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FILOSOFIA DVD do aluno

VISÃO DO ESPECIALISTA • Leitura de texto


Maria Lúcia
PARTE 1 UNIDADE 2 O conhecimento
de Arruda Aranha
Capítulo 8 Instrumento do pensar: a lógica 1

VISÃO DO ESPECIALISTA
8.3 Leitura de texto

Descoberta e justificação
O texto selecionado para análise tem como autor Wesley Salmon, que nele aborda o tema da relação
entre descoberta e justificação. Por meio do conhecido personagem Sherlock Holmes, o autor procura
relacionar a justificação aos procedimentos da lógica e a descoberta às conhecidas habilidades de Sher-
lock para desvendar mistérios e crimes.

As habilidades de Sherlock Holmes


O autor destaca no texto as habilidades do famoso personagem Sherlock Holmes. Todos conhecemos
as habilidades desse detetive para descobrir e desvendar os mais complicados mistérios que envolvem
suas tramas. Watson, personagem que contracena com o detetive, não é capaz de realizar as mesmas
descobertas que Sherlock. A habilidade própria de Sherlock Holmes não está baseada em regras especí-
ficas de raciocínio e por isso ele tem dificuldades para transmitir a Watson suas competências. Trata-se
muito mais de certa capacidade inventiva e imaginativa que auxilia as descobertas do detetive. Salmon
dá ênfase ao fato de nosso personagem não estar preso a nenhum conjunto de regras que poderia ser
transmitido. Na verdade, sua capacidade de descoberta é fruto de sua grande curiosidade, sua enorme
inteligência, das informações que coleta e de sua imaginação prodigiosa. Todas essas características são
próprias da singularidade de Sherlock, donde decorre sua impossibilidade de passá-las a Watson, um
homem igualmente inteligente, mas com características diferentes.

A modalidade do pensamento
O autor argumenta que o pensamento efetivo exige imaginação e raciocínio. Isso quer dizer que ele
não é um conjunto de regras rígidas e fixas. Muito ao contrário, tamanha rigidez acabaria por bloquear o
pensamento. As ideias da imaginação não são dadas por regras. Elas são um trabalho da imaginação e da
inteligência, que podem ser treinadas e aperfeiçoadas, mas nunca reduzidas a regras fixas e já estabeleci-
das. Esse é mais um aspecto da diferença entre nosso personagem Sherlock Holmes e seu amigo Watson.

O papel da lógica
Se a imaginação e a curiosidade aguçadas diferenciam Sherlock Holmes, então as regras de validade
do raciocínio da lógica seriam inúteis? Absolutamente, não. O texto nos fala que a lógica não é um
método de pensar, o que a tornaria uma camisa de força para o pensamento. Ela nos oferece regras
para a avaliação das inferências; não ensina como inferir, diz apenas que inferências podem ser aceitas.
Finalmente, o autor nos posiciona quanto ao efetivo papel da lógica: ela é método de justificação, não
de descoberta. Ela fundamenta o discurso válido e cuida de sua melhor expressão, mas nunca será um
método inventivo próprio do raciocinar. Isso quer dizer que o pensamento efetivo envolve intuição,
imaginação, sagacidade.

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