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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

GABRIELA RODRIGUES
TURMA 3V

O PARADOXO ÁGUA-DIAMANTE

SÃO PAULO
2021
A água é um bem vital à sobrevivência de qualquer ser vivo, compõe cerca de
60 a 70% do peso corporal humano, além de regular temperatura interna e ser
essencial para as funções orgânicas. Não surpreende então, que o máximo que
uma pessoa consegue sobreviver sem o consumo seria de dois ou três dias. O
preço desse bem é baixo, chegando a custar em média R$2 uma garrafinha de
500mL no Brasil.

O diamante é um bem supérfluo, geralmente utilizado em artesanatos


especializados, como em joias, e que atrai um grande interesse da indústria. Ao
contrário da água, o diamante tem um custo muito alto, o qual um quilate dessa
pedra pode chegar em até US$63000.

“O paradoxo da água e do diamante, surgiu quando o valor foi atribuído a coisas


com a quantidade de trabalho que foi usado para a produção de um bem ou,
alternativamente, para uma medida objetiva da utilidade de um bem. A teoria de
que era a quantidade de mão-de-obra destinada a produzir um bem que
determinava seu valor provou ser igualmente fútil porque alguém poderia se
deparar com a descoberta de um diamante em uma caminhada, por exemplo,
que exigiria trabalho mínimo, mas ainda assim o diamante ainda pode ser
valorizado mais que a água.” [3]

Foi Adam Smith que tentou explicar esse paradoxo, porém ficou confuso pelo
fato de a água ter um alto valor de uso (relacionado à utilidade do bem) e um
baixo valor de troca (seja por moeda ou outro bem), e o diamante ter um baixo
valor de uso e um alto valor de troca.

Após esse fiasco, Menger conseguiu explicar melhor essa incongruência com a
teoria subjetiva do valor, podendo se dizer que seu desenvolvimento foi motivado
pela necessidade de resolver o paradoxo. Essa teoria diz que “o valor que um
bem possui para um indivíduo é igual à importância que tem para ele aquela
necessidade (ou necessidades) cujo atendimento depende da disponibilidade do
bem em questão. [...] O valor de um diamante independe totalmente de ter sido
ele encontrado por acaso ou ser o resultado de 1000 dias de trabalho em um
garimpo.” (Carl Menger, Princípios de Economia, 1871)

Além disso, tem a ideia de que se tivermos em um deserto morrendo de sede e


oferecerem uma garrafa de água e um diamante, é obvio que a preferência será
da água. Dessa forma, a ideia de escolha entre um ou outro é feita a partir de
uma unidade adicional do bem, onde com a água sendo um bem de grande
importância e com uma quantidade alta disponível no meio ambiente menor será
o desejo de mais uma unidade. Logo, será preferível a escolha de mais um
diamante do que mais uma garrafa de água e isto, é chamado de utilidade
marginal decrescente.

“Que a utilidade total da água é muito maior do que a do diamante, mas


a utilidade marginal do diamante é muito superior à da água, pois a água
é normalmente mais abundante – ou seja, chega e sobra para satisfazer
as nossas necessidades e pode ser obtida a baixo custo – do que os
diamantes, muito raros, valiosos e por isso um objeto de desejo.” [4]

Deste modo, o paradoxo pode ser resolvido não pela teoria do trabalho que
parte de Adam Smith, mas pela ideia da utilidade marginal decrescente, valor
de uso e o valor de troca, que parte majoritariamente de Carl Menger.
REFERÊNCIAS
[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Paradoxo_da_%C3%A1gua_e_do_diamante <<
acessado em 11/09/2021 >>
[2]
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3451303/mod_folder/intro/Paradoxo%2
0da%20%C3%81gua%20-%20Diamante.pdf << acessado em 11/09/2021 >>
[3] https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_subjetiva_do_valor << acessado em
11/09/2021 >>
[4] https://www.unibanco.pt/blog/casa-e-familia/agua-ou-diamantes/
<< acessado em 11/09/2021 >>
[5] https://www.eusoulivres.org/ideias/um-pequeno-guia-sobre-carl-menger/
<< acessado em 11/09/2021 >>
[6] https://ideiasradicais.com.br/marginalismo/ << acessado em 11/09/2021 >>

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