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PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

DEFINIÇÃO:
Comunicação é o processo, através do qual, uma mensagem é transmitida de uma fonte
emissora para um receptor individual ou coletivo, com o objetivo de obter uma resposta.

COMUNICAÇÃO:
É o processo pelo qual as relações interpessoais acontecem.

ELEMENTOS:
Para entendermos o processo de comunicação devemos estudar, separadamente, os seus
elementos:
EMISSOR CÓDIGO / MENSAGEM RECEPTOR

EMISSOR:
Toda pessoa tem arquivado no cérebro, um código formado por palavras, símbolos,
valores, crenças, emoções e outros elementos que possuem significados. Quando
precisamos enviar uma mensagem a outras pessoas, buscamos os códigos que vão
compor a mensagem transmitida a um determinado receptor. Uma fonte emissora pode
ser: uma pessoa falando, fazendo gestos, escrevendo, um grupo de pessoas como teatro,
cinema e televisão.
A Expectativa de quem codifica uma mensagem é que a mesma seja entendida pelo
receptor que a codifica.

RECEPTOR:

Cada pessoa tem seu arquivo de códigos, quando um receptor recebe o estímulo de uma
mensagem, ele tende a decodificar os símbolos da mensagem, a partir de seus próprios
códigos, e não pelo código do emissor. Portanto, o primeiro passo para se garantir uma
boa comunicação é o estabelecimento de um código comum entre emissor e receptor.

MENSAGEM:

Tudo aquilo que é transmitido de uma fonte emissora e uma fonte receptora é uma
mensagem. Embora não exista uma fórmula para se emitir uma mensagem, com absoluta
garantia de ser entendida, algumas características devem ser observadas para se chegar a
uma boa comunicação:

1. ADEQUAÇÃO: Toda mensagem deve ser adequada ao nível do conteúdo e da


linguagem. Não se pode falar de barcos de pesca, para agricultores, nem usar
vocabulário estranho, ao grupo de ouvintes.

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2. CLAREZA: Uma mensagem não pode conter termos semelhantes ou duvidosos. A
mensagem, para que sejam evitados distorções, deve ser clara.

3. INTERESSE: a mensagem deve estar relacionada com os interesses, valores e


necessidades do receptor.

ORATÓRIA

A APRESENTAÇÃO NA ORATÓRIA
Quando somos convidados a proferir uma palestra, ou até mesmo falar a um grupo
de pessoas a nossa primeira preocupação é com referência à forma que seremos
recebidos. Sabemos que nossa receptividade está diretamente ligada à forma pela qual
seremos apresentados e sem dúvidas este tema é o primeiro fator a nos angustiar.
Dick Milhan, autor do livro “Caris-Mágica" para falar em “público”, definiu da seguinte forma
a questão da apresentação:

PREPARANDO SUA PRÓPRIA APRESENTAÇÃO: Durante anos sofri a agonia da


dúvida sobre o que iria ser dito sobre a minha pessoa, antes do início do meu discurso.
Hoje, sei que jamais deveria gastar minhas energias desta forma. Deveria estar-me
concentrando sobre a mensagem. Não levou muito para que aprendesse com um veterano
nos negócios - a regra principal da preparação do auditório - PREPARE SUA PRÓPRIA
APRESENTAÇÃO.
Quem melhor do que você saberá qual informação vital para apresentar suas
credenciais? Não se deve deixar a elaboração de suas credenciais ao acaso, ou deixar
que alguém rabisque alguns dados sobre você num guardanapo, cinco minutos antes de
levantar-se para dar inicio a sua apresentação.
PREPARE-A VOCÊ MESMO! Envie-a antecipadamente pelo correio. Insista mesmo
para que ela seja utilizada, e, quando for à reunião, leve uma cópia extra. Você pode ter
certeza de que algum dia, em qualquer lugar, ou ocasião, ouvirá alguém dizer: -”Coloquei
em algum lugar” ou “não a recebi”, ou ainda “Tenho-a, mas está na pasta”.

PREPARANDO QUEM O IRÁ APRESENTAR: Se possível, encontre quem fará a


apresentação. Diga-lhe de sua satisfação em saber que é ele que vai organizar o local e
preparar o auditório para o seu discurso. Incuta-lhe a idéia da importância dele em relação
ao seu sucesso, dizendo-lhe que você conta com ele para o auxiliar.
Com ele verifique a apresentação, certifique-se de que foram incluídos os itens
importantes para estabelecer o seu direito de falar para aquele determinado grupo o tema
escolhido. Alguns podem não gostar de sua interferência no que já havia sido
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anteriormente preparado, mas é preciso manter-se firme. Assim como seria inadmissível
deixá-lo proferir os cinco primeiro minutos de seu discurso, não ceda, deixando-o fazer
como bem entender esse aspecto crítico de toda sua mensagem.
Em sua maioria, as pessoas chamadas para apresentar os oradores são em geral,
vacilantes em relação a sua tarefa. Ou têm qualquer atuação no programa e ficam com o
encargo em razão do ofício que lhes é afetado, ou foi porque alguém mais não pôde fá-lo.
Sem dúvidas, há apresentadores bastante qualificados, que se desempenham bem e
fazem admiráveis apresentações. Contudo, é melhor acreditar que o apresentador gostaria
de algum auxílio. Só de falar com ele, você notará o grau de colaboração que necessita.

ESTRUTURAR A BASE DE SUA APRESENTAÇÃO: Você talvez já tenha feito uma


apresentação, mas, para aqueles que não o fizeram, eis aqui algumas recomendações
para estruturar a base da apresentação:
1. Enumere todos os itens que lhe vierem à mente sob cada um dos títulos abaixo.
Não se preocupe em selecioná-los. Esta é apenas uma medida preliminar. Depois, você
incluirá apenas os itens mais importantes que apoiem o seu direito de falar.
A. sua posição atual: nome da empresa ou posição na mesma.
B. ocupações anteriores: declare-as todas no início, e depois você poderá peneirá-
las, segundo o seu valor, na sua apresentação.
C. instrução, associações profissionais, documentos escritos: esta é base concreta de
sua apresentação, pois aqui você estabelecerá com maior clareza o seu direito de falar.
D. reconhecimentos especiais: Enumere todos os prêmios, condecorações, honrarias,
etc.
E. notas pessoais: família, clubes, passatempos, etc. Estes itens são principalmente
usados quando você estiver falando em situações ou assuntos pessoais não relacionados
com suas especialidades profissionais ou de negócios. Poderão ainda ser utilizadas para
animar o auditório em certas situações.
F. título de seu assunto: Qual o objetivo de seu discurso?
G. seu nome: aparecerá apenas uma vez, bem no término da apresentação, e servirá de
sinal para levantar-se e falar.
2. Você estará, então, apto para estruturar o seu perfil. Atente para o fato de que você
não está construindo um esboço biográfico, porém uma peça curta e concisa que provoque
um impacto de autoridade no seu auditório. Comece com o F, Título do seu assunto. No
início, pode parecer estranho, mas até que você decida sobre o que vai falar não poderá
determinar qual dos itens é importante para apoiar seu conhecimento no assunto.
A principal regra empregada é fazer uma triagem do material: “Será que este item vai
dar-me autoridade para falar sobre este assunto”.
Depois, aplique a regra. Principie eliminando tudo o que não for essencial ou que tenha
diminuto valor em conferir-lhe autoridade. Faça um rascunho com 200 -250 palavras (uma
página, espaço duplo). Continue alterando-a e melhorando-a em termos de assuntos que
você vai tratar. Em seguida, utilize-a. Faça um teste em sua próxima reunião. Observe
suas reações em relação a ela, e se parecia preparar seu auditório para você e seu
assunto.
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3. Mesmo que o principal objetivo da Apresentação seja estabelecer sua autoridade de
falar sobre um assunto, pode também atender a outras finalidades, quais sejam,
estabelecer um elo com o auditório através de pequenas frases que revogarão nosso
relacionamento com ele.
Pôr exemplo, quando estivermos nos dirigindo a corretores de imóveis, introduzir a
frase: “ eu, que também sou corretor, de vez que possuo estas credenciais na Flórida ...”
Quando estivermos falando para um grupo de Educação, podemos mencionar: “ele
recebeu seu grau de mestrado pela Universidade de Stetson, onde ministrou um programa
de extensão, no período de seis anos”.
A Apresentação deve ser flexível e viva. Tem de constituir-se em uma força viva que
prepara o caminho para o vigor da oratória, e como tal, seja respeitada. Não é superficial à
nossa apresentação, porém uma parte integrante da mesma. De todos os conselhos que
eu possa dar para auxiliar o orador, este é o principal da lista: “Mantenha o controle de sua
apresentação”.

A COMUNICAÇÃO VERBAL

Tem-se provado em inúmeras ocasiões que o discurso, devidamente bem preparado e


apresentado pode transmitir idéias e modificar atitudes como nenhum outro meio de
comunicação.

Aprender a falar em público é a mesma coisa que aprender a jogar tênis ou futebol.
A prática é muito importante e quanto mais se pratica, mais se aprende.

CINCO REGRAS FUNDAMENTAIS DA ORATÓRIA

Existem cinco regras fundamentais para se falar em público. Na verdade estas regras
não são novas, seu estabelecimento deve ser creditado a Aristóteles, famoso filósofo
grego, nascido no ano de 384 antes de Cristo.

1. O êxito da comunicação depende da sinceridade do orador.


2. Um bom orador demonstra serenidade.
3. A oratória é um meio de comunicação e não de exibição.
4. O propósito ao falar é receber a atenção do público.
5.A eficácia de um discurso depende em grande parte da naturalidade dos gestos.

O QUE É ORATÓRIA?

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Algumas palavras como jogar, amor, nacionalismo e educação têm diversos
significados, tanto abstratos como concretos, que não podem ser definidos de forma
explícita e completa com simples frases. Oratória é uma dessas palavras. Significa algo
diferente em cada cultura, e mesmo dentro de uma mesma cultura, o significado varia com
o tempo.
Comecemos com a idéia de que oratória é uma classe especial de dissertação. O
orador fala com um fim especial, de uma maneira especial, um momento especial. A idéia
de que é especial é muito importante, visto que a oratória não é uma dissertação comum.
Na oratória, os temas são importantes, interessantes: as idéias se apresentam de forma
original, clara e organizada, lógica e elegante, para produzir um efeito de eloqüência
extraordinária. Geralmente não considerados como oratória a dissertação numa classe ou
num almoço. A oratória se eleva acima do nível comum no efeito e motivo que causa em
quem escuta. A oratória é um esforço criador mediante o qual se esclarecem, expressam,
enobrecem e dramatizam idéias importantes. Sua finalidade é impressionar, convencer ou
levar o público a agir.
Aristóteles definiu a oratória como “a faculdade de encontrar todos os meios de
persuasão sobre o assunto”. Quintiliano, o retórico hispano-latino, considerado muitas
vezes como o maior mestre de oratória de todos os tempos, considerava a oratória “a arte
de falar bem”, e Cícero, a descrevia como “a arte de persuasão”.
Estas definições clássicas da oratória não mudaram. A oratória continua sendo a forma
mais elevada de comunicação, uma arte mediante a qual se influi de modo positivo sobre a
natureza humana.

O DISCURSO E O RESULTADO NA ORATÓRIA

Pode-se pronunciar um discurso por diversas razões. Pode ser feito para informar o
público, para dar uma explicação, para levantar um protesto ou para motivar uma ação
sobre algo.
Pode ter sido planejado com cuidado meticuloso, desde o momento em que se colocou
por escrito as primeiras idéias até o final; pode ter sido pronunciado com uma técnica
perfeita, porém não se brotou no coração, se não foi feito com sinceridade, nada se
alcançará e por certo ninguém irá crer no que você disse.

QUANDO LER O DISCURSO

Discursos de oradores de turmas de formandos, de paraninfos, de presidentes de


qualquer entidade, ao serem empossados, de cientistas ou técnicos na apresentação de
temas que requerem exatidão de por menores, são indicados para a leitura; de oradores
de turmas de formandos porque representam outras pessoas e portanto têm a
responsabilidade de transmitir a linha de pensamento de todo o grupo, de presidente de
qualquer entidade porque terão de externar a linha de conduta da sua administração e
esta não poderá ser improvisada; de cientistas ou técnicos, quando tratarem de assuntos
que não possam conter erros ou omissões, porque somente lendo o que foi preparado
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haverá a certeza de que não ocorrerão falhas. A não ser nesses casos que acabamos de
mencionar, a fala deverá ser sempre de improviso, isto é, sem leituras.

COMO IMPROVISAR UM DISCURSO

Deixar a mente fabricar instantaneamente um pensamento, envolvê-lo com as ricas


roupagens das palavras articuladas ao som da musicalidade da voz e adornadas por
elegante gesticulação eis aqui o sonho do orador no seu mais elevado desejo. É o verbo
surgindo do nada, tomando corpo, definindo forma e transformando-se em mensagem,
nascida do improviso, da inteligência e da coragem. Este é um desejo que poucos
conseguem: transformar sua realidade.
Quantos efetivamente improvisam as suas falhas? Quais as técnicas que utilizam?
Quais os artifícios empregados? O que é improviso? Afinal, ele existe?
Essas são algumas das perguntas que ouvimos com mais freqüência. A maioria deseja
saber como poderá penetrar os segredos da improvisação.
Um bom improviso pode levar até uma vida inteira para ser feito. São anos de
meditação, ruminando lentamente as informações, as causas e as conseqüências de um
fato. De repente surge a oportunidade e a idéia está ali preparada para ser transmitida
fluentemente, sem titubeio. Foi improviso? Sim, foi, o orador talvez nem soubesse que iria
usar a palavra naquele momento para falar sobre aquele assunto. Mas não inventou nada
subitamente, apenas ordenou todos os pensamentos que há muito rondavam a sua mente.
A cultura, o automatismo da fala, fruto do trino e da experiência, o vocabulário pronto, a
presença de espírito, a capacidade de observação, a memória, a confiança e a coragem
são elementos essenciais para a improvisação.
De posse do conhecimento, bastará ao comunicador estabelecer um método para
organizar sua linha de raciocínio e desenvolver o tema.

A POSTURA COMO FORMA DE DEMONSTRAR SERENIDADE

A postura é um dos aspectos mais importantes da oratória pública. O público qualificará


o orador, não só por sua mensagem, mas também pela forma de apresentá-la.
O orador já deve estar preparado antes mesmo de levantar-se para falar. Eis aqui
alguns aspectos que devem ser observados:
a. Certifique-se de estar sentado comodamente da cadeira, com o busto reto para deixar
os pulmões completamente livres.
b. Evite dobrar os braços e fechar as mãos, dificultando a circulação do sangue. Deixe os
braços soltos e as mãos normalmente abertas para que o nervosismo possa sair pela
ponta dos dedos.
c. Ao levantar-se para falar, respire profundamente e vá andando calmamente, já com a
respiração normal, em direção à tribuna, balançando levemente os braços.

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d. Antes de chegar à tribuna, inspire novamente bastante ar, soltando-o levemente pela
boca. Uma vez na tribuna, assuma a CORRETA POSIÇÃO DO ORADOR.
O orador deve assumir uma postura que lhe seja cômoda. Você está assumindo a
situação e a tribuna é seu território. Assim, adote uma postura calma e tranqüila,
permaneça em um só lugar ou mova-se com naturalidade no estrado. Eis alguns conselhos
que você deve conseguir para posicionar-se corretamente:
a. Sinta os pés firmes no chão, não muito afastados um do outro e avance ligeiramente um
dos joelhos.
b. Mantenha o busto bem posto, ombros para trás, cabeça erguida para permitir ampla
ventilação dos pulmões para bem poder falar.
c. Relaxe todos os músculos, principalmente os do maxilar, o que dá uma sensação de
bem estar.
d. Deixe a boca levemente aberta como se fosse pronunciar a letra “A” enquanto olha
calmamente para toda assistência durante alguns segundos.
e. Evite toda a atividade que distrai o público, como por exemplo : caminhar de um lado
para outro, colocar os pés sobre uma cadeira, etc.
f.. Mostre-se relaxado, mas não como se precisasse de algo para apoiar-se.
g. Pode afastar-se um pouco da tribuna se o desejar, mas faça-o com um propósito
definido, como por exemplo: para aproximar-se do público ou para mostrar algo num visual
auxiliar.
A postura é uma parte importante em todo o discurso. A forma de assumir esta é algo
que você pode decidir, levando em conta o assunto que vai apresentar.

A POSIÇÃO DAS PERNAS

A falta de experiência e de segurança faz com que o orador procure refúgio através da
movimentação desordenada das pernas. Falta a palavra ou aumenta o nervosismo e está
o principiante a recuar, a afastar lateralmente as pernas, ou apoiar o corpo, ora sobre a
perna esquerda, ora sobre a direita, procurando dessa forma algum tipo de amparo. No
início, apenas como treinamento, sugerimos ficar de frente para o auditório. Plantando
sobre as suas pernas, dando bom equilíbrio ao corpo. Se verificar que o movimento a ser
realizado tem como causa a insegurança ou o nervosismo, o esforço tem de ser
redobrado, no sentido de manter a postura. Este pode parecer um desafio muito grande,
pois a movimentação é quase instintiva, mas os resultados do treinamento compensarão o
sacrifício. Os movimentos das pernas deverão surgir lentamente com objetivos
determinados, completando as mensagens e o ritmo da apresentação. De maneira geral,
as pernas deverão ficar lentamente afastadas, sem demonstrar, entretanto, a rigidez de
uma estátua. Com relação às mulheres, quando estiverem usando vestidos ou saias,
poderão colocar uma das pernas um pouco à frente da outra, é uma postura elegante,
embora deixá-las levemente afastadas também não seja errado.

O USO DAS PAUSAS

As pausas permitem que o orador respire, possa mudar o tom de voz, pense no que vai
dizer e permite que o público pense no que foi dito.
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Eis aqui algumas regras sobre pausa:
a. Faça uma pausa quando começa a falar.
b. Faça uma pausa quando for necessário pela pontuação.
c. Quando fizer uma pausa, faça-a claramente. Evite os ruídos indefinidos durante a
pausa.
d. Nunca faça uma pausa depois de uma preposição ou artigo.
e. Varie a duração das pausas.

ENTONAÇÃO E ÊNFASE

Sabemos que uma voz tediosa e pouco interessante cansa o público. Por sorte, isto
pode ser evitado com a prática. O ato de levantar e baixar o tom de voz fazem com que o
discurso seja agradável para o público. Ao preparar um discurso, trate de desenvolver
estas qualidades em sua voz. A ênfase na voz, quando usada de forma apropriada,
transmite ao ouvinte a idéia exata do que se deseja comunicar. Muitos discursos são
interpretados erroneamente porque o orador não põe ênfase em nada e deixa a
interpretação das palavras a critério do ouvinte.

A NATURALIDADE DOS GESTOS

Reinaldo Polito em seu livro “Como Falar Corretamente e sem Inibições” soube muito
bem explicar a função dos gestos na oratória.
Mesmo sabendo que a gesticulação pode ser aprendida e treinada, evitamos ensiná-
la ostensivamente em nossos cursos. Correríamos o risco de encontrar na técnica o
artificialismo do comportamento. Em comunicações nada deverá superar a naturalidade.
Recomendamos sempre não falar com as mãos nos bolsos, com os braços atrás das
costas, com os braços cruzados, apoiados constantemente sobre a tribuna, a mesa ou a
cadeira, não se apresentar com a postura do corpo indicando excesso de humildade,
curvada para frente, muito menos indicando arrogância ou prepotência, com a cabeça
levantada olhando por cima do auditório. Mesmo assim, o cuidado com essas
recomendações precisa estar presente, porque certos gestos considerados incorretos na
maioria das situações poderão ser os mais expressivos em alguns casos. Por exemplo,
recomenda-se cruzar os braços para indicar uma atitude desafiadora ou de espera,
embora seja um gesto desaconselhado para uma postura normal.
A gesticulação obedece a um processo natural, pensamos na mensagem, ao mesmo
tempo em que informamos ao corpo o movimento a ser executado, o corpo reage e só
depois pronunciamos as palavras. Por isso o gesto vem antes da palavra ou junto com ela
e não depois. Se queremos falar que levamos algo, pensamos na mensagem que é levar,
informamos o corpo sobre qual o movimento a ser executado, o corpo cumpre
naturalmente o seu papel estendendo o braço para frente, e depois pronunciamos eu levei.
Se ocorresse o contrário, ou seja, o movimento do braço depois de pronunciar a frase
haveria uma anormalidade facilmente percebida pelo ouvinte.

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O MOVIMENTO DAS MÃOS

Uma dúvida que surge é sobre o qual a posição inicial ou de descanso para os braços e
as mãos. Ficando os braços ao longo do corpo, com as mãos semi-abertas ao lado das
pernas, ou serão colocadas à frente do corpo, acima da linha da cintura, com as mãos
separadas ou mesmo juntas uma sobre a outra. Não devemos instituir uma regra fixa e
rígida para a posição inicial ou descanso dos braços e das mãos. Tanto uma quanto a
outra poderão ser consideradas corretas. Cada um deverá comportar-se da forma que
julgar mais conveniente, como sentir-se melhor e mais natural.

A POSIÇÃO DA CABEÇA

A posição da cabeça deverá guardar equilíbrio com o restante do corpo. Quando


inclinada constantemente para um dos lados, excessivamente baixa ou alta, quebra a
elegância da postura. Deve ser usada principalmente para complementar ou indicar idéias
afirmativas ou negativas.

OS DIFERENTES TIPOS DE DISCURSOS

DISCURSO ELEITORAL: É a ocasião em que o candidato pode expressar suas idéias


com respeito e organização na qual espera ser eleito e sua esperança de que terá
oportunidades de realizar melhoras.
Há candidatos em demasia que prometem o impossível e perdem, assim, a
confiança dos membros. Um discurso eleitoral deve ser planejado com muito cuidado.
Para criar confiança, o candidato deve mencionar a capacidade pessoal e os feitos
já realizados. Se já mencionou tudo isso, em folhetos distribuídos previamente, deve citar
apenas os pontos mais importantes, tendo em conta que muitos não terão visto o folheto.
Pode mencionar os pontos fracos da estrutura da organização e as falhas na
execução dos objetivos, com o fim de destacar os ramos que requerem atenção. Mas não
deve assinalar as faltas das pessoas nem de forma direta, nem velada.
O candidato deve manifestar que sua aspiração é fazer o possível para conseguir
algo de importante para os membros. Um discurso eleitoral não deve ser retórico. As
anotações devem ser levadas em cartões.
É de uma importância cuidar do tempo para não falar mais do que o estipulado e
para não aborrecer o público.

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O DISCURSO PARA ENTRETER: O discurso para entreter é divertido porque é gostoso


ser agradável e fazer os outros felizes. Todavia, pôr essa mesma razão, é um tipo de
discurso difícil. Para a maioria isto não é algo natural, mas algo que não devemos cultivar
com paciência. Eis aqui algumas idéias:
1. Seja breve, se não é naturalmente humorista.
2. Dedique-se a colecionar piadas, fatos interessantes. O humor agradável é a chave.
Contudo, deve relacionar-se de algum modo com o assunto do discurso.
3. Personalize o material. Adapte-o ao público e você. Admita como certo que as
palavras são suas e os ouvintes são seus amigos. Verifique, entre os presentes, quem está
no programa.
4. Mantenha seus comentários dentro do assunto. Não faça comentários impopulares.
Faça Comentários divertidos. Se falar de um assunto corriqueiro, procure encontrar
aspectos pouco comuns para torná-lo interessante.
5. Selecione uma idéia que o ajude a introduzir o conteúdo principal do discurso.
Encontre uma conclusão que deixe os ouvintes rindo.

DISCURSO DE DESPEDIDA:
1. Se acha que terá de pronunciar um discurso de despedida, prepare-se.
2. Manifeste que lamenta ter de deixar estas pessoas, esta organização, esta
localidade.
3. Procure não se mostrar demasiado emocionado.
4. Mencione experiências agradáveis que você tenha vivido com os que o rodeiam.
5. Diga que espera tornar a ver os presentes e peça-lhes que se comuniquem com
você.
6. Louve as pessoas com quem esteve associado.
7. Despeça-se.

DISCURSO INFORMATIVO: O discurso informativo se baseia nos fatos. É um dos mais


fáceis porque , na maioria dos casos a gente fala sobre o que se sabe e só cabe informar.
Não tem de “vender” nada nem é preciso que seja divertido. Eis aqui alguns aspectos
relativos ao discurso informativo:
1. Recorde que o importante é ver que relação o assunto tem com seus ouvintes.
Interessa a todos saber de que maneira o tema os atinge. Comece, pois o discurso,
procurando interessar o público.
2. Esclareça suas idéias e desenvolva-as ao máximo.
3. Considere que o público não conhece o tema tão bem como você. Apresente os
fatos de forma interessante. Evite, se possível, as estatísticas. Não use cifras difíceis de
compreender. Se possível, use dados pôr pessoa.
4. Para descrever algo, relacione o desconhecido com o conhecido. Compare mesmo
cifras e o tamanho relativo dos dados, com números ou objetos familiares dos ouvintes.

O DISCURSO DE MOTIVAÇÃO:
1. Elogiar é uma das melhores formas de motivar. Deve-se elogiar, em público, não
em particular. O uso do nome da pessoa também é importante.
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2. Deve-se elogiar o sucesso e não o indivíduo, e o sucesso deve ser avaliado em
comparação com normas e não com os esforços de outras pessoas. Isto evitará a inveja, a
suspeita de favoritismo e o protecionismo.
3. Deve-se pedir assistência e assessoramento adicionais.
4. Se for necessário criticar para que não volte a acontecer algo, deve-se falá-lo em
particular. O que deve criticar são os métodos ou os resultados, nunca a intenção.

DISCURSO DE ACEITAÇÃO:
1. Trate de estar preparado para a possibilidade de que tenha de aceitar um brinde,
um cargo ou uma honraria (isto é ser prudente, não presunçoso).
2. Mostre-se humilde. Se conseguiu algum êxito, provavelmente tenha recebido a
ajuda de muitas pessoas.
3. Agradeça o brinde, cargo ou honraria durante o discurso.
4. Agradeça à pessoa que o entrega, pela maneira e pelo espírito com que o
entrega.
5. Agradeça a organização, ao grupo ou à pessoa que tenha feito o possível para
que você recebesse o brinde, a honraria ou o cargo.
6. Elogie a quem o tenha ajudado.
7. Indique o significado especial que tem aquilo que tiverem entregue a você ou a
instituição ou grupo que representa.
8. Expresse novamente seus agradecimentos.

DISCURSO DE BOAS-VINDAS:
1. Defina à pessoa, grupo ou organização que oferece as boas-vindas. Assegure-se
de que sabe bem o nome.
2. Descreva à pessoa ou organização a quem se deseja as boas-vindas. Verifique
se sabe bem o nome.
3. Estabeleça relação entre aquele que chega e os reunidos.
4. Expresse as boas-vindas oficiais.
5. Faça com que o recém vindo se sinta à vontade. Sirva de elemento de ligação
entre os amigos antigos e os novos. Mostre-se cordial e generoso.

RESPOSTA ÀS BOAS- VINDAS:


1. Pense na possibilidade de que o recebam com um discurso e prepare-se.
2. Agradeça a quem tiver pronunciado o discurso de boas-vindas e ressalte (se
for oportuno)sua posição como representante de um grupo ou organização.
3. Expresse agradecimentos pela honraria de que tiver sido objeto.
4. Mostre-se desejoso de reunir-se com os que lhe tenham apresentado as boas-
vindas e indique que espera estabelecer relações amistosas e prolongadas com eles.
5. Seja discreto. Não esqueça a todos e a tudo que tiver conhecido e experimentado
antes.
6. Seja breve.

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DISCURSO DE PERSUASÃO: O discurso de persuasão é um dos mais difíceis. O objetivo
deste tipo de discurso é de convencer o público para que compre um produto ou uma
idéia.
1. Não desagrade os ouvintes com seus comentários iniciais. Se lhe parece que há
um ambiente hostil, faça comentários com os quais eles estarão de acordo.
2. Procure não parecer dogmático. Qualquer assunto pode ser visto sob diversos
ângulos. Prove seus pontos de vista com exemplos que sejam familiares ao público. Use
anedotas para ilustrar seus pontos de vista.
3. Trate de influir no lado emotivo das pessoas. Diga algo que motive o público a
raciocinar.
4. Adote uma medida amistosa.
5. Use palavras de conciliação. Sua forma de apresentar as idéias deve despertar
emoções, sua causa deve ser legítima. A persuasão deve ser parte do discurso quando o
escreve. A não ser que o discurso trate de assunto capaz de conseguir o apoio do
público, a forma de apresentá-lo não terá grande efeito. Lembre que deseja atingir a
mente dos ouvintes e não apenas seus ouvidos. Seu discurso não deve apenas descrever
o que você deseja que se faça, mas também deve despertar o desejo de fazê-lo. Pode
conseguí-lo expressando o objetivo de forma positiva, original e entusiasta.
Eis aqui algumas sugestões adicionais que podem ser úteis:
1. Mostre que existe um problema ou que se precisa corrigir uma situação.
2. Explique os elementos essenciais do problema ou os diversos aspectos da
situação.
3. Informe a respeito de insucessos anteriores.
4. Mostre porque se poderá solucionar o problema na forma em que você propõe.

DISCURSO DE RECONHECIMENTO:
1. Descreva a honra, o cargo e o favor que vai fazer e a razão pela qual se vai fá-lo.
Assinale as qualidades específicas e os serviços oferecidos pela pessoa ou pessoas as
quais serão honradas. Assegure-se de pronunciar bem os nomes.
2. Estabeleça a relação entre a honra, o cargo e o favor e aquele que o recebe.
3. Expresse a satisfação do doador.
4. Não se exceda nos elogios, mas ofereça todo o crédito que cada pessoa
merece. Em muitos casos, uma pessoa pode receber uma honraria em nome de um
grupo.
5. Seja breve.
6. Faça a entrega da prenda, do cargo ou da honraria.

DISCURSO DO TRIUNFADOR:
1. Deve antecipar o triunfo.
2. Não aparente surpresa. Você devia ter tido a intenção de triunfar. Todavia,
demonstre alegria e satisfação.
3. Elogie, ao máximo, os perdedores, destacando o quanto estiveram próximos da
vitória, quanto e como se esforçaram, etc. O dirigente da equipe deve indicar que o triunfo
foi conseguido graças ao esforço de todo o grupo.
4. Tribute reconhecimentos à esposa, ao esposo ou aos pais.
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oratória
5. Agradeça ao patrocinador pôr tornar o evento possível.
6. Se várias pessoas ou organizações tiverem prestado ajuda, é muito melhor
expressar agradecimento a “todos que tiverem ajudado” que mencioná-lo individualmente.
Uma omissão poderia ser desastrosa.
7. Não é preciso falar mais, a não ser para manifestar mais uma vez a alegria de ter
triunfado.

DISCURSO DO PERDEDOR:
1. Em geral o perdedor deve reconhecer a vitória do ganhador.
2. Deve enfatizar que fez o melhor possível e que a satisfação de saber que fez o
que pôde, já é um prêmio em si.
3. Deve agradecer aos assistentes pela atenção e terminar desejando toda
felicidade ao triunfador.

DISCURSO DE BOAS-NOVAS:
1. O orador deve mostrar-se cheio de entusiasmo e informar que sente sumamente
feliz pôr dar notícias que agradarão a maioria, senão a todos.
2. A seguir deve explicar rapidamente as boas novas.

DISCURSO DE MÁS NOTÍCIAS:

1. Deve-se pronunciá-lo sem humor e, se possível, sem demasiada emoção. Convém


iniciar com frase como: “Lamento ter que ser eu quem deve dizer-lhes ...”
2. Umas poucas palavras sobre as causas e as circunstâncias do evento também
são convenientes para permitir avalanche de perguntas ou o início de rumores infundados.

EXERCÍCIOS

PRIMEIRA VEZ: Qual a sua impressão sobre a leitura de um livro, de um artigo de


revista ou jornal. Tempo: 02 minutos.
Mencione o livro, revista ou jornal e autor da publicação. Descreva-nos primeiramente o
conteúdo do livro ou artigo e a seguir dê-nos sua opinião pessoal. O auditório gosta de
ouvir a opinião pessoal do orador. Tenha sempre presente em sua memória quando tiver
que preparar uma comunicação ou discurso:
A. Uma boa apresentação para atrair desde logo a atenção do público.
B. Uma boa exposição para interessar vivamente aos que ouvem.
C. E finalmente, uma conclusão pessoal e convincente.
A oratória é a arte de atrair, interessar, para CONVENCER.
SEGUNDA VEZ: Qual a maior lição ou experiência que recebi na vida.
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oratória
Tempo: 02 minutos.
TERCEIRA VEZ: Suba à tribuna e um dos seu colegas lhe dará um tema para que você
fale durante 01 minuto.

O QUE AGRADA E DESAGRADA O PÚBLICO

O fato de que você seja um orador não quer dizer que capte automaticamente a atenção e
o interesse do público. Como a maioria das pessoas, as que escutam, desejam que você
as trate bem, esperam que respeite a hora que lhes oferecem ao pedir-lhe que você fosse
o orador. Elas têm este direito. Eis aqui algumas normas para que você não decepcione
seu público.

AO PÚBLICO AGRADA:
A. Palavras conhecidas mas não vulgares. Empregue palavras que não sejam estranhas
a você e ao público.
B. Frases simples. Use orações curtas, com pausas freqüentes. Isto permite que o público
capte as idéias uma a uma. A simplicidade deve ser seu guia.
C. Conhecimento da matéria. Não tente falar sobre algo com o que não esteja plenamente
familiarizado.
D. Oradores não se excedem no tempo que lhe foi designado. Mostre respeito ao público
terminando seu discurso dentro do tempo estipulado.
E. Sinceridade. Não finja. O público percebe quando o estão enganando.
F. Entusiasmo. Deixe seu entusiasmo reluzir. Nunca se criticou um orador pôr ser
entusiasta.

AO PÚBLICO DESAGRADA:
A. Demora antes que se comece a tratar o assunto.
B. Discursos muito longos.
C. Muito material com muitos detalhes irritantes.
D. Uma voz desagradável: dura, monótona, muito baixa, vacilante, confusa.
Não esqueça que o tempo é importante para o público. Empregue menos palavras e
apresente mais idéias. É essencial que module bem a voz para que o público aceite com
agrado o discurso. Fixe-se todo o tempo nas reações dos ouvintes. Se mostrarem
enjoados, diga-lhes que terminará logo seu discurso e comece a fazê-lo.

EXERCÍCIOS

PRIMEIRA VEZ: O que entendo pôr Relações Humanas e Públicas.


Tempo: 02 minutos.

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oratória
SEGUNDA VEZ: Fale-nos de um problema que atinge sua cidade e tente convencer seus
colegas a se preocuparem também com ele.
Tempo: 03 minutos.
TERCEIRA VEZ: Suba à tribuna e um dos seus colegas lhe dará um tema para que você
fale durante 02 minutos.

GESTOS

Os gestos contribuem para o êxito e o fracasso de um discurso. Podem ser considerados


o “toque final” do discurso.
Os gestos devem ser:
A. Naturais - devem estar de acordo com as idéias e palavras do orador.
B. Espontâneos - não devem parecer artificiais e planejados.
C. Pouco freqüentes - Não fale com as mãos. A voz é sua arma principal. Os gestos
simplesmente ajudam a destacar as idéias transmitidas pela voz. Utilize gestos
significativos.

EVITE:

A. Colocar as mãos nos bolsos ou mexer com moedas.


B. Balançar-se para trás e para frente nos calcanhares.
C. Utilizar gestos inúteis, como coçar o nariz, as orelhas, os olhos ou a cabeça, quando
lhe faltarem palavras. Estes gestos se transformam em hábitos e diminuem o efeito de
suas palavras. Mostre-se natural.
Se você não utilizar de forma correta os gestos, o público esquecerá imediatamente sua
voz e seu rosto e se concentrará em suas mãos, tentando, talvez, adivinhar qual será seu
próximo gesto e não prestando atenção à sua mensagem.
Ao tratarmos de postura que as mãos devem ficar penduradas livremente ao lado do
corpo. Ali estão prontas para os gestos que devem começar para cima e terminar onde
começaram. Não mova as mãos a não ser que haja motivo para fazê-lo.

EXERCICIO :

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oratória

Leia em voz alta as seguintes frases, pronunciando nitidamente cada palavra:

1. A gata amarrada arranha a aranha.


2. Quando cooperamos com aqueles que cooperam conosco, conseguimos
grandes conceitos.
3. As jóias de Joana jazem na jarra jogada da jangada girando do riacho
Jucarecaí cheio de jacarés.
4. O político pede para a polícia prender o pipoqueiro pulando o muro do parque
privativo.
5. No quarto do quartel a quartinha quebrou quando Querino queria colocar
quatro quadros.
6. O rato roeu a roupa da Rainha Rita de Roma e o Rei Rui de raiva rasgou o
resto.
7. Eu vi um tigre com três tigrinhos correndo no meio do trigo.
8. A aranha arranha a rata, a rata arranha a aranha.
9. Dentro do país estão os pais, os filhos dos pais que estão no país que amanhã
serão os futuros pais do país.
10. Comprei uma arara rara em Araraquara.
11. Agarra com garra a arara rara de Araraquara.
12. Num ninho de mafagafos, três mafagafinhos há. Quem mafagafar três
mafagafinhos, bom mafagafinhador será.
13. O Riacho Jucuí, desemboca no Rio Jaguaratinguetaí de Jaguaratinguetá, nas
encostas do Jaguaratiririca.
14. A mulher pensava que seu estado era grave, mas ela não sabia que era
grávido seu estado de gravidez.
15. Um tigre, dois tigres, três tigres, quatro tigres, cinco tigres, seis tigres e sete
tigrinhos.
16. Não deixe o NÃO desanimá-lo, para não entrar em desânimo, senão o NÃO
trará forças negativas.
17. O globo glacial conglomera no Congo.
18. Toco preto, porco crespo.
19. Um papo de pata dentro de um prato de prata.
20. Debaixo da pipa tem um pinto. Quando o pinto pia, a pipa pinga.
21. Faça refresco de frutas frescas e frita frango na fritadeira.
22. O prato prateado é do prezado padrinho.
23. A lagarta ataca a aranha.
24. Cabelos cobriam corpos cálidos caídos em carrancudas candentes.
25. A câmara capta o gato que correu à correnteza quebrando a cabeça.
26. O capenga cangaceiro capengava na capoeira do cangaço.

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27. Dagoberto doutor descreve dezenas de doutrinas e dogmas, adotando o
doutoramento dele editado.
28. Gaivotas graciosas ganhavam agasalhos na grácil grama do gramado.
29. Guerrilheiros guerreavam na guerra dos guetos.
30. Agradável agraciação agradou ao agraciado agradecido.
31. A grade da gruta grande de Creta cravada de crisântemos aglomerados.
32. Carlos caça crocodilos, caracóis, cangurus que contornam o caudaloso canal, a
catarata e a comporta.
33. Xuxa! A Sasha fez xixi no chão da sala.
34. Três pratos de trigo para três tigres tristes.
35. O original nunca se desoriginou e nem nunca se desoriginalizará.
36. Qual é o doce que é mais doce que o doce de batata doce? Respondi que o
doce que é mais doce que o doce de batata doce é o doce que é feito com o doce
do doce de batata doce.
37. Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não
sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos
se somos sabedores.
38. O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo
respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do
tempo é o tempo que o tempo tem.
39. Em baixo da pia tem um pinto que pia, quanto mais a pia pinga mais o pinto
pia!
40. A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio não sabia
que o sabiá não sabia que a sábia
41. Perlustrando patética petição produzida pela postulante, prevemos
possibilidade para pervencê-la porquanto perecem pressupostos primários
permissíveis para propugnar pelo presente pleito pois prejulgamos pugna pretárita
perfeitíssima.
42. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com
ornitologista, ornitologista com otorrinolaringolog ista, porque ornitorrinco, é
ornitorrinco, ornitologista, é ornitologista, e otorrinolaringologista é
otorrinolaringologista.
43. Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos.

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Verbo Tagarelar no Futuro do Pretérito

Eu tagarelaria
Tu tagarelarias
Ele tagarelaria
Nós tagarelariamos
Vós tagarelarieis
Eles tagarelariam

Jabuticabeira
Do livro Trava-língua; Ciça; RJ; Nova Fronteira, 1986.

- Jabuticabeira pequenina,
Quando te
despequeninajabuticabeirarizarás tu?
-Eu me
despequeninajabuticabeirarizarei
ao
se
despequeninajabuticabeirarizarem
todas as pequeninas jabuticabeiras
ainda
não
despequeninajabuticabeirarizarão.

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APRESENTAÇÕES BEM PLANEJADAS

O SUCESSO DE UMA APRESENTAÇÃO COMEÇA COM BOM


PLANEJAMENTO

Você tem um tema excelente para apresentar. O assunto vai bem ao encontro do
interesse dos ouvintes. É garantia de sucesso!
Não necessariamente. Saiba que ter um bom assunto é fundamental para você se
sair bem numa apresentação, mas planejar de maneira adequada o conteúdo da fala pode
ser mais importante.
Na verdade tudo é relevante quando você pretende ser bem sucedido diante da
platéia. Além da mensagem, vários outros aspectos precisam ser considerados: voz na
medida certa, com bom volume, velocidade adequada, ritmo expressivo, pronuncia bem
articulada, vocabulário próprio para o entendimento do público, postura elegante e
gesticulação harmoniosa.
Entretanto, de nada adiantará caprichar em todos estes aspectos se você não fizer
um bom planejamento da apresentação.
Estou chamando a atenção para esse cuidado porque de maneira geral, as
pessoas não sabem como planejar as apresentações de forma lógica, persuasiva e
eficiente. Julgam que basta ter um bom conteúdo para obter sucesso em suas exposições.
Se a mensagem não estiver sustentada em um conteúdo consistente, você não
teria como se apresentar em público. Mas, de nada adiantará ter a posse desse
conhecimento se não houver concatenação organizada de raciocínio.
Por isso, vou passar a vocês um roteiro bastante simples e que dá ótimos
resultados no planejamento de qualquer tipo de apresentação. Seja para entabular uma
conversa informal, ministrar uma palestra, fazer a exposição de um produto ou projeto, ou
proferir uma complexa conferência.

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oratória
Além da utilidade para a comunicação oral, estas orientações são úteis também
para escrever todos os tipos de mensagens, desde simples relatório na vida corporativa,
até projetos acadêmicos ou profissional.
Se prestar atenção e ficar concentrado nas palavras de um orador, normalmente já
é bastante complicado, o que dizer então quando uma pessoa se apresenta sem organizar
de maneira correta a seqüência da fala.
Chega a ser desestimulante para os ouvintes. Alguns oradores transformam suas
apresentações num verdadeiro caleidoscópio. Depois de muito tempo fazendo
considerações periféricas a respeito do tema, quando você espera que finalmente vão
entrar no assunto dão marcha ré, coçam a cabeça, reviram os olhos, com aquela
expressão de quem está viajando no tempo e começam a contar histórias da infância ou
da cidade natal.
Mais adiante quando a hora é boa para concluir, pegam de novo a ponta do novelo
e voltam a falar tudo o que já haviam desenvolvido no assunto central, repetindo com
pormenores os mesmos argumentos, como se as informações fossem inéditas e
constituíssem uma grande novidade para o público.
E, uma grande surpresa!

No instante em que seria preciso esclarecer pontos essenciais da matéria-fazem


cara de missão cumprida, recolhem as anotações da mesa ou da tribuna e ponto final,
concluem de forma abrupta e inesperada, passando a sensação de que outros capítulos
ainda deveriam ser desenvolvidos.
Na maioria dos casos, as apresentações não possuem seqüência lógica e bem
ordenada porque não são bem planejadas. E o aspecto mais curioso nessa história toda é
que pouca gente sabe que a ordem usada para planejar uma apresentação deve ser
diferente da seqüência da exposição.
Vamos observar algumas regrinhas que ajudam a planejar bem qualquer tipo de
apresentação, desde um simples bate papo com amigos até a mais importante
conferência. Não é nada muito complicado e você verá que tudo segue uma lógica fácil de
ser percebida.

 DEIXE O COMEÇO PARA O FINAL

Esta talvez seja uma das dicas mais importantes para planejar bem uma
apresentação - nada de iniciar o planejamento da fala pela introdução. A maioria comete o
erro de iniciar o plano da exposição elaborando em primeiro lugar o que pretende transmitir
no começo.
É fácil deduzir que você só poderá saber como deverá ser o início depois de estar
consciente do assunto que irá abordar e dos objetivos que pretende atingir.
Talvez pareça estranho para alguns, mas a introdução deverá ser planejada em
último lugar, depois mesmo da conclusão, quando já souber qual o trajeto que a
mensagem seguirá e quais as barreiras e desafios que precisará superar durante a
exposição.

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A introdução só poderá ser preparada de forma adequada quando você já souber
quem serão os ouvintes, que informações possuem sobre a matéria e se irão ou não
levantar resistências com relação a você ou ao tema em exposição.
Por isso, ao planejar as etapas da apresentação leve em conta inicialmente o tema
que irá abordar e deixe a introdução e a conclusão para o final.

PASSO 1 – IDENTIFIQUE O ASSUNTO

Para que uma apresentação seja bem planejada, sua primeira atitude deve ser a de
identificar qual o assunto que pretende desenvolver.Acredite muitas pessoas falam em
público sem ter noção clara sobre o assunto que irão expor.
Por exemplo estarão certas de que falarão sobre rentabilidade das operações
quando na verdade esse era apenas um dos aspectos de um assunto mais abrangente-
planejamento estratégico.
Depois que você identificar qual é o assunto, elabore a linha de argumentação que
pretende utilizar - estatísticas, pesquisas, estudos técnicos e científicos, teses, exemplos,
comparações, testemunhos.
Dica especial: inicie a organização dos argumentos escolhendo para o início um
que seja bom, e na seqüência vá pela ordem crescente, desde o mais frágil até chegar a
aquele que considere irrefutável.
Para descobrir que tipo de resistência poderá encontrar, imagine como você
reagiria se estivesse no lugar dos ouvintes. Na posição deles como se sentiria diante da
proposta que você irá apresentar. Tente deduzir que objeções eles poderiam levantar
contra os argumentos e prepara-se para refutá-las de maneira conveniente.

IDENTIFIQUE OS OBJETIVOS

Quero alertá-lo para o fato de que você ainda está no assunto central, no primeiro
passo do planejamento. Após identificar o assunto descubra que objetivo o motivou a se
apresentar. Sugerir soluções para um problema? Ou comunicar uma novidade?
Descobriu? Agora você já está pronto para planejar o segundo passo de sua
apresentação.

 PASSO 2 - FACILITE A COMPREENÇÃO DOS OUVINTES

Lembre-se você precisa pensar com a cabeça dos ouvintes. Por isso, procure
deduzir que informações eles ainda não possuem e o que poderia ser feito para ajudá-los
a compreender melhor a mensagem. O fato de você saber qual é o conteúdo da sua
exposição não significa que os ouvintes também já saibam. De maneira geral não só não
sabem como precisam ser bem orientados para que possam compreender o assunto que
irão ouvir.

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Para facilitar a compreensão dos ouvintes revele a eles qual o assunto que irá
expor e esclareça qual o problema que precisa ser solucionado. Se você deseja discorrer
sobre um assunto novo, sobre o qual eles não estejam devidamente inteirados, faça um
retrospecto, um histórico mostrando como os fatos evoluíram no transcorrer do tempo até
chegar ao momento presente.
Note que essas informações só serão possíveis depois de você ter cumprido o
primeiro passo do planejamento, isto é, ter identificado qual é o assunto e quais são os
objetivos da apresentação.

 PASSO 3 – FINALMENTE A CONCLUSÃO E A INTRODUÇÃO

Neste momento você já está em condições de planejar como fará a conclusão,


levando os ouvintes a refletir ou agir de acordo com a sua mensagem ou sua proposta. E
depois de ter organizado todas as etapas da apresentação você finalmente poderá decidir
pela melhor introdução.
Sabendo agora qual será a seqüência da exposição e as dificuldades que deverá
suplantar, estará em condições de planejar o início da apresentação. Estará consciente de
como deverá agir para afastar desde o princípio as resistências dos ouvintes e conquistar a
atenção e a simpatia de todos.
A partir desse planejamento simples você irá ordenar melhor o seu pensamento e
possibilitará que o ouvinte acompanhe sem esforço toda a seqüência do discurso.
Com tudo planejado, é só ir para frente do público e começar a falar pelo começo.

BIBLIOGRAFIA

WEILl, Pierre. Relações humanas na família e no trabalho. Ed. Vozes, 1971.

OLIVEIRA, Marques. Como persuadir falando. Ed. Tecnoprint

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POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. Ed. Saraiva, 1988.
______ Gestos e postura para falar melhor.Ed. Saraiva, 1987.
______ Vencer. Edição 92, 2007.

MILHAM, Dick. Caris-mágica para falar em público. Ed. Record, 1980.

NUTLEY, Grace Stuart. Conversar e convencer. Ed. Record.

BUENO, Silveira. A arte de falar em público. Ed. Brasilivros, 1987.

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