a matéria e às normas de Licitações
e Contratos (Lei 8.666/93).

No caso de aquisições centralizadas, o material adquirido será entregue pelas


empresas vencedoras dos certames licitatórios, em regra, ao DCArmt, que
realizará a distribuição aos OP para posterior fornecimento às OM ou, excep-
cionalmente, os fornecedores entregarão o material diretamente às OM.

As aquisições externas são procedidas através da Comissão do Exército Brasilei-


ro em Washington (CEBW), devendo o processo de obtenção ser acompanha-
do pela DMat, e suas diretrizes estão descritas em Portarias do Comandante do
Exército e da Secretaria de Economia e Finanças (SEF).

As aquisições descentralizadas serão realizadas por meio de recursos orçamen-


tários descentralizados pela DMat aos OP ou às OM, devendo todas as medi-
das administrativas pertinentes serem tomadas pelos órgãos que receberam as
respectivas provisões de créditos.

Se a aquisição descentralizada ocorrer com a finalidade de reposição de nível de


reserva da DMat, a OM que receber o material deverá remeter cópia do Termo
ou Parte de Recebimento à DMat, conforme previsto no RAE e no Anexo F das
Normas Administrativas Relativas ao Armamento (NARA), em até vinte dias.

4.2.2.2 Recebimento do material

O recebimento do suprimento Classe V (Armt) pode ser realizado pelos órgãos


OP ou pelas OM e deve ser feito conforme o descrito no item 3 desta apostila
e, particularmente, levando-se em consideração as especificações técnicas do
material determinadas pela DMat.

Tratando-se de recebimento oriundo de aquisições centralizadas, deve-se


obedecer ao contido nas Normas Complementares para Licitações e Con-
tratos no Âmbito do Departamento Logístico (NORLICO), sendo que, caso o

71
gestão de material e patrimônio - u1
material seja importado, além das NORLICO, deve-se observar o estabelecido
em Portaria do Cmt Ex, e a DMat acompanhará o respectivo recebimento,
seja pelo OP ou por OM designada.

Caso o recebimento seja referente à doação de outro órgão, deverá existir


autorização do COLOG para a sua efetivação.

4.2.2.3 Catalogação do material

Todo o material Cl V (Armt) deve ser catalogado no SIMATEX para fins de


controle e gerenciamento, a fim de que se possa atender às crescentes necessi-
dades em face da limitação de recursos.

4.2.2.4 Armazenagem do material

Após o regular recebimento, todos os órgãos deverão manter estocados o


material Cl V (Armt) em perfeitas condições, de acordo com as Normas Técni-
cas específicas em vigor, a fim de ficar em condições de distribuir ou utilizar o
suprimento.

O DCArmt é o órgão central de armazenagem e distribuição do Cl V (Armt) às


RM, que tem os BSup e os DSup existentes na área regional, para atender às
demandas das suas respectivas OM.

Só poderá ficar armazenado nos OP, além do material de 1ª


classe, o material de 2ª classe em condições de uso, recolhido
e/ou aguardando ordem para posterior distribuição.

A DMat é o órgão responsável pelo controle do nível de reserva do suprimento


Cl V (Armt), que é estocado e hipotecado nos OP, e as RM são responsáveis
pelos níveis operacional e de segurança, estocados nos OP.

As OM Mnt devem manter um estoque mínimo de peças de alta mortalidade,


a fim de poder suprir as necessidades de manutenção de 2º escalão de suas
OM apoiadas.

4.2.3 Distribuição de material

A distribuição do armamento poderá ser realizada pelo EME, pela D Mat ou


pelas RM.

72
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A DMat é responsável pela distribuição e controle dos itens completos da Cl V
(Armt) que compõem o nível de reserva hipotecado nos OP, através da RM, às
OM, Brigadas e Divisões de Exército, conforme o estabelecido no Plano Diretor
do Exército (PDE) e nas dotações previstas em Portarias expedidas pelo EME.
O Depósito Central de Armamento é o órgão responsável pela estocagem do
material hipotecado, assim como o depósito regional da 1ª RM.

O recompletamento dos Quadros de Distribuição de Material (QDM), segundo


Portaria específica do EME, será feito de acordo com as prioridades estabeleci-
das no PDE e segundo a disponibilidade dos estoques.

As RM são responsáveis pela distribuição dos materiais estocados nos OP e que


compõem os Níveis Operacional e de Segurança.

A distribuição dos [suprimentos] que compõem o Nível de Segurança será Suprimentos: quando
realizada pelas RM, em coordenação com a D Mat. empregado de maneira gené-
rica, tem o mesmo signifi-
cado que artigos, materiais
A distribuição de itens completos (material permanente) inicia-se através da
e itens.
publicação do ato em Boletim Interno do órgão responsável, cabendo aos
escalões subordinados difundir as determinações da distribuição publicada.

O documento que inicia o processo de distribuição de itens de consumo aos


OP é a Ordem de Fornecimento, expedida pela D Mat, e/ou a Ordem de Forne-
cimento Regional, expedida pelas RM.

A RM emitirá a Ordem de Fornecimento Regional quando a Ordem de Forneci-


mento, da D Mat, não especificar a destinação do material fornecido.

A DMat, quando for determinado, emitirá Ordem de Fornecimento para o


início do processo de distribuição de item completo da Classe V/Armt, confir-
mando-a posteriormente em Boletim Interno do COLOG, devendo tal fato ser
consignado na Ordem de Fornecimento expedida.

4.2.3.1 Expedição de material

A expedição do material Cl V (Armt) consiste na emissão das Guias de Forneci-


mento pelos OP e OM Mnt e a saída do respectivo material de seus depósitos.

4.2.3.2 Processos de distribuição

Após a expedição, ocorre a entrega do material, que poderá ser realizada da


seguinte forma, de acordo com o manual C100-10 – Logística Militar Terrestre:

73
gestão de material e patrimônio - u1
(2) São os seguintes os processos de distribuição de supri-
mento utilizados:

(a) na instalação de suprimento;

(b) na unidade; e

(c) por processos especiais.

(3) Distribuição na instalação de suprimento - É o proces-


so em que a organização apoiada vai, com seus próprios
meios de transporte, receber o suprimento na instalação
de suprimento do escalão que apóia.

(4) Distribuição na unidade - É o processo em que o


escalão que apóia leva, com seus meios de transporte, o
suprimento até a organização apoiada.

(5) Distribuição por processos especiais - São processos


organizados pelo escalão que apóia, com seus próprios
meios, em função de necessidades específicas das opera-
ções. São os seguintes:

(a) comboio especial - É um comboio organizado para dis-


tribuir suprimento em determinada região, proposta pela
OM apoiada. É empregado quando a organização militar
não está na direção geral das operações e realiza uma
operação de pequena profundidade e, provavelmente, de
pequena duração. Pode ser utilizado para todas as classes
de suprimento, principalmente para as classes I, III e V;

(b) posto de suprimento móvel - Consiste em um posto


de suprimento montado em viaturas, meios ferroviá-
rios ou embarcações fluviais, que se desloca por lanços,
acompanhando a OM apoiada e ocupando locais por
esta propostos. É empregado quando há possibilidade
de interrupção das vias de transporte, em operações de
grande profundidade e grande duração. A segurança do
P Sup Mv é responsabilidade do escalão que apóia. Pode
ser utilizado para todas as classes de suprimento, princi-
palmente para as classes I, III e V;

(c) reserva móvel - É o processo em que a organização


militar apoiada recebe um determinado número de
viaturas ou embarcações fluviais com suprimento. É
empregado nas operações profundas em que não há
segurança nas vias de transporte. A segurança da Res Mv
é responsabilidade do escalão apoiado. Constitui-se em

74
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
uma forma de cerrar o apoio de suprimento para a OM
apoiada. É empregado para as classes I, III e V, especial-
mente para as duas últimas;

(d) suprimento por via aérea - É o processo em que se uti-


liza o transporte aéreo para a realização do suprimento. É
indicado, principalmente, nas seguintes situações:

1) transposição de obstáculos de vulto;

2) operações profundas, que exijam deslocamentos lon-


gos e rápidos;

3) inexistência de uma rede de estradas adequadas para


suportar a tonelagem necessária;

4) interdição ou redução da capacidade de tráfego das


estradas;

5) isolamento de tropas amigas, principalmente por ação


do inimigo; e

6) urgência na realização do suprimento.

4.2.3.3 Transporte do material

O COLOG é responsável pelas diretrizes referentes aos procedimentos adminis-


trativos para o transporte do material Classe V (Armt), podendo ser realizado
pelos próprios meios do EB (orgânico) ou por empresa contratada ou por meio
militar da Marinha ou da Força Aérea.

4.3 Provimento de arreamento

Considera-se arreamento o material destinado ao encilhamento de cavalos no


âmbito do Exército, necessário às atividades de montaria, salto, adestramento
e polo de oficiais e praças.

O arreamento [reiuno] é classificado como Material de Intendência e tem a Reiuno: fornecido pelo
seguinte composição: Estado e especialmente pelo
Exército para uso dos solda-
dos (farda, botas etc.)
4.3.1 Arreamento de montaria para oficiais e praças

• Manta de pano alvadio;


• Chebraica da unidade, para os 1º, 2º e 3º RCG;
• Sela reiuna;

75
gestão de material e patrimônio - u1
• Cabeçada reiuna: freio e bridão para oficial e freio para praça;
• Barrigueira;
• Rédea;
• Peitoral;
• Gamarra;
• Látego;
• Loros;
• Estribos: em latão prateado para oficial e de metal amarelo (latão) para
praça;
• Embocadura;
• Porta espada.

4.3.2 Arreamento para salto

• Manta de pano alvadio;


• Sela militar de salto;
• Cabeçada tipo inglesa para bridão ou freio e bridão;
• Rédea;
• Barrigueira;
• Peitoral;
• Gamarra para salto;
• Loros;
• Estribos em latão prateado e
• Embocadura.

4.3.3 Arreamento para adestramento

• Manta de pano alvadio;


• Sela militar de salto modificada (ou sela de adestramento);
• Cabeçada tipo inglesa para bridão ou freio e bridão;
• Rédea reiuna para freio e bridão;
• Barrigueira;
• Loros;
• Estribos e
• Embocadura.

76
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
4.3.4 Arreamento para Polo

• Manta de pano alvadio ou manta especial;


• Sela militar inglesa;
• Cabeçada tipo inglesa para bridão ou freio e bridão;
• Rédea;
• Barrigueira;
• Peitoral;
• Gamarra para polo;
• Látego;
• Loros;
• Estribos e
• Embocadura.

4.3.5 Levantamento das necessidades

As necessidades de arreamento são determinadas pelo COLOG, através da


DAbst, com o objetivo de atender às OM possuidoras de animais cavalares
utilizados em cerimoniais militares, em representações esportivas, em instru-
ções nos Estabelecimentos de Ensino, em serviços, em patrulhamentos e em
missões de garantia da lei e da ordem.

As OM possuidoras de cavalos devem elaborar seus pedidos do suprimento


de arreamento, através do canal de comando, às DAbst, que consolidarão os
pedidos para a realização de aquisições ou a descentralização de recursos aos
OP ou excepcionalmente às OM.

4.3.6 Obtenção do material

Os diversos itens que compõem o arreamento podem ser obtidos de três prin-
cipais fontes, a saber: dos estoques dos BSup e DSup, dos itens de suprimento
em excesso nas UA possuidoras de equídeos e do comércio (nacional ou inter-
nacional) por meio dos seguintes métodos:

• Doação;
• Compra;
• Contratação de serviço;
• Contribuição;

77
gestão de material e patrimônio - u1
• Pedido;
• Requisição;
• Empréstimo e
• Transferência.

4.3.6.1 Processo de obtenção

Material de consumo: A aquisição do [material de consumo] e permanente classificado como de ar-


é todo bem (item, peça, ar-
reamento é, em regra, realizada de forma centralizada pelo COLOG, através da
tigo ou gênero alimentício)
que se destina à aplicação, DAbst, podendo ocorrer compras descentralizadas pelos OP ou, excepcional-
utilização ou transformação e mente, pelas OM com recursos recebidos do ODS, atendendo às especificações
que, quando utilizado, perde
suas características indivi- técnicas padronizadas estabelecidas pelo Exército Brasileiro e aos princípios e
duais e isoladas, podendo regras que regem as licitações e contratos.
ser considerado material de
consumo de duração elevada
quando permanece mais de 4.3.7 Distribuição do material
dois anos mantendo as suas
características próprias. Deve A distribuição do arreamento é realizada, em regra, diretamente pelas em-
ser relacionado.
presas vencedoras dos certames licitatórios às OM possuidoras de equinos,
podendo ser feita pelos órgãos provedores, sob controle da DAbst, após a
expedição das Ordens de Fornecimentos elaboradas pelas respectivas RM ou
pelo próprio OAS.

As Organizações Militares como Coudelaria de Rincão, EsEqEx, a AMAN, a


EsSA, os Regimentos de Cavalaria de Guarda e os Colégios Militares devem
receber o arreamento de acordo com as especificações técnicas em vigor e
outras normas estabelecidas pelo ODS.

Após essas OM receberem o material com o respectivo aceite, devem reme-


ter cópia da Nota Fiscal com o recebimento provisório ou a Guia de Remessa
quitada, conforme tenha sido realizada a distribuição, respectivamente, pelo
fornecedor ou pelo OP.

4.4 Provimento de equipamentos e material


de acampamento

Os equipamentos e material de acampamento ou campanha são classificados


como de Classe II, Material de Intendência, sendo os seguintes itens os princi-
pais integrantes da cadeia de suprimento do referido material:

78
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Aquecedores de barraca e de imersão;
• Barracas e toldos;
• Capacetes de fibras;
• Equipamento individual (cintos, suspensórios, estojos diversos, etc.);
• Equipamentos de banho e de lavanderia;
• Fogões, mesas, bancos e camas de campanha;
• Lampiões de campanha.

4.4.1 Levantamento das necessidades

As necessidades de equipamentos e material de acampamento são determi-


nadas pelo COLOG, através da DAbst, levando-se em consideração o Quadro
de Dotação de Material (QDM) de cada OM e os pedidos realizados pelas UA
referentes aos materiais não previstos no QDM.

As OM devem realizar o pedido de material não previsto em QDM por meio do


preenchimento da Ficha Modelo 18 e encaminhá-lo às respectivas RM.

As RM ao receberem as Fichas Modelos 18 e não havendo possibilidade de for-


necer o material necessário, através do material estocado nos OP, consolidarão as
necessidades não atendidas através do preenchimento da Ficha Modelo 20, que
deverá ser remetida à DAbst para consolidação das necessidades e providências no
tocante à obtenção de recursos ou de outras formas de obtenção dos materiais.

4.4.2 Obtenção do material

Os equipamentos e material de acampamento, considerados permanentes ou


de consumo, podem ser obtidos de três fontes principais: dos estoques dos
BSup e DSup, dos itens de suprimento em excesso nas UA e do comércio (na-
cional ou internacional) por meio dos seguintes métodos:

• Doação;
• Compra;
• Contratação de serviço;
• Contribuição;
• Pedido;
• Requisição;

• Empréstimo e
• Transferência.

79
gestão de material e patrimônio - u1
4.4.2.1 Processo de obtenção

As aquisições de equipamentos e de material de acampamento são realizadas,


em regra, pelo COLOG, através da DAbst, de forma centralizada, podendo ser
feitas pelo OP ou, excepcionalmente pelas OM, de forma descentralizada, com
recursos recebidos do COLOG, obedecendo-se às especificações técnicas exigi-
das e às normas de execução de licitações e contratos.

4.4.2.2 Armazenagem do material

Esses materiais encontram-se estocados nos depósitos dos OP (armazéns) até


que seja emitida ordem da DAbst ou das RM para distribuição.

4.4.3 Distribuição do material

O seu fornecimento às OM ocorre, em princípio, de forma automática, con-


forme as diretrizes traçadas pela DAbst, através dos OP, levando-se em conta a
dotação de cada unidade.

A sua distribuição dá-se conforme os Planos Regionais de Distribuição e inicia-


-se através de uma Ordem de Fornecimento expedida pela D Abst ou RM aos
OP, que executarão o determinado por meio da elaboração de uma guia de
fornecimento e pela entrega dos respectivos itens à UA na instalação de supri-
mento do órgão provedor ou transportando o material até a unidade.

A UA, para realizar o recebimento do material provisionado, deverá proceder


conforme o descrito no Capítulo 3 desta apostila.

Os equipamentos e material de acampamento devem ser armazenados nos


almoxarifados das UA ou distribuídos para utilização, nos quais se incluem os
materiais guardados nas reservas de materiais das subunidades das UA.

A Portaria Nr 051 EME, de 10 de agosto de 1993, estabelece a Listagem dos


Conjuntos de Material de Intendência de Campanha e as Respectivas Normas
de Distribuição.

80
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
5 Inclusão em carga e registro: material
permanente e demais tipos de material

Objetivo específico

• Distinguir a documentação referente à inclusão de material em carga.

A inclusão em carga de material permanente, o relacionamento do material


de consumo e os consequentes registros contábeis no patrimônio das UA
decorrem de:

• Recebimento de material dos OP;


• Aquisições de bens móveis e imóveis realizadas diretamente pelas mesmas;
• Transferência de material de outra UA;
• Doações;
• Permutas;
• Cessão;
• Fabricação;
• Recuperação;
• Excessos.

5.1 Documentação necessária

Para inclusão em carga ou relacionamento, a UA deverá ter os seguintes dados


para inclusão no SIMATEx:

• Publicação em BI;
• Nr e data do termo de recebimento;
• Nr do documento que autorizou a despesa (PDR);
• Origem do material – NEE (catalogação);
• Quantidade e nomenclatura;
• Preços unitários;
• Nr e data do documento de entrega GF/NF;
• Alterações assinaladas.

81
gestão de material e patrimônio - u1
6 Descarga e substituição de material;
motivos gerais. Artigos controlados

Objetivos específicos

• Identificar as causas de inservibilidade do material;


• Distinguir a documentação relativa à descarga de material;

O processo de descarga de material ocorre em circunstâncias específicas e está


sob a orientação de normas e etapas que devem ser seguidas à risca e com
atenção. A seguir serão apresentadas e listadas em detalhe essas circunstân-
cias, normas e etapas.

6.1 Descarga de material

A descarga de material consiste em excluir dos registros patrimoniais e con-


tábeis das UA os materiais permanentes das diversas classes por motivos de:
inservibilidade para o fim a que se destina, não sendo possível sua reparação,
recuperação ou transformação, perda ou extravio, roubo ou furto e outros mo-
tivos, tendo como consequência, além da respectiva diminuição patrimonial, a
responsabilidade pela destinação desse material.

O processo de descarga inicia-se por meio de parte do detentor do material ou


por ordem do AD.

Tratando-se de material não controlado, o detentor direto do material tem a


responsabilidade de solicitar ao Fiscal Administrativo da UA o pedido de des-
carga, que encaminhará, após ter juntado o seu parecer, o pedido ao agente
diretor para as providências cabíveis.

Em todo o caso, as descargas dos materiais das UA só poderão ser realizadas


de acordo com as situações nas quais se encontrem, por meio dos seguintes
documentos:

83
gestão de material e patrimônio - u1
• Parecer elaborado pelo fiscal administrativo;
• Parecer Técnico (PT);
• Termo de Exame e Averiguação de Material (TEAM);
• Sindicância;
• Inquérito Policial Militar (IPM);
• Inquérito Técnico (a sindicância será dispensada);
• Ordem de recolhimento para manutenção de 3º ou 4º Esc.

6.1.1 Da inservibilidade

Sendo considerado inservível, ocorrerá a descarga do material permanente,


quando o material preencher, simultaneamente, as condições a seguir:

• For de tempo de duração indeterminado ou tiver atingido o tempo míni-


mo de duração previsto;

• For de valor atual inferior a cinco MVR (Maior Valor de Referência); ou


outro índice que venha a substituí-lo;

Material controlado: • Não for [material controlado].


São os artigos de alto custo,
os altamente técnicos, os que Nesse caso, cabe ao agente diretor a determinação da descarga, através de
apresentam periculosidade
despacho no verso do Parecer do Fiscal Administrativo, devendo-se proceder a
no manuseio, os escassos no
mercado interno ou externo publicação em boletim interno da UA.
(material crítico) e os que
exigem medidas especiais O processo de descarga deverá ser remetido para a RM para fins de homologação.
para sua obtenção, produção,
industrialização e comércio Caso a inservibilidade do material se enquadre em qualquer uma das situações
(material estratégico). Estes
artigos terão sua distribuição a seguir, deverá ser nomeada uma Comissão de Exame e Averiguação (CEAM):
controlada pelo Órgão Gestor
• Não tiver atingido o tempo mínimo de duração;
responsável pelo suprimento.
A classificação de um artigo • For de valor atual superior a 5 (cinco) MVR, ou outro índice que venha a
como controlado poderá
ser temporário e obedecer substituí-lo;
à conjuntura do momento; • For controlado.
por essa razão, as relações de
artigos controlados deverão
ser mantidas atualizadas. Se o material não tiver o tempo mínimo de duração, a descarga será ordenada
pelo agente diretor através de despacho no verso do termo elaborado pela
Comissão (TEAM) e a homologação do processo será realizada pela RM.

No caso do material ser controlado, a solicitação de descarga deverá estar


acompanhada, além do TEAM, de Parecer Técnico, devendo ser encaminhada

84
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
à DMat, por intermédio da RM, para fins de parecer e remessa à DAbst para a
referida autorização, segundo as condições estipuladas por cada órgão gestor.

A CEAM deverá realizar o exame e a averiguação do material que consistem,


respectivamente, na verificação do estado do material, principalmente, se ele
é susceptível ou não de reparação ou recuperação e na averiguação da causa
dos estragos, dano, inutilização etc., a fim de ser o prejuízo imputado aos
detentores, usuários ou à União, conforme o caso.

O Agente Diretor deverá nomear uma Comissão em BI da UA, que desempe-


nhará suas atividades durante um trimestre, sendo que terá o prazo de oito
dias, prorrogáveis por mais oito, se for o caso, e a critério da autoridade nome-
ante, para a elaboração do TEAM.

Se a causa da inservibilidade for falta de cuidado com o material, deverá ser


instaurada uma sindicância para apuração dos fatos e responsabilidades e, se a
inservibilidade advir de indícios de crime, deverá ser instaurado um IPM.

A inservibilidade também poderá ser causada por quebras. Se as quebras


forem motivadas pela ocorrência de sinistros, ação de animais daninhos,
exposição prolongada à luz solar ou à umidade, devidamente justificadas, em
princípio, poderão ser admissíveis nos OP. Nesse caso, a RM deve homologar
a descarga sem maiores problemas, após o recebimento do TEAM, cópia da
Ficha Estoque e, se for ocaso, Laudo do Exame de Reinspeção.

Na hipótese de ocorrerem quebras nas OM, deverão proceder à descarga em


conformidade com o anteriormente descrito.

As quebras são passíveis de ocorrer nos locais e/ou pelas causas descritas a seguir:

• Na armazenagem;
• No transporte;
• Por deterioração;
• Por sinistros (incêndios, chuvas, ventos, inundações etc.).

6.1.2 Da perda ou extravio

Haverá descarga por perda ou extravio, quando se tratar de material que pre-
encha simultaneamente as condições a seguir:

• For de tempo de duração indeterminado ou tiver atingido o tempo míni-


mo de duração previsto;

85
gestão de material e patrimônio - u1
• For de valor atual inferior a cinco MVR (Maior Valor de Referência); ou
outro índice que venha a substituí-lo;

• Não for material controlado;

• For indicação do responsável pelo ressarcimento dos danos à União,


através de parte do detentor direto ou de causa que justifique a imputa-
ção do prejuízo à União.

Deverá ser instaurada sindicância quando não estiver caracterizada a responsa-


bilidade pelo ressarcimento do prejuízo que justifique sua imputação à União
ou a simultaneidade das condições acima descritas.

Em regra, o processo de descarga deverá ser remetido à RM para fins de ho-


mologação.

Se ocorrer a perda ou extravio de material controlado, a solicitação de descar-


ga deverá ser remetida à RM, que encaminhará todo o processo de descarga
à DMat para parecer, que por sua vez o remeterá à DAbst para autorização,
devendo o respectivo processo ser acompanhado de solução de sindicância ou
de IPM, se for o caso.

6.1.3 Do roubo ou furto

Nos casos de roubo ou furto, ocorrerá a descarga, desde que, uma vez conclu-
ído o IPM, seja publicada a sua solução em BI, com despacho sobre a necessi-
dade de descarga do AD.

O processo de descarga de material não controlado deverá ser remetido à RM


para fins de homologação.

Se o material for controlado, a autorização da descarga deverá ser realizada


pela DAbst, após o parecer da D Mat.

Nesse caso, a UA deverá solicitar a descarga remetendo o respectivo processo,


acompanhado da solução do IPM à RM, que o enviará à D Mat.

6.1.4 Dos outros motivos

A descarga do material também deverá ocorrer após haver autorização ou


determinação do escalão superior, para que haja:

• Recolhimento ao OP;

86
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Transferência para nivelamento de estoque;
• Alienação, de acordo com as regras vigentes.

Dentre esses motivos, podemos citar a inservibilidade do material, ou seja,


quando este atende a uma ou mais das situações discriminadas a seguir, de
acordo com parecer de órgão técnico competente ou de comissão nomeada
pelo órgão gestor do material:

• Ocioso - quando, embora em perfeitas condições de uso não estiver sendo


aproveitado por não mais atender às finalidades para as quais se destinava;

• Obsoleto - aquele que apresente condições de desempenho abaixo dos


padrões mínimos requeridos;

• Recuperável - quando sua recuperação for possível e orçar em até cin-


quenta por cento de seu valor de mercado;

• Antieconômico - quando sua manutenção e operação apresentarem re-


lação benefício/custo desfavorável, ou apresente desempenho precário,
em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;

• Irrecuperável - quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se
destina devido à perda de suas características ou em razão da inviabili-
dade econômica de sua recuperação;

• Resíduos, aparas e retalhos de oficinas e de outras procedências;

• Desativado.

6.2 Desrelacionamento de material

O desrelacionamento de MEM consiste em excluir dos registros contábeis da


UG os itens e valores referentes ao material de consumo e deve seguir os mes-
mos procedimentos descritos para a descarga.

Entretanto, o desrelacionamento do material de consumo também poderá


ocorrer quando houver distribuição dos itens de suprimento pelo almoxarifado
ou outros depósitos para utilização de vários setores da UA ou para aplicação
na manutenção.

Esse desrelacionamento se formalizará a partir de uma parte elaborada pelo


almoxarife ou chefe de outros depósitos ao fiscal administrativo periodicamen-
te, a fim de que seus auxiliares realizem os respectivos lançamentos contábeis
no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI).

87
gestão de material e patrimônio - u1
6.3 Destinação do material descarregado

Todo material descarregado deverá ter um destino, devidamente publicado, de


acordo com o seu estado e decisão dos agentes diretores ou órgãos competen-
tes, conforme o caso, podendo ser cedido, alienado, inutilizado ou abandonado.

A cessão do material descarregado, cuja causa da inservibilidade fez com que ele
tenha sido classificado como ocioso ou recuperável, poderá ser realizada a favor
de outro órgão que dele necessite, através de um Termo de Cessão, salvo se o
destinatário for uma autarquia, fundação pública ou integrante do Poder Legis-
lativo ou do Poder Judiciário. Para esses órgãos poderá ser utilizada a doação.

Caberá ao órgão gestor responsável pelo material a autorização para a cessão,


sendo que, se o material for controlado, a autorização para a cessão deverá ser
solicitada ao Comando do Exército por meio do ODS gestor do material.

A inutilização ou o abandono do material descarregado, cuja causa da


inservibilidade tenha sido a irrecuperabilidade, ocorrerá quando se verificar
a inconveniência ou impossibilidade de alienação, mediante Termos de
Inutilização ou de Justificativa de Abandono, e serão determinados pelo órgão
gestor do material, aproveitando-se as partes economicamente viáveis, que
serão incorporadas ao patrimônio.

O Comando do Exército é responsável pela autorização da inutilização ou do


abandono do material controlado, que será procedida por intermédio do ODS
gestor do material.

6.3.1 Material distribuído pelos OP

No caso dos materiais distribuídos pelos OP, a competência para a determi-


nação do destino do material a ser descarregado ou desrelacionado será do
órgão responsável por sua homologação ou por sua autorização.

Se o material não for controlado, a sua destinação deverá estar expressa na


homologação realizada pela respectiva RM.

Tratando-se de material controlado, a destinação do material deverá ser sugeri-


da pela Diretoria de Abastecimento.

88
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
6.3.2 Material de emprego militar de valor histórico

Os MEM que possam ser enquadrados como de valor histórico, após terem
sido descarregados e havido a emissão dos respectivos pareceres sobre o
valor histórico deles, a serem emitidos pela Diretoria de Patrimônio Histórico e
Cultural do Exército (DPHCEx), deverão ser transferidos por meio de cessão ou
doação para uma OM que possua espaço cultural, no qual seja pertinente a
presença do material.

6.3.3 Material adquirido pela própria UA

Em regra, o destino do material, nesse caso, deverá estar descrito no despacho


do Agente Diretor que determinou a descarga.

Tratando-se de material inservível, ou seja, não sendo possível a sua reparação,


recuperação ou transformação, poderá ocorrer a venda.

A venda, de acordo com avaliação do preço do material, deverá ser procedida


através de licitação, em regra na modalidade leilão, conforme o procedimento
previsto na Lei 8.666/93.

Caso o material tenha sido adquirido com recursos provenientes de destaques,


convênios e termos de cooperação, o destino do material inservível deverá
seguir as instruções específicas do ODS gestor.

6.4 Substituições

As substituições dos materiais fornecidos pelos OP, em regra, advêm de descargas


realizadas e são feitas pelos respectivos órgãos mediante pedido feito pelas UA.

Não deverão ser solicitadas substituições de material cujo


provimento seja automático, exceto se ocorrerem fatos im-
previstos que as justifiquem devido à excepcionalidade do
caso concreto.

89
gestão de material e patrimônio - u1
7 Recolhimento: providências;
alienação de material RAE/NARMNT

Objetivos específicos

• Descrever a sistemática de recolhimento de material;


• Identificar as classes de material.

O recolhimento dos materiais consiste na sua entrega ao Setor de Material ou a


outros depósitos da UA por inúmeros motivos e para as respectivas providências.

A situação na qual se encontra o material e a sua origem, isto é, se está indis-


ponível, excedente, obsoleto, inservível etc. ou se foi fornecido pelos órgãos
provedores ou adquirido no comércio, determinará como se processará esse
recolhimento, a fim de que possa ser recolhido para uma OM de manutenção,
aos órgãos provedores, e consertado por empresas civis ou alienado.

7.1 Sistemática de recolhimento de material

Todo material, para ser recolhido, deverá estar acompanhado da respectiva


guia de recolhimento (GR) devidamente preenchida, em duas vias, com as
seguintes informações:

• Quantidade e espécie de materiais;

• Data do recebimento;

• Tempo mínimo de duração;

• Causa do recolhimento;

• Outros esclarecimentos julgados necessários.

Os Encarregados do Setor de material ou de outros depósitos, após a confe-


rência dos materiais e da documentação que o acompanha, deverão quitar a
2ª via da GR e devolvê-la ao pessoal que entregou os referidos bens.

91
gestão de material e patrimônio - u1
7.1.1 Material recolhido ao almoxarifado ou outros depósitos das UA

Como já descrito, em regra, todo material, seja qual for o destino que deva ter,
precisa ser recolhido ao almoxarifado ou a outros depósitos para que todas as
medidas necessárias sejam tomadas, ou seja, conserto ou trocas em empresas
civis, recolhimento aos órgãos provedores, recolhimento aos órgãos de manu-
tenção e alienação.

Esses materiais deverão ser recebidos pelo almoxarife ou por chefes de depósi-
tos ou por seus auxiliares, a fim de que possam seguir os destinos adequados.

7.1.2 Material recolhido aos órgãos provedores

Após estar devidamente autorizada, a OM deverá recolher o material aos


órgãos provedores, devendo ser recebidos por uma Comissão, que lavrará um
Termo de Abertura, Exame, Avaliação e Classificação.

O material classificado como sendo de 1ª ou 2ª classes poderá ser estocado no


OP e redistribuído às UA.

7.1.3 Material recolhido aos órgãos de manutenção

Os MEM inservíveis passíveis de reparação ou recuperação, em regra, deverão


ser recolhidos aos órgãos de 2º, 3º e 4º escalões, corretamente montados,
limpos e acompanhados de seus manuais, catálogos e livros registros para as
providências cabíveis.

As manutenções de 2º escalão cabem, em regra, aos batalhões logísticos e às


OM de Engenharia e de Comunicações para os seus materiais orgânicos; as
manutenções de 3º escalão serão realizadas pelos Parques Regionais de Manu-
tenção e a de 4º escalão pelos Arsenais de Guerra ou por OM vocacionadas.

As manutenções de 2º e 3º escalões, e a de 4º escalão realizadas por OM


vocacionadas são gerenciadas pela DMat e as manutenções de 4º escalão exe-
cutadas pelos Arsenais de Guerra são gerenciadas pela Diretoria de Fabricação,
através da coordenação entre o COLOG e o DCT.

O recolhimento do material que necessitar de manutenção de 2º e 3º escalões


deverá ser devidamente autorizado pela RM e a de 4º escalão pela DF, sendo
que, dependendo do motivo da inservibilidade, terá que ser acompanhado de
TEAM, sindicância, PT e IT.

92
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
Determinados MEM são regidos por normas específicas e suas manutenções são
realizadas de acordo com as referidas regras, como nos casos dos materiais de
Aviação do Exército, a cargo da DMAvEx; de Veterinária, a cargo da D Abst; da
Classe IV (Construção): todos os materiais; da Classe VI (Engenharia): cartografia
e fotogrametria; da Classe VII (Guerra Eletrônica e Informática): todos os mate-
riais, exceto os que são integrantes dos Sistemas de armas táticos e do SISTAC; e
todos os materiais cuja aquisição tenha seus recursos previstos no PAA.

O material cuja classificação seja de 3ª classe deverá ser recolhido ao órgão de


manutenção para reciclagem ou aproveitamento da matéria-prima, conforme
determinação do órgão homologador.

7.2 Alienação de material

O termo alienação significa a maneira através da qual se transfere o domínio


de um bem a terceiros.

A alienação dos materiais, no âmbito das UA, poderá ocorrer por meio de ven-
da, doação e permuta e sempre após sua descarga e respectiva classificação.

Os materiais podem ser classificados, no tocante à alienação, em: inalienáveis,


alienáveis somente pelos OP e alienáveis.

Não podem ser alienados os materiais de valor histórico e cul-


tural, salvo excepcionalmente, sendo necessária a preservação
dessas características e cumprimento da legislação pertinente;
os materiais inservíveis que não possam ser transferidos do EB
(por exemplo: fardamento) e os materiais inservíveis conside-
rados perigosos, prejudiciais à saúde pública ou que possam
revelar algum segredo militar.

Os materiais classificados como inalienáveis e alienáveis somente pelos OP de-


verão ser imediatamente transferidos para esses órgãos, após as UA receberem
a ordem de transferência do escalão superior, sendo responsabilidade dos ODS
a publicação e atualização das relações desses materiais e do OP a condução
do processo de descarga.

93
gestão de material e patrimônio - u1
No caso de material alienável somente pelos OP, o processo de alienação deve-
rá ser devidamente autorizado pelas RM.

Tratando-se de material inservível cuja matéria-prima seja inaproveitável pelo


EB, de resíduos de oficina, bem como de materiais adquiridos pelas UA sem
possibilidade de reparo ou transformação, as unidades poderão realizar a ven-
da mediante licitação, conforme prescreve a Lei 8.666/93, devendo depositar
os valores auferidos em conta da gestão do Fundo do Exército, através de Guia
de Recolhimento da União (GRU).

7.3 Classes de material

Os materiais pertencentes às UA podem ser das seguintes classes, de acordo


com o seu estado ou destinação:

a) Quanto ao estado do material:

• Material de 1ª classe – é o material em bom estado e sem uso;

• Material de 2ª classe – é o material já usado, podendo ser reutilizado


após revisado e reparado, se for o caso;

• Material de 3ª classe - é o material inservível, cuja matéria-prima oferece


condições de aproveitamento pelo Exército;

• Material de 4ª classe – é o material inservível, cuja matéria-prima não


oferece condições de aproveitamento pelo Exército.

b) Quanto à destinação do material:

• Material de aplicação – é o material de consumo que se destina a per-


mitir o funcionamento de máquinas, equipamentos e aparelhos diversos
(bobinas, tomadas, fios, resistências, etc.).

• Material desativado – é o material que deixa de ser adotado pelo EB, em


decorrência da 4ª Reunião Decisória conduzida pelo EME, em virtude
de sua obsolescência ou defasagem tecnológica e por não atender às
condicionantes operacionais e aos ROB vigentes.

• Material obsoleto – é o material em desuso, existente sob o contro-


le do Exército, que apesar disso não é adotado e/ou empregado em
decorrência de análise e parecer do COLOG sobre sua defasagem
tecnológica e cuja modernização ou aperfeiçoamento é técnica e/ou
economicamente inviável.

94
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
• Material inservível – é o material que não atende às finalidades para
as quais é destinado; apresenta condições de desempenho abaixo dos
padrões mínimos requeridos e cuja recuperação é antieconômica.

• Material hipotecado – material destinado a estabelecer um nível de se-


gurança adequado para enfrentar situações de emergência.

• Material de transformação – é o material de consumo destinado à con-


fecção de qualquer artigo.

95
gestão de material e patrimônio - u1
8 Normas Administrativas
Relativas ao Suprimento (NARSUP)

Objetivos específicos

• Identificar os títulos constantes das NARSUP;


• Interpretar as NARSUP.

As Normas Administrativas Relativas ao Suprimento (NARSUP), Portaria nº 09,


de 27 de junho de 2002, do DLog, foram elaboradas com o objetivo de pa-
dronizar os procedimentos administrativos referentes à logística do material
de emprego militar sob gestão do antigo D Log, atual COLOG, através da
DAbst, responsável pelo provimento de material das classes I, II, III (combustí-
vel), V (munições e explosivos), X (materiais não incluídos em outras classes),
Remonta e Veterinária, e da DMat, responsável pela gestão dos materiais das
classe III (lubrificantes), V (Armt) e IX (motomecanizado).

As NARSUP revogaram inúmeras Portarias e outros documentos esparsos que


tratavam diferenciadamente as diversas classes de suprimento, dificultando o
gerenciamento desses materiais.

Com a criação do COLOG houve modificação da estrutura lo-


gística de suprimento, passando as antigas DS e DMnt a serem
denominadas, respectivamente, DAbst e DMat e, inclusive,
ocorrendo a criação da BaApLogEx.

Nas NARSUP é possível encontrar vários anexos referentes a modelos de do-


cumentos necessários à operacionalização das rotinas e quatro títulos com os
seguintes capítulos:

• Generalidades;
• Administração de suprimentos;
• Inspeções;

97
gestão de material e patrimônio - u1
• Disposições genéricas e específicas;
• Vários modelos de documentos.

É fundamental que os agentes da administração e seus auxiliares tenham


pleno conhecimento dessas normas, a fim de poder gerir eficientemente os
materiais por elas regulados, não esquecendo que a dinâmica de moderniza-
ção da administração do material, no âmbito da Força, exige uma constante
atualização dos seus quadros no tocante aos inúmeros documentos esparsos
produzidos pelos órgãos gestores, que complementam as referidas NARSUP de
acordo com as especificidades dos materiais.

98
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
9 Normas Administrativas
Relativas à Manutenção (NARMNT)

Objetivos específicos

• Identificar os títulos constantes das NARMNT;


• Interpretar as NARMNT.

As Normas Administrativas Relativas à Manutenção (NARMNT), Portaria nº 10,


de 27 de junho de 2002, do DLog, têm a finalidade de consolidar e padronizar
os atos necessários à manutenção do MEM sob gestão do COLOG, através da
DMat, antiga DMnt, para que a logística de manutenção torne-se mais rápida,
mais perfeita e com maior rendimento.

As NARMNT possuem anexos e seis títulos contendo:

• Capítulos sobre generalidades – contêm importantes definições necessárias


ao conhecimento de todos os responsáveis pela manutenção dos MEM.

• Capítulos sobre a manutenção, propriamente dita, de todo material sob


gestão do COLOG.

• Capítulos sobre o controle da manutenção.

• Capítulos sobre seções de manutenção, indenizações do suprimento de


manutenção e disposições finais.

É fundamental que os agentes da administração e seus auxi-


liares tenham pleno conhecimento dessas normas, a fim de
poderem gerir eficientemente a manutenção dos materiais
por ela regulados.

A manutenção dos MEM é primordial para a operacionalidade do EB e, com o


crescente investimento na produção e na aquisição de novos produtos de defesa,
cresce a responsabilidade de todos os responsáveis pela atividade logística de
manutenção, para que sejam utilizados processos modernos de reparação, em
consonância com as modernas tecnologias, privilegiando-se a manutenção pre-
ditiva, a utilização da tecnologia da informação, a contínua capacitação dos qua-
dros e a elaboração de regras que dificultem a operacionalização das atividades.

99
gestão de material e patrimônio - u1
10 Normas Administrativas relativas ao Material
de Comunicações Estratégicas, Eletrônica,
Guerra Eletrônica e Informática (NARMCEI)

Objetivos específicos

• Identificar os títulos constantes das NARMCEI;


• Interpretar as NARMCEI.

As Normas Administrativas relativas ao Material de Comunicações Estratégicas,


Eletrônica, Guerra Eletrônica e Informática (NARMCEI), Portaria nº 005, de 13 de
fevereiro de 2002, da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), foram elabo-
radas com a finalidade de padronizar e agilizar os procedimentos referentes à
administração do material de comunicações estratégicas, eletrônica, guerra ele-
trônica e informática (Classe VII) sob gestão da extinta DMCEI, atual CComGEEx.

As NARMCEI devem ser utilizadas para o gerenciamento do material de


comunicações estratégicas, eletrônica, guerra eletrônica e informática, salvo o
material de comunicações integrante do SISTAC - Sistema Tático de Comunica-
ções (material para emprego operacional), o material de informática integrante
do SISTAC e dos Sistemas de Armas Táticos, e o material, cuja aquisição tenha
seus recursos previstos no PAA.

As referidas normas são constituídas por anexos e sete capítulos versando


sobre: generalidades, processo para aquisição de material, órgãos da cadeia
de suprimento, material de comunicações estratégicas, eletrônica e informáti-
ca (hardware), manutenção, material de informática (software) e material de
guerra eletrônica (GE).

101
gestão de material e patrimônio - u1
11 Normas para o Controle de Equídeos
no Exército Brasileiro (NORCE)

Objetivos específicos

• Identificar os títulos constantes das NORCE;


• Interpretar as NORCE.

As Normas para o Controle de Equídeos no Exército Brasileiro (NORCE), Por-


taria nº 003, de 22 de abril de 2009, do COLOG, visam a administração de
equinos no âmbito do Exército.

As NORCE estão divididas em 15 capítulos que versam sobre: legislação bási-


ca, finalidade, conceituações, identificação do equídeo, provisão, inclusão em
Carga: conjunto de [carga], recebimento, movimentação, exclusão da carga, animal distribuído,
bens móveis permanentes ou
equino alojado, anemia infecciosa equina, reprodução de equídeos, documen-
de consumo sob responsabi-
lidade de agente da adminis- tação e prescrições diversas.
tração para consecução de
objetivos. A Coudelaria de Rincão, EsEqEx, a AMAN, a EsSA, os Regimentos de Cavalaria
de Guarda e os Colégios Militares são as OM possuidoras de equinos no EB.

Apesar de haver poucas OM que possuem animais cavalares, é importante o


pleno conhecimento das NORCE, a fim de que todos os agentes e auxiliares
possam estar em condições de desempenhar as atividades administrativas per-
Semoventes: termo tinentes à gestão desses [semoventes].
jurídico que se aplica aos
bens que não são móveis O COLOG, através da DAbst, é o órgão responsável pelo gerenciamento dos
nem imóveis, mas que tam-
equídeos no âmbito da Força, inclusive pela normatização dos procedimentos
bém constituem patrimônio.
O termo aplica-se a animais pertinentes, devendo o administrador atentar para todas as publicações que
como equinos, bovinos, suí- visam modificar ou complementar as NORCE.
nos, caprinos, ovinos etc.

103
gestão de material e patrimônio - u1
12 Normas para o Controle de Caninos
na Força Terrestre (NORCCAN)

Objetivos específicos

• Identificar os títulos constantes das NORCCAN;


• Interpretar as NORCCAN.

As Normas para o Controle de Caninos na Força Terrestre (NORCCAN), Portaria


n° 08, de 22 de julho de 2003, do DLog, versam sobre a gestão dos caninos
no EB, atualmente sob responsabilidade do COLOG através da DAbst.

As NORCCAN possuem dois títulos denominados generalidades e controle


de caninos, sendo que, no título generalidades, há capítulos sobre: legislação
básica, finalidade, conceituações, utilização do “cão de guerra”, raças, iden-
tificação do canino e provisão; e, no segundo título, capítulos que abordam:
recebimento, inclusão em carga, exclusão da carga, movimentação, reprodu-
ção de caninos, documentação e prescrições diversas.

O termo “cão de guerra”é usado para cão de emprego militar, cuja atividade
vai, desde a função de cão policial, como patrulhamento, policiamento de pes-
soal, guarda de instalações militares, detector ou farejador de drogas e explosi-
vos etc., até o treinamento para emprego em ações de combate.

Atualmente, o Exército Brasileiro possui 300 cães em suas Seções de Cães de


Guerra, que devem obedecer às NORCCAN, a fim de bem administrar os referi-
dos semoventes.

105
gestão de material e patrimônio - u1
13 Normas para o Transporte
Logístico de Superfície (NOTLOG)

Objetivos específicos

• Identificar os títulos constantes da NOT LOG;


• Interpretar a NOT LOG.

As Normas para o Transporte Logístico de Superfície (NOTLOG), Portaria nº


01, de 15 de abril de 2002, do DLog, foram regras criadas para padronizar e
agilizar a administração do transporte logístico de superfície, ou seja, o plane-
jamento, a orçamentação, a programação, a execução, o controle e a avaliação
do transporte de material e de animais pertencentes à União, bem como do
pessoal empregado na atividade.

Com a transformação do DLog em COLOG e extinção da DT Mob, o transporte


logístico de superfície está atualmente a cargo do COLOG, sendo a Divisão de
Transporte (Div Trnp) do Gabinete de Planejamento e Gestão (GPG)/COLOG
responsável pela sua gestão.

As NOTLOG foram estruturadas em seis títulos, que tratam de:

• Disposições preliminares;
• Transporte logístico de superfície;
• Planejamento do transporte logístico de superfície;
• Execução dos transportes;
• Responsabilidades;
• Atribuições;
• Prescrições diversas.

107
gestão de material e patrimônio - u1
14 Administração do material
pertencente a uma UA

Objetivo específico

• Distinguir Termos de Recebimento e Exame de Material, Termos de


Exame e Averiguação de Material, Guias de Recebimento, Guias de
Recolhimento, modelos de pedidos e de descarga de material.

14.1 Termo de Recebimento e Exame de Material (TREM)

O TREM é o documento elaborado pela comissão de recebimento e exame de


material, devidamente nomeada pelo agente diretor e publicada em BI da UA
para a realização do recebimento e exame dos materiais recebidos do escalão
superior, diretamente dos órgãos provedores ou através de empresas contrata-
das, ou adquiridos com recursos próprios, através do qual são descritas todas
as alterações encontradas referentes ao estado de conservação e condições de
funcionamento desses materiais.

A comissão deve descrever detalhadamente a identificação do material, suas


avarias, faltas, inclusive indícios de violação e os defeitos encontrados durante
a realização dos testes, por ocasião do recebimento dos materiais.

No caso do material ter sido recebido do escalão superior, a 1ª via do TREM


deverá ser remetida para a DAbst, a 2ª via para a RM e a 3ª via deverá perma-
necer arquivada na UA que expediu o documento.

Se não houver alterações no material recebido, este deverá ser incluído em


carga por determinação do agente diretor.

14.2 Termo de Exame e Averiguação de Material (TEAM)

O TEAM é o documento confeccionado por uma comissão de exame e


averiguação do material, detentora de conhecimento técnico, cuja finalidade
é a verificação precisa do estado do material e se ele pode ser considerado

109
gestão de material e patrimônio - u1
definitivamente inservível para os fins a que se destina, ocasionando a sua
descarga, ou é passível de reparação ou recuperação.

O Termo deverá ser elaborado quando o material inservível não tiver atingido
o tempo mínimo de duração ou for de valor atual superior a cinco MVR, ou
outro índice que venha a substituí-lo ou for controlado.

A comissão, nomeada pelo agente diretor em BI da UA, deverá descrever, no


documento, a análise de custos do material examinado, fazendo constar o pre-
ço atual do material novo, o valor de mercado do material usado e os custos
de recuperação do material, o seu parecer, através do qual, detalhadamente,
informará sobre a conveniência da recuperação ou se a recuperação é antieco-
nômica e, de maneira conclusiva, indicará a conveniência da recuperação do
material e a sua destinação.

É importante ressaltar que a comissão deverá descrever no TEAM informações


sobre o exame do material, ou seja, o estado geral do material, no tocante as
suas avarias, bem como os custos de recuperação, fundamentada em PT.

14.3 Guia de remessa

A guia de remessa é o documento que deve ser elaborado pelas UA para que
acompanhe o material quando este for circular entre OM para fins de transfe-
rência ou quando os órgãos de manutenção o restituírem às OM apoiadas ou
quando os órgãos provedores o remeterem aos seus destinatários.

A guia de remessa é elaborada em quatro vias:

• A 1ª fica com a OM de destino, e acompanha o material;

• A 2º via segue para a OM de destino, devendo retornar à OM expedido-


ra, após quitada;

• A 3ª via é remetida à RM;

• A 4ª fica arquivada na OM expedidora.

14.4 Guia de Recolhimento

Guia de recolhimento é o documento que deverá ser confeccionado pela UA


para acompanhar o material quando destinado ao órgão de manutenção ou
retorna ao OP.

110
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
A guia de remessa também é elaborada em quatro vias:

• A 1ª via fica com a OM de destino, acompanha o material;

• A 2ª segue para a OM de destino, devendo retornar à OM expedidora,


após quitada;

• A 3ª é remetida pela OM expedidora à RM;

• A 4ª via fica arquivada na OM expedidora.

14.5 Pedido de material

Os pedidos de material no âmbito das UA devem ser feitos pelos interessa-


dos, conforme o modelo do ANEXO A, de acordo com as suas necessidades,
ao fiscal administrativo, em regra, através de suas respectivas seções ou subu-
nidades, a fim de que seja fornecido pelo almoxarife, podendo versar sobre a
necessidade de material de consumo ou de material permanente.

A responsabilidade pela correta especificação dos itens pedidos é das pessoas


interessadas pelos respectivos suprimentos.

Os pedidos de materiais existentes nos almoxarifados deverão ser realizados


por meio do SISCOFIS, que disponibiliza aos agentes devidamente cadas-
trados a existência do material e sua quantidade para fins de solicitações, os
quais serão separados e distribuídos aos interessados após a aquiescência do
fiscal administrativo.

Tratando-se de material permanente, que dificilmente fica estocado no Setor


de Material, ou de material de consumo não existente no almoxarifado, deverá
ser pedido com a correta especificação e, havendo possibilidade de aquisição,
deverão ser adquiridos, de preferência por uma Seção de Aquisições, Licitações
e Contratos (SALC), após autorização do Ordenador de Despesas, expressa na
Parte Requisitória.

O material necessário à UA, não previsto em QDM e sem possibilidade de


aquisição, deverá ser incluído na Ficha Modelo 18 e ser remetida à RM para
providências.

Os materiais necessários às UA para manutenção de seus MEM podem ser pedi-


dos, conforme o caso, ao OP ou ao órgão de manutenção. Sendo o pedido re-
metido ao órgão de manutenção, este deverá ser dirigido, em regra, ao COAL/
Blog, e se for remetido ao órgão provedor, deverá dar entrada no COS/OP.

111
gestão de material e patrimônio - u1
14.6 Pedido de descarga de material

O pedido de descarga de material deverá ser realizado pelo seu detentor dire-
to, conforme modelo do ANEXO B, e remetido ao fiscal administrativo da UA
que, conforme o caso, adotará as medidas administrativas cabíveis.

DIEx n° 001 - Setor


EB:
DIEx64000.041098/2013-61
Anexo A – MODELO DE PEDIDO DE MATERIAL
n° 001 - Setor
Resende, RJ,xx de xxxx de 2013
EB: 64000.041098/2013-61
DIEx n°Resende, RJ,xx de xxxx de 2013
001 - Setor
Do
EB: 64000.041098/2013-61
Sr
DoOrdenador de Despesas do xxxx
Resende, RJ,xx de xxxx de 2013
Assunto: requisição do serviço
Sr Ordenador de Despesas do xxxx
Ref.: Art. requisição
Assunto: 13 das IG 12-02
do serviço
Do
Ref.: Art. 13 das
Sr Ordenador de IG 12-02 do xxxx
Despesas
Assunto:
Nos termosrequisição
do contido do serviço
no Art. 13 das IG 12-02 (Port Min nº 305, de 24 maio 95), solicito-vos
providências
Ref.: Art. 13no sentido de aprovar a realização do serviço, abaixo especificado.
Nos termos do das IG 12-02
contido no Art. 13 das IG 12-02 (Port Min nº 305, de 24 maio 95), solicito-vos
providências no sentido
1. Solicito aquisição de:de
(X)aprovar a realização
Mat Consumo do Permanente
( ) Mat serviço, abaixo especificado.
( ) Serviço
2. Especificações
Nos termos do contido no Art. 13 das IG 12-02 (Port Min nº 305, de 24 maio 95), solicito-vos
1. Solicito aquisição de: (X) Mat Consumo ( ) Mat Permanente ( ) Serviço
providências no sentido de aprovar a realização do serviço, abaixo especificado.
2. Especificações
1. Solicito aquisição de: (X) Mat Consumo ( ) Mat Permanente ( ) Serviço
2. Especificações
Especificação Qtde PREGÃO ITEM UASG V. UNIT V. TOTAL CENTRO DE CUSTO
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxx xx,00 x.xxx,00 xxx
Especificação Qtde PREGÃO ITEM UASG V. UNIT V. TOTAL CENTRO DE CUSTO
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxx xx,00 x.xxx,00 xxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxx xx,00 x.xxx,00 xxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Especificação xxx
Qtde PREGÃO ITEM UASG xx,00
V. UNIT x.xxx,00
V. TOTAL xxx
CENTRO DE CUSTO
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxx xx,00 x.xxx,00 xxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxx xx,00 x.xxx,00 xxx
Obs: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx..
Obs: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
3. Data Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx..
para entrega: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
4. Justificativa: Anualmente, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
3. Data para entrega: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Obs: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx..
4. Justificativa: Anualmente, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Xxxxxxx
3. DataXxxxxxxx – Posto
para entrega: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Cargo
4. Justificativa: Anualmente, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Xxxxxxx Xxxxxxxx – Posto
Cargo
Despacho do Almoxarife: possui material no Almx: ( ) Sim ( X ) Não
Xxxxxxx Xxxxxxxx – Posto
Despacho do Almoxarife: possui material no Almx: ( ) Sim ( X ) Não
Obs.:________________________________________________________________________________
Cargo
Em: _____/_____/_____.
Obs.:________________________________________________________________________________
Despacho do Almoxarife: possui material no Almx: ( ) Sim ( X ) Não
Em: _____/_____/_____.
XXXXXXX XXXXXXX XXXXX – Maj
Obs.:________________________________________________________________________________
Encarregado do Setor de Material do XXXXXXXXX
Em: _____/_____/_____.
XXXXXXX XXXXXXX XXXXX – Maj
Encarregado do Setor de Material do XXXXXXXXX
XXXXXXX XXXXXXX XXXXX – Maj
Encarregado do Setor de Material do XXXXXXXXX

112
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
DESPACHO INICIAL DO OD

1. Autorizo o início dos procedimentos licitatórios e determino a abertura do processo


administrativo correspondente.

2. O Setor de Aquisições, Licitações e Contratos (SALC) tome as providências cabíveis,


de acordo com as normas vigentes.

Em: _____/_____/_____.

XXXXX XXXXX XXXXXXX – CEL


Ordenador de Despesas/NOME OM

PROPOSTA DO CHEFE DA SALC:

1. Em conformidade com a legislação vigente, proponho o início do processo adminis-


trativo relativo a:
Dispensa: Art 24 da Lei nº 8.666/93, inciso _________ .

Inexigibilidade: Art 25 da Lei nº 8.666/93 Caput Inciso I Inciso II

Inciso III Convite Tomada de preço

Concorrência Pregão Eletrônico

Adesão à Ata de Registro de Preço do Pregão (SRP nº _____________, UASG


________________ ). Comprovada a vantagem de sua utilização: Art 7º, 8º e 11 do
Dec nº 3.913/01.

2. Para fins dos Art 14 e 38, da lei 8.666, de 21 de junho de 1993, proponho o
emprego dos recursos especificados a seguir :

NC: DATA: VALOR TOTAL: R$


PTRES: PI: ND: SUBITEM: GESTÃO:
EMPENHAR PARA: CNPJ:

Em: _____/_____/_____.
XXXX XXXXX XXXX – Maj
Chefe da SALC / NOME OM
DESPACHO FINAL DO OD :

De acordo: Sim Não

Em: _____/_____/_____.
XXXXX XXXXX XXXXX – CEL
ORDENADOR DE DESPESAS/NOME OM
( FIM DO ANEXO A – MODELO DE PEDIDO DE MATERIAL )

113
gestão de material e patrimônio - u1
ANEXO B – MODELO DE PEDIDO DE DESCARGA DE MATERIAL

DESCARGA DE MATERIAL PERMANENTE

Parte nº _____ / _____


ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS
Resende, RJ, ____ de ____ / ____ / ____

Do (Nome do Detentor Direto)

(Nome da Dependência) Ao Sr Fiscal Administrativo


Solicito-vos a descarga do MATERIAL CLASSE II – INTENDÊNCIA abaixo relacionado, nos termos do Art 85 do R-3 (RAE).

VALOR R$ VALOR
DATA DO
(aquisição - LÍQUIDO
ESPECIFICAÇÃO DOS ARTIGOS RECEBIMENTO TEMPO DE QNT
SISCOFIS) CONTÁBIL OBS
Dia DURAÇÃO Unt

Unitário
Mês Ano Total
*
CC 12 – Aparelhos e Utensílios O referido
Domésticos material
- Ficha 021103 – NEE 721013000260 – tornou-se
Aspirador de pó, para 110 volts (marca inservível
ELETROLX) para o fim
Patrimônio Nr 000000........................... 23 09 87 01 0,01 0,01 a que se
...... IND destina.
ou xx xx xx xx x,xx x,xx (Ou outro
Patrimônio Nr 000000 a motivo
222222........;......... que
ou ainda xx xx xx xx x,xx x,xx justifique
Patrimônio Nr 000000 a 222222, 333333 o pedido
a 333339 e 444444 a 444449................ de
.......... descarga).

(ASSINATURA) (ASSINATURA)
(ASSINATURA)
___________________________Nome e _________________________
___________________________
posto do Ch Ch da 4ª Seção da Dependência
Nome e posto/Grad do Detentor Direto
Dependência (Se houver)

AMAN – FISC ADM DO FISCAL ADMINISTRATIVO DESPACHO: 1. Concordo com o parecer do Fisc Adm devendo
PARECER o material, constante desta parte, ser descarregado da Carga
Nº ______/FA AO SR AGENTE DIRETOR Geral desta Academia e ________________ de acordo com o
Nr ____, do § ____, do Art. 88, sendo os prejuízos imputados
a ______________________ de conformidade com o Nr ____
1. Enquadra-se no Nr _____, do § 1º, do Art. 85 e Nr do § ____, do Art ____, tudo do R/3 (RAE)/90.
____, do § ____, do Art. 88 tudo do R3 (RAE)/90. 2. __________________________________
____________________________________
2. Encaminhamento a essa chefia, de acordo com o ____________________________________
prescrito no Art. 87, do R3 (RAE)/90. 3. Publique-se, em _____________________
4. Arquive-se na Fisc Adm.
QUARTEL EM AGULHAS QUARTEL EM AGULHAS NEGRAS
NEGRAS
____________ _____ / _____ / _____ ________________
_____ / _____ / _____ FISC ADM AGENTE DIRETOR
OBS: - Deverá ser confeccionada Parte de Descarga para cada gestão de material; o mesmo deve ocorrer com Material NEE
NP.
- Todas as folhas do documento deverão conter os campos para o despacho.
- * Preenchimento sob responsabilidade da Fiscalização Administrativa.
Permanece o modelo conforme
- Inciso II Art 65, e Art 115 das IG - EB10-IG-01.001
- Art 91 do ERA
( FIM DO ANEXO B - MODELO DE PEDIDO DE DESCARGA DE MATERIAL)

114
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
15 Bibliografia

Referências Bibliográficas

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Brasil. 36ª ed. Brasília: Câmara do Deputados, Edições Câmara, 2012.

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Militar de Valor Histórico do Comando do Exército (IG 20-15). Brasília:
EGGCF, 2011.

______. Instruções Gerais para a Elaboração de Sindicância no Âmbito


do Exército Brasileiro (EB10-IG-09.001). Brasília: EGGCF, 2012.

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Comando do Exército (IG 10-67). Brasília: EGGCF, 2010.

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bito do Exército (IG 20-10). Brasília: EGGCF, 2008.

115
gestão de material e patrimônio - u1
______. Instruções Reguladoras para o Sistema de Gestão Ambiental
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______. Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992. Dispõe sobre a Lei Orgânica


do Tribunal de Contas da União e dá outras providências. Diário Oficial
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_______. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37,


inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências. Diário
Oficial da República. Poder Executivo, Brasília, DF. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666.htm>. Acesso em: 16 jul 2013.

______. Manual de Campanha C 100-10 – Logística Militar Terrestre. 2ª


ed. Brasília: EGGCF, 2003.

MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 11ª ed. São Paulo:


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______. Normas Administrativas Relativas ao Armamento. Brasília:


EGGCF, 2009.

______. Normas Administrativas Relativas à Manutenção. Brasília: EGG-


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______. Normas Administrativas Relativas ao Material de Comunica-


ções Estratégicas, Eletrônica, Guerra Eletrônica e Informática. Brasília:
EGGCF, 2002.

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EGGCF, 2002.

______. Normas para o Controle de Caninos na Força Terrestre. Brasília:


EGGCF, 2003.

______. Normas para o Controle de Equídeos no Exército Brasileiro.


Brasília: EGGCF, 2009.

116
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
______. Normas para o Transporte Logístico de Superfície. Brasília: EGG-
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______. Portaria nº 008 -SEF, de 23 de dezembro de 2003. Aprova as Nor-


mas para a Apuração de Irregularidades Administrativas. Brasília:
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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 16ª


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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo:
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MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. São Paulo:


Saraiva, 2012.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª ed. São Pau-
lo: Malheiros, 2002.

117
gestão de material e patrimônio - u1
CCEAD – Coordenação Central de Educação a Distância

Coordenação Geral
Gilda Helena Bernardino de Campos

Coordenação de Avaliação e Acompanhamento


Gianna Oliveira Bogossian Roque

Coordenação de Criação e Desenvolvimento


Claudio Perpetuo

Coordenação de Design Didático


Sergio Botelho do Amaral

Coordenação de Material Didático


Stella Maria Peixoto de Azevedo Pedrosa

Coordenação de Tecnologia da Informação


Renato Araujo

Gerente de Projetos
José Ricardo Basílio

Equipe CCEAD
Alessandra Muylaert Archer
Alexander Arturo Mera
Ana Luiza Portes
Angela de Araújo Souza
Camila Welikson
Ciléia Fiorotti
Clara Ishikawa
Eduardo Felipe dos Santos Pereira
Eduardo Quental
Frieda Marti
Gabriel Bezerra Neves
Gleilcelene Neri de Brito
Igor de Oliveira Martins
Joel dos Santos Furtado
Luiza Serpa
Luiz Claudio Galvão de Andrade
Luiz Guilherme Roland
Maria Letícia Correia Meliga
Neide Gutman
Romulo Freitas
Ronnald Machado
Simone Bernardo de Castro
Tito Ricardo de Almeida Tortori
Vivianne Elguezabal
EXÉRCITO BRASILEIRO

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