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Escrava de Gor

Cap XXVI
Eu Retorno para Ar;
O que Foi Feito com Elicia Nevins, Minha Mestra
Parte I

“Seu banho está pronto, Mestra,” eu disse ajoelhando, cabeça baixa, na


curta túnica escrava branca, diante de Lady Elicia de Ar, das Seis Torres.
Quando uma garota está em uma túnica, isso é a única coisa que ela
veste, além do colar. A túnica era de pano rep, firme, engomada, justa, plissada
e de um branco muito brilhante. Era, eu suponho, tudo levado em conta,
elegante, modesta e recatada, adequada para a escrava de uma mulher.
Certamente, em alguma extensão, sua rigidez escondia minhas curvas, uma
característica que era recomendada por minha Mestra, particularmente quando
eu estava fora de casa. Por outro lado, ela era claramente uma vestimenta
escrava; era curta, sem mangas, sem um fecho. Lady Elicia saboreava ter-me
assim diante dela. Dessa maneira ela buscava me envergonhar. Foi decisão dela,
é claro, como seria permitido eu me vestir e até mesmo, é claro, se eu tinha
permissão para me vestir. Lady Elicia não tinha intenção de permitir que a
antiga Judy Thorton, sua rival oficial na faculdade, perdesse de vista o fato de
que ela era agora uma escrava. Eu não tinha dúvida sobre isso em Gor, é claro.
Por outro lado, eu não fazia objeção à túnica escrava, já que eu era uma escrava.
Era apropriado que eu me vestisse assim. Além disso, eu desfrutava de sua
liberdade e sua atratividade e seu significado. Assim, eu estava satisfeita por
vestir uma túnica. Ainda que eu preferisse estar usando túnica para o prazer
dos homens, talvez e um agarrado retalho de seda, ou em um pedaço de macio
pano rep colorido e grudado ao corpo, ao invés de um engomado pano rep
branco para o arrogante desprezo de uma mulher livre.
Ela sentou-se no seu grande divã e estendeu os pés para mim, um depois
do outro. Eu ajoelhada retirei suas sandálias, beijando cada uma e deixando-as
de lado. Ela ficou em pé e eu, levantando e ficando atrás dela, retirei seu robe.
Eu o beijei e coloquei sobre o divã.
Ela sorriu de modo aprovador. “Talvez eu ainda consiga fazer de você
uma escrava de serviço, Judy,” ela disse.
“É minha esperança ser agradável para minha mestra,” eu disse. Ela fez
um gesto e eu trouxe a toalha, beijando-a, com a qual eu então enrolei a cabeça
dela, para que o cabelo não fosse molhado.
Ela então foi para o canto da banheira embutida no chão e escorregou
seu dedão dentro da água e então pisou dentro da banheira se inclinou,
recostando-se de costas. “Excelente, Judy,” ela disse.
“Obrigada, Lady Elicia, minha Mestra” eu disse. Eu havia determinado
bem a temperatura da água, misturando a água da cisterna com outra água,
aquecida no vaso de temperar em seu tripé de ferro. A temperatura estava
aceitável. Eu não seria chicoteada.
Eu a Servia como ela desejava, com absoluta perfeição. Eu lancei um
olhar para o chicote escravo feminino, enfeitado com contas, pendurado por
suas voltas sobre a parede. Eu não desejava senti-lo.
Eu olhei para a mestra, luxuriante em seu banho morno, linda na
multicolorida espuma de beleza.
Eu era Judy, sua escrava de casa e serviço. Eu cuidava de seus aposentos,
tirando poeira e limpando. Eu cozinhava e lavava. Eu fazia todo o trabalho
trivial, desagradável e servil para ela. Era bastante conveniente para ela ter-me
como propriedade. Frequentemente ela me mandava às compras, minhas mãos
algemadas nas costas, uma capsula de couro, um cilindro amarrado ao redor do
pescoço, contendo seu pedido e moedas. O mercador então separava o que foi
pedido, amarrava a mercadoria no meu pescoço, colocava o troco na capsula de
couro, a fechava e, algumas vezes com um tapa amigável, me dispensava,
lembrando-me que eu era bonita, apesar de ser escrava de uma mulher,
mandando-me de volta para minha mestra. Em outras vezes, minha mestra ia
às compras e eu a seguia respeitosamente, para carregar suas compras, olhos
abaixados, temendo que eu pudesse ser pega por algo como lançar um olhar
para um homem. Um belo escravo uma vez sorriu para mim e eu,
inadvertidamente, ruborizei e deleitei-me de prazer. Eu havia sido obrigada a
me virar e marchar para casa, para ser posta sob o chicote. Lady Elicia, logo eu
descobri e antes eu suspeitava, desprezava e odiava homens. Ainda que
também elas o achasse, de alguma maneira, intensamente fascinantes e
intrigantes. Frequentemente ela me fazia perguntas que uma escrava poderia
responder de forma íntima e com facilidade se feitas por outra escrava, mas que
eram difíceis de responder se feitas por uma mulher livre. Ela fazia perguntas
sobre como escravas eram amarradas e acorrentadas, seus sentimentos e o que
os homens queriam que elas fizessem, e como era esperado que elas falassem e
se comportassem. Ela queria saber sobre detalhes íntimos de coisas como ser
escrava de um camponês e o que os homens exigiam das mulheres em uma
taverna de paga. Eu tentava responder honestamente. Ela então manifestava
raiva e indignação. “Sim, Mestra,” eu murmurava abaixando minha cabeça.
“Como você deve estar satisfeita, Judy,” ela dizia algumas vezes, “por ter sido
resgatada de tudo isso, por ser a escrava de uma mulher.” “Oh, sim, Mestra,”
eu dizia. Como eu podia contar a ela as alegrias de uma escrava obedecendo
um homem rigoroso e dominante, e se contorcendo em seus braços?
Ela levando um de seus belos membros da espuma, o braço esquerdo, e o
lavou lentamente com a mão direita, olhando para ele de maneira aprovadora.
Como muitas mulheres frígidas, ela era incrivelmente vaidosa com sua
beleza. Será que ela não compreendia que isso, e ela, eram biologicamente
insignificantes se não agarrada pelos braços de um mestre?
“Como os homens são rudes e desprezíveis, Judy,” ela disse.
“Sim, Mestra,” eu disse.
Frequentemente durante o banho, por alguma razão ela falava de
homens e do seu desprezo por eles.
“Hoje,” ela disse, “no mercado eu vi um homem batendo em uma
escrava amarrada a um anel. Foi terrível.”
“Sim, Mestra,” eu disse. Eu imaginei o que a garota poderia ter feito. Eu
supus que ela havia sido desagradável. Eu não a havia acompanhado ao
mercado hoje. Eu havia sido deixada em casa, acorrentada ao anel ao pé do divã
dela.”
“Depois disso,” ela disse, “a miserável garota cobriu de beijos os pés
dele.”
“Terrível, Mestra,” eu disse. Eu supunha que a garota estava tentando
aplacar seu mestre e expressar sua gratidão, sua alegria, pela reafirmação de
sua dominância sobre ela.
“Sim, terrível!” Disse Lady Elicia de Ar, minha mestra, das Seis Torres.
“Além disso,” ela disse, meus afazeres levaram-me inadvertidamente
para perto da Rua das Marcas.”
“Oh, Mestra?” Eu perguntei. Algumas vezes, quando ela saía para seus
afazeres, eu não a acompanhava.
“Ali,” ela disse, “eu vi uma corrente de garotas nuas, a céu aberto,
homens avaliando-as. Nojento!”
“Sim, Mestra,” eu concordei.
Ela levantou da água a outra perna, a direita, graciosamente. Espuma e
água caíram dela. Seus dedos do pé estavam para cima. Sua perna era bem
torneada.
“Você acha que eu sou bonita, Judy?” Eu perguntei.
“Sim, Mestra,” eu disse. Ela frequentemente me perguntava isso.
“Sinceramente?” Ela perguntou.
“Sim, Mestra,” eu disse. Isso era de fato verdade. Minha mestra era
incrivelmente uma bela jovem mulher. Ela era claramente mais bonita que eu.
“Você acha que os homens poderiam me achar agradável?” Ela
perguntou.
“Sim, Mestra,” eu disse.
“Você acha,” ela riu como que gracejando, “que eu traria um alto preço?”
“Sim, Mestra,” eu disse. Ela já havia me perguntado antes esse tipo de
coisa. E antes eu havia respondido com sinceridade para ela, e respondia com
sinceridade agora. Eu queria saber o porquê daquela curiosidade relativa a tais
assuntos. Eu não tinha dúvida de que Elicia Nevins no bloco, nua, sob o chicote
do leiloeiro seria vendida por ao menos uma peça de ouro.
Ela terminou de lavar suas pernas, uma depois da outra,
sonhadoramente.
Eu ouvi o pequeno ruido que estava esperando por vários dias.
Ela se reclinou na banheira, acomodando gentilmente seu adorável corpo
mais baixo na água, fechando seus olhos. A água, a espuma multicolorida de
beleza, estavam na altura de seu queixo. Então ela se levantou um pouco na
banheira, a água e a espuma na altura dos ombros. Ela abriu os olhos e olhou
para o teto.
Como é ser escrava de um homem? Ela perguntou.
“A Mestra logo saberá,” eu disse.
Ela se virou e então, subitamente, primeiro o vendo, gritou sobressaltada.
“Quem é você?” Ela gritou.
“Você é lady Elicia de Ar, das Seis Torres?” Ele perguntou.
“Sou ela!” Ela gritou.
“Eu a acuso,” disse ele, “em nome dos Reis-Sacerdotes de ser uma agente
dos Kurii e assim sujeita às penalidades ligadas a esse fato.”
“Eu não compreendo uma palavra do que você está dizendo,” ela gritou.
Ele retirou de sua túnica um papel amarelo dobrado, fechado com um
selo e uma fita. Eu vi no papel amarelo, estampado nele em tinta preta, grande,
uma marca comum de Kajira em Gor. “Eu tenho aqui,” ele disse, “uma ordem
de escravização, assinada por Samos de Port Kar. Examine-a. Eu acredito que
achará que tudo está em ordem.” Ele jogou o papel nos ladrilhos.
“Não!” Ela gritou aterrorizada, tentando se cobrir. Então ela gritou,
“Tellius! Barus!
“Seus lacaios,” disse o homem, “serão de pouca utilidade. Foi descoberto
que eles são de Cos. Eles já estão sob a custódia dos magistrados de Ar.”
“Tellius! Barus!” Ela berrou.
“Você está completamente sozinha, Lady Elicia,” ele disse. “Não há
ninguém para ouvir seus gritos.”
Ele era alto e forte, vestido no escarlate dos guerreiros. No cinto dele
havia uma longa trela enrolada.
“Saia do seu banho,” disse ele, “e prepare-se para aceitar os laços
escravos.”
“Não!” Ela gritou. Então ela gritou para mim. “Corra, Judy. Traga
ajuda.”
“Não,” disse o homem.
“Sim, Mestre,” eu disse. Eu olhei para Lady Elicia. “Perdoe-me, Mestra,”
eu disse. “Eu sou uma escrava que recebeu uma ordem de um homem.” Eu
ajoelhei a um canto.
“Vadia! Vadia!” Ela gritou.
“Sim, Lady Elicia, minha Mestra,” eu disse.
Ela girou na banheira, agonizante, cobrindo-se, para encarar o alto
visitante.
“Há algum erro!” Ela gritou. “Deixe-me! Você está invadindo os
aposentos de uma dama!”
“Saia do seu banho,” disse ele, “para aceitar os laços da escravidão.”
“Nunca!” Ela gritou.
“Você é virgem?” Ele perguntou.
“Sim,” ela disse raivosamente.
“Se eu tiver que buscar você dentro da água,” ele disse, “você será
tomada dentro d’água.”
“Traga-me meu robe,” ela disse.
Ele foi até o robe que estava no divã, mas ao invés de passa-lo para ela,
ele o examinou levantando-o na direção da luz. Em uma das mangas, uma
pequena e fina bainha, ele achou uma agulha, que ele segurou. Então ele se
aproximou da banheira, ela se encolheu aterrorizada. Ele lavou a agulha, a
secou em uma toalha e a recolocou na bainha. Eu não sabia que a bainha e a
agulha estavam ali, tão ardilosamente elas haviam sido escondidas na costura.
Ele olhou para ela.
Eu não tinha dúvida de que a agulha havia sido envenenada,
provavelmente com Kanda.
“Você me desarmou, Guerreiro,” ela disse. “Agora, por favor, me passe o
robe.”
Ele jogou o robe a um canto. Ela olhou para o robe embolado no canto da
sala.
“Por favor,” ela disse. “Eu sou muito rica. Eu posso dar-lhe muito ouro.”
“Fique em pé na banheira,” ele disse. “Eu quero ver suas mãos sobre a
cabeça.”
“Você invade minha privacidade!” Ela gritou.
“Logo,” ele disse, “você não terá direito à privacidade.”
“Minha modéstia!” Ela gritou.
“Quando você for uma escrava,” ele disse, “a você não será permitida a
modéstia.” Isso era verdade.
“Tenha misericórdia, Guerreiro!” Ela gritou.
“Obedeça,” ou seja chicoteada,” ele disse.
Elicia Nevins ficou em pé na banheira e levantou suas mãos sobre a
cabeça, em uma atitude de rendição.
O convidado a encarou casualmente, abertamente, demoradamente, com
a apreciação de um mestre.
Ela tremia de medo, sendo olhada assim por um guerreiro Goreano.
O guerreiro foi então até o lado da banheira, agachando-se perto do lado
direito dela. Ela se afastou dele dentro da água. Ele espalhou a espuma.
Cuidadosamente ele examinou a parede da banheira. Em poucos instantes, ele
havia encontrado a pequena adaga que jazia ali, em seu pequeno
compartimento escondido atrás de um azulejo. Ele limpou o veneno da lâmina
da adaga, secou-a com uma toalha como havia feito com a agulha e então a
jogou a um canto da sala, onde já estava o robe, que mais cedo ele havia
descartado. Eu também não sabia da existência do compartimento, ou da
pequena arma envenenada que nele estava escondida.
Elicia permaneceu em pé na água, do outro lado da grande banheira
embutida, suas mãos levantadas.
“Liberte-me!” Ela disse. “Eu lhe pagarei muito.”
Ele a encarou.
“Eu lhe darei o suficiente para comprar dez escravas no meu lugar!” ela
disse.
“Mas elas não seriam Elicia Nevins,” ele disse.

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