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AS CHAVES DO TEATRO

“Não basta ter um corpo que saiba andar e falar para ser um ator. Quanto
melhor for o ator, mais claramente a ideia do escritor será compreendida pelo
público.” Maria Clara Machado traz uma verdade gigante nessa fala. Quando
questionada quanto ao que é preciso para ser um bom ator, a diva respondeu isso acima.
Agora, o que mais me impressiona é o quanto ela se envolvia nos projetos dela. Não era
só autora e diretora, ela mostrava ao ator até o volume da voz que tinha que passar
aquela fala.

“O ator deve saber a hora de chegar no ensaio, de maneira que é preciso cada
um saber a sua hora. Ator que não tem disciplina é melhor ficar em casa.” Maria Clara
disse aqui o que é um dever para cada um saber sem nem precisar ser apontado. Acho
que como um conjunto claro de ideias, o ator deve ser responsável pelo todo, não só por
si. Muitos chegam, começam seus aquecimentos corporais e vocais se isolando do todo
sem a preocupação de poder estar havendo algo de errado. Hoje em dia, com a
quantidade de dinheiro que é movimentado nas grandes produções, o ator ficou
descompromissado com o todo e pensa muito em si. Ele quer saber é se o cachê dele
está entrando no fim e o borderô foi fechado com uma parcela boa para ele. Claro que
isso não é só erro do ator, mas de toda a produção. Quando um se acha maior que o
outro, isso é refletido até os níveis inferiores fazendo crescer a animosidade e a vontade
de nunca mais passar por isso se igualando a aqueles que fazem errado.

Maria Clara mostra que, para ser feliz, não é preciso de muito. Primeiro nos seus
textos onde, ou uma criança fica toda boba só para reencontrar seu cavalo azul; ou uma
bruxinha vê que não precisa fazer maldade para ser feliz e só quer voar alto na vassoura.
Maria mostra que o ator que é comprometido com o todo, desde a produção da peça,
com a confecção dos figurinos, pintura e arrumação do cenário e também preocupado
com sua arte, pode ser alguém muito mais feliz E, por que não dizer, talentoso. É o
“aprender fazendo”, palavras do saudoso Tourinho.

Bem, para finalizar, há um mundo de coisas que o ator pode fazer somente com
sua vontade e um pouco de imaginação. Maria Clara Machado incentivava segundo o
entendimento das palavras do próprio Tourinho, ao ator se entregar a todas as etapas de
construção de um espetáculo. E é muito essencial que o ator seja envolvido com tudo e
dê ideias até para a construção do seu próprio figurino. Claro, o pouco que entendi com
esse documentário, explicando um ponto de vista meu particular foi que Maria Clara
Machado não seguia a técnica do Teatro Pobre de Grotowski. Já que seus figurinos e
cenários eram bem repletos. Claro, falando para uma estética infantil, muitas vezes
queremos levar muita luz, cor e elementos fantasiosos para prender a atenção das
crianças. Porém, às vezes me pergunto, sendo donas de uma capacidade de imaginação
imensa, muito maior que qualquer adulto, por que não esperar que a criança preencha o
cenário e imagine o figurino enquanto a peça é declamada?

Daniel Santos Gondim


Matrícula: 201601343787
Teresa Monteiro

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