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Elfa - Volume I

Autor(es): elfman

Sinopse
Aventuras espadas & calcinhas com um grupo de matadoras de monstros e caçadoras de tesouros que inclui uma
elfa, uma fada, uma coelhinha ninja e uma humana com a bunda gordinha.

Notas da história
* Escrito com o objetivo de sacanear todos os clichês de mangás, animes, rpgs e histórias de fantasia que
existem, nada se salva e todo elemento possível de se imaginar nesse tipo de história acaba aparecendo uma hora.

* A princípio pode não parecer, mas é uma história bastante complexa e com dezenas de personagens e elas
passam por algumas aventuras bastante pornográficas de vez em quando, então leia por sua conta e risco.

* Não leia a sério.

(Cap. 1) A Taverna no Coração de Cereste


a história de

Pelluria Elsewyr,

a elfa da madeira

conforme foi

lida por sua neta,

Organa Elsewyr

há 7 anos na Cidade de Cereste

no Vale da Madeira

contendo as aventuras tão

pornográficas quanto verdadeiras de um

grupo de matadoras de monstros


pelas províncias do Império

e além do Continente

originalmente publicada em

cinco volumes

impressos na cidade de Arai

*****

***

volume I

contendo um prólogo e os primeiros catorze capítulos

desta história, que tratam do modo como nossas heroínas

se encontraram e de suas primeiras aventuras

além de diversas outras histórias mais antigas

do passado deste continente

*****

***

Prólogo - A Taverna no Coração de Cereste

Ambas recém haviam começado, a noite e a chuva. Eram velhas amigas, como se sabe, e era o glfmnorl’t,
a época em que os dias escuros de vento se tornavam mais freqüentes que os de sol. Neste período a atividade no
porto de Cereste era praticamente nula, somente corsários desesperados se aventuravam ao mar e na famosa
taverna o comum seriam apenas uns poucos viajantes incautos e, quando muito, alguns bárbaros que não
conseguiam permanecer longe do vinho e do jogo de pedras. As tochas e archotes não se mantinham acesos por
muito tempo nas ruas, a cidade ficava triste e vazia: “Uma estação boa para deixar o lugar fechado e sair em busca
de terras mais quentes,” disse-me há quinze anos aquele que era o taberneiro. Mas este homem já morreu e,
embora às vezes eu tenha saudade de meu amigo, ele nada tem a ver com esta história. Não poucos realmente
seguiam-lhe a sugestão, por não conseguirem acumular suficientes provisões durante o verão, e Cereste hibernava
no glfmnorl't.
Naquela noite de que estamos falando encontravam-se na taverna membros de uma caravana de
comerciantes que se dirigia ao centro do Continente, mas a maioria possuía ornamentos ricos demais para meros
comerciantes e algumas das mulheres ostentavam trajes que lembravam-me a ordem das Diáfanas, de modo que
nunca soube realmente donde vinham. Haviam contratado um grupo de conhecidos bárbaros habitantes dos
montes locais – os Tarrais – para escoltá-los e passavam por perto da cidade quando a formação escura começou a
se revelar nos céus, e agora empregados e empregadores ocupavam o salão principal do estabelecimento.

O cozinheiro, dormindo até há pouco, não podia acreditar, mas a casa estava mesmo cheia pela primeira
vez nos ultimos vinte dias. Claro, cheia para uma época como aquela, afinal os salões secundários permaneciam
trancados e empoeirados e o número total de pessoas ali não chegava a trinta, contando-se, além dos bárbaros e
comerciantes já mencionados, com a presença de três guerreiros atraídos de outras terras pelo alistamento no
exército real.

O taberneiro somava discretamente o ouro tentando esquecer-se de que havia dispensado as damas. Estas,
responsáveis por grande parte da fama do local e capazes de triplicar lucros, haviam ido trabalhar em Trajudores
durante o período de fraco movimento. “Que impressão ficará marcada nos visitantes da mais aclamada taverna do
oeste do continente? Aposentos sujos, pouca comida e nenhuma diversão!” discursava ao empurrar sua própria
esposa para dentro de um quarto e entregar-lhe o esfregão. “E esse maldito bardo afeminado! Se não fosse meu
sobrinho...”

O bardo Luciran era o único restante na estalagem, porém havia acordado rouco e indisposto, quase se
recusava a apenas tocar sua harpa para a platéia. Só depois de muitas ameaças conseguiu o taberneiro colocá-lo
sobre um banco de pedra num dos cantos do salão.

Passavam as horas, o vento frio passava cada vez mais intenso pelas frestas na madeira das paredes e
portas, alguns relâmpagos de tempos em tempos ajudavam as tochas em sua tarefa de clarear o ambiente mal
iluminado. Os viajantes terminavam de comer e o taberneiro se desdobrava servindo as mesas, colocando panos
nos cantos das janelas para impedir a entrada da água e dando tapas no pescoço do bardo para lembrá-lo de que os
trovões estavam mais altos do que sua música.

No meio daquela confusão, pois tudo parece confuso debaixo de vendaval e tempestade, uma batida se fez
ouvir na porta principal. De início parecia ser apenas mais um galho de árvore arrastado pelo vento, mas depois
uma voz estridente veio lá de fora gritando maldições e vulgaridades sobre a deusa Sene que tirariam do sério o
mais controlado e nobre dos sacerdotes, tamanhas as heresias. As batidas dirigiram-se até as janelas e a voz
feminina exigiu, entre outros impropérios, que as portas fossem abertas para que pudesse entrar.

“Mais um viajante é tudo o que precisamos agora,” o taberneiro suspirou enquanto abria a porta com
cuidado para não ser surpreendido pelo vento. Junto com a água empurrada pelo ar ensandecido, entrou uma
mulher coberta por um capuz e por alguns panos molhados. O seu nome um tanto esdrúxulo era Organa Elsewyr;
ela logo explicou tratar-se de uma homenagem feita por sua mãe ao sentimento que percorrera-lhe o corpo no
momento em que a recém chegada fora concebida. Nunca havia estado em Cereste antes, mas sua passagem pela
taverna viria a tornar-se memorável para o taberneiro e para os viajantes ali refugiados.

Organa era uma elfa da madeira – ou meio-elfa, isto nunca ficou muito claro – que havia escapado do
massacre de seu vilarejo, o qual contava ter sido praticado por um bando de nigromantes ou algo parecido bem no
dia do seu casamento. Ninguém nunca soube realmente de onde vinha e nem se o sucedido em sua vila era
verdadeiro, a única certeza que ficava sobre ela era a de sua rapidez com as palavras, pois falava mais do que
explicava e tinha facilidade em mudar o sentido de tudo o que dizia.

Após umas poucas canecas de vinho, a elfa tirou a maioria de suas roupas molhadas, sentou-se próxima ao
fogo e ao bardo, e com o corpo magro, claro e não muito atraente descoberto, revelou-se uma contadora de
histórias. Era apenas um de seus talentos. Era ladra declarada, “mas que veio até Cereste para gastar seu ouro e
não para roubar,” consertou tentando trazer tranqüilidade aos comerciantes. Estes, mesmo assim, passaram a
vigiar desconfiados suas riquezas.

Letrada, Organa trazia em uma bolsa presa à cintura vários rolos e pergaminhos de couro e de outros
materiais preenchidos com símbolos e ideogramas de origem élfica conhecidos apenas pelos estudiosos. Tais
escritos ela revelou conterem seus diários, bem como o registro de uma aventura vivida por sua tia-avó muitos
anos atrás. “Como se sabe, elfos têm grande longevidade, e assim na história estão descritas criaturas, seres e
locais que já não são mais vistos nestes dias,” explicou. Ou coisas que nunca existiram e ela mesma inventara,
quem pode ter certeza? Afinal, pelos cálculos de alguns, por certos acontecimentos e localidades mencionados na
história, a mesma não poderia ter acontecido há mais de duas décadas, embora outros tenham apontado certas
contradições no que diz respeito às partes em que figuras históricas são mencionadas, mas não creio que nada
dessas coisas sejam tão importantes.

Acompanhada pelos acordes de um bardo cada vez mais entusiasmado, ela começou a contar ainda
naquela noite tal história, a qual estendeu-se por todo madrugada e depois continuou na noite seguinte, na próxima
noite e por mais umas quantas outras. Alguns dos presentes retardaram suas viagens para ouvi-la terminar, outros
aguardaram uns dias a mais do que pretendiam apenas para dividirem com ela suas camas. Naquelas noites frias
Organa deitou com quase todos os hóspedes da estalagem, se não com todos. Seus gritos desaforados e geralmente
falsos ecoavam na cabeça dos comerciantes, impedindo-os de perceber a falta de algumas moedas e jóias menores
dentre outros de seus itens. Em troca de uma gratificação do taberneiro, acabou por seduzir também o bardo; a
partir daquele momento, ao menos assim esperava o seu tio, o músico deixaria de ser reconhecido pela desastrosa
fama que possuía na cidade.

Organa continuou bebendo sem parar durante sua história e não se podia reconhecer o momento em que
estivesse embriagada; afirmava ser sua resistência à bebida tão grande quanto suas orelhas compridas, pontudas e
cheias de brincos. Quando perguntavam, respondia que se dirigia ao centro do continente em busca de aventura,
mas poderia em verdade ser na busca de um lugar onde não a estivessem esperando com uma ordem de prisão.
Desta forma, a elfa pequena e letrada, que falava mais sobre suas histórias do que sobre ela própria, e que veio
num dia escuro e chuvoso, tornou-se mais uma parte da memória da Taverna no Coração de Cereste. E quanto à
história que contou, como já foi dito, poderia ser verdadeira ou não; poderia também ter partes legítimas e outras
acrescentadas por ela mesma, tão parecida era Organa com a protagonista, fora que como depois explicou, umas
partes contendo episódios que não aconteceram diretamente com sua tia foram escritas ou acrescentados por
algumas das outras heroínas que aparecem na narrativa.

“Esta história começa,” escutaram todos enquanto chovia forte, “no interior acolchoado e elegante de uma
carruagem…”

Todas as histórias são de responsabilidade de seus respectivos autores. Não nos responsabilizamos pelo
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