Você está na página 1de 25

ANAMNESE PSICOLÓGICA

Profa. Nair Fatima Nunes Garcia

ANAMNESE

1
ANAMNESE
O interrogatório de pacientes (anamnese) é um método
adotado desde a Grécia Clássica; tal prática já visava naquela
ocasião, aliviar o sofrimento das pessoas enfermas. Foi
apenas no último século, que a anamnese e o exame físico,
nos moldes que conhecemos, foram recomendados com
interesse diagnóstico.

2
◼ Estrutura formal da História
Condição da entrevista:Início da entrevista:
◼ 1. Apresente-se nominalmente
◼ 2. De um aperto de mão, explique o que vai fazer.
◼ 3. Assegure privacidade e sossego.
◼ 4. Encorajamento narrativo
◼ 5. Organização cronológica dos fatos
◼ 6. Síntese
◼ 7. Fechamento da entrevista com esclarecimentos apropriados
◼ 8. Explique sempre o que vai fazer - o passo seguinte
◼ 9. Roupa adequada (uniforme)
◼ 10.Linguagem corporal adequada
◼ 11.Contatos oculares e físicos (naturais)
◼ 12.Encorajamento narrativo - Mostre iniciativa!
◼ 13.Senso de humor e interesse
◼ 14.Uso do silêncio em questões polêmicas

33
Alguns aspectos da entrevista
◼ Há, ainda, confusão maior quando formulamos perguntas de
maneira complexa, onde a inclusão de termos técnicos propicia a
erros de interpretação. Não se esqueça que a maioria dos
diagnósticos só é obtida quando conseguimos uma descrição
precisa das queixas referidas pelo paciente. Toda informação
obtida numa anamnese tem dois componentes: um cognitivo e o
outro afetivo ou emocional.

44
Alguns aspectos da entrrevista
◼ Informações prestadas pelos pais e/ou
responsáveis imprecisas: fatores emocionais,
baixo nível sócio cultural, pais que trabalham,
deixam a criança ao cuidado de terceiros ou
irmãos, supervalorização da queixa.Lembrar que
dados de referência do desenvolvimento podem
conduzir a erros, p. ex., “ela fala de tudo”.Estamos
frente a um sistema em evolução, e a doença,
incidindo em determinado momento, pode
determinar parada e/ou involução desse
desenvolvimento.
55
Informações
◼ Antecedentes pessoais
◼ Antecedentes familiares

6
◼ A entrevista é a técnica que permite o acesso às representações mais
pessoais dos sujeitos: história, conflitos, representações, crenças, sonhos,
fantasmas, acontecimentos vividos, etc.

◼ A entrevista é uma técnica de investigação científica em psicologia, sendo


um instrumento fundamental do método clínico.

77
Entrevista psicológica
◼ Bleger (1987) diz a “entrevista psicológica é uma relação, com características
particulares, que se estabelece entre duas ou mais pessoas. O específico ou
particular dessa relação reside em que um dos integrantes é um técnico da
psicologia que deve actuar nesse papel, e o outro ou os outros, necessitam de
sua intervenção técnica. Porém, isso é um ponto fundamental, o técnico não só
utiliza em entrevista seus conhecimentos psicológicos para aplicá-los ao
entrevistado, como também esta aplicação se produz precisamente através de
seu próprio comportamento no decorrer da entrevista.

88
Entrevista psicológica
◼ No atendimento a adultos trabalha-se com seus
desejos sem recorrer aos pais do paciente para
esclarecer qualquer questão; porém, quando o
atendimento é direcionado às crianças deve-se ter
em mente que o trabalho com os pais é inseparável
da análise dos filhos. Caso contrário, pode haver
fracassos porque a criança se vê entre sua saúde
mental e a de seus pais, ou seja, abandonar o
sintoma pode desestruturar as defesas dos pais e,
conseqüentemente, deslocar o sofrimento.

99
O Papel da família
◼ Nota-se a valorização do papel da família
como promotora de saúde entre seus
membros ou também de perturbações, com
autores que argumentam que disfunções na
família podem ocasionar sintomas nos seus
integrantes (DOLTO, 1980; MANNONI, 1980;
WINNICOTT, 1971; ARZENO, 1995; GOMES,
1998; ZORNIG, 2001).

1010
O papel da família
◼ Com idéias similares, Arzeno (1995) propõe a inclusão da entrevista
familiar diagnóstica no psicodiagnóstico infantil ao compreender que “o
sintoma da criança é o emergente de um sistema intra-psíquico que
está, por sua vez, inserido no esquema familiar também doente”
(Arzeno, 1995, p. 167).
◼ quando: não há condições de mudança da patologia familiar e a
criança seria considerada como a única culpada pela disfunção; a
melhora pode ocasionar descompensação de outro membro da
família; os pais reforçam, de forma inconsciente, a sintomatologia do
filho (Arzeno, 1995).

1111
O papel da família
◼ Nos casos em que a “doença”da família emerge via sintoma da criança, defende-
se a inclusão de outro terapeuta que se encarrega dos pais (Ferro, 1995) e para
Zornig (2001), não é possível excluir os pais da análise de seus filhos, já que “o
sintoma da criança desenrola-se nos interstícios do discurso parental”.

1212
O papel da família
◼ De acordo com Motta (2008), nas propostas de
intervenções com os pais de crianças em psicoterapia, o
psicólogo, ao desenvolver o trabalho de orientação de
pais, exerce a função de conter angústias, tanto as da
criança quanto a dos pais. Ao terem suas angústias
contidas pelo terapeuta, isto é, ao terem suas angústias
ameaçadoras ou turbulentas transformadas em
apaziguamento e compreensão (insight), os pais
podem, por identificação com o terapeuta,
desempenhá-la junto ao filho. (MOTTA, p. 122)

1313
O papel da família
◼ A família é o espaço de
acolhimento e saúde, conforme
defende Winnicott (1971), mas
nem sempre as famílias
apresentam as condições para um
bom desenvolvimento de seus
integrantes.

1414
O papel da família
◼ Para que esta orientação pudesse
ajudar no processo lúdico da criança, é
importante que os pais possam se
desenvolver emocionalmente,
trabalhando com questões da dinâmica
mãe-pai-filho. Quando isto não foi feito,
compreende-se que o foco no próprio
adulto e nas suas vivências pessoais é
necessário.

1515

◼ A triagem de cada caso consiste em cinco sessões:


entrevista inicial com os pais da criança, sessão lúdica
com a criança, entrevista familiar diagnóstica com
todos os moradores da casa e duas sessões de
devolutiva, uma com os pais e outra com a criança.

1616
◼ A última etapa do processo de triagem
interventiva, realizada pe corresponde à
devolução de informação, tanto com os pais
quanto com a criança. A devolutiva tem como
principal objetivo a transmissão, a restituição
de informação diagnóstica e prognóstica
discriminada e dosificada, relacionada com a
capacidade egóica dos destinatários.

17
Devolutiva
◼ Ressalta-se, também, a possibilidade de se
observar a resposta verbal e pré-verbal do
paciente e de seus pais diante da recepção da
mensagem do psicólogo, informação esta que
possibilita uma síntese acertada do caso e a
emissão de um diagnóstico/prognóstico com
maior base de certeza, na busca de oferecer
um atendimento terapêutico mais adequado
(Ocampo, Arzeno & Piccolo, 1974/1995).

18
Sessão familiar
◼ A Psicanálise Winnicottiana baseia-se na
crença de que o viver criativo está ligado à
saúde. Winnicott propôs as Consultas
Terapêuticas, quando a psicoterapia não era
possível e a pessoa poderia ser ajudada com
poucos encontros. Criou o Jogo do Rabisco,
no qual o contato entre terapeuta e paciente
ocorre por meio de desenhos.

19
Artepsicoterapia – Sessão
familiar
◼ O emprego da Arteterapia como
facilitadora da comunicação de
pensamentos e sentimentos no setting
e nos limites e alcances desta forma de
terapia.

20
Artepsicoterapia
◼ A Arteterapia pôde ser uma facilitadora
do processo psicoterapêutico das
famílias, pois minimiza resistências e
amplia o entendimento do grupo, com
maiores ganhos proporcionados pela
intervenção.

21
BENEFICIOS DA PARTICIPAÇAO DOS
PAIS NA PSICOTERAPIA DA CRIANÇA

◼ Os terapeutas precisam dos pais para obter


informações sobre a história cotidiana,
relacional e educacional da criança, para
monitorar suas mudanças enquanto o
tratamento progride e para promover
mudanças de padrões no ambiente que
permitam que o tratamento obtenha o efeito
pretendido.

22
◼ Outro benefício de incluir os pais no tratamento é a
possibilidade de intervir quando a ansiedade
provocadora do sintoma está localizada tanto na criança
e nos pais quanto no vínculo entre eles. Esse é o
argumento de Dugmore23 para incluir os pais em todas
as sessões do tratamento de crianças com problemas de
sono. Segundo o autor, a pesquisa pediátrica demonstra
que as medicações não têm sido efetivas no manejo em
longo prazo da maioria dos problemas de sono, o que
faz com que se considerem os pais como o agente de
mudança.

23
Aspectos transferenciais
◼ 1) as atitudes dos pais em relaçao ao terapeuta e ao
tratamento tendem a ser consistentemente positivas;
◼ 2) os pais sentem que a terapia de seus filhos está
funcionando;
◼ 3) os pensamentos dos pais sobre o terapeuta de seus
filhos sao geralmente acompanhados por sentimentos
positivos;
◼ 4) pais de crianças com sintomatologia depressiva têm
menor chance de apresentarem atitudes positivas
quanto ao terapeuta e à terapia, enquanto a percepçãoo
de necessidade de tratamento para a criança tende a
aumentar as atitudes positivas.

24
25

Você também pode gostar