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do Pensamento Matemático
Ana Márcia Fernandes Tucci de Carvalho
Magna Natália Marin Pires
Marilda Trecenti Gomes
2009
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© 2005-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autoriza-
ção por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0159-0
CDD 501
Conhecimento lógico-matemático..................................... 45
Conhecimento físico................................................................................................................. 45
Conhecimento social................................................................................................................ 45
Conhecimento lógico-matemático...................................................................................... 46
Abstração empírica e abstração reflexiva.......................................................................... 47
O jogo............................................................................................................................................. 49
Os decimais...............................................................................109
Comparação entre decimais................................................................................................111
Operações com decimais......................................................................................................112
Introdução à Estatística.........................................................189
Avaliação em Matemática....................................................201
Os problemas da solução:dificuldades
com a metodologia da “resolução de problemas”.......243
Os desafios da metodologia da resolução de problemas.........................................243
Problemas com a metodologiada resolução de problemas.....................................244
Gabarito......................................................................................283
Referências.................................................................................297
Caro Estudante
Essa obra aborda diversos conteúdos matemáticos que são trabalhados
nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A intenção das autoras é fazer uma
reflexão, junto aos futuros professores destas séries, de forma a possibilitar a com-
preensão de conceitos e significados presentes nos referidos conteúdos.
Os cinco últimos capítulos discutem questões que, de algum modo, podem difi-
cultar o ensino-aprendizagem da Matemática.
O vigésimo e último capítulo, Por que (-1) x (-1) =1? aborda operações com núme-
ros inteiros e discute algumas dificuldades encontradas para demonstrar alguns resulta-
dos nesse campo da matemática.
Ao tratar das questões descritas anteriormente, o objetivo é que você, futuro pro-
fessor, possa se embasar teoricamente para poder desenvolver a educação matemática
na sala de aula.
As Autoras
Thomas Butts
Ao propor essas questões, o professor deve estar atento aos problemas mate-
máticos que não têm como objetivo encontrar uma resposta numérica e, mesmo
que se encontre essa resposta, é apenas um ponto intermediário nesse processo.
Assim, é essencial uma interpretação ou uma análise da questão a ser resolvida.
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Resolução de problemas
O que é um problema?
Saviani (1999) coloca que uma questão por si só não caracteriza um proble-
ma, mesmo que sua resposta seja desconhecida. O que caracteriza um problema
é aquela questão cuja resposta, além de não ser conhecida, deseja-se conhecer.
Exercícios de reconhecimento
Esse tipo de exercício verifica apenas se o estudante reconhece ou relembra
um fato, uma definição ou um teorema.
Exemplos:
1 2
3 4
Resposta: 1, 4.
Exercícios algorítmicos
Podem ser resolvidos com um algoritmo específico ou executando-se um
procedimento passo a passo.
Exemplos:
a) Arme e efetue:
32,7 + 1,34 =
Resposta:
32,7
+ 1,34
34,04
y + 4 – 8y = 23
Resposta:
–7 y = 23 – 4
–7 y = 19
19
y=
7
y = – 19
7
Problemas de aplicação
Nessa categoria, estão os tradicionais problemas de palavras cujas soluções
requerem que o estudante:
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Resolução de problemas
Exemplos:
a) Mamãe foi à feira e gastou R$4,00 com verduras e R$5,00 com frutas. Com
quanto voltou para casa se saiu com R$10,00?
Resposta:
Estratégia 1
Estratégia 2
x + 5 + 4 = 10
x + 9 = 10
x = 10 – 9
x=1
Resposta:
2 x + 7 = 13
2 x = 13 – 7
2x=6
x= 6
2
x=3
O número é 3.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Problemas em aberto
Um problema em aberto não contém, no enunciado, uma estratégia para sua
resolução. Porém, apresenta muitas vantagens, como a abordagem de diversos
conteúdos matemáticos num único problema.
Exemplos:
Resposta:
2 x + 15 = y
3 x – 15 = y
2 x + 15 = 3 x – 15 2 x + 15 = y
15 = 3x – 2x – 15 2 . 30 + 15 = y
15 + 15 = x 60 + 15 = y
x = 30 bancos y = 75 estudantes
Tomemos H como meninos e M como meninas.
2x
H= M= 3x
2
2
H = . 30
2
2 M = . 30
3
2
60 90
H= M=
2 2
H = 30 M = 45
30 meninos e 45 meninas, total de 75 alunos e 30 bancos.
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Resolução de problemas
– Cem pombas não somos nós, com mais dois tantos de nós e com você,
meu caro gavião, cem pássaros seremos então!
Resposta:
Estratégia 1
Estratégia 2
x + 2 x + 1 = 100
3 x = 100 – 1
3 x = 99
99
x=
3
x = 33
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Situações-problema
Nessa categoria não estão os problemas em si, mas situações nas quais um
dos passos principais é identificar o problema inerente para, num passo se-
guinte, resolvê-lo. Outro passo importante é testar se a solução encontrada é
satisfatória. Caso não seja, o problema deve ser retomado e revisto, ou um novo
problema deve ser identificado, e o processo deve ter continuação até que a
solução ideal se apresente.
Exemplos:
a) Esboce um estacionamento.
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Resolução de problemas
1. compreender o problema;
2. elaborar um plano;
3. executar o plano;
Compreender o problema:
a) O que se pede no problema?
Elaborar um plano:
a) Qual é o seu plano para resolver o problema?
Executar o plano:
a) Execute o plano elaborado, verificando-o passo a passo.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
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Resolução de problemas
tratégias tentam usar, que dificuldades precisam superar etc. O professor, dis-
cretamente, pode propiciar aos alunos “ideias brilhantes”, fazendo com que se
lembrem de fatos e os utilizem adequadamente. É importante proporcionar ao
aluno a satisfação de tê-las obtido. Alunos resolvedores de problemas se sentem
seguros e, em geral, demonstram grande interesse pela Matemática.
Texto complementar
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
queiram resolvê-lo;
Dicas de estudo
Ler o livro: Didática da Resolução de Problemas de Matemática
Editora: Ática.
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Resolução de problemas
Atividades
1. Classifique os seguintes problemas segundo as categorias de Thomas Butts.
Figura I Figura II
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Resolução de problemas
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A construção do conceito de número
Classificação
A classificação é uma operação lógica, fundamental no desenvolvimen-
to do pensamento, de forma que sua importância não se refere apenas à
sua relação com o conceito de número, pois intervém na construção de
todos os conceitos que constituem a estrutura intelectual humana.
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A construção do conceito de número
Seriação
Seriar é ordenar diferenças, estabelecer relações entre elementos que dife-
rem em certos aspectos.
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A construção do conceito de número
As crianças, desde muito pequenas, por volta dos dois anos de idade, são
capazes de contar até dois, três, ou pouco mais. No entanto, às vezes, quando
prosseguem na contagem, é comum omitirem alguns números. As crianças
variam nessa contagem de acordo com o meio socioeconômico e cultural no
qual vivem. Certas crianças, ao contar até vinte e nove, dizem, para o próximo
número, vinte e dez, e assim por diante. Se forem corrigidas, poderão continuar
dizendo trinta e um, trinta e dois e sucessivamente, assim como usam dez e um,
dez e dois, para os números onze e doze, respectivamente.
A criança que diz que quatro é maior que três pode estar fazendo uso da série
oral, percebendo que o que vem depois é sempre maior que o anterior, podendo
ser capaz de comparar conjuntos próximos. A série oral também permite separar
uma quantidade da outra.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Pode-se dizer que uma criança conta corretamente quando estabelece a cor-
respondência um a um, mantém a ordem das palavras numéricas, conta cada
objeto uma só vez sem omitir nenhum e considera que o último número men-
cionado representa a quantidade total de elementos do conjunto, independen-
do da ordem em que os elementos foram enumerados.
Divulgação: Trololo.
Blocos lógicos
As peças que constituem o material conhecido como blocos lógicos são peças
com 4 características:
cor,
tamanho,
espessura e
forma geométrica.
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A construção do conceito de número
Os blocos lógicos têm peças nas cores: vermelha, amarela e azul. Elas ainda
são de dois diferentes tamanhos: a grande e a pequena. Possuem duas espes-
suras, a grossa e a fina. Relativo às formas geométricas, o conjunto dos blocos
lógicos possui peças nas formas: retangular, circular, triangular e retangular.
3 x 2 x 2 x 4 = 48
As conchas, botões, pedrinhas etc. podem ser utilizadas para realizar seria-
ção. Esses materiais podem ser ordenados na forma crescente ou decrescente
de tamanho, aspereza, ou outra propriedade. Quando as crianças estão desen-
volvendo tais atividades, têm a possibilidade de construir conhecimento social,
ao aprender o nome do tipo de rochas; físico, ao sentir a aspereza, peso etc; e
conhecimento lógico-matemático, ao reconhecer sua cor, por exemplo.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Texto complementar
Método
1. Materiais
20 fichas vermelhas
20 fichas azuis
2. Procedimento
a) Igualdade
1
Pela descrição dada, as entrevistas podem parecer padronizadas. Cada entrevista deve ser adaptada ao assunto em particular, especial-
mente com referência à compreensão dos termos usados em quantificação.
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A construção do conceito de número
O pesquisador coloca uma fila de 8 fichas azuis (no mínimo 7)2 e pede
à criança que ponha o mesmo número de fichas vermelhas, dizendo
“ponha tantas fichas vermelhas quanto as azuis que coloquei (exata-
mente o mesmo número, nem mais nem menos)”.
b) Conservação
Azul
Vermelho
c) Contra-argumentação
Se a criança deu a resposta certa então a pessoa diz: “Olhe como essa
linha é comprida”. Outra criança disse “há mais fichas aqui porque essa
fila é mais comprida”. Quem está certa, você ou a outra criança?
Se, por outro lado, a criança deu a resposta errada, a pessoa lembra
da igualdade inicial: “Mas você não se lembra que pusemos antes as
fichas azuis em frente de cada vermelha?” Outra criança disse que há o
mesmo número de vermelhas e azuis agora. Quem você acha que está
certa, você ou a outra criança?
2
Piaget se referiu a pequenos números até 4 ou 5 como “números perceptuais”, porque números pequenos como “oo” e “ooo” podem facil-
mente ser diferenciados numa olhada. Contudo, quando são apresentados 7 objetos é impossível distinguir “ooooooo” só por percepção.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Descobertas
1. No estágio I, a criança não consegue fazer um conjunto com o mesmo
número. É desnecessário dizer que ela também não consegue conser-
var a igualdade dos dois conjuntos. Algumas crianças puseram todas
as fichas vermelhas linearmente como mostra a figura (a). Elas só pa-
raram de colocá-las porque as fichas acabaram. A figura (b) mostra a
resposta melhor elaborada dentro do estágio I. As crianças que fazem
isso não colocam o mesmo número, mas cuidadosamente usam as ex-
tremidades da fichas como um critério para decidir a igualdade das
duas quantidades. Quando as crianças ainda não construíram as pri-
meiras estruturas mentais do número, usam o melhor critério no qual
puderam pensar; no caso, as extremidades das duas filas.
a) azul
vermelho
b) azul
vermelho
extremidade extremidade
2. No estágio II, 4-5 anos de idade, a criança pode fazer um conjunto que
tem o mesmo número, mas não consegue conservar a igualdade.3 Quan-
do a pesquisadora lhe faz a pergunta sobre essa conservação ela diz, por
exemplo: “Há mais vermelhas porque as azuis estão todas espremidas”.
3
As idades mencionadas são aproximadas. Variam com a estrutura cultural e educacional das crianças.
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A construção do conceito de número
Aqui as vermelhas formam uma fila mais comprida, mas há espaço en-
tre elas; assim, dá no mesmo (argumento-compensação).
Conservação não é uma coisa que se consegue da noite para o dia e en-
tre os estágios II e III há um estágio intermediário. Crianças nesse está-
gio dão a resposta correta a apenas uma das perguntas – quando se faz
uma fila mais comprida e subsequentemente a outra mais comprida, ou
eles hesitam e/ou continuam mudando de ideia (“há mais azuis..., não,
mais vermelhas, ...há a mesma coisa...”). Mesmo quando estas crianças
dão respostas certas, não conseguem justificá-las adequadamente.
Por que é difícil para a criança a “conservação” no estágio II e por que ela
consegue isso mais tarde? Para responder a essa pergunta precisamos dis-
cutir a concepção de número de Piaget no contexto da distinção que ele fez
entre três tipos de conhecimentos: físico, lógico-matemático e social (con-
vencional). Ele os classificou de acordo com suas fontes básicas e modos de
estruturação. Número é um exemplo de conhecimento lógico-matemático.
Discutiremos o aspecto lógico-matemático do número, primeiro comparan-
do com o conhecimento físico e depois com o social (convencional).
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Dicas de estudo
Ler o livro: A Criança e o Número.
Editora: Papirus.
Atividades
1. Discuta como a classificação e a seriação se fundem no conceito de número.
Registre as conclusões.
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Conhecimento lógico-matemático
Conhecimento físico
Refere-se aos objetos do mundo exterior. As propriedades físicas de
um objeto, como um botão: sua cor e seu peso são conhecimentos empí-
ricos, adquiridos por meio da observação. Saber que esse botão pode cair
de suas mãos ao soltá-lo, também é um exemplo de conhecimento físico.
Conhecimento social
Segundo Kamii e Declark (1986), o Natal, dia 25 de dezembro, é exem-
plo de um conhecimento social, pois é apenas uma das convenções esta-
belecidas socialmente. Uma cadeira chamar-se “cadeira” também é exem-
plo de conhecimento social.
Para construir conhecimentos sobre o mundo físico, uma criança precisa de es-
trutura lógico-matemática, necessitando também dessa estrutura para adquirir co-
nhecimentos sociais. Não poderíamos pensar em Natal sem classificá-lo em relação
aos demais dias do ano. Outro exemplo de construção social, citado por Kamii, é a
distinção que as crianças fazem ao usar certas palavras, pois aprendem, pela trans-
missão social, que não são socialmente aceitas e, portanto, não devem usá-las.
Conhecimento lógico-matemático
Na concepção de Piaget, diferentemente dos outros conhecimentos, o conhe-
cimento lógico-matemático consiste em relações criadas pelo sujeito. Ele exem-
plifica esse conhecimento com a diferença constatada quando nos deparamos
com duas contas, uma vermelha e outra azul. Essa diferença é criada mentalmente
quando o indivíduo relaciona os objetos. A diferença não está na conta vermelha
nem na azul. Ele percebe a diferença porque as coloca uma em relação à outra.
Pode-se dizer que essas duas contas são “parecidas”, se for levado em consi-
deração seu peso. Porém, também é possível dizer que são “diferentes”, se forem
consideradas as cores das contas. Tanto é correto dizer que elas são parecidas
quanto que são diferentes, dependendo das relações estabelecidas pelos sujei-
tos. Se o objetivo é numérico, observa-se que são “duas”, e número é uma relação
criada mentalmente pelo indivíduo.
Piaget descreveu a sequência das etapas pelas quais os seres humanos passam
durante seu desenvolvimento cognitivo. Essas etapas seguem as mesmas sequên-
cias em todos os seres, embora não se deem necessariamente na mesma faixa etária.
Uma nova forma de organização cognitiva, ou seja, nova estrutura, implica numa
mudança de etapa e também maior equilíbrio – forma superior de adaptação.
Abstração empírica
Para Piaget, a abstração de número é muito diferente da abstração de cor dos
objetos, chamada por ele de abstração empírica ou simples. Para a abstração de
número, usou o termo abstração reflexiva.
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Conhecimento lógico-matemático
O jogo
Propicia diversificação na abordagem dos diferentes assuntos. Há vários
jogos envolvendo números e as quatro operações matemáticas, possibili-
tando diversas maneiras de interagir com esses objetos do conhecimento.
Estimula o pensamento, uma vez que para participar não basta estar pre-
sente, mas estar atento às situações que se renovam a cada momento.
Embora a criança apresente um comportamento mais individualista, não
deixa de ajudar os amigos, mesmo querendo chegar sempre em primeiro
lugar, enquanto que as maiores procuram estratégias cada vez mais ela-
boradas para vencer.
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Texto complementar
Os Blocos Lógicos
Os Blocos Lógicos, material pedagógico geralmente feito de madeira, é
composto por 48 peças com as seguintes especificações:
forma quadrada grande grossa vermelha forma retangular grande grossa vermelha
forma quadrada grande grossa amarela forma retangular grande grossa amarela
forma quadrada grande grossa azul forma retangular grande grossa azul
forma quadrada grande fina vermelha forma retangular grande fina vermelha
forma quadrada grande fina amarela forma retangular grande fina amarela
forma quadrada grande fina azul forma retangular grande fina azul
forma quadrada pequena grossa vermelha forma retangular pequena grossa verme-
forma quadrada pequena grossa amarela lha
forma quadrada pequena grossa azul forma retangular pequena grossa amarela
forma retangular pequena grossa azul
forma quadrada pequena fina vermelha
forma quadrada pequena fina amarela forma retangular pequena fina vermelha
forma quadrada pequena fina azul forma retangular pequena fina amarela
forma retangular pequena fina azul
forma triangular grande grossa vermelha
forma triangular grande grossa amarela forma circular grande grossa vermelha
forma triangular grande grossa azul forma circular grande grossa amarela
forma circular grande grossa azul
forma triangular grande fina vermelha
forma triangular grande fina amarela forma circular grande fina vermelha
forma triangular grande fina azul forma circular grande fina amarela
forma circular grande fina azul
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Conhecimento lógico-matemático
forma triangular pequena grossa vermelha forma circular pequena grossa vermelha
forma triangular pequena grossa amarela forma circular pequena grossa amarela
forma triangular pequena grossa azul forma circular pequena grossa azul
forma triangular pequena fina vermelha forma circular pequena fina vermelha
forma triangular pequena fina amarela forma circular pequena fina amarela
forma triangular pequena fina azul forma circular pequena fina azul
Dicas de estudo
Ler o livro: Blocos Lógicos.
Atividades
1. Diferencie os três tipos de conhecimentos apresentados no texto, exemplifi-
cando cada um deles.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
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Conhecimento lógico-matemático
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O desenvolvimento histórico do sistema
de numeração decimal
Não é difícil constatar que, quando o homem se depara com uma quantidade
de objetos, esta é rapidamente percebida se não ultrapassar três ou quatro itens.
Quando ultrapassa, o homem precisa fazer a contagem, porque nossa visão
global não distingue, num golpe de vista, quantidades maiores. Dependendo da
posição que os objetos são colocados, podem-se perceber outras quantidades,
mas nunca muito maiores do que quatro objetos.
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O desenvolvimento histórico do sistema de numeração decimal
A invenção da base
Foi a partir da distinção entre o número cardinal e o número ordinal que o
homem fez a abstração dos números. Contas, conchas, pedrinhas etc. deixaram
de ser simples instrumentos materiais para serem símbolos numéricos. A seguir,
o homem passou a conceber conjuntos mais extensos e, dessa forma, deparou-se
com outras e novas dificuldades, pois para representar números maiores não era
possível multiplicar indefinidamente pedras, nós nas cordas etc. Dedos e outras
partes do corpo não eram suficientes para representar quantidades extensivas.
Surge, então, a ideia de bases, uma forma fácil de representar os números.
Base 10
Muito diferentes dos pastores primitivos, os pastores da África Ocidental, não
muito tempo atrás, contavam o rebanho colocando uma concha num fio de lã
branca até o décimo animal do rebanho. Quando chegavam ao décimo, desman-
chavam esse colar de conchas e colocavam uma concha num fio de lã azul. Isso
se relaciona com a ideia de dezena. Recomeçavam, a partir daí, a colocar uma
concha para cada animal na lã branca novamente, até atingir o vigésimo animal.
Quando isso acontecia, desfaziam esse colar e colocavam a segunda concha no
fio de lã azul. Procediam assim até obter dez conchas no fio de lã azul. Então, des-
faziam esse colar e colocavam uma concha num fio de lã vermelha (centena).
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
São várias as línguas que, para designar os números superiores a dez, utilizam-
-se da composição correspondente a dez-um, dez-dois, dez-três e assim suces-
sivamente, até o número dezenove. Para o vinte, utilizam dois-dez; para o trinta,
três-dez, até chegar ao noventa. Para o número duzentos usam dois-cem etc.
Trinta e oito é representado por 38, três grupos de 10 (ou três dezenas) e
mais oito unidades.
3 dezenas = 10 + 10 + 10 = 30
30 + 8 = 38
Noventa e nove é representado por 99, nove grupos de 10 (ou nove deze-
nas) e mais nove unidades.
9 dezenas = 10 + 10 + 10 + 10 + 10 + 10 + 10 + 10 + 10 = 90
90 + 9 = 99
Se acrescentarmos 1 à quantidade 99, temos que utilizar mais uma ordem: 100.
1 centena = 100
4 dezenas = 10 + 10 + 10 + 10 = 40
100 + 40 + 6 = 146
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O desenvolvimento histórico do sistema de numeração decimal
Segundo Ifrah (1989, p. 59), “foram mesmo os dez dedos que impuseram ao
homem a ideia de grupos por feixes de dez”. O autor afirma que, se a natureza
tivesse feito o homem com seis dedos em cada mão, por certo a base utilizada
hoje seria a base doze; ou se tivéssemos quatro dedos em cada mão, como é o
caso das rãs, nosso sistema de numeração seria fundado na base oito.
Desses povos, ainda restam nos nossos dias vestígios de seus sistemas de nu-
meração, como é o caso da medida de tempo – em horas, minutos, segundos –
e das medidas de arcos e ângulos – em graus, minutos e segundos. Sumérios
e depois babilônios utilizaram a base sessenta. Não se conhece a real origem
desse sistema de numeração; no entanto, segundo alguns historiadores, essa
base foi usada em função do número de dias do ano ser, aproximadamente, 360,
dando origem à divisão do círculo em 360º, que poderia ser dividido em seis
partes iguais, fazendo coincidir a mesma medida para o arco correspondente ao
sexto do círculo e à medida do seu raio.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Vale lembrar que a invenção do zero, muito mais tarde, tornou realizável cál-
culos que até então não eram possíveis de ser feitos.
Mais tarde (séculos IX-VIII a.C.), gregos e romanos desenvolveram seus siste-
mas de numeração bem mais evoluídos, mas ainda complicados quando se pre-
tendia operar com tais representações. O sistema romano era regido pelo princí-
pio da adição, pois sua justaposição de símbolos implicava na soma dos valores
correspondentes a esses símbolos. Posteriormente, os romanos acabaram com-
plicando o seu sistema de numeração, quando introduziram a regra segundo a
qual todo signo numérico colocado à esquerda de um algarismo de valor supe-
rior era dele retirado. Por exemplo, o quatro era expresso por IV, ou seja, cinco
menos um (princípio da subtração). A pouca praticidade do sistema romano o fez
ficar em plano inferior ao sistema que surgiu muito tempo depois, na Índia.
O aparecimento do zero
Dos três povos que descobriram o princípio de posição – babilônios, chineses
e maias, utilizando uma quantidade bem menor de símbolos – apenas os babi-
lônios e os maias inventaram o zero. Mas esse novo símbolo ainda não vinha
representar a ausência de unidades. Fez-se, então, com que esses três sistemas
posicionais permanecessem impróprios à prática das operações aritméticas.
Foi na Índia, por volta do século V d.C., que nasceu o ancestral do sistema de
numeração praticado hoje. Foi proclamado pelos árabes, mas surgiu no norte
da Índia.
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O desenvolvimento histórico do sistema de numeração decimal
Esse sistema de numeração foi expandido além das fronteiras da Índia e, devido
ao comércio de seda, especiarias e marfim com a China, atingiu outros povos.
Texto complementar
A lenda de Sessa
(IFRAH, 1989, p. 288-292)
Quando esse jogo foi apresentado ao rei das Índias, este ficou tão maravi-
lhado com a sua engenhosidade e a grande variedade de suas combinações
que mandou chamar o brâmane para recompensá-lo pessoalmente:
O sacerdote pediu que o rei lhe desse um pouco de tempo para pensar
em sua resposta. E, no dia seguinte, espantou a todos com a incrível modés-
tia de seu pedido.
– Não acredito que sejas tão tolo a ponto de me fazer um pedido tão mo-
desto! – exclamou o rei, surpreso. – Poderias ofender-me com um pedido tão
indigno de minha benevolência e tão desprezível diante do que eu poderia
oferecer-te. Mas que seja! Se é este o teu desejo, meus servidores trarão teu
saco de trigo antes do cair da noite.
62
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O desenvolvimento histórico do sistema de numeração decimal
À noite, antes de se deitar, o rei insistiu uma vez mais para saber se o brâ-
mane já recebera seu saco.
Mas, no dia seguinte, esta ordem ainda ficou sem efeito, o que incitou o
monarca enfurecido a despedir os calculadores.
Mas o rei retorquiu que, por maior que ela fosse, seus celeiros não seriam
esvaziados.
63
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
2 grãos na segunda;
e assim por diante, multiplicando sempre por 2 de uma casa para a outra.
Assim, na 64.ª casa seria preciso colocar tantos grãos quantas unidades há no
resultado de 63 multiplicações sucessivas por 2 (isto é, 263 grãos). A quantida-
de pedida é, consequentemente, igual à soma desses 64 números (ou seja: 1
+ 2 + 22 + ... + 263).
64
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O desenvolvimento histórico do sistema de numeração decimal
65
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Dicas de estudo
Ler o livro: Os Números – a história de uma grande invenção.
Editora: Globo.
Divulgação Globo.
Apresenta a evolução do raciocínio de nossos ancestrais desde a Pré-História,
passando por civilizações como a dos egípcios, babilônios, fenícios, gregos, ro-
manos, hebreus, maias, chineses, hindus e árabes.
Atividades
1. Como o homem primitivo contava?
66
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O desenvolvimento histórico do sistema de numeração decimal
3. Quais são as contribuições dos hindus e dos árabes para o sistema de nume-
ração que utilizamos?
67
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Discussão de processos e desenvolvimen-
to histórico de algoritmos de algumas
operações fundamentais
Segundo Groza (apud KAMII, 1995), os algoritmos, tais como hoje uti-
lizados, são recentes na história da humanidade. Antes deles, as pesso-
as utilizavam ábacos, pedrinhas, contas e outros. Só por volta de 1600 o
nosso sistema de numeração decimal, indo-arábico, passou a ser aceito
como sistema oficial de computação, tomando o lugar do sistema de nu-
meração romana.
Representação de 2 365.
70
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Discussão de processos e desenvolvimento histórico de algoritmos de algumas operações fundamentais
Sempre que uma conta ou mais estiver na linha das unidades, dezenas, cen-
tenas etc., elas são multiplicadas por 1, 10, 100, ou seja, por uma potência de
base 10 e as que estão acima desta linha representam 5 vezes a potência de dez
a que ela está posicionada.
Temos representado na figura anterior 2 165. Cada conta acima da linha hori-
zontal vale cinco e, abaixo dela, um. Assim, 2 165 é representado por duas contas
71
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
1 364
Para adicionar 900, primeiro subtrai-se 100, abaixando uma conta da coluna
das centenas e, a seguir, soma-se 1 000, subindo uma conta da coluna do
milhar.
Para adicionar 90, primeiro subtrai-se 10, abaixando uma conta da coluna das
dezenas e, a seguir, soma-se 100, subindo uma conta da coluna das centenas.
2 264 + 90 = 2 354
72
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Discussão de processos e desenvolvimento histórico de algoritmos de algumas operações fundamentais
2 354 + 9 = 2 363
Para chegar aos algoritmos que utilizamos hoje, uma variedade de procedi-
mentos foram desenvolvidos, sendo que muitos destes se perderam na história
e outros estão registrados. Com base em Kamii (1995) e Eves (2002), descreve-
mos alguns deles:
Adição
155 + 298
4 45
3 34 343
155 155 155 453
298 298 298
73
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
155
+ 298
343
45
1 5 5 155
+ 2 9 8 + 298
3 14 13 3 (para 100 + 200)
4 5 3 14 (para 90 + 50)
+ 13 (para 5 + 8)
453
Multiplicação
Os egípcios, por volta de 1650 d.C., usavam o método de dobrar:
17 x 13
1 x 13 = 13
2 x 13 = 26
4 x 13 = 52
8 x 13 = 104
16 x 13 = 208
Para
Mas 17 x 13,
é 17 então
x 13, fazemos
então 208 208
fazemos + 13+= 13
221.
= 221.
74
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Discussão de processos e desenvolvimento histórico de algoritmos de algumas operações fundamentais
Outro método que envolve duplicação e ainda hoje é utilizado por cam-
poneses russos é exemplificado a seguir:
32 x 48
32 16 8 4 2 1
48 96 192 384 768 1 536
32 16 8 4 2 1
x 48 x 96 x 192 x 384 x 768 x 1536
1 536 1 536 1 536 1 536 1 536 1 536
1.
24
x 35
700 (para 35 x 20 = 700)
140 (para 35 x 4 = 140)
840
2.
24
x 35
720 (para 30 x 24 = 720)
120 (para 5 x 24 = 120)
840
75
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
3.
24
x 35
20 (para 5 x 4 = 20)
100 (para 5 x 20 = 100)
120 (para 30 x 4 = 120)
600 (para 30 x 20 = 600)
840
4.
24
x 35
120 (para 5 x 24 = 120)
720 (para 30 x 24 = 720)
840
5.
O trabalho com os algoritmos nos anos iniciais deve ser conduzido de forma
a oportunizar que as crianças elaborem seu próprio raciocínio. Não podemos
esquecer que os algoritmos que usamos hoje são resultado de séculos de cons-
trução. Não se deve exigir que a criança se aproprie de um processo sem deixar
que explore outros caminhos, os quais, provavelmente, facilitarão a compreen-
são dos algoritmos que queremos que ela domine.
76
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Discussão de processos e desenvolvimento histórico de algoritmos de algumas operações fundamentais
Texto complementar
Cálculos numéricos
(EVES, 2002, p. 255)
Dicas de estudo
Ler o livro: História Universal dos Algarismos volume 2.
77
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Atividades
1. Realize as seguintes adições utilizando, pelo menos, dois dos algoritmos dis-
cutidos no texto:
a) 153 + 87 =
b) 25 + 145 =
78
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Discussão de processos e desenvolvimento histórico de algoritmos de algumas operações fundamentais
a) 125 x 34 =
b) 248 x 15 =
79
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Ideias das quatro
operações fundamentais
Ideias da adição
As ideias presentes na operação de adição são as de “juntar” e “acres-
centar”. Alguns autores não diferenciam as duas ideias. Já outros, como
Cardoso (1998), diferenciam as ideias mencionadas.
2. Marcos tem 13 figurinhas e vai jogar com seu irmão. Se ele ganhar 7
nesse jogo, com quantas figurinhas ficará?
Concordamos com Cardoso (1998) quando diz que a diferença entre as duas
ideias é muito sutil e dificilmente leva o aluno ao erro. Acreditamos que essa
diferença dificilmente é observada e não representa preocupações por parte do
professor quanto à escolha de problemas. No entanto, há de se ressaltar que
essas ideias se diferem muito quando observamos os procedimentos que as
crianças pequenas realizam para efetuarem adições. Para adicionar duas quan-
tidades como 3 e 4, por exemplo, é comum observarmos crianças agindo de
maneiras diferentes. Vejamos:
Ideias da subtração
Sabe-se que a operação de subtração é, para a criança, uma operação mais
complexa do que a operação de adição. Segundo pesquisas realizadas por
Piaget, o raciocínio das crianças direciona-se primeiro para os aspectos positivos
da ação, da percepção e da cognição. Posteriormente, elas se voltam para os
aspectos negativos.
ideia de tirar;
ideia de comparar;
ideia de completar.
82
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Ideias das quatro operações fundamentais
2. Meu irmão tem 32 reais e eu tenho 15. Quantos reais meu irmão tem a
mais do que eu?
3. Para preencher seu álbum, Tales precisa de 50 figurinhas. Ele já tem 17.
Quantas figurinhas faltam para que seu álbum fique preenchido?
6–2=4
6–2=4
Temos um grupo de seis objetos e outro grupo de dois.
83
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
50 – 17 =
50
11 7
3
Iniciando pela ordem das unidades: 7 para chegar a 10 faltam 3; como consi-
derou 10 o zero da ordem das unidades no minuendo, compensa-se acrescen-
tando uma dezena no subtraendo.
50
11 7
33
84
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Ideias das quatro operações fundamentais
74 : 2 =
74 2
3
74 2
1 3
Três dezenas vezes dois é igual a seis dezenas. Seis dezenas para chegar a sete
dezenas, falta uma dezena.
74 2
14 3
74 2
14 37
74 2
14 37
0
6–2=4
85
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Ideias da multiplicação
A operação de multiplicação envolve duas ideias básicas: a soma de parcelas
iguais e a ideia de combinatória. Vejamos os seguintes problemas:
1. Um carro possui quatro rodas. Quantas rodas possuem três carros seme-
lhantes ao primeiro?
2. Tânia possui três saias e quatro blusas. De quantas maneiras diferentes ela
pode se vestir?
Considerando três saias, S1 S2 e S3, e quatro blusas, B1, B2, B3 e B4, Tânia
poderá se vestir com:
S1 e B1 ou S1 e B2 ou S1 e B3 ou S1 e B4
S2 e B1 ou S2 e B2 ou S2 e B3 ou S2 e B4
S3 e B1 ou S3 e B2 ou S3 e B3 ou S3 e B4
ou simplesmente:
3 . 4 = 12 maneiras diferentes.
Ideias da divisão
A operação de divisão envolve duas ideias distintas: a de repartir e a de medir.
86
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Ideias das quatro operações fundamentais
1. Maria tem 20 reais e quer repartir essa quantia entre seus cinco sobrinhos.
Quantos reais receberá cada sobrinho?
2. A professora Nair quer formar grupos de cinco alunos com os seus 20 alu-
nos. Quantos grupos ela conseguirá formar?
Problema 1:
Para resolver essa questão, a criança pode distribuir aos sobrinhos de Maria,
um a um, cada real da quantidade total. A resposta da questão será a quantidade
que cada um dos sobrinhos receber.
Problema 2:
Nesse caso, a resolução pode ser encaminhada formando grupos de cinco
alunos. Quando todos os alunos forem reagrupados, conta-se o número de
grupos formados.
Essas duas ideias estão presentes em dois dos métodos de divisão. O método
menos usado em nossas escolas é o método conhecido como “método america-
no”, que consiste em fazermos sucessivas estimativas. Vejamos como a ideia de
medida se apresenta nesse método:
87
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
20 5 2 dezenas divididas em 5
– 20 4 partes iguais resultam em 4
0 unidades em cada parte.
Texto complementar
Os alunos logo percebem que devem trocar uma nota de T$10 por 10
notas de T$1, ficando com 14 notas de T$1. Assim, entregam 8 notas de
T$1 e ainda ficam com 6 notas de T$1. Como 1 nota de T$10 já foi troca-
da, o aluno tem ainda 4 notas; entrega 3 e fica com 1. O resultado é, então,
T$16.
D U
4 1014
1=
5 4–
3 8
1 6
88
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Ideias das quatro operações fundamentais
Emprestar: controvérsias
O termo “emprestar” é considerado bastante inadequado, pois pede-se
emprestado, mas não se paga o empréstimo feito. Além disso, o aluno que
não compreende bem o processo de agrupamentos e trocas e só faz contas
com lápis e papel, sem agir sobre materiais de contagem, não entende por
que pede 1 emprestado e recebe 10.
Quando se usa o termo “trocar”, no entanto, fica claro que sempre se troca
uma nota de dinheiro por outras que, somadas, representam o mesmo valor
da primeira. Assim, no problema que acabamos de ver, trocou-se uma nota
de T$10 por dez notas de T$1, ou seja, trocou-se 1 dezena por 10 unidades.
D U
54 1= 14 –
3 8
1 6
A subtração no século IX
Por volta do ano 820, foi fundada, em Bagdá, a Casa da Sabedoria, onde
se reunia um grande número de sábios vindos do mundo todo. Entre eles
encontrava-se o grande matemático e astrônomo Mohammed ibu Musa al-
Khowarizmi, um dos responsáveis pela divulgação, na Europa, do sistema
de numeração indo-arábico (de seu nome derivam os termos algarismos e
algoritmo).
89
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
5 4
6 6 5 6
7 5 8 2
1 9 3 6
subtrações parciais:
7 – 1 = 6; 65 – 9 = 56;
8 – 3 = 5; 52 – 6 = 46.
1 9 2 6 1
2 8 3 4 7
9 1 8 6
subtrações parciais:
28 – 9 = 19; 3 – 1 = 2;
24 – 8 =16; 7 – 6 = 1
Dicas de estudo
Ler o livro: Materiais Didáticos para as Quatro Operações.
Editora: USP.
Divulgação USP.
90
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Ideias das quatro operações fundamentais
Atividades
1. Qual a ideia de subtração presente em cada um dos seguintes problemas?
a) Carlos tem um livro de 135 páginas para ler, já leu 64 páginas. Quantas
páginas faltam para ele terminar de ler o livro?
b) Uma biblioteca pública de uma cidade possuía 1 405 títulos, cedeu 250
para a biblioteca de outra instituição. Com quantos títulos a biblioteca
pública dessa cidade ficou?
91
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
92
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Ideias das quatro operações fundamentais
93
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Compreensão
dos números racionais: frações
1
National Council of Teachers of Mathematics (Conselho nacional de Professores de Matemática – USA)
Por volta do 2.º ciclo do Ensino Fundamental, 3.ª e 4.ª séries, é conveniente
que os professores proponham problemas cujas soluções não se encontram no
campo dos números naturais, aproximando os alunos da noção de número ra-
cional, pela compreensão de alguns de seus significados e de suas representa-
ções fracionárias e decimais.
Para ilustrar essa ideia, podemos, por exemplo, nos referir a uma maçã:
quando ela é vista apenas como um todo indivisível, basta-nos o conjunto dos
números naturais. Mas encará-la como uma unidade formada por vários peda-
ços é uma visão mais ampla. Para representar essa ideia temos que nos reportar
ao campo dos racionais.
Os significados que as frações devem assumir nesse 2.º ciclo do Ensino Fun-
damental são: quociente, parte-todo e razão.
96
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Compreensão dos números racionais: frações
Soma
Ex.: 1 + 2 =
2 3
Um dos procedimentos para realizarmos essa operação é acharmos o mínimo
múltiplo comum (mmc) entre 2 e 3 (denominadores), dividirmos o número en-
contrado pelo denominador de cada fração e multiplicarmos o resultado pelo
numerador. O resultado desse processo nos leva a encontrarmos frações equiva-
lentes às dadas, porém com denominadores iguais.
2,3 2
1,3 3
1 2
Isso quer dizer que e podem ser inscritos com denominador 6:
2 3
+ =
6 6
3
+ =
6 6
97
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Agora precisamos saber quantas vezes sextos cabem em terços. Para isso, di-
vidimos 6 por 3 que dá 2; como tínhamos dois terços, 2 vezes 2 é igual a 4:
3 4
+ =
6 6
3 4 7
+ =
6 6 6
Multiplicação
1 2
Ex.: . =
2 5
Podemos justificar essa operação utilizando representação geométrica:
1 2
Como queremos realizar . = , podemos traduzir essa operação por
2 5
1
de 2 , que geometricamente fica:
2 5
1 2 2 1
. = =
2 5 10 5
98
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Compreensão dos números racionais: frações
Divisão
Vamos justificar a divisão de 2 por 2 , que pode ser escrito como:
5 3
2
2 2 5
: =
5 3 2
3
2
2 2
: = 5 =
5 3 2. 3
3 2
Para que o resultado dessa divisão não se altere, temos que multiplicar o nu-
merador por 3 também:
2
2 3
⋅
5 2=
2 3
⋅
3 2
Que é igual a: 2 ⋅ 3 =
5 2
Os procedimentos desenvolvidos justificam a regra:
Então:
2 2 2 3 3
: = ⋅ =
5 3 5 2 5
99
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
O conceito de frações
aplicado a todos contínuos
A primeira ampliação do conceito de números é feita introduzindo o conceito
de fração. Sugerimos para esse trabalho inicial a experiência de partilha equitati-
va, o conceito de unidade e a sua divisão em partes iguais, o que é fundamental
para compreender frações e decimais.
1 1
2 2
1 1 1
3 3 3
1 1 1 1
4 4 4 4
teiro.
100
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Compreensão dos números racionais: frações
Vejamos um exemplo:
1
Retirei de um grupo de 12 lápis. Quantos lápis eu retirei desse grupo?
3
IESDE Brasil S.A.
101
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Alguns obstáculos
É necessário considerarmos alguns fatos importantes que podem dificultar a
aprendizagem de números racionais.
Para detalhar melhor essa questão, vejamos algumas regras que funcionam
com os naturais e que não podem ser transferidas para os racionais – frações ou
decimais:
A mesma regra não funciona para números decimais: 1,25 < 5,2.
0 1 2 3 1
2 3 4
4
Se perguntássemos para o mesmo aluno se está correto afirmar que está
3 7 9
entre e , e ele raciocinasse na lógica dos naturais, provavelmente respon-
5 10 4
deria que sim. Porém, como se observa na figura a seguir, não é um número
9
3 7
compreendido entre e .
5 10
102
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Compreensão dos números racionais: frações
0 4 3 7 1
9 5 10
Parte das regras utilizadas nas operações com naturais pode ser usada nas
operações com decimais. Um exemplo clássico seria a montagem das operações
de adição e subtração. Vejamos:
Textos complementares
Texto 1
Iceberg
(IMENES; JAKUBOVIC; LELLIS, 1993, p. 5-6)
103
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Para mostrar essas relações de maneira mais clara, vamos usar um recurso
visual.
Texto 2
(TOLEDO; TOLEDO, 1997, p.186-187)
Forneça aos alunos dois tangrans de mesmo tamanho. Peça que pintem
cada parte com uma cor diferente e depois recortem um tangram somente,
deixando o outro inteiro. A tarefa seguinte consiste em indicar a que fração
do quadrado inteiro corresponde cada uma das partes.
104
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Compreensão dos números racionais: frações
Dicas de estudo
Ler o livro: A Matemática das Sete Peças do Tangram.
Autoras: Eliane R. de Souza, Maria Ignez de S.V. Diniz, Rosa M. Paulo e Fusako
H. Ochi.
Editora: USP.
Divulgação USP.
A obra é composta por várias atividades com tangram e algumas delas explo-
ram o conteúdo de frações.
105
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Atividades
1 1 4
1. Escreva os decimais das seguintes frações: , e .
2 5 5
106
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Compreensão dos números racionais: frações
a) A fração 1 pode ser expressa por um número decimal. Qual é esse nú-
mero? 3
107
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Os decimais
15
= 0,15 = 15%
100
A introdução dos decimais deve ser feita de modo que os alunos esta-
beleçam relações entre inteiro, décimo, centésimo e milésimo. Para que o
professor obtenha sucesso com essa atividade, sugere-se a utilização do
Material Montessori, conhecido como Material Dourado. Esse material pode
ser utilizado tanto para o trabalho com números naturais quanto para o tra-
balho com os decimais. A mudança de campo numérico depende do inteiro
tomado como referência. No caso do trabalho com os decimais, o cubo maior
será considerado como inteiro e as demais peças, partes desse inteiro:
1
1 centésimo = = 0,1
100
1
1 unidade 1 milésimo = = 0,1
1 1 000
1 décimo = = 0,1
10
: :10
: :10
: :10
: :10
: :10
110
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Os decimais
111
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Pode-se, dessa forma, fazer o aluno compreender que 2,7 é maior que 2,56,
pois 7 décimos é maior que 56 centésimos; e mais, pode-se representar a com-
paração da seguinte forma: 2,70 > 2,56.
Soma e subtração
Para somar e subtrair com decimais, basta estender as regras usadas para as
mesmas operações com números naturais, ou seja, colocar inteiros embaixo de
inteiros, décimos embaixo de décimos, centésimos embaixo de centésimos e
assim por diante. Veja os exemplos:
a) 2,4 + 0,75 =
2,40
+
0,75
5
112
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Os decimais
quatro décimos mais sete décimos é igual a 11 décimos, que podem ser
trocados por um inteiro e sobra um décimo:
1
2,40
+
0,75
15
um inteiro, obtido da troca anterior, mais dois inteiros, mais zero inteiro é
igual a três inteiros:
2,40
+
0,75
3,15
b) 1,3 – 0,271 =
1, 300
−
0, 271
como não é possível retirar um milésimo de zero milésimo e nem sete cen-
tésimos de zero centésimo, trocamos um décimo por dez centésimos:
1, 3 0 0
− 2 1
0, 2 7 1
9
1, 2 3 1 0 1 0
-
0, 2 7 1
113
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
9
1, 2 3 1 0 1 0
-
0, 2 7 1
9
9
1, 2 3 1 0 1 0
-
0, 2 7 1
2 9
9
1, 3 0 0
− 2 1 1
0, 2 7 1
0 2 9
9
1, 3 0 0
− 2 1 1
0, 2 7 1
1, 0 2 9
Multiplicação
A regra prática para a multiplicação de números decimais é multiplicar os dois
fatores, sem a vírgula, e depois separar com a vírgula, no resultado, o número
total de casas decimais correspondente aos dois fatores. Veja o exemplo:
1, 52
x
0,7
1,06 4
114
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Os decimais
O professor deve preparar uma sequência didática que leve o aluno a utilizar
essa regra. A sequência deve partir de situações que facilitem a compreensão
dos significados envolvidos na multiplicação e caminhar por outros exemplos
que propiciem a observação de regularidades para que, dessa forma, o aluno
possa elaborar a regra prática. Os exemplos que seguem ajudam na compreen-
são de alguns significados:
1. 0,2 x 0,1
0,2 de
0,2 x 10 2
x 0,1 x 10 x1
2
Como multiplicamos os fatores por 100 (cada um por 10, 10 x 10 =100), para
compensar dividimos o resultado por 100, então 2 : 100 = 0,02.
115
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
2. 0,3 x 0,01
0,3 de
Divisão
A divisão com decimais pode ser encaminhada multiplicando o dividendo e
o divisor por uma potência de 10, de forma a obtermos somente números natu-
rais. Isso só é possível porque quando multiplicamos dividendo e divisor por um
mesmo número, qualquer que seja ele, o quociente não se modifica. Vejamos:
116
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Os decimais
15 : 3 = 5
↓ ↓
x3 x3
↓ ↓
45 : 9 = 5
Dessa forma, para realizarmos a divisão de 1,95 por 1,3, podemos proceder
da seguinte maneira: 1, 95 1,3
Texto complementar
117
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
“Uma unidade não é divisível por 2, então coloque zero para unidades e
divida 10 décimos por 2. Dez dividido por dois dá cinco.”
1, 0 2
0,5
1 1 2 2 3
, , , e
5 10 10 5 5
1
Às vezes, é necessário mais de um 0 após a vírgula. Para converter em
decimal, efetue a divisão: 4
1, 0 4
que dá
1, 0 4
2 0,2
118
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Os decimais
3 1 5 1 3
, , , e
4 8 8 100 100
Você descobre que não importa quantos zeros use, continua tendo 1
como resto.
0,3333... é uma dízima periódica, que representamos com uma linha sobre
o 3 para indicar que se repete infinitamente:
1
= 0, 3
3
1
Escrever = 0, 3 parece não ser uma resposta muito precisa.
3
Mas lembre-se de que a linha significa ÷ e há tantos 3 quantos você quiser
3
escrever. O segundo 3, após a vírgula, representa . É uma pequeníssima
parte de um centímetro, por exemplo. 100
Na maioria das vezes, duas casas após a vírgula nos dão precisão suficien-
te. Podemos ir tão longe quanto quisermos, se for necessário.
2 1
, (Coloque a linha sobre o dígito que se repete).
3 6
1
(Agora você pode ver por que a posição da linha é importante).
9
5 5
,
6 9
1
(Você vai precisar ir longe com este aqui! Coloque uma linha sobre
7
todos os dígitos que se repetem).
119
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Dicas de estudo
Pesquise sobre números decimais no site: <http://pessoal.sercomtel.com.br/
matematica/fundam/fracoes/fracdec.htm>.
Atividades
1. Qual a função da vírgula nos números decimais?
2. Quando utilizo a calculadora para fazer cálculos com decimais, não encontro
uma tecla com a vírgula. Qual é o sinal, no teclado da calculadora, que tem a
função da vírgula?
120
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Os decimais
a) 1,25 + 0,9 =
b) 3 – 1,125 =
c) 2,05 . 0,12 =
d) 2,625 : 2,5 =
121
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A construção do pensamento geométrico
A história diz que a Geometria teve início no Egito Antigo, com as medi-
ções das terras às margens do rio Nilo, após suas enchentes. No entanto, na
Grécia, já antes de Cristo, muitas descobertas matemáticas envolviam a
Geometria. A palavra geometria vem do grego, geo = terra e metria = medida.
Natureza e Geometria
As ideias geométricas partem do homem ao colocar a natureza exterior a ser-
viço de seus interesses por meio das transformações dessa mesma natureza. Se-
gundo Paulus Gerdes (1992), o conceito de número foi muito mais investigado
do que o desenvolvimento da Geometria, pelo primeiro estar mais vinculado ao
aparato linguístico e constituir, mais facilmente, um objeto de reflexão.
A Geometria na escola
O tangram tem sido utilizado nas aulas de Matemática para o desenvolvimen-
to do raciocínio geométrico, percebendo formas, representando figuras geomé-
tricas, construindo e criando. Jogos como esse permitem promover a compre-
ensão de um conceito, seu processo de construção e de habilidades envolvidas
nessa construção. Há várias versões sobre a invenção do tangram, jogo chinês
milenar. Uma delas é que essa palavra vem de Tchi Tchiao Pan, que significa “sete
peças da sabedoria”, o que faz acreditar que seu criador tivesse algum propósito
religioso ou místico ao empregar as suas sete peças para descrever o mundo.
124
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A construção do pensamento geométrico
125
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Segundo o casal van Hiele (apud DINIZ; SMOLE, 1998), há progresso na apren-
dizagem de Geometria por meio de diferentes níveis de entendimento sobre as fi-
guras geométricas. No início, percebe-se uma figura como um todo e, aos poucos,
passa-se a perceber suas relações e propriedades. Mais tarde, o desenvolvimento
leva a operar com tais relações em diversas situações, e os alunos parecem pro-
gredir no raciocínio geométrico por meio de uma sequência de cinco níveis:
visual;
descritivo/analítico;
dedução informal;
dedução formal;
126
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A construção do pensamento geométrico
rigor.
Um aluno do nível um precisa das propriedades para dar nome a uma figura;
no entanto, ele não possui essa noção, que passará a ser vista no nível dois. Sendo
a linguagem própria de cada nível, a relação entre um quadrado e um retângulo
pode fazer com que pessoas de diferentes níveis não se entendam, pois no nível
um o aluno não consegue compreender que o quadrado é um retângulo espe-
cial, sendo isso compreensível para alguém do nível dois.
127
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Para van Hiele (LOPES, 1999), as fases de aprendizagem, para que um aluno
passe de um nível para o outro imediatamente superior, são:
interrogação;
orientação dirigida;
explicação;
orientação livre;
integração.
128
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A construção do pensamento geométrico
Contribuições de Piaget
Piaget realizou muitas pesquisas sobre a criança e o mundo em que ela vive.
Essas pesquisas separam, em fases, as etapas pelas quais as crianças passam.
1.ª fase
129
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
2.ª fase
3.ª fase
Por volta dos 7 anos, a criança percebe o que está na direita ou na esquer-
da. Nessa fase, as formas dos objetos são mais bem definidas para ela.
4.ª fase
As diferentes geometrias
A Geometria, no Egito, nasceu de forma intuitiva. Os gregos, particularmente
Euclides, deram a ela uma estrutura de ciência e um método próprio – o axiomá-
tico. Essa geometria se chamou Geometria Euclidiana. Duhalde e Cuberes (1998)
explicam as geometrias como: a Geometria Euclidiana, a Projetiva e a Topológica.
130
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A construção do pensamento geométrico
Texto complementar
131
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
132
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A construção do pensamento geométrico
Dicas de estudo
Ler o livro: Os Poliedros de Platão e os Dedos da Mão.
Editora: Scipione.
Divulgação Scipione.
133
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Atividades
1. Por que é importante ensinar e aprender Geometria?
134
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A construção do pensamento geométrico
135
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Sentido das medidas
A necessidade de medir é muito antiga, e talvez seja tão antiga quanto a ne-
cessidade de contar.
A história nos revela que o homem teve grandes problemas com as unidades
de medidas. Antigamente, utilizava partes do corpo como referência para medir
distâncias, objetos e outros. A polegada, o palmo, a braça e o pé são exemplos
de algumas dessas referências.
1
1 metro = do arco que corresponde a 90º.
10 000 000
Como os meridianos não são rigorosamente iguais, foi escolhido, como re-
ferência para o metro, o meridiano que passa em Paris. Essa medida foi então
gravada em uma barra de platina. A platina foi escolhida por ser um metal que
não se dilata muito com o calor nem se contrai muito com o frio.
138
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Sentido das medidas
Hoje, segundo Toledo e Toledo (1997), utiliza-se o criptônio – gás nobre pre-
sente na atmosfera –, em proporção muito pequena, para determinação do
metro. O metro passou então a se caracterizar como um múltiplo do compri-
mento de onda do criptônio.
Vejam:
1m2 1m
1m
O volume ocupado por um cubo de arestas 1m ocupa um espaço tridimen
sional de 1 metro cúbico (1m3).
139
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
1m
1m3
1m
1m
o comprimento;
a superfície;
o volume;
a massa.
Quando pedem por um copo de água, podem se dar conta que este tem a
mesma capacidade da lata de refrigerante ou de uma caixinha de suco, isto é, de
250ml de líquido.
Exemplos:
= =
141
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Texto complementar
142
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Sentido das medidas
Descrição
O formador propõe a cada grupo de três ou quatro professores uma das
questões que se seguem. Caso seja necessário, o formador esclarece os pro-
fessores a respeito da abertura proposital dessas questões. Os grupos discu-
tem as possíveis soluções para a situação que lhes couber e escolhem um
relator que registre, junto com essas soluções, as considerações feitas para
obtê-las.
143
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Comentários
Como se pode perceber imediatamente, as situações presentes na ativi-
dade referem-se a medições de comprimento, superfície e capacidade que,
entre as várias grandezas a serem focalizadas no primeiro segmento do
Ensino Fundamental, são as diretamente ligadas a ideias geométricas.
144
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Sentido das medidas
145
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Dicas de estudo
Ler o livro: Medindo Comprimentos.
Editora: Scipione.
Divulgação Scipione.
Atividades
1. Qual foi o motivo que levou à criação do metro?
146
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Sentido das medidas
147
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Área e perímetro
1. Positividade – uma figura que possua interior não-vazio tem área positiva.
E D’ C
C D E’
150
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Área e perímetro
Medir é comparar.
Medir a área de uma superfície é compará-la à área de outra superfície.
Figura 1 Figura 2
151
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Figura 3 Figura 4
Área = b . h
Perímetro = b + b + h + h = 2b + 2h
u
u
u
u
Área = 12u2
Perímetro = 16u Área = 12u2
Perímetro = 14u
152
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Área e perímetro
u
u
153
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
154
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Área e perímetro
Texto complementar
Fez-se uma barra de platina com esse tamanho, que foi guardada para
servir de modelo. Como a platina é um metal que apresenta elevado ponto
de fusão, não sofre variações de comprimento em temperatura ambiente.
Aos poucos, várias nações foram adotando esse padrão. Em 1875, deze-
nove países, entre eles o Brasil, assinaram a Convenção do Metro, no Bureau
Internacional de Pesos e Medidas, em Paris. Cada um levou uma cópia da
barra original, passando a adotar esse padrão em todas as medições de com-
primento utilizadas nas transações dentro de seu território e com os países
signatários da convenção.
155
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Dicas de estudo
Ler o livro: O Ensino de Geometria na Escola Fundamental: três questões para a
formação do professor dos ciclos iniciais.
Editora: Autêntica.
Divulgação Autêntica.
Atividades
1. Coloque A para situações que envolvem área e P para situações que envol-
vem perímetro,
156
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Área e perímetro
157
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O pensamento algébrico
Histórico
A Álgebra se caracteriza por seus métodos, que convergem ao uso de
letras e expresões literais sobre as quais se realizam operações.
A segunda fase, a sincopada, surgiu no século III com o grego Diofanto (325-
409), de Alexandria, que utilizou a letra grega “sigma” para representar a incóg-
nita numa equação. Os hindus também utilizaram abreviações para representa-
ções algébricas.
Concepções da Álgebra
Algumas concepções da Álgebra, segundo Coxford e Shulte (1995), são:
160
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O pensamento algébrico
5 + 2 = 2 + 5 como a + b = b + a
5x 37
=
5 5
x = 7,4
161
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
162
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O pensamento algébrico
Sequência de desenhos
Resposta: coração.
Resposta: o aluno pode dizer que observou que sempre dois corações estão
juntos.
Essa é uma questão que exige que as crianças observem a regularidade e en-
contrem uma “regra” geral para poderem explicar como acharam a resposta.
163
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Resposta: coração.
Resposta: carinha.
E a trigésima posição?
Resposta: coração.
Resposta: o aluno pode dizer que foi desenhando a sequência, até encontrar
a décima quinta e a trigésima.
Sequência de números
Observe a seguinte sequência e responda as questões a seguir:
4 8 12 16 4 8 12 16 4 8 12 16 4 8 12 16 ...
Resposta: são 4 e 8.
164
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O pensamento algébrico
Sequência geométrica
Sem desenhar a figura, você pode dizer quantos quadrados, quantos qua-
drados brancos e quantos quadrados pretos possui a próxima figura dessa
sequência?
O professor pode ainda perguntar aos alunos como eles chegaram nessa res-
posta, explorar números quadrados perfeitos, fazê-los perceber que a soma do
número de quadrados brancos mais o número de quadrados pretos é sempre
igual ao total de quadrados que a figura possui.
Texto complementar
“Vida danada...”
(PARATELLI, 2001)1
Essa atividade foi elaborada pelo grupo, a partir de uma reflexão sobre
uma publicação do CAEM3. Exploraria a Conservação de Sequência, confor-
me quadro abaixo, aplicando para uma 4.a série do Ensino Fundamental, com
a colaboração de uma das professoras de uma das escolas onde trabalho.
1
Conceição Aparecida Paratelli, coordenadora de Matemática do programa Qualidade na Escola.
2
Programa Qualidade na Escola.
3
Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática do Instituto de Matemática e Estatística da USP. SOUZA, E.R.; DINIZ, M.I.S.V. Álgebra:
das variáveis às equações e funções. São Paulo: CAEM – IME – USP, 1994.
166
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O pensamento algébrico
b. E a seguinte? Desenhe.
O entusiasmo das crianças era tanto que lamentei voltar para o meu tra-
balho e não poder acompanhar a atividade até o fim. Orientei a professora
que deixasse os alunos à vontade.
167
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Fig. 5 Fig. 6
Representação
de Daniely
Fig. 6
Fig. 5
Representação
de Laynara
Fig. 6
Fig. 5
Representação
de Márcia
168
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O pensamento algébrico
4
Histórias de aulas de Matemática Grupo de Pesquisa – Ação em Álgebra Elementar Campinas, SP: Garf. FE CEMPEM, 2001, p. 31-37.
169
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Essa hipótese foi levantada porque essa mesma atividade havia sido apli-
cada em outra escola, num bairro mais próximo do centro de Campinas, com
crianças de vida regular, onde o padrão geométrico de respostas permane-
ceu de acordo com o que eu esperava.
Tudo isso foi possível a partir das discussões no GPAAE. Foi no grupo que
levantamos essas hipóteses, ao perceber que as respostas dos alunos tinham
algum sentido e era importante uma análise; que a atividade levava a outras
hipóteses como essas e o quanto é importante esse tipo de trabalho nas
séries iniciais, a articulação numérica/geometria/medidas como início de um
trabalho progressivo para o ensino da Álgebra nas séries mais avançadas do
Ensino Fundamental.
Dicas de estudo
Pesquise sobre Educação Algébrica no site: <http://www.tvebrasil.com.br/
SALTO>.
170
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O pensamento algébrico
Atividades
1. Qual é a diferença entre incógnita e variável?
171
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
172
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O pensamento algébrico
173
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Conceitos fundamentais
da proporcionalidade
Exemplo:
Istock Photo.
Istock Photo.
meios
a:b=c:d
extremos
176
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Conceitos fundamentais da proporcionalidade
1 x
=
5 15
5x = 15
x = 15 : 5
x=3
Grandezas como essas (nesse caso, tempo e distância) são chamadas de gran-
dezas diretamente proporcionais, pois quando uma aumenta, a outra aumenta
na mesma razão; e se uma diminui, a outra também diminui na mesma razão.
80 1
x2 x2
160 x3 x3 2
240 3
120 x
177
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Observa-se que quando a distância foi reduzida para a metade (80 : 2= 40), o
tempo também foi reduzido para a metade (1 : 2 = 0,5).
Problema 1
80 2
160 0,5
Problema 2
178
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Conceitos fundamentais da proporcionalidade
Responda:
Exemplos:
179
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
A partir dos primeiros anos de vida, a criança já utiliza, de forma prática, as rela-
ções de proporcionalidade. Nessa fase, ela avalia a realidade visualizada de forma
qualitativa. Por exemplo, uma criança pode imaginar o tamanho de um objeto que
está distante, interpretar desenhos, estimar o espaço por onde quer passar etc.
Schliemann e Carraher (1997) têm mostrado, por meio de seus estudos, valio-
sos recursos para trabalhar esses conceitos em sala de aula. Para compreender
melhor a aprendizagem, elas têm comparado estratégias de resolução de pro-
blemas de crianças de rua envolvendo esse conceito, ou seja, comparar estraté-
180
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Conceitos fundamentais da proporcionalidade
gias de crianças que aprendem tal conceito fora de sala de aula com estratégias
de crianças que aprendem proporcionalidade na escola.
Veja o exemplo:
2 6 reais
3 9 reais
Veja o problema:
4 6 reais
20 30 reais
x 1,5
4 6 , então
=
20 x
x = (20 . 6) : 4, ou seja,
4 6 , então
=
20 x
4 . x = 20 . 6
4x = 120
x = 120
4
x = 30
182
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Conceitos fundamentais da proporcionalidade
Por meio desses estudos, as autoras observaram que a estratégia mais utili-
zada por crianças e também por adultos com pouca ou nenhuma escolaridade
tem sido a estratégia escalar, aplicada por meio do uso de adições sucessivas, ou
seja, aquela na qual segue o raciocínio abaixo:
1 turma 50 alunos
Por meio desse trabalho, Schliemann e Carraher apresentam ainda outras ob-
servações. Entre elas citamos que:
183
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Texto complementar
Karplus e Peterson (1970) criaram essa tarefa para explorar diferentes pro-
cessos de resolução por parte de crianças, sendo também utilizada em diver-
sas outras pesquisas (e.g., CARRAHER; CARRAHER; SCHLIEMANN, 1986). Dois
bonecos eram apresentados, sr. Altão e sr. Baixinho, cujas alturas podiam ser
184
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Conceitos fundamentais da proporcionalidade
Essa tarefa foi criada por Bruner e Kenney (1966) para investigar o de-
senvolvimento do conceito de proporção em crianças, sendo apresentada
também em outros estudos (e.g., CARRAHER; CARRAHER; SCHLIEMANN;
RUIZ, 1986). Nessa tarefa, a criança tinha que determinar qual, dentre dois
recipientes com água, era o mais cheio.
185
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Dicas de Estudo
Assista a um vídeo no site: <http://revistaescola.abril.com.br/multimidia/
pag_video/gal_video_276188.shtml>.
Atividades
1. O seguinte problema envolve relações proporcionais:
Quatro caixas de leite custam R$8,00. Quanto custa uma caixa do mesmo
leite?
186
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Conceitos fundamentais da proporcionalidade
187
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Introdução à Estatística
1
National Council of Teachers of Mathematics.
190
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Introdução à Estatística
Deve também ter como objetivo, além de ensinar o aluno a ler e interpretar
representações gráficas, descrever e interpretar o mundo em que vive – e, por
meio dele, construir ferramentas para resolver problemas, perceber as ligações
entre áreas como Ciências Sociais e Naturais – auxiliá-lo a tornar-se autônomo
para tomar decisões acertadas.
coleta de dados;
análise de resultados.
191
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Coleta direta é aquela que é feita sobre elementos informativos como regis-
tros de nascimento, casamento, óbitos etc., ou quando os dados são coletados
pelo próprio pesquisador. A coleta indireta é inferida de elementos conhecidos,
como de coleta direta ou do conhecimento de fenômenos2 ligados a esse co-
nhecimento que se pretende estudar.
2
Entende-se por fenômeno o estudo estatístico.
192
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Introdução à Estatística
Exemplo:
Dados gerais
Número de analfabetos e taxa de analfabetismo
título
Coluna na faixa etária de 15 anos ou mais
indicadora BRASIL: 1980-89
Cabeçalho
População 15 N.º de analfabetos Taxa de
Ano
anos ou mais de 15 anos ou mais analfabetismo
1980 74 436 482 19 330 254 26,0
1981 74 679 449 16 992 500 22,8 Célula
Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 1980 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí-
lios, 1980-89.
Obs: Essa tabela foi retirada de: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.
A Educação no Brasil na Década de 80. Brasília, 1990.
Rodapé e notas
193
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
45 + 52 + 50
= 49 anos
3
Moda é o valor que ocorre com maior frequência em uma série de valores.
194
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Introdução à Estatística
195
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Texto complementar
Do uso do álbum
(GOMES, 1995, p. 74-76)
Os grupos de dados mais escolhidos foram: peso, idade, altura dos joga-
dores dos times que participariam do Mundial e capacidade dos estádios
que sediariam a Copa.
Acredito que a escolha tenha recaído sobre os dados dos times que os
alunos acreditavam ser os favoritos, prováveis adversários do Brasil ou times
de um jogador de renome mundial.
Esta atividade foi desenvolvida em sala de aula, onde cada aluno fazia o
seu trabalho, pois tinham escolhido grupos de dados diferentes, de acordo
com seu interesse particular.
O fato de ilustrarem seus trabalhos também fez com que eles se sen-
tissem muito envolvidos e, enquanto isso, descontraídos, trabalhavam a
Matemática.
196
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Introdução à Estatística
Eles ficaram à vontade para ilustrar seus trabalhos e para terminar ou não
em casa.
197
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Pude então perceber que isso não tinha ficado tão claro como pare-
cia, quando alguns alunos tinham feito a sugestão de deixar o espaço em
branco.
Foi estipulada uma data de entrega e, nesse dia, todos os trabalhos foram
recolhidos.
Dicas de estudo
Ler o artigo: ”Uma proposta de formação de professores para o ensino dos
gráficos e tabelas”.
Atividades
1. Qual a importância da Estatística?
198
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Introdução à Estatística
3. Para situações específicas, alguns gráficos são mais apropriados. Por que um
gráfico de setores não deve ter um número grande de setores?
199
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Avaliação em Matemática
Vianna
nho e para refletir sobre o seu próprio trabalho. Sob o aspecto de informação, a
avaliação deve fornecer elementos que auxiliem os alunos na reflexão e regula-
ção relativa ao seu processo de aprendizagem.
Ainda segundo Hadji (1994), avaliar pode significar: verificar o que foi apren-
dido, julgar o nível de um aluno em relação ao restante da turma, estimar o nível
de competência de um aluno, situá-lo em relação ao nível geral, representar o
aluno por um número, representar o grau de sucesso de uma produção escolar
em relação a critérios que variam de acordo com o nível da turma e segundo os
exercícios, determinar o nível de uma produção, dar uma opinião sobre os sabe-
res ou saber-fazer de um indivíduo, entre outras possibilidades.
O autor mostra ainda que todos os verbos utilizados para definir avaliação se
reportam a uma situação pedagógica. Há, portanto, três palavras-chave: verificar
a presença de qualquer coisa que espera, competência, conhecimento; situar
um indivíduo, uma produção, em relação a um alvo; julgar o valor de algo. “Ava-
liar é mesmo tomar posição sobre o valor de qualquer coisa que existe”. (HADJI,
1994, p. 35, grifo do autor).
202
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Avaliação em Matemática
203
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204
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Avaliação em Matemática
saberes, informações, fatos e contextos. Não para quando há erro ou acerto, não
faz relações superficiais entre o que se observa e os processos que o atravessam.
Busca discutir o visível e procura pistas do que é conduzido à invisibilidade. O
que ainda não sabe é indício da necessidade e da possibilidade de ampliação do
conhecimento já consolidado (ESTEBAN, 2001).
Lacueva (1997) propõe que a avaliação esteja centrada em uma ajuda para
que os alunos continuem aprendendo mais; que a escola seja um mundo cul-
tural rico, oferecendo múltiplas experiências formativas e avaliando-os em con-
textos naturais como apoio para a aventura de aprender. A avaliação deve dar
conta dos logros dos alunos, contribuindo para que estes tomem consciência
de seus êxitos, do que sabem, do que dominam; base fundamental para seus
futuros esforços. Também deve conscientizá-los de suas lacunas, erros e insufici-
ências, porém considerando esse fato normal, esperado e natural de alunos em
aprendizagem. Os erros, lacunas e outras ocorrências devem ser considerados
superáveis e trabalhados para que realmente o sejam. A avaliação deve ser des-
vinculada da ideia de prêmios, castigos, seleção de bons e ruins, da ideia de uma
hierarquização cristalizada. Deve centrar-se sobre os trabalhos e ações concretas
dos alunos, e não sobre sua pessoa como tal.
A avaliação tem ainda como papel ajudar a melhorar o ensino, ou seja, tra-
balhar em função de melhorar a aprendizagem. A conversa do professor com o
aluno sobre os seus erros e acertos contribui para a conscientização dos pontos
fortes e fracos, contribuindo também para a aprendizagem e superação de
falhas. Esse diálogo propicia ao aluno a familiaridade com as formas de avaliar
com critérios, contribuindo, por sua vez, para que ele se torne mais independen-
te do professor e responsável pela sua própria aprendizagem. Assim, orientado
pelo professor, cada vez mais o aluno passa a ser o proponente das medidas de
intervenção (LACUEVA, 1997).
206
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Avaliação em Matemática
Há uma boa hipótese de que o aluno aprende melhor quanto maior for a
sua autonomia, hipótese na qual se fundamenta a ideia de avaliação formadora.
Hadji (1994, p. 172) lembra que “a mais radical insuficiência de uma nota bruta é,
sem dúvida, a de nada dizer de concreto ao aluno, para além de uma indicação
de ordem em relação aos outros alunos”.
208
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Avaliação em Matemática
O avaliador precisa entregar uma mensagem que faça sentido para aqueles
que a recebem e, ao responder à pergunta “por que avaliamos”, caracterizam-se
filosofias da avaliação definidas com intenções de um especialista que sonha
aferir a realidade; de um juiz que deseja apreciar a realidade; e de um filósofo ou
intérprete que gostaria de compreender melhor o que se passa ou se passou,
construindo um referente [sistema de interpretação] (HADJI, 1994).
Para Bodin (apud BURIASCO, 2000, p. 11), é possível lidar com o erro em quatro
patamares.
(1) Erros de saber: o aluno não sabe uma definição, uma regra, um algoritmo
etc.
(2) Erros de saber-fazer: o aluno não sabe utilizar corretamente uma técnica,
um algoritmo etc.
Buriasco (2000) lembra que as duas últimas perspectivas podem ser utilizadas
em análise/interpretação de uma avaliação do rendimento daquelas de grande
porte, e que não subsidiam uma análise/interpretação das causas do erro no
nível de cada aluno e de sua concepção do saber em relação aos fatores que in-
terferem ou influenciam essa mesma concepção. Portanto, não são as mais ade-
quadas para a análise/interpretação dos erros da avaliação da aprendizagem.
Professor
Aluno Saber
Então, segundo essa ideia, a análise dos erros pode ser conduzida em relação
ao desenvolvimento psicogenético, em relação às dificuldades internas próprias,
às expectativas recíprocas professor-aluno, ou em relação a escolhas didáticas,
podendo-se ter interpretações diferentes de um mesmo erro.
210
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Avaliação em Matemática
Segundo Piaget (apud PINTO, 2000, p. 39), não interessa o erro, mas a ação
mental; erro e acerto são detalhes dessa ação mental. Para ele, as respostas dos
alunos são apresentadas, ordenadas e classificadas em três níveis:
Texto complementar
211
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Vejo neste fato duas situações contraditórias que mostram como os recor-
tes e colagens feitos no processo de avaliação produzem resultados parciais
e conclusões provisórias. No primeiro momento, poderíamos afirmar que a
atitude da professora dá indícios de sua descrença na capacidade de Gabriel,
a quem desqualifica, deixando evidente que ele não sabe fazer o exercício cor-
retamente. A avaliação pode ser vista como um impedimento à aprendizagem
de Gabriel, pois se limitando à classificação da resposta da criança, segundo
o padrão previsto, a professora destaca que a criança não sabe. Saber e não
saber são interpretados como opostos e excludentes, sendo ao não-saber atri-
buído um valor negativo; sequer se estabelece a relação entre acerto e saber,
erro e não-saber. Gabriel tantas vezes mostrou seus erros, sua dificuldade, e
agora, mesmo acertando, sua resposta confirma sua incapacidade, seu desco-
nhecimento, evidenciado na conclusão da professora: “você está colando”.
Olhando para este fragmento, e sempre o que vemos são fragmentos, con-
firmamos que a avaliação é um instrumento de classificação e exclusão, não
contribuindo para a dinâmica ensino/aprendizagem. Mesmo fornecendo in-
formações para a professora sobre o movimento de aprendizagem/desenvol-
vimento infantil, o tipo de informação que disponibiliza e o modo como ela
é interpretada, consolidam o olhar da falta, mostrando apenas o que Gabriel
não sabe e sua impossibilidade de aprender. Só acerta porque está colando.
No entanto, esta história não começa, nem termina, aí. Aliás, nenhuma
história começa e termina nos pontos que presenciamos ou elegemos como
princípio e fim. A dinâmica da sala de aula traz um momento seguinte e
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Avaliação em Matemática
213
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Dicas de estudo
Ler o livro: Avaliação - uma prática em busca de novos sentidos.
Editora: DP&A.
Atividades
1. Quando a avaliação assume o objetivo de guiar e orientar, é possível distin-
guir três objetivos. Quais são eles?
214
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Avaliação em Matemática
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Aprender sem medo:
o relacionamento afetivo entre
aquele que ensina e aquele que aprende
O domínio afetivo
Não há uma definição clara sobre o que é afeto ou domínio afetivo. De
fato, definir claramente o afeto seria inserir uma racionalidade no emo-
McLeod (1989) toma o termo “afeto” de maneira geral e usa a expressão “do-
mínio afetivo” para se referir a um conjunto extenso e não bem delimitado de
sentimentos e de humor (estados de ânimo) que diferem da pura cognição.
As crenças
As crenças matemáticas fazem parte do domínio subjetivo e estão ao redor de
todos os que são relacionados com a Matemática, seu aprendizado e seu ensino:
professores, alunos e pais.
As atitudes
A atitude é considerada como uma pré-avaliação (positiva ou negativa) que
determina as intenções pessoais e influi no comportamento (HART, 1989). A ati-
tude constitui-se de três componentes: um cognitivo, que se manifesta nas cren-
ças implícitas; um afetivo, que se manifesta na aceitação ou repúdio das tarefas
propostas ou da matéria; e um intencional, que representa a tendência a um
certo tipo de comportamento.
218
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Aprender sem medo: o relacionamento afetivo entre aquele que ensina e aquele que aprende
atitudes matemáticas.
As emoções
As emoções são respostas organizadas, além da fronteira dos sistemas psi-
cológicos, incluindo o fisiológico, o cognitivo, o motivacional e o sistema expe-
rimental. Surgem como resposta a um acontecimento interno ou externo, que
possui uma carga de significados positivo ou negativo para o indivíduo.
220
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Aprender sem medo: o relacionamento afetivo entre aquele que ensina e aquele que aprende
O significado do afeto
Os aspectos mais destacados que se referem às consequências dos afetos
são:
Para Chacón (2003), a relação que se estabelece entre afetos – crenças, atitu-
des e emoções – e aprendizagem é cíclica: por um lado, a experiência do estu-
dante ao aprender Matemática provoca diferentes reações e influi na formação
de suas crenças. Por outro, as crenças defendidas pelo sujeito têm consequência
direta em seu comportamento, em situações de aprendizagem e em sua capa-
cidade de aprender.
Atitudes positivas
e/ou negativas
para a
Matemática
221
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
ferentes visões da filosofia da Matemática. Por isso, cabe aos professores con-
frontarem-se com as próprias visões que têm da Matemática e que, sem dúvida,
influenciam as práticas de ensino.
222
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Aprender sem medo: o relacionamento afetivo entre aquele que ensina e aquele que aprende
Por exemplo:
Texto complementar
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224
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Aprender sem medo: o relacionamento afetivo entre aquele que ensina e aquele que aprende
Dicas de estudo
Ler o artigo:
Atividades
1. Quando o autor McLeod utiliza a expressão “domínio afetivo” , a que está se
referindo?
225
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Aprender sem medo: o relacionamento afetivo entre aquele que ensina e aquele que aprende
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228
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A linguagem matemática e os
(des)encontros com a linguagem cotidiana
1
O verbete comunicação recebe o seguinte significado: “1. Ato ou efeito de comunicar(-se). 2. Ato ou efeito de emitir, transmitir e rece-
ber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer por meio da linguagem falada ou escrita, quer de outros
sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual” (FERREIRA, 1986, p. 443).
mo de suas filhas. Por exemplo, a mãe tem o hábito de dizer que a filha não pode
ter “mais” de um produto particular de preço elevado, ou que não pode colocar
“mais” comida no prato sem ter consumido a já existente (WALKERDINE, 1990,
p. 53). Para essa autora, o par operatório que é geralmente desenvolvido é “mais”
e “não-mais” e não, como poderia parecer desejável a um professor de Matemá-
tica, “mais” em contraste com “menos”. Lima (1991, p. 151) comenta:
Os nomes das coisas em Matemática não são geralmente escolhidos de modo a transmitirem
uma ideia sobre o que devem ser essas coisas. Os exemplos abundam: um número
“imaginário” não é mais nem menos existente que um número “real”; “grupo” é uma palavra
que não indica nada sobre seu significado matemático.
Além de termos matemáticos que não têm o mesmo significado que os empre-
gados na linguagem cotidiana, o inverso também ocorre, ou seja, algumas palavras
de uso diário têm outro sentido no contexto matemático. Bacquet analisa alguns
desencontros que experimentou com alunos. Um deles se refere a um aluno
que demonstra espanto ao se deparar com um problema de Aritmética que se inicia
por “Paul exige ser pago à vista, em dinheiro vivo”. O aluno mostra-se atônico porque
não entende o que a expressão “à vista” pode significar, associa “à vista” com “vista”,
“visão”, caso em que o dinheiro passa a ter uma propriedade humana: a visão, ca-
pacidade de enxergar. Outro aluno argumenta, diante de um problema de divisão:
“Quando eu tenho uma divisão com centésimos eu os risco sempre: o que você quer
que as pessoas façam com alguns centésimos?” (BACQUET, 2001, p. 38).
Esses exemplos iniciais sugerem que o professor deve atentar para o linguajar
da sala de aula, que se tornando demasiadamente técnico (como quando do uso
de expressões utilizadas em Matemática, como “número imaginário”, “número
real” etc.) não permite a compreensão dos conceitos matemáticos envolvidos
ou, por outro lado, sendo demasiado simples, empregando palavras cotidianas,
perdem o sentido “matemático” que o aluno procura.
Esse autor apresenta uma pesquisa realizada com alunos franceses, com 14
anos, cursando o equivalente ao último ano do Ensino Fundamental, o 9.º ano
(antiga 8.ª série) do sistema brasileiro de ensino. Aos alunos foi proposta a tarefa
de proposição de fórmulas gerais para modelar a sistemática de pagamento de
salários em agências de viagens fictícias. O salário era calculado em função do
número de horas trabalhadas (que, variando, constituíam uma parte variável do
salário) a que se somava o ganho em função do número de passagens aéreas
vendidas, mais uma parte fixa.
231
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Tais dificuldades, como bem observa o autor, não podem ser consideradas res-
tritas aos conteúdos algébricos, como o exemplo em questão, nem a problemas
operatórios envolvidos em Aritmética ou relacionados a operadores lógicos.
Existem estudos (LINS; GIMENEZ, 1997; LIMA, 1996) comprovando que a pas-
sagem da linguagem natural à linguagem algébrica, simultaneamente, exige
conceitos preestabelecidos na criança e auxilia a construção dos mesmos. Os
procedimentos didáticos para efetuar tal passagem podem ser abordados con-
siderando-se de forma conjunta a Álgebra e a Aritmética desde os anos iniciais
do Ensino Fundamental. Na verdade, tal atitude encontra suporte no âmbito da
educação matemática.
232
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A linguagem matemática e os (des)encontros com a linguagem cotidiana
A Matemática não pode ser concebida como um saber pronto e acabado, mas
como um saber vivo, dinâmico que está sendo construído a cada aula, única em
si mesma. A língua e a linguagem também são dinâmicas, sofrem modificações
cotidianas. A sala de aula é o espaço em que interações acontecem, significados
são produzidos e, por isso, podem e devem ser explorados.
233
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“Jacqueline tem uma coleção de 145 selos do correio. Paulo lhe diz: – Se eu
lhe desse 20 dos meus selos, eu teria, então, três vezes mais do que você. Quan-
tos selos Paulo tem?”
Jacqueline = 145
Paulo = x – 20
x – 20 = 3 (145 + 20)
x – 20 = 435 + 60
x – 20 = 495
x = 495 + 20
x = 515
A professora propõe aos alunos: “Quantos quadrados podem ser feitos com
10 palitos de fósforos?”
Qual foi um possível significado atribuído pelo aluno à tarefa que originou a
resposta por ele oferecida? Existem outras interpretações possíveis?
234
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A linguagem matemática e os (des)encontros com a linguagem cotidiana
O aluno pode ter respondido que poderia fazer três quadrados, pensando
das seguintes maneiras:
16 (1 x 1)
9 ( 2 x 2)
4 (3 x 3)
1 (4 x 4)
totalizando 30.
235
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236
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E finalmente 1 quadrado de 4 x 4:
Texto complementar
237
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238
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[...]
Dicas de estudo
Ler o livro:
239
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Atividades
1. Além dos conceitos matemáticos, a linguagem específica e as regras mate-
máticas, quais são outros fatores que podem também colaborar para que os
alunos encontrem dificuldades na aula de matemática?
240
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A linguagem matemática e os (des)encontros com a linguagem cotidiana
241
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Os problemas da solução:
dificuldades com a metodologia
da “resolução de problemas”
Ana Márcia Fernandes Tucci de Carvalho
A história da Matemática nos mostra grandes feitos e grandes desco-
bertas. Em qualquer época, os povos estiveram, e estão, preocupados com
as necessidades primárias e urgentes ligadas à alimentação, ao vestuário, à
habitação, ao transporte e ao desenvolvimento de instrumentos bélicos.
Esse desafio e esse prazer de descobrir podem ser resgatados com a me-
todologia da resolução de problemas. Esse é um dos motivos pelo qual essa
maneira de ensinar atrai, cada vez mais, inúmeros professores e alunos.
Os desafios da metodologia
da resolução de problemas
Pires e Gomes (2004) definem que um indivíduo encontra-se diante de
um problema quando encara uma situação de forma compreensiva, não
encontra uma solução óbvia para essa situação, percebe a necessidade de uma
ação e se propõe a agir.
É preciso que um certo tópico matemático esteja por trás dos problemas abor-
dados, seja adequadamente tratado pelo professor e explorado pelos alunos.
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Os problemas da solução: dificuldades com a metodologia da “resolução de problemas”
Para Cain (2003), as pesquisas indicam que sim. Para exemplificar, cita uma
pesquisa realizada cuja tarefa era somar 38 + 26. As seguintes estratégias foram
utilizadas:
“trinta mais vinte são cinquenta; e o oito torna essa soma cinquenta e oito.
Então, mais seis a torna sessenta e quatro”;
“trinta mais vinte são cinquenta. Oito mais seis são quatorze; então cin-
quenta mais quatorze são sessenta e quatro”;
“trinta e oito mais vinte e seis é como quarenta mais vinte e quatro, logo
perfaz sessenta e quatro”.
245
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
almente, sob o ponto de vista pedagógico, deve decidir quando e como intervir.
Sob uma perspectiva pessoal, o professor de Matemática estará na posição inco-
mum e incômoda de não saber ou trabalhar sem saber todas as respostas, o que
requer experiência, confiança e autoconhecimento.
O fato é que trabalhar dentro desse espírito demanda muito, tanto do profes-
sor quanto dos alunos, sendo, por outro lado, muito recompensador.
Para Dante (1995), o bom problema é aquele que se apresenta como desafio,
interessante para o aluno, com nível adequado de dificuldade e que não é mera
aplicação direta de operações aritméticas. Essas características precisam ser con-
sideradas pelo professor quando propõe problemas.
246
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Os problemas da solução: dificuldades com a metodologia da “resolução de problemas”
247
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
pensador para o aluno, porque torna a Matemática mais atraente, mas não sig-
nifica necessariamente que o aluno aprenda “mais” Matemática ou que esta seja
de melhor qualidade.
Outras questões
No Brasil, foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais:
248
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Os problemas da solução: dificuldades com a metodologia da “resolução de problemas”
Sugestões de problemas
Discuta qual o nível de conhecimento é necessário para resolvê-los, indican-
do em qual(is) ciclo(s) o problema poderia ser oferecido.
0 1 2 3 4 5
6 8 10 12
É maior que oito e vale menos do que uma dúzia. 10, pois 10 é maior que 8, e
é menor que 12, que representa uma dúzia.
1 6 7 10
Não é ímpar e é maior que seis. Da lista dada, 10 é o único número par (não
ímpar) maior que 6.
249
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
São elas:
ACEDB
ACEB
ACEGB
AEDB
AEB
AEGB
AFEDB
AFEB
AFEGB
Gastando pouco
A = R$460,00 B = R$488,00
250
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Os problemas da solução: dificuldades com a metodologia da “resolução de problemas”
Texto complementar
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252
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Os problemas da solução: dificuldades com a metodologia da “resolução de problemas”
Dicas de estudo
Ler o capítulo “Estudo sobre a solução de problemas aritméticos de multipli-
cação do tipo isomorfismo de medidas”, encontrado em:
TAXA, Fernanda de Oliveira Soares; FINI, Lucila Diehl Tolaine. In: BRITO, M. R. F.
(Org.). Psicologia da Educação Matemática (Teoria e Pesquisa). Florianópolis:
Insular, 2001. p. 280.
Atividades
1. Enumere algumas preocupações que se apresentam acerca da metodologia
da resolução de problemas.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
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Os problemas da solução: dificuldades com a metodologia da “resolução de problemas”
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A Geometria Plana e
a Geometria Espacial:
o que vemos e o que vivemos
Um exemplo notável é a razão áurea, que pode ser encontrada no Parthenon, na Grécia. A razão áurea foi tratada em Os Elementos, de
1+ 5
Euclides. Atualmente, sabemos que a razão áurea é o número irracional ∅ = .
2
258
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A Geometria Plana e a Geometria Espacial: o que vemos e o que vivemos
(Relativas ao retângulo)
P = lado x 4.
(Relativas ao quadrado)
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Medir é comparar, utilizando uma certa unidade como padrão. Este é o pri-
meiro passo e trata-se de um passo árduo, porque já estamos imersos em metros
prontos, em réguas que vêm milimetradas, comprados nas papelarias. O aluno
não percebe que, se mudássemos nosso padrão de medida, mudaríamos o valor
numérico daquilo que estamos medindo. É natural encontrar estudantes que
imaginam que a medida é uma qualidade invariante, o que de fato é verdade,
desde que tenhamos fixado a priori uma “unidade-padrão”.
Bacquet comenta que, junto com a aluna, dividiu um metro de fita em dez
partes, para obter um decímetro, e dividiu o decímetro em dez partes, para obter
o centímetro. Essas operações feitas em material “concreto” fornecem ao aluno a
noção de medida como comparação e possibilitam que as igualdades 1 metro =
10 decímetros = 100 centímetros deixem de ser apenas relações a serem memo-
rizadas, pois o material é manipulado, é visualizado. Trabalhado dessa forma, o
metro deixa a característica abstrata, pode ser percebido.
O metro quadrado pode ser obtido por meio de jornal. Cortando-se um metro
quadrado de jornal, pode-se forrar a mesa do professor, o chão da sala, a porta. A
noção de metro quadrado será associada à área de forma natural e os cm2 farão
mais sentido aos estudantes.
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A Geometria Plana e a Geometria Espacial: o que vemos e o que vivemos
Gálvez (1996, p. 241) salienta que desde cedo a criança percebe o espaço que
a circunda e as ações de deslocamento e coordenação são associadas a esses
espaços. “O espaço é exteriorizado, aparece como o ambiente imóvel no qual
se situam tanto o sujeito como o objeto”. Somente mais tarde o sujeito passa a
conceber a si próprio como outro objeto, um objeto a mais, dentro de um certo
espaço homogêneo, percebendo seus próprios deslocamentos como desloca-
mentos em relação a outros e às posições de outros objetos. Considerando a obra
de Piaget e outros, A Representação do Espaço na Criança2, a autora argumenta
que, no âmbito geométrico, a ordem genética de aquisição das noções espaciais
é inversa à ordem histórica do progresso da ciência. Em síntese, embora Euclides
(século III a.C.), com Os Elementos, apresente uma Geometria Plana axiomatizada
e, ainda, o que é mais notável, fundamentada em demonstrações que ainda hoje
encontrem suporte na formalização matemática, o conhecimento infantil con-
sidera primeiro o espaço tridimensional e suas relações intrínsecas. Primeiro as
noções de vizinhança, separação, ordem, contorno e continuidade, noções que
tornam possível distinguir figuras abertas de fechadas; espaço interior e espaço
exterior. É possível afirmar que, em primeiro lugar, vivemos a Geometria para,
somente depois, a vermos.
2
PIAGET, J; INHELDER, B. (1947). La Représentation de L´espace Chez L´enfant. Paris, P.U.F. In: GÁLVEZ (1996, p. 257).
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Possibilidades metodológicas
e pedagógicas
Kaleff (2003) tece considerações para a ação pedagógica acerca do ensino de
Matemática como um todo e da Geometria em particular. Essas ações podem
nortear o professor de Matemática.
Essas ações podem e devem ser consideradas, pois o professor faz parte do pro-
cesso de desenvolvimento do aluno, sendo, sem dúvida, uma das peças fundamen-
tais desse intricado “jogo” de conhecimento que toma lugar nas salas de aula.
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A Geometria Plana e a Geometria Espacial: o que vemos e o que vivemos
Surpresas como essas, nas quais os professores sentem por que não consi-
deram que os alunos podem simplesmente não estar fazendo ideia do que se
pede, a que o enunciado do problema proposto se refere, são comuns quando
se ensina Geometria e Matemática.
O professor deve escutar o aluno, pois ouvindo-o pode-se ensinar mais, com
melhor qualidade, do que apenas falando o que o aluno deve fazer. “É ouvindo
que se ensina, é falando que se aprende!” (CABRAL, 1998, p. 212). Esse aforis-
mo de Cabral retrata uma desmistificação do ensino de Matemática: o professor
deixa de ser aquele que fala o tempo todo, passando a ser aquele que orienta,
seguindo não o currículo ou o livro didático, mas aquilo que o aluno conhece.
O foco do ensino passa a ser o aluno e o conteúdo matemático a ser explorado,
desenvolvido, para, finalmente, ser conhecido.
Texto complementar
Figuras de Linguagem
[...]
(FONSECA, 2001)
263
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
264
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A Geometria Plana e a Geometria Espacial: o que vemos e o que vivemos
Dicas de estudo
Ler o artigo:
O artigo apresenta resultados de uma pesquisa que teve por objetivo investi-
gar questões relacionadas à aprendizagem de Geometria no Ensino Fundamen-
tal e reconhecer as representações dos professores no que se refere ao papel da
Geometria no processo de formação do aluno.
Atividades
1. Considere sua caneta como unidade de medida. Quanto mede a diagonal do
seu livro?
265
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266
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A Geometria Plana e a Geometria Espacial: o que vemos e o que vivemos
267
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Por que (–1) x (–1) = 1?:
operações com os números inteiros
Números relativos
Esse problema, típico dos livros didáticos de Matemática do 7.º ano (antiga 6.ª
série), é utilizado para introduzir os números negativos como uma extensão dos
números naturais. Problemas como esse são motivadores para que se “amplie” o
conjunto dos números conhecidos passando a considerar os “números relativos”,
isto é, o conjunto dos números inteiros, positivos e negativos.
Para Caraça (2002, p. 91), uma boa maneira de os números negativos serem
abordados é tentar calcular a diferença de dois números, a – b, na qual b > a, por
exemplo, no cálculo de 5 – 8. Para que essa conta seja possível, “temos que nos
libertar da impossibilidade da subtração”.
270
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Por que (–1) x (–1) = 1?: operações com os números inteiros
–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4
O professor deve estar atento para que os alunos percebam o que é somar,
subtrair, multiplicar e dividir com os números relativos, porque essas operações
fundamentais e básicas serão utilizadas em todo o resto do aprendizado em Mate-
mática. Não é necessariamente verdade que um bom começo tem um bom final,
mas um mau começo será, provavelmente, muito mais difícil de ser remediado.
O professor pode justificar essas regras de forma intuitiva. A soma de dois nú-
meros positivos é ainda positiva, como anteriormente; nada muda. Para a soma
de dois negativos, o argumento que é usado com frequência é que se “deve-
271
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Para o caso em que a e b têm sinais diferentes também pode-se usar o argu-
mento de “dívidas”: se temos a e devemos b, por exemplo, então, ao final, tere-
mos a – b (esse é o caso em que a > b, a positivo e b negativo).
Lima (1991, p. 151) aborda essa questão de uma maneira interessante. Se-
gundo esse autor, o professor Benedito de Morais costumava explicar a “regra
de sinais” para a multiplicação e divisão de números relativos aos seus alunos da
seguinte forma:
272
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Por que (–1) x (–1) = 1?: operações com os números inteiros
Desse modo, a pergunta natural é também feita por Lima: “[...] é possível de-
monstrar que (–1) x (–1) = 1?”.
1
Hanna e Jahnke enfatizam que o “significado original (da prova) é fornecer um meio para se procurar respostas à questão por quê?” (2002, p. 44).
2
Os Elementos, de Euclides (300 a.C.), apresentavam uma Geometria especulativa, de inspiração platônica, e preocupação com o rigor das
demonstrações.
273
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Vamos demonstrar que (–1) x (–1) = 1, porque esse fato não é intuitivo, é uma
consequência das bem-definidas propriedades e operações formais dos números
relativos. Esse fato decorre da lei distributiva da multiplicação em relação à adição.
Fato 1: – a + a = a + (– a) = 0
Em palavras, a adição do elemento a com seu simétrico – a é igual ao elemen-
to neutro da adição, o zero.
Fato 2: a x 0 = 0
Em palavras, qualquer elemento do conjunto dos números relativos vezes
zero é igual a zero.
De fato,
a + a x 0 = a x 1 + a x 0 = a x (1 + 0) = a = a + 0
274
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Por que (–1) x (–1) = 1?: operações com os números inteiros
a+ax0=a+0
Fato 3: (–1) x a = – a
Em palavras, multiplicar um número relativo qualquer por –1 é igual a tomar
o negativo do número multiplicado.
De fato,
De maneira geral, utilizamos esse resultado para provar a regra dos sinais
para a multiplicação, valendo-nos da propriedade comutativa dos núme-
ros relativos, isto é, que “a ordem dos fatores não altera o produto”; pois
(–a) x (–b) = [(–1) x a] x [(–1) x b] = [(–1) x (–1)] x (a x b) = 1 x (a x b) = ab.
O que fizemos foi demonstrar que (–1) x (–1) = 1. Para muitos alunos, de-
monstrar algo pode ser difícil ou simplesmente inútil. Alguns alunos argumen-
tam que, se o professor disse que algo é verdadeiro, então é verdadeiro, ou seja,
a palavra dele é suficiente. Claro que, se um professor faz uma certa afirmação
em sala de aula, podemos esperar que o que foi dito seja de fato válido; no en-
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Texto complementar
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Por que (–1) x (–1) = 1?: operações com os números inteiros
da nossa) se lembra de haver sido confundido pela regra dos sinais1. Vinte
anos antes, as coisas eram diferentes.
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
Muitos são os autores a afirmar que “nada poderia ser mais imóvel que a
imobilidade”. Para descobrir, a partir daí, o conceito de velocidade negativa,
foi necessária toda uma construção intelectual, que só seria verdadeiramen-
te possível muito depois.
[...]
Dicas de estudo
Divulgação Atual
Editora.
Ler o livro: Números Negativos.
Atividades
1. Problema dos bens (adaptado de Luiz Alberto S. Brasil (1977). Aplicações
da Teoria de Piaget ao Ensino da Matemática. Rio de Janeiro: Forense Uni-
versitária).
278
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Por que (–1) x (–1) = 1?: operações com os números inteiros
a) Se você perde R$5,00 por dia, então daqui a três dias terá perdido
R$15,00.
279
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b) Se perde R$5,00 por dia, há três dias você estava R$15,00 mais rico.
280
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Por que (–1) x (–1) = 1?: operações com os números inteiros
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Gabarito
Resolução de problemas
1.
a) Problema de aplicação.
b) Situação-problema.
c) Problema em aberto.
d) Exercício de reconhecimento.
e) Exercício algorítmico.
3.
9
a) 100 = + 99
9
3
b) 34 = + 33
3
3
c) 31 = 33 + − 3
3
Conhecimento lógico-matemático
1. Conhecimento físico: refere-se a objetos do mundo exterior, como identificar
características de um objeto (cor, tamanho etc.) ou saber que, se um objeto
está em nossas mãos e o soltarmos, ele pode cair.
Se multiplicarmos 4 x 2 x 2 x 3 = 48 peças.
O desenvolvimento histórico
do sistema de numeração decimal
1. Homens de diferentes civilizações contavam de maneiras diversas. Alguns
usavam apenas dois nomes e com esses dois expressavam várias quantida-
des fazendo associações. Outros representavam as quantidades por traços
284
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Gabarito
a) 153 + 87
1 5 3
+ 8 7
1 13 10
2 4 0
7 + 3 = 10
8 + 5 = 13•
0 + 1 = 1••
240
b) 25 + 145
145 → 45 → 5
285
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2 5 +
1 4 5
1 (para 100)
6 (para 20 + 40)
+ 1 0 (para 5 + 5)
1 7 0
2.
a) 125 x 34
1 x 34 = 34
2 x 34 = 68
4 x 34 = 136
8 x 34 = 272
16 x 34 = 544
32 x 34 = 1 088
64 x 34 = 2 176
128 x 34 = 4 352
4 352 – 34 = 4 318
4 318 – 34 = 4 284
4 284 – 34 = 4 250
b) 248 x 15
2 4 8
x 1 5
3 0 0 0 (para 15 x 200 = 3000)
6 0 0 (para 15 x 40 = 600)
1 2 0 (para 15 x 8 = 120)
3 7 2 0
286
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Gabarito
2 4 8
x 1 5
4 0 (para 5 x 8 = 40)
2 0 0 (para 5 x 40 = 200
1 0 0 0 (para 5 x 200 = 1 000)
8 0 (para 10 x 8 = 80)
4 0 0 (para 10 x 40 = 400)
2 0 0 0 (para 10 x 200 = 2 000)
3 7 2 0
a) Ideia de completar.
b) Ideia de tirar.
c) Ideia de comparar.
3)
a) Quociente
b) Razão
287
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Os decimais
1. A função da vírgula nos números decimais é separar o inteiro das partes.
3.
a) 2,15
b) 1,875
c) 0,246
d) 1,05
visual;
descritivo/analítico;
288
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Gabarito
dedução informal;
rigor.
3. São eles:
Inferência transitiva – ao medirmos uma parede com uma fita métrica, preci-
samos entender que a medida tanto da fita quanto da parede são compara-
das por uma medida comum, por exemplo, o metro e os centímetros.
Área e perímetro
1.
a) (A)
b) (P)
c) (A)
289
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
d) (A)
e) (P)
2. área = 12 x 12 = 144cm2.
3.
a + a + a + a = 4a.
O pensamento algébrico
1. Numa equação, o símbolo ou a letra que representa um número é uma in-
cógnita porque possui valor sem depender de outras condições. Numa fun-
ção, os símbolos ou letras que representam números são chamados variá-
veis, pois seus valores estão condicionados aos valores de outras variáveis.
Por exemplo: para calcular o perímetro de um quadrado podemos escrever
que P = 4 . a (sendo a o valor do lado do quadrado). Nessa expressão, o valor
de P depende do valor de a, então P e a são variáveis.
2.
2.ª) Sincopada: surgiu com o grego Diofanto, que usava a letra grega “sigma”
para representar a incógnita numa equação. Os hindus utilizavam abrevia-
ções para representações algébricas.
290
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Gabarito
– Cem pombas não somos nós, com mais dois tantos de nós e com você, meu
caro gavião, cem pássaros seremos então!
Caixas Preço
4 4 8
20 1
Então:
Caixas Preço
4 4 8 :4
20 1 2
Estratégia funcional:
291
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4 8
=
1 x
4x = 8
8
x=
4
x=2
Introdução à Estatística
1. Atualmente, grande quantidade de informações são apresentadas em revis-
tas, jornais e outros meios de comunicação, por meio de tabelas ou de grá-
ficos estatísticos; daí a importância do trabalho com Estatística nas escolas,
para preparar os alunos para uma boa atuação na sociedade.
Avaliação em Matemática
1. Certificar, regular e orientar.
292
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Gabarito
2. São eles:
293
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2.
R$35.000,00 – R$15.000,00 =
R$20.000,00
294
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Gabarito
2.
a) (–5) x 3 = – R$15,00
295
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Referências
COXFORD, Arthur. F.; SHULTE, Albert. P. (Org.). As Ideias da Álgebra. São Paulo:
Atual, 1995.
298
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Referências
DAVIS, Philip J.; HERSH, Ruben. A Experiência Matemática. Rio de Janeiro: Fran-
cisco Alves, 1985.
DIENES, Zoltan Paul; GOLDING, E. W . Lógica e Jogos Lógicos. São Paulo: EPU,
1974.
ESTEBAN, Maria Teresa. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio
de Janeiro: DP&A, 2001.
299
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
HART, L. E. Describing the affective domain: saying what we mean. In: MCLEOD,
D. B.; Adams, V. M. (Org.). Affect in Mathematical Problem Solving: a new pers-
pective. Nova York: Springer-Verlag, 1989.
300
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Referências
LIMA, Elan Lages. Meu Professor de Matemática e outras Histórias. Rio de Ja-
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Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático
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PIRES, Célia Carolino; CURI, Edna; PIETROPAULO, Ruy. Educação Matemática: 6.ª
série. São Paulo: Atual, 2002.
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