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Elfa - Volume I

Autor(es): elfman

Sinopse
Aventuras espadas & calcinhas com um grupo de matadoras de monstros e caçadoras de tesouros que inclui uma
elfa, uma fada, uma coelhinha ninja e uma humana com a bunda gordinha.

Notas da história
* Escrito com o objetivo de sacanear todos os clichês de mangás, animes, rpgs e histórias de fantasia que
existem, nada se salva e todo elemento possível de se imaginar nesse tipo de história acaba aparecendo uma hora.

* A princípio pode não parecer, mas é uma história bastante complexa e com dezenas de personagens e elas
passam por algumas aventuras bastante pornográficas de vez em quando, então leia por sua conta e risco.

* Não leia a sério.

(Cap. 5) IV - A Ninja

Notas do capítulo
Na qual a elfa Pelluria encontra uma coelhinha despudorada e desarrazoada e as duas cometem, uma de cada vez,
as maiores heresias imagináveis.

Parte IV - A Ninja

“Na qual a elfa Pelluria encontra uma coelhinha despudorada e desarrazoada e as duas cometem, uma de
cada vez, as maiores heresias imagináveis.”

Há pouco amanhecera.
Aqueles que moravam no vilarejo reuniam-se como de costume nas sacadas do segundo e terceiro andares
do templo da Cerejeira Sagrada para a cerimônia religiosa que tradicionalmente sucedia-se nas proximidades da
árvore. O quarto andar, com sua sacada posicionada atrás das outras, era ocupado pelos sacerdotes e naquela
ocasião os rituais seriam conduzidos pelo cardeal de Dravísios, o qual ali já se encontrava. A maioria dos
estrangeiros vindos para o conclave, principalmente os líderes destes, também lá estava na companhia dos
religiosos, embora sua presença não fosse obrigatória, pois muitos tinham costumes assaz diferentes no que diz
respeito a suas crenças.

Acima disso tudo e desses todos, numa das torres, a serva Lourdes-Maria, já vestida, abria as cortinas e
esperava pelo despertar de sua senhora, a duquesinha, que por sua vez, deitada de bruços, tinha o rosto afundado
no travesseiro e uma perna jogada para cada lado, vestidas cada qual por uma meia de um azul-marinho quase
negro, um lençol solto no espaço entre as duas cobrindo-lhe a traseira; não parecia querer se acordar, o que
preocupava a serva com a possibilidade de se atrasarem.

E num pequeno quartinho aos fundos da única estalagem do vilarejo, logo adiante do templo e da árvore
sagrada, encontrava-se minha tia-avó Pelluria na presença da mulher-coelho – que foi como a deixamos no
capítulo anterior da história – esta ultima sentada na cama de madeira vagabunda, as duas quase no mesmo estado
de confusão por pouco saberem de como haviam chegado até ali.

“O que és tu, afinal?” perguntava minha intrigada tia, pois nunca havia visto alguém como aquela que
tinha diante de si e não podia imaginar a que raça pertencia, mesmo tendo encontrado na noite anterior, no salão
da taverna, representantes dos mais singulares povos, muitos com quase tão rara aparência.

“Como assim, o que eu sou? Sou a Meloine, ora,” foi o que respondeu a mulher-coelho, encolhida
próxima à parede: trazia as pernas cruzadas, eram de musculatura desenvolvida, e seus braços cobriam da maneira
que conseguiam o peito de seios tão volumosos. De algum lugar perdido no meio destes partia uma fina
correntinha dourada, a qual subia para fazer-lhe a volta pelo pescoço. Fora isto, nada mais havia para tapar-lhe o
corpo de pele quase rósea, que como ficou dito em nosso ultimo capítulo e ao mesmo modo da duquesinha, era
garota das mais brancas; digo, nada além duma calcinha preta muito da pequenina, mas tão diminuta que minha
tia só notou-a depois: era daquelas, segundo as anotações dela, de dar mais vergonha usar do que ficar
honestamente pelada. “E tu?” perguntou a coelha.

“Hã? Sou a Pelluria. Mas como foi que vieste parar aqui?”

Enquanto dava alguns passos para trás e afastava-se da cama, nossa elfa tropeçou num objeto solto no
chão: voltou-se para ver que ali estava um amontoado de malhas pretas, provavelmente as roupas da outra, e sobre
as mesmas havia uma longa espada de cabo retangular fixo em base plana. A espada estava protegida por uma
bainha da mesma cor das malhas, algumas poucas tiras de pano escuro enrolavam-se ao redor desta bainha e
também algumas outras envolviam a empunhadura da arma, umas delas amarradas em laços.

“O que é isto?” Minha tia apontou para baixo. “Esta espada é tua?”

“Hm? Oh, é, são meus apetrechos,” disse a coelha, indo até a beirada da cama, ainda cobrindo os seios e
com olhar desconfiado. Foi então que minha tia percebeu a tal calcinha, quando as coxas da outra se afastaram, e o
quanto era minúscula e apegada ao íntimo, pois deixava ver perfeitamente o formato do que ficava sob ela e ou
muito me engano ou deixava até, no topo, aparecerem as pontas duns cabelinhos. “Sou uma guerreira ninja, não
esperes compreender a utilidade de tão raros equipamentos.” Atrás, infelizmente, a calcinha devia ser só um
fiozinho, que deixava de fora a bunda toda, ou ao menos assim parecia.

Achando melhor não comentar, bem podia ser costume das mulheres-coelho usar calcinhas desse tipo,
perguntou-lhe Pelluria, referindo-se a espada e não à peculiar vestimenta:

“Como foi que entraste no vilarejo com ela? Achei que não se pudesse entrar aqui armada.”

“No vilarejo? De modo que já estamos na bila da Cerejeira Sagrada, é?”

Pondo-se de joelhos na cama, a mulher virou-se para ver pela janela que havia atrás dela, afastando a
cortina. Pelluria pôde então perceber, mais uma vez surpresa, que um pouco acima do centro daquelas nádegas
arredondadas que a outra expunha, e cujo tom conseguia ser mais esbranquiçado ainda do que o do resto do corpo
ao qual pertenciam, nascia o que parecia ser, e era, um rabo de coelho bastante felpudo e acinzentado.
“Ei, o que estás olhando?” A coelha voltou o rosto e sua cauda moveu-se de um lado para o outro
sacudindo junto as nádegas em que estava presa, causando efeito um tanto engraçado, se não constrangedor.
“Hehehe, o meu rabinho?” Já a calcinha ali atrás praticamente desaparecia, pois transformava-se num fiozinho,
como já foi dito, e ele afundava e se escondia entre os assentos por completo; aliás, estes a garota tinha quase ou
tão volumosos quanto os da duquesinha, embora fossem também, por assim dizer, bastante mais firmes que os da
humana, podia-se ver tanto pelo formato arrebitado deles quanto por não terem nenhuma daquelas marquinhas que
os mais gordinhos tem, e aliás, por não ser minha tia homem e por isso mesmo não ter ela interesse algum em tais
atributos, não agradou-a nem um pouco contemplar aquelas protuberâncias.

“De onde saíste?” Pelluria perguntou. “És uma coelha ou o que, afinal?”

“O que tu achas? E eu poderia perguntar a mesma coisa: donde vieste? Hm, estou me sentindo meio
esquisita.” Após dar apalpadinha num dos próprios assentos, a mulher-coelho tornou a sentar-se e a cobrir-se
usando a palma duma mão para tapar os cabelinhos aparecendo no topo da calcinha (é possível, não sei se por ela
ter a penugem do íntimo naturalmente vistosa ou se por ser a peça exígua demais ou as duas coisas, que uns
pelinhos escapassem também pelos ladinhos e não só por cima), o que também em nada alegrava a minha tia
contemplar; com o outro braço a mulher ocultava o peito ainda, embora não o pudesse fazer por completo e nem
mesmo pela metade. “Estavas me tocando enquanto eu dormia, não é, elfinha?”

“Ei, do que estás falando? O que estavas fazendo nessa cama comigo?” disse Pelluria, ficando um tanto
vermelha no rosto, que por ser elfa muito correta, não agradava-lhe aquele tipo de insinuação. “Como foi que
viemos acabar juntas aí?”

“Oh, e eu é que sei?”

“Ainda bem que estou vestida, senão ia ser muito estranho.” Ao olhar para o próprio corpo, nossa elfa
notou a falta de algo que deveria estar em sua cintura. “Mm? Meu dinheiro! Onde estão minhas moedas?”

“Moedas?”

Passou a buscar por todos lados, mas não encontrou o saco com o ouro. As duas canecas de vinho ainda
estavam na estante, bem como a vela e tudo o mais que havia na noite anterior, de forma que Pelluria não podia
estar em aposento diferente daquele em que dormira. Concluiu que a explicação para o sumiço do que pertencia-
lhe podia ser apenas uma:

“Tu pegaste meu dinheiro, coelha?!”

“Ei, claro que não! Não sou ladra!” disse a outra e colocou as mãos na cintura deixando à vista o que não
deixaria se tivesse vergonha e erguendo-se, com o que aquelas duas esferas no peito dela sacudiram por alguns
instantes antes de novamente se aquietarem.

“Vamos, devolve,” Pelluria insistiu já deveras irritada, afinal era uma boa quantidade de dinheiro a que
trazia de seu lucrativo empreendimento com os ogros.

Após dar uma puxada no topo da calcinha, sem no entanto conseguir com que ela cobrisse-lhe os
cabelinhos, pois logo voltaram à mostra, disse a mulher-coelho:

“Estou pelada, onde iria esconder as tais moedas? Não sou cofrinho! Mas aposto que sei quem pegou, já
estou entendendo tudo.”

“Oh, o cara aquele que estava aqui ontem?” Pelluria lembrou-se do homem que dizia ser o enviado de
Tchuma-Enthofa. “Tu conheces ele? Para onde foi?”

“Podemos dizer que conheço muito bem, infelizmente. E não duvido que aquele sem-vergonha tenha
afanado o teu dinheiro!”

Pelluria foi até a saída do quarto e falou:

“Ai, preciso ir tirar água do joelho, dona coelhinha! Tô apertada! Espera aí que já volto para esclarecermos
tudo!”
“Eu, heim?” foi tudo o que disse a coelha.

Pelluria tentou abrir a porta, pois um dos efeitos que produzia a mistura do vinho com o sonífero, a qual
ingerira inadvertidamente na noite anterior, começava a manifestar-se e a sobrepujar, pelo menos naquele
momento, o desejo de solucionar o desaparecimento do ouro. Mas eis que fez uma descoberta tão perturbadora
quanto o resto todo do que já havia lhe acontecido naquele início de dia:

“Está trancada! Onde está a chave?”

“Não sei! Estamos presas? Deixa eu ver!”

A coelha se aproximou e Pelluria percebeu haver uma marca no topo do seio esquerdo dela, a qual
lembrava-lhe de outra semelhante, vista na noite anterior e no peito de outra pessoa.

“O que é isso?” apontou. “Parece a... Parece a marca que ele tinha! Como uma cenoura!”

“Gostas? Podes pegar!”

De surpresa e usando aquelas duas esferas que tinha, a mulher-coelho empurrou e prensou o corpo da elfa
contra a porta. Afastando um pouco as pernas, posicionou minha apavorada tia entre as coxas.

“Hã?! O que é isso? Me larga!" gritou Pelluria.

“Por quê? Termina o que começaste, elfinha!” Para desagrado de Pelluria, a mulher-coelho começava a
fazer vai e vem com a traseira, roçando-se nela. “Vamos, vamos, tens as orelhas tão grandes!”

“E as tuas são menores?” perguntou Pelluria se debatendo entre a madeira e a outra; e eram muito mais
duras aquelas esferas do que aparentavam, ela não conseguia se livrar do sufoco por mais que empurrasse. “Agora
vai tirando a mão! Que horror, onde já se viu?”

“Mas as minhas orelhas são moles e as tuas são retas, parecem tão durinhas” dizia a coelha e dava
beliscões em tudo o que tocava. “Sabes o que podíamos fazer com elas?”

“Aah, me solta! Nem vem que comigo não rola esse tipo de coisa!”

Pelluria sentiu uma apalpada das mais terríveis na traseira, sobre a saia, e no mesmo instante redobrou-se
sua força: empurrou a coelha, ela foi cair sentada sobre a cama e seus seios descomunais só pararam de sacudir
muito tempo depois e com a ajuda das mãos dela.

“Qual é, sua coelha sapatão? Tá me estranhando?”

“Gulp!” A mulher-coelho cruzou os braços e abaixou uma das orelhas. “Não sei o que deu em mim, me
desculpa!”

“É, tô sabendo, já entendi tudo.” Pelluria ajeitou a saia, ainda nervosa e espantada. “Por Sene, que estamos
mesmo nos tempos de crise! Onde já se viu uma mulher tentando agarrar outra como se fosse um homem?”

“Não gosto de mulher!” disse a coelha. “Foi como se alguma coisa se apoderasse do meu corpo, uma força
sobrenatural! Eu juro, foi sem querer! Estou completamente transtornada, não sou disso, posso garantir!”

Mas Pelluria falou “Garanto que mandaste aquele homem me embebedar para que pudesses tirar proveito
de mim enquanto ele roubava meu dinheiro! Cada uma que me aparece! Agora dá licença e me vê a chave desse
quarto que eu tenho mais o que fazer, preciso ir dar uma mijadinha e estou disposta a esquecer tudo se me disseres
para onde ele levou meu ouro.”

“Ei, eu não gosto de mulher, sério! Parece que fizeram alguma bruxaria comigo, sinto-me tão... tão...”
Pelluria desviou o olhar das bochechas cada vez mais avermelhadas da coelha, viu que enquanto falava ela estava
apalpando o espaço coberto pela calcinha como se procurasse por algo. “Tão melada!” E colocou um dedo ali
dentro da peça. Como se não bastasse, em seguida tirou-o dali e mostrou-o, dizendo “Olha como estou!”
“Aaai, socorro! Tô presa com uma coelha tarada!” minha tia gritava e tentava abrir a porta, puxava com
força, até que em dado momento a maçaneta saiu em suas mãos. Jogou-a longe, passou a bater na madeira.
“Socorro! Alguém me tira daqui!”

Como não havia maneira de abrir a porta, Pelluria desistiu dela. E com medo de que a coelha maluca
pudesse estar vindo de novo para investida tão constrangedora quanto a ultima, virou-se rapidamente e grudou
suas costas na parede.

Na cama, a outra tinha os dedos espremidos dentro da calcinha, onde executavam um movimento dos mais
obscenos, a toda velocidade, o paninho apertado entre as virilhas dela esticando e repuxando; fazia isto muito
quieta e concentrada, com a outra mão segurava o lençol e o torcia e logo passou a sacudir também a cintura,
movimentando a traseira num rápido vai e vem sobre o colchão, quase que dando pulinhos. De repente um
gemidinho escapou-lhe dos lábios.

“Pelo santo orifício de Sene, o que estás fazendo?!”

“Mmmm, por favor, não olha,” pedia a coelha. E fazia aquilo que descrevi acima de forma cada vez mais
intensa, já sacudia a cama, batia-a de encontro à parede. “Ai, que vergonha! Não consigo parar!”

“Ih, ela tá tocando uma...”

“Aaah, vira pro outro lado, por favor, elfinha! Mm, não posso me segurar! Ai, eu vou… Ai...”

A mulher-coelho caiu de costas sobre a cama e trouxe os pés para cima dela. Havia dobrado as pernas, isto
e o fato de ter perdido totalmente o decoro – tinha ela puxando a calcinha para o lado com uma das mãos para tirá-
la da frente do local que com tanto vigor massageava – fizeram minha tia cobrir o rosto de vergonha e exclamar:

“Pára com isso, coelha, pela deusa! Já vi mais do que pretendia!”

Pelluria não sabia como proceder, estava chocada com o espetáculo o qual era forçada a presenciar, pois
admito que mesmo com o rosto assim coberto, dava umas espiadinhas para ver até onde ia aquilo. E mesmo que
não visse, podia ouvir um ruidinho melequento, quase que um estalido que os dedos da outra produziam por sobre
a pele melecada.

“Aah, não consigo, não posso parar! Preciso chegar ao fim”

“Oh, Sene, que mata densa. Percebo que não acreditas em depilação, não é mesmo?”

“Só mais um pouco! Aaaah” A mulher-coelho mordia os lábios para evitar os gemidos, mas estes
escapavam-lhe do controle. Parecia genuinamente envergonhada, porém os dedos prosseguiam explorando o
corpo como se não obedecessem sua dona e, para mostrar que ela nada podia, penetravam-lhe os cantos mais
secretos. E, pelo visto, bem fundo. Entregou-se então a eles, seu único pensamento parecia ser terminar logo com
aquilo para livrar-se, senão da vergonha que sentia, daquela necessidade que a dominava. A este objetivo voltou
todos seus esforços, parecia querer mover-se mais rápido do que conseguia, contraía-se desajeitadamente e,
ofegante, terminou por abrir bem a boca para poder respirar.

“Sua coelha tarada! Que nojo!” dizia minha tia, olhando para um lado e para o outro e de novo para a
coelha para ver se já tinha terminado com aquilo, mas ela continuava sempre. “Onde já se viu fazer isso na frente
dos outros?”

“Só mais um pouquinho, ai, que gostoso, tá no finzinho! É agora! Estou... AAAAAAH! Uuui”

Com a musculatura das pernas contraída, a mulher-coelho manteve as coxas nas alturas e ficou estática,
seu corpo formando um arco por vários segundos. Por fim foi relaxando, deixou a cintura cair e repousar sobre a
cama. Os dedos saíram como se escorressem de onde estavam metidos, meio melados por um líquido claro como
saliva, e a calcinha voltou a tapar esse mesmo lugar; a respiração dela tornou-se mais calma, foi transformando-se
num ronco.

“Unnnnn.... rrnnc! Zzz... Rrnc!”


Vendo que não se movia mais a coelha, com exceção, para respirar, da barriga, a qual tinha não muito
saliente mas também não inexistente (pois apesar de atlética, aquela era uma coelha fofa), a elfa aproximou-se
com cuidado.

“Era só o que faltava, dormiu. Inacreditável! Nunca vi coisa dessas!”

Pelluria sentia pressão no ventre, precisava aliviar a bexiga, de forma que tentou tirar da mente o
acontecimento tão grotesco que presenciara e pôs-se em busca da chave do quarto. Mas quanto mais movia-se e
abaixava-se para olhar nos cantos e gavetas e armário e revirar as roupas da outra, pior tornava-se o incômodo.

Deparou-se então com a janela além da cama e pensou em sair por ali mesmo, para logo em seguida
recuperar sua preciosa espada e deixar também aquele vilarejo, pois pressentia que se prosseguissem acontecendo
eventos tão estranhos como os últimos, logo estaria em situação perigosa. A sorte fizera com que, entre outros
sucessos menores, tivesse bolinhas nas nádegas, levasse uma pancada na cabeça com uma caneca, tivesse seu
dinheiro roubado (o fato de ter ela própria roubado grande parte desse dinheiro de viajantes era só um detalhe
menor), e agora a colocava de encontro a uma mulher-coelho assanhada que fazia o que acabara de fazer.

No momento em que Pelluria apoiava-se na cama para subir nela e alcançar a janela, um brilho atingiu-a
nos olhos: algum objeto entre os seios da mulher-coelho refletia a luz do sol. Movida pela curiosidade – ou melhor
seria dizer pela ganância? – minha tia pegou a correntinha que envolvia o pescoço da outra e puxou. Mas o que
quer que houvesse no fim dela, não saía do meio daqueles tão fartos seios, pois apesar de parecerem apenas
esparramados sobre o corpo, eram firmes e os braços da mulher faziam com que estivessem espremidos um contra
o outro.

“Ih, quanta teta. Parece uma bunda.”

Nossa elfa certificou-se de que a coelha realmente dormia e, cada qual com uma mão, afastou-lhe as
esferas, revelando no espaço entre elas uma jóia de um azul claro como o céu, arredondada. E era exatamente um
pendente, jóia ou item deste gênero que tinha esperança de encontrar ali.

“Oh, pegaste meu ouro, coelha quirômana, mas eu levo tua jóia e assim podemos nos dar por empatadas.”

Pelluria arrancou dali a jóia, mas antes que pudesse fazer qualquer outro movimento, ouviu uma forte
batida na porta. Lá de fora veio a voz do taberneiro:

“Elfa, abre este quarto!”

Minha tia tirou a mão que ainda tinha sobre uma das grandes esferas que formavam o busto da coelha e
esta foi chocar-se com a outra feito elástico; colocou o pingente no próprio pescoço. “O que foi que houve?”
perguntou, aproximando-se da porta. Ouviu outras pessoas falarem com o taberneiro, algo acontecia, e apertou
uma coxa contra a outra para segurar a vontade de fazer xixi.

Lá fora a capitã Artemísia, ela e três soldados, acompanhavam o taberneiro. Este, seguindo instruções,
finalmente disse:

“Está na hora de pagar a conta!”

“Oh, claro, claro! É que estou nua, vou me vestir e já abro,” mentiu Pelluria, pois mesmo que não
desconfiasse daquilo, não tinha mais ouro com que pagar conta alguma e menos ainda chave com que abrir a
fechadura trancada. Aliás, não tinha mais nem maçaneta a porta.

Subiu na cama e a coelha ali deitada estava despertando.

“Mmmmmm... elfinha, decidiste acompanhar a celhinha, não foi? Vem cá, vamos fazer amor gostoso!”
A mulher-coelho roçava entre os dedos os botões rosados que eram os seus mamilos. “Não precisas ficar com
vergonha, podes mexer na coelhinha à vontade! Eu sei que estavas me apalpando aqui!”

“Ih, nem inventa, coelha coladora de feno! Tô indo embora daqui, tchau!”
Ignorando os apelos da coelha e metendo um dos pés entre suas tetas, Pelluria saltou pela janela e logo
estava na rua de trás da estalagem, sob a sombra da Cerejeira Sagrada. Não via ninguém nos arredores e, após
procurar um pouco, nem nas ruas mais distantes. Dali aos muros tudo estava quieto e deserto, pensou que por
ainda ser muito cedo.

Foi aproximando-se então daquele tronco grosso e alto da cerejeira e por ignorar tratar-se de uma árvore
diferente de qualquer outra, escondeu-se ali atrás, local que pareceu-lhe bem protegido para o que tinha que fazer
e que já não podia mais segurar. Ajoelhou-se sobre os pequenos arbustos que lá estavam e pôs-se a levantar a saia
até as bordas desta estarem em volta da sua cintura, quase que tremendo de impaciência.

“Aaaaaaaaaahque alívio!” gemeu e se estivessemos perto dela ouviriamos um ruído muito parecido
com o de água caindo no chão. “Acho que bebi demais ontem! Pensei que fosse explodir.”

Por fim catou algumas folhas secas.

“Mmm, pronto, estou bem melhor agora! Mm?”

No momento tão particular em que fazia uso das folhinhas, percebeu alguns murmúrios, os quais não
pareciam muito distantes; detendo-se, procurou ao redor com medo de ser vista acocorada ali, mas não havia
ninguém. Ou pelo menos assim pensou, já respirando aliviada, quando...

“Herege!” ouviu um grito e virou-se novamente para trás, já bastante assustada. Ergueu o rosto e nas
sacadas de uma construção, nada mais do que o Templo da Cerejeira Sagrada ali adiante, viu muitas dezenas de
pessoas amontoadas, todos olhando estupefatos para ela. Estavam adorando a árvore quando a elfa chegou e, sem
que ela notasse, pois estivera de costas para eles, lá de cima haviam visto tudo, embora ainda não pudessem crer.

Pelluria ficou com o rosto vermelho, soltou imediatamente a saia, queria sumir. Na verdade talvez
houvesse uma centena deles ali. Mas minha heróica tia ainda não tinha noção de que havia feito algo muito pior
do que simplesmente atentar contra o decoro neste episódio tão desastrado de sua biografia.

“A herege urinou na Cerejeira Sagrada!”

Os fiéis passavam da perplexidade à raiva, os gritos avolumavam-se e muitos queriam jogar-se lá de cima
– alguns dos que encontravam-se no segundo andar realmente o fizeram – enquanto outros corriam para as
escadas.

“Morte à herege! Morte!”

Com o coração vindo à boca, Pelluria correu o mais depressa que pôde, a turba encolerizada e cada vez
maior vindo em seu encalço pela rua central do vilarejo, os fiéis munindo-se com pedras e pedaços de madeira, e
os que possuíam armas – pois estavam muitos soldados entre eles – já as tinham em mãos, prontos que estavam
para picar-lhe o corpo pela terrível afronta cometida.

Tendo visto seu símbolo sagrado recebendo tratamento tão desrespeitoso, os habitantes do povoado
imaginavam qual punição divina viria: fome, peste, guerra, uma invasão de lâmias ou todas juntas, pois o vilarejo
não prosperaria se a cerejeira fosse desonrada, era o que diziam sempre os sacerdotes, e profaná-la poderia trazer a
destruição de tudo. Portanto, nas mentes daqueles homens e mulheres furiosos, era como se minha tia já tivesse
ateado fogo a tudo, e agora não descansariam até a causadora da desgraça pagar com a própria vida.

Para piorar ainda mais a situação de Pelluria, os portões do vilarejo ainda não haviam sido abertos, pois
isso só acontecia depois da cerimônia sagrada, e é bem possível que nem fossem ser abertos durante o tal
conclave, de modo que estava presa ali dentro com todas aquelas pessoas dispostas à matá-la e não podeis
imaginar o desespero dela, grande o suficiente para fazer-lhe esquecer a perda do ouro e da espada e toda a má-
sorte que acometera-lhe desde sua chegada.

Nisso, enquanto minha tia corria apavorada, a capitã Artemísia cansava-se de esperar pelo retorno do dono
da estalagem, o qual fora buscar a chave-mestra com que poderiam entrar no quarto ela e seus soldados:

“Derrubai a porta, pois não temos tempo a perder!” ordenou a capitã e em seguida dois dos homens
arrebentaram com alguns chutes a frágil madeira. Logo estavam lá dentro. Porém, levaram alguns segundos para
assimilar a cena tão inesperada com que se depararam:

A mulher-coelho, ainda nua, estava de joelhos em frente à cama, com sua espada nas mãos. Mas a
segurava pela bainha e não pela empunhadura, pois esta tinha apontada para o baixo ventre e a trazia presa, ou o
mais correto talvez fosse dizer inserida entre as pernas, as quais tinha afastadas apenas o suficiente para ali
receber o extremo da arma. E exatamente dali, em contato com as partes cuja vista deveria cobrir a honestidade,
partia ereta a espada.

A coelha enfiava e socava o cabo da arma entre uns lábios muito do salientes e molhados que deveriam
estar ocultos na calcinha se não estivese a mesma de novo repuxada para um lado e o fazia com tanta vontade que
todo aquele volume cilíndrico parecia perder-se entre os mesmos; a ponta da espada e também as dos seios da
mulher-coelho giravam no ar impulsionadas pelos movimentos repetidos de estocada que ela fazia com seus
largos (porém arrebitados, não sejamos injustos) assentos.

“Esta é a elfa?” perguntou um dos homens, o primeiro que conseguiu falar. “Ela está armada!” exclamou
ou mais perguntou tentando entender o que via.

“Isso não é uma elfa, é uma... uma coelha!” disse a capitã. “E ela está... está...!”

Quando viu-se cercada pelos soldados, sendo pega em ato tão vexatório, a coelha apenas fechou os olhos
e, como se estivesse possessa, começou a mover-se com ainda maior rapidez: não conseguia parar, saltitava
montada sobre o cabo da espada como se fosse esta a única forma de pôr fim ao seu tormento.

“Aaaaah, por favor, não olhem para mim! Nmm! Eu não consigo me segurar!”

“Solta a arma!” mandou a capitã, na falta de algo melhor para dizer. “Estás presa em nome do duque de
Orqushire!”

“Mmm, ué, por quê? O que foi que eu fiz?”

“Atentado ao pudor!”

“Mas estou no meu quarto! Ai, deixa-me terminar, dai-me privacidade! Minha nossa, o que é isso, não
posso mais parar, que vergonha...”

“Cala-te e desiste da tua montaria obscena, eu mando aqui!”

“Ooooh, tá vindo, tá vindo, ai, aah! Aaaaiii... Finalmente!”

A coelha voltou a abrir os olhos e seu corpo sossegou; deixou as nádegas caírem e sentou-se no chão,
aparentando estar exausta. O suor escorria de sua testa e por entre as... bem, talvez não fosse suor entre as coxas,
mas deixemos de lado esta parte.

“Ff... ff... ai, que vexame.”

“Desarmai a mulher!” gritou a capitã para os homens e depois voltou-se para a coelha nua: “Como
entraste aqui com essa espada? Onde está a elfa?”

“Ooooh, espera aí, não sei de nada. Deixa eu me recuperar, não vês que estou acabada?”

Quando dois dos guardas estavam a poucos passos dela, um de cada lado, a mulher-coelho levantou-se de
um salto extremamente rápido e, antes mesmo de completá-lo, fez com que a espada girasse ainda embainhada e
acertasse um deles no nariz. Nem deu tempo para que o outro ouvisse o som da pancada, que foi bem forte, e
como se continuasse o mesmo movimento, fez a arma voltar, sua ponta vindo a enfiar-se no pescoço dele. Não
fosse a bainha, a lâmina o teria atravessado e estaria morto em vez de apenas sufocado e desequilibrado.

Sem dar tempo para que o soldado voltasse a si, a coelha ergueu o joelho e com ele atingiu o rosto do
homem (recebi alguns olhares de suspeita ao narrar esta parte em outra ocasião, mas sabei que, em primeiro lugar,
era bastante atlética a coelhinha, como já foi dito, e depois lembrai que o homem estava caindo enquanto subia o
joelho dela), ao mesmo tempo em que tirava uma das mãos da espada e com o cotovelo atingia na cabeça o que
estava do outro lado. Em poucos segundos os homens já haviam parado no chão, loucos de dor.

Na entrada do quarto, bloqueando a saída, estava o soldado restante, e ao seu lado a capitã, esta com a sua
própria espada nas mãos.

“Não vos quero machucar! Deixai-me ir,” alertou a coelha. Daí olhou para baixo, fez expressão surpresa e
puxou a calcinha para o lado para ela voltar a cobrir-lhe o íntimo.

“Estás louca?” a capitã disse com raiva. “Com quem pensas que estás falando?”

“Por favor, deixai-me ou arrependerei-vos! Sou uma guerreira muito poderosa!” disse a mulher-coelho,
segurando sua arma com as duas mãos, o peito descoberto balançando com a respiração ofegante dela.

“Entrega a espada ou eu mesma te mato, coelha!”

“Mm, tá bom. Pega!”

Meloine jogou a espada em direção à capitã, ela pegou a arma em pleno ar, fechou sua mão direita no
cabo, mas este parecia ter sido banhado em óleo, os dedos deslizavam por ele. Artemísia aproximou a vista para
ver o que era aquele líquido pegajoso.

“Hm? O que é isso? OH Que nojo!” Soltou rapidamente a espada ao lembrar-se de onde a estivera
metendo a coelha, em seguida foi esfregar a mão no corpete para limpá-la. “Sua porca!” Antes que pudesse
perceber algo mais, vinha o outro soldado em sua direção, havia sido empurrado contra ela pela coelha. Esta
movia-se mais rápido do que qualquer outra pessoa que a capitã já tivesse visto, nos poucos instantes que
Artemísia gastou para desviar-se do soldado e voltar a equilibrar-se, já sumia Meloine pelo fim do corredor.

“Coelha vadia, vais me pagar!”

“Ih, tô peladona! Que vergonha!” A mulher-coelho cobriu-se com uma mão em cima e outra embaixo ao
deparar-se com alguns dos poucos homens que estavam no salão principal da taverna. Enquanto voltavam-se
surpresos para vê-la, ela notou que lá na porta havia mais dois outros soldados e daí disparou em direção às
escadas que avistou num canto, subiu saltando os degraus de dois em dois e mudando a mão da frente para trás,
para cobrir agora sua traseira que era o que tinha ficado voltado para os homens.

“Atrás dela!” vinha a capitã de arma em punho, chamando os soldados.

Chegando no segundo andar da estalagem, a coelha constatou estar num corredor sem saída. Já podia
ouvir os passos dos perseguidores nas escadas. Como ali havia várias portas, ela entrou na primeira que conseguiu
abrir, fechando-a em seguida. Foi parar num quarto bem menor do que aquele em que se acordara e apoiou-se na
parede para descansar um pouco.

Havia uma janela no fundo e, no meio da sala, uns lençóis estendidos faziam uma cama improvisada onde
estava deitada uma mulher humana; estava tão vestida quanto a coelha só que – não sei se isso é pior ou melhor,
como já expliquei – sem a calcinha, e deitado ao seu lado dormia um orc em cuja pele esverdeada ela se apoiava.
Era Shavanah, a cortesã, havia despertado com o barulho da porta. E sua mão repousava sobre o que talvez fosse,
mesmo flácido, o maior pênis que a coelhinha já tinha visto. Bem, imagino que fosse, pois não sei quantos ja´tinha
visto e nem se já tinha visto algum. Tinha também a cor mais esquisita, que era verde como o orc todo.

“Mm? O que está acontecendo?” Shavanah abriu os olhos. “Quem és?”

“Ai, deixa eu descansar um pouco, espera aí.” A coelha pôs as mãos no abdome, respirava depressa.
“Estão me perseguindo!”

“Quem?” Shavanah levantou-se e foi pegar suas poucas vestes, que estavam jogadas num canto sobre um
banquinho.

“Os guardas! Os guardas! Ai, esse é o pior dia da minha vida, ainda não tive paz! E o pior de tudo é que
fica me vindo essa vontade esquisita de... Uh? O que é aquilo?”
A coelha apontou em direção aos lençóis.

“É um orc.”

“Nossa, mas é tão ♥ grande!”

Foi se aproximando e de repente seu cansaço parecia ter sumido.

“Não viste ele duro,” Shavanah disse, vestindo um saiote.

“Oooooh, fica maior ainda?”

Meloine ajoelhou-se ao lado do orc, que durante tudo isso parecia estar roncando.

“Infelizmente! Ei, o que estás fazendo?” A menina terminou de amarrar os panos que formavam sua saia e
viu que a coelha tinha acomodado as nádegas brancas sobre os joelhos do orc e já ia pondo as mãos onde não
devia. “Como podes pensar nisso no meio duma perseguição? Não disseste que…?”

“Normalmente eu não pensaria, mas não sei o que me deu, não posso evitar! Oh, mal posso segurá-lo, é
incrível. Tão roliço!”

“Incrível porque não foste tu a rebolar a noite toda montada nele.”

“Eu adoraria rebolar aqui um pouco!” Meloine escutou então batidas no corredor, as portas de outros
quartos se abriam. “Iiih, , são os guardas, estão procurando por mim! Logo agora! Se eu tivesse meus trajes,
poderia usar a arte da invisibilidade, mas pelada assim não tem condições! Por favor, me esconde, me esconde!”

“Onde? Tu és uma fugitiva? O que fizeste, afinal?”

“Sei lá!” A coelha andava pelo quarto procurando por uma saída, até que foi apoiar-se na janela. “Oh, tem
uma árvore aqui atrás! Talvez eu possa alcançá-la!”

“Mas está muito longe!”

“Ei, eu sou boa nisso, não te preocupes!” Meloine acocorou-se na beira da janela, com o que nem ouso
descrever o grau de exposição em que colocou sua traseira semi-nua. “Tenho que sair deste lugar e ver se dou um
jeito de descobrir o que está acontecendo comigo!”

“Vestida desse modo? Garota, essa é a calcinha mais safada que já vi.”

“Eu que não volto lá para pegar minhas roupas, tá cheio de soldados! Por favor, não contes pra eles que
me viste!”

Suas pernas fortes impulsionaram-na e e a coelha foi chocar-se de encontro a um dos galhos da Cerejeira
Sagrada, onde se segurou. Por azar, um cantinho da calcinha prendeu-se noutro galho e a pecinha foi
violentamente arrancada daquela traseira; foi tudo o que ficou da coelha para ser encontrado quando os guardas
invadiram o quarto, pois nisso já estava Meloine muitos andares acima, subia sem parar pelo tronco da árvore
como se estivesse acostumada a escaladas desse tipo. Sentou-se num galho bem próximo ao topo e tratou de
esconder-se da melhor maneira que pôde entre as folhas, abraçada ao tronco.

“Heheheh, nunca vão me achar aqui! Ih, tô rindo do que? Tô mais perdida que cobra cega! Onde fui me
meter dessa vez?”

“Onde está a coelha?” A capitã Artemísia revirava o interior de um armário que não continha mais que
uma vassoura e uns panos e umas teias de aranha. “Tu viste uma elfa, p******?” perguntou voltando-se para
Shavanah. O orc, deitado, fê-la desviar o olhar: fez uma careta ao avistar-lhe o membro. “Ou uma mulher nua com
orelhas e cauda de coelho?”

“Ei, cortesã, eu sou uma cortesã! Olha o respeito!”


Afastou Shavanah da janela e após uns instantes meteu a mão por ali, esticou-se e pegou a calcinha preta
pendurada na cerejeira. Nisso entrou outro soldado, veio correndo para chamar a capitã:

“Capitã, capitã, encontraram a elfa!”

“Oquê!? Onde está?”

“Está encurralada no norte do vilarejo e o povoado está prestes a matá-la!”

“Vou para lá, fica aqui e procura pela mulher-coelho!” disse Artemísia, jogando a calcinha para trás: caiu
lentamente e terminou repousando sobre o pênis do orc, onde parecia ainda menor do que era.

.*****.

.***.

.**.

Pelluria estava num beco em um dos cantos do vilarejo, grudada no muro. Quando notou que a ruela não
tinha saída, já era tarde demais. Tentou instintivamente subir no muro, mas suas mãos tremiam e quase não havia
onde segurar, de forma que acabou caindo sentada na areia. Então todos aqueles que perseguiam-na pararam de
correr, ficaram estáticos a poucos passos dela e puseram-se a mirá-la com intenção assassina. Não havia espaço
para entrar mais gente no lugar e nem para fugir, devia haver umas cem pessoas ali ou quase isso.

A elfa sentia um frio no estômago, tinha a sensação de já estar morta.

Uma pedra acertou-a no ombro e ela encolheu-se, cobriu o rosto cheio de lágrimas com os braços.

“Morte à herege!” alguém decidiu gritar para dar início ao fim.

Mas a capitã e alguns outros guardas vinham abrindo espaço pela multidão:

“Não vos atreveis a tocar na elfa! Ela está presa em nome do duque de Orqushire!”

Pegaram minha tia e levaram-na dali sob os protestos de todos. Porém, por mais que tentassem protegê-la,
não puderam evitar que arrancassem-lhe alguns cabelos e uns panos das roupas, entre outras pancadas que levou
pelo caminho.

A capitã jogou-a no interior de um posto de vigia por ser o local mais próximo e para que pudessem
afastar a multidão antes de transportá-la às masmorras do templo, onde queriam que chegasse viva e onde
deveriam estar o grão-duque e o cardeal para interrogá-la a respeito do paradeiro da esmeralda da duquesinha. E
por falar em jóias, vendo aquela azul que a elfa trazia pendurada no pescoço, que Pelluria tinha tomado da mulher-
coelho, a capitã tratou de apoderar-se dela.

“Não precisarás mais disso, tua vida não tem mais valor,” disse Artemísia, colocando o pingente no
interior do corpete e ocultando-o em local semelhante ao em que mantinha-o sua dona original, a coelha; bem,
semelhante mas menos volumoso, que seja. “Que espécie de loucura levou-te a cometer o disparate de urinar na
árvore sagrada, elfa burra?”

“Gulp! Eu não sabia que era sagrada! Eu não sabia!” Sentada num canto, Pelluria tremia assustada com os
gritos vindos lá de fora e exigindo que ela fosse entregue. De vez em quando sacudiam a porta. “Só queria dar
uma mijadinha! Vamos, deixai-me ir embora e nunca mais volto, eu prometo!”

“Pois bem, antes que te esmaguem a goela, terás que responder por outro crime.”

“Aaah? Esmagar a goela? Outro crime?”

“Sim, teu derradeiro encontro com a forca virá assim que confessares o roubo do convite e da jóia da
duquesinha!”

“Aaai, eu tô f*****, eu tô f*****!”


E a única maneira de tirar a elfa dali foi com a presença do grão-duque e do cardeal, que vieram buscá-la.
Mas enquanto isso ocorria, na torre da duquesinha, esta famosa nobre começava a despertar sob os insistentes
raios de sol (e não menos insistentes sacudidelas de sua serva). Lourdes-Maria, ajoelhada ao lado da cama, deu-
lhe um beijo na bochecha.

“Mmm? Lourdes? Por que estás vestida?”

Espreguiçou-se a duquesinha toda enrolada num amontoado de lençóis, só com as pernas para fora deles.

“Porque já é hora de sairmos da cama, senhora minha.”

“Tô com sono. Não gosto quando acordo e me deixas sozinha, sempre fazes isso.” Pegou a serva pelo
braço e puxou-a. “Tira a roupa e deita aqui, vamos dormir mais um pouco.”

“Não podemos, senhora, a cerimônia sagrada já começou, eu ouvi os sinos.” A serva foi até um canto e
pegou as roupas da senhora; disse: “Teu pai mandou que eu te levasse, vai ficar irritado se chegarmos atrasadas.
Ele já não me tem em muito alta estima, levanta se não queres que me mande embora!”

“Mm, tá bom, então me ajuda, me puxa.”

A Duquesinha deu as mãos para a menina e esta ajudou-a a sentar. Com expressão contrariada e os cabelos
espevitados, coçou um pouco os pelinhos dourados entre as pernas.

“Ei, aquela vadia da capitã trouxe a minha poção do amor, Lourdes?”

“Ai, ai. Sim, deixou ali fora.”

“Hehehe, mal posso esperar para experimentar. Vamos testá-la em meu primo assim que voltarmos do
templo!”

“Talvez eu devesse ingerir uma gota antes, para testar.”

“Mmm. Realmente?”

“Minha senhora teme que algo ruim possa acontecer?”

“Mmm...”

E enquanto preparavam-se as duas para ir ao templo, que encontrava-se deserto devido a confusão
provocada pela minha tia, lá no topo da árvore, bem acima das casas, despertava a coelha Meloine. Ali mesmo
havia dormido por mais alguns minutos, outro dos efeitos da poção afrodisíaca que estava em seu corpo e que
mais tarde no decorrer desta história saberemos como foi dentro dela parar.

“Ai, que perigo, podia ter caído daqui!” disse, desgrudando a bochecha do tronco. Umas marquinhas
rosadas tinham ficado-lhe na pele. “O que foi que fizeram com meus reflexos? E o pior, com meus pudores?
Sempre fui garota das mais tímidas. Terá sido tudo um sonho? Nesse caso ainda devo estar sonhando...”

A coelha sentiu então um desconforto e percebeu que era pelo modo como estava sentada: tinha uma perna
para cada lado de um rugoso galho. Há tanto tempo estivera ali montada que este galho parecia enterrado entre
suas nádegas: esparramavam-se e fechavam-se ao redor dele de tal forma que a madeira parecia brotar do centro
das duas.

“Ui, que galho duro. E grosso. Dá uma sensação tão... tão...♥ Oh, não! De novo! Não quero mais! Não
quero mais! O que está acontecendo comigo?”

Antes que Meloine pudesse notar, já estavam seus glúteos contraindo-se e seu íntimo abraçando o galho
como se ela não possuísse o controle de nada disso. Agarrou-se ao tronco da cerejeira com as mãos e joelhos para
dali não despencar e, com a parte de trás, começou a fazer obsceno vai e vem.

“Ai♥ Pelo menos aqui em cima ninguém vai me ver, dessa vez posso acabar tranqüila com isso!”
Ela cerrou os olhos e os movimentos tão fortes que executava faziam o galho balançar e a ponta dar-lhe
golpes um tanto quanto sonoros na traseira, o que de certo modo a estimulava ainda mais, pois uns tapinhas no
bumbum em momentos como este são um belo e correto incentivo, como não poderão deixar de reconhecer as
leitoras dessa história que forem sinceras. A ânsia da coelha por chegar ao fim de seu suplício era ainda mais forte
do que das outras vezes, a necessidade que sentia parecia cada vez mais prestes a ser satisfeita, de modo que não
ligava para os arranhões e golpes e nem pararia se a estivesse todo o vilarejo observando.

“Ah♥ que gostoso! Mais, mais, vamos, vamos, preciso...”

Ainda lá estava, profanando a Cerejeira Sagrada mais do que a profanara minha tia, e também com maior
entusiasmo, quando a duquesinha e sua serva chegaram ao quarto andar do templo.

“Onde estão todos, serva?” perguntava a nobre, apoiando-se na sacada. “Não disseste que estávamos as
duas atrasadas?”

“Ih, será que chegamos ainda mais tarde do que imaginei, senhora, de tal forma que já se foram todos?
Desse modo teu pai me manda para Daforos de vez.”

“Não é possível, Lourdes-Maria, o lugar está deserto como nunca.”

“Será que aconteceu algo?”

“Ei, acho que posso ver algumas pessoas vindo lá daquele lado.”

Foi nossa nobre apoiar-se no lado oposto da sacada para melhor enxergar e com os cantos dos olhos
percebeu algumas folhas caindo do topo da cerejeira. Desviou a atenção para a origem dessas folhas e notou o
balançar de um galho e algo mais: no esforço feito para alcançar seus objetivos não muito honrados, a mulher-
coelho havia deixado que as folhas descobrissem seu traseiro, e este, branco feito pérola, ia e vinha deslizando
pelo galho onde estava sentado como aríete empurrado por mil soldados. E o pior, a ponta do galho, fazendo fap,
fap e fap sem parar, continuava acertando-lhe a bunda a cada movimento, feito uma chibata.

Assim que recuperou as palavras, a duquesa indicou à serva aquela visão tão perturbadora: “Lourdes-
Maria, o que é aquilo?”

Entrando e saindo do meio das folhagens do topo da cerejeira, a traseira da coelhinha ocultava-se e
tornava a revelar-se o tempo todo, e tudo isso que lá de baixo via a duquesinha era sem dúvida o acontecimento
mais estranho com que ela já se havia deparado.

“Uh...? Parece... uma bunda, senhora.”

“Por Sene, que além de saliente esta tem um rabo de coelho! Mas o que é aquilo que está fazendo?”

E nisso, lá embaixo vinham quase todos os demais habitantes do vilarejo seguindo o grão-guque, o cardeal
e a capitã, que na frente levavam minha tia prisioneira. Alguns perceberam a duquesinha na sacada olhando tão
absorta para a cerejeira que puseram-se a procurar pelo que chamava a atenção dela na árvore. E assim cada vez
mais pessoas foram levantando os olhares, até que todos já estavam como que congelados assistindo à
abominação que a coelha fazia com o mais sagrado símbolo do vilarejo. Pelas expressões, parecia ter sido
arrancado o fígado de cada um deles.

“Oooh, tô quase tô quase Sim, siiiiimmm Aaaaah, como é bom, estou g... Hã?!”

E neste momento, não podendo mais suportar o castigo que aplicava-lhe o peso das salientes coxas da
mulher-coelho, partiu-se o galho onde Meloine estava sentada e ela caiu.
Todas as histórias são de responsabilidade de seus respectivos autores. Não nos responsabilizamos pelo
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