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Aula 02

ALRN (Técnico Legislativo) História do


Rio Grande do Norte - 2021 (Pré-Edital)

Autor:
Sergio Henrique
Aula 02

06 de Agosto de 2021
Sergio Henrique
Aula 02

SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial ................................................................................ 3


1. O Advento e a Consolidação da República Oligárquica: Propaganda Republicana ....... 4
2. Novo Regime de Governo, Novos Símbolos ................................................... 5
3. O Pacto Oligárquico e a República do Café com Leite ....................................... 8
3.1. A Proclamação da República no Brasil e no Rio Grande do Norte e os Governos Oligárquicos 9
3.2. O Domínio dos Albuquerque Maranhão .................................................................................. 11
3.3. Questão dos Grossos: Disputa entre Rio Grande do Norte e Ceará no Litoral, nas Áreas
Salineiras ......................................................................................................................................... 13
3.4. O Messianismo e o Cangaço .................................................................................................... 13
3.5. O Domínio dos Bezerra Medeiros e a Urbanização de Natal ................................................... 15
3.6. Industrialização por Substituição de Importações ................................................................... 16
3.7. A Indústria, a Seca e a Formação da Classe Operária .............................................................. 17
3.8. Celina Guimarães, Alzira Soriano e Maria do Céu Pereira Fernandes: Primeiro Voto Feminino,
Primeira Prefeita na América Latina e Primeira Deputada............................................................. 18
4. Conflitos Populares durante a República Velha ............................................ 20
4.1. Revoltas Rurais: Guerra de Canudos, do Contestado e o Cangaço .......................................... 20
4.2. Revoltas Urbanas: Revolta da Vacina e da Chibata ................................................................. 20
4.3. O Tenentismo no Rio Grande do Norte .................................................................................... 22
5. A Crise de 1929, O Rompimento do “Pacto Oligárquico” e a Revolução de 30. ......... 24
5.1. O Governo Provisório................................................................................................................ 25
5.2. O Governo Constitucional de Vargas (1934-1945) ................................................................... 25
5.3. A Tentativa de Golpe da ANL e a Propaganda Anticomunista................................................. 26
5.4. A Intentona Comunista no Rio Grande do Norte...................................................................... 27
5.5. O Plano Cohen e a Ditadura do Estado Novo ........................................................................... 27
5.6. O Estado Novo .......................................................................................................................... 28
6. A Participação do Brasil na Segunda Guerra: A Base Militar dos EUA em Natal ........ 29
7. Política no Rio Grande do Norte no Pós-guerra e no Regime Militar ..................... 31
7.1. As querelas políticas no Rio Grande do Norte durante a Ditadura Miliar ............................... 31
7.2. Paz Pública................................................................................................................................ 34
7.3. Método Paulo Freire e Projeto “Pé no Chão Também se Aprende a Ler” .............................. 35

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7.4. A Corrida do Petróleo ............................................................................................................... 38


8. Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar............................. 39
9. Questionário de Revisão ................................................................. 42
Questionário - Somente Perguntas ................................................................................................. 42
Questionário - Perguntas e Respostas ............................................................................................ 43
10. Exercícios ..................................................................................... 48
11. Considerações Finais ................................................................... 87

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00. BATE PAPO INICIAL


Olá amigo estudante. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos de história.
Estudar a aula anterior é fundamental para que você possa compreender muitas das coisas que
vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos poucos o
conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante você fazer
suas próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não importa, você
escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos.
O material foi escrito com muita exclusividade e muito carinho. Além de consultar ampla
bibliografia cobrada nos concursos, essa aula que vai até a Segunda Guerra Mundial, estão os temas
mais cobrados em todos os concursos anteriores do RN. O conteúdo foi selecionado de forma ampla,
de todos os possíveis tópicos da sua prova, que foram concluídos após profunda análise de vários
editais passados e questões de outros concursos.
Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos.

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1. O ADVENTO E A CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA:


PROPAGANDA REPUBLICANA

A República foi proclamada pelo exército sem a participação popular. Nas palavras do
jornalista Aristides lobo: “e o povo assistiu bestializados a proclamação da república”. Ou como diria
Lima Barreto: “O Brasil não tem povo, tem público”. Referem-se ao fato de a proclamação da
República ter sido um golpe militar sem participação popular. Nossos dois primeiros presidentes
foram militares: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Esta fase é chamada de República da
Espada e teve fortes tendências autoritárias. Deodoro e Floriano impuseram a república a ferro e
fogo. Deodoro governou de forma autoritária, persegui inimigos políticos, censurou jornais e fechou
o congresso. Foi substituído por seu vice, Floriano Peixoto. O início da República não foi um processo
tão calmo. Em várias regiões ocorreram resistências. No governo Floriano, a marinha se rebela e
ameaça bombardear a capital. Tomaram caminho em direção a região sul apoiar a Revolta
Federalista, ou revolta dos Maragatos. O movimento foi duramente sufocado. Ao final de seu
mandato ganha as eleições pelo PRP (partido republicano paulista), Prudente de Morais. É um
momento de diminuição da popularidade do exército e fortalecimento dos cafeicultores paulistas.
A primeira constituição foi promulgada em 1891 e tinha como características principais:
✓ O Brasil é uma república presidencialista.
✓ Separação do Estado e da Igreja (Estado Laico).
✓ Criação do cartório de registro civil.
✓ Federalismo (autonomia relativa dos estados (ex províncias).
✓ O voto era proibido para mulheres, analfabetos, padres, soldados e menores de 21 anos.

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2. NOVO REGIME DE GOVERNO, NOVOS SÍMBOLOS


Com a proclamação da república, a produção intelectual e as artes voltaram-se à produção
de novos símbolos nacionais: Hino, Bandeira, história. A bandeira do Brasil traz nela o lema
positivista: Ordem e progresso. Suas estrelas reproduzem o céu no dia 15/11/1889.
Tem início ao culto dos “heróis republicanos” como Tiradentes e Frei Caneca. Tiradentes
principalmente, associado pela produção historiográfica do início da República, é transformado em
herói, pois a inconfidência mineira era também republicana. A capital de MG era Vila Rica, e foi
transferida para Belo Horizonte, que foi projetada sob os ares republicanos. Dois argumentos
fundamentavam a transferência e todas as cidades que passaram por grandes reformas tinham-nos
na ponta da língua: Primeiramente os projetos sanitaristas, muito fortes durante o início da
República, defendiam projetos urbanos amplos, com avenidas largas, para aumentar a salubridade
do ambiente e facilitar a circulação de ar. E também as grandes cidades deveriam reproduzir a
aparência de modernidade que o Estado Brasileiro queria transmitir, à luz do esquadro e do
compasso.

O quadro “Pátria”, pintado por Pedro Bruno em 1919, mostra mulheres costurando a bandeira do Brasil

Poucas imagens conseguem ser tão fortes a ponto de mexer com a emoção dos brasileiros.
Em 19 de novembro de 1889, quatro dias após o golpe que enterrou a Monarquia, o presidente
Deodoro da Fonseca assinava um decreto com a descrição da sucessora da bandeira imperial. É por
isso que o Dia da Bandeira se festeja em 19 de novembro. O modelo era praticamente idêntico ao
atual. Em vez das 27 estrelas de hoje, havia 21 — o número dos estados de então mais a capital do
país.
Documentos históricos guardados no Arquivo do Senado mostram que as críticas não
tardaram. Em dezembro de 1890, um mês após a abertura do Congresso Constituinte, encarregado
de aprovar a primeira Constituição da República, o deputado Francisco Coelho Duarte Badaró (MG)
subiu à tribuna para queixar-se:

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“Na bandeira se encontra um atentado contra as nossas tradições. Criminosamente lançaram nela
um dístico que não quadra com as nossas ideias, que pertence a uma seita absurda”.

Badaró se referia aos dizeres “Ordem e progresso”. Trata-se da máxima do positivismo, que
foi uma doutrina filosófica e social que foi difundida na França durante o século XIX por Augusto
Comte, e na verdade é mistura francesa de religião com filosofia bastante em voga entre os militares
que destronaram dom Pedro II. Para o deputado, era inadmissível a menção à “seita”:

“Essa provocação tem impedido que o povo brasileiro, desde as primeiras até as últimas camadas,
corra a abraçar a bandeira”.

Desde então, apareceram vários projetos de lei querendo redesenhar a bandeira, quase todos
apagando a legenda "Ordem e progresso". Argumentava-se até que os embaixadores passavam
vergonha, pois eram insistentemente questionados se o positivismo havia virado a religião do país.
Com a República, na realidade, o Estado tornou-se laico e o catolicismo perdeu o status de credo
oficial.

“Tão antinacional divisa impopulariza a República. É uma provocação aos cristãos, à quase
unanimidade da população do Brasil”. Criticou o senador Coelho Rodrigues (PI) em 1896, ao
apresentar uma proposta que trocava “Ordem e progresso” por “Lei e liberdade”.

Nenhum projeto do tipo, porém, conseguiu prosperar. Segundo o consultor legislativo do


Senado, Joanisval Gonçalves, especialista em relações exteriores, a bandeira só começaria a vencer
as resistências em 1922, quando os festejos do centenário da Independência despertaram uma onda
de patriotismo:

“A bandeira precisou de tanto tempo para ser aceita porque a própria República não era consenso.
O regime foi implantado sem o respaldo da população. Ao longo das primeiras décadas, havia muita
gente desejando a volta da Monarquia”.

Santos Dumont, o criador do avião, pregava a restauração. Ele, que era próximo da família
imperial, voava com uma flâmula verde e amarela atada a suas invenções, e não com a bandeira
republicana.
O modelo atual é, na realidade, uma adaptação da bandeira do Império, que havia sido
desenhada por dom Pedro I em 1822, logo depois da Independência. No lugar do círculo azul,
repousava o brasão da Monarquia. O verde e o amarelo não foram uma escolha aleatória nem
tinham o ingênuo objetivo de representar as matas e o ouro. O verde remete ao próprio dom Pedro
I — é a cor da família Bragança, que reinava em Portugal. O amarelo, à sua primeira mulher, a
austríaca Leopoldina — é a cor da dinastia de Habsburgo, que governava a Áustria. O losango, além
disso, é a figura geométrica tradicionalmente feminina. De qualquer forma, o imperador não
rechaçava a versão que enaltecia as riquezas naturais do país.

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Em 15 de novembro de 1889, proclamada a República, os novos donos do poder correram


para eliminar os símbolos do Império. A bandeira escolhida no mesmo dia foi uma imitação dos
Estados Unidos, porém verde e amarela. Ela viajou hasteada no navio que levou dom Pedro II para
o exílio. Ante a indignação generalizada, resistiu só quatro dias.
Uma gigantesca Bandeira Nacional pende continuamente no mastro da Praça dos Três
Poderes, em Brasília. Feita de náilon paraquedas, ela tem 20 metros de comprimento e 14 metros
de altura. São 280 metros quadrados. Desde 2000, uma empresa de Cascavel (PR) confecciona a
bandeira, que é trocada todo mês. Diz Sérgio Tomasetto, proprietário da fábrica:

“Grande parte das bandeiras tem o preto e o vermelho, que indicam que o país enfrentou guerra.
A nossa, não. O verde e o amarelo formam uma combinação singular, que torna a nossa bandeira
bela, emocionante e inconfundível.”
(SENADO; WESTIN, 2014).

NAÇÃO: Uma comunidade política imaginada – e imaginada como sendo intrinsecamente


limitada e, ao mesmo tempo, soberana. Um povo que compartilha uma identidade cultural
comum, geralmente baseada na mesma língua, no território geográfico e em experiências
históricas. Embora existam até milhares de nações efetivas ou potenciais, apenas uma
fração delas se realiza plenamente.
IDENTIDADE NACIONAL: Forma coletiva de identidade na qual os indivíduos compartilham
uma mesma sensação de pertencer a certa nação ou grupo nacional. Uma nação existe
quando pessoas em número significativo de uma comunidade se consideram formando uma
nação, ou se comportam como se formassem uma. Diversos mecanismos, processos e
instituições formais e informais atuam para incentivar essa sensação de pertencimento.
ESTADO: O Estado é a instituição na sociedade que detém o poder político último, "um
monopólio de violência legítima" e coerção.
NACIONALISMO: Princípio político ou sistema de valores que supõe que o Estado e a nação
devam ser coincidentes e que o Estado-nação é o foco principal de coesão e patamar mais
alto da ordem social. O nacionalismo requer a organização de grupos humanos em unidades
amplas, culturalmente homogêneas e com sistema de educação unificado. As maiores
investidas de nacionalismo são o incentivo à procura da identidade nacional, a proteção
contra ameaça estrangeira, a integração interna, o estabelecimento e a preservação da
legitimidade e da moralidade políticas, o empenho em direção ao desenvolvimento
econômico e a preocupação com a melhoria social.

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3. O PACTO OLIGÁRQUICO E A REPÚBLICA DO CAFÉ COM LEITE


A consolidação da república ocorreu sob o poder dos grandes proprietários rurais, por isso a
Primeira República é conhecida como República Velha, ou melhor, a República que já nasceu velha,
pois manteve o poder nas mãos dos mesmos proprietários de terra, até a revolução de 30 (fim da
república do café com leite e o início da Era Vargas) é conhecida como República Oligárquica (oligos
= poucos. Os grandes proprietários rurais). Nesta época é que ocorre o Coronelismo, em que os
grandes fazendeiros impunham seu poder através de seus exércitos particulares de jagunços.

O voto era aberto e os eleitores que moravam nas grandes fazendas eram forçados a votar
no candidato do coronel. Isso era chamado voto de cabresto, e a área de influência do coronel era
chamada de curral eleitoral. As eleições eram manipuladas e notoriamente corruptas e o poder
presidencial era marcado pela alternância política entre MG e SP, por isso esse momento também
ficou conhecido como a República do Café (SP) com Leite (MG).
A república do café com leite era fundamentada em um “Pacto Oligárquico”, ou como
chamado por seu articulador Campos Sales, “pacto federativo”, também conhecido como política
dos governadores. É uma política de troca de favores. Enquanto os estados garantiam as eleições de
MG e SP, os dois maiores poderes econômicos do país, ganhavam em troca a liberdade de fazer o
que bem entendessem sem uma fiscalização regular.
No governo de Hermes da Fonseca, sobrinho do proclamador Deodoro da Fonseca foi o último
militar a ocupar o poder. Era marechal do exército e sob seu governo foi instituída a política de
salvação: indicava militares para os governos estaduais. A República Velha é caracterizada por um
grande autoritarismo na sua implantação, e depois, por uma acomodação no poder pelas grandes

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oligarquias rurais: Minas Gerais e São Paulo sustentados pelos coronéis das oligarquias estaduais.
Muita corrupção política, violência com o jaguncismo, federalismo (maior independência dos
estados) e grande repressão aos movimentos populares. A participação popular era vista como
anarquia. A democracia como excessos populares. É o pensamento autoritário positivista.

3.1. A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL E NO RIO GRANDE DO NORTE E OS


GOVERNOS OLIGÁRQUICOS

A monarquia caiu de velha, assim como a escravidão. O trabalho dos cativos não era
produtivo, e passou a ser associado com o atraso e o oposto da modernidade. No Rio Grande do
Norte, como em quase toda província do país, o movimento republicano foi fraco. Em todo caso, a
elite agrária nordestina manifestava seu descontentamento como o governo monárquico.
Acusavam-no de privilegiar o Sul e esquecer do Norte. O forte republicanismo do sudeste
fortaleceu-se com a falta de apoio à Monarquia no Nordeste.
A queda da Monarquia está associada a três elementos:
1. Perda de apoio dos fazendeiros nordestinos e dos escravistas do sudeste após a abolição
da escravidão.
2. A questão religiosa: A Igreja Católica no fim do século XIX proibiu a Maçonaria na Igreja.
O imperador não acatou e prendeu o bispo do Pará e o poderoso bispo de Olinda, que
insistiram em obedecer ao papa e excomungou os membros da maçonaria. Os dois foram
presos, e após este episódio a Igreja deixou de apoiar.
3. A questão Militar: O exército desde a Guerra do Paraguai tornou-se uma instituição mais
forte e organizada, republicana e abolicionista. O imperador passou a perseguir e
censurar membros do exército, o que fez com que perdesse total apoio da instituição,
que desde 1870 já havia publicado seu manifesto Republicano de 1870.
Neste processo de transição da Monarquia à República, em cada estado, o grupo que
conseguisse fazer alianças e fundar um partido republicano estadual, dominaria o governo do
estado. Nas primeiras décadas desse regime no Rio Grande do Norte, os novos mecanismos políticos
da República abriram espaço à consolidação dos interesses e das perspectivas de classe dos grandes
proprietários rurais e da elite comercial. O novo regime que se inaugurava com a Proclamação da
República no Brasil, em 15 de novembro de 1889, abriu espaço para um coronelismo mandonista,
que através do domínio econômico angariava o cenário político.
O coronelismo foi (e ainda se sustenta com novas ferramentas) um fenômeno político-social
com implicações econômicas, que eleva a um patamar superior a classe dos grandes proprietários

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rurais e da elite comercial. O coronelismo é, antes de tudo, o resultado da superposição de formas


desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada. Não é,
pois, mera sobrevivência do poder privado, cuja hipertrofia constituiu fenômeno típico de nossa
história colonial. É antes uma forma peculiar de manifestação do poder privado, ou seja, uma
adaptação em virtude da qual os resíduos do nosso antigo e exorbitante poder privado têm
conseguido coexistir com um regime político de extensa base representativa. O coronelismo é um
compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido e a
decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores de terras. É uma estrutura
política por intermédio da qual os chefes de clãs rurais e grandes latifundiários assumiram o controle
de ação política, pelo qual o coronelismo é entendido como poder político exercido por chefes
políticos sobre parcela ou parcelas do eleitorado, objetivando a escolha do candidato por eles
indicado.
No tocante ao conceito de oligarquia, pode se dizer como um grupo de poder restrito,
homogêneo, estável, com boa organização interna e fortes vínculos entre seus membros, pouco
confiante na lealdade de quem a ele pertence e cauteloso na admissão de novos membros. É um
grupo que governa de modo autoritário, robustecendo o executivo, controlando o judiciário,
marginalizando ou excluindo o parlamento, desencorajando ou eliminando à oposição.
A nascente política republicana deu ainda mais voz ao poderio dos coronéis, que angariavam
a sua força política através da coerção, do apadrinhamento, um novo beija-mão que girava em torno
dos grandes oligarcas, que formavam facções políticas dotadas da suserania instaurada em seus
currais eleitorais. Nesse sentido, o que houve foi uma alienação do corpo eleitoral, ou seja, as classes
subalternas perdiam sua possibilidade de interferência política, ganhando em troca certa segurança
existencial, pois o coronel era o médico, o juiz, o protetor e a polícia. Médicos, tinham sempre um
remédio para qualquer doente; juízes dirimiam todas as questões; protetor seguro de suas "vilas",
ninguém se atrevia a tirar um apaniguado seu: autoridade policial, eles amansavam os brabos, os
valentes, metendo-os na sua prestimosa cadeia que era o tronco e que com a República foi
substituído pela espada.
O homem potiguar que fez as melhores alianças foi Pedro Albuquerque Maranhão. Era
médico, jornalista, foi engajado na campanha abolicionista e tornou-se republicano e fundador do
jornal “REPÚBLICA”. Gozava ainda do prestígio familiar de ser membro de uma das famílias
tradicionais mais antigas do estado, desde a colonização, e ligados à produção de açúcar. Fundar um
partido republicano significava dominar e manter o governo, e Pedro foi o fundador, primeiro
governador da província em cargo provisório que ocupou duas vezes em rápidas passagens e depois
cumprindo um mandato completo, que na época era 5 anos. Ocupou cargos de deputado e senador
e no início da República Velha foi o homem mais poderoso do estado, dominando a política regional.
Controlava os candidatos, a máquina administrativa e a renda pública. O Rio Grande do Norte, no
período da República Velha (1889-1930), foi controlado politicamente por duas oligarquias:

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Albuquerque Maranhão (cana e sal, domínio do litoral) e Bezerra de Medeiros (algodão. Interior do
Seridó). Cada Oligarquia defendia os interesses de um grupo econômico e uma região. Nas duas
primeiras décadas de República, o domínio foi dos Albuquerque Maranhão, sob o controle do
coronel, grande patriarca Pedro o Velho.
A história da sociedade nordestina e, particularmente do Rio Grande do Norte, está marcada
pela presença dessa família desde o início da Colonização. Só conseguimos entender o peso dessa
afirmativa, quando atentamos para as ramificações que a família Albuquerque teve, ao longo de
quatro séculos, com as famílias Cavalcanti, Melo, Arcoverde, Lins, Siqueira Cavalcanti, Holanda
Cavalcanti, Lacerda, Rêgo, Barros, Paes Barreto, Pires e outras.

3.2. O DOMÍNIO DOS ALBUQUERQUE MARANHÃO

Pedro Albuquerque Maranhão, o patriarca do primeiro grupo Oligárquico da República.

Em linhas gerais é importante lembrarmos que os nomes do governo todos eram ligados à
Pedro o Velho. Contudo, ao assumir o governo do Rio Grande do Norte por aclamação em 17 de
novembro, quando a República foi oficialmente proclamada no Rio Grande do Norte, esperou-se
que convocasse os legítimos republicanos para fazerem parte da equipe de seu governo, no entanto,
isso não veio acontecer. Ele formou uma equipe composta principalmente de ex-monarquistas e
membros dos partidos conservador e liberal, o que veio contribuir para que seu governo recebesse
a denominação de "Tríplice Aliança", em virtude daqueles que teriam sido escolhidos para compor
o "Secretariado" quando do governo provisório. Esta atitude de Pedro Velho causou revolta nos
republicanos históricos (Hermógenes Tinôco e Padre José Paulino) os quais tinham lutado em prol
da República e contribuído para instalação do PRRN (Partido Republicano do Rio Grande do Norte).

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A não convocação dos republicanos históricos para compor a equipe do governo de Pedro
Velho e a realização da eleição para a presidência da república em 25 de fevereiro de 1890, entre
Marechal Deodoro da Fonseca e Prudente de Morais, da qual o primeiro saiu vencedor com 55,13%
dos votos, não recebeu, porém, o apoio da facção pedro-velhista no Rio Grande do Norte, causaram
um clima de instabilidade política no território potiguar, pois entre novembro de 1889 e fevereiro
de 1892, o Rio Grande do Norte foi governado por onze pessoas diferentes, que com exceção de
Pedro Velho, eram todos forasteiros.
A escolha do Dr. Pedro Velho, em 22 de fevereiro de 1892, por parte do Congresso Legislativo
(atual Assembleia Legislativa) para governar o Rio Grande do Norte, proporcionou o encerramento
do momento mais significativo da história política da Primeira República (1889-1930) e
consequentemente iniciava-se o domínio da oligarquia Albuquerque Maranhão, representante da
cultura canavieira e do comércio agroexportador que dominou o Rio Grande do Norte por mais de
25 anos, quando cedeu lugar à outra oligarquia, desta vez dos oligarcas do Seridó, os legítimos
representantes dos produtores de algodão daquela região.
Tavares Lyra, grande intelectual e jornalista potiguar era ligado ao seu grupo político e foi
governador. Pavimentou ruas e instalou a iluminação pública com gás acetileno. Foi o fundador do
BANDERN (Banco do estado do RN) no ano de 1905. Os maiores acionistas eram os Maranhão e os
Lyra. O objetivo do Banco era financiar a produção açucareira agroexportadora. No governo Ferreira
Chaves, ocorreu o movimento messiânico de João Ramalho no município de Campo Grande. No
governo de Adalberto Maranhão foi um momento de grandes obras públicas, principalmente
urbanísticas e com a preocupação do desenvolvimento sanitário.
A seca flagelou o potiguar na virada do século XIX para o XX, especialmente as secas de 1900
e 1904. Elas provocaram a saída em massa do sertanejo principalmente para dois destinos: Trabalhar
na extração da borracha na Amazônia e o êxodo rural para Natal que tinha em torno de 16.000
moradores e recebeu 15.000 flagelados da seca. A grande quantidade de pessoas, num processo de
urbanização forçado e desorganizado, fez com que a violência explodisse e tornaram-se comuns
saques coletivos. Lyra usou uma política de obras para empregar este grande grupo populacional
construindo a Estrada de Ferro Central, ligando Natal à Ceará Mirim e a praça Augusto Severo. As
políticas econômicas do estado eram fundamentalmente protecionistas, beneficiando os Maranhão.
Implantaram o monopólio do Sal e taxaram o sal e açúcar estrangeiro. Beneficiava diretamente os
grupos dominantes do sal e açúcar, por exemplo, a Usina Ilha do Maranhão, propriedade de Fabricio,
irmão de Pedro o Velho.

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3.3. QUESTÃO DOS GROSSOS: DISPUTA ENTRE RIO GRANDE DO NORTE E CEARÁ NO LITORAL,
NAS ÁREAS SALINEIRAS

O Ceará era um grande produtor de charque. As “Oficinas de charque” eram promissoras no


RN, principalmente em Mossoró e Açu, mas em pouco tempo as oficinas cearenses passaram a
monopolizar a produção. Perceba o seguinte: O sal é recurso natural fundamental para a produção
e o Ceará fez uma jogada política que levou à justiça federal um litígio de fronteira (disputas jurídicas)
que quase descambou num conflito armado. Durante o início da República, boa parte dos estados
brasileiros tiveram disputas de fronteiras, pois existiam muitas lacunas nas demarcações territoriais.
A assembleia legislativa do Ceará, de olho na produção salineira do litoral do atual município de
Grossos, declarou que toda a área litorânea até lá era Cearense e criou uma lei estadual (válida
para o Ceará) que emancipou Grossos como Vila Cearense. Conseguiram uma aprovação de um
Juiz e o território ficou sob controle cearense entre 1901 e 1920. Era o governo potiguar de
Adalberto Maranhão que reagiu prontamente e enviou tropas e jagunços para o local e Ceará fez o
mesmo. Apesar da tensão se instalar nas fronteiras estaduais e o risco de conflito armado era
iminente, prevaleceu as soluções diplomáticas. Pedro o Velho contratou o brilhante jurista brasileiro
Ruy Barbosa que através de sua defesa conseguiu ganho de causa ao Rio Grande do Norte.
No segundo mandato de governador de Adalberto Maranhão (1908-13), já sem a tutela do
patriarca Pedro o Velho, teve uma administração cercada de êxitos. De acordo com o historiador
Sérgio Bezerra:

“Foi na segunda administração de Alberto Maranhão que Natal ingressou no século XX, tendo em
vista a quantidade de obras modernizadoras executadas na cidade. Foram implantadas linhas
eletrificadas na Cidade Alta, Alecrim, Tirol e Petrópolis, possibilitando o funcionamento, para esses
bairros, dos bondes elétricos; mandou construir um prédio no Baldo para abrigar os motores da
Usina Elétrica Oitizeiro; substituiu o encanamento de água da cidade, instalou a rede telefônica,
mandou reformar e ampliar a Vila Cincinato (residência oficial do governador). No seu governo, a
cidade conheceu um acentuado crescimento econômico, com a construção de fábricas de gelo, de
cerâmica, câmaras frigoríficas, etc.”

3.4. O MESSIANISMO E O CANGAÇO

O messianismo e o cangaço podem ser compreendidos como produto das condições sociais
que imperavam no Nordeste. Um conjunto de fatores como grande concentração de terras, violento
coronelismo, uma grande miséria da população, frequentemente assoladas por grandes secas e uma
grande religiosidade do catolicismo popular.
Em 1898 eclodiu um movimento messiânico no município de Campo Grande, na Serra de João
do Vale (ano de uma das mais terríveis secas). Um agricultor profundamente místico, chamado

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Joaquim Ramalho, passou a aglomerar em torno de si vários sertanejos que viviam em romarias pelo
sertão, em rezas e velas. Isso preocupou profundamente os fazendeiros locais e autoridades pois
desarticulava a vida produtiva na região, pois os sertanejos abandonavam seus trabalhos para
acompanhar Ramalho. Temiam uma nova Canudos, cuja guerra de destruição do arraial baiano ainda
estava muito viva na memória, pois foram quase contemporâneos. Rapidamente espalhou-se a
notícia do movimento que crescia cada vez mais, descritos como loucos e fanáticos religiosos (assim
como fizeram em Canudos). Foram enviadas tropas para combater os religiosos, mas não ocorreu
derramamento de Sangue. João Ramalho entregou-se prontamente e seus seguidores
debandaram em fuga.
O Cangaço é uma manifestação que classificamos como “banditismo social” e produto da
miséria e coronelismo. Havia vários grupos armados, que em sua maioria estavam ligados aos
grandes fazendeiros, como seu exército particular. O maior bando de todos foram os cangaceiros
que seguiam Virgulino Lampião. Uma figura muito popular no imaginário nordestino, muitas vezes
retratado com um justiceiro, era uma figura controversa, que prestava serviços de crimes políticos
aos coronéis da região e provocavam muito terror por onde passavam. Os cangaceiros de Lampião
estiveram no RN e penetraram no estado pelo Oeste, com destino final à Mossoró. Por todos os
municípios e vilas potiguares por onde passaram foram prontamente enfrentados por voluntários e
as forças armadas.

O Cangaço só terminou no início da Era Vargas em que foi realizada uma profunda
campanha de combate ao banditismo social.

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Em Mossoró, no dia de Santo Antônio, 13 de junho de 1927, quando o bando de Lampião


tentou assaltar a cidade de Mossoró, foram violentamente rechaçados. Um fato conhecido em verso
e prosa é a história do cangaceiro Jararaca. O cangaceiro José Leite de Santana, vulgo Jararaca, foi
atingido no peito e preso durante a invasão dos cangaceiros em Mossoró, depois enterrado vivo pela
polícia local. Isso porque de todas as suas crueldades, a mais famosa consistia em arremessar
crianças para o alto e apará-las com a ponta do punhal. Trespassados pela lâmina, garotinhos leves
o bastante para serem lançados na direção do sol morriam lenta e dolorosamente, em meio aos
gritos dos pais e às gargalhadas do cangaceiro. Mas, além de assassino sádico e cruel, Jararaca –
“Forte, resistente, ágil, moreno-escuro, atirador exímio, grande lutador de facas”, na descrição do
historiador Luís da Câmara Cascudo – também carrega fama de pecador santificado pelo martírio. O
túmulo onde jaz, no Cemitério São Sebastião, na cidade de Mossoró, recebe constantemente a visita
de fiéis em busca de milagres. Nas celebrações de Finados, em 2 de novembro, é a sepultura mais
visitada daquele município.
Foi possivelmente na noite de 20 de junho – a data exata ainda é motivo de controvérsias
entre pesquisadores –, Jararaca foi acordado por dois policiais na prisão onde estava, com a
justificativa de que seria levado à capital para tratamento médico. Mas os policiais arrastaram o
bandido e adentraram no cemitério São Sebastião e chegaram a uma cova aberta, onde ele foi
jogado. Há relatos de que foi atingido por uma coronhada de fuzil e teve as pernas quebradas com
picaretas, antes de ser enterrado vivo.
De alguma forma, o martírio de Jararaca ganhou veneração como símbolo da violência e
opressão do Estado. Na verdade, Jararaca denunciou, já na prisão em Mossoró, em entrevista ao “O
Correio do Povo” os nomes de políticos e coronéis nordestinos que davam proteção e recebiam
dinheiro de cangaceiros. Na sequência às delações de Jararaca, o tenente Laurentino de Morais,
comandante da operação de resistência, foi chamado às pressas a Natal por seus superiores. Mas
não há relatos de que foi para obter perdão pelos assaltos que havia cometido. Após esses fatos, a
morte cruel de Jararaca foi decretada.

3.5. O DOMÍNIO DOS BEZERRA MEDEIROS E A URBANIZAÇÃO DE NATAL


A campanha de 1913 para o governo foi a primeira com forte apelo popular no Rio Grande
do Norte. Era a época das Salvações, a política de intervenções militares do presidente Hermes da
Fonseca e do capitão José da Penha, procurou desestabilizar a oligarquia Albuquerque Maranhão,
lançando a candidatura de Leônidas Hermes, filho do Presidente da República, Hermes da Fonseca.
Não representaria uma ruptura no modelo político. Os Maranhão lançaram a candidatura de Ferreira
Chaves e fez forte uso da violência contra a oposição impedindo comícios, fechando jornais de
oposição e provocando troteiro nas ruas. Garantiram mais uma gestão. Ferreira Chávez incentivou

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a industrialização como o objetivo incrementar a economia do estado, incentivou a industrialização,


concedendo isenção fiscal aos empresários que investissem no setor industrial; restaurou a
liberdade de comércio no setor salineiro, o que aumentou as exportações do setor, bem como a
arrecadação de impostos. A sua grande obra, entretanto, foi a construção da Estrada de Automóveis
Seridó, facilitando o deslocamento para aquela sub-região do estado. À margem da estrada foi
instalada uma linha telefônica. Ainda no interior, intensificou o combate ao banditismo, prendendo
mandantes e executores de crimes, além dos coiteiros (contratadores dos cangaceiros para crimes
políticos). Instalou o Corpo de Bombeiros, em natal urbanizou a cidade, calçando e arborizando as
ruas, ampliou as dependências do Hospital Juvino Barreto, edificou o prédio da antiga Escola
Doméstica. Mas o governo Chávez foi de transição para a oligarquia Bezerra. Antônio Souza,
sucessor de Chávez, preocupado com a precariedade do estado sanitário no estado, foram
reformados os serviços de Higiene e Saúde Pública, além de criados os Serviços de Profilaxia das
Moléstias Venéreas e de Profilaxia Rural e um Posto Antiofídico. A primazia da oligarquia
Albuquerque Maranhão enfraquecera e chegara ao fim.
Com a eleição em 1924 de José Augusto de Bezerra Medeiros, o centro político deixa de ser
o litoral (sal e cana) e passa a ser o interior do Seridó, grande produtor de algodão. Sérgio Bezerra
narra que eleito, “José Augusto chefiou o Executivo estadual de 1924 a 1928 e fez um governo de
pacificação e amplas realizações, pondo em prática uma nova política de reurbanização. Para tanto,
foi criada a Comissão de Saneamento de Natal, subordinada ao Departamento de Agricultura e Obras
Públicas, sob a chefia do engenheiro Henrique Novaes, com a finalidade de estudar e elaborar um
projeto de remodelação da cidade, ampliar os serviços de abastecimento d’água e da rede de
esgotos. Baseando-se nas reformas médicas e sanitárias implementadas em São Paulo e no Rio de
Janeiro, foi elaborado um grande programa de saúde pública, com a atuação de médicos, higienistas
e sanitaristas, para atender especialmente à população pobre. A campanha visou especialmente o
combate das principais endemias, promovendo a vacinação da população. Procurou melhorar a
iluminação pública (aquisição de máquinas para a Usina do Oitizeiro), o sistema de transportes
(compra de bondes e aumento da linha férrea para os bairros do Alecrim e de Lagoa Seca) e as
comunicações telefônicas (aumento do número de linhas).” Para reforçar o poder político e
econômico do grupo político que lhe dava sustentação, passou a investir na melhoria da produção
algodoeira e pecuária.

3.6. INDUSTRIALIZAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES


A Primeira Guerra Mundial promoveu impactos positivos na economia brasileira. Éramos
totalmente dependentes das importações inglesas, mas como eles estavam em guerra, tanto não
tinham condições de produzir para exportar, tampouco comprar a produção de café brasileira. Isso

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fez com que surgisse uma iniciativa de brasileiros que passaram a iniciar uma pequena produção
industrial de bens de consumo não duráveis. A industrialização ocorreu primeiro em São Paulo,
devido aos capitais acumulados pelo ciclo do café e onde já havia um mercado consumidor e um
corpo de operários imigrantes italianos. Isso foi excelente para a produção algodoeira potiguar que
passou a abastecer a manufaturas têxteis do Sudeste, e também surgiram iniciativas de fábricas e
principalmente processamento de Óleo vegetal de caroço de algodão.

3.7. A INDÚSTRIA, A SECA E A FORMAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA

O Governo de José Augusto coincidiu com o processo de industrialização e a formação da


classe operária. No contexto de anos de seca, Natal cresceu muito e o excedente populacional
gerado, proporcionou mão de obra muito barata para as nascentes manufaturas. Criou a
“Universidade Popular”, como com a participação da Igreja Católica, tinha como objetivo ministrar
“palestras para os trabalhadores sobre temas como ‘o alcoolismo’, ‘a fé católica’ e os ‘heróis do
Rio Grande do Norte’”. Surgiram também organizações de trabalhadores muito interessantes, como
as famosas “Sociedades Mutualistas”, “através das quais os trabalhadores se socorriam
mutuamente em caso de doença, morte e acidentes”. Depois foram criadas as “Ligas Operárias”,
que pleiteavam melhores condições de vida e trabalho. Mas foi somente a partir da década de 1920
que os trabalhadores tiveram uma organização mais sistematizada de suas instituições sindicais de
cada categoria profissional, os associados passaram a ser fundados, reunindo salineiros, estivadores,
sapateiros, marceneiros, motoristas, pedreiros, comerciários, pintores, carteiros, funcionários
públicos. Os movimentos operários eram profundamente influenciados pelas ideias anarquistas e
socialistas. Importante lembrarmos que em 1917 eclodiu a Revolução Socialista Russa, que no Brasil
repercutiu na Greve Geral operária de 1917. O contexto fez surgir no país, partidos de orientação
socialista, que vamos destacar aqui: a ANL (Aliança Libertadora Nacional), que protagonizou um dos
momentos mais importantes da história política brasileira e potiguar, a intentona comunista, que
veremos mais adiante.
Em 1928 foi eleito Juvenal Lamartine, que teve um curto governo, pois foi afastado depois
que Vargas chegou ao poder em 1930. Foi caracterizado pelo estímulo à diversificação agrícola
(fumo, amora e laranja), melhoramento genético dos bovinos (seleção artificial), criação de estradas,
inaugurou o Leprosário São Francisco e o Edifício da Saúde, e um programa de construção de escolas
públicas.
Juvenal Lamartine era amigo de Getúlio Vargas, chefe do movimento revolucionário e
candidato derrotado nas urnas na eleição de 1930. Mesmo assim apoiou abertamente a candidatura
paulista de Júlio Prestes (oposição a Getúlio). Após a vitória do movimento revolucionário, Juvenal
Lamartine foi deposto e exilou-se na Europa.

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3.8. CELINA GUIMARÃES, ALZIRA SORIANO E MARIA DO CÉU PEREIRA FERNANDES: PRIMEIRO
VOTO FEMININO, PRIMEIRA PREFEITA NA AMÉRICA LATINA E PRIMEIRA DEPUTADA

Celina Guimarães Vianna

Em 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro estado que estabeleceu que
não haveria distinção de sexo para o exercício do voto. Nacionalmente este direito viria somente em
32 e tornou-se constitucional em 34. Em 25 de novembro de 1927, em Mossoró, foi incluído o nome
de Celina Guimarães Vianna na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte. O fato repercutiu
mundialmente, por se tratar não somente da primeira eleitora do Brasil, como da América Latina.

Luísa Alzira Teixeira Soriano

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Ela foi a primeira mulher eleita para um cargo executivo na América Latina. Foi prefeita do
Município Potiguar de Lajes, com 60 % dos votos, em 1928. É tão representativo, que isso aconteceu
quando as mulheres não tinham ainda direito de voto. Seu mandato como prefeita foi curto, pois
renunciou ao cargo por divergências e descontentamento com o governo provisório de Vargas.
Depois continuou na política como vereadora. É emblemática sua participação política para o
fortalecimento do movimento feminino pelo direito de voto. O jornal norte-americano “The New
York Times” inclusive a citou, à época, como a primeira prefeita eleita em toda a América Latina.
Pioneira na participação feminina na política no Brasil, Alzira lutou pelo direito de as mulheres
brasileiras votarem e serem elegíveis – o voto feminino em todo o país só viria em 1932.

Maria do Céu Pereira Fernandes foi a primeira mulher a ocupar o cargo de deputada na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, e por extensão, também a primeira deputada
estadual mulher no Brasil. Eleita com 12.058 votos, teve seu mandato cassado em 1937, por
discordância das ideias getulistas durante o Estado Novo.

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4. CONFLITOS POPULARES DURANTE A REPÚBLICA VELHA


Durante a República Velha, ocorreram várias manifestações contra o domínio das oligarquias.
Ocorreram tanto revoltas rurais, quanto revoltas urbanas. As principais motivações eram a miséria
em meio ao coronelismo e ao grande latifúndio, bem como o autoritarismo da República com a
população urbana.

4.1. REVOLTAS RURAIS: GUERRA DE CANUDOS, DO CONTESTADO E O CANGAÇO


Canudos foi um arraial entre a Bahia e Alagoas, liderado por um beato chamado Antônio
d
Conselheiro, que liderava um grupo de sertanejos, que passaram por tempos de migração até se
estabelecerem onde chamaram de arraial de Belo Monte. Viviam uma vida simples e de oração, mas
a oposição dos grandes fazendeiros ao arraial e as acusações de que eram monarquistas resistindo
a República, fez com que tivesse início o conflito com o governo. Primeiro com os coronéis locais,
até que o caso se tornou estadual e nacional. Foram realizadas várias incursões militares para
destruir Canudos, que resistiu até o último homem.
O Contestado foi um arraial com as mesmas características de Canudos, mas surgido na
fronteira entre Santa Catarina e o Paraná e eram liderados pelo beato José Maria. Também foram
destruídos pelas tropas do governo. Estes dois movimentos rurais são classificados como
movimentos messiânicos, devido ao seu forte caráter religioso.
O cangaço, podemos chamar de manifestações de banditismo social: miseráveis sertanejos
que se lançavam aos crimes de contrato servido a ordens políticas de coronéis, outras vezes contra
eles. Seu bando mais famoso foi o de Lampião, no sertão nordestino. O cangaço foi fortemente
combatido e só veio a acabar em meados da década de 30, já na Era Vargas.

4.2. REVOLTAS URBANAS: REVOLTA DA VACINA E DA CHIBATA

O Rio de Janeiro, no início do século XX era uma capital portuária cheia de problemas urbanos.
Ruas desorganizadas, sem saneamento básico e cheia de doenças e frequentemente ocorriam
epidemias. Havia também uma grande população miserável, inclusive proveniente da população
negra alforriada e abandonada a própria sorte, o que levou ao surgimento de vários cortiços.
Epidemias de cólera, febre amarela e varíola eram recorrentes. O médico sanitarista Oswaldo Cruz
criou uma vacina contra a febre amarela, e junto do prefeito da capital planejaram uma vacinação
obrigatória em toda a população, sobretudo nos cortiços. A violência empregada na aplicação da

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vacina revoltou a população que se revoltou e entrou em conflito com os militares e por mais de três
dias ocorreram confrontos e uma imensa violência policial.

Após o fim da revolta, os cortiços foram destruídos e a população expulsa do centro para os
morros, surgindo assim as favelas; enquanto isso o centro era urbanizado tendo como inspiração os
prédios neoclássicos franceses.
O Tenentismo foi um movimento formado por jovens militares do exército, que eram
contrários às práticas corruptas da República oligárquica. Pediam a moralização política do país e o
voto secreto. Dois momentos são marcantes:
1. Os 18 do forte de Copacabana, um levante militar contra posse do presidente Rodrigues
Alves. Entraram em choque 17 soldados e um civil contra as tropas do governo. Foram
quase todos dizimados.
2. A coluna Prestes: Luís Carlos prestes liderou uma marcha, que percorreu
aproximadamente 25 mil km em cidades do interior, pregando as causas tenentistas. O
movimento reuniu milhares de homens que iam a cada cidade fazer discursos políticos de
sua causa. A Coluna Prestes tinha como alvo derrubar as oligarquias que dominavam o
país e, posterirormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o
intuito de eliminar os vícios da República Velha. A coluna dirigiu-se para o Nordeste,
atingindo o Estado do Maranhão no mês de novembro de 1925, chegando logo depois a
ameaçar diretamente a cidade de Teresina. Na região Nordeste os rebeldes percorreram
praticamente todos os estados. Em todos os momentos a maior resistência virá das forças
arregimentadas pelos coronéis. Por fim, foram perseguidos e procuraram asilo político na
Bolívia.

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4.3. O TENENTISMO NO RIO GRANDE DO NORTE

A Coluna Prestes, que percorreu o Brasil levando mensagens contra as oligarquias, o


coronelismo e o clientelismo eleitoral, entre outras. No município de São Miguel, em 1926, os
integrantes da Coluna fizeram saques em casas comerciais, embora encontrassem resistência
armada de cerca de vinte homens. Houve factuais saques a armazéns, e roubo de animais, diante da
recusa ou resistência de sitiantes e fazendeiros potiguares. A cidade de São Miguel, situada na região
do Alto Oeste potiguar, quase fronteira com o Ceará e relativamente perto da Paraíba, foi, sem
sombra de dúvida, a localidade que mais sofreu com os ataques da Coluna Prestes no Rio Grande do
Norte, ocorridos em fevereiro de 1926. As ações revolucionárias se excediam no avanço que
precisavam refazer pela Paraíba e Pernambuco.8 A ideia era chegar a Recife, ter com os militares
adesistas dos quartéis sublevados. No Imbé houve saques na casa sede da fazenda, a pilhagem do
armazém, cestas de legumes e rapadura, abate do gado bovino e galinhas. Os sertanejos fugiam para
os matos e serras. Prestes procurava explicar a natureza das ações, e tentava conciliar com as
lideranças da roça.
Houve confrontos reais no Estado com os integrantes da Coluna. A ata da sessão ordinária da
Intendência Municipal de São Miguel, com data de 03/05/1926, lista nominalmente vinte
“patriotas”, mas informa haver “alguns outros”, entre esses quatro praças da Polícia Militar, além
do prefeito de Pereiro-CE, este acompanhado de mais três homens, o que daria um total de 28
defensores. Embora que a tradição oral dava notícia de que a defesa da vila fora feita por 25 homens.
Mas foi por delegação do governo do Estado à frente da resistência estava o presidente da
Intendência Municipal (cargo equivalente ao de prefeito atualmente), João Pessoa de Albuquerque.
O governador do Rio Grande do Norte, Dr. José Augusto Bezerra de Medeiros, ao tomar
conhecimento do avanço dos revolucionários em direção ao nosso Estado, através de um telegrama
do Governo Federal, comentou com seus auxiliares: "A coluna dos rebeldes já saiu do Iguatu. A esta
hora caminha para o Rio Grande do Norte. O grupo é reduzido, pois, segundo o telegrama, composto
de 70 homens. A que tudo indica, o ponto de invasão será o Município de São Miguel. O deputado
João Pessoa deve ser avisado com urgência para organizar a repulsa, enquanto Luís Júlio se desloca
para o centro de operações".
Antes de a cidade cair em poder da Coluna Prestes, houve dois embates entre os revoltosos
e os defensores de São Miguel. O primeiro deles deu-se no dia três de fevereiro na “Ladeira do
Engenho”, em terras da cidade de Pereiro-CE. De onde estavam entrincheirados, os legalistas
avistaram não os esperados 70 combatentes, mas “um verdadeiro exército em marcha”, de
uniformes cáquis e lenços vermelhos em volta do pescoço. Mesmo assim, atiraram e conseguiram
matar um dos integrantes da Coluna. Os rebeldes fizeram um recuo tático e, logo em seguida,

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revidaram o ataque utilizando todo o seu treinamento militar. Então os defensores se entrincheiram
em uma casa, quando acontecendo um tiroteio que teria durado cerca de duas horas, até que os
defensores fugiram para outro local. Dois dos legalistas foram feridos, sendo que um deles um
jagunço cearense, que caiu nas mãos dos rebeldes e foi degolado.
O outro confronto entre defensores (um grupo comandado por Manoel Vicente Tenório) e
rebeldes aconteceu no dia seguinte, quatro de fevereiro, no “Sítio Crioulas”, localizado perto da
cidade de São Miguel. Houve uma rápida troca de tiros, que resultou na prisão de um revoltoso,
Policarpo Gomes do Nascimento, e no ferimento a bala do comandante da resistência, que foi
atingido na coxa esquerda por dois tiros de fuzil.

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5. A CRISE DE 1929, O ROMPIMENTO DO “PACTO OLIGÁRQUICO” E A


REVOLUÇÃO DE 30.

Em 1929, ocorre a maior crise da história do capitalismo: a quebra da bolsa de valores de NY.
A crise afetou diretamente o Brasil, que era o maior exportador mundial de café, e nossa balança
comercial dependia do produto. O então presidente era o paulista Washington Luiz. Naquele ano
ocorreriam eleições presidenciais, mas preocupado com a crise, com SP e com as exportações de
café Washington Luiz rompe o pacto oligárquico e indica um paulista: Júlio Prestes. Minas Gerais
reage fundando um novo partido. Busca apoio do RS e da Paraíba e lança a Aliança Liberal, com a
candidatura do gaúcho Getúlio Vargas para presidente, e do Pernambucano João Pessoa para vice.
A campanha e as eleições ocorreram normalmente e a candidatura de Vargas fez muito sucesso,
mas como poderíamos esperar, a eleição corrupta garantiu a vitória de Júlio Prestes. Os estados da
Aliança Liberal não aceitaram o resultado das eleições. A situação política fica tensa, mas a Aliança
Liberal recebe apoio de 10 estados brasileiros. Os exércitos estaduais marcharam até o Rio de
Janeiro, capital do Brasil naquela época, depuseram Washington Luiz e impediram a posse de Júlio
Prestes. Getúlio Vargas foi empossado presidente. A esse episódio em que Vargas chegou ao poder
político foi chamado pelos correligionários (seguidores) de Getúlio de “Revolução de 30”. Nos
próximos 15 anos, que estudaremos mais adiante, Vargas governou sem constituição entre 30 e 34
e em 1937 implanta a ditadura do “Estado Novo”, que o mantêm no poder até 1945.

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Denominamos de “Era Vargas” o período em que Getúlio


esteve à frente da presidência do Brasil. Governou diretamente 15
anos, entre 1930 e 1945. Ficou 5 anos afastado e voltou
democraticamente em 1950, governando até 1954, quando seu
governo tem um desfecho trágico. Comete suicídio com um tiro no
peito. A maior parte do tempo em que Getúlio governou, entre 30 e
45, foi um governo autoritário (um período sem constituição e depois
como ditador). Foi um período marcado por avanços sociais (como as
leis trabalhistas), por discursos nacionalistas e avanços na economia
através da construção de indústrias estatais (pertencentes ao Estado
– pratica de nacionalismo econômico), principalmente no setor de
base (metalurgia e siderurgia). Para facilitar nosso entendimento do
período podemos dividir a “Era Vargas” em partes:
1. Governo Provisório.
2. Governo Constitucional.
3. A ditadura do “Estado Novo”.
4. Período democrático.

5.1. O GOVERNO PROVISÓRIO

Logo que chegou ao poder, Vargas tomou várias medidas para reorganizar o Estado ao seu modo.
Suas primeiras medidas foram:
✓ Dissolveu a constituição (que estava em vigor desde a proclamação da República).
✓ Nomeou interventores (governadores) estaduais.
✓ Criou o MEC e o Ministério do trabalho.
✓ Criou a política de Valorização do Café (comprava o café e queimava para evitar a queda
brusca de seu preço).
✓ Incentivou a policultura.

5.2. O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE VARGAS (1934-1945)


A nova constituição trazia algumas novidades importantes tais como:
✓ Voto secreto.
✓ Voto feminino.
✓ Leis trabalhistas (a CLT é de 1932 e se torna constitucional em 34).
✓ Liberdade de expressão e partidária.

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No Governo Constitucional, ocorreu uma


forte polarização política (quando as posições
políticas vão para os extremos). Reproduzia-se
no Brasil a polarização política que ocorria na
Europa na década de 30, entre Fascistas
(extrema direita) e Comunistas (extrema
esquerda). Haviam dois partidos principais que
dominavam a cena política: A ANL (aliança
nacional libertadora), de orientação socialista,
cujo líder era Luiz Carlos Prestes e a AIB (ação
integralista brasileira), de orientação fascista e
seu líder era Plínio Salgado. Os integralistas
inspiravam-se muito nos movimentos fascistas europeus. Ritos e símbolos. Havia os camisas negras
de Mussolini e os camisas pardas de Hitler. Tínhamos os “camisas verdes”. Os integralistas
cumprimentavam-se pela expressão tupi guarani “ANAUÊ” (você é meu irmão), e usavam como
símbolo a letra do alfabeto grego Sigma.

5.3. A TENTATIVA DE GOLPE DA ANL E A PROPAGANDA ANTICOMUNISTA

Em 1935 a Aliança Nacional Libertadora tentou dar um


golpe de Estado e tomar o poder, mas foram frustrados. O golpe
deveria ter acontecido simultaneamente no RJ e Natal e outras
capitais, mas devido à problemas de comunicação (lembre-se
que naquela época tudo era muito mais complicado). Não
haviam celulares e computadores. Telefones eram raros) o golpe
foi antecipado no Nordeste, foi flagrado pelas autoridades e foi
impedido a tempo na capital.
Luiz Carlos Prestes e as lideranças da ANL foram presos.
Olga Benário, judia alemã foi entregue grávida à Alemanha
Nazista. Este episódio foi manipulado muito bem por Getúlio
Vargas que iniciou uma profunda propaganda anticomunista, e
alertando a população do “risco vermelho” (vermelho era a cor
da bandeira comunista) que rondava o Brasil.

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5.4. A INTENTONA COMUNISTA NO RIO GRANDE DO NORTE

Pessoal, esse é um assunto certo no seu concurso. Natal tinha passado por um processo de
industrialização e formação de uma classe operária. O movimento socialista internacional tinha
influências no Brasil, principalmente através da ANL sob liderança de Luiz Carlos Prestes. No período
constitucional, no ano de 35 a atmosfera política da capital Natal agitada não só por grupos
oligárquicos que estavam fora do poder, mas também de surgimento de vários movimentos sociais.
O líder socialista Prestes estava em Natal, isso demonstra a importância estratégica do estado em
termos políticos. Na época, através da panfletagem, tentavam divulgar suas propostas e planejaram
chegar ao poder por um golpe de Estado socialista, que ocorresse nas principais capitais. No RN que
foi deflagrada a intentona, que tentou tomar o poder e num golpe que durou poucas horas,
chegaram a tentar lançar decreto:
“O comitê Revolucionário, aclamado democraticamente em praça pública pelo povo de Natal, a capital do Rio
Grande do Norte, às dez horas do dia 25 de novembro, e medindo sua responsabilidade e a necessidade de
defender e salvaguardar interesses do povo e do estado, decreta:
1º) Em virtude de não ter sido encontrado em parte alguma deste estado o governador Rafael Fernandes Gurjão,
fica o mesmo destituído do seu cargo, que não pode mais exercer. (...) (decreto do Comando Revolucionário,
Natal, 25 de novembro de 1935)”

Os governos estadual e federal reagiram rapidamente. Importante lembrarmos a atmosfera


temerosa de que ocorresse no país uma revolta socialista. A tentativa fracassada do golpe começou
em Natal, mas como foram rapidamente combatidos e iniciaram horas antes, no Recife e no RJ as
tropas já esperavam pelos elementos da ANL. As ruas de Natal foram palco do confronto entre os
rebeldes comunistas e as tropas do governo. Os participantes foram rendidos e presos. Ai que
Prestes é preso e sua mulher mandada para a Alemanha.

5.5. O PLANO COHEN E A DITADURA DO ESTADO NOVO

Após quase dois anos de intensa propaganda sobre o risco comunista que rondava o Brasil,
foi encontrado no palácio do Catete (antiga sede do governo) um plano que estipulava os passos
necessários para a implantação de um golpe comunista. Era assinado por alguém com o sobrenome
judeu Cohen. Hoje sabemos que este plano era falso, mas foi habilmente usado para manipular a
opinião pública de forma que um golpe comunista parecesse próximo. Getúlio Vargas então instala
uma ditadura, que foi chamada de “Estado Novo”, com o pretexto de salvar o Brasil da “ameaça
comunista”.

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5.6. O ESTADO NOVO

É nome que foi dado à ditadura varguista. Teve início em


1937, e foi até 1945. Fechou o congresso nacional, proibiu os
partidos políticos e dissolveu a constituição de 34. Ampliou os
poderes presidenciais, e criou um aparelho repressivo de Estado.
Os meios de comunicação eram manipulados e censurados. Para
isso, criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda),
responsável pela censura e pela propaganda política de Getúlio.
A imagem de Vargas era sempre associada à dos trabalhadores,
como o criador dos direitos trabalhistas e “pai dos pobres”. Em
1937, outorgou uma nova constituição autoritária, que
respaldasse legalmente sua ditadura. Esta constituição ficou
conhecida como a polaca, por ser bastante semelhante a
constituição da Polônia.
Vargas implantou com tudo seu projeto de “nacionalismo econômico”, ou seja, procurava
reduzir a dependência com relação ao capital estrangeiro e criar empresas estatais (pertencentes
ao Estado), sobretudo no setor de base: siderurgia, metalurgia e energia.
Foram criadas:
✓ Usina de Volta Redonda - RJ (financiada pelos EUA em troca de apoio na II Guerra).
✓ CSN - RJ (Cia Siderúrgica Nacional).
✓ Usina de Tubarão – ES.
✓ CVRD.
✓ Petrobrás (criada em 1954 no governo democrático de Vargas).
Apesar do momento ter provocado um rearranjo na organização das relações sociais, políticas
e econômicas, vale lembrar que quando estourou a Segunda Guerra Mundial (1939) o país vivia o
regime do Estado Novo (1937-1945), a ditadura implantada por Getúlio Vargas. Nesse cenário de
redefinições econômicas e políticas, as elites políticas natalenses estavam trabalhando para um
retorno à direção do poder no RN, uma vez que haviam sido afastadas com a Revolução de 1930,
devido a inexistência de aliados de Vargas no Rio Grande do Norte. Conquanto, elas garantiram a
retomada do poder local pela oligarquia tradicional durante o período conflituoso.

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6. A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA: A BASE MILITAR


DOS EUA EM NATAL

O litoral potiguar, além das belezas balneárias, foi presenteado com uma posição estratégica
global: É o ponto nas américas mais próximo da Europa e África. Durante a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) foi considerado um dos pontos mais estratégicos do mundo, como o estreito de
Gibraltar (passagem entre a África e Europa, através do Marrocos para a Espanha) e estreito de
Bósforo (na Turquia, passagem que liga a Ásia à Europa). Os EUA conseguiram o apoio final de Vargas
pois além de financiarem a Usina siderúrgica de Volta Redonda, nosso litoral foi invadido por
submarinos alemães, que bombardearam nossos navios. Isso determinou a escolha do lado, a dos
Aliados (EUA, Inglaterra e França), mesmo que aparentasse contradição: Vargas era um ditador e
enviou brasileiros para lutar pela democracia. No fim do conflito, Vargas foi cobrado pela
contradição e derrubado do cargo. Mas, durante o conflito, quando decide alinhar-se
definitivamente aos EUA, o presidente F. D. Roosvelt veio a Natal fazer uma visita política oficial e
conhecer o território.
Vale ressaltar que os Aliados da Segunda Guerra eram, principalmente, França, Inglaterra,
EUA e URSS, além de agregados, como o Brasil. Os Aliados estavam lutando contra os países do Eixo,
que eram a Alemanha, Itália e Japão.
No encontro entre os presidentes, retratado
na imagem, Brasil e Estados Unidos estreitaram
relações e acordaram em construir um Quartel
General que tornou o Rio Grande do Norte decisivo
no processo da vitória aliada na Segunda Guerra
Mundial pois, barrou a expansão alemã que
pretendia dar um salto da África Ocidental à América
do Sul, passando pelo Nordeste brasileiro, ocupado
antes por tropas norte-americanas.

Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt em Natal em janeiro de 1943.

Os EUA precisavam de um local de onde pudessem decolar com segurança, um ponto de


apoio que permitisse abastecer e seguir direto para a África. E em 1942, em Natal, chegam as tropas
norte-americanas à capital potiguar, trouxe também dinheiro e desenvolvimento (abrigos anti-
aéreos, treinamentos de defesa e exercícios de black-out). Em troca, a cidade cedeu sua posição
geográfica considerada estratégica para o poderio militar dos EUA. Foi por suprir esta necessidade
que Natal se transformou no “Trampoline to Victory” (Trampolim da Vitória) para os EUA. Os aviões
vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para fazer a travessia do Atlântico rumo
ao continente africano. Muita gente pensa que este termo “Trampolim da Vitoria” se refere a

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Parnamirim. Mas o município nem existia naquela época. A Parnamirim de hoje era um distrito de
Natal, que só foi emancipada em 1950.
Os estadunidenses, portanto, instalaram no Rio Grande do Norte uma base da Força Aérea
Norte-Americana, além de diversas Unidades Militares das Forças Armadas Brasileiras, que
representou, em determinados momentos, a presença aproximada 25 mil soldados que circulavam
pela cidade.
A presença dos soldados estadunidenses, ao trazerem novos produtos e a visão democrática,
estimularam mudanças no modo de vida da cidade e exerceram influências visíveis em Natal, até os
dias atuais. O modo de vida do município de Natal mudou completamente a partir de 1942. A
chegada das tropas norte-americanas à capital potiguar trouxe também dinheiro e
desenvolvimento. Surgiram os primeiros restaurantes, bares e cabarés. As mulheres, por exemplo,
começaram a adotar costumes americanos. Elas passaram a ir sozinhas ao comércio. Para o resto do
país, as natalenses eram vistas como modernas. Embutindo nisso um certo tom de crítica. Algumas
casaram com americanos e deixaram para trás o país. Registros apontam que cerca de 32 mulheres
casaram com norte-americanos.
Mas nem só de romances e novos costumes viveu a cidade. O clima de guerra também se
espalhou por Natal. Os natalenses conviviam com o “black-out”, momento de apagar as luzes. A
população tinha que ficar na escuridão, todas as noites, a partir de uma hora determinada. A medida
fazia parte da estratégia de proteção militar.
Foi dessa época também a construção, em Natal, da primeira Fábrica de Coca-Cola da
América-Latina. Verificou-se também restaurantes e cafeterias com capacidade de servir 500
pessoas de cada vez, uma padaria, um supermercado, um hospital com disponibilidade de 178 leitos,
uma biblioteca com 5 mil volumes, discoteca, sorveteria, capela para 400 pessoas, quadras de
beisebol e de diferentes esportes, escritório de seguros, escritório de câmbio, teatro, clubes para
oficiais e subalternos (os USO’s) na Base e na Cidade, e uma emissora de Rádio – USMS, com
programa direto pela Columbia Broadscasting System de Nova York.
A instalação da Base Aérea Norte-Americana na Cidade pode ter adquirido um significado de
reconhecimento do lugar. Porém, aos norte-americanos interessava não apenas a cidade, mas todo
o litoral nordestino, de onde se ressaltava o “saliente do Nordeste”, um triângulo que compreendia
as cidades de Natal, do Recife e o arquipélago de Fernando de Noronha, cuja designação no
mapeamento dos americanos era o Trampolim da Vitória. Em Recife, por exemplo, ficou instalado
comando dessa ação no litoral brasileiro.

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7. POLÍTICA NO RIO GRANDE DO NORTE NO PÓS-GUERRA E NO REGIME


MILITAR
No pós-guerra, a presença dos Estados Unidos também foi marcante, sobretudo na década
de 1960, quando o Brasil recebeu vultosos recursos da Aliança para o Progresso, programa lançado
na gestão do presidente John F. Kennedy. A experiência de alfabetização pelo método Paulo Freire
em Angicos, na gestão de Aloísio Alves (1961-1966), por exemplo, contou com recursos da Aliança
para o Progresso.
Aloísio Alves, então governador do Rio Grande do Norte, como também Carlos Lacerda, então
governador da Guanabara, receberam verbas da Aliança para o Progresso para seus programas de
desenvolvimento e infraestrutura.
O Rio Grande do Norte foi o Estado nordestino mais favorecido pelos recursos da Aliança para
o Progresso. Ao longo de quase dez anos de funcionamento, a Aliança para o Progresso recebeu
inúmeras críticas tanto de especialistas, que atacavam as deficiências de sua estrutura e a irrealidade
de suas metas, como de setores liberais e de esquerda da opinião pública latino-americana, que a
encaravam como instrumento a serviço dos interesses econômicos e estratégicos dos EUA no
hemisfério.
Até mesmo os sindicatos rurais do Rio Grande do Norte tiveram apoio decisivo da Aliança
para o Progresso. Fortemente influenciados pela Igreja Católica, e com o apoio decisivo da Aliança
para o Progresso, os Sindicatos Rurais do Rio Grande do Norte funcionaram como uma das maiores
expressões que do estado.
A prioridade que a Aliança para o Progresso deu ao Rio Grande do Norte tinha o propósito de
criar um contraponto ao “subversivo” Pernambuco. Em 1962, num aerograma enviado diretamente
à sede do Departamento de Estado, em Washington, no qual tratava do suporte financeiro dos
Estados Unidos aos Sindicatos Rurais no Estado, o cônsul norte-americano em Recife alertava que
“o governo dos Estados Unidos devem ajudar o governador [Aloísio] Alves”. Insistindo, o diplomata
lembrava que o “Rio Grande do Norte é nossa prioridade no Nordeste brasileiro”.

7.1. AS QUERELAS POLÍTICAS NO RIO GRANDE DO NORTE DURANTE A DITADURA MILIAR

A madrugada que separou os dias 31 de março e 1º de abril de 1964 foi marcada pela ruptura
do Estado Democrático de Direito no Brasil, levando o país a 21 anos de Ditadura Militar. No Rio
Grande do Norte os efeitos da ruptura com a democracia foram sentidos de forma imediata. O
Estado vinha de uma eleição acirrada e marcada pelo radicalismo em 1960 quando Aluízio Alves,

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após romper com Dinarte Mariz, derrotou Djalma Marinho e se tornou governador do Estado. Aluízio
deu apoio ao golpe e foi um aliado de primeira hora dos militares.

Quando o golpe já estava deflagrado, Aluízio Alves publicou nota no jornal Tribuna do Norte,
intitulada Ao Povo, na qual informava lamentar: “[...] que o presidente João Goulart, a quem
reconhece e sempre há de proclamar inestimáveis serviços ao Rio Grande do Norte (...) não
tenha podido impedir a radicalização das posições ideológicas e políticas, conduzindo o país
a um impasse intolerável, que só pode ser solucionado com o respeito às tradições das
forças armadas"
(Tribuna do Norte, 02/04/64).

Entretanto, vale lembrar que Aluízio Alves havia sido eleito para o governo do Rio Grande do
Norte em 1960, com o decisivo apoio de movimentos sociais e grupos políticos de esquerda (incluído
o Partido Comunista, que atuava na ilegalidade), todos de orientação nacionalista. Quando lançou
sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte com o apoio da coligação formada pelo Partido
Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Durante a campanha, Aluísio Alves
liderou a “Cruzada da Esperança”, com a qual — de trem ou caminhão — percorreu todo o estado
fazendo comícios “relâmpago”, organizando passeatas e pedindo votos de casa em casa. Nessas
caravanas, seus seguidores eram identificados pelos galhos de árvore que traziam à mão e pela cor
verde de suas bandeiras — em oposição ao vermelho adotado pelos partidários de Mariz. Apelidado
de “Cigano” pelo povo potiguar, Aluísio inaugurava um estilo que marcaria para sempre sua
biografia. No pleito de 3 de outubro de 1960, elegeu-se governador do Rio Grande do Norte com
121.076 votos, contra 98.195 dados a Djalma Marinho.
Mas, em 1960 sua imagem pública foi metamorfoseada e se lhe construiu uma nova.
Garantida sua ascensão ao poder, verificou-se o rompimento daquela liderança com os grupos
nacionalistas que a apoiaram. Logo que assumiu o governo do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves
reelaborou as práticas da oligarquia de onde se originara. Os grupos políticos de esquerda, que
tinham tido fundamental participação na vitória do “candidato da esperança”, foram, durante seu
governo, duramente reprimidos.
Com o golpe de 1964, o governo do estado do Rio Grande do Norte não teve dificuldades para
adequar-se à nova ordem, pelo contrário, ajudou a estabelecê-la. O período final da gestão Aluízio
Alves foi marcado pelo seu alinhamento com o novo sistema político que se instaurava no país após
o golpe. Na capital potiguar, Natal, como de resto em todo o estado, os quartéis estavam em
prontidão. Em 1º de abril de 1964, os comandantes militares publicaram uma nota de apoio ao golpe
e deixaram evidenciados seus vínculos com Aluízio, ao afirmar que “medidas preventivas e

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repressivas estão sendo adotadas pelas autoridades militares das Forças Armadas em Natal, em
íntima ligação e entendimentos com o senhor governador do Estado”.
O prefeito de Natal era Djalma Maranhão, político abertamente de esquerda que atuava
como terceira via entre as oligarquias comandadas por Aluízio e Dinarte. Djalma possui fortes
divergências públicas com Aluízio. Com deflagração do golpe, ele faria da Prefeitura de Natal o
principal foco de resistência no Rio Grande do Norte. O Palácio Felipe Camarão se tornaria o “QG da
Legalidade e da Resistência”. No entanto, o entorno de Maranhã era frágil por se limitar a lideranças
sindicais, estudantes e assessores.
Enquanto isso, Aluízio publicava na Tribuna do Norte uma nota em que pedia ao povo
potiguar para se conservar calmo evitando manifestações que aprofundem divisões. Mas, apesar do
discurso apaziguador caberia ao governador encaminhar as primeiras ações de repressão política no
Rio Grande do Norte perseguindo lideranças sindicais e políticos adversários. Além da instalação dos
IPMs, o governador Aluízio Alves ainda criou, em 17/4/1964, uma outra Comissão Especial de
Investigações, a qual era coordenada por dois policiais que haviam sido treinados na “Escola das
Américas”. Esta Comissão logo começou a “caça às bruxas”, como alardeava o jornal Tribuna do
Norte, de propriedade do governador.
Djalma foi deposto do cargo em 2 de abril de 1964 quando tropa militares invadiram o Palácio
Felipe Camarão e o prenderam enviando para o 16º Regimento de Infantaria, o conhecido 16 RI. Os
militares ainda propuseram que ele renunciasse ao mandato conquistado nas urnas em 1962, mas
o prefeito preferiu resistir. Mas não seria Maranhão o primeiro preso político do novo regime.
Durante as negociações para tirar o prefeito do poder o líder sindical Evlim Medeiros (Sindicato da
Construção Civil de Natal) seria preso após ser reconhecido por um oficial do exército sendo levado
para o 16 RI antes do desfecho que culminou com a prisão do líder da resistência ao golpe no RN.
Após ser posto em liberdade, Djalma Maranhão se exilou em Montevidéu onde morreu em
30 de julho de 1971, segundo seu companheiro de exílio Darcy Ribeiro, a causa teria sido saudade.
Aluízio que comandava as perseguições logo seria convertido de vilão a vítima. Os dias
seguintes ao Golpe seriam marcados no Rio Grande do Norte pelo fechamento de sindicatos e
prisões de lideranças políticas. Enquanto isso, o golpe reunia formalmente ferrenhos adversários.
Aluízio e Dinarte estariam alinhados dentro do sistema governista e fundariam juntos a Arena no Rio
Grande do Norte em 1965 embora a convivência não fosse boa.
O processo de união das oligarquias Alves e Mariz se deu no campo formal com os dois grupos
organizando a Aliança Renovadora Nacional (ARENA).
A repressão voltou a se intensificar no Estado a partir do Ato Institucional número 5. Em 1968,
foram presos os estudantes Ivaldo Cartano, José Bezerra Marinho e Jaime de Araújo Sobrinho. O
padre marista Emanuel Bezerra. Gileno Guanabara também foi preso. Um dos primeiros potiguares

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assassinados pela repressão foi Emmanuel Bezerra dos Santos, líder estudantil e liderança do Partido
Comunista Revolucionário (PCR).
No Governo Médice, a repressão ainda foi mais intensa. Um dos casos mais marcantes
envolveu o casal mossoronse Luiz Alves e Anatália de Melo Alves. Ele foi preso e torturado, inclusive
ouvindo gemidos de dor enquanto sua esposa também era seviciada. Ela não resistiu e morreu em
22 de janeiro de 1972 após sessão de tortura em Recife se tornando uma mártir da resistência ao
regime no Rio Grande do Norte. Os militares tentaram abafar o caso por meio de censura, mas os
testemunhos de outros presos ajudaram a provar que ela foi executada por torturadores.
Em 17 de janeiro de 1973, outro potiguar atingindo pelo regime foi José Silton Pinheiro dos
Santos foi outro potiguar assassinado pelo regime. Ele era estudante de pedagogia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e membro do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário
(PCBR).

7.2. PAZ PÚBLICA


No Brasil, durante a década de 1970, quando o poder estava sob o comando dos militares, o
quadro político do Rio Grande do Norte foi marcado pela chamada “Paz Pública”, que significou a
aproximação de Tarcísio Maia com a oposição no Estado, fazendo aliança com Aluízio Alves, que
estava com os direitos políticos suspensos, mas muito atuante nos bastidores da política.
O cenário político do Rio Grande do Norte era marcado pelo predomínio das oligarquias que
comandavam as eleições, o que até podia acontecer de convergências no campo formal, mas no
campo político o confronto entre os oligarcas continuava. Nos primeiros dias pós-Golpe o processo
de união das oligarquias Alves e Mariz se deu no campo formal com os dois grupos organizando a
Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Mas no campo político o confronto entre os dois continuava
ainda que estivessem alinhados com o regime. Apoiado por Aluízio, Walfredo Gurgel foi eleito
governador derrotando Dinarte. O troco foi dado no ano seguinte quando Dinarte conseguiu vetar
a candidatura de Aluízio ao Senado. Foi feito um acordo entre a Arena Verde e a Arena Vermelha
que fez do mossoroense Duarte Filho senador. Isso não garantiu a pacificação do partido. A
convergência das oligarquias do Rio Grande do Norte no ARENA não garantiu um consenso. Isso se
materializou em 1969 quando uma articulação de Dinarte Mariz junto ao presidente Costa e Silva
resultou na cassação do mandato dos direitos políticos de Aluízio Alves que ficaria dez anos impedido
de candidatar-se. Isso definiria os rumos da política potiguar nos anos seguintes com Aluízio se
alinhando ao MDB e lançado o filho Henrique Alves e o sobrinho Garibaldi Alves Filho na política.
Os governadores de todo o Brasil passariam a ser escolhidos de forma indireta e com
influência dos ditadores, nas escolhas de 1970, 74 e 78, mesmo no ostracismo Aluízio Alves mantinha

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a popularidade e consultado em todas as definições dos governadores. Portanto, na eleição de 1978


foi forjada a primeira aliança entre as oligarquias Alves e Maia, por meio da chamada “paz pública”,
quando Aluízio Alves e Tarcísio Maia se juntaram em torno da candidatura ao Senado de Jessé Freire,
da Arena. Aluízio chegou a indicar nomes no Governo de Lavoisier Maia.
A tal paz se desfez com o processo eleitoral de 1982 quando os estados voltaram a eleger
seus governadores. Aluízio Alves seria derrotado por 106 mil votos de diferença para o jovem ex-
prefeito de Natal, José Agripino.

7.3. MÉTODO PAULO FREIRE E PROJETO “PÉ NO CHÃO TAMBÉM SE APRENDE A LER”

A experiência de alfabetização pelo método Paulo Freire, em Angicos, na gestão de Aloísio


Alves (1961-1966), ironicamente contou com recursos da Aliança para o Progresso, do governo dos
Estados Unidos, que via na alfabetização dos brasileiros uma das armas na luta contra o avanço do
comunismo na América Latina. Embora tenha tido bastante sucesso, o projeto seria depois sustado,
ao ser considerado “subversivo” pelo governo norte-americano.
Paulo Freire percebeu que adultos tinham enormes dificuldades para aprender a ler, pois os
métodos usados na época tinham pouca aproximação com a realidade das pessoas que se
propunham ao aprendizado. Foi aí que ele pensou em um método que levasse em consideração a
aprendizagem das palavras e de seus significados através do valor que elas tinham no mundo
daqueles indivíduos.
Foi com base nisso que, em 18 de janeiro de 1963, aconteceu o lançamento do projeto com
a aula inaugural do “Experimento de Angicos” para 380 moradores. Estavam ali para aprender a ler
e a escrever domésticas, operários, trabalhadores rurais, pedreiros, serventes, artesãos, lavadeiras,
carpinteiros e tantos outros que formavam a massa trabalhadora daquele município.
Vale destacar que o programa também tinha um viés politizador. A ideia era fazer com que
os alunos, em sua maioria adultos analfabetos, aprendessem a ler em 40 horas e, além disso,
também se politizassem, o que gerou muita curiosidade do mundo inteiro.
Na época desembarcaram em Angicos muitos observadores, especialistas em educação e
jornalistas do Brasil e do mundo, como dos jornais New York Times, Time Magazine, Herald Tribune,
Sunday Times, United, Associated Press e do Le Monde, da França.

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Em 2 de abril daquele ano foi


ministrada a 40ª hora aula, dada pelo
presidente da República, João Goulart, com
a presença de vários governadores do
Nordeste e de representantes da Aliança
para o Progresso. Naquele dia discursou para
as autoridades o ex-analfabeto Antônio
Ferreira; e a aluna mais idosa, Maria
Hermínia, entregou cartas escritas pelos
participantes do curso ao presidente.
Na ocasião foi notada a presença do General Humberto de Alencar Castelo Branco, fardado,
comandante da Região Militar no Recife, que, ao final da aula, teria dito ao secretário de Educação
do RN e coordenador do Serviço Cooperativo de Educação (SECERN), Calazans Fernandes: “Meu
jovem, você está engordando cascavéis nesses sertões”.
A discussão do pensamento crítico provocava desconforto nas classes que dominavam o país.
Em Angicos, por exemplo, aconteceu a primeira greve em maio de 1963. O movimento grevista foi
atribuído ao processo de politização dos trabalhadores e logo foi classificado por fazendeiros como
“praga comunista”.
Mas em 1964 teve início no Brasil a Ditadura Militar e todo aquele projeto foi desfeito pelos
militares. Paulo Freire foi expulso do Brasil e seu trabalho foi substituído pelo Movimento Brasileiro
de Alfabetização (MOBRAL), um projeto de alfabetização a partir de práticas tradicionais, como uso
de cartilhas.
Outro projeto foi o “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”. Abaixo podemos conferir
alguns trechos da entrevista com o Prof. Moacyr de Góes, ex-Secretário de Educação do projeto,
concedida a Medeiros em 2013:

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“O movimento De pé no chão também se aprende a ler foi um


Movimento de Educação Popular que, tendo nascido no âmbito dos
Comitês Nacionalistas, quando das eleições de 1960 para Prefeitos de
Natal (RN), veio a se desenvolver na Secretaria Municipal de Educação
durante a administração Djalma Maranhão. A sua principal
especificidade é justamente esta: um movimento popular que opera
dentro de um aparelho de Estado. Daí a fase de 1960-64 ter
significado um fortalecimento da Escola Pública Municipal em Natal.
Inicialmente programado para ser uma campanha de erradicação do
analfabetismo, DE PÉ NO CHÃO extrapolou de sua proposta inicial e
se converteu numa política de cultura e educação popular na qual a
sociedade organizada é o seu principal sujeito e os administradores
da Secretaria Municipal de Educação são os seus “intelectuais
orgânicos”, nas tarefas de planejamento, acompanhamento e
avaliação dessa mesma política.”
“Implantada, principalmente, na periferia da Cidade, onde não
existiam escolas, a sua clientela básica foi constituída pelas classes
sociais despossuídas. Isso não significou uma exclusão de outras classes sociais, considerando a
abrangência da proposta e o envolvimento da sociedade, como um todo.”

“O corpo técnico da Secretaria Municipal de Educação era constituído de profissionais qualificados


em Escola Normal e Universidade. Considerando a falta de professores, na época, DE PÉ NO CHÃO
preparou os seus próprios recursos humanos que operaram nas salas de aula. Assim, através dos
Cursos de Emergência (quatro meses de duração, cinco horas de aula por dia, inclusive aos
sábados) foram qualificados 500 monitores entre 1960-63. Os professores diplomados por Escola
Normal foram reciclados para desempenhar as funções de supervisores. Cada Supervisor era
responsável pelo desempenho de 20 monitores. Semanalmente, o Supervisor se reunia com os
seus monitores e com eles discutia o processo de trabalho verificado “in loco” pelo Supervisor,
quando de suas visitas às classes. Quinzenalmente, os Supervisores se reuniam com a Direção da
SME, para avaliação do trabalho. Assim, este acompanhamento muito próximo se transformou na
chave da qualidade pedagógica.”

“Ainda para melhor qualificação docente foi


criado um Centro de Formação de
Professores (responsável pelos Cursos de
Emergência e implementação da política
educacional, inclusive de expansão para o
interior do Rio Grande do Norte), um Ginásio
Normal (de quatro anos) e um Colégio
Pedagógico (de sete anos).”

“Para a Campanha De pé no chão também se aprende uma profissão, os monitores eram


recrutados entre profissionais e artesãos que desempenhavam os respectivos ofícios.”

“Em três anos, uma matrícula acumulada de cerca de 40.000 alunos (lembrar que Natal, á época,
contava com uma população de 160.000 habitantes). 500 profissionais qualificados para a regência
de classes. índices de aprovação de 60%, 74% e 85%, respectivamente, em 1961, 62 e 63. Custo-
aluno médio anual de menos de dois dólares.”

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“O movimento foi destruído pelo Golpe de Estado de 1964, sob a acusação de que estava
comunizando o Nordeste. Igual destino tiveram o Movimento de Cultura Popular do Recife (MCP),
o Método Paulo Freire, o Centro Popular de Cultura da UNE (CPC). O Movimento de Educação de
Base (MEB) sobreviveu, mas perdeu as características de Movimento de Educação Popular, sua
matriz ideológica.”
(MEDEIROS, 2013).

7.4. A CORRIDA DO PETRÓLEO

Em 1953 ocorreu a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação


da empresa estatal “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobras. Na década de 1960,
novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobras na economia brasileira. No ano de 1968,
a empresa passou a desenvolver um projeto de extração, iniciando a exploração de petróleo em
águas profundas. Após as primeiras descobertas, outras prospecções ampliaram significativamente
a produção petrolífera brasileira. Em 1974, ocorreu a descoberta de poços na Bacia de Campos, a
maior reserva de petróleo do país.
Embora houvesse indícios anteriores da existência de petróleo, somente no início da década
de 1970 intensificaram-se as pesquisas que possibilitaram a descoberta do primeiro poço petrolífero
na plataforma continental do Rio Grande do Norte. Tal empreendimento ocorreu no contexto da
crise internacional do petróleo, com elevação dos preços do produto imposto pela Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
A exploração do petróleo de Mossoró, da Zona Oeste do Estado, do Rio Grande do Norte e de
toda a Bacia Potiguar (inclusive a sua parte que alcança o Estado do Ceará) era economicamente
inviável, não era recomendável pelo resultado da relação “custo x benefício”; os custos seriam
maiores que as receitas que poderiam ser auferidas. Mas essa situação mudou a partir de 1973,
quando ocorreu a primeira crise internacional do petróleo do pós-segunda guerra mundial. A Guerra
do Yom Kippur, ou Guerra de Seis Dias, entre Israel e seus países fronteiriços, Egito e Síria, afetou os
produtores árabes de petróleo. Esses usaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(OPEP) para pressionar os países que apoiaram Israel e reduziram a produção em 5%. Na ocasião o
preço médio do barril de petróleo era de US$2,90 e em apenas três meses subiu para US$40,00. No
ano seguinte, o presidente militar Ernesto Geisel pressionou a Petrobras para intensificar a busca
por óleo. Como resultado, foi iniciada a primeira perfuração da plataforma continental da Bacia
Potiguar. Esse poço, o RNS-3, começou a ser explorado em 1975.

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8. ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR

✓ 15 de novembro de 1889 é proclamada a República no Brasil. A República foi proclamada pelo


exército sem a participação popular.
✓ 1891 – Primeira Constituição republicana do Brasil.
✓ República da Espada – 1889 a 1894. Governos militares de Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto.
✓ As tendências intelectualizadas republicanas tiveram considerável eco dentro do Partido
Liberal que se opunha à monarquia. Muitos republicanos de origem nordestina promoveram
movimentações em prol da República mesmo que estivessem fora de sua localidade de origem.
✓ Devemos considerar que essas vertentes republicanas são desdobramentos das tendências
sociais e políticas de 1817 (precursor da Independência), de 1824 (Confederação do Equador),
de 1848/49 (Revolução Praieira).
✓ Produção de novos símbolos nacionais: Hino, Bandeira, história. Era preciso forjar uma nova
nação. Os republicanos precisavam de formar a alma brasileira aos moldes do republicanismo.
Por isso, recorreram ao poder dos símbolos nacionais.
✓ Guerra de Canudos na Bahia – 1896 a 1897.
✓ Movimento messiânico de Joaquim Ramalho no Rio Grande do Norte – 1898.
✓ República Oligárquica – 1894 a 1930. Período de poder dos grandes proprietários rurais por
isso a Primeira República é conhecida como República Velha, ou melhor, a República que já
nasceu velha, pois manteve o poder nas mãos dos mesmos proprietários de terra. Também
chamada de República do Café com Leite.
✓ A república do café com leite era fundamentada em um “Pacto Oligárquico”, ou como chamado
por seu articulador Campos Sales, “pacto federativo”, também conhecido como política dos
governadores.
✓ No Rio Grande do Norte, como em quase toda província do país, o movimento republicano foi
fraco. Em todo caso, a elite agrária nordestina manifestava seu descontentamento como o
governo monárquico. O forte republicanismo do sudeste fortaleceu-se com a falta de apoio à
Monarquia no Nordeste.
✓ O coronelismo foi um fenômeno político-social com implicações econômicas. É uma forma
peculiar de manifestação do poder privado. É uma troca de proveitos entre o poder público e
a influência dos chefes locais, os senhores de terras.
✓ Oligarquia é um grupo que governa de modo autoritário, robustecendo o executivo,
controlando o judiciário, marginalizando ou excluindo o parlamento, desencorajando ou
eliminando à oposição.
✓ O homem potiguar que fez as melhores alianças foi Pedro Albuquerque Maranhão, o Pedro
Velho. Foi fundador do Partido Republicano do Rio Grande do Norte e do jornal “República”.

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✓ O Rio Grande do Norte, no período da República Velha (1889-1930), foi controlado


politicamente por duas oligarquias: Albuquerque Maranhão (cana e sal, domínio do litoral) e
Bezerra de Medeiros (algodão. Interior do Seridó).
✓ As secas do final do séc. XIX e princípio do XX flagelaram a população potiguar, provocando a
saída em massa dos sertanejos para trabalhar na extração da borracha na Amazônia e o êxodo
rural para Natal.
✓ Litígio de fronteira com o Ceará – 1901 a 1920.
✓ O Cangaço é uma manifestação que classificamos como “banditismo social” e produto da
miséria e coronelismo. O maior bando de todos foram os cangaceiros que seguiam Virgulino
Lampião.
✓ Em Mossoró, no dia de Santo Antônio, 13 de junho de 1927, quando o bando de Lampião
tentou assaltar a cidade de Mossoró, foram violentamente rechaçados.
✓ O Cangaço só terminou no início da Era Vargas em que foi realizada uma profunda campanha
de combate ao banditismo social.
✓ Com a eleição em 1924 de José Augusto de Bezerra Medeiros, o centro político deixa de ser o
litoral (sal e cana) e passa a ser o interior do Seridó, grande produtor de algodão.
✓ No contexto de anos de seca, Natal cresceu muito e o excedente populacional gerado,
proporcionou mão de obra muito barata para as nascentes manufaturas.
✓ Foi criada a Universidade Popular e as Ligas Operárias. Os movimentos operários eram
profundamente influenciados pelas ideias anarquistas e socialistas.
✓ Celina Guimarães Viana foi uma professora brasileira, primeira eleitora do Brasil, ao votar em
5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte.
✓ Maria do Céu Pereira Fernandes foi a primeira mulher a ocupar o cargo de deputada na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, e por extensão, também a primeira deputada
estadual mulher no Brasil.
✓ Alzira Soriano foi a primeira mulher a ser eleita para um cargo executivo no país, quando se
elegeu prefeita da cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte, com 60% dos votos, no ano de
1928.
✓ Em 1929 Washington Luiz rompe o pacto oligárquico e indica um paulista: Júlio Prestes. Minas
Gerais reage fundando um novo partido. Busca apoio do RS e da Paraíba e lança a Aliança
Liberal, com a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas para presidente, e do Pernambucano João
Pessoa para vice.
✓ Revolução de 1930 – Getúlio Vargas dá um golpe e impede a posse de Júlio Prestes. Nos
próximos 15 anos Vargas governou, primeiro sem constituição entre 30 e 34, depois num
governo constitucional até 37, quando implanta a ditadura do “Estado Novo”, que o mantêm
no poder até 1945.

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✓ No Governo Constitucional, ocorreu uma forte polarização política. Reproduzia-se no Brasil a


polarização política que ocorria na Europa na década de 30, entre Fascistas (extrema direita) e
Comunistas (extrema esquerda).
✓ Em 1935 o líder socialista Prestes estava em Natal. Através da panfletagem, tentavam divulgar
suas propostas e planejaram chegar ao poder por um golpe de Estado socialista.
✓ As ruas de Natal foram palco do confronto entre os rebeldes comunistas e as tropas do
governo. Os participantes foram rendidos e presos. Ai que Prestes é preso e sua mulher, Olga
Benário, mandada para a Alemanha.
✓ Quando a Segunda Guerra Mundial estourou em 1939, o país vivia o regime do Estado Novo
(1937-1945), a ditadura implantada por Getúlio Vargas.
✓ O Rio Grande do Norte, por sua localização geográfica, se tornou um ponto estratégico durante
a Guerra.
✓ Getúlio Vargas, mesmo tendo afeição às ditaduras fascistas europeias, se aliou aos EUA, que
se comprometeram em financiarem a Usina siderúrgica de Volta Redonda. Além disso,
submarinos alemães bombardearam navios brasileiros, sendo o estopim para declarar guerra
ao Eixo.
✓ No pós-guerra, o Estado do Rio Grande do Norte recebeu vultosos recursos da Aliança para o
Progresso, programa lançado na gestão do presidente John F. Kennedy.
✓ O Golpe Militar de 1º de abril de 1964 marcou fortes tensões políticas internas no Rio Grande
do Norte.
✓ Aluízio Alves foi eleito governador do RN em 1960, com apoio popular e de políticos de
esquerda. Mas logo rompeu e se alinhou às práticas oligárquicas.
✓ Com o golpe de 1964, o governo do estado do Rio Grande do Norte não teve dificuldades para
adequar-se à nova ordem, pelo contrário, ajudou a estabelecê-la.
✓ O prefeito de Natal era Djalma Maranhão, que era abertamente de esquerda e oposição a
Aluízio Alves, se tornou resistência ao Golpe de 1964. O Palácio Felipe Camarão se tornaria o
“QG da Legalidade e da Resistência”. Mas logo foi deposto.
✓ O governador encaminha as primeiras ações de repressão política no Rio Grande do Norte
perseguindo lideranças sindicais e políticos adversários.
✓ Os recursos estadunidenses da Aliança para o Progresso chegaram a financiar as experiências
educacionais do Método Paulo Freire. Mas com a implantação do Regime Militar em 1964, os
projetos foram barrados, sob a acusação de comunista.
✓ Na década de 1970 as condições da crise do petróleo viabilizaram a extração do recurso mineral
no Rio Grande do Norte, onde encontraram uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

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9. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

QUESTIONÁRIO - SOMENTE PERGUNTAS

1) Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, qual foi a intenção de


mudar os símbolos nacionais?
2) Explique como era o contexto político da República Velha.
3) Destaque a articulação política de Pedro Velho durante a Primeira República.
4) Por que Pedro Velho causou revolta aos republicanos do Rio Grande do Norte no início da
República?
5) Descreva o que foi o litígio de fronteira do Ceará com o Rio Grande do Norte.
6) Apresente brevemente como foi o enfrentamento da Coluna Prestes no Rio Grande do
Norte.
7) Qual foi a principal participação do Rio Grande do Norte durante a Segunda Guerra
Mundial?
8) De que modo os estadunidenses influenciaram o modo de vida da capital riograndense?
9) O que foi a chamada “paz pública” no Rio Grande do Norte durante o Regime Militar?
10) Identifique o motivo que levou ao encerramento das experiências educacionais do
educador Paulo Freire.

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QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, qual foi a intenção de


mudar os símbolos nacionais?
A euforia inicial, a sensação de que se abriam caminhos novos de participação parecem não ter
atingido a população. Substituir um governo e construir uma nação: esta era a tarefa que os
republicanos tinham de enfrentar. Eles a enfrentaram de maneira diversificada, de acordo com
a visão que cada grupo republicano tinha da solução desejada. Como país exportador de
matérias-primas e importador de ideias e instituições, os modelos de república existentes na
Europa e na América, especialmente na França e nos Estados Unidos, serviriam de referência
constante aos brasileiros. Esses modelos foram interpretados e adaptados às circunstâncias
locais pela elite política republicana.
A Monarquia caiu quando atingia seu ponto mais alto de popularidade entre esta gente, em
parte como consequência da abolição da escravidão. A abolição deu ensejo a imensos festejos
populares que duraram uma semana e se repetiram no ano seguinte, cinco meses antes da
proclamação da República. A simpatia popular se dirigia não só a princesa Isabel, mas também
a Pedro II, como ficou evidenciado por ocasião da comemoração do aniversário do velho
imperador, a 2 de dezembro de 1888.
Portanto, era preciso forjar uma nova nação. Os republicanos precisavam de formar a alma
brasileira aos moldes do republicanismo. Por isso, recorreram ao poder dos símbolos, que são
capazes de operar no sentimento humano e transformá-los. Mas não foi tão fácil assim. Os
novos símbolos nacionais, de orientação republicana, surgiram de cima para baixo e a
população não teve apreço por eles. Somente nos anos 1920, às voltas do centenário da
Independência, que a população brasileira se voltou para os símbolos nacionais.
2) Explique como era o contexto político da República Velha.
Na Primeira República o predomínio político era definido pelos grandes proprietários de terra,
coronéis ligados à elite agraria especialmente de São Paulo e Minas Gerais, de tal modo que
ficou conhecida como Política do Café com Leite, por causa da produção agropecuária desses
estados.
Nesta época a industrialização era rara e a economia era totalmente voltada para o modelo
econômico agroexportador. A dominação política era oligárquica, de tal maneira que os
políticos se organizavam para se manterem sempre no poder e aceitar apenas aqueles que
comungassem com seus ideais.
Havia, para tanto, a Comissão Verificadora dos Poderes, que foi um instrumento importante
usado para reforçar a política dos governadores. Seu objetivo era reconhecer a legitimidade
dos deputados eleitos em cada estado e excluir os da oposição. O chefe dessa comissão era,
normalmente, uma pessoa de confiança do presidente da República. Se um candidato de outro
partido fosse eleito para o congresso, um grupo de membros da câmara dos deputados o
acusava de fraude eleitoral, e não lhe entregava o diploma. O candidato da oposição sofria a
chamada "degola", um ato injusto e desonesto.

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Pós-Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas rompe com a política do Café com Leite,
dominada pelos governadores, e passa a nomear os Interventores Estaduais, sem recorrer ao
voto. Neste período também é que são consolidadas e regulamentadas as Leis Trabalhistas,
juntamente com a criação do Ministério do Trabalho.
3) Destaque a articulação política de Pedro Velho durante a Primeira República.
A nascente política republicana deu ainda mais voz ao poderio dos coronéis, que angariavam a
sua força política através da coerção, do apadrinhamento, um novo beija-mão que girava em
torno dos grandes oligarcas, que formavam facções políticas dotadas da suserania instaurada
em seus currais eleitorais. Nesse sentido, o que houve foi uma alienação do corpo eleitoral, ou
seja, as classes subalternas perdiam sua possibilidade de interferência política, ganhando em
troca certa segurança existencial, pois o coronel era o médico, o juiz, o protetor e a polícia.
Pedro Albuquerque Maranhão, o Pedro Velho, foi o homem potiguar que fez as melhores
alianças nos anos que antecederam a República e durante anos a fundo. Foi fundador do
Partido Republicano do Rio Grande do Norte e do jornal “República”. Gozava ainda do prestígio
familiar de ser membro de uma das famílias tradicionais mais antigas do estado, desde a
colonização, e ligados à produção de açúcar.
Pedro Velho foi o primeiro governador da província em cargo provisório que ocupou duas vezes
em rápidas passagens e depois cumprindo um mandato completo, que na época era 5 anos.
Ocupou cargos de deputado e senador e no início da República Velha foi o homem mais
poderoso do estado, dominando a política regional. Controlava os candidatos, a máquina
administrativa e a renda pública.
A história da sociedade nordestina e, particularmente do Rio Grande do Norte, está marcada
pela presença dessa família desde o início da Colonização. Só conseguimos entender o peso
dessa afirmativa, quando atentamos para as ramificações que a família Albuquerque teve, ao
longo de quatro séculos, com as famílias Cavalcanti, Melo, Arcoverde, Lins, Siqueira Cavalcanti,
Holanda Cavalcanti, Lacerda, Rêgo, Barros, Paes Barreto, Pires e outras.
4) Por que Pedro Velho causou revolta aos republicanos do Rio Grande do Norte no início da
República?
Pedro Velho causou revolta aos republicanos do Rio Grande do Norte porque ao assumir o
governo, por aclamação em 17 de novembro, ele não convocou os legítimos republicanos para
fazerem parte da equipe de seu governo. Ele formou uma equipe composta principalmente de
ex-monarquistas e membros dos partidos conservador e liberal, o que veio contribuir para que
seu governo recebesse a denominação de "Tríplice Aliança", em virtude daqueles que teriam
sido escolhidos para compor o "Secretariado" quando do governo provisório.
Além disso, a facção de Pedro Velho não apoiou Deodoro da Fonseca na eleição para a
presidência da república em 25 de fevereiro de 1890, que concorreu com Prudente de Morais.
Isso causou um clima de instabilidade política no território potiguar, uma vez que Deodoro da
Fonseca saiu vencedor com 55,13% dos votos, pois entre novembro de 1889 e fevereiro de
1892, o Rio Grande do Norte foi governado por onze pessoas diferentes, que com exceção de
Pedro Velho, eram todos forasteiros.

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A escolha do Dr. Pedro Velho, em 22 de fevereiro de 1892, por parte do Congresso Legislativo
(atual Assembleia Legislativa) para governar o Rio Grande do Norte, proporcionou o
encerramento do momento mais significativo da história política da Primeira República e
consequentemente iniciava-se o domínio da oligarquia Albuquerque Maranhão, representante
da cultura canavieira e do comércio agroexportador que dominou o Rio Grande do Norte por
mais de 25 anos, quando cedeu lugar à outra oligarquia, desta vez dos oligarcas do Seridó, os
legítimos representantes dos produtores de algodão daquela região.
5) Descreva o que foi o litígio de fronteira do Ceará com o Rio Grande do Norte.
O Ceará era um grande produtor de charque. As “Oficinas de charque” eram promissoras no
RN, principalmente em Mossoró e Açu, mas em pouco tempo as oficinas cearenses passaram
a monopolizar a produção. Perceba o seguinte: O sal é recurso natural fundamental para a
produção e o Ceará fez uma jogada política que levou à justiça federal um litígio de fronteira
que quase descambou num conflito armado. Durante o início da República, boa parte dos
estados brasileiros tiveram disputas de fronteiras, pois existiam muitas lacunas nas
demarcações territoriais. A assembleia legislativa do Ceará, de olho na produção salineira do
litoral do atual município de Grossos, declarou que toda a área litorânea até lá era Cearense e
criou uma lei estadual (válida para o Ceará) que emancipou Grossos como Vila Cearense.
Conseguiram uma aprovação de um Juiz e o território ficou sob controle cearense entre 1901
e 1920. Era o governo potiguar de Adalberto Maranhão que reagiu prontamente e enviou
tropas e jagunços para o local e Ceará fez o mesmo. Apesar da tensão se instalar nas fronteiras
estaduais e o risco de conflito armado era iminente, prevaleceu as soluções diplomáticas.
Pedro o Velho contratou o brilhante jurista brasileiro Ruy Barbosa que através de sua defesa
conseguiu ganho de causa ao Rio Grande do norte.
6) Apresente brevemente como foi o enfrentamento da Coluna Prestes no Rio Grande do
Norte.
A Coluna Prestes, que percorreu o Brasil levando mensagens contra as oligarquias, o
coronelismo e o clientelismo eleitoral, entre outras. As ações revolucionárias se excediam no
avanço que precisavam refazer pela Paraíba e Pernambuco. A ideia era chegar a Recife, ter com
os militares adesistas dos quartéis sublevados.
Houve confrontos reais no Estado com os integrantes da Coluna. Houve dois embates entre os
revoltosos e os defensores de São Miguel. O primeiro deles deu-se no dia três de fevereiro na
“Ladeira do Engenho”, em terras da cidade de Pereiro-CE. De onde estavam entrincheirados,
os legalistas avistaram não os esperados 70 combatentes, mas “um verdadeiro exército em
marcha”, de uniformes cáquis e lenços vermelhos em volta do pescoço. Os defensores fugiram
para outro local.
O outro confronto entre defensores e rebeldes aconteceu no dia seguinte, no “Sítio Crioulas”,
localizado perto da cidade de São Miguel. Houve uma rápida troca de tiros, que resultou na
prisão de um revoltoso, Policarpo Gomes do Nascimento, e no ferimento a bala do comandante
da resistência, que foi atingido na coxa esquerda por dois tiros de fuzil.
A coluna dirigiu-se para o Nordeste, atingindo o Estado do Maranhão no mês de novembro de
1925, chegando logo depois a ameaçar diretamente a cidade de Teresina. Na região Nordeste

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os rebeldes percorreram praticamente todos os estados. Em todos os momentos a maior


resistência virá das forças arregimentadas pelos coronéis. Por fim, foram perseguidos e
procuraram asilo político na Bolívia.
7) Qual foi a principal participação do Rio Grande do Norte durante a Segunda Guerra
Mundial?
O litoral potiguar, além das belezas balneárias, foi presenteado com uma posição estratégica
global: É o ponto nas américas mais próximo da Europa e África. Durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) foi considerado um dos pontos mais estratégicos do mundo.
Os EUA conseguiram o apoio final de Vargas pois além de financiarem a Usina siderúrgica de
Volta Redonda, nosso litoral foi invadido por submarinos alemães, que bombardearam nossos
navios. Brasil e Estados Unidos estreitaram relações e acordaram em construir um Quartel
General que tornou o Rio Grande do Norte decisivo no processo da vitória aliada na Segunda
Guerra Mundial pois, barrou a expansão alemã que pretendia dar um salto da África Ocidental
à América do Sul, passando pelo Nordeste brasileiro, ocupado antes por tropas norte-
americanas.
Foi por suprir esta necessidade que Natal se transformou no “Trampoline to Victory”
(Trampolim da Vitória) para os EUA. Os aviões vinham deste país, abasteciam em Natal e
ficavam prontos para fazer a travessia do Atlântico rumo ao continente africano.
8) De que modo os estadunidenses influenciaram o modo de vida da capital riograndense?
A presença dos soldados estadunidenses, ao trazerem novos produtos e a visão democrática,
estimularam mudanças no modo de vida da cidade e exerceram influências visíveis em Natal,
até os dias atuais. O modo de vida do município de Natal mudou completamente a partir de
1942. A chegada das tropas norte-americanas à capital potiguar trouxe também dinheiro e
desenvolvimento. Surgiram os primeiros restaurantes, bares e cabarés. As mulheres, por
exemplo, começaram a adotar costumes americanos. Elas passaram a ir sozinhas ao comércio.
Para o resto do país, as natalenses eram vistas como modernas. Embutindo nisso um certo tom
de crítica. Algumas casaram com americanos e deixaram para trás o país. Registros apontam
que cerca de 32 mulheres casaram com norte-americanos.
Mas nem só de romances e novos costumes viveu a cidade. O clima de guerra também se
espalhou por Natal. Os natalenses conviviam com o “black-out”, momento de apagar as luzes.
A população tinha que ficar na escuridão, todas as noites, a partir de uma hora determinada.
A medida fazia parte da estratégia de proteção militar.
Foi dessa época também a construção, em Natal, da primeira Fábrica de Coca-Cola da América-
Latina. Verificou-se também restaurantes e cafeterias com capacidade de servir 500 pessoas
de cada vez, uma padaria, um supermercado, um hospital com disponibilidade de 178 leitos,
uma biblioteca com 5 mil volumes, discoteca, sorveteria, capela para 400 pessoas, quadras de
beisebol e de diferentes esportes, escritório de seguros, escritório de câmbio, teatro, clubes
para oficiais e subalternos (os USO’s) na Base e na Cidade, e uma emissora de Rádio – USMS,
com programa direto pela Columbia Broadscasting System de Nova York.
9) O que foi a chamada “paz pública” no Rio Grande do Norte durante o Regime Militar?

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Os dias seguintes ao Golpe seriam marcados no Rio Grande do Norte pelo fechamento de
sindicatos e prisões de lideranças políticas. Enquanto isso, o golpe reunia formalmente
ferrenhos adversários. O processo de união das oligarquias Alves e Mariz se deu no campo
formal com os dois grupos organizando a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Aluízio Alves
e Dinarte Mariz estariam alinhados dentro do sistema governista e fundariam juntos a Arena
no Rio Grande do Norte em 1965 embora a convivência não fosse boa.
Nesse contexto, o quadro político do Rio Grande do Norte foi marcado pela chamada “Paz
Pública”, que significou a aproximação de Tarcísio Maia com a oposição no Estado, fazendo
aliança com Aluízio Alves, que estava com os direitos políticos suspensos, mas muito atuante
nos bastidores da política. A convergência ocorreu no campo formal, mas no campo político o
confronto entre os oligarcas continuava. Foi feito um acordo entre a Arena Verde e a Arena
Vermelha. A convergência das oligarquias do Rio Grande do Norte no ARENA não garantiu um
consenso.
A tal paz se desfez com o processo eleitoral de 1982 quando os estados voltaram a eleger seus
governadores. Aluízio Alves seria derrotado por 106 mil votos de diferença para o jovem ex-
prefeito de Natal, José Agripino.
10) Identifique o motivo que levou ao encerramento das experiências educacionais do
educador Paulo Freire.
A experiência de alfabetização pelo método Paulo Freire, em Angicos, na gestão de Aloísio
Alves (1961-1966), ironicamente contou com recursos da Aliança para o Progresso, do governo
dos Estados Unidos, que via na alfabetização dos brasileiros uma das armas na luta contra o
avanço do comunismo na América Latina. Embora tenha tido bastante sucesso, o projeto seria
depois sustado, ao ser considerado “subversivo” pelo governo norte-americano.
Estavam ali para aprender a ler e a escrever domésticas, operários, trabalhadores rurais,
pedreiros, serventes, artesãos, lavadeiras, carpinteiros e tantos outros que formavam a massa
trabalhadora daquele município.
Vale destacar que o programa também tinha um viés politizador. A ideia era fazer com que os
alunos, em sua maioria adultos analfabetos, aprendessem a ler em 40 horas e, além disso,
também se politizassem, o que gerou muita curiosidade do mundo inteiro.
Na ocasião da última aula de Paulo Freire foi notada a presença do General Humberto de
Alencar Castelo Branco, fardado, que viria a ser o primeiro presidente do Regime Militar
implantado com o Golpe de 1964. Ao final da aula ele teria dito ao secretário de Educação do
RN: “Meu jovem, você está engordando cascavéis nesses sertões”. A discussão do pensamento
crítico provocava desconforto nas classes que dominavam o país. Em Angicos, por exemplo,
aconteceu a primeira greve em maio de 1963. O movimento grevista foi atribuído ao processo
de politização dos trabalhadores e logo foi classificado por fazendeiros como “praga
comunista”.

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10. EXERCÍCIOS

1. (COMPERVE - 2017 - MPE-RN - Técnico do Ministério Público Estadual - Área Administrativa)


No Brasil, durante a década de 1970, quando o poder estava sob o comando dos militares, o
quadro político do Rio Grande do Norte foi marcado pela chamada “Paz Pública”, que significou
A) a aproximação de Tarcísio Maia com a oposição no Estado, fazendo aliança com Aluízio
Alves, que estava com os direitos políticos suspensos, mas muito atuante nos bastidores da
política.
B) a convergência dos interesses da ARENA, partido que dava sustentação política aos militares,
e do MDB, partido da oposição, na indicação de Cortez Pereira para o governo do Estado.
C) a aglutinação política dos partidários da ARENA/Dinarte Mariz e MDB/Aluízio Alves,
conseguida pelo governador Cortez Pereira, a partir dos seus projetos desenvolvimentistas
para o estado.
D) a construção de um consenso entre as lideranças arenistas no Estado, uma vez anulada a
atuação de Aluízio Alves, que teve seus direitos políticos cassados nessa época.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, uma vez que a partir de 1970, quando os governadores de todo o
Brasil passariam a ser escolhidos de forma indireta e com influência dos ditadores, nas escolhas de
1970, 74 e 78, mesmo no ostracismo Aluízio Alves mantinha a popularidade e consultado em todas
as definições dos governadores. Portanto, na eleição de 1978 foi forjada a primeira aliança entre as
oligarquias Alves e Maia, por meio da chamada “paz pública”, quando Aluízio Alves e Tarcísio Maia
se juntaram em torno da candidatura ao Senado de Jessé Freire, da Arena. Aluízio chegou a indicar
nomes no Governo de Lavoisier Maia. A tal paz se desfez com o processo eleitoral de 1982 quando
os estados voltaram a eleger seus governadores. Aluízio Alves seria derrotado por 106 mil votos de
diferença para o jovem ex-prefeito de Natal, José Agripino.
A alternativa B é incorreta, de tal modo que o cenário político do Rio Grande do Norte era marcado
pelo predomínio das oligarquias que comandavam as eleições, o que até podia acontecer de
convergências no campo formal, mas no campo político o confronto entre os oligarcas continuava.
A alternativa C também é incorreta, pois nos primeiros dias pós-Golpe o processo de união das
oligarquias Alves e Mariz se deu no campo formal com os dois grupos organizando a Aliança
Renovadora Nacional (ARENA). Mas no campo político o confronto entre os dois continuava ainda
que estivessem alinhados com o regime. Apoiado por Aluízio, Walfredo Gurgel foi eleito governador
derrotando Dinarte. O troco foi dado no ano seguinte quando Dinarte conseguiu vetar a candidatura

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de Aluízio ao Senado. Foi feito um acordo entre a Arena Verde e a Arena Vermelha que fez do
mossoroense Duarte Filho senador. Isso não garantiu a pacificação do partido.
A alternativa D também é incorreta, de tal modo que a convergência das oligarquias do Rio Grande
do Norte no ARENA não garantiu um consenso, sendo que havia a Arena Verde e a Arena Vermelha.
Isso se materializou em 1969 quando uma articulação de Dinarte Mariz junto ao presidente Costa e
Silva resultou na cassação do mandato dos direitos políticos de Aluízio Alves que ficaria dez anos
impedido de candidatar-se. Isso definiria os rumos da política potiguar nos anos seguintes com
Aluízio se alinhando ao MDB e lançado o filho Henrique Alves e o sobrinho Garibaldi Alves Filho na
política.
(BARRETO, 2019).
Gabarito: A
2. (COMPERVE - 2017 - MPE-RN - Analista do Ministério Público Estadual - Contabilidade)
No Brasil, a instauração da República, em 1889, inaugurou uma nova fase na política nacional.
No Rio Grande de Norte, os primeiros anos da República foram dominados pela oligarquia
Albuquerque Maranhão. Nas primeiras décadas desse regime no Rio Grande do Norte,
A) os novos mecanismos políticos da República abriram espaço à consolidação dos interesses
e das perspectivas de classe dos grandes proprietários rurais e da elite comercial.
B) as lutas de Pedro Velho contra o “jacobinismo” militar fizeram dele o representante
republicano mais típico da corrente centralizadora e industrialista do Estado.
C) a crítica simultânea da ordem escravista e da forma monárquica-centralizadora evidenciava
o protagonismo da classe média no movimento republicano no Estado.
D) a ampliação do corpo eleitoral, com a República, influiu decisivamente na capacidade de as
classes subalternas interferirem politicamente, pondo fim à tradicional dominação paternalista
dos coronéis com seus eleitores.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, pois de fato o novo regime que se inaugurava com a Proclamação
da República no Brasil, em 15 de novembro de 1889, abriu espaço para um coronelismo mandonista,
que através do domínio econômico angariava o cenário político. O coronelismo foi (e ainda se
sustenta com novas ferramentas) um fenômeno político-social com implicações econômicas, que
eleva a um patamar superior a classe dos grandes proprietários rurais e da elite comercial. O
coronelismo é, antes de tudo, o resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime
representativo a uma estrutura econômica e social inadequada. Não é, pois, mera sobrevivência do
poder privado, cuja hipertrofia constituiu fenômeno típico de nossa história colonial. É antes uma
forma peculiar de manifestação do poder privado, ou seja, uma adaptação em virtude da qual os
resíduos do nosso antigo e exorbitante poder privado têm conseguido coexistir com um regime
político de extensa base representativa. O coronelismo é um compromisso, uma troca de proveitos
entre o poder público, progressivamente fortalecido e a decadente influência social dos chefes
locais, notadamente dos senhores de terras. É uma estrutura política por intermédio da qual os
chefes de clãs rurais e grandes latifundiários assumiram o controle de ação política, pelo qual o

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coronelismo é entendido como poder político exercido por chefes políticos sobre parcela ou parcelas
do eleitorado, objetivando a escolha do candidato por eles indicado. No tocante ao conceito de
oligarquia, pode se dizer como um grupo de poder restrito, homogêneo, estável, com boa
organização interna e fortes vínculos entre seus membros, pouco confiante na lealdade de quem a
ele pertence e cauteloso na admissão de novos membros. É um grupo que governa de modo
autoritário, robustecendo o executivo, controlando o judiciário, marginalizando ou excluindo o
parlamento, desencorajando ou eliminando à oposição.
A alternativa B é incorreta, de tal modo que Pedro Velho, ao assumir o governo do Rio Grande do
Norte por aclamação em 17 de novembro, quando a República foi oficialmente proclamada no Rio
Grande do Norte, esperou-se que convocasse os legítimos republicanos para fazerem parte da
equipe de seu governo, no entanto, isso não veio acontecer. Ele formou uma equipe composta
principalmente de ex-monarquistas e membros dos partidos conservador e liberal, o que veio
contribuir para que seu governo recebesse a denominação de "Tríplice Aliança", em virtude daqueles
que teriam sido escolhidos para compor o "Secretariado" quando do governo provisório. Esta atitude
de Pedro Velho causou revolta nos republicanos históricos (Hermógenes Tinôco e Padre José
Paulino) os quais tinham lutado em prol da República e contribuído para instalação do PRRN. A não
convocação dos republicanos históricos para compor a equipe do governo de Pedro Velho e a
realização da eleição para a presidência da república em 25 de fevereiro de 1890, entre Marechal
Deodoro da Fonseca e Prudente de Morais, da qual o primeiro saiu vencedor, não recebeu, porém,
o apoio da facção pedro-velhista no Rio Grande do Norte, causaram um clima de instabilidade
política no território potiguar, pois entre novembro de 1889 e fevereiro de 1892, o Rio Grande do
Norte foi governado por onze pessoas diferentes, que com exceção de Pedro Velho, eram todos
forasteiros. A escolha do Dr. Pedro Velho, em 22 de fevereiro de 1892, por parte do Congresso
Legislativo (atual Assembleia Legislativa) para governar o Rio Grande do Norte, proporcionou o
encerramento do momento mais significativo da história política da Primeira República (1889-1930)
e consequentemente iniciava-se o domínio da oligarquia Albuquerque Maranhão, representante da
cultura canavieira e do comércio agroexportador que dominou o Rio Grande do Norte por mais de
25 anos, quando cedeu lugar à outra oligarquia, desta vez dos oligarcas do Seridó, os legítimos
representantes dos produtores de algodão daquela região.
A alternativa C também é incorreta, de tal modo que a troca de regime político não garantiu de fato
a substituição de quem detinha o poder, isto é, foram os mesmos senhores que desbravaram o Rio
Grande do Norte do litoral ao sertão, criando cidades, desde as litorâneas até as do interior, mais
afastadas, foram esses "coronéis" que cumpriram, durante a Primeira República (1889-1930), as
mais notáveis funções de ordem privada e de ordem pública.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que a nascente política republicana deu ainda mais voz
ao poderio dos coronéis, que angariavam a sua força política através da coerção, do
apadrinhamento, um novo beija-mão que girava em torno dos grandes oligarcas, que formavam
facções políticas dotadas da suserania instaurada em seus currais eleitorais. Nesse sentido, o que
houve foi uma alienação do corpo eleitoral, ou seja, as classes subalternas perdiam sua possibilidade
de interferência política, ganhando em troca certa segurança existencial, pois o coronel era o
médico, o juiz, o protetor e a polícia. Médicos, tinham sempre um remédio para qualquer doente;
juízes dirimiam todas as questões; protetor seguro de suas "vilas", ninguém se atrevia a tirar um

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apaniguado seu: autoridade policial, eles amansavam os brabos, os valentes, metendo-os na sua
prestimosa cadeia que era o tronco e que com a República foi substituído pela espada.
(FERREIRA, 2003).
Gabarito: A
3. (FCC - 2013 - AL-RN - Analista Legislativo - Analista de Sistemas)
Derrotados nas revoltas do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, os “tenentes”
formaram a Coluna Prestes, que percorreu o Brasil levando mensagens contra as oligarquias, o
coronelismo e o clientelismo eleitoral, entre outras. Em relação à presença da Coluna no Rio
Grande do Norte, é correto afirmar:
A) No município de São Miguel, em 1926, os integrantes da Coluna fizeram saques em casas
comerciais, embora encontrassem resistência armada de cerca de vinte homens.
B) Não houve, no Estado, qualquer confronto com os integrantes da Coluna, pois nas cidades
por onde passaram receberam muitas adesões à causa que defendiam.
C) A Coluna não entrou no Estado, pois sua meta era alcançar rapidamente a Bolívia, onde Luís
Carlos Prestes havia se refugiado após sofrer intensa repressão.
D) Os políticos potiguares não tomaram conhecimento das ações da Coluna e, portanto, não
criaram grupos de resistência para eventuais combates.
E) A conquista do Rio Grande do Norte foi o principal alvo da Coluna, sobretudo depois de ter
sido fortemente rechaçada na Paraíba.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, pois de fato houve factuais saques a armazéns, e roubo de animais,
diante da recusa ou resistência de sitiantes e fazendeiros potiguares. A cidade de São Miguel, situada
na região do Alto Oeste potiguar, quase fronteira com o Ceará e relativamente perto da Paraíba, foi,
sem sombra de dúvida, a localidade que mais sofreu com os ataques da Coluna Prestes no Rio
Grande do Norte, ocorridos em fevereiro de 1926. As ações revolucionárias se excediam no avanço
que precisavam refazer pela paraíba e Pernambuco. A ideia era chegar a Recife, ter com os militares
adesistas dos quartéis sublevados. No Imbé houve saques na casa sede da fazenda, a pilhagem do
armazém, cestas de legumes e rapadura, abate do gado bovino e galinhas. Os sertanejos fugiam para
os matos e serras. Prestes procurava explicar a natureza das ações, e tentava conciliar com as
lideranças da roça.
A alternativa B está incorreta, pois houve confrontos reais no Estado com os integrantes da Coluna.
A ata da sessão ordinária da Intendência Municipal de São Miguel, com data de 03/05/1926, lista
nominalmente vinte “patriotas”, mas informa haver “alguns outros”, entre esses quatro praças da
Polícia Militar, além do prefeito de Pereiro-CE, este acompanhado de mais três homens, o que daria
um total de 28 defensores. Embora que a tradição oral dava notícia de que a defesa da vila fora feita
por 25 homens. Mas foi por delegação do governo do Estado à frente da resistência estava o
presidente da Intendência Municipal (cargo equivalente ao de prefeito atualmente), João Pessoa de
Albuquerque. Antes de a cidade cair em poder da Coluna Prestes, houve dois embates entre os
revoltosos e os defensores de São Miguel. O primeiro deles deu-se no dia três de fevereiro na

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“Ladeira do Engenho”, em terras da cidade de Pereiro-CE. De onde estavam entrincheirados, os


legalistas avistaram não os esperados 70 combatentes, mas “um verdadeiro exército em marcha”,
de uniformes cáquis e lenços vermelhos em volta do pescoço. Mesmo assim, atiraram e conseguiram
matar um dos integrantes da Coluna. Os rebeldes fizeram um recuo tático e, logo em seguida,
revidaram o ataque utilizando todo o seu treinamento militar. Então os defensores se entrincheiram
em uma casa, quando acontecendo um tiroteio que teria durado cerca de duas horas, até que os
defensores fugiram para outro local. Dois dos legalistas foram feridos, sendo que um deles um
jagunço cearense, que caiu nas mãos dos rebeldes e foi degolado. O outro confronto entre
defensores (um grupo comandado por Manoel Vicente Tenório) e rebeldes aconteceu no dia
seguinte, quatro de fevereiro, no “Sítio Crioulas”, localizado perto da cidade de São Miguel. Houve
uma rápida troca de tiros, que resultou na prisão de um revoltoso, Policarpo Gomes do Nascimento,
e no ferimento a bala do comandante da resistência, que foi atingido na coxa esquerda por dois tiros
de fuzil.
A alternativa C também é incorreta, de tal modo que a Coluna Prestes penetrou no território
potiguar pela zona Oeste, fronteira com o Estado do Ceará.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que o governador do Rio Grande do Norte, Dr. José
Augusto Bezerra de Medeiros, ao tomar conhecimento do avanço dos revolucionários em direção
ao nosso Estado, através de um telegrama do Governo Federal, comentou com seus auxiliares: "A
coluna dos rebeldes já saiu do Iguatu. A esta hora caminha para o Rio Grande do Norte. O grupo é
reduzido, pois, segundo o telegrama, composto de 70 homens. A que tudo indica, o ponto de invasão
será o Município de São Miguel. O deputado João Pessoa deve ser avisado com urgência para
organizar a repulsa, enquanto Luís Júlio se desloca para o centro de operações".
A alternativa E também é incorreta, pois a Coluna Prestes tinha como alvo derrubar as oligarquias
que dominavam o país e, posterirormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com
o intuito de eliminar os vícios da República Velha. A coluna dirigiu-se para o Nordeste, atingindo o
Estado do Maranhão no mês de novembro de 1925, chegando logo depois a ameaçar diretamente
a cidade de Teresina. Na região Nordeste os rebeldes percorreram praticamente todos os estados.
Em todos os momentos a maior resistência virá das forças arregimentadas pelos coronéis.
(BRITO, 2012; FEMENICK, 2015; FREIRE; SERRA, 2017).
Gabarito: A
4. (FCC - 2012 - MPE-RN - Analista - Contabilidade)
Observe a foto.

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Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt em Natal em janeiro de 1943.


(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vargas-comRoosevelt.jpg

No encontro entre os presidentes, retratado na foto acima, Brasil e Estados Unidos estreitaram
relações e acordaram em construir um Quartel General que tornou o Rio Grande do Norte
decisivo no processo da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial pois,
A) assegurou a hegemonia política dos Estados Unidos sobre a navegação do Atlântico Norte
que ficou permanentemente sob a fiscalização e o controle dos norte-americanos.
B) abalou o esforço desprendido pelos alemães na América Latina que viram seu poderio militar
enfraquecer durante a expansão na África Ocidental e no Nordeste brasileiro.
C) barrou a expansão alemã que pretendia dar um salto da África Ocidental à América do Sul,
passando pelo Nordeste brasileiro, ocupado antes por tropas norte-americanas.
D) deteve principalmente as ameaças alemãs sobre os países da América Central, cuja
produção petrolífera era vital para a economia dos países aliados, durante a guerra.
E) consistiu em uma manobra estratégica fundamental na luta contra o perigo do avanço do
nazifascismo em países da América do Sul, economicamente empobrecidos pela guerra.
Comentários
A alternativa A é incorreta, de tal modo que pois o território brasileiro está no Atlântico Sul, sendo
por isso um local estratégico durante a Segunda Guerra Mundial, quando os EUA instalaram no Rio
Grande do Norte uma base da Força Aérea Norte-Americana, além de diversas Unidades Militares
das Forças Armadas Brasileiras, que representou, em determinados momentos, a presença
aproximada 25 mil soldados que circulavam pela cidade.
A alternativa B também é incorreta, pois a instalação da Base Aérea Norte-Americana em Natal foi
justamente para impedir qualquer investida alemã e servir como ponto de apoio estratégico no
Atlântico Sul. A instalação da Base Aérea Norte-Americana na Cidade pode ter adquirido um
significado de reconhecimento do lugar. Porém, aos norte-americanos interessava não apenas a
cidade, mas todo o litoral nordestino, de onde se ressaltava o “saliente do Nordeste”, um triângulo
que compreendia as cidades de Natal, do Recife e o arquipélago de Fernando de Noronha, cuja
designação no mapeamento dos americanos era o “Trampoline to Victory” (Trampolim da Vitória).
Em Recife, por exemplo, ficou instalado comando dessa ação no litoral brasileiro.

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A alternativa C é a resposta certa, uma vez que os EUA precisavam de um local de onde pudessem
decolar com segurança, um ponto de apoio que permitisse abastecer e seguir direto para a África. E
em 1942, em Natal, chegam as tropas norte-americanas à capital potiguar trouxe também dinheiro
e desenvolvimento (abrigos anti-aéreos, treinamentos de defesa e exercícios de black-out). Em
troca, a cidade cedeu sua posição geográfica considerada estratégica para o poderio militar dos EUA.
Afinal, na América do Sul, Natal é o ponto mais próximo dos continentes europeu e africano. Foi por
suprir esta necessidade que Natal, e não Parnamirim, se transformou no “Trampolim da Vitória”
para os EUA. Os aviões vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para fazer a
travessia do Atlântico rumo ao continente africano. Muita gente pensa que este termo “Trampolim
da Vitoria” se refere a Parnamirim. Mas o município nem existia naquela época. A Parnamirim de
hoje era um distrito de Natal, que só foi emancipada em 1950.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que os Aliados da Segunda Guerra eram,
principalmente, França, Inglaterra, EUA e URSS, além de agregados, como o Brasil. Os Aliados
estavam lutando contra os países do Eixo, que eram a Alemanha, Itália e Japão.
A alternativa E também é incorreta, pois não é correto dizer que a instalação da base da Força Aérea
Norte-Africana no Rio Grande do Norte tenha sido apenas por causa do temor do avanço alemão
por causa do empobrecimento pela guerra. Foi, sobretudo, um ponto de apoio que permitia o
abastecimento e a decolagem segura em direção ao Atlântico Sul e direto para a África.
(HOLDER, 2012; OLIVEIRA, 2017).
Gabarito: C
5. (FCC - 2013 - AL-RN - Técnico Legislativo)
Às vésperas da Proclamação da República, no Rio Grande do Norte,
A) prevalecia, na oposição à monarquia, a postura dos habitantes de Natal, que saíram às ruas
pleiteando novo regime.
B) foram criados o Partido Republicano, em janeiro de 1889, e posteriormente o jornal A
República, para divulgação de sua plataforma.
C) eram fortes as manifestações populares contra representantes da monarquia, como o conde
D’Eu.
D) não havia descontentamento dos setores econômicos algodoeiro e açucareiro contra as
políticas da monarquia.
E) inexistiam núcleos políticos republicanos e tampouco jornais de oposição à monarquia.
Comentários
As alternativas A e C são incorretas pelo mesmo motivo, pois estudos historiográficos mostram que
para os potiguares, a notícia foi recebida com surpresa e muitos temiam perder seus cargos no
Império com a implantação do novo governo.
A alternativa B é a resposta certa, pois Pedro Velho, que seria o primeiro governador do Rio Grande
do Norte, começou aderindo as ideias liberais e posteriormente a apoiar a República como modelo
político. Em janeiro de 1889, ele cria o Partido Republicano do Rio Grande do Norte, conhecido pela

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sigla PRRN. Seis meses antes, nascia o primeiro jornal impresso do estado: A República. A notícia da
República ter sido instaurada foi publicada na República a partir de um boletim do dia 15 de
novembro, assinado pelo próprio Pedro Velho, que dois dias depois assumiu o cargo de governador,
após receber informações do acontecido via telegrama. Pedro Velho pertencia à família
Albuquerque Maranhão, ligado ao Jerônimo de Albuquerque, conhecido por ser um dos fundadores
da cidade do Natal.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que foi justamente o grupo político que representava
os interesses dos plantadores de cana-de-açúcar e algodão que primeiro fundaram o Partido
Republicano do Rio Grande do Norte e o jornal A República. No novo regime republicano, o Rio
Grande do Norte, assim como os outros estados do Brasil, foi dominado pelo sistema oligárquico. A
primeira oligarquia foi inaugurada no estado pelo governador Pedro Velho.
A alternativa E também é incorreta, pois em janeiro de 1889 foi criado o Partido Republicano do Rio
Grande do Norte, conhecido pela sigla PRRN. Seis meses antes, nascia o primeiro jornal impresso do
estado: A República.
(PAIVA, 2017; 2019)
Gabarito: B
6. (FCC - 2013 - AL-RN - Técnico Legislativo)
A autonomia federativa fortaleceu, na Primeira República (1889-1930), a atuação política de
“organizações familiares” no Rio Grande Norte. Exemplo desta constatação foi o predomínio
político absoluto, no governo, de 1892 a 1914, da família
A) Cavalcanti.
B) Maranhão.
C) Lamartine.
D) Mariz.
E) Maia.
Comentários
A alternativa B é a resposta certa, de tal modo que o Rio Grande do Norte, estado pobre e atrasado,
foi dominado política e economicamente por duas oligarquias, primeiramente pelos Albuquerque
Maranhão, os "coronéis do açúcar" e posteriormente pelos Medeiros do Seridó, os "coronéis do
algodão". Vale ressaltar, além disso, que o sal de cozinha foi um dos produtos tidos como
sustentáculo da economia do Rio Grande do Norte que, juntamente com a cana-de-açúcar, formou
o pilar de sustentação da oligarquia Maranhão, que dominou o estado por mais 25 anos, de modo
que a oligarquia Maranhão também efetivou o monopólio do sal.
A história da sociedade nordestina e, particularmente do Rio Grande do Norte, está marcada pela
presença dessa família desde o início da Colonização. Só conseguimos entender o peso dessa
afirmativa, quando atentamos para as ramificações que a família Albuquerque teve, ao longo de
quatro séculos, com as famílias Cavalcanti, Melo, Arcoverde, Lins, Siqueira Cavalcanti, Holanda
Cavalcanti, Lacerda, Rêgo, Barros, Paes Barreto, Pires e outras.

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As demais alternativas estão incorretas, pois não dizem respeito às “organizações familiares” que
predominaram no poder de 1892 a 1914, no Rio Grande do Norte.
(SOUZA, 1989; FERREIRA, 2003).
Gabarito: B
7. (FCC - 2013 - AL-RN - Técnico Legislativo)
Considere:
Dizem que o cangaceiro,
valentão e corajoso,
se arrependeu e foi salvo
por Jesus, pai generoso.
Mossoró guarda um mistério,
porque no seu Cemitério
Jararaca é milagroso.

Nestes versos de cordel, de autoria de Concriz, o poeta menciona a figura de José Leite de
Santana, cangaceiro cujo apelido era Jararaca. Fazia ele parte do bando de Lampião, que em
1927 tentou assaltar a cidade de Mossoró e foi violentamente rechaçado. Sobre o episódio, é
correto afirmar que Jararaca
A) abandonou o grupo de Lampião e uniu-se ao padre Cícero, ajudando-o a construir templos
no Cariri e em outras cidades do interior nordestino. Morreu idoso e foi enterrado em Mossoró.
B) arrependeu-se dos crimes que havia cometido e ingressou na Ordem dos Capuchinhos.
Pregava contra a violência, e conseguiu aliciar muitos jovens para a vida religiosa.
C) foi preso e enterrado vivo pela polícia local. A maneira covarde com que foi morto acabou
por guindá-lo à condição de mártir e santo, ao qual se atribuem até hoje diversos milagres.
D) denunciou Lampião às autoridades municipais, como meio de obter perdão pelos assaltos
que havia cometido. Mas permitiu que seu chefe fugisse antes de ser alcançado pela polícia.
E) conseguiu escapar ao cerco que lhe fizeram as tropas potiguares sediadas em Mossoró,
refugiando-se no cemitério local, junto ao túmulo de um dos fundadores da cidade.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois Jararaca foi preso e “justiçado” em Mossoró, no dia de Santo Antônio,
13 de junho de 1927, quando Lampião e seu grupo de cangaceiros atacaram a cidade.
A alternativa B também é falsa, de tal modo que foi possivelmente na noite de 20 de junho – a data
exata ainda é motivo de controvérsias entre pesquisadores –, Jararaca foi acordado por dois
policiais, com a justificativa de que seria levado à capital para tratamento médico. Mas os policiais
arrastaram o bandido e adentraram no cemitério São Sebastião e chegaram a uma cova aberta, onde
ele foi jogado. Há relatos de que foi atingido por uma coronhada de fuzil e teve as pernas quebradas
com picaretas, antes de ser enterrado vivo.

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A alternativa C é a resposta correta, pois de fato o cangaceiro José Leite de Santana, vulgo Jararaca,
foi preso e enterrado vivo pela polícia local. Isso porque de todas as suas crueldades, a mais famosa
consistia em arremessar crianças para o alto e apará-las com a ponta do punhal. Trespassados pela
lâmina, garotinhos leves o bastante para serem lançados na direção do sol morriam lenta e
dolorosamente, em meio aos gritos dos pais e às gargalhadas do cangaceiro. Mas, além de assassino
sádico e cruel, Jararaca – “Forte, resistente, ágil, moreno-escuro, atirador exímio, grande lutador de
facas”, na descrição do historiador Luís da Câmara Cascudo – também carrega fama de pecador
santificado pelo martírio. O túmulo onde jaz, no Cemitério São Sebastião, na cidade de Mossoró,
recebe constantemente a visita de fiéis em busca de milagres. Nas celebrações de Finados, em 2 de
novembro, é a sepultura mais visitada daquele município.
A alternativa D também é incorreta, de tal modo que, na verdade, Jararaca denunciou, já na prisão
em Mossoró, em entrevista ao “O Correio do Povo” os nomes de políticos e coronéis nordestinos
que davam proteção e recebiam dinheiro de cangaceiros. Na sequência às delações de Jararaca, o
tenente Laurentino de Morais, comandante da operação de resistência, foi chamado às pressas a
Natal por seus superiores. Mas não há relatos de que foi para obter perdão pelos assaltos que havia
cometido.
A alternativa E também é incorreta, pois Jararaca não conseguiu escapar das tropas potiguares
sediadas em Mossoró, sendo atingido no peito e prezo, antes de ser enterrado vivo.
(NEGREIROS, 2017).
Gabarito: C
8. (FCC - 2013 - AL-RN - Assessor Técnico de Controle Interno)
A presença norte-americana no Rio Grande do Norte é sempre lembrada pela instalação da
base aérea de Parnamirim durante a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, no pós-guerra, a
presença dos Estados Unidos também foi marcante, sobretudo na década de 1960, quando o
Brasil recebeu vultosos recursos da Aliança para o Progresso, programa lançado na gestão do
presidente John F. Kennedy.
É INCORRETO afirmar:
A) recusa de Aloísio Alves em aceitar o aporte de recursos da Aliança para o Progresso provocou
a cassação de seus direitos políticos, após 1968.
B) A experiência de alfabetização pelo método Paulo Freire em Angicos, na gestão de Aloísio
Alves (1961-1966), contou com recursos da Aliança para o Progresso.
C) O Rio Grande do Norte foi o Estado nordestino mais favorecido pelos recursos da Aliança
para o Progresso.
D) Os sindicatos rurais do Rio Grande do Norte tiveram apoio decisivo da Aliança para o
Progresso.
E) A prioridade que a Aliança para o Progresso deu ao Rio Grande do Norte tinha o propósito
de criar um contraponto ao “subversivo” Pernambuco.

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A alternativa A é a resposta certa, pois é incorreto dizer que Aloísio Alves não aceitou o aporte de
recursos da Aliança para o Progresso. Não só Aloísio Alves, então governador do Rio Grande do
Norte, como também Carlos Lacerda, então governador da Guanabara, receberam verbas da Aliança
para o Progresso para seus programas de desenvolvimento e infraestrutura.
A alternativa B não é a resposta certa, pois de fato a experiência de alfabetização pelo método Paulo
Freire, em Angicos, na gestão de Aloísio Alves (1961-1966), ironicamente contou com recursos da
Aliança para o Progresso, do governo dos Estados Unidos, que via na alfabetização dos brasileiros
uma das armas na luta contra o avanço do comunismo na América Latina. Embora tenha tido
bastante sucesso, o projeto seria depois sustado, ao ser considerado “subversivo” pelo governo
norte-americano.
A alternativa C também não é a resposta certa, pois de fato o Rio Grande do Norte foi o Estado
nordestino mais favorecido pelos recursos da Aliança para o Progresso. Ao longo de quase dez anos
de funcionamento, a Aliança para o Progresso recebeu inúmeras críticas tanto de especialistas, que
atacavam as deficiências de sua estrutura e a irrealidade de suas metas, como de setores liberais e
de esquerda da opinião pública latino-americana, que a encaravam como instrumento a serviço dos
interesses econômicos e estratégicos dos EUA no hemisfério.
A alternativa D também não é a resposta certa, pois de fato os sindicatos rurais do Rio Grande do
Norte tiveram apoio decisivo da Aliança para o Progresso. Fortemente influenciados pela Igreja
Católica, e com o apoio decisivo da Aliança para o Progresso, os Sindicatos Rurais do Rio Grande do
Norte funcionaram como uma das maiores expressões que do estado.
A alternativa E também não é a resposta certa, pois de fato a prioridade que a Aliança para o
Progresso deu ao Rio Grande do Norte tinha o propósito de criar um contraponto ao “subversivo”
Pernambuco. Em 1962, num aerograma enviado diretamente à sede do Departamento de Estado,
em Washington, no qual tratava do suporte financeiro dos Estados Unidos aos Sindicatos Rurais no
Estado, o cônsul norte-americano em Recife alertava que “o governo dos Estados Unidos devem
ajudar o governador [Aluizio] Alves”. Insistindo, o diplomata lembrava que o “Rio Grande do Norte
é nossa prioridade no Nordeste brasileiro”.
(PEREIRA, 2004; FGV-CPDOC; SKIDMORE, 2009).
Gabarito: A
9. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da Informação - Banco de Dados)
Quando o golpe já estava deflagrado, Aluízio Alves publicou nota no jornal Tribuna do Norte,
intitulada Ao Povo, na qual informava lamentar:
...que o presidente João Goulart, a quem reconhece e sempre há de proclamar inestimáveis
serviços ao Rio Grande do Norte (...) não tenha podido impedir a radicalização das posições
ideológicas e políticas, conduzindo o país a um impasse intolerável, que só pode ser
solucionado com o respeito às tradições das forças armadas".

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(Tribuna do Norte, 02/04/64). (In:


http://www.cerescaico.ufrn.br/rnnaweb/historia/republica/ politica_1964.htm. Acessado em
27/04/2010)

O texto e o conhecimento histórico permitem inferir que o governador Aluízio Alves, com a
publicação em 1964,
A) faz uma defesa intransigente da legalidade, passando a se colocar do lado das forças
populares e democráticas do Estado em oposição aos golpistas.
B) comunica ao Comando Militar que estaria do lado da democracia e do presidente,
conclamando o povo a resistir ao golpe militar no Estado.
C) rompe definitivamente com os movimentos populares, passando a adotar práticas
oligárquicas e repressivas no Estado após a Ditadura Militar.
D) adota medidas preventivas para impedir que os militares se instalassem no Estado e
promovessem, por meio da força, a perturbação da ordem.
E) define uma posição favorável aos golpistas, passando a integrar-se ao movimento,
assumindo com os militares a defesa da Ditadura Militar no Estado.
Comentários
A alternativa A é incorreta, de modo que Aluízio Alves ficou do lado das forças armadas, apoiando
incondicionalmente o Golpe de 1964.
A alternativa B também é incorreta, de modo que no Rio Grande do Norte, além da instalação dos
IPMs, o governador Aluízio Alves ainda criou, em 17/4/1964, uma outra Comissão Especial de
Investigações, a qual era coordenada por dois policiais que haviam sido treinados na “Escola das
Américas”. Esta Comissão logo começou a “caça às bruxas”, como alardeava o jornal Tribuna do
Norte, de propriedade do governador.
A alternativa C também é incorreta, apesar que de fato Aluízio Alves rompeu com os movimentos
populares, passando a adotar práticas oligárquicas e repressivas no Estado, não é certo afirmar que
foi após a Ditadura Militar, uma vez que tal fato ocorreu após a sua eleição em 1960, de modo que
o Golpe de 1964 só fortaleceu seus feitos.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que em 1º de abril de 1964, os comandantes militares
publicaram uma nota de apoio ao golpe e deixaram evidenciados seus vínculos com Aluízio.
A alternativa E está correta, pois Aluísio Alves era favorável ao Golpe Civil-Militar de 1964.
Entretanto, vale lembrar que Aluízio Alves havia sido eleito para o governo do Rio Grande do Norte
em 1960, com o decisivo apoio de movimentos sociais e grupos políticos de esquerda (incluído o
Partido Comunista, que atuava na ilegalidade), todos de orientação nacionalista. Mas, em 1960 sua
imagem pública foi metamorfoseada e se lhe construiu uma nova. Garantida sua ascensão ao poder,
verificou-se o rompimento daquela liderança com os grupos nacionalistas que a apoiaram. Logo que
assumiu o governo do Rio Grande do Norte, Aluízio Alves reelaborou as práticas da oligarquia de
onde se originara. Os grupos políticos de esquerda, que tinham tido fundamental participação na

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vitória do “candidato da esperança”, foram, durante seu governo, duramente reprimidos. Com o
golpe de 1964, o governo do estado do Rio Grande do Norte não teve dificuldades para adequar-se
à nova ordem, pelo contrário, ajudou a estabelecê-la. O período final da gestão Aluízio Alves foi
marcado pelo seu alinhamento com o novo sistema político que se instaurava no país após o golpe.
Na capital potiguar, Natal, como de resto em todo o estado, os quartéis estavam em prontidão. Em
1º de abril de 1964, os comandantes militares publicaram uma nota de apoio ao golpe e deixaram
evidenciados seus vínculos com Aluízio, ao afirmar que “medidas preventivas e repressivas estão
sendo adotadas pelas autoridades militares das Forças Armadas em Natal, em íntima ligação e
entendimentos com o senhor governador do Estado”.
(PEREIRA, 2004; FGV-CPDOC; SKIDMORE, 2009).
Gabarito: E
10. (FCC - 2010 - MPE-RN - Agente Administrativo)
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Natal cresceu e evoluiu com a presença de
contingentes militares brasileiros e aliados, consumando o seu progresso com a construção das
bases aérea e naval. Sobre essa presença é correto afirmar que os norte-americanos,
A) ao introduzirem estratégias militares e práticas bélicas, favoreceram a centralização política
na cidade e o enfraquecimento do poder controlado pela oligarquia nas áreas rurais.
B) ao trazerem novos produtos e a visão democrática, estimularam mudanças no modo de vida
da cidade e exerceram influências visíveis em Natal, até os dias atuais.
C) ao dinamizarem a economia da cidade e sua modernização, contribuíram para a redução das
desigualdades sociais e para os habitantes usufruírem de uma melhor qualidade de vida.
D) ao elegerem a integração das principais bacias hidrográficas como entrada e saída de
embarcações militares, tornaram Natal um dos alvos de ataque inimigo e "Trampolim da
Vitória".
E) ao assimilarem os valores e costumes tradicionais e a produção artesanal, impulsionaram
acentuadamente a atividade urbana e o ritmo de crescimento econômico da cidade.
Comentários
A alternativa A é incorreta, apesar do momento ter provocado um rearranjo na organização das
relações sociais, políticas e econômicas e da cidade ter mudado com a implantação de uma estrutura
urbana militariza e a manifestação de inúmeras novidades, vale lembrar que quando estourou a
Segunda Guerra Mundial (1939) o país vivia o regime do Estado Novo (1937-1945), a ditadura
implantada por Getúlio Vargas. Nesse cenário de redefinições econômicas e políticas, as elites
políticas natalenses estavam trabalhando para um retorno à direção do poder no RN, uma vez que
haviam sido afastadas com a Revolução de 1930, devido a inexistência de aliados de Vargas no Rio
Grande do Norte. Conquanto, elas garantiram a retomada do poder local pela oligarquia tradicional
durante o período conflituoso.
A alternativa B é a resposta correta, pois de fato o modo de vida do município de Natal mudou
completamente a partir de 1942. A chegada das tropas norte-americanas à capital potiguar, além
das bases militares, trouxe também dinheiro e desenvolvimento. Surgiram os primeiros

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restaurantes, bares e cabarés. As mulheres, por exemplo, começaram a adotar costumes


americanos. Elas passaram a ir sozinhas ao comércio. Para o resto do país, as natalenses eram vistas
como modernas. Embutindo nisso um certo tom de crítica. Algumas casaram com americanos e
deixaram para trás o país. Registros apontam que cerca de 32 mulheres casaram com norte-
americanos. Mas nem só de romances e novos costumes viveu a cidade. O clima de guerra também
se espalhou por Natal. Os natalenses conviviam com o “black-out”, momento de apagar as luzes. A
população tinha que ficar na escuridão, todas as noites, a partir de uma hora determinada. A medida
fazia parte da estratégia de proteção militar. Foi dessa época também a construção, em Natal, da
primeira Fábrica de Coca-Cola da América Latina. Verificou-se também restaurantes e cafeterias com
capacidade de servir 500 pessoas de cada vez, uma padaria, um supermercado, um hospital com
disponibilidade de 178 leitos, uma biblioteca com 5 mil volumes, discoteca, sorveteria, capela para
400 pessoas, quadras de beisebol e de diferentes esportes, escritório de seguros, escritório de
câmbio, teatro, clubes para oficiais e subalternos (os USO’s) na Base e na Cidade, e uma emissora de
Rádio – USMS, com programa direto pela Columbia Broadscasting System de Nova York.
A alternativa C também é incorreta, pois houve determinadas áreas da cidade que tiveram maior
privilégio nas ações empreendidas, mantendo uma divisão entre bairros localizados nas áreas
urbanas, suburbanas e na periferia.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que Natal se tornou alvo por sua posição geográfica,
considerada estratégica, afinal, na América do Sul, Natal é o ponto mais próximo dos continentes
europeu e africano. Nesse sentido, os EUA viram a oportunidade de implantar uma estratégia de
defesa no Atlântico Sul e foi por suprir esta necessidade que Natal se transformou no “Trampolim
da Vitória” para os EUA. Os aviões vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para
fazer a travessia do Atlântico rumo ao continente africano.
A alternativa E também é incorreta, pois os estadunidenses reformularam completamente a
dinâmica da cidade de Natal, enxertando novos costumes, moldando novos hábitos e acentuando
até mesmo novos ofícios. Por exemplo, a mão de obra especializada para as construções que
passaram a ser erguidas na cidade vinha de fora, já que Natal não dispunha de marceneiros e
pedreiros. A partir disso, novas profissões passaram a existir na capital potiguar.
(OLIVEIRA, 2008; HOLDER, 2012; OLIVEIRA, 2017).
Gabarito: B
11. (FCC - 2013 - AL-RN - Assessor Técnico de Controle Interno)
As atividades político-partidárias no Rio Grande do Norte, após a instalação do regime militar
em 1964, eram dominadas por duas forças políticas: de um lado, os partidários de Aloísio Alves;
de outro, os de Dinarte Mariz. Em relação à trajetória dos dois líderes potiguares, durante esse
período, é correto afirmar que
A) ambos superaram a rivalidade política local, enquanto militaram na Aliança Renovadora
Nacional (Arena).
B) Aloísio Alves e Dinarte Mariz, apesar de rivais políticos no Estado, uniram-se contra o regime
militar.

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C) nenhum dos dois ocupava cargo executivo em 1964.


D) Dinarte Mariz, depois de 1964, somente ocupou o cargo de deputado federal.
E) Aloísio Alves ajudou a eleger seu sucessor, Walfrido Dantas Gurgel, concorrente de Dinarte
Mariz ao governo estadual em 1965.
Comentários
A alternativa A é incorreta, apesar de Aluízio Alves ter se filiado a Aliança Renovadora Nacional
(Arena), após o Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, em
cuja legenda foi eleito deputado federal em novembro de 1966, Alves e Mariz não superaram a
rivalidade política. Em abril de 1967 começaram a se delinear alguns problemas no interior da Arena.
Nessa ocasião, liderou um movimento dentro do partido, tentando dar expressão à rebelião das
correntes pessedistas e trabalhistas contra a hegemonia udenista. Sessenta arenistas no Congresso
estavam interessados na articulação e na formalização da dissidência, que deveria reivindicar a
criação da sublegenda, através da qual se tentaria forçar a alteração dos critérios partidários na
seleção das lideranças político-parlamentares. Por força do Ato Institucional nº 5 (13/12/1968)
baixado pelo presidente Artur da Costa e Silva (1967-1969), Aluísio teve seu mandato cassado e seus
direitos políticos suspensos em 7 de fevereiro de 1969, sob alegação de corrupção. De acordo com
algumas versões, sua cassação teria sido articulada por Dinarte Mariz com o objetivo de reduzir a
influência da família Alves na política potiguar. Anos mais tarde, Aluísio negaria que tivesse sido
cassado por corrupção, afirmando que a suspensão de seus direitos políticos fora motivada por
“agitação política”.
A alternativa B também é incorreta, pois mesmo não superando a rivalidade política, tanto Aloísio
Alves quanto Dinarte Mariz foram filiados a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que era o partido
da situação.
A alternativa C também é incorreta, pois Aluízio Alves ocupou o cargo de Governador do Rio Grande
do Norte entre 31 de janeiro de 1961 até 31 de janeiro de 1966.
A alternativa D também é incorreta, pois Dinarte Mariz ocupou o cargo de Senador pelo Rio Grande
do Norte entre 1 de fevereiro de 1963 até 9 de julho de 1984.
A alternativa E está correta, uma vez que Aluízio Alves foi um jornalista, advogado e político
brasileiro natural do Rio Grande do Norte, estado do qual foi o 40º Governador entre 1961 e 1966
sendo depois cassado pelo Ato Institucional nº5, em 1969. Quando lançou sua candidatura ao
governo do Rio Grande do Norte com o apoio da coligação formada pelo Partido Social Democrático
(PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Esta eleição marcou seu rompimento com o deputado
Dinarte Mariz, uma das maiores lideranças políticas do estado. Contrário à candidatura de Aluísio,
Mariz levou a UDN a formalizar uma aliança com o Partido Republicano (PR) e o Partido Social
Trabalhista (PST) em torno do nome do deputado federal Djalma Marinho. Durante a campanha,
Aluísio Alves liderou a “Cruzada da Esperança”, com a qual — de trem ou caminhão — percorreu
todo o estado fazendo comícios “relâmpago”, organizando passeatas e pedindo votos de casa em
casa. Nessas caravanas, seus seguidores eram identificados pelos galhos de árvore que traziam à
mão e pela cor verde de suas bandeiras — em oposição ao vermelho adotado pelos partidários de
Mariz. Apelidado de “Cigano” pelo povo potiguar, Aluísio inaugurava um estilo que marcaria para

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sempre sua biografia. No pleito de 3 de outubro de 1960, elegeu-se governador do Rio Grande do
Norte com 121.076 votos, contra 98.195 dados a Djalma Marinho. Na mesma ocasião, Jânio Quadros
derrotou o marechal Henrique Lott, da coligação PSD-PTB, e conquistou a presidência da República.
Tendo como vice o monsenhor Valfredo Gurgel, em janeiro de 1961 Aluísio renunciou ao mandato
de deputado, sendo empossado no governo estadual no dia 31 do mesmo mês. Depois da eleição
de 1960 — e por mais de uma década —, a política no Rio Grande do Norte passaria a ser dominada
pelas disputas entre as famílias Alves e Mariz. Na campanha para a escolha de seu sucessor no
governo do Rio Grande do Norte, Aluísio Alves travou nova e acirrada luta com seu adversário,
Dinarte Mariz, que concorria ao cargo pela coligação UDN-PR. Seu candidato, o vice-governador
Valfredo Gurgel, apoiado pelo PTB, PSD e PDC, derrotou Mariz no pleito de outubro de 1965.
(FGV-CPDOC, 2009; FGV-CPDOC; SOUSA, 2009; FGV-CPDOC, 2009a).
Gabarito: E
12. (FCC - 2013 - AL-RN - Assessor Técnico de Controle Interno)
Embora houvesse indícios anteriores da existência de petróleo, somente no início da década
de 1970 intensificaram-se as pesquisas que possibilitaram a descoberta do primeiro poço
petrolífero na plataforma continental do Rio Grande do Norte. Tal empreendimento
A) permitiu que o Brasil se tornasse autossuficiente na produção e consumo dos produtos
derivados do petróleo.
B) resultou na extração de petróleo em Mossoró, em 1973, o que colocou o Estado em 10°
lugar na produção nacional do petróleo em terra.
C) não teve continuidade nas décadas posteriores, pois não ocorreram outros aumentos
significativos do preço do barril de petróleo no comércio internacional.
D) ocorreu no contexto da crise internacional do petróleo, com elevação dos preços do produto
imposto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
E) deixou o Estado em situação econômica privilegiada, pois estimulou a produção da indústria
automobilística local.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois até hoje a nossa autossuficiência é apenas nominal, pois não se tem
tecnologia para refinar o que é extraído. Para se ter uma ideia mais geral, em 2018, segundo dados
da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o Brasil exportou 410 milhões de barris de petróleo, a maior
parte para a China. No mesmo ano, o país importou cerca de 68 milhões de barris, na maior parte
de países da África e do Oriente Médio. O país também importa derivados de petróleo, como
gasolina e, principalmente, diesel. Nota-se que somos numericamente autossuficientes, produzimos
mais volume do que consumimos. Mas os produtos não são os mesmos. Nosso parque de refino
ainda não é capaz de refinar grande parte do óleo produzido nem de suprir a demanda interna por
outros derivados.
A alternativa B também é incorreta, pois os maiores campos de extração de petróleo em terra firme
no Brasil se encontram no Rio Grande do Norte e na Bahia.

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A alternativa C também é incorreta, pois ainda hoje a exploração do petróleo no Rio Grande do Norte
se mantém ativa.
A alternativa D é a resposta certa, uma vez que naqueles anos a exploração do petróleo de Mossoró,
da Zona Oeste do Estado, do Rio Grande do Norte e de toda a Bacia Potiguar (inclusive a sua parte
que alcança o Estado do Ceará) era economicamente inviável, não era recomendável pelo resultado
da relação “custo x benefício”; os custos seriam maiores que as receitas que poderiam ser auferidas.
Mas essa situação mudou a partir de 1973, quando ocorreu a primeira crise internacional do
petróleo do pós-segunda guerra mundial. A Guerra do Yom Kippur, ou Guerra de Seis Dias, entre
Israel e seus países fronteiriços, Egito e Síria, afetou os produtores árabes de petróleo. Esses usaram
a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para pressionar os países que apoiaram
Israel e reduziram a produção em 5%. Na ocasião o preço médio do barril de petróleo era de US$2,90
e em apenas três meses subiu para US$40,00. No ano seguinte, o presidente militar Ernesto Geisel
pressionou a Petrobras para intensificar a busca por óleo. Como resultado, foi iniciada a primeira
perfuração da plataforma continental da Bacia Potiguar, na costa de Macau. Esse poço, o RNS-3,
começou a ser explorado em 1975.
A alternativa E também é incorreta, de tal modo que a bússola dos investimentos na indústria
automobilística, que concentrou no ABC Paulista desde a década de 1950, mudou para o nordeste
mais recentemente, pois as montadoras que estão se instalando na região estão motivadas
principalmente pelos benefícios fiscais que o local oferece. Mas é a Bahia que promete ser a capital
automotiva nordestina. Apesar do alto investimento inicial, as montadoras que estão fincando raízes
no Nordeste querem poupar dinheiro. Alguns impostos, como ICMS [Imposto de Circulação de
Mercadorias e Serviços], são menores para as empresas na região. Além disso, o Nordeste tem uma
mão de obra mais barata comparada ao Sul e Sudeste e, de certa forma, mais abundante.
(FEMINICK, 2014; BBC, 2019).
Gabarito: D
13. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da Informação - Banco de Dados)
Ao longo de sua história, a economia do Rio Grande do Norte caracterizou-se pela produção e
comercialização de produtos
A) com alta intensidade tecnológica.
B) destinados ao mercado atacadista nacional.
C) com baixa intensidade tecnológica.
D) pouco dependentes de infraestrutura logística.
E) com elevado valor agregado.
Comentários
A alternativa A é incorreta, uma vez que a economia do Rio Grande do Norte caracteriza-se pela
baixa intensidade tecnológica. Apesar da indústria ter 24% de participação no Produto Interno Bruto
(PIB) estadual, a atividade industrial, que se concentra na região metropolitana de Natal, tem
destaque para os produtos têxteis, bebidas, agroindústrias e indústrias de automóvel. A indústria

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petrolífera é de fundamental importância para a economia do Rio Grande do Norte, uma vez que o
estado é o maior produtor nacional de petróleo em terra, além de possuir três unidades de
processamento de gás natural.
A alternativa B também é incorreta, de modo que a agricultura é bem diversificada, com enfoque
para o cultivo de arroz, algodão, feijão, fumo, mamona, cana-de-açúcar, mamão, melão, coco,
mandioca, melancia, manga, acerola, banana, caju e milho. O desenvolvimento de técnicas para a
prática da fruticultura irrigada proporcionou um grande aumento da produtividade, fortalecendo as
exportações, especialmente para a Europa.
A alternativa C é a resposta correta, uma vez que os dados de importação do Rio Grande do Norte
registram que entre os principais produtos estão: plástico e derivados, máquinas e equipamentos,
tubos de ferro e aço, máquinas têxteis e geradores. Enquanto os dados de exportação registram que
entre os principais produtos estão: frutas frescas, castanha de caju, crustáceos, produtos de
confeitaria, açúcares, além de combustíveis e lubrificantes para embarcações e aeronaves. Esses
dados revelam que a economia do Rio Grande do Norte caracteriza-se, de fato, pela baixa
intensidade tecnológica.
A alternativa D também é incorreta, pois a economia potiguar depende muito da infraestrutura
logística. No transporte rodoviário, o Rio Grande do Norte está ligado a outros estados e regiões do
Brasil por meio de rodovias federais e estaduais. As nove rodovias federais que atravessam o
território potiguar, que possuem um total de 1.792 quilômetros de extensão. No transporte
ferroviário, o Rio Grande do Norte possui 364 quilômetros de ferrovias. Apenas duas ferrovias
cortam o território estadual. No transporte marítimo, o estado conta com dois portos, ambos
administrados pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN). O primeiro é o Porto de
Natal, que se localiza na capital potiguar, na margem direita do Rio Potenji, inaugurado em outubro
de 1932 e administrado pela CODERN desde 1983, o Porto de Natal liderou a exportação de frutas
no Nordeste em 2017. Pelo Porto da capital do Rio Grande do Norte, um total de 236,6 milhões de
dólares foram exportados em frutas. O segundo é o Porto-Ilha de Areia Branca, construído em alto
mar, em uma área de 15 mil metros quadrados, a 26 km da zona urbana de Areia Branca e a catorze
quilômetros da costa; foi inaugurado em 1º de março de 1974, entrando em operação no dia 4 de
setembro do mesmo ano.
A alternativa E também é incorreta, de modo que por valor agregado se entende como o valor
adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo.
Nesse sentido, é incorreto porque o setor que mais contribui com o Produto Interno Bruto (PIB)
estadual é o de serviços, com participação de 70,9%. Com belas praias, o turismo é elemento
importante na economia estadual. São mais de 2 milhões de visitantes anualmente, sendo que os
principais destinos são as praias de Ponta Negra, Pipa e Genipabu. Essa atividade é responsável por
empregar mais de 120 mil pessoas, além de estar vinculada a outras 54 atividades, direta ou
indiretamente.
(CERQUERIA E FRANCISCO, 2020)
Gabarito: C

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14. (FCC - 2013 - AL-RN - Analista Legislativo - Analista de Sistemas)


A participação de mulheres em cargos executivos no Rio Grande do Norte é marcante, a
exemplo de Wilma de Faria, prefeita da capital e governadora em duas gestões, e Rosalba
Ciarlini, também governadora. Tal participação tem precedente histórico, pois a primeira
mulher a assumir o cargo de prefeita eleita no Brasil foi a norte-rio-grandense
A) Júnia Marise.
B) Celina Guimarães.
C) Maria do Céu Pereira Fernandes.
D) Nísia Floresta.
E) Alzira Soriano.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois Júnia Marise Azeredo Coutinho é uma jornalista, advogada e política
brasileira que foi vice-governadora de Minas Gerais, estado que representou no Congresso Nacional.
A alternativa B é falsa, uma vez que Celina Guimarães Viana foi uma professora brasileira, primeira
eleitora do Brasil, ao votar em 5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande
do Norte.
A alternativa C é incorreta, uma vez que a questão está pedindo o nome da primeira mulher a
assumir o cargo de prefeita eleita no Brasil, ao passo que Maria do Céu Pereira Fernandes foi a
primeira mulher a ocupar o cargo de deputada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, e
por extensão, também a primeira deputada estadual mulher no Brasil.
A alternativa D é falsa, pois Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves
Pinto, foi uma educadora, escritora e poetisa brasileira.
A alternativa E está correta, uma vez que Alzira Soriano foi a primeira mulher a ser eleita para um
cargo executivo no país, quando se elegeu prefeita da cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte, com
60% dos votos, no ano de 1928. O jornal norte-americano “The New York Times” inclusive a citou, à
época, como a primeira prefeita eleita em toda a América Latina. Pioneira na participação feminina
na política no Brasil, Alzira lutou pelo direito das mulheres brasileiras votarem e serem elegíveis – o
voto feminino em todo o país só viria em 1932.
(BRASIL, 2018).
Gabarito: E

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1. (COMPERVE - 2017 - MPE-RN - Técnico do Ministério Público Estadual - Área Administrativa)


No Brasil, durante a década de 1970, quando o poder estava sob o comando dos militares, o
quadro político do Rio Grande do Norte foi marcado pela chamada “Paz Pública”, que significou
A) a aproximação de Tarcísio Maia com a oposição no Estado, fazendo aliança com Aluízio
Alves, que estava com os direitos políticos suspensos, mas muito atuante nos bastidores da
política.
B) a convergência dos interesses da ARENA, partido que dava sustentação política aos militares,
e do MDB, partido da oposição, na indicação de Cortez Pereira para o governo do Estado.
==1 d98 5d ==

C) a aglutinação política dos partidários da ARENA/Dinarte Mariz e MDB/Aluízio Alves,


conseguida pelo governador Cortez Pereira, a partir dos seus projetos desenvolvimentistas
para o estado.
D) a construção de um consenso entre as lideranças arenistas no Estado, uma vez anulada a
atuação de Aluízio Alves, que teve seus direitos políticos cassados nessa época.

2. (COMPERVE - 2017 - MPE-RN - Analista do Ministério Público Estadual - Contabilidade)


No Brasil, a instauração da República, em 1889, inaugurou uma nova fase na política nacional.
No Rio Grande de Norte, os primeiros anos da República foram dominados pela oligarquia
Albuquerque Maranhão. Nas primeiras décadas desse regime no Rio Grande do Norte,
A) os novos mecanismos políticos da República abriram espaço à consolidação dos interesses
e das perspectivas de classe dos grandes proprietários rurais e da elite comercial.
B) as lutas de Pedro Velho contra o “jacobinismo” militar fizeram dele o representante
republicano mais típico da corrente centralizadora e industrialista do Estado.
C) a crítica simultânea da ordem escravista e da forma monárquica-centralizadora evidenciava
o protagonismo da classe média no movimento republicano no Estado.
D) a ampliação do corpo eleitoral, com a República, influiu decisivamente na capacidade de as
classes subalternas interferirem politicamente, pondo fim à tradicional dominação paternalista
dos coronéis com seus eleitores.

3. (FCC - 2013 - AL-RN - Analista Legislativo - Analista de Sistemas)


Derrotados nas revoltas do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, os “tenentes”
formaram a Coluna Prestes, que percorreu o Brasil levando mensagens contra as oligarquias, o
coronelismo e o clientelismo eleitoral, entre outras. Em relação à presença da Coluna no Rio
Grande do Norte, é correto afirmar:

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A) No município de São Miguel, em 1926, os integrantes da Coluna fizeram saques em casas


comerciais, embora encontrassem resistência armada de cerca de vinte homens.
B) Não houve, no Estado, qualquer confronto com os integrantes da Coluna, pois nas cidades
por onde passaram receberam muitas adesões à causa que defendiam.
C) A Coluna não entrou no Estado, pois sua meta era alcançar rapidamente a Bolívia, onde Luís
Carlos Prestes havia se refugiado após sofrer intensa repressão.
D) Os políticos potiguares não tomaram conhecimento das ações da Coluna e, portanto, não
criaram grupos de resistência para eventuais combates.
E) A conquista do Rio Grande do Norte foi o principal alvo da Coluna, sobretudo depois de ter
sido fortemente rechaçada na Paraíba.

4. (FCC - 2012 - MPE-RN - Analista - Contabilidade)


Observe a foto.

Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt em Natal em janeiro de 1943.


(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vargas-comRoosevelt.jpg

No encontro entre os presidentes, retratado na foto acima, Brasil e Estados Unidos estreitaram
relações e acordaram em construir um Quartel General que tornou o Rio Grande do Norte
decisivo no processo da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial pois,
A) assegurou a hegemonia política dos Estados Unidos sobre a navegação do Atlântico Norte
que ficou permanentemente sob a fiscalização e o controle dos norte-americanos.
B) abalou o esforço desprendido pelos alemães na América Latina que viram seu poderio militar
enfraquecer durante a expansão na África Ocidental e no Nordeste brasileiro.
C) barrou a expansão alemã que pretendia dar um salto da África Ocidental à América do Sul,
passando pelo Nordeste brasileiro, ocupado antes por tropas norte-americanas.
D) deteve principalmente as ameaças alemãs sobre os países da América Central, cuja
produção petrolífera era vital para a economia dos países aliados, durante a guerra.

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E) consistiu em uma manobra estratégica fundamental na luta contra o perigo do avanço do


nazifascismo em países da América do Sul, economicamente empobrecidos pela guerra.

5. (FCC - 2013 - AL-RN - Técnico Legislativo)


Às vésperas da Proclamação da República, no Rio Grande do Norte,
A) prevalecia, na oposição à monarquia, a postura dos habitantes de Natal, que saíram às ruas
pleiteando novo regime.
B) foram criados o Partido Republicano, em janeiro de 1889, e posteriormente o jornal A
República, para divulgação de sua plataforma.
C) eram fortes as manifestações populares contra representantes da monarquia, como o conde
D’Eu.
D) não havia descontentamento dos setores econômicos algodoeiro e açucareiro contra as
políticas da monarquia.
E) inexistiam núcleos políticos republicanos e tampouco jornais de oposição à monarquia.

6. (FCC - 2013 - AL-RN - Técnico Legislativo)


A autonomia federativa fortaleceu, na Primeira República (1889-1930), a atuação política de
“organizações familiares” no Rio Grande Norte. Exemplo desta constatação foi o predomínio
político absoluto, no governo, de 1892 a 1914, da família
A) Cavalcanti.
B) Maranhão.
C) Lamartine.
D) Mariz.
E) Maia.

7. (FCC - 2013 - AL-RN - Técnico Legislativo)


Considere:
Dizem que o cangaceiro,
valentão e corajoso,
se arrependeu e foi salvo
por Jesus, pai generoso.
Mossoró guarda um mistério,
porque no seu Cemitério
Jararaca é milagroso.

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Nestes versos de cordel, de autoria de Concriz, o poeta menciona a figura de José Leite de
Santana, cangaceiro cujo apelido era Jararaca. Fazia ele parte do bando de Lampião, que em
1927 tentou assaltar a cidade de Mossoró e foi violentamente rechaçado. Sobre o episódio, é
correto afirmar que Jararaca
A) abandonou o grupo de Lampião e uniu-se ao padre Cícero, ajudando-o a construir templos
no Cariri e em outras cidades do interior nordestino. Morreu idoso e foi enterrado em Mossoró.
B) arrependeu-se dos crimes que havia cometido e ingressou na Ordem dos Capuchinhos.
Pregava contra a violência, e conseguiu aliciar muitos jovens para a vida religiosa.
C) foi preso e enterrado vivo pela polícia local. A maneira covarde com que foi morto acabou
por guindá-lo à condição de mártir e santo, ao qual se atribuem até hoje diversos milagres.
D) denunciou Lampião às autoridades municipais, como meio de obter perdão pelos assaltos
que havia cometido. Mas permitiu que seu chefe fugisse antes de ser alcançado pela polícia.
E) conseguiu escapar ao cerco que lhe fizeram as tropas potiguares sediadas em Mossoró,
refugiando-se no cemitério local, junto ao túmulo de um dos fundadores da cidade.

8. (FCC - 2013 - AL-RN - Assessor Técnico de Controle Interno)


A presença norte-americana no Rio Grande do Norte é sempre lembrada pela instalação da
base aérea de Parnamirim durante a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, no pós-guerra, a
presença dos Estados Unidos também foi marcante, sobretudo na década de 1960, quando o
Brasil recebeu vultosos recursos da Aliança para o Progresso, programa lançado na gestão do
presidente John F. Kennedy.
É INCORRETO afirmar:
A) recusa de Aloísio Alves em aceitar o aporte de recursos da Aliança para o Progresso provocou
a cassação de seus direitos políticos, após 1968.
B) A experiência de alfabetização pelo método Paulo Freire em Angicos, na gestão de Aloísio
Alves (1961-1966), contou com recursos da Aliança para o Progresso.
C) O Rio Grande do Norte foi o Estado nordestino mais favorecido pelos recursos da Aliança
para o Progresso.
D) Os sindicatos rurais do Rio Grande do Norte tiveram apoio decisivo da Aliança para o
Progresso.
E) A prioridade que a Aliança para o Progresso deu ao Rio Grande do Norte tinha o propósito
de criar um contraponto ao “subversivo” Pernambuco.

9. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da Informação - Banco de Dados)


Quando o golpe já estava deflagrado, Aluízio Alves publicou nota no jornal Tribuna do Norte,
intitulada Ao Povo, na qual informava lamentar:

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Aula Período Republicano.

...que o presidente João Goulart, a quem reconhece e sempre há de proclamar inestimáveis


serviços ao Rio Grande do Norte (...) não tenha podido impedir a radicalização das posições
ideológicas e políticas, conduzindo o país a um impasse intolerável, que só pode ser
solucionado com o respeito às tradições das forças armadas".
(Tribuna do Norte, 02/04/64). (In:
http://www.cerescaico.ufrn.br/rnnaweb/historia/republica/ politica_1964.htm. Acessado em
27/04/2010)

O texto e o conhecimento histórico permitem inferir que o governador Aluízio Alves, com a
publicação em 1964,
A) faz uma defesa intransigente da legalidade, passando a se colocar do lado das forças
populares e democráticas do Estado em oposição aos golpistas.
B) comunica ao Comando Militar que estaria do lado da democracia e do presidente,
conclamando o povo a resistir ao golpe militar no Estado.
C) rompe definitivamente com os movimentos populares, passando a adotar práticas
oligárquicas e repressivas no Estado após a Ditadura Militar.
D) adota medidas preventivas para impedir que os militares se instalassem no Estado e
promovessem, por meio da força, a perturbação da ordem.
E) define uma posição favorável aos golpistas, passando a integrar-se ao movimento,
assumindo com os militares a defesa da Ditadura Militar no Estado.

10. (FCC - 2010 - MPE-RN - Agente Administrativo)


Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Natal cresceu e evoluiu com a presença de
contingentes militares brasileiros e aliados, consumando o seu progresso com a construção das
bases aérea e naval. Sobre essa presença é correto afirmar que os norte-americanos,
A) ao introduzirem estratégias militares e práticas bélicas, favoreceram a centralização política
na cidade e o enfraquecimento do poder controlado pela oligarquia nas áreas rurais.
B) ao trazerem novos produtos e a visão democrática, estimularam mudanças no modo de vida
da cidade e exerceram influências visíveis em Natal, até os dias atuais.
C) ao dinamizarem a economia da cidade e sua modernização, contribuíram para a redução das
desigualdades sociais e para os habitantes usufruírem de uma melhor qualidade de vida.
D) ao elegerem a integração das principais bacias hidrográficas como entrada e saída de
embarcações militares, tornaram Natal um dos alvos de ataque inimigo e "Trampolim da
Vitória".
E) ao assimilarem os valores e costumes tradicionais e a produção artesanal, impulsionaram
acentuadamente a atividade urbana e o ritmo de crescimento econômico da cidade.

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11. (FCC - 2013 - AL-RN - Assessor Técnico de Controle Interno)


As atividades político-partidárias no Rio Grande do Norte, após a instalação do regime militar
em 1964, eram dominadas por duas forças políticas: de um lado, os partidários de Aloísio Alves;
de outro, os de Dinarte Mariz. Em relação à trajetória dos dois líderes potiguares, durante esse
período, é correto afirmar que
A) ambos superaram a rivalidade política local, enquanto militaram na Aliança Renovadora
Nacional (Arena).
B) Aloísio Alves e Dinarte Mariz, apesar de rivais políticos no Estado, uniram-se contra o regime
militar.
C) nenhum dos dois ocupava cargo executivo em 1964.
D) Dinarte Mariz, depois de 1964, somente ocupou o cargo de deputado federal.
E) Aloísio Alves ajudou a eleger seu sucessor, Walfrido Dantas Gurgel, concorrente de Dinarte
Mariz ao governo estadual em 1965.

12. (FCC - 2013 - AL-RN - Assessor Técnico de Controle Interno)


Embora houvesse indícios anteriores da existência de petróleo, somente no início da década
de 1970 intensificaram-se as pesquisas que possibilitaram a descoberta do primeiro poço
petrolífero na plataforma continental do Rio Grande do Norte. Tal empreendimento
A) permitiu que o Brasil se tornasse autossuficiente na produção e consumo dos produtos
derivados do petróleo.
B) resultou na extração de petróleo em Mossoró, em 1973, o que colocou o Estado em 10°
lugar na produção nacional do petróleo em terra.
C) não teve continuidade nas décadas posteriores, pois não ocorreram outros aumentos
significativos do preço do barril de petróleo no comércio internacional.
D) ocorreu no contexto da crise internacional do petróleo, com elevação dos preços do produto
imposto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
E) deixou o Estado em situação econômica privilegiada, pois estimulou a produção da indústria
automobilística local.

13. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da Informação - Banco de Dados)


Ao longo de sua história, a economia do Rio Grande do Norte caracterizou-se pela produção e
comercialização de produtos
A) com alta intensidade tecnológica.
B) destinados ao mercado atacadista nacional.
C) com baixa intensidade tecnológica.

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D) pouco dependentes de infraestrutura logística.


E) com elevado valor agregado.

14. (FCC - 2013 - AL-RN - Analista Legislativo - Analista de Sistemas)


A participação de mulheres em cargos executivos no Rio Grande do Norte é marcante, a
exemplo de Wilma de Faria, prefeita da capital e governadora em duas gestões, e Rosalba
Ciarlini, também governadora. Tal participação tem precedente histórico, pois a primeira
mulher a assumir o cargo de prefeita eleita no Brasil foi a norte-rio-grandense
A) Júnia Marise.
B) Celina Guimarães.
C) Maria do Céu Pereira Fernandes.
D) Nísia Floresta.
E) Alzira Soriano.

15. (UFRN/2005)
Nas duas primeiras décadas da República, o Rio Grande do Norte foi governado pela oligarquia
Albuquerque Maranhão. Os vínculos que existiam entre o poder exercido por essa oligarquia e
seus interesses econômicos podem ser percebidos claramente durante o segundo governo de
Alberto Maranhão (1908‐1913), quando foram
A) abertas estradas de automóvel ligando o litoral aos principais troncos ferroviários do estado,
como forma de apoio à produção salineira.
B) feitos investimentos na modernização da capital, com introdução de melhoramentos, tais
como energia elétrica, bondes, água e esgoto.
C) iniciados os serviços de navegação de cabotagem, de modo a intensificar as relações
comerciais entre o litoral ao norte e o litoral ao sul de Natal.
D) tomadas medidas de incremento à lavoura algodoeira do Seridó, mediante a criação de
órgãos técnicos especializados.

16. (UFRN‐1999)
Em relação à família Albuquerque Maranhão, Itamar de Souza afirma:
Durante a República Velha no Rio Grande do Norte, o sustentáculo econômico da oligarquia
Maranhão foi, sem dúvida, o sal e o açúcar. Por isso, logo que assumiram o poder, os Maranhão
implantaram o monopólio do sal, contrariando, assim, a ideologia liberal da livre concorrência
e entregaram‐no a grupos econômicos que lhes apoiavam financeiramente nas lutas políticas.
Favores especiais foram concedidos aos senhores de engenho, porque esta era a forma de o

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"Estado" beneficiar o Sr. Fabrício Maranhão, irmão de Pedro Velho e proprietário da "Usina
Ilha do Maranhão", localizada em Canguaretama, e outros correligionários do setor residentes
no agreste potiguar.
SOUZA, Itamar de. A República Velha no RN.

A partir dessa análise, pode‐se afirmar que o poder oligárquico dos Albuquerque Maranhão
apoiava‐se
A) num conjunto de medidas legais e práticas informais de mútuo auxílio que sustentavam a
articulação entre o Governador e seus partidários.
B) na prática de uma política econômica racional que estava de acordo com as diretrizes
modernizantes da República.
C) na tradição do nome da família, ligada ao início da colonização do Rio Grande, que garantia
o respeito dos concidadãos locais.
D) numa grande massa de trabalhadores vinculados à produção de sal e a de açúcar, devido à
política social implantada em favor dessas categorias.

17. (UFRN/2009)
Em 30 de outubro de 1929, no jornal A República, Luís da Câmara Cascudo escreveu uma
crônica sobre a Cidade do Natal, afirmando:

A afirmação de Cascudo expressa um confronto entre duas dimensões da Cidade do Natal,


perceptíveis no final dos anos 20, e se relaciona à
A) melhoria das construções da cidade, com a demolição dos cortiços no bairro da Ribeira, a
abertura de ruas e a edificação de residências elegantes naquela área.
B) modificação dos métodos de administração da cidade, com estímulo à participação popular
e criação de comissões em cada um dos bairros.
C) adoção de ações urbanísticas inspiradas nos princípios de higiene e embelezamento,
incluindo abertura e calçamento de ruas e melhoria das ligações entre os bairros.

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D) construção de uma ponte de ferro, usando-se tecnologia inglesa, para ligar as duas margens
do rio Potengi, de modo a integrar os bairros da Zona Norte à área central.

18. (FCC – MPE/RN – 2012)


As oligarquias norte-riograndenses também se utilizavam da violência e das fraudes para
vencer as eleições. Os líderes políticos estaduais ordenavam às lideranças municipais a
utilização de atas falsas, o alistamento de eleitores mortos ou ausentes, a proibição do
alistamento aos eleitores da oposição, etc. Utilizando-se desses artifícios, as oligarquias
estaduais mantiveram-se no poder por mais de 30 anos, sem maiores sobressaltos,
subvertendo o regime republicano (...).
(Sérgio Luiz Bezerra Trindade. História do Rio Grande do Norte. Natal: Editora do IFRN, 2010.
p 162)
É correto afirmar que durante a República Velha, as oligarquias norte-rio-grandenses
subvertiam o regime ao se utilizarem dos mecanismos a que o texto descreve, pois,
A) menosprezavam um dos elementos essenciais da democracia: a rotatividade do poder.
B) rechaçavam um dos princípios básicos da república: o unipartidarismo.
C) defendiam um dos pilares principais do nacionalismo: a autonomia política das províncias.
D) apoiavam um dos ideais básicos do anarquismo: a república de grandes proprietários.
E) contrariavam uma das bases fundamentais do liberalismo político: o sistema de eleição
direta.

19. (Consulplan – Pref. Mossoró/2011)


Um grande orgulho do povo mossoroense foi a resistência desta cidade ao bando de Lampião,
que completa 80 anos, com muita comemoração em 2007. Segundo o historiador Raimundo
Nonato, “triunfou o direito sobre o crime, o dever sobre a violência, a ordem sobre a desordem
e o heroísmo sobre a covardia”. Fato este tão marcante na história desta cidade, que vem
sendo retomado ano a ano com comemorações que acontecem no dia de um dos mais
importantes religiosos da Igreja Católica:
A) São José.
B) São Francisco.
C) São João.
D) Santo Antônio.
E) Santo Amaro.

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20. (UFRN/2011)
A imagem em foco destaca uma cena do espetáculo Chuva de bala no país de Mossoró, que
trata de um evento ocorrido nessa cidade, na primeira metade do século XX.

O espetáculo é uma representação de acontecimentos históricos que se relacionam a


A) um grupo de rebeldes do sertão nordestino, que reagiam à marginalidade social.
B) um agrupamento de jagunços aliado à administração municipal, durante o governo Vargas.
C) um bando urbano politizado, que praticava a justiça com as próprias mãos.
D) uma facção armada que combatia as oligarquias, reivindicando a reforma agrária.

21. (UERN/2009)
Em relação à Intentona Comunista de 1935, no Rio Grande do Norte, pode-se afirmar:
A) Recebeu apoio em dinheiro, armas, munições e soldados mercenários soviéticos, que se
infiltraram no movimento potiguar.
B) Fracassou, apesar de dominar temporariamente a cidade de Natal, em função do
inexpressivo apoio popular.
C) Estabeleceu um governo despótico comandado pelo tenente Luís Carlos Prestes e manteve
o controle das terras pelos membros do PCB.
D) Impediu que Vargas estabelecesse qualquer medida que limitasse as liberdades individuais
e políticas durante a década de 1930.

22. (CFO‐RN/2005)
“O comitê Revolucionário, aclamado democraticamente em praça pública pelo povo de Natal,
a capital do Rio Grande do Norte, às dez horas do dia 25 de novembro, e medindo sua
responsabilidade e a necessidade de defender e salvaguardar interesses do povo e do estado,
decreta: 1º) Em virtude de não tersido encontrado em parte alguma deste estado o governador
Rafael Fernandes Gurjão, fica o mesmo destituído do seu cargo, que não pode mais exercer.
(...)

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(decreto do Comando Revolucionário, Natal, 25 de novembro de 1935)” Foi um levante


fracassado: primeiro Natal, seguido por Recife e Rio de Janeiro.
Trata‐se:
A) do fechamento dos núcleos nacionais da ANL, pelo governo de Getúlio Vargas.
B) da infiltração da Internacional Comunista no exército brasileiro, em apoio ao governante
Getúlio Vargas, que corria risco de perder o poder para o PRP.
C) da ação da AIB, insatisfeita com o domínio de Getúlio Vargas e com receio do crescimento
do Partido Comunista liderado por Luís Carlos Prestes.
D) da Intentona Comunista, marcada por confrontos entre os rebeldes e tropas do governo,
terminando com a rendição dos revoltosos e a prisão de Luís Carlos Prestes.
E) da Revolução Federalista, em defesa da descentralização e consequente autonomia dos
estados da federação.

23. (PM‐RN/2006)
No contexto da Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro, apoiando as forças aliadas,
permitiu a instalação de bases militares no Rio Grande do Norte.
Sobre a instalação dessas bases militares, pode‐se afirmar:
A) O principal objetivo dos Aliados era treinar as forças brasileiras que iriam atuar na frente de
batalha.
B) As bases se constituíam um ponto de apoio logístico para as operações de patrulhamento
do Atlântico Sul e Norte da África.
C) A posição geográfica de Natal facilitava o acesso ao continente asiático, onde os Aliados
mantinham bases em território japonês.
D) O Rio Grande do Norte foi escolhido para sediar as bases militares por sua posição geográfica
de fácil acesso a Portugal, local de operações militares.
E) O governo brasileiro fez acordo com os Aliados, atendendo a determinação da Organização
das Nações Unidas — ONU — empenhada em derrotar o nazismo.

24. (UERN/2009)
O Estado do Rio Grande do Norte se destaca como um dos pontos estratégicos do litoral
brasileiro, razão pela qual veio a ser cognominado de “Esquina do Brasil”. Essa realidade
A) celebrizou o Rio Grande do Norte, na segunda metade do século XVII, como a porta de
entrada dos holandeses (flamengos) na conquista da Cidade do Salvador, capital da Colônia.

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B) distinguiu o Rio Grande do Norte como ponto mais procurado da Colônia pelos traficantes
para a prática do contrabando de africanos escravizados, quando entrou em vigor a Lei Eusébio
de Queiroz (1850).
C) contribuiu para garantir ao Rio Grande do Norte o monopólio da aterrisagem dos voos que
transportam turistas para o Nordeste, devido à segurança que a Base oferece, desde a Segunda
Guerra Mundial.
D) motivou, embora em momentos históricos distintos, o estabelecimento, no Rio Grande do
Norte, de instrumentos de defesa, a exemplo da Fortaleza dos Reis Magos (XVI) e do Quartel
General (XX), que atuou como base de defesa comandada pelos Estados Unidos.

25. (Bombeiro‐RN/2006)
Um fato importante na história do Rio Grande do Norte foi a sua participação na Segunda
Guerra Mundial. Sobre esse assunto, é correto afirmar:
A) O governo brasileiro, preocupado com os constantes torpedeamentos de navios na costa
brasileira, sediou, em Natal, um grupo especial da Marinha, que atuou sem nenhum apoio
externo.
B) A posição estratégica de Natal, ponto mais próximo à África, local de atuação das forças
aliadas, propiciou um acordo entre o Brasil e a Alemanha, para o fornecimento de equipamento
e combustível.
C) O Rio Grande do Norte foi escolhido para sediar o treinamento das forças brasileiras que
iriam para a Itália, porque sua posição geográfica facilitava seu isolamento do conflito mundial.
D) A escolha do Rio Grande do Norte para sediar uma base militar norte‐americana está
relacionada à sua posição geopolítica no contexto da Segunda Guerra Mundial.
E) O governo brasileiro permitiu a instalação de bases militares aliadas no Nordeste,
pressionado pela possibilidade de invasão militar norte‐americana no Brasil.

26. (PM-RN/2004)
“Por volta de 1944 as bases americanas em Natal tinham alcançado o seu apogeu” (Clyde Smith
Júnior, p.147).
Sobre a presença americana em Natal no ano de 1944, podemos afirmar que:
A) A Marinha americana não tinha interesse em instalar bases americanas no Brasil, devido
Natal ser muito distante da capital do Brasil.
B) As bases americanas foram instaladas em Natal sem a aprovação do governo brasileiro,
criando um grande confronte entre americanos e brasileiros.
C) A Marinha americana tinha grande interesse no Brasil, devido sua posição geográfica
estratégica para a Segunda Guerra Mundial.

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D) O governo americano não tinha interesse em instalar as bases americanas em Natal, devido
a distância da capital dos Estados Unidos da América.
E) Ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial.

27. (CFO‐BM‐RN/2006)
Identifique as afirmativas verdadeiras.
Em 1942, o Brasil que, até então, esteve favorável aos países do Eixo, passa a se posicionar em
favor dos Aliados. Essa atitude resultou
I. no retorno imediato do pluripartidarismo, quando se destacaram os partidos de formação
socialista.
II. na concessão de financiamento para a construção da Companhia Vale do Rio Doce.
III. na invasão dos portos do Nordeste pelas tropas nazifascistas europeias e orientais.
IV. no impedimento da exploração de petróleo no Recôncavo Baiano, iniciada desde a década
anterior.
V. no aparelhamento da base área de Natal para funcionar como ponto de patrulhamento dos
Aliados no Atlântico.

A alternativa em que todas as afirmativas indicadas são verdadeiras é a


A) I e II.
B) II e V.
C) III e IV.
D) IV e V.
E) I, III e V

28. (MPE-RN 2012 – Analista - contabilidade)


Observe a foto.

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Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt em Natal em janeiro de 1943.


(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vargas-com-Roosevelt.jpg)

No encontro entre os presidentes, retratado na foto acima, Brasil e Estados Unidos estreitaram
relações e acordaram em construir um Quartel General que tornou o Rio Grande do Norte
decisivo no processo da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial pois,
A) assegurou a hegemonia política dos Estados Unidos sobre a navegação do Atlântico Norte
que ficou permanentemente sob a fiscalização e o controle dos norte-americanos.
B) abalou o esforço desprendido pelos alemães na América Latina que viram seu poderio militar
enfraquecer durante a expansão na África Ocidental e no Nordeste brasileiro.
C) barrou a expansão alemã que pretendia dar um salto da África Ocidental à América do Sul,
passando pelo Nordeste brasileiro, ocupado antes por tropas norte americanas.
D) deteve principalmente as ameaças alemãs sobre os países da América Central, cuja
produção petrolífera era vital para a economia dos países aliados, durante a guerra.
E) consistiu em uma manobra estratégica fundamental na luta contra o perigo do avanço do
nazifascismo em países da América do Sul, economicamente empobrecidos pela guerra.

29. (UFRN/2011)
No Brasil, o conceito de “populismo” é utilizado na historiografia para analisar a “Era Vargas”
e o período de 1945 a 1964. Segundo um dos principais estudiosos desta temática:
“O populismo foi, ao mesmo tempo, uma forma de estruturação do poder e a principal forma
de expressão da emergência popular no processo de desenvolvimento industrial e urbano. Esse
estilo de governo e de comportamento político é essencialmente ambíguo e, por certo, deve
muito à ambiguidade pessoal desses políticos, divididos entre o atendimento às demandas do
povo e o fortalecimento de seu poder pessoal.
WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980, p.
61‐63. [Adaptado].
No Rio Grande do Norte, uma manifestação do fenômeno do populismo foi
A) a Insurreição Comunista de 1935, que resultou na organização de um governo de orientação
socialista.
B) a campanha política de 1960, que consolidou a liderança de Aluízio Alves e levou‐o ao
Governo do Estado.
C) o triunfo eleitoral de Alzira Soriano, que permitiu a elevação da primeira mulher ao cargo de
Prefeita no Brasil.
D) a atuação de Café Filho, que unificou os diversos sindicatos dos trabalhadores do comércio
e das indústrias de Natal.

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30. (UERN/2013)
A imagem e o fragmento textual a seguir fazem parte do material utilizado na Campanha De Pé
no Chão Também se Aprende a Ler, promovida pela Prefeitura Municipal da Cidade do Natal,
no período de 1961 a 1964, sob a administração de Djalma Maranhão.

Êste ― Livro de Leitura para Adultos da Campanha De Pé No Chão Também Se Aprende a Ler_
não é um trabalho original; é uma adaptação, às condições locais do Rio G. do Norte do ―Livro
de Leitura para Adultos do Movimento de Cultura Popular do Recife_. Se a ―Cartilha_ do MCP
é válida, como acreditamos, então, o certo é que aproveitemos esta experiência válida e
apliquemo-la entre nós. Se o MCP e a ―Campanha De Pé No Chão_ têm o mesmo
embasamento, a autenticidade de uma cultura popular e se se propõem ao mesmo fim – o de
liberação popular, através da educação [...]
O Brasil não pode mais perder tempo. Por isso, com humildade e coragem, a ―Campanha De
Pé No Chão_, oferece êste seu livro ao Povo.
Mensagem de Moacyr de Góes, então Secretário de Educação da Prefeitura do Natal (1963),
no Livro de Leitura para Adultos.
Considerando as ideias expressas nos documentos, é correto afirmar que essa campanha de
alfabetização foi
A) uma estratégia educacional que evidencia as diferenças ideológicas entre o projeto
desenvolvido pela Prefeitura de Natal e uma experiência realizada no sertão.
B) uma proposta inovadora no campo educacional, desativada por falta de pessoal qualificado
para a sua execução.
C) uma estratégia política de transformação social, reprimida pelos setores conservadores da
sociedade, uma vez que objetivava a conscientização popular.

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D) uma proposta de escolarização que, utilizando-se de práticas populistas, manipulava as


classes trabalhadoras em proveito das elites locais.

31. (FESMP/RN – MP/RN – 2005)


"O pensamento político de Djalma Maranhão tem base no humanismo marxista, apesar do seu
desligamento do PCB".
(Moacyr de Góes, De Pé no Chão Também se Aprende a Ler)
Sobre Djalma Maranhão podemos afirmar que:
I - Foi militante político na época do cafeísmo.
II - Foi prefeito de Natal e, em sua gestão, implantou a Campanha de Pé no Chão Também se
aprende a Ler.
III - Foi a maior liderança política da Insurreição Comunista ocorrida em Natal.
A) Somente III está correta
B) Somente I e II estão corretas
C) Somente I está correta
D) I, II e III estão corretas
E) Somente II está correta

32. (FCC – MPE/RN – 2010)


Quando o golpe já estava deflagrado, Aluízio Alves publicou nota no jornal Tribuna do Norte,
intitulada Ao Povo, na qual informava lamentar:
...que o presidente João Goulart, a quem reconhece e sempre há de proclamar inestimáveis
serviços ao Rio Grande do Norte (...) não tenha podido impedir a radicalização das posições
ideológicas e políticas, conduzindo o país a um impasse intolerável, que só pode ser solucionado
com o respeito às tradições das forças armadas”. (Tribuna do Norte, 02/04/64).
O texto e o conhecimento histórico permitem inferir que o governador Aluízio Alves, com a
publicação em 1964,
A) faz uma defesa intransigente da legalidade, passando a se colocar do lado das forças
populares e democráticas do Estado em oposição aos golpistas.
B) comunica ao Comando Militar que estaria do lado da democracia e do presidente,
conclamando o povo a resistir ao golpe militar no Estado.
C) rompe definitivamente com os movimentos populares, passando a adotar práticas
oligárquicas e repressivas no Estado após a Ditadura Militar.

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D) adota medidas preventivas para impedir que os militares se instalassem no Estado e


promovessem, por meio da força, a perturbação da ordem.
E) define uma posição favorável aos golpistas, passando a integrar-se ao movimento,
assumindo com os militares a defesa da Ditadura Militar no Estado.

33. (COMPERVE-UFRN 2006 – Prefeitura de Canguaretama – Professor de História)


Considerando-se as relações políticas estabelecidas no Rio Grande do Norte, durante a
transição do Império para a República, é possível afirmar que
A) os chefes políticos mantiveram o clientelismo presente na Monarquia, apesar da ampliação
dos direitos eleitorais para uma parcela da população.
B) os líderes oligárquicos do Estado tentaram garantir o retorno dos monarquistas ao poder,
formando aliança política com os coronéis dos municípios.
C) os governantes do Estado entraram em conflito com os coronéis do interior, que não
partilhavam dos seus ideais republicanos.
D) os grupos que chegaram ao poder no Estado promoveram mudanças no processo eleitoral
para favorecer os coronéis que os apoiavam.

34. (UERN/2013)
Sobre o estado do Rio Grande do Norte, analise as afirmativas a seguir.
I. No Período Militar (1964-1985), o Rio Grande do Norte conheceu um dos períodos de maior
radicalismo político de todos os tempos, ambiente que favoreceu as perseguições políticas.
II. O Rio Grande do Norte surgiu com a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, em 1533.
Surgia, então, a Capitania do Rio Grande, cuja conquista e colonização, depois de várias
tentativas foram efetivadas.
III. No período imediatamente posterior à Proclamação da República, o Rio Grande do Norte
protagonizou a chamada Confederação do Equador, um movimento de cunho imperialista, que
abominava o novo regime.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)
A) II.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.

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35. (UERN/2009)
O ano de 1971 foi um marco no sentido da consolidação industrial no Rio Grande do Norte.
Naquele ano, várias empresas alcançaram um crescimento mais determinante. Os setores que
mais se destacaram no período foram o têxtil, o de mineração, além do setor da construção
civil. No setor têxtil, considerado prioritário no sentido de consolidar a cultura algodoeira,
apareciam como indústrias de destaque a Guararapes S/A e a Confecções Soriedem. Foi
também no transcorrer dos primeiros anos de 1970 que se deu a consolidação da indústria de
beneficiamento de pescados, além de ter sido inaugurada a primeira fábrica de cimento do Rio
Grande do Norte, em 1972. (O ANO de 1971..., 2009).
O processo industrial, no Rio Grande do Norte, foi beneficiado, na década de 70, do século XX,
devido à
A) crise do setor algodoeiro e agromercantil que levou ao deslocamento do capital investido
na cotinocultura para o setor industrial.
B) penetração do capital estrangeiro e algumas políticas governamentais desenvolvidas pelos
incentivos concedidos pela Sudene.
C) política estatal de caráter desenvolvimentista e nacionalista defendidas pelos governos
ditatoriais militares.
D) aliança entre o empresariado e os sindicatos que estabelecem um pacto democrático social
objetivando retirar o país da recessão econômica.

36. (UFRN/2004)
Dois anos depois de instalada a República no Rio Grande do Norte, o coronel José Bezerra,
dirigindo-se a um candidato ao governo do Estado, afirmou:
Amanhã, o senhor passará em Currais Novos, município de que sou representante; [...] vai o
senhor se hospedar na casa do meu sobrinho [...] porque o senhor anda aqui atrás de voto e
não de manifestações políticas; tenho no meu município o que outro no Estado provavelmente
não tenha: 800 eleitores que tenho em Currais Novos são seus de porteira batida e mais nos
municípios vizinhos que ouvirem minha orientação política.
Apud MELO, Manoel Rodrigues de. Patriarcas e carreiros. Natal: CERN, 1985, p. 77.
A partir da leitura do texto e considerando as relações políticas estabelecidas no Rio Grande
do Norte na transição do Império para a República, é possível concluir que, com o regime
republicano,
A) os chefes políticos mantiveram o clientelismo presente na monarquia, apesar da ampliação
do direito de voto aos alfabetizados do sexo masculino.
B) os líderes oligárquicos do Estado, para impedir o retorno dos monarquistas, passaram a
necessitar da aliança política com os coronéis do interior.
C) os governantes do Estado entraram em conflito com os coronéis do interior, que não
partilhavam dos seus ideais republicanos.

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D) os grupos que chegaram ao poder no Estado promoveram mudanças no processo eleitoral


para favorecer os coronéis que os apoiavam.

37. (UFRN/2012)
O quadro a seguir apresenta os governantes do Rio Grande do Norte nos primeiros anos após
a Revolução de 1930.

MARIZ, Marlene da Silva. A Revolução de 1930 no Rio Grande do Norte (1930-1934). Brasília:
Senado Federal, Centro Gráfico, 1984. p. 82. [Adaptado]
A análise do quadro e do contexto histórico a que ele diz respeito revela
A) a naturalidade dos administradores como o principal empecilho para as articulações entre
o governo federal e a gestão pública norte-rio-grandense.
B) a constante substituição dos administradores estaduais, como sinal das dificuldades do
governo Vargas em lidar com os problemas do cenário político potiguar.
C) a incompatibilidade profissional dos interventores com as forças políticas que comandaram
o movimento responsável pela conquista do poder central no Brasil.
D) as divergências entre os interventores civis e as orientações da administração de Getúlio
Vargas, contrárias a qualquer negociação com os políticos tradicionais.

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1. Alternativa A 13. Alternativa C 26. Alternativa C


2. Alternativa A 14. Alternativa E 27. Alternativa B
3. Alternativa A 15. Alternativa B 28. Alternativa C
4. Alternativa C 16. Alternativa A 29. Alternativa B
5. Alternativa B 17. Alternativa C 30. Alternativa C
6. Alternativa B 18. Alternativa A 31. Alternativa B
7. Alternativa C 19. Alternativa C 32. Alternativa E
8. Alternativa A 20. Alternativa A 33. Alternativa A
9. Alternativa E 21. Alternativa B 34. Alternativa B
10. Alternativa B 22. Alternativa D 35. Alternativa C
11. Alternativa E 23. Alternativa B 36. Alternativa A
12. Alternativa D 24. Alternativa A 37. Alternativa B
25. Alternativa D

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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça, também, dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para
alcançá-los. Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”.
Encontro você na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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0#{t30l#).
Je tcrtciros suii a torizaczol.

TLri 9.610/98!

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