I'm in Love With The Villainess Vol. 2 - Compressed

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Índice
Inserções de cores
Folha de rosto
Direitos autorais e créditos
Página de Índice
Capítulo 4: As Escalas do Amor
Capítulo 5: Férias escolares
Capítulo 6: O Segredo de Yu
Capítulo 7: O Palácio
Capítulo Final: Revolução
Epílogo
Capítulo Bônus: Maldições e Amuletos de Boa Sorte
Posfácio
Boletim de Notícias
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Capítulo 4:
As escalas do amor
“DESCULPE- ME. Você está tentando deixar minha pele queimar no sol? Segure o
guarda-sol em linha reta.”
Foi Claire quem disse isso mal-humorada, andando ao meu lado em uma noite de
verão. Estava começando a escurecer, mas o sol quente ainda batia em nós enquanto
voltávamos para os dormitórios, tendo terminado nossos deveres diários para os Cavaleiros da
Academia.
“Oh, eu sinto muito, Srta. Claire. Eu estava tão ocupado olhando para você, eu perdi
controle da minha mão,” eu disse enquanto me esforçava para consertar o guarda-sol.
Eu não poderia deixar a pele de porcelana de Claire sustentar uma única mancha. Eles nem
sequer tinham bons cremes para clarear a pele neste mundo.
"Eu não tenho ideia do que você está falando, mas você se importaria de fazer o seu
trabalho?"
"Eu sinto muito."
"Hmph..." Claire virou a cabeça bruscamente com um bufo. Ela era adorável quando
olhava carrancuda. Eu esperava que ela lançasse palavras mais duras em minha direção, mas
ela não estava sendo ela mesma ultimamente. Perder Lene tinha cobrado seu preço.
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
"Assim que as aulas acabarem, que tal eu fazer algo doce para você?"
“Por que isso, de repente? Não há necessidade disso.”
“Até o crème brûlée que você ama?”
“Essa é a receita que você deu para Lene, certo?” Claire disse com uma voz triste.
Ah. Aqui eu estava tentando fazê-la se sentir melhor e acabei fazendo exatamente o oposto. Isso
não funcionaria.
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
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“Vamos, queixo para cima.”
“Estou perfeitamente bem.” Ficou claro que Claire estava fazendo cara de corajosa, mas eu
não conseguia pensar em uma boa maneira de consolá-la.
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
"Posso te abraçar?"
"O que?!"
Oh céus. Ficando em branco em outras ideias, meu cérebro foi direto

aos meus próprios desejos simples e mundanos.
“Claro que você não pode. Que tipo de servo pede um abraço ao seu mestre?”
“Um? Esse tipo?"
“Não se faça de bobo comigo!” Como o forro prateado de uma nuvem escura, ficar com
raiva de mim parecia melhorar o humor de Claire. Este era um momento tão bom quanto qualquer outro
para dizê-lo.
"Senhorita Claire."
“Essa é a quarta vez que você diz isso. O que é isso?"
"Gosto de você."
"Sim Sim. E eu odeio você." Ela atirou em mim de uma vez.
"Isso é estranho. Achei que meu timing foi perfeito.”
“Perfeito para quê?!”
“Ah, você quer que eu diga? Senhorita Claire, você tem uma mente tão suja.
"Você começou isso!"
Foi perfeito. Ela estava se aquecendo para mim.
Acompanhei Claire até o dormitório dela, destranquei a porta e entrei.

Enquanto desempacotava e guardava suas coisas, notei algo na bandeja de cartas. Inspecionar e
separar a correspondência era outra de minhas tarefas como criada dela, e reconheci o selo de cera.
Era a primeira vez que eu a via desde que fui transportada para este mundo, mas joguei Revolution o
suficiente para adivinhar o conteúdo da carta, muito menos o remetente.

Ela estava vindo.
"Senhorita Claire, você tem uma carta."

“De quem é?”
“Manaria Sousse.”
"Irmã?!" Claire caminhou rapidamente até mim e pegou a carta, os olhos fixos no
endereço de envio. “Por favor, abra.”
"Sim senhorita." Peguei o envelope dela e cuidadosamente o abri com um abridor

de cartas prateado. O conteúdo era um único pedaço de papel. Eu o entreguei para Claire.
Ela leu em silêncio, mas um olhar feliz tomou conta de seu rosto. Claire ansiava
profundamente por essa pessoa que ela chamava de “irmã”. Quanto a quem era Manaria,
você verá em breve.
"Senhorita Claire, vamos para o refeitório?" Eu perguntei.
"Vá em frente. Eu me juntarei a você depois de ler esta carta.”
“Nesse caso, eu vou esperar também.”
Claire não respondeu, perdida no conteúdo da carta. Era como se ela estivesse
lendo uma mensagem há muito esperada de seu namorado. Algo desagradável subiu em
meu peito.
“Minha irmã... Ela veio para a Academia,” Claire finalmente murmurou em um tom
febril, finalmente terminou de ler.
Incapaz de ficar calado, eu disse: “Sua irmã é essa Manaria?”
"Isso mesmo. Ela é a primeira princesa do reino de Sousse. Eu a admiro muito.”
"Ei..."
“Parece que ela está em intercâmbio com o Reino Bauer e se matriculou

aqui. A carta era um pedido de desculpas por esperar tanto tempo para entrar em contato comigo.”
"Oh, é assim?"
“Sua voz soa excessivamente monótona, ou ouso dizer, até mesmo

insatisfeita?”
"Deve ser sua imaginação, Srta. Claire." Meu único desejo era para

Claire para ser feliz. Eu sabia, racionalmente, que não importava com quem ela se importava, mas
meu coração não era racional. “Vamos para o refeitório?”
"Sim, vamos... Mas meu coração está tão cheio agora, acho que não vou conseguir comer
muito."
"Oh, é assim? Vamos rápido.”
"Veja, você está insatisfeito, não é?"
"Huh? Não?" Eu não me importo nem um pouco.
“Será que você está com ciúmes?”

"Sim."
“Uma resposta tão rápida!”
Quero dizer... "Eu já lhe disse que anseio por você, não disse, Srta. Claire?"
“Estou cansado de você repetir essa piada.”
“Como posso convencê-lo de que estou falando sério?”
“Impossível... Mas, bem...” Claire se interrompeu e então abriu um sorriso malicioso. “Você
colocaria uma oferenda da Flor da Flora na balança?
Isso provaria para mim que seus sentimentos são verdadeiros.
Este foi um show incomum de romantismo, vindo dela.

“Você quer dizer Poesie Amour?”
“Ah, você sabe disso?”
Poesie Amour era uma lenda antiga no Reino Bauer. A história era assim: Dois homens, um
alto e outro baixo, disputavam o amor de uma sacerdotisa. Cada um ocupava uma posição de poder
no reino e, ao negligenciar seus deveres para travar essa rivalidade romântica, a terra e seu povo
sofreram.
A sacerdotisa orou a seu deus para que os homens acabassem com sua rixa, e o deus a presenteou
com uma balança, dizendo: “Coloque suas oferendas nesta balança.
Você se casará com quem a balança pesar a favor.”
Com base na direção da balança inclinada, a donzela se casou com o homem mais baixo.
O homem alto, de coração partido, tornou-se um grande rei. Claire tinha acabado de recitar as
linhas que a donzela disse aos homens enquanto os apresentava com a Escala de Deus.
"Você gosta dessas histórias também, Srta. Claire?"

“Eu não gosto deles. Mas não sou romântico.” E, no entanto, os passos de Claire eram
mais leves do que o normal, talvez impulsionados pela boa notícia de que Manaria tinha vindo
para a Academia.
“Também não desgosto de histórias de amor, mas não sou fã de Poesie Amour.”
"Oh? Por que é que?" Era tão fofo quando ela inclinava a cabeça para o lado assim.
“Eu simplesmente não vejo por que a donzela não escolheu um deles no primeiro
Lugar, colocar. Para fazê-los brigar assim... Ela é o pior tipo de vilã.
"Isso definitivamente não é verdade." Claire franziu a testa para mim como se eu fosse ignorante.
“A donzela foi certamente incapaz de escolher. Quando você está realmente apaixonado, não
pode ser fácil decidir quem recebe o quanto do seu amor.”
Suas palavras eram tão jovens e tão ingênuas.
“Eu nem sei o quanto eu amo, muito menos quem. Eu quase desejo que alguém
me diga,” Claire continuou, ficando mais poética com cada palavra. Claro, ela era bem lida em
tais coisas.
"Senhorita Claire."
“Quantas vezes você vai dizer isso hoje?”
Apesar de sua clara exasperação, Claire sempre respondia quando eu dizia o nome
dela. Então respondi: “Estou com fome”, contando-lhe com franqueza e sinceridade o que
estava sentindo.
"Você é apenas - tão -!" O rosto de Claire ficou vermelho como uma lagosta cozida por
um momento antes dela cair os ombros em decepção. “Bem, acho que não posso esperar que
alguém que ridicularize o amor entenda tal nuance.”
Ela saltou para fora do quarto.
“Mas eu não estou brincando...” eu murmurei para mim mesma enquanto a seguia.
***
“Meu nome é Manaria Sousse. É um prazer conhecer todos vocês”, disse Manaria com
um sorriso eloquente.
Por alguma razão, a Academia tinha uma sala de aula uma hora antes

as aulas começavam todos os dias, assim como as escolas japonesas. Manaria, agora frequentando
como estudante de intercâmbio, parou diante da classe e se apresentou – também como em uma escola
japonesa. Seu cabelo loiro platinado estava cortado curto em um estilo de menino, e ela tinha toda a
atenção não apenas dos meninos, mas de todas as meninas.
também.
Claire, que estava sentada ao meu lado, tinha um olhar orgulhoso em seu rosto. Seu nariz estava
praticamente se contorcendo.
“Como a maioria de vocês provavelmente sabe, Lady Manaria é a Primeira Princesa

Herdeira do Reino de Sousse. Tenha em mente que-"
"Senhor. Torrid, isso não será necessário,” Manaria interrompeu. “Este não é o Reino de
Sousse. Neste país, sou apenas mais um estudante. Por favor, me trate como faria com qualquer outra
pessoa. Pessoal, espero que nos tornemos amigos.”
Ela se curvou dramaticamente, colocando a mão no peito e curvando-se

a cintura. Quando ela levantou a cabeça, ela deu outro sorriso refrescante. Eu quase podia ver o
fundo florido do mangá shoujo atrás dela.
“Brava, irmã,” Claire disse, corando – exatamente como eu esperava que ela fizesse.
“Isso é muito gracioso, Lady Manaria. Mas não podemos tratar a Primeira Princesa Herdeira de
Sousse como uma estudante comum.” O Sr. Torrid parecia inseguro sobre o que fazer. Embora tivesse
recebido seu próprio título de nobreza, ele vinha de raízes plebeias e estava visivelmente hesitante em
abandonar todas as formalidades na presença da realeza.
“'Primeira Princesa Herdeira' é um título sem sentido. Eu fiz parte de uma batalha pela sucessão
que resultou essencialmente na minha demissão”, disse Manaria.
Como ela ainda estava sorrindo, o Sr. Torrid e os outros alunos levaram algum tempo para processar
o significado daquelas palavras. “A história oficial é que estou estudando no exterior, mas a verdade é
que, para todos os efeitos, fui exilado.”
A sala de aula explodiu em tagarelice com esse resumo franco. eu esperava

Claire ficou abalada com essa notícia, mas ela não parecia nem um pouco chocada.
"Você sabia?"
"Sim. É de pouca importância, realmente.”
De acordo com Claire, ela frequentemente trocava cartas com Manaria e

já havia sido informada de que seria exilada sob o pretexto de estudar no exterior. Claire,
que admirava e adorava Manaria, sem dúvida achou isso ultrajante.
“Como você pode ver, eu não sou mais uma princesa. Mais uma vez, peço que você
todos me tratam como seu igual,” Manaria disse sem uma pitada de desespero em sua
voz. Ela ainda estava sorrindo com o maior charme, como se estivesse se divertindo
completamente.
“A-aham. Continuaremos a refletir sobre como tratar Lady Manaria.

Por enquanto, vamos retomar a aula,” Sr. Torrid disse, gesticulando para Manaria tomar seu
assento.
"Entendido, Sr. Torrid."
Manaria dirigiu-se a nós. Ela se sentou à esquerda de Claire, em frente

mim, e cumprimentou-a com um sorriso confiante.
“Ei, Claire. Já faz um tempo”, disse ela.
“Já faz muito tempo, irmã. Estou feliz em ver que você está bem.”
Claire sorriu de volta. “Eu não posso acreditar que o Reino de Sousse te deixaria de lado
em favor daquele imbecil.”
“Ha ha ha. Não diga isso. Afinal, eu era ilegítimo.”

"Mas-"
“Na verdade, estou bastante aliviado por escapar de todo o drama familiar. Agora
estou livre." Manaria sorriu inocentemente com a persistência de Claire. Ela parecia estar
sendo honesta.
"Muito bem. Se você diz isso, então não vou levar a questão adiante.”
"Obrigada. E quem é esse?" Manaria olhou curiosa para mim com seus olhos
castanhos.
“Ela é minha serva. Você, apresente-se.”
“Eu sou Rae Taylor, escrava da minha amada senhorita Claire. É um prazer
conhecê-lo."
"Um escravo?" Manaria riu, parecendo apreciar meu humor de mau gosto.
“Que bobagem é essa? Você é um servo — um servo!” Claire se esforçou

para me corrigir.

"Esse é um nome incomum", disse Manaria. “Talvez você seja um aristocrata

de fora do Reino Bauer?”
“Não, ela é uma plebeia. Uma pústula no rosto da honra e das tradições da Academia.
É natural que você não tenha ouvido falar dela,” Claire disse com veemência.
Esta informação só serviu para deixar Manaria mais curiosa. “Ah, mas
se ela conseguiu entrar na Academia como plebeia, ela deve ser especial.”
“Ela é muito inferior a você, irmã,” Claire insistiu antes de se virar para mim.
"Escute. Não pense que você pode começar a mostrar que você é um dual-caster, você
ouviu? Sister é a única quad-caster do mundo.”
Seu orgulho em Manaria era tão querido. E ela estava certa também. Eu disse
anteriormente que o Sr. Torrid era o único tri-caster confirmado no reino, mas Manaria era o
único quad-caster confirmado no mundo. Além disso, enquanto os atributos do Sr. Torrid
eram de baixa aptidão, os de Manaria estavam todos no máximo, concedendo-lhe um poder
inimaginável. Claire estava certa em dizer que eu não era páreo para ela.
“Não vejo razão para me gabar das habilidades com as quais nasci,” Manaria
resmungou.
"O que você está dizendo? Sua própria existência é um presente dos céus”,
Claire a corrigiu. Ela definitivamente gostava muito de Manaria.
“Lady Manaria, Srta. Claire, me perdoe – preciso terminar de fazer esses anúncios.
Você se importaria de reacender sua amizade mais tarde?”
Sr. Torrid disse, genuinamente apologético.
"Oh. Com licença, Sr. Torrid.
"Eu sinto muito."
“Agora, o Amour Festival agendado para o final do mês…” Sr.

Tórrida continuou. Enquanto eu estava sentado com a cabeça inclinada para um lado,
ouvindo a voz do professor, rouca com a idade, ouvi uma voz na minha cabeça.
Oi, Rae. Posso te perguntar uma coisa? Desculpe, não quero assustá-lo.
Estou usando magia para falar com você telepaticamente. Não se preocupe, não consigo ler
sua mente.

Era a voz de Manaria.
Eu entendo, eu respondi.
Você sabe como fazer isso? perguntou Manaria.
Você configurou o canal, Lady Manaria. Tudo que eu preciso fazer é usá-lo, eu
disse. Então, o que você precisa?
Mmm. Eu queria te conhecer.
Então, tinha começado.
Manaria foi um dos poucos personagens de Revolution destinados a servir de aliado

para o personagem principal, como Misha. Ela era parente distante de Claire, que ficou com
a família de Manaria por algum tempo quando ela era muito jovem, depois que sua própria
mãe faleceu. Claire adorava Manaria, pensava nela como uma irmã, e era totalmente
incapaz de contradizê-la em qualquer coisa. Isso permitiu que o jogador usasse Manaria
como um paredão contra as travessuras de Claire, deixando-a manter Claire distraída
enquanto o personagem principal passava a maior parte do tempo com os príncipes. Era
uma estratégia popular no meio do jogo, mas—
Eu sou apenas um plebeu chato. Não tenho nada para oferecer à Senhora
Manaria, respondi-lhe com indiferença.
Eu não tinha intenção de cortejar os príncipes, e eu realmente queria passar

um tempo com Claire, então a presença de Manaria não importava para mim. Na verdade,
eu estava com um pouco de inveja do quanto Claire a amava. Ela era minha rival.
Mmm. Essa é uma resposta refrescante. Fico ainda mais interessado em você,
foi a resposta dela.
Olhei para Manaria com o canto do olho e vi que ela tinha um sorriso malicioso.
Isso vai ser uma dor no pescoço.
Guardei esse último pensamento para mim mesmo, longe de nosso canal telepático.
***
Manaria assimilou-se à escola rapidamente.
"Claire, você não mudou nem um pouco."

“Fico feliz em ver que você também não, irmã.”
"Lady Manaria, por favor, fale comigo também."
"Ei, Pepi, não se intrometa. Eu quero falar com Lady Manaria também."
Hoje, Manaria se juntou à comitiva de Claire para o chá. Não demorou muito para
ela conquistar todos os membros do círculo de Claire; Eu pensei que Claire poderia não gostar
disso, mas aparentemente, Manaria era um caso especial.
“Obrigado a ambos, Pepi e Loretta. Estou tão feliz que podemos ser amigos.”
O pedigree real de Manaria foi evidenciado por suas habilidades sociais. Ela sorriu suavemente
para as garotas que gritavam ao invés de se deixar dominar por seu ardor – exatamente o oposto
de alguém que eu conhecia. Refiro-me a mim, claro.
“Aquele poema que você compôs em nossa última aula – por que você escolheu o
frase 'Eu mando esta música para você' em vez do padrão 'Este soneto eu dedico a
você'?” um deles perguntou.
“É uma forma mais antiga de prosódia. Eu me inspirei em um verso do

poeta antigo Aine.” Manaria começou a recitar o poema em questão.
“Também gosto do trabalho de Aine. Seus poemas de amor são particularmente comoventes.”
“Ah, você deve estar querendo dizer 'Tip the Scales'? Gerle também é excelente
quando se trata de poemas de amor.”
Manaria era realeza, por completo – culta e educada nos clássicos. Eu sabia do que
ela estava falando por jogar o jogo, mas me faltava confiança para conversar sobre essas
coisas tão livremente quanto ela.
Manaria estava em um nível completamente diferente da comitiva de Claire, até a elegância
com que ela levava a xícara de chá aos lábios. A única pessoa que não parecia deslocada
ao lado dela era Claire.
“Por que você não se senta, Rae? Tome um chá conosco”, convidou Manaria.
“Está tudo bem, irmã. Rae é uma serva. Não seria bom para ela se juntar a nós.
Claire deixou imediatamente claro que ela não me queria em seu círculo, e tudo bem. Eu
gostava disso nela.
Mas-
“Não diga isso, Claire. Eu gostaria de conhecê-la,” Manaria disse, provocando

olhares azedos de Claire e sua comitiva.

“Irmã, por que você está tão interessada neste plebeu?”
“Quem se importa com status? Eu quero saber tudo sobre ela. Rae, venha aqui.
“Não, a Srta. Claire está certa,” eu disse. “Eu vou deixar você ser.”
"Nós iremos! Que grosseria de sua parte recusar o gentil convite de Lady Manaria!”
Pepi engasgou.
"Inacreditável - só porque ela tem algumas habilidades, essa camponesa acha que
pode fazer o que quiser!" Loretta fungou.
“Rae, você é realmente tão habilidosa?” perguntou Manaria.
“Não, ela não é nada parecida com você, Lady Manaria—” Pepi insistiu.
“Pode apostar que ela é habilidosa.” Foi Rod, desta vez, quem interrompeu a
tentativa da comitiva de bajular Manaria.
“Bem, bem, Mestre Rod. Que bom ver você."
“Faz um tempo, Manaria.” Rod se aproximou de nós e se sentou sem hesitar,

como se ele pertencesse a uma mesa cercada apenas por garotas.
“Posso perguntar, Mestre Rod, quão habilidosa é Rae?” perguntou Manaria.
“Ela é melhor do que eu. Suas maneiras são apenas medianas, mas ela supera
aristocratas em todas as outras áreas. Sua magia é particularmente fascinante.” Rod aceitou
uma xícara de chá de seu criado. Como Manaria era da realeza, ela e Rod se conheciam
bem, embora fosse principalmente um relacionamento diplomático em vez de um vínculo familiar
como o que Manaria tinha com Claire.
"Bondade. Eu adoraria enfrentá-la no campo de duelo, se isso for verdade.”
“Sim, eu também, mas ela está perdidamente apaixonada por Claire. É difícil fazê-la
concordar em ser sua oponente em qualquer coisa. Eu a desafiei para o xadrez uma vez, e ela
limpou o tabuleiro comigo.”
“Então, ela está dando a Sua Alteza Real, Rod, o ombro frio? Que desenvolvimento
fascinante.”
"Certo?"
As duas crianças reais encontraram os olhos, então explodiram em gargalhadas

encantadas. Eles tinham personalidades completamente diferentes, e ainda assim havia

algo semelhante sobre eles, particularmente seu interesse em mim.
“Bem, eu também estou interessado em você, Manaria,” disse Rod. "Eu quero ver
como o suposto quad-caster se parece em batalha.”
“Hm, suponho que gostaria de ver suas tropas de fogo com meus próprios olhos.”
“Que tal, Manaria? Vamos testar nossas habilidades?” Haste iscada.
“Eu não me importaria com isso.” Manaria assentiu com indiferença.
“Vamos para a pista, então.”
E com isso, de repente estávamos a caminho de testemunhar um duelo real.

Paramos na sala de armazenamento onde as ferramentas usadas para reduzir o dano
mágico através da criação de barreiras eram mantidas - as mesmas ferramentas que usamos
no exame de admissão para os Cavaleiros da Academia - e fomos assistir Rod e Manaria se
enfrentarem.
"Não se segure, ok?" disse Rod.
"Faça o que quiser", disse Manaria.
"Ok, então... Mostre-me o que você tem, Quad-caster!" E com isso, um mar interminável
de soldados flamejantes apareceu ao redor de Rod.
“Nossa, que impressionante.” Uma pessoa normal pode ter se assustado com a
visão, mas Manaria apenas sorriu, imperturbável.
"Carregar!" Rod ordenou, e seus asseclas cercaram Manaria.
“Hum. Bem, vamos começar com a resposta do livro didático, certo?
Com um estalar de dedos, Manaria convocou flechas de gelo para combater os

lacaios. As flechas de gelo e as tropas de chamas se anularam, ambas desaparecendo.
"Ainda não acabou", disse Rod, imediatamente convocando mais lacaios de fogo.
No ritmo em que ele estava indo, as coisas poderiam ter terminado exatamente como sua
batalha com Misha. Se Manaria ficasse em modo de defesa, ela seria capaz de segurar os
lacaios, mas ela arriscava ficar sem oxigênio.
“Hmm… Eles realmente são intermináveis. Acho melhor atacar, então. Manaria
estalou os dedos novamente, e fomos atingidos pelo ar frio.

Quando os ventos frios diminuíram, ela foi cercada pelo que só poderia ser chamado de lacaios
de gelo.
"Você está pegando uma página do meu livro?" Rod perguntou.
“Isso é permitido?”
“Estou um pouco ofendido, mas suponho que veremos quanto tempo eles aguentam.”
"O que vai acontecer?" Claire parecia ansiosa enquanto observava os soldados de
fogo e gelo em miniatura colidirem violentamente um com o outro. Confiante como estava nas
capacidades de Manaria, ela provavelmente não poderia deixar de se preocupar com o que
aconteceria se Rod se esforçasse.
“Lady Manaria nem está tentando ainda,” eu disse sem pensar, incapaz de suportar ver
Claire tão preocupada.
“Eu sei disso, mas as Tropas Flamejantes só funcionam como uma tática por causa
da rara abundância de poder mágico de Rod. Ele não está em vantagem se ela usar a mesma
tática?
"Lady Manaria tem um trunfo", eu disse. Claire voltou para a partida com um olhar
perplexo no rosto.
A batalha havia chegado a um impasse. Os lacaios de chama e gelo foram
equilibrados, batendo repetidamente um no outro exatamente no meio do caminho
entre Rod e Manaria. Como Claire disse, se isso durasse muito, Manaria estaria em
desvantagem.
"Ah, eu tenho", disse Manaria, abruptamente.
"Tem o que? Como vou derrotar você?”
"Não. Eu queria dizer isso." Manaria estalou os dedos novamente, sem perder um
bater. Quando ela fez isso, os soldados de fogo de Rod desapareceram de repente.
"O que?!"
Aturdido, Rod tentou convocar seus asseclas novamente, mas nenhum apareceu. As
mesas viraram rápida e dramaticamente a favor de Manaria e, em um instante, Rod foi cercado
pelos soldados de gelo.
Um final anticlimático, mas um final, no entanto.

"Eu me rendo."
“Obrigado pelo seu tempo.”

“Como você fez isso?” Rod perguntou.
“Eu contrariei sua magia. É a minha especialidade.” Mana sorriu.
A habilidade de assinatura de Manaria era conhecida como “Spellbreaker”. Ela

analisou a estrutura da magia de seu oponente, então a interrompeu e desarmou com força.
Outros magos poderiam usar o Spellbreaker, mas para que a habilidade funcionasse, o
lançador tinha que ter o mesmo atributo que o oponente cuja magia eles estavam tentando
combater, bem como uma aptidão maior do que esse oponente. Sem mencionar que era um
verdadeiro truque analisar a estrutura da magia de outro conjurador em tempo real.
A análise mágica desse tipo normalmente era conduzida apenas em condições
acadêmicas e em nível nacional, mas Manaria poderia realizá-la inteiramente por conta
própria e no meio do combate. Ela era única.
“Você é irreal”, disse Rod.
“Me disseram isso”, disse Manaria.
“Esta é a primeira vez que sou tão completamente derrotado. Você me levou
Fora. Reconheço sua força superior.”
"Muito obrigado."
Os dois apertaram as mãos, e a multidão explodiu em aplausos.
"Irmã... isso foi incrível." Os olhos de Claire estavam cheios de paixão enquanto ela
olhou para Manaria. A visão me encheu de conflito.
***
“Escalas de Amor…? Aquele poema de Amour?
"Sim está certo. Essas escalas são usadas na cerimônia que encerra o festival.”
Eu estava participando de outra sessão de chá no papel de serva de Claire.

Tema de hoje: o Festival Amour que se aproxima no final do mês. Estavam presentes a
comitiva de Claire, Manaria, Yu e, em uma rara ocorrência, Thane.
Yu, que era bem versado nas cerimônias religiosas da Igreja,

explicou o festival a Manaria.

“E aqui eu pensei que o Poesie Amour era apenas lenda”, disse Manaria
enquanto ela elegantemente levava a xícara aos lábios. Talvez porque eles foram colocados
de forma semelhante nas linhas de sucessão de seus respectivos tronos, ela falou mais facilmente
com Yu do que com Rod.
“Dizem que Poesie Amour se baseia em uma série de diferentes

contos populares”, disse Yu.
“Mas as balanças realmente existem?”
"Bem... eles provavelmente são apenas ferramentas mágicas", disse Thane.
Yu concordou com a cabeça. “Só recentemente começamos a projetar deliberadamente

o que chamamos de ferramentas mágicas, mas itens com poderes estranhos apareceram ao longo
da história.”
“E como as Escalas do Amor são usadas no festival?”
“Bem, é uma espécie de duelo, suponho. Você pode até chamar de encontro às cegas...
Basicamente, é uma missão para garantir uma noiva,” Yu disse com um sorriso. “Como está escrito
em Poesie Amour, o amor tem sido uma semente de guerra. O Festival do Amor é a batalha por
uma noiva mencionada nos versos da lenda.”
“Existe uma oferta?” perguntou Manaria. Ela estava brincando, mas, bem...
“Isso é exatamente correto. Oferendas de amor são colocadas na balança, e seu peso decide
o vencedor da batalha”, afirmou Yu.
"Estou atordoado. Estudei a história do Reino Bauer, então conhecia a lenda, mas não fazia
ideia de que as escamas realmente existiam.”
“Bem, nossa história está cheia de costumes e rituais elaborados. Talvez o seu
instrutor não poderia cobrir tudo em detalhes,” Yu disse enquanto eu calmamente enchia seu copo
vazio. Ele me agradeceu e continuou: “É claro que quando digo 'peso' não me refiro à massa real dos
objetos. As escalas são definidas para comparar a raridade. Em outras palavras, eles dão uma gorjeta
a favor do peso do amor.”
"O que? Então, você poderia oferecer a Flor da Flora?”
“Com base na história do festival, a Flor da Flora é, sem dúvida, a oferta mais pesada já
registrada.”
“O que está de acordo com a lenda, então.” Manaria parecia impressionada.
“Você parece curioso sobre o festival. Você está interessado em

participando, Manaria?” Yu brincou.
“É intrigante, não é? E tão romântico. Mesmo eu não posso deixar de querer colocar meu amor à
prova.”
“Irmã, garotas não podem pesar seu amor na balança. Nós somos aqueles pelos quais os
meninos brigam,” Claire disse com uma risada.
“Mas ninguém precisa brigar por você, Claire. Você tem Rae,” Yu disse.
"O que?! Yu!”
"Espere o que? Isso é o que está acontecendo entre Claire e Rae?”

perguntou Manaria.
“Não seja boba, irmã. Ele está apenas me provocando.” Claire levantou a xícara para
seus lábios em um huff.
“Confessei meus sentimentos para a Srta. Claire muitas vezes”, eu disse, “mas ela mantém a
guarda.”
"Bem agora. Então, seu amor não é correspondido, Rae?” perguntou Manaria.
“Por enquanto, mas não para sempre.”
"É melhor você parar com essa bobagem agora, está me ouvindo?" Claire olhou para mim.
Ela era perfeita. “Mesmo se eu estivesse interessado em outras garotas, eu escolheria a Irmã muito
antes de olhar para você.”
Manaria riu. "Quanta consideração de sua parte. Se eu estivesse interessado em garotas,

Eu escolheria você ao invés de um garoto comum.”
"Irmã!"
As duas meninas riram juntas. Obter um quarto.
“Ah, isso mesmo, Manaria foi o primeiro amor de Claire, certo?” disse Yu.
"Ei! Por favor, não mencione uma história tão antiga, Yu.”
"Eu me lembro disso", Manaria entrou na conversa. "Você pensou que eu era um menino."
Eles estavam se referindo ao tempo que Claire passou com a família de Manaria. Os
pais de Claire sofreram um acidente de carruagem em seu quarto aniversário. Dole, seu pai,
havia sobrevivido, mas sua mãe não. Claire havia perdido toda a vontade de viver após a morte de sua
mãe, e Dole, não tendo tempo para confortar sua filha enquanto lidava com as consequências da perda
de sua esposa politicamente sociável, a enviou para ficar com o marido de Manaria.

parente. Foi quando os dois se conheceram.
“As palavras de Lady Manaria me salvaram,” Claire disse.

Manaria foi a primeira a perceber que Claire se culpava por sua
a morte da mãe — algo que nem mesmo seu próprio pai havia percebido. “Ninguém acha que
isso é culpa sua, Claire,” ela disse a ela. Quando Claire ouviu essas palavras, ela começou a
chorar pela primeira vez em anos.
Enquanto soluçava, inconsolável, Manaria continuou:
“Juro aqui e agora que permanecerei fiel a ti.”

Foi o voto de amor de Poesie Amour. Eu não sei se Manaria estava realmente
apaixonada por Claire na época, mas independentemente disso, ter frases de amor de uma de
suas histórias favoritas recitadas para ela fez Claire se apaixonar por Manaria.
Esta informação não foi incluída no jogo real, apenas o personagem

guia de referência. Esse mesmo guia, que expandia a formação e a história de Claire, foi parte
do que inspirou minha adoração por ela.
Claro, as palavras de Manaria, e mais tarde, Dole está mimando totalmente Claire,
também tinha desempenhado um papel em torná-la tão egocêntrica como ela era hoje.
“É exatamente por isso que eu amo a Srta. Claire,” eu disse.
"O que você está falando?! Que tipo de non sequitur é esse?!”
"Eu sinto muito! Eu simplesmente te amo muito.”
“Entendo, Rae. Você realmente gosta de Claire. Entendo... Manaria sorriu, mas de
repente me senti como um sapo sendo observado por uma cobra. Ela puxou Claire para perto e
a abraçou. “Infelizmente, Claire disse que gosta mais de mim.”
“O que há de errado, irmã?” Claire perguntou.
Fique calmo. Conte até o infinito…
"Claire, você acreditaria em mim se eu dissesse que gosto de você?" Manaria disse, a voz
de repente cheia de insinuações.
"É claro. Eu já acredito nisso.”
“Ei, entendi.”
É ótimo que eles façam um casal tão perfeito. Fique calmo. Fique calmo.

“Rae, você está derramando o chá.”

"Por favor, dê-me licença."
Sim, eu dou. Eu não estava nada calmo.
"O que há de errado? Você não parece bem,” Thane me disse.
"Não é nada. Obrigado por sua preocupação." Eu tentei o meu melhor para sorrir
enquanto eu respondia a esse garoto em quem eu não tinha interesse. Mas – espere um
segundo. Achei que Claire deveria estar apaixonada por Thane.
"Claire e Manaria realmente são próximas..." Thane murmurou.
"Sim, eles são... Você gostaria de mais chá?" Eu afastei seu

comentário, oferecendo-se para encher seu copo.
"Rae... essa é a jarra de leite, não o bule."
Oh não. Ugh, isso ia ser um problema.
Manaria me viu tropeçar em tudo isso, sorrindo como se estivesse tendo o melhor
momento de sua vida.
***
“Bom dia, Srta. Claire—”
"Isso mesmo! Ha ha ha.”
"Heh heh, oh, irmã!"
Quando cheguei ao quarto de Claire para ajudá-la a se vestir no próximo

manhã - a melhor parte do meu dia - outra pessoa tinha chegado antes de mim.
“Ei, Rae. Manhã."
"Bom Dia."
“Você está atrasado, sabe? Já estou vestida.”
"Eu sinto muito…"
Não só Claire estava vestida, seu cabelo estava perfeitamente arrumado. Era
complicado conseguir seus cachos da maneira certa. Com a morte de Lene, pensei que era
a única que poderia fazer isso.

“Você fez tudo isso sozinho?” Eu perguntei.
"O que? Não. A irmã fez para mim. Ela é bastante habilidosa.”
"Eu costumava cuidar de Claire o tempo todo", disse Manaria, e eles riram juntos
como um casal.
“Muito obrigado, Lady Manaria,” eu disse.
“Não se preocupe com isso.”
"Mas cuidar de Claire é meu hobby - ahem - trabalho, então peço que você evite fazer
isso novamente amanhã."
“Não pense que eu não vou notar suas ameaças se você falar com eles como
este!" disse Claire.
"Não não. Você não precisa fazer um trabalho tão pesado, Rae,” disse Manaria.
"Eu gosto disso. Você pode deixar as manhãs para mim.”
"Eu também gosto", eu disse. “Por favor, deixe comigo.”
"Sim irmã. Eu... eu não posso permitir que você desempenhe os deveres de um servo.
Claire parecia hesitante.
“Você está insatisfeito com o meu serviço a esse respeito?”
“Pare de me provocar, irmã!”
“Ah ha ha, desculpe, desculpe. Você é tão fofo, não consigo evitar.”
"Tê eh."
Eles estavam se dando bem como uma casa pegando fogo – sem mim. Bem,
tanto faz. "Senhorita Claire, está quase na hora do café-"
“Ah, Claire. Você não está com fome? Vamos para o refeitório,” Manaria cortou
como se fosse me calar. O olhar travesso em seus olhos confirmou que ela tinha feito isso
de propósito.
"Sim. Vamos indo, então.”
“O que você vai comer, Claire? Estou obcecado com a sopa de missô oriental
ultimamente.” Manaria jogou o braço sobre o ombro de Claire e começou a se dirigir para a
porta.
Ela estava... se vingando de mim por alguma coisa?
“Por que você está parado aí?” Claire atirou em mim. "É hora de ir."

"Eu sinto muito." Juntei as coisas de Claire e comecei a segui-las, mas...
"Claire, você já ouviu falar de Broumet?" perguntou Manaria.

"É claro."
“A palavra é que há um novo restaurante que está dando uma corrida pelo seu dinheiro.”
"Oh? Que tipo de restaurante é?”
"Eu te levo lá. Posso acompanhá-lo?”

“Ah, irmã!”
Eles estavam perdidos em seu próprio mundinho. Eu geralmente ficava atrás

quando Claire falava com os outros, de qualquer maneira, mas parecia que Manaria
pretendia me excluir. Era irritante, o jeito que ela às vezes me olhava de volta com um olhar
triunfante no rosto.
Não. Estava tudo bem. Se isso fazia Claire feliz, eu não me importava com quem
ela se aconchegasse. A chegada de Manaria fez Claire agir como ela mesma novamente
pela primeira vez desde o exílio de Lene. Por isso, só posso agradecer a Manaria.
Ou então eu disse a mim mesmo. Meu coração claramente não estava na mesma página que minha
cabeça.

Manaria continuou suas travessuras maldosas a partir daí. Ela frequentemente me

interrompeu, fez Claire se sentar no corredor na sala de aula e então se plantou ao lado dela,
interrompeu nossas aulas de xadrez, e deu de comer Claire no almoço bem na minha frente. Suas
intenções eram dolorosamente óbvias.
“Ei, Rae. Você está bem? Você não parece tão bem,” Misha me perguntou quando
voltei para o meu próprio quarto naquela noite. Ela sentiu imediatamente que algo estava errado.
"Eu não estou recebendo o suficiente, senhorita Claire..."
"Ahh, então você está bem, então."
Descartando essa melancolia como algo completamente normal para mim, Misha
começou a ir para a cama quando eu a parei, desesperada.
“Eu não posso adorar a Srta. Claire por causa de Lady Manaria! Ela nem é
me intimidando mais! Eu quero ser o único a alimentá-la com uma colher!”
“Oh não, você realmente não está bem. Você está ainda pior do que o normal.” Misha
parecia tão exasperada como sempre com minha obsessão por Claire, mas ela me ouviu, de
qualquer maneira. Ela era a melhor. Ela franziu a testa no final. “O que você fez para ofender Lady
Manaria?”
“Não consigo pensar em nada.” Era uma meia verdade, mas eu honestamente não
conseguia pensar por que Manaria poderia querer seduzir Claire.
“Talvez esta seja a oportunidade perfeita para você se separar

da senhorita Claire,” Misha sugeriu.
"Não! A senhorita Claire é minha razão de viver.”
“Se for esse o caso, sua única opção não é revidar?”
"Hum. É só que... tenho a sensação de que isso estaria indo direto para as mãos de
Lady Manaria.
"As mãos dela?"
“Tenho a sensação de que ela está tentando me provocar.”
Mas por que Manaria, que serviu como aliado do personagem do jogador em
o jogo, de repente estar indo para Claire? Eu não entendi.
“Então você só tem que aguentar”, disse Misha. "Não é como se você tivesse se separado
da senhorita Claire."

“Essa é a única coisa que posso fazer,” eu disse tristemente.
Eu me deitei na cama, mas não dormi uma piscadela. Naquela noite, eu tive um sonho em
que Manaria e eu estávamos puxando uma das mãos de Claire, jogando cabo de guerra.
O comportamento rancoroso de Manaria em relação a mim continuou no dia seguinte. EU

ignorei-a o melhor que pude, mas ela foi persistente em sua provocação. Mais uma vez, disse
a mim mesma que estava tudo bem. Estávamos nos afastando cada vez mais da rota Thane que
eu estava tentando levar Claire, mas ela estava feliz agora, e isso era tudo que eu precisava.
Ou assim eu pensei.
“Você é tão paciente, Rae.” Manaria finalmente se aproximou de mim uma noite,
depois que eu me certifiquei de que Claire estava dormindo e voltei para o meu próprio quarto.
“Existe algo em que eu possa ajudá-la, Lady Manaria?”
"Nada específico." Manaria estava encostada na parede do lado de fora do quarto que eu e Misha
dividíamos, como se ela estivesse esperando por mim. Ela usava seu sorriso brilhante de sempre. "Você
gosta de Claire, certo?"
"Sim."
“E ainda assim, você é tão contido. Mesmo depois de toda a minha provocação.”
“Eu gosto da senhorita Claire, mas tudo o que importa para mim é que ela seja feliz. Até
se isso significa que ela não tem interesse em mim.
"Hum." Esta foi a primeira vez que eu vi Manaria parecer descontente. "É
isso assim? Então, depois de tudo isso, nem foi sério... Que decepção.”
Irritado, eu respondi secamente: “Huh? O que você quer dizer?"
“Ah, eu te ofendi? Sinto muito. Isso mesmo. Você gosta de Claire, afinal.
Tenho certeza que você a conhece melhor do que eu. Pelo menos bem o suficiente para desistir.”
Meu temperamento estava fervendo. “Que mesquinhez, Lady Manaria. É assim que o
princesa de um reino se comporta?”
"Sim. Eu sou uma princesa da coroa. É por isso que eu sou uma combinação muito melhor para
Claire do que você.
“Posso ser um plebeu, mas não há uma alma neste mundo que ame a senhorita Claire mais do
que eu.”

“Mesmo que você tenha desistido?”
O que ela estava brincando? “Eu não desisti. A felicidade da senhorita Claire é minha
primeira...
"Você está apenas fugindo, não é?" Manaria interrompeu. "Por que não dizer que
você vai fazê-la mais feliz do que qualquer outra pessoa poderia?"
“Bem...” Porque eu era uma plebeia e uma garota. Eu não poderia ser um parceiro que
faria Claire feliz.
“Pare de correr,” Manaria exigiu.
“Eu não estou correndo.”
"Então eu vou roubá-la de você."
"Você está tentando comprar uma briga comigo?"
"Isso mesmo. Você finalmente descobriu?” O rosto de Manaria distorceu. “Eu

vou cortar esse seu amor sem coração pela raiz. Claire merece melhor.”
"Multar! Aceito seu desafio.”
"Isso é melhor. Vejo você amanhã no campo de duelos do campo de atletismo.
E com isso, Manaria partiu.
Eu ainda estava lutando para processar o que tinha acontecido, mas eu sabia disso.
muito: fiquei com raiva por ela descartar meu amor por Claire.
Pensando bem... esse foi provavelmente o dia em que comecei a perder o controle.
***
"Senhora Manaria!"
"Você é o melhor!"
"Rae, você pode fazer isso!"
“Não perca isso!”
No dia seguinte, Manaria e eu fomos cercados por uma plateia no

campos de duelo do campo de atletismo. Eu realmente não queria ser o centro das atenções,
mas de alguma forma, a notícia se espalhou que Manaria e eu iríamos duelar. Ao contrário de
Manaria, que prosperava na frente de uma platéia, eu era cauteloso.
"Umm... você realmente tem que fazer isso, irmã?" Os outros espectadores estavam
animados, mas Claire estava franzindo a testa. Pedimos a ela para julgar a batalha.
Apesar da presença de uma barreira que reduzia a potência dos efeitos mágicos, usados em
batalhas simuladas como essas, Manaria e eu tínhamos alta aptidão, e determinamos que era
muito perigoso para alguém com aptidão medíocre se juntar a nós em campo. .
“O que há de errado com Rae e eu fazendo isso?” perguntou Manaria.
“Lutar assim é grosseiro. Por que você tem que lutar, irmã?”
“Só para testar minhas habilidades.” Ela não estava dizendo a verdade a Claire. “Acho que eu
guarde-lhe um pequeno rancor pessoal. Rae não é adequada para você, Claire. Quero
dizer, você não quer que ela o persegue assim, certo?
"B-bem, eu..."
"Você?"
“Eu não,” Claire gritou. Meu peito apertou.
Manaria virou-se para mim. “E Rae, você não se importa comigo, não é?”
"Eu não."
“Então, você vê, precisamos resolver isso de uma vez por todas.”
"Eu entendo..." Claire disse, se afastando de nós.
"Você está pronta, Rae?" Manaria me perguntou.
“Espero que você esteja pronta, Lady Manaria.”
“Heh, você é engraçado. Isso é o que eu quero ver,” Manaria riu sem uma pitada
de medo.
"Agora, vocês dois estão preparados?" Claire perguntou.

"Sim."
"Sim."
"Então na minha marca... Comece!"
A multidão irrompeu em aplausos quando Claire nos deu o sinal para começar.

"Agora, agora, o que você vai jogar em mim primeiro?"

“Vou começar com isso.”
Eu levantei minha varinha e Manaria foi engolida pela terra. Foi o

mesma armadilha que usei contra Claire durante a entrada dos Cavaleiros da Academia
exame.
“Ah, você me assustou. Mas isso não é suficiente para me vencer, sabe?”
Manaria disse indiferente enquanto flutuava para fora do buraco. Eu esperava tanto. Ela podia
invocar todos os quatro atributos conhecidos e possuía alta aptidão para cada um; ela poderia usar
seu atributo terra para levantar o fundo do poço e provavelmente usar seu atributo vento para flutuar
também.
"Estou ciente. Tenho outra coisa em mente.”

"Oh?"
Eu balancei minha varinha novamente, e um Meteoro de Água – magia composta

de terra e água – pousou na cabeça de Manaria. Este foi um dos feitiços mais poderosos da
Revolução, e parecia que tinha acertado um golpe direto, mas
—
"Minha nossa. Você deixou minhas roupas molhadas.”
Eu me virei para olhar atrás de mim. Suas roupas estavam um pouco úmidas, mas
Manaria não sofreu nenhum dano. Eu sabia o que ela tinha feito. Ela passou pelo ar usando um
feitiço excepcionalmente complexo, Teleport.
“Você não perde tempo, não é, Rae?”
"É a única maneira de eu ter uma chance de bater em você."
Ao contrário dos outros personagens do jogo, os padrões de luta do personagem do

jogador não eram predeterminados. O jogador poderia elaborar suas próprias estratégias para
melhor combater as Tropas Flamejantes de Rod e a Sereia de Misha, mas isso não funcionou com
Manaria. Ela tinha Spellbreaker. Você também não podia se dar ao luxo de travar uma batalha
contra ela — com tempo suficiente, ela analisaria sua estratégia e a contraria.
Em outras palavras, a única maneira de derrotá-la era tentar rapidamente novas

estratégias, uma após a outra.
Dito isto, seus atributos de terra, água e fogo eram de alta aptidão, enquanto seu atributo
de vento era ultra-alto. Eu possuía uma aptidão ultra-alta em ambos os meus

atributos, mas havia apenas dois deles. Eu esperava retardá-la

momentaneamente com o Pitfall e Water Meteor antes de dar um golpe final, mas ela não
iria cair tão facilmente.
"Você não está sem truques já, está?" perguntou Manaria.
“Claro que não,” eu disse, acenando minha varinha novamente. Uma névoa a envolveu.
“Hmmm, eu nunca vi isso antes. Mas a única coisa que um nevoeiro pode fazer
é obstruir minha visão...
"Congelar." Ignorando sua provocação, ativei o feitiço. O ar ao redor de

Manaria congelou instantaneamente. Este era um grande feitiço de atributo de água de
área de efeito chamado Judecca - magia de alto nível que normalmente não aparecia
até a segunda metade do jogo.
Eu não parei por aí. Brocas de pedra emergiram do chão para empalar o
gelo. Este era o feitiço de atributo terra Earth Spike. Usar esses dois feitiços
sequencialmente criou um efeito combinado conhecido como Cocytus.
Este ataque, tão poderoso e abrangente que mereceu um especial

nome, não poderia ser superado por um oponente normal - ou mesmo um experiente
1.
Mas-
“Mmm. Você estava tão perto,” disse uma voz bem atrás de mim.
Eu girei, lançando flechas de gelo reflexivamente.
“Se seu oponente fosse qualquer outra pessoa, isso provavelmente teria acabado
com tudo,” Manaria disse estoicamente enquanto usava Spellbreaker para fazer as flechas
de gelo desaparecerem.
"Como você evitou isso...?"
"Seu. Um segredo." Manaria colocou o dedo nos lábios. “Mas Rae, talvez você
esteja indo longe demais? Eu sei que existe a barreira, mas eu teria ficado gravemente
ferido se isso me atingisse.”
"E ainda assim você o evitou facilmente."
“Bem, é de mim que estamos falando,” Manaria disse, gargalhando. Ela sorriu
como o Gato de Cheshire. “Acho que é a minha vez. Você me mostrou uma magia
interessante, então talvez eu deva lutar a sério?
Oh não… Ela vai usar!

Eu sabia o que estava por vir – não podia deixar de saber, com meu
conhecimento do jogo. Mesmo sabendo que não funcionaria, ativei Cocytus mais uma
vez.
Mas então-
"Dominante." No instante em que a varinha mágica de Manaria se acendeu, o

Cocytus parcial congelou. “Este é o fim.”
No instante seguinte, senti meu sangue começar a sair do meu corpo. Desmaiei
e tudo ficou escuro.
***
"-mas!"
Ouvi um som reconfortante. Era agudo, provavelmente muito estridente para

a maioria, mas não eu. Eu amei esse som.
“Rae!”
Quando abri meus olhos, Claire estava olhando para mim, seu rosto pálido.
"Senhorita... Claire...?"
“Rae! Oh, graças a Deus...” Claire me deu um raro vislumbre de seu rosto em alívio.
“Eu disse que ela estava bem. Afinal, eu a tratei — disse Manaria, indiferente.
“Ainda assim, você foi longe demais, irmã! Para machucar Rae tanto assim!”
Aos poucos, recuperei meu juízo e fiz um balanço dos meus arredores. Parecia
que eu estava na clínica que a Igreja administrava ligada à Academia. Foi aqui que eu vim
perguntar a Matt sobre o incidente com Dede.
"Eu... uh..."
“Você foi atingido pela magia da Irmã e perdeu a consciência. Você está ferido em
algum lugar?” Claire me perguntou, parecendo preocupada.
“Ah, eu...”
"Sim, você perdeu", disse Manaria, como um juiz dando seu veredicto.
Eu tinha perdido.

O último ataque de Manaria foi uma magia composta que combinou todos os quatro
atributos. Conhecido como Dominador, era um feitiço de ataque de brutalidade incomparável que
ultrapassou todas as outras magias nas proximidades e a fez perder o controle. Uma vez atingido
por Dominator, o oponente de Manaria foi incapaz de usar sua magia. Pior, quanto maior sua
aptidão, maior o dano infligido em seu corpo pela perda do controle mágico. Era a arma definitiva
para usar contra outro conjurador.
Eu sabia que Manaria poderia usar Dominator. Eu sabia praticamente tudo o que
havia para saber sobre ela jogando o jogo. Mas eu perdi a calma porque meu amor por Claire
estava sendo ridicularizado, e agora eu...
“Agora, então, podemos finalmente dizer que Claire pertence a mim?” Sussurrou
Manaria.
Eu nunca tive chance contra Manaria.
***
“Carregue,” eu ordenei.
Eu estava usando canhões de pedra para perfurar monstros parecidos com macacos.
Os monstros explodiram e se espalharam enquanto eu os rompia, deixando apenas suas
pedras mágicas para trás. Recolhi sombriamente as pedras e as coloquei em uma bolsa de
couro.
Vários dias se passaram desde minha batalha com Manaria, e todos na Academia estavam
ocupados se preparando para o Festival do Amor. Mais especificamente, eles estavam limpando
os terrenos do festival de monstros de antemão. Como as Escalas do Amor usavam pedras
mágicas, elas atraíam monstros. Normalmente era trabalho dos militares exterminar os animais,
mas como eram muitos, os alunos ajudavam a limpar o recinto do festival todos os anos.
Felizmente, os monstros na área não eram muito fortes. Mesmo assim, a maioria
dos alunos do primeiro ano ainda não estava acostumada a lutar com monstros, então eles
trabalhavam em equipes de caça. Eu estava em uma equipe com Claire e Manaria.
“Você não está exagerando?” Claire se aproximou depois de um tempo gasto

me vendo desapaixonadamente despachar um monstro atrás do outro.
“Não, eu estou bem,” eu disse, já procurando nos arbustos minha próxima presa.

Meus olhos encontraram um lodo verde amorfo. Por um momento, Ralaire passou pela minha cabeça,
mas então eu o apaguei, usando meu canhão de pedra novamente. O lodo derreteu na terra.
"Oh querida, ela perdeu o controle", Manaria interveio. Eu olhei para cima para vê-la com
seu braço em volta de Claire, me olhando com um sorriso irritante no rosto.
“Mas ela acabou de se recuperar.” Claire parecia preocupada comigo. EU

realmente odiava isso.
“Eu estou bem,” eu repeti.
"Mas…"
Era verdade que Manaria tinha me dado mais do que apenas um arranhão, mas eu estava
de volta aos meus pés agora. Antes, eu poderia ter me alegrado com a preocupação de Claire.
Agora, porém, eu não podia apreciá-lo.
"Ei, Claire, você não está se movendo."
“S-sim.”
“Olha, tem uma vespa gigante lá. Você pode cuidar disso sozinha, certo, Claire?
Manaria persuadiu.
Claire continuou a olhar diretamente para mim, angustiada. Finalmente, ela desviou os olhos
e começou a empurrar o monstro de volta. Afastei-me silenciosamente, deixando-os à própria sorte,
e matei monstros fervorosamente como se estivesse abrindo caminho através do meu próprio
descontentamento.
Assim que despachamos nossa cota do dia, Claire se aproximou de mim mais uma vez.
"Ei você."
"O que foi, senhorita Claire?"
“Você é meu servo. De que serve um servo que sai do lado de seu senhor?”
"Você estava suficientemente protegido enquanto Lady Manaria estava lá."
“Não é isso que quero dizer. Estou dizendo que é seu trabalho me apoiar.” Ela
estava correto, mas eu não conseguia me forçar a ouvir como um bom servo agora.
"Eu sinto muito."
“Você entende o que você fez de errado? Você acabou de se recuperar.

É extremamente perigoso sair sozinho neste estado.”
Se eu estivesse um pouco mais calmo, teria percebido que ela estava preocupada com
meu bem-estar. Mas, como estava, eu estava ficando um pouco farto de suas palestras.
“Não é como se eu estivesse preocupada com você,” Claire continuou, “mas imagine
como seria para mim se minha serva se levantasse e fosse morta—”
"Eu sinto muito. Vou ser mais cuidadoso.” Eu tentei sair, mas Claire
agarrou meu braço.
“Você tem agido estranho desde sua batalha com a irmã. O que aconteceu?"
"Nada…"
"Você está mentindo. Você geralmente está em cima de mim, mas você tem ficado
para trás nos últimos dias.
"Nós estávamos lutando por você, Srta. Claire," eu disse abruptamente.

"Huh?"
Contei-lhe tudo: as provocações, o desafio, as circunstâncias do nosso duelo. Fiquei

surpreso com a falta de emoção na minha voz. Enquanto isso, o rosto de Claire estava
mudando inversamente ao meu.
“Então, como você pode ver, eu não estou mais qualificado para estar ao seu lado, Srta.
Claire,” eu terminei.
“De todas as coisas egoístas a dizer!” Claire explodiu. “Batalhando por mim?
O que você estava pensando?! Eu não sou uma coisa a ser conquistada! Para apenas egoisticamente—”
Claire estava certa novamente. Quem não ficaria irritado ao saber que eles ganharam
um prêmio sem o seu consentimento? Mas havia algo errado comigo. Algo que me fez dizer:
“Sério? Mas não é bom? Ser desejado por alguém tão maravilhoso quanto Lady Manaria?
Em retrospecto, foi a pior coisa que eu poderia ter dito.
Os olhos de Claire ficaram vidrados. “Você pega isso de volta! Isso não é jeito de um
serva para falar com seu senhor. É por isso que eu odeio camponeses…”
Ela estava apenas atacando em reação às minhas palavras duras. Em circunstâncias

normais, eu teria entendido isso. Em vez disso, fiquei totalmente ofendido.

“Então, eu desisto.”
"O que você disse…?"
“Cansei de ser sua empregada. Sou muito plebeu e não sou bom nisso.”
Quando eu disse essas palavras, a cor sumiu do rosto de Claire. Ela

continuou em uma voz plana, "... Você está falando sério agora?"
"Sim."
"Você quer parar de ser meu servo?"
"Sim." Tudo o que eu queria fazer era sair de lá o mais rápido possível.
"Entendido."
Foi quando percebi que a voz de Claire estava tremendo.

"Senhorita Claire?"
“Seu pagamento será calculado até hoje, por isso não deixe de buscá-lo em uma data
posterior.” Claire foi instantaneamente prosaica. “Você me deu muitos motivos para reclamar,
mas no final do dia, você me serviu bem. Em nome da família François, ofereço minha gratidão.
Obrigado por seu serviço, senhorita Taylor.
Ela me deu um sorriso estranho que até eu poderia dizer que foi forçado. Uma única
lágrima caiu de seu olho.
“Senhorita Clay—”
"Vá agora. Sinto muito por sempre ser tão egoísta. Espero que você viva uma vida
feliz, senhorita Taylor.
Eu cometi um erro terrível, mas era tarde demais para arrependimentos. Não havia como
retirar o que eu disse. Eu abandonei Claire.
"Adeus…"
A única coisa que eu podia fazer era me despedir e ir embora. Tudo o que eu queria
fazer era voltar para o meu quarto e rastejar para a cama.
“Então, você vai me deixar em paz, então. Seu mentiroso…"
As palavras finais de Claire, ditas quando eu saí, cortaram meu coração.

***
“Eu te julguei mal.”
Quando abri a porta do meu quarto na manhã seguinte, Manaria estava do lado de fora
com um olhar mal-humorado no rosto. Eu tinha uma ideia de por que ela estava lá, mas fingi
não saber.
"O que você está falando?"
“Não se faça de bobo. Estou falando de Claire.” Manaria olhou para mim.
“Ela entrou no meu quarto ontem à noite e não conseguia parar de chorar. Ela não quis me
dizer por quê, mas posso adivinhar.
Ouvir isso me fez querer correr direto para Claire e abraçá-la, mesmo
se ela não quisesse. Mas isso não ia acontecer. "Por favor, cuide da Srta. Claire", eu disse em
vez disso. “Ela fica solitária.”
Eu estava pedindo um favor ao meu rival apaixonado... mas podia confiar em Manaria
para cuidar de Claire. Eu me curvei para ela. Quando o fiz, ela me agarrou pelo colarinho, me
puxou para cima e me empurrou contra a parede.
“Se você conhece Claire tão bem, por que você não está correndo para ficar ao lado dela?
lado?!" Os olhos castanhos de Manaria queimaram com raiva.
“Você me derrotou, Lady Manaria. Eu não tenho razão para ficar,” eu disse, lágrimas
se formando em meus olhos.
O rosto de Manaria ficou ainda mais duro quando eu disse isso. Ela era bonita,
com suas feições bem definidas, mas seus olhos estavam frios e cheios de raiva.
“Você está desistindo só por causa disso?! Seu amor é tão fraco?!”
"Como você pode dizer aquilo?! Foi você quem tirou a senhorita Claire de mim! Agarrei
as mãos de Manaria e tentei arrancá-las do meu colarinho, mas ela não se mexeu.
“Eu a tirei de você? Não. Você desistiu. Você fugiu.”
“Eu não queria desistir! Eu nunca quis fugir! Se não fosse por você, eu...
"Não." Manaria baixou um pouco a voz. “Mesmo que eu nunca tenha mostrado
você teria desistido de Claire eventualmente.”

"Você não tem base..."
“Você não precisa ser recompensado por seu amor. Você mesmo disse isso.
Você só quer que Claire seja feliz.”
“O que há de errado com isso?! Por que não posso querer que a pessoa que amo seja
feliz?!”
Eu ativei minha magia de água, golpeando Manaria com pedras geladas. Apanhado
desprevenida, ela me soltou e tropeçou alguns passos para trás.
“E nada em troca?” ela perguntou. “Que nobre de sua parte. Você

parece pronto para sua santidade.”
"Isso não foi o que eu quis dizer!"
"Claro que não. Você tem medo de se machucar. Você não pode deixar de lado a
esperança de que um dia Claire vai amá-lo de volta - então você desistiu antes que essas
esperanças pudessem ser frustradas. Sua fuga estava garantida.
"Não!"
Embora eu negasse suas palavras, lá no fundo, eu me perguntava se Manaria

estava certo. Eu amava Claire. Essa verdade nunca mudou. Mas eu não estava tão confiante
que me contentasse em não receber nada em troca. Eu não queria que Claire sorrisse para mim?
Eu não queria que ela me abraçasse? Eu não queria beijá-la?
Eu não queria que ela me amasse de volta?
“Não importa o quanto eu queira, isso nunca pode acontecer! A senhorita Claire é uma
menina. Nós duas somos garotas! E ela ama outra pessoa.”
“Então, você nem vai tentar? Você vai se contentar com um

relação de lado? Quanto tempo você acha que pode manter isso?”
“Isso é o suficiente para mim. Eu sufocaria qualquer sentimento se estivesse fazendo isso
pela Srta. Claire!
Mas mesmo quando eu disse isso, algo gritou no meu peito. O que eu realmente queria—
"É impossível. Um relacionamento como esse seria uma mentira que nunca duraria.
Quer saber como eu sei? Porque eu estive lá”,
disse Manaria. Sua boca se torceu com auto-aversão. “Eu me retirei da linha de sucessão porque
eles descobriram que eu amo as mulheres.”
Como se tivesse sido atingido por uma pedra, lembrei-me do resto da Manaria

fundo no jogo.
Ela era esquisita, como eu. Ela se apaixonou por uma empregada e, apesar de seus
melhores esforços para reprimir seus sentimentos, acabou tendo um caso com a mulher. A relação
provou ser unilateral, complicada pelo desequilíbrio de poder entre um servo e uma princesa e,
eventualmente, a empregada deixou o palácio. Manaria se arrependeu desde então.
Ela passou a visitar bordéis, pensando que poderia evitar fazer o mesmo
erro novamente se ela mantivesse as coisas puramente físicas e profissionais. Mas alguém
percebeu o que ela estava fazendo e a delatou para o tribunal. O escândalo que se seguiu resultou
na sua expulsão.
“O amor que não busca nada em troca sempre se quebra. O coração humano
não é forte ou puro o suficiente para isso,” Manaria disse calmamente.
"O que você está me dizendo para fazer, Lady Manaria?"
“Se você realmente pretende desistir de Claire, então eu vou fazer dela meu brinquedo.”
O que é que foi isso?
“Claire se importa comigo,” Manaria continuou. “Eu posso tirar proveito disso. Claro, eu
sei que não é o mesmo tipo de afeto que o seu ou o meu.”
“O que... são...” O que ela estava dizendo?
“Claire é muito parecida com a pessoa que eu amei. Ela fará uma boa substituição.
Eu vou tratá-la bem,” Manaria disse com uma risada condescendente.
"Voce esta falando serio?"
"Totalmente. Você esqueceu por que eu fui banido? Sou um mulherengo e agora não
tenho mais nada a perder.” Seus olhos estavam escuros... Escuros, sem fundo, e olhando para algo
que não era eu.
Manaria estava falando sério.
“Eu não vou deixar você fazer isso!” Eu agarrei.
"Oh sério? E como? Você perdeu nossa partida e deixou de ser a empregada de Claire. Que
poder você acha que tem?” ela me provocou.
Minha mente disparou. Eu tinha que manter Claire longe de Manaria, não importava
o que. Ela não era boa o suficiente para Claire. E eu poderia fazer Claire muito mais feliz do
que ela !

“O Festival do Amor está chegando, não é?” Eu disse.

"No fim do mês."
“Você conhece a cerimônia que apresenta as Escalas do Amor, sim?”
“Dizem que mede a profundidade do seu afeto.”
“Vamos colocar nosso amor na balança e deixá-los decidir.”
"Hum? Nada mal...” Manaria fez uma pausa. “Mas já resolvemos isso com
nosso duelo. Nós não podemos simplesmente fazer uma releitura, sabe?”
— O que você propõe, então?
“Se eu ganhar desta vez, eu pego você também.”
Então, chegou a isso. "Multar."
"Tem certeza? Uma vez que você seja minha, vou me certificar de que você esqueça
tudo sobre Claire, sabe?
"Isso é bom. Eu não vou perder.”
“Isso é alguma confiança. É uma boa olhada em você.” Mana riu,

aparentemente satisfeito. “Vamos, então. É melhor você trabalhar duro.”
Ela girou nos calcanhares e foi embora. Eu a vi ir em silêncio,

decidindo a mim mesmo que faria tudo o que fosse necessário para vencer esta batalha.
Senhorita Claire, cuide de mim agora.
***
O ponto de vista de Claire
“Você está preocupada com Rae, Srta. Claire?”
Foi o colega de quarto de Rae, Misha, que me abordou para fazer essa
pergunta no dia do Amour Festival. O salão da cerimônia estava lotado de pessoas, e as
Balanças distribuíam felicidade e tristeza. Pais e filhos disputavam o amor de suas esposas
e mães, e casais estabelecidos brincavam com amigos. Quase ninguém aqui estava
realmente competindo por uma noiva.
Quanto a mim, eu estava inquieto. À medida que as pessoas se revezavam apresentando seus

oferendas à Balança, eu andava de um lado para o outro.
“Não, não realmente,” eu disse a Misha com toda a indiferença que pude reunir. Uma
mentira óbvia, dado o meu estado.
“Rae tem estado especialmente ocupada ultimamente,” disse Misha. "Ela disse que vai
encontrar a melhor oferta que ela pode fazer para você."
Eu não disse nada. A irmã me contou como ela e Rae pretendiam usar as Escalas do Amor para
mais uma vez lutar por minhas afeições. Eu implorei a ela para não fazer algo tão... tão bobo, mas ela não
seria dissuadida. Em vez disso, ela perguntou: "Você não confia em Rae?"
Por que ela me perguntaria isso sobre Rae? Por que não sobre ela mesma?
"Quem você quer ganhar, senhorita Claire?" perguntou Misha.
"Eu não me importo." Eu estava furioso. Como eles se atrevem a lutar por mim - como se eu fosse
um prêmio a ser ganho - sem prestar atenção aos meus sentimentos sobre o assunto?
“É verdade, você nunca teve nada de bom para dizer sobre Rae. Mas isso é
a alegria de ter nascido mulher, não é?” Misha disse, um raro ato de isca dela.
“Com quem você pensa que está falando? Eu sou Claire François, filha de
Dole François, Ministro das Finanças. As pessoas me amam; é para isso que fui criado,” eu rebati.
E ainda assim... eu não pude deixar de me perguntar se essas duas pessoas eram diferentes
da ralé que buscou minhas afeições no passado. Irmã tinha sido meu primeiro amor. Sim, eu a confundi
com um menino quando nos conhecemos, mas ela era maravilhosa. À medida que nos tornamos
mulheres jovens juntas, fiquei eternamente feliz por ela cuidar de mim também.
E Rae? Desde o primeiro dia em que nos conhecemos, eu a achei absurda. Ela descaradamente
flertou comigo, embora nós duas fôssemos garotas, me provocava o tempo todo, e quando eu a
intimidava de volta, ela parecia gostar. Antes que eu soubesse o que estava acontecendo, ela conquistou
meu pai e se tornou minha empregada.
“Alguma coisa te diverte?” perguntou Misha.
"Huh?" Eu disse.
"Você está sorrindo."
Pensar que foi preciso Misha apontando isso para eu perceber que eu estava

sorrindo... Que embaraçoso. Eu não podia acreditar que só de pensar nela me fazia sorrir. Foi o
melhor que ela se foi. Sim, fiquei aliviado por ela não ser mais minha empregada.
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
“Agora você parece triste.”
Absurdo. Mas eu peguei meu espelho de mão para verificar, e com certeza, o
reflexo olhando para mim tinha um rosto comprido. Era como se eu não me conhecesse
mais.
“Acho que quero que Rae vença,” Misha murmurou quase baixinho.
"Por que é que?"
“Claro, ela é estranha. Tenho certeza de que ela lhe deu muitos problemas.
“Ela realmente tem.”
“Sim... Mas o amor dela é verdadeiro e puro. Ela te ama do fundo do

seu coração, senhorita Claire,” Misha disse calorosamente, como se ela estivesse
descrevendo um irmão mais novo desajeitado, mas adorável. "E você realmente não a odeia
tanto quanto diz, não é?"
“Eu a desprezo .”
"Isso não é muito honesto de sua parte, é?" Misha deu uma risadinha. “ Eu estive
observando você nos últimos dias.”
"Como... eu pareço para você?" De repente eu queria saber.
“Você parecia solitário. Mesmo que você estivesse sempre junto com alguém tão
incrível quanto Lady Manaria, sua mente parecia distante. Assim como você ficou depois que
Lene foi embora.
“Isso não é...” Eu não consegui terminar a frase. Irmã estava ao meu lado desde que
Rae lutou egoisticamente com ela e perdeu, e embora eu adorasse ter Manaria por perto,
uma parte de mim ansiava pelas excentricidades de Rae.
“Eu acho,” Misha disse, “que é Rae quem te faz mais feliz agora.”
"Aquele plebeu...?"

“O status dela não importa. O que importa é Rae, a pessoa. Ela é estranha, mas
tem um jeito de fazer as pessoas ao seu redor felizes. Não que eu pudesse dizer isso na
cara dela.” Misha riu. “Então, por favor, Srta. Claire. Se Rae ganhar, dê a ela outra chance
de ser sua empregada. Pergunte a ela você mesmo, se possível.
"Isso... eu não posso fazer." Eu era um aristocrata. Não apenas um aristocrata

qualquer, mas um membro de uma das famílias mais importantes do reino. Seria impensável
para mim pedir a um plebeu para entrar ao meu serviço.
"Eu vejo. Ser um aristocrata com certeza é difícil.”
“Você saberia.” Antes de sua queda, a família de Misha tinha sido

nobres do dinheiro antigo.
“Nesse caso, vou esperar por um milagre.”

"Um milagre?"
"Sim. Um final feliz milagroso, como em um conto de fadas.”
“Isso não é...” …vai acontecer, eu estava prestes a dizer, mas fui interrompido
pela Irmã.
Ela se aproximou de nós segurando uma flor estranha e brilhante. “Ei, Claire.”
"Irmã…"
“Vejo que Rae ainda não apareceu,” ela disse, me mostrando a flor em sua mão.
"Aquela flor é... realmente...?"

“Mmm. É a Flor da Flora.”
A flor da Lenda do Amor. Uma flor feita de pura luz.

A última oferta que se pode colocar na Balança do Amor.
“Parece que serei vitoriosa, afinal,” Irmã disse, olhando para a lendária flor
com uma pitada de tristeza. Por alguma razão, eu olhei para ela.
“Talvez devêssemos ir em frente e me declarar o vencedor.”
A Balança de Deus mostrou o que estava em meu coração. Juro aqui e agora que
permanecerei fiel a ti. Assim foi o verso de Poesie Amour - as palavras que o homem mais
baixo, que foi escolhido pela Balança, disse à donzela.
Esse versículo uma vez secou minhas lágrimas na casa da família de Manaria. Há muito tempo, a
donzela para quem foi recitado deve ter se sentido da mesma maneira.

Irmã colocou a mão sob meu queixo e inclinou minha cabeça para olhar para ela.
Eu pensei, em transe, que nossos lábios iam se tocar. E se fosse a Irmã... talvez eu não
me importasse.
Mas então novamente—
"Espere!"
Era a voz que eu acho que devia estar esperando.
***
"Espere um segundo!"
Manaria estava indo para um beijo com Claire quando cheguei ao salão da
cerimônia. Todos os olhos se voltaram para mim, rostos cheios de surpresa ao
verem meu estado desgrenhado. Ufa. Apenas em cima da hora.
“Rae, você está muito atrasada,” Misha disse, tentando esconder sua ansiedade.
"Não. Só demorei um pouco mais do que eu esperava.” eu rapidamente inseri

me entre Claire e Manaria.
“Então, você pode fazer outra coisa além de fugir. Eu vou te dar isso.”
Manaria parecia irritada.
“Quem está correndo? Eu disse que não perderia, lembra? Eu mostrei minha
língua para ela e peguei a mão de Claire.
"Você..." Claire olhou para mim com uma expressão complicada.
“Não se preocupe, Srta. Claire. Eu não vou deixar esse idiota te levar
embora,” eu declarei, ainda sem fôlego.
“Mas você já perdeu. Eu não sei o que você planeja oferecer as Balanças,
mas eu tenho a Flor da Flora,” Manaria disse, segurando a flor brilhante. “Mesmo que você
tenha a mesma flor, eu estava aqui primeiro. Eu continuo sendo o vencedor—”
“Esta é a minha oferta,” eu interrompi Manaria, tirando-a da minha bolsa.
"Um ramo?" Claire disse calmamente.
Ela estava certa. Minha oferta, à primeira vista, parecia nada mais

do que um galho de árvore comum.
“Você verá quando apresentarmos nossas ofertas,” eu disse, confiante. Clara

ainda parecia preocupado, então eu dei a ela um aceno tranquilizador.
"Multar. Vamos fazer isso, então,” Manaria disse, movendo-se em direção às Escalas
do Amor.
As Balanças do Amor eram feitas de madeira antiga, mas ainda resistentes. Seu
desenho era simples e elegante, sem ornamentos, mas imbuído de uma presença condizente
com um tesouro sagrado concedido a nós pelos deuses.
"Vou começar. Eu ofereço o que está em meu coração para ser julgado por Deus.”
Manaria recitou um verso de Poesie Amour — um pouco dramático, na minha opinião — e
respeitosamente colocou sua Flor de Flora na balança, onde brilhou forte.
Era uma oferenda apropriada, uma celebração da lenda. A Balança imediatamente
caiu para um lado sob o peso da flor.
"Minha vez. Aqui está a minha oferta.” Coloquei o ramo na Balança, sem recitar
nenhuma das linhas da legenda.
As Balanças não mostravam nenhum sinal de movimento.
"Eu pensei assim. Eu... Manaria começou, mas foi interrompida por um som profundo
e retumbante.
"Terremoto?!" O alarme percorreu a multidão reunida, mas desapareceu quando eles

perceberam que não era o chão que estava tremendo. Era a Balança do Amor.
Observei como o galho que coloquei na Balança de repente brotou novos botões.
Não parou por aí. Raízes irromperam do outro lado e, em questão de momentos, o único galho
tornou-se uma árvore adulta cujo peso inclinou a Balança para o outro lado.
“A Flor da Flora perdida…? O que é esse ramo...?” Manaria murmurou,

estupefata.
“O Ramo do Amor Eterno”, respondi.
Estes não eram os ramos entrelaçados descritos na Canção de Bai Juyi

de Tristeza Eterna, mas eles eram semelhantes. O Ramo do Amor Eterno foi uma queda
rara de um poderoso monstro conhecido como Árvore do Amor Eterno, que vivia nas profundezas
da floresta atrás do salão onde esta cerimônia foi realizada.
A Árvore do Amor Eterno era quase imune à magia, mas tinha uma

fraqueza: solução de lodo pode corroer sua casca. Com a ajuda do meu familiar,
Ralaire, saí em uma caçada desesperada pela floresta e consegui um galho bem a
tempo.
“A Flor da Flora não é a oferta mais pesada possível…?”
Como eu tenho certeza que você já adivinhou, era meu conhecimento do jogo
que me levou ao Ramo. Houve um episódio Scales of Love em Revolution e,
embora você pudesse completar a missão com a Flor da Flora, o Ramo do Amor Eterno era
um item especial e secreto que poderia ser oferecido em seu lugar. Se por acaso você
garantiu o Ramo para sua oferta, você desbloqueou uma imagem bônus para sua galeria.
"Senhorita Claire," eu chamei para o meu amor estupefato.

"Huh?"
“Quer essas escamas divinas reconheçam ou não, eu te amo. Não importa

para quem eu perco, continuarei a amar apenas você. Então—” eu fiquei na frente de
Claire e peguei sua mão, “você vai me deixar voltar para o seu lado não como sua
empregada, mas como seu parceiro?”
Foi a primeira vez que articulei minha esperança de que Claire me amasse
de volta. E eu fiz isso com minhas próprias palavras, não as de um poema.
Eu não tinha planejado inicialmente usar meu conhecimento do Ramo do Eterno

Ame. Muitas vezes parecia injusto confiar no conhecimento da minha vida anterior, mesmo
contra um oponente tão detestável quanto Manaria. Mas então eu percebi que não poderia
me segurar.
O amor é um campo de batalha, diziam no meu mundo anterior. O amor não

podia ser racionalizado ou raciocinado. Se eu quisesse que Claire fosse minha, eu tinha que
fazer o que fosse preciso para mostrar a ela.
"Você... é realmente..." Lágrimas brotaram nos olhos de Claire. Eu temia o que eles
significavam. Mas então... ela sorriu.
“Ah ah ah!” A risada alegre de Manaria interrompeu o momento.
"Lady Manaria, por favor, leia o quarto", eu disse. “Você está arruinando o
momento.”
"Não. Eu decidi que quero você. Você é o melhor,” Manaria disse, jogando
seus braços abruptamente em volta de mim.

"O que-Lady Manaria..."
“Quero dizer, eu já pensei que você era fantástico, mas isso só prova
você é ainda mais incrível do que eu imaginava. Você é tudo que eu quero em
um companheiro.”
"I-Irmã, o que você está dizendo...?"
“Oh, me desculpe, Claire. Rae tem sido meu alvo desde o início. Ela é apenas
tão divertido de provocar, e acabei envolvendo você nisso também.” Manaria riu, fazendo
uma cara atrevida.
Foi quando me lembrei – no jogo, Manaria se apaixonou pelo personagem principal.

Este Manaria tinha sido tão cruel comigo que eu tinha esquecido completamente que isso
poderia acontecer.
“Ei, Lady Manaria,” eu disse. “Por favor, afaste-se de mim.”
"Não. Vou levá-lo de volta para Sousse comigo.
“Eu não vou!”
“Jogar duro para conseguir te deixa ainda mais fofo.”
"Pare-"
"Nããão!"
Ninguém ficou mais surpreso do que eu com o grito que cortou minhas palavras. A bela
e aguda voz de Claire ecoou pelo salão da cerimônia, deixando a multidão em silêncio.
“Rae é minha! Não a tire de mim!”
"M-Senhorita Claire...?" Eu disse timidamente. Isso pareceu fazê-la perceber o que

acabara de dizer.
“N-não! Isso não foi o que eu quis dizer!"
"Senhorita Claire!" Eu a abracei sem pensar.
“Ei, solte!”
"Não! Eu te amo, senhorita Claire!”
“Bem, eu te odeio! Leeet gooo de meee!”
"Você disse que eu sou seu!"
"Cale-se! Esqueça que eu disse isso!”

Tomados pela emoção, gritamos um para o outro, soltando tudo o que

queríamos dizer. Parecia que tinha sido uma eternidade desde que tínhamos acabado de
fazer isso assim.
“Com licença, Lady Manaria. Você concorda que o concurso está no fim?”
perguntou Misha.
“Bem, parece que sim.” Manaria nos observou continuar. “O amor entre mulheres
pode ser um caminho espinhoso. Espero que Rae e Claire sejam felizes, mas—”
"Mas?" Instigou Misha.
"Mas, bem. Eu não acho que eles vão se arrepender,” Manaria disse, com um
sorriso largo, como se algo dentro dela finalmente tivesse se libertado.
“Leeet gooo de meee!”

"Nããão!"
Claire e eu, enquanto isso, estávamos completamente alheios a tudo, menos um ao

outro. Escusado será dizer que eu estava mais feliz que já estive na minha vida.
***
"O que?! Você está voltando para Sousse, Irmã?!”

"Sim."
Na manhã seguinte ao Amour Festival, Manaria anunciou que estava

voltando para casa. Claire estava incrédula, assim como todos os outros.
“O príncipe primogênito faleceu abruptamente. Isso me move para cima na linha de

sucessão, então parece que estarei dando piruetas na corte mais uma vez.” Manaria riu, mas
ela não parecia realmente descontente com a perspectiva.
Rod zombou disso em aparente descontentamento. "Você vai apenas pegar seus
ganhos e ir embora?"
“Tenho certeza que teremos muitas oportunidades para uma revanche no futuro.
Você não acha, futuro Rei de Bauer?”
“Hmph. Vou manter minha cabeça em boa forma para que você possa cortá-la”, Rod

disse rindo sem medo.
“Ah, Rae. Você não vai fugir comigo?” Manaria disse, flertando.
"Você está por sua conta", eu respondi brevemente, ao que ela fingiu soluçar.
Não é nada bonito.
“Já que Rae me rejeitou... acho que vou ter que ir para casa e tomar o trono. Uma vez
que eu tenha uma coroa na minha cabeça, posso voltar e ser um espinho em seus lados.”
“Você não precisa voltar,” eu disse sem rodeios.
“Rae, não seja rude,” Claire repreendeu.
Deixando isso de lado, Manaria estava falando muito levemente de algo como tomar o
trono.
“E o escândalo sobre sua sexualidade?” Eu perguntei.
“A população em geral permanece inconsciente. Vai funcionar contra mim em nosso

briga familiar interna, mas no final das contas, isso não importa.” disse Manaria. “Este último
mês foi o mais divertido que tive na minha vida. É realmente muito ruim que eu tenha que sair.”
“Sinto o mesmo, irmã.”
"Apresse-se e vá..." eu murmurei.
“Rae!” Claire pisou no meu pé. Ai! Ah, eu a amava.

“Tenha mais respeito pela família real!”
"Meu coração está muito cheio de meu amor por você, senhorita Claire."
“Ah, argh!” Claire ficou vermelha e desviou o olhar com um bufo. Ela era tão
insuportavelmente fofo.
Talvez esse tivesse sido o plano de Manaria o tempo todo. Talvez ela tenha se
tornado a vilã de propósito para aproximar Claire e eu. Se isso fosse verdade, eu tinha uma
dívida de gratidão com ela, mas ainda estava ansioso para vê-la partir. Ela me machucou, e Claire
a amava. E eu sabia que nunca poderia vencê-la em batalha.
“A propósito, Mestre Rod, eu tenho más notícias para você,” Manaria disse, seu rosto
subitamente sério.
"O que é isso?"

“O príncipe primogênito de Sousse foi assassinado, e o feito foi

feito por meio do mesmo veneno usado em Thane no passado.”
"O que?! Que significa-"
“O Império Nur…”
"Sim."
Parecia que o vizinho império Nur, rival de longa data do nosso reino, ainda
estava em movimento.
“O príncipe primogênito pretendia se mover agressivamente contra o Império

Nur. Eles não podem ter ficado muito felizes com isso”, explicou Manaria.
“E eu não espero que eles mudem sua abordagem assim que eu assumir o trono.
Uma tentativa de assassinato de Thane e o assassinato bem sucedido do príncipe de
Sousse... Eles estão ficando mais ousados. Nós devemos ser cuidadosos."
"Obrigado. Tenha cuidado em casa também,” Rod respondeu.
“Agradeço sua gentil preocupação,” Manaria disse e então olhou para mim.
“Rae, tome cuidado também. Tenho certeza que você pode neutralizar cantarella em
outra pessoa, mas se você for o envenenado, você pode morrer.”
"Eu vou ficar bem. A Academia está trabalhando em um antídoto.”
Imediatamente após o atentado contra a vida de Thane, dei aos pesquisadores da
Academia a fórmula da magia que usei para neutralizar o veneno para que pudessem
ensinar outros a replicar o feitiço.
"Eu vejo. Você realmente é notável. Claire, acho que você deveria...
"Eu não vou dar ela para você."
“Vocês realmente começaram a agir da mesma forma,” Manaria riu.
Nessa época, alguém veio notificar Manaria que seu cavalo e carruagem
haviam chegado.
“Oh, eu vou te ver...” Claire começou.
“Claire, você fica aqui. Eu preciso emprestar Rae.”
"Irmã, você ainda não está..."

"Haha não. Eu só tenho algo que preciso discutir com ela em
confiança antes de partir. Isso é aceitável, sim, Rae?”
"Acho que não tenho escolha..."

A contragosto, caminhei com Manaria até sua carruagem. Quando estávamos a alguma
distância de Claire, ela disse: “Rae, tem uma coisa que eu quero te perguntar.”
"O que é isso?" Eu respondi.
"Apenas quem é você?" A luz brilhou nos olhos de Manaria. “Você pode neutralizar
venenos raros e conhece oferendas secretas e lendárias. Onde você aprendeu essas coisas?”
“Eu não posso responder a isso.” Eu não poderia enganar Manaria com uma mentira malfeita,
então, em vez disso, respondi honestamente com nada.
“Você é um espião de Nur?”
"Não, não estou."
"Sério?"
"Eu juro pela senhorita Claire."
“Ah. Bem, nesse caso, eu acredito em você. No mínimo, tenho certeza

você não vai apunhalar Claire pelas costas.”
"Isso é tudo que você queria me perguntar?"
"Não. Você ainda não quer nada em troca de seu amor por Claire?” Sua
olhos me disseram que ela não me deixaria evitar a pergunta desta vez.
"Não. Eu... eu quero que a Srta. Claire retribua meus sentimentos,” eu respondi, olhando
Manaria diretamente nos olhos.
“Vai ser um caminho difícil.”
"Eu sei."
“Claire sempre se considerou heterossexual.”
“Eu também sei disso.”
“Mas você vai persistir?”
"Sem dúvida." Respondi a cada pergunta sem uma pitada de hesitação.
“Sim, isso vai servir. Agora posso finalmente confiar Claire a você.” Manaria tinha um olhar
em seu rosto como um pai entregando sua filha em seu casamento.
Quaisquer que fossem seus sentimentos por mim, ela também se importava profundamente com
Claire. Ela estendeu sua mão. "Isso foi divertido. Cuide de Claire por mim.

“Não precisa perguntar.” Apertei sua mão com firmeza.
"Vejo você de novo", disse Manaria. E então, como uma rajada de vento, ela foi
se foi.
***
“Senhorita Claire—”
"O que é isso?"
“Por favor, recite mais uma vez para mim.”
Depois de nos despedirmos de Manaria, voltamos para o dormitório de Claire, onde

Claire agora estava sentada em sua mesa com um livro aberto na frente dela. Eu tinha
meus braços ao redor dela. O que eu estava pedindo para ela recitar, é claro, eram as palavras
que ela deixou escapar no Amour Festival.
“Do que diabos você está falando?”
“Você está se fazendo de idiota de novo.” Eu não pude deixar de provocá-la quando
ela estava sendo tão adorável.
O rosto de Claire ficou vermelho. “Não vá ter ideias! Eu não tenho tal—”
"Hmmm?"
“Sem esses sentimentos sobre o assunto de qualquer maneira...” Claire colocou o nariz
no ar e virou a cabeça para longe de mim.
"Nome."
Ela não respondeu.
"Você vai me chamar por isso."
“Eu não sei do que você está falando.”
Eu ainda não estava convencida de que Claire gostava de mim. Mas ainda... "Senhorita Claire."
"O que é isso?"
"Eu te amo."
“Hmph.”

Eu acreditava que Claire e eu tínhamos dado um passo à frente.

Capítulo 5:
Feriado escolar
“O que vocês estão fazendo durante o intervalo?” Rod nos perguntou em um
Cavaleiros da Academia se reunindo logo depois. “Conseguimos esses ingressos gratuitos no

Foundation Day Festival. Eu estava me perguntando quantas pessoas realmente vão usá-los.”
“Vou passar as férias em casa”, disse Misha com indiferença.
“Estou indo para um resort de praia, então também não vou usar ingresso,” Claire declarou.
“Eu acho que isso significa que eu não tenho que te perguntar, Rae.”
"Sim. Estarei com a senhorita Claire.
Onde quer que Claire fosse, eu seguia. A estratégia usual em Revolution

era para o personagem principal usar seu ingresso em um evento especial, desbloqueando
algumas imagens para sua galeria, mas eu não me importei com nada disso.
"Isso deixa nós três", disse Rod, claramente desapontado.
"Isto é chato." Yu deu de ombros.
Thane não disse nada, parecendo desinteressado.
“Por que você não convida alguém para acompanhá-lo? Nenhum aristocrata recusaria a família
real.”
“É verdade, mas se convidarmos alguém, torna-se uma coisa toda política…”
Isso faz sentido. Os aristocratas não competiam pelo trono, mas formavam facções e se
engajavam em lutas pelo poder, inclusive pelo favor da família real.
“Bem, seja como for... espero que nenhum de vocês tenha esquecido sua
deveres durante as férias como estudantes da Academia?” Rod perguntou.
"Nossos... deveres?" Eu não conseguia pensar no que ele poderia dizer.
“Venha, Rae. Você esqueceu? Tal comportamento decepcionante da minha

servo...” Claire disse, abaixando a cabeça.
“Rae, ele está falando sobre a Caça aos Mortos-Vivos,” Misha explicou. Eu
finalmente me lembrei.
A Caça aos Mortos-Vivos – oficialmente conhecida como o Envio de Mortos-

Vivos – acontecia todo verão na Academia. No verão, os mortos-vivos tendiam a aparecer,
e os alunos da Academia tinham o dever de exterminar um certo número. Revolution
incluiu um incidente em que um grupo de mortos-vivos apareceu dentro do castelo, mas isso
ainda não havia acontecido nesta realidade. E não iria.
Eu me certificaria disso.
"Por que a cara azeda, Claire?" perguntou Misha.
“Eu não gosto do termo Undead Hunt. É insuficientemente respeitoso com aqueles
que passaram.” Claire escolheu coisas estranhas para levar a sério. Esta foi um pouco mais
difícil de entender, vindo de um mundo mais cientificamente avançado e secular, mas me
fez respeitá-la ainda mais.
“Mas o envio de mortos-vivos também soa desagradável. Apenas o clero usa esse
termo agora.”
“Pode ser, mas... Rae, diga alguma coisa.”
"Uhhh..." Claire estava finalmente confiando em mim. eu não queria deixá-la

baixa. “Você quer dizer que é como Obon?”
"O que é isso?"
“Um festival que temos de volta de onde eu venho…”
“Não temos a menor ideia do que você está falando.”
Bem, isso também fazia sentido. Nesse caso… “Por que não vamos para
algo mais simples?”
"Oh. Isso pode funcionar,” Claire concordou.
“Uma frase totalmente nova será difícil de lembrar, mas podemos modificar
a original.” Rod também estava a bordo.
Então, decidimos rebatizar o Undead Sending como simplesmente “The Sending”.
"Se movendo. Não espero que os Cavaleiros da Academia fiquem para trás, mas
baixar a guarda pode ser fatal. Fique na ponta dos pés durante o Envio.”

“Eu não estou prestes a ser derrotado por algum morto-vivo.” Claire colocou um sorriso
corajoso em seu rosto. No entanto-
"Mas senhorita Claire, eu pensei que você estava com medo de-"
“Não estamos falando de fantasmas! Estes são mortos-vivos!” Claire gritou antes que eu
terminasse minha frase. Adorável.
“Rae, você protege Claire,” Rod dirigiu.
"Deixe para mim."
“O que você quer dizer, Mestre Rod?! Eu realmente não tenho medo de—!”
“Talvez devêssemos contar algumas histórias de fantasmas para definir o clima?” Yu

interrompeu provocativamente. “Há muito tempo, vivia um jovem padre que foi excomungado
da Igreja...”
"Isto me lembra! Misha, onde seus pais moram? Claire forçou uma mudança de assunto, e Yu
riu para si mesmo.
Sou o único que pode brincar com Claire, seu idiota, pensei.
"Euclides. É uma cidade portuária ao sul da capital. Rae é de lá também.”
“Ah, que coincidência. A propriedade de François também está em Euclides.”
Isso não foi coincidência, obviamente. Foi uma decisão deliberada sobre o
parte dos escritores do jogo. Misha era amigo de infância do personagem do jogador porque eles
vieram da mesma cidade, e a propriedade de François estava localizada lá para que o personagem
principal pudesse continuar sendo intimidado por Claire se ela escolhesse ir para casa durante as férias.
“Nesse caso,” Claire continuou, “você deveria viajar conosco. Minha carruagem tem
muito espaço para mais um.
"Eu não poderia impor", disse Misha.
"O que? Você não vai na minha carruagem? Claire franziu a testa. eu não poderia dizer
se ela estava genuinamente irritada ou apenas sendo má. Talvez ela simplesmente não
conseguisse dizer diretamente que queria ir com Misha.
“Isso parece divertido,” Rod disse de repente. “Meninos, vamos para o Euclides também?”
“Não podemos, irmão. Euclides está longe demais.”
“Temos assuntos de estado para tratar...”

Os príncipes nunca poderiam viajar muito longe da capital.
“Ah, chato!” Rod fez beicinho como uma criança. “Bem, não pode ser ajudado.
Suponho que vamos aproveitar nossas férias separadas e afastar os mortos-vivos enquanto
estamos nisso. Vou dizer uma última vez, não baixe a guarda, entendeu?
"Senhorita Claire."
“O que é agora, Rae?”
Juntei as coisas de Claire e sorri. “Vamos aproveitar as férias.”

"O que há com esse olhar?" ela murmurou.
Eu não pude deixar de lhe dar outro olhar de soslaio – ela estava apreensiva,
mas meu coração estava todo encantado.
***
Com as férias ao virar da esquina, havia uma mola nos meus passos enquanto
caminhava pela cidade. O sol estava ficando mais quente, e eu podia realmente sentir o verão
chegando.
"Onde você está indo?" minha amada Claire me perguntou. eu estava segurando um
guarda-sol sobre ela para proteger sua pele branca perolada do sol.
"Preciso cuidar de alguns pequenos negócios antes de sairmos."
“Pequenos negócios?”
“É muito pequeno. É como, umm... eu quero beliscar algumas coisas pela raiz
antes que se tornem problemas.”
"Não entendo." Claire inclinou a cabeça para o lado, parecendo confusa. Era
injusto o quão fofa ela era, realmente.
“De qualquer forma,” eu disse, “você nunca me acompanhou em recados pessoais antes.
Por que o interesse agora?”
“Nada... Nenhuma razão particular. Eu só queria respirar um pouco de ar fresco”,

Claire disse enquanto colocava o nariz no ar e virava a cabeça. Espere. Ela estava de mau humor?
"Mas, senhorita Claire... você não gosta do calor ou do sol." eu tive de verdade

não fazia ideia de por que Claire, que era duas vezes mais mimada do que qualquer
pessoa viva, decidiu por vontade própria me acompanhar no calor escaldante do verão.
"Dar. Isto. Acima! Apenas se apresse e faça o que você veio fazer!”
“Ohhh...” Talvez ela estivesse apenas de mau humor hoje. Afinal, suas mudanças
de humor podem ser tão caprichosas quanto as de um gato. Quanto a mim, eu estava
emocionado por passar mais tempo com Claire, então resolvi não pensar mais sobre isso.
“E para onde vamos?”
“Estamos quase... aqui,” eu disse, parando na frente de um prédio.
“Companhia de Comércio de Tule? O que você está comprando aqui?” Claire

perguntou, lendo o nome na placa.
“Eu não estou comprando nada. Preciso falar com o dono da loja sobre algo.”
"Hum…? Bem, vamos entrar, então. Está muito quente aqui fora.”
“É por isso que eu disse que você deveria esperar na Academia—”
"Pressa. Acima!"
"Sim." Segui Claire até a loja.
"Bem-vindo?! Oh meu Deus, senhorita Claire. O que jamais o levaria a um

lugar assim...?”
O lojista de aparência gentil ficou nervoso no momento em que viu Claire. Seu
nome era Hans, e ele era dono e administrava a Tulle Trading Company por conta própria.
Não era uma empresa pequena, mas também não era grande, e ele provavelmente nunca foi
patrocinado por alguém do status de Claire.
“Não estamos atendendo ao meu negócio. Vá em frente, Rae. Apresse-se e faça o

que você veio fazer,” Claire disse com uma total falta de interesse enquanto se afundava no
sofá no canto da loja.
“Olá, Hans.”
“Olá, Rae. Isso é certamente uma surpresa. Esta é a primeira vez que a senhorita
Claire se junta a você?
"Sim. Parece que ela estava simplesmente com vontade de vir comigo hoje.
"Bem então. Que tipo de proposta você me traz hoje, Rae?”

Com essas palavras, o comportamento de Hans passou de gentil e paternal para

estritamente profissional. No jogo, Hans era o NPC comerciante que vendia itens para o
personagem principal. Nesta realidade, tivemos uma relação comercial que se revelou bastante
proveitosa . Ele me ajudou a obter os ingredientes que eu precisava para os novos itens do menu
Broumet, e ele também me ajudou a negociar a venda de receitas para Broumet.
“Infelizmente, vim até você hoje para pedir que você feche um negócio.”
"Huh?" Hans parecia intrigado.
“Tenho um palpite de que você ouviu rumores de uma nova ferramenta mágica.”
"O que você quer dizer?" Hans inclinou a cabeça.
“Fazer papel de burro não vai funcionar comigo. A ferramenta mágica de que estou falando
pode supostamente... trazer os mortos à vida. Toca alguma campainha?”
“Bem... eu realmente não achei que pudesse enganar você, Rae.” Hans jogou ambas as
mãos no ar em derrota. “Você está certo, eu ouvi falar disso. Não é barato, então eu ainda estava
pensando se deveria ou não estocá-lo.”
"Por favor, não."
“Posso perguntar por quê?” Hans perguntou, levantando uma sobrancelha.
“Aquela ferramenta mágica, é uma farsa.”
"Como você sabe disso…?"
“Eu não posso te dizer. Mas se você tentar lucrar com isso, perderá muito dinheiro.”
“Hmmm...” Hans ficou sentado ponderando minha insistência, bem como minha
relutância em oferecer provas. Eu já lhe trouxe excelentes oportunidades de negócios por causa do
meu conhecimento do jogo, então ele tinha motivos para confiar na minha palavra.
A ferramenta mágica em questão realmente transformou os mortos em mortos-vivos.

No jogo, um aristocrata de status inferior comprou a ferramenta de Hans e a usou. Como resultado, o
túmulo da filha de um aristocrata tornou-se um ninho de mortos-vivos, os aristocratas ficaram furiosos
e os negócios de Hans foram arruinados. Fazia parte do capítulo Undead Hunt do jogo, mas, da minha
parte, eu queria evitar que essa tragédia acontecesse em primeiro lugar.

“Se isso viesse de outra pessoa, eu os expulsaria do meu

compre agora mesmo. Mas você nunca esteve errada antes, Rae…”
“Claro, eu não estou pedindo para você entregar esta oportunidade de negócio de graça. Eu
tenho uma dica para você.”
"Claro que você faz." Hans sorriu maliciosamente.
“Em breve haverá uma demanda crescente por armas e armaduras. E tem que ser discreto.”
“Bem, isso parece perigoso! Vamos para a guerra?” Hans olhou para mim com olhos curiosos.
“Não, mas algo assim.”
"E você não vai me dizer como você sabe disso, certo?"
"Receio que não. Você terá que decidir se confia em mim ou não.
Hans ficou pensativo por algum tempo. Finalmente, ele soltou um grande suspiro. "Ok. Vou
passar a ferramenta mágica. Mas, por favor, apenas me diga uma coisa.”
"O que é isso?"
“Essas demandas subterrâneas por armamento – será seguro fornecer

eles?" Hans tinha um olhar penetrante. Ele estava me testando.
“Como um comerciante, você deve estar bem. Como pessoa... isso dependeria
em suas próprias crenças pessoais,” eu respondi.
“Hmph…” Hans soltou um grunhido, indicando que ele entendeu. "Multar. Isto
soa obscuro, mas sem risco, sem recompensa, hein?
Sua expressão suavizou.
“Sério, Rae... O que você é? Toda vez que você vem, é como se estivesse me contando o futuro.”
"Não tenho nenhum comentário."
“Sim, aposto que não. Mas tenha cuidado, Rae. Se eu estivesse disposto a ganhar dinheiro
a qualquer custo, poderia ficar tentado a levá-lo como prisioneiro. Ele disse aquelas palavras
aterrorizantes tão casualmente.
“Eu acho que você sabe que eu sou um lançador duplo.”
“Claro, eu não faria isso sozinho. Eu poderia contratar alguém ou conseguir um

ferramenta mágica de selagem.” Ele tinha um ponto. “Bem, vou manter minhas
ameaças no mínimo hoje. Mas não esqueça o quão valioso você é – e como isso o torna
mais propenso a atrair o infortúnio.”
“Vou manter isso em mente.”
"Por favor", disse Hans, dando-me um pequeno sorriso.
“Você já terminou?” Claire gritou, vendo nossa conversa ficar mais leve.
"Sim por enquanto. Obrigado pelo seu tempo, Hans.”
"Claro. Por favor, volte novamente.”
"Adeus."
Segui Claire para fora da loja.
“Ainda temos muito tempo antes do toque de recolher”, disse Claire. "Eu estou
com fome."
“Vamos voltar para os dormitórios? Eu posso te fazer alguma coisa,” eu

disse enquanto eu pegava o guarda-sol de Claire.
“Tão insensível…”
"O que?"
"Oh nada. Sim, vamos voltar. Nós vamos voltar!” Claire começou
caminhando rapidamente.
"Senhorita Claire, sua pele vai queimar."
“Tudo bem, quem se importa?!”
“Não está bem. Senhorita Claire, e se sua bela pele estiver arruinada? Corri
para alcançá-la e segurar o guarda-chuva para ela, mas ela parou.
"O que, isso faria você me odiar?"
"Nunca", respondi sem hesitar, embora não tivesse ideia do que ela queria dizer.
Eu nunca poderia odiá-la.
"Entendo... Hmmm." Claire parecia em conflito por algum motivo. O que era
com ela hoje?
"Senhorita Claire, você não está muito bem hoje."

“E de quem você acha que é a culpa?!”

“Ahhh…”
“Vamos nos apressar de volta! Quando estivermos na Academia, você vai me

fazer crème brûlée!”
“Ohh...” E agora parecia que ela estava de volta ao normal.
"Depois de todo esse esforço para sair..." ela murmurou.
"O que você disse?"
"Eu disse que é tudo culpa sua!" Ela mostrou a língua para mim.
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu sabia disso: Claire estava mais
fofa do que nunca.
***
Eu estava neste mundo há quase seis meses, e ainda sentia muita falta
carros.
Eu estava saltitando em uma carruagem puxada por cavalos a caminho da vila de

François, acompanhado por Claire, Misha e Dole. Claire e eu estávamos no banco atrás do
motorista, enquanto Dole e Misha estavam atrás. Houve algum barulho sobre os arranjos dos
assentos, mas Claire conseguiu o que queria no final.
“E então eu disse: 'Você mente. O reino desmoronaria sem a nobreza para sustentá-
lo.'” Dole, o Ministro das Finanças, estava acenando dramaticamente com as mãos. Estávamos
viajando há meio dia e ele não parou de falar o tempo todo.
“Padre, já ouvimos essa história. Quantas vezes você vai contar?”
"Hum? Ter você? Bem, então, vou contar uma história diferente. Isso aconteceu
logo depois que Claire nasceu...
Dole era talvez o aristocrata mais influente do país, perdendo apenas para a família
real. Se ele quisesse falar, havia muito poucos que se atreveriam a interrompê-lo. Claire poderia,
mas a etiqueta tornava difícil para ela falar sobre seu pai também. O melhor que ela podia fazer
era, como acabara de fazer, redirecioná-lo

quando ele respirava aqui e ali.
Quase tudo o que Dole tinha a dizer era gabar-se de suas próprias
realizações. Como Ministro das Finanças, ele basicamente segurava os cordões da bolsa
para todo o país. Nenhuma legislação apresentada por políticos ou burocratas poderia
decolar sem a aprovação de Dole. Ele desempenhou um papel no estabelecimento de todas
as políticas administrativas e, portanto, as viu como suas próprias realizações.
“Claire, você ainda é jovem… e uma mulher, então você pode não entender isso,
mas a política não está de acordo com os ideais.”
"Hm..." Claire disse vagamente. Ela olhou para mim como se estivesse me implorando
para salvá-la.
“Mestre Dole, como era a Srta. Claire quando ela era pequena?”
“Ela era apenas um anjo! O ser mais adorável que existe!”

Eu joguei a isca e Dole pegou, anzol, linha e chumbada. Ele
começou a divagar em detalhes sobre a infância de Claire, parecendo encantada.
Senti um cutucão na minha lateral. Era Misa. “Como você pode falar tão diretamente
para o Mestre Dole...?”
"Por que não? Ele é meu futuro sogro.”
“E como você pode brincar com algo assim?” Mysha suspirou. Ela parecia exausta.
Como ex-aristocrata, ao contrário de mim, ela não podia deixar de se sentir pressionada na
presença de Dole.
“Bem”, disse Dole, “eu permito que esse plebeu fale comigo porque Claire permite
sua presença. Caso contrário, nunca estaríamos na mesma carruagem.”
“Estou muito grato pela generosidade de Vossa Excelência e da Srta. Claire.”
“Mmm.” Dole pareceu satisfeito com meu humilde comentário. “Claire, você se
tornou bastante amigável com este plebeu, não é? Que reviravolta depois que você
começou a odiá-la tanto.
“Eu não tenho nenhuma intenção de ser amigo dela…”
“Claire, seu coração é muito gentil para um aristocrata. Cuidado com quem
você mostra compaixão”, disse Dole sem rodeios. “Caso contrário, a história se repetirá

em si... como aquele traidor Aurousseau.
"Pai!"
“Depois de todos esses anos, ela acabou sendo nada além de uma prostituta
nojenta. Ela deveria ter sido executada por conspirar com nossos inimigos.”
Claire parecia prestes a explodir. Isso não funcionaria. Tentei mudar o assunto da
conversa novamente, mas...
“E ela estava tendo relações com seu próprio irmão também. O muito
pensei em você sendo contaminado pela proximidade com aquela imundície, Clai—”
"É o bastante!" Claire chorou.
"Claire... Você tem um coração bondoso, mas não pode defender-"
“Pai, fique em silêncio. Se você disser outra palavra sobre Lene, eu nunca vou
Perdoar você." Claire fixou um olhar mortalmente sério em Dole, que estava sem
palavras. “É verdade que as ações de Lene foram imperdoáveis. Nisso você está correto.
Mas ela teve suas próprias lutas, sua própria dor…”
Ela mordeu o lábio com tanta força que sangrou.
“Lene admitiu sua culpa. Ela aceitou seu castigo. Por favor, não fale mais sobre isso.
Eu ainda a acho querida para mim.”
Apesar da traição de Lene, Claire simpatizava com ela. Suas afeições não foram
conquistadas facilmente, mas, uma vez conquistadas, provaram ser indeléveis. Eu a amava
por isso.
“Os aristocratas nasceram para governar,” Dole retrucou friamente. "Gentileza,

sentimento pessoal - estes são impedimentos à sua obrigação.”
“Não estou sendo sentimental!”
“Então por que defender um servo que traiu você? O que você acha
aconteceria se outro aristocrata ouvisse você falar dessa maneira?
"I-isso...!" Claire parou.
Eles estavam falando de dois pontos de vista completamente diferentes.

Claire falou do coração – sobre as emoções que os humanos precisavam para viver, que
não podiam ser explicadas apenas pela lógica. Por outro lado, Dole era puramente analítico.
Ele sabia que cálculos incessantes de lucros e perdas eram o que significava ser nobre.

"Claire, eu rezo para que você não me decepcione."

Ela não respondeu.
“Você vai responder?”
Nada.
“Claire.”
“Sim...” A voz de Claire estava calma, derrotada.
Pensei em dizer algo, mas me contive. eu não poderia dizer nada

para curar suas feridas, porque não foram as palavras de Dole que a machucaram, mas
a percepção de que ela era um pobre exemplo de aristocrata.
Claire era inteligente. Eu sabia que se ela se aplicasse, ela poderia refutar
seu pai de várias maneiras. Mas o que resultaria disso? Ela, uma aristocrata, que
sempre fora uma aristocrata, estaria argumentando contra a lógica aristocrática.
Por enquanto, fiz melhor por ela marcar sua angústia observando-a do que fazer meus
próprios comentários. Então: eu não falaria.
Mas um dia, eu confirmaria Claire e tudo o que ela representava. Um verdadeiro

afirmação, não chavões ou elogios vazios destinados a fazê-la se sentir melhor. Para
isso, optei por ficar em silêncio por enquanto. Mas pelo menos…
Claire olhou para mim brevemente. Eu estava segurando a mão dela de uma forma que
Dole não podia ver. Eu apertei suavemente, e ela apertou de volta com mais força. Sua
mão estava quente. Eu esperava estar transmitindo calor de volta para ela também.
Não podíamos dizer isso em voz alta, mas eu queria acreditar que havia
algo entre nós que nós dois podíamos entender sem palavras.
***
Já era noite quando chegamos à vila de François.
“Isso é incrível…”
"É realmente."

“É bem pequeno comparado à nossa residência na capital, porém, não é

isto?"
A vila, iluminada pelo sol da tarde, era tão grande que você mal podia
acreditar que era de propriedade de um indivíduo. Misha e eu soltamos suspiros de
espanto quando vimos, mas Claire não parecia nem um pouco impressionada.
“Vou descansar primeiro. Empregada-chefe, cuide de tudo.”
"Sim senhor."
Dole devia estar cansado da longa viagem, pois se retirou para seu quarto.
“Senhorita Claire, você deveria descansar em seu próprio quarto também. Rae vai
carregar suas coisas.”
“Eu posso carregar tanto eu mesmo.”
"Em outras palavras, você quer passar algum tempo comigo, Srta. Claire?"
Pensando que era o momento perfeito, aproveitei para provocar Claire.
No entanto, ela não reagiu.
“Ah, ah...?”
Eu esperava que ela me rejeitasse imediatamente, mas ela não mostrou nenhum sinal
de ataque. Claire tinha um olhar complicado em seu rosto. De repente eu não sabia o que fazer.
“Eu vou embora, então. Adeus, senhorita Claire. Tchau, Rae,” Misha disse e foi para a
casa de seus pais, talvez porque ela sentiu o ar estranho na sala.
“Rae, pare de demorar e pegue a bagagem.”
"Oh sim."
A vila tinha sua própria equipe de empregados para ajudar, então a bagagem foi
separada rapidamente. Acho que demorou cerca de vinte minutos, durante os quais Claire
esperou sem uma única reclamação, observando como se estivesse atordoada.
“Desculpe por fazer você esperar, Srta. Claire. Vamos para o seu quarto,” eu pedi,
pegando suas coisas.
“Sim...” Ela obedeceu mansamente. O que estava errado?
O quarto de Claire estava decorado de maneira tipicamente aristocrática, com

decoração de interiores perfeitamente coordenada. Apesar de sua arrumação,

não era um quarto muito acolhedor. Observei Claire enquanto guardava suas coisas.
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
“Onde devo colocar essas roupas?”
“Basta pendurá-los em qualquer lugar no closet.”

"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
“Onde devo colocar essas roupas íntimas?”
"Basta colocá-los em qualquer lugar naquela cômoda... O que você está fazendo, Rae?"
Claire mudou de atitude no meio da frase quando me viu segurando cada uma de suas roupas
íntimas para verificar o formato.
"Eu apenas pensei que, como sua empregada, eu deveria saber tudo o que há para
saber sobre você, Srta. Claire."
"Você não." Claire começou a bufar de indignação, então de repente parou e

forçou um sorriso. "Você está me provocando para tentar me fazer sentir melhor, não é?"
"Huh? Não, isso sou apenas eu com tesão.”
"Você poderia apenas me dizer que estou certo!" Claire sentou pesadamente na cama,
como se estivesse exausta de tudo. “Acho que estou um pouco melancólico. Eu tinha orgulho de
ser um aristocrata, mas agora, às vezes, parece um pouco doloroso…”
Eu não disse nada. Percebi que esta era a primeira vez que ela confiava em
Eu.
“Eu entendo o que meu pai estava dizendo. Deixar Lene de lado foi a escolha óbvia, na
minha posição, mas... ela era como uma irmã mais velha para mim. Mesmo depois de tudo, não
consigo odiá-la.” Claire soltou um suspiro profundo.
“É deprimente pensar que tenho que passar minhas férias inteiras com meu pai por perto…”
Ela parou de falar de repente, como se percebesse que eu estava ouvindo, e forçou outro
sorriso. “Bem, isso não tem nada a ver com você, Rae. Eu sinto Muito. Esqueça-"
"Senhorita Claire," eu disse, interrompendo-a. “Você gostaria de vir ao meu

lar?"
"S-sua casa?"
“Meus pais são camponeses, então não podemos dar as boas-vindas que
você merece, mas—”
"Gostaria disso."
"Huh?"
“Quero visitar sua casa. Estou bastante curioso para ver que tipo de
ambiente doméstico produz uma criatura tão estranha quanto você.”
Isso foi duro. “É apenas uma casa de camponês normal, no entanto.”

"Isso é bom."
“A comida é comum.”
“É bom ter um pouco de comida simples de vez em quando.”
“Não há nada para fazer lá…”
“Você estará lá, não é? Está acordado. Quando iremos?”
"Er, que tal amanhã?"

"Entendido."
Eu não esperava que ela estivesse tão ansiosa para visitar minha casa. eu me perguntava
o que havia tocado aquele acorde nela.
"Oh, senhorita Claire, você tem um maiô?"
"É claro. Por que?"
“Eu moro à beira-mar, então pensei que poderíamos nadar”

Eu propus, mas Claire olhou para mim com uma cara amarga.
“Não gosto muito do mar.”
“Ah...” Eu tinha esquecido que Claire não sabia nadar. “Posso te ensinar a nadar?”
“Q-quem disse que eu não sabia nadar?!”
"Então você pode?"
"Er..." Claire se virou em um acesso de raiva. Ela era uma menina tão querida.
“Nesse caso, eu vou te ensinar o A a Z da natação e todas as letras

no meio,” eu disse.

“Não é assim que diz o ditado!”
“Você é tão mimado.”
"Eu?! O que eu fiz errado?!"
"A propósito, Srta. Claire... Por favor, tome cuidado com minha mãe."
"Huh?"
"Ela é, bem, você sabe."

"Eu sei o quê?"
“Ela é ainda mais sem vergonha do que eu.”
"Mais que você…?" Claire pareceu surpresa. “Talvez eu não devesse visitar,
então.”
"Vai tudo ficar bem."
"Claro que vai. Afinal, sou filha da família François.

Ninguém ousaria...
"É precisamente porque pessoas como você são as favoritas da minha mãe,
senhorita Claire."
“Então como você pode dizer que vai ficar tudo bem?!”
E foi assim que Claire visitou minha casa.
***
“Ei, Rae. Faz algum tempo."
“Olá, McCloy. Como você tem estado?"

“Oh olhe, é Rae. Você voltou?"
"Oi, Jane, como você está?"
Muitas pessoas me chamaram enquanto caminhávamos pela minha cidade natal no

dia seguinte. Eu tinha esquecido que era a heroína de um videogame voltado para meninas
— em outras palavras, eu era popular.
"Como você tem estado? Eles dizem que a capital é perigosa, então todos nós
estamos preocupados com você”, disse McCloy, dono da loja de ferragens local.

Eu.
"Está bem. Não é tão assustador quanto todos pensam que é.”
"Isso está certo? Ora, até esta cidade está ficando perigosa ultimamente.
Apenas alguns dias atrás, alguns aristocratas que vieram para o envio de mortos-vivos
desapareceram.” McCloy notou meu companheiro. “Quem é essa jovem?”
“Ah, isso é—”
“Eu sou um colega de escola de Rae. Meu nome é Claire,” Claire interrompeu, escondendo sua
verdadeira identidade. Mas por que?
“Oh meu Deus, você certamente é educado. Com um amigo como você, nossa pequena Rae
deve se sentir um pouco mais segura mesmo na capital, hein?”
“Sim,” eu disse, “ela cuida muito bem de mim.”
“E como está Rae, Claire? Ela sempre foi a criança mais capaz
nesta cidade…"
“Ela é muito capaz na Academia também. Todo mundo conhece seu talento.”
"É assim mesmo?!"
A resposta de Claire pareceu encantar as pessoas da cidade, provavelmente

porque, aos olhos delas, eu era um representante da cidade. Mas enquanto eu sorria junto
com eles, eu só tinha um pensamento.
Pare de atrapalhar nosso tempo sozinho.
Em vez disso, mais e mais pessoas começaram a se reunir ao nosso redor. Foi
quando—
"Rae...?"
Argh. A única pessoa que eu nunca quis ver.

“Lui”.
“Então é você,” o garoto disse enquanto empurrava a multidão para chegar até nós.
"É muito bom ver você, Louie."
“Por que você está falando comigo como um estranho? Depois de tudo que estivemos
Através dos?" Louie disse, rindo de sua própria piada.
Claire parecia confusa. "Quem é?"

“Este é o Louie. Ele é meu umm…”
“Eu sou como o irmão mais velho de Rae. Senhorita Claire,” Louie terminou minha frase
para mim. Espere. Ele suspeitava da verdadeira identidade de Claire? Aparentemente sim,
pois ele continuou: “Sou um aventureiro. Eu sei dessas coisas.”
Como você pode esperar de um mundo de fantasia genérico, os aventureiros

empregos de guildas e foram pagos por eles. Fazia sentido que tal aventureiro, que
viajou por todo o mundo, reconhecesse a única filha do Ministro das Finanças do Reino
Bauer.
“Rae, você vai ficar um pouco?”
“Bem, apenas durante o feriado.”
"Eu vejo. Passe na minha casa mais tarde. Minha mãe tem perguntado sobre você.”
"Está bem então. Estamos com um pouco de pressa, então vamos embora agora,” eu disse,
puxando Claire para longe daquele lugar.
"Ei, isso não foi um pouco rude?" Claire olhou para mim intrigada.
"Está bem. Louie é meio chato.”
“Louie está totalmente apaixonado por você, Rae.” Misha de repente saiu da multidão para
me delatar.
"Ei!" protestei.
“Ora, se não é Misha,” Claire disse.
“Faz apenas um dia, Srta. Claire. O que no mundo você está fazendo em
um lugar como este?” Misha havia tirado o uniforme escolar e estava vestindo roupas
casuais.
“Fui convidado para visitar a casa de Rae.”
“Convidado… a casa de Rae não é exatamente um lugar que você pode ser convidado
para."
"Bem, há muita coisa acontecendo..." Eu tropecei, incapaz de mencionar o

problemas entre Claire e Dole na frente de Claire.
“Quem se importa com isso?!” Claire exigiu. “O que você quer dizer quando
você diz que aquele garoto está apaixonado por Rae?!”
Uau... Essa era a parte em que ela estava presa?

"É simples. Como você acabou de ver, Rae é muito popular nesta cidade.
Naturalmente, ela tem admiradores.”
"Ummm... Hmmm." Os olhos de Claire ficaram vidrados.
“Louie é apenas um desses admiradores. Antes de Rae deixar esta cidade, ela não
era completamente—”
“Não há nenhuma verdade nisso. Claire é a única para mim,” eu cortei Misha antes que
ela pudesse dizer qualquer outra coisa.
O olhar de Claire era gelado.
Na verdade, Misha não estava mentindo. No jogo, Louie fez o papel do menino que o
personagem principal estava mais próximo. Em outras palavras, ele era um “garoto do passado
dela”. A personagem principal não estava apaixonada por ele, mas sua presença em sua história
tornou as coisas mais emocionantes. Se o jogador optar por não usar os ingressos do festival e
visitar sua cidade natal, eles desencadearão um evento de triângulo amoroso envolvendo Louie e
o príncipe que o personagem estava namorando.
Achei que isso não aconteceria, já que nenhum dos príncipes estava aqui, mas... "Senhorita
Claire, você não está com ciúmes, está?"
"Eu não sou ciumento! Na verdade, eu nem sei o que você está insinuando, embora
eu tenha uma ideia!”
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
"Não há nada acontecendo entre Louie e eu."

"Eu me pergunto."
“Você não acredita em mim?”
“Umm...”
“O que é isso, Misha?”
"Você poderia, por favor, levar a briga de seu amante para outro lugar?"
“Esta não é uma briga de namorados!” Claire gritou, com raiva.
"Oh, é assim? Então eu vou embora. Divirta-se, Rae.”
“Espere, Misha!”
Tendo jogado aquela bomba em nós, Misha foi embora. O que ela estava tentando

Faz?
“Vamos, Srta. Claire. Vamos lá."

"Hmmm."
“É realmente adorável quando você está com ciúmes.”
“Você acha que pode me enganar com essas palavras?”
Pensei por um minuto. Então eu a abracei no meio da rua.

"Lá."
“Argh?!”
"Hmmm. Você é tão suave.”
"O que você está fazendo?!" Ela me deu um tapa forte – doeu! Mas eu não soltei.
“Este é um lugar público!”
"Eu não vou deixar ir até que você me perdoe." Eu apertei mais forte.
"Multar! Tudo bem, agora solte!”

"Ahhh."
“Por que você parece desapontado?! Você não está me pedindo para perdoá-lo?!”
"Sim, mas é tão maravilhoso estar segurando você, Srta. Claire."
"Este. É. O suficiente. Agora. Deixar. Vai. Do. Eu!"
Em um feito de força, ela se libertou. Uau.
"Assim como eu estava começando a pensar que você amadureceu um pouco..."
“Ninguém pode parar esse amor transbordante que tenho por você.”
"Cale-se! Argh… Agora estou exausto antes mesmo de poder cumprimentar sua
mãe e seu pai…”
"Você quer dizer seus futuros sogros?"
“Você tira sua mente da sarjeta, está me ouvindo?!”
***

"Senhorita Claire, você está pronta?"
"Você não está sendo um pouco dramático?"
Claire e eu paramos diante da porta da casa dos meus pais, que tinha a
nome Taylor. Nosso nome veio da palavra “alfaiate” e, como você poderia esperar, tínhamos
uma loja de roupas. Eu queria uma confirmação final de antemão, mas Claire parecia estupefata.
"Então, você está pronto?"
“Apresse-se com isso,” Claire pediu, e eu abri a porta.

"Estou em casa."
"Eh... Hein?"
Dos fundos da loja veio uma jovem que parecia uma adolescente.
“Ah, olha quem é! Ra! Bem-vindo a casa." A garota correu até mim e me deu um abraço
caloroso. Seu peito, que era voluptuoso o suficiente para me fazer duvidar que éramos parentes,
pressionou contra meu rosto.
"E-eu estou sufocando."
"Oh, desculpe."
“Você pode ser a irmã mais velha de Rae…?”
“Oh meu, irmã? Você é bem bajulador, não é? A garota levou a mão ao rosto, corando, e
balançou.
"Este é meu…"
“Eu sou a mãe de Rae, sua coisa adorável.”
"Sério?" disse Claire. "Não é seu irmão, então?"
Sim, esta era minha mãe, Mel Taylor. Ela definitivamente não parecia
ela poderia ter uma filha da minha idade. Muitas vezes éramos confundidas com irmãs.
"Agora Agora. Isso é bajulação suficiente. Rae, você vai me apresentar ao seu amigo?
Minha mãe finalmente voltou à terra.
“Esta é Claire François. Ela é a única filha de Dole François, Ministro das Finanças, e
ela é minha empregadora.”

“Por favor, me chame de Claire. É um prazer conhecer-te."
A boca de minha mãe ficou boquiaberta com isso por um momento, mas então ela
sorriu e disse: “Obrigada por cuidar tão bem da minha filha. Espero que seu relacionamento
possa continuar.”
“Ah, Rae. Sobre o que você estava falando antes? Sua mãe é maravilhosa,”
Claire sussurrou, acusadoramente.
"Bem, ela pode parecer inofensiva, mas..."

"Mas?"
"Senhorita Claire, onde está sua jaqueta?"

"Huh?"
"Oh, me desculpe. Eu faço isso...” Minha mãe disse, segurando a jaqueta de Claire.
"Ei! O que na Terra?!"
“Minha mãe tem o mau hábito de despir as pessoas que ela gosta.”
“Então era verdade?!” Claire pegou sua jaqueta da minha mãe e deu um passo para trás
como se temesse por sua segurança.
“E-eu sinto muito. Você só tem uma figura tão ideal, eu queria tirar o seu
Medidas…"
“E o que isso tem a ver com me despir?!”
“Minha mãe age por instinto. Aparentemente, ela nem está conscientemente
consciente do que ela está fazendo até que seja feito.”
“Isso não é algo que você pode fazer inconscientemente!” Claire chorou.
"Qual é a comoção?" Um gigante de um homem - mais de um metro e oitenta de altura

- apareceu.
“Oh, querida, Rae está em casa. E ela trouxe a garota mais fofa com ela,” minha mãe
explicou.
Meu pai voltou seu olhar penetrante para nós.
“Estou em casa, pai.”
"N-prazer em conhecê-lo."
Eu estava acostumada com ele, mas Claire parecia um pouco assustada. Como filha dele, eu
seria a primeira a admitir que meu pai tinha uma cara assustadora. Mas-

“É muito bom conhecê-la, Srta. Claire. Meu nome é Van Taylor,

e esta é a minha loja de roupas. Obrigado por cuidar tão bem da minha filha”, disse meu pai,
mostrando-lhe o maior respeito.
"Você sabe quem eu sou?"
“Você é a jovem mais famosa deste país depois da família real. É claro que eu sei
quem você é.”
"É assim mesmo? Por favor, não há necessidade de ser tão formal.
“Pai, eu esperava que a Srta. Claire ficasse aqui alguns dias. Esta tudo certo?"
"Bem, bem, bem. Ela é mais do que bem-vinda. Certo, querida?”
“Não podemos esperar que ela aguente condições tão humildes…”
Minha mãe estava a bordo, mas papai estava relutante.
“Por favor, não sinta a necessidade de me satisfazer. Como seu convidado, estarei
grato por tudo o que você tem a oferecer.” Claire me surpreendeu com suas palavras
gentis.
“Oh meu, meu, meu. Que aristocrata modesto e humilde. Agradar você
são mais do que bem-vindos para pedir algumas indulgências,” minha mãe disse,
parecendo ainda mais apaixonada por Claire do que antes.
"Mas... nós não temos um quarto?" meu pai apontou.
“Eu posso ficar no mesmo quarto que Rae,” Claire disse.
"Mas onde você dormiria...?" meu pai perguntou.
“Podemos trazer um berço da casa principal. A senhorita Claire pode usar a cama de Rae
e Rae pode dormir na cama,” minha mãe proclamou.
“Ou podemos dormir na mesma cama!”
“Oh meu, meu, meu? Vocês dois têm esse tipo de relacionamento?”
"Sim."
"Não nós não! Quer dizer, se tivermos que dormir na mesma cama, tudo bem, mas...
O que estava acontecendo com Claire? Ela estava sendo extraordinariamente mansa e

suave.
“Vou trazer o berço…”
"Sim por favor. E vamos fechar a loja por hoje. Oh, certifique-se de abrir o apetite para o
jantar!”
Meus pais saíram para se preparar para a estadia de Claire. Ou assim pensei, até
—
“Querida, como você pode agir assim depois que Rae finalmente trouxe para casa um
amor para nós conhecermos?!”
“Querida, você perdeu a cabeça? Essa é a filha da família François…”
A conversa deles na sala dos fundos era inteiramente audível para nós, mas eu fingi não
ouvir. Claire tinha um olhar complicado em seu rosto. Para fugir do constrangimento, mostrei a
ela meu quarto, carregando a bolsa com suas roupas e outros itens enquanto subíamos as escadas.
Meu quarto era ainda menor do que os dormitórios da escola. Era simples, com cerca de
três por três metros de largura, e tinha uma cama, escrivaninha e uma cômoda. Como plebeu,
mesmo tendo meu próprio quarto significava que eu o tinha melhor do que a maioria. Teria sido
diferente se eu tivesse irmãos.
Eu coloco a bolsa no chão e solto um suspiro.
“Então este é o seu quarto, Rae?”
“Está bem vazio, hein?”
"Bem, sim. Mas há algo reconfortante nisso.” Claire sentou-se

a cama e olhou em volta. Peguei a cadeira da mesa e me sentei também. “Seus pais são
interessantes.”
"Eu recebo muito isso."
“Especialmente sua mãe. Eu vejo de onde você tirou isso.”
"Eu recebo muito isso", eu disse novamente. Meu pai era reservado, mas tinha muito
bom senso, enquanto minha mãe não podia dizer que tivesse nenhum. Sem mencionar a coisa
com as roupas... Honestamente, porém, a coisa mais estranha sobre minha mãe era que todos
gostavam dela apesar de suas esquisitices.
“Tem certeza que você está bem ficando aqui? Há uma pousada nas proximidades, você

conhecer?"
"Isto é bom. Mas…"
Olhei para ela com curiosidade.
"Estamos impondo a sua família."
"Bem, sim", eu disse honestamente. A vida camponesa não era fácil. Convidados
aparecendo despercebidos, muito menos a filha de um aristocrata, significava que todos tinham que
pular para lá. "Ainda assim, minha mãe com certeza vai preparar um banquete para nós esta noite."
"E-ela vai?"
“Apenas relaxe, Srta. Claire. Vou desfazer nossas malas.” Eu trouxe Claire para fora
aqui para que ela pudesse fugir da mansão. Se ela passou seu adiamento se preocupando,
isso derrotou o propósito.
“Sim... eu farei isso,” Claire disse e então deitou na cama como se ela estivesse exausta.
Ela logo estava respirando profundamente.
Isso significa... que você está começando a confiar em mim? Eu refleti para mim mesmo.
Meu ânimo subiu ao ver o rosto indefeso e adormecido de Claire na minha cama. Eu alegremente
comecei a desfazer as malas.
***
"Agora então, em comemoração à Srta. Claire visitando nossa casa... Saúde!"

"Felicidades!"
"Felicidades…"
“Muito obrigado.”
Levantamos nossos copos — cheios de suco de frutas — e começamos nosso jantar.

Nossa mesa de jantar era pequena, mas estava repleta de pão recém-assado, frango grelhado
temperado com ervas, almôndegas, sopa de legumes e frutas geladas no rio. Minha mãe era uma
boa cozinheira. Não era o tipo de alta cozinha que Claire estava acostumada, mas para um
camponês, era um banquete.
"Senhorita Claire, por favor, coma o quanto quiser." Minha mãe, explodindo de alegria
com a oportunidade de receber um convidado tão fofo, encorajou Claire a participar.

"S-sim..." Claire respondeu.
“Agora, agora, sem pressão. Se você não gosta de algo, não precisa comer”, aconselhou
meu pai.
"Oh não, eu adoraria", disse Claire. Ela estendeu o garfo para o

frango grelhado com ervas e delicadamente levou um pedaço à boca. “…É delicioso.”
Seu sorriso era perfeito, mas eu sabia que era falso. A comida camponesa era difícil
para um aristocrata como Claire.
Completamente alheia, minha mãe continuou a recomendar cada um dos pratos. “Por
favor, você deve experimentar esta sopa. Fizemos um consommé adequado hoje!”
"Muito obrigado." Claire manteve seu sorriso perfeito pintado nela

rosto enquanto ela tomava uma colher de sopa e depois a elogiava. Minha mãe parecia
muito feliz ao ver uma aristocrata apreciando sua comida.
Mas-
“Oh meu, meu, meu…? Você mal tocou no seu prato? ela exclamou.
Embora Claire afirmasse que tudo estava delicioso, ela estava comendo apenas as
menores porções.
“Talvez não seja do gosto dela, afinal?”
"Nenhuma mãe. A senhorita Claire sempre come pequenas porções. Senhorita Claire, seria
você gosta de alguma fruta? É recém colhido e tem um gosto muito bom.”
"Oh sim por favor. Obrigado, Rae,” Claire disse. Ela estava sorrindo, mas eu
tinha certeza de que ela estava tendo muito mais problemas do que estava deixando transparecer.
De alguma forma, passamos o resto da refeição. Contei aos meus pais tudo sobre a
Academia tomando um chá depois do jantar, começando com a vez que Claire e eu fomos à casa
mal-assombrada no festival da escola.
"Senhorita Claire estava tão assustada!"

“E-eu não estava!” Claire negou.
"Meu meu. Então a senhorita Claire tem medo de fantasmas? Minha mãe riu como se
achasse a história comovente.
“Nesse caso, você provavelmente deveria ficar longe da praia,” meu

o pai disse.
"Por que?" Eu estava ansioso para nadar no oceano.
“Parece que mortos-vivos foram vistos ao longo da costa ultimamente…”
“É realmente um problema para os pescadores.”
De acordo com meus pais, mortos-vivos estavam assombrando a costa por cerca de
uma semana agora. Não eram muitos, e a vigilância do bairro estava mantendo-os à
distância, mas estava começando a ficar fora de controle.
Ao ouvir essa história, Claire declarou: “Nesse caso, vamos destruí-los”.
"Bem bem! Mas é tão perigoso... e além disso, pensei que você tivesse medo de
fantasmas, Srta. Claire?
“Os mortos-vivos são monstros. Não fantasmas. Podemos ir para a costa amanhã
cedo. Certo, Rae?
"Por mim tudo bem. Vamos levar nossos trajes de banho também. Podemos
começar sua aula de natação...
“Shhh! Shhh!” Claire me interrompeu, confusa.
“Oh meu, meu, meu? Senhorita Claire, você tem problemas para nadar?
“N-não, claro que não. sou capaz de nadar; Eu simplesmente desejo melhorar. Isso é
tudo."
“Ora, isso é maravilhoso. Rae cresceu perto da água, então ela deveria ser
capaz de lhe dar algumas dicas. Rae, certifique-se de ensiná-la bem.
"Sim." Parecia que Claire queria que minha mãe gostasse dela...
estava imaginando.
"Está ficando tarde. Senhorita Claire, você deveria descansar,” meu pai disse, olhando
no relógio de parede.
"Meu meu meu. O tempo voa quando você está se divertindo."
"Sim. Vou tomar um banho e depois vou para a cama.”
“Umm...”
“Sinto muito, Srta. Claire. Não temos banho aqui.” Os camponeses não
banhar-se diariamente. Enxugamos nossos corpos com panos molhados e fomos para o

balneário uma vez a cada poucas semanas.

"Oh, eu vejo. Eu entendo."
"Eu trouxe sabão, então vou limpar você no quarto."
Tal era o clima estranho em que terminamos a festa de boas-vindas de

Claire.
***
Claire parecia pensativa. “Eu realmente sou afortunada,” ela disse calmamente,
quase para si mesma, enquanto eu lhe dava um banho de esponja no meu quarto.
“Você não gostou da comida, não é?”
"Eu sinto muito, Rae... eu não sabia que seria tão diferente."
A comida camponesa tinha um sabor muito mais fraco. teria saboreado
excepcionalmente sem graça para Claire, que estava acostumada ao amplo uso de especiarias
e condimentos abundantes na comida aristocrata.
“Não é apenas a comida,” Claire continuou. “Não tomar banho…”
Havia um banho na Academia, então ela nunca teve que confrontar seu privilégio
nesse assunto. Ela parecia estar lutando com a percepção de que as coisas que ela dava
como garantidas em sua vida diária eram na verdade luxos.
“Bem, camponeses não vivem como aristocratas,” eu disse, limpando Claire.

"Eu sabia. Mas eu não entendi. O Movimento Popular…”
"Sim?"
“Achei tolas as exigências deles. Mas-"

"Mas?"
“Se nossos padrões de vida realmente são tão diferentes, então eu entendo
por que as pessoas podem se ressentir dos aristocratas,” Claire disse, seus olhos baixos.

Isso não funcionaria. Eu queria distrair Claire de seus problemas, não torná-los piores.
Coloquei a toalha molhada na bacia de água e comecei a ajudar Claire a vestir o pijama, dizendo:
“Senhorita Claire, você é uma aristocrata poderosa, certo?”
"Sim eu estou."
“Nesse caso, por que você não muda o mundo?”
"Mudar o mundo?"
“Mudar o mundo de uma forma que torne a vida dos camponeses apenas um
pouco mais fácil. Isso não deveria ser uma tarefa impossível para você, Srta. Claire.
“Isso... mas...” Os olhos de Claire se iluminaram com a compreensão e então

escureceram quando ela percebeu que não seria uma tarefa tão simples.
“Não seria fácil, é claro,” eu disse. “E eu não acredito que seja algo que você seja
obrigado a fazer. Mas se é algo que você quer fazer…”
"Algo... que eu quero fazer?"
"Sim. Se for o seu desejo, farei tudo ao meu alcance para ajudá-la,” eu disse, abotoando a
frente de seu pijama. Claire ficou sem palavras. Ela parecia feliz e nervosa.
“Você realmente é descarado, para um plebeu.”
“O que você espera de sua empregada?” O fato de ela estar me insultando significava que ela
estava se sentindo um pouco melhor.
"Hum…"
“Agora, vamos dormir. Nós iremos para o mar amanhã,” eu disse, desligando a luz.
"Sim, isso mesmo..." Mas Claire não fez nenhum movimento para entrar na cama.
"O que há de errado?"
“Esta cama é bem grande, não é?” ela disse, mas não era. Até os beliches nos dormitórios da
escola eram maiores.
"É isso?"
"Isso é! Então…"
"Então?"

"Então... Ugh!" Claire estava tendo um momento. “Você pode dormir aqui com
Eu."
"Mas não haverá muito espaço?"
"Está bem!" Claire agarrou meu braço e me empurrou na cama, então deitou também.
"Boa noite!"
"Boa noite... Senhorita Claire."
Isso poderia ser... Claire mostrando afeição por mim? Eu não queria ter esperanças
e começar a imaginar coisas.
Não adianta pensar demais. Resolvi dormir um pouco, trocando meu

pensamentos sobre a visão de Claire em um maiô amanhã.
***
“Ok, senhorita Claire. Primeiro coloque seu rosto na água.”
“É melhor você não soltar! Você me escuta?!" A expressão de Claire era

patética, e suas palavras apenas infantis.
Estávamos em uma praia perto da minha casa. A areia era de um branco puro e a
água verde-esmeralda até onde a vista alcançava; não é uma visão que você poderia
encontrar facilmente no Japão do século 21. Estávamos no meio da primeira aula de natação
de Claire. Comecei avaliando o nível dela e descobri que ela não conseguia nem colocar o
rosto na água. Seguindo minhas instruções, Claire reuniu coragem por fim, como se estivesse
se preparando para pular de um prédio, então finalmente tocou o rosto na água.
“Blá!” Ela levantou a cabeça em menos de três segundos. “Como assim?! EU

fiz isso, coloquei meu rosto na água!”
"Sim, você fez. Agora vamos tentar por cerca de dez segundos.”
"O que?! Você vai me fazer fazer movimentos tão avançados no meu primeiro
dia?!”
"Isso... não é avançado." Eu estava começando a perceber que ela não ia nadar
hoje.
Nós dois estávamos em nossos trajes de banho. Claire parecia uma supermodelo em

seu biquíni vermelho brilhante e roupão branco. Este mundo deveria teoricamente se
assemelhar à Europa medieval, então a presença de tais trajes de banho modernos era uma
clara indicação de que havia sido desenvolvido pelo povo japonês no século 21 . Os
desenvolvedores do jogo provavelmente teriam sido inundados pelas reclamações dos jogadores
se os personagens tivessem aparecido em trajes de banho historicamente precisos.
Na verdade, Revolution foi projetado para um público feminino, então mais

o trabalho de design foi colocado nos trajes de banho masculinos do que nos femininos. Claro,
não havia meninos aqui, tornando isso irrelevante.
“Vamos tentar por dez segundos.”
“Hmgh… Tudo bem. Eu, Claire François, já dominei inúmeras habilidades antes
e vou fazê-lo novamente.” Claire falou consigo mesma enquanto passava por seus preparativos
trágicos, mas corajosos novamente antes de finalmente colocar o rosto na água. “Blá! Quantos
segundos foram isso?!”
"Cinco."
“Ergh... isso é difícil. Eu nunca imaginei que humanos fossem capazes de tais
coisas…”
“A maioria das pessoas consegue, sabe?!” Nunca imaginei que Claire teria tantos
problemas com água. Eu me perguntei se era porque seu atributo era fogo?
“Quero fazer uma pausa.”
"O que?! Tudo o que você fez foi colocar seu rosto na água duas vezes!”
“E isso foi bastante. Se eu já sou capaz de colocar meu rosto na água

por cinco segundos, em breve poderei nadar.”
"Você não vai!"
“Rae! Senhorita Claire! Eu trouxe o almoço para você.” Nós olhamos para cima para ver minha mãe
acenando para nós com uma mão e segurando uma cesta na outra. Em seu maiô.
Ela estava vestindo um terno preto de uma peça. Tinha duas listras brancas na
lado. Em outras palavras, era um maiô típico da escola. Uma mulher, de trinta e tantos anos,
vestindo um maiô da escola. O pior de tudo, ela estava arrasando.

"No momento ideal. Estávamos apenas fazendo uma pausa,” Claire disse enquanto enxugava
se secou com a toalha que lhe dei.
"Oh, eu vejo. Você chegou a quantos metros? Você é tão talentoso,

Senhorita Claire, tenho certeza que você poderia nadar cem metros com facilidade,” minha mãe
disse com um sorriso inocente. Ela quis dizer bem. Ela não estava fazendo isso de propósito.
"Ah, bem... quase."

Mentiroso!
"Heh heh. Eu pensei assim. Ah, aqui está o seu almoço. Tentei fazer alguns sanduíches”,
disse minha mãe, tirando um pano da cesta para nos mostrar sanduíches e uma garrafa térmica.
“Muito obrigada,” Claire disse docemente, mas sua expressão era

rígido.
"Está tudo bem, senhorita Claire," eu sussurrei em seu ouvido.
Ela olhou para trás, interrogativamente.
“Os sanduíches têm coisas que sugeri, como maionese e mostarda.” A maionese
não era tão difícil de fazer, e até os plebeus tinham acesso aos ingredientes.
“Sim, eu segui as instruções de Rae! Por favor, tente,” minha mãe disse, segurando
um sanduíche para Claire. Claire parecia preocupada, mas hesitantemente deu uma mordida.
“É delicioso!”
"Bem, bem, bem. Isso é um alívio. Essa coisa de maionese realmente é

delicioso”, minha mãe se maravilhou. “Rae, é popular na capital?”
"Sim. Foi introduzido pela primeira vez por um restaurante chamado Broumet.
Aparentemente, todos os aristocratas estão comendo.”
"Isso está certo? Você deve estar levando Rae para alguns lugares chiques, Srta.
Claire.
“Sim,” eu disse. Eu não estava prestes a dizer a eles que fui eu quem introduziu
a maionese neste mundo.
"Sério?" disse Claire.

“De qualquer forma, Srta. Claire, você está simplesmente adorável hoje. Esse maiô
também está na moda na capital?”
“Eu o fiz sob medida apenas para mim. Esse tecido enrolado na minha cintura é chamado
de pareo, e eles foram bastante populares este ano.”
"Ah... Que maravilhoso."
“Mãe, acalme-se. Não precisamos que você ative seu mau hábito agora.”
Claire chamou a atenção e se afastou da minha mãe.
“Eu sei disso... Rae, você é uma valentona. E enquanto estamos nisso, seu
maiô é… uh…”
“Mãe, não suspire assim.” Embaraçosamente, meu maiô também tinha sido emitido pela
escola.
“Você está certa sobre o maiô,” Claire disse, “mas indo direto ao ponto, a figura de sua
mãe é tão... tão diferente da sua.”
“Não diga isso,” minha mãe repreendeu. “Ela ainda é jovem.”
Não sei se era porque eu era o personagem principal de um jogo destinado a

mulheres jovens, mas minha figura era profundamente mediana. Quer dizer, não foi ruim. Era o
suficiente e esbelto, mas eu parecia totalmente simples em comparação com a figura mais
madura de Claire e as curvas voluptuosas da minha mãe.
“Ainda estou crescendo. Eu vou ficar maior,” eu disse.
“Dê tudo o que você tem”, disse minha mãe.
"Não me dê esse olhar de pena - ei, espere um minuto..."
Algo estava acontecendo enquanto nós brincamos. Nuvens navegavam sobre o sol e um
frio enchia o ar. Antes que percebêssemos, estávamos cercados por uma neblina rodopiante vindo
do mar.
Isso era... mágica?
“Rae! Olhar!" Claire gritou. Ela estava apontando para a silhueta de um

navio esfarrapado, surgindo através do nevoeiro.
"Isso é... um navio fantasma...?" minha mãe perguntou surpresa. Eu estava pensando
exatamente a mesma coisa.

***
A aparição do navio fantasma deixou toda a cidade em alvoroço. O lorde local proclamou
estado de emergência e teria enviado um mensageiro para solicitar ajuda militar, mas... “Estamos
presos,” reclamou Claire, e ela estava certa. A névoa
cobrir os arredores da cidade nos encurralou.
“Esse nevoeiro é de natureza mágica”, disse Misha, analisando calmamente a

situação. Ela, junto com todos na cidade com habilidade para lutar, tinha ido ao pátio da
mansão do lorde local para discutir o que podia e o que não podia ser feito. “Precisamos de
alguém para assumir o comando.
E você, Srta. Claire?
“Tem que haver alguém mais qualificado do que o meu jovem,

eu inexperiente. E ele não vai me deixar dizer a ele o que fazer. Claire apontou para a pessoa
saindo da mansão.
“Todos, obrigado por se reunirem aqui. Deixe-me começar expressando minha

gratidão.” A voz de Dole escorria com condescendência, mas ele também parecia extremamente
confiante. “Sou Dole François, Ministro das Finanças do Reino Bauer. Devido às circunstâncias
extraordinárias, o senhor local solicitou que eu assumisse o comando. Presumo que ninguém
tenha objeções.”
Sua arrogância foi um som bem-vindo — até mesmo calmante — para as

pessoas da cidade, que estavam fora de si de ansiedade com o súbito aparecimento do
navio fantasma.
“Não temos nada a temer de alguns mortos-vivos. Temos apenas que destruí-los”,
declarou Dole.
“M-mas, podemos realmente derrotar monstros que podem conjurar tanta névoa para
nos aprisionar...?” alguém perguntou inquieto. Todos reunidos aqui eram capazes de
combater, mas nenhum compartilhava a confiança de Dole. Os cidadãos comuns de Euclides
ficaram ainda mais assustados.
"Tens razão para estar preocupado. Mas não se preocupe. Temos mais de
poder de fogo suficiente à mão. Claire, Rae, Misha, venham aqui.
Pego de surpresa, não conseguimos esconder nossa confusão, mas fizemos como estávamos
contou.

“Essas garotas são estudantes estrelas da Royal Academy. Eles superam seus pares
quando se trata de usar magia.”
A multidão vibrava com as palavras de Dole. Para eles, parecíamos nada além de
meninas.
“Permita-me apresentá-los a você. Primeiro, este é Misha Jur. Ela tinha alta aptidão no
atributo vento. Em uma batalha simulada na Academia, ela usou suas habilidades impressionantes
para encurralar o Príncipe Rod.”
Apesar de ter sido subitamente colocada na frente de uma multidão, Misha fez uma
reverência, mantendo a calma.
“A próxima é Rae Taylor. Ela é uma dupla-caster de terra e água.

Além disso, ambos os seus atributos são aptidão ultra-alta. Ela é uma das magas mais
poderosas da Academia.”
Suspeitei que ele tivesse um motivo oculto para me elogiar tanto.

Mas eu podia ler a sala, então me curvei suavemente.
“Finalmente, esta é minha filha, Claire François. Em vez de explicar as capacidades

de Claire... talvez seja melhor apenas fazer com que ela lhe mostre. Claire, um décimo deve
ser suficiente.
"Entendido."
Os olhos de todos estavam em Claire, esperando com a respiração suspensa. Ela lentamente
levantou os dois braços. Quatro brasões da família François apareceram acima de sua cabeça.
"Leve!" Quatro raios de calor irromperam das cristas ao comando de Claire e

concentrou-se em uma grande pedra decorativa no canto do quintal.
"Olhar! Virou pó!”
“A-incrível… Com poder como esse, o navio fantasma poderia ser esmagado em
gravetos!”
"Ele disse que é apenas um décimo do poder dela... Estamos salvos!"
Esta era a especialidade de Claire, Magic Ray. Não era versátil, mas em termos de poder
bruto, a colocava entre os principais magos do mundo. Chamar isso de apenas um décimo de sua
habilidade era um grande blefe, no entanto. Eu tinha certeza que Claire tinha colocado tudo que
ela tinha naquelas vigas agora. Ela e Dole certamente estavam fazendo isso para aplacar os
medos de todos, e eles trabalharam em uníssono sem discussão prévia também. Eles estavam no
mesmo comprimento de onda.

“Você vê, você não tem motivos para temer. Vamos restaurar a paz na cidade com
nossas próprias mãos.” As palavras de Dole foram recebidas com vivas vivas.
Tocar em uma multidão como essa era uma segunda natureza para um político como ele.
“Agora, a Guilda dos Aventureiros será responsável pela estratégia. Todo mundo, faça o que
eles dizem.”
Com isso, Dole voltou para dentro da mansão.
“Como seria de esperar do Mestre Dole”, comentou Misha.
"Ele realmente é um político por completo", acrescentei.
“Meu pai só se preocupa em ficar bonito,” Claire disse, mas ela parecia feliz, mesmo
assim. Embora o relacionamento deles fosse tenso, Claire respeitava Dole.
"Você não está feliz, Claire?"
“Sobre o quê, Rae?” Claire olhou para mim vagamente.
“Nesse ritmo, todo mundo vai olhar para você para salvá-los. EU
pensou que tinha medo de fantasmas?
“Oh...” Parecia que Claire tinha esquecido. “E-E-eu estou j-muito bem! E os mortos-vivos
não são fantasmas!”
“Você não tem que fingir com nós dois. Se todo mundo vê você ficar nervosa quando
estamos realmente em combate, isso afetará o moral deles,” eu pressionei Claire.
"Isso mesmo." Misha concordou com a cabeça.

"O que devo fazer…?"
“Talvez devêssemos trabalhar por conta própria, longe dos outros?”
“Nesse caso, devemos notificar a Guilda imediatamente – antes que eles

conceber uma estratégia que nos inclua.”
E assim, fomos conversar com o chefe da Guilda dos Aventureiros. Em uma infeliz
reviravolta dos acontecimentos, este acabou por ser Louie, que riu quando ouviu o que viemos
dizer.
"Ah, então você tem uma fraqueza inesperada", disse ele.

“Podemos fazer isso funcionar ou não?”
“Para ser honesto, vocês três estão em uma liga própria quando

chega às suas habilidades de combate. Mesmo que eu te juntasse com o resto desses caras, eles teriam
dificuldade em acompanhar. Na verdade, eu estava esperando que você pudesse sair por conta própria.
Os aventureiros eram um tipo de espírito livre que tinha pouca consideração por status ou
sutilezas sociais; Louie falou casualmente, mesmo quando se dirigiu a Claire. Claire entendeu isso,
é claro, e ela não levantou uma sobrancelha para a falta de formalidade dele.
“Baseado na minha experiência,” ele continuou, “estou supondo que aquele navio fantasma
respostas para algo maior. Que tal limparmos a ralé e vocês três irem atrás do chefão?
“Isso soa como a única solução.”
“Ah, mas...” Louie começou de novo, um pouco apreensivo. “Você acha que pode nos ajudar
um pouco, só para começar? Se você pudesse usar esse feitiço novamente, mesmo apenas para a
primeira carga, com certeza aumentaria o moral desses caras.”
"Apenas... apenas no início, certo?"
"Sim. Você pode? Podemos inventar outra coisa, se não.”
"Não, está bem. Eu vou fazer isso."
"Excelente. Então você pode deixar o resto com a gente,” Louie disse, e ele voltou
para falar de estratégia com o resto da guilda.
“Estamos com você,” eu disse a Claire. “Tenho certeza que vai ficar tudo bem.”
"Nós vamos apoiá-lo", concordou Misha.
"Sim, por favor..." Claire tinha um olhar sombrio em seu rosto. Ela de alguma forma
conseguiu fazer até isso parecer fofo.
***
A força de combate que reunimos, que contava com trinta pessoas no total, se dividiu em
barcos menores e remou em direção ao navio fantasma. Ainda não tínhamos encontrado nenhum
inimigo, mas estávamos em alerta máximo quando chegamos perigosamente perto do navio.
Assim como eu pensei que—

"Eles estão vindo!" um aventureiro no primeiro barco gritou. Forcei meus olhos para
perfurar o nevoeiro e vi monstros parecidos com pássaros voando em nossa direção. Parecia
haver cerca de dez.
“Senhorita Claire! Sua vez!" Louie chamou.
"Mm, entendido", ela respondeu. Como os monstros ainda estavam longe, não
conseguimos distingui-los claramente. Talvez isso tenha ajudado, porque Claire não parecia tão
assustada. "Leve!"
Os raios de calor atingiram o bando de pássaros, incinerando a maioria deles.
“Isso não pegou todos eles.” Louie estalou a língua.
"Deixe para mim." disse Misha. Um som agudo cortou o ar,

e o resto dos monstros pássaros caiu.
“Tantos monstros em um único instante…”

"N-nós podemos fazer isso!"
Nossa vitória esmagadora nesta primeira escaramuça levantou o ânimo de todos.

Louie nos deu um sinal de positivo para mostrar seu apreço. Lutamos com mais alguns monstros
no caminho para o navio fantasma, mas passamos sem uma única vítima.
“Aí vem a verdadeira batalha”, disse Louie depois de confirmar que toda a equipe havia
embarcado no navio fantasma. “Assim como discutimos. Grupos A a E, abram o caminho. As
meninas e eu vamos ficar com a cabine do capitão.
Os outros caras rapidamente se dispersaram para assumir suas posições na

de acordo com o comando de Louie. Ele era um aventureiro experiente e um bom líder, como
evidenciado por sua habilidade de dar ordens precisas e eficientes.
Mal tínhamos posto os pés no convés superior quando fomos confrontados por
dez mortos-vivos na forma de esqueletos trôpegos. “Não se segure!” Louie ordenou. “Temos
a vantagem em números! Cerque-os e derrube-os!”
E assim começou a batalha para recuperar o navio.
***

Levamos duas horas para abrir caminho até a cabine do capitão, e todos estavam
exaustos quando chegamos lá. Louie estava mantendo eu, Misha e Claire como trunfos, nos
orientando a conservar nossa magia ofensiva e proteger o resto do time. Os mortos-vivos eram
fracos, mas havia muitos deles, e a equipe estava cansativa. Muitos dos homens estavam feridos e
desfalecidos.
“Comandante, é a cabine do capitão!”
Seus rostos se iluminaram, no entanto, quando ouviram essas palavras do aventureiro

explorando à frente.
"Tudo bem", disse Louie. "Nós quatro entraremos. O resto de vocês, seguro
o perímetro e manter os monstros longe de nós.”
"Entendido."
Com Louie liderando o caminho, Claire, Misha e eu entramos no

aposentos do capitão
"Espere um segundo…"
A sala estava vazia. Eu esperava enfrentar algum tipo de mini chefe, e o anticlímax me
deixou desanimada.
“Talvez estejamos no quarto errado?” Claire sugeriu.
"Não. Este é o certo.” Louie foi inflexível. Ele puxou um pergaminho mágico. “Vou montar
uma barreira.”
"Mas não há nada aqui?" Misha disse, olhando ao redor da sala.
"Ainda não. Eu preciso convocar o chefe, primeiro.”
No momento em que ouvi isso, pulei na frente de Claire. Misha se armou com sua
varinha e assumiu uma postura de combate.
"É você…"
“Vocês meninas são tão doces. Confiando em tudo que eu digo só porque eu sou um
aventureiro." Louie riu enquanto caminhava em direção ao fundo da sala.
“Louie – este é você? Você é o inimigo?” Claire ofegou.
"Inimigo? Sim, suponho que sou um inimigo — disse Louie, estendendo a mão esquerda.
Em seu dedo havia um anel que reconheci.
“A ferramenta mágica para ressuscitar os mortos!” Eu jurei.

“Sabe o que é isso? Suponho que você entenda o que está acontecendo aqui, então.
“Não há cadáveres aqui para você levantar,” Misha apontou.
“Estou prestes a fazer um.” Louie puxou um frasco de perfume de dentro

bolso. Estava cheio de um líquido transparente. “Com isso, a mais nova mistura de cantarella.”
"O que?! Você é um assassino do Império Nur?!”
"Sim eu estou. Por favor, me perdoe,” Louie disse, na verdade soando genuinamente
apologético.
“Um pouco arrogante compartilhar isso conosco, não é?”
"Pode ser. Mas todos nós temos nossas dívidas a pagar.” Ele realmente soava como se
estivesse arrependido disso. No entanto…
“Este navio fantasma,” eu disse, “é seu?”
"Por enquanto. Digamos que estou pegando emprestado de alguns aristocratas Bauer.
Em outras palavras, não fomos as primeiras vítimas de Louie. Ele havia passado do ponto
do perdão.
"Agora que sabemos que você tem veneno, vamos responder adequadamente", eu
disse.
"Você está dizendo... que você conhece o antídoto?" Louie riu. “Eu te disse, este é o mais novo
tipo de cantarella. A magia não funciona em ninguém que infecta, o que significa que sua magia
desintoxicante também é inútil.”
“Então nós só precisamos evitar ser envenenados,” Claire respondeu

agressivamente.
Louie não parava de rir. “Ninguém disse que eu ia usar isso em você.”
"O que?!" A surpresa de Claire foi genuína.
Louie abriu a tampa da cantarella e esvaziou a garrafa de um gole. "Eca?! Hng…!”
"Suicídio…?" Misha foi o primeiro de nós a entender o que estava acontecendo.

"Não, ele está se transformando em um morto-vivo!"
"O que?!"

“Cure-o com sua magia!”
"Não! A cantarella já está funcionando!”
"Monstro…"
A pele de Louie se esticou e rasgou enquanto ele se contorcia no chão, expondo os

músculos pretos avermelhados, que começaram a inchar. O corpo de seu jovem inchou, deformou e
expandiu até ficar enorme, como um ogro.
"Vamos correr!" Claire gritou.
"Você não pode", disse Louie, em uma voz que decididamente não era humana.
“O pergaminho mágico que ele usou...” A barreira foi feita para nos prender.
"Agora, sejam boas meninas e deixem-me matar vocês."
“Não, obrigado!” Claire lançou uma lança de fogo. Atingiu Louie diretamente
— e não surtiu efeito.
“Entendo… O veneno anula toda a magia, não apenas a magia desintoxicante,”

Misha disse com calma analítica.
"Então, a razão pela qual você nos impediu foi para desgastar todos os homens que
podem lutar fisicamente?" eu exigi.
“Agora você está começando a entender.”
Força bruta não era o nosso forte. Sem nossa magia, estávamos em grave desvantagem
e não havia mais ninguém para nos resgatar. Os olhares nos rostos de Misha e Claire combinavam
com meus pensamentos – isso era ruim.
“O que as pessoas do lado de fora estão fazendo?!” Claire exigiu.
“Ainda existem monstros por aí. E talvez eles não possam entrar por esta barreira,” Misha
respondeu, ainda calmo.
"Desistir. Se você não resistir, eu lhe darei uma morte fácil.” Louie se levantou, sacando uma
enorme espada bastarda.
“Eu tenho uma ideia,” eu disse para Claire e Misha. “Senhorita Claire, por favor, use
alguns feitiços de baixo nível para detê-lo um pouco. Mesmo que não o machuque, força suficiente
pode derrubá-lo.”
"Entendido." Parecia que ela confiava em mim o suficiente para não pedir mais.
Claire trocou de lançar lanças de fogo para chover bombas incendiárias, enchendo a cabine com o
som de explosões.

“Misha, por favor, use sua magia para escanear o resto do navio em busca de inimigos.”
"Você acha que estamos prestes a ser emboscados?" Uma rara pitada de desespero
apareceu no rosto de Misha.
"Não. Quero que vasculhe a nave inteira, exceto esta sala. Encontre-me um local com
pouquíssimos inimigos.”
"Por que-"
“Eu não tenho tempo para explicar. Confie em mim."
"Ok."
“Claire e eu vamos ganhar tempo,” eu disse, conjurando algumas bombas de água

para jogar em Louie.
“Seus ataques são inúteis…” ele disse.
“Você acha que isso vai nos fazer desistir?!” Claire se esquivou por pouco
a ponta da lâmina de Louie, pegando seu tornozelo com o pé quando ela passou por ele.
Ele caiu, claramente ainda não acostumado com sua forma de morto-vivo recém-inchada e desajeitada.
"Senhorita Claire, tenha cuidado!" Claire era certamente a mais capaz de nós em termos
de combate físico, mas ela ainda não conseguia acompanhar Louie.
“Mas se não acabarmos com isso agora, ele só vai nos desgastar!”
"Vai ficar tudo bem. Eu sei como nos tirar disso.”
“Eu posso confiar em você, certo?”
"É claro!" Enquanto eu acenava para Claire, choveu uma tempestade de

misturaram bombas de fogo e água em Louie.
“Eu terminei minha busca. A sala com menos monstros é a terceira da popa.”
“Obrigado, Misha.” Ela foi rápida. “Agora ajude Claire a segurá-lo. EU

precisa fazer alguma coisa. Compre-me tempo.”
"Ok."
Era isso.
"Meu corpo é para a senhorita Claire", comecei a cantar sombriamente. "Meu sangue
é para a senhorita Claire. Cada batida do meu coração de vidro é para a Srta. Claire.
Senhorita Claire, senhorita Claire.

“O que diabos você está fazendo?!”
"Senhorita Claire, por favor, concentre-se!"
"O que você está jogando?" Louie disse curioso, avançando lentamente através dos
ataques de Misha e Claire. Eu não tinha intenção de responder a ele. O feitiço que eu estava
cantando parecia estranho para os outros, mas me concentrei apenas no que precisava fazer.
Um estrondo alto se ergueu em algum lugar distante. O navio balançou violentamente.

"O que é aquilo…?"
"Senhorita Claire, não pare!"
Mas aquele momento de hesitação foi suficiente. Louie se aproximou de Claire e

balançou sua espada para ela. Sem pensar, parei de cantar e o acertei com bombas d'água.
"Senhorita Claire!"
Cheguei tarde demais, mas ela não precisava da minha ajuda. Algo repeliu o
espada e virou a ponta para o lado. Claire aproveitou a chance para se reagrupar e
retomar sua enxurrada de bombas incendiárias, empurrando Louie de volta mais uma vez
para se dar espaço. Eu estava tão ansiosa que pensei que meu coração fosse parar, mas voltei
ao trabalho.
O som ficou mais alto e o balanço mais violento. E então... a porta estourou de suas
dobradiças. Uma torrente de água do mar surgiu, carregando consigo uma enxurrada de
espadas.
“Misha, senhorita Claire! Use sua magia para esfaquear Louie com essas
espadas!”
Não houve resposta, mas ambos trabalharam rápido. Mudando instantaneamente

de bombas para propulsão, Claire usou explosões e Misha usou o vento para empurrar as
espadas carregadas pela água em Louie. Eu me juntei a eles.
“Claireworks Ilimitado!”
Louie tentou desesperadamente afastar as espadas, mas eram muitas. Ele caiu
no chão, atravessado por todos os lados. Enquanto observávamos, seu corpo esfarrapado
começou a encolher de volta ao tamanho humano.
"Eu perdi…?" Não havia tristeza em sua voz, apenas pura descrença.
"Mas como?"

“Não tenho obrigação de responder.” Eu queria sair daqui imediatamente.
“Eu também quero saber. O que aconteceu?" disse Claire.

"Eu também…"
Eu cedi. “Esta sala foi fechada por uma barreira, mas não estava sendo
lançado por ninguém. Veio de um pergaminho, o que significava que só poderia durar tanto
tempo.” É por isso que eu tinha feito chover uma enxurrada de bombas mágicas sob o pretexto
de segurar Louie. Na verdade, tínhamos desgastado a barreira.
“Misha, eu tive que procurar um local livre de inimigos porque é onde as espadas estariam.”
“Essas são armas de prata?” exigiu Misha.

"Sim."
A prata era extremamente eficaz contra os mortos-vivos. As criaturas neste navio

tinham inconscientemente dado um amplo espaço, e foi por isso que eu a fiz procurar um lugar
livre deles.
“Como você sabia que aquelas espadas estavam no navio?”
“Lembra-se do que ouvimos na cidade? Um navio cheio de aristocratas que

veio aqui porque o Undead Sending desapareceu.”
E o próprio Louie disse de quem havia “emprestado” esse navio.
“Acabei de manipular a água do mar com minha magia de água para trazer as armas
de prata aqui,” terminei.
"Eu vejo." Louie sorriu como se tivesse se livrado de alguma coisa. "Estou dentro
nenhuma posição para fazer exigências, mas tenho um favor a lhe pedir.
"Eu recuso. Vamos, senhorita Claire, Misha.
“Vamos ouvir o seu pedido. Falar."

"Senhorita Claire..."
“Ele tentou matar a pessoa que ama. Ele deve ter tido seus motivos.
Claire podia ser tão gentil – e tão raramente quando eu esperava. O que tinha
aconteceu com Claire a vilã?
"Obrigado", disse Louie. “Por favor, só peço que cuide de minha mãe. Ela está doente."

“O Império Nur usou isso contra você?” Claire perguntou. “Por que você não pagou pelo
tratamento dela por meios honrosos?”
“Gastei todas as nossas economias para levá-la a um médico na capital”, disse Louie.
“Ele disse que ela tem um tumor no estômago. A poção mágica que ela precisa para economizar
ainda mais custos do que os honorários do médico.
Claire ficou sem palavras.
“Mesmo se eu não aceitasse nada além de pedidos perigosos e bem pagos, levaria
um ano de aventuras para ganhar o suficiente. Ela não teve tempo. Engoli meu orgulho e
implorei a todos que eu conhecia por ajuda, mas mesmo com suas doações, eu só tinha metade
do que precisava para a poção.” A cada palavra, sangue escorria de seus lábios. Claire não
conseguia desviar o olhar.
"Você está satisfeito?" Eu perguntei a ela. “Você disse que ouviríamos, e nós ouvimos.
Agora, vamos. Este navio vai afundar.”
"Mas…"
“Senhorita Claire, Rae está certa. Precisamos ir”, disse Misha com uma voz calma.
Claire se encolheu com a calma de Misha. "Muito bem." Ela se virou para Louie.
“Eu, Claire da Casa François, juro que cuidarei de sua mãe. Agora, por favor, descanse.”
"Obrigada. Ahhh, eu me pergunto se eles vão perdoar minha dívida…”
Essas foram as últimas palavras de Louie. Nós escapamos da cabine do capitão e partimos
o navio fantasma afundando com o resto dos aventureiros, que estavam esperando do lado
de fora. O tempo todo, Claire não disse uma única palavra.
***
Vários dias depois de nossa batalha no navio fantasma, Claire e eu visitamos a casa
de Louie. A razão, claro, foi que Claire havia solicitado que fizéssemos isso.
“Ora, Rae, já faz um tempo.” A mãe de Louie, Ophelia, nos cumprimentou com um
sorriso gentil. “Peço desculpas por não ter me levantado. Não estou me sentindo muito bem.
Não é nada sério, mas…”
Ela teve um ataque de tosse. Mas não fui eu quem correu para ela preocupada – foi Claire.

“Por favor, não se preocupe,” Claire disse. "Você deveria descansar."
“Nossa, quem é essa jovem? Ela é sua amiga, Rae?”
"Oh não-"
“Eu sou, senhora. Meu nome é Claire. E eu sou amiga de Louie também,” Claire
disse para Ophelia com um sorriso mais gentil do que qualquer outro que ela me deu. Eu estava
quase com ciúmes.
“Ah, Louie também? Eu não vi seu rosto desde a última vez que ele trouxe
eu meu remédio. Como ele está?”
Claire congelou com essas palavras.
"Louie... faleceu", disse ela.
“Não... Por favor, diga que não é verdade...” O rosto de Ophelia não mudou no começo,
como se não pudesse compreender o que acabara de ouvir. Mas a expressão sombria de Claire
parecia levar as palavras para casa. "Por que... Como ele morreu?"
"Louie..." Claire começou, mas pareceu pensar melhor e parou.

Ela inclinou a cabeça para baixo em pensamento. “Louie morreu tentando derrubar o navio
fantasma que ameaçava a cidade. Ele morreu protegendo seus amigos.”
Essa era a versão oficial dos eventos com os quais estávamos indo. Eu estava totalmente
contra isso, mas Claire insistiu teimosamente.
“Louie foi muito corajoso. Se não fosse por ele, esta cidade teria sofrido uma grande
perda,” Claire disse, pegando a mão de Ophelia. “Ele é o herói que salvou esta cidade.”
Ophelia ficou sem fala por algum tempo depois de ouvir as palavras de Claire.
Eventualmente, ela encontrou sua voz novamente e disse: “Entendo. Cada pequena coisa o fez
chorar quando ele era pequeno. Eu nunca pensei que ele cresceria para fazer uma coisa dessas…”
Um sorriso surgiu em seu rosto. Talvez tenha sido em parte motivado pelo orgulho de seu filho.
Mas a principal razão para o sorriso dela era...
"Ainda assim... eu gostaria que ele tivesse continuado uma criança chorando, se isso significasse que
ele teria voltado para casa para mim..."
Sem mais nada a dizer, Ophelia chorou.

***
“Pobreza... realmente é uma coisa terrível,” Claire disse abruptamente. fomos

de volta ao meu quarto, me preparando para dormir.
"Senhorita Claire?"
“Eu não tinha ideia do que realmente significava ser pobre,” Claire disse com uma
expressão pensativa. Este não parecia ser o momento para provocá-la, então me sentei ao
lado dela. “Não é só ter menos dinheiro, é? Isso significa que você pode ser forçado a fazer
coisas terríveis para salvar alguém importante para você.”
"Nem sempre. Mas é verdade que os pobres têm menos opções do que os
mais afortunado.” Tentei ser gentil, dando a ela espaço para organizar seus
pensamentos.
"O que Louie fez foi imperdoável", disse ela. “Mas denunciá-lo
perde o foco.”
"O ponto?" Eu poderia dizer que Claire estava tentando articular algo.
“A pobreza é um mal. E os nossos políticos estão a negligenciar os cidadãos que

viver nesta condição perversa. Em outras palavras, a falha está no próprio sistema.”
"Isso pode ser um pouco extremo..." Eu tentei puxar Claire um pouco - sua
linguagem estava começando a me deixar ansioso. “Você está certo, a pobreza é terrível e
não posso dizer que o governo deste país não seja responsável pelo estado atual das coisas.
Mas a política não é apenas uma questão de belas ideias.
Você sabe disso melhor do que ninguém, não é?
"Claro que eu faço. Mas-"
"Mas?"
Quando a instiguei a continuar, ela pensou por um momento e então disse: “Isso não é
fugir do ideal e usar a dificuldade da realidade como desculpa? O que há de errado em apontar
para algo bom?”
Resolvi proteger essa pessoa preciosa para sempre.
“Acho que você deve fazer o que acredita. Como eu disse antes, vou apoiá-la no que
você quiser fazer,” eu disse, pegando a mão de Claire.
"Rae..."

“Senhorita Claire, eu respeito seu nobre coração. Vou proteger suas aspirações para não
fugir da realidade. Por favor, faça uso de mim.”
Eu faria qualquer coisa por Claire – até mesmo a trairia, se fosse preciso. eu esperava isso
nunca chegaria a isso, mas se necessário, não hesitaria.
“Obrigada, Rae,” Claire disse com um sorriso. Mas eu não podia olhar para ela
diretamente no olho.
“Você se lembra quando Louie quase cortou você com sua espada?” Mudei de assunto
para distraí-la. Eu estava falando sobre o final da batalha, quando Claire se distraiu com o som
da água corrente que eu criei.
"Sim. Eu fui descuidado."
“Mas a espada de Louie não chegou até você. Como você o bloqueou?”
“Eu não tenho certeza, mas acho que esta é a razão,” Claire disse, tocando um objeto em
seu peito.
"Oh aquilo…"
“Sim, é o amuleto que você me deu no Festival da Academia.”
Eu tinha esquecido tudo sobre isso. “Está rachado.”
“Talvez tenha sido um amuleto de sacrifício.” Em outras palavras, Claire supôs que o
amuleto era um tipo de item mágico que poderia proteger o usuário do perigo, mesmo que apenas
uma vez.
“Pensar que teve tanto efeito…”
“Claro que estou apenas especulando, mas não consigo pensar no que mais poderia ter
feito isso,” Claire riu nervosamente e cuidadosamente devolveu o amuleto para onde estava
pendurado sob suas roupas.
“Ah, mas então foi propaganda enganosa chamar isso de um verdadeiro amuleto de boa sorte.
Embora, suponho que isso tenha salvado você no final.
"O que? Oh sim! Isso mesmo!" A reação de Claire às minhas palavras foi estranha por
um momento.
"Senhorita Claire?"
"Não é nada. Venha agora, já passou da hora de dormir! Boa noite!"

Claire disse, pulando direto na cama, sozinha. O que estava acontecendo com ela?

"Senhorita Claire, você está escondendo alguma coisa?"
“Não estou escondendo nada, e não é nada, e por que você deve ser tão obtuso sobre isso
de todas as coisas?!” Claire estava balbuciando, tentando me calar. Desisti e fui para a cama com ela.
Mudar como a história deste jogo foi roteirizada estava provando ser difícil. Eu tentei alterar
o curso dos eventos no episódio de Sending, e ele voltou para me morder dessa maneira, em vez
disso. Se eu realmente quisesse mudar as coisas, de agora em diante eu teria que ir à raiz do evento.
Alterações superficiais apenas desorganizaram as coisas e tornaram mais difícil para mim usar meu
conhecimento do jogo. Eu teria que ser mais cuidadoso daqui.
"A propósito, senhorita Claire?"
"O que é isso?"
“Você está romanticamente contente?”
"Vá dormir!" Ela apagou a luz, impedindo-me de ver claramente, mas achei que suas bochechas
estavam um pouco vermelhas.

Capítulo 6:
Segredo de Yu
“SENHORITA CLAAAIRE!” Cheguei atrás de Claire, que estava lendo um
livro em sua escrivaninha de madeira cara, e me enrolei sobre ela.
“Argh… Rae, você é pesada.”
Ela era macia e cheirava tão bem. No passado, ela teria me ignorado de uma vez, mas
agora ela deixou esse tipo de contato físico passar. Tínhamos feito um progresso incrível, se é
que eu mesmo dissesse isso.
"O que você está lendo? Umm… Visão geral do sistema de governo do Reino
Bauer?”
“É um livro sobre os sistemas políticos e sociais deste reino.”
“Isso soa complicado.”
Estávamos no quarto que Claire e sua colega de quarto dividiam no dormitório da

Academia. Sua colega de quarto ainda não havia retornado à capital, então éramos apenas nós
dois. Ainda faltavam alguns dias para as aulas recomeçarem, mas Claire insistiu em voltar para
poder pedir aos professores de história e ciência política da Academia algumas recomendações
de leitura. Ela estava com o nariz enterrado em tomos pesados desde o incidente em Euclides
durante nossas férias.
O verão estava chegando ao fim, mas ainda estava sufocante. Eu estava

esfriando o ar ao redor de Claire a uma temperatura confortável usando minha magia de
água.
"Senhorita Claire, que tal fazer uma pausa?"
“Estou quase terminando de ler isso. Eu estarei com você em um momento.”
Os eventos em Euclides abalaram Claire. Desde então, ela se lançou ao estudo da

disparidade econômica no Reino Bauer e como essas disparidades poderiam ser abordadas.
Fiquei um pouco desapontado por ela ter menos tempo para passar comigo, mas não queria
atrapalhar sua consciência recém-descoberta. Fazer algo sobre o abismo entre ricos e pobres
neste reino estava de acordo com meus objetivos - não que eu fosse

explicar isso em breve.
“Senhorita Claire, eu já volto. Vou preparar um chá e lanches.”
Ela não respondeu, apenas acenou com a mão sem sequer olhar na minha direção.
Ela não estava me dando o ombro frio – isso era o quão confortável ela estava perto de mim,
agora.
Pelo menos, foi o que eu disse a mim mesma quando saí do quarto de Claire e fui
em direção à cozinha do dormitório. Eu assei algumas madeleines e estava prestes a levá-
las para o quarto de Claire quando, curiosamente, Yu apareceu.
“Ah, Rae. Você voltou."

“Mestre Yu… Olá.”
“Como foi voltar para casa?”
“Irrepreensível.”
"Entendo... O que é isso?" Yu perguntou, notando as madeleines.
“Apenas alguns biscoitos. Achei que os faria para a Srta. Claire.
"Eles parecem bem. Posso pegar um?"

"Você não pode."
“Ha ha, sim, acho que não. Eles são para sua amada Claire, afinal.
Apesar do fato de eu ser um plebeu recusando a família real, Yu

estava alegre. Como de costume, eu não conseguia ler seus verdadeiros pensamentos.
"Claire realmente tem estudado muito ultimamente, não é?"
“Claire sempre foi uma estudante séria.”
“Mais do que o normal desde as férias, no entanto. Aconteceu alguma coisa?"
"Não, não realmente", eu disse evasivamente.
A insistência de Claire em pintar Louie como o herói de Euclides enterrou a verdade

de nossas experiências. Não havia realmente nada que eu pudesse dizer, mesmo que eu
quisesse.
Eu não sabia o que estava passando pela mente de Yu enquanto ele me estudava, mas
seu sorriso se alargou. “Servos realmente têm dificuldades também, não é?
Aliás, se ela quer aprender sobre a pobreza camponesa, a Igreja pode estar

capaz de ajudá-la.”
"Huh?!"
“Não me olhe assim,” Yu disse rindo. Eu não tinha percebido, mas

minha expressão ficou sombria. “Eu não sei o que aconteceu durante suas férias, mas
alguns dos instrutores da Academia estão preocupados. Eles estão se perguntando se
Claire desenvolveu um interesse no Movimento dos Comuns.”
Agora que ele mencionou isso foi uma reação inevitável a um aristocrata tingido de
lã como Claire de repente mostrando interesse em sistemas sociais e pobreza na classe
camponesa.
“Não estou preocupado, é claro. Claire nasceu para a nobreza.” Mas Yu não parou
por aí. “Não acredito que este país possa sobreviver por muito mais tempo no caminho que
está tomando. Ficaria muito feliz em descobrir que Claire compartilha minhas opiniões sobre
alguns de nossos problemas atuais.”
“O verdadeiro problema não seria você chamar isso de problema, Mestre Yu?”
“Ha ha… Isso pode ser verdade,” Yu respondeu gentilmente à minha repreensão.
“Por favor, não conte a ninguém que eu disse isso. Diga apenas que acho que seria
benéfico para Claire procurar a Igreja. E não estou dizendo isso apenas por causa da
minha mãe.”
"O que isso - ei!"
“Esta é a minha taxa pelo conselho. MMM delicioso." Yu enfiou uma das madeleines
na boca e piscou de brincadeira para mim.
Eu realmente não me importava com ele.
***
"Você disse isso?"
"Sim."
Quando voltei para a sala, Claire ainda estava absorta em seu livro, então
Eu exigi que ela fizesse uma pausa na hora do chá. Eu pensei que ela diria não, mas ela
surpreendentemente encerrou seus estudos sem problemas. Foi amor!
“A Igreja...” Claire disse pensativa enquanto colocava sua xícara

lábios.
“Eu não acho que seja uma má ideia,” eu afirmei. “Subsistindo em recorrentes
doações de aristocratas e custos proporcionais à renda para tratamento médico são
formas típicas de redistribuição de riqueza. Acho que há algo a ganhar aprendendo com
eles.”
"Isso é verdade..." Claire disse, devolvendo a xícara ao pires e pegando

uma madeleine. “Para ser honesto, devo dizer que qualquer caminho para a resolução da
pobreza liderado pela instituição política deste reino seria sombrio. A realeza e a nobreza são
os sistemas profundamente enraizados que desviam a riqueza do povo, afinal.”
Eu balancei a cabeça, pedindo-lhe para continuar.
“No entanto, não é como se a aristocracia usasse essa riqueza apenas para seu próprio
benefício; eles conduzem a política em nome de seu povo, estimulam as economias de seus
territórios e os protegem de nações inimigas.
Mas…"
"Mas?"
“A água parada fica estagnada. Há corrupção em ação neste reino.”
Pensamentos semelhantes levaram o rei a introduzir suas reformas.
“Não vou tão longe a ponto de dizer que todos os membros da realeza e nobres esqueceram
que seu objetivo é proteger as pessoas que governam, mas muitos veem os plebeus apenas como
uma fonte de receita – e as pessoas podem dizer.” Claire gemeu, acrescentando que ela aprendeu
essa informação em um livro escrito por um professor de fora da Academia. “Quanto mais aprendo,
mais me convenço de que este país, como funciona atualmente, é simplesmente insustentável.”
"Então, o que você vai fazer sobre isso, Srta. Claire?"
“Rae?” Claire arregalou os olhos em surpresa.
“Você não pode mudar o passado. Essa ignorância pode ser o pecado de todos
os aristocratas, mas... Agora que você sabe, o que você vai fazer? Você vem de uma família
com posição e autoridade. Se você mudar, outros aristocratas também podem mudar.”
Então eu disse... mas eu estava principalmente tentando encorajar Claire. As pessoas

não mudavam facilmente, muito menos sociedades inteiras. Eu sabia como o jogo terminava, o que

significava que eu sabia exatamente o quão difícil era a luta de Claire. Mas ainda-
"Eu sei disso," Claire jogou o resto de sua madeleine restante na boca, mastigou com
cuidado, e depois engoliu com chá. Não era um comportamento muito apropriado para um
aristocrata. “Você realmente é atrevida para uma empregada, Rae.”
"Eu sinto muito. Eu te amo."
Eu sempre preferiria flertar com Claire a essas discussões dolorosas – contanto que ela
não estivesse em perigo imediato, eu não poderia deixar de priorizá-la.
"Eca! Eu vou à Igreja. Vá na minha frente e avise que estou chegando.”
"Entendido."
***
Claire e eu passamos pelo portão primorosamente esculpido. As lâmpadas acesas no

interior do edifício realçavam a arquitetura histórica das paredes internas, evocando uma sensação
de espiritualidade que eu não sentia muitas vezes.
Estávamos na Catedral Bauer, templo principal da Igreja Espiritual.

A Igreja era a religião dominante neste mundo, e a catedral era apropriadamente magnífica.
Não tão grandioso quanto o palácio, é claro, mas muito maior que a mansão François.
"Bem, agora que estamos aqui, a quem podemos perguntar sobre as coisas?"
“Se perguntarmos na recepção, ela vai buscar o responsável.” Aquilo foi

o que me disseram quando anunciei a visita de Claire. Mas-
“Isso só dá a você o que a Igreja quer que você ouça. Eu quero a verdade,” Claire
disse. E com isso, ela passou pela recepção e se dirigiu mais para dentro da catedral. Corri
para alcançá-la.
“Tenho certeza de que eles têm muitos documentos confidenciais, mas não acho que
eles apenas deixarão você pegá-los e olhar para eles.”
“Eu não preciso de documentos. Eu posso falar com as pessoas. Oh, com licença-"
Passando pela entrada do que provavelmente era um salão de culto, Claire se
aproximou de uma freira que estava orando.

“O-o que é isso?!” A freira se assustou como um esquilo assustado ao ser de

repente falada. Ela era uma jovem esbelta, usando uma touca preta que quase escondia seus
cabelos prateados e olhos vermelhos.
“Tenho algumas perguntas sobre esta igreja. Você tem algum tempo?"
"Oh uh... Esta é a hora das orações", disse a garota, claramente insinuando que deveríamos
pedir a outra pessoa.
"Então eu vou esperar até que você termine." Claire estava alheia. Cabana
ultimamente estava agindo tão bem que eu tinha esquecido que ela era uma vilã arrogante
também.
"Uh, umm... bem..."
"O que é isso?" Claire tinha um olhar feroz e uma presença avassaladora.
"Oh! E-eu sinto muito…”
“Você não fez nada de errado.”
"E-eu sinto muito."
"Novamente. De qualquer forma, estarei esperando você terminar.”
"O-oh, sim..." A freira olhou para mim por um momento, como se

chorando por ajuda, mas ela voltou à sua oração depois que eu balancei a cabeça.
Houve silêncio.
A freira parecia completamente em seu elemento enquanto rezava. O medo

ela tinha mostrado momentos atrás tinha desaparecido, e em vez disso, ela parecia uma
pintura eclesiástica. Após uma inspeção mais próxima, ela tinha uma figura atraente e um rosto
bonito. Ela parecia mais jovem do que Claire e eu, mas havia algo nela que parecia estranho.
“O que você está olhando?” disse Claire.
“Eu não estava boquiaberto – oh! Você é gelatina, senhorita Claire?!”
"O que você está falando?! Eu não sou geléia! O que é geleia?!”
“Fiquem quietos na sala de oração, moluscos”, a jovem nos repreendeu.

Claire e eu não podíamos acreditar em nossos ouvidos.
"Huh?"
"Oh! E-isso… me desculpe! Lilly às vezes diz coisas que ela não deveria…”

Então o nome dela era Lilly, e ela não era tão mansa quanto parecia. Oh não. Eu tinha um
fraquinho por garotas bonitas com uma gagueira tímida.
"Lilly?" disse Claire. “Acho que já ouvi esse nome antes…

caso, você terminou de orar agora?”
“S-sim... peço desculpas por fazer você esperar,” Lilly disse, endireitando sua postura.
“Gostaria de lhe perguntar sobre a Igreja. Você vai falar comigo?”
“E-a Igreja? Pode ser melhor se você falar com o gerente de relações públicas na
recepção…”
“Não quero ouvir o que a Igreja diz a todos. Eu quero saber

a verdade sobre tudo o que acontece aqui. Inclusive os problemas.”
“Ah, ah...?” Lilly parecia confusa.
"Srta. Claire deseja abordar a questão da pobreza camponesa", eu disse.
"P-pobreza...?"
"Sim. Ela esperava que a Igreja pudesse facilitar esses esforços”.
“E-eu vejo. Certamente há alguma verdade nisso. Eu-eu gostaria de ajudá-la, mas...
Ela virou a cabeça e me olhou duramente. "E-eu já vi você em algum lugar antes, sim?"
“Na verdade, eu estava pensando que já tinha visto você antes, Lilly.” Mas eu não
conseguia por minha vida lembrar onde.
“Não é a linha de captação mais original, agora é?” Claire interveio.

“N-não! Eu n-nenhuma intenção de—”
"Isso mesmo. Eu só tenho olhos para você, Srta. Claire. Oh, senhorita Claire,
você é geléia? Desta vez eu acho que você realmente é gelatina.”
“Eu não sou gelatina! Eu nem sei de que língua veio essa palavra, mas pare com isso!”
"Eu disse para ficar quieto no salão de adoração, berinjelas senis!" Lilly latiu.
Claire ficou em silêncio. Eu também.
“Ah, não, não... sinto muito...” Os insultos de Lilly eram tão bizarros que

era difícil acreditar que eram acidentais, mas ela parecia genuinamente arrependida.
Um homem idoso se aproximou de nós. “Há algo errado, Srta. Lilly?”
“Ah, Bispo Rhona. Essas pessoas desejam saber mais sobre a Igreja, então
eu ia falar com elas”.
"Senhorita Lilly, você não precisa se preocupar com essas tarefas mundanas."
“M-mas ela é uma nobre… Não é todo dia que a filha do

O Ministro das Finanças quer falar comigo.”
Parecia que meu palpite estava certo. Lilly tinha algum tipo de cargo nesta igreja.
“Ainda não me apresentei, mas m-meu nome completo é Lilly Lilium. EU

sou filha do chanceler do Reino Bauer, Salas Lilium, e sirvo como cardeal na Igreja
Espiritual”, disse ela com uma risada desajeitada. “Pl-por favor, permita-me dizer o que você
deseja saber. A Igreja-"
Claire a parou. “Você pode pular o estabelecimento da Igreja. Sou bem versado
em história.”
“E-eu vejo,” Lilly respondeu. “Então, passarei aos nossos princípios

orientadores.”
De acordo com Lilly, a Igreja acreditava que todas as pessoas eram iguais no
olhos dos espíritos. Ele buscou as bênçãos e benefícios dos espíritos e rezou para que
fossem compartilhados entre todas as pessoas.
“Existem famílias nobres no Reino B-Bauer, mas não há status social aos olhos
dos espíritos.”
“E ainda assim a disparidade entre ricos e pobres é muito real,” Claire apontou.
Lilly assentiu. “S-sim. É por isso que a Igreja está tentando

redistribuir parte dessa riqueza.”
A Igreja tinha duas fontes principais de renda. Uma delas eram as doações dos
aristocratas, que tentava redistribuir aos pobres como caridade. A outra era a clínica, que
pedia que as pessoas pagassem de acordo com o que podiam pagar.
“Então, a Igreja depende da família real e da nobreza para sobreviver?”
“N-não, esse não é o caso. A Igreja também possui terras em todo o

país e até faz alguns negócios”, explicou Lilly, acrescentando que na verdade estava
envolvida em uma ampla gama de atividades, como cobrança de impostos sobre suas
terras e laticínios e lavoura. “Is-isso permite que a Igreja mantenha um certo grau de
independência dos poderes governantes de cada país, o que permite que nossos objetivos
sejam cumpridos.”
"Entendo..." Claire assentiu enquanto ouvia atentamente.
“Você aceita doações de plebeus?” Eu perguntei.
"É claro. Mas essas doações são geralmente menores, e as maiores geralmente
são de comerciantes prósperos.”
“Então, eles não contribuem muito para a Igreja?”
“N-não, muito pelo contrário. A coisa mais importante que recebemos de

plebeus é a sua fé. A fé é vital. É o que faz da Igreja uma verdadeira igreja”.
“A fé é realmente tão importante? Eu sou ateu, então eu realmente não entendo.”
"Huh?!" Lilly ficou sem palavras com minha sensibilidade japonesa moderna.
“Rae, isso foi terrivelmente rude. Desculpar-se."
"Eu sinto muito."
“N-não. Acho que entendi o que você está tentando dizer. Existem
comunidades nas terras de propriedade da Igreja onde vivem os descrentes.
Há pessoas lá que dizem o mesmo tipo de coisa que você, Rae.” Lilly continuou: “M-mas
a religião é real. A religião dá poder a pessoas que, de outra forma, não teriam nenhum. Para
colocar de uma forma que alguém não familiarizado com religião possa entender… Bem, é
um conto de fadas bem escrito que foi cultivado ao longo da história.”
“Cardeal Lilly”, disse o bispo Rhona, “se o papa ouvisse o que você acabou de dizer,
ela desmaiaria”.
“S-sim, você está certo. Desculpe!"
Ela estava certa, no entanto. A religião dependia de coisas que não podiam ser
verificadas, mas essa crença e a história também lhe davam poder real. E esse poder foi
sustentado pela fé do povo.
“Eu acho que a religião também pode fornecer um sistema de valores,” disse Lilly.
“Um sistema de valores?”

“B-bem, quero dizer, o que valorizar e o que não valorizar. Como expressar a relação entre
coisas com e sem valor.”
Eu li em algum lugar que os japoneses tendiam a pensar na religião como uma coisa
“estrangeira”. Mas a religião pode interagir de perto com a vida cotidiana e servir como um conjunto
de princípios orientadores de como viver essa vida – como doutrinas contra comer carne de porco,
por exemplo.
“Sempre pensei que a religião mostra às pessoas como viver melhor”, Claire
disse.
“Hummm,” eu disse. O problema foi quando as ideias das pessoas sobre o que era
“melhor” entraram em conflito – mas este mundo parecia relativamente livre de tais guerras ou
disputas religiosas, então decidi não entrar nele.
“Vamos direto ao ponto,” Claire disse. “Como a Igreja se sente sobre a pobreza em
Bauer? Eu vejo isso como um caminho para erodir a fé na aristocracia e fomentar a corrupção em
suas fileiras.”
“E-eu não sei muito sobre coisas tão complicadas, mas acho que você está certo. No
entanto, não acho que isso vai durar por muito tempo.”
"Você quer dizer…?"
“Príncipe Yu disse isso. Os aristocratas logo cairão.”
Claire empalideceu com as palavras de Lilly. "O que ele quer dizer com isso?"
“Eu não tenho certeza dos detalhes. B-mas o príncipe Yu parece pensar que o
desenvolvimento de ferramentas mágicas dará início a uma era em que a habilidade de um
indivíduo falará mais alto que sua linhagem. Ele disse que quando se trata disso, os nobres não
serão capazes de enfrentar os plebeus que os superam em número…”
Isso foi, mais ou menos, o que Yu nos disse quando o Movimento dos Comuns estava
ganhando força na Academia. Na época, a única reação de Claire tinha sido pura negação, mas
agora ela não podia mais abjurar a verdade de suas palavras.
“Eu não acredito que os nobres vão simplesmente ficar parados e ver seus títulos
abolidos,” Claire disse.
“O-claro, provavelmente haverá resistência. Mas não acho que eles possam resistir à maré
da história.”
“Nesse caso, como a aristocracia pode ser abolida?”

“T-há muitos países que já fizeram isso. Por exemplo,

um país chamado França no oeste.”
"Como eles...?"
Lilly parou por um momento. "H-houve uma revolução."

"Uma revolução?"
“H-houve uma revolta da classe camponesa, e eles derrubaram a nobreza pela força.
Em outras palavras, foi uma guerra civil entre os novos poderes e os antigos.”
"Você está dizendo que haverá uma guerra civil...?" O sangue sumiu do rosto de
Claire.
“Eu não acho que isso necessariamente acontecerá no Reino Bauer. Mas
olhando para as marés ao redor do mundo, acho que o momento em que uma minoria da
elite detém toda a riqueza está chegando ao fim.” Aos olhos de Claire, a mansa e delicada Lilly
provavelmente parecia um oráculo entregando uma profecia de morte.
“Depois de uma revolução, o que acontece com os ex-nobres?”
“Depende do país, mas a maioria é reduzida a cidadãos do mesmo status que os

plebeus. Alguns são executados.”
"Senhorita Claire!" Corri para apoiar Claire enquanto ela cambaleava.
“E-eu estou bem. Só um pouco tonto.”
“Vamos parar aqui por hoje. É muita informação para assimilar de uma vez,”
sugeri.
“Eu também acho,” Lilly concordou. Ela parecia culpada por ver suas palavras
chocarem outra pessoa.
"Sim. Isso é bastante para hoje. Cardeal Lilly, posso falar com você novamente?
"Sim. Se um aristocrata como você estiver disposto a vir falar comigo, farei o possível
para arranjar tempo também.
"Muito obrigado."
Agradecemos a Lilly e ao Bispo e saímos da Catedral. A volta de carruagem para

casa foi muito tranquila.
“Rae… Sobre o que o Cardeal disse. O que você acha?"

"Foi complicado... e estou com fome."
“Você está fazendo isso de novo. Conheço seus resultados da aptidão da Academia
teste. Eu sei que você não é tão ridículo quanto finge ser. Claire suspirou. “Eu queria saber
como a Igreja funcionava, mas a conversa tomou um rumo que eu não esperava. Especialmente
sobre a revolução... Pensar que algo tão selvagem poderia acontecer.”
A selvageria era subjetiva, é claro. Alguns podem considerar o comportamento da

realeza e nobres muito mais bárbaro.
“Eu me pergunto se nós, nobres, estamos fadados a desaparecer…”
"Mesmo se você não fosse mais um aristocrata, eu ainda a protegeria, senhorita

Claire."
“Mas ela disse que nobres estavam sendo executados…”
“Isso depende da revolução. Se você ajudar os revolucionários, eles

pode ter motivos para ser grata,” eu ofereci, mas Claire não estava ouvindo.
“Você está me dizendo para trair meu povo?!”
“'Traitor' faz parecer uma coisa ruim. Pense nisso como um aliado
ao povo comum”.
“Eu sou um aristocrata!”
“Você não disse que queria abolir a pobreza? Do que você está disposto a abrir mão
por essa causa?”
Claire parou de repente, um olhar complicado em seu rosto. Ela realmente queria
fazer algo para lidar com a dor das pessoas, mas ela nunca havia considerado que poderia ter
que desistir de sua própria nobreza para conseguir isso.
“Senhorita Claire, você recebeu uma grande quantidade de novas informações de uma só vez.
hoje. Isso não é algo que você pode resolver com facilidade. Vamos deixá-lo de lado para
esta noite, comer e descansar um pouco.
"Sim, você está certo…"
Mesmo assim, Claire permaneceu imersa em pensamentos pelo resto da viagem de

volta. Eu me perguntei se ela seria capaz de dormir naquela noite.
Ainda assim, tudo dito e feito, hoje tinha ido muito bem. Agora Claire entendia
o conceito de revolução. E ela entendeu que ela tinha o

opção de ficar do lado do povo.
Uma revolução... estava chegando. Isso era certo. Eu sabia disso pelo meu
conhecimento do jogo. Mas eu não deixaria as coisas acontecerem do jeito que aconteceram
lá.
Eu nunca deixaria Claire ser executada.
Senhorita Claire, eu vou protegê-la não importa o que aconteça. Eu jurei isso em meu coração
para Claire, que ainda estava com a cabeça contra a janela da carruagem, imersa em
pensamentos.
***
Depois disso, visitamos diariamente o Cardeal Lilly por algum tempo. Enquanto Claire
ouvia muitas coisas que a chocavam, parecia-me que ela estava procurando uma sociedade
ideal. De minha parte, indiretamente forneci a ela uma visão geral da democracia do Japão
para ajudar a desenvolver sua compreensão.
Durante uma dessas discussões, saí para visitar o banheiro feminino quando
fizemos uma pausa para o chá. No caminho de volta, ouvi algo desagradável.
"Senhorita Lilly está se reunindo com a filha do Ministro das Finanças agora?"
"Eu sei... é nojento."
Duas freiras, que provavelmente receberam ordens de buscar chá, conversavam

sobre Lilly pelas costas dela. Eu não tinha planejado bisbilhotar, mas não pude
deixar de continuar ouvindo.
“Deve ser verdade que Lilly é homossexual, então.”
“Que imoral… e enquanto noivo do príncipe Yu também.”
Foi então que me lembrei de onde tinha visto Lilly antes. Ela era a personagem
prometida a Yu. Levei tanto tempo para lembrar porque ela nem aparecia no jogo, apenas o
guia de referência do personagem, que nunca lhe deu um nome. A descrição dela no guia
dizia que ela tinha um segredo. Esse segredo era sua orientação sexual?
“Ela só é cardeal porque seu pai é o chanceler, apesar de suas inclinações

pervertidas.”

“Aparentemente há mais. Alguns esperam que ela seja o próximo papa”.

“Que mancha na Igreja isso seria.”
Eu não conseguia mais me conter. “Isso não é um pouco arbitrário?”
A sujeira que as freiras estavam sussurrando um minuto atrás foi de repente toda
varrida, substituída por expressões de devoção recatada.
"E quem é você?"
“Eu sou o servo da Srta. Claire,” eu disse. E, com absoluta franqueza, “É

amor entre pessoas do mesmo sexo é realmente uma coisa tão terrível?”
“Ummm...” Um ficou evasivo.
“No mínimo, não acho natural”, respondeu o outro.
O que evitou me responder fez sinal para o outro parar, mas

aparentemente, ela decidiu que esta era a colina em que ela morreria. As freiras tinham
uma certa quantidade de status e poder neste mundo. Mais do que plebeus, no mínimo. Até
as filhas dos nobres às vezes se tornavam freiras. Não havia razão para esta mulher temer
uma mera empregada.
"Natural? O que você quer dizer com isso?" Eu perguntei.
"Pense nisso. Parceiros do mesmo sexo não podem produzir filhos – é um

relacionamento que não dá frutos.”
“Se dar à luz filhos é uma condição de amor legítimo”, eu disse, “então casais
heterossexuais incapazes de conceber também não devem ser válidos.”
"Nós iremos…"
“E se ser natural é desejável, você deve recusar tratamento médico

quando você está doente? A ciência médica desafia o curso da natureza em todas as
instâncias de seu uso.”
A freira provavelmente não esperava que eu discutisse com ela assim. Ela cresceu
vermelho no rosto e começou a tropeçar em suas palavras. “Que sofisma…”
“Por favor, diga-me especificamente qual parte do que eu disse foi sofisma.
Caso contrário, tomarei sua disputa como nada mais do que uma discussão
emocional.”
“Não importa que tipo de respostas simplistas você encontre.

A homossexualidade não é normal e é praticada apenas por uns poucos heréticos!” Então

ela havia mudado para o argumento dos números.
“Aceito que há menos homossexuais do que heterossexuais. Mas

o que isso prova? O que há de errado em um número ser menor?”
“É a prova de que não é normal!”
“Tudo bem, então um número mais alto significa que algo é 'normal'? Mas você
ainda não explicaram por que o número menor 'anormal' deve ser considerado
ruim”.
"Bem... porque..."
“Você acha que o fato de pertencer a uma maioria significa que você tem a
direito de atacar alguém em minoria?”
“Argh… Esqueça sua lógica! Essa... essa heresia, é nojenta!
“E aí está. Puro desgosto fisiológico. Você não pode entender isso,

e você não quer entendê-lo, então você simplesmente o ataca.”
“E o que há de errado com isso?!”
“Mas sua própria Igreja não se oporia a tal discriminação de grau? EU

pensei que você ensinou a igualdade sob os espíritos. Tem certeza de que esses seus
valores não violam os ensinamentos da Igreja?”
A freira parou de repente, a cor sumindo de seu rosto.
“Eu não quero refutar ou mostrar desprezo por você,” eu disse. “Eu só quero que
você se liberte de seu preconceito contra a homossexualidade.”
Houve silêncio.
“Eu nem vou pedir para você entender, então. Mas você não pode pelo
menos respeitá-los?”
“Você também é homossexual?” ela perguntou, um pouco da hostilidade deixando

A voz dela. Esta freira não era uma má pessoa. Como eu disse antes, a opinião dela
era a que prevalecia neste mundo. Tudo o que ela fez foi dar-lhe voz.
"Sim, eu disse.
“Eu... eu não posso reconhecer isso ainda. Mas acredito que entendo o que você
quero dizer. vou pensar nisso. Quando... se eu inventar uma refutação, talvez possamos
debater novamente.
"Muito obrigado. É o bastante."

Ela se virou e saiu com a freira que estava parada, tremendo.
Ufa. Eu tinha ido muito mais tempo do que eu planejava e me envolvi

em uma discussão complicada para arrancar. Eu precisava de uma recarga de Claire, e rápido.
Eu ia abraçá-la com tanta força assim que voltasse para ela.
Mas quando me virei, Lilly estava bem ali, atrás de mim. Ela não disse nada, apenas
ficou lá, estupefata.
E lágrimas como joias caíram de seus olhos.
“O-o que aconteceu, senhorita Lilly?!”

"Muito…"
"O que?"
"O-obrigado... muito..."
Lilly soluçou, envolvendo seus braços em volta de mim. Confuso, eu a abracei

de volta. Ela era cerca de duas cabeças mais baixa do que eu, e seu corpo delicado era
surpreendentemente leve. Eu queria uma dose animadora de Claire, mas, bem, Lilly cheirava
bem também.
"Eu sempre pensei que meus sentimentos eram um crime... mas você..."
Lilly estava chorando seu coração. Bem, parecia que aquelas freiras não tinham
só estava espalhando boatos – agora eu não tinha dúvidas de que Lilly era gay.
“Ninguém jamais afirmou m-meus sentimentos antes... Foi tão legal, o jeito que você
disse exatamente o que pensa, Rae...” Lilly olhou para mim com seu rosto manchado de lágrimas.
Ela era muito fofa.
Lembre-se, você tem Claire…
“E-eu acho que posso estar apaixonado por você, Rae,” Lilly disse.
Nesse momento, houve um som atrás de Lilly.

Oh não.
Claire ficou ali, de braços cruzados, incandescentemente lívida.

***
“Aqui, Rae. Diga ahhh?” Lilly tinha se agarrado a mim, tentando me fazer
beber do copo dela.
“Cardeal Lilly, isso é impróprio,” minha amada Claire repreendeu enquanto

ela inclinou sua própria xícara elegantemente para os lábios. Calma como Claire parecia do lado
de fora, eu sabia que o copo que ela continuava colocando em seus lábios estava vazio por um
tempo agora.
“E-eu sinto muito. Mas encontrei a pessoa dos meus sonhos. Eu vou me casar com
Rae!”
“Você não pode se casar com alguém do mesmo sexo neste reino,” Claire
disse.
"N-Nesse caso, seremos apenas amantes."
“Isso também não vai servir agora, vai?” disse Claire. Eu pensei ter visto uma veia estourando
em sua têmpora. Ela pousou a xícara com um som de chocalho incomum.
"Você é gelatina, senhorita Claire?!" Eu suspirei.
“Eu não sou gelatina! E você, Lilly, e seu noivado com Yu?”
“O-nosso noivado foi decidido por nossos pais. Não tem nada a fazer
com nossos sentimentos”.
“Mas é isso que é o casamento, não é?”
O casamento no Reino Bauer era bem diferente da forma como o casamento funcionava
no Japão moderno. Neste reino, era principalmente uma aliança entre casas e, embora isso
possa ter sido parcialmente o caso no passado do Japão, hoje em dia fazíamos as coisas de maneira
bem diferente.
“Eu prefiro ter amor do que casamento. Dessa forma, Rae é perfeita.”
Houve um som agudo quando a xícara de Claire bateu na mesa. “Oh meu Deus, este copo
estava rachado. A maçaneta saiu. Você pode, por favor, me dar um novo?”
“S-sim. Mas... isso é estranho. Esse copo é novo…”
Era bastante óbvio o que tinha acontecido, já que a alça do copo estava parcialmente
derretida. Se a senhorita Claire estava perdendo o controle de sua magia, isso era ruim. EU

precisava recusar com firmeza e clareza a Lilly.
“Senhorita Lilly, meu coração já pertence a outro,” eu disse.
"O que?! Isso é verdade?"
"Sim. Eu já dediquei minha vida inteira à Srta. Claire,” eu disse.

Quando o fiz, Claire ergueu o queixo com um olhar orgulhoso no rosto. Ela era tão
bonitinho.
"Senhorita Claire, isso é verdade?"
“Eu não tenho tais intenções, mas essa pessoa é livre para pensar o que quiser.
gosta,” Claire disse com uma confiança que resultou parcialmente de esconder sua vergonha e
parcialmente de já ser a vencedora.
“O-oh entendi! Nesse caso, ainda tenho uma chance!”
“O-oh? Hum…”
“Se o amor de Rae ainda não for correspondido, eu vou conquistá-la.”
“Não, eu quero dizer eu—”
"E-está tudo bem!" Lilly insistiu. “Ouvi dizer que as mulheres ficam melhor com
pessoas que os amam, em vez de pessoas a quem eles amam!”
Claire e eu colocamos nossas cabeças em nossas mãos com o aumento repentino de Lilly
em intensidade. Quando a conhecemos, pensamos que ela era uma criaturinha tímida e
mansa, mas agora sabíamos que ela também tinha um lado agressivo e impulsivo.
“Além disso… Mestre Yu gosta de outra pessoa, não de m-mim,” ela disse quase
baixinho. Senti uma pitada de solidão naquela expressão.
“E quem seria?”
“E-eu não sei. Mas ele me disse que há alguém que ele gostou por um
muito tempo."
Suspeitei que provavelmente fosse Misha. Apesar dos desejos do design do jogo, eu não
tinha abordado Yu, então a única candidata provável era ela. Eles eram amigos de infância, afinal,
e ele disse, “por muito tempo”, então isso fez
senso.
“Rae, o que posso fazer para você se apaixonar por mim?”
"Não posso. Eu só tenho olhos para a Srta. Claire.

“N-não! Eu não vou desistir. Esta é... a primeira vez que me sinto assim. II
finalmente conhecer o amor”, disse Lilly, olhando para mim como se estivesse sonhando. Eu
não tinha certeza de como reagir.
“Primeiros amores nunca duram,” eu disse.
"E-então o amor de Rae por Claire também não vai durar, certo...?"
“Não, porque não é meu primeiro amor.”

"Huh?!"
"Huh?!"
Os dois se olharam.
“Rae, você está apaixonada por alguém além de mim?” Claire perguntou em um tom
frágil.
"Ahhh. Uh... bem, sim.
“Ah, realmente. Hmmm."
“Como foi seu primeiro amor, Rae?” perguntou Lilly.
“Não estou lhe dando nenhuma ideia, senhorita Lilly.”
“Eu quero ouvir também,” Claire disse com firmeza.
“Não é realmente uma história interessante. Havia uma garota de quem eu era próximo,
e eu gostava dela, mas ela me rejeitou.”
“Eu quero saber mais!” exclamou Lilly.
“Pare de resmungar e conte-nos tudo.”
Ugh... Não foi uma história muito agradável. “Estou lhe dizendo, é muito chato.
Tem certeza que quer ouvir?”
“Sim, por favor,” Lilly implorou.
“Apresse-se com isso,” Claire exigiu.
“Ah... bem. Aconteceu quando eu estava no colegial…”
***
“Agora lembre-se, esse cara é um nerd completo e total. Eu queria dizer,

'não me faça rir' quando ele me pediu para sair com ele, mas realmente, não foi nada engraçado.”
“Não diga isso, Misaki. Ele deve ter feito o seu melhor.”
“Ah, você é tão doce, Kosaki. Até ter simpatia por um mega
nerd assim…”
“I-isso não é verdade… Rei, você concorda, certo?”
Eu me virei quando ouvi meu nome. Uma garota de cabelo curto, tingido de marrom, e
outra com um cabelo preto de comprimento médio olhavam para mim. Estávamos em uma sala de
aula na Yurigaoka Academy Junior High, meu nome era Rei Ohashi, e meus dois melhores amigos
estavam se divertindo conversando sobre coisas aleatórias.
“Rei?”
"Não é nada. Bem... Misaki tem todos os caras atrás dela, então ela tem
padrões realmente altos,” eu finalmente disse.
"Isso é verdade." Kosaki concordou com a cabeça furiosamente.
Misaki era a abelha rainha da nossa classe. Ela tirava boas notas, era atlética,
inteligente e extrovertida e boa em se expressar. Kosaki e eu éramos seus ajudantes. Kosaki
era tímida, o tipo de garota em quem outras pessoas pisavam rudemente, mas ela e Misaki
tinham uma ligação por causa de seus nomes semelhantes.
Eles eram conhecidos na escola como o “Saki-Saki Combo”. Se Misaki era uma linda rosa,
Kosaki era um dente-de-leão florescendo na beira da estrada.
A única coisa que eu tinha a meu favor, entretanto, era a minha altura. Eu era
comum de todas as outras maneiras. Se eu tivesse que me comparar a uma flor,
provavelmente seria um Goldenrod canadense. Eu não gostava de estar no centro das atenções,
mas de alguma forma eu tinha sido atraída para o grupo de Misaki, embora minhas razões para
estar lá estivessem começando a mudar.
"Eu me pergunto", disse Misaki. “Quero dizer, nerds assim pensam que todas as garotas
são bidimensionais.”
"V-você está sendo crítica, Misaki."
"Mas é verdade. Meu irmão mais velho tinha um monte de mangá que ele me deixou
ler. Foi ruim."
Eu realmente não lia mangá ou assistia anime, mas eu achava que ela não era

sendo totalmente justo supor que todos os nerds eram pervertidos que fantasiavam sobre
garotas ou as idolatravam. Eu não disse isso em voz alta, é claro. Eu não era a melhor em ler
a sala, mas era perspicaz o suficiente para perceber que contradizer Misaki seria perigoso.
Kosaki tinha sido perdoada por sua pequena objeção agora porque ela era a favorita de Misaki.
“De qualquer forma,” Misaki continuou, “algumas garotas são nerds também. Eles
lêem aqueles... como eles são chamados? Mangá Boys' Love? Aqueles onde os caras estão
fazendo isso com outros caras? Bruto."
Isso me chocou, embora eu não fosse um grande leitor de yaoi. O contrário, na verdade.
Forcei-me a desviar o olhar de Kosaki, para quem eu olhava repetidamente.
Eu estava apaixonada por Kosaki ultimamente. Ela era adorável, como um bichinho
fofo, e eu ainda era uma garota que gostava de coisas fofas. No começo, eu pensei que era
tudo o que era. Mas o jeito que ela virou o cabelo, a cor do brilho labial, a expressão tímida,
cada pequena coisa que ela fez fez meu coração palpitar.
Eu não estava completamente sem noção. Eu li sobre lésbicas no mangá yuri e

me reconheci neles. Naquela época, porém, eu ainda achava que havia algo errado com
o que eu sentia, então fiz o meu melhor para esconder meus sentimentos. Ser uma
exceção na escola fazia de você um alvo e, mais do que tudo, eu não queria que Misaki
descobrisse o que eu estava realmente pensando.
“Alguém como ela?” Misaki apontou para outra garota, que tinha cabelos naturalmente
cacheados e usava óculos. “Katano está sempre desenhando, não é? Coisas como aquele
mangá nojento.”
“Isso não é verdade,” Kosaki protestou. “Ela é muito boa.”
“Kosaki, por que você defenderia alguém assim?” Misaki respondeu em

uma voz muito mais alta do que a que Kosaki havia usado. Katano deve tê-los ouvido, mas
ela continuou calmamente se concentrando em seu desenho. “O que você acha, Rei? Não é
nojento?”
“Hmmm... eu realmente não sei muito sobre essas coisas,” eu disse.
"Certo? É impossível entender. É tão doente.”
Tentei dar uma resposta neutra, mas Misaki a transformou em afirmação. Eu

me perguntei o que Katano pensava de mim. Quando olhei para ela, ela estava olhando na
minha direção, e nossos olhos se encontraram. Aturdida, desviei o olhar.

“O que é isso, Katano? Você tem algo a dizer?" Misaki disse

ameaçadoramente, notando Katano olhando para nós.
“Não realmente…” Katano respondeu humildemente, então voltou para seu desenho.
“O que há com ela? Assustador,” Misaki cuspiu.
“Misaki! Caramba... Desculpe, Katano,” Kosaki interveio.
A culpa brotou no meu peito, mas eu não podia explicar a Misaki o que eu
realmente queria dizer, não agora. Eu só estaria dando a ela munição para usar contra
Katano e contra mim.
“É exatamente por isso que odeio nerds”, reclamou Misaki. “Eles nunca podem
ler a sala.”
Ela continuou falando sobre todos os nerds, incluindo Katano. Achei que ela estava
indo longe demais, mas não me atrevi a protestar. Eu estava com muito medo de ser expulso
da frágil rede social da nossa classe. Mesmo a menor coisa pode levá-lo ao ostracismo.
Ainda assim, eu invejava Katano. Ela podia dizer o que quisesse sem se
preocupar em perturbar o equilíbrio. Ela tinha força que eu não tinha. Eu estava com
ciúmes de como ela parecia não temer a solidão.
Se eu pudesse ser como ela, então Kosaki e eu
poderíamos... Balancei a cabeça para afastar o pensamento perigoso que quase tive.
“O que é Rei?” Kosaki inclinou a cabeça, olhando para mim.
"Nada nada." Eu ri para jogá-la fora.
É como eles dizem, certo? As jovens que são tão próximas quanto nós às
vezes sentem algo semelhante ao amor romântico. Quando eu ficar mais velha, tenho certeza
que vou gostar de garotos como todo mundo. Eu não sou anormal.
Eu era jovem e tinha medo. Mas as pessoas não podem ser crianças para sempre, e não
demorou muito para eu aprender isso da maneira mais difícil.
***
"Ei! Ohashi”, um professor me chamou depois da aula um dia.

"Sim?" Parei de arrumar minhas coisas e caminhei em direção a sua mesa.
“Desculpe, mas você pode levar essas impressões para a casa de Katano?” Ele
me entregou uma pilha de papéis. O primeiro foi para conferências de pais e mestres.
“Ela está em casa com gripe. Se ela não conseguir esta impressão a tempo, seus pais podem não
poder vir.”
"Por que eu?"

“Você mora mais perto da casa dela. Aí está o endereço.”
Comecei a notar a turma assistindo essa conversa com curiosidade.
“Você não pode simplesmente tirar fotos e enviá-las por e-mail? Pergunte a alguém
que a conhece.”
“Bem, eu não sei o endereço de e-mail dela. Se você conhece alguém que faz
tê-lo, você está convidado a pedir-lhes para fazê-lo. Obrigado”, disse o professor, levantando-
se para sair.
"Ei, espere..."
Mas ele se foi. Dei de ombros e voltei a me arrumar para ir para casa, sentindo um aperto
no estômago.
"Que desastre. Você não pode ir na casa daquele mega nerd”, Misaki
disse.
“Misaki, não a chame assim,” disse Kosaki.
“Ha ha ha… Bem, não pode ser ajudado. Vejo você na escola amanhã,” eu disse sem
jeito. Eu me apressei dizendo adeus ao Saki-Saki Combo e deixei a escola.
Acabou que os Katanos viviam surpreendentemente perto de mim – praticamente na

esquina da minha casa. Como meu pai tinha que se mudar muito para trabalhar, eu não tinha
amigos de infância por perto. Podíamos ter dito olá aos vizinhos quando nos mudamos, mas eu
não conhecia cada um deles. Eu nunca saberia que Katano morava lá se minha professora não
tivesse me enviado para ela.
Deixei minhas coisas em casa e depois peguei o maço de impressos para levar para a casa
de Katano. Respirei fundo em frente à porta. Por alguma razão, eu estava extremamente nervoso
quando toquei a campainha.
"Sim?" disse uma voz pelo interfone.

“Sou Ohashi, colega de classe de Shiko. Vim entregar as impressões que recebemos
enquanto Shiko estava ausente.”
“Ah, obrigado. Por favor entre." A porta da frente se destrancou. Eu tinha planejado
entregar as impressões e ir embora, mas perturbada pelo convite da mãe de Katano, eu não
podia ficar ali de boca aberta. Eu entrei.
“Olá,” eu disse. "Prazer em conhecê-lo."
"Entre, entre. Estou tão feliz em ver que Shiko tem um amigo tão bom!"
“Não, eu...” O que eu estava planejando dizer? Que eu não era realmente
amiga dela? Eu me parei no meio da frase e ao invés disso decidi fazer o que eu vim
fazer. “Aqui estão as impressões. As reuniões de pais e mestres estão chegando, então o
professor pediu que você, por favor, faça o cronograma.”
"Obrigada. Sinto muito, mas você vai levá-los para o quarto de Shiko? Não consigo
tirar os olhos do fogão agora”, disse sua mãe.
“Ah... eu não sei onde é o quarto dela...” eu disse confusa.
“No segundo andar, nos fundos.”
Eu não poderia escapar. Resolvi me apressar e entregá-los. Subi as escadas

e fiquei na frente da sala no final do corredor, onde uma placa de porta dizia “Shiko”. Bati
três vezes.
Não houve resposta. Bati novamente, mas ainda não havia

resposta. Ela estava dormindo? O que eu deveria fazer?
Espere. Isso foi perfeito. Se ela estivesse dormindo, então eu poderia simplesmente colocar o
impressos em sua mesa, diga adeus à mãe e siga meu caminho.
"Desculpe-me..." eu disse em voz baixa, abrindo a porta o mais silenciosamente

possível. "…Uau. Incrível…"
O quarto de Katano era o epítome dos quartos nerds. Havia pôsteres de anime
na parede e fileiras de mangá nas estantes. Uma vitrine de vidro estava cheia de estatuetas
e outros tipos de mercadorias que eu nem sabia que existiam.
Eu me peguei. Olhando de relance, vi Katano dormindo profundamente em sua

cama. Eu não queria que ela acordasse enquanto eu olhava para as maravilhas de seu quarto.
Essa era minha chance.

A sala podia estar cheia de mercadorias de anime, mas o espaço ao redor de sua mesa
estava limpo e arrumado. Quando fui colocar o pacote de impressões, acidentalmente movi o mouse
do computador, despertando o computador do modo de suspensão.
"Isso é... um mangá?"
A imagem que apareceu na tela era a de duas garotas nuas, olhando nos olhos uma da
outra. Eu tinha ouvido que as pessoas estavam desenhando mangá em computadores ultimamente.
A ilustração foi o que me fascinou. Uma das meninas parecia tímida e tinha um corte curto, enquanto
a outra era alta, com uma expressão aberta e honesta. Mesmo estando os dois nus, estranhamente,
não achei a foto nada vulgar. Na verdade, foi desenhado com um toque delicado que o deixou bonito.
“Eu usei Kosaki e você como modelos.”
Eu ouvi uma voz quase inaudível e me virei para ver Katano sentada na cama de pijama,
olhando para mim.
"Ah... não... ah... eu...!" Eu estava totalmente confuso.
"Está bem. Você veio me trazer as impressões, certo? Katano estava calmo, o que me
ajudou a me acalmar também.
“Desculpe, eu olhei sem perguntar,” eu disse.
“Nuh-uh. Eu não perguntei se poderia te usar como modelo, então acho que estamos
mesmo”, disse Katano, rindo um pouco. Ela parecia muito mais bonita sem os óculos. E mais feliz
do que ela estava na escola também.
“O que você quer dizer com modelos?” Eu perguntei.
“Parece que Misaki pensa que sou fã de yaoi, mas na verdade é o oposto. Eu gosto de
yuri,” ela disse, levando a conversa em uma direção que eu não esperava. Katano continuou me
dizendo que estava escrevendo um mangá com o tema do amor entre mulheres. “Você acha que é
nojento?”
"Eu... não acho nojento." Eu não tinha planejado dizer a verdade, mas as palavras saíram de
qualquer maneira.
“Acho que é verdade,” Katano meditou.
"O que é... verdade?" Eu perguntei, imediatamente me arrependendo.
"Quero dizer, você gosta de Kosaki, não é?"

"Huh?!" Olhando para trás, minha expressão deve ter sido cômica. Mas não era engraçado
na época. "O que você está falando?"
“Você não tem que esconder isso. Já te disse, gosto de yuri. Não tenho problemas com
esse tipo de coisa.”
A maneira como ela disse isso me assustou. Se Katano soubesse

minha paixão por Kosaki, minha vida social na escola pode acabar amanhã. Eu tentei
desesperadamente negar. "Não eu não! Eu não sou algum tipo de esquisito!”
“Estranho? É estranho?” Katano ficou muito calmo, embora eu estivesse

ficando excitado. “Ninguém é livre para gostar de quem quiser?”
Eu estava muito pasmo para formar uma frase em resposta. Ignorando

eu, Katano pegou alguns livros de sua estante e os colocou em uma sacola com uma foto
de um personagem de anime.
"Tente ler isso, se quiser", disse ela.
Olhei para baixo. O livro em cima parecia um romance. Havia um desenho de uma
linda jovem na capa.
“Tenho certeza que vai te ajudar a relaxar.”
Por alguma razão, não consegui recusar. Talvez, no fundo,

Eu queria que alguém afirmasse o que eu estava sentindo. Seja qual for o motivo, aceitei
os livros.
"Deixe-me saber o que você pensa depois de ler", disse Katano e então
rastejou de volta para sua cama. Sua respiração estava pesada de sono novamente em um
minuto. Ainda atordoado, tudo que eu podia fazer era sair e voltar para baixo.
"Oh? Você já está indo embora? Você está convidado a ficar para o jantar,”
A mãe de Katano ofereceu.
"Não... eu acho que minha mãe está me fazendo alguma coisa."
"Oh? Bem, da próxima vez, então.”
"Sim. Adeus."
Saí da casa de Katano.
Naquela noite li os livros que Katano me emprestou. E então... Meu mundo
mudou para sempre.

***
No dia seguinte à minha visita à casa de Katano, fiquei em casa na escola com
a gripe. Eu provavelmente peguei de Katano. Embora estivesse com febre, me
absorvia em meus romances emprestados.
O que Katano me deu foi uma série intitulada Between Prayer and Love. Foi
ambientado em uma prestigiosa escola católica feminina, e o personagem principal era
uma estudante cristã devota que tinha sentimentos por um de seus alunos mais velhos.
Os livros tratavam da luta entre sua fé conservadora e sua estranheza, e seu crescimento
gradual ao longo do tempo. Seu relacionamento platônico com seu veterano favorito foi
desenvolvido em detalhes fascinantes, assim como suas amizades calorosas com outras
garotas, e os livros tinham ilustrações elaboradas. Fiquei totalmente cativado.
A série tinha um personagem que era abertamente queer. O nome dela era
Hijiri, e ela também era uma das veteranas do personagem principal. Hijiri estava sempre
lá para validar os sentimentos do personagem principal, explicando a ela que o amor entre
pessoas do mesmo sexo não era pecado. A personagem principal resistiu no início, mas
aos poucos foi se aceitando. Lendo sua jornada, senti que meus próprios sentimentos
estavam sendo afirmados ao lado dos dela.
Alguns dias depois, eu estava na cama com uma compressa fria na testa, lendo
o livro que Katano me emprestara pela enésima vez. Minha febre havia passado, mas
meu pai era um preocupado que insistia que eu descansasse, então não tinha mais
nada para fazer. Então a porta se abriu inesperadamente.
“Rei, você tem uma visita,” disse minha mãe.
"Mãe, bata na próxima vez", eu disse.
“Eu bati. Você simplesmente não percebeu.” Deve ter sido muito absorvido em
meu livro. "O que devo fazer? Você quer que ela suba? Ela disse que o nome dela é
Katano.”
Eu estava quieto. Eu assumi que era Misaki ou Kosaki, e... para ser honesto, eu
estava com um pouco de medo de ver Katano. Havia algo misterioso nela. Mas eu
realmente queria agradecê-la pelo livro.
“Só um pouco,” eu disse.
“Ok,” minha mãe disse, voltando para fora. Logo depois, alguém bateu

na porta três vezes.
"Entre."
"Olá. Oh, você está melhor do que eu esperava,” Katano disse, largando sua bolsa no
chão. "Este é... um quarto bem simples, não é?"
“Não olhe para isso. Eu já sei." Eu não gostava de móveis femininos, pelo menos
pelo menos não na época. Eu gostava de coisas fofas, mas eu era tão grande e desajeitada que
nunca senti que elas realmente combinavam comigo.
Talvez eu conseguisse um pouco mais, agora.
“O romance era bom,” eu disse.
“Não é? De que parte você gostou?”
Conversamos um pouco, discutindo cada um dos personagens e o que

gostei sobre eles, e comentando sobre nossas cenas de destaque favoritas. Era a primeira
vez que eu falava tão apaixonadamente sobre um livro com alguém. Fiquei surpreso com o
quanto eu gostei.
"Parece que você tratou mais do que apenas a gripe", disse Katano por fim.
"Sim... Talvez eu possa enfrentar minha própria sexualidade agora."
A série ainda estava em andamento, então não sabíamos o que o

personagem principal escolheria. Ao contrário dela, eu nunca fui fortemente possuído
por qualquer fé em particular e, portanto, não tinha intenção de continuar negando meus
próprios sentimentos.
“É tudo graças a você, Katano. Estou muito agradecido,” eu disse.
“Então me chame de Shiko. É injusto se eu for o único usando um nome

próprio.”
"Você tem razão. Obrigado, Shiko.”

"De nada."
De certa forma, senti que Shiko era minha Hijiri. Como Hijiri fez para o principal
personagem em Between Prayer and Love, Shiko me mostrou um caminho a seguir
quando eu estava lutando com minha estranheza. Chamá-la pelo nome de batismo parecia
certo. Eu estava explodindo com a confiança recém-descoberta, certa de que nunca mais
mentiria para mim mesma.

E ainda.
Quando voltei para a escola no dia seguinte, algo estava errado. Quando eu disse
olá para alguém, eles me ignoraram. As garotas com quem eu normalmente sairia me excluíram
de seu círculo. No começo, eu pensei que era só porque eu estava ausente por um tempo, mas
isso era claramente outra coisa.
Eles estavam me evitando.
“Ei, Kosaki. É muito raro pegar gripe durante esta temporada, não é?”
Misaki disse em voz alta, olhando na minha direção.
"S-sim..." Kosaki parecia desconfortável, mas ela estava olhando na minha direção
também.
“Ei, alguém também não pegou gripe recentemente?”
"B-bem, sim."
"Hmmm... que suspeito", disse Misaki, sua voz pingando com

veneno.
Então um menino se juntou. “Talvez eles tenham feito algo para transferi-lo?”
A sala inteira caiu na gargalhada. A normalidade que eu tinha sido

tentar desesperadamente manter estava desmoronando bem diante dos meus olhos.
"Não…!" Chorei. “Eu não fiz nada assim!”
"Por que você está surtando, Rei?" perguntou Misaki. “Quem disse que estamos
falando de você?”
Eu me senti como um rato sendo brincado por um gato. “Shiko disse que isso
aconteceria,” eu gaguejei. “Que você erraria—”
“Shiko? Você está chamando aquele nerd pelo primeiro nome dela agora? Você
deve gostar muito dela.”
“N-não! Isso não é verdade!"
"Então o que? Por que vocês dois são tão amigos de repente?”
"Eu só... recebi alguns conselhos dela..."
"Adendo? Sobre o que? Como ser bom na cama?”
Risadas grosseiras soaram ao meu redor na sala de aula. Eu podia sentir as lágrimas
brotando em meus olhos.

E depois-
“Como você pode ser tão estúpido? O que você é, algum tipo de macaco?” UMA
voz afiada e inteligente cortou o riso. Katano se levantou em sua mesa, olhando para nós.
“O que é isso, Katano? Algo errado?" perguntou Misaki.
“Você está sendo absurda. Você é tão patético, você me deixa doente. Quantos anos
você acha que você é? Seu corpo cresceu enquanto seu cérebro ficou no jardim de
infância?” Shiko não deu socos. Misaki ficou sem palavras, pega de surpresa por tamanha
ferocidade de alguém que normalmente era tão manso. Shiko aproveitou a oportunidade para
se esforçar mais. “De qualquer forma, Rei tem alguém que ela gosta.
E não sou eu. Se você fosse realmente amigo dela, você saberia disso.
"O que você sabe sobre isso?!"
“Ah, tanto faz. Pare de tentar me arrastar para seus joguinhos de jardim de infância.
Não vou me rebaixar ao seu nível.”
"Você!"
Parecia que Misaki e Shiko poderiam entrar em conflito a qualquer momento.
"Pare! Você vai simplesmente parar?! Eu odeio isso”, Kosaki chorou. “Misaki… eu odeio
é quando alguém da nossa classe briga... e eu odeio mais quando você briga com alguém...
Ela começou a chorar, deixando todos na sala de aula em silêncio.

Misaki, Shiko e todos os outros alunos da sala olharam para Kosaki em
espanto.
“Tsk… Tudo bem. Vamos, pare de chorar. Desculpe, todos.” Misaki clicou nela
língua e abraçou Kosaki. Os meninos que se juntaram à provocação também se
dispersaram em grupos de dois ou três.
Percebendo que as coisas se acalmaram, pelo menos por enquanto, dei um

suspiro de alívio. Shiko já havia voltado para seu próprio lugar e estava lendo um livro. Ela com
certeza poderia mudar de marcha rapidamente.
Mas então-
Eu me pergunto se este é o fim dos meus dias de paz.
***

Assim como eu esperava, fui esnobado pelo grupo de Misaki no dia seguinte
frente. Embora eu tivesse tanto medo de ficar sozinha, agora que realmente aconteceu,
não era tão ruim. Na verdade, era revigorante não ter que manter a farsa de relacionamentos
superficiais. Ok, tornou as coisas difíceis quando chegou a hora de escolher parceiros para a
aula de ginástica ou a viagem da escola, mas no geral, minha vida era menos complicada
agora.
Comecei a fazer muitas parcerias com Shiko durante as aulas de ginástica. Nem
sempre fomos os estranhos exatamente da mesma maneira, mas acabamos muito juntos. Eu
costumava ir direto para casa depois da escola, mas agora comecei a visitar o clube de mangá
dela e a conversar sobre mangá com os outros membros também.
Minha relação com o combo Saki-Saki permaneceu tensa. Misaki

me evitava abertamente, mas Kosaki e eu ocasionalmente estudávamos juntos na
biblioteca. Mesmo assim, Kosaki estava preocupada com o que Misaki pensava, então ela não
falaria mais comigo abertamente. O único contato que tivemos foi na biblioteca. Permiti-me
admitir que gostava desses “encontros” mensais com a pessoa de quem gostava (mesmo
sabendo que só pensava nelas dessa forma).
Uma outra coisa mudou. Decidi que queria criar algo, provavelmente graças à
influência de Shiko, então comecei a escrever fanfics. Desenhar realmente me desafiou, mas a
palavra escrita funcionou para o meu cérebro. Achei relaxante, apesar da minha completa falta
de habilidade. Shiko e seus amigos do clube de mangá eram grandes nerds que tinham muitos
mangás, jogos e animes ótimos para recomendar. Eu li, assisti e joguei todos eles, então escrevi
fanfics sobre os personagens que eu gostava.
“Sim, eu acho que é bom. É bem áspero, mas realmente apaixonado.”
"Sim. Tem uma sensação realmente fresca.”
“Você deveria observar um pouco essas estruturas de frases, no entanto.”

"Eu vejo…"
Eu estava de volta ao clube de mangá, e seus membros estavam lendo meu último
trabalhar. Isso foi nos dias anteriores à campanha “Cool Japan”, e os interesses dos
otakus ainda eram nicho e não mainstream. A maioria das pessoas tinha a mesma opinião
desdenhosa de fanatismo que Misaki tinha. Eu me considerava sortudo por ter encontrado
tais almas gêmeas, muito menos pessoas que leriam meu

terríveis primeiros rascunhos e me dê um feedback honesto.
“Ei, Rei, você leu o último Oração-Amor?” Shiko perguntou. este

era o apelido abreviado que os fãs usavam para a série que ela me emprestou.
"Ainda não. Eu ia comprá-lo a caminho de casa.”
"Eu vejo. Você deve se preparar. Algo grande acontece.”
"O que? Ah, eu quero saber!” Eu estava ansioso para lê-lo, mas a expressão de Shiko
estava sombria. "É ruim?"
“Eu não vou estragar tudo para você. Apenas leia.”
***
“Ah…”
Como eu disse a Shiko, comprei o novo volume de Prayer-Love no caminho

casa e lê-lo imediatamente. Logo descobri por que Shiko estava com uma expressão tão
decepcionada.
O veterano por quem o personagem principal estava apaixonado se chamava

Shoko, e ela era uma senhora bem-educada nascida em uma família antiga que remontava
ao período Muromachi. Ela era voluntariosa e excêntrica, mas muito simpática, facilmente a
personagem mais popular da série. O último volume havia terminado com a heroína
confessando seus sentimentos a Shoko, e todos estávamos esperando para descobrir o que
aconteceu a seguir.
Mas a tragédia aconteceu neste novo volume, e Shoko foi atropelada por um carro a
caminho de encontrar a heroína no parque à noite. A cena em que o personagem principal
encontrou o corpo de Shoko foi tão dilacerante que eu chorei, uma prova da habilidade do autor.
O livro terminou com Hijiri segurando o personagem principal enquanto ela sofria.
"Eu me pergunto se isso significa que ela vai acabar com Hijiri...?" Eu disse.
Por mais que o livro tenha me emocionado, eu não era fã dessa nova reviravolta na
história. Eu não sabia o que fazer com a tristeza que me consumia. A Rei do passado não teria
como expressar sua frustração, mas felizmente, eu tinha o hobby perfeito agora.
Eu escreveria fanfics onde Shoko morava.

Escrever versões alternativas de eventos canônicos era uma prática comum em

fanfiction. Exigiu amor e compreensão do material original, mas proporcionou o ponto de
encontro perfeito entre seu hobby e seus próprios desejos.
“Se eu fosse o autor, isso é o que eu escreveria”, eu disse, e fiquei no meu computador até
tarde da noite, completamente absorto na versão da história enquanto a recontava.
***
"Você realmente fez isso..."
“Acho que sua história funciona super bem, Rei.”
“Acho que gosto mais do original, mas o seu me fez chorar um pouco também.”
No dia seguinte, o clube de mangá leu minha fanfic e me deu seus pensamentos.
Todo mundo já tinha lido o último livro e ficado chocado com ele, então todos tinham algo a dizer.
“O que você achou, Shiko?” Fiquei grato por ouvir seus pensamentos, mas
Eu queria ouvir a opinião de Shiko acima de tudo.
"Eu... eu gosto dos dois, mas acho que prefiro o original também."
"Eu vejo…"
"Eu sinto Muito. Não é que eu não goste do seu.”
"Sim, eu sei. Obrigado por lê-lo." Eu estava apenas grato que ela tinha lido e me dado sua
opinião honesta. “Shiko, você shippa a heroína com Hijiri?”
“Sim, é por isso que não estou tão chateado com o que aconteceu nos últimos
volume. Você estava torcendo para que ela acabasse com Shoko, certo?”
"Sim..." eu disse, caindo meus ombros em decepção.
"Eu sinto Muito." Shiko me deu um tapinha simpático no ombro.
“Não gosto do que aconteceu no último livro, mas me ajudou a perceber

alguma coisa,” eu disse.

"Eu vejo. Então você vai fazer isso?”

"Sim. Quero dizer a Kosaki que gosto dela.”
Na minha fanfic, a heroína contou a Shoko seus verdadeiros sentimentos mais cedo do que ela
fez no cânone, o que alterou o curso dos eventos para que Shoko nunca tivesse seu
acidente. Não foi uma mudança particularmente inventiva, mas eu não era tão bom em escrever
ainda. Eu ainda coloquei minha alma inteira na fic, tentando passar a mensagem de que você
deve expressar seu amor antes que seja tarde demais. Você nunca sabe quanto tempo você tem
com alguém que você ama. A última Oração-Amor me ensinou isso.
Eu não achava que Kosaki morreria tão cedo, é claro, mas um de nós poderia se transferir
de escola ou seguir caminhos separados depois de nos formar.
Ela pode até começar a sair com outra pessoa. Eu precisava dizer a ela como me sentia para
não acabar como o personagem principal de Oração-Amor.
"Já estava na hora."
"Você realmente vai fazer isso?"

"Boa sorte!"
Os membros do clube de mangá me encorajaram. Eu já havia confiado em

eles sobre minha orientação sexual, e eles me aceitaram, o que foi outra coisa que
contribuiu para minha felicidade recente.
“Quando você vai fazer isso?”
"Talvez amanhã. Vamos ficar depois da escola para trabalhar na biblioteca.
"Eu vejo. Você pode fazer isso, Rei,” Shiko disse.
Se eu tivesse prestado mais atenção no rosto dela, teria visto que ela não estava
feliz com a minha decisão em tudo. Mas eu não percebi isso até muito mais tarde.
***
“Eu gosto de você, Kosaki. Você sairia comigo?"

"Huh? Wha?! O que?!"
Estávamos na biblioteca depois da escola. Escolhi um momento em que estávamos

sozinhos para finalmente dizer a Kosaki que gostava dela. Eu não conseguia pensar em nada, mas

as mesmas velhas linhas cansadas, então eu acabei de sair com ele. Talvez eu realmente não
tivesse nenhum talento com as palavras.
Kosaki a princípio pareceu não entender. Então, enquanto ela absorvia

o que eu estava dizendo, seu rosto ficou perturbado. "Huh? Você gosta de mim... Quer dizer, não
como amigo?
"Sim. De uma forma romântica.”
"Então, é verdade que você gosta de garotas?"
“Não sei se só gosto de garotas. Mas eu gosto de você." Eu não podia recuar agora. “Você
não se diverte quando está comigo?”
“Não estou dizendo que não!”
"Você me odeia?"
“Não, eu não odeio você. Mas…"
“Você não acha que estamos no mesmo comprimento de onda?”
"Bem, talvez, mas..." Kosaki não estava me dando a resposta que eu estava
procurando, e eu estava ficando nervoso. Foi por isso que o que ela disse em seguida me deixou
tão feliz. “Eu acho... que preciso de algum tempo. Eu tenho que responder agora?”
“Não, de jeito nenhum. Eu preferiria que você tomasse seu tempo ao invés de dizer não
agora. Por favor, pense sobre isso."
"Sim. Obrigada."
“Não, obrigado . Me desculpe por pegar você desprevenido.”
Sorrimos um para o outro.
“Você ficou surpreso?” Eu perguntei.
“Como eu poderia não estar? Quer dizer, eu pensei que se você fosse dizer que gostava de
uma garota, com certeza seria Katano.”
"Ver?"
“Vocês não estão super perto agora?”
“Acho que sim,” eu disse. Eu não tinha nenhum sentimento romântico por Shiko, no
entanto.
“Você sabia que Katano é na verdade amigo de infância de Misaki?”

perguntou Kosaki.
"O que? Sério?"
"Sim. Acho que é bem complicado.”

"O que é?"
"Realmente não é a minha história para contar... Aposto que Katano contaria se você
perguntasse a ela."
Honestamente, eu não queria tanto saber.
“De qualquer forma,” eu disse, “é hora de fechar. Vamos fechar a biblioteca.”
“Ah, você está certo. Rei, você pode virar a placa na porta?”
"Nele."
Senti alívio enquanto caminhava para casa naquela noite. Eu confessei, e então Kosaki e
eu conversamos como sempre fazíamos. Não tinha sido nada estranho. Eu até pensei que talvez
eu tivesse uma chance.
Eu estava errado. Completamente errado.
***
“Bom dia,” eu disse, como de costume, quando entrei na sala de aula no dia seguinte.
dia.
Nem uma única pessoa respondeu.
Em retrospecto, eu deveria ter percebido isso então. Mas eu era um tolo apaixonado,
recém-saído do alto de professar esse amor. Olhei curiosamente ao redor da classe e fui
para o meu lugar.
Então eu vi o grafite na minha mesa.
"O que é isto?" Palavras foram rabiscadas por toda a minha mesa em permanente
tinta. Uma frase surgiu de novo e de novo. Ohashi Rei é lésbica.
Meu estômago caiu. Olhei em volta freneticamente procurando por Kosaki, e a

encontrei sentada ao lado de Misaki, que estava me olhando e rindo ferozmente.
Foi quando eu entendi. Kosaki contou a Misaki o que aconteceu.
É claro que ela gostaria de consultar alguém sobre algo tão grande quanto

outra garota dizendo que gostava dela. E é claro que a primeira pessoa que ela
procuraria seria Misaki. E claro que era assim que Misaki responderia. Isso não foi
culpa de Kosaki. Quero dizer, ela foi parcialmente culpada, mas no final, a culpa foi
minha.
Eu entendi, agora. A realidade não amarrava as coisas tão bem quanto a ficção.
A amizade nem sempre era confiável. O amor queer nem sempre seria
compreendido ou aceito.
Não me lembro exatamente o que aconteceu em seguida.
***
-Rei, você está bem?
A próxima coisa que me lembrei foi Shiko, com um olhar preocupado em seu
rosto. As aulas já haviam terminado e eu estava sentado à minha mesa, iluminado pelo
sol da tarde. Em algum momento, o grafite desapareceu. Soube mais tarde que Shiko
falou com o professor e pediu-lhe para limpar.
"Olhar..."
"É horrível. Inacreditável." Shiko estava furioso por mim. Ela denunciou
as coisas que tinham sido feitas comigo eram injustas e me defendiam de todos os
ângulos.
“Obrigado, Shiko.”
“Você não precisa me agradecer,” Shiko disse, seus olhos úmidos. Eu sabia
exatamente o que estava por vir. “Oi, Rei. Você me consideraria, em vez de
Uchiyama?”
Uchiyama era o sobrenome de Kosaki. Eu sabia disso, mas não

realmente entender o que Shiko estava dizendo.
“Eu gosto de você, Rei,” Shiko disse mais simplesmente. devo ter confundido
olhe no meu rosto.
"Eu…?"
"Sim." Shiko assentiu e me abraçou.
Se isso fosse um romance, talvez eu tivesse amado Shiko no

esse ponto. Em vez disso, minhas emoções congelaram como gelo. Eu não senti nada.
Não Isso não é verdade. O primeiro pensamento que me passou pela cabeça foi que
essa foi a razão pela qual Shiko falou comigo pela primeira vez, e foi por isso que ela
trabalhou para me separar de Misaki e Kosaki.
Eu a empurrei para longe.
“Rei…”
"Sinto muito", foi tudo que eu pude dizer antes de correr.
Eu estava no meu limite. Eu não queria pensar ou fazer mais nada; Eu só queria
fugir de lá. Quando cheguei em casa, pulei o jantar, me tranquei no quarto e chorei e chorei.
Eu pensei que o mundo estava cheio de nada além de dor.
Depois disso, eu não voltei para a escola por um longo tempo. Meus pais eram
preocupado, mas eu estava com medo que eles me evitassem como meus colegas faziam.
Eu não conseguia dizer a eles que eu era queer e, portanto, também não podia contar a eles
sobre o bullying (se é que você pode chamar assim) que me manteve fora da escola. Foi cerca
de um mês depois que parei de ir à escola que finalmente me abri para meus pais.
"Entendo..." Minha mãe pareceu surpresa no início, mas só levou um momento

para ela se recuperar e me dar um abraço. “Posso não ser capaz de entender tudo sobre
você, mas estou sempre do seu lado.”
Eu nunca esqueci como era ouvi-la dizer essas palavras. Eu poderia nunca ter me
recuperado, se não fosse por aquele momento.
Meu pai ficou em silêncio, e ele tinha um olhar complicado em seu rosto, mas um
poucos dias depois, ele me levou a um grupo de apoio para pessoas queer e suas famílias.
Eu soube então que ele estava realmente tentando me entender, e isso me deixou mais feliz
do que qualquer coisa.
Graças ao apoio dos meus pais, consegui voltar à escola depois de dois meses. Ouvir
as histórias de outras pessoas queer me libertou. Eu sabia que tinha sorte, em comparação com
a maioria.
Mesmo assim, a forma como meu primeiro amor terminou sempre ficou comigo.

***
Contei toda essa história para Claire e Lilly, alterando ou excluindo detalhes
sempre que necessário para esconder que tinha acontecido na minha vida passada.
A reação de Claire foi imediata. “Isso é horrível. estou furioso por ouvir
isto. Rae, diga-me onde estão essas pessoas. Vou incendiá-los.”
“Eu ajudo, Srta. Claire,” Lilly se ofereceu.
Bem, isso foi um pouco extremo.
“Está tudo bem,” eu disse. “Eu não sabia disso na época, mas a vida doméstica de Misaki era
muito duro na época. Ela estava passando por uma fase ruim. Na verdade, nos tornamos amigos
novamente depois que nos formamos. Até formamos nosso próprio Cryptid Club.”
“Clube Críptico?”
“Sim, fomos caçar o tsuchinoko.”
“Tsuchinoko?!”
"Hum, desculpe, esqueça." Algum folclore japonês simplesmente nunca seria traduzido.
Voltando ao assunto em questão. “De qualquer forma, havia muita coisa acontecendo em nossas
vidas naquela época.”
“Parece-me que essa pessoa Misaki é simplesmente má.” Claire ainda estava furiosa.
“É mais complicado do que isso,” eu a acalmei, tentando acalmá-la.
"O-o que você quer dizer?" perguntou Lilly.
“Além de seus problemas em casa, Misaki realmente gostava de Shiko. Mas ela
não podia aceitar isso sobre si mesma.”
"R-realmente?"
"Sim. A razão pela qual ela me baniu de seu grupo foi porque ela pensou que eu roubaria
Shiko dela.”
"O-whoa... então era um triângulo amoroso?" Lilly gemeu.
“Não, um quadrado de amor.”
"O que você quer dizer?!"

"Kosaki gostava de Misaki."
"Isso é... tão complicado..."
Rei gostou de Kosaki, Kosaki gostou de Misaki, Misaki gostou de Shiko e Shiko
gostava de Rei – resumindo, saía direto de uma novela. Peguei papel e caneta emprestados
para desenhar o quadrado do amor para meus companheiros.
"Que bagunça absoluta", disse Claire.
“S-sim,” Lilly concordou.
"Bem, nós éramos todos muito jovens..."
"Você ainda está apenas no meio da adolescência!"
“Ah, eu era tão jovem.”
“Não foi! Use o tempo presente!”
Ops. Eu tinha caído no buraco da nostalgia. “De qualquer forma, todos os três
eventualmente fizeram as pazes. Descobrir os verdadeiros sentimentos de Kosaki foi a parte
mais interessante. Costumávamos pensar que ela era nosso anjinho, mas, na verdade, ela era
bem diabólica”.
"Eu tive um pressentimento", disse Claire. “Ela parece o tipo de pessoa que
acha que suas características adoráveis a autorizam a se safar de qualquer coisa.”
"Senhorita Claire, você está exatamente certa."
Tudo o que Kosaki disse ou fez foi calculado. Seu sorriso tímido, seu comportamento
suave, querendo que todos se dessem bem – ela fez tudo de propósito, até a parte em que
ela nos fez tratá-la como um animal de estimação querido. Todos a subestimaram. Uma vez
que ela tivesse alguém comendo na palma de sua mão, ela os usaria como quisesse.
“No final, Kosaki e Misaki ficaram juntos. Ah, e foi Ko e Mi,

não Mi e Ko.”
“Todo casal tem uma ordem em que seus nomes devem ser ditos!” Eu me parei.
Eu estava deixando meu nerd aparecer. “Bem, essa é a história do meu primeiro amor. Eu
disse que era chato.”
“Não foi chato,” Claire disse.
“S-sim. Foi muito informativo”, acrescentou Lilly.

"Oh sério?"
Na verdade, o incidente com o quadrado do amor lançou as bases para a pessoa

que me tornei. Eu só fiquei mais nerd a partir daí, e comecei a fazer investidas impulsivas
em pessoas que eu gostava – mas isso foi durante meus últimos anos na universidade, então
eu não podia contar a esses dois sobre isso.
"Você teve um momento difícil", disse Claire.
"Não, na verdade não. E eu posso me dar ao luxo de rir disso agora. O que você
acha, Srta. Lilly? Foi decepcionante?”
“N-não. Acho que isso realmente me fez gostar mais de você.”
"O que?!" Não era isso que eu esperava. “A questão é que os primeiros amores
raramente dão certo, e é ainda mais difícil para as pessoas queer. É por isso que você deve
se preparar para a rejeição.”
“R-rejeição?”
"Sim. E é por isso que posso suportar Claire me rejeitando o tempo todo.
“N-não, isso só acontece porque você é muito descarado!” Claire gaguejou.
“O primeiro amor da senhorita Claire foi Manaria, certo?”
"Não! Irmã... foi tão incrível. Eu entendi errado."
“Como chegamos aqui, afinal? Sobre o que estávamos falando para começar?”
“A questão da pobreza...” Os olhos de Claire ficaram vidrados.
“Não há problema em sair pela tangente às vezes,” Lilly nos confortou enquanto
Claire e eu tentamos nos recompor. "M-mas voltando ao que você estava dizendo, Rae...
Ideais nem sempre se alinham com a realidade, não é?"
"O que você quer dizer?"
“E-a Igreja tem muitos ideais que gostaríamos de ver tornados realidade, mas a política
atrapalha”, disse Lilly, de repente parecendo uma senhora de meia-idade. “Eu acredito que a
Igreja está chegando ao fim de sua capacidade de trabalhar com políticos.”
“Mas não podemos desistir de nossos ideais”, disse Claire. “Se fizermos isso, o
as pessoas perdem”.

“Então persiga esses ideais,” eu insisti. “Trabalhe para torná-los realidade.”

"Rae..."
“Você não está sozinha, Srta. Claire. Não sou de grande ajuda, mas estou aqui para
você.
"Obrigada."
Claire e eu nos entreolhamos, compartilhando um momento de conexão. Mas então-
“Se vai dar uns amassos, arrume um quarto, suas pústulas!”
Nós olhamos para Lilly.
"Oh... eu realmente não fiz isso de propósito, por favor, acredite em mim!"
"Eu acredito em você." Honestamente, seus palavrões involuntários eram encantadores.
“Muito obrigado por sua hospitalidade, Cardeal Lilly. Por favor, deixe-nos saber se há algo
que possamos fazer em troca”, disse Claire.
“É um prazer ajudá-la a aprender sobre a Igreja, Srta. Claire!”
"Qual é o seu maior desafio agora, senhorita Lilly?" Eu perguntei casualmente.
“C-desafio?”
"Sim. Você nos ajudou muito, então gostaríamos de retribuir o favor.”
"Ah... Isso me deixa tão feliz em ouvir."
“Não comece a dar uns amassos com ela,” Claire murmurou.
“B-bem...” Lilly disse. “Estou pesquisando algo que eu poderia usar sua ajuda. Chama-
se Maldição Cruzada…”
“Ohh, isso é o que afeta o gênero de alguém, certo?”
Obviamente, maldições e afins não existiam no Japão, e esta em particular teve

algumas implicações duvidosas fora de seu status fictício no jogo. A maldição fez uma pessoa
aparecer como um gênero diferente do seu verdadeiro, e Revolution usou isso para alavancagem
cômica. Isso francamente me incomodou um pouco, dadas algumas das minhas experiências
pessoais... mas falarei mais sobre isso depois.
De qualquer forma, o tema do travestismo e assim por diante interessou o jogo

desenvolvedores e os jogadores - como pode ser óbvio a partir do cruzamento

vestiário que construímos no Festival do Dia da Fundação, onde os príncipes assumiram o

papel de belas empregadas. Tenho que admitir que as ilustrações especiais daquele evento
são incríveis.
Meu coração ainda disparou quando pensei em como Claire se vestia de smoking
para o café. Tão arrojado!
“Oh, mas o poder da relíquia da Igreja – as Lágrimas do

Moon – cancelar a maldição? Ou pelo menos amortecer seus efeitos.”
“V-você sabe sobre as Lágrimas da Lua?!” Lilly ofegou. "Isso é

um dos maiores segredos da Igreja!”
“Ah...” Confesso: tinha esquecido.
As Lágrimas da Lua eram uma ferramenta mágica que absorvia a luz da lua durante a
lua cheia antes da ativação. Ele tinha a capacidade de negar uma variedade de efeitos mágicos,
semelhantes à barreira nos campos de duelo da Academia - exceto que a negação das Lágrimas
da Lua era permanente. O poder considerável desta ferramenta mágica poderia resgatar as
pessoas de todos os tipos de efeitos secundários mágicos terríveis e, portanto, era um dos
segredos mais protegidos da Igreja Espiritual. Precisava de duas pessoas, tanto do nível cardinal
quanto superior, para manuseá-lo, e fora isso era guardado no cofre onde a Igreja abrigava
artefatos religiosos. Em outras palavras, trazer isso do nada foi um grande oops da minha parte.
“O-onde você ouviu falar sobre as Lágrimas da Lua?!” Lilly pressionou.
“Er, ummm… Mestre Yu me disse.” Neste momento, a única

as pessoas que eu conhecia que estavam relacionadas com a Igreja eram Lilly e Yu.
“I-isso não pode ser. Se o Mestre Yu soubesse de uma maneira de reverter a maldição,
então por que não sh—ah!” Lilly colocou a mão na boca, nervosa.
“Cardeal Lilly, o que você disse?” Eu perguntei.
“Ah, não, não, não...”
“O Mestre Yu está aflito com a Maldição Cruzada?” Claire perguntou, juntando-se a

mim olhando fixamente para Lilly.
Lilly soltou um suspiro como se tivesse desistido. “E-eu vou te dizer – mas só porque
parece que Rae pode saber uma maneira de reverter essa maldição. Por favor, por favor, não deixe
o que estou prestes a dizer sair desta sala. Se for divulgado, suas vidas estarão em perigo.”

"Entendido."
"Entendi."
Sem dúvida, estávamos caminhando para um verdadeiro perigo, mas assentimos.
Derrotada, Lilly começou a falar. "E-a verdade é..."
***
“Ah. Então você ouviu falar de Yu?”

"Eu fiz."
Quando voltei ao meu dormitório naquela noite, Misha estava de volta. Ela teve
ficou em Euclides por mais tempo do que nós, e sua pele branca e pura agora estava um pouco vermelha.
Aparentemente, ela era o tipo de loura que não bronzeava, apenas queimava.
É uma aflição comum entre os brancos, mas a pele de Misha era especialmente clara,
então ela inevitavelmente sofria.
Eu imediatamente contei a Misha tudo o que aconteceu na Academia em
sua ausência. Lilly insistiu que mantivéssemos a maldição de Yu em segredo absoluto,
mas... Bem, Misha estava envolvido, então não pude deixar de revelar a verdade para
ela. Ou, eu pensei que era isso que eu estava fazendo.
“Você já sabia? Sobre o Mestre Yu?” Eu perguntei depois que Misha
confessou.
"Sim. Quando éramos pequenos, fiz muito para ajudar Yu a esconder a

verdade.”
“Eu não sabia nada sobre isso.”

Certo, então, a coisa era... Simplificando, Yu era, na verdade, uma garota.
***
Yu era o único filho de l'Ausseil Bauer, o atual rei, e a rainha

Riche; Rod e Thane nasceram de uma mãe diferente. No Reino Bauer, a sucessão
era determinada com base na ordem de nascimento, então Yu era

terceiro na linha de sucessão ao trono. Mesmo assim, quando a rainha Riche descobriu que
estava grávida, ela acreditou que um dia seu próprio filho governaria o país.
“No dia 10 de outubro, ela deu à luz gêmeos, um menino e uma menina”
Misha disse baixinho. Ela havia insonorizado as paredes do nosso quarto usando sua magia
de vento de alta aptidão, e mesmo assim ela falou em voz baixa para não ser ouvida. Como
Lilly nos garantiu, este era um segredo obscuro e zelosamente guardado no reino. Não
podíamos nos arriscar com bisbilhoteiros.
“Mas, como você sabe, o momento logo após o nascimento é um grande perigo para
bebês. O menino morreu quase imediatamente.”
Com a medicina neste mundo ainda atolada na Idade Média, a taxa de mortalidade
infantil era alta. A magia de cura também não era uma cura para tudo, pois nem sempre podia
tocar doenças e infecções. Nos dias em que a rainha Riche estava longe do palácio e na
Igreja para seu nascimento, o menino morreu. Ao perder seu tão esperado filho, aquele que ela
acreditava que sucederia ao trono, a rainha Riche caiu em desespero, o que levou a um grave
erro.
“Lady Riche contratou um... certo indivíduo para amamentar o bebê. Na verdade, a
babá foi contratada para infligir a maldição.”
Como resultado, a princesa bebê foi amaldiçoada e foi percebida por todos como um
príncipe. Esse bebê era Yu.
“O rei sabe disso?”
"De fato. Lady Riche considerou esconder a verdade do rei, mas

ela finalmente não conseguiu fazê-lo; ele governa este país.”
Mesmo assim, não foi até que Yu foi oficialmente apresentado ao público como o
terceiro príncipe que a Rainha Riche revelou a verdade da maldição de Yu. Por medo de perder
a face, o rei resolveu tratar Yu como um príncipe e, desde então, o status de gênero de Yu foi
tratado como um segredo de estado.
“Mas... não é verdade que a luz da lua cheia revela o verdadeiro eu daqueles afligidos
pela Maldição Cruzada? Eu não posso acreditar que eles conseguiram esconder isso por tanto
tempo.”
“A família real tem muito poder para esconder o que não deseja que os outros
saibam. O segredo só foi compartilhado com aqueles que foram examinados com o máximo
cuidado e que foram considerados cooperativos em seu objetivo

para esconder a condição do Mestre Yu”, disse Misha. "Eu era uma dessas pessoas."
Ela continuou explicando: “Por gerações, minha família eram aristocratas de

mais alto status, e mantivemos laços estreitos com a família real. Na minha infância,
sempre me disseram para ficar de olho no Mestre Yu.”
Em outras palavras, Yu e Misha não eram apenas amigos de infância comuns. Eles
eram, em certo sentido, cúmplices.
“Mas quando nossa casa caiu em desgraça, esse relacionamento caiu com ela. o
A única razão pela qual minha família não foi totalmente eliminada, a razão pela qual
fomos autorizados a apenas perder nosso status de nobre e viver como plebeus, é que o
rei assumiu nossa dívida como uma forma de dinheiro secreto”, disse Misha, sua expressão
nunca mudando. .
“Enquanto isso, Sua Majestade ordenou que a Igreja estudasse a Maldição

Cruzada em segredo. No entanto, seu objetivo não é reverter a maldição, mas solidificá-la. Ele
deseja que Yu não apenas apareça como um príncipe, mas seja um.”
Em suma, eles queriam cumprir o objetivo original da rainha. Isso era mesmo possível?
Talvez fosse, com a magia deste mundo.
Quando perguntei, a expressão de Misha finalmente mudou, ficando cada vez mais
distorcida pela angústia. Era raro ver seus pensamentos aparecerem tão claramente em seu
rosto.
"Eu não sei o que é possível", disse ela. “Tudo o que sei é que Yu odeia. Todo mundo
vê Yu como um menino, mas ela é uma menina. Crescendo, ela estava eternamente confusa.
Havia uma lacuna entre nós – entre o que Yu sabia ser verdade e o que todo mundo via.”
Eu sabia algo sobre esse tipo de problema, em que uma pessoa sente que seu gênero
não corresponde à percepção dos outros sobre ela. No Japão, é chamado de disforia de gênero.
Você pode chamar isso de um problema de incompatibilidade entre o coração e o corpo, que
pode criar todos os tipos de problemas para a pessoa afligida.
A sociedade pode fazer as pessoas sofrerem por isso de várias maneiras, especialmente
quando elas tentam mostrar seu verdadeiro eu em suas vidas diárias.
“Yu sempre expressou inveja dos vestidos que eu usava, ou do comprimento do meu
cabelo. Uma vez... ela até se maquiou em segredo e me perguntou se eu achava que
ela estava estranha”, lembrou Misha com alguma amargura. "E eu…
Não. Ela era adorável.

No dia do festival da Academia, quando estávamos nos vestindo para o café cross-
dressing, pensei que Yu estava se divertindo mais do que o resto de nós, mas não tinha
adivinhado todas as camadas subjacentes a esse momento. Yu não ficou encantado com
nenhum senso de absurdo. Em vez disso, ela estava muito feliz por cumprir um desejo que
de outra forma teria que ser escondido. Eu sempre achei Yu astuto; Agora entendo que ela
não tinha escolha a não ser ser. Yu foi amaldiçoado com uma vida dupla.
“Rae… Você disse que pode reverter a maldição?”
"Sim. De certa forma.”

"Quão?"
“A Maldição Cruzada é, bem, uma maldição, e há uma ferramenta mágica que a

Igreja mantém em seus cofres que pode anular maldições.”
"Eu... não vou perguntar como você sabe disso."
Fiquei feliz por Misha ser bom em ler situações delicadas. Embora, ela
O principal motivo aqui era provavelmente evitar obstruir qualquer coisa que pudesse
resolver um problema para a pessoa que ela amava.
Eu fiz uma careta. “O único problema é que o palácio e a Igreja querem que Yu seja
um príncipe, não é?”
"Sim. Ou devo dizer, é isso que o palácio quer.

"Huh? Não a Igreja?”
“A Igreja valoriza as mulheres, você vê.”
Ah, hein, ela estava certa. Já falei sobre isso antes, mas a Igreja Espiritual
considerava as mulheres como tendo maiores laços inerentes aos poderes místicos e,
consequentemente, tendia a vê-las como mais importantes religiosamente. Ao contrário do
catolicismo na Terra, as mulheres também podiam ocupar altos cargos na Igreja. Por exemplo,
a rainha Riche tinha sido cardeal antes de ascender ao trono e, claro, havia o cardeal Lilly.
“Misha… com o que você concorda?”
“Meus desejos neste assunto são totalmente irrelevantes.”
“Eles são um pouco. Você gosta de Yu, não é?”
"Quem te disse isso...?" Misha queria negar, mas eu não desisti.

“Ninguém precisava me dizer. Eu só sei. Eu sou seu amigo."
“Acho que sou seu amigo”, murmurou Misha, “mas às vezes acho que não entendo
você.”
“Então, me diga, o que você acha?”
Misha pareceu entender que eu não ia deixar isso passar, e sua voz ficou suave. "Eu...
eu sou atraída por meninos, então há uma parte de mim que ficaria feliz, se Yu se tornasse um."
"Mm-hum."
“Mas os desejos de Yu neste assunto são muito mais importantes que os meus. Eu
quero que Yu viva uma vida feliz, livre de dor, não importa o que aconteça.”
“Hm… Você está dizendo que gosta de Yu por Yu?”
"Isso parece melodramático, mas eu... Talvez."
Misha parecia frustrada consigo mesma. Achei que ela se entendia

para ser hétero, mas eu suspeitava que ela tinha sentimentos estranhos.
Essas palavras que aparecem em narrativas de vez em quando, “Não me sinto

atraído por gênero, apenas pessoas” – não tenho certeza se são as mais realistas.
As pessoas adoram ouvi-lo, ou até mesmo dizê-lo, mas não acho que seja sempre assim na
realidade. Mas é claro, todo mundo é diferente quando se trata do que eles gostam nas pessoas,
e como eles se sentem atraídos, e realmente não é tão claro quanto eu descrevi.
“Nesse caso”, eu disse, “agradeço seu apoio enquanto faço o que posso para
garantir que Yu seja reconhecida como uma garota.”
Misha franziu a testa. “Eu te disse, minha opinião é irrelevante. O palácio nunca permitiria
que Yu vivesse como uma menina. Especialmente não Lady Riche.
"Por que não?"
“Rae, eu te disse – o maior desejo de Lady Riche é que seu próprio filho suba ao
trono. Ela queria tanto que teve seu próprio recém-nascido amaldiçoado. Isso vai além da
mera ambição teimosa.”
Mish estava certo. Mesmo no jogo, na rota Yu, a rainha Riche considerava
impensável que seu filho (ou para ser preciso, sua filha) se casasse com um plebeu. Ela
precisava que Yu se casasse com uma mulher adequada para um rei e nunca aceitou o
personagem principal. Afinal, em meio ao

confusão da revolução, Yu levou o personagem principal para fugir.
Eu sorri. “Então eu acho que você terá que fugir, Misha.”
— Agora , do que você está falando?
“Misha, se você quer se casar com Yu, você está preparado para fugir?”
“Claro que não,” Misha respondeu sem hesitação.
Ótimo, agora eu parecia bobo. “N-não?”

“Pense, Rae. Yu e eu fomos criados como nobres. Nós não aguentaríamos um
chance de viver uma vida boa e satisfatória se deixarmos tudo para fugir.”
"Mas... você viveu como um plebeu todo esse tempo."
“Sim, mas apenas por causa do apoio discreto do palácio.”
"Você tem certeza sobre isso?"
Na minha opinião, Misha tinha uma boa cabeça em seus ombros, e eu tinha
certeza que ela poderia ter uma ótima vida, não importa o que ela pensasse.
Mas esse foi o fim da nossa conversa naquele dia. Era hora de dormir. EU
jogava nossa conversa em minha mente de novo e de novo enquanto eu deitava debaixo das cobertas.
Eu nunca tinha percebido que Yu tinha uma história tão dramática. Então havia
fatos sobre este mundo que mesmo um mega-fã de Revolution como eu não sabia.
Os problemas de gênero de Yu não foram mencionados no fan disk, muito menos no
guia de referência de personagens. Talvez alguém tenha decidido que não era um
assunto “apropriado” para o público-alvo do jogo, e por isso foi enterrado na programação.
Quando fiz o teste de cultura, estava confiante de que sabia mais

sobre este mundo do que até mesmo os desenvolvedores de jogos, mas agora eu
sabia que estava enganado. Pode haver dezenas, até centenas de finais ruins ou
configurações ocultas que eu não conhecia.
De qualquer forma, eu precisava encontrar uma maneira de reverter a maldição de Yu... e então
talvez convencer Misha a confessar. Depois de muito pensar e refletir, encontrei
minha resposta.
“A única opção é a magia do choque e admiração.”
***

"Um dois três quatro! Agora incline-se para frente – Rae, você está atrás!”
Eu estava tentando desesperadamente mover meu corpo para a música sombria que
estava sendo tocada. Mas o exercício não era exatamente o meu forte, e eu estava lutando para
seguir as instruções do padre.
“Todo mundo, parem. Vamos começar de cima”, disse o padre. Nós retornamos
para nossas posições originais e recomeçamos a dança.
A dança cerimonial que praticamos atualmente era geralmente executada por

freiras no Festival da Colheita. Por que, você pode perguntar, eu estava praticando com
eles? A resposta foi simples – Lilly nos pediu.
"A-na verdade não temos pessoas suficientes..." ela disse. “Estamos procurando
alguns voluntários.”
“Não há realmente ninguém na Igreja que possa intervir?”
“N-não é qualquer um que pode executar a dança, você vê. Os dançarinos devem
possuem um certo nível de magia…”
Aparentemente, um mago altamente habilidoso havia deixado recentemente

a Catedral Bauer. A Igreja tinha vários manejadores de magia da água habilidosos, mas todos
eles estavam atualmente em campo, fornecendo serviços de cura após as escaramuças com o
Império Nur.
“Por favor, você nos ajudaria?”
“Você fez muito por nós, Srta. Lilly. Ficaríamos felizes em ajudar, mas seria realmente
correto participarmos de tal cerimônia? Não somos freiras.”
“E-É verdade que a dança geralmente é executada por freiras, mas estamos em uma
situação crítica este ano.” Eles realmente tinham que estar em apuros se estivessem afrouxando
os requisitos. Lilly corou, de repente coquete, e acrescentou: “No que me diz respeito, uma
chance de dançar com minha amada Rae seria um sonho tornado realidade.”
"Hmmm…"
Eu estava rasgado. Lilly realmente tinha feito muito por Claire, mas a dança cerimonial
exigiria uma tonelada de prática que cortaria meu precioso tempo de Claire.

“Por que não? Empreste sua ajuda a ela, Rae,” Claire disse enquanto eu vacilava.
"Senhorita Claire?" Eu me perguntei o que a fez dizer isso. “Mas eu não quero perder
tempo com você.”
“Nesse caso, por que não me junto também?”
"M-Senhorita Claire, você faria isso?!" Lilly claramente não tinha sido
esperando que Claire sugerisse tal coisa.
“Isso é aceitável?”
“O-claro que é! Seria uma honra! Oh, uau, uau… devo notificar o bispo…”
Lilly continuou explicando que isso significaria muito para a Igreja

ter um aristocrata influente com alto poder mágico, como Claire, participando da
dança. Mas... "Por favor, não transforme isso em algum assunto político, está me
ouvindo?"
Claire disse, severamente.
“E-eu farei o meu melhor,” Lilly endireitou-se. "Ainda assim, senhorita Claire... você
realmente não gosta do que os rumores dizem."
“Que rumores?”
“Oh… Well, um…”
"Ah bem. Eles provavelmente são verdade,” Claire disse auto-depreciativa, levando
a xícara de chá aos lábios.
“N-não, eles não são! Você é uma pessoa incrível, Srta. Claire! Você não é nem um pouco
arrogante ou egoísta... oh.
“Então é isso.” Claire riu, tendo enganado Lilly com sucesso.
Eu me perguntava, sem caridade, como Lilly tinha feito todo o caminho para ser
Cardeal. Seus lábios soltos não tornavam perigoso para ela saber o segredo de Yu?
“Bem, Cardeal Lilly, eu diria que você também é bem diferente do que dizem os
rumores,” Claire disse com uma risada maligna condizente com seu personagem de vilã.
“Ha ha ha… eu entendo muito…” Lilly respondeu desconfortavelmente.

“Como as pessoas a percebem, Srta. Lilly?” Eu perguntei.

“Como um santo.”
"Huh?" Olhei fixamente para Lilly, então olhei de volta para Claire. "De jeito nenhum."
"Rae... isso é rude."
“Ah, eu sinto muito, Lilly. Eu apenas deixei escapar o que estava pensando.”
“I-isso é um pobre pedido de desculpas...” Lilly, enquanto isso, estava chorando.

Sério? “Eu entendo. Eu não sou nenhum santo.”
“De onde veio esse boato?”
“Chanceler Salas.”
Ah, aquele cara. Eu quase tinha esquecido que Lilly era sua filha. “Eu não gosto dele.”
“Por que não?” disse Claire. “Ele é o personagem mais íntegro!”

“Por causa de como ele tratou Lene.”
“Oh... Bem, isso não pode ser evitado. Ele disse o que era natural para um oficial em
sua posição, embora eu entenda como você se sente,” Claire acalmou.
O que estava acontecendo com ela hoje? Ela estava sendo mais doce do que o normal. “Eu
certamente não pretendo falar mal de alguém antes de sua filha.”
“Desculpe, Srta. Lilly,” eu me desculpei novamente. “Eu apenas deixei escapar o que
estava pensando.”
“I-isso ainda é um pobre pedido de desculpas...” Lilly estava chorando. Era como se
estivéssemos presos em algum tipo de loop de conversação. "A-de qualquer forma, você vai se juntar
à dança?"
"Se a senhorita Claire vai participar também, então não tenho motivos para recusar."
"Eu adoraria participar."
"T-muito obrigado!" Lilly se levantou com força repentina. Ela puxou a touca para trás sobre
o cabelo e curvou-se profundamente.
“Cardeal Lilly, você não precisa fazer isso. Não é muito significativo.”
“E-É! A Festa da Colheita é um dos rituais mais importantes da Igreja. Se não

pudéssemos realizar a dança cerimonial, seria o

coisa mais vergonhosa que aconteceu desde que a Igreja foi fundada”.
Ela olhou para nós com um sorriso.
“Agradeço do fundo do meu coração. Que vocês dois sejam abençoados com proteção divina.”
Esta não era a Lilly volúvel e descuidada a que estávamos acostumados. Naquele momento,
Achei que entendia um pouco por que as pessoas a chamavam de santa.
***
Foi assim que começamos a praticar a dança cerimonial – que era muito mais difícil do que eu
esperava.
“Levante as duas mãos lentamente – agora, toque os sinos uma vez. dobre seus joelhos
lentamente - agora pare na postura semi-sentada. Agora, toque a campainha uma vez.”
A dança cerimonial foi realizada em trajes de seda leve e esvoaçante, com um leque adornado
com sino na mão. Havia muitos movimentos lentos, e era muito difícil manter minha postura através
deles. Os movimentos rápidos também eram difíceis, mas eu estava aprendendo nessa idade que
mover-se devagar não facilitava as coisas (embora neste mundo eu tivesse apenas dezesseis anos).
“Rae, você precisa aumentar sua força,” disse o padre. “Nesse ritmo, você pode não conseguir
passar pela dança.”
"Sim." Eu já estava me arrependendo de ter concordado com o pedido de Lilly.
“Senhorita Claire, você é maravilhosa. Seus movimentos são tão precisos.”
“Sou treinado em dança de salão. Eu posso lidar com esse tipo de coisa.”
Claire, é claro, estava arrasando. Naturalmente.
“Todo mundo, um intervalo de dez minutos. Certifique-se de que está bebendo água
suficiente”, disse o padre, e metade dos dançarinos imediatamente caiu no chão.
“Se você já está tão cansado, você não deve estar se exercitando o suficiente.”
"Não, senhorita Claire - eu acho que você é simplesmente extraordinária."
Além de ter aulas de dança de salão desde pequena, Claire também foi treinada na arte da
autodefesa. Ela tinha mais resistência do que

o homem médio. Eu, criado em uma casa de camponês, só podia lutar contra coisas como a
mãe de Ralaire, Chimera e Louie, por causa da minha magia.
“Você vai começar a treinar amanhã. Como o padre diz, você não vai durar em seu
estado físico atual.”
“Talvez você pudesse treinar comigo, Srta. Claire,” eu disse, pensando que este seria um
bom momento para entrar em forma.
“R-Rae, ouvi dizer que você é habilidoso em magia de água. Isso é verdade?" Lilly
me perguntou timidamente.
"Sim. E quanto a isso?”
"Er, ummm... Nesse caso, acho que você pode usar magia de recuperação se ficar
cansado."
“Eu não pensei nisso. Farei isso da próxima vez.”
"Absolutamente não. Não vou tolerar esse tipo de trapaça. Você deve treinar,” disse
Claire.
"Ahhh."
“A-na verdade, todas as freiras que dançam usam magia de recuperação…”
“Pode ser, mas não posso ignorar o fato de que Rae está desmotivada.”
"Eu não estou desmotivado", protestei.
"Silêncio", ela retrucou.
Sim, esta foi a minha recompensa.
“Ainda assim, nesse ritmo...” Claire parou.
"Neste ritmo…?"
"Nada…"
O que ela estava tentando dizer?
“O intervalo acabou, de volta ao trabalho. Tempo para a segunda metade da prática. Linha
acima!"
Os dançarinos retornaram às nossas posições por ordem do padre. Como ela

se afastou de mim, Claire finalmente deixou um sussurro triste escapar de seus lábios.
“Nesse ritmo, como poderei dançar com Rae?”

Escusado será dizer que dancei com o coração durante toda a segunda metade do treino.
***
“Veja, seu braço está caindo. Faça assim, aqui.”
Era cedo na manhã seguinte, e Claire e eu estávamos em um canto do

Pátio da Academia. Claire estava sentada em um cobertor estendido sobre a grama, e eu estava
praticando a dança cerimonial ao lado dela, repetidamente. Meu coração ingênuo e otimista
esperava que ela me guiasse através de cada pequeno movimento de mão, pé e quadril, mas a
realidade era completamente diferente.
"Senhorita Claire, o que é isso?"
"Um cinto de treinamento para dançarinos", ela respondeu com naturalidade, como se
roupas com pesos costurados nelas eram completamente normais.
"Ummm... onde você conseguiu?"
“Eu costurei ontem à noite,” Claire disse, orgulhosa.
Espere, então ela fez isso à mão? Eu esperava algo mais doce para
seu primeiro presente feito à mão para mim. Fungar.
“Agora, mais uma vez desde o início.”
"Eu preciso de um tempo…"
“Não seja preguiçoso.”
Fácil para ela dizer. Foi cansativo fazer a dança com todos esses
pesos. Eu afundei no chão exatamente onde eu estava.
“E nada de usar magia de cura para se recuperar,” Claire avisou.
"Eu sei. Porque eu não vou aumentar minha força.”
"Isso mesmo."
Você não poderia usar magia para se recuperar do treinamento físico se você
queria que o treinamento produzisse algum benefício. Eu acho que eles
chamam isso de supercompensação no mundo esportivo.

“Ei, você vai sujar o arnês. Venha aqui,” Claire disse, dando um tapinha em seu colo.
O que realmente? "Senhorita Claire, você tem certeza?"
"Sobre o que?"
"Você quer que eu deite minha cabeça em seu colo?"
“Sim, isso mesmo,” Claire parecia confusa. "Ver."

"Oh…"
Quando cheguei perto, ela puxou meu braço e deitou minha cabeça em seu colo.
Eu estava sonhando?
“Para que é essa cara?”
"Bem, eu... estou confuso."
Minha querida Claire. Claire, a vilã. Ela colocaria minha cabeça em seu colo?
Eu, a heroína? Era impossível.

“Sempre que eu reclamava da prática de dança de salão quando criança, minha mãe
fazia isso por mim”, disse Claire, relembrando. Refleti sobre meu coração pecaminoso e insisti
para que ela continuasse apenas com meus olhos. “Não é como se eu pudesse me mover assim
imediatamente. No começo, eu odiava muito.”
“Você, senhorita Claire? Mas você nunca desiste.”
“Devo te contar como fiquei assim? Você vê, sempre que eu aprendia a fazer
alguma coisa, minha mãe me elogiava. Isso me fez querer experimentar muitas coisas.”
Essa foi a maneira inesperada pela qual eu aprendi por que Claire odiava perder. Eu
estudei cada pedaço de informação que pude sobre ela, incluindo a morte de sua mãe, mas
ainda havia tanta coisa que eu não sabia.
“Quando quis desistir da dança de salão, minha mãe falou com

a professora. Em vez de me repreender, ela colocou minha cabeça em seu colo e, embora
eu fosse apenas uma criança, ela me explicou o significado de aprender a dançar,” Claire sorriu
feliz.
“Ela sempre foi assim. Ela nunca me repreendeu. Em vez disso, ela gentilmente
explicar-me o que significava ser um nobre. Eu vivi minha vida querendo me tornar o tipo
de nobre de que ela falava.” Claire não parou por aí. “Nunca pensei que fatores fora do meu
controle pudessem tirar isso de mim…”
"Isso significa que você não está pronto para desistir de seu título?"
“Eu... eu não acho que posso. Eu quero fazer algo sobre a pobreza porque eu
fiquei chocado com a minha primeira experiência com isso. Em outras palavras, eu não
aguentaria viver assim, entende?
"Eu vejo…"
“Agora, levante-se. Hora de continuar.”
"Só mais um pouco... Senhorita Claire, suas coxas são tão macias."
"Ficar de pé!"
"Senhorita Claire."
"O que é isso?"
“A vida camponesa não é tão ruim quando você se acostuma.”

"Eu não sei..." Claire riu.

“Eu vou te convencer.”
"Eu não acho que você vai, mas estou ansioso para você tentar", disse Claire antes de
retornar às nossas aulas. Por enquanto, eu me concentrei em mover meu corpo, o tempo todo
pensando em como eu poderia mudar a mente teimosa de Claire.
***
“O que eu quero?”
Certa manhã, não muito depois disso, em vez de assistir à aula, Claire e eu
foi ao palácio perguntando sobre Yu.
Normalmente, qualquer audiência com um membro da família real exigia

solicitando uma reunião usando um procedimento designado e aguardando a aceitação do
pedido, o que levou muito tempo. Ver Yu na Academia foi uma exceção à regra.
No entanto, hoje, passamos uma mensagem através de Lilly: Existe um meio para resolver
a condição do Príncipe Yu.
Foi-nos concedida uma audiência imediatamente.
No que diz respeito às aparências, Claire foi designada como testemunha e eu estava
sendo apresentado como uma espécie de médico.
Se eu ia mudar alguma coisa na vida de Yu, primeiro precisava saber o que Yu queria.
Eu tinha perguntado a Misha, sim, mas as impressões indiretas tendem a ficar distorcidas. Eu
precisava perguntar a Yu.
“Isso não é uma questão de querer, Mestre Yu.”
Eu queria falar com Yu livremente, então pedi que fôssemos deixados em paz,
mas como esse era um problema que afetava todo o país, não estávamos.
O chanceler Salas estava conosco. Eu gostaria que pudesse ter sido qualquer outra pessoa. Salas
continuou encontrando novas maneiras de ganhar meu desprezo.
Salad - quero dizer, Salas - olhou diretamente para nós e continuou. “Dói
que eu diga isso, mas Yu deve continuar sendo um príncipe. O assunto há muito ultrapassou
a questão do que ele quer para si mesmo.”
Seu tom claramente implicava que ele achava toda essa reunião uma farsa.

“Nós entendemos o que você está dizendo, Mestre Salas. Claro que entendemos
a complexidade da questão,” Claire disse em um tom apaziguador. “No entanto, deixando
isso de lado, se não conhecermos os verdadeiros sentimentos de Yu, não poderemos
fornecer o apoio emocional necessário quando finalmente for possível confirmar sua
masculinidade.”
Claire continuou, instando Salas a considerar o planejamento para o futuro em todos

os aspectos para garantir o sucesso da família real. Toda vez que a via se envolver em política
assim, ficava impressionado com seus argumentos hábeis e intelectuais. Sua habitual
arrogância arrogante e atitude egoísta não estavam em lugar algum. Neste instante, Claire era
a perfeita dama nobre.
“Em outras palavras, você considera conhecer os verdadeiros sentimentos de Yu uma questão de
planejando o futuro, independentemente do que possa vir a acontecer?”
"Está correto."
Salas levou a mão ao queixo, pensando. Ele parecia bastante impressionante naquele
pose. Ele compartilhava seu cabelo prateado e olhos vermelhos com Lilly, e suas feições
frias e limpas lhe renderam uma grande base de fãs dentro e fora do palácio.
Ele até classificou consistentemente muito bem entre os jogadores do jogo. Assim como muitos
caras se apaixonam por mulheres bonitas, muitas mulheres se apaixonam por homens bonitos.
Não que ele tivesse um pingo de efeito sobre mim.
“Acho que pode haver algo nesse argumento. Bem, Mestre Yu?” perguntou Salas.
“Posso falar francamente, então?” Yu parecia contemplativo. "Pessoalmente…

se fosse possível, gostaria que todos soubessem que sou uma menina.”
“Mestre Yu...” O rosto de Salas se enrugou de preocupação.
“Não me olhe assim, Salas. Não há nada que possa ser feito sobre isso, então aqui
estou eu, interpretando o príncipe perfeito como todos vocês me veem. Mas eu não posso
mudar meus sentimentos,” Yu disse se desculpando.
“A partir de agora, posso ser visto como eu mesma uma vez por mês, sob a luz da
lua cheia, e nesses momentos, finalmente sinto um equilíbrio entre minha mente e minha alma.
Se – uma vez que eu for colocado em um corpo masculino, tenho certeza de que nunca mais
sentirei essa paz novamente”, disse Yu, o tempo todo mantendo um comportamento principesco
perfeito. Mas, independentemente do tom de Yu, essas palavras eram inconfundivelmente as

verdade.
Sendo queer na minha vida anterior, conheci pessoas com todos os tipos de
experiências queer. Várias dessas pessoas lutaram contra a disforia de gênero, e algumas
encontraram bem-estar e paz ao mudar seu modo de se vestir, tomar hormônios e outras coisas
semelhantes.
Eu não acho que foi o suficiente para todos, nem o tempo todo. Quero dizer, a
tecnologia médica avançada do Japão do século 21 poderia fazer muito, inclusive
cirurgicamente, mas às vezes isso ainda não podia curar totalmente a disforia de uma pessoa.
No entanto, mesmo o tratamento que visa apenas aliviar os sintomas pode ser
absolutamente crítico, até mesmo salva-vidas. Na minha opinião, isso fez todas essas
mudanças valerem a pena.
“Claire, Rae, seus pensamentos?” perguntou Salas.
“Rae tem permissão para falar?” perguntou Claire.
“Está tudo bem,” eu disse. “Estou aqui apenas para fazer isso. Eu não preciso—”
“Muito obrigado,” disse Claire quando Salas assentiu. “Rae.”
"Sim... Então, a meu ver, há duas opções."
Salas se animou e se inclinou para frente, esperançoso. “Vamos ouvi-los.”
“Uma é continuar com as coisas do jeito que estão.”

"Mas... o que isso resolveria?"
“Isso satisfaria a necessidade do palácio de Yu ser um príncipe, e Yu poderia continuar,

ocasionalmente, sendo fiel a si mesma. Há uma espécie de equilíbrio aqui.”
“E o outro lado?” Salas pediu, parecendo um pouco desanimado.
“A outra seria Yu abraçar sua vida como uma garota…”
"Você estava ouvindo uma palavra que eu disse?" Salas estalou. “Isso simplesmente
não é uma opção.”
“Obviamente, Yu seria deserdado.”
"O que é isto?" Salas engasgou.
Eu permaneci firme. “É obrigação de Yu desempenhar o papel de herdeiro que

complica as coisas. Então, se Yu abandonasse as restrições desse papel…”

“Você está sugerindo que o palácio expõe os anos desse engano?

O escândalo?”
"De jeito nenhum. Depois que Yu foi deserdado, o palácio anunciaria que o príncipe havia
adoecido e Yu seria levado para o convento. Yu ficaria lá com vários atendentes, isolado por um tempo,
mas lá, poderíamos finalmente resolver a maldição.”
“Você entende o que está dizendo?” Salas gritou.
Talvez eu tenha me apressado um pouco nisso.
“Isso significa…” Yu disse, “eu teria que passar o resto da minha vida confinado ao
convento?”
“Não exatamente – não seria confinamento. Para começar, você teria que se esconder, mas
uma vez que seu cabelo crescesse, e especialmente se você colocasse um pouco de maquiagem,
você poderia sair como uma nova freira sem saber sua linhagem real.
Eu sabia que a vida no convento ainda seria um pouco difícil, principalmente para
começar. Yu teria que ser um pouco paciente.
“Rae,” Salas retrucou, “que tal fazer do príncipe um menino de verdade?”
“Eu não acho que você pode.”
“Quando você solicitou esta audiência, você—eu só a concedi porque eu

pensei que você teria uma resposta real”, Salas deixou cair os ombros, irritado.
Mas foi uma resposta real.
“Mestre Salas, não é uma solução se o Mestre Yu for capaz de viver como seu verdadeiro eu?”
"Claro que não. A vontade do palácio é que o Mestre Yu seja um homem.”
“Mesmo que existam outros dois herdeiros?”
“Ouça-me, Rae Taylor. Pode ser fácil para você usar palavras como 'deserdar', mas a
deserdação é uma punição para a realeza que cometeu os crimes mais graves. Não poderíamos
impor tal destino ao Mestre Yu.”
“Acredito que forçar o Mestre Yu a continuar assim é um destino muito mais cruel.”
Eu disse, dobrando para baixo.

“Você vai longe demais!” Salas fez uma careta. “Se Claire dissesse uma coisa dessas,
pode ser permitido, mas você, um plebeu, você não tem nada que discutir este
assunto privado no palácio.”
“Então você vai forçar o Mestre Yu a arcar com as consequências de Lady

O egoísmo imprudente de Riche pelo resto de sua vida, mesmo que ela não tenha feito
nada de errado?
"Esta reunião acabou", Salas rosnou. "Sair."
“Mestre Salas!” Eu bati de volta.
Mas fui interrompido por uma voz suave.
“Rae... eu sou grata por sua tentativa. Mas o mundo não vai mudar para
desejos,” Yu disse com um sorriso. Parecia que ela poderia desaparecer a qualquer
momento. Depois de aguentar essa farsa por mais de doze anos, Yu estava cedendo.
“Rae, já chega,” disse Claire, se recompondo novamente. “Mestre Yu, Mestre Salas,
muito obrigado pelo seu tempo.”
“Não haverá outra discussão sobre este assunto.”
"Entendido…"
Havia muito mais que eu queria dizer, mas Claire me puxou

e saímos da sala de audiências.
Lá fora, chovia. Esperamos em frente aos portões do palácio por um cavalo e

uma carruagem para nos resgatar.
“Rae... Você...” Claire começou a dizer em uma voz frustrada.
"Senhorita Claire, não me diga que você acha que isso é aceitável!" eu disse, incapaz
para esconder minha raiva.
Começou a chover mais forte.
“Eu não acho que seja aceitável,” Claire disse firmemente. “Mas como Mestre Yu
disse, o mundo não vai mudar por um desejo.”
“Você diria isso? Foi você quem disse que não queria fugir dos ideais, não quis
dizer isso?
“E quando você cresceu tão alto e poderoso que imaginou que poderia falar comigo
dessa maneira?!”

“O que o status tem a ver com isso?! Claire, se não podemos salvar nem uma
pessoa, salvar nosso reino é um sonho!
“Rae!” Claire disse bruscamente.
Eu me virei. Eu falei demais. "Eu sinto Muito…"
"O que deu em você?" Claire perguntou, confusa. “Isso não é nada com você.”
“Eu… meu amigo. Misaki. Ela... ou, bem, ele... foi forçado a viver como o gênero
errado.
Eu sabia que isso era parte do meu problema. O tempo todo nós estávamos tentando
para ajudar Yu, eu não conseguia parar de lembrar de Misaki. Foi-lhe dito que era uma
menina quando criança, mas ele sabia que era um menino.
“Assim como o Mestre Yu, ninguém ao seu redor entendeu, e ele foi forçado a
viver uma mentira… até que, um dia, ele se matou.”
Claire ofegou. Eu estava olhando para baixo, então não podia vê-la, mas ouvi.
“Ele não morreu só porque ninguém escutou. Ele morreu porque estava com medo
de como poderia estar machucando os outros. E essa-"
"Isso... é horrível."
Depois de procurarmos juntos por tsuchinoko, Misaki muitas vezes chorava para
mim. Por que ele não nasceu em um corpo que todos reconheceriam como de um menino?
Por que ele tinha que sofrer por algo que todo mundo tinha como certo? Se ele fosse um
garoto “normal”, ele poderia ter feito Kosaki tão feliz, e assim por diante, e assim por diante.
“Eu fiz o meu melhor para ajudar Misaki,” eu sussurrei, “mas no final, eu não fui o
suficiente para curar suas feridas. E não havia maldição a ser levantada. Mas com Yu…
Podemos ajudar Yu. E ainda-"
"É o bastante. Venha agora,” Claire disse, e então ela me abraçou.
Eu não pude evitar. Eu me agarrei a ela.
"Eu ainda me lembro", eu disse, a voz tremendo. “No funeral, vi Kosaki agarrado
ao caixão de Misaki, chorando.”
"Eu vejo."
“Mas o mundo… os pais de Misaki o culparam. Chamaram-no fraco,

disse que estava errado em se sentir como se sentia.”
"Eu vejo."
“Eu não quero que isso aconteça novamente. Depois que eles se foram, é muito
tarde,” eu balbuciei. Mas eu não estava chorando.
“Sim,” Claire estava sendo gentil, como se estivesse acalmando um bebê, e ela continuou
me abraçando por um longo tempo.
Antes que percebêssemos, a chuva estava caindo aos montes, e não podíamos
mais ouvir uns aos outros. Claire me segurou firme até a carruagem
veio.
A chuva não parou naquele dia.
***
A prática continuou para a dança cerimonial. As aulas iam

retomar em breve, então precisávamos baixar a maior parte enquanto ainda estávamos
nas férias de verão.
“Você melhorou bastante, Rae.”
“É graças ao chicote amoroso de Claire.”
“Você pararia de chamar assim?!”
“Você certamente construiu resistência suficiente para lidar com os movimentos.

Mas... — o padre parou. “Você não tem absolutamente nenhum senso de ritmo, Rae.”
Era verdade. Eu – bem, o personagem do jogador – não tinha nenhuma

habilidade de dança. No jogo, ela percebe isso quando precisa dançar com os príncipes em
um ambiente social e fica na ponta dos pés. No jogo, o príncipe apenas ri. Além disso, você
pode tirar uma foto de Claire assoando o nariz em algum lugar ao lado durante este evento em
particular. Ela era tão fofa.
"V-você ainda está muito melhor agora do que quando começamos"

Lilly pulou para me tranquilizar.
“Mas não temos muito tempo.” Claire estava certa.
“Tudo vai dar certo,” eu disse.

“Claro que você diria isso,” Claire lamentou. Mas realmente seria
multar. Eu me recompus de várias maneiras e fiz todos os preparativos necessários. “A
propósito, eu ouvi do Mestre Yu. Estamos liberados para seguir em frente.”
"É assim mesmo?"
Eu inventei um plano para resolver o problema de Yu e o coloquei em ação fazendo

com que Claire enviasse uma carta ao príncipe. Se a resposta de Yu tivesse sido não, o plano
teria dado errado — mas a resposta foi sim, então estávamos prontos para ir. Todas as peças
estavam no lugar.
Todos menos um.
“Eu me pergunto se foi ela quem convenceu Yu a fazer isso?”
***
“Ei, Misha,” eu disse mais tarde naquela noite, quando estávamos em nosso dormitório.
"O que?"
“Você tem alguma intenção de se tornar uma freira?”
"Huh?" Misha olhou para mim, compreensivelmente assustado. "Onde fez

que vem?”
"Você?"
"Claro que não."
"Eu vejo…"
Misha voltou para sua mesa, murmurando baixinho: “O que ela está falando agora?”
“Mas você faria isso se isso significasse que você poderia estar com Yu?” Eu persisti.
Misha parou de escrever, provavelmente porque estava com dificuldade de

concentração. "Rae, o que você está pensando?"
“Sobre a felicidade do meu melhor amigo.”

“Você não pode me enganar.”
“Não estou tentando enganar ninguém.” Saí da cama. “Eu posso ser capaz

fazer algo sobre a situação de Yu.”

"Quão?"
"Bem, é o mesmo que eu já te disse antes com as coisas da maldição."
“Não é isso que quero dizer. Como você vai convencer o tribunal?”
"Choque e pavor."
"Você está planejando algo louco de novo?"
“Você me faz parecer um gênio do mal.” Eu não tinha nada além de bom
intenções. Bem, principalmente. Eu não era o maior fã da família real.
"Na realidade…"
E com isso, expliquei meu esquema para ela.
"O que você está pensando?" ela exigiu.
“Acho que esse é o único caminho.”
“Você percebe que se eles descobrirem seu envolvimento, você será executado,
certo?”
“Eu não vou deixar isso acontecer.”
Misha colocou a mão na têmpora, como se sua cabeça doesse. “Por que você está tão
determinado a isso?”
"Eu já te disse. Para meu melhor amigo."
"Uma meia verdade na melhor das hipóteses, você não diria?"
"Claro que não."
“Mentiroso,” ela declarou. “Você não é meu amigo.”
Fiquei surpresa. "Por que você diria isso?"
“Você não é Rae Taylor,” ela disse. “Não aquele que eu conheço.”
Eu estava começando a ficar ansioso. “O-do que você está falando, Misha?”
"Foi como no dia em que nos matriculamos na Academia... você se tornou outra
pessoa."
Ah. Eu não gostava de onde isso estava indo.

“Até aquele dia, você era estranho, eu admito, mas você ainda era, no fundo,
uma garota comum. Mas desde que chegamos aqui, você tem sido uma pessoa
completamente diferente.” Seus olhos frios e vermelhos me perfuraram. “No começo,
culpei o estresse do nosso novo ambiente. Mas não. É outra coisa, algo mais, e não vejo
nenhum sinal de você voltar atrás. Você se tornou outra pessoa.”
“Misha, você está ouvindo o que está dizendo?”
"É claro. Eu sei que é ridículo. Mas é a única explicação.”

Misha não estava recuando. "Então quem és tu? O que aconteceu com minha melhor
amiga, Rae Taylor?”
Eu não poderia blefar para sair dessa. Eu sempre pensei que Misha
distante — nunca imaginei que ela me estudaria assim. O que eu poderia fazer?
O que a faria entender?
“Eu sou Rae Taylor.”
“Essa é a sua resposta? Então, lamento informá-lo, mas não vou concordar com
seu plano. E eu não vou te ajudar a colocar Yu em perigo.”
Foi inútil. Eu não chegaria a lugar nenhum apenas abrindo caminho

isto.
"Está bem, está bem." Eu respirei fundo. “Eu vou te dizer a verdade. Mas acho
que você não vai acreditar em mim.
“Eu serei o juiz disso.”
E assim, pela primeira vez, contei a alguém tudo o que sabia - toda a
história, do início ao fim. Que eu me lembrava de ser uma pessoa diferente, em outro
mundo, e que nessas memórias, esse mundo era o cenário de um jogo que eu havia
jogado. Que de alguma forma eu tinha sido transportada para este mundo para ser a
heroína do jogo, e que eu estava lutando, desde então, para salvar Claire.
Misha parecia perplexa, mas escutou até o fim sem interromper. "Este
mundo é o cenário... de um jogo?"
"Pode acreditar em mim?"
“Honestamente... é estranho. Talvez além de mim. Você disse que o mundo

você veio é mais complexo tecnologicamente, não é?”
Como Misha só possuía conhecimento científico equivalente ao de

Nos tempos medievais, era complicado comunicar alguns conceitos para ela – como o que era
um videogame – mas eu não me apressei e fiz o meu melhor.
"Então, você... é Rae Taylor, mas não Rae Taylor?"
"Eu penso que sim. Tipo de. Lembro-me da minha vida como Rae Taylor, mas
também lembro da minha antiga. Então... acho que é por isso que pareço uma pessoa
diferente para você.
Misha ficou em silêncio por um tempo, sem dúvida pensando se minha história era fato ou
ficção. Quando ela finalmente abriu a boca novamente, foi para dizer: "Você realmente acredita
que a revolução é iminente?"
"Eu faço."
“E quando isso acontecer, a família real será eliminada?”

"Sim."
"Entendo... Nesse caso, minha resposta é esta." Misha sentou-se ereto e

me enfrentou. "Vou te ajudar. Vou acreditar no que você disse.”
Eu desabei na cama de alívio. "Oh! Graças a deus…"
— Você estava tão nervoso?
“Como eu poderia não estar? Você pode ter pensado que eu tinha perdido a cabeça.
“Acho que é verdade”, disse Misha, “mas levando tudo em consideração

conta, o que você disse faz muito sentido, em retrospecto.”
"Por exemplo?"
“Os resultados do seu teste. Você nunca foi muito bom em estudar.”
“Essa é a razão mais mortificante possível para você acreditar em mim.”
"Há outros. O fato de você ter neutralizado o veneno do Império Nur.”
"Oh, certo. Cantarela. Sim, fiquei muito feliz por poder fazer isso.” Thane teria sido um caso
perdido sem mim. “Mas, bem, Misha. Estou feliz que você acredite em mim. Você está... aceitando
isso inesperadamente bem.
“Inesperadamente? Sua história não é tão estranha quanto você imagina para as
pessoas deste mundo.”

“Você descreve seu mundo como um mundo governado pela ciência. O nosso é governado por
Magia. Na verdade, você me lembra uma lenda sobre um espírito perdido.”
“Ah, hein, eu me lembro disso.” Eu tinha lido em algum lugar, não tinha? Uma lenda
que descreve como pessoas misteriosas com poderes especiais às vezes apareciam do nada e
como esses eram os filhos perdidos dos espíritos.
“Isso não descreve você?” perguntou Misha.
“Acho que sim, sim.”
Na verdade... os pais de Rae Taylor não eram biologicamente relacionados a ela. Ela
era sua filha adotiva, embora eles a tivessem criado e amado como se fosse deles.
Talvez isso explicasse um pouco minhas habilidades mágicas excepcionais.
“Bem, acredito que entendo muito mais agora. Obrigado por

me dizendo, Rae.
"Eu me sinto melhor também", confessei. “Eu estava realmente nervoso.”
“Você estava? Então deve ter sido especialmente difícil quando você contou a seus pais.
"Huh?"
"Huh…? Quer dizer que ainda não contou a eles?
"Não?"
Misha colocou a cabeça entre as mãos. “Esse é exatamente o tipo de coisa que você
deveria explicar para seus pais imediatamente.”
"R-realmente?"
"Sim. Eles não disseram nada quando você estava visitando?
“Não, nada em particular.”
“Acho que eles têm a mente aberta.” Mysha suspirou. “Meu Deus, está ficando tarde.
Você não tem treino de novo amanhã? Você vai ficar bem?”
“Ah, sim, sem problemas. Vou usar magia para dormir profundamente esta noite.”
"Sim. Por favor, faça isso. Vou acordá-lo pela manhã. Boa noite."
"Boa noite." Apaguei a luz e fui para a cama, então usei o

feitiço de sono mágico da água em mim, e funcionou imediatamente.
Eu não tinha planejado contar a ninguém sobre mim, mas pelo menos agora eu tinha

O consentimento de Misha. Tudo o que eu tinha que fazer era esperar o show começar. Eu rezei para
que tudo corresse bem.
Não, eu garantiria que tudo corresse bem.
***
O Festival da Colheita estava chegando. A capital encheu-se de gente naquela noite, e

dezenas de barracas se alinhavam nas ruas. Alimentos e decorações com colheitas de outono
saíram das prateleiras quando a capital deu as boas-vindas à época mais movimentada do ano.
Em uma câmara na grande catedral, preparei-me para o cerimonial

dança. Eu tinha trocado de roupa e agora esperava minha vez.
“Rae, você tem o que precisa?” perguntou Lilly.
"Sim. Tudo está indo bem.”

"E-eu estou nervoso..."
Um transeunte pensaria que estávamos discutindo a dança cerimonial, mas nossas

palavras carregavam significados ocultos.
"Senhorita Claire, senhorita Lilly, você sabe o que precisa fazer, certo?"
“Você nem precisa perguntar.”
"Oh sim."
Todos precisavam fazer sua parte nesse plano. Mesmo Rod e Thane
faziam parte disso, embora não estivessem conosco. Enquanto a propensão de Lilly para
deixar escapar as coisas me deixou desconfortável, eu só podia confiar nela de agora em diante.
“Lilly, não se esqueça do...” eu comecei.
"E-eu tenho isso aqui." Lilly estendeu duas pulseiras, nas quais eu prontamente coloquei.
Com isso, deixei os dois e me aproximei do padre encarregado da dança cerimonial.
“Sinto muito, sua santidade,” eu disse. “Posso, por favor, usar o banheiro?”
“A dança está prestes a começar. Você não pode segurar?”

“Não, eu realmente não posso.”
"Tudo bem então. Se apresse."
"Muito obrigado."
Curvei-me uma vez e saí.
***
A dança cerimonial ocorreu no recinto do festival. Um grande palco de mármore estava em

uma posição central, e os assentos ao redor estavam completamente esgotados. Incluindo a sala de
pé, alguns milhares de pessoas se reuniram para assistir. Eu não achava que as pessoas lá atrás
pudessem ver o palco, mas mais e mais pessoas pareciam se juntar à multidão. Afinal, a dança
cerimonial foi pensada para trazer boa sorte aos participantes.
A família real sentou-se nos assentos reservados para convidados ilustres perto
para o palco. O rei l'Ausseil, a rainha Riche, Rod, Thane, Yu e até mesmo Salas estavam lá.
Um sino baixo soou no movimentado local do festival – o sino principal da catedral. Finalmente,
chegou a hora da dança cerimonial começar. Uma onda de silêncio percorreu a multidão. A luz da lua
cheia iluminou o palco, acentuada por tochas flamejantes, e uma sensação de mistério pairou no ar.
As dançarinas – incluindo Claire, Lilly e eu – subiram graciosamente ao palco em suas roupas

de seda finas. Usávamos belas tiaras prateadas em nossas cabeças e seguramos leques com sinos
em nossas mãos. Formamos um círculo no palco e nos ajoelhamos. O som alto de uma flauta cantou
através do silêncio. Em seguida, a batida baixa de um grande tambor ressoou no ar. Instrumentos de
cordas unidos em harmonia e pequenos tambores marcam o ritmo.
Então o ding, ding, ding de nossos sinos se ergueu. Os dançarinos amarraram a música
como acompanhamento, tocando os leques de sino em nossas mãos direitas.
Começamos a nos mover, lentamente. Os figurinos foram feitos para nos movimentarmos livremente,
com peças esvoaçantes para acentuar nossa dança. As mangas e bainhas desenhavam linhas
encantadoras com o arco de nossos gestos.
A performance musical, a princípio calma, ficou mais acirrada com a dança.

No entanto, os dançarinos permaneceram delicados e graciosos. Essa lacuna despertou

sentimento de admiração na platéia. Era como se a música ordenasse aos bailarinos que
dançassem com maior urgência e ferocidade, mas resistimos.
“Aquela dançarina é uma visão!”
Embora falar fosse proibido durante a dança, alguém inconscientemente gritou de

admiração. Todos que os ouviam sabiam a quem se referiam. Um dançarino era uma cabeça mais
alto do que todos os outros. Enquanto seus movimentos sincronizavam com os dos outros, ela
claramente se destacava.
"O que é isso…? É como se ela estivesse chorando, mas feliz…”
“Como se suas emoções estivessem em conflito.”
Os movimentos lentos nos faziam parecer que estávamos presos em correntes. Mas
por alguma razão, cada gesto amplo do braço, cada passo do pé, cativava o público. Alguém
escreveu mais tarde que os movimentos de uma dançarina faziam parecer que ela, pela
primeira vez, se permitiu algum sentimento proibido.
“Essa é Rae Taylor, certo? Você sabe, o plebeu que eles permitiram na Academia Real.
“Ah, aquela garota. Mas ela não é freira, é? Por que ela está realizando o
dança cerimonial?” O público começou a ficar confuso. Mas-
“Quem se importa com isso. Ela é de tirar o fôlego.”
O que é isso que eles dizem? Não se preocupe com as pequenas coisas. A multidão optou por
fazer exatamente isso, impressionada com a expressividade da dançarina.
Eles queriam continuar assistindo para sempre. Mas, infelizmente, a música chegou a um
fim. Os dançarinos se reuniram no centro e dançaram como se estivessem lutando, ou
talvez se regozijando.
E depois-
Ding.
Nós tocamos nossos sinos bem alto no final e abrimos nossos braços, então nos
ajoelhamos no palco. Depois de um momento de silêncio, justamente quando a multidão estava
prestes a explodir em aplausos—
***

“Ouça, meu povo!”
A voz digna que ecoava pelo local não era outra senão a dançarina que havia deixado
uma impressão tão grande em todos: “eu”. No entanto, a voz não era minha.
A primeira a perceber isso foi a rainha Riche. "O que... você?!"
“Eu” mordi a pulseira em volta do meu pulso, arrancando-a. A pessoa

que se parecia comigo instantaneamente se transformou em Yu.
Bem, isso não é totalmente preciso.
Embora alta, a silhueta de Yu era curvilínea. Seios empurrados contra a seda fina. Para
ser franco, este corpo era inconfundivelmente feminino.
"Qual o significado disso?! Quem é este ao meu lado?” A rainha Riche virou-se para o
príncipe Yu sentado ao lado dela.
“Minhas mais profundas desculpas, Lady Riche. Sou eu." Quando removi minha
própria pulseira, o príncipe Yu sentado ao lado do palco revelou ser seu de verdade.
“Rae Taylor?! Qual o significado disso?!" a rainha uivou.
“Mestre Yu me deu minhas ordens. Eu não sei o motivo. O príncipe

simplesmente me disse para sentar aqui com a família real em seu lugar.”
Claro, fui eu quem fez essa proposta, mas tivemos que mentir sobre de quem foi a ideia
de toda essa farsa para garantir minha segurança.
As pulseiras que Yu e eu usávamos eram ferramentas mágicas fornecidas por Lilly que nos
permitiam assumir formas ilusórias. Não eram relíquias possuídas pela Igreja, mas seus
próprios pertences pessoais.
Enquanto isso, o público estava começando a entender.
"O que você quer dizer? Esse não é o príncipe Yu?”
“Mas ela é uma menina.”
“Príncipe Yu é uma garota…?”
No entanto, sua conversa parou abruptamente. O povo tinha perdido a voz.
Bom trabalho, Misa. Ela permaneceu escondida, mas devemos este momento a

sua. Só ela poderia silenciar uma multidão tão grande.
“Lamento profundamente ter enganado todos vocês, mas esta é a minha verdadeira forma.”
Agora, o único som que alguém podia ouvir era Yu – também o trabalho de Misha. “Eu tenho enganado
todo o reino. Eu sou, na verdade, uma menina. Não vou mais mentir para você ou para mim mesmo.
Desejo viver o resto dos meus dias como meu verdadeiro eu, a garota que você vê diante de você.”

Riche movia a boca, tentando desesperadamente falar, mas nenhuma palavra

lhe subiu aos lábios. Salas também se esforçou para dar ordens aos seus subordinados, mas
ele não tinha voz, então boa sorte para ele!
“Meu povo, por favor, me perdoe”, disse Yu. “Em recompensa por meus anos
de decepção, abdico do meu lugar na linha de sucessão.”
Quando Yu disse isso, a rainha desmaiou. Aparentemente, o choque foi demais para
ela.
Naquele momento, as vozes de todos finalmente retornaram. O caos explodiu

ao meu redor.
“Isso foi obra sua, Rae Taylor”, disse o rei l'Ausseil para mim. Por alguma razão,
seu tom não era acusatório, mas gentil.
"O que você quer dizer?" Eu disse.
“Bem... tenho certeza que você não sabe nada sobre isso. Nada mesmo —
disse o rei l'Ausseil, rindo ironicamente. “No final, talvez seja melhor assim.”
E com isso, o rei foi embora, dizendo apenas: “Salas, cuide disso”.
"Hmph", Salas correu para dar ordens a seus subordinados.

Eu fui preso.
***
"Você parece melhor do que eu esperava", disse Claire.
"É porque você veio me visitar", respondi. A visão de seu rosto me encheu de
prazer. Eu gostaria de poder alcançar através das barras para abraçá-la.
“E como foi a prisão?”
“Não é tão ruim, graças a você.”
Uma semana havia se passado desde o incidente com Yu, e eu estava preso o
tempo todo. A investigação em si estava indo a nosso favor, em grande parte porque
todos, incluindo Yu, mantiveram suas histórias em ordem. Yu confirmou que eu tinha agido
de acordo com suas instruções, e Claire e Lilly a apoiaram. Rod e Thane

fez o mesmo. Mais importante, o próprio rei l'Ausseil aparentemente estava do meu lado,
assim como a maior parte do palácio.
"Bem, minha comida estava envenenada, no entanto", eu disse. Provável retaliação de

alguém do acampamento da Rainha Riche. Felizmente, eu diligentemente lancei magia de
antídoto em tudo o que comi.
"O que?!" exclamou Claire. "Estou aliviado que você esteja bem, mas..."
“É tudo graças a Misaki.”
“Ele apareceu nos meus sonhos.”
"Vejo que você ainda é completamente incorrigível", ele me disse em seu habitual
tom áspero. Fazia muito tempo que eu não ouvia. Dream Misaki riu sem jeito.
“Obrigado por salvar alguém que sabe como é. Agora não seja idiota. Certifique-se de
verificar sua comida.”
Isso foi tudo o que ele disse. Ele desapareceu logo depois, não me dando tempo para
responder.
"Isso é... algo que pode acontecer?" Claire perguntou.
“Bem, provavelmente era apenas minha mente manifestando meu inconsciente

desejos,” eu admiti. Mesmo assim, guardei esse encontro no meu coração.
"Eu disse que isso era perigoso."
"Você estava certo", eu reconheci. Claire se opôs ao meu esquema mais do que
qualquer outra pessoa, embora eu a tenha trazido de volta no final. “O que está acontecendo
no mundo?”
“Foi quase exatamente como você planejou.”
Claire continuou, explicando que Yu havia sido enviada para o convento e agora ela
estava vivendo livremente como uma menina.
Em uma tentativa de resolver a confusão, o palácio anunciou que Yu

foi atingido por uma maldição e que o choque disso deixou Yu louco.
Yu então entrou no convento sob o pretexto de receber tratamento mágico. Ela estava
parcialmente confinada por enquanto, mas como eu havia explicado a Yu antes, seus
movimentos não seriam restritos por muito tempo.
“Eu trouxe uma mensagem de Yu,” Claire terminou. “Ela disse: 'Obrigada. Eu
com certeza vou retribuir você'”.

"Oh, é assim? E como estão as coisas com a maldição?”
“Bem, isso tem sido uma provação. Todos assumiram que seu retorno à sua verdadeira
forma foi temporário no início.”
Aqueles que sabiam da maldição assumiram que Yu apareceu como ela

no baile cerimonial por causa da luz da lua cheia. No entanto, na verdade, quebramos a
maldição com as Lágrimas da Lua pouco antes da apresentação.
As Lágrimas da Lua exigiam dois usuários de magia de poder considerável para

manejar, mas aconteceu que entre Lilly e Yu, tínhamos exatamente quem precisávamos. Lilly foi
investigada por seu papel em tudo isso, mas ela explicou que simplesmente não podia recusar um
pedido do príncipe Yu.
“Além disso, como a senhorita Lilly possui um status considerável, ela não pode ser tão
facilmente punido”.
“E quanto a Misha?”
“Ela está negociando com seus pais.”
Misha queria deixar a Academia e se juntar a Yu no convento, mas seus pais estavam
resistindo. Bem, parecia que sua mãe estava do lado dela.
Ela continuou apontando que a família Jur tem muitos herdeiros capazes, para que eles pudessem
deixar sua filha fazer o que quisesse. Ela também foi influenciada por Yu, que pediu especificamente
a Misha que permanecesse ao seu lado no clero.
“Como foi culpa dos pais dela que a infância de Misha foi tão difícil, parece que eles se
sentem obrigados a ceder um pouco.”
"É assim mesmo?" Nesse caso, era apenas uma questão de tempo até que Misha
desejo foi concedido também. "Mas como você tem passado, Srta. Claire?"
“Estou perfeitamente bem. Exceto, é claro, pelo constrangimento de ter meu criado
preso.
"É isso? Você não está sozinho? Você não sente minha falta?”
"Bem, você não está confiante?" ela disse.
Mas ela não negou. Tchau.
“O Mestre Dole disse alguma coisa?” Eu perguntei.
"Nada." Claire inclinou a cabeça para um lado. “Eu pensei com certeza que ele iria demiti-
lo, mas isso não aconteceu... Exatamente o que você está vestindo?

meu pai?"
"Não é desse jeito. Mestre Dole é apenas um homem gentil.”
Eu estava mentindo, é claro. Eu não poderia dizer a ela o verdadeiro motivo.
Enquanto conversávamos, o guarda da prisão veio até nós. “Perdoe-me, senhorita

Claire. Sua Majestade deseja falar com a Srta. Taylor.
"Ele faz?" Eu perguntei com alguma preocupação. Talvez o rei não estivesse tanto do meu
lado quanto eu pensava.
"O que ele poderia planejar perguntar a ela?" Claire exigiu. “Já confirmamos que ela só agiu
sob as ordens de Lady Yu.”
“De qualquer forma, devo pedir que você vá embora”, disse o guarda.
"Tudo bem então. Voltarei em breve”, disse Claire.
E com isso, ela foi embora.
***
Fui levado para a sala de audiência real, minhas mãos amarradas atrás do meu
de volta. Um criminoso recebendo audiência com o rei tinha que ser sem
precedentes. Eu tive um mau pressentimento sobre isso.
"Deixe-me ver seu rosto."
Eu levantei minha cabeça da minha posição prostrada para ver o Rei l'Ausseil,
dois guardas, e mais ninguém. A rainha Riche e o chanceler Salas não estavam à vista.
“Pedi a todos que saíssem”, explicou o rei, vendo minha expressão confusa. “Estou aqui
para ouvir a verdade.”
Ah, eu vejo.
“Eu tenho sofrido com o sofrimento de Yu,” o rei continuou. “Ela foi forçada a negar a si
mesma por causa do ego dos outros.”
O ego de Lady Riche, ou seja. Não que ele tenha mencionado isso. Ele foi, depois
todos, um monarca, e pelo que sei, raramente são francos.
“Só sei o que já te disse,” eu disse.

“Você é muito inteligente. Eu gosto”, disse o rei, acariciando a barba. Ele

parecia satisfeito.
A sensação de afundamento dentro de mim cresceu. Eu não me importei com o que aconteceu comigo,
mas as consequências a partir deste momento podem se espalhar para os príncipes, Lilly e
minha amada Claire.
“Você será solto hoje”, disse o rei.
"Muito obrigado." Soltei um suspiro de alívio, pensando que meus medos eram
infundados.
Mas o rei l'Ausseil não havia terminado.
“Você também perderá seu direito de frequentar a Royal Academy.”
"O que?!" Espere um segundo! “Vossa Majestade, com todo o respeito—!”
“A partir de hoje, Rae Taylor, você será uma oficial do Serviço Secreto. Você
se reportará diretamente a mim.” O rei sorriu. “Há muito poucas pessoas neste tribunal em
quem posso confiar. Estou precisando de sua ajuda, Rae Taylor.
Atordoado em silêncio, tudo que eu podia fazer era olhar para ele.

Capítulo 7:
O Palácio
"SERVIÇO SECRETO?" Eu finalmente consegui dizer. “Não sei o que

que significa. O que Vossa Majestade deseja que eu faça?”
O rei l'Ausseil me olhou por um longo momento, como se estivesse me testando. Quando
ele finalmente falou, foi para mudar completamente o rumo da conversa. “Qual é
a sua opinião sobre nossa situação política atual?”
“Acho que é muito complexo para um mero plebeu compreender.”
“Não seja modesto. Conheço suas notas na Academia. eu estou ciente de você
possuem uma compreensão profunda do funcionamento interno deste país.”
Obviamente, eu não poderia dizer a ele que era tudo apenas memorização de
um jogo.
“Acredito que as tentativas de Vossa Majestade de encorajar a meritocracia foram

bem-sucedidas,” eu disse em vez disso. “Não apenas para a realeza e nobres, mas para as
pessoas talentosas de origens mais comuns que estão sendo promovidas a posições de poder.”
“E ainda, o Movimento do Plebeu,” o rei suspirou. "Nós somos

estagnado, Rae Taylor. Os aristocratas exercem muita influência sobre os funcionários
do governo e resistem a todas as oportunidades de mudança. Eu queria que chegássemos ao
futuro. Foi por isso que apresentei políticas para elevar plebeus talentosos.”
“Você não viu isso começar a acontecer?”
“Nós começamos decentemente, sim, mesmo que seja lento. Mas o essencial
A estrutura, o oligopólio hereditário em que os aristocratas se beneficiam da opressão da
classe plebeia, não mudou em nada”, disse o rei.
"Por isso, eu preciso de você."
“Peço desculpas por me repetir, mas o que Vossa Majestade deseja de mim?”
“Você vai expor os crimes cometidos por nobres poderosos.”
“Eu recuso,” eu disse imediatamente.

O rei franziu a testa. "Por que é que?"

“Minha comida já está sendo envenenada. Não desejo fazer mais
inimigos.”
"Não minta para mim."
"Eu não estou mentindo."
“Você parece perfeitamente saudável.”
“Eu neutralizei o veneno.”

“Então você não tem nenhuma objeção real.”
Eca. Isso foi difícil – descontroladamente. Era difícil fazer qualquer coisa
passar por esse homem, o que, suponho, fazia sentido. Ele era o rei e o principal
político deste país.
“Pelo menos ouça o que tenho a dizer”, disse o rei l'Ausseil. “Não acredito
que toda a aristocracia seja cúmplice, mas dois em particular suspeito de
negociações dissimuladas.”
"Ahhh…"
“Primeiro, o Chanceler, Salas Lilium, e segundo, o Ministro das

Finanças, Dole François.”
Eu parei.
No jogo em si, o rei não teve muita presença. Outro que não seja
tendo posto em prática as novas políticas de meritocracia, ele parecia um
monarca bastante genérico. No mínimo, ele parecia meio burro, porque — dependendo
do caminho tomado pelo jogador — ele poderia cometer erros estratégicos como atiçar
as chamas do Movimento do Plebeu e precipitar a perda de seu próprio trono. Ele
pode estar agindo com os melhores interesses do povo em mente, é claro,
desconsiderando seu próprio destino, mas eu sempre tive a impressão de que ele era
mais incapaz de controlar a nobreza.
Mas se ele já sabia das atividades de Salas e Dole... tive que reavaliar
minha opinião sobre suas habilidades.
“O que um plebeu humilde como eu pode fazer para desafiar
aristocratas importantes o suficiente para ocupar cargos como chanceler e
ministro das Finanças?”
"Você está perto de ambas as filhas", disse o rei.

Em outras palavras, ele queria que eu usasse Lilly e Claire.
“Mais uma vez, eu recuso.”
"Eu vejo. Nesse caso, não tenho escolha a não ser investigar não apenas você, mas
Lilly e Claire por traição neste negócio com Yu.”
“Nós estávamos apenas seguindo as ordens de Lady Yu.”
“É o que você diz, mas poderia ser feito um caso para uma versão dos eventos em que
vocês três sequestraram meu filho.” Ele estava me ameaçando.
“Eu não acho que Master Dole ou Master Salas ficariam parados e deixariam isso
acontecer.”
“Provavelmente não. Mas, como rei, posso anular os dois quando necessário.”
Eu não respondi. Ele estava blefando? Se ele era capaz de exercer tanto poder sobre
Dole e Salas, então por que ele precisava da minha ajuda para investigá-los? Dito isso, o caso Yu
causou um escândalo sem precedentes para a monarquia. No caso improvável de que o rei
estivesse falando sério, Claire poderia estar em perigo aqui.
Eu não poderia ser preso por isso, não agora. Eu felizmente sofreria qualquer
destino que fosse para salvar Claire, mas o rei teve um momento francamente terrível.
Em breve, Claire estaria em perigo muito real, e até então, eu não poderia sair do lado dela.
"Eu entendo," eu disse rigidamente. “Aceito o cargo como membro do seu Serviço
Secreto.”
"Bom." O rei assentiu com satisfação.
Eu aceitei por várias razões, na verdade, uma das quais era que quanto mais eu pensava
nisso, mais eu percebia que essa posição poderia ser bem aproveitada. Eu já tinha começado a
usar contramedidas para resgatar a Srta. Claire da crise que se aproximava, mas eu poderia fazer
algo com esse papel também.
“Eu tenho apenas dois pedidos,” eu disse.
"Falar."
“Primeiro, por favor, conceda à Srta. Claire e Lilly os mesmos privilégios. Não posso
executar as ordens de Vossa Majestade sem sua total cooperação. Isto é

absolutamente necessário."
“Hmph. Muito bem. Eu esperava que você se opusesse ao mero

envolvimento deles.
“O assunto excede em muito a minha capacidade de lidar por conta própria.” Ele era
certo; Eu não queria envolver os dois. Mas eu não tive escolha.
“E o outro pedido?”
“No caso de eu encontrar evidências de injustiças cometidas por Mestre Dole e Mestre
Salas, peço que Vossa Majestade conceda imunidade à Srta. Claire e à Srta. Lilly.”
“Hum...”
“Destruir suas casas nobres pode ser inevitável, mas se a Srta.

e a senhorita Lilly será punida pelos crimes de seus pais, então me recuso a cooperar mais.
O rei pensou por um momento. Ele acariciou a barba, imerso em pensamentos.

"Muito bem. As duas meninas não serão responsabilizadas”.
“Muito obrigado,” eu disse. Honestamente, se ele já estivesse tão pronto

para me conceder o que eu pedi, tudo isso poderia sair melhor do que eu esperava.
“Antes de começar a investigação real, que tipo de autoridade o Serviço Secreto tem?”
“Eles não são onipotentes. Poderes e privilégios são designados conforme exigido
pelo trabalho em questão. O que você precisa?”
“O mínimo seria a autoridade para inspecionar as finanças dos sujeitos e a autoridade

para fazer prisões.”
“Hmph. Concordou."
"Mais uma coisa. Este é bem importante. eu gostaria de ser concedido

autoridade para fazer acordos de delação premiada”.
“Pragas de delação?”
Oh. Talvez eles ainda não tivessem essa ideia neste mundo?
“Caso um criminoso admita seu crime”, eu disse, “e coopere com a investigação

nomeando seus cúmplices, ele pode receber uma sentença reduzida ou ser absolvido de seu
delito.”

“E o que você faria com a autoridade para oferecer tais barganhas?”
"Algumas coisas. Mais importante, isso me ajudaria a proteger as informações

avançar com a investigação de faltas mais graves”.
Eu já estava criando uma estratégia de como perseguir Dole e Salas, e a apresentei

para o rei.
"Entendo," ele assentiu. "Nesse caso... você achará isso útil."
Enquanto eu olhava para ele confuso, o rei chamou um de seus guardas e pegou o que
parecia ser uma carta de baralho dele. Ele entregou o objeto para
Eu.
"O que é isso?" Eu perguntei.
“Uma ferramenta mágica que permite gravar conversas. Não pode ser
duplicado, o que o torna inestimável para transações e investigações importantes”,
disse ele. “É um item raro; manuseie-o com cuidado. Agora, há mais alguma coisa que você
precise?”
“Não neste momento,” eu respondi.
Ele pareceu surpreso. "Você não vai perguntar sobre a compensação?"
“A garantia de que Claire e Lilly não serão responsabilizadas é compensação

suficiente para mim.”
“Você não tem outros desejos?”
“Eu não diria isso...” Era só que nada importava mais para mim do que garantir a
segurança de Claire.
"Você disse o mesmo durante o incidente da Quimera na Academia, não disse?"

o rei meditou.
“Você poupou a vida de Lene e do irmão dela. Recebi toda a recompensa de que
necessito.”
“Se mais pessoas fossem como você, este seria um país muito melhor.”
Isso estava indo um pouco longe demais. Eu estava muito consciente de que eu era
um esquisito. Se todos fossem como eu, em pouco tempo, o Reino Bauer cairia em ruínas.
“Agora, então, quando você começar sua investigação, você deve falar com Rod”, disse
o rei. Aparentemente, Rod estava encarregado da investigação até agora. Foi-me então concedida
autoridade para me encontrar livremente com o príncipe mais velho, como

bem como libertado da prisão.
Mas como vou explicar isso para a Srta. Claire? Que dor real.
***
"Você deve estar brincando!"
A primeira coisa que fiz com minha liberdade recém-adquirida foi procurar
Clara. Eu poderia ter sido destituída da minha matrícula na Academia, mas Claire ainda não
sabia disso, e o rei disse que eu tinha permissão para ficar no meu dormitório na escola. No
entanto, quando expliquei o pedido do rei, Claire reagiu exatamente como eu esperava.
“Meu pai nunca se comportaria de maneira tão vergonhosa!”
“Bem, o rei só quer que eu conduza uma investigação,” eu disse. Ele realmente disse que
eles eram altamente suspeitos, mas se eu dissesse isso a Claire, ela poderia simplesmente invadir
o palácio.
“O fato de ele suspeitar de meu pai me faz suspeitar da sanidade do rei! A família François
nem sempre protegeu o tesouro do reino com a maior honra?!” Claire reverenciava seus pais
como deuses. Para ela, Dole, seu pai, e Melia, sua mãe, eram os ideais platônicos dos aristocratas.
“M-Senhorita Claire, isso pode representar uma oportunidade valiosa,” Lilly disse,
parecendo petrificada. Eu precisava da cooperação de Lilly para cumprir a missão do rei, e ela
estava no quarto de Claire quando eu apareci. Eu esperava que ela não estivesse negligenciando
seus deveres sacerdotais.
“O que você pode querer dizer, Cardeal Lilly?”
“Eu-eu também não quero acreditar que meu pai está fazendo algo corrupto.
É por isso que acho que devemos provar a inocência de nossos pais.” Essa era uma maneira
otimista de ver a questão, embora o ônus da prova fosse da promotoria. — De que tipo de
crimes nossos pais são suspeitos?
“Eu não estou tão longe ainda,” eu disse. “O rei me disse para falar com Rod.”
“Então vamos embora,” Claire disse com uma bufada. Ela parecia pronta para
enfrentar o príncipe sozinha.
“É muito tarde hoje. Tenho certeza que vocês dois receberão instruções oficiais

do rei amanhã, então vamos esperar até lá.”
“Eu não posso esperar tanto,” Claire disse impacientemente. “De qualquer forma, por
que o Cardeal Lilly está envolvido nisso?”
"O que?" Eu disse. “Bem, eu pensei que já que temos que investigar o Mestre Salas,
nós poderíamos usar a ajuda da dona Lilly—”
"Você realmente não entende o quão perigoso isso é, não é?" Claire exigiu. “Intrometer-se
nos assuntos de pessoas poderosas não é algo para se tomar de ânimo leve!”
Ela estava certa. Especialmente porque, graças à minha memória da Revolução ,

já sabia exatamente o que Salas e Dole estavam fazendo.
“Eu posso usar magia de água. Tenho certeza que posso ajudar.”
“É muito perigoso,” Claire insistiu. “Rae me tem para protegê-la.”
Quem estava guardando quem agora?
“M-mas estou preocupado!” Lilly protestou.
“Você não tem nada a temer,” Claire insistiu.
“E-eu não sei o que você fará com Rae se eu deixar vocês dois sozinhos!”
“É com isso que você está preocupado?!”
"Huh? Você vai fazer alguma coisa comigo, Srta. Claire? Eu perguntei docemente.
"Não!"
"Por que não?!"
“Por que estamos falando sobre isso?!”
“V-você não vai tocar em Rae?!” Lilly gaguejou. “Você perdeu o juízo?!”
“Ah, você me cansa! Vocês dois!"
Fazia um tempo desde que Claire e eu brincamos assim. Ah, sim, isso era o que eu estava
perdendo.
“Eu suponho que não pode ser evitado,” Claire admitiu finalmente. “Eu concordo em
Cardeal Lilly se juntando a nós, mas, por favor, seja extremamente cuidadoso.”
“S-sim, claro,” disse Lilly.

“Você também, Rae.”
"Sim, senhora."
Depois dessa conversa, encerramos a noite.
***
Visitamos Rod no palácio depois da aula no dia seguinte. O quarto do

príncipe mais velho era espaçoso e elegantemente mobiliado em cores quentes e
elegantes que evocavam sua afinidade com o atributo fogo. A casa da família de Claire
surpreendeu, mas não tinha nada neste quarto. Lilly, que viveu uma vida honrosa de
pobreza na Igreja, parecia especialmente desconfortável em meio a esse luxo.
Quanto a mim? É rude ficar preso a comparações, então vou pedir a quinta por
enquanto.
“Eu não ligo para conversa fiada, então vamos direto ao ponto. Salas e Dole
estão desviando”, disse Rod sem rodeios. Ele sempre cheirava a confiança, mas hoje sua
certeza era especialmente clara.
“Mestre Rod, você diz isso porque tem provas definitivas, correto?” Achei
que Claire fosse explodir, mas ela começou com pura lógica.
Talvez ela tivesse esfriado durante a noite.
"Não, eu não."
"V-você não?" Lilly disse, parecendo quase desapontada.
"Bem espere. A única coisa que não tenho são provas definitivas . Eu tenho um
monte de provas circunstanciais,” Rod disse, pegando um caderno. “Salas e Dole são
ambos inteligentes. Eles não deixaram exatamente um rastro de papel.”
Ele nos mostrou registros provando que, no mínimo, o dinheiro tendia a

desaparecem em torno de Salas e Dole. Ele também nos mostrou uma lista de
nobres suspeitos de envolvimento tangencial.
"Você não pode simplesmente prender essas pessoas?" Claire perguntou, sugerindo que ela
acreditava que seu pai era inocente.
“Podem ser eles que sujam as mãos, mas não são os mentores. Seria como
cortar o rabo de um lagarto – ele voltaria a crescer”, Rod

explicou. “Aprendemos isso da maneira mais difícil. Tomou em um lote, mas mais apenas
surgiram em seu lugar.” Ele fixou seu olhar em mim. "Então o que você vai fazer?"
“Posso ter uma cópia desses materiais?”
— Achei que você diria isso, então mandei fazer um. Rod tocou a campainha
a mesa. Um criado entrou com uma pilha de papéis, que eu peguei.
“Obrigado, Mestre Rod. Nós iremos agora,” eu disse.
“Espere um momento, Rae Taylor,” Rod disse, me parando quando me levantei para
sair. Ele usou meu nome completo por algum motivo, o que me deu um mau pressentimento.
"O que é isso?"
“Ah, não é nada. Eu só... achei que deveria te perguntar enquanto você estava
aqui." Não era típico de Rod hesitar.
Minha apreensão se intensificou. “Eu realmente não quero ouvir isso.”
“Não diga isso.”
“Posso sair?”
"Ainda não", disse ele. “Rae Taylor, você me daria a honra de se casar comigo?”
***
Eu não sabia o que dizer. Minha expressão deve ter sido totalmente
estupefato. Todos os outros congelaram também, mas Claire se recuperou primeiro.
“Você enlouqueceu, Mestre Rod?!” ela praticamente gritou.
“V-você está sugerindo que um plebeu se case com um membro da família real?!”
perguntou Lilly.
"Sim. E quanto a isso?” Rod respondeu friamente.
Em outras palavras, ele tinha acabado de me pedir em casamento. Se eu fosse um normal

plebeu, provavelmente teria sido o momento mais feliz da minha vida. Ou talvez eu tivesse
pensado que ele estava zombando de mim. Como foi, eu pensei que nenhum dos dois. A única coisa
em minha mente era: o que eu poderia ter feito para induzi-lo?

Eu realmente não senti que tive muito contato com Rod. Eu devo ter chamado a atenção
dele um pouco durante o primeiro teste na Academia, e depois quando o venci no xadrez. Mas eu
fiquei ao lado de Claire quase o tempo todo, e eu realmente não tinha feito nada durante os eventos
do jogo para ganhar seu carinho.
Talvez eu tenha cometido um erro em algum lugar?
“Só para confirmar,” eu disse, “você está tirando sarro de mim?”
"Não, é sério."
"Hmmm..." Eu fiz uma careta. “O que é que você gosta em mim?”
"Sua personalidade. Suas habilidades. No começo, eu não pensei que você fosse tudo
tão especial”, disse Rod. Ele parecia estar se divertindo.
“Eu fiz algo para mudar isso?”
“Você preveniu preventivamente um ataque à escola, você curou

Thane quando ele foi envenenado, você salvou a família Aurousseau da execução, você
pegou Manaria desprevenida e resolveu o incidente do navio fantasma em Euclid,” Rod disse.
Quando ele colocou assim... Espere um minuto, como ele sabia a verdade do que havia
acontecido em Euclides?
“Não... quase tudo isso foi obra de Claire...” eu disse.
"Isso é verdade, Claire?" Rod perguntou a ela.
"Não. Era Rae,” ela respondeu.
Espere o que?
“O que realmente decidiu isso para mim foi Yu”, disse Rod. “Você resolveu um
problema complexo com o qual o palácio vinha lutando há anos.”
“Eu realmente não fiz isso sozinho…”
“Não seja modesto. Eu sei que você foi o mentor.”
Ugh, eu realmente não estava tentando ser modesto!
“Eu preciso de alguém como você ao meu lado, não uma nobre maçante que cresceu
mimado por uma família rica”, concluiu Rod. “Então, que tal?”
"Que tal isso? Eu recuso."
“Rae?!” disse Claire. “Você entende o que está dizendo?!”

"O que? Fui proposto e recusado.”
“Mas você pode se tornar a rainha!”
“Bem, eu realmente não quero ser rainha.”
Do meu ponto de vista, não entendi a confusão abjeta de Claire.

Seu rosto estava em choque completo, como se ela não pudesse acreditar no que estava
olhando.
“Mas é uma honra além dos seus sonhos mais loucos!”

“Não é uma honra para mim.”
"Por que?!"
"Porque eu gosto de você, senhorita Claire." Eu não tinha transmitido isso para ela ainda?
“Ha ha ha! Isso mesmo. Eu deveria saber que era isso que você diria!”
Rod bateu a mão na mesa, rindo. Ele parecia completamente entretido. “Claire, parece
que Rae valoriza estar com você ao invés de se casar com a realeza.”
“Por favor, perdoe sua insolência,” Claire gaguejou. “Ela está apenas confusa
pela brusquidão de tudo. Tenho certeza de que, uma vez que ela se acalme e pense sobre
as coisas, ela verá as coisas de maneira diferente.”
“Não, estou perfeitamente calmo—”
“Fique em silêncio, por um minuto,” Claire me interrompeu, soando quase

lamentável. “Mestre Rod, por favor, não retire sua proposta ainda.”
"É claro. Não importa o que Rae pense, meus sentimentos não vão mudar.”
"Muito obrigado. Por favor, vamos continuar com isso outra hora.”
"É claro."
"É hora de ir! Rae, Cardeal Lilly. Claire pegou nossas mãos para nos levar para fora do
quarto de Rod.
"E-espere um segundo, senhorita Claire..."
Comecei a protestar, mas ela me encarou com tanta força que engoli minhas palavras.
Nos despedimos de Lilly na entrada do palácio. Claire não abriu a boca para falar
novamente até que estávamos na carruagem, indo para casa.

“Rae… Você levou essa piada longe demais,” ela disse, em um tom de preocupação carinhosa.
que eu nunca a tinha ouvido usar antes.
"Piada? O que você está falando?"
"Você sabe do que eu estou falando! Rejeitando a proposta do Mestre Rod!”
“Não posso me casar com alguém em quem nem estou interessado.”
“Casamento não é apenas o que você quer! Se você se casar com o

família real, imagine como seus pais ficariam felizes…”
Eu nem tinha pensado nisso por esse ângulo. Para um japonês moderno como eu, o
casamento era um assunto fundamentalmente privado. Neste mundo, porém, era um contrato entre
famílias e, ao nível da realeza, era quase sempre celebrado por motivos políticos.
“Eu não posso dizer com certeza…” eu disse, “mas acho que meus pais respeitariam minha
decisão.”
“Claro que eles iriam. Seus pais são maravilhosos. Mas você está contente em deixá-
los mimá-lo assim? Você não quer fazê-los felizes?”
"Nós iremos…"
Isso estava realmente mostrando a diferença entre os valores de Claire e os meus. Para
Claire, casar com vantagem significava retribuir a família que a criou. Minha recusa casual à proposta
de Rod tinha sido, para ela, tão inimaginável que parecia insincera.
O que eu poderia fazer…?
"Mas, senhorita Claire... eu só quero me casar com você."
“Rae, ouça com atenção,” Claire disse seriamente. Ela endireitou sua postura. “Eu
entendo que você está apaixonado por mim. Acho maravilhoso, até. Mas o casamento é uma
questão completamente separada.”
"Não para mim."
"Não. O amor pode ser concedido a um certo grau de liberdade. Mas o desejo
individual é irrelevante para o casamento.”
“Você deve aceitar a proposta de Rod. Ser casado não o obrigaria a terminar seu
relacionamento comigo. Pelo contrário, se você se tornar

realeza, nosso relacionamento pode até...

"Senhorita Claire!"
Acho que foi a primeira vez que levantei a voz para interromper Claire.
Ela parou de repente, assustada.
“Para mim, o casamento é tão – não, ainda mais – íntimo do que o amor”, eu
disse.
"Rae..."
"Não importa o que você diga, eu não tenho intenção de me casar com ninguém além de
você, Srta. Claire." Talvez ela nunca entenderia meu ponto de vista.
Mas esta era uma colina na qual eu estava disposto a morrer.
“Rae, pense nisso com cuidado. As mulheres não podem se casar.”
“Então eu não vou me casar com ninguém. É isso."
“Mesmo se eu me casar com outra pessoa?”
"Sim…"
Eu realmente não queria que Claire pertencesse a outra pessoa. Eu neguei meus
próprios sentimentos no passado, mas Manaria me forçou a superar isso. Mesmo assim, isso não
significava que eu estava disposta a me casar com alguém que não fosse Claire. Especialmente
não alguém como Rod. O pensamento era insondável.
"Eu pensei que finalmente estava começando a entender você", disse Claire.
"Muito obrigado."
“Mas agora,” ela continuou, “eu percebo o quanto eu não entendo.”
Aquele comentário me cortou profundamente.
***
O outono chegou, e a fragrância de azeitona doce flutuou no vento. Era uma

fragrância de outono no Japão também, e eu alegremente abracei essa familiaridade em
Revolution. Apenas um desenvolvedor japonês teria pensado em incluí-lo no jogo. Algumas
pessoas no Japão moderno achavam que o perfume

pertencia exclusivamente ao domínio dos purificadores de ar do banheiro, mas este mundo não
compartilhava desses preconceitos, e dizer que você gostava do cheiro de azeitonas doces não lhe
dava olhares estranhos. Eu inalei profundamente enquanto caminhava pela estrada.
Infelizmente, meu humor não era tão doce.
Comecei minha investigação logo depois que falamos com Rod, embora parecesse
que só eu planejava fazer algum trabalho investigativo real. Claire e Lilly estavam mais preocupadas
em limpar os nomes de seus pais. Decidi começar com um nobre que tinha negócios com Dole e
Salas. O homem adquiriu suprimentos militares para o reino e, de acordo com Rod, ele tinha práticas
contábeis obscuras. Seu nome era Wedge Thompson.
Estávamos a caminho da mansão de Wedge.
Estávamos a caminho…
Eu estava em silêncio.
Assim como Claire.
“U-ummm...” Lilly começou, como se espelhasse nossos rostos estranhos.
Eu sabia como ela se sentia. Desde que nos encontramos na Academia, Claire e eu não
trocamos uma palavra além de olá.
“E-o tempo está tão bom hoje!” Lilly terminou.
"Exceto que está nublado?" disse Claire.
Eu não respondi. Na verdade, a chuva parecia iminente.
“O que vocês dois comeram no café da manhã? Lilly comeu pão de centeio e purê de
milho.”
“Eu dormi demais esta manhã, então pulei o café da manhã,” eu disse.
“O-oh entendi…”
"Sim..." Eu engoli. "Umm... Senhorita Claire?"
"O que é isso?"
"Ah... não é nada."
Sua reação curta me fez parar. Quão inútil da minha parte.
Lilly continuou tentando o seu melhor para limpar o ar ruim entre nós, mas finalmente
chegamos à mansão Thompson com as mesmas nuvens escuras

a sobrecarga. Eu esperava que as coisas melhorassem antes disso.
"Eca?!"
Um grito adorável interrompeu meus pensamentos. Eu olhei para baixo para ver
Claire de braços abertos no chão.
“Argh! Agora eu tenho que lutar tanto com Rae quanto com meus cadarços?!”
Após uma inspeção mais detalhada, os cadarços de seus sapatos haviam se arrebentado.
“Rae, ela apenas comparou você a um cadarço. Como é isso?” perguntou Lilly.
“Quero me pintar de vermelho e me enrolar em um dedo mindinho.”
Na minha mão esquerda, é claro.
Claire tinha sido surpreendentemente equilibrada ultimamente, mas ela ainda tendia a
perder o controle e reagir exageradamente a inconveniências triviais. A proposta de Rod havia tenso
as coisas entre nós, mas não pude deixar de achar cativante sua devoção a seus diferentes valores.
Mesmo vê-la cair de cara no que geralmente seria chamado de comportamento vergonhoso a tornou
querida para mim.
Ela discordava das minhas ideias sobre casamento, mas não me forçaria a fazer nada
que eu não quisesse. Ela queria me respeitar, à sua maneira. Então, o que eu ia fazer sobre
isso?
Essa atmosfera rígida e desconfortável simplesmente não nos agradava. eu decidi que
mudar o humor.
“Estou apaixonado pela minha desajeitada Claire,” declarei.
"Desajeitado?! O que você quer dizer, desajeitado?!” Claire explodiu, como se eu

tivesse dado o sinal para começar a brincar.
“Por favor, fique aí por um momento.” Peguei uma alça da minha bolsa e
divida-o finamente para fazer um cadarço temporário.
“Você é tão habilidoso…” Lilly disse.
“Devo tudo à senhorita Claire.” Tirei o cadarço quebrado e passei a alça pelos ilhós.
"O que importa, se eu ainda sou desajeitado...?"
“Claro que importa! Sua falta de jeito me deu um precioso vislumbre de

Sua roupa de baixo!"

“Do que você está falando agora?!”
"Oh, umm... poderiam ser meus verdadeiros desejos...?"
“Não se faça de bobo comigo!”
Eu também estava apaixonado pela minha brava Claire.
“N-não é justo! Eu quero jogar yuri-yuri também!”
“O-o que é yuri-yuri?”
“R-Rae me disse. Quando as garotas se abraçam, isso se chama yuri.”
“Quem você pensa que é, ensinando essas coisas ao Cardeal Lilly?!”
“Heh heh,” eu ri enquanto me levantava, mostrando minha língua um pouco, e então

estendi minha mão para ajudar a Srta. Claire a se levantar. "Senhorita Claire, vamos fazer as pazes."
“Eu não sabia que estávamos brigando.”
"Absolutamente certo. Mas nossa diferença de opinião levou a um pouco de

sensibilidade, você não acha?
“Acho que você está certo.” Claire pegou minha mão, e eu a levantei.
"Ahh?!"
“Mmm, isso é tão bom,” eu disse quando o corpo delicado de Claire pousou em meus
braços. “Eu quero te abraçar para sempre.”
"L-Deixe ir meee!"
“M-eu também, eu também!” Lilly gritou.
"Senhorita Claire, vamos deixar o assunto do meu casamento de lado por enquanto."
"Huh?! Rae, você vai se casar? A quem?! D-você finalmente percebeu como me sinto?!”
“Lilly, fique quieta por um minuto.”
“Ahhh…”
“Mesmo se eu me casar, não será imediatamente. Eu preciso de mais tempo para

pense, e de qualquer forma, não quero que isso arruíne meu relacionamento com você.
“Eu também não quero que meu relacionamento com você seja arruinado,” Claire admitiu.
"Então vamos colocar um alfinete nisso por enquanto", sugeri.

“Eu suponho que não pode ser evitado...” Claire sorriu como se ela tivesse sido
libertada de algo. "Agora, então, vamos terminar este trabalho rapidamente, certo?"
"Certo! A doce e modesta senhorita Claire é legal, mas no final do dia, preciso que minha
senhorita Claire seja ousada na cama!
“Negrito em onde agora?!”
“Assim como você está sendo agora!”
“Do que diabos você está falando?!”
E assim, voltamos às nossas travessuras habituais. Fiquei aliviado. Ela

realmente sabia como me fazer sentir melhor.
"S-só... pegue um quarto já... seu marisco feio..."
Fiquei em silêncio, assim como Claire.
“E-eu sinto muito! Não foi de propósito!” Lilly lamentou.
"Estou acostumado com isso neste momento", eu disse.
“A mudança repentina pode ser bastante refrescante, na verdade,” Claire disse.
“De qualquer forma, vamos embora. Em nome de Lady Claire François, eu oficialmente
declare este o início de nossa missão de Corrupt Noble Regulation.”
“Isso não faz parecer muito perigoso?!” exclamou Claire.
"Pl-por favor, não me deixe para trás!"
***
“Bem, bem, Srta. Claire e Srta. Lilly. Bem vindo a minha humilde residência."
Wedge Thompson, chefe do baronato de Thompson, cumprimentou os três

nós com um sorriso. Ele era mais jovem que Dole e um pouco mais gorducho.
A mansão Thompson não podia se comparar à propriedade de François, mas

era grande além dos meios de um nobre de baixo escalão. O interior era decorado com
obras de arte vistosas que cheiravam a nouveau riche gosto. Wedge representou o papel de
aristocrata enquanto nos conduzia ao salão no final do corredor, tagarelando sobre qual obra
de arte era cuja obra-prima e quantas

milhões de ouro que custou. Claire e Lilly se encolheram o tempo todo.
"Bem, agora, que tipo de negócio você deseja discutir hoje?"

Wedge perguntou a Claire enquanto todos nos sentávamos na sala. Ele nunca olhou para mim,
provavelmente assumindo que eu não era nada além de seu servo. Quero dizer, é verdade, mas
esse não é o ponto.
“Na verdade, fui nomeada para o Serviço Secreto do rei”, Claire

disse.
"Sim eu ouvi. Que conquista maravilhosa ser nomeada para um papel como uma mulher”,
disse ele.
Então ele estava bem conectado o suficiente para ter ouvido a notícia.
“Viemos investigar a mansão Thompson.”
"Bem, bem... Isso é preocupante, não é?" Wedge estremeceu visivelmente. "Não
me diga que você acha que algum tipo de caso ilegal foi conduzido nesta casa?"
“Temos nossas suspeitas. O suficiente para justificar uma investigação.”
"Bem bem. Isso certamente não é o que eu esperava ouvir de uma garota
inteligente como você, Srta. Claire,” Wedge disse. Seus gestos exagerados pareciam sugerir que
as palavras de Claire beiravam a calúnia.
“Nós quase não gostamos disso. Se você não tem nada a esconder, Barão Thompson,
então, por favor, coopere com nossa investigação.
"Tudo bem então. Investigue o que quiser,” Wedge riu. Dele

semblante confiante, como se ele silenciosamente nos desafiasse a encontrar alguma coisa.
"Agora, então, você pode nos mostrar a documentação de suas finanças dos últimos
dez anos?"
“Claro, senhora. Vou recuperá-los do cofre. Por favor, espere aqui."
Wedge tocou uma campainha para chamar um criado e deu-lhe algumas ordens. O
criado, um homem mais velho, olhou para nós por um momento, mas não disse nada e
assentiu antes de sair da sala.
“Por favor, desfrute de alguns refrescos enquanto espera.”
“O-oh, obrigada...” disse Lilly.

“Não, obrigado. Nós não viemos fazer uma ligação social,” Claire bruscamente
interrompeu Lilly, que parecia animada. Eu esperava novamente que Lilly não estivesse
negligenciando seus deveres cardinais.
“Heh heh… Não diga isso. Você viu que Broumet tem um concorrente agora? Chama-
se Frater, e eles fazem as delícias mais maravilhosas. O restaurante principal fica nos Alpes,
mas recentemente abriram uma filial na capital.”
“Duvido muito que eles possam superar Broumet.”
“Você deveria tentar por si mesmo e ver. Acho que o trabalho deles é pelo menos tão bom
quanto o de Broumet, e seus sabores são mais complexos do que uma empregada comum pode
imaginar”, disse Wedge. Como se fosse uma deixa, as empregadas trouxeram bandejas com bules
e ramequins. “Este é o crème brûlée, o prato mais popular de Frater. Não acredito que muitas
pessoas na capital já tenham tentado.”
“Já experimentei crème brûlée antes. Ela fez isso para mim,” Claire disse,
me dizendo com os olhos que ela estava perdendo o interesse rapidamente.
"Você o que?! N-não, as criações de Frater são completamente diferentes de tudo que
um amador poderia inventar. Por favor, apenas tente.”
Wedge provavelmente pretendia usar o crème brûlée para nos conquistar, nunca
imaginando que o servo de Claire já pudesse fazê-lo. Não que eu me importasse, mas ele
realmente aproveitou todas as oportunidades para me insultar, hein? E ele parecia ser a única
pessoa na sala que não notou a crescente irritação de Claire.
“Se você insiste, então suponho que vou tentar.”
Claire levantou a colher e fez contato visual comigo por um momento. Eu

balancei a cabeça. Já havíamos discutido com antecedência que eu lançaria magia de antídoto
em qualquer comida que nos fosse oferecida durante nossa investigação. Assim que confirmei
que minha magia havia sido aplicada, Claire finalmente deu uma mordida no crème brûlée.
"Bem... não é ruim", disse ela com indiferença.
“E-É delicioso!” Lilly exclamou, surpresa e emoção em seu rosto.
“É requintado, não é? Fiquei tão surpreso quando me deparei com isso. Minha esposa
adorava Broumet, mas agora ela não se cansa de Frater. Os preços de Frater também são muito
mais razoáveis...
“Ainda assim, eu prefiro o crème brûlée que minha empregada faz para mim,” Claire

declarou em uma voz desinteressada.
Isso interrompeu a conversa animada de Wedge. Seu rosto ficou branco.

"C-como pode ser isso?"
"R-Rae pode torná-lo melhor do que isso?" Lilly ficou boquiaberta.
"Porque sim. Rae, por favor. Claire me ofereceu um pedaço de crème brûlée em uma colher.
"Você percebe que isso significa que vamos compartilhar um beijo indireto?"
“Que sem vergonha! Isso é o suficiente, apenas tente.”
"Como você diz." Eu peguei a mordida sem hesitação. Então eu dramaticamente lambi a
colher limpa. Quer dizer, eu tive que provar adequadamente o sabor. "Hum…
Não há creme suficiente. Imagino que tenham acrescentado muito leite no lugar.”
"O que?!"
“E o açúcar em cima não está devidamente caramelizado. Acho que quem fez isso
funcionou com uma receita perfeitamente boa, mas eles precisam de mais prática.”
“V-você! O que você sabe?!”
“Barão Thompson, peço desculpas por meu servo mal educado. E ainda assim, eu concordo
com a avaliação dela,” Claire disse em uma voz calma.
"Oh não! Eu não queria criticá-la, Srta. Claire! Troca de cunha

para uma voz apaziguadora, mas seus olhos não conseguiam esconder sua irritação. Isso
estava ficando tenso.
Ainda assim, eu estava feliz. Reconheci esta receita de crème brûlée - ele disse que
o tinha encontrado nos Alpes? Frater… Era um bom nome para um restaurante.
Enquanto eu contemplava isso, uma batida soou na porta. O servo mais velho voltou,
segurando uma pilha de papéis.
“Agora, então, vamos dar uma olhada.”
Com os refrescos retirados, Claire pegou a pilha de papéis. EU

estendeu a mão para os livros de contabilidade, tentando memorizar o que vi.
“Senhorita Claire, você pode ter sido nomeada para o Serviço Secreto, mas você não pode
esperar que eu mostre as finanças da minha família para um mero servo,” Wedge reclamou enquanto
eu abria seus livros.
“Ela mesma é membro do Serviço Secreto. Você não ouviu isso

houve três novos induzidos?”
“E-esse servo?!” Os olhos de Wedge rolaram em agonia.
“Há algum problema?”

“N-não. Por favor, dê-me licença."
“Muito bem, então. Rae, comece.
"Sim." Comecei com os livros, grata por poder contar com Claire para me ajudar.
***
Embora teoricamente baseado na Europa medieval, o fato de que o mundo

of Revolution foi projetado por desenvolvedores de jogos japoneses no século 21 significava
que elementos da cultura japonesa poderiam aparecer quando você menos esperava.
Percebi um desses elementos ao examinar os livros do Barão Thompson: as demonstrações
financeiras usavam a contabilidade de partidas dobradas. Vou poupar os detalhes, mas
basta dizer que o Japão do século 21 usava exatamente o mesmo sistema de contabilidade.
Uma sorte, pois um livro-razão no estilo atual da Idade Média teria sido grego para mim.
"Como tá indo? Espero que você não esteja encontrando nada fora do
comum? Wedge perguntou, seu sorriso gotejando com confiança presunçosa.
“Nós aprendemos muito,” eu respondi em vez de Claire.
“Ah, você tem agora?”
Apesar de ter sabido do meu status de oficial do Serviço Secreto, Wedge

claramente não tinha intenção de ser educado comigo. Isso realmente facilitou as coisas.
“Por exemplo, a família Thompson está em apuros financeiros nos últimos anos.”
"De fato. A colheita do nosso território tem sido muito pobre nas últimas
temporadas, o que nos deixou em uma posição bastante tensa.” Wedge balançou a cabeça
como se quisesse transmitir a dor de cabeça que tinha sido.
“A-e ainda s-de alguma forma, você pode comprar móveis luxuosos e

comprar sobremesas caras…”
“Senhorita Lilly, você pode não entender isso, já que você mora na Igreja,
mas os nobres usam coisas como móveis e guloseimas para avaliar uns aos outros. Se um
aristocrata diminui a qualidade de seu estilo de vida, perde o respeito com seus pares.”
"E-é isso mesmo?"
“Você está quase terminando? Eu não tenho o dia todo. Eu gostaria de pedir que você
conclua, se você terminar.”
Em outras palavras, ele nos queria fora. Hora do verdadeiro show começar.
"Senhorita Claire."
"Estamos realmente fazendo isso...?"
"Sim. Definitivamente."
“Hmph. Tudo bem então." Claire soltou um grande suspiro, mas sua determinação
mostrou através.
Levantei-me e peguei uma caixa de comprimidos decorada com a insígnia de François.

“Abaixe-se! Abaixe-se! Você não vê esta crista?!”
Wedge olhou para mim, os olhos arregalados. “O-o que você está falando
cerca de…?"
“Com quem você pensa que está falando?! Você está na presença de Claire
François, filha do Ministro das Finanças!”
“Eu estou bem ciente—”
“Sim, ela da mais alta posição! Abaixe-se! Abaixe-se!”
Wedge, totalmente confuso, olhou para Lilly em busca de ajuda. — Por acaso você
entende o que é isso?
“Eu também não entendo…”
Suspirei. Eu suponho que nenhum deles tinha o quadro de referência para

entender minha impressão perfeita de Komon Mito.
"Senhorita Claire, Rae está bem?" perguntou Lilly.
"Eu não estava convencido disso, para dizer a verdade, mas Rae insistiu..."
Infelizmente, até Claire estava confusa. Que decepcionante.

“Bem, tanto faz,” eu disse. "Cunha, você montou suas contas, certo?"
"Com licença?"
“Quero dizer, você preparou os livros para fazer sua situação financeira parecer pior do
que realmente era para fins de relatório.”
Ele parecia atordoado. “Com base em que você faz essa acusação?!”
“Eu tenho seus registros fiscais, conforme fornecido anteriormente ao Mestre Rod. Os
números nestes livros diferem inteiramente.”
Wedge nos subestimou porque éramos meninas. Sua confiança anterior

provavelmente resultou da suposição de que não seríamos capazes de ler seu livro. Infelizmente
para ele, eu tinha sido um drone corporativo na minha vida anterior. Na verdade, eu havia
trabalhado no Departamento de Auditoria Financeira de uma empresa de comércio geral. Em uma
palavra, ler livros era minha especialidade. A vitrine acontecendo aqui era praticamente fofa em
comparação com os males corporativos desenfreados da Terra.
Eu não tinha calculadora comigo, mas no fim das contas, Lilly podia fazer cálculos mentais
aritmética em um piscar de olhos. Com ela ao meu lado, revisei o livro de cima para baixo.
E a senhorita Claire, você pode perguntar? Que habilidades ela trouxe para a mesa?
Ora, eu não poderia pedir a um anjo como ela para se incomodar com um trabalho tão mundano.
“O barão Thompson tem sonegado impostos”, eu disse. Ele embolsou a receita não
declarada; um método comum de emplumar o ninho. Anotei um número. “Isso deve ser sobre o
quanto ele deve. Combinado com a penalidade de pagamento insuficiente - é um pouco. Isso
arruinaria você.”
Quando lhe mostrei o número, o rosto de Wedge empalideceu. “C-como você pode provar
que meus registros fiscais não foram adulterados?!”
“Nós sempre poderíamos trazer Mestre Rod aqui.”
"Hah..." Isso o parou.
“Agora, então, Barão Thompson. Você se importaria de explicar?”

"Eu admito…"
Wedge abaixou a cabeça, desanimado, e nos contou tudo o que havia feito. EU

gravou sua confissão com a ferramenta mágica que o rei me deu.
"O que... você vai fazer comigo?"
“Vamos relatar nossas descobertas ao palácio, e você será interrogado.

Esteja preparado para o pior”, disse Claire. "Pelo menos, é isso que eu gostaria de dizer,
mas há uma chance de você ser perdoado, não é?"
Wedge se animou assim que Claire disse essas palavras.
“Não perdoado, Srta. Claire,” eu disse. “Ofereceu uma barganha.”
"Ah sim. Dependendo das circunstâncias, sua sentença pode ser reduzida.”
"Eu farei qualquer coisa! Eu te conto qualquer coisa!” Wedge mordeu a isca,
linha e chumbada.
“Rae, o que você queria perguntar a ele?”
"Certo. Os livros-razão incluem algumas entradas ambíguas que parecem

indicam pagamentos secretos feitos a nobres de alto escalão. Quem eram os
destinatários desses fundos?”
Claire assentiu e se virou para Wedge. “Para quem você canalizou dinheiro?”
"I-isso..."
"Você planeja deixar a Casa Thompson cair em ruínas no seu turno?"
“Conde Yale…” Wedge disse em tom de total rendição.
Em uma nota completamente não relacionada, interrogar

condescendentemente um homem poderoso que ela colocou de joelhos era uma boa
aparência para Claire. Tipo uma rainha má.
Agora, então.
Nossa estratégia era basicamente esta: investigaríamos os nobres menores

implicados pelo que Rod havia encontrado, oferecer-lhes barganhas em troca de
informações e usar isso para encontrar nossas próximas pistas. O conde Yale possuía
muito mais riqueza e influência do que o barão Thompson, o que nos aproximou um
passo de Dole e Salas.
"Obrigado por sua cooperação", disse Claire. “O palácio entrará em

contato com você com mais instruções. Vamos colocar uma boa palavra para você em
nome da redução de sua sentença.”

“Eu sou muito grato por sua generosidade, Srta. Claire,” Wedge disse de onde ele se
prostrou no chão diante de Claire. Seu ar arrogante e pomposo havia praticamente
desaparecido.
“E com isso, o caso está encerrado!” Eu disse feliz quando saímos.

“O que foi aquela farsa lá atrás?” Claire exigiu.
"Este?"
Como eu poderia explicar minhas referências à cultura pop?
"Há um monte de servos em uma mansão, certo?" Eu perguntei.

"De fato."
“Não podemos manter o pessoal quieto. Com alguém tão importante quanto a senhorita
Claire visitando e toda a comoção, as pessoas podem ter a impressão de que algo
desagradável estava acontecendo.”
"Eu vejo. Então você tinha uma razão.”
Bem, eu poderia ter tirado essa razão da minha bunda - eu só queria

para brincar com Claire.
***
Fizemos um bom progresso em nossa investigação depois disso, prendendo dez

nobres corruptos. Notícias de nossas atividades se espalharam rapidamente, e nobres com algo
a esconder correram para esconder documentos incriminatórios. No entanto, os livros não
podiam ser reescritos da noite para o dia, e também tínhamos as descobertas da investigação
que Rod vinha conduzindo há anos. Com minha habilidade de farejar fachadas, suas tentativas
de encobrir seus erros foram em vão, e Claire e Lilly começaram a ganhar popularidade entre os
plebeus devido ao seu trabalho derrubando nobres corruptos.
Foi quando ocorreu um problema.
“Ainda não encontramos nenhuma evidência que leve ao Mestre Dole ou ao meu
pai...” Lilly murmurou enquanto organizava documentos na sala privada que nos foi fornecida
pelo palácio.
Era verdade. Houve algumas vezes em que senti como se estivéssemos

quase lá, mas sempre acabamos a um passo. Dole e Salas estavam sendo muito
cuidadosos. Nós até ouvimos de um aristocrata de nível médio que eles tentaram suborná-lo,
mas não encontraram nenhuma evidência para apoiar essa afirmação.
“Isso não significa necessariamente que nossos pais são inocentes,” Claire disse
ironicamente.
Enquanto contemplávamos isso, nossos espíritos enfraquecendo por um momento,

a porta se abriu.
“Ei. Parece que você está trabalhando duro.”

“Vara Mestre…”
"Obrigada…"
"Uau. Parece que você está de mau humor, Claire.
“A investigação chegou a um beco sem saída.”
"Bem, eu imaginei isso." Como o responsável pela investigação

até sermos trazidos a bordo, Rod compreendia as dificuldades que enfrentávamos.
“E se você apenas mordesse a bala e falasse diretamente com Dole e Salas?”
“Mas não temos provas.”
“Nenhuma evidência definitiva, mas há algumas coisas circunstanciais. Além do mais,

se sua própria filha o confrontasse, talvez ele deixasse escapar alguma coisa?
Eu vi a lógica do argumento de Rod. Mais ao ponto, porém, nos faltou um pingo de

quaisquer outras idéias.
“Bem, vou deixar vocês decidirem por si mesmos,” Rod continuou. “Tenho meu próprio
trabalho a fazer.”
“M-Mestre Rod, no que você está trabalhando?” perguntou Lilly.
"Você ouviu os dois rumores que assolam a capital agora?"
“Oh, essas histórias absurdas,” Claire zombou de uma vez, mas eu não sabia do que
ele estava falando.
"Que rumores, Srta. Claire?"
“Rae, como você pode ser tão afiada e também tão cabeça de vento?”
Ah, como eu adorava quando ela me repreendia.
“O-um boato é sobre fantasmas raivosos. A outra é sobre o nascimento de Thane,”

Lilly ofereceu.
Claire explicou mais. “As pessoas têm dito que os espíritos de

as montanhas estão à espreita, procurando nobres corruptos para punir.
Provavelmente espalhado pelas massas em reação aos escândalos que trouxemos à luz.”
Oh aquilo. Isso me deixou um pouco nervoso, mas eu segurei.
“O outro boato é que Thane não é realmente filho do rei l'Ausseil.

Ugh... plebeus podem ser tão iludidos,” Claire disse com raiva.
Eu não sabia como ela se sentia atualmente, mas no jogo, ela começou a se apaixonar por
Thane. Devia ser enfurecedor ouvir as pessoas dizerem essas coisas sobre a pessoa de quem você
gostava.
"Deixando de lado os rumores sobre Thane", disse Rod, olhando

incomumente grave. “Houve de fato um incidente documentado dos espíritos da montanha atacando
com raiva.”
"R-realmente?"
“A Igreja Espiritual a chamou de Chama Tabu.”
"Oh, você quer dizer do Monte Sassal - o vulcão?"
"Isso mesmo."
Mencionei anteriormente que os banhos da Academia estavam ligados a uma fonte

termal. A capital estava localizada em uma área de atividade vulcânica, e o Monte Sassal era o
vulcão mais próximo da cidade.
“Mt. Sassal entrou em erupção há várias centenas de anos, durante uma época em que o
capital sofria de um descontrole desenfreado”, disse Rod. Aparentemente, a erupção causou
devastação na cidade. “Pessoalmente, não acho que corremos o risco de algo assim acontecer
novamente. Mas isso deixou as pessoas ansiosas, então estamos investigando.”
“E os rumores sobre o Mestre Thane?” Claire perguntou.
“Não posso comentar sobre isso. Se você quiser saber mais, vá perguntar a Thane.”
Rod disse, evasivamente. “Isso me lembra, Rae. Você já decidiu aceitar minha proposta?”
“Não, de jeito nenhum.”
“Rae!”

“Ah ah! Isso é bom. Eu não me importo que você jogue duro para conseguir.”
Eu queria perguntar a ele por que ele era tão imaturo para sua idade. “Estamos ocupados
agora, Mestre Rod, e você também. Por favor, pare de brincar.”
"Está bem, está bem. De qualquer forma, sobre os rumores, deixe-me saber se você ouvir
qualquer outra coisa de interesse. Até mais — disse Rod, movendo-se para sair.
“Espere um segundo, Mestre Rod,” eu disse.
"Huh? O que é isso?"
“Há uma pequena vila no sopé do Monte Sassal, certo?”
“Sim, existe.”
Eu sabia que ele saberia. Ele sabia tudo sobre a geografia do reino. A aldeia ficava
exatamente do lado oposto da montanha da capital.
“Aquela aldeia deveria ser evacuada.”
"Por que?"
“Se o vulcão entrar em erupção, eles estão bem no caminho da lava”, expliquei.
Rod acariciou o queixo. "Eu vejo o que você está dizendo, mas eu não acho que eles
vão concordar em ser evacuados por causa de um boato sobre erupções e espíritos raivosos."
"Eu suponho que sim…"
“Bem, eu vou dar uma olhada nisso. Até mais." Com outro aceno, Rod saiu da sala.
"Rae, você..."
“Pare, senhorita Claire. Lembre-se, decidimos colocar um alfinete na discussão sobre

casamento?
"Sim nós fizemos." Claire parecia querer dizer mais, mas ela segurou sua língua, respeitando
meu pedido. Ahhh amor verdadeiro!
Percebi que Lilly também estava em silêncio.
"O que foi, senhorita Lilly?"
Ela tinha um olhar muito sério em seu rosto. "B-bem... não é nada."

“Claramente não é nada. Você ficou pálida,” Claire disse.
“E-a Chama Tabu... me preocupa. Eu me pergunto... se o vulcão realmente entrará

em erupção...?”
“Não há como sabermos. Os espíritos da montanha estão além da compreensão

humana.”
“B-bem... pode ser, mas...” Lilly disse, “Em nossos registros, passado
erupções causaram danos terríveis. Não deveríamos nos preparar, de alguma forma?”
“Cardeal Lilly, a família real e os nobres têm planos para tais eventos,” Claire apontou
calmamente. “A capital armazena grãos em caso de colheitas ruins e mantemos tropas e
esquadrões de socorro em desastres prontos para serem mobilizados em caso de emergência.
Mesmo que o vulcão entre em erupção, muita coisa pode e será feita.”
Claire estava certa. No entanto, eu sabia que não seria suficiente.

Afinal... Eu também sabia que não teríamos muito tempo até o vulcão entrar em
erupção.
***
"Ei, não é o Mestre Thane?"
Quando finalmente decidimos encerrar o dia, vimos Thane no caminho

de volta. Ele ficou sozinho no pátio junto aos portões principais do palácio, de frente
para uma pintura da família real.
“Olá, Mestre Thane. O que te traz aqui?" Claire o cumprimentou em nome de todos
nós. Thane olhou sombriamente e então olhou de volta para a pintura.
"Eu estava apenas olhando para o retrato da minha mãe", disse ele.
Segui seu olhar até o retrato da ex-rainha Lulu.
“Lady Lulu era linda. Esta pintura não faz justiça a ela, no entanto.
Não captura a forma como sua beleza interior brilhava”, disse Claire.
Ela não estava falando apenas da boca para fora de Thane; a ex-rainha era realmente
requintada. Seu cabelo prateado brilhava e seus olhos vermelhos etéreos cativavam. Eu nunca

me atrevo a dizer algo tão impróprio em voz alta, é claro, mas ela me fez pensar em uma cortesã —
comovente e frágil.
O Reino Bauer ganhou estabilidade quando Lulu se tornou rainha,

e ela foi lembrada como a salvadora radiante do país. Ao contrário da rainha Riche, que
estava intimamente ligada à Igreja, Lulu vinha de uma origem alpeciana. Ela ajudou o Reino Bauer
a estabelecer uma aliança com os Alpes que lhes permitiu expulsar com sucesso o Império Nur.
“Minha mãe não era apenas bonita. Ela também foi gentil...” Thane disse tristemente,
sem tirar os olhos do retrato.
"Você a amava tão profundamente", disse Claire. Como filha de Dole, ela visitava o
castelo desde jovem e compartilhava memórias da ex-rainha.
"Sim, mas eu não me lembro muito bem dela..." Thane disse de uma forma auto-
depreciativa. A rainha Lulu não conseguiu se recuperar do nascimento de Thane, deixando-a de
cama. "Eu me pergunto... se ela me odiava?"
"Impossível. Que mãe poderia odiar seu próprio filho?”
“Mas a vida dela terminou prematuramente por minha causa. Em seus últimos anos, ela
mal conseguia sair da cama, muito menos ir aos eventos sociais que ela tanto amava.”
De acordo com o guia de personagens do jogo, a Rainha Lulu adorava

vida da sociedade, com suas festas e eventos. Ela estava em casa no palácio, cercada por
planos e tramas nobres. Thane entendeu que estar acamada a havia privado dessas alegrias
e, nesse sentido, seu sentimento era compreensível.
“Isso pode ser difícil para um homem entender, mas o filho de uma mulher é
sempre especial para ela,” Claire disse em uma tentativa de confortar Thane.
Infelizmente, ela estava apenas repetindo chavões. Eu sabia que algumas mães se viam incapazes
de amar seus filhos – não que eu fosse trazer essa verdade inconveniente na frente de Thane.
Não ficou claro se as palavras de Claire realmente proporcionaram algum conforto a Thane.
Ele continuou a olhar para o retrato de Lulu com sua expressão mal-humorada de sempre, e ficamos
em silêncio por um momento.
"M-Mestre Thane, acho que o que a Srta. Claire disse está correto." Lilly ofereceu
uma tábua de salvação. Ou talvez ela simplesmente não aguentasse mais o silêncio. “M

meu pai uma vez me disse que Lady Lulu amava os príncipes de uma maneira extraordinária.
— Salas disse isso?
Lilly assentiu.
“Ele disse que Lady Lulu adorava especialmente o Mestre Thane, porque você não
nasceu saudável.”
O parto de Thane foi difícil por várias razões. Lulu não acabou de cama; o príncipe
também nasceu prematuro e muitas vezes adoeceu quando criança.
“Parece que vocês podem não ter se entendido,” Claire disse. eu senti
da mesma forma, mas uma das pessoas envolvidas já havia falecido. A verdade foi perdida para
sempre.
Thane não respondeu. Ele normalmente era uma pessoa quieta, mas estava
especialmente quieto hoje. Espere um segundo…
“Mestre Thane, você está aqui por causa dos rumores que se espalham pela cidade?”
“Rae!”
"Huh? Ai…”
"Então, você ouviu eles também, hein?"
“Mestre Thane, por favor, não dê atenção aos rumores ociosos espalhados
por plebeus,” Claire disse com firmeza.
"S-sim isso mesmo!" Lilly entrou na conversa.
“Mas... o rei costuma estar distante de mim. Ele me trata de forma diferente do que
ele faz Rod e Yu.” A voz de Thane era plana e amarga. “Eu costumava pensar que era porque
eu não era digno do meu posto, mas se os rumores forem verdadeiros, isso explicaria muito.”
"Mestre Thane..." Claire disse cuidadosamente.

"Eu não posso... Não é como eu desabafar assim."
“Se você nos encontrar confidentes adequados, ficaremos felizes em ouvir.”
“Eu aprecio isso, mas no final, eu sou um príncipe. Alguém na linha do trono não pode se
comportar assim.”

“É dever dos súditos de um rei apoiá-lo,” Claire apontou.
“Sim... Se eu me tornasse rei, tenho certeza que você seria muito útil,
Clara.” Thane finalmente nos deu seu sorriso raro. Isso não acontecia com frequência, o que
tornava tudo ainda mais poderoso.
“Senhorita Claire, por que você está ficando com os olhos arregalados? Você esqueceu
que me tem?” Eu disse, sem filtro, provando-me novamente incapaz de ler a sala.
“O-olhos arregalados?! E o que você está sugerindo?!”
"Bem, você ficaria assim na sua metade perdida, certo?"

“É a primeira vez que ouço falar disso!”
"Vocês são todos pervertidos, muitos de vocês..."
“Cardeal Lilly, cale-se!”
"Eu sinto Muito!"
O clima sombrio evaporou quando gritamos um para o outro novamente.
“Ha ha… Ver vocês faz minhas preocupações parecerem bobas,” disse
Thane. “Desculpe se te causei preocupação. Eu vou ficar bem."
"Eu nem estava tão preocupado", eu retruquei.
“Rae!” Claire me repreendeu. “Mestre Thane, se houver algo que possamos fazer, por
favor, avise-nos.”
“E-eu não posso fazer muito, mas farei qualquer coisa que puder!”
"Obrigado", disse Thane e saiu.
Ele estava realmente bem? Eu me perguntei.
"Ele está realmente sofrendo", murmurei.
“Você é tão idiota! Se Mestre Thane não fosse uma pessoa tão gentil, sua cabeça
estaria no cepo agora.”
“Bem, eu não falaria assim com qualquer um. Ao contrário da senhorita Lilly,” eu disse,
fazendo o meu melhor para aliviar o clima.
“H-hein?!”
Sim, eu me preocupei com Thane, mas Claire veio primeiro. Eu tive que fazer tudo o que pude
para manter o clima leve, para que a Srta. Claire não ficasse tentada a esconder

os sentimentos dela.
Esse foi o caminho que escolhi.
***
Batemos em uma porta tão clara quanto a personalidade de seu dono.

"Bem-vindo. Por favor, insira."
“Desculpe-nos.”
Claire liderou o caminho, seguida por Lilly e eu. Estávamos visitando o escritório de
Salas Lilium, Chanceler do Reino Bauer. A primeira coisa que notei no escritório de Salas foi o
número infinito de itens de vidro soprado. Uma variedade decorava as prateleiras e sua mesa,
variando de pesos de papel a dispositivos estranhos e grandes construções de algum tipo.
“Isso é vidro soprado?”
“Não, é gelo”, disse Salas, sentado em sua mesa, escrevendo alguma coisa. “Não
derrete, cortesia da minha magia de gelo.”
De acordo com o material extra do jogo, Salas tinha aptidão média na magia do atributo
água. Não era muito bom em combate, mas eu li algo sobre sua especialidade ser mais no lado da
manipulação mental das coisas.
“É um passatempo. Não sou especialmente bom, mas às vezes as pessoas compram

meu trabalho, embora eles geralmente estejam mais interessados em quem o fez do que no
artesanato.” Salas riu. Ele estava sendo modesto; Vi algumas peças requintadas na coleção.
“Podemos pular as formalidades. Você está aqui porque sou suspeito de fraude, correto?
Salas não mostrou sinais de vergonha ou ansiedade. Na verdade, ele usava um sorriso.
Ele estava certo também. Decidimos aceitar a sugestão de Rod de tentar falar
com ele diretamente, embora não tivéssemos grandes esperanças de sucesso — em grande
parte porque já havíamos falhado em tentar a mesma coisa com Dole antes de virmos para cá.
“Claire, eu realmente pensei que você fosse mais esperta do que isso,” ele disse quando saímos
de seu escritório. Eu o conhecia como um mentiroso, mas a expressão de Claire era complicada,
para dizer o mínimo.
Ela permaneceu subjugada desde nosso encontro com Dole. Em vez disso, Lilly

tomou a iniciativa agora.
“P-Pai! Seja razoável!" ela repreendeu.
“Lilly, não tão alto. Que parte de mim está sendo irracional?” Salas perguntou,
com confiança de sobra. Ele se levantou lentamente de sua cadeira e parou diante de
nós três.
“T-houve testemunho de nobres amigos de você, padre.

Você pediu suborno a eles!”
"É assim mesmo? E onde estão as provas?”
“N-não se faça de bobo! Você sabe quantas pessoas testemunharam contra...”
"Então, você não tem nenhuma evidência?" A voz de Salas era suave,
mas poderosa.
"É…"
"Podemos revistar seus aposentos?" Eu perguntei.
“De nada, mas quaisquer documentos relacionados ao governo estão fora dos
limites.”
“Recebemos autoridade total para investigar.”
“Autoridade para realizar uma auditoria financeira , sim. Registros relacionados a

assuntos de governo só podem ser acessados por ordem da Câmara dos Lordes. Você não
está autorizado a visualizá-los.”
Eca. Ele sabia como nos encurralar – legalmente falando, pelo menos.
“Tudo o que você puder nos mostrar está bom, então,” eu disse. "Por favor, permita-
nos examinar seus livros."
"É claro."
Passamos algum tempo examinando seus livros, mas não importa o quão de perto
os examinemos, não encontramos nenhuma discrepância. Suas contas eram imaculadas
— repugnantemente.
"Podemos examinar esse cofre?" Um cofre de aparência sólida estava ao lado de sua mesa.
"Talvez você não. Contém informações confidenciais relativas a

governo e política externa”.

“Você espera que acreditemos nisso?”
“Se você não fizer isso, sinta-se à vontade para adquirir a permissão necessária para ver
esses documentos”.
Ele não se mexeu. Sem provas diretas que sugiram a culpa de Salas, nós
estavam sem munição por enquanto.
“Pai... estou magoada,” Lilly disse de repente quando estávamos prestes a sair.
“É verdade que não temos evidências reais, mas depois de todas as pesquisas que
fizemos, sabemos. Sabemos que você se comportou de forma corrupta.”
“Isso é o que você pode chamar de falsa acusação.”
“Não importa como você nos engane, você não pode enganar os olhos dos
espíritos. Eventualmente, você será julgado. Vou rezar para que você seja capaz de
confessar seus crimes antes que isso aconteça, padre.
"Lilly..."
"Adeus." Lilly começou a sair da sala, e nós a seguimos.
“Espere,” Salas chamou. “Lilly, espero que você se lembre de uma coisa.”
Ela olhou de volta para ele, sem saber o que esperar.
“A oração sozinha não leva a nada. Se você deseja ter sucesso, você deve obter
suas mãos sujas.”
— Foi isso que você fez, pai?
“Algo do tipo. Mas... Salas hesitou. "Lilly... você é uma criança lamentável."
Eu não entenderia seu significado até que fosse tarde demais.
***
“No final, acabou exatamente como Rod disse que seria”, disse Claire.
taciturno. Ela estava certa; era como cortar o rabo de um lagarto. “É tão frustrante
chegar tão longe e ainda não ter provas…”
"Eu sinto o mesmo."

Claire e Lilly eram ambas pessoas sérias com pais que estavam começando a aceitar,
cometendo crimes. Não admira que estivessem ansiosos.
"Não é como se estivéssemos sem pistas", eu disse, e ambos olharam para mim.
"Você quer dizer outros nobres?"
"Não." Nunca pegaríamos Dole e Salas assim. Eu já sabia disso de fato. E eu também
sabia o que precisávamos fazer. “Acho que devemos tentar chegar à Resistência.”
"A resistência?" Claire repetiu.
Lilly ficou em silêncio.
Ambos me olharam interrogativamente.
“A Resistência, ou em outras palavras, revolucionários.”
Ambos os rostos ficaram brancos enquanto eles olhavam para mim, atordoados. Claire e
Lilly pertenciam à classe privilegiada. Quaisquer revolucionários eram seus inimigos naturais.
"Você ficou maluco?! Não posso me envolver com essas pessoas!” exclamou Claire.
“E-eu concordo!”
“Então esperem aqui, vocês dois. Eu vou sozinho.”
“Você é parte da minha casa! Você realmente acha que os revolucionários

encontraria com você, sabendo disso?!”
“Sim, eu quero,” eu disse. Claire parecia querer mais explicações, mas eu balancei minha
cabeça. “De qualquer forma, deixe o resto comigo.”
“Você não pode! Eu não vou te perdoar!”

"É muito perigoso! E se acontecer alguma coisa?!”
"Eu vou ficar bem", eu disse, mas eu poderia dizer que ela não estava convencida. O
que deu nela? “Bem, que tal isso? Vamos à Resistência com o objetivo de negociar formas de
evitar a violência no futuro. Podemos discutir a corrupção entre a nobreza enquanto estivermos
lá.”
“Essas pessoas são capazes de uma conversa civilizada?”

“Eu não acho que precisamos nos preocupar com eles nos sequestrando. Eles ainda são um
pequena organização, e a verdadeira revolução ainda é um sonho distante.”
Claire não respondeu, então continuei.
“Podemos estar ligados à nobreza, mas também estamos trabalhando para

responsabilizar nobres corruptos por seus crimes. Não acho que a Resistência se recusará a
falar conosco.”
"E-então você acha que essas pessoas têm provas de que nossos pais são corruptos?"
Lilly, ao contrário de Claire, parecia interessada no plano.
“Cardeal Lilly, ainda não temos certeza se nossos pais são culpados...”
“Eu vou garantir isso. Eles estão definitivamente envolvidos,” eu disse.
"Como você pode ter tanta certeza?"
“Sinto muito, Srta. Claire. Não posso explicar por que, ainda não.”
“Rae!”
“Senhorita Claire, vamos confiar em Rae.”
"Cardeal Lilly... você..."
“Meu próprio pai disse isso. Se você quer ter sucesso, precisa sujar as mãos”, disse
Lilly. Ela soltou uma risada forçada. “Embora eu não saiba por que ele me chamou de
lamentável... eu quero que meu pai pague por seus crimes. Se ele não puder se render por
conta própria, então encontrarei as evidências.”
Todos seriam julgados por seus crimes, eventualmente.
***
Nos encontramos em uma favela a uma curta distância da capital. Dois

homens robustos estavam diante da entrada de um prédio em ruínas.
Claire, Lilly e eu observamos de longe.
“Tem certeza de que não quer voltar?” Claire perguntou.
“Já chegamos até aqui.”
“S-sim, isso mesmo. Temos até disfarces”, disse Lilly.
Nós trocamos nossos uniformes escolares. Estávamos confiantes de que

poderíamos nos defender se tivéssemos que fazê-lo, mas não queríamos que a Resistência
desconfiasse de nós se causássemos uma comoção. Então, nós vestimos roupas de camponesas
– roupas bem velhas, por sinal. Também tínhamos capuzes cobrindo nossos olhos para tornar
nossa idade menos óbvia.
"OK, vamos lá."
"Espere, Rae... Ugh."
"V-Vamos, senhorita Claire."
Começamos a nos aproximar do prédio, determinados.
"Com licença." Chamei os homens no portão, que nos olharam desconfiados.

De perto, um era alto e brandia uma espada na cintura. O outro era baixo e robusto, e segurava
algo que parecia um machado. Ambos pareciam bem versados em conflito.
"O que é isso?"
“Não são permitidas crianças aqui.”
"Temos negócios com o chefe", eu disse. "Isto é uma emergência."
“Eu te disse, crianças não são permitidas. Vá para casa,” o alto disse ameaçadoramente.
Hmph. Acho que não conseguiríamos entrar pela porta da frente. Mas eu tinha um truque
ou dois na manga.
“Como estão os irmãos Luster?” Eu perguntei.
"Você... Onde você ouviu esse nome?!" O rosto do guarda de repente ficou branco.
“Você vai nos deixar ver Arla?”
Os guardas ficaram quietos por um momento.
"Ei, como eles sabem a na- do chefe-"
"Cale-se. Garanta que essas crianças fiquem paradas. Vou perguntar ao chefe,” o guarda
alto disse e então desapareceu dentro do prédio.
“Ei, Rae, o que está acontecendo? Você já conheceu essas pessoas antes?”
"Não."
"Então, como você pode simplesmente recitar seus nomes?"
"Senhorita Claire, às vezes as mulheres têm segredos."

“Não é hora para piadas—”
O guarda voltou. “O chefe vai vê-lo. Digitar."
"Muito obrigado."
No momento em que passamos pelo portão, ele se trancou atrás de nós.
"Ei!" Claire chorou.
"Senhorita Claire, está tudo bem."
"Mas!"
"Por favor, confie em mim."
"Eu... eu vou."
Claire não parecia feliz com nada disso, mas ela me ouviu, pelo menos por
enquanto. Ela parecia pronta para explodir a qualquer momento. Eu tinha que ser cuidadoso
em mais de uma maneira.
O interior do edifício mostrou-se mais limpo e organizado do que qualquer um

poderia imaginar ao ver seu exterior. Mobilado apenas com o mínimo em termos de
mobiliário, ainda atendia ao padrão das cidades plebeias. Seguimos para o corredor do
portão e depois para a sala mais distante dos fundos.
“Chefe, são eles.”

"Obrigado."
Uma mulher alta com cabelo loiro escuro e solto se virou para nós.
Seu rosto — na verdade, todo o corpo — estava coberto de cicatrizes de queimaduras.
"Há muito que eu quero perguntar a você, mas primeiro, vamos tirar seus capuzes",
disse ela com um sorriso fino. Essa mulher queimada era Arla Luster.
Ela nos encarou com olhos gélidos, e até Claire, geralmente despreocupada, encolheu um
pouco sob a pressão.
Quando fizemos o que nos disseram e removemos nossos capuzes, a

expressão de Arla mudou ligeiramente. “Você entende onde você está?”
“A ala direita do Movimento do Plebeu,” eu disse. "Nós sabemos disso

é a sede da Resistência.”
"Onde você ouviu isso?" Arla perguntou, achando graça.

“De ninguém. Por favor, tenha certeza de que nenhum de seus membros o traiu.”
“Você espera que eu acredite nisso?”
“Eu preciso que você acredite em mim, Arla Manuel.”
No segundo em que disse isso, senti uma pequena dor na garganta.
“Rae?!” Claire e Lilly choraram em uníssono.
Ambos sacaram suas varinhas mágicas, e eu levantei minhas mãos para detê-los.
Uma espada apareceu; sua ponta pressionada contra meu pescoço. Arla havia se movido tão
rápido que eu nem a tinha visto sacar sua arma.
"Você... Por que você sabe o nome da minha família?" Ela estava nervosa,
agora. Eu poderia dizer.
“Eu não posso te dizer isso. No entanto, eu sei quase tudo sobre você.
Eu sei o que você está fazendo e o que você vai fazer.”
“Se você sabe tanto, você acha que vai sair daqui
vivo? Você tem um desejo de morte?”
"Não. Viemos propor uma transação.”

“Uma transação?”
“Você pode, por favor, abaixar sua espada? Dificulta a fala”.
Com isso, Arla me encarou, cautelosa, por algum tempo, mas ela finalmente soltou um
suspiro profundo e baixou a espada.
“Eu vou ouvir o que você tem a dizer. Depois disso, vou decidir se deixo ou não você
viver.”
"Muito obrigado."
Consegui levar Arla à mesa de negociação. Mas a parte difícil

ainda estava por vir.
“Eu sei que você está carente de financiamento para suas atividades,” eu disse. “Eu lhe
darei dois milhões de ouro.”
"Oh sério? E onde você vai adquirir esses fundos?”
“Você não precisa se preocupar com a fonte. Em troca, eu quero que você me diga
onde posso encontrar provas de infidelidade entre a falecida rainha Lulu e

Chanceler Salas”.
"O que você está…? Quanto você sabe?"
“Como eu disse, eu sei quase tudo.”

“Infidelidade entre m-meu pai e a falecida rainha?! O que você está dizendo,
Rae?!” Lilly gritou, incapaz de se conter.
"Bem, bem, bem. Então, você é o Cardeal Lilly? Isso deve significar que você
é Rae Taylor, correto?” Arla sorriu, como se dissesse “peguei”.
“Poupe-nos da atuação pobre,” eu disse. “Você sabia exatamente quem éramos no
momento em que removemos nossos capuzes.”
Arla estalou a língua quando eu a chamei de blefe.
“E dona Lilly,” eu disse. “Receio que o Mestre Salas teve um caso com a
falecida rainha. O resultado desse caso foi Mestre Thane.”
"O... o-o?!"
Em outras palavras, os rumores sobre Thane eram verdadeiros. Ele era filho de
a falecida rainha Lulu e Salas, tornando ele e Lilly meio-irmãos. A prova? Salas,
Thane e Lilly compartilhavam cabelos prateados e olhos vermelhos.
"Você descobriu isso sem qualquer evidência?"
"Sim. Mas você sabe onde está essa evidência, não sabe, Arla?
"Porque você pensaria isso?"

“Porque você começou o boato se espalhando pelas ruas sobre o Mestre
Thane.”
"Parece que você realmente sabe tudo..." Arla riu, levantando

ambos os braços como em rendição. "Isso significa que você também sabe quem eu sou?"
"Sim."
"Vamos ouvir isso."
“Você é Arla Manuel, a filha primogênita do ex-Conde Manuel, ex-atendente do

Mestre Salas”, eu disse.
A única resposta de Arla foi uma risada irônica.

“Explique-se, Rae,” Claire exigiu.
"Eu-eu também quero saber."

"Você gostaria de explicar, Arla?"
"Não. Eu responderei a quaisquer perguntas que você possa ter, mas você é quem fala.”
“Muito bem, então,” eu disse. “Em primeiro lugar, como acabei de dizer, esta
é Arla Manuel. Ela é filha do Conde Manuel, que era um confidente próximo de Salas.
"Você quer dizer o conde que faliu cerca de dez anos atrás?"
"V-você sabe disso, Srta. Claire?"
"Claro", disse Claire. “Eu sou um nobre. Fazemos questão de conhecer as fortunas
e poderes de outras famílias nobres.”
"R-realmente?"
Claire e Lilly pertenciam à nobreza, mas a diferença entre aristocratas puro-

sangue e nobreza eclesiástica sempre acabava ficando evidente.
“O Conde Manuel era bem conhecido e querido,” Claire continuou.

“Meu pai disse que ele era conhecido pela honestidade em seus negócios.”
“E-então por que tal pessoa faliu?”
“Assim como as pessoas que estamos investigando, ele foi encontrado

usando práticas contábeis obscuras.”
“Você chama isso de contabilidade obscura?!” Arla gritou. A julgar por sua
expressão, ela imediatamente se arrependeu.
Claire pareceu surpresa com a explosão de Arla, mas ela continuou. “Quando a
corrupção do Conde Manuel veio à tona, causou um grande escândalo. Ninguém podia
acreditar.”
“Na verdade”, eu disse, “o Mestre Salas incriminou o Conde. Salas o fez

tome a queda para se proteger - fez dele um dos rabos do lagarto, se você quiser.
“M-mas por que a filha de um ex-nobre está trabalhando com, hum, a Resistência?”
“Ódio por Salas e, por extensão, toda a aristocracia, talvez?” Olhei para Arla.
"Isso mesmo", ela respondeu em voz baixa. “Meu pai era gentil

e homem honesto, e os outros nobres sabiam disso. E, no entanto, eles o abandonaram na

palavra de Salas. Tal mundo não deveria existir.”
— Foi quando você se decidiu, Arla? Eu perguntei.
Ela assentiu lentamente.
"A vingança não vai resolver nada", disse Claire.
“Você está falando por experiência, garota? Eu não me importo com a revolução.
A única coisa que eu quero é ver as ruas ficarem vermelhas com sangue nobre,” Arla
disse com uma risada fria.
“Tenho certeza que pareço ingênuo para você. Mas não vou desistir dos meus ideais”,
Claire declarou.
Claire e Arla estavam certas – e ambas erradas. O mundo

não era preto e branco, apenas tons de cinza. Mesmo assim, a sede de vingança por si só
não impulsionaria a Resistência ao sucesso.
“Onde está Irvine?” Eu perguntei.
“Você conhece meu irmão também? Ele está levantando fundos hoje. Precisamos de
mais dinheiro”.
O irmão mais novo de Arla, Irvine, supervisionava as finanças da Resistência. Se Arla

deu ao movimento o coração e a alma, Irvine deu-lhe um cérebro. Juntos, os irmãos acabariam
sendo a faísca que acendeu a revolução.
“Vamos voltar aos trilhos,” eu disse. “Acho que seu pai lhe disse onde encontrar provas
da infidelidade de Salas, Arla. Que tal isso?"
Esta era a pergunta que eu vim aqui fazer. Em uma rota do jogo, o protagonista
investigou Salas em busca de provas de corrupção, assim como estávamos fazendo agora, mas
a natureza exata da prova que você poderia adquirir era aleatória de uma execução para outra.
As variáveis só travaram depois que o jogador teve essa conversa com a Resistência.
“Dinheiro primeiro. Não vou falar até ver o dinheiro.
“Eu garanto que você vai conseguir o dinheiro. Vou transferi-lo de XX da maneira
usual.”
“Você é XX?!”
XX era um patrono misterioso de quem Irvine recebia regularmente grandes

doações. A verdadeira identidade deles era – não eu, na verdade. eu vou chegar a isso

mais tarde, embora você possa ter descoberto ao ouvir o nome de Irvine.
"Não, eu disse. “Mas eles são meus amigos.”
"Se você é realmente um amigo de XX... eu vou te dizer." Arla suspirou. "Eu acredito
está no cofre do escritório dele. No entanto, ninguém pode abrir esse cofre, exceto Salas.” Ela
riu, como se nos dissesse que acabamos de perder nosso tempo.
"No cofre?" Eu disse. "Muito obrigado."
“E-espere um segundo! Então você sabe que está no cofre, mas não sabe como abri-lo?
Claire se opôs.
"E-então estamos de volta onde começamos?" acrescentou Lilly.
"Não, eu disse. “Isso é tudo que precisamos.”
“Espere, Rae! Tem certeza?!"
“Está tudo bem, Srta. Claire. Desde que saibamos que a evidência está lá, nós
pode descobrir.”
"Você está me pedindo para confiar em você de novo?"
"Sim. Espero ter lhe dado motivos suficientes para fazê-lo.
Nós terminamos aqui. Claire parecia prestes a explodir, e Lilly parecia

assustados, mas precisávamos nos despedir de Arla e ir embora.
Quando nos viramos para ir embora, Arla me chamou. “Rae Taylor, você não está
interessada em se juntar à Resistência?”
"Ridículo! Como você pode fazer uma pergunta dessas? A resposta é não!"
Claire explodiu.
“Eu estava perguntando a Rae Taylor”, respondeu Arla.
“Eu falo por Rae!”
“Acalme-se, Srta. Claire. Vamos ter essa discussão em um lugar e hora melhores,” eu
acalmei.
“Isso não é uma piada!” Claire parecia ter mais a dizer, mas eu me virei para Arla.
“Minha resposta é não.”
"E por que isto? Ser adotado por nobres fez você adquirir um
gosto pelo luxo?”

"De jeito nenhum."
“Nesse caso...” Arla começou.
Eu levantei minha mão para pará-la no meio da frase. “Tudo de mim pertence à
senhorita Claire. Se Claire decidir se juntar à revolução, vou reconsiderar.
“Rae...” Claire sorriu, aliviada. Eu queria abraçá-la.
"Entendo... Você pode se arrepender disso", disse Arla.
"Eu não vou."
Despedimo-nos e saímos do esconderijo da Resistência. Claire e Lilly

parecia desanimado, provavelmente ainda vendo isso como outro beco sem saída, mas
eu sabia que tínhamos muito a fazer. Sabíamos onde encontrar as provas. Hora do próximo
passo.
Tudo estava indo conforme o planejado.
***
"Vocês de novo?"
Entramos no gabinete do chanceler para encontrar Salas em uma reunião com

um subordinado e um homem que parecia ser um soldado. A sala, cheia de esculturas de
vidro, também incluía quatro pessoas em armaduras, que ficaram olhando para nós. Os
emblemas em suas armaduras os identificavam como pertencentes não ao exército imperial,
mas à guarda pessoal de Salas.
“Estou em uma reunião agora. Se você tem negócios comigo, por favor, marque
um horário e volte naquele horário”, disse Salas, tentando nos enxotar.
“Devemos falar com você sobre o assunto do outro dia. Você faria bem em
mandar esses companheiros embora. Eu não estava recuando. Claire e Lilly olhavam com
rostos preocupados.
“Não temos mais nada a discutir.”
“Pelo contrário, recebemos novas provas do filho de

Conde Manoel.
O rosto de Salas mudou no momento em que ouviu aquele nome.

"Vou dizer de novo", repeti. “Por favor, limpe a sala.”
Salas soltou um grande suspiro. Ele ordenou que os soldados saíssem, fazendo um grande
show de ser colocado para fora, mas eu não fui enganado. Eu vi o flash afiado em seus olhos.
Uma vez que a sala estava limpa, exceto para nós quatro, ele se sentou, colocou os cotovelos
sobre a mesa e juntou as mãos na clássica pose de gênio do mal.
"E? O que você vai dizer desta vez? Que sou corrupto?” ele perguntou.
“Você, mestre Salas, é suspeito de infidelidade com a falecida rainha Lulu.”
"Ridículo."
"Você manipulou a rainha, então usou seu caso para ameaçá-la."
— E como você acha que eu fiz isso?
"Com isso." Peguei a ferramenta de gravação mágica que o rei me deu.

“Vocês se gravaram sendo íntimos de uma ferramenta mágica exatamente como esta.
Então você usou isso contra ela.
“Por que eu faria algo tão tolo? Eu não estou tão ansioso para
me arruinar.” O sorriso confiante de Salas nunca vacilou.
“Na época, você era um jovem nobre de status mediano. A rainha arriscou perder
muito mais do que você. Mas, mais do que isso... Lady Lulu estava apaixonada por você.
Salas ascendeu à sua posição atual graças ao total apoio do

falecida rainha. Não havia dúvida de que ele estava à altura da tarefa politicamente, mas
um nobre de nível médio não se tornou chanceler de toda a nação por conta própria.
vapor.
“Você realmente tem uma imaginação ativa, não é? Vou fazer a mesma pergunta que
fiz da última vez. Você tem provas?”
Era aqui que eu o pegaria.
"Sim eu quero."
"Oh. E onde é isso?"
"No seu cofre, bem ali."
Salas ergueu a sobrancelha direita.

“Você ameaçou a falecida rainha para ganhar sua posição. Mas depois que a rainha faleceu,
a chantagem que você fez se tornou uma arma contra você mesmo.
Então você o manteve escondido no cofre.
“Você não está fazendo sentido. Mesmo se eu tivesse um caso, teria destruído as provas
logo após a morte de Lady Lulu.
Um ponto digno. No entanto— “A
ferramenta mágica que você usou para gravar seu material de chantagem é
extremamente raro; eles geralmente só podem ser adquiridos com permissão do
governo. Você, por outro lado, conseguiu o seu no mercado negro.”
“Se a ferramenta é contrabando, é mais uma razão para destruí-la.”
"Não. Você usou a mesma ferramenta mágica para registrar vários negócios políticos
que são importantes para você pessoalmente. É por isso que você não vai destruí-lo, apesar de
seu relacionamento com a falecida rainha.”
O rei me disse que as gravações feitas pela ferramenta mágica não podiam
ser duplicado ou reproduzido. Isso também significava que o Salas não podia transferir certas
gravações para uma ferramenta diferente.
“Acusações falsas”, disse Salas.
"É assim mesmo? Nesse caso, deixe-me investigar seu cofre.
“Quantas vezes você vai me fazer dizer isso? Este cofre contém segredos importantes
sobre o governo e a política externa. Se você quiser pesquisá-lo, precisará de permissão da Câmara
dos Lordes.
“Mas isso não vai acontecer, não é? Você tem sujeira em praticamente todos os
membros da Casa.
“Eles não vão atender seu pedido, é verdade, mas não porque eu tenha
chantageou -os simplesmente porque suas acusações são infundadas e incoerentes.
Salas riu em triunfo.
Mas eu não tinha terminado. “É por isso que decidi invocar a Prerrogativa Real.”
O rosto de Salas de repente ficou branco. "E-a Prerrogativa Real?"
“Você sabe o que é isso, certo? Um poder especial que o rei pode invocar para anular a
Câmara dos Lordes.”
Ele ficou em silêncio. Eu continuei.

“A Prerrogativa Real nos permitirá abrir esse cofre. Quando isso acontece, você
está acabado.”
A expressão de Salas era sombria. “O rei não pode invocar imprudentemente

algo tão significativo quanto a Prerrogativa Real. Você realmente acha que ele vai arriscar
sem garantia de encontrar alguma coisa?”
“Eu darei essa garantia.”
“Atrevo-me a perguntar?” Salas não tinha mais sua expressão confiante, mas
ainda não estava recuando.
Era isso.
“'Lady Lulu, isso está errado'” , comecei a recitar. “'Eu sei, Salas. Mas eu vou
bravo inferno se isso significa estar com você.'”
Claire e Lilly tinham expressões duvidosas. O rosto de Salas se expressou

nada além de choque.
“'Nós somos pecadores... mas seremos pecadores juntos.' — Ah, Salas. Meu amor…'
Devo continuar?”
"Você..." Salas rosnou. O intelectual e refinado cavalheiro havia desaparecido,

deixando para trás apenas um criminoso encurralado.
“Acabei de recitar o início da conversa gravada em sua ferramenta mágica. Eu

ficaria feliz em recitar a coisa toda. Que tal isso?"
"Você, por que…?"
“Isso não importa. O que importa é que são detalhes suficientes para persuadir
o rei. Agora, Salas, o que você gostaria de fazer? Recomendo entregar-se.”
O chanceler não disse nada, seu rosto contorcido de medo. Ele provavelmente
estava passando por cenários em sua mente, tentando pensar em uma maneira de evitar a
prisão. No entanto, eu sabia o que ele faria em seguida.
Finalmente, seu rosto distorceu. “Se meus crimes se tornarem públicos, House
François vai descer comigo.
***

"Huh?" Claire se assustou com a inesperada menção de sua família.
“Minha ferramenta contém gravações que comprovam a corrupção da Dole. Você não se
importa com o que acontece com o nome François?
“N-bobagem! Meu pai nunca...
“Menina doce e ingênua. Ele criou você como uma princesa, cega para sua verdadeira
natureza.”
"Eu não vou tolerar você insultar meu pai!" Claire parecia pronta para atacar fisicamente
Salas.
"Senhorita Claire, por favor, acalme-se", eu tentei.
"Acalmar?! Você está dizendo que realmente aceita o que Salas está dizendo?!”
“Não estou aceitando. Mas Salas está dizendo a verdade.”
"O-o que você disse...?"
“Você pode provar isso para nós?” Eu disse a Salas. “Que você tenha claro
evidência da corrupção da Dole?”
"Por que não?" Salas disse, levantando-se de sua mesa e movendo-se em direção ao
seguro. Ele destrancou, escondendo o mostrador de nós com seu corpo, e tirou uma ferramenta
mágica como a minha, mas mais desgastada com a idade.
Ele ativou a ferramenta com poder mágico.
— Isso é tudo o que salpicou este mês?
— Sinto muito, Mestre Dole. O inspetor tem respirado no meu pescoço ultimamente.
—Heh, claro que tem. Eu sei que você está embolsando alguns você mesmo.
—Você está recebendo vários subornos de outros nobres também, não é?

você, Mestre Dole?
— Não fale tão descuidadamente. Eu simplesmente recebo contribuições daqueles

que desejam compartilhar.
-Oh, é assim? Nesse caso, gostaria de interromper minhas doações.
-É claro. Você pode deixar de ser um nobre de alto escalão, enquanto estiver em
isto.

— Eu não posso ter isso. Então, eu acho que isso é um suborno?
— Pense nisso como quiser.
"É o bastante!" Claire gritou.

“E-eu não podia acreditar. Eu não queria acreditar... Mas... Mas!
Abracei Claire quando a dor a superou. Meu peito se apertou em solidariedade.
"Bem, então, vamos negociar?" Salas tinha-nos onde queria. "Se você
não deseje que os crimes de Dole sejam tornados públicos, vou precisar que você cale a boca.
“Senhorita Lilly e eu não somos membros da família François,” eu disse.
“Você realmente não deveria tentar bancar o burro. Eu sei exatamente que
relacionamento você e Claire compartilham. Você não vai pendurá-la para secar.”
Eu não respondi. Ele estava certo o suficiente. Não adianta discutir de volta.
"E-mesmo que eles não façam, eu posso registrar uma queixa contra você, pai!"
“Não, você não pode. Você não."

"Eu eu consigo!"
"Não, você não pode", insistiu Salas. Ele estava insinuando algo, embora eu não tivesse
certeza do quê. "Agora, o que você diz?"
Ele olhou para nós, esperando por uma resposta. Comecei a abrir a boca.
"A resposta é não!" Claire explodiu.
Eu estava chocado para o meu núcleo. "Senhorita Claire..."
“Se meu pai está envolvido em algo ilegal, não posso ficar parado. Na verdade,
Eu serei a única a relatar seus crimes ao rei,” Claire disse. Seus olhos se encheram de
lágrimas, mas elas brilharam. Esta era a verdadeira Claire.
"Idiota... Você derrubaria sua própria casa?"
“Um aristocrata deve governar-se com mais rigor. Nobres corruptos não são
melhor do que os parasitas que o Movimento dos Comuns os chama!” Claire permaneceu
destemida.
Salas parecia completamente surpreso. Embora ambos fossem

aristocratas, eram tão diferentes quanto a noite e o dia.
“Salas Lilium,” disse Claire, “se você é um verdadeiro nobre, então renuncie.”
“Não, acho que não”, Salas balançou a cabeça. "Você tem alguma ideia
o que eu passei para chegar aqui? Não vou deixar minha família cair agora.”
Aquele brilho perigoso reapareceu em seus olhos. Claire e Lilly

se prepararam.
"Ok, tudo bem", eu disse, quebrando a tensão. “Vamos guardar para nós mesmos.”
“Rae?! O que você está dizendo?!"
"Senhorita Claire... me desculpe." Eu coloquei meu dedo em sua testa, e ela desmaiou.
“R-Rae?!” Lilly chorou.
"Está bem. Ela está apenas dormindo.” Era o mesmo feitiço que eu tinha usado nela
durante a invasão da Academia pelo Movimento dos Comuns.
“Hmph. Pelo menos você entende como as coisas funcionam”, disse Salas.
"Eu não concordo com você nem um pouco, mas minha prioridade é a Srta. Claire."
"Eu me pergunto", Salas riu, aparentemente satisfeito com a minha resposta. "Então, nós
concordamos em segurar nossas línguas mutuamente?"
"Sim."
"E você pode convencer Claire?"

“Deixe isso comigo.”
“Hmph.” Salas parecia ter dúvidas, mas não disse mais nada.
“Estou decepcionado com você, Rae!” Lilly me repreendeu. "De todas as pessoas, eu
nunca pensei que você... eu nunca pensei que você diria algo assim!"
Eu não deveria ter ficado surpreso com isso, e externamente, não fiquei. Para Lilly, a
quem as pessoas chamavam de santa, que carregava fortes convicções morais nascidas de sua fé
— minhas ações eram completamente inaceitáveis. No entanto, internamente, eu estava confuso. Eu
tinha esquecido de planejar as objeções de Lilly.
"Ahh, por favor, não se preocupe", disse Salas. “Lilly não pode fazer nada para parar
nós."

“Você convence Claire. Eu vou cuidar de Lilly.
Eu realmente não entendi, mas também não poderia insistir no assunto—

Lilly voou para fora da sala antes que eu tivesse a chance de dizer outra palavra.
“Tem certeza que ela está bem?”
“Eu garanto. Eu prometo a você que ela não pode fazer nada. eu não vou deixar
sua."
Bem, se Lilly falasse, Salas enfrentava o maior perigo, então ele provavelmente estava
certo. Eu tinha que confiar nele por agora, por mais que me deixasse doente pensar nisso.
“Então, nosso acordo está completo?” Salas estendeu a mão.
“Eu não tenho intenção de conspirar com você.”
"É assim mesmo?" Ele sorriu maliciosamente, e meu desgosto cresceu.
“Eu tenho um conselho para você,” eu disse.

"O que é isso?"
“Seu dispositivo de gravação desaparecerá do seu cofre esta noite.”
“Você não está fazendo sentido de novo.”
"Você tem razão. Cabe a você se você quer acreditar em mim ou não.”
"Oh, é assim?"
"Isso é tudo. Adeus."
Peguei a Claire adormecida e saí do quarto.
Convencer Claire? Impossível.
***
“O que você fez, Rae?!” Claire gritou no segundo que ela acordou
em seu dormitório na Academia.
"Acalme-se, senhorita Claire."
“Como vou me acalmar?! Eu não posso simplesmente deixar isso pra lá! Como você
pode se chamar de meu parceiro?!”

Normalmente, eu a teria provocado por essa escolha de palavras, mas isso não era
A Hora. Eu já estava em gelo fino; Eu precisava explicar, e rápido.
“Senhorita Claire, eu não vou deixar nada passar. Pretendo fazer com que Salas e Dole
paguem por seus crimes.”
"Huh?" O tom de Claire suavizou como se ela nunca tivesse ficado zangada com
eu em primeiro lugar. “M-mas Salas te convenceu…”
“Eu só estava fingindo. Eu tinha outro objetivo.”
"Objetivo?" O rosto de Claire estava cheio de perguntas.
"Sim. Mas, mais importante, preciso que você me ajude a encontrar a senhorita Lilly.
“Cardeal Lilly? O que aconteceu com ela?"
“Foi minha culpa por não explicar meus planos para ela de antemão. Ela
acha que aceitei os termos de Salas, assim como você. Ela fugiu."
“Que bagunça,” Claire suspirou. "Você deveria ter nos contado o que estava planejando..."
“De qualquer forma, precisamos encontrá-la,” eu disse.
"Tudo bem então. Vamos nos separar.”
"Não. É muito perigoso fazer isso agora.”
"Perigoso?"
"Desculpe, Claire... acho que não tenho tempo para explicar."
Agarrei o braço de Claire e a puxei para fora da cama, colocando meu corpo entre ela e
a janela.
"Por favor, me proteja, Srta. Claire."
"Huh?!"
Houve um pequeno som quando a janela se destrancou. Finalmente percebendo o

que estava acontecendo, Claire sacou sua varinha mágica e se preparou. A janela se abriu
silenciosamente e seis homens entraram.
"Quem são eles?!"
“Os assassinos de Salas.”
Provavelmente alguns deles eram membros da guarda pessoal que vimos em seu escritório,
embora agora não usassem armaduras nem emblemas. Os corpos deles

estavam envoltos em panos pretos e máscaras brancas cobriam seus rostos.
Eu não era a única que fingia estar convencida. Salas tinha

nunca pretendeu comprar nosso silêncio.
“Um verdadeiro esquadrão, hein?”
“Um o quê?”
“Quero dizer, eles farão o que for preciso para nos silenciar.”
“Sim, isso provavelmente é verdade,” Claire assentiu, segurando sua varinha e

encarando os homens. "Vamos fazer isso. Eu sou Claire François. Eu não vou correr nem vou
oi—”
“Aiee! Assassinos!” Eu gritei, interrompendo seu monólogo.
Eu conhecia essa cena de jogar o jogo. O personagem principal luta contra o

assassinos com seu interesse amoroso ao seu lado, o que sempre me fez pensar por que ela
não simplesmente chamava por ajuda. Este foi o meio da Royal Academy.
Havia pessoas ao nosso redor nos dormitórios. Por que lutar de dois a seis quando eu poderia
gritar por ajuda?
"O que diabos foi isso?"
“Quem está gritando?!”
"Você está bem, senhorita Claire?!"
Como eu esperava, outros alunos começaram a entrar na sala. No jogo, isso teria
arruinado a chance do personagem do jogador lutar bravamente ao lado de seu interesse, mas
eu não estava disposto a arriscar Claire se machucando. Afinal, aprendi algo com meus erros
durante o Movimento dos Comuns.
Os assassinos foram claramente pegos de surpresa, mas não fizeram nenhuma tentativa
fugir. Talvez Salas tivesse algo para usar contra eles também. Dinheiro, a vida de seus
familiares — o que quer que fosse, claramente os motivou a enfrentar a morte. Eles lutaram até o
fim e, quando ficou claro que não tinham chance de vitória, tiraram a própria vida.
“Que horror...” Claire murmurou enquanto olhava para seus corpos. Ela obviamente
quis dizer Salas.
“Ah, deve ser bom ser tão ingênuo,” disse uma voz inadequadamente alegre.

A porta se fechou sozinha. Alguém bateu no outro

lado, mas não abriu. No momento seguinte, todos os alunos presos no quarto de Claire
conosco começaram a cair como moscas – mortos.
"Lá!" Claire lançou uma poderosa lança de chamas na direção de onde

a última pessoa havia caído. A lança foi imediatamente apagada.
“Ei, vocês dois.” Uma figura em uma máscara preta foi subitamente visível onde
a lança tinha desaparecido. “Prazer em vê-lo novamente.”
Lembrei-me daquela máscara — aquela voz estrangeira. "Você, eu vi você naquela

noite..."
Na noite do Movimento do Plebeu, este foi o assassino que quase assassinou Thane.
"Você fez, não é?" disse a figura. “Fiquei um pouco confiante

naquela época, mas estou de volta para minha vingança.”
Eu não tinha previsto isso. Por que esse cara estava aparecendo de novo agora ?
“Rae, pense depois. Precisamos tirá-lo agora.”
Claire estava certa. "Sim, senhora."
"Oooh, eu estou com tanto medo." O homem mascarado riu e preparou uma
faca.
“Tenha cuidado, Claire. Ele pode ter cantarella naquela lâmina,” eu avisei.
"Entendi." Claire manteve os olhos focados no alvo.
"Hmm... Você acha?" o homem disse vagamente.
“Se você não vier até mim, eu vou até você!” Claire acenou para ela
varinha, lançando outra lança de chamas aos pés do assassino mascarado.
“Ah. Sem utilidade."
Logo antes de atingir o assassino, a lança de chamas desapareceu assim como a última.
Que tipo de magia era essa?
“Qual é o ponto de anunciar seu ataque? Se você vai atacar... O homem desapareceu
antes de terminar a frase. “Faça assim !”
Ele havia diminuído a distância entre ele e Claire em um piscar de olhos, e atacou ela.

Claire de alguma forma se esquivou e recuou, mas estava perto - muito perto
para conforto, até mesmo para Claire, que era habilidosa em artes marciais. Achei que não
conseguiria reagir a tempo.
"Congelar!" Eu iniciei a magia da água de Judecca que eu tinha usado contra Manaria
para impedi-lo de se mover. Se eu pudesse conectá-lo ao Earth Spikes e completar Cocytus—
“Eu te disse, é inútil.”
Por um momento, pensei que o homem mascarado estivesse congelado, mas ele se
recuperou instantaneamente. Seria possível que ele pudesse usar Spellbreaker, como Manaria?
“Hum,” ele continuou. “Ainda assim, dois contra um é bastante inconveniente.”

“Você é quem veio atrás de nós—” Claire começou.
“Apenas seguindo ordens. Não estou aqui porque quero estar. Ah, agora uma ideia.
Vamos encerrar aqui, certo?”
O homem mascarado de repente disparou em direção à porta, não diminuindo a

velocidade quando chegou lá, mas quebrando-a com um chute. Os alunos no corredor se dispersaram
com o choque da porta se estilhaçando, e ele aproveitou a oportunidade para passar entre eles e
correr.
"Espere!" Claire chorou.
“Senhorita Claire, não! Precisamos ter certeza de que Lilly está segura!” Eu a impedi de
persegui-la. Se Salas tivesse enviado assassinos para nos matar, não havia como saber o que ele
poderia fazer com Lilly.
Ou assim eu pensei.
“Rae! Senhorita Claire!” Lilly apareceu em meio a toda a comoção, correndo até nós
através da multidão que se formou.
"Oh, graças a Deus..." Claire respirou. "Você está seguro."
"Senhorita Lilly... O que você está fazendo aqui?" Fiquei aliviado, mas não pude deixar de
ficar confuso também.
"E-eu só estava pensando que Rae não cederia ao meu pai sem uma boa razão... Então
eu queria vir perguntar por que você fez isso, mas você estava sendo atacada!" Lilly gritou.
“Não se preocupe, Srta. Lilly. Senhorita Claire e eu estamos seguros. Eu sinto muito

por fazer você se preocupar.”
“S-sim, você deveria estar...” Lilly não parava de chorar. Eu acariciei sua cabeça para
confortá-la.
“Rae, vamos explicar o que está acontecendo com o monitor do dormitório,” Claire disse.
“Também precisamos pegar o Cardeal Lilly.”
"Sim."
O dormitório foi uma colmeia de atividade o resto da noite e no próximo

dia. Estávamos muito ocupados tentando manter as coisas sob controle para tomar
qualquer ação real até a tarde seguinte.
Mas nosso contra-ataque ainda estava por vir.
***
No dia seguinte, solicitamos uma audiência com o rei e nos foi concedida imediatamente.
Estas foram circunstâncias extremas.
Quando chegamos ao palácio e entramos na sala de audiências, ambos

o rei e Salas já estavam presentes. A rainha não. Havia rumores de que ela não havia saído
da cama desde que Yu desistiu de seu direito à sucessão. Vários guardas reais também
estavam na sala.
"Você está atrasado. O que você está pensando, fazendo Sua Majestade esperar?” Salas
disse pomposamente.
"Eu sinto muito. Tínhamos um recado para fazer,” Claire disse em resposta medida
a esse tom cáustico.
“Agora, o que é isso?” o rei perguntou. Claro, já havíamos explicado a situação

para ele quando solicitamos uma audiência.
Tudo por vir seria um ato.
“Vossa Majestade, estamos aqui para denunciar os crimes do Chanceler Salas,”

Claire disse corajosamente. A expressão de Salas não mudou.
“E que crimes seriam esses?” perguntou o rei.
“Vossa Majestade”, Salas interrompeu, “não passam de falsas acusações”.

“E-eles não são falsos,” Lilly objetou.
Parecia que Salas pretendia fingir ignorância, provavelmente porque sabia que o rei
ainda não havia invocado a Prerrogativa Real.
"Você ainda está tentando me acusar de infidelidade?" Salas zombou.
“Não, não estamos,” Claire respondeu para a evidente surpresa de Salas. Ela
continuou: "O crime de Salas... é a instigação de agressão estrangeira."
"O-o que você disse...?"
Eu vi aquele clarão de luz nos olhos de Salas novamente. Claire ignorou e continuou.
“Salas está se comunicando secretamente com o Império Nur.”
“Não seja ridículo. Isso é completamente incompreensível”, Salas balançou a

cabeça, parecendo irritado.
O rei, enquanto isso, inclinou-se para frente, ouvindo em silêncio.
“Vossa Majestade, as consequências violentas do Movimento dos Comuns não são

apenas culpa de suas políticas. Salas tem trabalhado com o Império Nur para instigar o
conflito.”
"Absurdo. Vossa Majestade, por favor, não dê atenção a essas fofocas inúteis.”
“Temos provas. Não é, Rae?
"Sim." Tirei o item da minha bolsa.
“I-Impossível…”
Salas ficou mudo ao ver o item na minha mão - um velho,

dispositivo de gravação mágico usado. Ativei a ferramenta com poder mágico e uma
conversa começou.
—Se eu ajudar a fomentar a rebelião no reino, o império me garantirá uma posição

de poder na nova administração?
— Sim, isso eu prometo.
— Como você deseja fazer isso?
— Use as próprias políticas do rei tolo. Estimule o Movimento Popular

a atos de violência.
-Ahh, entendi. Simples, realmente. Os plebeus são tolos, afinal.

"É o bastante." O rei ergueu a mão e eu parei o dispositivo mágico. Salas ficou ali,
congelado, toda a cor sumiu de seu rosto. “Salas, o que você tem a dizer a seu favor?”
"Você... Como você conseguiu isso?!" Salas exigiu, indignado.
“Ora, do cofre do seu escritório, é claro,” disse Claire.
"Impossível! Eu sou o único que conhece a combinação!”
“Bem, é aí que entra a genialidade de Rae. Certo, Rae?”
"Sim. Bem, não meu gênio, mas o dela,” eu disse, virando minha bolsa de
cabeça para baixo. Um ser quase transparente e amorfo escorria.
“Um m-monstro?!”
A guarda real sacou suas armas ao grito de Salas, mas o rei

fez sinal para que se afastassem.
“Ela é uma familiar,” eu disse. "Ver? Seu núcleo é ouro.”
“Hmph. Eu vejo." O rei nem se encolheu ao ver meu amigo monstruoso. Ele
não era covarde.
Peguei Ralaire e a mostrei a Salas. “Ela te lembra alguma coisa?”
“As esculturas de gelo em seu escritório.”

"Ah..."
Eu libertei secretamente Ralaire no escritório de Salas em nossa última visita, onde

ela usou sua habilidade de mímica, ondina, para se misturar com os objetos na sala. A
razão pela qual eu disse a Salas que sua ferramenta de gravação desapareceria era para
deixá-lo paranóico o suficiente para verificar se ainda estava lá antes de sair para a noite -
em outras palavras, para fazê-lo usar o dial enquanto Ralaire assistia. Mais tarde, peguei
Ralaire, que agora podia imitar perfeitamente a abertura do cofre de Salas
movimentos.
Sem desprezo por ex-monstros. Meu bebê era inteligente.

"Você me enganou…"
“Mmmm.”

“D-desista, pai!”
Os guardas cercaram Salas. Salas era um lançador de atributos de água de

aptidão média, mas supostamente não estava em combate há muitos anos.
Mesmo que os guardas não pudessem pegá-lo, Claire e eu poderíamos. Ele não poderia vencer.
“É hora de pagar suas dívidas, Salas”, disse Claire.

"Heh heh…"
Todos nós o encaramos confusos.
“Heh heh… Ha ha ha!” Salas gargalhou. Ele tinha enlouquecido? “Ahhh... você me
pegou. Muito impressionante, Claire François, Rae Taylor.”
“E eu,” Lilly atirou de volta.
“Não, você realmente não fez muita coisa. Pense nisso, Lilly. Alguma vez você fez
uma única coisa que pode causar danos ao seu pai?
O que ele estava falando? Parecia bobagem, mas ao pensar, percebi que Lilly nunca
havia feito ações substanciais contra Salas ou qualquer um dos nobres.
"Onde você quer chegar?" eu exigi.
“Só acho divertido, só isso. Como é ser traído por alguém que você achava
que era seu aliado?”
Meus olhos foram instintivamente para Lilly, que parecia confusa, como se não
soubesse do que seu pai estava falando. Talvez ele estivesse apenas desesperado?
“Lilly,” Salas ordenou, “salve seu pai, agora.”
“O-do que você está falando?! Você precisa pagar por seus crimes!”
“Muito bem, então, nesse caso, você deve pagar também. Por seus próprios
crimes!”
"O que você está falando?! Eu não tenho idéia do que você quer dizer!"
“Lilly... você é uma criança tão lamentável. Senhor tenha piedade."
Essa frase final parecia ter sido algum tipo de gatilho – no segundo em que
chegou aos ouvidos de Lilly, ela desmaiou.

“Cardeal Lilly?!” Claire voou para o lado dela, em pânico. Eu tinha um pressentimento
ferozmente ruim sobre isso.
"Afaste-se dela, Claire!" Eu gritei, esquecendo seu título.
Enquanto eu afastei Claire de Lilly, uma aura prateada saindo de Lilly puxou os
cachos do cabelo loiro de Claire.
No instante seguinte, uma voz familiar e estranhamente alegre falou conosco.

"Agora Agora. Não há necessidade disso.”
"Você…"
“Ei, Rae, senhorita Claire. Foi um dia e tanto.” A voz e a expressão eram
inconfundíveis. A voz, em particular. Pertencia ao assassino — o homem da máscara preta.
“Salas! O que você fez com o Cardeal Lilly?!” Claire exigiu.
Salas a ignorou. “Aquele plebeu era um lançador duplo, certo?”
"Responda a minha pergunta!"
"Eu sou. Minha especialidade nos meus tempos de Academia era a sugestão. E minha área
de interesse? Reproduzindo artificialmente as habilidades de um multicaster”, explicou Salas
com um sorriso sombrio.
“Guardas, prendam Salas e Lilly,” o rei ordenou, e os guardas se moveram para cercá-los.
"Você acha que essa ralé pode me parar?"
Eu não sei onde ela estava escondendo, mas Lilly mostrou uma pequena faca e os guardas
mais próximos dela caíram em um piscar de olhos. Apenas os guerreiros mais formidáveis foram
selecionados para a Guarda do Rei, os melhores dos melhores. Poucos poderiam esperar enfrentar
qualquer um deles cara a cara. Nem Claire nem eu teríamos chance.
Em outras palavras, derrubar esses guardas em um instante... Lilly era

extraordinário.
“Cardeal Lilly, pare!”
"É inútil. Essa é a Lilly, mas não é ela,” Salas riu. “Eu estava tentando criar
artificialmente um dual-caster. No entanto, fui apenas parcialmente bem-sucedido.”

"O que você quer dizer?" Eu perguntei.
Salas continuou dando palestras como se estivesse explicando as coisas para um

aluno reprovado. “Eu originalmente pretendia imbuir os indivíduos com um segundo atributo, mas
no final só consegui incorporar uma segunda personalidade nessa pessoa. Veja, a nova
personalidade veio naturalmente com um novo atributo mágico.”
"Então a assassina mascarada era a senhorita Lilly o tempo todo?"
"Correto. E ela retransmitiu tudo de sua pequena investigação

descoberto para mim!”
Isso explicava por que o livro-razão que examinamos na primeira vez que visitamos
O escritório de Salas tinha sido tão assustadoramente perfeito. Lilly havia dito a ele exatamente o
que esperar.
“Mas ela parece completamente diferente!” Claire chorou. "Quão-"
“É provavelmente uma ferramenta mágica. Lembra daquele que Lilly nos emprestou
para que eu pudesse trocar de lugar com Yu?” Eu me perguntei na época por que ela possuía uma
coisa tão conveniente. “A Lilly original sabe disso?”
“Não, ela não. Se ela o fizesse, imagino que ela tentaria tirar sua própria
vida."
Ele era um monstro. Um monstro cruel e cruel que transformou a doce e gentil Lilly em
uma assassina que ele poderia empregar para fazer seu trabalho sujo.
“Agora, Lilly,” Salas ordenou. “É hora de matar todas essas pessoas.”
“Isso é uma pergunta e tanto. Claire e Rae não vão cair facilmente,” o cardeal
transformado retrucou.
“Tenho certeza de que você está à altura da tarefa.”
"Claro que sou. Mas não posso garantir sua segurança enquanto faço isso.
“Hum...”
Lilly parecia uma pessoa completamente diferente quando falava assim com Salas.
Algo em seu tom me lembrou os palavrões que ela às vezes involuntariamente deixava escapar
– talvez esses também fossem um subproduto do dual-caster artificial embutido nela.
“Nesse caso, Lilly, vamos priorizar a fuga”, disse Salas.

“Eu não vou deixar você escapar!” Claire rosnou.
Para minha surpresa, Claire já tinha os brasões da família François flutuando no ar.
Ela estava pronta para disparar seu Magic Ray.
“Salas, Cardeal Lilly. Eu não posso modular os efeitos deste feitiço.

Renda-se, se você quer viver,” Claire advertiu enquanto se movia para uma posição onde
ambos estavam em sua linha de visão.
“Bem, e agora?” Lilly perguntou a Salas.
“Cardeal Lilly, pare! Se você fizer mais um movimento, eu vou atirar!”
“Vá em frente e tente.” Lilly continuou se movendo e derrubou outro guarda com
sua faca.
Claire hesitou por um momento. Então ela respirou fundo. "Eu sinto muito!"
Ela lançou Magic Ray—mas o feitiço não tocou Lilly.

“O-o quê?!”
De alguma forma, Magic Ray fracassou e desapareceu como uma miragem. Negação
uma lança de chamas era uma coisa, mas se Lilly pudesse tornar até mesmo o Raio Mágico
inútil... Ela tinha que estar usando o Destruidor de Feitiços.
“Lilly aqui é minha obra-prima”, disse Salas com orgulho. “Ela não teria chance
contra Lady Manaria, mas sua magia não é de forma alguma inferior.”
“Isso é o Quebra-feitiço?”
“Nada tão excêntrico. Nesta forma, Lilly apenas tem um alto

atributo vento de aptidão. Sua especialidade é manipular o tempo.”
Manipulação do tempo! É claro. Quando encontramos pela primeira vez o mascarado

homem durante o ataque do Movimento do Plebeu à Academia, ele havia restaurado
um sino mágico que eu destruí. Então ele voltou no tempo para fazê-lo.
“Você a chamou de sua obra-prima,” eu disse. "Isso significa que há outros?"
"É claro. Que pai testaria um processo não verificado em seu próprio filho? Não
comecei com Lilly até aperfeiçoar minha técnica. Vamos ver, quantos órfãos eu quebrei antes
de chegar aqui? Dez? Vinte? Não, muitos mais.”
Salas confessou essa horrenda verdade com absoluta calma.
“Seu demônio!” Claire olhou para Salas e soltou seu Magic Ray em

dele.
“Ufa.” Lilly, que havia acabado com o último dos guardas, desativou o feitiço mais uma
vez, dispersando-o.
“Rae! Você recebe Salas! Fogo rápido!"
"Entendi!" Conjurei vinte lanças de gelo e cerquei Salas com elas.
"Uau. Você já fez isso antes, hein?” disse Lilly.
Mesmo que a Lilly pudesse contra-atacar minhas lanças de gelo, ela tinha que ficar perto das de Salas.
lado para bloquear tudo o que jogamos nele. Dessa forma, eu poderia pelo menos atrasá-los.
E assim por diante, Claire e eu continuamos a chover feitiços sobre eles, e

Lilly continuou a contrariar cada um deles. Pode ter parecido um impasse, mas não foi o
caso.
“Desista, Cardeal Lilly!”
"Por que?"
"Você vai ficar sem magia antes de nós."
Era verdade. Lilly estava sozinha. Claire e eu tínhamos um ao outro, e estávamos

lançando lanças elementais, o mais básico dos feitiços de combate. Eu não sabia quanto poder
mágico de manipulação de tempo usava, mas tinha que ser mais do que lanças mágicas.
"Senhorita Lilly, por favor, pare."
“Tsk. Não estou fazendo isso porque quero.”

“Isso é mais um motivo!”
“Mas...” Lilly parou.
"Posso não ser perfeito, mas sou o pai dela", disse Salas, tirando uma garrafa de poção
do bolso do peito.
“Isso é cantarella?!” Por um momento, temi que estivéssemos prestes a reencenar nossa
terrível batalha com Louie. Eu estava errado.
"Claro que não. É uma poção bastante potente e permite que um indivíduo recupere
totalmente seu poder mágico”, disse Salas, entregando a garrafa para Lilly.
"Parece raro - você não pode ter outro."

“Talvez não, mas eu tenho isso.” Lilly bebeu a poção e então olhou
duro com a garrafa vazia, que reabasteceu diante de nossos olhos. Ela voltou no tempo
na garrafa! "Voila - só tenho que pensar fora da caixa."
Isso foi ruim. Muito mal. Com um suprimento ilimitado de poções

reabastecendo a magia de Lilly, não tínhamos chance. Claire continuou a manter os
olhos em Lilly, não baixando a guarda nem por um segundo.
E então o chão tremeu com uma violência terrível.
***
Todos foram pegos de surpresa pelos tremores repentinos. eu provavelmente estava

o único que não se perguntou o que eles eram, mas eu não era perturbado.
É muito cedo! Isso não deveria acontecer ainda!
Antecipando o que viria a seguir, empurrei Claire para o chão e

a protegi com meu corpo. Cada pedaço de vidro na sala de audiência se estilhaçou, e
pequenas pedras brilhantes voaram pelas janelas – piroclastos, terra em chamas.
Mt. Sassal estava em erupção, assim como Rod e Lilly temiam.
"O que no mundo..." Eu ouvi Claire sussurrar em confusão.
Eu levantei uma barreira mágica da terra para nos proteger das chamas e detritos,
e esperamos longos minutos para que o terremoto seguisse seu curso. Fogo e rocha
continuaram a chover sobre nós, mas, eventualmente, o chão ficou imóvel novamente.
“Acho que está tudo bem agora.”
O momento prematuro da erupção me preocupou, mas esse terremoto em

particular não teria nenhum tremor secundário - se as coisas ainda estivessem em curso.
Afastei-me de Claire e me levantei para examinar a situação. A outrora bela

sala de audiência estava em ruínas. Os móveis foram despedaçados e cinzas em
chamas espalharam-se pelo chão.
"Sua Majestade!" gritou um dos guardas, chamando nossa atenção para King
l'Ausseil, que havia caído de seu trono. Ele estava caído no chão, sangrando de um
ferimento na cabeça.

“Rae, cure-o!” Claire chorou.
Antes mesmo que ela dissesse as palavras, eu estava no chão ao lado do rei,
tentando usar magia de cura. Mas era tarde demais.
"Eu não posso... Ele já passou."

"O que…?!"
Esta parte estava de acordo com o jogo. O rei morreu neste ponto da ficção
também.
“Onde estão Salas e o Cardeal Lilly?!” exclamou Claire.
Eles não estavam em lugar algum para serem vistos. Eu sabia pelo jogo que
Salas usava a comoção para escapar, embora Lilly nunca tivesse aparecido neste
momento, nem mesmo como a assassina mascarada.
E ainda.
Eu estava tentando evitar isso…
Mt. Sassal não deveria entrar em erupção por mais alguns dias. Se não tivéssemos
tive que lutar com Lilly, e eu estava com força total, eu poderia ter usado magia protetora
em toda a sala.
O rei l'Ausseil estava destinado a morrer, não importa o que eu fizesse? Não houve
mudar essa parte do jogo? E por que a erupção aconteceu tão rápido...?
“Rae... Rae! Junte-se.
Percebi que estava olhando para Claire. Quando eu acabei de joelhos?
“Esqueça Salas e o Cardeal Lilly por um minuto”, disse Claire. “Temos muito o que
fazer.”
“A última vez que o Monte Sassal entrou em erupção, causou uma fome massiva
e escassez de água. O reino logo estará em crise, e o rei l'Ausseil não está aqui para nos
ajudar a superar isso.
Isso estava certo - o dano causado pela erupção em si não seria nada
comparado às consequências. As cinzas vulcânicas já cobriam toda a capital e arruinariam
as colheitas no meio da temporada de colheita.

O que eu sabia jogando o jogo, Claire tinha aprendido estudando história.
O inteligente e capaz Rei l'Ausseil se foi. Tivemos que escolher um novo soberano.
“Guardas, entrem em contato com o chefe da Câmara dos Lordes. Ligue para uma emergência
encontro. Então garanta a segurança do Mestre Rod e do Mestre Thane.”
Atordoado, assisti Claire emitir instruções perfeitas e rápidas para o

guardas. De repente, senti minha bochecha queimar de dor.
“Junte-se! Você disse que me apoiaria – isso era mentira?!”

Claire me olhou nos olhos. A mãozinha delicada que ela usou para me dar um tapa estava
vermelha pelo impacto.
Essa garota frágil e sua alma frágil estavam totalmente prontas para suportar o peso
de lidar com essa crise. Quem a ajudaria? Havia apenas uma resposta.
“Eu sinto muito,” eu disse. "Estou bem, estou aqui."
“Bom,” Claire disse, e ela me abraçou por apenas um momento. Percebi que ela
estava tremendo e a abracei de volta, segurando-a perto. “Vamos superar isso.”
"Sim!"
Nós nos jogamos no trabalho rapidamente. O raciocínio rápido de Claire

nos economizou tempo, reunindo os recursos do reino de uma só vez. No entanto,
recebemos uma notícia que nos fez parar.
O príncipe Rod não pôde ser encontrado.

Capitulo final:
Revolução
Os danos causados pela erupção provaram ser terríveis. Como a maioria
das propriedades ricas da cidade ficava diretamente na encosta da montanha, os

aristocratas sofreram mais baixas do que os plebeus, e os perdidos incluíam muitos
membros da Câmara dos Lordes. O Congresso teria parado completamente se não
fosse o presidente milagrosamente fazendo isso e Lord Dole flexionando seu poder.
Uma sessão de emergência de ambas as casas convocada, com parentes de sangue

substituindo membros mortos ou ausentes. O primeiro tópico de discussão: quem
herdaria a coroa. O príncipe primogênito e herdeiro do rei l'Ausseil, Rod, havia desaparecido
durante a erupção. De acordo com seu círculo íntimo, Rod estava a caminho da vila no sopé da
montanha, com a intenção de convencer pessoalmente os moradores a evacuar.
Ele estava tentando fazer o trabalho que eu lhe dei.
Com o tempo mais terrível…
Possivelmente, a erupção o pegou. Após cinco dias sem notícias, a probabilidade de

sua sobrevivência continuou a diminuir. Apesar de sua total desordem, a Câmara dos Lordes
sabia que a situação exigia medidas imediatas e decidiram que Thane deveria assumir o trono.
Uma monarquia estava mal equipada para responder a um desastre natural enquanto seu
trono estava vazio.
Mas não poderia ser tão simples.
"Honestamente... o que meu pai está pensando?"
Estávamos de volta aos dormitórios da Academia. Claire sentou em uma cadeira, sua
testa franzida enquanto ela lia o jornal. A tecnologia de impressão progrediu
bastante no reino e, embora o hábito ainda não tenha se espalhado para a classe trabalhadora,
os aristocratas geralmente compravam jornais.
Claire queria continuar investigando a questão dos crimes de Dole, mas eu

a convenceu a adiar por enquanto. Para o bem ou para o mal, Dole era um

político eficaz. Nós precisávamos dele.
“O que diz?” Eu hesitei em dizer qualquer coisa, mas Claire parecia

ela poderia explodir se não tivesse a chance de desabafar.
"Thane foi preterido para o trono", ela cuspiu.
Ela jogou o papel de lado, e eu o peguei para dar uma olhada. Assim como Claire
disse, a sucessão de Thane foi paralisada antes que ele pudesse assumir o trono. O
artigo dizia que os nobres apoiadores de Rod, incluindo Dole, administrariam temporariamente
o governo.
“O governante de um reino é o rei. A única coisa que os aristocratas deveriam

fazer é trabalhar para selecionar o próximo rei o mais rápido possível.”
Claire disse, rangendo os dentes.
O artigo parecia compartilhar sua desaprovação. Algumas pessoas até acusavam

os aristocratas de encenar um golpe de estado. Não ajudava que a maioria dos membros da
Câmara dos Lordes que foram mortos na erupção apoiassem Thane e Yu. Embora, quando
Yu entregou sua reivindicação ao trono, a maioria de seus apoiadores mudou para Rod. Thane
sempre foi o príncipe menos popular.
“Devemos enfrentar esta crise como uma frente unida,” Claire continuou. “Sua
briga só vai assustar os cidadãos.”
Cinzas vulcânicas e projéteis destruíram as plantações ao redor da capital.

As pessoas estavam acumulando mercadorias em antecipação à escassez de produtos, e os
preços dispararam. O governo provisório de Dole — pelo menos, é assim que ele o chamava
— estava distribuindo suprimentos, mas não havia como dizer quanto tempo eles iriam durar.
Eu não esperava que a erupção acontecesse tão cedo, mas eu sabia o que
veio em seguida. Naturalmente, eu tinha feito o meu melhor para me preparar. Usei o
dinheiro que ganhei com meu negócio com Broumet para comprar alimentos não perecíveis a
granel através da Tulle Trading Company – a empresa que passei antes das férias de verão
– e armazenei esses suprimentos. Eu também experimentei cultivar batatas, que não tinham
se popularizado como alimento neste mundo, e trigo sarraceno, que podia crescer mesmo em
solo pobre. Eu até tentei usar Broumet para introduzir uma tendência de saladas de algas
marinhas. Além disso, fui eu quem espalhou rumores sobre a erupção vulcânica ser causada
por espíritos raivosos.
Mas no final, isso era tudo que eu podia fazer.

Uma erupção vulcânica é um desastre insondável e afirma ou nega os esforços

coletivos de uma nação. Mesmo o Japão do século 21 seria duramente pressionado para
lidar com um desastre dessa magnitude, e eu não era uma nação inteira, apenas uma jovem
com presciência do futuro. Fiz tudo o que pude para me preparar, mas havia muito trabalho
pela frente.
“Eu vou ver Thane,” Claire disse. “Rae, vá em frente e mande uma mensagem.”
“Eu não sei se isso é possível,” eu disse.
"Por que?!" Claire rosnou de volta para mim, como se eu tivesse acordado uma fera adormecida.
“Senhorita Claire, você é a filha do homem que bloqueia a ascensão de

Thane ao trono. Os apoiadores de Thane veem você como seu inimigo jurado.”
"Argh..."
Normalmente, Claire teria percebido isso sem eu apontar para ela. Ela não era ela
mesma.
“Senhorita Claire, por favor, vá com calma. Desde a erupção, você tem
trabalhado demais.”
Foi graças às ordens rápidas de Claire no palácio logo após a erupção que a
nação não se transformou em caos completo.
Entre a erupção vulcânica, o desaparecimento de Salas, a morte do rei l'Ausseil, a
perda de membros da Câmara dos Lordes e a inflação dos produtos agrícolas, o país
estava à beira do colapso e Claire estava ajudando a evitar o desastre. Isso ocorreu em
parte porque ela tinha o apoio de seu pai, mas ninguém podia duvidar de que ela tomava
excelentes decisões sob pressão.
“Eu só fiz o que precisava ser feito. É meu pai que não está cumprindo seu dever!”
Os jornais estavam repletos de especulações de que Dole planejava assumir o trono ele
mesmo. Claire, que ainda mantinha seus brilhantes ideais de obrigação de um aristocrata
para com o povo, não podia ficar de braços cruzados enquanto seu pai desprezava essa
responsabilidade.
“Senhorita Claire, você fez tudo o que podia. Você precisa

dar um tempo. Você mal dormiu nesses últimos dias. Eu podia ver a fadiga começando
a aparecer no lindo rosto de Claire. Sua pele estava se rompendo e ela tinha olheiras. Ela
estava trabalhando tão duro, descartando todas as chances de descansar, e até mesmo
pulando seus amados banhos.

"Estou bem. Eu estou absolutamente bem, mas—” Claire se aproximou e se

inclinou contra meu ombro. “Eu estou... só um pouco cansado. Posso sentar aqui um pouco?”
"Uh, senhorita Claire?!"
“Estou feliz que você esteja aqui, Rae. Eu não seria capaz de fazer isso
sozinho.”
“Senhorita Claire, você está bem? Você acabou de me elogiar. É

algo deu—”
“Estou demonstrando carinho. Não é assim que você chama?”
"Hum, eu suponho..."
“Lene costumava me deixar fazer isso.”
"Oh, eu vejo." Então ela estava apenas buscando conforto como amiga. Fiquei um
pouco decepcionado, mas não podia reclamar.
“Tenho orgulho da minha linhagem nobre, mas às vezes...

às vezes... sonho em me libertar desse senso de dever.
“Esse é um desejo compreensível. Você poderia desistir, você sabe. De ser um

aristocrata.”
“Eu não posso fazer isso. Eu vivi no colo do luxo minha vida inteira. Isso significa
que tenho o dever de servir as pessoas da melhor maneira possível, especialmente neste
momento de emergência”.
"Você é uma pessoa tão séria, Srta. Claire." Essa era uma das coisas que eu
gostava nela. “Ok, me diga isso. Eu não me importo se não faz sentido, apenas me diga...
Há algo que você gostaria de fazer se não fosse um nobre?”
“Bem...” Claire pensou por um longo momento. “Gostaria de aprender a cozinhar e

a costurar.”
“Isso não é o que eu esperava. Você quer fazer coisas camponesas?”
“Você cuidou tanto de mim. Se eu não fosse mais um aristocrata, essas tarefas seriam
a única maneira de recompensá-lo.
Fiquei tão surpreso que meus olhos se arregalaram um pouco.
“O que esse olhar significa? Oh, eu não tomo banho há dias. Eu

cheiro?"
“Não, de jeito nenhum. Você realmente cheira bem.” eu só fiquei surpreso com ela
palavras inesperadas.
"Mentiroso. Este é o momento perfeito, na verdade. Vamos tomar um banho."
"Como quiser."
Seguimos em direção aos banhos da Academia. Infelizmente, as águas da fonte termal foram
interrompidas pela erupção, então os banhos não funcionaram.
“Ah, maldições!”
"Estabeleça-se. Acalme-se, Srta. Claire.
Para falar com Claire sobre seu temperamento, acabei trazendo uma banheira de água quente
e toalhas para o quarto dela. Terminamos a noite comigo dando-lhe um banho de esponja, assim como
fizemos quando visitamos minha casa.
***
As más notícias não paravam de chegar.
“Meu pai perdeu a cabeça!” Claire deixou escapar depois de ler o jornal da manhã.
"O que aconteceu?"
“Diz que ele está aumentando os impostos.”
Claire me entregou o papel incrédula. Eu o peguei e corri meus olhos sobre o artigo. Ele disse
que o governo provisório estava aumentando os impostos como uma medida pós-erupção. Eles
declararam que precisavam de um orçamento maior para lidar com os danos sofridos na erupção.
“As pessoas já estão sofrendo com a manipulação de preços! E agora eles estão
aumentando os impostos?!”
Mesmo alguém tão desinteressado em política como eu podia ver que este era um plano
horrível. Para Claire, que estudava política desde a infância, a decisão de Dole parecia a maior loucura.

"Isso não vai acabar bem", disse ela.

"O que isso significa?"
“Os cidadãos vão protestar.” Claire não sabia, mas sua previsão foi certeira. Se as
coisas fossem como no jogo, os protestos começariam na próxima semana. “Espero que isso
faça meu pai e o governo provisório perceberem que estão diante de um levante civil completo.
Aconteceu depois da última erupção também.”
E também não ia terminar com tumultos. Se as coisas progredissem como no jogo...

Um destino terrível aguardava Claire e os outros aristocratas.
“Você se lembra da palavra que Lilly usou?” Eu perguntei. "Revolução?"

"Sim…"
“Acho que é isso que está por vir,” eu disse.
Claire riu autodepreciativa. “Não me surpreenderia. Especialmente se os aristocratas

continuarem tomando essas decisões tolas.”
"Senhorita Claire, o que você planeja fazer?"
"O que você quer dizer? Eu já fiz tudo que posso—”

"Senhorita Claire." Eu segurei um pequeno caderno para ela.
"O que é isso?"
“É uma lista dos meus bens, mantida através do Trade Guild.”
"Quando você…?" Claire folheou o livro, vendo-se listada como a parente mais próxima
– e o saldo incrivelmente grande. “Onde você conseguiu todo esse dinheiro?! Você não poderia
ter economizado tanto sendo minha empregada!”
“Eu tinha alguns outros empregos.”
"Quão?! Você está ao meu lado todos os dias e noites!”
“Sim, mas os trabalhos que tive não exigiam minha presença física.”
Claire não parecia convencida. Eu empurrei, independentemente.
“O que você acha que devemos fazer com todo esse dinheiro?”
"O que deveríamos fazer?"
“Que tal distribuir comida e suprimentos?” Eu perguntei.

Claire franziu o rosto com a minha sugestão. “O governo provisório já está fazendo
isso. Seria mais eficiente dar a eles o dinheiro e deixá-los alocar como quiserem.”
"Você confia tanto no governo provisório, Srta. Claire?"
"Bem..." A expressão de Claire ficou sombria.
"Além disso, Srta. Claire, você deve ser a única a entregar os suprimentos."
"Eu?"
"Sim. Para mostrar ao povo que nem todos os nobres são corruptos.”
Claire ficou em silêncio, claramente pensando profundamente sobre minhas palavras.
O que eu disse foi, oh, meia verdade. A verdadeira razão pela qual eu queria que Claire
ser vista distribuindo rações era comprar sua boa vontade aos olhos do povo. Foi a mesma
razão pela qual eu aceitei o pedido do rei l'Ausseil para investigar a corrupção entre a nobreza -
para que as pessoas pudessem ver Claire trazendo retribuição aos culpados. Ela tinha percorrido
um longo caminho desde a vilã egoísta que costumava ser, mas no ritmo que Dole estava indo,
Claire corria o risco de afundar com o navio de seu pai. Ela não acreditava nas mesmas coisas
que Dole acreditava, e eu precisava que as pessoas vissem isso.
“Eu costumava achar hipócrita para aristocratas conceder caridade aos pobres,” Claire
disse, rindo de si mesma da mesma forma autodepreciativa. “Mas não é. Não se for para as
pessoas. Você está realmente bem com isso? Você deve ter trabalhado muito duro para economizar
tanto dinheiro.”
“Não tenho utilidade para isso, exceto para ser útil para você.”
— Receio que estou começando a acreditar que você quer dizer essas coisas. Clara
riu. “Vamos usar meus bens pessoais também. Se os juntarmos, poderemos obter uma
quantidade bastante significativa.”
“Isso soa perfeito. Gostaria de saber se poderíamos pedir a Yu para nos ajudar também?”
“Você? Ela não está confinada a um convento agora?
“Ela ainda é uma figura importante para eles, e ela estava na linha de sucessão ao trono.
Sem um rei, não acho que o governo provisório possa nos impedir de vê-la.”
“Eu vejo o que você está dizendo. A Igreja já tem sistemas de distribuição de ajuda aos
necessitados. Eles podem nos ajudar a fazer mais do que você e eu poderíamos

sozinho."
"Exatamente." Eu tinha fatorado isso em meus cálculos também. eu não queria apenas
pintar um quadro de Claire se opondo a Dole — eu queria que a Igreja parecesse se opor à
aristocracia.
"Multar. Vamos indo, então. Se eu escrever uma carta, você a entregará para mim?”
Parecia que Claire estava de volta a si mesma.
"Claro, senhorita Claire."
A impotência é um sentimento terrível. Agir lhe dá esperança. Este novo plano restaurou
a energia de Claire, e ela garantiu a cooperação de Yu ainda mais rápido do que esperávamos.
Começamos a distribuir comida no dia seguinte.
O jornal da noite, cobrindo as doações, creditava tanto a Igreja quanto Claire. Descreveu-a
como tendo um “coração nobre” e mencionou que ela mantinha uma filosofia diferente
daquelas que dirigiam o governo provisório.
Claire apareceu para ajudar a distribuir a comida, recolhendo tigelas de madeira

usadas e servindo as pessoas com as próprias mãos. A malvada vilã já se foi há muito tempo.
Todos os camponeses que fizeram fila para comprar comida expressaram livremente gratidão sem
rancor ou relutância.
Naturalmente, nem todos foram conquistados tão facilmente. Muitos acusaram

Claire de fazer um truque para reabilitar a imagem política de Dole. Mas isso não durou muito. O
governo provisório divulgou um comunicado dizendo que não tolerava que os aristocratas agissem
sozinhos e o publicou em um grande jornal. Essa crítica pública às ações de Claire diminuiu o
número de opositores que assumiram que ela só poderia ser aliada do governo provisório.
Pouco a pouco, as coisas começaram a mudar. Alguns empresários astutos ainda

acumulavam suprimentos para obter lucro, mas, eventualmente, alguns começaram a ajudar
Claire a distribuir rações para as pessoas – incluindo Tulle Trading Company, Broumet e Frater.
“Ainda somos uma operação pequena, mas parece que ganhamos vários
apoiadores”, disse Claire, lendo o jornal em seu dormitório na semana seguinte. Ela folheou a
seção de anúncios, procurando grupos que ela poderia recrutar para sua causa. Mais de cinqüenta
indivíduos e grupos de caridade estavam em campo enquanto conversávamos.
O mundo virou.

Às vezes, virava rápido demais.
"Senhorita Claire, olhe!"
Claire desviou o olhar para onde eu estava apontando pela janela.

Do lado de fora, os camponeses estavam reunidos em grupo.
“Jogue fora a nobre corrupção!”
“Sem novos impostos!”
“Tragam de volta a monarquia!”
Estávamos olhando para um protesto.
***
Observamos detalhadamente a manifestação dos dormitórios da escola, que davam para a

rua principal da capital. As pessoas seguravam cartazes e seguiam em direção ao salão de
assembléia da Câmara dos Lordes. Até agora, ninguém parecia estar carregando armas. O
movimento ainda estava em fase de protesto e ainda não havia se tornado um motim.
"Eu vou detê-los!" Claire começou a correr para fora da sala.
Eu a parei. "Não. É inútil, e o momento é terrível.”
"Por que?! A partir de agora, mantenho o favor do povo. Minhas palavras têm muito
impacto maior do que os de qualquer outro aristocrata!”
“É verdade que se você for lá agora, poderá acalmar as coisas

abaixo desta vez.”
“Sim, você vê?!”
“Mas depois daquela vez, se você continuar defendendo o governo provisório,

as pessoas vão pensar que você estava do lado dos aristocratas o tempo todo. A confiança
deles em você vai desmoronar.”
O rosto de Claire se contorceu em frustração. Ela bateu a mão na mesa

– um movimento bastante extremo para alguém com sua educação. “Eles vão pensar que
estou do lado dos aristocratas? Eu sou um aristocrata de raça pura!”
“Isso é o mais importante para você, Srta. Claire? Ou está ajudando o

pessoas?"
“Argh!” Claire era uma pessoa inteligente. Seu temperamento explodiu facilmente, mas ela
agarrou-se rapidamente, ouvindo meu argumento racional. "Sim, você está certo. Você tem
razão, Rae. Eu não me importo tanto com meu status quanto em dar o exemplo.”
“E para fazer isso, você não pode fazer sua jogada ainda. Precisamos observar e
ver. Ainda é possível que o governo provisório mude de ideia.”
“Espero que sim,” Claire disse, olhando ansiosamente para a multidão que ela podia
ver da janela. “Mas de onde vem isso de repente? Estive lendo os jornais, mas nada neles
pedia um protesto.”
“Não tenho certeza, mas é possível que alguém esteja instigando as coisas.”
"A resistência!"
“Na superfície, sim. Mas vai muito além disso. Salas, e talvez até mesmo o Império
Nur, estão puxando algumas cordas.”
Esses protestos eram estranhos. Algumas pequenas manifestações espontâneas eram

uma coisa, mas olhando pela janela, vi pelo menos mil pessoas na multidão hoje. Era difícil
acreditar que um protesto desse tamanho tivesse surgido sem reuniões ou preparativos
antecipados.
"Você acha que o império está envolvido?" Claire exigiu.

"Sim."
Ela pensou por um momento e então estreitou os olhos. "Eu tenho

até agora, mas parece que cheguei ao meu limite. Rae, onde você está conseguindo essa
informação?”
“Eu só ouço coisas aqui e ali.”
"Pare de mentir para mim. Você não apenas tropeça em informações tão
importantes quanto esta.” O questionamento de Claire mudou para um tom mais suave.
“Rae, eu confio em você. Você poderia, por favor, finalmente sair com isso? Como você
sempre sabe coisas que não deveria?”
Ela estava sendo sincera. Se eu continuasse a enganá-la agora, ela poderia perder essa
confiança em mim.
Já era tempo. Eu me preparei.

"Eu não sei se você vai acreditar em mim..."
“Apenas tente e me diga.”
"Está bem então. Eu não sou deste mundo.”
Claire franziu a testa. "O que você quer dizer?"
“Eu vim de outro mundo, de um país chamado Japão.”
"Japão…"
"Sim. Eu vivi lá, por um tempo, e acho que posso ter morrido lá como
Nós vamos. Independentemente disso, de alguma forma me encontrei neste mundo.”
Claire parecia estar absorvendo isso, então continuei.
“Posso prever, até certo ponto, o que acontecerá neste mundo porque aprendi sobre
isso em minha vida anterior.”
"Este mundo... e em sua vida anterior?"
"Sim. Na minha última vida, havia um livro de algo como... como profecias, prevendo
o que aconteceria neste mundo. Deixei de fora a parte sobre ser um jogo. Eu fui um pouco descuidado
com Misha, e me preocupei com o que poderia acontecer com Claire se ela dissesse que ela era uma
personagem de uma história.
“Então, você pode prever o que acontecerá a seguir?”
"Sim."
“Então o que será?” Claire perguntou com medo. Sua ansiedade me disse que ela aceitava o
que eu estava dizendo — pelo menos até certo ponto.
“Eu não posso te dizer.”
"Por que?"
“Conhecer o futuro inevitavelmente significa adulterá-lo. Não posso dizer mais do que tenho.
Se você sabe o que está por vir, suas ações podem alterar o futuro que eu espero. Fiz tudo o que
pude para mudar nosso futuro para melhor sem mudar muito e, assim, perder essa vantagem.”
Eu ia mudar o curso do destino. Eu ia garantir a sobrevivência de Claire.
"Isso é tudo o que tenho a dizer."
"Entendo..." Claire assentiu levemente.

“Você aceita?”
“Isso é tudo que posso fazer. Eu testemunhei os resultados de sua previsão com
meus próprios olhos uma e outra vez.”
“Ahh, confiar em mim é tudo que você pode fazer? Isso deve ser amor…"
"Você está mesmo me ouvindo?" Claire me deu um tapinha na testa.

Ai! “Então você era um espírito perdido, Rae?”
"Eu suponho que sim." Misha trouxe à tona a mesma história quando eu contei tudo a ela
– a lenda de crianças misteriosas que apareceram do nada, com poderes estranhos.
“Eu me pergunto se todos os espíritos perdidos são visitantes do seu mundo, Rae?”
"Não sei. Mas o mundo em que eu vivia não tinha mágica.”
"É assim mesmo? Mas sua magia é tão potente.”
“Eu realmente não sei como isso funciona. Talvez seja uma daquelas coisas que só
Deus sabe.”
"Talvez por isso. De qualquer forma, se o império está envolvido nesses protestos, nós
deve intervir”.
"O que voce tinha em mente?"
“Vou aconselhar meu pai. Se o Império Nur está por trás desses protestos...
“Então o governo provisório declarará que esses manifestantes estão conspirando com
uma nação inimiga.”
Não havia literalmente nada que pudéssemos fazer. O Império era astuto.
Era por isso que eu odiava tanto a política quanto o drama familiar; se isso não fosse uma
questão de vida ou morte para Claire, eu teria feito as malas e fugido para outro país há muito
tempo.
“Não há nada que possamos fazer? Você não tem nenhuma ideia brilhante, Rae?”
"Ainda não. As coisas precisam mudar um pouco mais.”
“Mas se não fizermos algo, então a revolução...”
"Está tudo bem, senhorita Claire." Eu mantive minha voz calma. "Eu vou proteger você.
Não importa o que aconteça."

Era a verdade. Só não tudo .
***
Os protestos camponeses continuaram, e a multidão enchendo a rua em frente

do salão de assembléia crescia a cada dia. As vozes que criticavam o governo
provisório e clamavam pelo retorno da monarquia ficavam cada vez mais fortes. Mas o
governo provisório, especialmente o Dole, não mostrou nenhuma mudança de atitude.
"Sim vamos la. Alinhar! Temos muito para todos!”
"Não se apresse - há o suficiente para todos."
Apesar de nossa ansiedade com os protestos, continuamos a distribuir alimentos.

Cada vez mais pessoas passavam fome devido ao aumento dos impostos, e nossas filas
cresciam. Ainda conseguimos acomodar todos, mas se mais pessoas se juntassem às filas,
logo ficaríamos sem suprimentos.
Então um dia…
“Houve menos pessoas hoje do que ontem, certo?” Claire perguntou, vendo nossas
sobras.
"Sim."
Nós ignoramos isso como uma coisa única, mas depois aconteceu de novo. E
novamente. Todos os dias, o número de pessoas fazendo fila para a distribuição de
comida de Claire diminuía gradualmente.
"O que está acontecendo?" Claire perguntou. Não demorou muito para sua pergunta
foi respondida no jornal. A manchete dizia:
“A resistência estabelece um governo revolucionário: rações abundantes

Em breve virá.” Aparentemente, os revolucionários haviam estabelecido seu próprio
governo em oposição ao governo provisório.
Já estamos neste ponto…
Isso ainda estava dentro dos parâmetros das minhas previsões. Muitas das
rotas da Revolução terminaram com uma trágica história de amor entre o príncipe escolhido e
o personagem principal, culminando no meio da revolução. Mas também teve uma rota
revolucionária, onde, ao invés de se relacionar com um dos

príncipes, a personagem principal liderou a revolução.
O que acabou de acontecer se assemelhava à rota da revolução - mas liderada por

Claire, não pelo personagem do jogador. Ao contrário do jogo, ao invés de mim, Claire teve o
apoio das pessoas.
Agora só preciso manter o rumo.
Não demoraria muito para que uma certa pessoa e eu pudéssemos perceber nossa
maiores ambições.
"Rae, você está ouvindo?"
“Arg?!”
Claire de repente puxou minha orelha, me fazendo virar para olhar para ela. Ela
parecia pálida.
“O governo revolucionário nos colocou em estado de crise. Nesse ritmo, nosso reino…”
“Está tudo bem, Srta. Claire. As coisas estão indo conforme o planejado.”
"Sério?"
"Sim. Por favor, senhorita Claire, continue distribuindo suprimentos.”

"Eu... eu entendo."
E assim, aparecemos como de costume para distribuir comida. No entanto, no dia

seguinte, quase ninguém apareceu. Claire estava preocupada, mas eu permaneci calmo.
“Isso não significa que o povo agora apóia o governo revolucionário?!” ela exigiu.
"Possivelmente. Mas isso não é um problema.”
“Como não é um problema?!”
"Com licença. Esta é a unidade de comida da senhorita Claire François?
Um grupo de homens apareceu junto. Suas roupas eram caras demais para
pertencer a camponeses, mas também não pareciam nobres.
"Sim. Quem é Você?"
“Somos do governo revolucionário”, disse o homem que parecia estar no comando.

A expressão de Claire ficou repentinamente sombria. "Como posso ajudá-lo?"
“Senhorita Claire François, admiramos suas tentativas de ajudar as pessoas. Mas

daqui em diante, o governo revolucionário cuidará da distribuição de alimentos e
suprimentos. Esperávamos que você cooperasse conosco.”
"Colaborar?" Claire parecia suspeita. “Você disse que é do

governo revolucionário, correto?”
"Sim."
“Eu me lembro de ter visto você antes. Você era um subordinado do chanceler Salas,
não era?
"Sim." Ele não negou.
“E você...” Ela virou os olhos para um dos outros homens. “Você era um dos guardas
do ex-barão Thompson. E você estava a serviço do Conde Yale. Por que vocês três estão no
governo revolucionário?”
“Eles perderam seus empregos porque você derrubou seus empregadores, Srta.
Claire,” eu disse.
“Mas nos certificamos de fornecer novas posições para todos!”
“E ficamos gratos por isso”, disse um dos homens. "No entanto, nós
recebeu uma oferta de emprego muito melhor – sob o ex-chanceler Salas”.
“Salas?! Onde ele está?!" Claire exigiu.
Mas o homem balançou a cabeça. “Eu não posso te dizer isso.”
“Ele está trabalhando com o Império Nur!”
“O Império Nur está ajudando as pessoas a recuperar este país.”
"Não! O Império Nur não se importa com este país em—”
Eu calei Claire com minha mão. “Quando você diz 'cooperar', o que você quer
dizer?”
“Gostaríamos de comprar seus mantimentos. Temos uma quantidade razoável

nós mesmos, mas quanto mais, melhor”.
"Multar. Em troca, temos algumas condições.”

“Vamos ouvi-los.”
“Por favor, não envolva a senhorita Claire em qualquer coisa que o governo
revolucionário tenha planejado.”
“Isso pode ser difícil… Dole é um membro importante da perversa

governo provisório, afinal”. O homem sacudiu a cabeça.
Mas eu não desisti. “Eu não mencionei Dole. Eu só pedi que você não envolvesse a Srta.
Claire.
"Hum?"
“Você sabe o que a Srta. Claire tem feito, certo? Senhorita Claire ama
as pessoas. Ela não é como o Mestre Dole ou os outros aristocratas.
“Em outras palavras, você gostaria que nós simplesmente a ignorássemos?”
"Isso mesmo."
O homem fingiu pensar. A Srta. Claire estava tentando protestar pela minha mão, que
ainda estava sobre sua boca, mas eu precisava que ela ficasse quieta um pouco.
“E quanto estoque você pode fornecer?”
"Aqui." Mostrei a ele nossa lista de suprimentos.
Ele negligenciou esconder sua surpresa por um momento, mas rapidamente retomou sua
Poker Face. “Isso não é muito para—”
“Ok, então esqueça.”
Ele ficou quieto.
Se a memória não me falha, o governo revolucionário não tinha o suficiente em termos

de suprimentos de comida agora. A fim de obter o apoio dos camponeses, eles publicaram
anúncios nos jornais dizendo que forneceriam amplas rações de comida, mas foram posteriormente
sobrecarregados pelo número de pessoas que aceitaram a oferta. Eles precisavam o suficiente
para sustentá-los até que o Império Nur chegasse com reforços, e eu estava apostando nesse
déficit.
"Multar. Prometo que não tocaremos na Srta. Claire.
"Muito obrigado. Se você quebrar essa promessa, por favor, entenda que todo o suporte
da XX cessará imediatamente.”

“O que diabos é XX?”
“Arla e Irvine Luster vão entender o que isso significa.”
"Eu entendo. Forneceremos instruções para enviar a comida posteriormente.”
Com isso, os soldados foram embora.
“Pua. Ra! O que você pensa que está fazendo?!"
“Os fins justificam os meios, Srta. Claire,” eu disse, tentando tranquilizá-la.

“As extremidades?”
“Precisamos nos aproximar do governo revolucionário se quisermos saber o que estão

pensando e o que pretendem fazer. Fornecer suprimentos a eles nos faz ganhar sua confiança.”
“Eu não vou me juntar ao governo revolucionário!”
"Claro que não. O que precisamos fazer é mediar entre os governos provisório e
revolucionário, tentando encontrar um ponto de compromisso. Você é a única que pode fazer
isso, Srta. Claire.
"O que? Eu?"
“Sim, e será uma tarefa difícil. Consegues fazê-lo?"
“Com quem você pensa que está falando? Eu sou Claire François, filha de
Dole François, Ministro das Finanças. Posso fazer isso antes mesmo de me sentar para
tomar o café da manhã”, disse ela, rindo bravamente.
"Obrigada."
“Eu... eu peço desculpas, Rae. Eu te critiquei sem saber o que você estava pensando.”
“Não mencione isso.”
Ela realmente não precisava. Se alguma coisa, eu precisava me desculpar com Claire.
***
“Já faz um tempo, Claire. Como é bom ver você.”

Quando entramos no campo do governo revolucionário, foi Salas Lilium, ex-chanceler

do Reino Bauer, que veio nos cumprimentar, sorrindo o tempo todo. Claire e eu viemos discutir
um possível acordo entre os governos revolucionário e provisório. Embora não fosse
representante do governo provisório, Claire era filha de Dole.
“Vamos deixar o passado ir, certo? Água de baixo da ponte. Espero que possamos
chegar a um acordo mutuamente benéfico.” Salas estendeu a mão para apertar a mão de Claire.
Atrás dele estavam soldados rebeldes, compostos principalmente por soldados particulares de Salas.
equipe de segurança — e Lilly. Precisávamos proceder com cautela a partir daqui.
Arla e Irvine, estranhamente, não estavam à vista. Talvez Salas tivesse

assumiu o lado diplomático das coisas.
“Quais são os pedidos do governo revolucionário?” Claire disse abruptamente.
“Agora, agora, não vamos avançar. Acho que é costume começar

negociações como esta estabelecendo algumas bases, não é?”
“Acredito que todas as partes envolvidas já estão bastante familiarizadas. Vamos

ao que interessa.”
Salas estava em uma vantagem esmagadora nessas negociações. Não

por mais exposta que Claire estivesse à política como filha do Ministro das Finanças,
Salas era a ex-chanceler. Era provável que ele a superasse se essas conversas durassem
muito; Claire avançou com velocidade na tentativa de negar-lhe essa chance.
"Tudo bem, então", disse Salas. “Nossas demandas são simples. Abolição da
aristocracia e soberania para o povo”.
“Eu pensei que as pessoas estavam exigindo que a monarquia fosse restaurada?”
“A princípio, sim. Mas agora, eles perceberam que esta é sua chance de ativamente
participar no governo do país”.
Esse era o objetivo do Movimento dos Comuns. Achei irônico que as políticas focadas
no plebeu do rei l'Ausseil e a reação aristocrática a elas tenham inspirado um movimento que
visava retirar o poder de nobres e da realeza.
“Você realmente acha que essas demandas serão atendidas?” Claire perguntou.

“Pretendemos garantir que sejam. Não importa o que for preciso”, disse Salas,
indubitavelmente implicando que eles estavam preparados para um levante armado.
“O governo provisório tem o exército.”
“Temos mais gente. E a justiça está do nosso lado.”
“Você está dizendo ao povo para morrer por justiça?”
“Eu nunca pediria uma coisa dessas a eles. Afinal, se eles morrerem, será o exército que os
matará, não eu.”
De fato, soldados imperiais se infiltraram nos revolucionários, incluindo um

número de ex-guardas particulares dos aristocratas presos durante a investigação de Claire.
Combinados com o campesinato, os revolucionários superavam o exército do reino de longe. Alguns
deles podem até usar magia, tornando-os uma força verdadeiramente formidável. O exército
comandado pelo governo provisório, por outro lado, hesitaria em atacar seu próprio povo, a quem
juraram proteger.
“Salas. Qual é o seu motivo oculto?” perguntou Claire.
“A revolução é apenas um meio para um fim para você. Você não se importa
as pessoas; você só quer o poder deles, não é?”
Salas permaneceu calmo, apesar do tom ácido de Claire. “Mesmo se eu tivesse, não há
dúvida de que esta revolução é boa para o povo. Se eu acabasse no topo da nova administração
como resultado… isso seria apenas um bônus.”
Ele olhou para nós dois.
“Por favor, diga a Dole que cesse seu egoísmo e entregue o poder pelo bem do povo.”
“Aquele bufão – ele realmente está cheio de si para um criminoso,” Claire se irritou.
mais tarde. Ficamos na sala de assembléia, esperando para nos encontrarmos com o chefe
do governo provisório e transmitir o que havíamos aprendido.
Sem surpresa, uma vez que Dole foi atualizado, ele denunciou a
reivindicações dos revolucionários como “idiotas”.
“Esses camponeses impertinentes não entendem a boa vontade do rei”,

ele declarou.
“Precisamente. Precisamos ensinar uma lição aos camponeses aqui, de uma vez por
todas”, outro concordou.
“Mas, pai,” Claire argumentou. “O governo revolucionário tem o apoio do povo. Se

os atacarmos, desconsideramos os desejos do povo”.
“O apoio de pessoas comuns não confere retidão. É a nobreza que decide o certo
do errado.” Até mesmo Dole não estava interessado no que Claire tinha a dizer.
"Pai! Você está fora de linha. A soberania está com o rei. Por que deve
você bloqueia Thane de ascender ao trono? Por que tomar o governo em suas próprias
mãos?”
“Você sabe muito bem que esta é apenas uma medida temporária, Claire.”
Dole disse em um tom que parecia estar falando com uma criança chorona. “Thane ainda é
jovem. Para superar este conflito, os nobres foram obrigados a oferecer sua ajuda.”
“Se isso for verdade, então tudo que você precisa fazer é colocar Thane no trono e
selecionar um primeiro-ministro da Câmara dos Lordes!”
“Claire, não havia tempo. Com a erupção do Monte Sassal e os plebeus em revolta,
a situação exigia urgência.”
"Pai…"
Eu me perguntei se Claire percebeu que tudo que Dole fazia era repetir as
mesmas desculpas que ele dava ao público. Ele nunca teve qualquer intenção de desistir
do poder.
“De qualquer forma, como o governo provisório vai responder?”

Claire perguntou.
“Exigimos o fim dos protestos e a dissolução imediata do governo revolucionário.”
“Você tem que encontrá-los no meio do caminho, ou haverá guerra!”
"Então, que seja. Não desejamos ferir o povo, mas para a restauração da
ordem, pode ser inevitável.” Os outros nobres presentes concordaram com Dole.
Claire continuou, tentando desesperadamente influenciar suas mentes. “Se você deseja

abordar a raiz do problema, a insatisfação surgiu pela primeira vez quando o governo
provisório aumentou os impostos. Você não pode reverter o aumento pelo menos?”
"Claro que não. O impacto da erupção só cresce, ainda hoje. Precisamos de dinheiro
para a restauração.”
“Nesse caso, não cabe aos nobres doar seus próprios cofres?”
“Já estamos fazendo exatamente isso. Os impostos dos nobres também

aumentaram.”
Mas a taxa na qual o reino taxava a aristocracia era idêntica à

isso para os plebeus. A tributação que lhes fosse registrada como um sofrimento leve
poderia devastar uma família camponesa.
“Padre… Somos nobres por causa do povo.”
"Não. O povo resiste por causa de nós, a nobreza.”
Com essas palavras, eu poderia dizer pelo rosto de Claire que, finalmente, ela havia
perdido toda a esperança em seu pai.
“Rae, você disse que as negociações seriam difíceis. Mas isso... isso está além
do que eu jamais imaginei.
Estávamos nos dormitórios novamente, e Claire se jogou na cama.
“Ambos os lados cavaram em seus calcanhares. O compromisso é mesmo

possível?” Ela soava como se fosse chorar; um raro momento de fraqueza da normalmente
teimosa Claire.
"Pode não haver", eu disse. “Nesse caso—”
"Eu sei. Conflito armado. Eu quero tanto evitar isso, se pudermos...

Ah, Ra. Venha aqui."
Claire acenou para mim. Aproximei-me, imaginando o que ela queria.
“Aaaah! Os adultos são as pessoas mais egoístas do mundo!” ela gritou, agarrando-
me enquanto eu me aproximava dela. Então ela me abraçou forte, como se eu fosse um
travesseiro de corpo.
"M-Senhorita Claire... isso me deixa muito feliz, eu garanto, mas não consigo
respirar."

“Mmm!”
Ela teve seu jeito comigo assim por três minutos inteiros. Minha honra foi manchada para
sempre. Oh não, que terrível.
"As negociações estão apenas começando", eu disse. “Não vamos perder a esperança
ainda.”
“Mmm. Estou com sede, Rae. Por favor, traga-me um pouco de chá.”
"Sim, senhora."
Para ela, eu fui para a cozinha.
Sinto muito, Claire. Não importa o quão persistente você seja... temo que você
fique desapontado.
***
Claire trabalhou incrivelmente duro.
Ela ia e voltava, uma e outra vez, entre os governos provisório e revolucionário. Ela ouviu
pacientemente as exigências inflexíveis de ambos os lados, procurando um ponto de compromisso.
Eu odiava vê-la tão desgastada, mas aguentei, sabendo que isso também logo chegaria ao fim.
E então chegou o dia.
10 de novembro de 2015 em Anos do Reino. Os protestos se transformaram em uma

insurreição armada e o conflito eclodiu entre o exército revolucionário e as forças do governo
provisório, que eram apenas metade do tamanho do primeiro. Todos os jornais relataram que o
exército revolucionário tinha a vantagem.
"Eu não cheguei a tempo..." Claire disse, desanimada, enquanto observava o

multidão lutando contra soldados imperiais da janela de seu dormitório.
Agarrei sua mão e apertei com força, tentando confortá-la. "Você fez
tudo o que puder, Srta. Claire. Você não poderia evitar que isso acontecesse.”
"Mas se eu tivesse me esforçado mais..."
“Você tentou o máximo que pôde.” Minhas tentativas de confortá-la

não estavam funcionando. Claire tinha um forte senso de responsabilidade, e como

alguém que entendia os sentimentos de ambos os lados, isso era demais para seu coração
aguentar.
“Tudo o que me resta fazer agora é admitir a derrota como um nobre da velha
era,” Claire disse resolutamente, a cor retornando ao seu rosto.
“Não, senhorita Claire. Você ficará do lado que denuncia o que veio antes.”
Claire me olhou estranhamente. Quando encontrei seus olhos, eu me endireitei.

Finalmente havia chegado a hora de contar tudo a ela.
"Rae, do que você está falando?"
"Senhorita Claire, você vai se despedir da velha era do seu lugar no novo
1."
"Você está sendo ridícula. Sou filha da Casa François. Eu sou o símbolo por
excelência do mundo que precedeu este,” Claire disse com um sorriso duro.
“Você não é. Mestre Dole é.
"É a mesma coisa."
“Não é absolutamente. Você vai liderar o movimento para condenar o Mestre

Dole e a velha classe dominante – a aristocracia.”
“O-o que você está dizendo?!” Claire estava furiosa, e eu entendi o porquê.
Tinha que soar como se eu estivesse pedindo a ela para trair o resto da nobreza. “Você
quer que eu deponha os arquitetos da era antiga e então viva descaradamente minha
própria vida livre da minha conexão com eles?! Absolutamente não, nunca!”
Eu esperava essa reação. Não havia como Claire concordar com isso, não sem
saber toda a verdade.
“Esse também foi o projeto do Mestre Dole.”
"Huh?! E-espere um segundo. Meu pai?" Sua fúria desapareceu em um

segundo. Compreendi perfeitamente a confusão que surgiu em seu lugar. “O-o que você
quer dizer, Rae?!”
“Foi seu pai quem definiu o curso dessa revolução.”
“O que você está tentando me dizer?!”

"Deixe-me começar no início. É longo, então, por favor, sente-se.”
Fiz sinal para ela se sentar. Claire fez o que eu disse, faminta para ouvir o que eu tinha
a dizer.
“Como você já sabe, a política do reino foi corrompida além do reparo. A maioria
dos nobres se preocupava apenas com o ganho pessoal, disputando o poder sem a
intenção de permitir mudanças significativas.”
"Sim... Mas o que isso tem a ver com isso?"
“Alguns nobres ainda se dedicavam a garantir o futuro do país. Um deles foi o Mestre
Dole.”
"Pai? Mas ele deixou a família real de lado para tomar o poder sozinho…”
“Mestre Dole se sacrificou para liderar os nobres corruptos. Ele fez isso para garantir
que os plebeus pudessem terminar tudo hoje.”
Claire ficou sem palavras – compreensivelmente. Dole era um mestre em táticas

de diversão. Suas demonstrações de desprezo pelos camponeses e reverência por outros
nobres eram tão convincentes que nem mesmo Claire os tinha visto pelo que eram – um ato
elaborado.
Continuei: “Houve um tempo em que seu pai aceitava inquestionavelmente a

superioridade da nobreza. Isso tudo mudou com sua mãe, Melia.
"Quando ela morreu?"
Melia faleceu no quarto aniversário de Claire. Dole também foi

no acidente de carruagem que a matou, mas enquanto ele sobreviveu, Melia não teve
tanta sorte.
“O acidente de Melia foi planejado por outro nobre poderoso. Foi assassinato.”
"Não…!"
“Naquele dia, o Mestre Dole decidiu que as coisas tinham que mudar. Ele continuou a
desempenhar o papel de um nobre corrupto enquanto apoiava secretamente a revolução.
Você se lembra do dia em que me tornei sua empregada?
"Sim... Você disse algo para o meu pai, e a partir daquele momento, o comportamento
dele mudou."
“Foi o que eu disse a ele na época: 'Irvine Manuel, 3 de março, cinco

cem mil de ouro.' Essa informação pertencia ao apoio financeiro que Master Dole estava
fornecendo secretamente à Resistência.”
Apenas Dole sabia do dinheiro que dera a Irvine, irmão mais novo de Arla e
tesoureiro da Resistência. Ele não conseguia entender como eu consegui essa informação,
mas eu a usei mesmo assim para fazê-lo concordar que eu fosse a empregada de Claire.
“Depois que todos saíram da sala, eu disse a ele: 'Mestre Dole, sua causa é
admirável. Mas estou preocupado que a Srta. Claire seja pega nisso.'”
"Porque você pensaria isso?" Claire exigiu.
“Mestre Dole planejava sacrificar não só a si mesmo, mas a você, Srta. Claire.
Ele te ama do fundo do coração, mas desistiu de salvar o país de outra forma.”
Foi aí que eu entrei.
“Ofereci ao Mestre Dole outra escolha. Eu dei a ele uma opção que
deixar você viver, Srta. Claire, mesmo quando os aristocratas foram derrotados. Mestre
Dole aceitou meu plano, desde que isso significasse que sua filha poderia sobreviver.
O que apresentei a Dole foi o cenário em que Claire se separaria da velha era
dos aristocratas e se juntaria à nova era, daqueles que condenavam os antigos.
“Tudo o que fiz até agora foi para este plano. Foi para melhorar sua reputação,
distanciá-lo do resto da nobreza e encontrar uma maneira de você viver na nova era que
está por vir.”
— Então... você! Você sabia disso desde o início?!”
O rosto de Claire estava dolorido. Uma dor ecoando afiou em meu peito, mas eu
continuei.
"Sim. Eu sabia que a revolução iria acontecer e que o resultado seria

a queda dos aristocratas. Nada disso poderia ser evitado.”
— Mas eu... eu confiei em você!
“Eu sinto muito, Srta. Claire. Eu aceitarei qualquer punição que você escolher.”
No momento em que eu disse isso, Claire levantou o braço para mim com raiva.
Fechei os olhos, me preparando para o golpe.
Mas a dor na minha bochecha nunca veio. Quando eu abri meus olhos, Claire

manteve a mesma posição, mas ela estava chorando baixinho.
"Você e meu pai... Você nem me consultou..."
Claire não era estúpida. Ela não podia perdoar o que Dole e eu tínhamos feito, mas
também não podia nos culpar facilmente, sabendo que agimos para protegê-la.
“Senhorita Claire, você precisa se juntar ao governo revolucionário agora. Eu tenho

já combinado com Arla. Em breve, a família real passará o Royal Standard para o governo
revolucionário. Quando isso acontecer, os aristocratas se tornarão os rebeldes. Você vai condená-
los.”
Ela permaneceu em silêncio.
"Senhorita Claire?"
Ela se levantou e caminhou em direção à janela. Lá fora, a batalha continuou.
“Rae… Que tipo de vida eu terei, uma vez que eu seja um plebeu?” ela perguntou
de repente.
Fiquei surpreso, mas pensei por um momento. “Bem… No começo haverá muito o que
aprender. Como quando você passou um tempo na minha casa durante as férias.”
“Sim,” Claire assentiu sem se virar.
Continuei: “Mas você vai se acostumar rapidamente. E eu sempre estarei lá para

cuidar de você."
"Entendo... Então você vai morar comigo?"
"É claro. Vou trabalhar duro e fazer tudo o que puder por você.”
"Sim. Acho que vou precisar disso,” Claire disse, e ela ficou em silêncio novamente.
Eu estava desconfortável, então continuei falando para preencher o silêncio. “Vamos pegar um cachorro.”
“Prefiro um gato”, ela respondeu à minha sugestão inútil.
“Você quer um quintal?”
“Sim, e vasos de flores.”
“Quantos filhos devemos ter?”

“Não podemos ter filhos.”
“Então vamos adotar.”

“Eu quero duas garotinhas fofas.”
Enquanto continuamos conversando, eu poderia dizer a mim mesmo que ela estava a bordo.
Então, abruptamente, ela disse: “Acredito que você nunca me deixaria ser
infeliz”.
Foi como um sonho tornado realidade.
Um sonho?
"-'não.'"
"Huh?" Eu tinha perdido o resto do que Claire estava dizendo. "Senhorita Claire?"
"Eu disse 'não'", disse Claire, virando-se para olhar para mim com uma expressão clara,
como se um fardo tivesse sido retirado. Suas bochechas ainda estavam molhadas de lágrimas,
mas seus olhos eram fortes e brilhantes.
“O que você está dizendo, Srta. Claire? Este é o único caminho."
"Não. Há outra maneira. Posso escolher cair com a velha era e meus pares.”
Foi a minha vez de ficar confuso. “Não… é inútil! Isso não faria ninguém feliz!”
“Não, provavelmente não.”
“Mestre Dole—e eu também, fizemos tudo isso para que você possa viver —”
“Sim, e eu sou grata por isso,” Claire sorriu.
Um calafrio me percorreu.
“Espere... espere um segundo. Você está com raiva de nós por não lhe dizer o que
estava acontecendo? Por favor, peço desculpas. Mas se tivéssemos dito a você...
“Tenho certeza de que teria recusado.”
Não não não. Eu tinha feito algo errado, eu devo ter feito. Eu não tinha previsto isso.
“Tenho certeza de que você e meu pai estavam pensando em mim o tempo todo. EU
entenda que. E não estou com raiva.”
"Então por que?!"
“Porque...” Claire parou por um momento e me olhou diretamente nos olhos. “Eu sou um
aristocrata.”

Eu não sabia o que dizer.
“Um aristocrata desfruta de sua estatura e luxos em troca de cumprir seus

deveres quando solicitado a fazê-lo. A razão pela qual me permitiram viver uma vida tão
egoísta é para que eu pudesse, mais uma vez, quando esse dia chegasse, cumprir meus
deveres.”
“Você não precisa! Não mais!"
"Não. Cuidarei da minha obrigação final - e isso é submeter-me à vontade

do povo, como aristocrata e como relíquia de uma época que termina”.
Eu a havia subestimado. Eu deveria saber, mas não consegui entender Claire

como pessoa. Eu não tinha percebido o que significava para Claire ser nobre.
“Senhorita Claire, por favor, pense nisso. Podemos fazer um futuro juntos
—”
“Eu sinto muito, Rae. Não posso conceder seu desejo.”
— Mas você... você me prometeu. Você disse que não desistiria, até que o
muito fim,” eu disse, referindo-me à promessa que ela me fez no dia do exame de admissão
dos Cavaleiros da Academia.
“Ah, você está certo. Eu lembro disso. Parece que foi há muito tempo.”
"Não... não... Senhorita Claire, você não pode ir!"
“Sinto muito, Rae.” Claire se aproximou de mim. Ela trouxe seus lábios para os meus.
“Para me desculpar por quebrar minha promessa, ofereço-lhe meu primeiro beijo.”

Foi quando eu percebi. Claire estava realmente me deixando.
“Adeus, Rae. Fique bem,” Claire disse, e ela se virou para sair. Eu queria segui-
la, mas não podia. Eu não conseguia pensar em uma única palavra para fazê-la ficar.
"Senhorita... Claire..."
Eu tinha feito tudo o que podia para evitar que isso acontecesse. A única coisa que
eu tinha pensado era como salvar a vida de Claire, e agora era tudo em vão.
Lembrei-me do que Dole me disse quando apresentei meu plano para

dele.
Ele disse: “Seu plano é perfeito. Mas... não sei se minha filha vai aceitar.
Os pensamentos que eu não conseguia capturar em palavras escorriam como lágrimas pelo
meu rosto.
Eu não poderia nem te dizer o sabor do nosso primeiro beijo.
***
Eu me permiti um único dia de devastação depois que Claire me deixou.

Chocada como eu estava, eu não estava pronta para desistir tão facilmente.
Fui primeiro ao palácio. Para provar a justiça de sua missão, o governo revolucionário
declarou sua intenção de restabelecer a família real e seu apoio a Thane como herdeiro do rei
l'Ausseil. Em resposta, a família real passou o Estandarte Real – o direito simbólico de
governar – ao governo revolucionário.
Por mais que se ressentissem dos aristocratas descarados que desafiaram seus
governo, a realeza nunca teria legitimado as forças revolucionárias que visavam abolir a
monarquia se não fosse o Império Nur. A notícia havia chegado à capital das tropas imperiais
que se aproximavam da fronteira do império com o reino. Ao ouvir isso, a família real concordou
com o governo revolucionário na esperança de resolver rapidamente a situação doméstica e,
assim, evitar uma guerra civil que o império aproveitaria para invadir.

Como resultado, Thane atualmente estava sentado em um pedestal

instável. O governo revolucionário apoiou sua sucessão, mas Dole e os outros nobres
ainda bloquearam seu caminho para o trono.
"Entendo," Thane disse quando falei com ele. “Então Claire escolheu cair,
ela mesma.”
“Claire não é como aqueles outros nobres corruptos. Ela não deveria ser
executada.” Eu implorei a Thane com meus olhos, implorando pela vida de Claire. No
passado, um plebeu nunca teria permissão para se encontrar com a realeza, mas Thane
havia concedido permissão especial para falarmos.
"Você está certo. Mas é uma questão difícil.” Thane tinha uma expressão
amarga. “Independentemente do caráter individual de Claire, ela continua sendo filha
de Dole François, líder da facção nobre. Mesmo que eu a perdoe, duvido que o governo
revolucionário faça o mesmo”.
"Mas-"
“A família real está em uma posição precária no momento. Nós temos

próximo a nenhum poder real. Para todos os efeitos, o governo revolucionário
está dando as cartas.”
“Mas o Império Nur apoiou os rebeldes. Você sabia disso?"
"Isso não é exatamente certo," Thane gentilmente corrigiu. “Salas e seus

seguidores têm laços com o império, sim. Mas os líderes da Resistência, Arla e Irvine, se
opõem fortemente ao império.”
"Mas…!"
“Bem, ouça. Você sabe como é o governo revolucionário

distribuindo rações para as pessoas?”
"É claro."
“A razão pela qual eles podem fazer isso é porque o Império Nur continua a
fornecer-lhes suprimentos. Se os forçarmos a cortar os laços com o império, o povo
morrerá de fome”.
Em outras palavras, Thane valorizava a vida das pessoas acima de todos os outros
assuntos. Para Thane, garantir que as pessoas não morressem de fome era muito mais
importante do que quem governava o país e quem sofria por seus pecados passados.
“O pessoal de Arla também não está deixando Salas correr solta. Eles estão

usando ele. Quando chegar a hora, acredito que eles encontrarão maneiras de expulsar Salas e
os outros simpatizantes imperiais.” Thane me deu outro sorriso tenso.
“Mais uma vez, tenho muito pouco poder aqui. Eu posso ser o próximo rei, mas isso é mais
simbólico do que qualquer coisa, agora. Eu gostaria de poder fazer algo por Claire, no entanto…”
"Entendo..." eu disse. Thane estava lutando contra a mudança dos tempos também.
Sua expressão era inteiramente emblemática da realeza apenas no nome; ele ficou impotente e
cheio de arrependimentos.
"Me perdoe. Gostaria de poder ajudá-lo mais.”
“Não, eu sinto muito por pedir o impossível. Obrigada."
Minha primeira ideia falhou, mas eu não estava desistindo. Ainda não. A seguir, visitei
o convento da Igreja Espiritual.
“Ei, Rae. Obrigado por vir”, disse Yu.
“Já faz um tempo, Rae,” disse Misha.
Eu vim ver Yu e Misha. Yu ainda estava teoricamente confinado por

sua saúde por ordem da família real. Alguns ainda alegavam que ela sofria efeitos mentais
deletérios de uma maldição, mas, na realidade, a facção política que apoiava Thane tinha feito
um grande esforço para garantir que ela permanecesse fora da mesa política. Thane não
parecia estar diretamente envolvido nisso, mas a política nunca é tão simples.
Fiquei feliz em ver que Yu parecia saudável e feliz. Da mesma forma, Misha parecia
tão perfeita em seu hábito que era como se ela tivesse nascido para usá-lo, e ela e Yu pareciam
uma combinação perfeita, lado a lado.
“Eu posso adivinhar por que você está aqui. É Claire?” Yu perguntou.
"Sim", eu balancei a cabeça.
“Eu quero ajudar, mas como Thane, não há muito que eu possa fazer,” Yu disse,
franzindo a testa se desculpando. “A erupção e os conflitos civis fizeram com que muitos plebeus
se voltassem para a religião em busca de conforto e, como resultado, a Igreja está rapidamente
consolidando o poder. Não acho que o governo revolucionário possa se dar ao luxo de nos ignorar”.
"Nesse caso-!"

“Mas,” Yu interrompeu, “o Cardeal Lilly detém a autoridade máxima na Igreja – e, é

claro, tanto Salas quanto o Império Nur apoiam seu poder. Tenho certeza de que essa era a
intenção de Salas o tempo todo.”
“Acredito que o Mestre Thane está sendo otimista”, disse Misha. "Há um
risco real de que o governo revolucionário seja tomado pelo Império Nur.”
“Você não pode avisar Thane sobre o perigo, Yu?”
“Eu tenho, muitas vezes. Mas ele não vai ouvir. Meu irmão é ingênuo, e o
as pessoas ao seu redor não lhe darão informações precisas. No entanto... eu não entendo
muito bem. Ele é normalmente tão inteligente. Por que ele descartaria a ameaça do império?”
Yu franziu a testa. “De qualquer forma, continuarei pleiteando o caso de Claire para ele, mas
para ser honesto, eu não contaria com Thane. Dole e Claire passaram a simbolizar a aristocracia
e a política aristocrática. Do ponto de vista do governo revolucionário, eles são os bodes
expiatórios ideais. E mesmo que não fossem, o Império Nur certamente os tem no topo de sua
lista de ameaças aristocráticas a serem eliminadas.”
“Sinto muito, Rae,” Misha disse.
A conversa baixou meu ânimo. Mas meus amigos prometeram me ajudar. Isso tinha
que ser o suficiente por agora.
Agradeci e saí do convento.
Eu visitei vários outros lugares depois disso, tentando e tentando inventar

uma maneira de salvar Claire, mas eu errei em todos os aspectos. As forças de Salas e
do Império Nur estavam profundamente enraizadas neste país, e as pessoas me rejeitavam
onde quer que eu fosse.
Eu estava impotente e sozinho. Eu não queria desistir, mas estava preso. EU

corria por toda a capital, só parando quando me enjoava de exaustão.
“Deve ser assim que Claire se sentiu quando estava facilitando as negociações entre
os aristocratas e o povo…”
Eu não tinha feito nada além de observar enquanto ela trabalhava até os ossos, certa
de que tudo seria resolvido no final. Eu tinha tanta certeza de que Dole e eu iríamos mantê-la
segura.

Fazia apenas alguns dias desde a última vez que a vi, mas pareceram meses.
A pessoa que sempre esteve ao meu lado se foi. Achei que meu peito fosse estourar.
"Eu quero ver você, senhorita Claire."
Quando mergulhei em dúvidas aterrorizadas, uma epifania me atingiu – eu sabia onde

Claire estava sendo mantida.
Essa era minha última chance.
***
Claire estava sendo mantida no Segundo Salão do antigo salão de assembléia da

Câmara dos Lordes. Era um edifício histórico que havia sido designado como tesouro nacional do
reino. A ornamentação gótica adornava o portão principal e quatro guardas estavam do lado de
fora.
"Você aí! Pare!” um dos guardas me chamou enquanto eu casualmente

caminhou em direção a eles. Eu o ignorei e fui em direção ao portão.
“Você é Rae Taylor, certo? Você não tem permissão para se aproximar deste
prédio. Sair."
Os soldados se formaram, claramente tentando me intimidar. Suspeitei que sua

armadura fosse resistente à magia e que as espadas que seguravam eram ferramentas mágicas,
incomuns, pois pareciam adornar soldados comuns com poderosos itens mágicos.
“Eu só quero ver a Srta. Claire. Você vai me deixar passar?”
"Não. Recebemos ordens estritas para não fazê-lo.”
"Entendo..." Isso não me deixou escolha. "Então eu vou passar por você."
Eu abri uma armadilha com a magia da terra. Os soldados fortemente blindados

desapareceram no chão - e voltaram à vista imediatamente. Não só isso, eles agora flutuavam
no ar. Magia do vento, hein? Ouvi dizer que magos de atributo vento eram frequentemente
selecionados para serem guardas armados, então o peso da armadura completa não os atrasava.
Isso me lembrou o estilo de luta de Thane.

“Você não pode ficar assim tão fácil!”
“Pare com essa resistência inútil!”
“Resistência inútil? Não." Eu levantei minha varinha e lancei magia de água.

“Judeca! Espiga da Terra!”
Eu congelei os quatro guardas no lugar e depois os empalei com terra

espigões. Foi a mágica de combinação Cocytus que eu usei ao lutar contra Manaria. Ela
respondeu com facilidade porque ela era Manaria, mas ninguém que a visse pela primeira vez
poderia contra-atacar a tempo.
Os quatro soldados sucumbiram imediatamente a isso, o feitiço mais forte disponível

para o personagem do jogador. Se eles não tivessem armadura mágica, isso os teria matado.
"O que?! O que está acontecendo?!"

"Intruso!"
Os soldados dentro do prédio ouviram a comoção e saíram correndo.

Cada um deles usava uma armadura de placa completa resistente à magia. Que dor.
Enormes armadilhas para tigres emergiram do chão, prendendo os pés dos guardas
e os prendendo no chão. “Er…!”
“Apenas fique onde está,” eu disse, passando por eles para dentro do prédio.
Não seria tão fácil.
"Ei, espere", disse uma voz familiar e alegre. Eu assisti as armadilhas

dissolver de volta ao solo. “Eu estive esperando por você.”
"Senhorita Lilly..."
Lilly apareceu na entrada, parecendo ter acabado de dar um passeio casual.
“Nós sabíamos que não havia como você não aparecer depois de ouvir
Claire foi capturada. É por isso que fui enviado para cá.”
"Devolva a senhorita Claire para mim."
“Não seja ridículo. Claire veio aqui sozinha. E nós prometemos

nós não a tocaríamos. Como devemos 'devolvê-la'?” Lilly gargalhou. A doce Lilly que eu
conhecia se foi. Agora, ela apenas parecia odiosa.
“Diga o que quiser. Se você não me deixar passar, vou forçar minha entrada.

“Vá em frente e tente. Hora de fazer esses guardas ganharem seu sustento,” Lilly
disse.
Ao seu comando, doze guardas correram para mim.

"Juiz!"
Os guardas pararam, congelados. Eu imediatamente segui com Earth Spike.
"Que fofo."
No entanto, Lilly cancelou minha magia de congelamento antes que eu

pudesse completar Cocytus. Uma vez capazes de se mover novamente, os guardas
rapidamente evitaram Earth Spike. Eles foram bem treinados. Não tão bom quanto a Guarda
do Rei, mas bom o suficiente para derrubar quase qualquer inimigo nesses números.
E agora eles tinham o apoio de Lilly também. Enquanto Lilly não usou magia de
ataque, ela fez meus feitiços desaparecerem em um instante. Era como lutar contra Manaria
novamente.
"Espere, eu entendi!" Chorei.

“Erk…!”
Eu bloqueei a espada balançando para mim com minha varinha mágica. Minha mão
habilidades de combate de mão estavam, ah, faltando. Se eu tivesse uma chance, eu
precisava usar magia.
“Judeca!” Enviei magia congelante para os guardas novamente, mas Lilly

rebateu em um segundo. Nesse ritmo, eu ficaria sem poder mágico.
Então, só restava uma coisa a fazer.
“Ralaire!” Tirei Ralaire da minha bolsa e joguei Judecca nela.

A magia não congelou Ralaire — em vez disso, fez com que ela se expandisse rapidamente para
cinco vezes seu tamanho original.
Hum-hum! Os lodos de água tinham a habilidade especial de absorver a magia da água.

“O-o que é isso?!”
"Um monstro!"
“É um lodo de água!”
Ralaire soltou seu Grito Odioso, paralisando os guardas.

“Ralaire, engula Lilly!” Eu pedi.
“Eu disse que é inútil.” Lilly evitou Ralaire com facilidade. limos de água
apenas não eram muito ágeis, e não havia como nem mesmo meu bebê conseguir
manobrar Lilly, a obra-prima de Salas.
Essa era minha única chance. Uma vez que os guardas se recuperaram da casa de Ralaire
Grito odioso, eu estava farto. Eu tive que matar Lilly antes que eles pudessem.
"Zero absoluto!"
Este era o feitiço de ataque de atributo de água de altíssima aptidão que eu ainda não
tinha sido capaz de usar quando lutei contra Manaria. Foi uma magia violenta que instantaneamente
congelou o alvo e depois o quebrou em pedaços. Apontei para a varinha de Lilly enquanto lançava.
Mas mais uma vez, meu feitiço desapareceu no ar.
“Eu disse que é inútil.” Lilly se aproximou de mim com uma velocidade terrível,
agarrou o braço que segurava minha varinha e me jogou no chão.
“Quantas vezes devemos fazer isso?” ela riu, de pé sobre mim.

Ralaire tentou atacá-la, mas Lilly devolveu meu familiar ao seu tamanho original com um movimento
gracioso de sua varinha. "Agora, suponho que eu poderia simplesmente matar você aqui."
"Eca…!"
Não havia como escapar. Eu não tinha habilidade para me libertar das garras de Lilly;
Eu não acho que Claire poderia ter feito isso também, no meu lugar. É aqui que termina?
Mordi meu lábio em frustração, me sentindo impotente.
"Erk... você!"
De repente, Lilly me soltou e agarrou sua cabeça, o rosto se contorcendo em agonia. EU

não sabia o que estava acontecendo, mas eu não estava olhando um cavalo de presente na
boca. Eu a derrubei com uma bomba de gelo, peguei Ralaire e corri para dentro do prédio.
Finalmente eu-
Espere…
Fiquei cego por um clarão de luz. Quando minha visão voltou, uma linha reta foi queimada
no chão entre o prédio e eu, como se para bloquear

o meu caminho.
Esta marca. Só poderia ser ela.

"Senhorita Claire?"
Eu virei meus olhos para a janela, quebrada, no segundo andar

diretamente acima. Claire ficou lá, sua expressão resoluta, como se me denunciasse.
Seu Magic Ray tinha queimado a linha no chão.
Isso Isso…
Isso é rejeição.
Claire não queria ser resgatada. Não importava o que eu fizesse, todas as minhas lutas
foram em vão.
Outro flash. Enquanto eu estava lá, chocado até o meu âmago, outro raio cruzou
o chão diante de mim.
Ela estava me mandando embora.
"Senhorita Claire, você... você me odeia tanto?"
Claire desapareceu da janela, sem responder minha pergunta. Caí de joelhos em desespero.
Não me lembro do que aconteceu depois disso.
***
Depois de ser tão completamente rejeitado por Claire, desci para uma espécie de
meia-vida. Saí do Segundo Salão atordoado, andando como um cadáver vivo, sem sentir a
passagem do tempo, nem vendo o que fiz. Quando finalmente voltei a mim, estava deitada em
um quarto que não conhecia.
“Parece que você finalmente acordou.” Manaria me prendeu com um olhar severo.
“Lady Manaria…? O que você está fazendo aqui?"
“Ouvi dizer que a revolução estava se formando em Bauer, então corri. O que
aconteceu com Claire?
Eu vacilantemente expliquei tudo: Como eu tentei separar Claire

das forças aristocratas e quase conseguiu, e como Claire decidiu que não poderia concordar com
isso e, em vez disso, aceitaria seu destino junto com o resto dos aristocratas.
"Eu vejo. Não é à toa que você parecia tão deprimido.
"Sinto muito..." Sua provocação não me fez sentir nada. Nada importava, não mais.
Manaria parecia desencorajada pela minha falta de resposta. “Você está dando
acima? Você acabou de dizer a Claire para não fazer a mesma coisa, mas tudo bem se você
jogar a toalha?
"Mas... não há mais nada que eu possa fazer."
“Caramba... se eu soubesse que você terminaria assim, eu nunca teria

confiou Claire a você. Eu poderia ter feito um trabalho muito melhor.”
“Você provavelmente poderia ter.” Eu não estava mordendo a isca.
Manaria soltou um grande suspiro. “Eu te perguntei antes, e vou te perguntar mais uma
vez. Seu amor é realmente tão fraco?!”
Seu tom não era mais inflamatório. Se alguma coisa, parecia que ela estava tentando
me acalmar. Colora-me confuso.
“Não importa o quanto eu a ame, algum amor nunca é correspondido,” eu

disse, embora até eu pudesse ouvir meu mau humor.
"Eu vejo. Bem, você não deve ter nenhum problema em esquecer Claire, então.
Manaria me puxou para perto e colocou seu rosto no meu. Ela tinha feições de menino, mas um
rosto bonito. Ela se aproximou lentamente, e fiquei vagamente ciente de que meus lábios iriam
tocar os dela.
Eu me lembro agora. Claire fez isso também...
Tinha sido um beijo de pesadelo, ausente de qualquer emoção ou sentimento.

Aquele... aquele beijo...
Essa é minha última lembrança com Claire?
No momento em que esse pensamento passou pela minha cabeça, percebi que tinha empurrado
Manaria para longe.
“Isso mesmo...” Manaria sorriu como o Gato de Cheshire.
“Desculpe, Manaria.”

“Não se preocupe com isso. Agora, se fosse qualquer outra pessoa, eu provavelmente
diria a eles para desistir. Mas acredito que você e Claire têm um vínculo que não pode ser
colocado em palavras.”
"Porque você pensaria isso?"
"Porque eu perdi para você - para vocês dois." Manaria sorriu

maliciosamente. “Um casal a quem dei minha bênção? Não há parede que você não possa
escalar.”
“Mas Claire e eu—”
“Você disse a Claire que a ama? Você contou a ela tudo o que está em seu coração?”
"Eu pensei que eu fiz…"
"Sério? Tenho certeza que você disse a Claire o que você fez por ela, mas você pediu
para ela ser sua? Em suas próprias palavras?"
Eu não sabia. Aquela conversa de despedida parecia um pesadelo em minha memória.

Eu não tinha mais certeza de nada.
“Como você viu, a lógica não pode parar Claire agora,” Manaria disse. “Se alguma
coisa pode, será o seu próprio egoísmo.”
"Meu... egoísmo?"
“Rae, você é extraordinária. Eu não acho que poderia projetar metade dos planos
e preparativos que você tem, quanto mais inventar uma maneira de salvar Claire e depois
executá-la. Mas você deveria se permitir lutar com Claire. Mesmo apenas uma vez. Você pode
bancar o palhaço, mas é uma pessoa intensamente racional, enquanto Claire é emocional.
Você fez o seu melhor para ficar calmo por ela, não foi? Não faça isso, não desta vez. E não
tente consertar as coisas – apenas deixe que ela veja suas emoções cruas.”
"Minhas... emoções cruas?" Isso faria Claire voltar? Eu não sabia. Mas era minha
última chance.
"Então o que você vai fazer? Se você disser que vai resgatar Claire, você tem minha
ajuda.
"EU…"
"Sim?"
Meu coração entorpecido começou a bater novamente. "Eu... vou salvar a Srta.

Clara.”
Manaria riu, parecendo satisfeita com minha resposta. “Essa é minha Rae.”
Ela me deu um tapinha na cabeça.
“Eu não sou seu, Lady Manaria. Tudo de mim pertence à senhorita Claire.
"Se você pode falar comigo assim, você está indo bem." Manaria me deu um
abraço apertado e disse: “Vamos começar, então. Operação: Leve de volta a princesa.”
Os jornais informaram que Claire seria julgada publicamente ao lado de Dole. O julgamento
foi uma farsa, é claro — apenas uma fachada frágil para o que seria uma execução pública. Claire
e Dole foram mantidos sob forte guarda o tempo todo, tornando o dia de hoje nossa única chance.
O julgamento seria realizado no tribunal distrital, separado por uma cerca

do pátio da sala de reuniões. Fiquei na primeira fila da multidão reunida.
"Ali estão eles!" alguém na multidão gritou.

Claire e Dole foram conduzidos ao palco, ambos vestidos com trajes de luto de aparência
cara – talvez para destacar o fato de sua nobreza. Seus rostos estavam resolutos.
“Anunciando Sua Majestade!”
Thane, que havia sido oficialmente coroado no dia anterior, entrou no salão. A família
real pode ter parecido restaurada, mas na verdade, eles perderam quase todo o poder sobre o
governo real do Reino Bauer. Como muitos países na Terra, Bauer seria agora uma monarquia
constitucional e seu rei uma figura de proa, na melhor das hipóteses.
Thane não mostrou nenhuma emoção, mas isso era normal para ele. Eu não poderia
dizer como ele se sentia.
“Que este julgamento pelo povo comece!”
Salas fez essa declaração. Também vi Arla e Irvine no portão.

Salas examinou a multidão e continuou falando. “Dole François e Claire François estão diante de
você, acusados do crime de usar seu status como

aristocratas para explorar o povo!”

Ah. Ele era um para falar.
“Eles também traíram a família real, tentando tomar o poder para

eles mesmos! Esses são atos imperdoáveis!”
A multidão rugiu enquanto Salas atiçava as chamas de seu descontentamento. Eu
mal podia conter minha raiva por essas massas facilmente influenciáveis, como aqueles que
saudaram Claire como uma heroína há poucos dias e que agora estavam prontos para matá-la.
Começou o chamado julgamento. Salas leu a lista de crimes dos quais Dole e
Claire foram acusados e os considerou culpados em todas as acusações. Então, ele
perguntou a Dole se ele tinha alguma objeção.
"Eu não tenho nada. Dediquei-me ao reino. Se o reino cair, eu cairei com ele”,
disse Dole, fechando os olhos.
“Ele admite o crime! Haverá uma execução!”
Os soldados entraram ao sinal de Salas, espadas na mão. Dole ajoelhou-se e

encarou a multidão, a cabeça baixa para expor o pescoço. O soldado mais próximo levantou
sua lâmina para girá-la.
Nesse momento, um desafio ecoou pela quadra.
“Eu me oponho a este julgamento!”
***
"Que é aquele?"
“Um estudante da Royal Academy. Qual era o nome dela? Rae Taylor?
"Por que ela está falando agora?"
Em meio ao clamor e comoção da multidão, escalei a cerca e entrei na sala

do tribunal. Não era gracioso, mas eu não tinha tempo para me preocupar com isso.
"Guardas, joguem-na fora", ordenou Salas.
"Espere", disse um jovem na platéia. “Esta pessoa foi um

contribuidor inestimável para a Resistência e o governo revolucionário.

Você não vai forçá-la a sair.
“Mas, Lambert…”
Sim. Era Lambert Aurousseau, irmão mais velho de Lene, que havia sido exilado do
país durante o Movimento dos Plebeus.
“Este é um momento de transição. Não deveríamos abordar quaisquer potenciais

sementes de descontentamento futuro?” Lambert disse alto e então se virou para mim. “Você
tem seu palco. O resto é com você."
“Obrigado gentilmente.” Olhei para a multidão e levantei minha voz. “Eu me

oponho a este julgamento. Um vilão ainda mais covarde subiu ao palco – um que explorou o
povo e causou um desastre nacional!”
“O que é essa idiotice? Quem você acusaria de tais crimes além

Duque Francisco?
“Vou te mostrar agora. Lena!”
"Sim." Lene deu um passo à frente da multidão, causando outra onda de comoção.
Claire arregalou os olhos em surpresa.
“Essa não é a jovem que é dona da Frater Trading Company?” alguém sussurrou.
“E esse não é o marido dela, Lambert?”
Depois que Lene e Lambert foram exilados do Reino Bauer,

tinham fundado uma empresa nos Alpes. Essa era a Frater Trading Company. Frater
havia “inventado” o prato conhecido como crème brûlée, que por sua vez se tornou um
sucesso explosivo. Eles passaram a desenvolver muitos novos pratos inventivos, tornando-
se os queridinhos da indústria de restaurantes. O nome de sua empresa, “Frater”, era a
palavra para “irmãos” na antiga língua deste país. Também poderia denotar aliados ou
amigos, mas estava claro o que significava para esses dois.
Eu havia me reunido com Lambert e Lene alguns dias atrás. Eles estavam
investindo pesadamente na Resistência e, como resultado, foram convidados a comparecer
ao julgamento.
“Dole François não é um rebelde, mas um verdadeiro patriota”, anunciou Lene.

Ela passou a listar todos os detalhes das realizações políticas de Dole,

incluindo as ações secretas que ele havia tomado para apoiar o governo
revolucionário desestabilizando o provisório. Ela também descreveu as prisões de nobres
corruptos de Claire e as contribuições financeiras de Dole para a Resistência — todas as
informações que eu dei a ela, é claro.
Dole e eu havíamos escolhido meus alvos de investigação com cuidado. Sim,

eles estavam engajados em atividades ilegais, mas a reforma social não era nosso único
objetivo – nós também derrubamos famílias que sabíamos que iriam atrapalhar a revolução.
Dole sempre planejara dezenas de lances à frente, como um grande mestre de xadrez.
“Quando a Srta. Claire, Rae Taylor e o Cardeal Lilly levaram à justiça

aristocratas corruptos, foi com o apoio e orientação de Dole. Ele também doou fundos
para a Resistência sob o nome XX desde o início”, finalizou Lene. “Dole François é um
verdadeiro patriota que faria qualquer coisa por este país.”
"Ridículo! Ele ainda enganou o governo provisório para trair

a família real!" Salas gritou.
"Você está em condições de fazer tais acusações, Salas?" interrompeu uma

voz fria de contralto.
"Yu!"
“Achei que ela tinha enlouquecido!”

“Ela está tão bonita.”
Yu apareceu no tribunal, vestindo um hábito e ladeado por freiras.

Seu cabelo loiro e fofo tinha crescido um pouco. Ela parecia radiante, finalmente
autorizada a ser a mulher que era.
"Yu, o que você está fazendo aqui?" Salas exigiu.
“Engraçado isso. Tenho a mesma dúvida, Salas. Afinal, você é o verdadeiro

criminoso aqui.”
Quando Yu soltou essa bomba, toda a corte foi sacudida em sussurros.
"Criminoso? Salas?”
“Talvez você realmente tenha enlouquecido.”

“Talvez, mas eu não consigo lê-la de jeito nenhum...”
A multidão estava zumbindo, confusa. Mas o som da voz de Yu cortou claramente o

burburinho – tudo graças à magia exercida pelo meu melhor amigo, Misha.
“Salas Lilium é um traidor. Ele tem trabalhado com o Império Nur, tentando tomar o controle
do país para si mesmo.”
A acusação de Yu atingiu Salas diretamente, mas ele era um velho político astuto.
Enquanto a multidão se acomodava, Salas falou. “Do que você está falando, Senhora Yu? Você
ainda parece estar sofrendo de algum tipo de histeria. Você deveria voltar para o convento, onde pode
encontrar um pouco de paz.
“Nossa investigação já está concluída. Rae?”
"Sim." Enquanto Yu me dava minha deixa, eu produzi meu último trunfo. "Este
ferramenta mágica é a prova de todas as relações de Salas com o império. Todos!
Não permita que ele engane você!”
Aumentei o volume ao máximo e ouvi a conversa incriminadora sobre a traição de Salas.

Misha usou seu atributo de vento para amplificar o som para todos ouvirem.
"Qual o significado disso?!"
“Pensei que o governo revolucionário fosse nosso aliado?!”
"O que está acontecendo?!"
A multidão explodiu em comoção, como um ninho de vespas que havíamos chutado. Salas
fez o possível para dar desculpas, mas ninguém conseguia ouvi-lo em meio ao barulho. Então,
abruptamente, ele puxou o que parecia ser um apito do bolso do paletó e soprou com força. O som
agudo cortou o rugido da multidão, e um grupo de homens apareceu como se fosse convocado.
“Exército particular de Salas!”
Suas tropas privadas eram compostas pelos antigos guardas pessoais das casas nobres
caídas. Eles estavam totalmente armados, e agora, eles cercaram o
quadra.
“Assuma o controle”, ordenou Salas.
"Não tão rápido!" Uma voz inspiradora ecoou pelo tribunal.
“Vara Mestre!”

"Ele está vivo!"
O príncipe desaparecido estava de volta e liderando as tropas reais. Após uma

inspeção mais próxima, Rod estava sem um braço, mas sua expressão estava energizada.
"Desculpe estou atrasado. Mas o herói tem que fazer uma entrada dramática, certo?”
Rod disse, e ele soltou uma risada arrogante.
O vulcão entrou em erupção enquanto ele estava no meio da evacuação do

aldeia no sopé da montanha. Ele sofreu um ferimento quase mortal enquanto protegia os
aldeões e, sem ninguém na aldeia capaz de usar magia de cura, acabou incapacitado
enquanto seus ferimentos curavam à moda antiga. Tinha sido difícil por um tempo, mas ele
sobreviveu, e a perda de um braço não afetou sua personalidade em nada.
"Ei, Salas", disse ele. "Desistir. A maioria de seus homens já se curvou

o joelho para mim. Você simplesmente não pode comparar, sabe?”
“Heh heh… Você vai continuar me atrapalhando até eu te matar?”

Salas rosnou venenosamente. “Ainda não terminei! Lilly!”
“Ah, isso de novo?”
Lilly apareceu das sombras no fundo da quadra, vestida de

couro preto flexível e uma capa preta.
“Matem Dole, Claire e os príncipes!” Salas encomendadas. “Enquanto eles forem embora,
podemos fugir!”
"Você faz isso parecer fácil. Quer dizer, eu vou fazer isso, mas…”
Lilly sacou sua faca, parecendo cansada. Eu sabia que ela tinha envenenado a ponta do
sua lâmina. A sala caiu no caos total quando os homens de Salas enfrentaram os soldados
comandados por Rod, e os plebeus correram para sair do caminho. Em uma situação como essa,
Lilly pode ser capaz de assassinar alguém importante.
Mas meus aliados e eu não íamos ficar parados e deixar isso acontecer.
“Que vergonha, Salas, por transformar uma garota nisso! Quebra-feitiço!”
Manaria apareceu na frente de Lilly. Não importava o quão forte Lilly estivesse em seu
estado transformado; se a forçarmos a reverter, ela ficaria impotente.
No entanto, apesar da habilidade incomparável de Manaria, mesmo um gênio como ela

não poderia desfazer o encantamento em um instante.

“O feitiço é muito complicado…!” Maná chorou.
Seu trabalho estava tendo um efeito, no entanto. Lilly estava travada no lugar, um olhar de
agonia em seu rosto.
“Pare,” ela resmungou. “Fique aí! Este é o meu corpo!”
Parecia que seu alter ego assassino mascarado de preto estava tentando
resistir ao Lilly original. Chamei a Lilly que eu conhecia, minha amiga que eu sabia que estava
presa lá. "Senhorita Lilly, por favor, volte!"
“Rae… Não, pare!”
Lilly se soltou do aperto de Manaria e fechou a distância para mim no

num instante. Se eu estivesse errado, estaria morto, mas dei um salto de fé e estendi meus braços
para ela. Lilly teve um espasmo e depois desmoronou como uma marionete cujas cordas foram
cortadas. Quando eu a segurei perto, ela lentamente abriu um olho.
"E-eu... tentei..."
Isso foi tudo o que ela disse antes de perder a consciência. Eu gentilmente deitei seu corpo
para baixo, acariciei seu cabelo, e então me levantei.
“Agora até a Lilly abandonou você. Este é o fim, Salas!”
"Argh... Maldito seja tudo!" Salas estalou a língua, irritado. tanto quanto eu
sabia, ele não tinha mais cartas para jogar. Mas ele não estava acabado. “Rae Taylor!” ele
perdeu a cabeça. "Abra seus olhos!"
Olhei para ele — puro impulso. Eu soube imediatamente que era uma armadilha, mas era
tarde demais. Nossos olhos se encontraram, e o mundo ao meu redor começou a se contorcer e se
fundir.
Esse era o poder de sugestão de Salas.
“Ha ha ha!” ele gargalhou. “Você será minha segunda Lilly—”
"Você acha que eu deixaria isso acontecer?"
A voz de Manaria cortou meu torpor e minha visão clareou novamente.
“Uma vez que eu aprendo como anular um feitiço, nunca mais esqueço. Lamentável”, Manaria
disse. Ela apontou a ponta de sua varinha mágica para Salas. “Este é realmente o fim, Salas Lilium.”
Salas lamentou e gritou, recorrendo às lágrimas de jacaré em seu último

desespero, mas ele estava acabado e ele sabia disso. Xeque-mate. A multidão agitou-se e rugiu
à nossa volta, as vozes das pessoas elevando-se até se tornarem um trovão.
"O que está acontecendo?"
“Quem é o cara mau aqui?”
“Quem devemos executar?”

"Silêncio!"
Um som mais alto do que toda a multidão encheu o ar. Toda a área ficou em
silêncio de uma vez.
“Então Salas era um vilão, então. E daí?" rugiu Arla Manuel. “Ele não criou a
revolução – nós criamos! E a revolução não o criou!”
A multidão murmurou em concordância.
“Os aristocratas nos abandonaram,” Arla continuou, gesticulando para Claire e

Dole. “Eles nos deixaram para morrer de fome! Alguém deve pagar por seus crimes, e quem
melhor para representar toda a escória nobre do que esses dois?
“Mate os aristocratas!”
"Vida longa à revolução!"
A multidão aplaudiu junto com Arla, ganhando força e convicção.

Gritei preocupado, mas Arla não estava ouvindo.
“Vocês, as pessoas, ouçam...” eu tentei.
Não estava funcionando. Havia tanta coisa que eu queria dizer, mas ninguém podia
me ouvir sobre o som das pessoas gritando pelas cabeças de Claire e Dole.
Enquanto eu lutava para descobrir o que fazer—
Eu ouvi um som quieto no mar de barulho. A arrancada de uma bela corda.
Thane estava tocando harpa.
A princípio, o som foi abafado pela raiva da multidão, mas depois começou a atingir
pessoas próximas a Thane, e então o silêncio se espalhou. Como uma onda fluindo para fora, a
melodia da harpa gradualmente substituiu as vaias em toda a quadra. Algumas pessoas jogaram
pedras em Thane, enquanto outras zombaram, mas Thane ignorou todas elas e continuou
jogando. Ele apenas sentou lá e tocou, sangue escorrendo pelo rosto e, eventualmente, sua harpa
era a única

som que qualquer um podia ouvir.
Quando ele terminou a música, ele disse baixinho: “Meu povo. Ouça essa garota, só desta
vez. Ela tem algo a dizer.”
Seu tom profundo de barítono era digno de um rei. Agora a multidão, e até mesmo Arla,
estava quieta e ouvindo.
“Rae Taylor, o que você tem a dizer?” Thane me instigou.
“Obrigado, Rei Thane.” Virei-me para encarar a multidão novamente. “Pessoas queridas.
Qual é o seu desejo?”
Selecionei minhas palavras com cuidado, controlando minha expressão facial, enquanto
olhava para as pessoas ao meu redor.
“Você só quer matar aristocratas?” Eu perguntei. “Eu não acho que você sabe.
O que você realmente deseja é estabilidade. Estou certo?"
A multidão parecia inquieta. Murmúrios de objeção se espalharam por eles.
Eu continuei: “Você quer matar Dole e Claire, que trabalharam mais do que qualquer um para
trazer paz para nós, as pessoas?”
Como eu esperava, as objeções começaram imediatamente. "Nós as pessoas-!"
“Você não pode nos enganar com palavras vazias!”
"Qual o seu nome?" Eu perguntei.
O garoto a quem me dirigi se calou imediatamente. Troquei de alvo.
“E você, então, que jogou a pedra? Ou você, ao lado dele?
"Uh…"
“Você tem nomes. Vocês são cidadãos deste reino. Eu quero ouvir o que
você tem que dizer. Você realmente quer matar o Mestre Dole e a Srta. Claire, aqui e agora?”
Houve mais murmúrios, mas nenhuma objeção direta. Perguntar aos indivíduos
seus nomes havia interrompido temporariamente a mente da multidão.
“Certamente, muitos aristocratas desconsideravam as necessidades dos plebeus.

Mas esses dois são diferentes.” Eu poderia dizer que as pessoas estavam finalmente começando
a me ouvir. “Se você executá-los, você será capaz de dizer aos seus filhos o que você fez com orgulho?
Você será capaz de falar-lhes da justiça do

revolução?"
A pessoa que me ensinou a falar assim, para prender a atenção de uma multidão,
era, claro...
"Senhorita Claire, você também."
"Huh?" Claire parecia um pombo cravado por uma arma de ar comprimido.
“Uma vez que a paz seja restaurada e todos vivam felizes, se a senhorita Claire estivesse
morta, quem ficaria para apreciar o sacrifício de Dole?”
"I-isso..."
Eu empurrei antes que ela pudesse se preparar. “É nobre tomar o

culpa por um crime que você não cometeu?! É nobre morrer como um cachorro?!”
“Espere, Rae. Deixe-me falar-"
“Em vez de morrer por uma honra temporária, por que você não vive por mim?”
“Rae, eu—”
"Cale-se!" Olhei Claire diretamente nos olhos. “Ouça o que eu quero de uma vez!”
“R-Rae…”
"Cale-se! Senhorita Claire! Fechar! Acima!"
Algo estalou dentro de mim, e eu me encontrei incapaz de dizer qualquer outra

coisa. Então, em vez disso, eu apenas chorei, soluçando como uma criança mimada. Claire
parecia confusa, mas eu não me importei nem um pouco.
"Se você vai brigar, faça em outro lugar", disse Arla, fazendo
um rosto como se ela tivesse acabado de engolir uma mosca. “Alguém tire ela daqui.”
"Não! Eu não vou deixar Claire, nunca mais. Se Claire vai morrer, então eu também vou!”
“E-espere, Rae!”
“Ah!” Arla gemeu. "Tudo bem. Tudo bem, tudo bem, pare com o
gritando e chorando. Ninguém vai ser executado.”
"Huh?"
"Veja por si mesmo."
Arla apontou para a multidão.

“Você está certo... eu acho que se a aristocracia for abolida, eles não serão um
problema mais.”
"Senhorita Claire me salvou da fome, você sabe."
"Eu também. O aristocrata que servi era corrupto, mas a senhorita Claire me encontrou
um novo posto depois que ela o prendeu. Ela salvou minha família inteira.”
Mais uma vez, as coisas estavam mudando.
Arla cortou as amarras de Claire e continuou a olhar para longe.
“As pessoas começaram a pensar por si mesmas. Não preciso mais puxá-los sozinho.”
“Arla…”
“Minha missão está completa. Enquanto o sistema de nobreza titulada for abolido,
não me importa o que mais aconteça. Eu não vou tirar sua vida. A maior parte do seu lote não
vai sobreviver neste novo mundo, de qualquer maneira. Arla riu. “Estou ansioso pelo dia em
que verei um ex-aristocrata implorando a um plebeu por um empréstimo.
Bem, saia daqui. Você não pode dar as boas-vindas ao alvorecer de uma nova era vestido
com roupas de luto.”
"Muito obrigado..." Claire disse e me levou para fora da quadra.
“Você realmente é impossível,” Claire me repreendeu. Estávamos em um parque

perto do salão de assembléia, e me fizeram sentar de joelhos. “Você deveria se desculpar por
causar tantos problemas para tantas pessoas.”
“Umm... Senhorita Claire? Você geralmente parece que secretamente quer me

elogiar quando faz coisas assim, mas na verdade não agradeceu ou pediu desculpas…”
“Do que você está reclamando?!”
"Nada!"
“Você é sempre tão imprudente, Rae!” Claire deu um sermão com raiva. Como eu
vim parar aqui?
"Bem, não seja muito duro com ela, Claire."
"Mestre Thane - não, Sua Majestade!"

“O julgamento acabou?” Eu perguntei.

"Foi cancelado, sim", disse ele. “Foi ideia de Salas fazer de você um exemplo em
primeiro lugar.”
“Isso me lembra, Vossa Majestade. Esqueci de te agradecer,” eu disse.
"Para que?"
"A harpa. Você foi incrível.”
"Você realmente era", disse Claire. “Todo mundo ficou hipnotizado.”
“Ah, isso... Isso não foi nada. Foi apenas uma aposta”. Thane parecia relutante em falar
sobre isso.
“Quem te ensinou a tocar assim?” Eu perguntei.
"Minha mãe... Quando ela ainda estava viva, em seu leito de doente."
"Eu vejo. Vossa Majestade... você ainda é muito amado por sua mãe.
Os olhos de Thane se arregalaram de surpresa com o meu comentário casual e impensado.

Ele enxugou uma lágrima.
"V-Sua Majestade-" eu gaguejei.
“Vossa Majestade, o que há de errado?!”
"Não é nada. Absolutamente nada... É só que... ela está sempre ao meu lado. Ele disse isso
quase como se estivesse falando para si mesmo. Eu sabia o que ele queria dizer, no entanto.
A rainha Lulu estava com ele há muitos anos, e agora ele poderia finalmente deixá-la ir.
“Rae, Claire, ótimo trabalho. Eu sabia que tinha um bom olho”, disse Manaria,
aproximando-se de nós. Ela estava acompanhada por Lene.
"Claire... Como você tem passado?!"
"Irmã! E Lena!” Claire sorriu, parecendo encantada em ver os dois.

Lene agarrou Claire e a abraçou forte, chorando.
Eu entendi o que eles compartilharam. Eu entendi, mas ainda— “Você
está com ciúmes, Rae? Você ainda é bem-vinda para ser minha esposa”, disse Rod.
quando ele se juntou ao nosso crescente encontro.
"Eu recuso."
"Eu sei." Ele riu. Sua atitude alegre e positiva parecia completamente intocada
pelos traumas que sofreu.

"Rae... Senhorita Claire..."
"Senhorita Lilly."
Lilly estava a alguma distância, ladeada por um soldado de cada lado.
"Eu queria me desculpar", disse ela. Aparentemente, seu verdadeiro eu tinha finalmente
ganhou a memória dos atos que ela havia cometido como seu alter-ego.
"Não. Não foi sua culpa, Srta. Lilly,” eu disse.
“Rae está absolutamente certa. Salas usou você,” Claire adicionou.
Mas Lilly balançou a cabeça. “E-mesmo assim, o que eu fiz foi imperdoável. Eu
aceitarei qualquer punição que o povo decretar.”
"Muito bem. Certifique-se de expiar seus crimes, então,” disse Claire.
"Senhorita Claire, isso é duro-" eu comecei.
“E uma vez que você tenha feito isso, certifique-se de voltar para nós. Estaremos
sempre esperando por você.”
Isso fez Lilly sorrir. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
“Obrigada, Srta. Claire,” Lilly disse enquanto os soldados a levavam embora.

“Por favor, deixe-me voltar a participar de suas lutas algum dia.”
"Esta é uma festa e tanto, hein?" Rod disse, olhando para o elenco reunido
de personagens. Ele estava certo. Lene e Lambert estavam lá, assim como os três príncipes
(bem, dois príncipes e sua irmã freira), e até Manaria.
“Isso significa que a união entre a Srta. Claire e Rae é abençoada,” Misha disse,
parecendo emocionada.
“Não exatamente,” Yu interrompeu. “É mais correto dizer que todos aqui foram salvos
por Rae e Claire. Nós somos os frutos que o relacionamento deles deu.”
Lambert e Lene concordaram com a cabeça.
Hum. Claire e eu certamente passamos por muita coisa juntos, e fizemos muitas
coisas. Talvez essa fosse a maneira de nos dizer que nada daquilo tinha sido um desperdício.
“Ei, Rae. Não havia algo que você queria dizer a Claire quando você
a viu de novo?” Manaria disse provocando, empurrando Claire para frente.

Claire caminhou lentamente em minha direção.
"Oh, ummm... Senhorita Claire?"
“O-o que você quer?”
"Er... não é nada."
"Se você tem algo a dizer, diga."
Eu me endureci. "Senhorita Claire!"
"O que você quer?"
Segurei os ombros de Claire com as duas mãos e disse. “Por favor, case-se
Eu!"
Claire pareceu assustada por um momento. Então seu rosto ficou vermelho. “Você está me
perguntando isso n-agora? Em público? Isso não é algo que você deveria fazer quando estamos
sozinhos?!”
"Sério? Então deixe-me tentar novamente.”

"Multar. Eu vou permitir.”
"Não não Isso."
"Huh?"
Eu ignorei o olhar confuso no rosto de Claire e coloquei meus lábios nos dela.
Ela congelou.
Todos ao redor ficaram em silêncio.
“Eu queria um primeiro beijo cujo sabor eu pudesse lembrar,” eu disse, rindo.
Claire corou até as orelhas. "Ahhh. Você é tão, tão,

assim! Rae você é tão Rae, você é sempre tão... tão Rae!”
“Acho que você transformou meu nome em um adjetivo estranho.”
Voltando a seus sentidos, Claire me deu um tapa de leve. Ah, era uma maneira de
lembrar que eu estava vivo.
"Eu não vou te perdoar se você não me fizer feliz..." ela murmurou.
Eu olhei para ela. Todos ao nosso redor assistiram com a respiração suspensa.
"O que? Diga algo!" ela exigiu.
Eu soltei minha própria respiração, e todos ao nosso redor explodiram em aplausos

de celebração. Envergonhada por todos os rostos sorridentes ao nosso redor, peguei a mão de
Claire e a puxei para longe até que estávamos correndo.
"Onde estamos indo?!"
"Qualquer lugar! Podemos ir a qualquer lugar se estivermos juntos!”
Eu chutei aquele final trágico nas calças. Agora poderíamos escrever nossa própria
história.
Claire e eu. Apenas nós dois.

Epílogo
“MÃE RAE!”
"Venha rápido!"
Eu estava lendo meu diário no terraço quando ouvi meu

filhas me chamando. Era noite, perto do pôr-do-sol.
"May, Aleah, o que é isso?" Eu perguntei.

“Mãe Claire—”
“—desarrumado de novo na cozinha.”
Oh querida, de novo não. Justo quando eu pensei que ela estava realmente melhorando.
"Obrigado por me avisar."
"O que você vai fazer?"

“Por favor, não repreenda a Madre Claire…”
Eu não sabia o que fazer com nossas filhas de cinco anos já preocupadas com
sua mãe, mas eu levantei Aleah em meus braços. Olhei em seus grandes, redondos e
preocupados olhos negros e disse: “Está tudo bem. Eu não vou repreendê-la.”
“Uau!”
"Não é justo! Pegue maio também!”
"Está bem, está bem." Eu levantei May bem alto no ar e, em seguida, conduzi os
dois para dentro da casa.
Quando entrei na cozinha, Claire estava desanimada limpando o chão.

Uma pequena panela esperava no fogão, salpicada com os restos de um ovo, e leite e
creme estavam ao lado dela. Também espiei açúcar e licor no balcão.
"Eu estava tentando fazer crème brûlée", disse Claire. “E então o pote explodiu…”
“Como sempre, não tenho ideia do que você fez. Mostre-me sua mão."
Claire estendeu a mão para eu verificar. Ela costumava ter as mãos delicadas de
um aristocrata que nunca conheceu o trabalho físico, mas eles tinham calos fracos agora.
Eu ainda cuidava da maioria das compras, mas ela ajudava onde

ela podia. Ela mantinha uma rotina imaculada de cuidados com a pele pós-banho, então suas
mãos eram muito mais bonitas que as minhas.
“Você não está queimado. Isso é um alívio."
"Não, não é. Ainda não consigo acertar nem um único prato.”
Claire normalmente era boa em tudo que ela tentava, então ela estava tendo dificuldades
com o fato de que ela não sabia cozinhar. Ela estava praticando o máximo que podia, mas sem
sucesso até agora.
“Bem, isso é apenas uma coisa que você ainda não é capaz de fazer perfeitamente,
Senhorita Claire. Se você fosse uma cozinheira perfeita além de tudo, não precisaria
mais de mim.”
“Não é só cozinhar. Eu também sou uma péssima costureira. eu nunca pensei

bordar seria tão difícil.”
Ela disse isso, mas pelo menos quando se tratava de bordados, seus padrões para
ela mesma eram impossivelmente altas. Na verdade, os bordados de Claire decoravam
nossa sala de estar, e sempre que Dole ou Rod vinham nos visitar, sempre perguntavam se era
trabalho profissional. Egoisticamente, eu esperava que ela nunca aprendesse a cozinhar.
“Mãe Rae, Mãe Rae?”
“O que é isso, May?”
“Por que a Mãe Rae chama a Mãe Claire de 'Senhorita Claire'?”
Eu não tinha pensado nisso. Tinha sido um hábito no início, e depois simplesmente
pegou.
"Ver? É estranho. Somos parceiros agora, então você pode me chamar pelo meu
nome, sabe? Claire disse, mas eu não consegui fazer isso. Por alguma razão eu estava com
vergonha de chamá-la apenas de “Claire” em voz alta.
“Ei, Aleah, olhe, o rosto da Mãe Rae está vermelho brilhante.”
"É realmente. Ela parece uma maçã, May.
"Vocês dois, parem com suas provocações", eu repreendi. Eram boas garotas, mas
tinham uma veia travessa — como outra pessoa que eu conhecia.
Após a revolução, Claire e eu nos mudamos da capital para começar

nossa nova vida. Enquanto eu a pedi em casamento e ela aceitou, homossexual

o casamento ainda não era legal no país. O novo governo de Arla estava no meio da
elaboração de uma constituição, e Claire e eu tínhamos sido convidados a fornecer
nossas opiniões especializadas, mas embora houvesse muito apoio à democracia popular
e uma política externa pacifista, não podíamos tamborilar muito impulso para o casamento
entre pessoas do mesmo sexo.
Houve alguma confusão causada pela transição para
monarquia constitucional, mas pelo menos conseguimos evitar a invasão do Império
Nur, principalmente porque Salas e seus cúmplices foram presos, e Manaria trouxe
reforços de Sousse.
É claro que nossos problemas não terminaram aí. A erupção do Monte Sassal
tinha causado muitos danos, particularmente aos rendimentos das colheitas.
Felizmente, tínhamos recebido ajuda suficiente dos Alpes e Sousse para que
pudéssemos passar o inverno.
Claire e eu decidimos ficar na Academia - não como estudantes, mas
como instrutores. Mesmo que Claire não fosse mais uma nobre, ela era uma
maga excepcionalmente habilidosa. Os tempos estavam mudando, e a proficiência
com magia era uma habilidade valiosa. A escola estava procurando por alguém como
Claire para treinar os magos excepcionais do futuro.
“O que há de errado, Mãe Rae?”

“Há algo em nossos rostos?”
"Nao e nada."
May e Aleah eram órfãs do desastre. Os conventos que recebiam crianças

órfãs se encheram rapidamente após a erupção, levando-as a precisar desesperadamente
de pais adotivos. Claire e eu estávamos ajudando com alguns negócios da Igreja, mas
por uma reviravolta do destino, acabamos levando May e Aleah para casa conosco. Eram
garotinhas alegres que nos adoravam e, em troca, nós as amávamos como se fossem
nossa própria carne e sangue.
Talvez um dia eu conte a história de como os levamos para casa.
Por enquanto, deixe-me falar com você sobre alguns de nossos amigos.
Rod rendeu sua reivindicação ao trono e tornou-se comandante do

exército do novo governo em vez disso. Ele era um gênio militar, e ouvi dizer que ele
estava mantendo o nariz das tropas na pedra de amolar trabalhando em maneiras de
integrar magia com combate. Para ouvi-lo contar, ele finalmente atingiu um nível em que ele

poderia se defender contra Manaria.
Como rei, Thane era o símbolo do Reino Bauer. Ele estava tão impassível como
sempre, mas as pessoas o amavam, por qualquer motivo. Ele estava ocupado tentando
encontrar uma rainha adequada, mas ficava mal-humorado sempre que o assunto era
levantado. Aparentemente, a pessoa em quem ele tinha seu coração não correspondia aos
seus sentimentos. Como um rei com amor pela cultura, ele continuou a aprimorar suas
habilidades de harpa, e ingressos para ouvi-lo tocar em um concerto eram quase impossíveis de conseguir.
seguro.
Yu finalmente foi libertada do confinamento e começou a trabalhar ajudando o

reino a recuperar suas perdas. Escusado será dizer que Misha também se dedicou a este
trabalho. Eles eram um casal harmonioso e estavam inspirando muitos outros casais semelhantes
dentro da Igreja. Isso significava que algumas pessoas que tentavam se filiar à Igreja por
intenções menos que religiosas, criando um pouco de dor de cabeça para os anciãos.
Lene estava fazendo bom uso de sua astúcia incomum como proprietária de
Frater. Ela ainda estava ligada pelo quadril a Lambert, que cuidava do lado dos negócios,
e seu objetivo era vencer Broumet. Ela tinha dominado todas as receitas que eu
compartilhava com ela e agora estava pensando em pratos completamente originais.
Quando ela se gabou de ter descoberto a melancia, certa de que eu nunca tinha ouvido
falar, eu disse a ela que o sal traz à tona a doçura, o que a frustrara.
Lady Manaria era agora a rainha de Sousse. Houve alguma preocupação com a
sucessão quando ela revelou que não tinha intenção de se casar com um homem, mas eu
tinha certeza de que ela não teria problemas em encontrar alguém capaz de segui-la. Como
nota lateral, a corte de Sousse havia sugerido Thane como um possível pretendente para
Manaria.
Lilly acabou não sendo processada por seus crimes, devido à extrema
circunstâncias de sua situação. Quando foi oficialmente perdoada, desapareceu de
Bauer. Ela provavelmente não conseguiu se perdoar, e suspeito que se culpou mais do que
qualquer outra pessoa. Eu não sabia quando ela seria capaz de se perdoar, mas eu acreditava
em meu coração que ela voltaria para nós.
Nesse ponto ela me perguntaria se eu estava procurando uma amante, provavelmente.
Dole perdeu seu título e status, sendo reduzido a um plebeu, mas foi
nomeado conselheiro político não oficial do novo governo. A revolução significava que sua
posição não poderia ser oficializada ou pública, mas

aparentemente, ele estava contribuindo bastante. Ele abandonou sua personalidade de vilão
em favor de ser um bom pai e sogro para nós. Ele adorava May e Aleah, que só o conheciam
como seu bondoso avô.
A execução foi considerada para Salas, mas ele possuía valor suficiente
informação de que o novo governo decidiu prendê-lo em seu lugar.
Trancado no nível mais baixo de uma prisão estadual, ele também serviu como conselheiro
do novo governo, muito parecido com o enredo de um certo filme sobre um psiquiatra
criminal. Ele tinha uma personalidade perversa, muito parecida com o psiquiatra do filme, e
era mais propenso a falar se os agentes do governo enviados para usar seu conhecimento
fossem mulheres. Eu não tinha certeza de como me sentia sobre essa reviravolta.
“Mãe Rae, Mãe Rae.”
“O que é isso, May?”
“Ted está dizendo coisas estranhas.”

"Hum? Como o quê?"
Ted era um menino que morava em nosso bairro. Ele era uma espécie de líder
para as crianças na área.
“Ele disse que ter duas mães é estranho. Ele disse que tem que haver um pai.”
"Ohhh... Er, ummm..." Eu tropecei nas minhas palavras. Eu não tinha certeza se isso
era uma idade apropriada para ensinar uma criança sobre famílias queer.
Enquanto eu hesitava, Claire olhou May nos olhos e disse: “Não há nada de estranho
nisso. Não se preocupe, May.”
"Sério?"
“Mas Ted está certo. Nenhuma das outras crianças tem duas mães. E todos eles
têm um pai.” Aleah, a mais madura das duas, não estava deixando passar. Ambas as
meninas estavam em uma idade em que faziam muitas perguntas.
“O que importa não é se você tem pais ou mães,” Claire disse.

“O que importa é estar com alguém que você ama. Isso é o mais importante. Você prefere
ter um homem aqui ao invés de mim ou Rae, Aleah?
"Não! Eu quero a Mãe Claire e a Mãe Rae!”
“Maio também!”
E as duas garotas correram para Claire para um abraço.

"Heh heh. Vocês dois são tão mimados.” Ver Claire sorrir me fez sorrir também, e refleti sobre
minha própria felicidade. “Vamos agora, Rae terá o jantar pronto em breve. Por que você não brinca lá
fora até que esteja pronto?”
"Ok!"
"Vamos lá!"
May e Aleah correram para fora como o vento.
“Eles realmente não se cansam facilmente, não é?” Eu disse.
“Por que você parece tão velho de repente? Nós nem temos idade suficiente para ter nossos
próprios filhos.”
"Você se arrepende de tê-los recebido?"
“Não seja bobo. Não consigo imaginar uma vida sem eles agora.”
"Mas senhorita Claire... você se arrepende de se tornar um plebeu?" Eu perguntei de

improviso. Eu não pude deixar de me lembrar da vez que Claire disse que não achava que poderia
lidar com a vida de um plebeu.
"Eu não. Nem por um momento. Além disso, não é como se eu pudesse ter ficado um
aristocrata, querendo ou não. O mundo muda e as coisas devem mudar com ele.”
Claire olhou para longe enquanto dizia isso. Ela já esteve disposta a se martirizar por
seu senso de dever e família, mas agora, ela estava ao meu lado. Eu me perguntei se eu poderia
ser vaidoso o suficiente para pensar que, se tivesse uma escolha real, ela teria escolhido ficar comigo
em vez de viver como um nobre.
“Para o bem ou para o mal, os humanos são criaturas adaptáveis”, disse Claire.
“As pessoas podem se acostumar com qualquer coisa.”
"Isso é verdade. Então, espero me acostumar com isso logo. Certo... Claire?
"O que? Sério?" Claire olhou atentamente para mim. "O que você disse?"
"Não é nada."
"Novamente! Diga isso de novo! Eu vou escutar!"
"Está bem! Vou dizer de novo depois que me acostumar!”
“Eu não posso esperar tanto!”
“Waaah, Srta. Claire, você é tão dominante! Eu amo isso, por favor, não

Pare."
“Não fale assim onde May e Aleah podem ouvir você!”
E assim, voltamos a gritar um com o outro do jeito que sempre fazíamos.
"Ei, senhorita Claire?"

"O que é isso?"
“Estamos tão felizes.”
"Isso mesmo."
Quando eu abracei Claire para mim, ela me abraçou de volta gentilmente.
"Eu te amo, senhorita Claire", eu sussurrei.
Claire pareceu surpresa por um momento. Eu esperava um retorno como 'Of

claro que sim', mas em vez disso, recebi: 'Sim. Eu também te amo, doce Rae.”
E então ela sorriu, mais doce que crème brûlée. Naquele momento, acreditei, do
fundo do meu coração, que nunca poderia ser tão bom quanto ela.
Eu nunca fui, e nunca vou.
O tempo passa. Corações mudam. Ninguém sabe o futuro, e ainda assim, eu tinha certeza
de que meu amor por Claire duraria para sempre.
Agora e por toda a eternidade, eu escolho a vilã.

Capítulo bônus:
Maldições e amuletos de boa sorte
ABRI OS OLHOS para um teto desconhecido.
Grogue de sono, eu não sabia onde estava por um momento, mas então começou a
voltar para mim. Sentei-me e observei os móveis novos e o papel de parede fresco e imaculado
ao meu redor. Esta era a minha nova casa. O prédio era antigo, mas eu tinha reformado o
interior – er, renovado? – antes de me mudar.
Algo se moveu ao meu lado, e olhei para baixo para ver um anjo sereno e loiro
aninhado nas cobertas. Claire não era uma pessoa matinal, mas eu era, o que tornava meu
trabalho preparar o café da manhã. Saí da cama com cuidado sem acordá-la, vesti algumas
roupas simples e fui para a porta da frente.
Eu me arrependi de não ter colocado outra camada quando senti o primeiro vento de
inverno envolver minha pele, mas decidi que poderia lidar com isso, jovem como eu era. Tirei
água do poço, lavei o sono dos meus olhos e comecei o café da manhã. Hoje, estaríamos nos
banqueteando com pão de centeio, legumes de inverno e bacon com ovos mexidos. Eu não teria
me importado com um pouco mais de variedade, mas isso foi fácil de preparar, e eu terminei
antes que eu percebesse.
Voltei para o quarto, abrindo a porta com cuidado para não fazer barulho. Claire ainda
estava dormindo. Seu rosto pequeno estava sereno, emoldurado por seus cachos dourados –
um mundo à parte da pessoa vigorosa que ela era quando acordada. Enquanto eu bebia a
visão da pessoa que eu amava, notei um rubor em sua pele.
"Senhorita Claire... você estaria acordada?"
Suas feições claramente se contraíram de surpresa, mas ela continuou fingindo estar
dormindo.
“Senhorita Claire, por favor, acorde. Seu café da manhã está esfriando.”
Nenhuma resposta. O que estava acontecendo?
“Se você não acordar, eu vou te beijar.”
Eu tinha certeza de que a ameaça iria despertá-la, mas ela não disse nada. Huh.

"Senhorita Claire, será que você quer um beijo?"
Ela permaneceu em silêncio, mas seu rosto parecia que ela estava esperando por
algo. Eu me inclinei para frente.
"Está bem então. Por favor, acorde, Bela Adormecida.” Eu me inclinei e lentamente
pressionei meus lábios na testa de Claire.
“Rae! Você não deveria estar beijando meus lábios?!”
"Bom dia, senhorita Claire." Eu sorri para Claire enquanto ela tirava as cobertas
dela, os olhos apertados em desagrado.
"Bom Dia?! Isso é tudo?"
“Eu prefiro não emboscar as pessoas enquanto elas estão dormindo,” eu disse, então puxei
seus ombros esbeltos em direção a mim e coloquei meus lábios nos dela. Apanhada
desprevenida, Claire nem teve tempo de fechar os olhos. Nossos olhares se encontraram de
perto e, sentindo-me travesso, eu a segurei ali. Claire revirou os olhos com surpresa e raiva por
um momento, então cedeu e os fechou.
Bebi o beijo, aproveitando ao máximo. Esse tipo de intimidade era

ainda nova para Claire, e sua inocência fez meu desejo crescer em resposta.
"Senhorita Claire, olhe!"
"Eca?!"
Tentando me distrair de meus pensamentos pecaminosos, coloquei minha mão, fria do ar

externo, em sua bochecha.
“Rae… você é incapaz de beijar normalmente?!”

"Isso não era normal?"
"Não, isso foi claramente um beijo noturno!"
"Isso significa que você não gostou?"
O rosto de Claire estava vermelho até as orelhas. “Cala a boca, Rae!” ela disse, jogando
um travesseiro em mim.
“Sim, eu sinto muito. Estarei esperando na sala quando você terminar de se trocar.
Por mais fofo que fosse vê-la fazer beicinho, decidi recuar por enquanto.
O esforço necessário para me conter quando ela estava sendo tão adorável – a Srta.
Claire não tinha ideia.

"Nós vamos ter que encontrar algum trabalho em breve", eu disse enquanto bebíamos
nosso café juntos depois do café da manhã.
"Sim. As economias que você tinha na Guilda Comercial estão quase acabando também.”
Os bens aristocráticos de Claire foram praticamente todos confiscados pelo estado.

Eu tinha economizado bastante, mas gastamos muito para manter as pessoas alimentadas durante a
revolução. Nossas finanças estavam mal, mas mantivemos o fato de que estávamos lutando para nós
mesmos. Se alguém como Lene descobrisse, tentaria nos dar dinheiro sem questionar.
“Espero que haja alguns bons empregos, mas com tudo acontecendo…”
"Eu não sou exigente. Nós só precisamos ser capazes de viver uma vida normal”, Claire
disse.
"Normal?" Eu ri. Enquanto nós definitivamente vivíamos mais frugalmente do que Claire
tinha como aristocrata, nós também usufruímos de um pouco mais de luxo do que o cidadão comum.
Quer dizer, ninguém da nossa idade tinha casa própria.
"Eu sei eu sei. Você não precisa me olhar assim. Você está indo
dizer que precisamos cortar nossos gastos, certo?”
"Bem, sim."
“Rae, você está fazendo refeições extravagantes e tentando cuidar de mim, mas eu posso viver
com mais simplicidade.”
"Fico feliz em ouvir isso, mas..." Poderíamos estar gastando um pouco demais, mas também
senti que não queria fazer Claire se preocupar com dinheiro. Eu queria que ela tivesse todos os
confortos que ela desejava. “Independentemente disso, precisamos procurar trabalho. Tem alguma
coisa em mente, Srta. Claire?
Claire pensou um pouco. “Gostaria de tentar ser professora.”
"Um professor?" Essa foi uma boa opção.
“Não pretendo me gabar, mas estou confiante na minha capacidade de instruir

pessoas. Eu também conheço os prós e contras de ensinar etiqueta.”
"Eu aposto que você faz."
“Eu também entendo magia, que quase certamente se tornará um assunto central no futuro.”

"Definitivamente." Quando ela colocou assim, eu não conseguia pensar em um trabalho

mais adequado para ela. Comecei a imaginá-la usando óculos...
"Na verdade, acabei de ouvir o Sr. Torrid", disse ela.
"Oh?"
"Sim. Ele perguntou se eu ficaria na Academia como instrutor júnior.”
Então ela tinha conexões também. "Vamos fazer isso! Senhorita Claire, você
definitivamente deveria aceitar essa oferta.
"Eu? Mas o que você vai fazer?”
"Eu... hmmm." Eu pensei sobre isso. “Talvez eu devesse me tornar um

aventureiro.”
“Um aventureiro?!” O sorriso de Claire virou de cabeça para baixo com a minha resposta.
“Você não pode sair por aí sendo um capanga contratado!”
“Aventurar-se é uma profissão respeitável.”
“Estou ciente, mas alguém com suas habilidades deveria estar fazendo mais pela sociedade.”
"Sério? Se você deixar de lado a magia, eu não sou muito bom em muita coisa.”
"O que você está falando? Eu não esqueci que você me bateu
o teste acadêmico na Academia.”
Ah, é verdade, eu tinha feito isso. Parecia uma vida atrás, embora não tivesse sido um
ano inteiro. “Eu trapaceei naquele teste com a ajuda da profecia que eu te falei antes.”
“Ainda assim, não é verdade que você tem habilidades acadêmicas e mágicas extraordinárias?
habilidades?"
"Eu acho…"
“Mais do que tudo, você é meu parceiro. Você deve permanecer ao lado
Eu."
“É muito difícil para mim lidar com você me adorando assim,” eu disse.
“Não tire sarro de mim! Eca." Claire tomou um gole de café e continuou. "De
qualquer forma, o Sr. Torrid disse que queria que eu me aproximasse de você também."
"Ser um professor?" Eu perguntei.

"Você não gosta do som disso?"
“Não é isso, apenas…”
"Diz."
“Honestamente, acho que não combina comigo.”
“Os mendigos não podem escolher. Temos sorte de receber ofertas de emprego, então
pare de reclamar.”
“Existe um teste para se tornar um professor?” Eu me perguntei em voz alta.
“Você é habilidoso o suficiente para que eu tenha certeza que eles vão te contratar assim
que você aceitar. Há algum treinamento inicial, no entanto.”
“Nesse caso, acho que não posso dizer não.” Eu nunca pensei em mim mesma como uma
professora e, honestamente, eu estava cheia de apreensão com o pensamento – mas como Claire
disse, nós não podíamos deixar essa oportunidade passar. "Vamos fazer isso."
Claire sorriu com alívio, o que só me fez querer beijá-la. "Vou pegar mais café para nós", disse
ela.
"Eu vou fazer isso-"
“Deixe-me fazer isso. Não posso fazer mais nada.”
Claire levou nossas xícaras para a cozinha. Momentos depois, eu a ouvi exclamar
surpresa. Eu pulei da minha cadeira e corri para a cozinha para vê-la parada imóvel no centro da
sala.
"O que é isso?"
“Rae, olhe isso...” Ela apontou com uma mão trêmula.
Esta era certamente uma visão incomum. Nossa pia, panelas, frigideira e móveis de
metal estavam cobertos de ferrugem. Peguei a frigideira para examiná-la mais de perto, e o padrão da
ferrugem claramente não era natural. Quase parecia marcas de mordida.
“Eu sei o que é isso,” eu disse.
"O que?"
“Um monstro de ferrugem.”
Algum jogo ou outro tinha, em um jogo de palavras, soletrado o nome de seu

inimigo final como "chefe de ferrugem" em vez de "último chefe". Este monstro feito de metal

itens enferrujam e depois os comem. Sem surpresa, era a ruína dos aventureiros em todos os
lugares.
“E está na nossa casa?!”
"Acho que sim. Não machuca as pessoas, então não se preocupe. Vou mandar
Ralaire cuidar disso.
“Você está sempre fazendo Ralaire comer coisas estranhas... Ela não precisa
mais atributos”.
Como sugerido pela habilidade das ondinas, os lodos aquáticos poderiam adquirir
os atributos do que comiam. Ralaire aprendia rápido e era mais inteligente que um gato ou
cachorro, então ela já havia adquirido uma variedade de atributos de monstros. Não apenas os
bonitos também.
“O que você vai fazer se Ralaire começar a comer frigideiras?” Claire exigiu.
"Ela é muito bem treinada para isso, não se preocupe."
"Eu me pergunto..." Claire olhou para mim com dúvida em seus olhos.
“De qualquer forma, vamos limpar isso,” eu disse. “Teremos que comprar
substitutos para as coisas enferrujadas também.”
"Sim, vamos-"
Nesse momento, houve uma batida na porta.
“O-oi, Rae. Já faz muito tempo.”
Nossa visitante era uma jovem de cabelos grisalhos e olhos vermelhos. Cardeal Lilly
Lilium.
"Você está em uma viagem?" Perguntei a Lilly enquanto lhe servia uma xícara de café.
“S-sim. Não fui processado por causa das circunstâncias atenuantes,

mas sei que o que fiz é imperdoável.”
"Bem..." Claire parecia que queria dizer alguma coisa, mas não conseguia.
encontre as palavras. Era um fato que Lilly havia tirado a vida de muitos. Outros podem
perdoá-la, mas a fé de Lilly tornou difícil para ela se perdoar.
“E-eu decidi fazer uma jornada de expiação. Talvez isso seja ingênuo da minha parte,
mas…”

"Eu entendo. Quando você vai embora?”
“Imediatamente... mas eu tinha uma última coisa que precisava fazer, então vim
consultá-la,” disse Lilly. “Muitas pessoas que ficaram empobrecidas pelo desastre estão
vindo para a Igreja em busca de ajuda.”
“Nós ouvimos. Crianças que perderam suas famílias, pessoas que perderam seus
casas... Certo?” Clara confirmou.
“Você está nos pedindo para ajudar a Igreja?” Eu perguntei.
Lilly balançou a cabeça. “Eu tenho um pedido diferente. Existem esses dois
filhos gêmeos…”
Ela nos contou sobre um rumor estranho que começou a circular

depois da erupção — um rumor de crianças amaldiçoadas que transformavam tudo e
todos que se aproximavam delas em pedras mágicas. A princípio, a Igreja descartou isso
como fantasia, mas depois começaram a aparecer pessoas com peças de roupa e até partes
do corpo transformadas em pedras mágicas. A Igreja investigou e encontrou os culpados –
gêmeas – morando em um canto de uma favela da capital.
"E-eles têm um poder especial em seu sangue."
Qualquer coisa que seu sangue tocou se transformou em uma pedra mágica. Eles
estavam ganhando a vida se cortando e usando seu sangue para fazer pedras mágicas que
podiam vender.
“E-Levou muito tempo para eles falarem conosco. Eles são bastante
traumatizado…"
As gêmeas, que tinham apenas quatro ou cinco anos, foram abusadas pelo resto
da família depois que seus pais faleceram. Eles foram tratados como gansos que botavam
ovos de ouro, costumavam ter lucro, e diziam que seus pais voltariam para buscá-los se ao
menos se comportassem. Quando esses parentes foram mortos na erupção, as meninas se
abrigaram na favela. Pelo menos ninguém poderia machucá-los - qualquer um que tentasse se
transformava em uma pedra mágica.
“E-não é como se o sangue deles pudesse transformar qualquer coisa, no entanto,” Lilly
explicou. “Pessoas com magia poderosa própria não são afetadas.”
Depois de muito esforço da parte de Lilly, a Igreja acolheu os gêmeos órfãos. Logo,
porém, eles provaram ser demais para a Igreja lidar. As meninas eram desconfiadas, tinham o
hábito nervoso de se automutilar e

representavam uma ameaça para o clero ao seu redor. Algumas pessoas estavam até pressionando
por sua execução.
“Eu-eu não posso deixá-los para trás. Mas eles são muito jovens para eu levar em
minha jornada... R-Rae, você tem um conhecimento especial. Você sabe alguma coisa
sobre a condição deles?”
"Eu sinto Muito. Eu não." Fiquei honrado que Lilly me convidasse, mas
infelizmente nunca tinha ouvido falar de algo assim.
“E-eu vejo…” Lilly parecia visivelmente desapontada.
“Não desista ainda. Posso conhecê-los? Talvez eu saiba mais quando os vir
pessoalmente.”
“Isso mesmo,” Claire entrou na conversa.
“Você vai me ajudar?!” Os olhos de Lilly brilharam com nossas palavras.
"Faremos o nosso melhor. Mas não posso garantir que encontraremos uma solução.”
“I-isso é muito! Você tem tempo agora?"
“Hoje... Claro, por que não? Podemos comprar coisas de cozinha a caminho de casa.”
E foi assim que Claire e eu conhecemos os gêmeos estranhos.
"Olá."
“Oi, meninas.”
Cumprimentamos os gêmeos calorosamente, mas eles apenas nos encaravam. Eles olharam
exatamente iguais; Eu só conseguia distingui-los porque um deles usava o cabelo loiro
comprido, e o outro tinha cortado curto. Seus olhos castanhos nos olhavam
cautelosamente por trás de Lilly, provavelmente avaliando se o poder deles funcionaria
em nós ou não.
“E-ei, vocês dois! Diga olá,” Lilly repreendeu.

"Oi."
"Olá…"
Suas vozes eram exatamente iguais também, embora a garota de cabelo curto
poderia ter um tom um pouco mais alto. Nenhuma das garotas mostrou qualquer
emoção real, mas a de cabelo comprido parecia mais cautelosa do que sua irmã.

Ajoelhei-me para ficar no nível dos olhos deles e perguntei: “Quais são seus nomes?”
"Nome…?"
"Não sei…"
Surpresa com a resposta, olhei para Lilly.
“E-eles não vão nos dizer seus nomes. Ou talvez eles nunca tenham recebido
nenhum… Nós os chamamos de Un e Deux…”
"Isso é horrível!" Claire explodiu.
Os gêmeos pareciam assustados, mas ela continuou: “Ouça-me. Um nome é uma coisa
muito importante!” Ela pensou por um momento. “Você com o cabelo curto bonito! Vamos chamá-
lo de maio.”
"Bonitinho…? Poderia?"
"E você com o lindo cabelo comprido - seu nome é Aleah."
"Encantador…? Alah?” As meninas olharam para Claire como se estivessem sendo

atacadas.
“Por que esses nomes?” Eu perguntei.
“Ah... ah. Eram nomes em que pensei há muito tempo - pois se alguma vez tive
filhas, então…”
Ela era um anjo. Um anjo perfeito enviado de cima.
“Cardeal Lilly,” disse Claire, “você acha que podemos manter as meninas em nossa
casa por um tempo?”
"Uh... eu não me oponho, mas... tudo bem para você, Rae?"
“Eu nunca desafiarei os desejos da Srta. Claire. Mas o que vamos fazer com eles?”
Eu estava tão confuso quanto Lilly.
“Vamos ensiná-los a viver uma vida normal, é claro!”

Claire respondeu.
"Eu aprecio o pensamento, mas isso é factível?"
“Eu não me importo—nós faremos tudo do mesmo jeito. Eu não posso ficar parado e deixar
essas crianças sofrerem assim!” Parecia que os instintos maternais de Claire estavam em alta
velocidade.

“Mas e o problema com o sangue deles?”
“Teremos que resolver isso eventualmente, é claro. Mas primeiro, devemos garantir
que May e Aleah possam viver como crianças normais. Rae, parece que você tem dúvidas?
"Não... de jeito nenhum."
“Você não pode me enganar. Ouça, se não podemos nem cuidar dessas crianças, como
podemos ser professores?”
Eu tinha minhas reservas, mas Claire estava tão animada. Eu mantive minha boca fechada
e apenas assentiu.
"Tudo bem para vocês, May e Aleah?" Claire perguntou.
Eles ficaram em silêncio.
"Responder!"
"Sim."
"Sim…"
Eles assentiram rigidamente em uníssono, como um par de robôs combinando. No

que estávamos nos metendo?
Claire e eu limpamos nosso quarto vago para uso das meninas. Foi no
lado pequeno, especialmente para duas crianças, mas lidaríamos com isso mais tarde.
“Como vocês dois passaram seu tempo na Igreja?”
As garotas olharam interrogativamente para Claire, como se não tivessem entendido a

pergunta. Ela tentou novamente.
“Você leu livros ou brincou com blocos?”
Eles balançaram a cabeça em uníssono.
“Você não fez nada?”
Desta vez, eles assentiram juntos. Claire colocou a cabeça entre as mãos.
“O que o Cardeal Lilly estava pensando…”
“Lilly tem estado muito ocupada desde a revolução,” eu disse. Principalmente por causa
de Salas.

"Isso mesmo... não é culpa dela."
"May, Aleah, há alguma coisa que você queira fazer?" Eu perguntei, ajoelhando-me
para olhá-los nos olhos.
“Rae, o que você está fazendo? Você fez isso na Igreja também,” Claire perguntou,
apontando para meus joelhos.
“As crianças podem se sentir intimidadas quando os adultos se aproximam delas. Se
eu descer ao nível deles, isso os deixa mais à vontade.”
"Você deveria me dizer coisas assim mais cedo!" Claire se ajoelhou apressadamente também.
“Agora, você consegue pensar em alguma coisa?”
Eles assentiram novamente.
"E o que é isso?" Eu perguntei o mais gentilmente que pude.
“pedras mágicas”.
“Faça-os.”
Claire e eu ficamos sem palavras.
“Você não precisa mais fazer isso...” Claire disse.
“Não há outra coisa que você queira fazer? Está com fome?" Eu perguntei.
Os gêmeos balançaram a cabeça.
"Podemos…"
"... apenas faça isso."
Não sabíamos o que dizer. Isso era sério.
"Ok. Então que tal você brincar com a gente?” Talvez ensiná-los que
seria o melhor começo. “May, Aleah, você gosta mais de brincar dentro ou fora?”
"Fora."
"Fora…"
Ainda bem que eu perguntei em vez de tentar empurrar algo como jogar
casa neles. "Ok. Então vamos brincar de pega-pega.”
"Marcação?"
"O que é isso…?"

Eu não podia imaginar que tipo de vida eles viveram, para nunca ter ouvido
de marca nesta idade.
“Uma pessoa é 'isso' e persegue os outros, enquanto os outros fogem. Se

a pessoa que é 'isso' toca você, então você se torna 'isso', e você tem que perseguir os outros.
'Voce entende?"
As meninas assentiram sem rodeios.
Com isso resolvido, Claire e eu levamos May e Aleah para o quintal.
“Eu serei 'aquilo' primeiro,” eu disse, mas as meninas não se moveram. Eu gesticulei.
“Vamos, você tem que fugir.”
Claire os cutucou por trás para criar alguma distância entre eles
e eu, mas eles se moviam lentamente.
“Ei, eu vou te pegar!” Eu avisei quando comecei a perseguir os gêmeos muito lentamente.
Eles ainda não iniciaram o movimento por conta própria, então Claire puxou suas mãos
para fugir. Suas expressões permaneceram imutáveis.
"Te peguei!" Eu anunciei quando marquei maio.
Ela olhou para mim, mas ela apenas ficou lá.
“Agora você pode perseguir as pessoas, May,” eu insisti. "Vamos, Aleah, vamos fugir."
May ficou lá por um tempo, mas eventualmente, ela finalmente começou a se mover em
direção a Claire – lentamente no início, mas quando ela chegou perto de Claire, Claire correu mais
rápido, forçando May a correr um pouco antes de se permitir ser pega.
“Muito bem, maio. Isso foi ótimo!" disse Claire.

"Excelente?"
"Isso mesmo. Você é uma garota maravilhosa, May.
May provavelmente não tinha sido muito elogiada antes. Ela levou algum tempo para refletir
sobre as palavras de Claire com um olhar estranho em seu rosto.
"Agora eu sou 'isso'", disse Claire e começou a perseguir Aleah. Aleah correu
devagar e foi pega imediatamente.
"Agora é sua vez de perseguir, Aleah", disse ela.

"Sim..." Aleah assentiu e começou a perseguir Claire como May tinha feito.
Sinceramente, me senti um pouco excluído.
“Ah, você me pegou! Você corre tão rápido, Aleah.
Eu não tinha certeza se Aleah percebeu que estava sendo elogiada. Ela absorveu
as palavras de Claire com um olhar estranho em seu rosto.
"Bem, isso é preocupante..." eu disse, desconfortável.
E, no entanto, alguns minutos depois, tive que engolir minhas palavras.
“M-May, vamos fazer uma pausa,” disse Claire sem fôlego.
"Não."
May agarrou-se a Claire, que tropeçou, momento em que Aleah a agarrou.
"Fugir."
"Fugir…"
Em algum momento, as regras do nosso jogo de pega-pega mudaram, e May

e Aleah tinham se tornado “isso” juntos, ambos perseguindo Claire. Você não pode
subestimar as crianças. Eles tinham uma energia ilimitada. Claire sorriu no início, mas eles
rapidamente a esgotaram. Ela estava realmente confiando nas reservas acumuladas por seus anos
de treinamento em autodefesa e dança de salão.
“Vamos fazer uma pausa, meninas,” eu chamei para elas. Eu estava fazendo lanches
na cozinha desde que me deixaram de fora. Tomei chá em uma jarra e meu plano era seduzi-
los com doces.
“Mais etiqueta.”
"Mais…"
Bem, parecia que as meninas gostaram do jogo.
“Nesse caso, eu vou negociar com Rae—” Claire começou.
"Não."
“Nós queremos isso…”
As meninas já tinham se apegado a Claire.
Lutei para fingir que não estava com ciúmes.
"Aleah, você não deve chamar as pessoas de 'isto'", disse Claire, agachando-se

como eu a ensinei.
"Por que?"
“Não é educado.”
"Educado?"
"Isso mesmo. As pessoas não devem ser tratadas como objetos. Tratando-os
mal é tão vergonhoso quanto não usar roupas.”
Eu tinha certeza que as meninas não entendiam tudo o que Claire estava dizendo a elas,
mas Aleah assentiu em resposta de qualquer maneira.
— Então como eu te chamo? Alah perguntou.
“Não sabemos seu nome”, disse May.
Oh céus. Eles estavam certos. Eu não me lembrava de dizer a eles nossos nomes.
Devido às suas circunstâncias, tínhamos esquecido completamente essa formalidade.
“Eu sou Claire. Ela é Rae.”
“Vamos ser amigos, vocês dois,” eu disse.
Eles assentiram — muito menos hesitantes do que antes.
“Então vamos brincar de pega-pega de novo,” disse Claire.
"Huh? Senhorita Claire, você está bem? Você parece muito cansado."
"Eu não estou, não, mas aplique um pouco de sua magia de recuperação e eu ficarei bem."
Eu não tinha pensado nisso. Rapidamente lancei um pouco da mágica de água

solicitada em Claire, e seu corpo rejuvenesceu.
“Claire, você está bem?” perguntou Alah.
“Você ainda pode jogar?” perguntou maio.
"Eu posso! Desta vez, vou persegui-lo. É melhor você correr, fugir!”
As garotas foram embora, e Claire correu atrás delas.
"Eles parecem estar se divertindo muito..." eu murmurei.
Era um jogo simples, mas as meninas pareciam estar se divertindo muito. Suas
expressões ainda estavam completamente vazias de emoção, mas havia algo mais leve no ar que
me fez suspeitar que eles estavam se sentindo melhor. Eles provavelmente gostaram das reações
de Claire. Eu certamente entendi isso

sentimento.
Nesse caso, eu montava os lanches e deixava eles brincarem o quanto quisessem.
“Ahh...” May gritou ao cair.
"Você está bem?!" Claire correu até ela. Também parei de preparar os salgadinhos e voei
para o lado de May.
“Você raspou um pouco a perna,” Claire disse, checando por qualquer outra
ferimentos e não encontrando nenhum. Estávamos cientes da maldição que corria pelo sangue
dessa garota. Seria sempre nossa obrigação verificá-la quanto a ferimentos.
“Isso deve ter doído,” disse Claire com ternura. “Você é tão forte por não chorar. Rae, apresse-
se e cure-a.
"Por que?" perguntou maio.
"P-por quê?" Claire exigiu.
“Claire, você parece triste”, disse May.
"Claro que sou. Você está ferido, não está?”
“Quando nos machucamos, todo mundo fica feliz”, disse Aleah, vindo de trás de nós.
O rosto de Claire congelou com as palavras de Aleah.
"Aqui." May quebrou um pedaço de sua saia - a parte que se transformou em

pedra devido ao seu sangue - e a apresentou a Claire. "Obrigada."
"O que você está pensando?!" Claire explodiu com raiva.
“O que...” murmurou May.
"Obrigada..." disse Aleah.
“Isso não é motivo para agradecer!”
"Por que? Nós-"
“—nasceram para sangrar.”
Eles falaram em uníssono assustador. Esta era a maldição. Este foi definitivamente um
xingamento.
“Quando formos cortados—”

“—todos estão felizes.”
"Não!" Claire interrompeu suas palavras comoventes e os puxou para perto dela.
“Você nasceu para ser feliz! Nunca pense que você nasceu para ser ferido!”
"Mas nós-"
“—são amaldiçoados.”
“Esqueça a maldição! May, Aleah, você sempre sentiu dor, certo? Foi difícil, né?”
Claire estava chorando. Era realmente uma coisa tão rara vê-la chorar. Mas ela chorou,
abraçando-os e acariciando seus cabelos.
May e Aleah ficaram um pouco confusas, mas finalmente começaram a mudar. Suas
primeiras expressões verdadeiras foram impacientes, como se estivessem tentando se
lembrar de algo, mas também resistindo à lembrança.
"Nós-"
"-lembre-se disso."
Eu tinha uma ideia do que era “isto”. Eles se lembraram, em algum lugar,
em algum momento, que eles tinham sido abraçados.
"Você quer dizer sua mãe?"

"Por-"
“—lá?”
Com essa palavra, as máscaras duras que eles mantinham de repente racharam.
“Uau…”
"A-ah..."
Como uma só, as meninas começaram a soluçar.
“N-nós...”
"-Nós estamos esperando…"
Eles falaram em tons de delírio, chorando todas as lágrimas que haviam guardado
durante anos.
"Está bem. Está bem. Vocês duas são tão boas meninas... Vocês realmente são tão
boas...” Claire as consolou diligentemente, mas elas não pararam de chorar, e nem ela. Eles
se sentaram lá, os três juntos, chorando por algum tempo.

"May, Aleah, eu quero te dizer uma coisa", disse Claire, soltando-os suavemente.
Eles piscaram turvos para Claire.
"Isso é boa sorte para cantar quando você está machucado", disse Claire, tendendo a
O arranhão de maio. “Ai, ai, não, não, dor, dor, voe para longe.”
Eles inclinaram suas cabeças interrogativamente para Claire.
"Como é? Ainda dói?" Claire perguntou, e May balançou a cabeça.

"Sério? Perfeito."
“Faça isso comigo também.”
“Você também, Aleah? OK. Ai, ai, não, não, dor, dor, voe para longe.”
O canto de Claire era o tipo mais importante de magia, o tipo que funcionava não apenas
no arranhão de May, mas também na dor profunda e sincera que as gêmeas tinham sofrido.
“Eu me lembro disso,” Claire lembrou contemplativamente enquanto eu servia seu chá.
Estávamos fazendo um pequeno piquenique em nosso quintal. May e Aleah estavam brincando de pega-
pega com Ralaire.
Claire e eu decidimos acolher oficialmente as meninas. Digo “oficialmente”, mas como o casamento
entre pessoas do mesmo sexo não era reconhecido no reino, tudo o que podíamos fazer legalmente era
acolhê-las como adotivas. Mas eles há muito se tornaram uma parte crítica de nossas vidas.
“Você se lembra de quando a Academia estava em alvoroço por causa do Movimento dos
Comuns?”
"Lembro-me de tudo o que acontece com você, senhorita Claire."
“Não tire sarro de mim,” Claire sacudiu minha testa. Isso machuca. Ah, para colher os frutos
do amor. “Durante aquela comoção, vi uma criança mendiga na cidade e tudo o que pude sentir foi nojo.”
Ela realmente havia crescido, embora agora parecesse enojada com seu passado
auto.
“Ah, eu me lembro. Eu a vi não muito tempo atrás. Ela estava limpando janelas
na Igreja. Parece que ela está sendo cuidada.”

"É mesmo... fico feliz em ouvir isso." Claire fechou os olhos, aliviada. Ela olhou para
mim. “May e Aleah estão finalmente mostrando suas emoções, mas se você não tivesse feito
algo sobre a maldição, eles não estariam rindo agora.
Mas, meu Deus, nunca imaginei que ferrugem seria a resposta.”
“Quem poderia ter?”
Naquele dia em que May e Aleah finalmente choraram, notei que suas lágrimas não
transformavam as roupas de Claire em pedras mágicas. Lágrimas e sangue são elementares
relacionados, magicamente falando, então percebi que o problema estava ligado a algum
elemento único de seu sangue. Além disso, se pudéssemos isolar qual componente de seu
sangue precisava ser tratado, poderíamos resolver o problema.
Enquanto contemplava, lembrei-me de que os glóbulos vermelhos são feitos de

ferro. Então, eu me perguntei o que aconteceria se "enferrujássemos" as células. Depois
que Ralaire comeu o monstro da ferrugem, pedi a ela que imitasse sua capacidade de gerar
ferrugem nas proximidades de May e Aleah. Com essa ajuda consistente de Ralaire, a
maldição em seu sangue foi, por enquanto, aliviada.
“Bem, é apenas uma solução temporária.”
No final, planejei pedir a Yu para usar as Lágrimas da Lua. Tínhamos usado as

Lágrimas da Lua para a própria maldição de Yu há menos de um ano, então precisava reunir
mais luz da lua antes que pudesse ser invocada novamente.
Normalmente, pessoas de fora da Igreja nunca teriam permissão para implantar

a relíquia mais bem guardada da Igreja para tal coisa, então tivemos que aproveitar
nossas conexões e contribuições anteriores. Mas Yu nos devia uma, e a Igreja agora nos devia
outra por causa de Lilly, May e Aleah. Eu tinha certeza de que poderia negociar.
“A Cardeal Lilly ainda está viajando, não está?”
"Espero que sim."
Lilly partiu em sua jornada assim que May e Aleah se mudaram para nossa casa.
Ela tinha sido muito grata a nós dois e ainda nos mandava cartas de vez em quando. Parecia
que ela estava em Euclides, então ela estava visitando minha mãe para fazer algumas roupas.
Essa garota realmente era tão adorável.
“Agora que temos os gêmeos, realmente precisamos garantir alguma estabilidade em

nossas vidas”, disse Claire.

“Vamos fazer o nosso melhor para sermos bons professores.”
“Sim, mas eu estava pensando em um nível mais fundamental.”
Eu fiz uma careta, confusa.
Claire limpou a garganta, um olhar mais maduro em seu rosto. "Nós precisamos
mostram que estamos preparados para viver felizes para sempre, como uma família de quatro
pessoas. Então, eu juro por Deus: eu sempre amarei May, Aleah e Rae.”
Quando Claire disse isso, ela abriu um sorriso tremendo, e eu

encontrei-me mais uma vez transbordando de amor por ela. Eu a abracei sem dizer nada.
“Mães, do que vocês estão falando?”
As meninas também vieram em busca de abraços. Hoje em dia, elas não se pareciam em
nada com as garotas sem emoção que conhecemos meses atrás.
"Nós estávamos falando sobre o quanto vocês dois riem agora", eu disse.
“Nós rimos porque é divertido.”
“Você é estranha, Mãe Rae.”
Eles se olharam e riram um pouco mais.
Nossa, eles eram tão fofos!
Eles não tinham se aquecido comigo por um bom tempo, mas uma vez que eu resolvi
sua maldição, eles lentamente se abriram para mim também. Mas foi muito mais difícil para mim do
que para Claire. Ainda fiquei bastante deprimido quando percebi que até Ralaire era mais popular do
que eu.
“Ralaire, apresse-se!” Maio ligou.
"Você é tão lento", Aleah repreendeu.
Ralaire serpenteou até nós. Ela parecia exausta, provavelmente porque

Eu a fiz brincar com as meninas por tanto tempo.
“Não perdemos mais para Ralaire.”
“Nós seremos capazes de vencer a Mãe Claire e a Mãe Rae em breve também.”
Porque meus pensamentos estavam cheios de como eles eram quando nos conhecemos,
meu coração doeu tão ferozmente agora que pude ouvir suas risadas inocentes.
“Mãe Claire, o que há de errado?”

"Você está ferido em algum lugar?"
Claire estava claramente pensando a mesma coisa, porque lágrimas brotaram de

seus olhos. Ela os afastou. “Ah, não é nada.”
May e Aleah ainda pareciam preocupadas.
“May, Aleah, por que você não faz essa mágica para Claire?”
“Que mágica? Você sabe, Aleah?
“Ah, eu sei, May.”
Eles sussurraram juntos. Claire inclinou a cabeça em confusão.
“Mãe Claire!” May e Aleah disseram em uníssono, rindo. “Ai, ai, não, não, dor, dor,
voe para longe.”

Posfácio
OBRIGADO
MUITO VOCÊ por adquirir o segundo volume de I'm in Love
com o Vilão. Eu sou o autor, Inori. Estou muito feliz por termos conseguido trazer o
segundo volume para vocês. O Capítulo 4 do Epílogo era uma série na web, mas para este
volume, pude adicionar texto adicional no final. Você gostou?
Graças a todos vocês, o primeiro volume foi bem, aparentemente, e estou

honrado por ter chegado ao ranking da Amazon. É por causa do seu apoio. Obrigada.
Estou preso em um clichê, esperando que este volume também venda. Por favor me
perdoe. Mas eu quero sair para comer às vezes!
Então este é o fim da história de Rae e Claire por enquanto. Eu acho que existe um
muito que ainda não escrevi, mas você pode preencher as lacunas com sua
imaginação. Se você voltar e ler o primeiro volume novamente, acho que notará muitas
conexões que perdeu na primeira vez, então, por favor, venha visitar Rae e Claire novamente
algum dia.
Por fim, tenho alguns agradecimentos.
Primeiro, Nakamura-san no departamento de edição da GL Novel: Obrigado

pela publicação do volume anterior e deste. Estou muito grato por tudo que você fez
para completá-lo.
Além disso, obrigado a Hanagata pelas ilustrações maravilhosas. Ao escrever

este posfácio, ainda não vi as ilustrações, mas se Hanagata as estiver desenhando, tenho
certeza que serão perfeitas.
E obrigado ao meu parceiro, Aki. Terminei! Vamos comemorar assim que for
publicado oficialmente.
E nem é preciso dizer, mas gostaria de oferecer minha mais profunda gratidão
a todos os leitores que pegaram este livro.
Se eu acabar com outra publicação algum dia, espero que você a leia
também.
Muito obrigado.

—INORI, 2 de março de 2019

Obrigado por ler!

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guarda-sol em linha reta.”

"Eu sinto muito."

"O que é isso?"

“Por que isso, de repente? Não há necessidade disso.”

“Até o crème brûlée que você ama?”

"O que é isso?"

Página 1 Goldenagato | mp4directs. com

“Vamos, queixo para cima.”

"O que é isso?"

Oh céus. Ficando em branco em outras ideias, meu cérebro foi direto

“Um? Esse tipo?"

“Essa é a quarta vez que você diz isso. O que é isso?"

"Sim Sim. E eu odeio você." Ela atirou em mim de uma vez.

"Isso é estranho. Achei que meu timing foi perfeito.”

“Perfeito para quê?!”

"Você começou isso!"

Foi perfeito. Ela estava se aquecendo para mim.

Acompanhei Claire até o dormitório dela, destranquei a porta e entrei.

Página 2 Goldenagato | mp4directs. com

Ela estava vindo.

"Senhorita Claire, você tem uma carta."

"Sim senhorita." Peguei o envelope dela e cuidadosamente o abri com um abridor

"Senhorita Claire, vamos para o refeitório?" Eu perguntei.

"Vá em frente. Eu me juntarei a você depois de ler esta carta.”

“Nesse caso, eu vou esperar também.”

Incapaz de ficar calado, eu disse: “Sua irmã é essa Manaria?”

"Isso mesmo. Ela é a primeira princesa do reino de Sousse. Eu a admiro muito.”

“Parece que ela está em intercâmbio com o Reino Bauer e se matriculou

“Sua voz soa excessivamente monótona, ou ouso dizer, até mesmo

Página 3 Goldenagato | mp4directs. com

"Oh, é assim? Vamos rápido.”

"Veja, você está insatisfeito, não é?"

"Huh? Não?" Eu não me importo nem um pouco.

“Será que você está com ciúmes?”

“Uma resposta tão rápida!”

“Estou cansado de você repetir essa piada.”

“Como posso convencê-lo de que estou falando sério?”

Este foi um show incomum de romantismo, vindo dela.

“Ah, você sabe disso?”

"Você gosta dessas histórias também, Srta. Claire?"

Página 4 Goldenagato | mp4directs. com

Suas palavras eram tão jovens e tão ingênuas.

“Quantas vezes você vai dizer isso hoje?”

Página 5 Goldenagato | mp4directs. com

“Como a maioria de vocês provavelmente sabe, Lady Manaria é a Primeira Princesa

Ela se curvou dramaticamente, colocando a mão no peito e curvando-se

A sala de aula explodiu em tagarelice com esse resumo franco. eu esperava

"Sim. É de pouca importância, realmente.”

De acordo com Claire, ela frequentemente trocava cartas com Manaria e

Página 6 Goldenagato | mp4directs. com

“A-aham. Continuaremos a refletir sobre como tratar Lady Manaria.

"Entendido, Sr. Torrid."

Manaria dirigiu-se a nós. Ela se sentou à esquerda de Claire, em frente

“Ei, Claire. Já faz um tempo”, disse ela.

“Ha ha ha. Não diga isso. Afinal, eu era ilegítimo.”

“Ela é minha serva. Você, apresente-se.”

“Que bobagem é essa? Você é um servo — um servo!” Claire se esforçou

Página 7 Goldenagato | mp4directs. com

"Esse é um nome incomum", disse Manaria. “Talvez você seja um aristocrata