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Métodos de Previsão do Perfil da Bacia

de Subsidência- MIN225-2021

Karmus et al. (1984): Sasaoka et al. (2015) José Margarida da Silva


DEMIN/EM/UFOP- 2021-1
S(x)= Sm [1- tanh (c x / B)] / 2

c = 1,4 (subcrítica); 1,8 (demais)


MÉTODOS DE PREVISÃO DO PERFIL DE SUBSIDÊNCIA CONTÍNUA
-Métodos gráficos;

-Métodos analíticos;

Existem métodos que tratam do problema inverso:

• a partir de uma subsidência máxima admissível, calculam-se as dimensões máximas das


aberturas a serem realizadas (Dimov & Domova, 1994).

-Entre os métodos numéricos, o principal é o método de elementos finitos.

Métodos para subsidência relativa à retirada de fluidos são tratados por USGS.
Previsão de Subsidência
Cerca de 90% dos deslocamentos superficiais máximos são alcançados com 50% da extração
do minério (Vyazmenski, 2008).
Woo et al. (2013): banco de dados de ângulos de abatimento (macro-deformações),
profundidades entre 60 e 1.150 m.

•Métodos Empíricos
Tabelas e ábacos permitem determinar subsidência prevista em cada ponto, a partir de
profundidade, largura e altura da escavação.
•National Coal Board (NCB); *Problema (Yang et al., 2013):
•Funções de Perfil; estimativa de parâmetros
desconhecidos de funções.
•Funções de Influência.

Perfil de subsidência é obtido pelo traçado de curva por pontos.

Medida da taxa de deformação da rocha pode ser expressa e definida tanto por ensaios em
laboratório quanto em levantamentos na mina (Imbaby, 1995).
Funções de Influência e modelos
• 7 princípios para escolher função de influência para cada mina, determinar coeficientes
para assegurar similaridade da curva com forma natural da bacia. Método simples e
eficiente, mas difícil determinar coeficientes (Ambrozic & Turk, 2002).

• Métodos de modelos de previsão (elástico, plástico etc)- solução por métodos numéricos.
Alternativa são métodos por redes neurais, não precisando das condições geológico-
geométricas, mas fáceis que determinar coeficientes e ter dados prévios. Possível ainda
para estimar reserva, determinar pressão do teto em tempo real e outros.

Toraño et al. (2000): perfis têm cálculo rápido e fácil escrita de programas, entendimento mais
realístico e eliminam erros de estimativa.

Sanmiquel et al. (2018): uso de GIS em mais de 1.300 pontos em mina de potássio, Espanha-
determinação de direção de deslocamentos, velocidade e influência na superfície.
Previsão de Subsidência
• Métodos Analíticos: assimilando-se o comportamento dos maciços
rochosos a modelos físicos simplificados (elásticos, elasto-plásticos,
visco-elásticos ou outro) e utilizando-se as respectivas teorias
matemáticas.

Kay (2012): previsão da subsidência com o tempo em lavra de painéis por longwall.

Possível de ser monitorada (por exemplo, interferometria de imagem de radar)


e modelada (modelagem matemática). Também por Krawczyk et al. (2018).
Mapeamentos e Modelagens Numéricas
• Conforme Sobreira e Souza (2016, em Leão, 2016), para identificação de processos geodinâmicos, como
subsidência, a escala de mapeamento é 1:10.000 ou 1:5.000.
• Para macrodeformações (ângulos de abatimento), a extensão de pequenos deslocamentos diminui com o
volume abatido.
• Woo et al. (2013): precaução quanto a confiar em gráficos de projetos empíricos existentes para estimar a
subsidência no contexto de pequenas deformações, já que dados não extrapolaram apropriadamente a
partir de ângulos de abatimento que compõem a maioria das observações.
• Descobertas sugerem que magnitude e extensão da subsidência devem ser superestimadas se análise
despreza efeito de descontinuidades geológicas e assume deslocamentos simétricos acima de escavações.
• Swart et al. (2000): topografia variável da superfície pode influenciar o projeto de pilares em subsolo em
minas rasas. Estabilidade de escavações subterrâneas pode ser afetada pela proximidade de feições (vales,
montanhas, escavações de operações mineiras, carga de materiais empilhados ou rejeitos da planta),
especialmente de operações a menos de 100 m da superfície.
• Método convencional de cálculo de pilares inclui somente tensões de compressão e implicitamente assume
que as tensões cisalhantes são desprezíveis.
• Entretanto, devido à proximidade ou à orientação dos realces relativamente às feições, pode acontecer
rotação significativa das tensões principais acerca do pilar.
-> Resultado: tanto tensão normal como cisalhante agem no pilar; devem ser consideradas para projeto
rigoroso de dimensões de pilares e recuperação de minério permitida.
Ábacos do NCB S=axm
Width = largura; depth = profundidade, m= altura da escavação; S= subsidência máxima
(L- comprimento, avanço, todo realizado)

Significado: fator “a”, a se multiplicar a altura da escavação (m), para obter a subsidência central.

Dimova (1995):
a = 0,5-0,6, para lavras
com enchimento
Exemplo
Aplicação do Método do NCB-Reino Unido (Brady & Brown, 1985)
•Método se originou de dados coletados de painéis de longwall (profundidades 24-833 m,
razão largura/profundidade 0,16- mais de 4).
• Ábaco 1: permite determinação de Smax (subsidência central) como fração da espessura de
extração (m), para dada profundidade (H) e dada largura (w)  S/m
Smax = S/m . m
• Seja painel de 480 m de avanço (L- comprimento) por 160 m de largura (W) a ser aberto em
corpo de 3 m de potência (e= m), a 250 m de profundidade (H)
 S/m = 0,63  S = 0,63 x 3 -> S = 1,89 m
• Ábaco 2: painel ainda está parcialmente lavrado (em avanço)-> dá correção da subsidência
central  s/S
s = s/S . Smax
• Ex.: Quando o mesmo painel anterior tiver avançado 200 m:
L/H= 200/250 = 0,8  s/S = 0,81*  s = 0,81 x 1,89 = 1,53 m.

*Definir o valor exato do coeficiente é um dos problemas importantes (Zhi-xiang et al., 2009).
Ábacos do NCB S= s/S x Sm

L- avanço (comprimento) parcial do painel, depth- profundidade, s- subsidência parcial, S- subsidência

Significado: para uma avanço ou comprimento (L) parcial, qual porcentagem ou fração (s/S) da
subsidência foi atingida; ainda no ponto central
Exemplo
• Ábaco 3: possibilita construção do perfil de subsidência completo como uma
curva de pontos; fornece a subsidência de cada ponto a partir de sua
distância ao centro do painel (d);
• d/h: distância do ponto ao centro do painel / profundidade de trabalho
• S: subsidência central (máxima) Subsidência
0
-250 -200 -150 -100 -50-0.5 0 50 100 150 200 250 300

Exemplos: -1
-1.5

• d = 25 m (w/H = 0,64 -> d/H = 0,1) -> s = 0,87 x 1,89 = 1,64 m, -2

• d = 50 m -> d/H = 0,2-> s = 0,59 x 1,89= 1,12 m,


... d= 100 m, 200 m? d s

• s = 0 → d/H= 1,02 →d = 1,02 x 250 = 255 m. 0


25
1,89
1,64
50 1,12
• Com os pontos (0, 1,89), (25, 1,64), (50, 1,12), ..., (255, 0) faz-se o perfil, 100 0,30
200 0,06
considerando ainda a simetria (escavação horizontal) e topografia suave. 255 0

Lee & Abel Jr (1983): recomendam intervalo de H/20 para pontos para o perfil
de subsidência.
Ábacos do NCB; s= S/S x Sm

d- distância horizontal do centro da escavação; W- largura, H- profundidade, S- subsidência máxima

Significado: subsidência de qualquer ponto a uma distância d do centro


Exemplo (NCB)
Exemplo de medida alternativa. Considerando-se lavra de camada de 2 m de
potência, a 200 m de profundidade, para dimensões do painel de 360 m de avanço
e 150 m de largura, a subsidência central era de 1,4 m.
Ao se optar pela extração parcial, abandonando pilar de 40 m de largura (e de
comprimento igual ao do painel), exatamente no centro do painel, a subsidência
no ponto central anterior (agora situado sobre o pilar) passa a ser de 0,16 m.
(Memória de cálculo mostrada à frente)

Valyrakis et al. (2018): se a informação é escassa, limitada, incerta -> apesar de


métodos numéricos avançados, há utilidade e vantagem na aplicação de
equações empíricas, previsão de deformação e outras ferramentas para definição
preliminar em projeto e tomada de decisão para mitigação do dano. Autores
demonstraram com dados de campo.

Zhi-xiang et al. (2009) propuseram novo algoritmo baseado em estatística. Além disso,
múltiplos fatores afetam essa determinação, o que abre a perspectiva de novas pesquisas
no futuro.
Memória de cálculo
• Potência e altura de extração (m) = 2 m; W = 150 m; H= 200 m;
• Smax = 0,7 x 2 = 1,4 m (painel L= 360 m);
• Para pilar de 40 m de largura no centro, nova configuração terá duas aberturas, cada
uma com W = (150- 40) / 2 = 55 m.
• Então: ábaco 1-> (W e H): S/m = 0,1 -> Smax= 0,1 x 2 -> Smax = 0,2 m.

Para os pontos A, B e C, teremos: planta


corte vertical
• Ábaco 3-> W/H = 55/200 = 0,28 -> dA1= 0 -> sA1= 0,2 m;
• dAC= 27,5 + 40 + 27,5 = 95 m -> d/H= 95/200= 0,48 -> s/S= 0,12
sA2= 0,12 x 0,2= 0,02 m -> sA= sA1+ sA2= 0,2 + 0,02 -> sA = 0,22 m;
Como A e C são simétricos em relação ao centro do pilar, sC = 0,22 m;
• dBA= 27,5 + 20 = 47,5 m -> d/H= 47,5/200 = 0,24 -> s/S= 0,4
sB1= 0,4 x 0,2= 0,08 m-> sB= sB1+ sB2= 0,08 + 0,08 -> sB = 0,16 m
E a recuperação de minério? R= (2x360x55)x2 / (360x150) x2= 73,3%
Referências Bibliográficas
Ambrozic & Turk. 2002. Prediction of subsidence due to underground mining by artificial neural networks; core.ac.uk/download, a.: 2018.
Brady B.H.G. & Brown E.T. Rock Mechanics for Underground Mining. 1985, 2004, 2006, 2012.
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Toraño J. et al. 2000. Probabilistic analysis of subsidence-induced strains at the surface above steep seam mining. IJRM, n.37, p.1161-1167.
Valyrakis et al. 2018. Surface subsidence prediction for sustainable resource management: ... Geophysical Research Abstracts, v.20;
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