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Gustavo Simione

A Influência das Cores no Marketing Digital

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Instituto Federal de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo
em Sistemas para Internet.

Área de Concentração: Fundamentos da


Interface Humano-Computador

Orientador: Gustavo Aurelio Prieto

São João da Boa Vista


2016
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que
citada a fonte.

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Tratamento


da Informação do Serviço de Biblioteca – IFSP

R696i Simione, Gustavo

A influência das cores no marketing digital/ Gustavo Simione; orientador: Gustavo

Aurelio Prieto. -- São João da Boa Vista: [s.n], 2016.

79 f.: il.

Trabalho de Conclusão (Tecnologia em Sistemas para Internet) – Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, São João da Boa Vista, 2016.

Bibliografia: p. 41-44

1. Marketing digital. 2. Interface humano-computador. 3. Inteface gráfica com usuário. I.

Prieto, Gustavo Aurelio. II. Título.

CDD 658.872
AGRADECIMENTOS

Expresso aqui meus sentimentos de gratidão ao professor Gustavo A. Prieto que me

orientou em todas as etapas desta pesquisa, e ao longo deste tempo compartilhamos

nosso fascínio sobre o poder das cores, não somente no marketing digital mas em

nosso dia a dia.


RESUMO

SIMIONE, G. (2016). A Influência das Cores no Marketing Digital. Trabalho de Conclusão


de Curso - Instituto Federal de São Paulo, São João da Boa Vista, 2016.

A utilização das cores para influenciar consumidores sempre esteve presente, porém ela
sempre sofreu modificações com o passar dos anos. Essa pesquisa tem o intuito de contribuir
em seu entendimento dentro do contexto marketing digital, e seus diversos fatores que são
levados em consideração na seleção de determinada cor para ajudar a expressar com exatidão
a mensagem de um produto. Os profissionais da área de marketing digital que utilizarem as
sugestões de uso contidas nesta pesquisa poderão efetuar um melhor trabalho pois após
conhecerem melhor a reação que as cores podem provocar no processo de decisão de compra,
e as diferentes reações emocionais que podem ocasionar em que a observa, é possível manipular
tais efeitos com sua boa utilização. Como embasamento teórico é utilizado suas associações
culturais, psicológicas e simbólicas no marketing, além de livros que trazem estudos sobre o
uso da cor na comunicação. Investigaremos até que ponto as cores realmente podem influenciar
na percepção de quem as observa e se houveram alterações no modo em que o público atual a
interpreta, para que os próximos trabalhos efetuados na área de marketing digital as apliquem
de uma maneira mais efetiva.

Palavras-chave: Cores. Marketing Digital. Público alvo. Comunicação


ABSTRACT

Simione, G. (2016). The Influence of Colors in Digital Marketing. Course Conclusion


Project – Instituto Federal de São Paulo, São João da Boa Vista, 2016.

The use of colors to influence consumers was always present, but it has always
undergone changes over the years. This research aims to contribute to your understanding
within the digital marketing context, and its various factors that are taken into consideration in
selecting a particular color to help accurately express the message of a product. The
professionals in the digital marketing who use the suggestions contained in this research can do
a better job because after knowing better the reaction that the colors can provoke in the purchase
decision process, and the different emotional reactions that can cause, is possible to manipulate
such effects with their good use. As a theoretical basis, it uses its cultural, psychological and
symbolic associations in marketing, as well as books that bring studies about the use of color
in communication. We will investigate the extent to which colors can actually influence the
viewer's perception and whether there have been changes in the way the current public
interprets them so that the next digital marketing work will apply them more effectively.

Keywords: colors. Digital Marketing. Target audience. Communication


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais estruturas do olho humano..................................................15


Figura 2 – Espectro visível....................................................................................16
Figura 3 – Linha do tempo cores...........................................................................17
Figura 4 – Roda de cor simétrica..........................................................................20
Figura 5 – Posições do Sol....................................................................................22
Figura 6 – Modelo esférico de cores ....................................................................25
Figura 7 – Cores puras..........................................................................................26
Figura 8 – Cores primarias sistema cor luz...........................................................26
Figura 9 – Cores secundárias................................................................................27
Figura 10 – Cores terciárias..................................................................................28
Figura 11 – Cores Complementares......................................................................29
Figura 12 – Mistura cores complementares..........................................................30
Figura 13 – Cores análogas...................................................................................31
Figura 14 – Escala de cinza...................................................................................32
Figura 15 – Cubo RGB.........................................................................................33
Figura 16 – Sistema HSL......................................................................................34
Figura 17 – Cores do sistema CMYK...................................................................35
Figura 18 – Cor favorita Feminina........................................................................38
Figura 19 – Cor favorita Masculina......................................................................38
Figura 20 – Cor favorita Idade..............................................................................39
Figura 21 – Teste cores.........................................................................................40
Figura 22 – Linha do Tempo marketing...............................................................41
Figura 23 – Mona Lisa original.............................................................................56
Figura 24 – Mona Lisa modificada.......................................................................56
Figura 25 – Resultado Mona Lisa.........................................................................57
Figura 26 – Guernica original...............................................................................58
Figura 27 – Guernica modificada..........................................................................58
Figura 28 – Resultado Guernica............................................................................59
Figura 29 – Davi com a Cabeça de Golias original ..............................................60
Figura 30 – Resultado Davi com a Cabeça de Golias.......................................61
Figura 31 – – Ivan, o Terrível e seu filho original............................................62
Figura 32 – Resultado Ivan, o Terrível e seu filho...........................................63
Figura 33 – Terraço do Café à Noite original...................................................64
Figura 34 – Terraço do Café à Noite Resultado...............................................65
Figura 35 – Layout Menu.................................................................................47
Figura 36 – Vendas de celulares.......................................................................72
Figura 37 – Cronograma de atividades.............................................................75
Figura 38 – Faixa Etária: menor que 18 anos...................................................80
Figura 39 – Faixa Etária: entre 18 e 32.............................................................81
Figura 40 – Faixa Etária: 33 anos ou mais........................................................82
Figura 41 – Gênero Masculino..........................................................................83
Figura 42 – Gênero Feminino...........................................................................84
Figura 43 – Segmento Tecnológico..................................................................85
Figura 44 – Segmento Alimentício...................................................................86
Figura 45 – Segmento Cosmético.....................................................................87
Figura 46 – Segmento Ourives.........................................................................88
LISTA DE SIGLAS

HTML HyperText Markup Language (Linguagem de Marcação de Hipertexto)

CSS Cascading Style Sheets (Linguagem de folhas de estilo)

HTML5 Hypertext Markup Language version 5 (Linguagem de Marcação de

Hipertexto, versão 5)

AJAX Asynchronous Javascript and XML (Javascript e XML Assíncronos)

XML Extensible Markup Language (Linguagem Extensível de Marcação

Genérica)

XDK XML development Kit (pacote de desenvolvimento XML)

APK Android Package (compilado Android)

UX User Experience(Experiência de Usuário)


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13

1.1 Problema ......................................................................................................................... 13

1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 13

1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 14

2 COR ..................................................................................................................... 15

2.1 A percepção da cor ......................................................................................................... 15

2.2 Espectro Cromático ........................................................................................................ 16

2.3 Linha do tempo Cores..................................................................................................... 17

2.3.1 Platão (428-347 a.C.) ................................................................................................... 17

2.3.2 Aristóteles (384-324 a.C.) ............................................................................................ 17

2.3.3 Caio Plínio Cecílio Secundo (61-113 d.C.) .................................................................. 18

2.3.4 Leonardo da Vinci (1452-1519 d.C.) ........................................................................... 18

2.3.5 Lodovico Dolce (1508-1568 d.C.) e Gian Paolo Lomazzo (1538-1600 d.C.) ............ 18

2.3.6 René Descartes (1596-1650 d.C.) ................................................................................ 19

2.3.7 Isaac Newton (1642-1727 d.C.) ................................................................................... 19

2.3.8 Jakob Christoffel Le Blon (1667 –1741 d.C.) .............................................................. 20

2.3.9 Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832 d.C.) ........................................................ 20

2.3.10 James Clerk Maxwell (1831-1879 d.C.) ..................................................................... 21

2.3.11 Albert Einstein (1879-1955 d.C.) ............................................................................... 21

2.4 Cor luz ............................................................................................................................ 22

2.5 Cor pigmento .................................................................................................................. 23

2.6 Teoria da Cor .................................................................................................................. 24

2.6.1 Cores Primárias ............................................................................................................ 26

2.6.2 Cores Secundárias ........................................................................................................ 27

2.6.3 Cores Terciárias ........................................................................................................... 28


2.6.4 Cores Complementares ................................................................................................ 29

2.6.5 Cores Análogas ............................................................................................................ 31

2.6.6 Cores Neutras ............................................................................................................... 32

2.7 Modelos de representação de cor .................................................................................... 33

2.7.1 RGB – HSL .................................................................................................................. 33

2.7.2 CMYK .......................................................................................................................... 35

2.8 Modelos Psicológicos de Cor.......................................................................................... 35

2.9 A Pesquisa de Joe Hallock .............................................................................................. 37

2.10 Conclusões sobre o estudo das cores............................................................................ 40

3 MARKETING ........................................................................................................41

3.1 Linha do Tempo marketing............................................................................................. 41

3.1.1 Phineas Taylor Barnum (1810-1891 d.C.) ................................................................... 42

3.1.2 Neil Borden (1895-1980 d.C.) e Jerome McCarthy (1928 d.C.) .................................. 42

3.1.3 Joseph Goebbels (1897-1945 d.C.) .............................................................................. 42

3.1.4 Peter Drucker (1909-2005 d.C.) ................................................................................... 43

3.1.5 Theodore Levitt (1925-2006 d.C.) ............................................................................... 43

3.1.6 Philip Kotler(1931) ...................................................................................................... 43

3.1.7 Tom Peters (1942 d.C.) e Bob Waterman (1947 d.C.) ................................................. 44

3.1.8 Stan Rapp (1932 d.C.) .................................................................................................. 44

3.1.9 Kevin Lane Keller (1956 d.C.) ..................................................................................... 44

3.1.10 Seth Godin (1960 d.C.) ............................................................................................... 44

3.1.11 Retrospectiva............................................................................................................... 45

3.2 Marketing através das décadas........................................................................................ 45

3.3 Escopo de marketing ....................................................................................................... 45

3.4 Fases do Marketing ......................................................................................................... 47

3.5 Comportamento de compra do consumidor .................................................................... 48

3.5.1 Fator cultural ................................................................................................................ 48

3.5.2 Fator social ................................................................................................................... 49


3.5.3 Fator Psicológico.......................................................................................................... 49

3.6 Segmentação de mercados .............................................................................................. 50

1.7 Utilização no marketing .................................................................................................. 51

4 METODOLOGIA .................................................................................................. 52

4.1 Problema de pesquisa ..................................................................................................... 52

4.2 Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 52

4.3 Técnicas de coleta de dados ............................................................................................ 53

4.4 Escolha do setor de atividade a ser estudado .................................................................. 53

4.5 Determinação da forma de coleta de dados .................................................................... 53

4.6 Processo de Coleta de Dados .......................................................................................... 54

4.7 Coleta de dados ............................................................................................................... 54

5 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 55

5.1 Questionário Obras de Arte ............................................................................................ 55

5.2 Conclusão Questionário “Obras de Arte” ....................................................................... 65

5.3 Simulador de Layout online............................................................................................ 68

5.3.1 Bootstrap ...................................................................................................................... 68

5.3.2 FancyBox ..................................................................................................................... 68

5.3.3 Easy pie chart ............................................................................................................... 68

5.3.4 Zabuto Calendar ........................................................................................................... 69

5.3.5 Hospedagem ................................................................................................................. 69

5.3.6 Interface ....................................................................................................................... 70

5.4 Simulador de Layout off-line.......................................................................................... 71

6 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 74

6.1 Considerações e ideias futuras ........................................................................................ 74

6.2 Cronograma de atividades .............................................................................................. 75

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 77

APÊNDICE A – PALETAS DE CORES ........................................................................... 80


1 Introdução

O entendimento das cores foi formulado por pensadores de diversas áreas, seus
significados são modeláveis, tornando possível a adição de novas informações em cada estudo
realizado. A intenção desta pesquisa foi de reunir conceitos respectivos ao poder de influência
das cores e transformá-los em um fator diferencial se aplicado no marketing digital.

1.1 Problema

O mercado se renova a cada instante buscando novas maneiras de cativar o consumidor,

empresas modificam sua identidade visual, sites modificam seu layout, como é possível avaliar

que estas alterações estão surtindo efeito no público alvo? O que é preciso levar em

consideração para escolher determinada cor para representar seu produto/empresa?

As cores podem ser utilizadas para ativar diferentes sensações no corpo humano, mas é

dependente de diversos fatores externos que acabam ocasionando interpretações errôneas se

ignoradas, comprometendo assim a real mensagem de determinado serviço ou produto.

1.2 Objetivos

É necessário ter um conhecimento prévio das cores para utilizá-las corretamente no mercado,

neste documento é apresentado uma série de boas práticas para obtenção de melhores resultados

na transmissão de mensagens com a utilização das cores através do desenvolvimento de um

“Sistema de Layout”.

Exibir técnicas que poderão ajudar os profissionais do marketing digital a utilizar de melhor

maneira a influência das cores em seus trabalhos, através de estudos de casos psicodinâmicos,

estéticos e culturais que segundo Goode e Hatt (1969, p.422) definem: “Estudo de caso é um

meio de organizar os dados sociais preservando o caráter unitário do objeto social estudado.”
14

Juntamente com análises teóricas e práticas mostraremos a relevância das cores no

convencimento de consumidores e suas diferentes interpretações, além de comparar o

entendimento das cores no decorrer dos anos para checar se houveram ou não mudanças na

maneira do público reagir a elas.

1.3 Justificativa
Com os conhecimentos adquiridos através desta pesquisa os profissionais da área de marketing

digital poderão utilizar a influência das cores de maneira otimizada, que poderá ser aplicada em

diferentes situações sem perder sua eficácia persuasiva.

Conduzir o leitor a uma conclusão sobre a importância do entendimento das cores em seu dia a

dia, pois o ser humano projeta seus sentimentos com muita facilidade nas cores, sendo assim

suscetível a indução de opiniões e sentimentos específicos sobre determinado produto.

(DUARTE, 2015)

A combinação das cores escolhidas para o planejamento de uma marca, produto ou serviço

provoca no observador um papel muito importante na formação de impressões e conceitos, uma

escolha equivocada pode representar associações indesejáveis ao público a que se destina a

comunicação.
2 Cor

Desde muito tempo grandes mentes tentam entender os limites dos efeitos da cor em

nosso dia a dia, seu conceito foi sendo lapidado no decorrer dos séculos por grandes pensadores

em seus diferentes ângulos de visão, atraídos por seus mistérios, “As cores são ações e paixões

da luz” disse o escritor e estudioso das cores Goethe.

2.1 A percepção da cor

Antes de entrarmos mais profundamente no assunto precisamos saber quais os limites do corpo

humano na percepção das cores.

Figura 1 – Principais estruturas do olho humano

Fonte:http://sofisica.com.br/conteudos/Otica/Instrumentosoticos/olhohumano.php

De acordo com GUIMARÃES(2001) o olho humano é constituído por diversas partes

complexas, como podemos visualizar na figura-1, começando por uma transparente membrana

chamada conjuntiva seguida de outra membrana denominada esclerótica, sendo desta vez

branca, estas duas membranas iniciais encapsulam e protegem componentes mais delicados. A

parte frontal transparente e convexa é chamada de córnea, em sua parte posterior se encontra o

nervo ótico que tem a função de levar os impulsos nervosos até o cérebro. A luz sendo ela
16

regulada pela íris passa através da pupila passando pela córnea e coróide, atrás da pupila

encontra-se o cristalino, uma lente biconvexa que converge raios luminosos para a camada

interior da retina.

A retina sendo de grande importância no processo da percepção das cores compõe-se de

camadas nervosas constituídas de aproximadamente 130 milhões de bastonetes e 30 milhões de

cones, sendo os bastonetes células fotorreceptoras sensíveis a luz e suas variações de

intensidade e os cones responsáveis pela percepção das cores e pelo detalhamento de imagens.

2.2 Espectro Cromático

O espectro visível explicado por Randall Knight em seu livro “Física: Uma Abordagem

Estratégica” e resumido na figura-2 é o comprimento das ondas eletromagnéticas, que vibram

à um nível visível, entre 380 e 750 nanômetros (um nanômetro é um milionésimo de milímetro).

Não é possível enxergar ondas de raio –X e raios gamas pois são ondas curtas demais, não

entrando em nosso espectro visível assim como não podemos enxergar ondas de rádio e

infravermelho pois são ondas longas demais. (GUIMARÃES, 2001)

Figura 2 – Espectro visível

Fonte:http://genesistintas.com.br/teoriadacor.php
17

2.3 Linha do tempo Cores

Figura 3 – Linha do tempo cores

Fonte: Elaborada pelo autor

Como é possível observar na figura-3 diversos estudiosos de diversas áreas ajudaram a

aumentar o entendimento das cores no decorrer dos séculos, iremos falar mais detalhadamente

sobre eles no decorrer deste documento.

2.3.1 Platão (428-347 a.C.)

Para Platão a cor era uma “Sensação formada pela união entre as chamas emanadas pelos corpos

e o fogo da vista”. Ele defendeu o conceito da existência de raios visuais e atribuía à luz externa

um papel primordial no ato da visão. (GUIMARÃES, 2001)

2.3.2 Aristóteles (384-324 a.C.)

Aristóteles, filósofo grego e aluno de Platão, possuía sua própria teoria sobre as cores. Ele

acreditava que as cores tinham uma ligação direta com os elementos, também acreditava que a

cor era originaria dos objetos, teoria defendida em sua obra “De sensu et Sensibili” (Sentido e
18

Sensibilidade). Esta teoria foi desconsiderada futuramente por Leonardo da Vinci.

(GUIMARÃES, 2001)

2.3.3 Caio Plínio Cecílio Secundo (61-113 d.C.)

Caio Plínio Cecílio Secundo, orador, político e Governador da Bitínia (antiga região a noroeste

da Turquia). Teorizou que existiam três cores básicas que seriam elas o vermelho, a ametista e

a conchífera (cor aproximada ao rosa perolada), ele excluiu de seus estudos a cor amarela

apenas por ela possuir vínculo com o véu nupcial utilizado pelas mulheres da época, mostrando

as limitações do estudo da cor nesta época apenas por preconceitos. (STADLER, 2013)

2.3.4 Leonardo da Vinci (1452-1519 d.C.)

Leonardo da Vinci, pintor, arquiteto, escultor, músico, matemático, inventor, engenheiro,

anatomista e outros, nasceu na Itália durante a renascença. Seus conhecimentos práticos e

teóricos possibilitaram grandes revelações sobre cores, conforme é mostrado em seu Trattato

dela Pittura (Tratado da pintura) onde ele chega à conclusão que a decomposição da luz branca

acarreta na separação de todas as outras cores.

Após seus estudos Leonardo da Vinci, iria contra as ideias de Aristóteles, que acreditava que

as cores são propriedade dos objetos. Em seu tratado, Da Vinci explica que para ele a primeira

de todas as cores é o branco, mesmo com grande parte dos filósofos recusando esta ideia pois

o branco era considerado a causa ou receptor de todas as cores, e o preto é a privação total delas,

mas para Da Vinci já que os pintores não poderiam ficar sem ambas cores, as colocou entre as

demais. (GUIMARÃES, 2001)

2.3.5 Lodovico Dolce (1508-1568 d.C.) e Gian Paolo Lomazzo (1538-1600 d.C.)

No século XVI, Lodovico Dolce (crítico de arte e escritor Italiano) e Gian Paolo Lomazzo

(pintor e crítico de arte, nascido em Milão) observando as diversas discussões sobre a


19

importância da cor nas escolas de artes venezianas, acreditavam que a cor torna os objetos

dotados de alma e de vida, e defendiam com suas palavras (LICHTENSTEIN, 2016, P. 11):

“A arte da cor é mais importante do que a exatidão do desenho, é ela que

permite pintar a carne, representar o movimento, criar a ilusão do vivo, é ela,

enfim, que está na origem do prazer que o espectador sente diante de um

quadro”.

2.3.6 René Descartes (1596-1650 d.C.)

René Descartes (ou Renatus Cartesius), filósofo, matemático e físico francês, o mesmo homem

que criou o sistema de coordenadas cartesianas, tinha um fascínio por arco-íris. Em 1637

publicou o relato de seus experimentos sobre eles em seu livro "Discurso sobre o

Método". Onde, entre outras questões, questionava-se como é forma o arco-íris, seus estudos

levaram a conclusão que o arco-íris se deve à forma como a luz do Sol é desviada por gotas de

água, com isso reproduziu o processo usando um globo de vidro cheio de água, iluminado por

raios de luz do Sol, desta maneira determinou facilmente o ângulo do arco-íris em relação ao

olho do observador. (BERNARDO, 2005)

2.3.7 Isaac Newton (1642-1727 d.C.)

Físico e matemático inglês, em seu livro “Óptica” de 1704 Newton propõe uma nova ideia sobre

a origem da cor. Segundo ele, “as cores de todos os corpos são devidas simplesmente ao fato

de que eles refletem a luz de uma certa cor em maior quantidade do que as outras” é possível

que Newton tenha se inspirado nos desenhos circulares de Leonardo da Vinci para representar

graficamente a luz, decompondo a luz branca em sete cores principais. Para Newton, apenas as

cores do espectro poderiam ser consideradas como fundamentais. (GUIMARÃES, 2001)


20

2.3.8 Jakob Christoffel Le Blon (1667 –1741 d.C.)

Pintor e gravurista alemão do século XVIII, ajudou a comprovar o fato de serem as cores

primarias o vermelho, o amarelo e o azul, através de diversos testes com pigmentos agregada a

uma técnica de gravação em baixo relevo chamada Mezzotint, que permitia a criação de

impressões com uma vasta gama de cores. (OLEARI, 2016)

2.3.9 Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832 d.C.)

Goethe foi um político e escritor alemão, que com sua “Teoria das Cores” publicada

originalmente em 1810, reformulou os conceitos até então propostos por Newton, sobre luz e

cor. Goethe é o primeiro a desenvolver uma roda de cor simétrica como podemos observar em

seu esboço na figura-4 sua tentativa era explicar a relação entre as cores e questões como cores

complementares.

Figura 4 – Roda de cor simétrica

Fonte:http://www.colorsystem.com/?page_id=766

Ao contrário de Newton, Goethe defende a uniformidade da luz branca, dizendo que ela deve

ser misturada ao escuro, para que se obtenham as cores. Para Newton, toda cor é um efeito de
21

luzes compostas, enquanto que para Goethe a cor deve ser determinada do ponto de vista

empírico, ou seja, do ponto de vista das sensações em sua realidade psicológica, fisiológica e

estética. Mais tarde seu aluno Arthur Schopenhauer (1788-1860) discorda de seu mestre e

define a cor como um “fenômeno da percepção e da cognição” (GUIMARÃES, 2001)

2.3.10 James Clerk Maxwell (1831-1879 d.C.)

Físico Britânico, reproduziu pelo método de seleção de cores, uma imagem colorida por síntese

aditiva, através de fotografias com três filtros coloridos, com base neste princípio acarretou o

desenvolvimento da indústria gráfica do século XX, a fotografia em cores, o cinema e a

televisão. (TAUTZ, 2004)

2.3.11 Albert Einstein (1879-1955 d.C.)

Físico teórico alemão que dentre seus inúmeros feitos para a física também demonstrou em sua

“Teoria da dualidade onda-partícula”, através do efeito fotoelétrico, que a luz ora se comportava

como partícula ora como onda. (BERNARDO, 2005)


22

2.4 Cor luz

Cor luz é qualquer tonalidade de cor que o olho humano pode identificar dentro da curta faixa

de frequência do espectro luminoso, a cor luz baseia-se tanto na luz solar quanto em luzes

artificiais. A luz incidente sobre os elementos cria o espetáculo das cores por efeito de absorção,

dispersão, reflexão e refração, Newton ao utilizar um conjunto de prismas para separação de

um faixo de luz branca nas cores do espectro e logo em seguida a recompor pela passagem por

um segundo prima invertido comprovou que as cores não eram realmente propriedade dos

corpos refratores e sim da luz, era a validação da antiga afirmação de Da Vinci: “A luz branca

não é uma cor, senão o resultado de outras cores”. (FARINA, 2011)

Figura 5 – Posições do Sol

Fonte:http://wordlesstech.com/2011/05/17/color-of-the-setting-sun/

Podemos citar como maior exemplo o Sol e suas variações de cores, como podemos observar

na figura-5. A luz solar é branca, resultante da mistura das sete cores – o violeta, o azul, o anil,

o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho.


23

De acordo com a Instituição Observatório Nacional nós enxergamos o Sol com tonalidades

diferentes, ao longo do um dia, pois a atmosfera acaba possuindo o papel de filtro, separando

suas cores, sendo nossa percepção alterada por irregularidades na camada de ar que envolve a

Terra e pela distância que a luz percorre na atmosfera.

As diversas partículas presentes na atmosfera como poeira e gotículas d’agua alteram nossa

noção da real cor do sol, as cores de menor amplitude (o azul, o violeta e o anil) não conseguem

se desviar destas partículas e acabam se espalhando, tingindo o céu de azul e tornando o sol

amarelo, pois as cores restantes que consegue passar pela atmosfera são o amarelo, laranja e o

vermelho.

A medida que o sol se põe, seus raios necessitam atravessar uma área maior de atmosfera para

chegar aos olhos de seu espectador, no final do crepúsculo ondas de cor como o laranja e o

vermelho também acabam se espalhando na atmosfera tornando o céu gradativamente

avermelhado. A cor vermelha é a última onda de luz capaz de cruzar a atmosfera e nos atingir,

sendo esse o motivo de sua coloração avermelhada em todo pôr-do-sol.

2.5 Cor pigmento

Cor pigmento é a cor originada do reflexo da luz em algum objeto. Suas variações de

tonalidades baseiam-se nas faixas do espectro visível que diferentes objetos refletem. Para

melhor entendimento podemos pegar como exemplo tintas, estas são substancias na qual

pigmentos são concentrados e usados com o intuito de imitar o fenômeno da cor luz, as fontes

para a extração de pigmentos são diversas, sendo tanto de vegetais, animais e minerais.

Cada pigmento absorve, reflete ou refrata a luz incidente agindo como um filtro. Como exemplo

de seu funcionamento podemos citar uma parede amarela, sendo ela o resultado da absorção de

todos os comprimentos de onda, exceto os correspondentes aos do amarelo. Da mesma forma,


24

um carro pintado de preto é o resultado de um pigmento com a capacidade de absorver todas as

ondas visíveis para a visão do olho humano e não emitir nenhuma delas. (FARINA, 2011)

2.6 Teoria da Cor

O objetivo da teoria da cor é organizar e racionalizar o uso de cores. Segundo a Teoria da cor,

que foi formulada inicialmente pelos dados obtidos pelos estudos de Goethe e Newton, a cor é

um fenômeno relacionado a existência da luz, logo se não houver luz não existe cor, sendo um

objeto branco o resultado da refração de praticamente todas as faixas de luz e um objeto preto

sendo retentor da luz que o atinge. Pode-se dizer que branco e preto não são propriamente cores,

mas sim a ausência ou presença da luz.


25

Houve diversos modelos no decorrer dos séculos para tentar organizar e racionalizar sobre

as cores como o modelo de Otto Runge (1777-1810), apresentado na figura-6 que pretendia

encontrar harmonias cromáticas utilizando um modelo esférico.

Figura 6 – Modelo esférico de cores

Fonte:http://www.synaesthesiewerkstatt.de/colorwheel.htm

Em seu modelo as cores puras e suas variações situavam-se no equador da esfera, tornando-se

em tonalidades escuras em direção ao polo inferior, chegando ao preto no centro inferior e

tornando-se claras em direção ao polo superior, chegando ao branco no centro superior.

No entanto a harmonia entre as cores não é assim tão objetiva, pois nos tempos atuais sabemos

que as cores são constituídas por ondas eletromagnéticas de diferentes faixas de frequências

que passam pelo espectro visível do olho humano, sendo completamente diferente a percepção

de cores para outros animais. (BERNARDO, 2005)


26

2.6.1 Cores Primárias

Figura 7 – Cores puras

Fonte: Elaborada pelo autor

O azul, o amarelo e o vermelho são as cores primárias dos pigmentos como podemos observar

na figura-07, também denominadas como cores puras pois são indecomponíveis, ou seja, não

são originárias de nenhuma combinação de outras cores. As cores primárias se misturadas

geram as cores secundárias.

As cores primárias da figura-8 seguem o sistema cor luz, que possuem o vermelho, o verde e o

azul, para mais informações leia o tópico 2.7.1 RGB – HSL. (FARINA, 2011)

Figura 8 – Cores primarias sistema cor luz

Fonte: Elaborada pelo autor


27

2.6.2 Cores Secundárias

Figura 9 – Cores secundárias

Fonte: Elaborada pelo autor

As cores secundárias são obtidas da mistura das cores primárias, sendo o verde a mistura do

azul com o amarelo, o laranja a mistura do amarelo com o vermelho e o violeta a mistura do

vermelho com o azul como podemos observar na figura-9. (FARINA, 2011)


28

2.6.3 Cores Terciárias

Figura 10 – Cores terciárias

Fonte: Elaborada pelo autor

As cores terciárias (figura-10) são obtidas pela mistura das cores primárias com as cores

secundárias, e são elas magenta alaranjado pela mistura do magenta com o laranja, amarelo

esverdeado pela mistura do amarelo com o verde, azul esverdeado pela mistura do azul com o

verde, amarelo alaranjado pela mistura do amarelo com laranja, magenta arroxeado pela mistura

do amarelo com o laranja, azul arroxeado pela mistura do azul com o roxo. (FARINA, 2011)
29

2.6.4 Cores Complementares

Figura 11 – Cores Complementares

Fonte:http://colorschemedesigner.com/csd-3.5/

Círculos cromáticos são paletas de cores com o intuito de simplificar e facilitar a identificação

e a escolha de cores complementares, análogas, meio-complementares, entre outras

combinações harmônicas possíveis.

As cores complementares são aquelas que se localizam diametralmente opostas no círculo

cromático como podemos observar na figura-11, sendo sempre o complemento de uma cor

primária, uma cor secundária e vice-versa, e para cores intermediárias sempre resultará em outra

cor intermediária. GUIMARÃES(2001)


30

Seu grande intuito é dar contrastes aos trabalhos em que é aplicada, em determinadas situações

quando duas cores complementares se misturam o resultado é uma cor neutra, acinzentada ou

até mesmo preta, como podemos observar na figura-12

Figura 12 – Mistura cores complementares

Fonte: Elaborada pelo autor


31

2.6.5 Cores Análogas

Figura 13 – Cores análogas

Fonte:http://colorschemedesigner.com/csd-3.5/

Cores análogas são duas ou mais cores vizinhas no círculo cromático (figura-13), sendo assim

possuem um contraste moderado e um ótimo equilíbrio, técnica muito utilizada na elaboração

de layouts para lojas virtuais, tendo o intuito de criar um ambiente agradável para o comprador.

(GUIMARÃES, 2001)
32

2.6.6 Cores Neutras

Figura 14 – Escala de cinza

Fonte: Elaborada pelo autor

O branco, o preto e os tons de cinza como podemos observar na figura-14 são consideradas

como cores neutras, mas este título não está reservado apenas para estas cores, a mistura do

cinza com outras cores também pode ser considerada neutra.

Wassily Kandinsky (1866-1944 d.C.), professor de artes, russo naturalizado alemão, consegue

explicar de uma maneira simples a razão da cor cinza ser o maior símbolo de neutralidade entre

todas as cores, afirmando:” O branco é o ornamento da alegria e o preto o do luto, não é sem

razão que a mistura destas duas, produza uma cor que não possui nem som exterior nem

movimento.” (GUIMARÃES, 2001)


33

2.7 Modelos de representação de cor


2.7.1 RGB – HSL

Na figura-15 podemos observar a representação cúbica do espaço de cores RGB, ela utiliza uma

representação numérica para as cores, por conveniência usa-se uma escala de 0 a 255 por ser

possível armazena-la em 1 byte, assim otimizando seu tamanho.

Figura 15 – Cubo RGB

Fonte:http://www.politecnico.ufsm.br

Os vértices representam as cores primárias e secundárias, possuindo vértices referentes ao preto

e ao branco, cuja diagonal que os liga estão localizados os tons de cinza, contendo em cada

aresta a localização representativa das cores saturadas. (FARINA, 2011)


34

Cores saturadas não possuem o mesmo significado de cores puras, não é possível visualizar

cores puras nesta forma de representação, por isso é comumente usados juntamente com o

sistema HSL para melhor manipula-las, vide figura-16. A base do sistema HLS é formado por

três dimensões distintas: (PEDROSA, 2009)

Figura 16 – Sistema HSL

Fonte: Elaborada pelo autor

 Hue (Matiz)

Matiz segundo a teoria das cores, refere-se à cor pura, não contendo adição de branco ou preto,

é a sensação visual que varia de acordo com o comprimento de onda de cada cor.

 Saturation (Saturação)

A saturação mede o grau de pureza em relação à contaminação de outras cores, pois conforme

adicionamos a cor branca que é a junção de todas as cores a imagem torna-se opaca, a saturação

pode ser entendida então como a quantidade ou falta de branco presente, tons muito saturados

são "vividos" pois não sofrem influência da mistura com outras cores.
35

 Luminance (Luminância)

A luminância mede a energia da vibração luminosa, sendo o parâmetro da cor ao qual o olho

humano é mais sensível, matizes próximas do branco são consideradas com alto valor de

luminância e matizes próximas do preto são consideradas com valor baixo, sendo preto

correspondente a luminância nula.

2.7.2 CMYK

Figura 17 – Cores do sistema CMYK

Fonte: Elaborada pelo autor

É o Sistema de cores também chamado de cor pigmento, formado pelas cores ciano, magenta,

amarelo e preto, como podemos observar na figura-17, a letra K em sua sigla representa o

pigmento preto e faz referência a palavra inglesa Key, que significa chave, pois é considerada

essencial para a definição dos detalhes nas imagens, este sistema é comumente utilizado na

indústria gráfica. É um sistema subtrativo de cores, o que significa que suas cores são formadas

tendendo ao preto, tendendo a ausência de luz. (PEDROSA, 2009)

2.8 Modelos Psicológicos de Cor

A Psicologia da Cor, isto é, as sensações percebidas por nós quando a vemos isolada ou

combinada, produz diversas mudanças corpóreas como o aumento involuntário da respiração e

do fluxo sanguíneo, ou até mesmo influência no humor. O modelo psicológico não é absoluto,
36

pois é influenciado por diversos fatores como religião, localização global e cultura, portanto

podem variar conforme as mesmas.

As cores podem ter significados e provocar sensações diferentes segundo os estudiosos da área

de psicologia como: Pedrosa (2009), Guimarães(2000) e Farina(2011). Alguns dos significados

existentes são:

 Azul

O Azul apresenta um comprimento de onda compreendido entre 480 e 510 nanômetros e é

associado a Água, frio, harmonia, esperança, confidência, conservadorismo, austeridade,

monotonia, tecnologia, intelectualidade e racionalismo.

 Vermelho

A cor vermelha é a que apresenta os mais longos comprimentos de onda, situados,

aproximadamente, entre 620 e 790 nanômetros, associado ao fogo, paixão, força, energia, amor,

perigo, sexualidade, calor, velocidade, liderança, crueldade, vivacidade, sangue, brutalidade e

raiva.

 Verde

O verde em comprimento de onda situado aproximadamente entre 510 e 575 nanômetros e está

situado entre as cores quentes e frias no círculo cromático, associado a natureza, calma,

fertilidade, desenvolvimento, saúde, sorte, ciúmes e esperança.

 Amarelo

O amarelo apresenta, no espectro visível, cor da radiação eletromagnética de comprimento de

onda compreendido, aproximadamente, entre 575 e 590 nanômetros, associada ao poder,

concentração, otimismo, medo, idealismo, riqueza e arrogância.


37

 Laranja

O laranja está situado entre o amarelo e o vermelho no círculo cromático de Goethe, e tem um

comprimento de onda situado entre 590 e 620 nanômetros, associado ao calor, alegria,

juventude, ao saboroso e a diversão.

 Branco

A cor branca na verdade, como vimos é a mistura de todas as cores-luz. Desta maneira não há

uma medição exata de seu comprimento de onda, associado a pureza, inocência, reverência,

paz, simplicidade, rendição e sabedoria.

 Preto

Diametralmente oposto à cor branca seguindo o círculo cromático, o preto é a ausência de cores,

logo também não possuindo medição de comprimento de onda, geralmente associado ao poder,

sofisticação, formalidade, medo, anonimato, segredo e morte

2.9 A Pesquisa de Joe Hallock

Joe Hallock, atual Gerente Geral de Design da empresa Microsoft que anteriormente trabalhou

com Gerenciamento de Design UX(User Experience) entre outros trabalhos ligados a influência

das cores, publicou em 2003 seu trabalho chamado “Color Assignment” onde aborda as diversas

associações que a cor provocou em grupos de pessoas de diferentes idades e gêneros. Dentre

estes testes de Hallock os que mais influenciaram no desenvolvimento desta pesquisa

juntamente com os dados expostos no tópico “5.1 Questionário Obras de Arte” foi seu

questionamento sobre quais cores cada gênero mais gosta, detectando a escolha comum das

cores mais escolhidas a azul, verde e vermelho. Sendo identificada uma variação maior nas

escolhas de cores com os participantes do sexo feminino, dados podendo ser visualizados nas

figuras Figura 18 e Figura 19.


38

Figura 18 – Cor favorita Feminina

Feminino
Amarelo 3% Preto 6%
Branco 1%

Vermelho 9% Azul 35%

Roxo 23%

Marron 3%

Laranja 5%
Cinza 1% Verde 14%

Fonte: Adaptado de: http://www.joehallock.com/edu/COM498/preferences.html

Acesso em: 02\09\2016

Figura 19 – Cor favorita Masculina

MASCULINO
Preto 9%
Amarelo 1%
Branco 2%
Vermelho 7%

Laranja 5%
Cinza 3% Azul 57%

Verde 14%

Marron 2%

Fonte: Adaptado de: http://www.joehallock.com/edu/COM498/preferences.html

Acesso em: 02\09\2016


39

Além de seu questionamento que dividiu por idade a escolha de cor favorita, onde novamente

podemos identificar que a cor azul é a que mais agrada todos os tipos de público. Um fator que

pode ter influenciado na pouca variação de escolha nas cores do grupo de idade acima de 70

anos é a pouca quantidade de entrevistados nesta faixa etária tornado o resultado deste grupo

não tão preciso como os demais.

Figura 20 – Cor favorita Idade

Cor Favorita por Idade

70+

51~69

36~50
Idade

25~35

19~24

01~18

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Porcentagem

Fonte: Adaptado de: http://www.joehallock.com/edu/COM498/preferences.html

Acesso em: 02\09\2016

Hallock abordou outros assuntos como a seleção de cores que transmitem ao observador a

sensação de algo sem valor ou barato, dentre as cores resultantes desta pesquisa estão o laranja,

amarelo e marrom. (Figura-20) Já em sua outra pesquisa sobre cores que transmitiam a sensação

de algo valioso as cores resultantes foram o preto e o azul, estas duas cores totalizando 63% de

todas as respostas. Mais informações de sua pesquisa estão disponível através do link:

http://www.joehallock.com/edu/COM498/index.html
40

2.10 Conclusões sobre o estudo das cores

Mesmo com todos estes estudos, o conceito de cor é relativo, como podemos observar neste

exemplo.

Figura 21 – Teste cores

Fonte: Adaptado de FARINA, Modesto. “Psicodinâmica das cores em comunicação”, 2011

Na figura-21 se for comparada as cores da primeira fileira com o verde, temos a impressão que

é uma cor fria, no entanto, na fileira abaixo se compararmos o verde com as demais passa-se a

impressão de ser uma cor quente. Uma mesma cor pode ser considerada quente ou fria,

transmitir alegria ou tristeza entre outras sensações de diversas maneiras, desde um simples

rearranjo de um conjunto de cores até fatores como a localização regional, religião e cultura do

espectador. (FARINA, 2011) Mostraremos seu poder ao utilizarmos a cor para discriminar,

expressar e significar mensagens em determinado objeto.


41

3 Marketing

Marketing é um conjunto de técnicas, um processo de gestão das relações de troca de produtos

ou serviços entre pessoas ou organizações. Não sendo apenas propaganda ou venda mas sendo

segundo a Associação Americana de Marketing “É uma atividade, um conjunto de processos

para criar, comunicar, entregar e trocar produto/serviço que tenha valor para os clientes.”.

Sendo assim por sua descrição podemos considerar que a manipulação das cores pode ser um

facilitador para chegarmos no objetivo do marketing.

3.1 Linha do Tempo marketing

Figura 22 – Linha do Tempo marketing

Fonte: Elaborada pelo autor

Acima (figura-22) alguns estudiosos que contribuíram significativamente para o marketing no

decorrer dos anos, e entre eles estão:


42

3.1.1 Phineas Taylor Barnum (1810-1891 d.C.)

Artista, empresário e promotor de eventos americano, chamado também como “Avô da

publicidade”, autor do livro The art of money getting (A arte de ganhar dinheiro), onde descreve

seus duvidosos métodos de venda, devido aos seus inúmeros truques ao passar imagens falsas

de seus produtos, que muitas vezes acabavam por enganar os consumidores. Mais sobre sua

vida de negociações e acordos duvidosos pode ser encontrado em sua auto biografia “The Life

of P.T. Barnum” de 1885.

3.1.2 Neil Borden (1895-1980 d.C.) e Jerome McCarthy (1928 d.C.)

Em 1949 Neil Borden criou a teoria que levou seu sobrenome, que cita um conjunto de

elementos variáveis de interesse do consumidor, em que as organizações devem prestar atenção

se pretendem cativar seu público alvo, no Brasil sua teoria é conhecida comumente pelo nome

de “Mix de Marketing”, sendo aprimorada posteriormente por Jerome McCarthy, resumindo-a

em 4 grupos, chamados de os 4p’s, separados em produto, preço, promoção e ponto de venda.

(TELLES, 2010)

3.1.3 Joseph Goebbels (1897-1945 d.C.)

Político Alemão, empossado Ministro da propaganda por Adolf Hitler durante a Alemanha

Nazista, sua capacidade inigualável de organizar movimentos e exprimir e manipular ideias o

tornou tão famoso quanto sua frase “Repita cem vezes uma mentira e ela se tornará verdade”,

suas propagandas destinavam-se no incentivo ao povo para acreditarem em um objetivo

comum, em que todos seus esforços durante a guerra seriam recompensados pelo novo futuro

que estavam “construindo”. Criou princípios de propaganda de massa que são utilizados até

hoje. (ROGERS, 2001)


43

3.1.4 Peter Drucker (1909-2005 d.C.)

Nascido na Áustria e depois naturalizado como americano. Foi um bem sucedido consultor,

educador e autor de vários livros. Em 1940 lança seu livro “A Prática da Administração”, com

o intuito de alertar os administradores sobre a importância do marketing, mostrando-a como

uma ferramenta não somente para venda, mas também para avaliar o mercado. Sua célebre frase

era “O objetivo do marketing é tornar a venda supérflua.”. (STEIN, 2005)

3.1.5 Theodore Levitt (1925-2006 d.C.)

Economista americano e professor da escola de Harvard, considerado o “pai” do marketing,

dentre seus trabalhos o que mais recebe destaque é seu artigo intitulado “Miopia em marketing”

que descreve uma nova forma de percepção do mercado, mostrando a importância da satisfação

do cliente, modificando drasticamente o mundo dos negócios onde o filosofia de negócio

“Vender a qualquer custo” foi sendo substituída pela “Satisfação em primeiro lugar”. (FARIAS,

2013)

3.1.6 Philip Kotler(1931)

Autor, consultor e professor americano, considerado em 2005 pelo jornal britânico de negócios

Financial Times um “Guru” de negócios e uma das pessoas mais influentes no mundo dos

negócios pelo jornal Wall Street, Lançou em 1967 seu livro “Administração de marketing”,

onde reuniu, reviu, testou e consolidou as ideias que formularam a base do marketing atual. Sua

visão sobre o marketing é exposta em sua frase “O marketing é um processo social por meio do

qual pessoas e grupos obtém aquilo que necessitam utilizando a livre negociação de produtos e

serviços.” (COBRA, 2009)


44

3.1.7 Tom Peters (1942 d.C.) e Bob Waterman (1947 d.C.)

Os escritores americanos Tom Peters e Bob H. Waterman Júnior, juntos lançaram em 1982 o

livro chamado "Em busca da excelência", onde direcionando completamente a atenção do

empresariado para a satisfação do cliente, colocando o foco do marketing nas grandes massas.

(KOONTZ & WEIHRICH, 2015)

3.1.8 Stan Rapp (1932 d.C.)

Co-autor do livro MaxMarketing, onde foi uma das primeiras fontes que argumentaram e

modificaram o mercado adicionando o paradigma de marketing individualizado, que até então

ainda usava o conceito de marketing de massa. (KOTLER, 2004)

3.1.9 Kevin Lane Keller (1956 d.C.)

Professor, escritor e consultor americano. Autor do livro “Gestão estratégica de marcas”, onde

mostra os resultados de suas pesquisas nas áreas de gestão estratégica de marcas, comunicação

integrada de marketing, branding e propaganda, atualmente ministra palestras e seminários por

todo o mundo. (LONGO, 2015)

3.1.10 Seth Godin (1960 d.C.)

Seth Godin é um autor, empreendedor e especialista em Marketing, com o lançamento de seu

livro de 1980 “Em busca da Excelência” a atenção ao cliente é ainda mais ressaltada, além de

atrair a preocupação das grandes corporações em relação a satisfação do consumidor.

(KOTLER, 2004)
45

3.1.11 Retrospectiva

O que podemos retirar desta linha do tempo é a afirmação que o marketing é um processo

mutável, que se adequa a seu tempo e agrega novas formas de processo. Sendo assim é seguro

dizer que a adição da manipulação das cores é totalmente viável e valorosa para o crescimento

desta área.

3.2 Marketing através das décadas

Segundo expõe o Ministério da Ciência e Tecnologia em seu livro “Sociedade da Informação

no Brasil” na década de 1990 com a internet revolucionando a logística, a distribuição e as

formas de pagamento, a gestão de relacionamento com o cliente é fortalecida, juntamente com

a responsabilidade social e ambiental que veio crescendo ao longo dos anos devido a geração

de poluição das grandes corporações.

Percebendo as inovações tecnológicas e as novas maneiras do mercado interagir com o

consumidor na década de 2000, sendo estas inovações ocasionada principalmente pela

influência da internet, Kotler divide a evolução do marketing em 3 períodos sendo eles a era

Industrial, era da informação e era da sustentabilidade.

3.3 Escopo de marketing

Segundo o livro “Logística e negócio electrónico” de José Crespo de Carvalho e Laura

Encantado a maneira do Mercado se comunicar com cada tipo de cliente pode ser dividida em:

 (B2C) Business-to-consumer

Este tipo de comercio refere-se ao realizado diretamente entre uma empresa produtora ou

prestadora de serviços e o consumidor final. A internet tem o papel de otimizar a interação entre

eles, dentre suas vantagens pode-se citar:


46

1. Comunicação instantânea: Facilidade na troca de informações entre todos os

participantes do negócio.

2. Acesso Global: Os produtos/serviços oferecidos através de lojas virtuais não

possuem restrições de disponibilidade física.

3. Personalização: Ao oferecer a capacidade de personalizar mercadorias é possível

suprimir precisamente as necessidades dos clientes.

4. Aumento da disponibilidade: Lojas virtuais possuem a vantagem de poderem

permanecer abertas 24 horas por dia, 7 dias da semana nos 365 dias do ano.

5. De-Intermediação: Possibilita a eliminação de intermediários, oferecendo uma

simplificada distribuição.

6. Colaboração: Facilita a automatização de transações electrónicas entre empresas

e a possibilidade de um suporte técnico em tempo real.

 (B2B) Business-to-busssiness

É a denominação do comércio ou apenas troca de mensagens entre empresas, assimilando

operações de compra e venda, tornando obsoletos os processos físicos comerciais.

 (B2E) Business-to-Employee

É uma modalidade de comercio voltada para as organizações, onde a Internet fornece aos

colaboradores a mesma agilidade de acesso à informação que dá aos compradores.

 (B2G) Business-to-government

É o método que consiste em transações entre empresa e governo, comumente utilizada em

licitações de novos produtos.


47

3.4 Fases do Marketing

O marketing sofreu diversas modificações com o passar dos tempos, os passos a seguir mostram

que o marketing necessitou se adaptar para atender os novas necessidades dos clientes e as

novas tecnologias. Evoluções que ocorreram premeditadas, pois foram efetuadas por pessoas

como Kotler sendo possível compreender como o mercado evoluiu pela sua frase: “É mais

importante fazer o que é estrategicamente correto do que imediatamente lucrativo”.

(KOTLER & KELLER ,2012)

 Marketing 1.0

Nesta fase inicial onde a mais alta tecnologia era referente a equipamentos industriais, tornando

escasso o diferencial entre produtos o objetivo principal era o produto, e seu desenvolvimento

em massa, o que possibilitava baixos preços e uma alta demanda.

 Marketing 2.0

Influenciado pela era da informação o público se torna mais consciente do mercado,

direcionando o mercado a focar na satisfação e retenção dos clientes, pois a geração de mais

opções de produtos e serviços ocasionou maior concorrência e respectivamente a necessidade

da criação de fidelidade com o consumidor.

 Marketing 3.0

Segundo Kotler em sua mais nova fase o marketing é voltado aos valores e responsabilidades,

as empresas buscam maneiras de ao mesmo satisfazer o cliente e serem auto sustentáveis,

buscando uma maior aproximação com os consumidores e potenciais clientes, monitorando

suas opiniões sobre os serviços ou produtos oferecidos pela empresa. (KOTLER, 2010)
48

3.5 Comportamento de compra do consumidor

Antes de ser explicado o comportamento do consumidor ao adquirir algum produto precisamos

explicar o que é um consumidor “Consumidores são pessoas que compram bens e serviços para

si mesmas ou para outros, e não para revendê-los ou usá-los como insumos”

(CHURCHILL,2005, p.146). Sendo assim podemos dizer que o comportamento de compra do

consumidor é movido por uma necessidade, na qual o profissional de marketing digital deve

moldar seu layout para atender as motivações do consumidor.

Kotler e Ketler em seu livro “Administração de Marketing” de 2012 concluem que as forças

psicológicas que formam o comportamento do cliente é em sua maioria inconsciente e que

ninguém chega a atender atualmente por completo estas motivações, quando uma pessoa avalia

um produto ou marca, ela reage não apenas às sinais declarados por estas, mas também por

outros sinais como:

3.5.1 Fator cultural

Michael Solomon em seu livro “O Comportamento do Consumidor” de 2002 retrata a cultura

como o acumulo de significados, rituais, normas e tradições compartilhadas entre os integrantes

de uma comunidade. O fator cultural pode ser considerado a personalidade de uma sociedade,

evidenciando e assimilando aprendizados, valores, percepções e preferências.

Através da compreensão cultural podemos melhorar a eficácia das vendas e a ascensão de

produtos, pois atendendo uma maior quantidade de culturas de uma sociedade o profissional de

marketing digital estará ajudando a aceitação de seu produtos, serviços ou marca pelo

consumidor.
49

3.5.2 Fator social

Leon Schiffman e Leslie Kanuk no livro “Comportamento do Consumidor” de 2000 explicam

que este fator é dividido em:

 Grupo Primário

- Familiares

- Amigos

 Grupo Secundário

- Religioso

- Profissional

Do ponto de vista do marketing estes grupos servem como “gatilhos” para influenciar a decisão

de compra, pois o cliente pode querer escolher determinado produto para passar uma mensagem

específica de status a sua sociedade pertencente.

3.5.3 Fator Psicológico

Os fatores psicológicos que possuem influência no cliente em suas escolhas podem ser

divididos em:

Motivação: é a razão que leva o cliente a ir a procura da satisfação de suas necessidades de

consumo, e que de acordo com Kotler “é uma necessidade que está pressionando

suficientemente para levar a pessoa a agir”.

Percepção: é a capacidade do cliente em selecionar, estruturar e refletir sobre as informações

recebidas, sendo a percepção não dependente apenas de estímulos físicos, reforçando assim a

importância das cores para transmitir mensagens.


50

Aprendizagem: é o conhecimento adquirido pelo cliente por suas experiências, sendo possível

a mudança de sua reação em relação a determinado produto ou marca.

Crenças e convicções: é o preconceito psicológico, negativo ou positivo, do consumidor diante

de diferentes ideias que determinado produto ou marca expõe.

Kotler e Keller concluem então que, na verdade, o marketing não cria a necessidades nos

clientes e sim influencia seus desejos mesclados com fatores sociais.

3.6 Segmentação de mercados

Segundo Kotler “Um segmento de mercado consiste em um grande grupo que é identificado a

partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e

hábitos de compra similares”. A segmentação é o processo de divisão do mercado em grupos

de consumidores potenciais que possuem características similares, sendo possível afirmar que

seu início é a partir da distinção de interesses e necessidades.

No caso desta pesquisa da influência das cores no marketing digital, o estudo prévio sobre a

segmentação do mercado é de suma importância para a seleção de cores responsáveis em

despertar a atenção de determinado grupo, pois os profissionais de design podem identificar as

bases mais indicadas para segmentar seus produtos, sendo assim possível a montagem do perfil

do cliente desejado.

A segmentação tem como papel a concentração planejada de uma empresa em uma

parcela\grupo específico do mercado. Esta ação é requerida a partir do fato que os consumidores

são diferentes e algumas destas diferenças podem ser mensuráveis, tornando possível medi-las

e torna-las a base da segmentação. (KOTLER & KELLER ,2012)


51

É importante deixar claro que a segmentação do mercado não é apenas uma técnica e sim uma

estratégia competitiva de marketing, sendo uma forte arma que dependerá das escolhas e

objetivos da empresa diante o mercado

1.7 Utilização no marketing

O entendimento dos tópicos anteriores servem para orientar a pessoa que tem interesse em

adicionar novos conteúdos nesta área, pois tendo conhecimento de suas etapas e suas

finalidades é possível unir novas ferramentas para otimizar seus resultados. Sendo um

facilitador na hora de agregar novas ideias ter em mente a estrutura atual do marketing para se

poder criar estimativas ou até mesmo prever resultados.


52

4 Metodologia

Metodologia Científica é um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela

ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma

maneira sistemática, o primeiro passo na formulação de qualquer pesquisa é tornar o problema

concreto e explícito, como sugerido por Naresh Malhotra em seu livro “Pesquisa de Marketing

- Uma Orientação Aplicada”, somente depois da definição clara do problema é que a pesquisa

pode ser concebida e realizada de forma adequada, sendo assim será explicado detalhadamente

nos seguintes tópicos como será realizada a parte prática desta pesquisa.

4.1 Problema de pesquisa

A indagação central que motivou a realização desta pesquisa diz respeito ao nível de estudo do

entendimento da influência da cor no marketing digital, deste modo o problema de pesquisa

pode ser expresso por meio da seguinte problemática: Como se pode utilizar da melhor forma

a influência das cores na tomada de decisão na compra de um produto/serviço?

Sendo assim, o objetivo geral da pesquisa será avaliar o quanto as cores podem auxiliar no

sucesso de lojas virtuais, além de investigar se houve mudanças na maneira de interpretar as

cores no decorrer das décadas.

4.2 Tipo de pesquisa

Neste estudo optou-se por realizar uma pesquisa quantitativa, de caráter bibliográfico e de

campo, pois foi recuperado o conhecimento acumulado através dos tempos sobre esta

problemática e observado como tais fatos ocorrem, estudando e percebendo as relações

resultantes em testes práticos.


53

4.3 Técnicas de coleta de dados

Foi utilizado questionários como técnica de coleta de dados, pois além de manter o anonimato

evita ao público a influência do pesquisador presente ao ministrar o teste, sendo uma maneira

que possibilita atingir um grande número de pessoas e pela sua facilidade de manuseio ao

termino dos testes.

4.4 Escolha do setor de atividade a ser estudado

Nessa pesquisa foi escolhido diversos setores como alimentícios, cosméticos, ourives e

eletrônicos como sua base, para exibir a influência das cores em diferentes ambientes e

mercados.

Também foram utilizadas obras de arte como alvo de nossos estudos onde iremos refletir sobre

os reais motivos e mensagens que os artistas tentaram expressar em seus trabalhos, ao mesmo

tempo que iremos alterar as cores utilizadas por eles, podendo assim testar se podemos captar

novas emoções em suas obras.

4.5 Determinação da forma de coleta de dados

A forma de coleta de dados escolhida foi através de questionários contendo a junção de imagens

e perguntas que levarão ao leitor expor suas impressões e opiniões sobre a utilização das cores

em um roteiro pré-determinado. Esta estrutura teve o intuito de proporcionar o máximo de

flexibilidade e abrangência do assunto ao mesmo tempo que torna seu preenchimento fácil e

rápido.
54

4.6 Processo de Coleta de Dados

Os questionários foram aplicados aos alunos do Instituto Federal de São João da Boa Vista,

pois um dos questionamentos que esta pesquisa visa abordar é se o entendimento das cores

sofreu alguma modificação com o passar dos séculos e com a utilização de jovens estudantes

ficará clara se houve ou não tal alteração.

4.7 Coleta de dados

“Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma

que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema

(pessoa, animal ou máquina) que a recebe.” (SERRA. Manual de Teoria da Comunicação. 2007

p.93-101). Sendo assim, com o intuito de captar e analisar como a cor pode auxiliar na

transmissão da informação, foi criado um questionário que permitisse o leitor refletir e

comentar sobre os diferentes sentimentos que imagens em diferentes padrões podem transmitir.
55

5 Desenvolvimento

Após o levantamento dos diversos conceitos e a análise dos resultados de diferentes testes foi

criado um Simulador de layouts que tem como intuito pôr em prática todo o conhecimento

adquirido através desta pesquisa. Sendo sua maior utilidade facilitar o trabalho de web

designers dando sugestões de cores a serem utilizas no layout de sites de e-commerce, sugestões

sendo pautadas através de todos os resultados desta pesquisa, podendo ser acessível através do

endereço: https://simuladorlayout.hol.es .

5.1 Questionário Obras de Arte

O entrevistado registrou as primeiras impressões e sentimentos que as imagens contidas no

questionário provocam e selecionou dentre uma lista pré-determinada de palavras aquelas que

melhor se aproxima de sua reação. Os dados obtidos foram comparados e analisados de forma

a identificar de que maneira a cor atuou na transmissão da informação nestas circunstancias

pré-definidas.

Foi utilizado o “Google Formulários” pois nele há opções como escolha de múltiplas respostas,

listas suspensas, escalas lineares e a possibilidade de adição de imagens na montagem das

perguntas, além de ao término da coleta de dados ser possível organizar as informações em

planilhas, sendo estas funções disponibilizadas gratuitamente.


56

Após o cruzamento de dados dos questionários, ficaram evidentes o poder de persuasão das

cores em aplicações especificas, isso graças a sua utilização precisa nas respectivas obras de

arte, mas como DONDIS (2000, p.133) alerta sobre a utilização da cor “A mensagem e o

método de expressá-la dependem grandemente da compreensão e da capacidade de usar as

técnicas visuais.”, sendo assim os resultados podem variar dependendo do público alvo

escolhido a ser avaliado nos testes.

Figura 23 – Mona Lisa original Figura 24 – Mona Lisa modificada

Fonte:http://operamundi.uol.com.br/ Fonte: Adaptado pelo autor

A primeira obra de arte abordada no questionário teve como finalidade verificar até que ponto

que a utilização apenas de cores quentes e frias podem alterar a opinião do espectador em

relação a mensagem que o autor da obra tentou expressar em suas obras originais. Sendo a obra

enigmática em questão a “Mona Lisa” original (figura-23), de Leonardo da Vinci e sua versão

modificada em tons frios (figura-24). A obra original até os dias de hoje levanta dúvidas sobre
57

seus reais significados, não sendo claros quais sentimentos a personagem desenhada transmite

ao espectador.

Figura 25 – Resultado Mona Lisa

140
120
100
Entrevistado

80
60
40
20
0
Tristeza Alegria Serenidade Inquietação Outros
Resposta

Obra original Obra modificada

Fonte: Elaborada pelo autor

Os resultados apontam que 73% das respostas respectivas a imagem original o autor quis passar

a impressão de serenidade, em contrapartida de 60.1% das respostas da obra modificada o real

motivo ter sido tristeza. Além da mudança drástica de sentimento pode ser perceptível a perda

de tridimensionalidade com a obra modificada, pois em sua alteração é perdida a variação de

cores.(Figura-25)
58

Figura 26 – Guernica original

Fonte:http://www.infoescola.com/pintura/guernica/

Figura 27 – Guernica modificada

Fonte:http://www.actiludis.com/?p=5087

Na segunda questão é mostrada a comparação da obra “Guernica” (figura-26), de Pablo Picasso.

Painel pintado a óleo utilizando o uso das cores preto, branco e variações de cinza que tenta

representar os horrores da guerra, mas especificamente o bombardeio sofrido pela cidade


59

espanhola de Guernica em 1937. A versão modificada (figura-27) traz em sua composição

tons fortes e diversificados, agregados ao claro estilo cubista de Picasso.

Figura 28 – Resultado Guernica

160
140
120
Entrevistado

100
80
60
40
20
0
Pânico Tristeza Alegria Diversão Outros
Resposta

Obra original Obra modificada

Fonte: Elaborada pelo autor

Os resultados apontam uma completa dificuldade na identificação dos reais significados da

obra, sendo 71,33% das respostas respectivas a obra original terem sido Pânico, em

contrapartida de apenas 24,71% das respostas respectivas a obra modificada terem sido

Pânico.(Figura-28)
60

Figura 29 – Davi com a Cabeça de Golias original

Fonte: http://www.revistacontemporartes.com.br/2012/08/a-arte-do-

tenebrismo-caravaggio-e-seus.html

Este teste traz ao espectador a obra “Davi com a Cabeça de Golias” de Caravaggio, onde é

avaliado o poder de guiar o olhar com a manipulação de luz e sombra juntamente com a posição

adequada de cada item.(Figura-29)


61

Figura 30 – Resultado Davi com a Cabeça de Golias

Roupas

Resposta Espada

Cabeça de Goliah

Braço de David

Cabeça de David

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Entrevistado

Fonte: Elaborada pelo autor

Os resultados apontaram que a ordem dos objetos visualizados respectivamente foram cabeça

de David, braço de David e cabeça de Goliah, sendo a cabeça de David o objeto centralizado

na obra e que possui maior luminosidade, seguido de seu braço que serve como “seta”,

indicando a cabeça decepada de Goliah. Espada e roupas foram os últimos itens a serem

percebidos pelos espectadores.(figura-30)


62

Figura 31 – Ivan, o Terrível e seu filho original

Fonte: http://www.themorningnews.org/article/the-writing-of-art

Dando continuidade a avaliação do poder das cores ao guiar o olhar do espectador a obra

original “Ivan, o Terrível e seu filho” de Ilya Repin que retrata o momento em que

“acidentalmente” Ivan mata seu próprio filho com golpes de atiçador (Instrumento comumente

utilizado em lareiras) em sua cabeça.(figura-31)


63

Figura 32 – Resultado Ivan, o Terrível e seu filho

Móvel tombado

Roupas
Respostas

Tapete

Atiçador

Rosto do filho de Ivan

Rosto de Ivan

0 10 20 30 40 50 60 70 80
Entrevistado

Fonte: Elaborada pelo autor

Os resultados apontam que os primeiros objetos a serem observados são a cabeça de Ivan e a

cabeça de seu filho, sendo os moveis e até mesmo a arma do crime os últimos itens a serem

detectados. Sendo perguntado no momento da aplicação deste teste que cor é a parede ao fundo

da obra, a grande maioria dos submetidos ao teste tiveram que observar novamente a imagem

pois a parede assim como os moveis não são os objetos em destaque da obra, e receberam pouca

atenção dos espectadores.(figura-32)


64

Figura 33 – Terraço do Café à Noite original

Fonte: http://www.vangoghartprints.net/van_gogh_cafe_terrace.html

A obra original pós-impressionista “Terraço do Café à Noite” de Vincent van Gogh é colocada

em teste para avaliarmos o quanto cores frias e quentes podem alterar a opinião dos locais

exibidos da imagem, mesmo estes estando tão próximos. (figura-33)


65

Figura 34 – Terraço do Café à Noite original

120

100

80
Entrevistado

60

40

20

0
Alegre Triste Acolhedor Hostil Frio Quente
Resposta

Impressões do estabelecimento Impressões da rua

Fonte: Elaborada pelo autor

Os resultados apontam a clara separação de ambientes na imagem, sendo o ambiente dentro do

café que utiliza cores quentes e vivas selecionado como um ambiente alegre e acolhedor,

contrariamente da rua fora do Café que possui cores frias, onde a resposta foi dada como um

ambiente hostil e triste. (figura-34)

5.2 Conclusão Questionário “Obras de Arte”

As diversas ligações que necessitam ser consideradas para empregar a cor na comunicação

visual no marketing digital não param em apenas selecionar as matizes corretas para representar

a personalidade e o posicionamento do objeto frente ao público alvo, a combinação de cores e

as sensações que elas poder vir a provocar também devem ser levadas em consideração.

Para otimizar a aplicação das cores no marketing digital podemos seguir uma série de dicas que

colaboram na obtenção de um melhor produto final, estas orientações são baseadas nos

resultados desta pesquisa juntamente com as técnicas sugeridas por GUIMARÃES (2001),

DONDIS (2000) e RIBEIRO (2007).


66

Conhecimento é poder, para podermos selecionar corretamente determinada cor devemos ter

um conhecimento prévio respectivo a seus significados psicológico e até mesmo regionais, com

isso sua aplicação será mais precisa e surtirá mais efeito diante o espectador.

Devemos agregar o conhecimento sobre as cores com o objetivo do produto, não deixando

fatores pessoais intervirem na seleção de cores, sendo necessária uma tomada de decisão

baseada na adequação do produto em relação ao público alvo.

As combinações de cores requerem uma atenção em sua formulação, pois sua harmonia pode

ser um facilitador na transmissão de mensagens, as adições de cores com a mesma tonalidade

transmitem ao espectador uma visão mais agradável, efeito contrariamente resultante se

escolhermos tonalidades diferentes mantendo a matiz, acarretando em até incômodos ao

observar o resultado final.

Não deixando de lado a seleção do “plano de fundo”, a cor de fundo não é apenas para preencher

espaços vagos, ela é encarrega de indiretamente ressaltar o produto em destaque, sendo

recomendado a utilização de um plano de fundo escuro para ressaltar um produto claro, assim

como um plano de fundo claro para ressaltar um produto escuro, sendo expressamente

recomendado para os profissionais de Design utilizarem cores análogas para o fundo em relação

a cor do produto.

Para não haver o uso exagerado de cores é aconselhável selecionar uma cor dominante

juntamente com duas ou no máximo três cores secundárias. O uso abusivo de cores é um grande

risco, principalmente se o profissional de Design estiver trabalhando com cores vivas, essas por

sua vez facilmente cansam a visão do observador resultando na dificuldade de detecção de

aspectos específicos do produto.

Uma interação visual agradável é facilmente conseguida com a utilização de cores da natureza

(vermelho do fogo, azul do céu, etc.), como DONDIS (2000,p.64) cita “No meio ambiente

compartilhamos os significados associativos da cor das árvores, da relva, do céu, da terra e de


67

um número infinito de coisas nas quais vemos as cores como estímulos comuns a todos.”, pois

as pessoas estão acostumadas a essas cores em seu dia a dia, podendo causar reações

desagradáveis cores como o ciano ou magenta que dificilmente são encontradas na natureza.

Esta sugestão esta suscetível a ser suspendida se o público alvo for jovem e adolescente, pois

neste caso é o diferente que atrai a atenção desta categoria de observador, sendo ressaltado

novamente a importância de estudar em que meio o produto será lançado, para não haver

problemas de aceitação. Acompanhar as tendências do mercado e as mudanças de gosto do

público alvo tem sua importância, mas os maiores fatores ainda serão a criatividade e

originalidade como Steve Jobs citava “As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a

elas. ”.
68

5.3 Simulador de Layout online

A união de todos o conhecimento trazido nesta pesquisa em relação as cores no marketing

digital gerou o “Simulador de Layout” online, constituído de códigos HTML (HyperText

Markup Language) e CSS (Cascading Style Sheet) juntamente com ferramentas e plug-ins que

serão listados nos tópicos seguintes.

5.3.1 Bootstrap

É um framework HTML, CSS, e JS (JavaScript) utilizado em projetos que tenham a

necessidade de serem responsivos, isso significa que o projeto estará apto a ser visualizado em

diversos dispositivos como desktops, tabletes e celulares. Foi utilizado a versão 3.0 em diante

sendo todas elas disponíveis para download em: http://getbootstrap.com.

5.3.2 FancyBox

É uma ferramenta para tornar mais elegante a visualização de imagens adicionando

funcionalidades de zoom com a utilização de JavaScript. FancyBox utiliza a “Creative

Commons Attribution-NonCommercial 3.0 license” que autoriza seu uso para trabalhos

pessoais e não comerciais, sendo disponibilizado em: http://fancyapps.com/fancybox/.

5.3.3 Easy pie chart

É um plugin jQuery (biblioteca de código aberto) para exibir animações, utilizando uma

requestAnimationFrame cria uma transição suave de valores em gráficos, tornando-os mais

customizáveis e se ajustando automaticamente a resolução do gráfico que é aplicado.

Disponível em: http://github.com/rendro/easy-pie-chart/.


69

5.3.4 Zabuto Calendar

É um plugin jQuery para Bootstrap que permite a adição de um calendário customizável em

páginas web, podendo exibi-lo em diferentes idiomas e se desejável criar eventos através da

utilização de requisições AJAX (Asynchronous Javascript and XML). Disponível em:

https://github.com/zabuto/calendar.

5.3.5 Hospedagem

A escolha da Hostinger (disponível em: https://www.hostinger.com.br/) para hospedagem do

“Simular de Layout” tem como motivo ser um serviço disponibilizado gratuitamente e não

possuir anúncios de publicidade, deixado o cliente que o utiliza livre para montar manualmente

ou através da ferramenta de construção de websites (também fornecido gratuitamente pela

Hostinger) seu projeto.


70

5.3.6 Interface

O menu lateral possui um botão “toggle”, sua localização esta circulada na Figura-35 em

vermelho, que se acionado retrai\expande toda a aba lateral. O Sistema segue a seguinte divisão

em seu menu:

 Opções Básicas
o Branco
o Preto  Segmento
o Cinza o Tecnológico
o Alimentício
 Faixas Etárias o Cosmético
o Menor de 18 anos o Ourives (Jóias e semi jóias)
o Entre 18 e 32 anos
o 33 anos ou mais  O Estudo da Cor

 Gêneros o Sua influência


o Masculino o Referências
o Feminino

Figura 35 – Vendas de celulares com diferentes Sistemas operacionais

Fonte: Elaborada pelo autor


71

5.4 Simulador de Layout off-line

Pensando na acessibilidade do usuário foi criado o aplicativo “Simulador de Layout”, que

possibilita o acesso off-line as informações que somente eram possíveis através do acesso

online do endereço https://simuladorlayout.hol.es .

Para realizar esta tarefa foi escolhido a ferramenta Intel XDK (XML Development Kit) que é

um ambiente de desenvolvimento onde é possível criar, testar, visualizar e implantar aplicativos

para sistemas como iOS e Android com a utilização de HTML5.

Para ter acesso a todos os recursos da ferramenta além de exemplos de códigos e a comunidades

de suporte foi necessário o cadastro no “Intel Developer Zone”, cadastro disponível em

https://software.intel.com/registration/?lang=pt-br, onde todos estes serviços são oferecidos

gratuitamente.
72

A escolha desta ferramenta é justificada pela sua capacidade de identificar e preservar as

configurações usadas no HTML5 requerendo assim poucas alterações para converter a versão

online do “Simulador de Layout” em um aplicativo off-line. A decisão de gerar um aplicativo

para sistemas Android foi por sua vasta utilização em celulares como aponta a pesquisa da

ComTech, seus valores podendo ser visualizado na figura-36.

Figura 36 – Vendas de celulares com diferentes Sistemas operacionais

Vendas de aparelhos celulares

92,4% Android 0,0% BlackBerry 3,3% iOS 4,1% Windows 0,1% Outros

Fonte: Adaptado de:http://www.kantarworldpanel.com/global/smartphone-os-market-share/

Acesso em: 09\10\2016

Estas informações são baseadas em uma pesquisa continua que rastreia o consumo de aparelhos

mobile ao redor do mundo. A ComTech acompanha o comportamento do mercado incluindo a

compra de celulares, seu tempo de uso e locais de venda para criar previsões de como o mercado

eletrônico irá se desenvolver, mais informações estão disponíveis em:

http://www.kantarworldpanel.com/global/smartphone-os-market-share/.
73

Ao final de seu desenvolvimento foi gerado um arquivo .APK(Android Package), servindo

como executável para a instalação do “Simulador de Layout” off-line, hospedado e disponível

pelo link:https://drive.google.com/drive/folders/0B1O9zB7Pj-OOWkNSSC1qaXJDR1k.
74

6 Conclusões

Baseado na análise do questionário aplicado no Instituto Federal de São João da Boa Vista fica
clara a influência das cores na transmissão de informações e sua colaboração na organização e
hierarquização de conteúdo. A partir dos resultados obtidos pode-se afirmar que a influência
das cores pode atrair, informar e influenciar subliminarmente na tomada de decisões.
Esta pesquisa indiretamente teve o intuito de levar a reflexão do leitor da importância das cores
na vida humana, pois ela está associada ao inconsciente humano, tendo o poder de influenciar
em decisões mesmo com o indivíduo não sabendo ao certo o real motivo por exemplo que o
levou a adquirir determinado produto. A utilização das cores no marketing digital da vida ao
produto, tendo o poder de cativar e persuadir o observador, quando a combinação de cores e
bem aplicada pelo profissional de Design.
Muitos dos conceitos e argumentos relatados aqui tiveram o intuito de conscientizar sobre o
poder que as cores possuem dentro do marketing digital, em suma, elas podem auxiliar na
obtenção de vantagem competitiva e contribuir para o sucesso de uma venda no mercado digital.
Sendo possível afirmar que produtos podem ser favorecidos com uma boa utilização das cores,
aumentando as chances até mesmo de compra por impulso, pois as cores possuem a capacidade
de gerar necessidades que até então não estavam presentes no público alvo.
Fica claro que com um entendimento prévio das cores o profissional de Design conseguirá criar
um produto final que surtirá mais efeito diante o público alvo, diferenciando-se dos
concorrentes. Algumas considerações mais profundas ou específicas podem não ter sido
abordadas nesta pesquisa em relação as cores e sua influência, mas justificado por
GUIMARAES (2001, p.141), “Não é possível um domínio absoluto da cor.”, sendo foco deste
trabalho a conscientização do poder das cores através de exemplos e sugestões de boas práticas
no marketing digital.

6.1 Considerações e ideias futuras

Para facilitar o acesso ao Simulador citado no capitulo “5.3 Simulador de Layout off-line” é
sugerido para versões futuras a utilização de outros meios de hospedagem como a PlayStore da
empresa Google ou a AppleStore da empresa Apple, sendo necessária algumas modificações
em seu código para sua adaptação nestas lojas virtuais
75

A aplicação de um questionário similar ao de Hallock citada no capitulo “2.9 A Pesquisa de


Joe Hallock” no ambiente do Instituto Federal de São João da Boa Vista traria melhores
resultados para serem cruzados com dados levantados no Questionário Obras de Arte, pois
seriam estudados diferentes abordagens sobre a cor no mesmo público alvo.
A partir desta pesquisa, seria oportuno entender e aplicar o conhecimento das características
das cores em outras áreas, não somente no marketing digital. Torna-se útil as informações
contidas neste documento para aqueles que eventualmente tiveram despertado o interesse no
estudo mais aprofundado ou até mesmo diferenciado sobre a influência das cores.

6.2 Cronograma de atividades

Figura 37 – Cronograma

Desenvolvido pelo Autor

Para o desenvolvimento da esquematização desta pesquisa, por meio de um cronograma foi


utilizada a ferramenta OpenProj, um gerenciador de projetos de código aberto no período de
Qualificação, pois existiam diversos marcos a serem executados e diferentes datas. Para a
organização dos objetivos do período de Defesa desta pesquisa foi optado a ferramenta Excel
da empresa Microsoft, pois havia um menor número de marcos a serem traçados e diversas
76

destas datas coincidiam na mesma. As etapas podem ser visualizadas na figura-37 e estão
divididas em dois principais grupos chave, e são eles:
 Desenvolvimento
Etapa onde todo o conhecimento adquirido através das pesquisas bibliográficas e
práticas geraram a base para a formulação dos aplicativos que vieram para condensar as
dicas e sugestões de uso das cores expostas neste documento.
 Revisão
Fase onde é realizado testes sobre os aplicativos desenvolvidos e reuniões com o
Orientador para atualiza-lo das modificações e ideias surgidas no decorrer do
desenvolvimento;
77

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Acesso em: 21 Jan. 2016.
80

Apêndice A – Paletas de cores

Figura 38 – Faixa Etária: menor que 18 anos

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Faixa Etária: menor que 18 anos

Para esta faixa etária são grandes as opções de cores, pois se o layout for voltado para produtos
para bebes a utilização de tons claros de azul podem ser uteis para remeter suavidade ao
ambiente. O risco de sua utilização é acabar transmitindo uma impressão fria, sendo necessária
a utilização de cores vivas, como tons de vermelho.
81

Figura 39 – Faixa Etária: entre 18 e 32

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Faixa Etária: entre 18 e 32

Cores fortes são uma boa escolha para esta faixa etária, Tons avermelhados podem ser
utilizados para transmitir confiança. A adição de tons roxos ou pretos além de diminuírem o
risco de cansar a vista do observador ajuda a dar um contraste balanceado ao layout.
82

Figura 40 – Faixa Etária: 33 anos ou mais

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Faixa Etária: 33 anos ou mais

Cores radiantes são comumente utilizadas para esta faixa etária pois facilitam a leitura, se
utilizada corretamente. Tons radiantes de laranja e vermelho podem facilmente atrapalhar ao
invés de ajudar a leitura, se forem utilizados sem uma cor mais escura de suporte(contraste).
83

Figura 41 – Gênero Masculino

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Gênero Masculino

Para este gênero é sugerida a utilização de tons escuros, de azul, verde e roxo. Na dúvida de
qual cor utilizar em seu layout é sugerido o azul pois é a cor que mais agrada ambos os sexos.
Azul marinho e roxo escuro(vinho) ajudam a passar uma impressão mais rígida, mas não são
aconselhadas se o objetivo é a venda de algum produto de lazer.
84

Figura 42 – Gênero Feminino

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Gênero Feminino

Uma das cores sugeridas para este gênero é o rosa e suas variações pois transmite suavidade ao
mesmo tempo que transforma o ambiente em um local acolhedor e confortável. Tons
esverdeados também podem ser utilizados para este fim, além de poder ser usado para
apresentar produtos não sintéticos, pois a cor remete à natureza e transmite sensação de pureza.
85

Figura 43 – Segmento Tecnológico

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Segmento Tecnológico

O segmento Tecnológico por estar ligado aos jovens é sugerido a utilização de cores como o
“ciano” pois esta cor não é encontrada na natureza podendo assim ajudar a capturar a atenção
desta faixa etária. Caso o layout esteja voltado para jogos eletrônicos ou aplicativos de um modo
geral é sugerido a utilização do amarelo, pois este tom pode estimular o raciocínio e a
criatividade. Com a crescente preocupação com o meio ambiente, a utilização de cores
esverdeadas podem passar a sensação de que estes produtos tem um compromisso ecológico e
não agridem o meio ambiente.
86

Figura 44 – Segmento Alimentício

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Segmento Alimentício

Para a utilização em layouts voltados ao setor alimentício é recomendo o uso de cores que
despertem o apetite como o laranja e o vermelho. É importante a utilização destas cores em tons
claros pois podem facilmente incomodarem os olhos do observador, além de com a utilização
de tons claros é passada a impressão de pureza\higiene do estabelecimento\serviço.
87

Figura 45 – Segmento Cosmético

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Segmento Cosmético

Para este segmento é sugerido a utilização de cores quentes, que proporcione alegria e conforto
ao observador, pois é um setor que está ligado com a autoestima do cliente. Estas cores podem
ajudar a deixar o cliente mais confiante e o ambiente mais descontraído.
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Figura 46 – Segmento Ourives

Fonte: Adaptado de: http://paletton.com/

Acesso em: 09\10\2016

Segmento Ourives

Neste segmento a utilização de tons amarelados\dourados podem ajudar a capturar a atenção

do observador, juntamente com cores como a púrpura (tons entre o vermelho e o azul), por

passar a sensação de algo valioso desde os tempos imperiais da Roma antiga. Para evitar o

cansaço visual das cores fortes citadas acima e ajudar a passar a impressão de seriedade e

aconselhável a utilização do preto.

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