Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Os autores são pessoas que não tem recursos suficientes para pagarem as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios, sendo pessoas pobres na acepção
jurídica do termo. Assim, possuem direitos à gratuidade da justiça.
II – FATOS
O Sr. Nomeé filho de Belarmino da Silva Rocha e Maria Ferreira Dias, nascido em aos
28/10/1921 na cidade de Urucânia/MG, onde se casou com Edith Gomes Rocha, sendo
ela falecida em 16/01/2012 na cidade de Contagem/MG.
Desta união advieram 03 (três) filhos: José Nome, Antônio Ideni Rocha e Carlos
Eustáquio Rocha.
O Sr. José Nomefaleceu em 23/04/2020, era Estado Civile deixou 1 (um) filho: Nome.
O Sr. Antônio Ideni Rocha faleceu em 01/07/2001, foi casado com Lucia Fatima
Rocha (viva) e deixou 2 (duas) filhas: Nomee Nome.
O Sr. Carlos Eustáquio Rocha faleceu em 08/08/1987, foi casado com Maria das
Graças Rocha que faleceu em 08/08/2010 e não deixaram filhos.
Na época que a Sra. Edith veio a óbito, se o Sr. Nomeestivesse vivo, teria 90 (noventa)
anos e assim, se vivo estiver nesta presente data, conta com 98 (noventa e oito) anos de
idade.
Ocorre que nos últimos anos de vida da Sr. Edith Gomes Rocha, a família já não sabia
mais o paradeiro do Sr. Nome.
Os familiares apenas tem conhecimento de um imóvel deixado pela Sr. Edith e pelo Sr.
Nomeem Belo Horizonte/MG, que era a casa de morada do casal até os últimos
instantes de vida, avaliado em R$ 00.000,00, conforme documento em anexo.
Foram realizadas buscas por algum possível registro de óbito nos cartórios de registro
civil do Brasil, todavia, não foi localizado, como demonstrado por e-mail em anexo.
Ademais, como os familiares não possuem nenhum documento do Sr. Nome, também
foram realizadas buscas junto à Receita Federal na tentativa de localizar o CPF e
respectivamente a situação cadastral, a fim de averiguar se houve a possível baixa por
óbito, mas esta informação foi negada como se faz prova por conversas por email em
anexo.
III – FUNDAMENTOS
Sabe-se que desaparecida uma pessoa sem deixar procurador e deixando bens, deverá
ser declarada sua ausência e arrecadado os seus bens para que os interessados requeiram
a abertura da sucessão provisória e logo convertida em definitiva nos casos previstos em
lei, a teor dos artigos 22, 26 e 37 do Código Civil:
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa de seu domicílio sem dela haver notícia, se não
houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a
ausência, e nomear- lhe-á curador. Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens
do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos,
poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a
sucessão. Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a
abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e
o levantamento das cauções prestadas.
Nos conceitos do doutrinador Cristiano Sobral (2019), a existência da pessoa natural
termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucessão definitiva.
A doutrina costuma afirmar que existem duas espécies de morte: a morte real e a morte
presumida.
A morte real ocorre com a declaração de óbito pressuposta pela análise de um corpo
existente e a morte presumida é admitida nos casos de ausência em que a lei autoriza, a
teor do artigo 6o do Código Civil:
Art. 6o. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume- se esta, quanto
aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva.
Art. 7o. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação da ausência: I – se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos
após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses
casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações,
devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Por outro lado, a sucessão definitiva com a decretação de ausência ocorre quando o
ausente conta com mais de 80 (oitenta) anos de idade e de 05 (cinco) anos já não se tem
notícias. Nesses casos, o legislador, supondo certa a morte do ausente pelo tempo
decorrido cumulado pela sua idade avançada, passa a se preocupar somente com o
direito dos seus herdeiros e permite que estes requeiram a sucessão definitiva, em
conformidade com o artigo 38 do Código Civil:
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente
conta com oitenta anos de idade , e que de cinco datam as últimas notícias dele.
O caso dos autos enquadra-se ao aludido artigo, é que o ausente conta com 98 (noventa
e oito) anos de idade e, antes mesmo do falecimento da Sr. Edith, ocorrido em 2012, já
não tinham mais notícias dele, ou seja, há no mínimo 8 (oito) anos que datam as suas
últimas notícias.
Assim, imperioso dizer que pela presunção de morte do ausente, necessário ser
declarada a respectiva morte, como bem esclarecido pelo doutrinador Cristiano Sobral.
Portanto, Excelência, haja vista o preenchimento dos requisitos acima elencados para a
sucessão definitiva, reitera-se: a idade mínima de 80 (oitenta) anos de idade e 05 (cinco)
anos das últimas notícias, a lei autoriza de imediato a sua abertura, nos termos do § 3o
do artigo 745 do Código de Processo Civil:
Art. 745. Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede mundial de
computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma de editais do
Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 1 (um) ano, ou, não havendo sítio,
no órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 (um) ano, reproduzida de 2 (dois)
em 2 (dois) meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de
seus bens. § 3o. Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da
sucessão provisória em definitiva.
Insta consignar que se faz necessário realizar pesquisa junto à Receita Federal para
localização do número de inscrição no CPF (Cadastro de Pessoas Física) do Sr. Nomee
evitar eventuais possíveis registros de óbito em duplicidade.
IV – REQUERIMENTOS
a) a concessão da justiça gratuita por serem os autores pessoas pobres no sentido legal,
com fulcro nos artigos 98 e seguintes do Código de Processo
c) seja oficiada a Receita Federal para que informe o número de CPF de Nome, bem
como a respectiva situação cadastral;
d) caso não seja encontrado possível óbito de Sr. Nome, que seja julgada procedente a
presente ação a fim de declarar a sua morte presumida por ausência para que seja aberta
a sucessão definitiva com a expedição do competente mandado de registro ao Cartório
de Registro Civil da Comarca de Belo Horizonte/MG.
Nome
00.000 OAB/UF