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DÉCIMA-SEXTA MENSAGEM - MEDITAÇÃO A SEMEADURA E A

VINHA DO SENHOR

Observação importante:

Esta meditação abre e motiva os trabalhos deste dia

conclusivo do CUR. O compromisso com a Pastoral Am

biental, o encontro com a comunidade e com as realidades

temporais bem como toda a temática e prática desse dia se

rão adequadamente motivados pela meditação proposta: o se

meador e a vinha (Mt 13, 4-9; 18,23; 20, 1-16). Aliás, a pará

bola da vinha foi usada, com muita propriedade, por João

Paulo II como texto inspirador de sua Exortação Apostólica

Christifïdeles Laici (Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e

no Mundo). Os participantes deveriam sair desta meditação

fortemente motivados para assumir sua missão evangeliza

dora (Cf. n. 196).        , „ ; ,

 Notas prévias:

1. Finalidades:

a) mostrar que não é bastante ter-se tornado, no CUR, um "bom"


cristão "consciente" e "crescente", se não se tornar um cristão
"comunicante" (missionário);

b) mostrar como a semente, caída em terra boa, exige cuidados


para que germine e dê frutos: a comunhão com Jesus (oração,
sacramentos, etc.) e a comunhão com os irmãos...(comunidade);
c) deixar claro que a mesma voz de Deus que chamou seus
escolhidos (vocês...) é a que os envia ou reenvia para, nos seus
ambientes e circunstâncias, cultivarem a vinha do Senhor. Nesse
mister, embora possa fazer tudo sozinho, Ele quer precisar dos
cristãos leigos: daí a responsabilidade de todos. Ele promete sua
ajuda e assistência constantes.

2. Duração: máximo de 25 minutos.

Esquema          _

 Nestes dois dias, participando de uma experiência diferente - a


experiência de uma comunidade constituída pela ação do Espírito de
Deus, a Graça - tomou-se consciência, também, dos valores do Reino
de Deus, do seu Plano de Salvação e da necessidade do seguimento
de Jesus Cristo. Sente-se, agora, a responsabilidade em partilhar
tudo isso com os demais e com as realidades da vida de cada um. E
isto se faz organizada e comunitariamente, como será mostrado
durante o decorrer deste dia. Nesta meditação é preciso descobrir
o que Cristo ensina a respeito.

A semeadura (Mt 13, 4-9, 18-23) - nestes dias a semente caiu em


terra boa e, com certeza, produzirá muitos frutos. Todos foram
chamados para ser semeadores. O semeador tem alegrias e sofre
decepções e frustrações. Enfrenta fracassos e conflitos, ainda que
o Reino "já esteja próximo" ou "no meio"; as sementes plantadas por
Cristo se espalharam, mas continuam as resistências das pessoas e
das estruturas, impedindo, assim, a justiça do Reino entre os
homens. Haverá colheita, sim, ainda que à custa de muitas perdas.
Entretanto, o semeador tem certeza de que é Deus que faz a
semente germinar; a semente da palavra de Deus e do testemunho
de vida sempre ficam; e ficam, via de regra, mais a do testemunho
do que a da palavra. Nem sempre é com uma Bíblia debaixo do braço
que se evangeliza. É com o testemunho de vida que, normalmente, se
anuncia o Reino de Deus, denunciando-se, ao mesmo tempo, o que
com ele contrasta.
Na vinha do Senhor (Mt 20, 1-16): o importante não é a hora
em que se foi chamado e, sim, a disponibilidade para o trabalho que
vai começar, a partir de agora, na vinha, no campo de atividade de
cada um. Não se estranhe o "salário", igual para todos, pois todos
serão igualmente recompensados pela resposta positiva ao convite
do dono da vinha, ainda que tenham vindo de última hora. O
essencial é trabalhar na vinha e executar a tarefa solicitada.

Garantida:_semeadores da Palavra de Deus e ——— dos


valores do Reino - evangelizadores, missionários -serão sempre bem
sucedidos. Algumas condições para que

MEDITAÇÃO SEMEADURA E A VINHA   Mat.13,3-


9

Antigamente o semeador, o agricultor colocava as


sementes em uma peneira e as jogava por sobre os
ombros para trás, não havia covas individuais.

E ao semear uma parte da semente caiu à beira do


caminho e as aves comeram.

Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não


havia muita terra. Logo brotou, porque a terra era
pouco profunda, mas ao surgir o sol, queimou e por
não ter raiz, secou. Outra caiu entre os espinhos. Os
espinhos cresceram e a abafaram. Outra parte caiu
em terra boa e produziu fruto, uma cem, outra
sessenta e outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça.

 
1) a semente que caiu à beira do caminho,
representa as pessoas que não estão dispostas a
aprender. Estão fechadas dentro do seu mundo,
cheio de orgulho. Suas verdades são eternas.
Quantas vezes não reagimos assim? Não
queremos mudar. Não aprendemos com os nossos
erros e nem com os erros dos outros.

Como vai o terreno do nosso coração?

2) outra parte caiu em solo rochoso, onde


não havia muita terra. Logo brotou, mas, ao
surgir o sol, também queimou e secou. É um solo
um pouco melhor do que a que estava á beira do
caminho . esse solo representa todos que
receberam rápida e alegremente a palavra de
Deus, mas quando chegaram os problemas, as
perdas, as decepções, ficaram confusos e
assustados. Pensavam que seguir Jesus era
habitar o céu, sem nenhum fracasso. Jesus não
prometeu isso. Prometeu força na fragilidade e
coragem nos momentos dificíes. Os problemas e
os sofrimentos são ferramentas que nos fazem
garimpar ouro dentro de nós mesmos. Deus nos
salva também na dor.

3) outra parte caiu entre espinhos; e os


espinhos cresceram e a sufocaram. Muitas vezes
ouvimos a voz de Deus no cotidiano e que Ele tem
um plano para nós. Então começamos a questionar
valores; os prazeres do mundo começam a
sufocar nossa fé e permanecer santo torna-se
muito difícil. A gente passa a maior parte do
tempo querendo ser servido do que servir. É uma
planta que está sendo sufocada por espinhos, de
fora para dentro, até que começa a murchar,
perder forças e morrer.

Quais são os espinhos que sufocam as sementes


plantadas no meu coração?

4) Finalmente, outra parte caiu em terra


boa e produziu frutos; uma terra 100, outra 60,
e outra 30.

Essa terra boa com certeza produzirá frutos. Ela


representa cada um de nós que se abre ao
Senhor. Todos nós somos chamados a ser
semeadores. O semeador tem alegrias, sofre
decepções e frustrações. Enfrenta fracassos e
conflitos.  As sementes plantadas por Cristo se
espalharam, mas continuam as resistências das
pessoas e das estruturas.   É Deus que faz a
semente germinar. A semente da Palavra de Deus
e do testemunho de vida, sempre ficam e o
testemunho no cotidiano exige do semeador
cuidados com seu modo de ser e de agir. A
comunhão com Jesus através da oração diária,
participação nos sacramentos, estudo e a
comunhão com nossos irmãos e com nosso modo
de agir em nossos ambientes, é que vão fazer de
nós verdadeiros semeadores do Reino de Deus.

Mt. 20,1-16       A vinha do Senhor

Na parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus


nos mostra que os que iniciaram o serviço às
17:00, ganharam o mesmo salário daqueles que o
haviam iniciado às 6:00 da manhã. Isso quer
dizer que a idade cronológica não importa para
Deus, mas a qualidade da vida do cristão.O
importante não é a hora em que se foi chamado,
e sim a disponibilidade para o trabalho que vai
começar; a partir de agora na vinha, no campo
de atividade de cada um. Não se estranhe o
salário, igual para todos, pois todos serão
igualmente recompensados pela resposta positiva
ao dono da vinha, ainda que tenham vindo de
última hora.

TESTEMUNHO

Ex. Eu e o Saluar fomos chamados há mais de 20


anos atrás, mas, vocês terão a mesma
recompensa que nós,pois foram chamados agora.
Para sermos semeadores e termos colheita
garantida na vinha do Senhor, é preciso estar em
união com Cristo, através da oração,
perseverança nos sacramentos da reconciliação,
Eucaristia, união com os irmãos e vida
comunitária. Não desanimar jamais, nem sempre
os resultados são imediatos. A hora de Deus nem
sempre é a nossa.Ele não contabiliza resultados,
mas contempla os esforços. Ele não quer, agora
de nós, a chegada, deseja, sim, nossa
caminhada.

Algumas considerações sobre a meditação a


semeadura e a vinha
A parábola do semeador destaca-se pela abrangência
que apresenta, e mostra quatro situações das sementes,
comparando-as às pessoas. "E o semeador saiu a semear".
Esta figuração deve nos levar à imagem da semeadura a
lanço, quando o agricultor colocava as sementes em uma
peneira e as jogava por sobre o ombro para trás. Assim se
semeavam grandes campos. Não havia covas individuais. Por
isso, argumentou Jesus, que algumas caíram ao lado da
estrada, porque o vento as teria levado para fora da área a
ser cultivada. Foi pisada e comida por pássaros.

Outro grupo de sementes caiu sobre local onde havia


pouca terra e pouca umidade. Quis germinar, mas logo depois
acabou morrendo.

A terceira coleção de sementes foi abafada pelos


espinhos e morreu. Finalmente um grupo caiu em terra fértil
e produziu muito. A mil frutos por semente.

Depois de contadas as histórias, Jesus deixava que as


pessoas interpretassem o seu enunciado para chegar às
próprias conclusões, por meio de comparações. E dizia: Por
isso eu conto a vocês essas histórias e vocês entendem. Aos
mais poderosos e sabidos, não adianta contar porque eles
riem e não acreditam.

À medida que o tempo passa, as interpretações dessas


histórias chamadas parábolas se ampliam. Os primeiros
estudos comparam essas sementes às pessoas e ao semeador,
àquele que prega a doutrina nova, as lições do Evangelho.
Pessoas que ouvem mas não crêem, nem têm interesse.
Parece-lhes que podem dispensar essas lições e
conhecimentos. As palavras ditas são sementes que foram
devoradas e se perderam. Outros mais entusiasmados tomam
contato com o Evangelho e se deslumbram. Por um tempo,
parece-lhes que nada mais existe e está ali tudo o que
precisam. Ignoram a necessidade do esforço próprio para
incorporar novos valores que os transformem. Por isso, logo
desanimam. É a semente que começa a germinar, mas faltam-
lhe adubo e umidade. Há também pessoas que tomam contato
com a Boa Nova e se interessam. Mas não querem abrir mão
dos valores do mundo. Precisam do elogio, dos cargos e de
outros valores humanos que envaidecem. São os espinhos que
afogam a alma que deseja libertar-se. E há, finalmente,
aquele que se assemelha ao terreno próprio, fértil, adubado,
em condições perfeitas para receber a boa semente. Aí,
rapidamente, a planta germina e se desenvolve. Depois,
produz muito

A PARÁBOLA DO SEMEADOR – I 
(Mt, 13,3-9)

Jesus de Nazaré era um excelente contador de histórias.


Jamais alguém contou histórias com tanta eficiência. Jesus
resumia muitos assuntos com as suas parábolas. 
Um dia Jesus, o maior educador que a humanidade conheceu,
contou a parábola do semeador. Na parábola Jesus sintetizou
a sua grande missão. Ele veio semear no coração dos homens.
Jesus não usou os parâmetros do certo e do errado, do
sucesso ou do fracasso para classificar as pessoas. Ele
classificou o coração pelo desprendimento, receptividade e
disposição para aprender. Para Jesus as palavras não eram
informações, nem a memória era um depósito de informações.
A memória era um solo que deveria receber muitas sementes
que, uma vez desenvolvidas deverias frutificar. Para ele
estes frutos seriam amor, paz, solidariedade, segurança,
sensibilidades, perdão, doação, serviço, docilidade. Jesus não
queria produzir robôs e nem corrigir comportamentos. Jesus
semeava nos solos do consciente e do inconsciente para
transformar as pessoas ao longo da vida. As sementes que
Jesus de Nazaré eram diferentes das sementes convencionais
que tentam mudar o ser humano de fora para dentro. As
sementes que o Mestre queria plantar tinham a missão de
mudar o ser humano de dentro para fora. Não há figura mais
bela para um educador do que ser semeador. Um educador
que semeia é um revolucionário. Ele nunca mais tem controle
sobre o que semeou. A semente terá vida própria. Era isso
que Jesus sonhava e queria, mudar o coração humano e sabia
que a mudança só seria real e possível se ele mudasse a
ecologia da alma e do espírito humano.
Na parábola do semeador Jesus nos apresenta quatro tipos
de solos, são os vários tipos de corações ou seja quatro
estágios da mesma personalidade.
“Um semeador saiu para semear. E ao semear uma parte da
semente caiu à beira do caminho, e as aves comeram. Outra
parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra.
Logo brotou, porque a terá era pouco profunda. Mas, ao
surgir o sol, queimou e por não ater raiz, secou. Outra caiu
entre os espinhos. Os espinhos cresceram e a abafaram.
Outra parte caiu em terra boa e produziu fruto, uma cem,
outra sessenta e outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt
13,3-9).

A PARÁBOLA DO SEMEADOR - II
Durante muitos anos Jesus pesquisou atenta e silenciosamente
a formação da personalidade. Conhecia muito o coração
humano. Sabia detectar nossas dificuldades. Jesus também
sabia que ferimos as pessoas que mais amamos, que perdemos
a paciência facilmente e que as nossas preocupações
governam o nosso dia a dia. O Mestre de Nazaré era um
plantador de sementes e sabia que o ser humano não muda
magicamente.

Na parábola do semeador Jesus descreve o primeiro tipo


de solo como a semente que caiu à beira do caminho. O solo
da beira de caminho, geralmente, esta endurecido e
impermeável. As sementes ali lançadas não podem penetrar.
Para Jesus este solo representa as pessoas que não estão
dispostas a aprender. Estão fechadas dentro do seu mundo.
Foram contaminadas pelo orgulho. Suas verdades são eternas.
Quando põem uma coisa na cabeça ninguém consegue removê-
las. Quantas pessoas conhecemos que possuem estas
características. Quantas vezes não reagimos assim? Somos
teimosos, não permitimos que nos questionem O mundo te de
girar e torno do nosso umbigo. Os discípulos possuíam uma
personalidade assim compactada, encarcerada. As dores, as
perdas e as decepções deveriam funcionar como arados para
sulcar nosso coração, mas muitas vezes somos tão rígidos que
não permitimos que elas penetrem o nosso ser. Não queremos
mudar, continuamos os mesmos.
Não aprendemos com os nossos erres e nem com os erros dos
outros.
Ser rígido, preconceituoso, fechado não é fruto da falta de
cultura acadêmica. Há muito psicólogos, médicos, padres,
filósofos que são fechados em si mesmos. Não podem ser
contrariados. São infelizes, têm medo de se abrir para
outras possibilidades. E fazem infelizes as pessoas que mais
amam.
A sabedoria requer que estejamos sempre abertos às
novas lições. A humildade é a força dos sábios, a arrogância,
dos fracos. Nem Jesus, com suas mais lindas sementes da
sabedoria e do amor, conseguia fazer germinar num solo
compactado à beira do caminho. Ele não invadia o coração
humano. Ele só trabalhava na alma e no coração dos que lhe
permitiam. Os jovens discípulos, embora meio durões, abriram
seu ser a ele. Ao ouvir as palavra de Jesus e contemplar
fascinados, os seus gestos, o solo do coração deles foi
sulcado e preparado para receber as suas sementes.
Como vai o terreno do seu coração? Você consegue ser
ajudado pelas pessoas que o rodeiam? Seus amigos, filhos,
colegas de trabalho conseguem falar ao seu coração? Seus
erros e sofrimentos conseguem sulcar a sua terra e torná-la
apta para que as mais nobres sementes possam crescer?

A PARÁBOLA DO SEMEADOR - III

O capítulo treze de São Mateus trás a parábola do semeador


onde Jesus nos coloca os quatro tipos de terreno onde a
semente é lançada. Hoje vamos analisar e comentar sobre o
segundo tipo de solo: o solo rochoso. Jesus diz: “... Outra
parte da semente caiu e solo rochoso, onde não havia muita
terra. Logo brotou porque a terra era pouco profunda. Mas,
ao surgir o sol, queimou-se e, por não ter raiz, seco5-6)
O solo rochoso é o segundo tipo de coração citado por Jesus.
É um solo um pouco melhor do que o que estava à beira do
caminho. As sementes lançadas aqui encontram condições
mínimas para germinar. Elas logo nascem, mas o colar do sol
é insuportável e elas não resistem. 
Este tipo de solo, segundo Jesus, representa todos os que
receberam rápida e alegremente a sua palavra. Mas um dia
chegaram os problemas, as perdas e as decepções bateram à
sua porta. Ficaram confusos e assustados. Pensavam que
seguir o Mestre era habitar o céu sem nenhum fracasso. Mas
se enganaram. Jesus jamais fez estas promessas Jesus
prometeu força na nossa fragilidade, coragem nos momentos
de desespero.
Os jovens seguidores de Jesus passaram por este estágio.
Eles não eram gigantes, como nós também não somos. Temos
todos nossos limites. Mas a melhor maneira de enfrentarmos
nossos problemas e limites é lançar raízes profundas em
nossos corações. As raízes de uma árvore são o segredo de
seu sucesso, de sua capacidade de sustentar e suportar o
calor do sol, as tempestades e o frio. Se você não se
preocupa em cultivar raízes internas, não espere encontrar
águas profundas nos dias de aridez. As plantas que suportam
a seca não são as mais belas, mas as que têm as raízes mais
profundas. O segredo do sucesso de um estudante, de um
atleta, de um pai, de uma mãe, de uma família esta nas suas
raízes. Muitos observam os resultados e ficam fascinados,
mas não percebem que seus segredos são a coragem, a
humildade, a simplicidade e o desejo ardente de aprender
enraizados nos solos de sua emoção e de seus pensamentos.

Nas horas amargas da vida, os amigos vão embora, a


pessoa amada não nos suporta, ninguém nos compreende, o
trabalho vira um tédio. A solidão toma conta do coração. O
que fazer? Aproveitar as oportunidades para lançar raízes.
Jesus nos ensinou que para lançar raízes, é necessário
remover as pedras, o cascalho do nosso ser. É preciso
adentrar os labirintos do nosso ser, correr riscos para
conquistar aquilo que realmente tem valor. Reconhecer falhar,
pedir desculpas, perdoar, tolerar, tirando a trave dos nossos
olhos antes de querer remover o cisco do olho do nosso
irmão. Os perdedores perturbam-se com o calor do sol, os
vencedores usam suas lágrimas para irrigar o solo do seu ser.

Os seguidores de Jesus, os jovens discípulos passaram


por muitos testes. A cada teste lançavam raízes mais
profundas dentro de si mesmo para acreditar no sonho do
Mestre. Nós também somos assim. Os problemas e os
sofrimentos são ferramentas que nos fazem garimpar ouro
dentro de nós mesmos

A PARÁBOLA DO SEMEADOR - V

Na parábola do semeador chegamos ao último tipo de solo: a


boa semente. “... Outra parte, finalmente, caiu em terra
boa e produziu fruto, uma cem, outra sessenta e outra
trinta. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mt 13,8-9).

A terra boa era o solo que Jesus, Mestre da vida,


queria para plantar e cultivar as mais importantes funções da
personalidade. Jesus desejava mudar o ecossistema da
humanidade, mas ele precisava do coração humano para
realizar esta tarefa. O coração que representa a boa terra
foi o que removeu as pedras, suportou as dificuldades da
vida, lançou raízes profundas nos tempos de aridez, criou um
clima favorável para frutificar com abundância.

         O próprio Jesus disse que estes corações são os que


compreenderam sua palavra, refletiram sobre ela, permitiram
que ela habitasse o seu ser. Esse grupo de pessoas não era
os mais cultos ou inteligentes. Tinham muitas limitações. Mas
abriram seu coração ao vendedor de sonhos e aplicaram a sua
palavra dentro de si mesmos. Alguns erraram muito mas não
tiveram vergonha nem medo de chorar e começar tudo de
novo.

Os jovens discípulos galileus entenderam, ao longo dos


dias, que não bastava admirar Jesus. Entenderam que segui-
lo e amá-lo exigia um preço. O maior de todos os preços era
reconhecer as próprias misérias. Era enfrentar o egoísmo, o
individualismo, o orgulho que contaminava diariamente o
território de sua emoção.
Jesus usava várias ferramentas para corrigir o solo dos seus
discípulos. Ele os treinava constantemente a “arar” a alma e
corrigir a acidez.
Jesus não era apenas um vendedor de sonhos, ele era
também um vendedor de esperança. Ele acreditava nas suas
sementes e nos solos que cultivava. Para ele nenhum solo era
inútil, nenhum coração era imprestável. Ninguém acreditou
tanto no ser humano como Jesus. Jamais alguém entendeu
tanto do coração humano e das vielas da nossa emoção como
Jesus de Nazaré. Jesus fez com que os discípulos
reescrevessem sua história, aprendessem a pensar antes de
reagir, rompessem o cárcere interior e fossem líderes de si
mesmos. Os discípulos aprenderam a grandeza do perdão, a
superar o sentimento de culpa e a cultivar o amor. Eles
tornaram o solo do seu coração a boa terra que Jesus fala na
parábola da semente.

Na parábola dos trabalhadores na vinha (Mateus 20:1-16),


Jesus nos mostra que os que iniciaram o serviço às 17 horas
ganharam o mesmo salário daqueles que o haviam iniciado às 6
horas da manhã. Isso quer dizer que a idade cronológica não
importa para Deus, mas a qualidade da vida do cristão.

1. OS FIÉIS LEIGOS (Christifideles laici), pertencem àquele


Povo de Deus que é representado na imagem dos
trabalhadores da vinha, de que fala o Evangelho de Mateus:
« O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário, que saiu
muito cedo, a contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a
vinha » (Mt 20, 1-2).

A parábola do Evangelho abre aos nossos olhos a imensa


vinha do Senhor e a multidão de pessoas, homens e mulheres,
que Ele chama e envia para trabalhar nela. A vinha é o
mundo inteiro (cf. Mt 13, 8), que deve ser transformado
segundo o plano de Deus em ordem ao advento definitivo do
Reino de Deus.
Ide vós também a minha vinha

2. « Ao sair pelas nove horas da manhã, viu outros, que


estavam ociosos, e disse-lhes: "Ide vós também para a minha
vinha» » (Mt 20, 3-4).

O convite do Senhor Jesus « Ide vós também para a minha


vinha » continua, desde esse longínquo dia, a fazer-se sentir
ao longo da história: dirige-se a todo o homem que vem a
este mundo.

Ide vós também. A chamada não diz respeito apenas aos


Pastores, aos sacerdotes, aos religiosos e religiosas, mas
estende-se aos fiéis leigos: também os fiéis leigos são
pessoalmente chamados pelo Senhor, de quem recebem uma
missão para a Igreja e para o mundo. E vocês jovens deste
cursilho, são os fieis leigos que Jesus está chamando estes
dias! Lembra-o S. Gregório Magno que, ao pregar ao povo,
comentava assim a parábola dos trabalhadores da vinha: «
Considerai o vosso modo de viver, caríssimos irmãos, e vede
se já sois trabalhadores do Senhor. Cada qual avalie o que
faz e veja se trabalha na vinha do Senhor ».(2)

De um modo especial o Concílio, vaticano II,  pede


instantemente no Senhor a todos os leigos que respondam com
decisão de vontade, ânimo generoso e disponibilidade de
coração à voz de Cristo, que nesta hora os convida com maior
insistência, e ao impulso do Espírito Santo.

De modo particular os mais novos tomem como dirigido a


si próprios este chamamento e recebam-no com alegria e
magnanimidade. Com efeito, é o próprio Senhor que, por meio
deste sagrado Concílio, mais uma vez convida todos os leigos
a que se unam a Ele cada vez mais intimamente, e, sentindo
como próprio o que é d'Ele (cf. Fil 2, 5), se associem à Sua
missão salvadora. 11 Ele quem de novo os envia a todas as
cidades e lugares aonde Ele há-de chegar (cf. Lc 10, 1) ».
(3)

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