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A língua mundial
Tra d u ç ã o e d o m i n a ç ã o
2021
Coordenação editorial:
Flavia Vicenzi
Capa:
Paulo Roberto da Silva
Editoração:
Cristiano Tarouco
Revisão:
Júlia Crochemore Restrepo
Revisão técnica:
Clarissa Prado Marini
C335l
Casanova, Pascale, 1959-2018
A língua mundial : tradução e dominação / Pascale Casanova ;
Marie-Hélène C. Torres, tradução. – Florianópolis : Editora da
UFSC ; Brasília : Editora UnB, 2021.
142 p.
Tradução de: La langue mondiale : traduction et domination
ISBN 978-65-5805-005-6 (Editora da UFSC). – ISBN 978-65-
5846-034-3 (Editora UnB)
1. Tradução e interpretação – Aspectos políticos. 2. Língua uni-
versal. 3. Bilinguismo. I. Torres, Marie-Hélène Catherine. II. Título.
CDU 801=03
Nota da tradutora................................................................................. 11
Exordium........................................................................................... 17
Capítulo 1 O bilinguismo latim-francês..................................... 31
Capítulo 2 Quando o francês tinha que ser defendido........... 51
Capítulo 3 A tradução como conquista...................................... 73
Capítulo 4 As Belas Infiéis.............................................................. 89
Capítulo 5 Leopardi e o francês.................................................. 109
Exitus ou a retomada das Belas Infiéis.................................... 135
1
CASANOVA, Pascale. La République mondiale des lettres. Paris: Seuil, 1999. (Col.
Points Essais, 2008). [N.T.: Referência bibliográfica da tradução brasileira: CASANOVA,
Pascale. A república mundial das letras. Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo:
Estação Liberdade, 2002.]
2
CASANOVA, Pascale. Consécration et accumulation de capital littéraire: la traduc-
tion comme échange inégal. Actes de la recherche en sciences sociales, n. 144, septembre
2002.
3
A conotação sexual da “posse” aqui é a mesma da “fidelidade” e já foi amplamente
enfatizada.
4
O foco principal aqui é a tradução literária, já que traduções científicas ou religiosas
requerem outros desdobramentos.
5
BOURDIEU, Pierre. L’Économie des échanges linguistiques. Langue française, n. 34,
18 p. 23, 1977.
Exordium
lado, que todas as línguas estão concorrendo pelo poder nesse mercado
(“a língua [diz Bourdieu] não é apenas um instrumento de comunicação
ou até de conhecimento, mas um instrumento de poder”);7 e, por outro
lado, que existe uma dependência entre as leis da dominação e as leis
de formação de preços (ou de valores relativos): “a desvalorização pro-
gressiva do francês em relação ao inglês no mercado internacional”8 é
um dos seus exemplos.
As línguas são socialmente hierarquizadas de acordo com a sua
proximidade com o poder e com a legitimidade ou (o que equivale à
mesma coisa) de acordo com os benefícios simbólicos que proporcionam.
Aqueles que podem demonstrar um bom domínio da língua mundial
(em outras palavras, aqueles que têm esse “capital”)9 também exercem
sua autoridade, já que apenas
6
Grifo da autora.
7
Ver BOURDIEU, Pierre. L’Économie des échanges linguistiques, op. cit., p. 19.
8
Ibid., p. 22.
9
Ver ibid., p. 18, 22-24.
10
BOUKOUS, Ahmed. Bilinguisme, diglossie et domination symbolique. In: BENNA-
NI, Jalil et al. Du bilinguisme. Paris: Denoël, 1985, p. 48.
11
Abram de Swaan distingue na “constelação” hierarquizada das línguas: as línguas
periféricas, as línguas centrais, as línguas supercentrais e a língua hipercentral. Ver
Words of the World: The Global Language System. Cambridge: Polity Press, 2001,
p. 4-7. Ver também: SENGUPTA, Mahasweta. Translation, colonialism and poetics: 19
Rabindranath Tagore in two worlds. In: BASSNETT, Susan; LEFEVERE, André (ed.).
Translation, History and Culture. London-New York: Pinter Publishers, 1992, p. 57-61.
Ele escreve sobre as autotraduções de Tagore: “Podemos claramente notar que Tagore
mudou não só o estilo do original, mas também as imagens e o tom das palavras [...], o
registro de língua que é procurado corresponde à poesia da língua de origem, o inglês
edwardiano. Adapta-se à ideologia da cultura ou do sistema dominante”. Tradução em
francês da autora.
12
É para facilitar a exposição que fiz da língua o sujeito ativo da frase.
13
LEOPARDI, Giacomo. Zibaldone. Tradução do italiano para o francês, com apre-
sentação e notas de Bertrand Schefer. Paris: Allia, 2003, p. 179-180.
20 14
Ver principalmente ADAMS, James Noel. Bilingualism and the Latin Language.
Exordium
com que os romanos tivessem um sentimento de inferioridade cultural”.
Ele mostra também que a falta de interesse dos gregos pela língua latina
não era tão generalizada como gostaríamos de dizer e, por exemplo,
que o latim falado pelos gregos, que eram falantes nativos e, portanto,
com sotaque grego, era considerado como um sinal de prestígio. Ele
reitera também que, entre os romanos cuja língua materna era o latim,
a grecização da pronúncia de certas palavras poderia ser considerada
(por causa do que chamaríamos uma espécie de “esnobismo”) como uma
“nova” pronúncia mais “correta”.15 Todos são fatos que reforçam a nossa
hipótese de um prestígio ligado à língua grega.
Assim, a língua mundialmente dominante não é sempre, ou não
necessariamente, a língua do país economicamente dominante (como
a situação contemporânea sugeriria) nem a do país mais poderoso
militarmente no contexto mundial. É claro que o poder econômico
ajuda a difundir a língua, mas são fenômenos distintos e separados que
não devem ser confundidos. O inglês hoje em dia não é a “língua dos
negócios” mais do que qualquer outra língua. E não há especialização
como a “língua do amor” ou a “língua da filosofia”. Há, pelo contrário,
culturas que insistem mais ou menos em um ou outro aspecto das
práticas humanas. Mas todas as línguas são capazes de abordar todos os
assuntos. E o objetivo (no sentido de “conatus”,16 já que não há “vontade”
onde não há sujeito) da língua mundialmente dominante parece ser o
de se expandir. Parto da premissa, neste livro, como podemos ver, da
trans-historicidade do modelo das línguas mundiais.
A desigualdade entre as línguas tem efeitos tão poderosos que
a(s) língua(s) dominada(s) ou muito dominada(s) pode(m) impedir (ou
pelo menos dificultar) o reconhecimento ou a consagração dos escritores
que a(s) pratica(m). Os críticos brasileiros apontam que dois dos maiores
romancistas naturalistas de língua portuguesa – o português Eça de
Exordium
“transcrição” na rede objetiva de relações de dominação mundial da
qual é uma das formas.21 A desvalorização automática de cada tradução
tem sido frequentemente descrita, e procurou-se apagá-la em todas as
épocas: seja – desde a Idade Média até ao século XVI – reunindo várias
palavras sinônimas;22 seja “esquecendo” o original,23 seja respeitando,
mais do que de costume, a lei da “fidelidade”. Hoje (quando ainda
existe a questão do valor da tradução – a tradução do Alcorão, por
exemplo, sendo considerada menos sagrada que a versão original em
árabe e continuando a ser uma fonte de discórdia), considera-se que a
“fidelidade” à língua de partida pode, por si só, resolver a questão (se
a tradução for muito fiel, considera-se que ela tenha quase tanto valor
quanto o original).
Também se pode considerar que o fato de a língua mundial ser
a única de todas as línguas a dar (ao invés de tirar) valor à tradução
pode ser sua definição e que, por um raciocínio circular, é a “causa” (ou
consequência) da sua excepcionalidade.
Mas não há língua dominante a menos que falantes – incluindo
falantes nativos – acreditem numa hierarquia entre as línguas. A domi-
nação de que estou falando aqui é simbólica na medida em que não
depende dos fatos (o número de falantes, por exemplo, ou o fato de
todas as línguas serem objetivamente iguais), mas sim de uma crença,
coletivamente compartilhada. Uma crença compartilhada é fortale-
cida, precisamente por causa do “coletivo” e é, na maioria das vezes,
naturalizada (portanto, considerada por todos como um fato “natural”,
não sujeito a discussão). Giacomo Leopardi, por exemplo, considerava
abertamente a dominação do francês no seu tempo como um fato
natural da língua. Essa crença coletiva reforça a dominação linguística
na medida em que se apresenta aos falantes e fortalece o seu poder cada
vez que a língua é falada.
21
Ver HEILBRON, Johan; SAPIRO, Gisèle. La Traduction littéraire, un objet socio-
logique. Actes de la recherche en sciences sociales, n. 144, septembre 2002, p. 3.
22
Ver adiante, p. 81.
23
Ver adiante, p. 92-93. 23
24
MOUNIN, Georges. Les Problèmes théoriques de la traduction. Paris: Gallimard,
1963, p. 3-9.
25
VENDRYES, Joseph. Le Langage: introduction linguistique à l’histoire. Paris: La
24 Renaissance du Livre, 1921, p. 335-341.
Exordium
suficiente).
Na prática, as coisas são muito mais complicadas porque aqueles
que não precisam de tradução ainda traduzem apesar de tudo. Isso sem
dúvida explica o número de traduções “falsas”: por exemplo, apesar do
bilinguismo significativo dos suecos ou dos holandeses, eles continuam
a fazer um importante trabalho de tradução,26 como se quisessem não
mostrar a sua dominação (real). A tradução pode ser concebida como
uma forma de resistência (ou de luta contra) à porosidade das línguas27 e
à dominação linguística. Do mesmo modo, o Reino Unido reivindica em
alto e bom som uma ortografia e pronúncia “diferentes” da americana,
permitindo que países como o Canadá (que tem uma fronteira com o
país mais poderoso do mundo) reivindiquem uma identidade distinta
daquela dos Estados Unidos.
Abram de Swaan, que estudou extensivamente esses fenômenos
em escala mundial,28 sustenta que o que ele chama de “sistema linguístico
mundial emergente”29 tem sua própria coerência de multilinguismo.
Para ele, a centralidade (eu diria: dominação) de uma língua é medida
pelo número de falantes plurilíngues (ou bilíngues) que a falam, num
26
PYM, Anthony; CHRUPALA, Grzegorz. The quantitative analysis of translations
flows in the age of an international language. In: BRANCHADELL, Albert; WEST,
Lovell Margaret (ed.). Less Translated Languages. Amsterdam: John Benjamin Publi-
shing Company, 2004, p. 28-31, escrevem neste sentido: “Se, por exemplo, todos os
suecos leem em inglês, eles não devem realmente precisar de traduções do inglês, e têm
potencialmente uma cultura muito aberta com uma porcentagem relativamente baixa
de traduções.[...] A nossa hipótese lógica está completamente errada. Quando países
publicam muitos livros em línguas estrangeiras, tendem também a traduzir muitos
livros do estrangeiro”. Tradução em francês da autora.
27
O volume Less Translated Languages levantou esse problema, especialmente BA-
CARDI, Monserrat. “Translation from Spanish to Catalan during the 20th century”,
p. 1781; ela cita (e traduz) um dos últimos tradutores de Dom Quixote em catalão,
Civera: “Os catalães cultos podem ler no texto as obras mais importantes de Cervantes.
Por que essa audácia de fazer o Dom Quixote falar na nossa língua materna? Porque
queríamos prestar homenagem a este grande escritor, e porque queríamos honrar esta
grande língua”. Tradução em francês da autora.
28
SWAAN, Words of the World, op. cit., p. 4.
29
Ibid. 25
30
SWAAN, Words of the World, op. cit., p. 4.
31
Ver nota 19.
Ver principalmente ROBINSON, Douglas. Translation and Empire: Postcolonial
32
Exordium
polissistema34 de Itamar Even-Zohar, embora o Relational Thinking35
esteja muito presente aqui, e o polissistema seja o modo de pensar
mais próximo do nosso, fortemente influenciado pelo pensamento de
Pierre Bourdieu.
No mundo linguístico, as operações de tradução são, portanto,
uma das principais armas na luta pela legitimidade. Para um escritor
dominado, ter acesso à tradução por meio da luta é combater pela sua
própria existência como membro legítimo do campo linguístico, para o
acesso aos centros, para ser lido por aqueles que decretam o valor (ou
não) do que leem, etc.
Salman Rushdie, romancista paquistanês de língua inglesa que
vive principalmente na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos e para
quem, portanto, o problema da tradução não deveria existir, refere-
se a escritores imigrantes como “homens traduzidos”:36 é uma forma
de expressar que a sua língua materna não pertence (ou não pertence
realmente) ao mundo linguístico, que é muito dominada para isso.
Significa também que a escrita dos dominados linguísticos, em geral,
é potencialmente “sempre já traduzida”, já que é escrita em uma língua
mal conhecida pelos que consagram. Em outras palavras, a tradução
é a única forma propriamente linguística de acessar a percepção, a
existência, nas regiões dominadas deste mundo. Não é uma simples
“naturalização” (no sentido de uma mudança de nacionalidade e de
33
Parece-me que, hoje em dia, os americanos tendem a negar ou ignorar a dominação
exercida pela língua inglesa e suas formas em países não anglófonos; é por isso que, se
for esse o caso, insistem tanto no pós-colonialismo, pelo qual não são coletivamente
responsáveis.
34
O polissistema é uma forma de pensamento, proveniente dos formalistas russos,
que se interessam pela cultura como “sistemas interdependentes”. Por meio do aluno de
Even-Zohar, Gideon Toury, ele tornou-se essencial nos “estudos da tradução”.
35
O Pensamento Relacional (Relational Thinking) é um pensamento em que a ênfase
está na relação entre dois elementos e não nos próprios elementos. Esta forma de pensar
é muito importante tanto para Bourdieu quanto para Even-Zohar. Ver EVEN-ZOHAR,
Itamar. Factors and dependencies in culture: a revised outline for polysystem culture
research. Canadian Review of Comparative Literature, v. 24, n. 1, 1997, p. 15.
36
RUSHDIE, Salman. Patries imaginaires: essais et critiques. Traduzido do inglês para
o francês por Aline Chatelin. Paris: Bourgois, 1993, p. 28. 27
37
Muitos escritores latino-americanos (e por conseguinte de língua espanhola) escre-
vem hoje em inglês.
38
Rabindranath Tagore obteve o prêmio Nobel em 1913. Ver nota 11.
HEDAYAT, Sadegh. La Chouette aveugle. Traduzido do persa para o francês por
39
Exordium
papel e a ação do inglês hoje, que é, sem dúvida, a língua mundialmente
dominante.
A posição da francesa, como ex-dominante, não me parece ser
a pior maneira de observar os fenômenos de dominação linguística:
nós franceses conhecemos esse tipo de dominação por tê-la exercido;
mas já não a exercemos. Os autores de Histoire des traductions en langue
française: XIXe siècle [História das traduções em língua francesa: século
XIX], por exemplo, afirmam que o francês gozava no século XIX de
um status privilegiado porque era uma língua diplomática e era falada e
escrita por muitos escritores:41
41
CHEVREL, Yves; D’HULST, Lieven; LOMBEZ, Christine (ed.). Histoire des traduc-
tions en langue française: XIXe siècle. Lagrasse: Verdier, 2012, p. 1249.
42
Ibid., p. 37.
43
Citado em ibid.
44
Ibid. 29
termediadoras”.45
Veremos nos vários capítulos deste livro que o significado das
traduções e sua prática mudaram ao longo do tempo; não porque os con-
ceitos tradutológicos tenham sido mudados, mas sim porque a posição
de cada língua mudou no espaço linguístico.
Numa tentativa de compreender o que é uma língua dominante
em nível mundial, os seus diferentes efeitos e a ligação que tem com as
traduções, pareceu-me que seria melhor fazer uma breve história des-
ses fenômenos na França (e também, mais rapidamente, na Inglaterra)
– uma história cujos pressupostos e conclusões serão, obviamente, muito
diferentes dos de Henri Van Hoof46 – e que terminará no século XIX.
Se Charles A. Ferguson estabeleceu (ou melhor, se estabelecemos
a partir dele, como veremos) que há relações de força entre as duas
línguas usadas por um bilíngue ou por um diglóssico, pode-se dizer
então que o latim foi a língua dominante até o século XVIII;47 o francês,
por sua vez, foi a língua dominante até o século XX, e o inglês a partir de
então. O “prestígio” continua a desempenhar o seu papel. E é estudando
as línguas dominantes, o que se diz sobre elas, suas transformações, as
formas de sua dominação, os nobres papéis que lhes foram atribuídos e
seu lugar central nas traduções, que poderemos talvez entender o lugar
do inglês hoje.
48
WAQUET, Françoise. Le Latin ou l’Empire d’un signe: XVIe-XXe siècle. Paris: Albin
Michel, 1999. Ver também: LEONHARDT, Jürgen. La Grande Histoire du latin des ori-
gines à nos jours. Paris: CNRS Éditions, 2010.
LUSIGNAN, Serge. Langue française et société du XIIIe au XVe siècle”. In: CHAU-
49
RAND, Jacques (ed.). Nouvelle Histoire de la langue française. Paris: Seuil, 1999, p. 95.
50
LUSIGNAN, Serge. Parler vulgairement: les intellectuels et la langue française aux
XIIIe et XIVe siècles. 2. ed. Paris: Vrin; Montréal: Presses de l’université de Montréal,
1987, p. 89.
51
FUMAROLI, Marc. Le Génie de la langue française. In: NORA, Pierre (ed.). Les
Lieux de mémoire. t. III, 2. Paris: Gallimard, 1992, p. 914.
52
LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 47. Ele escreve, por exemplo: “O latim se
opõe ao vernáculo e o domina como a classe dos clérigos se opõe e domina a dos leigos”.
53
Ver COUROUAU, Jean-François. Moun Lengatge Bèl: les choix linguistiques mino-
ritaires en France (1490-1660). Genève: Droz, 2010. (Col. Cahiers d’humanisme et
Renaissance, v. 86).
54
LODGE, R. Anthony. Le Français: histoire d’un dialecte devenu langue. Traduzido
32 do inglês para o francês por Cyril Veken. Paris: Fayard, 1997.
55
LODGE, Le Français, op. cit., p. 25.
56
Ibid., p. 29. 33
57
LODGE, Le Français, op. cit., p. 123.
34 58
Ibid., p. 125.
59
LODGE, Le Français, op. cit., p. 129.
60
Ibid., p. 32.
61
Por exemplo, FERGUSON, Charles A. Diglossia. In: WEI, Li (ed.). The Bilingualism
Reader. London-New York: Routledge, 2000, p. 65-80.
62
Em 1967, um dos alunos de Ferguson, Joshua Fishman, mostrou que pode haver
diglossia entre mais de dois códigos sem a necessidade de uma relação genética comum,
ver “Bilingualism with and without diglossia; diglossia with and without bilingualism”.
In: ibid., p. 81-88.
63
Contexto que inclui os usos escritos (epistolar, literário, científico, etc.) e a maneira
como podem ser valorizados.
35
64
FERGUSON, Diglossia. In: WEI, op. cit., p. 68.
65
FERGUSON, Diglossia. In: WEI, op. cit., p. 76-77. Grifo e tradução em francês da
autora.
66
LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 90. 37
67
Ver BASSNETT-MCGUIRE, Susan. Translation Studies. Londres-New York: Methuen
Editions, 1980, p. 52-53.
38 68
LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 42.
69
Serge Lusignan salienta que o latim era às vezes chamado de gramática. Ibid., p. 43.
70
AUERBACH, Erich. Le Haut Langage: langage littéraire et public dans l’Antiquité
latine tardive et au Moyen Âge. Traduzido do alemão para o francês por Robert Kahn.
Paris: Belin, 2004, p. 229.
71
AUERBACH, Erich. Mimesis: la représentation de la réalité dans la littérature
occidentale. Traduzido do alemão para o francês por Cornélius Heim. Paris: Gallimard,
1977. (Col. Tel), p. 99. 39
72
AUERBACH, Mimesis, op. cit., p. 101.
73
Ibid., p. 248-249.
74
Ibid. Erich Auerbach é alemão e é provavelmente por isso que ele se livrou das
categorias “nacionais” da reflexão sobre a história da língua. Longe de se interessar, como
os francófonos, pela emergência progressiva do francês, ele estuda a evolução, os usos
e o “gênio” de uma das “outras” línguas, geralmente consideradas pelos historiadores
da língua (que têm uma visão teleológica) como um simples contraponto destinado a
40 desaparecer (ou se transformar) e de pouco interesse em si mesmo: o latim.
75
AUERBACH, Le Haut Langage, op. cit., p. 250.
76
Ibid., p. 251.
77
LUSIGNAN, Langue française et société du XIIIe au XVe siècle. In: CHAURAND,
op. cit., p. 120-121. 41
Mas foi sem dúvida o grande pensador inglês Roger Bacon (por
volta de 1220-1292) que, no seu Opus tertium (1270), melhor expressou
a forma como o problema surgiu:
78
Citado por LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 43.
79
Citado em ibid., p. 73.
42 80
AUERBACH, Le Haut Langage, op. cit., p. 251-252. Grifo da autora.
81
Ver LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 141, 148, 164-165.
82
Ibid., p. 106 e LODGE, Le Français, op. cit., p. 188-189.
83
VOSSLER, Charles. Langue et Culture de la France. Paris: Payot, 1953, p. 120.
84
LODGE, Le Français, op. cit., p. 77. 43
85
LODGE, Le Français, op. cit., p. 187.
86
VOSSLER, Langue et Culture de la France, op. cit., p. 119.
87
LODGE, Le Français, op. cit., p. 191.
88
AUERBACH, Le Haut Langage, op. cit., p. 250.
89
VOSSLER, Langue et Culture de la France, op. cit., 120.
90
Para um retrato desse monarca, ver LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 93.
91
BALLARD, Michel. De Cicéron à Benjamin: traducteurs, traductions, réflexions.
44 Lille: Presses universitaires de Lille, 1992, p. 84.
92
Citado por LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p.133.
93
DELISLE; WOODSWORTH, Translators Through History, op. cit., p. 36. Tradução em
francês da autora.
94
LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 133.
95
Ibid., p. 36. 45
96
Ver BASSNETT-MCGUIRE, Translation Studies, op. cit., p. 43-45.
97
Por maior conveniência e por uma espécie de anacronismo controlado, o singular é
usado aqui apesar da diversidade e variedade de dialetos falados no “reino da França”, o
que fica de alguma forma subentendido.
98
CASANOVA, La République mondiale des lettres, op. cit., p. 62-64. [N.T.: Para a tra-
46 dução brasileira, A república mundial das letras, op. cit.]
99
Ver CLERICO, Le français au XVIe siècle. In: CHAURAND, Nouvelle Histoire de la
langue française, op. cit., p. 156.
100
Ibid., p. 175. Ver também LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 134.
101
CLERICO, Le français au XVIe siècle. In: CHAURAND, op. cit., p. 171. 47
102
LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 130-131.
103
CLERICO, Le français au XVIe siècle. In: CHAURAND, op. cit., p. 157.
104
LUSIGNAN, Parler vulgairement, op. cit., p. 202.
PELETIER, Dialogues, op. cit., p. 135, citado por CLERICO, Le français au XVIe
105
106
LODGE, Le Français, op. cit., p. 190-191.
107
Citado por BALLARD, De Cicéron à Benjamin, op. cit., p. 86.
108
Georges Mounin, que, como sabemos, comentou extensivamente sobre La Deffence
et illustration de la langue françoyse, escreve “que permanece, ainda hoje, a antologia
de todos os argumentos contra a tradução”. MOUNIN, Georges. Les Belles Infidèles.
Marseille: Éditions des Cahiers du Sud, 1955, p. 8. 49
167
Ver BASSNETT-MCGUIRE, Translation Studies, op. cit., p. 42.
THE CAMBRIDGE History of English and American Literature: Encyclopedia in
168
culo XVI. Jacques Amyot ficou famoso quando traduziu para o francês
(em 1559) Les Vies parallèles [Vidas Paralelas] de Plutarco.
A tradução (palavra que Étienne Dolet foi o primeiro a usar, tam-
bém sendo o primeiro a formular as suas regras) não tinha na época o
significado que lhe é dado hoje;169 não se pretendia, como seria mais tarde,
dar acesso aos textos clássicos para as populações que não conheciam
essas línguas (especialmente o grego e o latim). De toda forma, as popu-
lações eram – exceto algumas pequenas camadas de letrados, aristocratas
e clérigos – analfabetas.
Tratava-se, de fato, de apropriar-se dos textos de uma língua tida
como universal, os chamados textos “clássicos”, constituídos em valores,
e de proceder, por meio dos tradutores (razão pela qual eram então
inseparáveis do poder político), a um acúmulo inicial de capital.
Para entender melhor a operação em que os tradutores estavam
envolvidos na época, é essencial saber, antes de mais nada, o que é um
“clássico”.
Etimologicamente, a palavra é emprestada do latim classicus, que
se refere às cinco categorias da sociedade romana. A primeira compre-
ende os classici cives, que podem pagar impostos porque são ricos, e a
última inclui os proletarii cives, ou seja, aqueles que, demasiado pobres,
não podem pagar impostos. O primeiro a ter aplicado a expressão a
escritores foi o gramático Aulo Gélio (século II) que fala de classici
scriptores (escritores de primeira categoria, de primeiro valor). A pala-
vra é introduzida por Thomas Sébillet na sua Art poétique Françoys
[Arte poética francesa]. É classicus aquele que tem fortuna e, portanto,
é rico. Desde o início, a palavra tem uma conotação econômica óbvia;
irá mantê-la, mas de uma forma eufemística. Um “clássico” é antes de
tudo, portanto, um valor inestimável, um valor que, como sabemos,
diminui na e por meio da tradução, mas o capital do latim (e do grego
e do hebraico) e seu prestígio são tão grandes que a tradução para a
Ver ELLIS, The Medieval Translator, op. cit., p. 42, 46, 48-50. Os tradutores do século
169
XV “não estavam preocupados com o texto, mas com a história e sua conexão com o
público futuro. [....] Parece ter havido pouca preocupação em restituir fielmente o texto
original. [....] Não havia necessidade de uma tradução que seguisse o original”. Tradução
74 em francês da autora.
170
Ver SAINT-MARTIN, Monique de. Une grande famille. Actes de la recherche en
sciences sociales, n. 31, p. 6, 1980.
171
SAINTE-BEUVE, Charles-Augustin. Causeries du lundi, 21 out. 1850. Grifo da autora. 75
172
BAUDELAIRE, Charles. Le peintre de la vie moderne. In: BAUDELAIRE, Charles.
Œuvres complètes. Prefácio, apresentação e notas de Marcel A. Ruff. Paris: Seuil, 1968,
p. 553.
ELIOT, T. S. What Is a Classic?: An Address Delivered Before the Virgil Society on
173
val Translator, op. cit., p. 15; Rita Copland discursa, nessa publicação, sobre classical
authorities.
175
Charles Sanders Peirce comenta: “A característica mais marcante do raciocínio
medieval em geral é recorrer continuamente à autoridade. [...] A autoridade é derradeira.
[...] Seria impossível encontrar uma passagem na qual a autoridade de Aristóteles fosse
diretamente desafiada em termos de lógica. [...] A ideia de dispensar a autoridade, ou
subordinar a autoridade à razão, não lhe [Jean de Salisbury] vem à mente”. PEIRCE,
Charles Sanders. Questions concernant certaines facultés. Textes anticartésiens. Apre-
sentação e tradução do inglês por Joseph Chenu. Paris: Aubier-Montaigne, 1984, p. 175-
76 176, nota a. Grifo da autora.
176
Ver p. 62, sobre a doutrina da imitação. 77
177
CHEAL, op. cit., p. 1-2.
Historiador literário britânico que comenta e explica essas traduções nesses capítulos
178
do CHEAL.
179
Ver TOHLTE, op. cit., p. 22.
180
Ver ELLIS, The Medieval Translator, op. cit., p. 41.
78 181
Ver Exordium, nota 47.
182
CHEAL, op. cit., p. 9. Tradução em francês da autora.
183
Ver HERMANS, Translations in Systems, op. cit., p. 115.
Ibid., p. 120; ver também ELLIS, The Medieval Translator, op. cit., p. 53. O Doutor
184
190
Ver TOHLTE, op. cit., p. 23.
191
CHEAL, op. cit., p. 9. Tradução em francês da autora.
Nesse sentido, Douglas Robinson também fala da Grécia e de Roma: “O projeto
192
194
CHEAL, op. cit., p. 12 e 11. Tradução em francês da autora.
195
Ver HERMANS. Translations in Systems, op. cit., p. 110.
196
CHEAL, op. cit., p. 13. Tradução em francês da autora. 81
197
Ver TOHLTE, op. cit., p. 34.
82 198
LEE, Sidney [1904]. Elizabethan Sonnets. Charleston, NC: Bibliobazaar, 2008. v. 1 e 2.
199
CHEAL, op. cit., p. 28. Tradução em francês da autora.
NIETZSCHE, Friedrich. Le Gai Savoir. Traduzido do alemão para o francês por
200
Alexandre Vialatte. Paris: Gallimard, 1985. (Col. Folio), livre II, 83, p. 116. Grifo da autora. 83
201
BERMAN, Antoine. L’Épreuve de l’étranger: culture et traduction dans l’Allemagne
romantique. Paris: Gallimard, 1984, p. 29. [N.T.: Referência bibliográfica da tradução
brasileira: BERMAN, Antoine. A prova do estrangeiro: cultura e tradução na Alemanha
romântica. Tradução de Maria Emília Pereira Chanut. Bauru: EDUSC, 2002, p. 31.]
202
Ver Capítulo 4.
Eu uso a palavra “inventar” aqui no sentido pleno de conformidade do texto-alvo
203
com o texto-fonte.
Citado por BERMAN, L’Épreuve de l’étranger, op. cit., p. 61. Douglas Robinson
204
completa a citação: “Homero deve entrar na França como um cativo, vestido à francesa,
de medo de ofender os olhos deles, deve deixá-los raspar sua venerável barba e despir-se
de sua roupa simples; deve aprender os costumes franceses e, quando sua dignidade de
camponês ainda brilhar, ser ridicularizado como um bárbaro”. ROBINSON, Translation
and Empire, op. cit., p. 56. Tradução em francês da autora.
205
BERMAN, L’Épreuve de l’étranger, op. cit., p. 61. 85
206
HUMBOLDT, Wilhelm von. Sur la traduction: partie centrale de L’Introduction à
l’Agamemnon d’Eschyle. Traduzido do alemão para o francês por Denis Thouard. Paris:
86 Seuil, 2000. (Col. Points), p. 39. Grifo da autora.
207
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Des différentes méthodes de traduire. Traduzido do
alemão para o francês por Antoine Berman. Paris: Seuil, 1999, p. 91.
GOETHE, Johann Wolfgang von. Übersetzungen. In: GOETHE, Johann Wolfgang
208
212
No campo alemão do final do século XVIII, August Wilhelm Schlegel era fluente nas
principais línguas europeias modernas, grego, latim, francês medieval, alemão antigo, as
línguas “d’oc” e sânscrito. Traduziu Shakespeare, Dante, Petrarca, Boccaccio, Calderón,
Ariosto e muitos outros poetas italianos, espanhóis e portugueses menos conhecidos.
213
Ver CASANOVA, Pascale. The literary Greenwich Meridian: Thoughts on the Tem-
88 poral Forms of Literary Belief. Field Day Review, n. 4, 2008, p. 7.
214
FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 14-15.
215
Ibid., p. 13.
Ver ZUBER, Roger. Les “Belles Infidèles” et la formation du goût classique: Perrot
216
d’Ablancourt et Guez de Balzac [1968]. Paris: Albin Michel, 1995. (Col. Bibliothèque de
l’Évolution de l’humanité), p. 19.
217
Ver também TOHLTE, op. cit., p. 56-57.
218
Dizia-se também: libertine translators. HERMANS, Translations in Systems, op. cit.,
p. 124.
219
Citado por FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 13.
220
Ibid.
SEGUIN, Jean-Pierre. L’Institution langue française: prestige et autorité. In: CHAU-
221
223
Ver COUROUAU, Moun Lengatge Bèl, op. cit., p. 37. Ver também, do mesmo autor,
Premiers Combats pour la langue occitane: manifestes linguistiques occitans XVIe-XVIIe
siècles. Biarritz: Atlantica, 2001, p. 37-38.
224
COUROUAU, Moun Lengatge Bèl, op. cit.
225
VIALA, Naissance de l’écrivain, op. cit., p. 123.
226
Ibid., p. 135; ver também TOHLTE, op. cit., p. 128.
227
VIALA, Naissance de l’écrivain, op. cit., p. 138.
228
Ibid., p. 126. 91
229
VIALA, Naissance de l’écrivain, op. cit., p. 129.
230
Ibid., p. 150-151.
231
FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 16.
Ver BERMAN, Antoine. La Traduction et la Lettre ou L’Auberge du lointain. Paris:
232
Seuil, 1999, p. 178. [N.T.: BERMAN, Antoine. A tradução e a letra ou o albergue do lon-
gínquo. Tradução de Marie-Hélène Catherine Torres, Mauri Furlan, Andreia Guerini.
Revisão de tradução: Luana Ferreira de Freitas, Orlando Luiz de Araújo (texto em
grego). 2. ed. Tubarão: Copiart; Florianópolis: PGET/UFSC, 2013.]
233
Os autores do TOHLTE insistem na porosidade franco-inglesa (“A cultura francesa à
qual deviam tanto”, tradução em francês da autora), ver TOHLTE, op. cit., p. 67, 135 et seq.
234
Ibid., p. 25.
235
FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 78; ver também TOHLTE, op. cit.,
p. 56-57.
92 236
ZUBER, Les “Belles Infidèles” et la formation du goût classique, op. cit., p. 195.
237
“Perrot d’Ablancourt fala de forma ideológica quando afirma: ‘De fato, há muitas
passagens em que traduzi palavra por palavra, pelo menos na medida em que é possível
numa tradução elegante’.” LEFEVERE, André. Anne Dacier: from the introduction to
her translation of the Iliad. In: LEFEVERE, André (ed.). Translation History Culture: A
Sourcebook. London-New York: Routledge, 2001. Grifo e tradução em francês da autora.
238
HERMANS, Translations in Systems, op. cit., p. 125.
239
FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 22.
240
Ibid., p. 29.
DELISLE; WOODSWORTH, Translators Through History, op. cit., p. 40-41. Tradução
241
em francês da autora. 93
242
SCHLEIERMACHER, Des différentes méthodes de traduire, op. cit.
CHEVREL; D’HULST; LOMBEZ, Bilan. In: Histoire des traductions en langue fran-
243
250
ZUBER, Les “Belles Infidèles” et la formation du goût classique, op. cit., p. 290.
251
Ibid., p. 293.
252
Ibid.
253
Ibid., p. 291.
254
Ibid.
255
Ibid., p. 312.
256
Ibid., p. 293. Aspas da autora.
257
Ibid.
258
Ibid., p. 306.
259
Ibid., p. 300.
260
Ibid., p. 301. 95
261
Ver TOHLTE, op. cit., p. 59, 61-62.
262
Ibid., p. 190.
263
Ibid., p. 195.
VENUTI, Lawrence. Translation, History, Narrative. Meta L, n. 3, p. 802, 2005.
264
265
RODDIER, Henri. L’abbé Prévost et le problème de la traduction au XVIIIe siècle.
Cahiers de l’association internationale des traducteurs, n. 8, p. 173-174, 1956. Grifo da
autora.
266
D’HULST, Lieven. L’Évolution de la Poésie en France (1780-1830). Louvain: Leuven
University Press, 1987, p. 109-110. 97
267
Ver FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 256 et seq.
268
Título de um livro de Voltaire de 1751.
Citado em FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 257. [N.T.: Usamos,
269
E sobre a tradução:
Platão, que foi divino no tempo dos nossos antepassados,
Começa a se tornar por vezes um enfado:
Em vão seu Tradutor, ao Antigo leal,
Conserva nele a graça e todo ático sal;
Pelo leitor mais ávido e mais empedernido
Jamais um diálogo inteiro seria lido.272
271
Citado em FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p, 259.
272
Citado em ibid., p. 258.
273
Ibid., p. 92.
274
Ibid., p. 94. 99
275
Citado em FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 18-19.
276
Ibid., p. 101.
277
Ibid., p. 102.
278
Ibid.
Ver LEFEVERE, Translation History Culture, op. cit., p. 8: “Ele só adaptou a epopeia
279
280
Ver TOHLTE, op. cit., p. 31.
Citado em FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 451-453. Grifo da
281
autora. 101
282
FUMAROLI, Les Abeilles et les Araignées, op. cit., p. 452. Grifo da autora.
283
Citado por ibid., p. 504, 507.
284
OSEKI-DEPRE, Théories et Pratiques de la traduction littéraire, op. cit., p. 35, 37.
285
Este foi o nome dado às traduções.
102 286
Citado por MOUNIN, Les Belles Infidèles, op. cit., p. 18-19.
287
Citado por MOUNIN, Les Belles Infidèles, op. cit., p. 89.
288
Ibid., p. 136-139. Victor Hugo falava do “que resta de Homero através de Bitaubé”.
289
MONTESQUIEU, Les Lettres persanes, lettre CXXVIII. 103
290
MOUNIN, Les Belles Infidèles, op. cit., p.12.
291
Citado em ibid., p. 21-22 et seq.
292
OSEKI-DEPRE, Théories et Pratiques de la traduction littéraire, op. cit., p. 37.
D’HULST, Lieven. Cent Ans de théorie française de la traduction: de Batteux à Littré
293
294
MESCHONNIC, Henri. Poétique du traduire. Lagrasse: Verdier, 1999, p. 45. [N.T.:
Referência bibliográfica da tradução brasileira: MESCHONNIC, Henri. Poética do
traduzir. Tradução de Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Perspectiva, 2010.]
295
“Sua tradução foi bastante anotada e procurou ‘educar’ em vez de ‘agradar’ ao
leitor. Reconhecendo o caráter estrangeiro do texto-fonte, pelo menos até certo ponto,
Letourneur também chamou a atenção para a relatividade dos gostos. [...] Ele inaugurou
uma tradição crítica [...]. Letourneur garantiu o apoio da corte ao dedicar sua obra ao
Rei Luís XVI [...] A sua tradução foi um enorme sucesso.” DELISLE; WOODSWORTH,
Translators Through History, op. cit., p. 76. Tradução em francês da autora. 105
296
D’HULST, Cent Ans de théorie française de la traduction, op. cit., p. 114-117.
297
MOUNIN, Les Belles Infidèles, op. cit., p. 10.
Ibid. Mounin dá a referência precisa do texto: CARY, Edmond. Défense et illustration
298
300
Citado em OSEKI-DEPRE, Théories et Pratiques de la traduction littéraire, op. cit.,
p. 62, note 2. 107
363
Especialmente de Douglas Robinson e de Anthony Pym.
VENUTI, Lawrence. The Translator’s Invisibility: a History of Translation. New York:
364
Routledge, 1995. Ver também BERMAN, Antoine. L’Âge de la traduction, op. cit., p. 36-37.
365
GENTZLER, Edwin. Contemporary Translation Theories. Londres-New York: Routledge,
136 1993, p. 42. Tradução em francês da autora.
366
VENUTI, Lawrence. The Translator’s Invisibility, op. cit., p. 8. Grifo e tradução em
francês da autora.
Sabemos que a mesma coisa acontece no cinema, já que o público americano supos-
367
tamente não gosta das versões de filmes legendados ou mesmo de filmes de origem
estrangeira, que precisam ser refeitos em inglês.
368
VENUTI, Lawrence. The Translator’s Invisibility, op. cit., p. 12.
369
Ibid., p. 5. Tradução em francês da autora. 137
370
VENUTI, The Translator’s Invisibility, op. cit. p. 2.
371
Ibid. p. 5.
KUHIWCZAK, Piotr. Translation as appropriation: the case of Milan Kundera’s “The
372
Joke”. In: BASSNETT; LEFEVERE, Translation, History and Culture, op. cit., p. 124-126.
Tradução em francês da autora.
138 373
Ibid.
374
VENUTI, The Translator’s Invisibility, op. cit., p. 7.
375
Ibid.
376
Ibid., p. 8. 139
377
Ibid., p.12-14. Tradução em francês da autora. Anthony Pym e Grzegorz Chrupala
falam de 41% de todas as traduções cuja língua-fonte é o inglês nos anos 1980 (PYM;
CHRUPALA, The quantitative analysis of translations flows in the age of an international
language. In: BRANCHADELL; WEST, Less Translated Languages, op. cit., p. 31). Da
mesma forma, Douglas Robinson escreve: “Venuti está especificamente interessado na
desproporção dos volumes de tradução de e para o inglês, considerando o papel hege-
mônico que o inglês assumiu como língua internacional”. ROBINSON, Translation and
Empire, op. cit., p. 33 et seq. Tradução em francês da autora.
378
Citado em LEFEVERE, Translation, Rewriting and the Manipulation of Literary
140 Fame, op. cit., p. 1. Tradução em francês da autora.
142