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Elfa - Volume I

Autor(es): elfman

Sinopse
Aventuras espadas & calcinhas com um grupo de matadoras de monstros e caçadoras de tesouros que inclui uma
elfa, uma fada, uma coelhinha ninja e uma humana com a bunda gordinha.

Notas da história
* Escrito com o objetivo de sacanear todos os clichês de mangás, animes, rpgs e histórias de fantasia que
existem, nada se salva e todo elemento possível de se imaginar nesse tipo de história acaba aparecendo uma hora.

* A princípio pode não parecer, mas é uma história bastante complexa e com dezenas de personagens e elas
passam por algumas aventuras bastante pornográficas de vez em quando, então leia por sua conta e risco.

* Não leia a sério.

(Cap. 2) I - Jogando Nozes em Elfas

Notas do capítulo
Que se passa em uma época distante e incerta, na qual minha tia-avó, Pelluria Elsewyr, era quase tão jovem
quanto eu hoje sou; e na qual se mostra como vai fácil o que vem fácil.

Parte I - Jogando Nozes em Elfas

“Que se passa em uma época distante e incerta, na qual minha tia-avó, Pelluria Elsewyr, era quase tão
jovem quanto eu hoje sou; e na qual se mostra como vai fácil o que vem fácil.”

Esta história começa no interior acolchoado e elegante de uma carruagem, a qual estava parada. A luz do
sol entrava por frestas nas cortinas aveludadas das janelas e o canto dos pássaros vinha lá de fora, bem como um
ruído suave e distante de vento e de folhas sacudindo. Sentada sozinha no meio do banco – este forrado com as
mais finas almofadas – havia uma dama de aparência jovem e pele clara. Um colar de pedras brancas, brilhantes e
exageradamente grandes saía pelo meio dos cabelos loiros muito longos e cacheados, envolvia-lhe o pescoço,
percorria-lhe os ombros descobertos e acabava por deitar-se sobre os seios parcialmente expostos; eram estufados
e gorduchos, ela os tinha comprimidos em um decote pouco sutil no vestido azul-marinho e algumas daquelas
contas esféricas do colar penetravam o espaço entre eles, onde pareciam ficar um tanto apertadas.

Nos vários momentos em que a donzela repetia o gesto de afastar pontas insistentes de cabelo, pois muitas
tocavam-lhe os lábios grossos – ou carnudos, se assim preferirdes – podia-se notar que estava de luvas da mesma
cor do vestido, terminavam acima dos cotovelos. Ocultos pelas mechas também estavam brincos, feitos com
pedras indiscretas semelhantes às do colar. Trajes e enfeites tão invulgares poderiam vos fazer pensar
corretamente tratar-se de uma nobre, embora em verdade não fossem assim tão invulgares a ponto de, neste caso,
tratar-se de uma garota da parte mais alta da nobreza do continente.

A manchinha redonda e preta, um sinal que a dama trazia a adornar-lhe o canto esquerdo da boca, erguia-
se e os lábios se apertavam, os olhos verdes estavam impacientes. A moça levantava uma fruta rosada, seus dentes
arrancavam dela um grande pedaço quando este chamado alcançou-lhe os ouvidos:

“Senhora! Senhora!”

A cortina da porta afastou-se e na janelinha surgiu o rosto de uma outra mulher: usava um capacete
metálico, uma malha de ferro sob ele cobria-lhe as orelhas e era ainda mais jovem do que a dama da carruagem,
embora fosse tão branca e loira quanto ela. Estava esbaforida. Estava também nas pontas dos pés para poder
alcançar aquela janela.

“Ainda estamos paradas? Serva imprestável, estou cansada de esperar!” disse a que estava dentro do carro,
devorando a fruta como se tivesse raiva dela. “Quando partiremos?”

Assustada, segurando-se com as mãos na janela, a serva respondeu “Minha senhora, apesar de
devidamente avisados de que estamos ambas protegidas por cintos de castidade, os ogros insistem em afirmar que
têm maneiras de violar-nos as intimidades consecutivas vezes até a nossa morte, quando então seremos cozidas e
comidas se não entregarmos nosso ouro!”

“Mas era só o que faltava!” a dama terminou de mastigar e deixou as sobras da fruta no banco. “Serva má,
não fazes nada direito! Já vi que vou ter que descer, não é? É esse o teu objetivo? Queres que eu desça e me
incomode, como sempre me incomodo? Pois bem...”

Ela ajeitou as meias em suas coxas, sob o vestido, fechou o cinto de couro – este apertava-lhe o ventre de
maneira desagradável por ser pequeno demais e por ter ela o ventre um dedinho saliente, embora ainda não se
pudesse dizer que fosse gorducha – e depois abriu a porta. Com uma das mãos segurou-se à serva enquanto descia
os degraus e com a outra ergueu a ponta do vestido para evitar o contato deste com o solo. Os saltos pontiagudos
da botinas afundaram na areia.

A carruagem estava no meio de uma clareira, os ogros de pele cinzenta e enrugada tinham no mínimo dois
metros de altura cada um, seus músculos eram salientes, para não dizer exagerados e amedrontadores, e davam-
lhes aspecto selvagem. O primeiro encontrava-se atrás da serva, vestia um colete de couro e segurava de maneira
ameaçadora um pedaço de madeira cravejado com pregos. O outro mantinha-se perto da porta, era mais alto do
que a carruagem e havia de cima dela retirado um baú fechado por delicado cadeado.

“O que significa isso? Ele pegou meu baú! Mas que atrevimento, não sabeis com quem estais lidando!” A
nobre ergueu o dedo e o apontou para o ogro enquanto a serva mordia e roía as próprias unhas. “Podes ir largando
isso agora mesmo! São meus pertences! Serva, faze ele largar meus pertences!”

O ogro olhou para baixo, pois de outro modo não poderia enxergar as duas. A serva viu dentes enormes,
sujos e quebrados.

“Mas senhora, eles são tão... grandes!”

“Grande é o número de chibatadas que vou te aplicar mais tarde!” a dama ameaçou. Sacudiu a cabeça para
tirar o cabelo da frente dos olhos e, com as mãos na cintura, dirigiu-se novamente ao ogro: “Solta isso! Larga
meus pertences ou logo rezareis para que eu conceda-vos uma morte rápida!”
Enquanto o bico da bota da irritada dama chutava sua canela, o ogro continuava removendo os itens que
encontravam-se amarrados no topo da carruagem, isso até o momento em que todos ouviram um grito vindo de
cima das árvores isoladas ao lado da estradinha no centro da clareira. E é neste ponto que a minha heróica tia-avó
Pelluria entra na história, caindo de surpresa por sobre os ombros grossos de um dos ogros e prendendo-lhe o
pescoço com as pernas:

“Iááááá! Toma, toma, toma!”

Com um galho de árvore entre suas mãos, ela golpeava repetidamente a cabeça da criatura.

“Oh, socorro! É Pelluria, a elfa da floresta!” dizendo isso, saiu correndo o ogro que estava livre, logo
desaparecendo entre as árvores enquanto o outro gritava e sacudia os braços movendo-se para todos os lados com
minha tia presa em suas costas.

“Simplesmente a elfa da floresta não! Sou a suprema elfa da floresta! Iáááááááááá!”

“Serva, o que é isso?” perguntou a dama da carruagem, observando espantada a tudo aquilo.

“Acho que é uma elfa magricela, senhora.”

“Precisa ela gritar tanto?”

“Ogro bruto! Toma! Iááááááá! Vais ver o que é bom!”

A elfa saltou de onde estava e rolou pelo chão para em seguida levantar-se e erguer seu galho de madeira,
fazendo-o girar no ar.

“Ai, chega, chega, eu me rendo , senhora Pelluria!”

Assim o ogro fugiu e minha tia Pelluria desfez-se de sua pequena arma e aproximou-se das outras duas. A
dama, de braços cruzados, apenas ergueu uma das sobrancelhas.

“Tendes sorte por estar eu passando aqui perto, essas matas são muito perigosas a essa hora da... bom, a
essa hora do dia,” disse Pelluria. Sorriu, coçou a orelha pontuda e alguns dos diversos brincos ali pendurados
sacudiram.

“Durante as primeiras horas da tarde, elfinha?”

“Claro, pois nesta hora os ogros recém almoçaram e estão procurando sobremesa! É com certeza a hora
em que mais sentem fome.”

A serva continuava assustada: “É verdade, senhora, o ogro disse que desejava nos comer!”

“Mas felizmente sou uma poderosa caçadora de ogros, incrivelmente treinada e especializada! O meu
nome é Pelluria! Também conhecida como A elfamaravilhosa!”

A nobre olhou para minha tia com os lábios comprimidos, apertava-os entre os dedos e parecia
desconfiada. Sua serva apressou-se em apresentá-la:

“Esta nobre senhora, a qual o destino concede-te a honra de estar em presença de, é a jovem duquesinha
Mychelle Alanturia de Orqushire, a Sétima, filha do Grão-Duque e Barão regente da Província de Orqushire e
Ducado de Loirs e dos arredores do Vale da Cerejeira Sagrada!” Fez uma reverência, a serva respeitava ou temia
muito sua mestra.

“Oh, sim, sim, é um prazer! Eu não me lembro, mas tenho certeza de já ter ouvido falar, não há dúvida
alguma. Sou nova aqui na província.”

“Muito bem, serva, vamos partir.” Com um sopro, a dama afastou mechas de cabelo claro que cobriam-lhe
novamente um dos olhos. “Abre a portinhola para que eu possa... Ei! O meu baú sumiu!”
“Não pode ser! Um dos ogros deve tê-lo levado, minha senhora,” respondeu a menina já pendurando-se na
carruagem para verificar se nada mais faltava.

“Mas isso não é problema, o importante é estardes as duas a salvo” Pelluria sorriu.

“Pois eu digo que és muito da mentirosa, elfinha!”

“O quê?”

“Vai atrás daqueles ogros e trata de recuperar meu baú! Agora mesmo!”

“Mas como poderia eu fazer isso, amiga duquesinha?”

“É mesmo,” foi o que respondeu a duquesa após um rosnadinho, “garanto que se fores atrás deles, não
mais retornarás, pois mentes de maneira tão estapafúrdia que as tolices que dizes só se podem comparar à péssima
encenação de luta que fomos forçadas a presenciar!”

“H! Pelas tetas de Sene! Como podes me acusar desta maneira depois de tudo que fiz? Eram dois ogros
mal intencionados! Se não fosse por mim, provavelmente estarias agora deitada no meio desta estrada, tuas
nádegas rechonchudas e humanas viradas para cima, com dor considerável no meio delas!” E eram mesmo
rechonchudas, pois a Duquesinha, apesar de não ser exatamente o que se poderia considerar gorducha, como já foi
dito, também não era magra; era grande: alta, mais do que minha tia e até do que a maioria das moças humanas, o
vestido ficava bem apegado às coxas e a essa outra parte a que a elfa havia se referido. O ventre, como também já
foi dito, era menos saliente, pois como se sabe, em algumas garotas amigas de fartas refeições, por algum motivo
que poderia-se considerar sorte, a parte de trás tende a aumentar mais que a da frente, mas olhando-se bem para a
garota, ao menos as pernas e os braços, e o rosto – que não era bochechuda – parecia no geral e no momento mais
firme do que fofa, embora tal equação pudesse estar prestes a se inverter mais dia menos dia. Muito incomodou-a
esta observação de minha tia, devo dizer ainda. “Já viste um ogro pelado?” Prosseguiu a elfa. “Não, não creio que
tenhas visto um, minha bondosa e pura duquesinha. Passarias os próximos meses sem conseguir sentar, isso se
escapasses com vida!”

“Pois bem, elfinha magricela e desaforada, se querias mesmo combatê-los de forma convincente, por que
não fizeste uso disso?”

Num movimento rápido, a dama puxou pela bainha a espada presa à cintura da elfa. Pelluria segurou-lhe o
punho e gritou:

“Devolve isso aqui! Solta!”

“Ei, é uma bela espada. Tem até jóias coloridas cravejadas em seu cabo. Claro que não passam de
imitações, mas onde foi que a roubaste, orelhuda?”

“Ai, ai. Eu não roubei, esta é a espada da minha família.” Pelluria recolocou a arma, bastante longa e de
aparência não muito leve, em seu lugar. “Não a usei porque não queria vos assustar, achei que as donzelas não
gostariam de presenciar a carnificina que seguiria-se caso eu...”

“Serva! Tira minhas botas para não sujar a carruagem! Estou cansada de ouvir esta elfa enjoada!”
Desviando o olhar, a dama sentou-se nos degraus ali na portinha e sua serva começou, com dificuldade, pois
estava vestida em malha de ferro pesada, a puxar-lhe uma das botas. “Dá-me essa espada, elfinha, e eu esqueço
tudo o que houve. Em mim essa lâmina encontrará uma mestra da qual é mais digna.”

“Isso nunca!”

“Pelo que pude observar da tua técnica, estás mais acostumada a manejar gravetos. Dá aqui, eu confisco
essa arma!”

“Qualé, tira o olho da minha espada! Salvo-te a vida e é isso que recebo em troca?”

“Por tua culpa levaram-me o baú com importantes pertences! Dá-me a espada ou acabo com a tua vida!”
“É, é? E como? Vai sentar na minha cara com esse bundão enorme até eu sufocar?”

“O quê!? Mais uma vez insinuas ofensas desse tipo? Já chega, elfa invejosa! Prepara-te!”

A Duquesa, descalça e furiosa, levantou-se apoiada na porta da carruagem de forma tão brusca que o
conteúdo do decote saltitou – não fosse o decote, aliás, essa parte dela não chamaria tanta atenção, porque seus
ombros eram largos e dessa forma ficava tudo bem proporcional ao tamanho dela – mas a serva a deteve: olhando-
a de baixo para cima, colocou-lhe as mãos sobre os ombros e disse “Por favor, senhora, eu peço, perdoa a pobre
elfinha e vamos partir!”

Depois de considerar um pouco, os dedos da outra massageando-lhe os músculos, respondeu a duquesa:


“Estamos muito atrasadas. Deixarei que ela viva apenas porque achei divertidos seus patéticos esforços para forjar
uma luta com os ogros.”

Pelluria ergueu os ombros e a humana continuou falando:

“Mas isso não vai ficar assim. Os soldados de meu pai voltarão aqui para recuperar meus pertences! Se
fosse tu, sumiria daqui, elfinha desagradável. E não te atrevas a responder ou eu mesma sujarei as mãos e meu
vestido novo!”

O vestido pareceu à minha tia um tanto gasto, na verdade. Mas a dama entrou no carro e a serva fechou a
porta e depois subiu na carruagem e dirigiu-se para a parte da frente dela, onde havia, no topo, o assento de
condutor.

“Ei, qual é? Não vou nem ganhar uma gorjeta?”

A elfa esticou a mão em direção à janela.

“Queres uma recompensa, é?” A duquesinha soltou ali o que sobrou da fruta que estivera comendo
anteriormente. “Aqui está, p****** orelhuda!” disse mui desaforadamente, como podeis perceber.

A carruagem partiu e a seguir foi a fruta lançada para espatifar-se atrás dela. Espatifaram-se também, sem
causar efeito algum, os insultos de minha tia, que faziam referência tanto à falta de consideração da duqesa como
ao excesso de volume nos assentos dela. Alguns minutos depois, Pelluria foi em direção às árvores para juntar-se
aos dois ogros lá escondidos. Mas agora, porém, acho que é hora de descrever melhor minha tia-avó para que
saibam todos como se parece a protagonista desta narrativa.

Era de costelas salientes e muito magra, porque sempre foram assim as da minha família e não por
qualquer outro motivo; sua altura era quase a de uma humana adulta, tinha em um tom vermelho escurecido os
cabelos, que não sendo muito longos iam até o pescoço, onde ela prendia num laço a capa leve que terminava
sobre as costas. Sardas espalhavam-se por suas bochechas, bem como por outros lugares cobertos pelas roupas, e
estas roupas – um tanto gastas de viagem, embora bem cuidadas – eram apenas uma saia curta e escura, quase
preta, e uma camisa verde. Seus sapatos eram de pano e o bem mais precioso, a espada – aquela cobiçada há
pouco pela duquesa – vinha presa numa faixa de couro a envolver-lhe a cintura.

Tinha nome, inclusive, a espada, tamanha a afeição de minha tia por ela. Chamava-se Lucille e em seu
cabo dourado incrustavam-se oito jóias: dois pequenos rubis e dois diamantes ainda menores em cada lado,
dispostos todos como as pontas de uma cruz. A lâmina, de base muito adornada, devia ter um metro, seus dois
gumes finos e afiados partiam de centro sólido. A bainha, de couro e forrada com veludo, era trabalho de muitos
anos de artesanato, conforme ficava claro logo ao avistar-se todos os seus detalhes e dobras e amarras. Por ser tão
formidável a arma é que, conforme vimos, pelo fato de ter a elfa preferido atacar os ogros com um graveto,
suspeitou a duquesinha de estar ela aliada aos mesmos. E era verdadeira a suspeita, pois chegando onde estavam
escondidas as criaturas, Pelluria disse-lhes:

“Acho melhor pararmos com o nosso esquema, aquela duquesinha bunduda ficou desconfiada. Não
tardará a reunir-se com outros que passaram pela mesma situação.”

“Tudo bem, já temos o suficiente para sustentar nossa aldeia por muitos dias.” De fato, baús, barris,
sacolas e amontoados de moedas estavam na grama, produto de golpes similares aplicados a outros viajantes
naquele dia. Aliás, minha tia não imaginava que pudessem haver tantos viajantes num fim de mundo como aquele.
“Agradecemos tua ajuda, Pelluria.”

“Oh, a gente faz o que pode!”

“Mas da próxima vez é melhor não saltar de uma árvore tão alta.”

“Ah, não tem problema, eu estou acostumada, não vou me machucar.”

“Não é isso, é que a saia levantou durante a queda e nós pudemos ver tudo.”

“(Bem que aquela hora eu senti um ventinho aqui embaixo) Ah, vamos ver o que há de tão precioso
neste baú!”

Ajoelhou-se a elfa e, sem precisar insistir muito, partiu o pequeno cadeado com uma pedra. Abriu o baú de
madeira fina e entalhada, no interior viu muitas ropas e lenços e meias coloridas, tudo bem dobrado e guardado, e
até um par de luvas e um cachecol, apesar de não ser estação para tanto.

“Pelos pêlos pubianos de Sene, do jeito que pesava achei que estivesse cheio de ouro! Que roupas
esquisitas ela usa.”

“Devem ser coisas de nobres humanos.”

“Sei lá, nunca vi meias dessa tonalidade. Que espécie de tintura usaram para colori-las?” perguntou
Pelluria, tomando uma peça lilás enfeitada por pregas e bordados diversos. “São macias... Mas infelizmente são
grossas demais pra mim, aquela mulher tem o traseiro tão estufado que, garanto, para entrar no vestido precisa
antes passar óleo. Vou levar umas peças para o caso de eu sentir vontade de fazer umas costuras.”

A elfa separou alguns pedaços de pano e colocou-os em uma bolsa que, ao mesmo modo da espada, trazia
amarrada na cintura e onde estavam também seus pergaminhos, os mesmos dos diários donde veio esta história.
Nisso, sob os panos do baú, bem no fundo dele, encontrou um pequeno maço de papel escurecido e uma jóia
verde e retangular de poucos centímetros: era muito brilhante e estava presa em uma correntinha prateada. Este
colar estava atado a um saquinho com umas moedinhas.

“Essa jóia deve ser um sinal de que minha sorte está mudando. Vede como brilha! Será verdadeira? Vou
levá-la também, nunca tive nada parecido.”

“O que está escrito nesse papel, Pelluria?” perguntou um ogro, passando-lhe o documento retirado do baú.

“Não sei, deixa eu ver. Bah, tá difícil de entender...”

“Mas não sabes ler?”

“Sei sim, é que tá em holazaico, eu não sou muito boa de holazaico, né? E essa letra é muito miúda. Hm,
mas isso aqui deve ser holazaico antigo. Sim, sem dúvida que é! Holazaico antigo é uma linguagem muito
esguia.”

O ogro apontou para o canto do pergaminho, onde havia sinete gravado em sebo vermelho, e disse “Esse
símbolo é o selo do governante da província.”

“Este selo? Oh, sim, é o mesmo selo que estava pintado na porta da carruagem de Lady Celulite e, se não
me engano, também estava no colete que a serva vestia. E aqui embaixo está o selo da rainha da Terra dos
Espelhos! Deixa eu ler... Peraí... com... covi... convidamos... blábláblá... vossa senhoria... É um convite! Ah, essa
parte eu não entendo, mas aqui é um lugar... árvore... vilarejo... sacro?”

“É a Vila da Cerejeira Sagrada. Fica para o leste, é um vilarejo pequeno, próximo ao ducado. Deve ser
para lá que estão indo a Duquesa e os demais viajantes que assaltamos.”

Pelluria prosseguiu lendo:


“Mm. Convenção de blábláblá... bebida... bebida? Comida e estalagem... ei, acho que isso aqui quer dizer
gratuito! Comida e bebida de graça! Deve ser alguma festa de nobres ou alguma coisa assim! E a princesinha
devia estar indo para lá! Eu vou ir também, quero coisas grátis! Onde fica esse vilarejo?”

“Pode ser perigoso, Pelluria. E se voltares a encontrar a humana?”

“Que nada, já que tenho um convite, é capaz de me deixarem entrar! Já pensou se eu conheço um nobre
nessa festa e me caso com ele? Torno-me herdeira de muitas terras e jóias, entupo minha bunda élfica de dinheiro
e viro uma princesa. Ou condessa ou baronesa ou essas coisas! Bom, não precisa nem ser um nobre muito rico,
né? De repente pode ser até um cavaleiro ou sacerdote dono de algumas terras...”

“Mas irás precisar de roupas de nobre para entrar lá, Pelluria.”

“Ah, alguns desses trajes que roubamos darão um jeito nesses detalhes! Se conseguir um pouco de vinho
de graça já vou me dar por satisfeita! Heheheh e umas bimbadinhas também! Quando chega a primavera eu fico
que não me agüento!” Obviamente esta ultima parte minha recatada tia apenas pensou, não é preciso nem dizer. E
tendo assim pensado, pôs-se a caminho do acampamento dos ogros para recolher o restante de seus pertences
antes de partir, precavida que era.

.oOo.

***

Perto da saída da floresta corria a carruagem na qual se iniciou a história. A dama loira meteu sua cabeça
na janela, estava comendo outra fruta e com uma mão segurava os cabelos para que não esvoaçassem e se
emaranhassem, e chamou sua serva.

“Sim, minha senhora?”

“Será que os malditos ogros levaram o baú que continha minha jóia?” exclamou ela de forma nada nobre.
E por via das dúvidas, jogou fora a fruta antes de prosseguir assim: “Pára a carruagem, eu tenho que verificar!”

“Por favor, senhora, agora não! Estamos atrasadas!”

“Mas é importante, aquela jóia foi da minha mãe, sabes disso, e meu pai ordenou que eu a trouxesse
comigo. Pára, estou mandando!”

“Por favor, senhora, vosso pai ficará descontente! Ele ordenou que eu conduzisse minha dama ao vilarejo
da Cerejeira Sagrada o mais depressa possível e saímos tarde porque dormiste a manhã toda!”

“Como se não tivesses dormido também e falhado em me despertar!”

“É que dormimos muito tarde ontem!”

Voltando ao interior da carruagem, nossa nobre duquesa sussurrou “O que vai ser de mim se tiver perdido
a jóia?” Um pouco depois, sua cabeça ressurgiu na janela. Chamando novamente a serva, que aparentemente tinha
por nome Lourdes Maria, perguntou-lhe de forma um tanto relutante, com as bochechas rosadas:

“Eu... estou mesmo ficando com a bunda gorducha?”

.oOo.

***

Algumas horas após o encontro na clareira, estava Pelluria caminhando sozinha pela floresta em busca da
Vila da Cerejeira Sagrada, pois havia se informado do caminho a ser seguido com seus amigos na aldeia dos ogros
e não era caminho difícil, bastava seguir a estrada de areia, de modo que tratava-se de uma viagem desprovida de
eventos importantes até o momento em que, repentinamente, fora acertada na testa por uma noz voadora.

KLONK!

“Ai! Que é isso?!”

Ouviu uma risada fininha, que em principio pensou tratar-se de um zumbido de inseto.

“Quem está aí? Aparece!”

Sentindo-se observada, aproximou a mão da espada.

“Estou aqui em cima, elfa!”

Quando levantou o rosto, Pelluria viu uma fadinha muito pequena sacudindo rapidamente as asas para
manter-se no ar. Segurava outra noz com ambos os braços, como quem ergue algo muito pesado.

“Oh! Uma fadinha! Que gracinha! O que estás fazendo aqui, dona fadinha?”

“Jogando nozes em elfas!”

CLUNK!
“Ai! Pára com isso!”

A fada voou ao redor do tronco de uma árvore, suas asas deixaram um rastro brilhante em forma espiral
que logo desapareceu no ar.

“Ei! Vem aqui!” gritou minha tia, esfregando a própria testa.

“Eu não! Tu vais me pegar! Tenho medo!”

“Não vou nada, sou uma elfa boazinha.”

“É, é? Hm... Então eu vou, mas se tu inventares, eu convoco um enxame de abelhas para te picar e te
deixar cheia de bolotas!”

A fadinha se aproximou segurando uma varinha muito fina e pequena. A própria fada não parecia ter mais
do que quinze centímetros, estava usando um vestido verde cheio de minúsculos e imperceptíveis ornamentos e
tinha cabelos vermelhos dos quais saíam duas antenas de inseto.

Pelluria disse:

“Que bonitinha! És mesmo uma fada?”

“Não, sou um centauro! Nunca viste uma fada?”

“Para falar a verdade, não.”

“Claro que sou uma fada, sua grossa! Meu pai é um atomie, por isso sou uma fada-atomie. Mas uma fada-
atomie mágica! Vês? Tenho quatro asas!”

“Oh, eu não posso ver, elas se mexem muito rápido. Não é normal para fadas ter quatro asas?”

“Somente para uma veloz fada-atomie, para as demais bastam duas. És uma elfa da madeira, não é? Bom,
pelo menos te pareces com uma elfa da madeira, por causa das orelhas retas! E tens cheiro de elfa da madeira!”

“É, eu sou. Que legal, falas tão rápido, pareces uma abelhinha! Queres pousar na minha mão um pouco?”

“Não sei não... Ó, se fizeres maldades comigo terás que te entender com uma nuvem de gafanhotos! Já
acordaste com um gafanhoto na tua orelhona?”
A fadinha desceu na palma da mão de Pelluria e guardou sua varinha na cintura.

“Não és tão levezinha quanto pensei...”

Com o dedo da outra mão, a elfa balançou as asas da fadinha.

“Ai, pára com isso! Não gosto que fiquem me cutucando!”

“Ó, deixou o meu dedo brilhando! O que é este pózinho?”

“É pó de fada! Pode deixar as pessoas invisíveis! Mas te deixa doidona se meteres na boca!”

“É? Sério? Eu posso ficar invisível? Me dá um pouco de pó de fada?”

“Eu não, tá louca?”

“Vamos, concede-me um pouco do teu pó! Sabe lá o que poderia eu aprontar estando invisível!”

“Para te deixar invisível seria preciso o pó de pelo menos umas cinco fadas!”

“Ah, umas cinco, é? Eu não sabia que fadas moravam nesta floresta. Tem outras colegas tuas por aí?”

“Não. Na verdade eu não sou dessa floresta.”

“Não, é? Estás apenas de passagem por aqui?”

“Não, como já disse, sou uma fada mágica! Eu vim de dentro dessa jóia mágica que guardaste no interior
da saia!”

“Oh! A jóia?” Pelluria tocou a saia e sentiu dentro dela aquela jóia que havia encontrado no baú da
duquesa. Tinha prendido o colar na cintura. “Como sabes sobre ela?”

“Já disse, sou a fada-mágica-guardiã que vive dentro da jóia-mágica! Não é absolutamente lógico? Como
mais poderia saber de um objeto que está oculto em tua roupa?”

“Bom... Esta jóia é mágica?” Tirou a pedra de onde estava escondida, desamarrou o cordãozinho que
prendia a gema ao tecido e olhou pensativa para ela. A fada voltou a voar, obviamente, quando minha tia ocupou
suas mãos nessas outras ações que acabo de descrever.

“Sim, essa jóia é muito mágica, e como tal, não devias mantê-la em local tão desapropriado! Onde já se
viu guardar uma preciosidade encantada que já pertenceu à Lady Amora e ao rei dos Mercados de Marfim – nos
tempos em que estes eram ricos em itens mágicos e animais exóticos como o cão falante com asas de pássaro e
voz de cigarra, claro – entre os pêlos dessa xexeca élfica fedorenta? Isso deixa a fada-guardiã muito irritada!”

“Oh desculpa, dona fadinha.” As bochechas da Pelluria ficaram vermelhas. “Mas sabes como é, né?
Devemos preservar tais preciosidades que pertenceram à Lady Amora, seja lá quem for essa senhora, longe dos
possíveis olhares de curiosos! (Fora que eu sou limpinha e depilo tudo, né?)”

“Guarda a esmeralda em um porta-jóias adequado, então! Lady Amora foi uma duquesa dos reinos das
profundezas de Orqushire, se queres saber! Dizem que comia homens, era uma verdadeira demônia!”

“Dos reinos das profundezas? Essa... jóia foi de uma diaba, é?”

“Precisamente! Mas agora pertence a ti e se continuares perguntando tolices, não transmitirei os


ensinamentos os quais são encargo da fada-guardiã passar aos novos portadores da relíquia. E então, vais querer
que eu ensine como podes obter um desejo?”

A fada passou zumbindo suas asas perto das orelhas de Pelluria, fez com que ela virasse para o outro lado.

“Um desejo? Como assim? Conta!”


“Podes obter uma dádiva, elfinha! Podes fazer um pedido e, se não for este uma maldade, será atendido
pela jóia!”

A elfa apoiou-se no tronco da árvore que estava atrás dela e a fadinha foi sentar-se em seu ombro.

“Um pedido qualquer?”

“Sim, um desejo qualquer e apenas um! Mas há condições! Nada absurdo, do tipo ressuscitar mortos, etc.
Talvez algumas modificaçõezinhas morfológicas simples, tu sabes, coisas como criar asas, mudar a tonalidade dos
olhos ou cabelos para lilás, restaurar a virgindade...”

“Hm, asas eu não quero ter, meus olhos e cabelos gosto como são e se tivesse de novo minha virgindade
provavelmente não a manteria por muito tempo. Mas como faço para pedir?”

“Presta atenção, pois não vou me repetir! Deves livrar tua mente de todo e qualquer pensamento impuro e
deves segurar a jóia pela corrente prateada, apenas com os dedos polegar e indicador da mão esquerda, mantendo-
a erguida acima da tua cabeça. Deves fechar os olhos, cruzar os dedos dos pés e pensar no pedido três vezes.
Depois deves proclamá-lo em voz alta, também três vezes, sendo cada uma das vezes num tom mais alto do que o
da vez anterior. Sacode neste momento a mão direita e quando teus olhos voltarem a se abrir há grande chance de
que o desejo tenha sido realizado. Mas, como eu já alertei, não pode ser uma maldade e nem um milagre!”

“Puxa, isso parece importante, que legal!”

Pelluria voltou a andar, sorrindo e ainda segurando e observando a jóia verde.

“Ei, aonde vais, elfa?”

A fada voou atrás dela.

“Prosseguir minha viagem à Vila da Cerejeira Sagrada.”

“Não vais fazer um pedido?” perguntou a fada curiosa. “Podes pedir para chegar lá de imediato, garanto
que isso seria possível.”

“Claro que não!” Pelluria fechou a mão ao redor da jóia. “Estás louca, é? Se tenho apenas um pedido vou
guardá-lo para quando realmente precisar, não o desperdiçarei apressadamente com o primeiro pensamento fútil
que me ocorrer!”

“Oh, sim, entendo. Como fez a duquesinha Mychelle Alanturia,” disse a fada como quem não quer nada.

“A duquesinha?” Pelluria lembrou-se da nobre da carruagem. “Queres dizer aquela duquesinha humana
enjoada e rechonchuda?”

“Sim. Ela guardou a jóia e o tempo que possuía para fazer o desejo expirou.”

“Então ainda tem mais essa, é? Tenho tempo limitado para fazer o desejo? Não disseste nada sobre isso.”

“Bem, tens uma hora, talvez duas, dependendo da pureza do teu coração, a partir do momento em que a
jóia caiu em teu poder.”

“Sério, é? Ih, meu coração não é muito puro...”

“Bem, agora, se me dás licença, retornarei para meu lar no interior da jóia mágica, onde posso comer
muitos e muitos doces coloridos,” a fadinha falou utilizando um tom de indiferença e voou de braços cruzados até
a frente da elfa.

“Espera aí! Eu não sei há quanto tempo estou com a jóia, não vou desperdiçar. Mas dize, antes que faça
meu pedido, não terá este um preço? Quero dizer, não irá a jóia sugar a minha alma, transformar-me num asno ou
alguma coisa assim, como é comum nas histórias sobre objetos mágicos que concedem desejos sempre repletos de
ambigüidades?”
“Oh, não, não, não, não, não! A esmeralda de Lady Amora não tem tais contra-indicações. Se queres fazer
o pedido, prossegue sem temer.”

“Pois bem, vamos ver se funciona. Cruzar os dedos dos pés assim e...” Pelluria ergueu a jóia e fechou os
olhos. “Mas o que vou pedir? Não estou bem certa! Só tenho um pedido?”

“Só um! Pede comida! Doces coloridos e brilhantes!”

“Eu não, tenho que aproveitar. Vamos ver... Deixar meus cabelos bem compridos e fazer com que toquem
minha cintura? Não, não... Um vestido de rainha...? Por que não um título de rainha? Desta forma o vestido viria
junto. Hmm... Deixar minhas nádegas mais cheinhas e empinadas como as das dançarinas vindas da corte de
Tchuma-Enthofa para que todos homens me desejem?”

“Seria ridículo, elfas não foram feitas para ter as coxas das dançarinas de Tchuma-Enthofa.”

“Mm, mas com muito ouro,” a elfa prosseguiu concentrada como se apenas pensasse em voz alta,
ignorando as palavras da fada, “poderei ter o homem que quiser!”

“Ih, tá em falta, é, elfinha? Pede pra sumir com essas sardas!”

“Não, minhas sardas são o meu charme!” Pelluria abriu os olhos por alguns instantes, depois voltou a
fechá-los. “É isso! Quero incontáveis moedas de ouro! Quero muito ouro, uma pilha gigantesca de ouro!”

Então, após seguir as instruções dadas pela fadinha, Pelluria reabriu os olhos. Por alguns segundos
procurou ao seu redor em busca de ouro. Repentinamente, notando com um aperto na garganta que havia sido
vítima do velho conto da jóia mágica, olhou para cima e viu uma noz presa na cordinha onde antes estava a gema.
Um choque percorreu-lhe a espinha e, perplexa, ficou sem saber o que dizer.

“O quê?” gritou finalmente. “Sua fada safada vadia dos infernos!”

Bump! Foi atingida por outra noz e lá estava a fadinha, segurando a jóia em pleno ar.

“Elfinha burra, por essa eu não esperava! Há horas que sigo esta jóia! Com certeza foi mais fácil tirá-la de
ti do que da duquesinha: a humana pelo menos parece ter mais tutano, não cairia nesse conto!”

“Devolve isso aqui! Dá-me!”

Pelluria correu atrás da fada e do rastro brilhante que esta deixava ao voar por entre as árvores em alta
velocidade.

“Hahahah, apliquei-te uma boa, não foi?”

“Volta aqui, baratinha voadora! Vou te picar  esfarelar as asas  te meter um graveto de madeira no rabo
até ele sair pela boca  te empalar  te cozinhar num espeto!”

A fada olhou para trás e viu que Pelluria havia saltado para agarrá-la. Num movimento rápido, entrou em
um buraco na base do tronco de uma grande árvore e a elfa acabou caindo de joelhos na grama, por sobre um
amontoado de flores vermelhas.

“Ai, minha perna! Sai daí!” Indignada, xingando feito um marujo, Pelluria enffiou a mão e um pouco do
braço na abertura, mas esta se dirigia para as profundezas e estreitava-se muito. Ia terminar em espaço por onde só
a fadinha ou esquilos ou coisas desse tamanho podiam passar. “Vem cá! Ahá!”

Tirou um animal gordinho e peludo do buraco, que parecia uma ratazana, e talvez fosse uma ratazana (não
fica bem descrita a criatura nestes pergaminhos), levou uma mordida num dedo e o deixou ir. Daí tirou a espada
da cintura e enterrou-a no chão, depois sentou-se sobre as flores vermelhas. Ficou lá por alguns minutos,
apertando as unhas de uma mão com a outra, nada da fadinha aparecer, e só partiu depois de repetir para si mesma
que nunca mais cairia num truque tão simplório. Ainda por cima tinha rasgado, no joelho, uma des suas élfica
meias.
Foi andando irritada, sentindo-se ingênua e imaginando o que faria se encontrasse a fadinha novamente.
Algumas horas após escurecer, já resignada, avistou luzes ao longe, provavelmente o portão do Vilarejo da
Cerejeira Sagrada. Tratou de vestir uma capa e um capuz que tinha removido dos pertences do baú da duquesinha.

“Isso só aconteceu porque eu nunca havia encontrado uma fada antes, não tinha idéia de que podiam ser
bichinhos tão maus e salafrários! Pois bem, o que vem fácil, vai fácil. Serei mais cuidadosa daqui por diante: até
amanhã a noite vou arranjar um bom nobre, de preferência dos mais bem dotados física e economicamente, casar-
me-ei com ele, enriquecerei e não me meterei nunca mais em confusões!”

Hum rum.

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