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RESUMO

Suzana Herculano-Houzel neurocientista, mostrar mostra em seu livro que as


transformações que vão ocorrem no cérebro dos adolescentes é algo muito além de
alterações hormonais, pois ocorrem alterações neurológicas e químicas, as mesmas
de certa forma vão ter e marcar com grande relevância a forma de como os
adolescentes vão se comportar e pensar.

Em primeiro lugar, no primeiro capítulo que tem por título “Tudo começa no
cérebro: O hipotálamo e a vez dos hormônios” a autora expressa que a
adolescência é a transição do cérebro de criança para o cérebro de adulto, sendo
assim, ela é inevitável. Para que a adolescência de fato tenha início, a mesma cita
que é importante que tenha gordura suficiente acumulada no corpo, isso se deve
por dois motivos principais: o crescimento pôndero-estatural e o custo energético
de uma gravidez e lactação.

Ademais, é necessário haver essa reserva energética necessária caso o


contrário ou em excesso a puberdade pode ser adiada ou adiantada. Esse processo
de informação tem como agente o hormônio leptina produzido pelos adipócitos,
esse hormônio em quantidade suficiente vai permitir o início da adolescência pelo
hipotálamo. Então os hormônios sexuais são produzidos pelas gônadas sob o
controle do hipotálamo. Os pulsos hipotalâmicos de GnRH são de grande
importância ao gerar a liberação de gonadotropinas pela glândula pituitária. Os
hormônios atuam deixando o cérebro mais sensível a sexualidade. Além desse
aspecto, também há a atração que ocorre através do olfato pela ação dos
feromônios na via vomeronasal. Tanto a testosterona quanto o estrógeno induz a
sensibilização da via vomeronasal para que ocorra o interesse sexual. E por fim, no
primeiro capítulo também é ressaltado o marco da descoberta do sexo pelos
adolescentes, é algo que era para ser normal de ser conversado entre os pais, mas
se torna um tabu, é destacado também o acesso a pornografia entre os
adolescentes, a maioria meninos, já que a mulher sofre com uma grande
discriminação a respeito da sexualidade.

No segundo capítulo que tem por título “Tá vindo de onde, tá indo para
onde?” A autora descreve que as etapas necessárias para conquistar a
independência adulta é organizada pelo cérebro, já o cérebro dos adolescentes
é diferente das outras fases da vida, o mesmo apresenta o mesmo número
total de neurônios, no entanto ele sofre muitas mudanças químicas e reorganização
estrutural. O ambiente e especialmente os pais influenciam, tanto positivamente
quanto negativamente durante essa transformação. O que de fato vai alterar nessa
fase são as sinapses (conexões entre os neurônios), que durante a infância
aumentam significativamente, caracterizando a etapa de exuberância sinápticas (o
excesso de sinapses costuma ser considerado matéria-prima para o
desenvolvimento das habilidades cognitivas: ele oferece um mundo de
possibilidades nas diferentes combinações estabelecidas entre neurônios. A
eliminação das sinapses excedentes é feita de acordo com a experiência: as
sinapses mais usadas são selecionadas e mantidas, enquanto as pouco usadas
enfraquecem e são eliminadas, numa espécie de “lei da selva” cerebral: use suas
sinapses ou percas. É a eliminação ordenada, no entanto, que permite a formação
de circuitos bem ajustados e eficientes). Na adolescência são eliminadas as
conexões em excesso, como em um processo de lapidação, onde a eliminação
ordenada das sinapses é feita devido às experiências pessoais, outras
transformações incluem a mielinização, aumento da substância branca sub cortical e
diminuição da substância cinzenta e núcleos da base. O cérebro só fica pronto aos
30 anos de idade.

O capítulo “De estabanados e desengonçados a atletas


olímpicos”, é bastante citado o córtex e com base no que a autora escreveu faz
sentido que a redução na substância cinzenta do córtex parietal comece cedo, na
época em que o corpo do adolescente muda e atinge sua conformação adulta. É
preciso que a imagem do corpo no cérebro se ajuste à nova realidade, uns 30
centímetros mais alta e de novas proporções, mas feito isso, o córtex parietal é
“seco” e passa pela limpeza sináptica que o coloca no estado adulto. Ao mesmo
tempo, a limpeza adolescente nos núcleos da base talvez ajude a “cristalizar” as
habilidades motoras aprendidas na infância.

É de grande validez ressaltar que com o rápido crescimento corporal, que


ocorre das extremidades para o centro, obrigando o cérebro a ajustar seus mapas
sensório-motores repentinamente. As diferentes informações somestésicas, visuais,
auditivas e vestibulares vão sendo alinhadas para se ajustar ao novo corpo,
enquanto isso é natural o adolescente estranhar a sua imagem no espelho. Para
auxiliar a nova realidade corporal duas atividades ajudam: olhar-se por mais tempo
no espelho e praticar esporte, o qual ajuda o adolescente a descobrir todas as
possibilidades do corpo em desenvolvimento.
No quarto capítulo que tem por título “Mais estímulos, mais riscos, mais
drogas, mais tudo e agora!”, Suzana Herculano-Houzel vai explicar que o
sistema de recompensa é o conjunto de estruturas no cérebro que vai ser
responsáveis por premiar com prazer ou bem-estar aqueles comportamentos que
acabaram de se mostrar úteis ou interessantes. Com o auxílio da memória de
prazeres passados e baseado na imaginação de prazeres futuros, o mesmo sistema
mais tarde avalia a satisfação que pode ser obtida com qualquer tipo de atividade. É
a ativação do sistema de recompensa que fornece ao cérebro o prazer de um beijo,
um bom livro, a música do ídolo da vez, ou uma barra de chocolate. Quanto maior é
a ativação do sistema, maior é o prazer obtido depois do feito, maior será o prazer
antecipado só de pensar no que se considera fazer portanto, maior será também a
probabilidade de fazer aquilo de novo. A ativação do sistema de recompensa é o
que nos faz querer mais de tudo o que foi ou pode ser bom. Contudo essa questão
de “Ativar o sistema de recompensa” significa aumentar o funcionamento de dois de
seus componentes mais importantes: a área tegmentar ventral e o estriado ventral. A
primeira recebe dos sentidos informações sobre o que está acontecendo com o
corpo, e recebe do córtex pré-frontal, na parte da frente do cérebro, informações
sobre as intenções que guiaram o comportamento atual. Se detectam que algo
interessante acabou de acontecer (por exemplo, o comportamento atingiu seu
objetivo, ou ao contrário, produziu algo de novo ou surpreendente), os neurônios da
área tegmentar ventral despejam dopamina sobre os do estriado ventral.

Contudo pode-se tirar como aprendizagem desde capítulo que grande parte
das alterações vividas na adolescência são devido as alterações no sistema de
recompensa, que nesta fase vai se torna muito mais difícil de ser ativado. Esse
sistema está diretamente relacionado ao nível de dopamina e seus receptores
(diminuídos na adolescência), de modo que o adolescente irá buscar
atividades cada vez mais intensas e com maior liberação de dopamina para ativar o
seu sistema de recompensa satisfatoriamente. As alterações neste sistema também
ficam evidentes, por exemplo, com o tédio, que é um dos sinais mais confiáveis que
o sistema de recompensa da criança entrou em declínio. O estresse reduz ainda
mais os receptores dopaminérgicos e predizem a um maior risco de estabelecer
vícios com álcool e drogas. O adolescente nesta fase, por uma supervalorização do
novo e por um engajamento em relações não familiares, além de uma busca natural
pelo prazer obtido através do sexo, nem tudo que ocorre é prejudicial ao sistema de
recompensa, uma vida social bem ajustada aumenta o número de receptores, a
atividade física fortalece a atividade dopaminérgica e o sistema torna-se mais
sensível aos hormônios produzidos em resposta ao contato social, principalmente os
produzidos durante o orgasmo. Por tanto, apesar de drásticas, a autora destaca que
essas mudanças são normais e cumprem uma função essencial no processo de
formação de um adulto independente. Com o passar dos anos essas alterações
de comportamento cedem com o amadurecimento cerebral e apesar de haver
um número reduzido de receptores dopaminérgicos, há uma maior liberação de
dopamina e tudo se equilibra.

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