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“A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964-1985)”

CAP. 14, LIVRO 4 – AULA 1 e 2

• O BRASIL É UMA DEMOCRACIA?


- Brasil = democracia (do ponto de vista político);
- Têm direito ao voto (escolha de representantes): todas as pessoas com mais de 16 anos;
-- podem escolher: vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos,
governadores e presidente da República;
- História do Brasil república = “nem sempre foi assim”
- O Brasil esteve sob regimes mais ou menos autoritários, quando:
-- governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894): buscava consolidar a
república após a queda da monarquia (por um golpe militar contra D. Pedro II, com apoio da elite);
-- durante o Estado Novo (1937-1945) = Getúlio Vargas instaurou um regime
totalitário, numa época de crise das democracias liberais em várias partes do mundo.
-- Ditadura Civil-Militar (1964-1985): os militares tomaram o poder, sob a
justificativa de segurança nacional e combate ao comunismo;

• “SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA!”


- Independência do Brasil (1822);
- Proclamação da República (1989);

-- parcela majoritária do povo brasileiro foi excluída, não somente em períodos


autoritários.
-- sobretudo, claro, participação das classes sociais mais “baixas” e das chamadas
“minorias” (maiorias minorizadas): mulheres, negros, pardos, indígenas, comunidade
LGBTQIA+;

• O INÍCIO DA DITADURA (Aula 1)

- 1º de abril de 1964: começo da Ditadura Civil-Militar;


- Presidente deposto: João Goulart (refugiado no Uruguai);
- Promessa: a intervenção seria breve (no entanto, durou “só” 21 anos);
- Interdições: retirada do direito civil-político à escolha, pela população, dos representantes;
- Eleições suspensas: para presidente, governador, prefeito de capital e município
considerado área de segurança nacional (os presidentes passaram a ser indicados pelo
Exército);
- Ou seja: durante 21 anos, 5 militares presidiram o Brasil = todos escolhidos entre generais
das Forças Armadas; e enquanto isso, os cargos de prefeito e de governador foram ocupados
por civis que apoiavam o regime;
- Repressão: muitas pessoas presas (direitos políticos cassados);
-- professores universitários foram afastados de seus cargos, por exemplo;
-- outros, obrigados a se aposentar (aposentadoria compulsória);
-- muitos se exilaram no exterior;
-- sindicatos sofreram intervenção e funcionários públicos foram impedidos;
-- parlamentares foram cassados e ou presos;
- Clima de terror nas prisões = tortura (prática usual) = presos político assassinados;

- Vida comum: regida por dispositivos autoritários = Atos Institucionais (sigla AI):
-- os AI permitiam ao governo modificar as leis (a despeito da Constituição);
-- e sem necessidade de aprovação do Congresso: Câmara dos Deputados e Senado
Federal;
-- Justificativa “moral”: combate à corrupção e à subversão comunista;
-- Consequências: extinção de partidos de oposição; eleições indiretas; recesso do
Congresso; restrição de direitos individuais;

- 1964-1985: censura aos meios de comunicação = jornais proibidos de noticiar fatos que
desagradassem o regime (“não havia corrupção durante a Ditadura!”) = e, muitas vezes,
havia até a substituição de alguma notícia por uma receita de bolo ou um poema;

- Artistas: produção cultural publicada apenas depois da aprovação pelos censores;


- Perspectiva econômica: intensificação do processo de industrialização;
- Perspectiva social: aumento de concentração de renda = ampliação das desigualdades;

• PARTICIPAÇÃO CIVIL (Aula 2)

- Perspectiva histórica: “Ditadura Militar” | “Ditadura Civil-Militar”;


- Diversos setores da sociedade civil apoiam o regime militar:
-- Empresários;
-- Banqueiros;
-- Empresas de jornais;
-- Políticos;
-- Policiais civis;
-- Donas de casa;
-- Religiosos;
- E fizeram isso como?
-- Doando dinheiro ou equipamentos para órgãos de repressão;
-- Divulgando notícias em defesa do regime;
-- Participando da repressão contra os grupos contrários (de oposição) à ditadura;
-- Delatando opositores do regime etc.
- Mídia: parcela significativa deu apoio (mesmo que, depois, tenha criticado);

• AFINAL, A POPULAÇÃO TINHA “MEDO”. MAS MEDO DE QUÊ?


...do “bicho papão”? Pois vejamos:

• A “LINHA DURA” EM AÇÃO

- Contexto mais geral: Guerra Fria (EUA vs. URSS);


- Militares e civis = Brasil aliado a EUA (defesa do capitalismo);
- Oposição à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e seus ideais socialistas/comunistas;
- Pessoas simpáticas ao “risco comunista” = “inimigos internos” (vigiadas e direitos cassados);

-- marechal Humberto Castello Branco (1964-1967): 1º presidente militar;


-- e governos sucessores (repressão piorada): generais:
-- Artur da Costa e Silva (1967-1969) – durante o seu governo: AI-5; e
-- Emílio Garrastazu Médici (1969-1974);

-- Ato Institucional nº 5, o AI-5:

- Este foi o mais repressivo de todos os atos:


-- aboliu o direito de habeas corpus: recurso jurídico que tem como objetivo preservar uma pessoa contra abuso
de prisão arbitrária, violência ou ameaça de constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção (ir e vir);

-- proibição de qualquer tipo de manifestação política;


-- garantias constitucionais interditadas;
-- recrudescimento da censura às artes e aos meios de comunicação;
-- entre outras medidas (DOI-CODI = espécie de “polícia política” do regime militar etc.);

Um exemplo de oposição: “Festival Internacional da Canção”, em 1968;


-- Geraldo Vandré, músico paraibano: Para não dizer que não falei das flores (hino de contestação);
Para escutar a música, acesse o link:
https://music.youtube.com/watch?v=KdvsXn8oVPY&feature=share

Ainda a respeito da análise do contexto que resultou no AI-5, Maria Celina D’Araújo:

“A gota d’água para a promulgação do AI-5 foi o pronunciamento do deputado


Márcio Moreira Alves, do MDB, na Câmara, nos dias 2 e 3 de setembro [de 1968],
lançando um apelo para que o povo não participasse dos desfiles militares do 7 de
Setembro e para que as moças [...] se recusassem a sair com oficiais.”
D’ARAÚJO, Maria Celina. O AI-5. CPDOC, 2017.

(continuaremos...)

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