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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 MINDFULNESS ........................................................................................ 20
14 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
2 UM BREVE HISTÓRICO DA TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL
Fonte: iaccsul.com.br
O termo Behaviorismo foi fundado por John Broadus Watson, em 1913, com
sua publicação Psicologia: como os Behavioristas a veem, mais é no behaviorismo
radical e análise experimental do comportamento que a terapia analítica
comportamental tem se sustentado, com enfoque nas relações funcionais entre o
organismo e ambiente, aceitando os estados subjetivos como as emoções,
sentimentos e pensamento, não como causas, do comportamento e sim como produto
da interação entre organismo e ambiente (ALDINUCCI; 2011). Onde, são eventos que
somente o organismo tem acesso, são comportamentos que mantêm uma relação
com o ambiente e este ambiente é qualquer evento que afete o organismo, podendo
ser tanto os estímulos eliciadores, discriminativos e também os eventos consequentes
dessa ação. (SAMPAIO; ROMCANTI, 2012).
Cabe salientar que a análise do comportamento foi Introduzida no Brasil no ano
de 1961, pelo professor norte-americano Fred Keller com o objetivo de ministrar uma
disciplina de psicologia experimental em uma universidade de São Paulo (LEONARD,
2015). Na época, a formação consistia na aprendizagem dos processos
comportamentais básicos por meio da leitura dos primeiros livros-texto em análise do
comportamento e das pesquisas publicadas no Journal of the Experimental Analysis
of Behavior, além da realização de experimentos com ratos (GUILHARDI; 2003,
MATOS, 1998, apud LEONARD, 2015).
De acordo com o mesmo autor, ao longo de seu desenvolvimento, diversas
terminologias foram utilizadas para se referir à prática clínica brasileira de base
behaviorista radical, tais como psicoterapia comportamental, terapia comportamental
e psicologia clínica comportamental. Entretanto, nos anos 1990 e 2000, analistas do
comportamento brasileiros questionavam se essas denominações eram suficientes
para representar sua atuação, uma vez que estavam muito associadas às técnicas
respondentes e eram frequentemente confundidas com a terapia cognitivo-
comportamental (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud LEONARD, 2015).
Por essa razão, Tourinho e Cavalcante propuseram, em 2001, o uso do
termo terapia analítico-comportamental (TAC), que se tornou consenso entre
terapeutas de diferentes regiões do Brasil como a melhor denominação para qualificar
sua prática profissional, por especificar, já em seu nome, as bases filosóficas,
conceituais e metodológicas que a sustentam (NENO; 2003, LEONARD, 2015).
Deve-se ressaltar que a criação do termo não teve a intenção de propor uma
nova modalidade de terapia, mas apenas uniformizar o nome da prática clínica
fundamentada na ciência do comportamento Skinneriana que vinha sendo praticada
no Brasil desde o início da década de 1970 (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud
LEONARD, 2015).
Como explica Vandenberghe (2011, apud Leonard, 2015), a TAC foi
desenvolvida no Brasil por um grupo de terapeutas que estenderam os fundamentos
filosóficos do behaviorismo radical e os princípios básicos da análise experimental do
comportamento para o âmbito da psicoterapia. Dessa forma, quando a CBA começou
a aparecer no fim da década de 1980 e começo da década de 1990 nos Estados
Unidos da América, uma terapia comportamental de base Skinneriana já estava bem
solidificada no Brasil.
Por fim, deve-se destacar que o termo criado no Brasil para identificar a terapia
comportamental de base behaviorista radical – terapia analítico-comportamental – é
desconhecido no resto do mundo. Por exemplo, em uma busca realizada no Google
Acadêmico em setembro de 2015 com as expressões “behavior-analytic therapy",
"behavioral-analytic therapy" e "analytical-behavioral therapy (algumas traduções
possíveis para terapia analítico-comportamental), foram identificados quase que
exclusivamente artigos de autores brasileiros que utilizaram tais expressões no
resumo ou nas palavras-chave (LEONARD, 2015).
Segundo o mesmo autor, o termo cunhado no Brasil não é conhecido e utilizado
fora dele, o que, naturalmente, dificulta a inserção da produção de conhecimento
sobre terapia dos analistas do comportamento deste país em outros lugares do mundo
e, consequentemente, o diálogo entre as diversas modalidades de terapia
comportamental já desenvolvidas.
A análise comportamental clínica, ou terapia analítico-comportamental, se
refere a uma proposta de intervenção clínica baseada em estratégias voltadas para o
setting terapêutico com ênfase na análise operante do comportamento verbal, visando
encontrar a função de cada comportamento no repertório individual e, através deste,
realizar modificações ambientais utilizando da relação terapêutica como ferramenta
de mudança assim como também na análise de eventos privados, com proeminência
na causalidade das contingências externas (MARÇAL, 2005).
Andery (2010) corrobora propondo que a expressão análise do comportamento
designa, então, um conjunto de práticas de uma comunidade (os analistas do
comportamento) e seus produtos. Tais práticas envolvem as maneiras de fazer
pesquisa e os seus resultados, ou seja, envolvem a pesquisa científica que serve de
base e fundamento para a produção de corpo de conhecimento teórico e de
explicações (comportamento verbal) sobre o comportamento e, então, para o
desenvolvimento de técnicas, procedimentos e tecnologias de intervenção que são
aplicadas para a solução de problemas envolvendo comportamentos.
O conjunto de práticas que chamamos de análise do comportamento envolve,
portanto, a análise experimental do comportamento – pesquisa básica e pesquisa
aplicada –, a análise do comportamento aplicada e a filosofia que a elas se vincula –
behaviorismo radical (MICHAEL; 1980, CATANIA; 1984; TOURINHO; 2003, apud
ANDERY; 2010)
É uma prática clínica fundamentada nos princípios filosóficos e metodológicos
da ciência do comportamento humano proposta pelo behaviorismo radical de Skinner
tendo como base para a explicação do comportamento métodos e processos
experimentais pautados na aprendizagem e análise de contingências (LEONARD,
2015).
3 AS ORIGENS DAS TÉCNICAS ANÁLITICO-COMPORTAMENTAL
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br/
Segundo Jones (1924) citado por Sampaio e Roncati (2012) considera que as
intervenções clínicas baseadas em teorias comportamentais tiveram início na década
de 1920, com o famoso estudo de Mary Cover Jones, conhecido como o caso do
“Pequeno Peter”. Esse foi o primeiro trabalho utilizando princípios baseados no
condicionamento clássico (pavloviano) para o tratamento das fobias. Jones utilizou a
associação de estímulos com funções respondentes opostas, a fim de eliminar um
condicionamento aversivo anterior que, presumivelmente, deflagrara o quadro fóbico
de Peter (um garoto de 8 anos com fobia de coelhos).
As sessões, que eram diárias e ocorreram durante dois meses, envolviam a
aproximação gradativa do coelho (estímulo fóbico) associado a estímulos que
eliciavam respostas prazerosas, como alimento e brinquedos. No final do tratamento
Peter conseguiu se aproximar e tocar o coelho, não apresentando nenhum sintoma
de medo ou ansiedade. O princípio de contracondicionamento pavloviano ou inibição
recíproca foi utilizado por Jones para explicar a eliminação da resposta de medo
(SAMPAIO; RONCATI, 2012).
Defendendo a necessidade de pareamento com um estímulo eliciador de
resposta oposta ao medo, Jones chegou a afirmar que a apresentação repetida do
objeto temido, sem qualquer tentativa auxiliar de eliminar o temor, seria provavelmente
mais capaz de produzir um efeito de “somação” do que uma adaptação.
Curiosamente, a primeira proposta formal mais estruturada de utilização clínica dos
princípios de contra- condicionamento para o tratamento das fobias surgiu somente
no final da década de 1950, na África do Sul, com o trabalho do psiquiatra Joseph
Wolpe em Psicology by reciprocal inhibition (WOLPE, 1954; 1958; apud SAMPAIO;
RONCATI, 2012).
De acordo com o referido autor, Wolpe conceitualizou e descreveu os
procedimentos da técnica de Dessensibilização Sistemática (DS). A técnica
demonstrou bons resultados no tratamento das fobias e passou a ser estudada em
ensaios clínicos controlados e utilizada em larga escala a partir da década de 1960.
Concomitantemente ao desenvolvimento da DS e de outras técnicas baseadas
no paradigma respondente, a abordagem comportamental também se desenvolvia
rapidamente em contextos institucionais como escolas, asilos e hospitais, utilizando
operações e processos comportamentais operantes como o reforço, a punição, a
extinção e o controle de estímulos, visando a eliminação de comportamentos
socialmente indesejáveis e a ampliação de um repertório que produzisse mais
reforçadores sociais a curto, médio e longo prazos, em indivíduos institucionalizados
(SAMPAIO; RONCATI, 2012).
Surge, assim, uma nova área da clínica comportamental, caracterizada pela
utilização de técnicas operantes, que ficou conhecida como Análise Aplicada do
Comportamento (amplamente reconhecida como Modificação do Comportamento).
Segundo Alvaréz (1996, apud Sampaio; Roncati; 2012), os principais
procedimentos técnicos desenvolvidos nessa área foram:
1. procedimentos de aquisição e aumento de frequência de comportamentos;
Fonte: tommyreforcopositivo.files.wordpress.com.br
Em suma, conclui‑se daí que todo uso de técnicas é uma intervenção, mas
nem toda intervenção é uma técnica. Além disso, toda intervenção (inclusive com uso
de técnicas) envolve uma avaliação contínua. Essa avaliação, por sua vez, é feita não
só durante a intervenção como também quando o clínico avalia o caso
encobertamente durante a sessão, ou com seu supervisor.
4 ALGUMAS TÉCNICAS UTILIZADAS NA CLÍNICA COMPORTAMENTA
Fonte:conexaoestudante.com.br
5 A RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Fonte: comportese.com.br
d) uma cooperação por parte de cliente e terapeuta para que os objetivos que
foram estabelecidos possam ser atingidos de forma eficaz;
Caballo (1996) corrobora, propondo alguns dos fatores que contribuem para o
sucesso da terapia e estão relacionados às variáveis do paciente:
Fonte:comportese.com.br
Segundo Meyer, et al. (2015), citado por Lapa e Santana (2018), construir uma
tabela de tríplices contingências pode ajudar o terapeuta a se sentir em melhor
condição de prever e controlar o comportamento do cliente e o seu próprio.
Os autores exemplificam com uma tabela composta de três colunas:
antecedentes, respostas e consequências e consideram que um procedimento
possível para selecionar os comportamentos que irão compor a coluna de respostas,
é o terapeuta elencar respostas moleculares (específicas) que fazem parte da queixa
do cliente ou que foram identificadas como produzindo consequências aversivas. Em
caso de semelhanças entre os antecedentes e consequências dessas diversas
respostas, o terapeuta poderá identificar uma classe de respostas molar (ampla).
7 TÉCNICAS DE RELAXAMENTO
Fonte:psicologosp.com.br
8 MINDFULNESS
Fonte: vittude.com.br
9 DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA
Fonte: cienciasecognicao.org.br
3. Treinamento de relaxamento.
Fonte: depositphotos.com.br
Fonte: cienciasecognicao.org.br
A economia de fichas (EF) foi desenvolvida por Ayllon e Azrin, por volta de
1968, em trabalhos realizados com pacientes internados em instituições psiquiátricas
e, desde então, tem sido utilizada em inúmeros contextos e se revelado uma técnica
útil na modificação de comportamentos de pessoas ou grupos (Patterson, 1996, apud,
Sampaio, Roncati; 2012).
A economia de fichas se baseia em pressupostos do condicionamento operante
e consiste, basicamente, na apresentação de fichas como reforçadores imediatos que
serão trocadas por outros reforçadores posteriormente. A diversidade de aplicações
da EF é muito grande. Na clínica, é bastante utilizada com crianças, mas também é
útil em ambientes hospitalares, enfermarias, asilos e até empresas, além de creches
e escolas (SAMPAIO; RONCATI, 2012).
Segundo os autores referenciados, cartões carimbados em restaurantes e
selos retirados da tampa das embalagens de pizzas delivery são bons exemplos da
utilização comercial dos princípios da economia de fichas. Essa estratégia de controle
do comportamento do consumidor visa aumentar a frequência com que o cliente
escolhe um determinado produto, serviço ou estabelecimento comercial
Após algumas emissões da resposta (geralmente 10 vezes, nos exemplos
citados), o cliente pode trocar as “fichas” (selos retirados da tampa ou carimbos em
um cartão) por uma refeição ou uma pizza grátis. Podemos considerar, de maneira
informal, que a própria disseminação dessa prática em restaurantes por quilo e
pizzarias é um bom indício da efetividade desse procedimento, utilizado quando não
é possível ou desejável reforçar diretamente todas as emissões de um operante com
o estímulo reforçador que originalmente o controla (SAMPAIO; RONCATI, 2012).
A aplicação clínica da EF deve contemplar alguns pontos, tais como:
Fonte: comportese.com.br
Dentro do contexto clínico, uma das técnicas utilizadas é o ensaio
comportamental, também conhecido como role-playing, que consiste em reproduzir
durante a sessão, por meio de dramatização, situações análogas a dos contextos
sociais em que o cliente tem déficit e treinar a forma socialmente relevante do
comportamento. Isso também pode ser feito com o cliente imaginando determinadas
situações de desconforto social e a melhor maneira de lidar com elas (CERQUEIRA,
2017).
Del Prette e Del Prette (1999/2001) descrevem o role-playing através dos
passos de apresentação de uma situação-problema, breve discussão acerca da
situação, arranjo de uma situação análoga, desempenho do cliente em situação
estruturada e feedback do terapeuta e/ou de outros participantes.
Aplicado à terapia analítico-comportamental, o role-playing ou ensaio
comportamental inclui: obter uma boa descrição da situação-problema para
estabelecer a relação entre eventos; operacionalizar sequências comportamentais
uma de cada vez; fornecer instruções e modelos de desempenho; apresentar o
comportamento em uma cena; dar dicas sobre o desempenho; inverter papéis,
reapresentar, reavaliar o desempenho; programar generalização e avaliar
desempenho na situação real nas próximas sessões (CALAIS; BOLSONI-SILVA,
2008; OTERO; 2004).
Segundo os autores supracitados, o terapeuta pode solicitar e/ou sugerir ao
cliente que o mesmo faça tarefas de casa com o objetivo de modelação de
comportamentos com déficits sociais, onde ocorre uma alteração do comportamento
alvo até que consequentemente se aprenda um comportamento novo.
13 PROCEDIMENTOS QUE ENVOLVEM RECURSOS TÉCNICOS ORIUNDOS DE
DIFERENTES PARADIGMAS: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E TREINO EM
HABILIDADES SOCIAIS
Fonte: cienciasecognicao.org.br