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GOIÂNIA
2019
ELRICK DE OLIVEIRA LOURENÇO
GOIÂNIA
2019
Agradecimentos
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 14
2. REVISÃO TEÓRICA ....................................................................................................................... 17
2.1 Reforma Gerencial da Administração Pública ............................................................................ 17
2.1.1 Tipos de Processo ................................................................................................................. 18
2.1.2 Processo Administrativo na Gestão Pública Brasileira ........................................................ 20
2.1.3 Processo Eletrônico Nacional – PEN e o desenvolvimento do SEI .................................... 22
2.2 Sistema Eletrônico de Informações - SEI.................................................................................... 23
2.2.1 A Evolução e os Benefícios dos Sistemas de Informação .................................................... 24
2.3 Avaliação dos Sistemas de Informação ....................................................................................... 27
2.4 Hipóteses da Pesquisa e Modelo Teórico .................................................................................... 33
3 MÉTODO........................................................................................................................................... 36
3.1 Amostra e Instrumento de coleta de dados.................................................................................. 36
3.2 Análise dos Dados ....................................................................................................................... 37
4 RESULTADOS .................................................................................................................................. 41
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................................. 50
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 54
APÊNDICE I ........................................................................................................................................ 60
ANEXO I ...............................................................................................................................................61
RESUMO
A informatização dos processos administrativos tem sido um dos grandes desafios da gestão
pública. No Brasil, buscou-se uma solução de TI utilizada com êxito na administração judiciária
para viabilizar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) em todas as esferas do setor público
brasileiro. Sendo assim, a pesquisa teve como objetivo avaliar o SEI em uma instituição pública
federal de ensino superior, a partir das dimensões do modelo Delone e McLean (2003) e
adaptado por Wang e Liao (2008) a fim de verificar se tal sistema poderia ser considerado um
sucesso no setor público. Os resultados foram testados através de hipóteses que demonstraram
um impacto significativo da qualidade da informação e qualidade do sistema no seu uso.
Atestaram ainda que a qualidade do serviço tem forte relação com a satisfação do usuário, sendo
que o uso do sistema e a satisfação do usuário são fatores determinantes para percepção dos
benefícios gerados pelo SEI.
Palavras-chave: Nova Gestão Pública, Processo Administrativo Eletrônico, Avaliação dos
Sistemas de Informação, SEI, Modelo de Sucesso de SI DeLone e McLean
ABSTRACT
The computerization of administrative processes has been one of the great challenges of public
management. In Brazil, an IT solution was successfully used in the judicial administration to
enable the Electronic Information System (SEI) in all spheres of the Brazilian public sector.
Thus, the research aimed to evaluate the SEI in a federal public institution of higher education,
based on the dimensions of the Delone and McLean model (2003) and adapted by Wang and
Liao (2008) in order to verify if such a system could be considered a success in the public sector.
The results were tested through hypotheses that demonstrated a significant impact of the quality
of the information and quality of the system in its use. They also affirmed that the quality of the
service has a strong relationship with user satisfaction, and the use of the system and user
satisfaction are determining factors for the perception of the benefits generated by the SEI.
1.INTRODUÇÃO
Devido a revolução tecnológica que se vive nos dias de hoje, cada vez mais o
volume de informações geradas, processadas e disseminadas aumentam, exigindo uma rápida
resposta das organizações, sendo necessária a informatização dos processos tanto no setor
privado quanto no setor público (PEREIRA et al., 2015).
Mesmo nos países mais desenvolvidos as dificuldades na gestão e informatização
de processos ainda é uma realidade a ser enfrentada (GREENWOOD; BOCKWEG, 2012)
principalmente no setor público, pois a morosidade, a falta de transparência e a lentidão dos
processos aparecem como problemas recorrentes (KERN, 2011) que afetam não somente a
gestão dos processos dos órgãos envolvidos, mas sobretudo o cotidiano dos cidadãos que
necessitam de um Estado cada vez mais eficaz e eficiente no fornecimento dos serviços públicos
(BRESSER PEREIRA, 2008).
No Brasil, várias propostas para melhoria da gestão dos processos no setor público
surgiu no poder judiciário que percebeu a necessidade da utilização de sistemas informatizados,
virtualização dos processos e interligação mais célere com advogados, cartórios, tribunais,
varas e juizados especiais (HESS, 2010).
Devido ao êxito da implantação do processo eletrônico judicial em grande parte da
administração judiciária brasileira (KERN, 2011) e buscando solucionar os problemas na gestão
de processos administrativos e consequente lentidão na prestação dos serviços, em 2013 foi
lançada no Brasil uma política governamental denominada Processo Eletrônico Nacional
(PEN).
Tal política foi uma iniciativa conjunta do Ministério do Planejamento, órgãos e
entidades do governo federal com objetivo de consolidar uma infraestrutura pública de
processos eletrônicos administrativos, que poderia ser utilizada por qualquer ente federativo,
da administração direta ou indireta, independentemente de sua área de atuação (AMARAL;
UCHOA 2014).
Sendo assim, o Sistema Eletrônico de Informações - SEI, foi o escolhido para
viabilizar o PEN, por ter sido desenvolvido com software livre pelo Tribunal Regional Federal
da 4ª Região (TRF4) no ano de 2009. O SEI foi então considerado uma plataforma inovadora
que desvincula o papel como suporte físico dos processos e compartilha informações de forma
segura e em tempo real (AMARAL; UCHOA 2014).
15
2. REVISÃO TEÓRICA
O SEI foi desenvolvido em 2009 pelo TRF4 a partir da experiência que o tribunal
possuía na implantação total do processo judicial eletrônico. A ideia inicial dos
desenvolvedores do SEI consistia em implementar uma plataforma de processo administrativo
semelhante ao processo judicial, mas que atendesse as necessidades de uso do próprio tribunal
levando em consideração às especificidades das atividades administrativas exercidas pelo
órgão. A iniciativa teve êxito e foi implementado no fim de 2010 em todas subseções do
Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4, 2011).
Quanto aos aspectos legais, a implementação do SEI auxiliou no cumprimento dos
requisitos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 – conhecida como Lei de Acesso à
Informação, pois uma qualidade mencionada do Sistema consiste na facilidade de utilização
por meio de uma navegação intuitiva, e o acesso por meio de microcomputadores, notebooks e
outros dispositivos móveis como tablets e smartphones. A plataforma foi concebida totalmente
para utilização na Web por meio de navegadores como: Firefox, Chrome, Internet Explorer e
Safari e disponibilizado para diversos sistemas operacionais (Windows, Linux, IOS e Android)
(AMARAL; UCHÔA, 2014).
Com isso, o SEI além de ser gratuito, intuitivo e com boa acessibilidade, conseguiu
conciliar a acessibilidade do usuário com a segurança das informações, pela exigência de senhas
conforme a classificação de sigilo do processo ou dos documentos nele contidos (AMARAL;
UCHÔA, 2014).
O SEI possui tecnologias que normalmente estão presentes em um Software de
Gerenciamento Eletrônico de Documentos - GED, tais como: repositórios, indexação, gestão
de documentos. Todavia, os criadores do SEI não tiveram a preocupação de desenvolvê-lo ou
24
classificá-lo a partir de um tipo de software específico, mas sim buscar uma ferramenta que
possuísse funcionalidades e recursos que promovam a eficiência administrativa (MPDG, 2014)
e inovação por meio do uso de tecnologia (MEDEIROS, 2015).
Dimensão Definição
Custo Economia de custos para o usuário
quando usa o sistema
Tempo Economia de tempo para o usuário quando usa o sistema
Comunicação Método eficiente de comunicação com o governo
Interação Autonomia para receber serviços públicos sem ter que interagir com
os servidores
Controle Capacidade de exercer controle pessoal sobre o serviço
Conveniência Capacidade de receber o serviço como e quando quiser
do usuário, ou seja, para que um Sistema de Informação possa ter sucesso na organização, o
mesmo deve impactar positivamente o indivíduo. Para isso, primeiramente a tecnologia deve
ser utilizada e consequentemente deve ter um bom ajuste com as tarefas do empregado.
(GOODHUE; THOMPSOM, 1995).
Apesar de modelos como o TAM e TTF, apresentarem soluções para mensuração
do sucesso dos Sistemas de Informação e sua relação com o usuário, o modelo que ganhou mais
notoriedade neste período, ficou conhecido como D&M IS Success(1992), pois conseguiu
abranger mais variáveis explicativas, sendo objeto, por mais de uma década, de vários estudos
que atestaram sua validade e confiabilidade (WANG; LIAO, 2008).
O modelo teórico D&M IS Success foi construído através da revisão da literatura,
cujo objetivo era estabelecer a variável dependente denominada Sucesso do Sistema de
Informação e as variáveis independentes que auxiliariam na compreensão do modelo, sendo
testado por mais de 200 pesquisadores em 10 anos, que buscaram validar ou questionar as
dimensões do sucesso de um Sistema de Informação (DELONE; MCLEAN, 2003).
Os constructos estavam relacionados à qualidade da informação, a qualidade do
sistema, o uso, a satisfação do usuário e consequentemente os impactos individuais e os
impactos organizacionais (WANG; LIAO, 2008), conforme mostra a figura 1.
A qualidade do sistema foi estabelecida pelos fatores de facilidade de uso,
funcionalidade, confiabilidade, flexibilidade, qualidade de dados, portabilidade, integração e
importância. A qualidade da informação foi estabelecida em termos de precisão, pontualidade,
integridade, relevância e consistência. O uso do sistema foi compreendido pela frequência de
uso, tempo de uso, número de acessos, padrão de uso e dependência. (DELONE; MCLEAN,
2003).
Com isso, os impactos individuais relacionados aos fatores de qualidade do
ambiente de trabalho, desempenho no trabalho, capacidade de tomada de decisão e eficácia no
trabalho, teriam impacto positivo não somente para o empregado, sobretudo para as
organizações (DELONE; MCLEAN, 2003).
29
O modelo D&M IS Success (1992) foi revisado e atualizado em 2003, tendo como
parâmetro o avanço tecnológico dos sistemas de informação, principalmente a expansão da
internet e o E-commerce. Sendo assim, a qualidade foi estabelecida em três dimensões, sendo
adicionada às duas anteriores (informações e sistema) a qualidade do serviço, conforme
apresentado na figura 2 (DELONE; MCLEAN, 2003).
3 MÉTODO
Os dados foram obtidos por meio de um survey aplicado junto aos técnicos
administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG), na regional de Goiânia, composta
pelos campus: Samambaia, Colemar Natal e Silva e Aparecida de Goiânia.
Os técnicos administrativos foram o alvo da aplicação do questionário pela
utilização do SEI em atividades como: protocolo, tramitação de documentos oficiais, processos
de contratação, licitação, registro acadêmico, registro funcional, assinatura digital, entre outras.
Desta forma, a amostra participante foi representada pela população dos servidores técnico-
administrativos, gestores dos órgãos administrativos e unidades acadêmicas, que totalizava
2452 servidores administrativos ativos em 2017, conforme relatório de gestão da UFG,
disponível no site da instituição (UFG, 2017).
O questionário (apêndice 1) foi desenvolvido a partir da revisão de literatura e teve
como base principal as pesquisas anteriores desenvolvidas por Wang e Liao (2008), Van Cauter
(2017) e Ojo (2017), que validaram o modelo Delone e McLean (2003) no contexto da gestão
pública em diferentes países. Desta forma, os itens e dimensões encontrados nesses estudos
foram traduzidos e adaptados aos objetivos e benefícios esperados pelo SEI.
Para mensuração intervalar, o questionário foi construído com escala Likert de sete
pontos, em virtude da sua facilidade de aplicação e tratamento estatístico (MORAES et al.
2006), cujo grau de variação foi compreendido entre “discordo totalmente” e “concordo
totalmente”.
37
forma simultânea dos efeitos diretos, indiretos e totais; e considera os erros de mensuração
relacionadas às variáveis latentes e observadas (FARIAS; SANTOS, 2000; HAIR JR., 2014).
Outra característica importante da MEE consiste na necessidade de conhecimento
teórico a priori das relações entre as medidas observadas e os fatores subjacentes (BYRNE,
2016). Sendo assim, Kline (2011) destaca seis etapas básicas para a aplicação da MEE: 1)
Especificação do modelo, 2) Identificação do modelo 3), Seleção e mensuração dos dados, 4)
Estimação do modelo 5) Reespecificação do modelo, 6) Relato dos resultados obtidos,
conforme figura 5.
Figura 5
- Principais etapas da MEE
4 RESULTADOS
O questionário aplicado teve como resultado 103 respondentes referente à
população dos servidores administrativos da UFG, o que correspondeu a uma taxa de resposta
de aproximadamente 20%. Os dados sociodemográficos dos participantes da pesquisa podem
ser verificados na tabela 2:
Dados Sociodemográficos
Escolaridade Distribuição %
Fundamental - -
Médio 4 4
Superior 18 17
Especialização 48 47
Mestrado/Doutorado 33 32
Total 103 100
de respondentes em ambos departamentos pode ser explicado pela grande utilização do SEI nas
rotinas de trabalho dos servidores.
Apesar da importância da apresentação do perfil dos respondentes com auxílio da
estatística descritiva, foi necessário, a fim de aprofundar as conclusões, a aplicação de análise
multivariada para testar as hipóteses, desta forma então foi realizada a execução da MEE.
Todas as etapas descritas na seção anterior, necessárias para execução da MEE em
conjunto com a AFC, foram seguidas. Inicialmente, o modelo especificado foi testado e
identificado no software.
Apesar de ser significativo e apresentar índice do Qui-quadrado adequado em
relação aos graus de liberdade (CMIN/DF = 2,8), outros índices de ajuste como: GFI, CFI e
RMSEA apresentaram valores insatisfatórios de 0,72; 0,74; e 0,13, respectivamente, sendo
valores recomendados para GFI e CFI maiores que 0,9 e RMSEA menor que 0,08. Foi
necessária então seguir a etapa de “reespecificação” para um melhor ajuste do modelo.
Nesta etapa, verificou-se que as variáveis latentes e1, e2 que medem os erros
referentes às variáveis observadas QI4 e QI3; e também e14, e15 dos erros referentes às
variáveis observadas U1 e U2, possuíam grande correlação. Assim, com intuito de melhorar o
ajuste foram inseridas setas de pontas duplas entre esses termos de erro (HOOPER et al. , 2008)
e o modelo obteve melhor ajuste, com diminuição do CMIN/DF para 1,99, o índice de ajuste
global GFI aumentando para 0,77, o índice de ajuste comparativo CFI indo para 0,86 e RMSEA
geral diminuindo para 0,099 podendo ser considerado até mesmo 0,08 dentro do intervalo de
confiança. Sendo assim, índices de qualidade do ajuste foram aceitos por apresentarem valores
exatos ou bem próximos aos recomendados por Byrne (2012).
Tabela 3
PARSIMONY- ADJUSTED
MEASURES
PRATIO PNFI PCFI
Default model ,848 ,644 ,729
Saturated model ,000 ,000 ,000
Independence model 1,000 ,000 ,000
Tabela 6 - Covariâncias
Estimate
F1 <--> F2 ,275
F2 <--> F3 ,564
F1 <--> F3 ,488
e14 <--> e15 ,866
e1 <--> e2 ,388
explicado, por exemplo, pela relação não significativa entre a variável “qualidade da
informação” na variável “satisfação do usuário” do SEI.
Tal resultado contrariou os achados dos outros estudos da área, como os de Wang
e Liao (2008); Ojo (2017); Van Cauter et al. (2017); Cho et al. (2017), pois nesses casos todos
confirmaram que a “qualidade da informação” influenciou positivamente a “satisfação do
usuário”.
Uma possível explicação para a ocorrência dessa situação no presente estudo se
deve as variáveis observadas “acurácia” e o “tempo” de resposta das informações geradas pelo
SEI, que tem cargas fatoriais baixas (0,46 e 0,41 respectivamente) se comparada as demais,
sendo estes alguns dos aspectos a serem melhorados para que os usuários do sistema
desempenhem melhor suas funções e, consequentemente, fiquem mais satisfeitos.
Outra possível explicação da não influência da “qualidade da informação” na
“satisfação do usuário”, pode estar relacionada ao pouco tempo de implantação do SEI
(aproximadamente 1 ano e 4 meses) na UFG, que demanda tempo de adaptação e mudança de
cultura organizacional. Sendo que provavelmente alguns servidores ainda preferem consultar
as informações no processo físico ou se sintam mais seguros e satisfeitos com as informações
descritas no papel.
Outra hipótese não suportada, demonstrou relação não significativa entre a variável
“qualidade do sistema” e a variável “satisfação do usuário” do SEI. Esse resultado também
contrariou os achados dos outros estudos da área, como os de Wang e Liao (2008); Ojo (2017);
Van Cauter et al. (2017); Cho et al. (2017), pois os resultados destas pesquisas confirmaram
que a “qualidade do sistema” influenciou positivamente a “satisfação do usuário”.
Uma possível explicação para o fato, consiste na baixa carga fatorial da variável
observada “performance” (0,30) do SEI, pois em alguns momentos o sistema pode não ser
rápido o suficiente e/ou apresentar falhas. Sendo fatores que possivelmente geram a não
satisfação pelos usuários.
Mesmo que muitos servidores não estejam insatisfeitos com a “qualidade do
sistema”, pode ser que grandes expectativas tenham sido geradas com a chegada de um novo
sistema na instituição, e provavelmente as entregas proporcionadas pelo SEI ainda não foram
suficientes em relação ao que se esperava incialmente.
Quanto a variável “qualidade do serviço” verificou-se um coeficiente de 0,55 em
relação a variável “satisfação do usuário”, ou seja teve um impacto positivo. Sendo assim, a
52
hipótese não suportada, que se refere a não significância entre a variável “qualidade do serviço”
em relação ao “uso” do SEI. Indica que apesar do sistema estar sendo utilizado, a “qualidade
do serviço” tem tido um efeito direto maior na “satisfação do usuário” do que no “uso” do SEI.
Além os resultados citados, verificou-se também que hipóteses similares
relacionadas as variáveis do “uso”, “satisfação do usuário” e” benefícios”, já haviam sido
suportadas em outras pesquisas no setor público (WANG; LIAO, 2008; VAN CAUTER et al.,
2017), confirmando assim a validade dos constructos quando aplicados no contexto da UFG.
Em relação ao “uso” do SEI observou-se que tem propiciado a realização de tarefas
de forma mais rápida, o desempenho do empregado tem sido melhor, gerando assim facilidade
nas atividades diárias, conforme verificado pelos resultados das cargas fatoriais das variáveis
observadas: “economiza tempo”, “desempenho” e “facilita o trabalho” (0,67; 0,95 e 0,91,
respectivamente).
Isso gera mais eficiência na entrega dos serviços públicos, através de sistema que
propicie: economia do tempo, facilidade de recuperação da informação e melhora no
desempenho (SCOTT et al., 2015). Estes fatores têm proporcionado usuários mais satisfeitos,
com um sistema que atende suas expectativas, sendo a utilização do SEI recomendada por parte
significativa dos usuários, resultado confirmado pela alta carga fatorial (0,86) da variável
“recomendação”.
Em termos gerais, os servidores perceberam que o sistema tem proporcionado a
redução de custos operacionais. Além disso, o SEI melhorou a publicidade dos processos, pois
através da digitalização e facilidade do envio e recepção dos documentos, o acompanhamento
tanto por parte dos servidores quanto do público externo foi ampliado. Outro benefício
significativo percebido pelos usuários do SEI foi a redução de insumos relacionados à
impressão que tem contribuído com a sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, o SEI foi
importante na otimização dos processos da atividade meio para o cumprimento eficiente da
finalidade da administração pública.
Em relação às expectativas que a administração brasileira e, consequentemente a
administração da universidade, tinham em relação a PEN e ao uso do SEI, observou-se que a
implementação do sistema teve êxito, afinal, os níveis de “benefícios percebidos” e a
“satisfação do usuário” foram satisfatórios dentre os usuários.
53
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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60
APÊNDICE I
Qualidade da
Questões
informação 1 2 3 4 5 6 7
O SEI fornece informações precisas que você necessita (WANG;
QI1 - Precisão LIAO, 2008).
QI2 -
Suficiência O SEI fornece informações suficientes (WANG; LIAO, 2008).
Em geral, as informações no sistema estão atualizadas (VAN
QI3- Acurácia CAUTER et al., 2017).
QI4-Tempo O SEI gera informações em tempo hábil (OJO, 2017).
Qualidade do
sistema
QSI1 - O SEI tem boa performance (por exemplo, rápido o suficiente,
Performance sem falhas) (VAN CAUTER et al., 2017).
QSI2 -
Facilidade no
uso O SEI é fácil de usar (VAN CAUTER et al., 2017).
QSI3- Aprender
a usar Aprender a usar o SEI é fácil (VAN CAUTER et al., 2017).
Qualidade do
serviço
Quando você tem um problema, o serviço de suporte do SEI
QSE1 - mostra um sincero interesse em resolvê-lo (WANG; LIAO,
Confiabilidade 2008).
QSE2 - Você se sente seguro em suas transações com o SEI (WANG;
Segurança LIAO, 2008).
Tenho a sensação de que o desenvolvedor do SEI mostra sincero
interesse em entender minhas necessidades específicas (VAN
QSE3- Empatia CAUTER et al., 2017).
Uso
U1 -
Dependência Você é depende do SEI no seu trabalho (WANG; LIAO, 2008).
U2 - Frequência A frequência de utilização do SEI é alta (WANG; LIAO, 2008).
U3 - Economiza Uso do SEI me permite realizar tarefas mais rapidamente (OJO,
tempo 2017).
U4- O uso do SEI melhorou meu desempenho no trabalho (OJO,
Desempenho 2017).
U5- Facilita o
trabalho O uso do SEI tornou meu trabalho mais fácil (OJO, 2017).
Satisfação do
usuário
SU1 - Satisfação
pessoal Você está satisfeito com o SEI (WANG; LIAO, 2008).
SU2 -
Efetividade O SEI atendeu às suas expectativas (WANG; LIAO, 2008).
SU3 -
Recomendação Você recomendaria o SEI (VAN CAUTER et al., 2017).
Benefícios
B1 - Redução de
custos O SEI propicia redução de custo operacional (PEN).
61
ANEXO I
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64
65