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Mel Ainscow
Dito isto, é importante, todavia, ser realista. No nosso país, há pessoas que, por uma
variedade de razões, poderão não ficar assim tão entusiasmadas em relação às
profundas mudanças que será necessário introduzir no sistema educativo para se
conseguir “a excelência para todas as crianças”. Alguns vêem a existência de um
sistema que premeia alguns à custa de outros como um sistema que lhes traz
vantagens. Então, a um nível mais prático, existem outras barreiras que poderão
obstar ao caminho do progresso. Duas delas, vêm-nos imediatamente à ideia.
Após mais de dez anos em que têm sido desconsiderados e menosprezados, não é de
surpreender que eles não considerem apelativa a ideia de ainda mais e maiores
propostas de mudanças. Os que defendem a necessidade de reformas precisam
absolutamente de se lembrar que as políticas de educação são, em última análise,
aquilo que se passa por detrás da porta da sala de aula. Neste sentido, os professores
são “fazedores” de política. A forma como eles decidem interpretar as orientações
externas enquanto interagem com as suas turmas, constitui, de facto, a acção política
relevante.
Assim, para que as mudanças tenham lugar, é indispensável que sejam geridas de
forma a assegurar a participação de um corpo docente empenhado e confiante.
Consequentemente, deve ser dada toda a atenção aos modos como este processo de
envolvimento pode ser promovido. Tendo isto em vista, esta comunicação aborda o
trabalho em que tenho estado envolvido com professores, com o objectivo de
explorarmos formas de desenvolver as escolas e as salas de aula para responderem à
diversidade dos alunos.
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1999). Actuando junto destas escolas como um amigo-crítico, vejo o meu papel como
o de ajudar a que aprendam a partir das suas próprias experiências, e ao fazê-lo,
procurar apontar padrões e exemplos de práticas que poderão apoiar as reflexões de
outros que lidam com o mesmo tipo de questões. Neste sentido, o meu objectivo não é
dar receitas que possam ser utilizadas universalmente mas antes sugerir ingredientes
que mereçam ser considerados.
Na procura de uma metodologia apropriada para levar a cabo esta tarefa, tenho
andado a explorar formas de levar os professores a “contarem as suas histórias”. Estes
relatos têm-se revelado muito valiosos para os seus autores e, simultaneamente,
proporcionam um material rico e acessível que pode ser utilizado por outros, em
contextos diferentes, levando-os a reflectir sobre a sua prática. Uma vez que vêm de
diferentes contextos, os relatos convidam à reflexão “tornando o familiar, não-
familiar” (Delamont, 1992). Evidentemente, nada disto é fácil, especialmente o
processo de conseguir relatos autênticos do trabalho que os professores estão a
desenvolver, pelas suas próprias palavras.
Os que advogam a investigação-acção, têm, por seu lado, respondido a estas críticas,
rejeitando os conceitos de rigor impostos pelas ciências sociais tradicionais e
elaborando as suas próprias contra-críticas a respeito da metodologia e dos
pressupostos sobre o conhecimento em que se baseiam e de que dependem estas
concepções de rigor (e.g. Winter, 1989). Advogam, por exemplo, que as noções de
rigor a que aspiram tanto os positivistas como os investigadores interpretativos são
opressivas, restritivas e prescritivas, delineadas para perpetuar as divisões
hierárquicas entre os que produzem e os que utilizam a investigação (Iano, 1986).
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Ao procurar uma metodologia adequada, tenho observado outros que enveredaram
por um caminho semelhante. Por exemplo, Poplin e Weeres (1992) relatam um estudo
intitulado “Vozes vindas de dentro”, que foi realizado por alunos, professores,
administradores e pais em quatro escolas. Aqui o objectivo era “criar estratégias que
permitissem que todos na escola se sentassem a uma mesa para falar e ter a certeza de
que todos eram ouvidos”. Assim, a investigação permitiu que todos os participantes
fossem simultaneamente investigadores e sujeitos da investigação. Uma vez que o
estudo partiu do pressuposto que os académicos tinham “desvirtuado os problemas da
escolarização” , foi necessário repensar os papéis dos elementos externos”, de modo
a que “os de dentro” pudessem vir a compreender e a analisar os problemas que
vivenciam. A utilização deste processo conduziu a muitas mudanças nas escolas,
embora se reconhecesse que exige muito tempo.
No capítulo seguinte vou utilizar alguns exemplos a partir do trabalho com um grupo
de professores em oito escolas de Lewisham para ilustrar a abordagem que
apresentei. O nosso trabalho em conjunto, ao longo de dois anos, levou-nos a formular
algumas estratégias para apoiar os professores no desenvolvimento de práticas mais
eficazes na sala de aula. (Ainscow e Brown, 1999). Isto também me estimulou a
reflectir com alguma profundidade a respeito das questões subjacentes a esse
processo.
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Técnicas de ensino
Observei uma aula de leitura do 4º ano de escolaridade, numa das escolas primárias de
Lewisham. Foi leccionada pela Directora, Janice. Uma das suas colegas, a professora
recém formada chamada Felícia, estava também a observar. A classe tinha 27 alunos.
Durante a fase inicial, as crianças estavam sentadas em círculo, sobre um tapete, cada
uma com o seu livro de leitura. Na introdução, a Janice apresentou o conceito de
“personagens principais” duma história. Fez perguntas, para averiguar o
conhecimento que as crianças já tinham, por exemplo. “Como chamam à pessoa que
escreve um livro?”. Em seguida, todos os alunos foram encorajados a trabalhar aos
pares, falando acerca dos principais personagens dos seus livros, A Janice foi
circulando à medida que indicava como é que as crianças deveriam formar os pares.
Depois explicou que, eventualmente, iria pedir que cada apresentasse uma síntese do
que o parceiro lhe tinha dito. Um rapaz, o Gary, iria trabalhar com ela. Depois de
alguns momentos decorridos sobre esta actividade, tornou-se evidente que alguns dos
elementos estavam confusos acerca do que lhes tinha sido pedido. Consequentemente
a Janice parou a actividade e clarificou melhor a tarefa. A partir dessa clarificação
conversaram a pares durante cinco minutos.
A certa altura pediu-se aos alunos que acabassem de falar com os seus parceiros e que
cada um fizesse um relato do que tinha ouvido, para toda a classe. Depois de ouvir o
resumo de cada criança, a Janice escrevia algumas palavras no flip chart. De vez em
quando fazia perguntas para esclarecer as suas respostas, p.e. “Gostarias dele?…
Porque não?” Muitas das perguntas pretendiam estabelecer ligações com as
experiências quotidianas das crianças, aprofundando o seu pensamento e, ao mesmo
tempo, aumentando o seu vocabulário, p.e. “Ser expulso – o que é que isso significa?”
Apesar desta parte da aula ter levado algum tempo e ter obrigado a prestar muita
atenção, para ouvir os outros, as crianças mantiveram-se interessadas. No fim da
actividade, a Janice congratulou as crianças pela sua concentração. Em seguida,
pediu-lhes que lessem em coro as palavras que ela tinha listado.
Depois, foi dito às crianças que tinham de voltar para as suas mesas e fazer um
exercício escrito: tinham que escrever o que acontecia se a sua personagem visitasse a
escola. Enquanto iam para os seus lugares, uma criança, revelando sentir-se muito
envolvida naquilo que acabavam de abordar, perguntou se isso ia mesmo acontecer!
As crianças estavam sentadas em cinco mesas, aparentemente agrupadas com base nas
suas competências de leitura. No início do trabalho a Janice distribuiu várias fichas de
trabalho. Depois aproximou-se de determinadas mesas e ajudou os alunos a começar.
Depois de um certo tempo, parou a atarefa e pediu-lhes que ouvissem um colega a ler
o seu texto em voz alta, de modo a que o pudessem ajudar a colocar os pontos finais.
Depois da aula, nós os três reflectimos sobre diferentes coisas que tinham acontecido.
Falámos, por exemplo, sobre o cuidado que a Janice tinha com a linguagem e a forma
como usava as perguntas para se certificar sobre o grau de compreensão dos alunos.
Também discutimos sobre a forma como utilizou a actividade em pares.
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Aparentemente, as crianças estavam habituadas a esta actividade, já utilizada em
lições anteriores. Evidentemente, estávamos impressionados com a sua capacidade de
concentração e a sua facilidade em se exprimirem. Referi o modo como escolheu
trabalhar com o Gary. Aparentemente, aos olhos dos outros, isto aconteceu por acaso,
embora ela o tivesse colocado à frente para “ter bem o olho nele”. Parece que o Gary
às vezes tem comportamentos disruptivos. Falámos sobre diferentes tácticas para ter
sob controle os alunos potencialmente mais difíceis.
Penso que nós os três sentimos que a nossa conversa nos ajudou a reflectir em
pormenor sobre as nossas próprias ideias e práticas. Neste sentido, a experiência
demonstrou a importância de ter uma oportunidade de observar a prática e de, em
seguida, participar numa discussão pormenorizada sobre a experiência que tinha sido
partilhada. Para mim, para além disso, isto constituiu um exemplo, entre muitos
outros, de como o know how que já existe nas escolas pode criar a base de uma
pedagogia mais inclusiva. Na verdade, a minha experiência ao longo de anos leva-me
a acreditar que, na maior parte das escolas, a maioria dos professores possui a
“peritagem” necessária para ensinar todos os alunos de forma adequada. O problema é
que a maioria das escolas sabem mais do aquilo que utilizam. Consequentemente, a
tarefa de levar as coisas para a frente transforma-se na de encontrar formas de utilizar
de modo mais eficaz o conhecimento e as competências que existem, incluindo a
capacidade tantas vezes adormecida de trabalhar em conjunto, para inventar novas
possibilidades de ultrapassar as barreiras à participação e à aprendizagem (Ainscow e
al, 1998; Hart, 1996).
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O apoio à aprendizagem
Uma prática corrente no sistema educativo Inglês que muitas vezes conduz a barreiras
à participação de alguns alunos, consiste na presença de assistentes de apoio
pedagógico (i.e. adultos sem qualificação que trabalham ao lado dos professores para
ajudar os alunos que são designados como tendo necessidades educativas especiais).
Aqui é importante frisar que é excelente podermos contar com adultos extra que
possam facilitar a participação dos alunos. O problema é que muitas escolas têm ainda
que descobrir a forma de utilizar esta estratégia eficazmente. Recentemente, alguns
colegas e eu próprio descrevemos o impacto do trabalho duma equipa de assistentes
na participação dos alunos, numa escola secundária (Booth e al, 1998). Por exemplo,
na aula de educação artística, dois alunos que estavam categorizados como “alunos
com necessidades especiais” completaram a tarefa da aula, embora estivessem
ausentes! De facto, o assistente fez o trabalho por eles. Entretanto, havia um outro
grupo de alunos, na mesma aula, que não tinha apoio e passou a maior parte do tempo
a conversar. Possivelmente, tinha sido dito ao assistente que deveria concentrar os
seus esforços unicamente nos alunos que tinham sido “rotulados” como tendo
necessidades especiais.
De uma forma geral, a nossa impressão foi que, embora estes alunos seguissem, de
uma forma geral, as mesmas actividades dos seus colegas, a presença constante dum
“ajudante” significava que, muitas vezes, os desafios colocados por essas actividades
eram significativamente reduzidos. Por exemplo, o assistente poderá segurar no papel
dum aluno com uma deficiência física, escrever as palavras a um aluno com
dificuldades de aprendizagem, e assim por diante. Desta forma, parece provável que,
até certo ponto, a constante existência de apoio do adulto possa dificultar a
participação na aula, embora, ao mesmo tempo, torne a actividade mais acessível.
Tomando um exemplo concreto: observámos durante uma série de aulas a Carol, uma
aluna com síndroma de Down. Devido ao nível de apoio que recebia, “ela”
completava sempre as suas tarefas, embora fosse evidente que algumas delas pouco
significado tinham para ela. Para além disto, pudemos observar que a muitos outros
níveis ela consegui participar de forma plena na sala de aula.
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mudança das práticas como resposta às exigências colocadas por estes indivíduos e
pela necessidade de facilitar a sua participação.
Numa outra escola primária, observei uma aula do 2º ano de escolaridade em que a
professora e o assistente trabalhavam bem em conjunto. No início da lição as crianças
sentaram-se sobre o tapete num canto da sala de aula. A professora começou por
perguntar a toda a classe o que imaginavam que poderiam fazer quando tivessem
noventa e nove anos. Surgiram imensas ideias interessantes, tais como, ”Vou comer
quilos de gelados e compota”. Durante esse tempo o assistente ficou sentado atrás do
grupo, entrando de vez em quando na discussão. A certa altura as crianças começaram
a sentar-se nos seus lugares, nas mesas, em grupos e a fazer as suas tarefas escritas
individuais. Quando começaram a trabalhar a professora foi falar com um dos grupos,
que ela achava que precisava de mais explicações sobre a tarefa que iam fazer.
Entretanto, o assistente rondou pelos restantes cinco grupos, encorajando alguns
alunos, dando a ajuda necessária e vigiando toda a classe. Passados cerca de dez
minutos, os dois colegas trocaram de papéis, passando a professora a rodar pela classe
e o assistente a dar mais atenção ao grupo que parecia precisar de mais apoio. Tudo
isto foi realizado duma forma calma e fluente, dando a ideia que estes parceiros já
tinham combinado anteriormente qual seria a contribuição de cada um, de modo a
conseguirem dar o máximo apoio a todos os elementos da classe.
Numa escola secundária para raparigas tive uma conversa com a Pam que é a
Coordenadora do Departamento de Humanidades, e a Rosie que é membro do
Departamento de Inglês. Explicaram-me a forma como partilham o visionamento das
gravações em vídeo das suas aulas e como isto as motiva a reflectirem sobre a sua
prática. Ambas falaram do modo como a observação do seu desempenho “através dos
olhos duma colega” as tornou mais conscientes das coisas que fazem enquanto
ensinam. A Pam notou como se movimenta pela sala, com as mãos atrás das costas,
enquanto a Rosie reparou que está constantemente a dizer “certo”.
Uma das gravações da Pam foi uma aula com uma turma de “boas alunas” do 9º ano
de Geografia. As alunas estavam sentadas, algumas raparigas em filas mas havendo
dois grupos de mesas no centro da sala. A Rosie mencionou que a organização da
sala da Pam a levou a reflectir sobre o modo de organização da sua própria sala e
sobre o seu impacto na participação das alunas. A Pam tinha estado a trabalhar a
utilização do “ensino através de perguntas” nas suas aulas (p.e. “Porque é que
chove?”), utilizando perguntas para encorajar as alunas a pensarem mais
profundamente sobre o conteúdo e a conectar as ideias com as suas experiências do
dia a dia. Tendo lido uma peça de teatro, foram dadas às alunas uma série de tarefas
escritas. Enquanto trabalhavam, a Pam movimentava-se pela sala de aula, parecendo
pensar alto no modo como ia colocando mais e mais questões. Fiquei impressionado
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com o seu estilo descontraído e coloquial. Era evidente que não colocava as alunas
numa situação em que se vissem obrigadas a responder e a Pam sugeriu que estava a
tentar evitar transmitir a ideia de que tinha de ouvir as respostas certas. Em vez disso,
estava a tentar que as alunas se sentissem livres de pensar de forma criativa. Foi-lhes
pedido que escrevessem sobre o sol e Pam escreveu no quadro: “O que faz o sol?”
A Pam explicou que trabalhava de forma semelhante com as alunas mais novas
pondo, possivelmente, menos ênfase na escrita. Notou que as respostas com mais
interesse vinham de alunas dos anos intermédios. Reparei no facto de que isto se
relaciona com um trabalho de investigação que eu tinha lido recentemente, em que o
autor explica que alunos considerados menos capazes podem dar respostas invulgares
mas que, por vezes, os professores as rejeitam porque são consideradas "incorrectas”.
(Keddie, 1971). Aprender a usar o questionamento de forma mais eficaz e a valorizar
a diversidade das respostas não será talvez uma forma de aumentar as expectativas?.
A Rosie está no seu segundo ano de ensino e o seu vídeo mostrou-a a trabalhar com
uma turma de alunas potencialmente difíceis, do 11º ano de Inglês. Trabalhou com
“figuras de retórica”, utilizando uma técnica de mnemónicas. Durante a primeira parte
da aula, isto correu bem e as alunas pareceram, em geral, empenhadas em
compreender todo um conjunto de ideias abstractas. Foi interessante para mim
observar as diferentes respostas dadas pelas alunas, dado que muitas delas tinham já
perdido a confiança em si próprias como estudantes. Algumas estavam claramente
relutantes em ser vistas a errar e encontraram diversos subterfúgios para assegurar que
não se arriscavam em frente das suas colegas. Isto pareceu ser uma das grandes
vantagens da estratégia da Rosie pois, tal como na aula da Pam, ninguém era posto em
causa.
A meio da lição, a Rosie sentiu que estava a perder o interesse de algumas alunas.
Explicou-nos a forma como decidiu experimentar um estratégia que já tinha
idealizado mas que ainda nunca tinha utilizado. Isto envolvia uma actividade de canto
com as diferentes figuras de retórica, com todo o grupo a marcar o ritmo com o estalar
dos dedos. O impacto desta actividade foi muito marcante. As alunas mais confiantes
gostaram nitidamente de a realizar, participando com entusiasmo. Ainda mais
marcante, no entanto, foi a confiança que pareceu dar a algumas alunas que até aí
tinham tido relutância em participar. A nossa conversa sobre esta aula relacionou-se
com o primeiro exemplo. Reflectimos, em especial, sobre a forma de fazer emergir os
potenciais de aprendizagem dos alunos que perderam a confiança e/ou interesse e,
consequentemente, se tornaram marginalizados na escola. Ocorreu-nos que para
poderem atingir estes alunos, os professores tinham de se preparar para "correr
riscos”, experimentando formas de trabalhar até aí não utilizadas. Ora foi exactamente
isto que a Rosie fez, nesta aula..
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Para mim, tudo isto confirmou a importância de ter tempo e oportunidades para se
discutir a prática em pormenor. No entanto, isto seria difícil sem a partilha de
experiências que facilita o uso de uma linguagem detalhada sobre a prática e a relação
de mútuo apoio que, sem dúvida, se estabeleceu entre a Pam e a Rosie.
Utilização de perguntas
Avaliação formativa
Um meio eficaz para adaptar os planos da aula a cada membro da turma parece ser o
acompanhamento das respostas dos alunos ao longo da aula, de modo a tomar
decisões imediatas. A nossa investigação sugere que isto envolve um processo de
improvisação, realizado a um nível em grande parte intuitivo, à medida que o
professor observa as reacções dos alunos, incluindo as “surpresas” e vai tentando ter
em conta o feedback da turma, à medida que a aula se desenvolve.
O acompanhamento das respostas dos alunos informa muitas das decisões que o
professor toma durante as suas aulas, pelo menos acerca do ritmo e da orientação das
actividades. Certamente, é importante imprimir um ritmo vivo que assegure a
continuidade da concentração das crianças. É também necessário saber quando se
deve mudar para uma actividade nova e como encorajar um grau de "incerteza” tal
que leve os alunos a pensarem sobre as suas próprias respostas enquanto ancecipam as
dos colegas da turma.
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Dimensão 2: Apoio à aprendizagem
Criança-a-criança
O suporte adicional dado fora da sala de aula pode preparar os alunos para a
participação, tal como reforçar a apredizagem que aí teve lugar. Além disto, alguns
alunos podem precisar deste reforço à aprendizagem para poderem andar a par com os
seus colegas. Isto pode ser encorajado através duma parceria estreita entre a casa e a
escola.
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O uso de parcerias que encorajem a experimentação e a reflexão
Este enquadramento tem, assim, a intenção de ser utilizado como a base para uma
discussão inicial sobre os modos como a escola se pode organizar de modo a apoiar
formas mais inclusivas de ensino. A estratégia central é utilizar as práticas existentes
como pontos de partida para o desenvolvimento. Tendo isto em mente, pode pedir-se
aos colegas que reflictam acerca do seu trabalho em relação às três dimensões, a partir
de questões tais como:
recursos?
• Proporcionamos a todos os colegas a oportunidade de observarem as práticas de
sala de aula?
• Desenvolvemos uma linguagem comum que nos permita partilhar ideias sobre o
ensino e a aprendizagem?
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Verificou-se que há três tipos de triangulação relevantes. São as seguintes: comparar
e contrastar dados de diferentes grupos de pessoas pertencentes aos mesmos contextos
(p.e. professores, professores de apoio e alunos); fazer escrutínios de acontecimentos,
a partir de diferentes ângulos, utilizando uma variedade de métodos para coligir
informações e utilizar “elementos externos” como amigos críticos.
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À luz deste argumento, Eisner define dois conceitos que são utilizados para guiar os
avaliadores educacionais. São eles, “o conhecimento educacional” e “a crítica
educacional”, tendo cada um deles a suas raízes no campo artístico. Continua:
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Referências Bibliográficas
Eisner, E.W. (1988) Educational connoisseurship and criticism: their form and
functions in educational evaluation. In D. Fetterman (ed.) Educational
Evaluation
Iano, R.P. (1986). The study and development of teaching: With implications
for the advancement of special education. Remedial and Special Education.
7(5), 50-61.
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Teachers College Press
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