Rio Grande do Sul, atual estado do Rio Grande do Sul, no município de Encruzilhada, atual Encruzilhada do Sul. Filho dos ex-escravos João Felisberto e Inácia Cândido Felisberto, nasceu na fazenda Coxilha Bonita, que ficava no vilarejo Dom Feliciano – o quinto distrito do município Encruzilhada, que fora distrito de Rio Pardo até 1849. Apresentou-se, ainda com treze anos, em 1894, na Companhia de Artífices Militares e Menores Aprendizes no Arsenal de Guerra de Porto Alegre [2] com uma recomendação de atenção especial, escrita por um velho amigo e protetor de Rio Pardo, o então capitão-de-fragata Alexandrino de Alencar, que assim o encaminhava àquela escola. Em 1895 conseguiu transferência para a Escola de Aprendizes Marinheiros de Porto Alegre, e em dezembro do mesmo ano, como grumete, para a Marinha do Brasil, na capital, a cidade do Rio de Janeiro. Assim, nos anos 1890, época em que a maioria dos marinheiros era recrutada à força pela polícia, João Cândido alistou-se com o número 40 na Marinha do Brasil em Janeiro de 1895, aos 14 anos de idade, ingressando como grumete a 10 de dezembro de 1895. Quando João Candido foi à Inglaterra em uma missão, ele teve contato com muitos marinhos ingleses, que eram totalmente politizados. Logo após isso, ele retorna ao Brasil com toda a tecnologia necessária, porém, com as 250 chibatas aplicadas em Marcelino Rodrigues Menezes, ele vai começar a questionar a forma de governo do Nilo Peçanha, porque não só a maioria dos marinheiros eram negros, quanto eles ainda utilizam da chibata, um instrumento herdado dos tempos da escravidão. As 250 chibatas em Menezes foi o estopim final para a revolta da chibata. Então, em 1910 houve então a insurreição do navio Minas Gerais, era em torno de dois mil marinheiros amotinados e eles apontavam os canhões do navio em direção ao Rio de Janeiro. Em 4 dias então, João Candido passou de desconhecido a uma celebridade e depois para desconhecido novamente. A revolta foi sufocada e seus líderes foram enviados para a ilha das cobras, lá João Candido sofreu muito por lá e quando voltou ficou conhecido como doente mental e ficou 2 meses no hospício do Rio de Janeiro e depois retorna novamente para a ilha das cobras, ficando 18 meses por lá. Ele é então, condenado e expulso da corporação, só saindo da prisão aos 32 anos. Logo após isso, ele vai trabalhar nas docas carregando peixes nas costas. João Candido vai falecer por volta dos seus 89 anos, seu enterro seu deu no contexto da ditadura e foi cercado de sigilo e muita repressão. João Candido é um símbolo do passado, mas também para os dias atuais.