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VISÃO DO ESPECIALISTA
8.3 Leitura de texto
Descoberta e justificação
O texto selecionado para análise tem como autor Wesley Salmon, que nele aborda o tema da relação
entre descoberta e justificação. Por meio do conhecido personagem Sherlock Holmes, o autor procura
relacionar a justificação aos procedimentos da lógica e a descoberta às conhecidas habilidades de Sher-
lock para desvendar mistérios e crimes.
A modalidade do pensamento
O autor argumenta que o pensamento efetivo exige imaginação e raciocínio. Isso quer dizer que ele
não é um conjunto de regras rígidas e fixas. Muito ao contrário, tamanha rigidez acabaria por bloquear o
pensamento. As ideias da imaginação não são dadas por regras. Elas são um trabalho da imaginação e da
inteligência, que podem ser treinadas e aperfeiçoadas, mas nunca reduzidas a regras fixas e já estabeleci-
das. Esse é mais um aspecto da diferença entre nosso personagem Sherlock Holmes e seu amigo Watson.
O papel da lógica
Se a imaginação e a curiosidade aguçadas diferenciam Sherlock Holmes, então as regras de validade
do raciocínio da lógica seriam inúteis? Absolutamente, não. O texto nos fala que a lógica não é um
método de pensar, o que a tornaria uma camisa de força para o pensamento. Ela nos oferece regras
para a avaliação das inferências; não ensina como inferir, diz apenas que inferências podem ser aceitas.
Finalmente, o autor nos posiciona quanto ao efetivo papel da lógica: ela é método de justificação, não
de descoberta. Ela fundamenta o discurso válido e cuida de sua melhor expressão, mas nunca será um
método inventivo próprio do raciocinar. Isso quer dizer que o pensamento efetivo envolve intuição,
imaginação, sagacidade.