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ISGE - GM
Discentes: Docente:
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Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo - Gwaza Muthini
ISGE-GM
Discente Docente
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RESUMO
Este artigo, busca compreender os fundamentos e objetivos da atuação do Estado, assim
como as suas dificuldades, identificando quais os interesses envolvidos, e possivelmente
resguardados, e a legitimidade dos efeitos perseguidos. Para tanto, demonstra-se que os
mercados estão naturalmente alicerçados sobre um amplo grau de assimetria
informativa e como as instabilidades decorrentes desta incompletude informativa afeta a
eficiência e a concreção do interesse coletivo, possuindo o Estado o importante papel de
superar esta deficiência informativa. No mesmo sentido, este trabalho se debruça sobre
os mercados de concorrência imperfeita, centrando se no problema do agente e o
principal, e como o Estado no campo de atuação regulatória por excelência,
identificando a perda de bem-estar e ineficiência a locativa decorrente da falta de
competição nestes cenários econômicos, que ensejariam, em regra, a intervenção
regulatória, assim como analisa as reais aptidões do regulador de conduzi-los à
concreção do bem-estar social.
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1. INTRODUÇÃO
Este artigo traz uma discussão teórica acerca da informação imperfeita e o
desdobramento que ela gera nas questões estratégicas das organizações, e até dos
indivíduos. Para Rascão (2006), a teoria econômica foi a que mais avançou ou
aprofundou a questão da informação sob a perspectiva estratégica, especialmente em
seu estudo sobre a informação assimétrica e a incompleta. Assim, entende-se que o que
se chama de informação imperfeita é a que engloba assimetria, incompletude e
ambiguidade. De modo geral, a informação perfeita é aquela completa, simétrica,
transparente, no tempo e no espaço adequado, enquanto todas as outras formas se
caracterizam como informação imperfeita.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
Analisar o impacto da assimetria de informação na imperfeição do mercado no
caso do agente e o principal.
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Identificar os tipos de assimetria e informação e o impacto no mercado;
Fazer um estudo o comportamento entre agente e o principal;
Discutir ate que ponto a intervenção do estado poe ajudar a estabelecer o
equilibrio no mercado.
2. REVISÃO DA LITERATURA
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As assimetrias informativas surgem do próprio funcionamento dos mercados, ou seja,
das relações sociais que se travam no seio da economia descentralizada, e a percepção
de que as assimetrias informativas vão surgir alteram o comportamento dos agentes. Por
exemplo, a divergência de conteúdo informativo entre um potencial comprador e o
vendedor de um carro surge a partir de momento em que dois indivíduos com
informações diferentes se aproximam para transferir a propriedade do bem, e, a partir
deste momento, pressupondo os contratantes esta divergência informacional eles se
comportam de modo a utilizar deste fator para obter o máximo de benefícios na
transação STIGLITZ, J. E. (2002), por exemplo, o vendedor supervalorizando a
qualidade de seu veículo e o comprador, supostamente, diminuindo o seu preço de
reserva. Sendo assim, as assimetrias informativas alteram, tanto intuitivamente como
volitivamente, o comportamento dos agentes econômicos, que utilizam da informação
para obter benefícios e maximizar seus interesses individuais.
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determinada área, ficando em posse de outros indivíduos conhecimentos diversos,
consistindo nesta distribuição de informações a divisão social do trabalho.
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funcional que relaciona qualidade e incerteza AKERLOF, G. A. (1970). Em suma,
como a qualidade dos bens ofertados num mercado se altera devido às informações
assimétricas existentes entre vendedores e compradores.
A seleção adversa consiste num problema empírico disseminado nos mercados e suscita
grandes investigações, tanto que, em 2001, George A. Akerlof foi agraciado com o
Prêmio Nobel de Economia, com o artigo: The Market For "Lemons": Quality
Uncertainty and the Market Mechanism (1970), que se debruça sobre este fenômeno
informacional e em como a existência de indiferenciação qualitativa e incertezas afetam
os mercados.
Pois bem. A problemática da seleção adversa decorre de alguns fatores, utilizando como
exemplo o mercado de um determinado bem de consumo:
Segundo, da incerteza do consumidor, que não conhece a qualidade dos bens ofertados
num mercado e quando adquire um produto o faz incerto de sua qualidade, o seja, não
podendo diferenciar a qualidade dos produtos têm de comprar “no escuro”;
Akerlof compara este efeito da seleção adversa à Lei de Greshan, com alguma
particularidade, ou seja, aduz o autor que a existências de bens de má qualidade expulsa
do mercado os bens de boa qualidade. Isto porque, num cenário de indiferenciação
qualitativa devido à imperfeição informativa, os bens bons e maus acabam submetidos
ao mesmo preço de reserva pelo comprador, assim como na Lei de Greshan, que a má
moeda expulsa a boa, pois submetidas à mesma taxa de cambio.
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Neste sentido, não necessariamente é a existência de bens de má qualidade que expulsa
do mercado os bens de boa qualidade, mas é a impossibilidade de diferenciação pelo
comprador que surti este efeito. Ou seja, supondo a existência de um mercado
caracterizado pela diferenciação qualitativa de bens ofertados, acaso o consumidor
possa, a baixo custo, diferenciar com eficiência os bens de má qualidade dos bens de
boa qualidade, é possível a fixação de um preço de equilíbrio, onde para uma
determinada qualidade, a oferta seria proporcional à demanda. Ocorre que,
empiricamente, dificilmente se verifica este cenário de informação perfeita, pelo que a
analogia de Akerlof se mostra parcialmente verdadeira, ou seja, a existência de bens de
má qualidade nos mercados expulsa os bens de boa qualidade.
Força é convir, que ciente dos altos custos de monitoração do outorgante para com as
suas atividades, este indivíduo, cujos interesses são, normalmente, opostos, ou
desalinhados, ao do outorgante, tem incentivos suficientes à adoção de uma conduta
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inapropriada, no que concerne aos interesses do indivíduo principal, maximizando os
seus interesses individuais, refletindo em potenciais perdas de produtividade, em se
tratando de um trabalhador, por exemplo, ou significativo aumento da probabilidade de
implemento de um sinistro, no caso do setor de seguros, culminando em ineficiências e
desequilíbrios nos mais diversos mercados.
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consumidores, através das políticas de rateio com o segurado ou das franquias,
aumentando o preço do serviço no mercado COOTER, R. & T. U. (2010).
Entretanto, o grau de assimetria informativa pode ser tão elevado que, ante os interesses
antagônicos dos agentes econômicos e os elevados custos de obtenção da informação, se
torna impossível o alcance endógeno de um equilíbrio ótimo, ensejando a intervenção
do Estado para, mitigando os efeitos socialmente indesejados das assimetrias
informativas, induzir os mercados a um funcionamento mais próximo do ótimo
COOTER, Robert & T. U. (2010).
Dessa forma, a regulação possui o condão de, através do uso do poder coercitivo do
Estado, centralizar um conjunto de decisões, que diminuem a esfera de incentivos do
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mercado, decorrentes de assimetrias informativas, que incitam comportamentos
oportunistas e socialmente indesejados. Por exemplo, se o vendedor de um bem de má
qualidade não tiver que se responsabilizar pelos danos que o produto causar ao
adquirente, este terá incentivo em produzir e comercializar bens de má qualidade, cujo
custo é mais baixo, maximizando os seus lucros. Entretanto, o Estado estabelece um
conjunto de normas que responsabiliza o vendedor pelos danos causados pelos produtos
ofertados ao consumidor, nesta hipótese há um desincentivo a produção de produtos de
má qualidade, que tendem a provocar mais danos ao consumidor, anulando os
incentivos do mercado.
3. METODOLOGIAS
Este estudo foi feito no Parque de estacionamento de Patrice Lumumba, onde foi
analisado os dados 30 Motoristas de semicoletivos (agente) e 10 Proprietários carros de
semicoletivos (principal) no período em estudo.
Metodologia quantitativa
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Neste método foi colectada a informação dos dados estatísticos da população de qual é o
rendimento diário, quantas voltas (carradas) que o agente faz diariamente, quanto o
principal recebe diariamente como receita.
Metodologia qualitativa
Esta pesquisa permitiu a realização das entrevistas e a pesquisa no campo, para colher
informações sobre o nível de satisfação do agente assim como do principal.
4. RESULTADOS
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1200-1500 3
1500-1800 8
1800-2100 10
2100-2400 4
2400-2700 3
2700-3000 2
Total 30
Em relação ao classificação do comportamento do principal (empregador), se era BOM,
MAU ou SUFICIENTE apurou-se os seguintes resultados:
1600; 1700; 1800; 2000; 2000; 2100; 2100; 2200; 2300 e 2400.
Agentes
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5. DISCUSSÃO
Dos resultados obtidos pela entrevista no campo pode-se verificar uma assimetria de
informação entre o agente e o principal na medida, em que o proprietário limita-se em
conhecer apenas as condições aparentes do automóvel e, o valor nominal da receita,
enquanto que o agente encontra-se numa posição privilegiada, onde ele conhece os
mínimos detalhes do negócio, desde ao número de viagens diárias, o número de
passageiros por viagem, as vias alternativas a usar, os gastos, as condições do carro. O
agente aparece com informações a mais e opostas do principal, e aproveita-se dessa
informação (já que pode ser considerado como um custo), para ter uma rentabilidade
acima do normal.
Pela projeção feita, a média diária da receita que o principal espera receber corresponde
a 2050, mas, pela projeção dos cálculos feitos considerando o número médio de
passageiros, viagem e o preço de viagem que o agente faz, teremos: CF=L=RT-CT,
nota-se que o agente consegue fazer um valor do cash flow médio diário de
aproximadamente a 3500. No que ele fica com um valor médio de excedente de 1450
diário.
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principal. Neste sentido, uma vez contratado, o comportamento do agente se altera,
visando a maximização de seus interesses individuais, em desfavor dos interesses do
contratante.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, é evidente a necessidade da intervenção direta do Estado na
economia nacional, com fim precípuo de equilibrar o mercado reduzindo as sequelas
emanadas de flutuações no mercado interno e externo.
Contudo pelo estudo feito no campo, pode-se concluir que a assimetria de informação
existe sim. E é a causa da imperfeição do mercado, pois temos uma informação que
corresponde a um custo, e o agente que a possui quer usa lá para tirar o melhor proveito
da informação detida.
Outrossim, a intervenção tem por fim garantir a livre competição e a eliminação da
desigualdade.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
AKERLOF, George A. (1970), “The Market for "Lemons": Quality Uncertainty and the
Market Mechanism”, in: The Quarterly Journal of Economics, Vol. 84, No. 3 (Aug.,
1970), pp. 488-500.
ARAÚJO, Fernando (2004), Introdução à Economia, 2 Ed., Coimbra: Almedina, 2004.
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COASE, Ronald H. (1960), “The Problem of Social Cost”, in: Journal of Law and
Economics, Chicago: Chicago Press, 1960.
COOTER, Robert & Thomas Ullen (2010), Direito e Economia, trad. Luis Marcos
Sander & Francisco Araújo da Costa, 5 Ed., Porto Alegre: Bookman, 2010.
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University of Chicago Press, 1949.
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Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
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Gulbenkian, 1999.
SOARES, José Fernandes (2007), Teorias Económicas de Regulação: Grupos de
Interesse, Procura de Renda e Aprisionamento, Lisboa, Instituto Piaget, 2007.
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