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IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL – IPB

JUNTA REGIONAL DE EDUCAÇÃO TEOLOGICA – JURET


SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO NORTE – SPN
CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA

SEM. WANDERVAN JOSÉ VICENTE MOUZINHO

RESENHA DO LIVRO

“ESCRITA CRIATIVA”

RECIFE - PE

JUNHO, 2021
RESENHA

Livro: “Escrita Criativa da Ideia ao Texto”

Resenha apresentada ao professor Rev. José


Roberto de Souza, cumprindo o trabalho
requerido pela disciplina de Metodologia
Científica para a segunda avaliação.
Resenha

Wandervan José Vicente Mouzinho

Marchioni, Rubens. Escrita Criativa da ideia ao texto. São Paulo: Contexto, 2018.

Rubens Marchioni é publicitário, jornalista, escritor e palestrante. Estudou Filosofia.


Cursou pós-graduação em Propaganda na Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM). Profissional de treinamento, com grande experiência em ministrar cursos e palestras
para diferentes públicos, além de dar assessoria em comunicação escrita. Publicou artigos no
jornal O Estado de S. Paulo e na revista Mercado Global, da Rede Globo, e é autor de
diversos livros. Sendo eles: “Criatividade e Redação”, “A Conquista” e “Escrita Criativa”.

Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa-se o baixo índice de aprovação
em provas que contenham redações. Segundo uma pesquisa feita pelo G1, registra-se uma
queda no número de candidatos que alcançaram a nota mil na redação do Enem nos últimos
três anos. Marchioni, traz em seu livro “Escrita Criativa” ferramentas que irão auxiliar na
elaboração de um texto, desenvolvidas em duas partes, criatividade e redação. Abrangendo
métodos para ampliar a criatividade, uma escrita atraente e regras da língua portuguesa.

Na primeira parte, apresenta a criatividade como “a arte de pensar de maneira


diferente para encontrar caminhos inesperados” (pag. 15). Ele explica utilizando a figura de
um escultor que enxerga a imagem na pedra após aventurar-se nela. Partindo do princípio que
para o escritor alcançar uma “escrita criativa”, precisará mergulhar no mundo das ideias.
Além disso, o autor aconselha o leitor a começar pensando em si mesmo. Ele esclarece
citando alguns exemplos: “no que diz respeito a acessórios pessoais, como roupas e calçados,
convém preferir aqueles que o deixem à vontade” (pag. 18). Acrescenta-se também, a escolha
de um ambiente que permita o máximo de conforto.

A originalidade é traduzida por Marchioni como um ato de ousadia e coragem, que


deve estar presente na vida do escritor. Ele prossegue, dizendo: “Originalidade é exatamente o
oposto de clichê – palavra, expressão ou construção que perdeu o sentido pelo excesso de
uso.” E recomenda “em vez de usar clichês antigos, renove-os e crie afirmações originais”
(pag. 21). Entretanto, pensamentos negativos criarão barreiras que impedirão o surgimento de
novas ideias. Por isso “...fuja desses monstros que abortam ou sacrificam ideias recém-
nascidas” (pag. 23). Citando por exemplo: “rotina e acomodação”, “manutenção do status”,
“medo do ridículo”, “intolerância para o novo” e “imediatismo” (pag. 23,24).

Com certeza, outro ponto que é imprescindível para se obter uma “escrita criativa” é o
de traçar metas, conforme destaca Marchioni. Que comentando a respeito do livro “Ansiedade
de informação: como transformar informação em compreensão”, de Richard Saul Wurm,
quando trata da necessidade de ter um objetivo e como isso pode desviar a atenção; ele vai
acrescentar que “certamente isso provoca uma paralisação geral no processo criativo, que
empaca” (pag. 27). Mas se não conseguir estabelecer uma meta, Marchioni recomenda uma
brincadeira que poderá resultar no descobrimento de um objetivo, que é o de perguntar “às
coisas o que elas desejam ser” (pag. 27).

Some-se a isso, a prática utilizada por muitos escritores de fazerem anotações, para
então começar o trabalho. O autor orienta para estarmos atentos aos incidentes que podem
ocorrer durante o nosso cotidiano, pois eles irão colocar “sal para realçar o sabor de uma
ideia” (pag. 47). Portanto devemos anotar tudo, porque “a prática de fazer anotações amplia as
possibilidades de criar e escrever com mais qualidade” (pag. 34). Isso irá requerer muito
trabalho duro e disciplina, até que seu objetivo seja alcançado. Sem a utilização dessa prática,
ele alerta que pode resultar em frustração.

Em adição ao que já foi dito, é incluída a atitude de ousadia e enfrentamento das


dificuldades. Argumentando sobre a fala da escritora Eudora Welty sobre a “sacola de medos”
que todos carregam, é sugerido para que haja progresso na escrita, descartar os medos para
longe de si. Mais adiante ele aborda sobre a importância de exercitar a imaginação “para
fortalecer os músculos da criatividade” (pag. 50). E como poderemos nos surpreender com os
frutos de todo esse esforço. Em seguida sobre o uso de metáforas e como elas poderão
enriquecer o texto, e com base no que Wurman diz, “usar palavras de um quadro de referência
em outro produz uma nova luz e novos significados” (pag. 50). Ele entende que facilitará a
compreensão do texto.

Falando ainda sobre criatividade, o autor explica o conceito de brainstorming e como


ela pode ajudar a solucionar problemas. Brainstorming é definido como a “reunião de pessoas
envolvidas na busca de solução de um problema” (pag. 53). Possuindo regras que cooperam
para o bom andamento do trabalho, tendo como a principal “quantidade gera qualidade” (pag.
53). Ele a traduz como deixar o juiz de lado para que não venha impedir o andamento com
seus juízos precipitados. Dessa forma ele afirma: “livres da pressão do juiz, ficamos mais à
vontade para dizer que no brainstorming, todas as ideias são válidas, merecem se anotadas”
(pag. 53).

Para ser criativo, não deve esperar que a inspiração seja a chave que abrirá a caixinha
de ideias, ao passo que o escritor aguarda sossegado que ela apareça. Recomenda-se que a
inspiração esteja casada com o esforço, isto é, nenhuma criatividade vem como resultado de
inspiração sem trabalho árduo. Resumindo, “...é preciso um intenso investimento no
desenvolvimento da técnica, por meio do trabalho duro, que inclui pesquisar e escrever.
Escrever muito. Reescrever muito mais.” (pag. 59)

Na segunda parte, vai tratar da escrita sob o título “redação” (pag. 72). Onde interpreta
a escrita como sendo “...a arte de convencer pessoas, ainda que nosso objetivo seja convencê-
las de que não devem convencer-se de coisa alguma” (pag. 74). Marchioni afirma ser esta,
uma técnica que transmite melhor as ideias. Continua o autor, dizendo: “a fórmula segue
quatro etapas na conquista do leitor: obter a atenção, atrair o interesse, despertar o desejo e
levar à ação” (pag. 75). Acerca do medo de escrever, ele a caracteriza como uma “ferramenta
poderosa”, desde que o encare como “desafios que precisam ser superados para alcançar um
objetivo” (pag. 75).

Marchioni acredita que ser escritor é uma vocação que não há como fugir. Porque,
defende ele, “ninguém começa a escrever por acaso” (pag. 79). Compreendendo também, que
é pela escrita que os sentimentos do autor são expressos, isto é, nela as coisas que “...o
escritor viu, ouviu ou sentiu...” (pag. 79), vai ganhando forma e chega ao seu publico. Do
mesmo modo, o talento é algo que está presente na vida do escritor, porém, se não preservado,
será de todo “desperdiçado”. Assim a suma está não só na “habilidade de escrever, mas a
insistência em fazê-lo” (pag. 80).

Depois de citar William Faulkner, que diz: “você já deve ter ouvido sobre uma velha
fórmula, segundo a qual toda criação é fruto de 5% de talento, e outros 95% de disciplina,
trabalho. É isso mesmo. Nada a esse respeito, foi mudado” (pag. 87). O autor vai afirmar que:

“Segundo ele, escrever é algo delicioso. Mas lembra que não há nada de
mágico em tudo isso. Nenhum resultado satisfatório vai surgir sem trabalho
sério, determinação. Portanto, essa é uma boa oportunidade para lembrar o
perigo de esperar que sua agenda, sua família, seus amigos, professores,
chefes etc. o liberem para escrever, autorizando-o para essa tarefa. Como
você sabe, eles não o farão. Ou você inventa o tempo ou não produz. É a
vida.” (pag. 87)
Dessa forma, um bom planejamento será seu aliado antes de começar a escrever,
porque quando se tem um roteiro do que será escrito, você sentirá segurança em continuar.
Por outro lado, há escritores que não fazem uso desse recurso, preferindo assim, dá liberdade
para a imaginação. Contudo, Marchioni defende “a importância de se elaborar um plano antes
de começar a trabalhar. Ainda que seja o plano de não ter plano algum” (pag. 90).

Também é abordado na segunda parte, regras gramaticais que são necessárias na


construção do texto. Percorrendo sobre o uso de substantivos para fortalecer os argumentos,
pois como ele exemplifica: “se alguém afirma que determinado objeto de escrita é uma
caneta, o leitor não tem como contestar a proposição. A partir do momento em que defende
que aquela é uma caneta bonita, adjetivando-a, abre-se espaço para contestações...” (pag.
115). Por isso ele orienta a construir os argumentos com substantivos, pois os adjetivos
tendem a enfraquecer os pressupostos. Somando a isso, encontramos regras de pontuação, uso
do verbo, coesão, coerência e concisão etc.

Considerando que o índice de desempenho na escrita dos candidatos à universidade


submetidos a redações é baixo, recomendo a leitura desta obra a todos que terminaram o 2º
grau do ensino médio, e querem ingressar no meio acadêmico. Pois ela fornecerá material
para o progresso destes na elaboração de textos, como resenhas, artigos, monografias etc. A
obra possui uma linguagem de fácil compreensão, técnicas que facilitam o desenvolvimento
de ideias e dicas para se alcançar uma boa escrita. Uma leitura proveitosa, não cansativa e
bastante construtiva, que enriquecerá a sua mente com métodos usados por escritores
profissionais.

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