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Introdução

D urante minha vida no clube de Desbravador sempre observei a dificuldade dos líderes em
conquistar a atenção dos meninos e meninas, e isso me chamava muita atenção, nessa época eu
já almejava um dia estar na posição de um bom líder, e trabalhei muito para isso.
Quando chegou a minha vez de trabalhar como líder, fui entender a dificuldade daqueles jovens
que dedicavam suas vidas para nos orientar, percebi também que não seria muito fácil essa minha
opção, como não tinha sido para os líderes que colaboraram com a minha formação.
Depois de muitos cursos muitas aulas bem sucedidas e outras não tão boas, durante a conclusão
da classe de líder senti a necessidade de entender melhor a mente dos meninos e meninas que de
certa forma estariam dependendo de mim para sua formação intelectual e espiritual.
Assim decidi que a minha especialização ou seja, a minha pesquisa para a classe de líder Master
seria algo voltado ao ensino dos juvenis, um material de apoio e orientação aos líderes. A partir daí
iniciei minhas pesquisas, e me lembrei que na minha época de colegial havia estudado psicologia, e
passeia entender que aquelas aulas que pareciam não ter muita utilidade seriam de grande valia
hoje.
Depois de mais de um ano de pesquisa e vinte anos de experiência em Desbravador sendo em
torno de quinze anos voltados a liderança percebi que eu não conseguiria ensinar e muito menos
evangelizar juvenis se não os conhecesse antes, conhecesse seus pensamentos suas duvidas suas
vontades e interesses, direcionados a cada faixa etária.
Assim cheguei a esse trabalho que responde muitas perguntas para nós líderes, mostro também o
que devemos saber e fazer para sermos eficazes no ensino dessas pedras preciosas prontas a serem
lapidadas através das nossas aulas e conselhos.
Coloquei nesse trabalho muitas dicas de como conhecer, entender e ensinar nossos meninos e
meninas, entender sua mente suas características físicas e mentais assim facilitar no preparo de
nossas aulas e aplica-las, lembro que não sou um especialista no assunto, mas pesquisei muito, o
suficiente para ter boas idéias e dicas para facilitar nossa vida de líder, que não é muito fácil, mas
extremamente gratificante, todas as minhas dicas e ensinamentos estão baseadas em grandes
mestres principalmente no maior deles, Jesus, que na minha opinião foi o maior Filosofo e
Psicólogo que esse mundo já conheceu.
Cada capítulo deste trabalho foi uma grande descoberta para min, confirmando muitos ideais que
eu já defendia e aplicava.
Inicio falando dos três princípios fundamentais que na minha opinião é a receita básica para o
evangelismo Juvenil, passando pelo estudo da criança por todas as fazes de sua vida, com todas as
características peculiares de cada idade. Depois de conhecer suas características mostro como
conquistar a atenção e manter o interesse. Mostro de uma forma clara e simples como a mente do
juvenil funciona através de indução e dedução.
Falo de um tema especial que mostra a importância de educar nossos meninos e meninas nas
instituições que defendem os nossos princípios e fé.
Não poderia deixar de citar nesse trabalho a importância da correção a arte de corrigir chamar
atenção, por que se a correção não for bem aplicada e principalmente com bom censo podemos por
causa de um momento perder um juvenil pela eternidade.
Dou dicas valorosas de como moldar a vontade e o interesse de um juvenil para as coisas boas,
encontrarão aqui dicas importantes para os professores, de como se alto avaliar e se preparar para
uma boa aula, métodos de como fazer perguntas e os vários tipos que podem facilitar o nosso
trabalho.
Termino mostrando como aplicar a lição de uma forma que prenda a atenção e consiga atingir
seus objetivos mostrando também, como ilustra-las para ficarem mais atrativas aos meninos e
meninas que anos foram confiados.
Tenho certeza de que esse trabalho ira acrescentar muito na vida dos líderes que reservarem um
pequeno tempo a essa leitura. Um material preparado por um líder que se preocupa e dedica sua
vida a preparação e formação dos meninos e meninas que em suas mãos são confiados.
CAPÍTULO I

Três Princípios Fundamentais

U ma tarde um homem se viu responsável pelo cuidado de sua pequenina de uns sei anos.
Procurando um modo de mantê-la ocupada enquanto ele tomava um pequeno descanso, tirou
uma folha do seu velho atlas, cortou em vários pedaços, e disse à menina:
- Olhe, querida. Veja se consegue consertar o mundo.
Com um sorriso de satisfação ele se afundou em sua confortável cadeira; mas cinco minutos depois
a menina estava de volta.
- Veja, papai - ela exclamava feliz – consertei o mundo!
- Realmente – ele disse - mas, como conseguiu tão depressa?
- Do outro lado do papel estava um homem – ela explicou – e quando eu endireitei o homem o
mundo ficou certo também. Foi muito fácil – ela concluiu.
Que verdade fundamental existe nestas palavras! Como pais, professores ou nós líderes de
Desbravadores devemos Ter em mente estes fatos: jamais podemos esperar endireitar o mundo, a
menos que endireitemos o homem primeiro. Nunca endireitaremos o homem, se não endireitarmos
antes o menino. Mas não vamos conseguir endireitar o menino enquanto não soubermos de que ele
é feito, e qual é o poder, ou quais as forças, que o moldarão num ser de honra.
“É Me dado todo o poder no Céu e na Terra,” Jesus declarou quando ordenou aos discípulos:
“Portanto, ide.” S. Mat. 28:18 e 19. E fazemos bem em lembrar que embora sejamos responsáveis
por ir, pelo ensino e pelo amor as nossas crianças, devemos ter sempre em mente que o poder
pertence a Cristo somente.
“Havia apenas uma esperança para a raça humana: a que fosse lançado um novo fermento
naquela massa de elementos discordantes e corruptores; de que se trouxesse à humanidade o poder
de uma nova vida; de que o conhecimento de Deus fosse restaurado no mundo”. – Educação, pág.
76. Cristo veio para suprir este poder.
“Aonde quer que fosse, precedia a fama de Sua misericórdia. Por onde havia passado,
regozijavam-se na saúde os que tinham sido objeto de Sua compaixão, e experimentavam as forças
recém adquiridas. Multidões se apertavam em torno para ouvir de seus lábios as obras que o Senhor
realizara. Sua voz foi o primeiro som que muitos ouviram. Seu nome a primeira palavra que
falaram, Seu rosto o primeiro que contemplaram. Por que não amariam a Jesus, proclamando-lhe o
louvor? Ao passar Ele pelas cidades e aldeias, era como uma corrente vital, difundindo vida e
alegria por onde quer que fosse.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 259.
De muitos modos tem Deus procurado nos ensinar nossa dependência dele quanto a possuir esse
poder. “Como não pode o ramo produzir frutos de si mesmo, se não permanecermos na videira,
assim nem vós o podeis dar, se não estiverdes em Mim.” S. João 15:4. E a Sra. Elen G. White o
expressa nestas admiráveis palavras:
“Como o mais elevado preparo para o vosso trabalho indico as palavras, a vida, os métodos, do
Príncipe dos professores. Convido a considerar. Nele espelho a glória do Senhor, sereis
transformado na mesma imagem. Este é o segredo do poder sobre os vossos discípulos. – Educação,
pág. 282.
Ao lançarmos um olhar retrospectivo para os sucessos e fracassos de nossa vida, não podemos
senão testificar de que tudo isto é absoluta verdade. Só podemos sentir o poder em nossa vida
quando tomamos tempo para nos associarmos com a Fonte de poder, e assim refleti-lo em nosso
viver diário.

Conta-se de um pastor que, chamado a uma casa, foi recebido à porta por uma garotinha.
- Mamãe está em casa? – o pastor perguntou.
- Bem, mas o senho está doente? - ela perguntou.
- Oh, não, simplesmente eu sou o pastor.
- Bem o senhor está ferido? – continuou a menina.
- Não, não, querida, como você vê eu estou bem.
- Bem, há alguém doente, ou ferido? – ela insistiu.
- Não – disse o pastor – eu apenas vim para visitar.
- Oh, então o senhor não pode ser recebido por mamãe, pois ela sempre ora das nove às dez, e a
menos que alguém esteja doente ou ferido, ela não atende.
O pastor olhou o relógio; eram nove e vinte, mas ele desejava mais do que nunca ver e falar com
essa mãe que orava.
- Posso entrar e esperar? – ele sugeriu.
- Oh, sim – ela disse , pondo-lhe ao lado uma cadeira.
Exatamente às dez horas a mãe entrou na sala, rosto radiante com a divina presença. E então o
pastor compreendeu porque aquele lar era tão brilhante, porque dois dos filhos tinham ido para o
seminário teológico, e uma filha estava no campo missionário. Ao comentar esta experiência, ele
disse: “Nem todo o inferno poderia arrebatar um filho ou filha de uma mãe como esta!” E eu
gostaria de acrescentar: Nem a um professor, ou a um diretor, como esta mãe. Sendo como é, fácil
de reconhecer e de provar, não precisamos debater a questão para considerar como o grande e
fundamental princípio de toda evangelização juvenil isto, em letras maiúsculas:
O CONHECIMENTO DE CRISTO É A FONTE DE TODO O PODER.
“ E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste.” S João 17:3.
Outra verdade fundamental, tão evidente por si mesma que podemos chamá-la axioma espiritual,
é a de que é necessário um completo conhecimento do assunto antes de podermos falar com
autoridade. Roupas e riqueza podem produzir uma aparência superficial de superioridade, mas não
produzem confiança só por isto, pois esse sentimento de confiança de que conhecem aquilo de que
estão falando, não admite substituto. Precisamos saber. João declara: “Nós falamos do que sabemos,
e testificamos do que vimos.” S. João 3:11. O povo ficava atônito ao ouvir a doutrina de cristo, pois
os discípulos a ensinavam “ como tendo autoridade, e não como os escribas.” S. Mat. 7:29. Ao
encerramento da classe, o professor que não estuda é visto pelos alunos como quem esgotou todo o
estoque, nada mais restando como suprimento. Mas o professor que estuda até se convencer de que
tem dez vezes mais para dar do que seria necessário no período do estudo, convencerá os seus
estudantes de que ainda há grande reservas deixadas, e que o que eles ouviram foi apenas uma
prova do grande suprimento.
Não podemos disfarçar nossa soma de conhecimento. Os alunos logo o descobrirão, e isto faz
toda a diferença entre a atenção e interesse deles ou não, bem como a diferença entre confiança ou
confusão da parte do professor. Para um estuo suplementar deste importante tema do falar com
autoridade, eu gostaria de indicar dois importantes livros de Maria Huter Moore,They That Be
Teachers e A Workman Not Ashamed: e para o presente eu simplesmente cristalizaria seus ensinos
numa frase, o segundo grande princípio fundamental da evangelização de juvenis, que devemos
escrever em maiúsculas:
O CONHECIMENTO DA BÍBLIA É NOSSA FONTE DE AUTORIDADE.
“Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que
maneja bem a palavra da verdade.” II Tim. 2:15.
Ao estudar os métodos de Cristo e o seu resultado, descobrimos que o Príncipe dos mestres
“buscava acesso ao povo por meio de suas mais familiares relações. Apresentava a verdade de
maneira que daí em diante ela estaria sempre viva no espírito de Seus ouvintes com suas mais
sagradas recordações e afetos. Ensinava de maneira que os fazia sentir o quanto era perfeita Sua
identificação com os interesses e a felicidade deles. Suas instruções eram tão diretas, tão adequadas
Suas ilustrações, Suas palavras tão cheias de simpatia e animação, que os ouvintes ficavam
encantados. A simplicidade e sinceridade com que Se dirigia aos necessitados santificavam cada
palavra.” – A ciência do bom Viver, pág. 23e24. Que mágica era essa que O capacitava a escolher
Suas ilustrações adequadamente, e a encontrar palavras e expressões que encantavam Seus
ouvintes? Era simplesmente isto: Cristo estudava as pessoas. Sabia como viviam, como falavam,
como pensavam, e este conhecimento ajustava Suas verdades à vida e ao coração deles e os atraía
para Ele.
Ao lavrador Ele falava do crescimento do grão e das sementes. À dona de casa falava sobre
fermento, candeias e vassouras. Ao pescador Ele falava de redes e de peixes. Ao estudioso falava
dos mistérios do novo nascimento, e ao centurião Ele falava da autoridade. Ele os encontrava no
terreno que fosse comum a ambos. Falava de temas que sustentavam em comum. Falava ao simples
com tal simplicidade que “as multidões glorificavam ao Deus de Israel.” S. Mat. 13:31. Mas
enfrentava os ardilosos e os astutos com tal sutileza que ninguém ousava mais “a partir daquele dia
fazer-lhe perguntas.” S Mat. 22:46.
Assim, como meu terceiro princípio fundamental no ensinamento de juvenis, eu escreveria em
letras garrafais:
O CONHECIMENTO DO ALUNO É O SEGREDO DA APLICAÇÃO DA LIÇÃO A SUA
VIDA.
O conhecimento do aluno inclui o conhecimento das leis de sua mente – psicologia – e o
conhecimento dos métodos que tiveram sucesso em alcançar o conhecimento de sua mente –
pedagogia.
Vamos então para este fascinante estudo.
CAPÍTULO II

Estudando a Criança

H á dois Métodos pelos quais podemos estudar as crianças: o Objetivo e o Subjetivo.

O Estudo Objetivo
Num estudo objetivo podemos observar as crianças enquanto crescem, notando os períodos de
crescimento mais rápidos e os de crescimento mais lento. Notamos que alimentos comem, e os
resultados sobre sua saúde. Vigia-las durante o sono, enquanto brincam, nos períodos de estudo, no
trabalho. Observamos sua associação com a mãe, com o pai, com meninos e meninas mais velhos, e
com meninos e meninas mais novos. Observa-las na escola Sabatina, no clube de Desbravadores, no
campo de esportes, e por meio deste estudo objetivo, mediante o processo de OBSERVAÇÃO,
descobrimos traços e características naturais e as leis que as governam e controlam.

O Estudo Subjetivo
maneira pela qual podemos estudar as crianças poderíamos, por exemplo, obter uma opinião dos
girinos sobre a vida. Não podemos também olhar nos olhos de um girino, viver na pele de um
girino, ou experimentar suas reações, ao passo que tudo isto nós podemos em relação com as
crianças. Podemos olhar nos olhos de uma criança, e perceber as reações dessa criança. É a isto que
se chama estudo subjetivo das crianças, sendo alcançado mediante o processo de
INTROSPECÇÃO. Introspecção é simplesmente a capacidade que tem o professor de colocar-se
em lugar da criança. Esta estudando uma criança de dez anos deve se lembrar de quando tinha essa
idade, do que gostava estão as suas reações em face da correção, da determinação paterna, da
manifestação de bondade.
Henry Ford declarou: Se há qualquer segredo para o sucesso, consiste ele em sermos capaz de
apanhar o ponto de vista de outra pessoa e ver as coisas pelo seu ângulo, bem como pelo nosso
próprio.”
É deplorável que tanto adulto tenha esquecido tudo sobre suas reações da meninice. Muito pai
declara, quando corrigindo seu filho: “Jamais fiz semelhante coisa quando menino.” Isto pode
aumentar no coração do menino o seu sentimento de inferioridade no momento,
Rumina os dias em que tinha cinco anos de idade. Trazei à tona antigas impressões de sua
primeira Escola Sabatina, sua primeira reunião do clube de Desbravadores, os instrutores,
professores, aqueles a quem muito o amou, e por que os amava. Tome tempo para reviver sua vida
de ano para ano, de estágio para estágio – desde a infância até aquele período em que se aparece um
tanto desengonçado. Recorde o quanto gostava de brincar com meninos e meninas ainda pequenos
como o era você mesmos, da súbita antipatia que adquiria pelo sexo oposto, e como isto mudou
quando chegava à adolescência. Podem se sentir humilhado ao relembrar erros cometidos ao longo
do caminho, mas ao pensar nas suas reações às coisas que entraram em sua vida e aquelas que
desejava que tivesse entrado, Teria você armado com algo que te ajudará a compreender melhor a
meninos e meninas, e que quase inconscientemente influenciará o que lhe dirão e o que eles fariam
Desenvolvimento Físico e Mental
É interessante fazer um gráfico do desenvolvimento físico e mental; e podará ficar surpreso ao
notar que suas linhas não são de forma alguma paralelas.
Quando do nascimento os bebês passam em média cerca de 3.600 gramas. Durante os primeiros
oito anos de sua vida ele multiplica o seu peso por oito, de forma que um menino de oito anos de
idade pesará cerda de 29 quilos. No decorrer dos quatro anos seguintes o corpo repousa,
comparativamente, e aos doze o peso aumentará apenas a metade, ou um pouco mais, chegando o
peso a uns 45 quilos. Então – como se uma vara mágica tivesse-o tocado – nos poucos anos
seguintes ele salta para estatura de adulto.
A linha de crescimento mental, entretanto, não segue este padrão regular.
Ao nascimento a mente da criança não é desenvolvida. Ela contém apenas os instintos primário.
Não pensa, não forma palavras, não lembra. Não pode sequer compreender o que é ver e ouvir.
Estas habilidades têm de ser desenvolvidas, e a linha de desenvolvimento começa numa curva
comparativa lenta, não mantendo passo de forma alguma com a linha do desenvolvimento físico.
Mas cerca dos oito anos, quando o corpo está em comparativo repouso, a mente continua a se
desenvolver e pelos doze anos terá apenas alcançado o corpo. Mas eis que o físico chega à
adolescência, de novo fazendo que a curva do desenvolvimento mental, mais constante, fique para
trás. Entretanto, depois que o rápido crescimento na adolescência se estabilizou, o desenvolvimento
mental logo o alcança, e na vida colegial o ultrapassa. Na vida adulta, se o desejarmos, ele
continuará a sobrepor-se ao desenvolvimento físico. Na velhice chegamos a um novo
desenvolvimento, quando as faculdades mentais declinam mais depressa do que as físicas.
É o desequilíbrio entre o desenvolvimento físico e o mental que responde pela indocilidade e
inquietude das crianças nessa idade. É o progresso do desenvolvimento mental que torna a meninice
a “idade de ouro da memória,” ficando meninos e meninas mais fáceis de serem manejados tanto na
escola como no lar. E é mais uma vez esse mesmo desequilíbrio no desenvolvimento durante a
adolescência que se responsabiliza pelo comportamento fugidio, errático, inexplicável e muitas
vezes exibicionista nesse período. O predomínio do desenvolvimento mental sobre o físico no
período colegial explica a “acomodação” que faz rejubilar o coração dos pais.
A preeminência do desenvolvimento mental sobre o físico na idade adulta decide quanto cada
um de nós dará ao mundo, e o desequilíbrio entre o físico e o mental na velhice responde pelo que
chamamos de “Segunda infância.”

Fenômeno Natural
Continuando nosso estudo objetivo das crianças, e comparando-as nas diferentes idades e
grupos, descobrimos certas ações e hábitos que são naturais e, com leves variações apenas, comuns
a todas. Observemos alguns desses hábitos à medida em que a verificação de quão natural são em
certos períodos da vida, nos dá alguma idéia do que podemos esperar, e nos ajuda a esta preparados
para o que possa vir a seguir.

Desassossego
Com a experiência que adquiri com os meninos e meninas que acompanho posso descrever o
desassossego nas seguintes palavras:

“Um minuto, eles ouvem. Dois, bocejam. Três, remexem-


se e, Quatro, sumirão.”

Quão certo é isto E com que prazer observamos a ampliação do período de concentração com o
passar dos anos. Que grande alívio quando eles vão para a Divisão Primária, onde já podem
permanecer quietos um pouco mais de tempo. Mas a dor de cabeça recomeça quando, na Divisão
dos Juvenis, eles vêm para Escola Sabatina com os bolsos cheios de caramelos, papéis, alfinetes e
outras coisas inimagináveis que levam o professor a pensar no que irá acontecer a seguir. Então, na
Divisão dos Jovens, vem o período em que a inquietação é mais de natureza mental. Eles
questionam, argumentam, riem tolamente. Finalmente a Divisão dos Adultos. Onde podem pensar e
sentar-se quietos, ouvindo realmente o que o professor diz.
Que se pode fazer com relação a este desassossego? Oraremos para que apareça um mágico ou
alguimista que prepare uma poção de fazer que se aquietem pequeninos dedos e pequeninos pés e
grandes línguas e grandes olhos/ Triste produto seria, pois este é o modo como a natureza cuida que
não cresçam assimétricos. Claro que aceitaremos o desafio e procuraremos um modo de utilizar
estes próprios traços da idade para que sirvam ao nosso fim. Com inteligência podemos equilibrar
devidamente o programa da Escola Sabatina, de modo que os períodos da lição estejam dentro dos
limites de concentração. Devemos aquietar os pequeninos pés a pequeninos dedos com histórias
animadas, com músicas encenadas, assim ver que ao mesmo tempo estamos ensinando lições de
cooperação e obediência. Podemos descobrir modos de silenciar as lingüinhas, de atrair a tensão, de
estimular a cooperação, até que afinal o produto seja preciso.

Curiosidade
Alegro-me de que Deus nos tenha dotado de curiosidade, e que jamais crescemos tanto que a
deixemos para trás. As crianças manifestam sua curiosidade por estender a mãozinha a fim de
apanhar qualquer coisa que lhe esteja ao alcance, bem como em levar à boca tudo que pegam. Entre
suas primeiras sentenças está: “Que é isto?” “Que está fazendo?” Um garotinho de cinco anos nos
deixa maluco com perguntas desde as cinco da manhã até que caiamos exaustos à noite em
profundo sono. A curiosidade de uma criança no período primário é insaciável. Ela lê livros sobre
como as coisas funcionam, procura desmontar o relógio, pretende “consertar” a maquina fotográfica
e o rádio, mistura da maneira mais estranha certas engenhocas para ver o que acontece. Este apetite
esmorece um pouco nos cursos superiores ao primário, mas não morre nunca. E mesmo na idade
adulta ele enche nossa vida com emoções e recompensas.

Credulidade
A credulidade é a semente da fé. Chega a ser espantoso como os pequenos acreditam em tudo
que lhe dizem. “ Papai Noel existe, sim , meu professor disse que existe,” é quase sempre a palavra
final na argumentação de uma criança. Não há menor vestígio de dívida, nunca se pede uma prova;
é pura e simples demonstração de indiscutível fé.
Mas à medida em que cresce, ela começa a querer “ver” para crer. “ como é que você sabe?” “
Quem lhe disse?” são perguntas comum com o despontar da adolescência, e aí o professor precisa
dar a página, a data a ocasião, par cada referência. É que nesse período a “dúvida” aparece, e a
simples afirmação não basta. Até mesmo as leis da natureza precisam ser provadas no laboratório. É
a credulidade em agonia. Entretanto, ao serem os fatos da vida demostrados e provados um por um,
chega-se ao invisível, que não pode ser provado da mesma maneira. Então acontece um milagre:
Ressuscitando das cinzas da credulidade, surge a fé – “a certeza das coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não vêem.” Heb. 11:1.

Imaginação
Que faríamos sem a imaginação? É ela que nos dá as belas cores da vida. A imaginação de um
juvenil pode ver um rei com seus súditos ou um pastor com o seu rebanho, com o simples toque da
vara, e pode evoluir até que o menino ou a menina se imaginem eles mesmos reis e súditos ou
servos e senhores. Isto ocorre no período primário. Eis que na adolescência a imaginação muda.
Alcança as nuvens. Constrói castelos no as e procura introduzir dentro deles os sonhadores, com
honras e glórias. Finalmente nos dias colegiais, como um balão de gás picado por um alfinete baixa
à terra, a imaginação torna-se finalmente saudável e estável. Professores sábios, compreendendo a
necessidade desta qualidade a vida toda, cultivam-na em alguns e a reprimem em outros, para que a
vida não se torne ao mesmo tempo irreal e esbulhada.

Imitação
Assim como a credulidade abre caminho para a fé, verificamos também que há duas espécies de
imitação – a primeira, que fenece, na medida em que a Segunda predomina:
1. Muscular.
2. Idealismo.
Na primeira fase da infância os pequenos seguem um líder – a professora – ao mostrar ela os
movimentos de dedos e mãos num cântico. Em casa brincam de Escola Sabatina, de doutor que vem
o doente etc., imitando as ações daqueles que eles vêem e conhecem. Subitamente o menino de dez
anos torna-se um adorador do herói, e sua imitação muda de muscular para ideal. Esta imitação de
ideais torna-se cada vez mais forte, constituindo-se num desafio aos líderes para que sejam aquilo
que dizem, e vivam como desejam que meninos e meninas vivam. Esta é a razão pela qual nunca
podemos elevar alguém acima de nós mesmos.

Vivência em Grupo
Enquanto a vida em grupo praticamente falta na divisão do jardim da infância, esta
decididamente presente na Divisão Primária, onde há verdadeiro encantamento com a idéia de
nomes para as classes, como Edificadores, Cruzados, Atalaias etc. Ao se tornarem maiores,
encontram o seu prazer na integração de clubes, e uma sociedade secreta com um código secreto
vem a calhar. Um pouco mais crescidos, e é o uniforme que apela à participação no grupo, no coral,
nas classes progressivas. No período colegial a vida se estabiliza e eles prosseguem conosco para o
resto da jornada.

Raciocínio
A comparação do raciocínio nos diferentes grupos é coisa muito interessante. Os psicólogos
declaram que o raciocínio se desenvolve na adolescência, quando a dúvida começa a perguntar o
porquê. Se assim é, os pais por certo perguntariam que faz que uma criança chore reclamando o seu
leite. Dizem os biólogos que grande diferença entre p homem e os animais é a capacidade que tem o
homem de raciocinar. Neste caso, pergunta-se o que faz que os animais ajam com relativa
inteligência.
E de novo: “Antes que ele tenha idade suficiente para raciocinar, pode ser ensinado a obedecer.”
– Educação, pág. 287 (Gritos supridos.) nos primeiros estágios do desenvolvimento da mente
verificamos que as idéias começam a se agrupar: um ato se vinculará na mente com os seus
resultados; uma causa estará vinculada ao seu efeito. A criança chora; é alimentada. Torna a chorar;
de novo é alimentada. Logo essas idéias se combinam, e o nenê sabe o que se seguirá ao seu choro.
Este é o mesmo processo pelo qual os animais aprendem a realizar certas proezas, e conquanto
possamos chamar a este agrupamento de idéias o alvorecer, ou fundamento da razão, certamente é
muito diferente do processo de raciocínio em que nos projetamos para dentro de um cenário de
circunstâncias, então para dentro de outro, e finalmente exercemos o poder da escolha.
Edwin A. Kirkpatric fala do desenvolvimento do raciocínio da seguinte forma: “Naturalmente, o
raciocínio é primeiramente instintivo, sensorial e prático, então consciente, imaginativo e
individual, e finalmente abstrato, analítico e geral”. A escola procura sem sucesso desenvolver a
última forma de raciocínio antes das outras, que são a base necessária para ela e são suficientemente
desenvolvidas.
“Depois de aproximadamente doze anos de idade, os interesses das crianças se ampliam, de
forma que ela já não se preocupa tanto com seus próprios negócios e resultados particulares apenas,
mas começa a desenvolver interesse social e especulativo em grupos de pessoas e em classes de
objetos e eventos. Mas nesta altura a criança já desenvolveu também suficientes conceitos de
verdades gerais, juntamente com o poder de analisar e descriminar diferentes e semelhanças, de
modo que agora possui a habilidade bem como o impulso para raciocinar de um modo geral e
abstrato com relação a pessoas, História, palavras na linguagem e coisas na Ciência.

Conversão
A despeito das grandes diferenças que se notam no ambiente que cerca a criança em seus
primeiros anos, é muito comum encontrarmos pequenos de cinco, seis, sete e oito anos que amam
ao Senhor Jesus de todo o coração e alma; e até onde lhes foi possível saber como agir, decidiram
ser cristãos. Decisões mesmo mais definidas são feitas nos anos primários, e alguns candidatos de
nove e dez anos são batizados a maior parte soa batismos, entretanto, vem na primeira adolescência

Traços J. da infância Primário Adolescência Última


Nasc. Aos 8 anos 8 aos 12 anos 12 aos 19 Adolescência
19 aos 24 anos

Desassossego Muito, físico Muita Muito, mental Mínima

Curiosidade Muito Muitíssima Alguma Alguma

Credulidade Muitíssima Mais Menos, mais fé Menos, mais fé

Imaginação Grande Maior Divagação Estabilizada

Imitação Muito, física Alguma, física Mais, ideal Muito ideal

Vid em grupo Nenhuma Forte Muito forte Normal

Responsabilidade Quase nenhuma Pouca Mais Muitíssima

Competição Nenhuma Alguma Muitíssima Normal

Assoc. com. Outro Nenhuma Repele Atração Atração


sexo

Raciocínio Quase nenhum Pouco Mais Muitíssimo

Consciência Pouca Mais Errática Estabilizada

Conversão Divisões Mais decisão Mais batismos Menos

Natural Senso de Humor


Temos o direito de esperar que o natural senso de humor visto nas crianças seja a semente do
contagiante otimismo na vida futura. Por outro lado senso ( e não ausência de senso) poderia nos
parecer um desafio a todas as tentativas de enquadramento, e poderíamos ser levados a anota-los
somente para anulá-lo;
pois nos lugares menos esperados, nas ocasiões mais impróprias, alguma coisa atiça sua fantasia, e
eles riem sem propósito. Talvez seja algum pequeno maneirismo, algum cochilo da língua gesto
absolutamente espontâneo, mas as crianças vêem nisto algo que o professor jamais pretendeu, e
tiram daí motivo para uma descarga de riso. Dificilmente se poderá culpar as crianças
Não há muito que possamos fazer nestes casos, exceto assegurarmos de que as crianças estejam
cuidadosamente agrupadas o melhor possível, ser tão cautelosos quanto possível em nosso preparo,
e evitar que qualquer coisa possa libertar a corrente do humor, tão natural nas crianças.

Dois Tipos Principais de Crianças


Nosso estudo objetivo das crianças revela também o fato de que há dois tipos principais de
crianças:
1. Motor ( ativo).
2. Sensorial ( quieto).
A criança motora é rápida para responder, ativa para aprender, ligeira no esquecer, pronta a
zangar-se e não menos pronta para arrepender-se. A sensorial leva mais tempo para responder, é
mais lenta em aprender, demora mais para esquecer e para zangar-se, mas também demora para
arrepender-se. Pessoalmente me alegro que Deus tenha criado os dois tipos.
Deus, porém, não criou somente esses dois tipos, mas permitiu também uma combinação
variável de ambos os tipos, de modo que o mesmo indivíduo pode ser em parte motor e em parte
semsorial, mais motor do que sensorial ou mais sensorial e menos motor. E isto complica
grandemente nosso problema.
Uma observação mais desejo fazer antes de concluir, observação encorajadora a desencorajadora
ao mesmo tempo. O mesmo menino que pode ser em parte sensorial e em parte motor, também
pode ser dez diferentes espécies de menino; pois um jovem segundo a associação que fizer com
outros. Toninho é uma espécie de menino com seu pai e outra espécie com sua mãe. É uma coisa na
escola e outra quando está brincando, outra ainda se está brincando com meninos mais velhos, e
ainda outra se seus companheiros são mais novos. Não o reconheceria no acampamento de juvenis.
Ele salta da cama logo que ouve a sirene e em cinco minutos está vestido, penteia ele mesmo o
cabelo e faz a cama, e estufa o peito quando o responsável grita: “Atenção!” mas quando sua mãe
vem visitá-lo no Sábado, num instante ele muda. A mãe tem de lavar-lhe o rosto e pentear os seus
cabelos, e ele, que estufava o peito tão bem agora está encurvado ao lado da mãe, sentado com a
cabeça reclinada em seu colo, para poder sentir-lhe os dedos entre os cabelos.
Oh, sim, eu os tenho visto, e não gostaria de modificar nem um pouco o quadro, mas sim, usá-lo
com o único propósito de levar as mães a ver a vantagem de deixar a sala do departamento tão logo
possa a criança ficar sozinha, e também para que fique diante de cada líder o desafio: Que espécie
de joãozinho você quer o joãozinho seja quando ele está com você?
Esta é uma verdade: nossas ações e vida se refletem na vida de nossos moços e moças.
E agora, com estas interessantes observações como base, vamos descobrir alguns dos segredos
na arte da evangelização de juvenis.
CAPÍTULO III

A Arte de Atrair a Atenção e Conservar o Interesse

A

TENTAÇÃO pode ser descrita como concentração do consciente sobre qualquer idéia.”
“Interesse é a nota doce-amarga que acompanha a atenção.” Estas são definições típicas que
se encontram em livros de psicologia, mas pessoas comuns continuam a não ser as mais sábias
depois de ler tais definições, e prosseguem confundindo atenção com interesse, tanto em seu
pensamento como em seu falar. Que é atenção? Que é interesse? Eis aqui uma analogia que
esclarecerá o assunto e nos tornará aptos a diferenciar sempre estas duas palavras:

INTERESSE : ATENÇÃO :: SEDE : BEBER


O interesse está para a atenção como a sede está para o beber água. Reconhecemos logo que a
sede é a força que nos faz beber, e o beber é a atitude pela qual o líquido é introduzido no corpo. De
igual forma, o interesse é a força – a sede da mente – e a atenção a atitude pela qual o conhecimento
é introduzido na mente. Claro, portanto, que interesse e atenção não são sinônimos., podemos
prestar atenção a alguma coisa em que não estamos interessados, como podemos ser desatento em
relação a algo de grande interesse. Entretanto, é claro que há ema relação entre eles, e não pode
haver aprendizado sem atenção, pois –

ATENÇÃO: MENTE:: BEBER: CORPO


Atenção está para a mente como beber está para o corpo. Anotemos, pois, cuidadosamente, as
diferentes espécies de atenção.

Atenção involuntária ou Espontânea


Há duas espécies de atenção que não demandam esforço, isto é, são voluntárias ou espontâneas.
Nós ouvimos alguém se aproximando; é natural erguer a cabeça ou voltar-se! Vemos alguém
movimentar-se diante de nós; com que naturalidade o seguimos com os olhos! Sentimos o cheiro do
pão queimado no torrador; e depressa pedimos a alguém que corra para desligar! Sentimos um
inseto andando em nosso pescoço e logo coçamos, ou gritamos se (for como minha mulher). A
atenção que damos a essas coisas, e que excitam nossos sentidos primitivos, recebe o nome de –
a. Atenção espontânea ou primitiva.
Por outro lado podemos estar tão interessado num livro, numa peça musical, num quadro, no
estudo, que nada nos interromperia. Continuaríamos atentos à matéria de nosso interesse. Visto que
esta atenção edifica a apreciação da mente, isto é, acrescenta mais fatos e mais idéias ao acervo de
conhecimentos, é chamada-
b. Atenção espontânea aperceptiva.

Atenção Voluntária, ou Forçada


Há uma espécie de atenção que só se manifesta com esforço. O líder chama: “Aten-ção” e nós
ficamos em posição alerta, mas nada há de interessante nisto. Temos de colocar-nos eretos e juntar
os joelhos. Mas por quanto tempo nos agüentamos nessa posição? O líder chama de novo: “ Olhar
para a direita,” forçamos nossa cabeça nessa direção. Mas por quanto tempo ficaríamos nessa
posição antes de nos sentirmos cansados e sem fôlego? Esta espécie de atenção é chamada
voluntária, ou forçada, e embora o espaço de tempo durante o qual forçamos a atenção aumente
com a maturidade, é sempre curto e é uma tarefa cansativa.
É claro, portanto, que a atenção que desejamos atrais é a atenção espontânea aperceptiva, que
requer pouco esforço ( da parte do aluno) e é atitude que resulta na alimentação da mente com
conhecimentos. Eu deixo cair uma moeda ou bato palmas; imediatamente todos os olhos estão
postos em mim ( atenção espontânea primitiva), mas se o que eu faço a seguir não é interessante,
não haverá bem algum nem para mim nem para os alunos que eu prossiga deixando cair moedas ou
batendo palmas.
Eu chamo: “ Atenção, meninos!” “Silêncio, meninos!” e por algum tempo breve obtenho essa
atenção ( atenção forçada), mas se o que eu digo ou faço a seguir não é interessante, que proveito
haverá em que eu prossiga pedindo atenção ou silêncio? Assim, pois, é claramente visível que a
atenção espontânea aperceptiva que espero de meus alunos depende inteiramente do interesse.

Interesse
Quando se oferece um prêmio por versos decorados no trimestre, o interesse mostrado nesses
versos memorativos é principalmente interesse mediato. O que eles realmente desejam é a
recompensa; o interesse nos versos é um meio para um fim. Se no curso do estudo dos versos
memorativos ocorre haver nesses versos alguma coisa que o aluno deseja, e em vez de estudar pela
recompensa ele estuda pelo próprio estudo, então o interesse neste caso é imediato, isto é, não é um
meio para alcançar um fim.
A maioria das pessoas estuda sua lição da Escola Sabatina cada dia pelo prazer de aprender
alguma coisa, pelo conforto e deleite que há em perceber a voz de Deus em Sua Palavra. Isto é
interesse imediato – interesse na lição pelo amor à lição. Sabeis, entretanto, que há uns poucos aqui
e ali que estudam a lição da Escola Sabatina cada dia a fim de ganhar uma fita ou cartão de honra.
Isto é interesse mediato. E como reclamam de não ganham a fita ou marca-páginas ou cartão de
honra!
Em nossas classes progressivas dos Desbravadores oferecemos insígnias e distintivos para todas
as classes, e é felicidade para o líder ver o interesse ardente em virtude dessas insígnias, e então
observar os desbravadores absorvidos no estuda da natureza e nos passatempos por causa do próprio
interesse no estudo. Devemos Ter sempre em mente que o interesse que queremos despertar é o
imediato – o interesse na coisa em si, por amor a essa própria coisa.
É perfeitamente próprio que usemos estímulos tendo em vista o desenvolvimento deste interesse,
se a recompensa oferecida é para todos que alcançarem em determinado padrão. Se adotamos o
costume de mundo oferecendo, por exemplo, um prêmio, ao mais alto da classe, verificamos que
não somente provocamos inveja e ciúmes, mas raramente é o interesse mudado de mediato para
imediato.
Agora que sabemos qual o interesse e qual a atenção que desejamos, como podemos alcançá-los?

Que Vem Primeiro – Interesse ou Atenção


Na mente de muitos esta pergunta tem o sabor do velho problema: “O cachorro corre porque a
lata amarrada sua cauda faz barulho, ou a lata faz barulho porque o cachorro corre?” Certamente
damos atenção a coisas em que estamos interessados, e em geral estamos interessados nas coisas, a
que damos atenção. Mas qual vem primeiro? Seguindo nossa própria analogia, vemos que é
naturalmente Ter sede primeiro, e então beber, e então verificamos ser certo que se há algum
interesse, sempre podemos conseguir a atenção. Mas. E se não há interesse? Pode a atenção por
acaso gerar o interesse? Vejamos:
Eu vou ao quadro-negro e escrevo uma vírgula (,). Então digo: “atenção, classe! Olhem todos
para cá! Observem todos esta vírgula” As cabeças se erguem, o corpo fica ereto, os olhos se voltam
para min, mais abertos do que o costume. Isto é atenção voluntária, ou forçada. Eu prossigo: “
Agora, classe, uma vírgula é um ponto interessante, ou não? “ Tudo que consigo é uma resposta em
coro: “ não”.
Eu torno a experimentar. Entro derrepente na sala, abro rapidamente uma gaveta procurando
alguma coisa, abro outra gaveta, e finalmente apanho um giz. Sem uma palavra seguro na presença
da classe, e então deixo –o cair, e ele fica em pedaços. Levanto um desses pedaços e com ele
escrevo rapidamente no quadro-negro outra vírgula (,). Fico ali, apontando para a vírgula. Tenho
sobre min os olhos de todos, pois não o podem evitar; estão dando sua atenção primitiva
espontânea. “Não é esta vírgula um sinal gráfico interessante, classe?” eu pergunto, mas a resposta é
um sonoro “Não.”
Tento de novo. “ poderiam me dar a atenção por um momento?, classe? Olhem todos para esta
vírgula que escrevi no quadro! Vocês, aí atrás, não conversem, por favor! A vírgula é um dos mais
importantes sinais de pontuação. É usada para indicar pausa, mas principalmente para determinar a
natureza de uma frase ou pensamento. Conta-se que certo homem fora condenado na Rúsia antiga.
A mãe do condenado apelou ao Rei que perdoasse o seu filho. Recebendo o apelo, o Rei enviou um
ofício urgente ao juiz, determinando: “ perdão, impossível enviar condenado para a Síbéria.” Mas
por alguma razão a vírgula foi deslocada de seu lugar, e o ofício chegou assim ao tribunal: “ Perdão
impossível, enviar condenado para a Sibéria.” Agora, classe, perguntou, não é a vírgula um sinal
interessante?” Há um coro de “Sim!”
Ora que aconteceu que mudou a disposição da classe? Primeiro eu obtive uma resposta vinda de
atenção forçada voluntária. Mas quando eu consegui comunicar-me a atenção foi mudada de
forçada voluntária para aperceptiva espontânea, e então passou a ser interessante que descobrimos
então? Que o interesse naturalmente gera atenção, e que somente a atenção aperceptiva espontânea
pode produzir interesse.

Como Ser Interessante


Uma vez que foi necessário alguma coisa interessante para produzir nos estudante a atenção
aperceptiva espontâneo, que por sua vez inflamou o interesse, estamos em face do fato de que nós,
os líderes, pais e professores, precisamos aprender a ser interessantes. Como?
Eis aqui algumas sugestões:
O interesse precisa ser satisfeito. Se traçamos uma linha partindo de um ponto para um clímax e
então caindo gradualmente outra vez ao ponto inicial, podemos Ter um gráfico do interesse
Começando com um problema, uma verdade ou uma história nós vamos edificando,
acrescentando e desenvolvendo, até chegar ao clímax, onde o problema é solucionado, a verdade é
provada, a aventura completa. Então em poucas palavras aplicamos a lição, e normalmente um
olhar satisfeito nos diz que nosso esforço foi bem sucedido.
Nada há mais irritante do que um interesse mal satisfeito, uma verdade improvada, uma história
inacabada. Freqüentemente há interesse que se insinuam nos planos do professor, interesses não
desejados que desafiam a capacidade de liderança do professor. A única maneira de nos livrarmos
desse flagelo não convidado é satisfaze-lo tão depressa quanto possível.
Por exemplo, se em meio de minha história, João pinica Pedrinho com um alfinete, e Pedrinho dá
um grito, os outros imediatamente ficam interessados. Eu posso pôr a mão sobre a boca de Pedrinho
e prosseguir com a história. Mas eles não estarão interessados em mim. Estarão, isto sim, intrigados
se perguntando quem teria beliscado Pedrinho. Eu poderia mandar João para fora da classe, mas isto
não traria de volta o interesse em minha história. A melhor coisa a fazer é livrar-me do interesse
penetra. “Lamento, rapazes, mas Pedrinho foi de encontro ao alfinete de João, mas tenho certeza de
que não é nada sério, não vai ser fatal.” E ao colher o alfinete de João, eles sorrirão “Oh!” O
interesse está satisfeito, e eu prossigo reconquistando o meu interesse sem nenhum competidor no
campo.
O Capítulo Interesse
Certos livros que nos prendem a atenção e que parecem não Ter um ponto onde a gente gostaria
de parar, ilustram bem a técnica do capítulo interesse. Cada capítulo desses livros é planejado de
modo a desenvolver o interesse a satisfaze-lo. Então o autor fornece de passagem algumas frases do
capítulo a seguir, ou formula uma pergunta a ser respondida no próximo capítulo, e então o leitor
precisa ler um capítulo mais para saber o que vai acontecer.
Assim o livro desenvolve o interesse que, finalmente chega ao clímax, e no capítulo final o
inteiro interesse é satisfeito. O melhor exemplo na arte de manter o interesse são as novelas de
televisão, que se alongam em suspenses e mantêm o telespectador com o interesse sempre alerta.
O professor que consegue aplicar tal princípio à lição semanal da Escola Sabatina , de modo que
cada lição crie desejo e interesse para a lição da semana seguinte, está destinado a ser bem
sucedido.

O Próprio Professor Precisa Estar Interessado


Quando eu era estudante num colégio, ouvi uma tarde um colega exclamando entusiasmado:
“Olhem, vejam!” Alguns perguntaram: “O que? O que?” e logo uma pequena multidão de estudante
ali estava olhando atentamente para o céu, observando uma estrela logo além de uma árvore, que
parecia mover-se. Toda aquela multidão estava interessada, porque um estudante estava interessado.
Creio sinceramente que qualquer um pode fazer uma multidão ficar interessada em nada importante,
desde que demonstre estar interessada suficientemente, pois é certo que interesse gera interesse, e o
professor precisa estar interessado na lição e na história se espera interessar nisto a meninos e
meninas.
E mais, o professor deve estar interessado também no estudante. O conhecer as necessidades dos
rapazes, como vivem, o que falam, como reagem, saber quais as coisas que lhes interessam,
inconscientemente comunica alguma coisa a suas palavras e atitudes, e ira colher interesse.
“Cada verão vou ao Maine Pescar. Pessoalmente, gosto de morangos e creme, mas vejo que por
alguma estranha razão os peixes preferem vermes. Assim é que quando vou pescar, não penso no
que eu gosto; penso no que eles gostam. Não ponho no anzol morangos e creme. Antes, ponho um
verme ou um gafanhoto na ponta do anzol, balanço diante do peixe e digo: “não gostaria de ganhar
isto?”
Certa vez ouvi de alguns jovem na igreja adventista do Bairro Ipiranga em Ribeirão Preto que
dificilmente eu conseguiria um lugar para livre para sentar naquele programa. Com efeito, alguns
ficavam em pé junto às paredes. Eu fui para certificar-me, e vi ali o pastor da igreja, e observei
como ele cumprimentava os jovens e lhes falava de sua satisfação em vê-los ali. Ouvi com grande
alegria os que aviam tomado parte no programa, e descobri por que eu também gostaria de ir às
reuniões dessa sociedade cada semana!
Fui a um outro programa, e a freqüência era muito fraca; nem mesmo o pastor estava lá. No dia
seguinte o encontrei na igreja (a reunião do jovens realizava-se na Sexta- feira a noite), e ele
explicou: “ Como viu , ontem à noite era a ocasião que tiro para estudar.” Ele se queixou de que
muito poucos jovens tomavam interesse em suas reuniões. No curso dos acontecimentos outro
pastor veio para esta igreja, e depois de três anos voltei lá e tive o privilégio de assistir à reunião dos
jovens. A igreja estava lotada. Na verdade a igreja havia sofrido considerável reforma, e possuía
salas remodeladas para as classes da Escola Sabatina. Eu quase não podia crer no que via. O pastor
estava ali também, e sentia-se feliz e orgulhoso. Tinha um coral de juvenis, e eles gostavam de
ajudar. O penoso da história é que jamais ouvi o nome do antigo pastor mencionado uma única vez.
O homem que não estava interessado havia sido praticamente esquecido.
-Não gostaria de vir e nos dar uma ajudazinha em nosso próximo acampamento do clube de
desbravadores? – eu perguntei a um ocupadíssimo pastor certo verão.
-Na verdade eu não disponho de tempo, pois estou fazendo os preparativos para uma série de
conferências – ele respondeu – mas irei.
E realmente foi. E regaçou as mangas e ajudou a cozinhar. E contou histórias, e excursionou. Até
o momento em que colocamos no ônibus os nossos Desbravadores levando-os de volta para casa,
ele gastara três dias do seu precioso tempo neste acampamento.
Assim outro ponto essencial no departamento do interesse é estar interessado o próprio
professor, interessado na lição, interessado nos juvenis e no que eles desejam.

Juvenis Anseiam por Novas Experiências;


Gostam de Variedade
Já notaram o efeito que exerce sobre os juvenis uma roupa nova, um novo par de sapatos ou uma
espécie nova de alimento à mais? Exatamente! Isto reacende o seu interesse na vida. Utilizemos a
mesma forma em nossas Escolas Sabatinas e reuniões dos Desbravadores. Um quadro novo, um
novo cântico, uma cadeira nova ou novo mapa-múndi, uma nova maneira de apresentar a mesma
lição. “A variedade é i tempero da vida” não é apenas um velho provérbio; é uma verdade
fundamental quando estamos trabalhando no interesse dos juvenis. Devemos procurar apresentar
alguma coisa em acréscimo ao que eles já sabem. Uma antiguidade de Jericó, um vaso de água do
Jordão, uma estampa do Egito ou um quadro da cidade apresentada na lição – tudo isto dará um
novo sabor a velha história do passado.
Variar ao recapitular. Dialogar. Criar enigmas na forma de teste. Conduzir a coisa como uma
abelha zumbindo. Pondo no ar uma imaginária estação de rádio. Variar até que seus ouvidos vibrem
com alegria ao pensarem na reunião do próximo Domingo.
Não se esqueçam, os juvenis gostam de descobrir coisas novas por si mesmo. Depois de
fornecer a eles as informações, deixe que eles descubram a conclusão. Por exemplo: Muito bem,
Pedro diz que o arco-íris é formado pela luz solar atravessando gotículas de chuva. A Bíblia nos diz
que o arco-íris não foi visto até o tempo do dilúvio. Ora, a que conclusão chegamos sobre isso?” A
maioria das mãos se levantará para dizer que não havia chovido até o dilúvio. Assim fica muito
mais interessante do que o próprio professor responder. Nunca me esqueço do enigma proposto em
classe e que me levou a descobrir que João Marcos era o mesmo jovem que fugiu deixando as
roupas nas mãos dos soldados na noite em que Jesus foi preso. E também quando descobri que este
desanimado dicípulo é considerado como tendo sido missionário na África do Norte.
Sempre que possível, colocar uma pergunta ou um problema que apresente uma lição nova para
ser resolvida ou uma nova verdade. “Notaram que o título da lição da próxima semana é A
Armadura de Deus. Todos admitimos que não podemos vencer Satanás em nossa própria força, e
contudo é nos ordenado lutar, batalhar. Que parte da luta precisamos desempenhar sozinhos? Fará
Cristo a Sua parte se nós não fizermos a nossa? Encontraremos a solução deste problema na lição da
próxima semana.”
Sentimos o impacto deste problema? Também os juvenis. Então devemos planejar nosso
programa com novas experiências, novas verdades, novas descobertas, e observar o interesse de
meninos e meninas.

Juvenis Desejam Afeição


Todos desejamos afeição; a única dificuldade é que os juvenis em geral não gostam de expressar
em palavras. Chamar um menino de “queridinho” ou uma menina de “queridinha” não conquista o
interesse ou atenção para o professor ou instrutor. Ao contrário, coloca-se uma barreira entre o
professor e o aluno, e o mais certo é que ele procurará afastar-se. Já ouviram a expressão: “ diga-o
com flores.” Esta é a idéia esta é a linguagem que os juvenis compreendem. Um par de estampas
raras ou algo que se acrescente a sua coleção, será como se lhe estivesse dizendo: “Eu o amo,” de
um modo que ele compreenderá e apreciará.
Se chegar em sua mãe ou esposa em um dia que ela esteja muito atarefa e perguntar: “ você
preferiria que eu lhe dissesse: “ Eu te amo,” ou “ que lhe lavasse os pratos?” facilmente podemos
deduzir a resposta. “ Oh,” ela diz, ambas as coisas significam o mesmo para mim, mas esta noite
lavar os pratos soará bem melhor.”
É assim que os juvenis desenvolvem afeição. Devemos procurar mostrar e prover em dozes
generosas, não em palavras, mas em atos.

Juvenis Desejam Sentir-se Seguros


Neste dia de lares esfacelados e normas rebaixadas meninos e meninas desejam pertencer a
alguma coisa digna de valor, alguma coisa de que possa depender, algo que lhes dê segurança. A
respeito do fato de que meninos e meninas têm a sua própria maneira, tenho visto muitos crescerem
culpado os pais por não os haverem feito parar e obedecer enquanto eram jovens. Tenho organizado
inúmeros acampamentos de juvenis. Creio na disciplina e na ordem. Verifico que não é a disciplina
em si que os juvenis detestam, mas a disciplina exagerada. A disciplina correta prove o espírito de
grupo, e eles conservam no íntimo um profundo respeito por seus líderes pelo acampamento e por
sim mesmo. Cuidai pois – seja qual for nossa resposabilidade, professor, conselheiro, instrutor ou
líder – cuidai que esteja irradiando confiança, ordem, domínio próprio, pois assim estará
alimentando o sentimento de segurança .

Juvenis Desejam Reconhecimento


“O professor Jonh Dewey, o mais profundo filósofo americano, ... diz que o mais acentuado
desejo da natureza humana é o de “ser importante.” – Como Fazer Amigos e influenciar Pessoas,
pág. 43 e 44. E William James afirma: “ O princípio mais profundo da natureza humana é o desejo
de ser apreciado.” – Ibidem. Eu nem precisava haver citado estes eminentes homens, pois todos
sabem isto é verdade, mas gosto do modo como disseram. Não importa aonde vá, ou quão velhas ou
quão jovens sejam as pessoas, ou se chamam a isto de desejo de reconhecimento ou de ser
apreciado, ou então desejo de ser importante, a verdade é que cada um está desejoso de ser
considerado necessário, indispensável. Todos são iguais neste ponto. O missionário ª C. Vine, da
Nigéria, conta uma interessante história de uns velhos cidadãos em suas vestimentas características,
queixarem-se de que os missionários haviam espoliado a cidade. Sim, a respeito de todo o bem que
os missionários haviam feito, ele diziam que a cidade havia sido espoliada; mas a verdade era que
quando eles tocavam os seus tambores e se pintavam para suas danças ritualistas, ninguém vinha
ver, nem mesmo as crianças. ( Review and Herald, 24 de janeiro de 1935.)
Tempos a atras assisti a uma reunião do clube de Desbravadores na igreja central de Ribeirão
Preto ( Pioneiros) o clube tinha uma bela banda e os garotos realmente faziam uma bela
apresentação. Ao final da reunião como gosto de bandas e instrumentos fui falar com os meninos e
meninas que ali estavam. Alguns tempo depois eu estava com o clube alvorecer fazendo um
programa na cidade de Sertãozinho interior de São Paulo e durante a Escola Sabatina quando
estava passando a carta missionária reconheci à porta um dos jovens da bando do clube Pioneiros.
- Oh, veio a esta Igreja Hoje! – eu disse manifestando minha surpresa.
- Bem, eu moro aqui, por isso freqüento esta igreja – ele explicou.
- E o que faz você viajar mais de vinte quilômetros para ir às reuniões do clube Pioneiros? – eu
perguntei.
- Oh, bem – ele explicou, com notável seriedade para a ocasião – eles precisam de mim nas
atividades do clube.
Ah , ali estava o segredo. Algum líder bem sucedido necessitava dele, e esses quase vinte
quilômetros eram suaves, curtos, porque ele era necessário. Líderes, abri os olhos para ver quanto
necessita dos seus rapazes e moças! Abri o coração e os lábios para dizer-lhes quanto os aprecia, e
observe os resultados em seu interesse em você.
Artifícios para Prender a Atenção
Dizem que “há um artifício para cada ofício.” É verdade que os que ensinamos aos juvenis
podemos aprender alguns truques que ajudam a prender a atenção e mantê-la após a intromissão de
alguns interesses não convidados ou desejados. Qualquer artifício que desperte a curiosidade e apele
à atenção primitiva espontânea pode ser chamado artifício para prender a atenção. Pode ser um
quadro, um raro objeto de arte, um livro, ou um souvenir qualquer. Deve ser sempre algo
interessante. Podendo leva-lo em sua maleta de mão, num envelope grande, num cartão diferente,
de modo que possa dizer como que acidentalmente que comprou algo muito interessante que deseja
mostrar durante a lição. Inicie então o estudo. Se depois de algum tempo, os alunos começarem
amostrar-se inquietos, coloque sobre a mesa o o objeto para prender a atenção, mas não o abra; não
precisa fazê-lo. Esta simples ação convidou todos os olhos. Prossegui com a lição. A seguir insinua
a mão dentro da caixa, mas não tire fora para logo o objeto. A ação chama atenção da classe. Então,
pouco a pouco p mo mento próprio chega, o objeto é exibido, e terá ajudado muito em obter
atenção.
Se quer um curso de pós graduação em artifícios para prender a atenção, não precisa senão ir a
uma das movimentadas ruas de S. Paulo e observar os camelôs vendendo desde pomadas para calos
até processos milagrosos de imunização contra fogo e outras coisas ainda mais fantásticas. Nota a
multidão ao redor. Vede o homem que vende um pomada que insensibiliza contra queimaduras. Ele
tem na mão um ferro em brasa e o exibe, bom como um dragão de verdade que um outro camelô diz
que realmente anda numa caixa. Mas você não verá o milagre do ferro em brasa atuando em
nenhuma mão, nem o dragão numa caixa. Mas aprenderá como se pode usar artifício para prender a
atenção.

O Manejamento da Classe
Podemos fazer muito também no arranjo da sala e da classe para obter os melhores resultados
possíveis. John Adams recomenda como o melhor arranjo da classe uma forma em semicírculo ou
um quadrado de três lados. O professor assenta-se no centro, com os dois mais movimentados
alunos, a sua esquerda um, e o outro a sua direita, e o mais maroto, o peralta, bem em frente. A
média dos demais ocupam os outros assentos. A vantagem deste arranjo é que cada um dos dois
mais ruidosos alunos tem apenas um para atormentar, e estão em posição que o professor pode
restringi-los com a mão, enquanto o outro, o astuto, o manhoso ou peralta, está onde o olho do
professor pode mantê-lo sob vigilância ( ver as instruções à seguir).
Onde não haja cadeiras que se movimentem, mas apenas bancos, pode-se amenizar a situação
sentando-se o professor de frente, de modo que os seus joelhos fiquem entre os dois mais motores.
Numa grande sala de Divisão dos juvenis, vi que o professor dividiu a classe em duas filas de
cadeiras, ambas de frente para ele. Ele sentou-se de modo a ficar com os joelhos entre os dois
alunos mais movimentados, e tendo cada membro da classe ao seu alcance. Na hora do estudo da
lição o professor mudou um pouco a posição, de modo que se formasse um semicírculo como acima
mencionado. Isto deu a máxima vantagem com um mínimo de barulho.
Muitos professores têm ficado admirados com o resultado deste arranjo da classe,
surpreendendo-se que nunca haviam pensado nisto.
O professor pode também fazer todos os arranjos previamente, de modo que não haja nem um
minuto vazio. Esteja ali o recapitulador, ou quem vai cantar, ou quem vai contar a história, ou
mesmo a secretária, de boca aberta, pronto a para começar a falar tão logo o dirigente os apresente.
O tempo que o recapitulador levaria para sair do seu lugar e chegar à frente seria mais do que
bastante para que se iniciasse uma revolução. encha cada segundo. Lembre-se, Satanás encontra
trabalho para mãos ociosas ( e mentes).
O professor pode também treinar o modo de falar, com voz firme, clara, em tom de quem espera
ser obedecido. Esta habilidade raramente é natural, e deve ser cultivada. Não é difícil vermos
conselheiros de unidade em acampamentos, lutando com a nova experiência em dar ordens, e
quando dizem: “atenção,” há movimentação, e quando dizem: “marchar” as crianças dão meia
volta. Logo aprendem a dizer: “Aten-ÇÃO!” e “ MaRCHAR!” e que diferença!
Em resumo, assegurar de que se vai obter atenção e prender o interesse não é mero acidente, não
é coisa que simplesmente acontece. É uma arte. É preciso longo estudo, longo planejamento,
intenso trabalho, mas os resultados compensam e uma gloriosa recompensa é prometida.
“Ali, todos os que trabalham com um espírito desinteressado contemplarão os frutos de sus
labores. Verá o resultado de todo princípio correto e nobre ação. Alguma coisa disto aqui vemos.
Mas quão poucos dos resultados dos mais nobres trabalhos deste mundo é o que se manifesta nesta
vida aos que os fazem! Quantos trabalham abnegadamente, incansavelmente por aqueles que ficam
além do seu alcance e conhecimento! Pais e professores tombam em seu último sono, parecendo o
trabalho de sua vida Ter sido feito em vão; mão sabem que sua felicidade descerrou fontes de
bênçãos que jamais poderão deixar de fluir; apenas pela fé vêem as crianças que educaram
tornarem-se uma bênção e inspiração a seus semelhantes, e essa influência repetir-se mil vezes
mais.” – Educação, pág. 305.
CAPÍTULO IV

Como a Mente Funciona. Dedução e Indução

“E nsina o menino no caminho em que deve andar, e até quando for grande não se desviará
dele.” Prov. 22:6. O termo “ensinar” como empregado aí, indica a construção do caráter e
não o trabalho de algumas horas; é um processo contínuo. Conquanto isto seja certo, não devemos
passar por alto a influência de uma simples palavra ou ato.
“Grande é a responsabilidade dos que tomam sobre si o encargo de ser guias de alma humana. O
verdadeiro pai e mãe contam como seu um encargo de que nunca poderão desincumbir-se
completamente. A vida da criança, desde o seu primeiro dia até ao último, experimenta o poder
daquele laços que o liga ao coração dos pais; os atos, palavras, e mesmo o olhar dos pais continua, a
moldar o filho para o bem ou para o mal. O professor participa desta responsabilidade, e necessita
constantemente compreender o caráter sagrado da mesma e conservar em vista o propósito de sua
obra... O trabalho que faz dia a dia exercerá sobre seus discípulos, e por meio deles sobre outros,
uma influência que não cessará de se estender e fortalecer até que termine o tempo. Os frutos de seu
trabalho ele tem de encontrá-los naquele grande dia em que toda palavra e ação hão de ser
investigadas diante de Deus” Educação, pás. 280 e 281.
No grande dia do juízo cada um de nós será julgado, não pelo que sabemos, mas pelo que somos.
O que sabemos e aprendemos, entretanto, decidirá o que somos. Diz Salomão: “Como imaginou no
seu coração, assim é.” Prov. 23:7. O propósito deste capítulo é, portanto, demonstrar o processo do
pensamento e a estrutura da idéia que é a substância do pensamento.
Há para a mente cinco avenidas:
1. Visão.
2. Audição.
3. Olfato.
4. Paladar.
5. Tato.
Por essas avenidas chegamos as impressões que a mente pode compreender, classificar e
combinar. Qualquer simples impressão que venha por qualquer dessas avenidas é chamada
percepção. Vários objetos de percepção combinam-se para formar um conceito. A comparação dos
conceitos, tendo em conta suas similitude ou dissimilitude, resulta em julgamento. A avaliação dos
julgamentos e o aproximar-se de novos julgamentos é o processo de raciocínio. assim os passos
naturais no processo do pensamento são:
1. Percepção.
2. Conceito.
3. Julgamento.
4. Raciocínio.
Para ilustrar: talvez as primeiras percepções que venham à mente de um infante sejam os
sentimentos de “satisfação,” “calor” e ”segurança” nos braços da mãe. Mas tarde é acrescentada a
percepção do “sorriso” da mãe, e pouco o maravilhoso conceito de “mãe” é formado. Notai como o
conceito inclui e incorpora todas as percepções, e em certo sentido é a síntese deles. De igual forma
os conceitos de irmã, tia, pai, irmão e tio são formados. Então, seguindo o processo natural do
pensamento, esses conceitos são comparados. São notadas suas similitudes e dissimilitudes. Mãe,
irmã e tia têm muita coisa em comum. Pai, irmão e tio têm muita coisa em comum. Esta
comparação resulta num julgamento, e mãe, irmã e tia são chamadas “mulheres,” enquanto pai,
irmão e tio são “homens.”
Pelo mesmo processo diferentes criaturas que andam sobre quatro paras são comparadas, e o
julgamento de gatos, cães e cavalos são formados. Segue-se então a avaliação desses julgamentos:
homens, mulheres, gatos, cães, cavalos. As diferenças em seus hábitos no comer, no viver e no falar
são notadas; deve ser considerada a similitude de sua fisiologia. Novos julgamentos são formados:
“pessoas” e “animais.” Este é o processo do raciocínio, e a mente prossegue comparando ainda mais
julgamentos e formando novas conclusões. Pessoa, animais, peixe, ave, insetos, arvores, flores,
ouro, mármore, são comparados e avaliados. Formam-se então os novos julgamentos de reino
animal, reino vegetal e reino mineral.
Em certo sentido palavras podem ser consideradas como percepções, frases como conceitos,
parágrafos como julgamentos. E quando Isaías escreveu: “Preceito sobre preceito, preceito e mais
preceito; regras sobre regras, regras e mais regras: um pouco aqui, um pouco ali” Isa. 28:10, estava
simplesmente expressando em palavras o processo natural do pensamento, o natural processo de
aprendizagem da mente.

Um outro exemplo:
PERCEPÇÃO
A Bíblia nos diz que Deus formou o homem do pó, e soprou em suas narinas o fôlego da vida, e
ele se tornou uma
alma vivente.
CONCEITO
Davi nos diz que quando o fôlego do corpo, os pensamentos perecem. Podemos agora comparar
esses conceitos e verificar que a adição das percepções nos da uma alma viva, e a subtração faz que
a alma pereça. Assim formamos o Julgamento
JULGAMENTO
Julgamento de que a alma não pode existir separada do corpo. De igual forma podemos
acrescentar regra a regra, preceito a preceito, e comparar texto com texto, até formarmos o
julgamento de ressurreição, nova Terra, batismo etc.
RACIOCÍNIO
A mente então avalia esses julgamentos – eu desejo a vida eterna. A ressurreição depende de
minha fé em Cristo. Preciso mostrar o meu amos a Cristo mediante a obediência. Preciso Ter os
meus pecados passados, perdoados etc. – até que fazemos um novo julgamento ou decisão e
concluímos:
NOVO JULGAMENTO
Preciso, portanto, aceitar a Cristo e ser batizado.

Estudamos agora os dois grandes princípios do ensino: “Dedução” e “Indução.” Estes termos
serão mencionados com freqüência nos capítulos seguintes, e precisamos compreendê-los
completamente.
Dedução pode parecer a maneira fácil de ensinar, mas resulta em menos aprendizado. Requer
menos preparo da parte do professor, bem como menos reflexão da parte do aluno. Consiste em dar
ao aluno a regra já feita e então supri-la com exemplos. Vai do geral para o particular. Podemos
considerá-la sob o símbolo de um funil, porque é o método de despejar, o método de pregação, o
método de pregação. Ele tem o seu lugar, naturalmente, em grandes classes e grandes grupos. É útil
para classificarem-se os resultados de descobertas.
Indução, por outro lado, pode parecer uma maneira difícil de ensinar, mas resulta em muito mais
aprendizado. Requer mais preparo da parte do professor e exige mais reflexão da parte do aluno.
Supre os exemplos, e então busca a regra. Passada do particular para o geral. Podemos lembrá-lo
sob o símbolo de um saca-rolhas, porque é o método de tirar. É o método de descobrir, e as lições
assim aprendidas são lembradas, porque o aluno necessitou de reflexão, fez a descoberta e afirmou
a regra.
Tomemos dois exemplos da aritmética:

Um exemplo de Dedução
PROFESSOR: Esta manhã, classe, quero mostrar como podemos comprovar a exatidão de um
problema de aritmética mediante a regra dos noves-fora. A regra diz: Somando-se os algarismos de
um número a ser multiplicado, e então subtraindo-se todos os nove possíveis, anotando-se o resto, e
em seguida fazer o mesmo com o multiplicador e também com o produto, o produto dos restos
opostos ao número e ao multiplicador, depois de subtraídos os nove, será igual ao resto oposto ao
produto. Leiam a regra, procurem entendê-la, e então passemos à demonstração no quadro. Vamos
multiplicar 176 por 24.

Número 176 1+7+6=14 14-9=5


Multiplicador 24 2+4 =6 6
704 30-24=3
352
Produto 4.224 4+2+2+4=12 12-9=3

Agora some de novo os algarismos do número a ser multiplicado, e terá 14. Subtrair o nove, terá
como resultado 5. Some o multiplicador, e terá 6. Não se pode subtrair aí nenhum nove, logo, o
resto é 6. Faça o mesmo ao produto 4,224, e o resultado é 12. Subtraindo o nove, temos 3. Agora
multiplique os restos do número e do multiplicador: 5x6, e o produto é 30. Daqui podemos subtrair
três nove, isto é, 27 e o resto é3. Uma vez que o resto do produto da primeira multiplicação é
também 3, a solução do problema prova correta.
Notam que o professo falou sozinho o tempo todo. Ele começou com a regra, provou a regra com
um exemplo. Notam também que a monos que se use esta regra freqüentemente, será logo
esquecida.

Um Exemplo de Indução
PROFESSOR: Temos esta manhã, casse, outra interessante descoberta a respeito de aritmética.
Tomem o lápis e papel e escrevam um número - um número qualquer.
Estudante escrevem.
PROFESSOR: Invertam o número, e escrevam-no debaixo do primeiro.
Estudantes escrevam.
PROFESSOR: Subtraiam o menor do maior. Somem os algarismos da resposta. Se a resposta
desta soma é um algarismo duplo, some de novo. Muito bem, A, qual é sua resposta?
ESTUDANTES A: Minha resposta é 9. Eu tomei 976, invertendo e subtraindo (976 menos679),
obtive 297. Somando os algarismos, o resultado foi 18; a soma deste é nove: 1+8=9.
PROFESSOR: Muito Bem; e você, B, qual foi sua resposta?
ESTUDANTE B: Minha resposta também é 9. Eu tomei o número 3210. Invertendo e
diminuindo tive como resultado 3087. A soma deste número foi 18; somando os algarismos de 18:
1+8, também obtive 9.
PROFESSOR: Agora, você, estudante C, qual foi sua resposta?
ESTUDANTE C: Minha resposta também é 9.
PROFESSOR: Quantos nove tivemos como resposta?
Todas as mãos se levantaram.
PROFESSOR: Muito bem, classe, podemos agora afirmar esta interessante lei que descobrimos.
ESTUDANTES: Se tomarmos um número, o invertermos, diminuindo o menor do maior,
somarmos o resultado da resposta, e desta Segunda resposta também somarmos o resultado, caso o
resultado tenha sido um algarismo duplo, o resultado será sempre 9.
Notai que os estudantes participam da palestra e da demonstração. Eles começam com exemplos;
afirmam o que descobriram. Que pensai terá sido a sensação dos estudantes quando descobrirem
que todos obtiveram o mesmo resultado? Se tivesse sido um daqueles estudantes, por certo tão cedo
não se esqueceria daquela regra.
Tomemos agora mais dois exemplos e doutrina para ilustrar os mesmos dois princípios.

Exemplo de Dedução
“Esta manhã, classe, eu desejo provar a vocês, pela Palavra de Deus, que a alma não pode existir
separada do corpo. Leio em Gênesis 2:7 ´E formou o Senho Deus o Homem do pó da terra, e soprou
em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.` Notem que o Criador, ao fazer
o homem, usou o pó e o fôlego da vida a fim de produzir uma alma vivente, ou alma viva.”
“Falando da morte, Davi nos diz em Salmo 146:4: ‘Sai-lhe o fôlego, e eles se tornam a sua terra;
naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.’ Aqui vemos que as coisas que se combinaram
para formar uma alma viva foram separadas, e onde está a alma? Eu tomo um punhado de pó,
misturo com um pouco de água, e tenho barro. Mantenho o barro sobre o fogo a fim de que a água
se evapore, esta desaparece e permanece o pó. Onde está o barro? O barro não pode existir a menos
que o pó e a água estejam unidas. De igual forma não pode a alma existir a menos que o corpo e o
fôlego permaneçam unidos.”

Exemplo de Indução
PROFESSOR: Esta manhã, classe, que descubram a lei que governa a existência da alma. A, leia
você, por favor, Gênesis 2:7 e nos diga quais as substâncias que Deus usou para formar a alma.
A LÊ E RESPONDE: O pó e o fôlego de vida.
PROFESSOR: B, por favor, leia Salmo 146:4, e nos diga: Que acontece quando o homem
morre?
B LÊ E RESPONDE: Seu fôlego sai e seu corpo volta ao pó.
PROFESSOR: Para onde vai a alma?
B: O texto não menciona a alma, professor, mas não teria de ir para algum lugar?
PROFESSOR: Bem, vamos ver. Que tenho em minha mão agora?
CLASSE: Uma lâmpada elétrica.
PROFESSOR: Eu encaixo a lâmpada num soquete, e ligo a corrente. Que acontece?
CLASSE: O senhor obtém luz.
PROFESOR: Assim eletricidade e mais lâmpada é igual a luz. Certo?
CLASSE: Certo.
PROFESSOR: Muito bem. Agora eu desligo a corrente elétrica, e o que tenho?
CLASSE: Uma lâmpada.
PROFESSOR: Para onde foi a luz?
CLASSE: Simplesmente sai, professor.
PROFESSOR: Muito bem. Que descoberta fizemos da relação da luz com a lâmpada?
CLASSE: Que a luz não pode existir sem a eletricidade fluindo através da lâmpada.
PROFESOR: Agora, B, para onde vai a alma?
B: Caro, professor, agora entendi a questão. A alma simplesmente não existe sem o corpo
combinado com o fôlego. Notai que para logo que as perguntas e as respostas formam os
fundamentos do método indutivo, e que i estímulo ao pensamento conduz a palpitantes descobertas.
Não precisamos tomar tempo de debater as vantagens e desvantagens do método de pesquisa, o
método de questionário, o de recitação, o parabólico. Podemos ver como todos podem ser usados,
embora alguns sejam mais fortes do que outros como ferramentas do princípio indutivo.
Mas assim como um presente não pode ser considerado como tendo sido dado enquanto não for
recebido, não pode haver nenhuma instrução até que tenha sido aprendida. E uma vez que quanto
mais pensamos mais aprendemos, procuremos sempre ensinar pelo método de indução, o método de
descobertas.
CAPÍTULO V

Tentando Nossos meninos e meninas a Fazer o Bem e a ser Bons

R EFERINDO-SE ao meio astuto com que mordomo infiel preparou o seu futuro, Jesus disse:
“Os filhos deste mundo são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz” S. Lucas 16:8.
Não entendemos daqui que Cristo estivesse aprovado a desonestidade; Ele estava apenas louvando a
habilidade em planejar para o futuro. Evidentemente é possível aprender alguma coisa de uma
pessoa má.
Durante a guerra verificou-se mais de uma vez que era possível aprender muito mediante o
estudo da estratégia e das armas apreendidas com os inimigo. É possível aprender também valiosas
lições da estratégia e armas de nosso arquiinimigo Satanás.
Não precisamos ir longe demais nesse estudo para descobrir o fato de que sempre que Satanás
utiliza suas armas, seja para fazer um ébrio, um mentiroso ou assassino, seu método de grande
sucesso é a tentação.
Se formos a um bom dicionário veremos que a palavra tentação, ou “tentar,” vem do latim “
tentare,” significando “manejar,” “atacar,” “experimentar,” ”testar,” “insistir.” E as definições
seriam: 1. Pôr à prova; persuadir; submeter a teste, ou procurar conduzir ao mal; excitar para que se
faça o que é errado mediante promessa de lucro etc.
Podemos notar desde logo que tentação não é somente procurar conduzir para i mal, e eu creio
firmemente que é possível afetar nossos juvenis com forte inclinação para fazer o que é direito e
induzi-los fortemente para fazer o bem. Em outras palavras, creio que podemos aprender como
podemos tentar nossos meninos e meninas a fazer o bem e a ser bons.
Já estudamos a estrutura da idéia e como as idéias entram na mente pelas avenidas dos sentidos:
visão, audição, olfato, paladar, tato. Então vamos agora comparar o campo do pensamento
consciente ao campo da visão. Com nossos olhos vemos tudo dentro de um círculo rústico. Mas
uma coisa cai dentro do foco da visão e é vista mais distintamente do que qualquer outra coisa.
Olhando o pregador do púlpito, vemos o pregador, o púlpito, as cadeiras, o coral e a bandeira ali
presente. Mas, se estivermos olhando para o pregador, o seu rosto é mais destacado do que tudo
mais. Podemos mudar nossa visão e olhar a bandeira. Podemos ainda olhar o pregador, mas agora a
bandeira se torna mais destacada do que qualquer coisa, porque está no foco da visão. Notem que
embora possamos olhar muita coisa de uma só vez, só uma de cada vez pode estar dentro do foco
da visão.
Similarmente, se deixamos que um círculo represente o campo do pensamento consciente, todas
as idéias que temos tido estariam dentro desse círculo, mas somente uma idéia a um tempo poderia
sentar-se no trono da mente e ser pensamento consciente. Ao lermos estas palavras sabemos onde
estão nossos meninos e meninas, que comemos no almoço, que iremos fazer mais tarde etc., mas
todas essas idéias no pórtico da mente, e no trono do pensamento consciente poderia estar esta idéia
de tentar os filhos a fazer o bem.
Idéias passivas, como o mobiliário d um aposento, repousam na mente até que são arrastados
pela vontade ou alguma outra forte associação de idéia para o trono a fim de ser pensamento
consciente. Certas idéias como trabalho caseiro, lições de geografia e outras são como aquelas e
muitas vezes é preciso mais do que simplesmente a vontade para trazê-las ao trono. Mas, digamos a
idéia de casamento, por exemplo, não é como essas acima mencionadas! Se esta para se casar, não
precisa forçar o pensamento sobre a idéia de casar. Tudo que tem de fazer é deixar de pensar em
tudo mais e deixar o trono vago; então esta idéia ativa por si mesma salta para cima e te obriga a
pensar nela. Claro, quando chega a ocasião de seu casamento, se uma jovem acorda no meio da
noite, eis aí a presença desta ativa idéia, e ela pensa nos convites que deve enviar, no vestido que
terá de fazer, como será o bolo do casamento etc. Oh, sim, a idéia de casamento é uma idéia ativa!
Assim é também a idéia de formatura num curso, de sair para um feriado, e assim são também os
maus pensamentos.
Sabem como é possível transformar uma idéia passiva em uma idéia ativa? Vamos ver o que diz
John Adams, professor de Educação na Universidade de Londres:
“Do número enorme de idéias que têm passado pelo nosso consciente, certa proporção
provavelmente jamais retornará. Cada idéia, porém, que uma vez esteve em nosso consciente, tem a
oportunidade de ser convocada, e cada vez que uma idéia é convocada, sua probabilidade de ser
convocada outra vez aumenta. Em outras palavras, quanto mais é convocada ao consciente, maior a
atividade com que se apresenta.”
- Primer on Teaching, pág. 23 e 24.
Ele continua o pensamento dizendo mais adiante: “Se a idéia de uma ação torna-se vívida na
mente, há uma tendência mais forte para que essa idéia passe à ação. Se pensamos com ardor a
respeito de certa ação, nos vemos impelidos a executar essa ação. Se criarmos um quadro claro em
nossa mente de nós mesmos realizando uma ação, verificaremos que quanto mais nos demorarmos
nesse quadro, mais forte se torna a nossa vontade de praticar a ação, e se retivermos na mente o
quadro durante tempo suficiente, a inclinação se torna prática irresistível.” – idem, pág. 26 e 27.
Este meio simples de podermos convocar deliberadamente ao foco do pensamento uma idéia
passiva através de qualquer das avenidas dos sentimentos, e de que cada vez que uma idéia é
convocada torna-se mais forte até que chega a ser uma idéia ativa, é um processo em que é também
desenvolvido um irresistível desejo de imitação.
Me permiti lhes dar agora uma prova de alto preço para esta afirmação.
Depois de consultar um velho amigo ele me permitiu contar a sua história ou seja experiência
com sua filha que com dez meses, ficou surda depois de um ataque de meningite. Seguindo o
conselho de um especialista que dela cuidava, eles procuraram uma escola por correspondência de
São Paulo, e assim se dedicaram à tarefas de ensinar sua filha a ler os lábios. Notem
cuidadosamente enquanto descrevo os passos dessa bela experiência no qual capacitou a essa
família a ensinar sua filhinha muda, com apenas dois anos de idade, a falar sua primeira palavra foi
“amarelo.”
Eles escolheram amarelo em virtude de seu distinto movimento de lábios. Não há outra palavra (
na língua Portuguêsa) que a ela se assemelhe. Algumas palavras como “mamã” e “babá” por
exemplo, têm movimento de lábios parecido.
As instruções para o primeiro dia diziam: Tomai oito rolos de lã de diferentes cores e deixe que a
criança brinque com elas do modo que desejar e quantas vezes quiser.” E assim começaram. Dois
minutos depois ela estava cansada e saiu. Pouco tempo depois voltou por mais dois minutos. A mãe,
enquanto andava pelos quartos, brincava com a menina e sua lã. O pai fazia o mesmo. Durante o dia
todo eles brincaram de lã com ela.
Para o dia seguinte as instruções diziam: “Coloque os rolos de lã em seu colo, selecione o rolo
amarelo, e então compare o amarelo do rolo com coisas amarelas existentes na casa: flores,
vestidos, o amarelo num quadro.” A mãe assim fez. E o pai também. Fizeram isso durante todo o
dia.
Instruções para o terceiro dia: “ponde-lhe no colo os rolos de lã, selecione o rolo amarelo,
compare comas coisas amarelas que houver na casa, então levante o queixo da menina até que seus
olhos possam ver os seus lábios enquanto diz: “Amarelo, amarelo.” Sua mãe assim fez. E o Pai
também, o dia todo.
Para o dia seguinte as instruções diziam para repetir tudo aquilo, exceto que ao dizer amarelo
estivessem diante de uma espelho, falando com os seus lábios o mais perto possível de sua face.
Notem, em sua mão estava a lã amarela, no espelho ela via o mesmo movimento de lábios do dia
anterior. Ela sentiu contra sua face as vibrações da palavra dita e, acreditem ou não, antes do fim do
dia aquela garotinha surda de dois anos de idade, cujos lábios haviam sido selados para sons
inteligíveis até então, estava imitando seus pais e dizendo claramente: “Amarelo, amarelo,
amarelo.”
Quando aquele casal de amigos me mostram todo contente a filhinha dizendo sua primeira
palavra confesso que fiquei muito emocionado.
Vejam por quê? O primeiro dia havia sido gasto em pôr uma percepção passiva de lã em sua
mente. No dia seguinte foi acrescentada a cor à percepção. No terceiro dia acrescentou-se o
movimento de lábios, e a seguir as vibrações. Isto se repetiu tantas vezes que afinal a idéia passiva
ganhava força e tornava-se idéia ativa, e no processo vinha o irresistível desejo de imitar. Eles
aviam tentado sua filha a falar.
Seguindo este processo, em três anos haviam ensinado a pequena a falar cento e cinqüenta
palavras e a reconhecê-los quando mencionados. Assim então ela foi enviada a uma escola oral por
seis anos. Agora ela está no colégio com moças e rapazes normais, e nesse ano de dois mil e sete
termina o seu primeiro ano do segundo grau. Ela pode manter uma conversação normal com
qualquer pessoa.
É com base neste princípio de urgente desejo de imitar que boa parte das crianças surdas estão
aprendendo a falar no Brasil e em muitos países do mundo. (Todos esses detalhes dos dias e atos de
todo o processo foi tirado do diário do casal no qual me foi fornecido para que essa experiência
estimule outras famílias que acham que tudo esta perdido).
Já pensaram por que todo adolescente é tentado a fumar? Eles o vêem na rua, nos ônibus, nas
lojas. Ouvem a propaganda no rádio e TV. sentem o cheiro, e vêem, e ouvem, e ouvem, e vêem e
cheiram, até que, finalmente são tentados a imitar.
Pensaram alguma vez por que as jovens adolescentes são tentadas a pintar as unhas e os lábios?
É o mesmo processo. Vendo por toda parte outra jovens assim, ouvindo falar disto nas ruas, nas
lojas, nos transportes coletivos, nas rodinhas de amigas, e até mesmo na igreja. Seria um milagre se
não tivessem o desejo de imitar.
Paulo nos deu a fórmula deste princípio de tentar nos meninos e meninas a fazer o bem. Diz ele:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, ... respeitável, ... justo, ... puro, ... amável, .. de boa
fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”
Filip. 4:8. E eu gostaria de acreditar: Não somente pensar, mas também falar nisto, ler sobre isto,
sobre isto cantar, viver, pintar nas paredes de nossa casa.
Paulo mostra que usou este princípio de psicologia, quando diz: “Pensai nas coisas que são de
cima, e não nas que são da Terra.” Col. 3:2. “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando
como por espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória.” II Cor. 3:18.
Moisés também usou este princípio, pois ordenou: “ Tu as incluirás a teus filhos, e delas falarás
assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás
como sinal na tua mão e te serão por frontal entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua
casa, e nas tuas portas.” Deut. 6:7-9.
Vamos dar um passo a mais neste estudo do desenvolvimento das idéias. Há apenas três modos
em que a apercepção é edificada; isto é, em que as idéias são combinadas e desenvolvidas.
1. Idéias similares emergem e tornam-se idéias maiores e mais marcantes. Por exemplo, eu
posso falar de um púlpito de madeira, e em sua mente figurar um púlpito de madeira. Eu falo
de um púlpito marrom, e em sua mente figurar um púlpito marrom. Essas idéias são
similares, porque ambas expressam qualidade. Ora, quando eu digo “púlpito de madeira
marrom,” figurara em sua mente dois púlpito? Certamente não. As duas idéias similares
fundiram-se numa idéia maior, e em sua mente pintara apenas um púlpito de madeira
marrom.
2. Idéias diferentes combinam-se mediante o processo de complicação, para formar uma idéia
maior e mais complexa. Idéias diferentes, claro, não são idéias similares; são inteiramente
desiguais. Mas permiti ilustrar. Eu mencionarei o nome de uma montanha, e assim pintamos
um quadro dela em nossa mente. Esta pronto? Nebo. Ora. de que pensar Moisés. Mas por que
pensar em Moisés? Se não foi mencionado o nome, e não há nada similar entre Moisés e
montanha. Moisés é um homem feito de carne e sangue; a montanha é feita de rochas, terra e
árvores. Mas visto que Moisés morreu no monte Nebo, este nome está inseparavelmente
complicado com ele, e dificilmente poderá pensar em Nebo sem pensar em Moisés.
3. Idéias contrárias são similares dado que pertencem à mesma classe, mas porque são opostas
não se fundirão nem se complicarão. Cada uma tem o poder de sustar ou repelir a outra. Por
exemplo, fechem os olhos e pensem em “luz,” não “uma luz.” Vire o interruptor em sua
mente e figure a luz. Agora mude o quadro; torne a vira o interruptor e em sua mente figura
trevas. A luz se foi; há apenas um grande campo de trevas. Agora mude de um lado para
outro lentamente – luz – trevas – luz – trevas. Vire o interruptor mental agora depressa luz –
trevas – luz – trevas. E agora procure pensar em luz e trevas juntas. As imagine no trono no
mesmo momento : luztrevas. Vire o interruptor para um lado e para outro ao mesmo tempo.
Procure fundir essas idéias. Procure complicar. Não, não pode ser feito. Podem pensar numa
luz sobre um fundo escuro, mas quando pensam na luz o escuro se vai do trono do
pensamento consciente, e quando pensam nas trevas a luz deixa o trono.
Estas são idéias opostas. São contrárias. Elas se repelem; mutuamente.
Bem e mal são idéias contrárias, bem como verdade e falsidade, Cristo e Satanás, bem assim
literatura vulgar e Bíblia.
Dizemos aos jovens. Quando tentamos para o mal, quando tentamos a profanar o nome de Jesus,
que clamem: “ Senhor, me ajude,” e Ele o faz. Naturalmente Ele o faz, pois quando Cristo vem ao
trono da mente a nosso convite, não partilhará esse trono com o mal, e assim o mal se vai e a vitória
é nossa.
Paulo o atesta, quando diz: “Vencei o mal com o bem.” Rom. 12:21.
A isto os psicólogos chamam a lei da substituição. Chamem o que quiserem, não podemos
vencer o mal com o mal, como não podemos corrigir a desonestidade com desonestidade;
precisamos achar as idéias opostas – bem e honestidade – para corrigir aqueles.
Um exemplo só para ver como a coisa funciona. Digamos que Zezinho tenha tirado um Real da
bolsa da mãe. Se a mãe de Zezinho não tiver tato com as palavras, certamente o corrigirá mais ou
menos assim: “Oh, Zezinho, pense nisto! Roubar um Real da bolsa de sua mãe! Te torna um ladrão
por um Real” Um ladrão! Um ladrão! Oh, querido, pensar que temos um ladrão na família! Primeiro
é um Real, depois poderá ser uma nota maior, e assim por diante! Oh, coisa terrível, finalmente
vem a polícia o leva para a cadeia! Oh, Zezinho, pense nisto, um criminoso! Um Ladrão!”
Podem imaginar a reação de Zezinho, rosto vermelho, cabeça baixa? Ao final do discurso ele se
sente dez vezes mais ladrão do que no início. Consideramos o fato sob outro aspecto. Desta vez a
mãe teria feito o curso de diretoria básica para líder de Desbravadores e aprendeu algo sobre as
idéias contrárias. Assim desta vez ela falará mais ou menos assim: “Oh, Zezinho, você necessitava
tanto assim de um Real? Bem, vamos agora devolvê-lo à bolsa da mamãe, e estudaremos um plano
pelo qual você poderá ganhar por você mesmo um Real. Porque, sabe, Zezinho, nós pertencemos a
uma família das mais fiéis e honradas do país. Você esta tão honesto que quando veio para cá, sua
palavra valia tanto quanto uma nota promissória. Sabe, filho, o mais belo de todos os sentimentos é
você poder levantar bem alto a cabeça e olhar o mundo de frente, sabendo que não deve nada a
ninguém.”
Podem imaginar a reação de Zezinho desta vez? Não tem o rosto avermelhado e tem a cabeça
erguida. Que mãe maravilhosa e compreensiva ele possui! Ele sabe bem o que um menino
necessita, e ele está dez vezes mais distante da possibilidade de ser um ladrão agora do que quando
tirou o níquel da bolsa da mãe.
Devemos tomar tempo para considerar à luz deste pensamento o resultado líquido da correção
negativa, da censura indevida, do descuido na aparência pessoal, da hipocrisia, do criticismo e o uso
de “horrível exemplo” como ilustração. Que acontece exatamente quando eu digo: “Não fume! Não
fume! Não fume!”? Afastei uma idéia? Fortaleci uma idéia? Já ouviram alguma vez um adolescente
dizer: “Eu não devo fazer isto. Minha mãe esta sempre dizendo que não devo faze-lo, mas de
alguma forma quanto mais ela diz para eu não afazer mais desejo faze-lo”? Podemos entender
porque a criança fala desta forma?
Achamos que deixaria melhor impressão se eu dissesse: “Filho, as pessoas que deixam o hábito
de fumar, nunca se arrependem de Ter feito. Seus pais os amam mais, suas famílias também, eles
cheiram melhor, sua mente é mais clara, seu cérebro trabalha melhor, vivem mais tempo, e
economizam para outras coisas interessantes como fotografias e outros passatempos”?
Que produzirá melhor resultado: “Não se suje” ou “Conserve-se limpo”? “Não faça barulho” ou
“Por favor, fique em silêncio”? Realmente, se tomarmos tempo para pensar, descobriremos a
maneira melhor. Eu creio que é chegado o tempo em que cada pai e líder fervoroso orará a fim de se
ver livre da prática do criticismo, e quando nossos pregadores descreverão o pecado cada vez
menos, e cada vez mais a alegria e o gozo de ser puro. Bom e fiel cristão.
Lembre-se de que “ as grandes forças incentivas da alma são a fé, a esperança e a caridade; é
para estas que apela o estudo da Bíblia, bem dirigido... Contemplando o estudante da Bíblia ao
Redentor, despertando na alma o misterioso poder da fé, adoração e amor. O olhar fixa-se na visão
de Cristo, e o que assim contempla cresce na semelhança daquele a quem adora.” Educação, pág.
191.
Consideramos algumas breves sugestões que nos ajudarão a tentar nossos meninos e meninas a
fazerem o bem.

Educá-los em Nossas Próprias Escolas


Devemos colocar nossos meninos e meninas nema atmosfera em harmonia com o plano de Deis.
“Os pais professores não avaliam a grandeza da obra a eles dada na educação dos jovens. A
experiência dos filhos de Israel nos foi escrita, para quem já são chegados os fins dos séculos.
Como no tempo deles, hoje também o Senhor quer que os filhos sejam ajuntados das escolas em
que prevalecem influências mundanas, e sejam postos em nossas próprias escolas, onde se faz da
Palavra de Deus o fundamento da educação...
Unicamente o poder de Deus pode salvar nossos meninos e meninas de serem varridos pela maré
do mal. A responsabilidade que repousa sobre nós os líderes, pais, professores e membros da igreja,
de fazerem sua parte em cooperação com Deus, é tão grande que não poder ser expressa por
palavras.” Conselhos aos Professores, Pais e Educadores, pág. 147 e 148.
“Pouco consideram os pais que as impressões danosas são mais facilmente recebidas pelos
jovens do que as impressões divinas... Se eles ouvem os princípios da religião menoscabados e
nossa fé apoucada; se objeções fortuitas à verdade chegam aos seus ouvidos, tais coisas se fixarão
em sua mente e lhes formarão o caráter...
“que os jovens sejam postos nas circunstâncias mais favoráveis possíveis, pois os companheiros
que mantiverem, os princípios que adotarem, os hábitos que formarem, decidirão a questão de sua
utilidade aqui e dos seus interesses futuros e eternos, com uma certeza infalível.” Testemunhos, Vol.
5, pág 544 e 545.
Estas afirmações aumentaram de importância para mim desde que vi a prova delas no caso da
filhinha surda do casal que citei anteriormente. Se lembram de que afirmei que ela avia sido
matriculada numa escola oral por seis anos. Esta era a melhor escola, creio, na Cidade de Ribeirão
Preto. Todos os professores eram especializados. Mas era uma escola pública. Acho, entretanto, que
naquelas circunstâncias, Deus certamente sorria para aquele casal com aprovação, e Ele o fez,
porque ela progrediu maravilhosamente pelo que relata o diário dos pais, e nesse ano para minha
surpresa eles estavam freqüentando a igreja adventista eles estavam estudando com um irmão da
igreja do Ipiranga .Entretanto, com este progresso de ano para ano, e também com os novos
princípios que eles estavam aprendendo, surgiram também os problemas. Primeiro foram os anéis.
“Ela Dizia que as amigas tinha um anel e a professora também tinha. Por que ela não podia ter um
também?” ela interrogava chorando.
No ano seguinte foi a dança. E veio a ocasião em que se exibia o filme Branca de Neve e os Sete
Anões. Eles relatam que quase ficarão loucos! Todo o programa da escola girou em torno disto.
Faziam-se dissertações sobre ele, era tema de arte, de conversação comum, devia-se ler e comentar
o que se dissesse sobre o filme etc. a verdade é que toda vez que eles passavam em frente ao cinema
tinham uma discussão. “O professor que é bom. Minhas amigas já foram mais de uma vez, por que
eu não posso ir ao menos uma vez?”
Então ela completou dez anos. Aí houve nova manifestação. Agora era a Escola Sabatina que
estava em seu caminho. E sempre a mesma frase minhas amigas não vão a Escola Sabatina. Então
ela decidiu não ir mais à Escola Sabatina.
Um dia os pais pediram que ela agradecesse pelo alimento. Para grande espanto dos pais, ela fez
o sinal da cruz. Ficaram pasmos! Então fizeram um pequeno interrogatório e ficaram sabendo que
oitenta por cento dos alunos desta escola e cem por cento dos professores eram católicos romanos.
Não, eles não ensinavam religião. E eram excelentes pessoas. Não precisavam ensinar a religião,
simplesmente viviam-na, e ali estava o problema: a pequena menina havia decidido ser católica
romana também.
Então eles começaram a orar fervorosamente a Deus que abençoasse o estudo fundamental de
leitura de lábios que sua filha tinha feito, e que ela agora pudesse estudar normalmente em nossa
escola. Eles relatam com muito carinho a coragem com que a professora e de sua filha enfrentou a
tarefa, como ela lutou para pôr em prática cada princípio que cito neste capítulo, sem condenar ou
criticar a igreja católica, mas sempre exaltando os princípios nobres e louváveis da Igreja
Adventista.
Pouco a pouco a resistência foi diminuindo, e cerca de um ano depois eles foram em um evento
que comemorava o aniversário do ainda colégio IASP.
E a pequena garotinha que já não era tão pequena assim ficou admirada com tudo que via as
músicas, apresentações e tudo mais. E assim foi durante todo o tempo. E no retorno os pais notaram
que ela estava muito quieta e notaram que ela estava escrevendo uma carta e no dia seguinte sua
mãe encontrou o papel sobre a mesa. E na carta dizia:
“Querida Daiana:
“Peço por favor que me perdoe, mas não vou mais continuar sendo católica. Vou ser adventista
do sétimo dia. Por favor, diga a Maiara que me perdoe também.”
Os pais relatam esse fato com muita emoção então eles perceberam que todo esforço para educar
sua filha em uma escola com princípios tinha valido a pena.

Lhe de Bom Material de Leitura


À luz do assunto de idéias que se atraem e idéias que se repelem, leia esta declaração:
“Ademais, uma participação abundante e livros que, à semelhança das rãs do Egito, se estão
espalhando pela terra, não é meramente coisa banal, ociosa e enervante, mas impura e degradante.
Seu efeito não consiste simplesmente em envenenar e arruinar o espírito, mas também em
corromper e destruir. O espírito e o coração indolentes e sem objetivos, são fácil presa do mal. È
nos organismos doentes e sem vida, que medra o fungo. É a mente ociosa que é oficio de Satanás.
Dirija-se a mente para os altos e santos ideais, tenha a vida um objetivo nobre, um propósito
absorvente, e o mal encontrará pouco terreno” Educação, pág. 189.
Muitos jovens se perguntam. O que fazer para encontrar mais prazer na leitura da Bíblia? Já vi
muitos dizendo que tem o habito de ler a Bíblia mas não entendem muito e algumas vezes nem
mesmo sabem o que foi que leram.
Na verdade esses jovens estão se habituando a leitura barata sem muito conteudo e por isso estão
condicionando suas mentes a não pensar muito, por isso a dificuldade de intender interpretar ou seja
usar um pouco mais o intelecto.
Qualquer um com um pouquinho de miolo verá logo que há veneno em ação em alguma parte
desse tipo de leitura, e não é difícil adivinhar o que seja. Aqui estão duas das mais importantes
afirmações de Mensagens ao Jovens, sobre este ponto:
“Os leitores de ficção estão condescendendo com um mal que destrói a espiritualidade,
eclipsando a beleza da Página Sagrada. Cria uma nociva excitação, põe a imaginação febricitante a
mente para a utilidade, desvia a alma da oração, tornando-a inapta para qualquer exercício
espiritual.” Pág. 272.
“Queridos jovens, deixem de ler as revistas de contos. Bem faríamos em limpar nossa casa de
toda revista de contos, bem como das publicações em que se encontram ridículas gravuras,
representações criadas por instrumentos satânicos.” Pág. 286,
são tão grandes, sem dúvida, os resultados que vemos da má literatura.
Não basta “limparmos nossa casa” da literatura vulgar que repele o bem; precisamos
deliberadamente dar a nossos meninos e meninas a melhor literatura e em abundância nossa própria
literatura como Nosso Amiguinho, Mocidade, e tudo o mais que produzimos da melhor qualidade.
Literatura interessante em abundância, a verdadeira literatura, pura, limpa, combaterá a leitura
apaixonante, impura, infiel, que ameaça nossas crianças.
Nossa Casa Publicadora tem voltado sua atenção cada vez mais para este campo da literatura
própria, de forma que, além do que já temos como as revistas acima citadas, estamos nos
encaminhando para uma produção mais acentuada de material sobre a Natureza, vivamente
ilustrada, além dos álbuns de aves e animais, de borboletas e outros, e histórias em abundância
tiradas do cenário bíblico do novo e do velho testamentos. Certamente podemos nos considerarmos
muito bem providos de excelentes e abundantes literaturas deste tipo.

Procurem Eliminar a Correção Negativa Tanto Quanto Possível


Procurem dizer “faça “ em vez de “não faça.” Sabemos muito bem que é melhor ignorar alguma
coisa do que fortalecê-la dizendo não, não. Isto é especialmente verdade nos primeiros anos, quando
palavras novas e novas ações são o destino de apenas um dia que está passando.

Orem pelas Crianças como Futuros Homens e Mulheres


De vez em quando ouvimos alguém dizer: “ Há em nossa Escola Sabatina muitos jovens que
estão perdidos.” Naturalmente sabemos o que isto significa. Significa que há muitos assistindo à
Escola Sabatina e que ainda não foram batizados e não são ainda membros da igreja. A princípio
pode parecer que a única diferença entre dizer uma coisa e dizer outra é que a primeira forma de
expressão é pessimista, enquanto a segunda é otimista; mas se nos pusermos no lugar dos juvenis, a
primeira expressão é desesperança e desalentadora, ao passo que a Segunda é estimulante e plena de
esperança.
É muito difícil algumas vezes ver homens e mulheres cristãos, futuros obreiros e futuros
missionários, na efervescência de nossos juvenis. Embora inconscientes esta visão daria colorido a
nossas palavras e orações. Dizem que o General Booth, fundador do Exército da Salvação, instruía
seus obreiros, que iam aos bairros miseráveis das grandes cidades a fim de salvar almas, a olhar a
face dos ouvintes e imaginá-los redimidos e purificados, e então, na glória dessa visão, pregar a eles
o evangelho de Cristo. É sem duvida que isto faz uma diferença. Portanto, olhemos os nossos
juvenis, buscando estudá-los e descobris neles talentos e possíveis vocações. Estimulando a
imaginação, perguntando o que gostariam de fazer “se” fossem missionários no Tibete ou médicos
ou professores.
No culto matutino ou vespertino, nas orações da classe, orem por eles como se esperando que
cresçam na igreja como membros. Orem por eles como homens e mulheres de amanhã. Por
processo introspectivo, nos coloquemos no lugar de Zezinho e de Pedrinho, ao orarem por eles
como seus professores e instrutores ou pais que somos, dizendo: “Querido Pai, quão feliz e
agradecidos somos por estarmos aqui hoje. os dias e as semanas e os anos passam tão depressa que,
dentro de pouco tempo, estes jovens estarão nos cursos superiores, e logo depois estaremos a lhes
dizer adeus enquanto partem transpondo os oceanos a fim de fazer que a luz brilhe em lugares
escuros da Terra. Nós te agradecemos, Pai, pelos talentos que lhes tem dado, e, Senhor, quão feliz
me sinto por ser seu professor. Senhor, abençoa o estudo da lição para hoje. Permite-nos encontrar
nela alguma coisa que nos ajude em nossa tarefa de amanhã. Oh, Senhor, abençoa o Zezinho e o
Pedrinho. Quão feliz nos sentimos por se haverem batizado e estarem determinados a seguir-te todo
o caminho. Concede que possam ser tão leais e fiéis que outros sentam o desejo de seguir-te
também.” Tenha certeza que esta oração possui um elemento de impulso, e os juvenis o sentirão.

Descobrir ou Sugerir Sua Vocação, e Falar Dela Freqüentemente


Em um curso de líderes em São José do Rio Preto ouvi um dos instrutores apresentar uma
adequada ilustração de deliberado interesse da parte dos pais na vocação de seus filhos.
Uma professora da Escola Sabatina, palestrando com seus juvenis em sua classe, disse:
Que deseja ser quando crescer, Joãozinho?
Médico, respondeu o menino com orgulho, papai diz que serei.
E você, Celsinho?
Professor, respondeu Celsinho com alegria, papai disse.
Henrique, que vai ser você?, a professora continuou.
Nada, papai diz que não dou para nada, respondeu o menino com mostras de extrema amargura.
Cuidado, pais, líderes e professores! Faz diferença como falamos a nossos meninos e meninas
sobre o que poderão vir a ser amanhã.

Brincar com Eles de Médico, Pregador, Professor etc.


Costumávamos brincar assim quando tínhamos três, quatro ou cinco anos, não é verdade?
Devemos estimular e até mesmo brincar junto. Mas acho que devemos fazer ainda mais. Em vez de
deixar as crianças entregues a si mesmas brincando de piratas e raptores, por que não brincar com
elas de igreja, de escola, de donas de casa? Esta idade e, que a criança gosta de brincar e este tempo
passado em brincadeira pode ser um fator importante na arte de tentar nossas crianças a fazerem o
que é digno e útil.

Oferecer Heróis Adventistas do Sétimo Dia


Primários e juvenis são admiradores de heróis. É parte de seu desenvolvimento natural. Por que
não provermos heróis adventistas do sétimo dia? Dependurai nas paredes quadros desses heróis e
cotar histórias a respeito deles, fazendo até, se possível, um álbum para os pequeninos. Quão
melhor é fazer isto do que deixá-los sozinhos, fazendo seus os heróis do cinema, em lugar daqueles
heróis que eles deviam ter.
Grave deve ser para cada líder o pensamento de que ele é o herói de alguém.
Somos heróis de alguém. Seja pois, um herói e ajude a encontrar e formar outros heróis.
CAPÍTULO VI

A Arte da Correção

C omo exemplo das muitas vozes que se têm levantado em advertência no Brasil, podemos tomar
uma entrevista com o Médico e Professor assistente de psiquiatria da Faculdade de Medicina
USP São Paulo. Vou citar algumas frases ditas por ele:
“Um milhão de crianças das escolas públicas dos Estados Unidos um dia terão de ser enviadas a
hospitais de doenças mentais se continuaremos a seguir os padrões do passado. A maioria delas
poderia ser salva pelos pais mediante uma educação adequada.”
Há hoje neste país mais de 900 mil pacientes em instituições para doenças mentais, mais do que
o total de todos os internados por outras doenças juntas. Temos mais casos de hospitalização em
demência precoce – enfermidade mental que alcança os jovens da adolescência aos vinte anos – do
que de tuberculose.”
“Essas falhas estão em grande medida relacionadas com uma educação e trato demasiado
indulgentes, brandos e irrealistas de nossa juventude no lar e na escola."
“Temos dois problemas: Trazer de volta à vida normal tanto quanto possível esses já
mentalmente enfermos, e manter nossa juventude na estrada da saúde mental mediante educação
vigorosa e realista.”
A partir da observação da criança, dos pais e dos resultados, há dois fatores e uma fórmula que
parecem ser comuns na bem-sucedida correção dos juvenis.

Coerência
De Cristo, nosso Modelo, lemos: “Manifestava coerência sem obstinação, benevolência sem
fraqueza, ternura e compassividade sem sentimentalismo.” Conselhos aos Professores, Pais e
Educadores, pág. 236.
Ora, se pudéssemos somente fazer isto, muitas de nossas dificuldades e desapontamentos
desapareceriam. como pais, professores e líderes, precisamos estar certos de que punição seja
alguma coisa que pune, isto é, seja proporcional ao grau da falta, e que cada ato da mesma
desobediência receba a mesma punição, e que estejamos administrando o castigo sem ira.
Olhando retrospectivamente para nossa vida, temos todos de reconhecer que o único castigo que
não nos fez qualquer bem foi o castigo injusto, impróprio, incoerente. Assim, por amor de nossos
meninos e meninas, sejamos coerentes.

Persistência
A pouco tempo atras li que em um livro de biologia que é possível treinar os peixes que
naturalmente devoram peixes menores, a se tornarem pacíficos e a conviver com eles no mesmo
aquário. O procedimento consiste em colocar uma divisão no meio do aquário, com o peixe
pequeno de um lado e o peixe canibal do outro. Veja o que acontece. O peixe grande vê o pequeno e
vai em sua perseguição como um dardo. Não vê, porém, a separação de vidro, e esborracha o nariz
contra ela. De novo vê o peixe pequeno, faz nova investida, e outra vez amassa o nariz. Repete a
façanha muitas vezes, e sempre com o mesmo resultado: o impacto do nariz contra a parede de
vidro. E até mesmo um peixe tem miolo para associar duas idéias. Chega o ponto em que ele cessa
de perseguir o peixe pequeno, podendo finalmente ser removida a separação, vivendo ambos felizes
e em paz. Foi a persistência que realizou a obra – sempre a mesma, a mesma todas as vezes.
Muitos de nós, líderes deixamos que a criança desobedeça nove vezes para corrigi-la na décima;
ficamos só na ameaça e depois de não suportar mais aplicamos a correção.
Edward A. Annet, falando das ameaças, diz: “Ameaças da parte dos líderes e pais ou
responsáveis são peculiarmente faca de dois gumes. Se faz uma ameaça, deve ser feita para valer, e
ser executada, se necessário. Ameaçar e não cumprir é tornar o governo do mundo para criança,
errático e arbitrário; e a criança crescerá igualmente errática e arbitrária.” Psicology for Bible
Teachers, pág. 217.
Criar filhos não é brincadeira. Exige que pais e mães, líderes e professores, trabalhem juntos,
orientando na mesma direção, pensando na correção com o cuidado e a seriedade de um juiz, e
então pondo em prática o que tiver sido decidido, com coerência e persistência.
Está escrito de Cristo em Seus dias terrenos: “Embora sendo filho, aprendeu a obediência pelas
coisas que sofreu.” Heb. 5:8. E ainda: ”E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso.” S.
Lucas 2:51.
Gosto de pensar em Maria e José planejando o seu programa e desempenhando uma parte no
ensino da obediência por parte de Jesus. Como pai e como líder, meu coração clama por
entendimento, a fim de que eu possa Ter uma parte em ensinar a obediência a meninos e meninas ,
de modo que possam Ter “direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.” Apoc. 22:14.

Perturbações em Classe
Joãozinho veio para a escola Sabatina todo desalinhado e com os bolsos cheios de chocolate. Ao
passas por Pedrinho, que estava em pé, empurra-lhe a cadeira com ruidoso resultado. Eu sou o
professor. Que devo fazer?
“Que devo fazer? Que devo fazer?” é o eco de milhares de vozes de milhares de professores em
face de milhares de problemas. Bem, vamos fazer alguma coisa e ver como funciona. Primeiro,
vamos berrar com ele, dizendo: “Joãozinho chega! Não vou avisar mais” Me de esses chocolates.
Onde já se viu um menino de doze anos não Ter juízo suficiente para entender que não deve trazer
chocolates à Escola Sabatina! Levante a cadeira de Pedrinho e sente-se em seu lugar. Mais uma
peraltice sua e te mando para fora da sala. Não quero um desrespeitoso comedor de chocolates em
minha classe!”
não é preciso pensar muito para liberar toda essa torrente de palavras irritadas. Elas vêm com
facilidade, mas, que bem fazem? Nenhum. Joãozinho ficou envergonhado na presença de seus
colegas. Não o teria atraído para mais perto de mim, nem ficado melhor em sua estima. Ele até
poderia fazer tudo de novo só para me desafiar. Também sair e não voltar mais. Bem, mas então
que fazer?
Não, eu não conheço todas as respostas para cada problema; cada um tem de ser considerado por
sua vez. Sei, porém, que quando em professor manda um “Joãozinho” para fora, está admitindo
derrota. Ele terá chegado ao fim. Hasteou bandeira branca. Sei também que toda solução para
distúrbios em classe nascerá de preparação adequada e formada na base do princípio do FAZER. Dê
a Joãozinho alguma coisa para FAZER.
Podemos enviar Joãozinho ao diretor com um pedido de informação sobre alguma coisa que já
sabíamos, e quando ele voltar deve o professor estar sentado junto a Pedrinho, e o único lugar para
Joãozinho será junto do professor.
Se está na hora de recitação, pode-se dar a Joãozinho um giz e pedir que vá escrevendo no
quadro os pontos que o professor irá ditando. Podem mesmo deixá-lo ali, esperando que terminem
os recitativos e sejam os pontos computados, ou qualquer coisa que a isto equivalha. Pode o
professor pedir que se sente ao seu lado e segure um quadro que o professor terá levado. Podem Ter
uma concordância bíblica e pedir a Joãozinho que encontre determinado texto.
Oh, sim, ele poderá achar no mapa algum lugar indicado, ou ler um texto, uma citação; e muito
freqüentemente alguma coisa para fazer canalizará devidamente a energia e porá uma ponte sobre o
abismo e nos capacitará a prosseguir até o final da Escola Sabatina. É mais do que evidente que não
basta ir à Escola Sabatina esperando pelo melhor; precisamos também ir preparados para o pior.
De qualquer forma, porém, não teremos ainda terminado com Joãozinho. Muito professor pára
aqui, e continua tendo as mesmas coisas que enfrentar sempre, com montes de embaraços. Não, sem
dúvida não terminamos ainda. Devemos planejar uma entrevista particular e pessoal com Joãozinho
numa oportunidade qualquer, antes do sábado seguinte. Como tudo depende desta entrevista, deve
ela ser planejada, meditada, e considerada com oração. Aqui está a fórmula para esta
importantíssima entrevista. É orientada na base do trato do próprio Cristo com os homens, e tem
sido considerada bem sucedida por milhares de líderes e professores.
1. Admitir que também não é perfeito.
2. Elogiar o que for bom.
3. Mostrar como a falta está deturpando o quadro do homem que ele deseja ser, e quão
facilmente pode ser ela corrigida.
4. Mostrar a recompensa de haver vencido a falta.
Consideramos estas sugestões separadamente:
Admitir que também não é perfeito. Cristo desceu à Terra e assumiu nossa carne, e fim de nos
salvar “Vinde a Mim, todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” S. Mat. 1:28. Soou
diferente, quando Ele falou de nosso próprio nível, e assim tem soado aos corações humanos através
dos séculos. Missionários em todas as terras têm demostrado que a caridade acenada de um pedestal
não é a que os corações famintos anseiam, e que o homem que teve de deixar o seu belo lar veio a
este horrível lugar para “ajudar a vocês, pobre povo,” muitas vezes volta desapontado e sem frutos,
enquanto que o homem que aprende a falar a linguagem deles e come do seu alimento, e pode dizer
de nós – “oh, ele é diferente!”
Houve um dia na vida do padre Damião em molocai, em que esse se pôs diante de sua
congregação, e disse: “Nós, os leprosos. Depois disto, Quão diferente, quão poderosas foram suas
palavras e sua vida. Assim, quando falamos a Joãozinho devemos descer de nosso pedestal e
admitir que também somos barro comum; que quando éramos de sua idade também fizemos coisas
que criaram problemas aos nossos professores e trouxeram a nós mesmos e nossa consciência
vergonha e remorso. Isto nos porá no mesmo nível, no mesmo terreno, e então estaremos prontos
para o passo seguinte.
Elogiar o que for bom. Podemos imaginar o estímulo que veio a Natanael, que era cético e
duvidava que alguma coisa boa pudesse vir de Nazaré, quando Jesus disse: “Eis aqui um verdadeiro
israelita em quem não há dolo”! S. Mat. 11:28. Qualquer de nós poderá ser tentado a chamá-lo
judeu incrédulo, mas Jesus continuamente procurava o que havia de bom numa pessoa e sobre isto
edificava.
Na infeliz jovem apanhada em adultério, tudo que os judeus viram foi alguém culpado e digno de
morte. Jesus viu que a falta não era dela, que ela podia arrepende-se, que possuía bom coração, e
então disse:” Nem eu também te condeno; vai e não peque s mais.” S. João 8:11.
Jesus vislumbrou a maravilhosa fé no coração da mulher, a quem os discípulos olhavam como a
um cão. Foi Jesus quem viu o fervoroso coração de Zaqueu, o desprezado cobrador de impostos.
Tal era o hábito de Jesus em procurar o melhor no pior dos homens, que há ema lenda que diz
haver-lhe sido mostrada uma vez a carcaça de um cão, com a pergunta se havia ali alguma coisa
boa. Ele respondeu: “Vede que belos dentes!”
Ninguém é completamente mau. “Há muito de bom no pior de nós.”
“Os professores ... precisam estudar as lições de Cristo e o caráter do Seu ensino. Devem vê-las
livres do formalismo e tradições, e apreciar a originalidade, a autoridade, a espiritualidade, a
ternura, benevolência e praticabilidade do Seu ensino. Os que fizerem da palavra de Deus o seu
estudo, os que cavarem em busca dos tesouros da verdade, se tornaram imbuídos do Espírito de
Cristo, e pela contemplação serão mudados em Sua semelhança.” Testemunhos, Vol. 6, pág.160.
quando estivermos falando com Joãozinho, devemos pensar em alguma coisa boa que ele tenha
feito e nos talentos que possui, e mencionar isto.
Mostrem como a falta está deturpando o quadro do homem que ele deseja ser.
Há naturalmente muita coisa que gostaríamos que Joãozinho fosse, mas vamos esquecer estas
coisas. Ele não está interessado naquilo que nós desejamos. No futuro do coração de Joãozinho está
o quadro do homem que ele deseja ser. Pode ser um quadro incipiente, não desenvolvido mas, ele
está muito interessado nesse homem; vamos, pois, focalizar esse ponto de vista, que é dele, e falar
sobre as coisas que ele deseja, seja um médico, um pregador, um missionário, motorista de onibos
ou piloto de avião, ele deseja ser um bom profissional: com domínio próprio, cooperador,
respeitoso, influente sobre os que o cercam; e toda a diferença entre um bom profissional ou um
profissional incapaz, está no domínio próprio. Ora, ele por certo não deseja que a falta de domínio
próprio o prive de ser o homem que ele deseja ser, e aí nesse exato ponto nós lhe mostramos como é
fácil “colocar os parafusos no lugar,” e então, quando ele estiver todo feliz com o fato de não Ter de
envergonhar-se diante dos companheiros, nós damos o passo seguinte.
Mostrar a recompensa de haver vencido a falta. Será uma ajuda para nós. Dará a ele um
sentimento de satisfação. Sua classe será a melhor classe na escola etc. notem estes diferentes
passos numa das cartas pessoais que Jesus escreveu às sete igrejas.
“Ao anjo da igreja que esta em Éfeso, escreve;” Passo 2. – “Conheço as tuas obras, assim o teu
labor como a tua perseverança, e não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si
mesmo se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste
provas por causa do Meu nome, e não te deixaste esmorecer.”
Passo 3. – “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de
onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e se não, venho a ti e moverei seu
lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. Tens, contudo, a teu favor, que odeias as obras dos
nicolaítas, as quais Eu também odeio.”
Passo 4. – “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor, dar-lhe-ei que
se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.” Apoc. 2:1-7.
Naturalmente que a repreensão está ali, mas primeiro vem o elogio, seguindo-se a recompensa de
que homens e mulheres em todo o mundo estejam se arrependendo e voltando ao seu primeiro
amor. Leia também o louvor, a repreensão e a recompensa em relação com as outras igrejas, e
prossigamos na entrevista com Joãozinho.

Entrevista com Joãozinho


- Bom dia, Sra. Parente. Vim até aqui para conversar um pouquinho com Joãozinho.
- Certamente. Quer entrar? Vou Chamá-lo.
- Podemos, Joãozinho e eu, conversar a sós na sala de estar?
- Certamente. Alegra-me que tenha vindo.
- Olá, Joãozinho, como está neste belo dia?
- Oh, estou bem.
- Penso que você tem alguma idéia do motivo por que vim visitá-lo, certo?
- Joãozinho sorri contrafeito.
- Eu ainda me lembro de como me sentia quando meu professor vinha falar comigo em casa.
- Seu professor costumava ir visitá-lo também?
- Pior do que isso, Joãozinho. Me lembro de uma reunião de acampamento. Meu pai estava
orando na barraca dos juvenis. Havia uma porção de gente, e eu tinha comigo meu trompete.
Durante a oração alguns de nós, juvenis, nos reunimos perto do órgão, e justo no meio da
oração – de e Ter sido Satanás, mas para mim na ocasião foi um dos meninos – alguém
assoprou aos meus ouvidos: “Aposto que você nçao tem coragem de tocar o trompete
enquanto seu pai está orando.” Eu balancei a cabeça e respondi de volta: “Gosto de apostar,
mas não posso fazer isto.” “Eu sabia que você é medroso,” ele enviou de volta, zombando de
mim. Você sabe como isto machuca, não é certo? Assim, eu levei o trompete aos lábios.
Pensei que poderia soprar bem de leve, de forma que mal se pudesse ouvir, mas o que saiu
foi uma nota alta e estridente. Oh, como fiquei envergonhado! Mas isto não foi tudo. Meu pai
parou de orar, tomou-me o trompete e o colocou sobre o órgão. Em seguida me pegou pela
orelha e me levou para fora. Voltou então, e terminou a oração.”
- O Sr. Deve Ter ficado muito envergonhado. Seus colegas zombaram do senhor o dia todo,
não foi?
- Claro que fizeram isto, mas você se lembra de que eu não pus você para fora da classe na
presença de seus colegas no último Sábado? Sabe que não o fiz? É que eu descobri que os
rapazes que têm muita vivacidade são os que fazem coisas e vão a lugares quando ficam
homens, e, Joãozinho. Você tem mais talento do que ordinariamente os meninos têm. Você é
generoso com suas coisas e todos os meninos gostam de você. A propósito, Joãozinho, que
você deseja ser quando for grande?
- Bem ... eu não sei, eu queria ser piloto de aeroplanos, mas mamãe quer que eu seja médico-
missionário.
- Olhe, Joãozinho, penso que você poderia ser as duas coisas. Haverá um bom número de
nossos missionários pilotando os seu próprios aviões no futuro.
- Oh, eu nunca havia pensado nisto.
- E você poderá obter tudo que é necessário para ser ambas as coisas. Somente que- somente
que, você sabe, um piloto de avião que não seja capaz de controlar-se não poderá ser
considerado como pessoa muito responsável. E Joãozinho, não seria muito difícil para você,
começar a por os parafusos no lugar desde já. Tudo que você teria de fazer por enquanto
seria deixar os chocolates em casa e guardá-los para uma festinha. Então você devia sentar-se
na extremidade da fila. Faça isto sem que eu mande, e se as coisas começarem a esquentar,
simplesmente você pode mudar para um lugar mais na frente. E pense como isto me ajudaria,
e você seria logo um líder, sua classe teria em pouco a melhor reputação na Escola Sabatina.
Que acha disto, Joãozinho?
- Bem, eu tentarei. Penso que o problema todo é que nós nunca havíamos pensado.
- Muito obrigado, Joãozinho, você é um excelente rapaz, e eu sabia que podia contar com
você.
Quão fácil é Ter uma palestra assim, com uma palavra de oração. Pode ser mesmo que na
semana seguinte, na Escola Sabatina, já não tenha problemas com Joãozinho.
Figuremos um quadro de como Joãozinho se sente quando o mandamos para fora da classe.
O primeiro ponto representa o nível do seu estado de espírito quando começamos. Ao mandá-lo
para fora, o seu ânimo desce para a posição 2. Agora tracem um quadro dos resultados quando
seguimos esta misteriosa fórmula. Elogiar os seus bons pontos, e eles sobem para a posição 2. Então
lhe reprovar a falta, e as linhas descem para a posição3, para subir novamente quando lhe falar das
recompensas. Quando terminar, Joãozinho está mais feliz do que quando começamos.
Devemos lembrar de que “os grandes motivos impelentes da alma são fé, esperança e amor.” –
Educação, pág. 192. Usemos mais na educação e correção de nossos meninos e meninas.
CAPÍTULO VII

Moldando a Vontade

T EMPOS atrás ouvi uma mãe dizer a seu filho pequeno:


-Agora é hora de você ir para cama, querido.
O pequeno sacudiu a cabeça, esticou o beiço, e disse:
-Não.
A mãe continuou:
-Ora, seja um bom menino e vá para a cama.
E o jovenzinho insistiu:
-Não! Não! – e bateu o pé.
De novo a mãe:
-Deve ir para a cama, bem bem. Vamos, corra.
Mas o menino deitou no chão, esticou as pernas e gritou:
-Não! Não! Não quero ir!
Visivelmente embaraçada, a pobre mãe se desculpou:
“Meu pequeno tem uma tremenda força de vontade.”
Não, ele não tinha força de vontade, mas falta de vontade. Era teimoso. São coisas muito, muito
diferentes. Muitas pessoas confundem força de vontade com teimosia, outros confundem com falta
de vontade. Mas falta de vontade não é força de vontade.
Oh, há grande diferença entre força de vontade e falta de vontade. É sobremodo importante que
compreendemos isto, pois nossa salvação eterna depende de nossa vontade. “O Espírito e a noiva
dizem: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” Apoc.
22:17.
Que é vontade? Como pode ela ser desenvolvida? Existe o perigo de que venhamos a esmagar a
vontade enquanto estamos procurando educar a criança? Este deve ser o assunto interessante deste
capítulo.
Das muitas definições possíveis de vontade, há um parágrafo que contém a melhor definição que
conheço:
“A religião pura tem que ver com a vontade. A vontade é o poder que governa a natureza do
homem, pondo todas as outras faculdades sob sua direção. A vontade não é o gosto nem a
inclinação, mas o poder que decide, o qual opera nos filhos dos homens para obediência a Deus, ou
para a desobediência.” – Mensagens aos Jovens, pág. 151.
Quão fácil de compreeder é isto; a vontade não é um poder de querer, mas de decidir. Tomar
uma decisão implica um conselho, e juízes, e não precisamos ir muito longe para descobrir que a
sala do conselho é a mente, e que neta sala se encontram três juízes: (1) a voz da razão, (2) a voz
dos ideais do coração e (3) a voz da consciência.

A Voz da Razão
“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor.” Isa. 1:18. Deus pôs dentro de nossa mente o poder de
raciocinar, poder este que conduz à escolha. Eu “te propus a vida e a morte, a benção e a maldição:
escolha, pois, a vida, para que vivas.” Deut. 30:19. Com voz fria e realística, a razão reage, pró e
contra, dizendo o que é bom e o que é mau para nós. Ela, a razão, não liga para o fato de que
possamos gostar ou não, ou que queiramos ou não; fria e claramente ela aponta as vantagens e as
desvantagens.

A Voz do Ideal do Coração


“Como o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação.” Rom.
10:10. Há dentro de nossa mente o retrato do homem que nós queremos ser – 0 ideal de nosso
coração. Desafortunadamente, porém poucos pais colocam diante de si mesmos ou de seus filhos,
deliberadamente, este quadro do ideal do coração e as principais características que desejam
venham eles a possuir. Entretanto, mas cedo ou mais tarde, o ideal começa a se desenvolver, e pode
ser alto ou baixo, nobre ou vil, conforme o meio ambiente e a educação decidirem. A voz do ideal
do coração é cálida e apaixonada, e algumas vezes conflita com a razão. É, pois, de admirar que
Salomão tenha orado: “Dá, pois, ao Teu servo coração compreensivo” I Reis 3:9.

A Voz da Consciência
Isaías diz: “Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus
ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele.” Isa. 30:21. Elias
fala da “voz mansa e delicada.” Isa. 30:21. Se ouvimos esta voz por detrás de nós ou em nosso
coração, reconhecemos nela a voz da consciência, que é a faculdade pela qual conhecemos a
vontade de Deus. Quando treinada pela obediência, a voz da consciência fala de modo claro,
dizendo se alguma coisa é certa ou errada, não se deixando levar pela voz do ideal do coração,
algumas vezes em conflito com a razão, a voz da consciência diz se Deus aprova ou desaprova a
ação sob julgamento.
A decisão dos três juizes é a vontade. Se um baixo ideal do coração pesar mais do que a voz da
razão e a voz da consciência, nossa vontade operará dentro de nós para desobediência. Mas se o
ideal do coração é elevado, estando em harmonia com Deus e com a razão, nossa vontade promove
a obediência.
Normalmente esses juizes trabalham bem e tomam suas decisões depressa, elevando e
enobrecendo a pessoa. Se as vozes são fracas, produzem uma pessoa indigna. Se são silenciosas
produzem uma pessoa idiota.
Não é necessário discutir a diferença entre instintos e emoções, inatos ou adquiridos. Em
harmonia com todas as demandas, necessidades e tentações, eles surgem nas células e órgão do
corpo e viajam pelos caminhos do desejo, e para que a vontade concernente àquele especial desejo
seja expressa, precisa ser ele conduzido à sala do conselho da mente pelo introdutor que é o
domínio próprio.
Todos dizem que devemos contar até dez antes de ferir alguém que nos feriu antes. Ora não há
nenhuma mágica no fato de contar até dez, mas da tempo à razão para dizer que fora mero acidente,
e que ferir de volta não melhoraria as coisas; para a voz do ideal do coração dizer que eu não
desejava ser um briguento; para a consciência dizer que “aquele que odeia a seu irmão é homicida.”
Nunca se estará dando ênfase demasiada à importância do domínio próprio, pois este fator, com
sua capacidade de conduzir o desejo para o interior da sala de conselho da mente, muitas vezes faz a
diferença entre vida e morte, como veremos adiante.
Vamos então traçar os três possíveis passos em que o desejo pode ramificar:
1. O desejo pode seguir o caminho da auto-expressão, onde, impelido pelo impulso e
desimpedido pela razão, ideias e consciência, ministra em favor das paixões animais e
egoístas.
2. O desejo pode ser reprimido, negado, sepultado no subconsciente, onde ulcera e produz
paixões indissimuladas, fortes desejos e desintegração moral.
3. O desejo pode ser conduzido à sala de conselho da mente, onde ouve a voz da razão, do ideal
do coração e da consciência. O que for decidido será a vontade do indivíduo, e i seguir o
caminhar controlado, sublimado, resulta em enobrecimento da vida. Naturalmente é muito
possível que a voz do ideal do coração seja ímpia que se sobreporá à voz da razão e da
consciência, caso em que a vontade é forçada para baixo, para o caminho do pecado
voluntário e ministra em favor do egoísmo e do animalismo dentro do nós, mais até do que o
pecado impulsivo. Por observação, entretanto, acredito que a maior parte da impiedade e
pecado que vemos nos juvenis não é a constituida de pecados voluntários, deliberados, mas
sim, do tipo irrefletido, impulsivo. Muito freqüentemente quando eles tomam tempo para
pensar, a razão e a consciência influenciam a vontade para que siga o sublimado caminho
controlado.

O Instinto de Fome
Para sermos específicos, tomemos o instinto da fome sigamos através desses três possíveis
caminhos. Erguendo-se das células e dos órgãos do corpo, eis aí o desejo de alimento. Se a pessoa
come por impulso comerá tudo que deseja, em qualquer ocasião que deseja e em qualquer
quantidade que deseja. Ela simplesmente come, come, come, conforme ditem suas paixões
egoísticas animais. Qual o resultado? O indivíduo torna-se um glutão e um beberrão.
Não é provável, mas imaginem que uma pessoa reprima o seu desejo de comer. Ela poderá dizer:
“Oh, não! É ímpio! Não posso fazer isto!” E o que aconteceria? Tal pessoa seria vencida pelo forte
desejo de roubar alimento ou até mesmo o matar alguém, a fim de satisfazer o desejo não admitido.
Vamos, porém, agora, à sala d e conselho da mente. A razão diz: “Deseja comer? Òtimo.
Lembre-se de que para as diferentes funções do corpo são necessárias vitaminas, gorduras, hidratos
de carbono, cálcio, proteínas etc. o cálcio pode ser encontrado no lei, as proteínas nos cereais e nos
ovos, sais e vitaminas nas frutas e verduras. Não gosta de cereais? Não me interessa que goste ou
não. Eles são necessários. São bons para o seu regime.”
A voz do ideal do coração diz: “Bem, você sabe que você é aquilo que come. Ora que espécie de
homem deseja ser? Forte e bem disposto, não é alerta? Cérebro claro? Ora, você encontrará tudo
isto num regime de frutas, cereais e nozes.”
A voz consciência entra em outro campo. Ela diz “Nada de venenos ou alimentos impuros,
pois aquele que destrói o templo de Deus o destruirá . Deus não pode aprovar nada impuro.” quando
a pessoa dá ouvido a essas vozes, deseja comer o alimento apropriado, no tempo certo e na
quantidade conveniente. Qual o resultado? Um homem nobre, saudável, feliz.

O Instinto de Auto-Preservação
Seguir os instintos de preservação com as emoções de temor e pugnacidade que o acompanha ao
longo do caminho da auto-expressão, e agir sempre egoisticamente e de forma impulsiva, resulta
apenas no covarde e o fanfarrão. A repreensão deste instinto produz a estranha paralisia e cegueira
dos soldados com neurose de guerra. Devidamente controlado, o homem aprende que alguns
grandes barulhos produzem pouco dano ao passo que outros barulhos pequenos produzem grandes
danos. Aprende quando correr e quando ficar parado. Torna-se alerta, bravo, corajoso. Pense nisto:
a diferença entre um homem covarde e um homem bravo, corajoso, está apenas na vontade. Ambos
são produtos do mesmo instinto.

O Instinto do Sexo
Consideramos o instinto do sexo em face dos três caminhos possíveis:
1. Incontrolado, impelido para o caminho de sua expressão por impulso, ele conduz a intimidade
indiscriminada, lascívia e adultério em todas as suas formas. Transforma o amor em luxúria, fere
corações, destrói lares e arruína vidas.
2. Reprimido pode produzir o santarão e gerar certas formas de neurasteina.
4. Controlado, entretanto, este instinto é grandemente responsável pela arte criativa como
música, literatura e invenções. É a base da cortesia, do cavalheirismo, de toda manifestação
de amor familiar, e produz frutos em enfermagem, trabalho missionário e toda e qualquer
atividade de bem-estar social. Parece difícil admitir que o libertino e abnegado missionário, a
meretriz e a mãe desvelada seja inspirados pelo mesmo apelativo instinto. A grande diferença
é manifesta pela vontade.
Vamos dar uma olhada nos seguintes parâmetros.
“Oh, pudesse cada pessoa compreender ser ela o árbitro de seu próprio destino! Convosco jazem
vossa felicidade para esta vida e para a futura vida imortal.” Mensagens aos Jovens, pág. 31.
“Lembrai-vos, caros amiguinhos, de que cada dia, cada hora, cada momento, estais tecendo a
trama de vosso destino... Se escolheis seguir vossas próprias inclinações, vossos hábitos não
segundo o modelo de Cristo ligarvos-ão com cintas de aço ... Mas, se fizerdes valorosos esforços
por vencer o egoísmo, não desprezando as oportunidades de auxiliar os que se achem em torno de
vós, a luz de vosso exemplo guiará outros à cruz.” Idem, pág. 212.
“A vontade do homem é ativa e constantemente luta por aplicar todas as coisas a sues fins. Se
estiver alistado ao lado de Deus e do bem, aparecerão na vida os frutos do Espírito; e Deus designou
‘glória... honra e paz a qualquer que obra o bhem.” Idem, Pág. 54.
“Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela se torna onipotente.” Idem, pág. 101.
È muito excitante compreender o ilimitado desenvolvimento das faculdades que podem ser
nossas e os frutos do Espírito que nos podem pertencer quando nossa vontade é posta ao lado de
Cristo. Contudo é muito solene pensar que embora Deus esteja pronto para enviar todos os anjos do
Céu para socorrer a humanidade em luta antes que permitir seja ela vencida, não é obra dos anjos
bons controlar a mente dos homens contra sua vontade. Não antes que a pessoa em perigo
compreenda sua posição e peça socorro de Cristo, o socorro virá. Idem, págs. 52 e 53.
Notem o novo significado que estes textos adquirem, tendo em mente os três possíveis passos
que pode se ramificar o desejo visto anteriormente.
“Sobre tudo o que se deve guardar, guardar o teu coração, porque dele procede as fontes da
vida.” Prov.4:23.
“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Espírito
mortificardes os efeitos do coração, certamente vivereis.” Rom. 8:13.
“Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha
eu mesmo a ser desqualificado.” I Cor. 9:27.
“Vinde, pois e arrazoemos, diz o Senhor... Se quiserdes, e Me ouvirdes, comereis o melhor desta
terra.
Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada.” Isa. 1:18-20.
Não podemos senão exclamar: Que maravilhoso Salvador! Ele preparou a vida eterna, Ele
construiu a cidade, Ele abriu o caminho com o Seu sangue derramado e prometeu enviar todos os
anjos em nosso auxílio se necessário, mas há uma coisa que Cristo não faz e não fará; há uma coisa
que os anjos não podem fazer por nós. Nós temos que mostrar vontade. Nós temos de fazer a
escolha.
“O Salvador inclina-se sobre a aquisição de Seu sangue, dizendo com inexprimível ternura e
piedade: ‘Queres ficar são?’ Manda-vos levantar em saúde e paz. Não espereis sentir que estais são.
Crede na palavra do Salvador. Ponde vossa vontade do lado de Cristo. Determinai servi-lo, e agindo
em obediência a Sua palavra, recebereis forças. Seja qual for a má prática, a paixão dominante que,
devido a longa condescendência, prende tanto a alma como o corpo, Cristo é capaz de libertar, e
anseia fazê-lo. Ele comunicará vida à alma ‘morta em ofensas.’ Porá em liberdade o cativo, preso
por fraqueza e infortúnio e pelas cadeias do pecada.” A Ciência do Bom Viver, págs. 83 e 84.

O Desenvolvimento e a Modelagem da Vontade


Está claro agora que o desenvolvimento da vontade etá na base do desenvolvimento da voz da
razão, da estruturação de nobres ideais do coração e o treino do coração e da mente para conhecer a
vontade de Deus, bem como na prática do domínio próprio. Mediante coerentes e persistentes
hábitos de correção podemos lançar o fundamento para o raciocínio. Crianças bem pequenas ainda
são capazes de associar causa e efeito. Isto prepara o caminho para o exercício da escolha. Pais
sábios podem guiar seus filhos na experiência da escolha correta, como os sapatos e as roupas
adequadas, e cada ato certo de escolha desenvolve o poder da vontade.
Os pais podem ter no coração um quadro da espécie de homem que seu filho deve ser, e logo
cedo na vida podem começar a pôr este quadro no coração dos pequenos. Assim se desenvolve a
voz do ideal do coração. As palavras “criança formosa” usadas pelos pais de Moisés (Heb. 11:23), e
a idéia de “família firme” (mensagens aos Jovens, pág. 211), têm ajudado muitos pais a explicar
porque eles não fazem algumas coisas que outras pessoas fazem, e porque fazem algumas coisas
que outros não fazem, e estas experiências ajudarão a elevar e fixar o ideal do coração.
Podemos fazer um jogo, ou brincadeira, com crianças de cinco anos. Devemos dizer algumas
coisas sobre as pequenas vozes na mente. Chamem a Sra. Razão, Sr. Coração e Sra. Consciência.
Digam que a Sra. Razão diz: “Bom ou mau.” O Sr. Coração diz: “Sim ou não.” A Sra. Consciência
diz: “Certo ou errado.” Então tomem um copo de leite e digam: “Oh, Sra. Razão, eu quero tomar
um copo de leite.” Que diz a Sra. Razão? “Bom, bom,” a criança responde. “Oh, Sr. Coração, este
leite faz-me a espécie de homem que eu desejo ser?” A criança responderá: “Sim, sim.” “Oh, Sra.
Consciência, eu desejo tomar um copo de leite, é correto ou é errado?” A criança responde outra
vez: “Certo, certo.” Podemos Fazer esta brincadeira usando uma maçã, depois um cigarro, e
ficaremos admirados em ver como a criança é capaz de pensar. “Oh, Sra. Razão, eu quero fumar. É
bom ou mal?” “ Mau, mau,” a criança dirá.
“Oh, Sr. Coração, este cigarro me ajudará a ser a espécie de homem que eu desejo ser?”
“Não, não.”
“Oh, Sra. Consciência, Deus diz que é certo ou errado fumar?”
“Errado! Errado!” a criança exclamará.
E cada vez que fizermos uma brincadeira como esta, estaremos moldando a vontade. Do
alimento podemos ir para as roupas, para ações, para palavras, livros, jogos, e assim estaremos
preparando os nossos meninos e meninas para enfrentar os grandes problemas da vida. O domínio
próprio pode também ser cultivado ensinando a criança a partilhar com seus companheiros seus
brinquedos, fazendo com elas brincadeiras em que uma lugar de honra é transferido de uma criança
par outra, e mediante o exemplo. Dando menção honrosa quando elas vencerem um arroubo de
temperamento, ensinado a sorrir por entre suas lágrimas, e a achar graça de seus próprios
desapontamentos, podemos ajudá-las a desenvolver este importante guarda portão – o domínio
próprio – e dar a eles o gosto de um viver dócil e de agir e falar contrariamente ao impulso.
Este é o modo pelo qual a vontade pode ser desenvolvida e moldada.

Esmagando a Vontade
Agora que compreendemos bem o que é a vontade e como pode ser moldada, é igualmente claro
como pode ser esmagada. Podemos notar que o castigo e a correção são instrumentos para moldar a
vontade, mas a incoerência e a irrazoabilidade no corrigir e no castigar confunde o fundamento da
razão na mente da criança. Permitir que a criança tenha a sua própria maneira em tudo é manchar o
quadro do ideal do coração. E se nós deixarmos de ensinar nossos meninos e meninas como
escolher, e deixamos de implantar um ideal em seu coração, e falhamos em ensinar como conhecer
a vontade de Deus e não lhe ensinamos lições de domínio próprio, que fizemos a sua vontade?
Todos temos conhecido pais cuja palavra é lei, sem nenhuma razão que não seja: “Eu disse, está
dito.” Temos conhecido pais que fazem todas as escolhas por seus filhos, desde o momento em que
nasceram até quando deixam o lar. Escolhem os seus sapatos suas roupas, seus colegas, seus livros,
sua música, sua escola, seus amigos. Estes são filhos dignos de lástima, pois a criança subjugada,
dominada, é aquela cuja vontade foi esmagada, e ou ela termina se rebelando ou termina com uma
personalidade mareada.
O Mistério da Vontade
Paulo fala no “mistério da Sua vontade” (Efés. 1:9), e há sem dúvida mistério as operação da
vontade. É um fato que quando encontramos um conflito entre a voz do ideal de nosso coração e as
vozes da razão e da consciência, e quando nos submetemos à vontade de Deus e fazemos nossa
vontade harmonizar-se com a Sua, estamos na verdade obtendo muito mais do que abrindo mão.
“A luta contra o próprio eu é a maior batalha que já foi ferida. A renúncia de nosso eu, sujeitando
tudo à vontade de Deus, requer luta; mas a alma tem de submeter-se a Deus antes que possa ser
renovada em santidade.” Vereda de Cristo, pág. 43.
“ O que devemos compreender é a verdadeira força da vontade... Tudo depende da reta ação da
vontade. O poder da escolha deu Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podemos mudar
nosso coração, não podemos por em nós mesmos consagrar a Deus as suas afeições; mas podemos
escolher servi-lo. Podemos dar a ele a nossa vontade; ele estão operará em nós o querer e o efetuar,
segundo o Seu beneplácito. Deste modo toda a nossa natureza será levada sob o domínio do espírito
de Cristo; nossas afeições centralizam-se nele; nossos pensamentos estarão em harmonia com ele.”
Idem. Págs. 47 e 48. Fraca como possa ser nossa vontade, uma vez expressa, abre-se a porta para
que Deus faça o Seu trabalho. Quanto mais exercitamos a vontade, mais poder há na vontade.
Quanto mais nos submetemos à vontade de Deus, manos submissão haverá de nós para nossa
própria vontade, porque os frutos de Espírito fazem que nossa vontade procure agradar a Deus.
Afinal, fazer a vontade de Deus é na realidade seguir nossa próprio vontade.
Se alguém estiver ausente na eternidade para vida, não será por Ter sido um pecador, pois todos
pecaram e ficaram destituídos da glória de Deus, mas porque não teve vontade.
Deus nos da habilidade e paciência para desenvolver e moldar a vontade de nossos juvenis.
CAPÍTULO VIII

Estudando o Professor: Suas Palavras e Sua Voz

E m alguns anos a traz li uma experiência em um livro sobre uma mãe que estava ensinando no
culto da manhã o seu filhinho sobre a cura que Jesus realizou pelo surdo-mudo, e ela disse:
“Então Jesus pôs os dedos nos ouvidos e tocou sua língua.” S. Marcos 7:33. “Mas, mamãe,” ele
perguntou, “Jesus não poderia Ter feito isto!” “Por que não, a Bíblia diz que Jesus pôs os dedos nos
ouvidos e tocou a língua.” “Mas. Mamãe, Jesus tinha de pôr o dedo na boca para poder tocar sua
língua.”
E o pequeno estava certo. Mas alguma coisa havia que levou o menino a entender assim. Qual
era o problema? Para obtermos uma resposta, estudemos um pouco próprio professor, suas palavras
e sua voz.
O livro Educação dá ênfase a estas esferas em que deve ser bem habilitado o professor:
1. Espiritualmente.
2. Fisicamente.
3. Mentalmente.

Espiritualmente
Muitos livros se têm escrito nos quais o professor pode buscar algum auxílio. Permiti que eu cite
duas gemas:
“Naqueles que a possuem, a religião de Cristo revelar-se um princípio vitalizado e penetrante,
uma energia viva, operante e espiritual. Manifestar-se-ão a força, o frescor e a alegria da juventude
perpétua. O coração que recebe a Palavra de Deus, não como um acude, que se evapora, nem como
uma cisterna rota que perde o seu tesouro. É como a torrente da montanha, alimentada por fontes
inesgotáveis, cuja água fresca e borbulhante salta, de pedra em pedra, refrescando, os sedentos e os
duramente oprimidos.
“Esta experiência dá a todo instrutor da verdade, justamente as qualificações que o tornarão
representante de Cristo. O espírito dos ensinos de Cristo lhe dará precisão às palavras e orações.”
Parábolas de Jesus, pág. 130.
“Ao lugar secreto do Altíssimo, à sombra do Todo poderoso, os homens de quando em quando
se refugiam; habitam ali por algum tempo, e o resultado se patenteia nas boas ações; então sua fé
falta, interrompe-se a comunhão, e se desmerece a obra daquela vida. A vida de Jesus, porém, foi de
constante confiança, mantida por uma comunhão contínua; e Seu serviço em prol do Céu e da Terra
foi sem falhas ou defeitos.” Educação, pág. 81.

Fisicamente
Muito se tem escrito sobre a parte que a saúde e força física desempenham no ensino:
“A importância das qualificações físicas do professor dificilmente podem ser superestimadas,
pois quanto mais perfeita sua saúde, mais perfeito o seu trabalho. A mente não pode ser clara para
pensar e forte para agir quando as faculdades físicas estão sofrendo os resultados de debilidade ou
doenças. O coração é impressionado por meio da mente; mas se em virtude de inabilidade física, a
mente perde o seu vigor, o conduto dos sentimentos e motivos mais altos é menos capaz de
discriminar entre o certo e o errado. Quando sofremos os resultados de uma saúde débil, não é coisa
fácil ser paciente e alegre, ou agir com integridade e justiça.” Conselho aos professores, Pág. 177.

Mentalmente
O professor tem também sobre si a responsabilidade de conservar-se em perfeitas condições
mentais:
“Os professores devem Ter viva união com Deus, desejo de estudar, dando tempo e fervor moral
a seu trabalho e não se sentindo satisfeito antes de terem realizado alguma coisa.” Cons. Sobre a
Escola Sabatina, pág. 184.
O equilíbrio destas três esferas de desenvolvimento é expresso nestas palavras:
“Não basta, porém , que o mestre possua natural aptidão e cultura intelectual. Estas são
indispensáveis, mas, sem a habilitação espiritual para a obra, não se acha preparo para nela
empenhar-se. Ele deve ver em cada aluno a obra das mãos de Deus, um candidato às honras
imortais.” Cons. Aos Professores, Pais e Estudantes, pág. 205.

As Palavras do Professor
As palavras do professor são uma parte desta indispensável cultura intelectual. No caso do
menininho que achou que Jesus precisava pôr o dedo na boca do homem para tocar-lhe a língua, a
dificuldade esta no fato de que a mãe proferiu as palavras em marcha acelerada, isto é, como se
costuma dizer em linguagem automobilística, estava “engrenada.” Se ela tivesse engatado uma
marcha mais lenta por amor ao garotinho, as palavras “ouvido” e “língua” teriam sido proferidas
acompanhado-se de leve ação com ênfase para “ouvido” e então para “língua” e a coisa teria ficado
clara. Esta mudança de marcha é um dos segredos do ofício, e só pode ser aprendido mediante
penosa experiência. Muito professor que se sai perfeitamente bem com estudantes colegiais ou com
adultos, quase perdem o ânimo quando tratam com juvenis. E contar uma história para criança do
Rol do Berço é prova de incomum habilidade.
“O grande naturalista Agassiz costumava dizer que um estudante não conhecia o seu assunto
enquanto não pudesse apresenta-lo de quatro modos diferentes: primeiro como monografia técnica;
segundo, como preleção científica, terceiro como preleção popular, e quarto, tão simples como uma
história para criança.”
Devemos Ter grande cuidado em pronunciar as palavras claras e distintamente, pois as palavras
são a ponte sobre a qual passam as idéias do professor para o aluno; e se a ponte é falha, as idéias
podem passar distorcidas.
Apesar de falar claramente e procurar dar o nível conveniente ao tom de voz e à correta
articulação das palavras, ainda assim entramos em dificuldades, como no caso de Jesus vindo para
roubar. A alguns anos eu estava contando uma história para a classe de amigos no clube de
Desbravadores Luzes da Aurora e um dos meninos ouviu claramente a palavra “ladrão.” Tinha sido
dito ao nível de sua idade: ele sabia o que era um ladrão. Nós tinha-mos conversado sobre esse
assunto alguns dias atrás e ele havia participado disto.
Isto introduz o assunto de “conotação” para nosso estudo.

Conotação e Denotação
Conotação é simplesmente o significado de uma palavra quando se descrevem suas qualidades,
ao passo que denotação nos fala da espécie e nos dá um nome. Soa de maneira muito simples, mas
há duas espécies de conotação, a universal e a particular, e aí é onde começa nossa dificuldade. O
significado universal de uma palavra nos dá as qualidades que são comuns a todas as suas espécies;
a conotação particular nos dá as qualidades das espécies locais, as coisas com as quais as crianças
estão familiarizadas. E porque o mundo da criança é pequeno e limitado, o professor muitas vezes
falha em expor a idéia.
Tomemos como exemplo a palavra “sacerdote.” A conotação universal é a de um ministro de
religião. A conotação particular em Jerusalém em antigos tempos seria a de um homem vestido
numa roupa de linho e trazendo um peitoral. Na Birmânia a de um homem com uma vestimenta
amarela e um turbante na cabeça. Nos países católicos seria um homem com uma batina negra.
Denotação seria sacerdote hebreu, sacerdote budista, sacerdote católico. Mas se eu falo apenas
de um sacerdote, um sacerdote indeterminado, não poderia culpar Joãozinho se ele desse sua
conotação particular.
Vamos tomar um exemplo: “Profeta.” Na conotação universal é um homem que serve de porta-
voz de Deus; alguém que prediz o futuro.
A conotação particular seria a de um homem de longas barbas, calvo, ou um homem com vestes
de couro, ou ainda um homem que come frutas e mel silvestre e vive no deserto, segundo a imagem
mais familiar para a criança.
Denotação seria Eliseu, Elias, João Batista.
Consideramos a palavra “Igreja” Conotação Universal, um lugar de culto. A conotação particular
seria uma pequena igreja no vale, sede missão no estilo de igreja, geralmente estucada, ou igreja de
tijolos cobertos de hera etc.
Denotação seria Igreja Metodista, Igreja Batista, Igreja Adventista etc.
Mais uma vez podemos ver onde o problema com aquele garoto no clube de Desbravadores a
respeito do “ladrão.” Sua idéia de ladrão era o que a mídia dizia dizer, ao passo que o texto era uma
figura de linguagem, porque a conotação universal de ladrão incluía também a idéia de alguém
vindo para roubar “inesperadamente.”
Agora que sabemos qual é o problema, sua retificação é simples. O professor simplesmente
passa os olhos na lição e por introspecção verifica as palavras que agrupadas podem gerar
dificuldade, e então, desde o começo da lição, por imagem ou por palavra, cuidem que novas idéias
e palavras sejam devidamente entendidas, e vai em frente.
Um dos mais interessantes exemplos de como familiarizar meninos e meninas com palavras
novas, eu encontrei em um livro de poesias editado pela faculdade de medicina de Ribeirão preto:

“Que Você Faria, se Tivesse”


Um GALÃO poria água dentro dele, dormiria sobre ele, ou dá-lo-ia para cachorro?
TALENTO pô-lo-ia no banco, comê-lo-ia, ou tocaria uma melodia nele?
CONCERTO vendê-lo-ia, matá-lo-ia ou procuraria guardá-lo com cuidado?
SHEKEL levá-lo-ia para um zoológico, jogá-lo-ia fora, ou compraria frutas com ele?
SALTÉRIO faria dele um colar, poria uma criança dentro dele, ou tocaria nele um hino?
MANTO cozinharia para vender, carregaria no bolso, ou daria a um pobre que tivesse com frio?
CAJADO poria na salva de ofertas, usaria no pescoço, ou daria de presente a um pastor de
ovelhas?
PERGAMINHO comê-lo-ia com leite, daria de presente a uma biblioteca, ou usaria como
cobertor?
SUÍNO daria a um fazendeiro, pô-lo-ia numa gaiola, ou dependuraria em sua árvore de natal?
Poeta de Gaveta 2 edç.
Quando fazemos um jogo de aprendizado em conotação de novas palavras, conforme o exemplo
acima, as crianças se lembrarão sempre, e suas palavras atingirão sempre o objetivo em seu
significado correto.
Vamos tomar como exemplo um professor que não tomou esse cuidado e ao recapitular uma
história, como exemplo a história de José, entrou nesta dificuldade:
Quando os irmãos de José viram-no aproximar-se – isto é, viram-no vindo – consultaram-se
entre si – isto é, tomaram conselho entre si, ou discutiram entre si a questão, ou procuraram Ter em
mente o que fazer. Assim resolveram – isto é, determinaram, vocês sabem, tiveram em mente –
matá-lo. Mas Rúbem desejava salvá-lo, e então sugeriu – isto é, disse, vocês sabem, ou melhor,
aconselhou-os – a que o pusessem numa cova, pois iria tirá-lo dali privadamente – isto é,
secretamente, quietamente, sem que outros soubessem – e levá-lo salvo a seu pai. Assim fizeram
isto, e logo uma caravana – isto é, uma tropa com cavalos e camelos e jumentos e especiarias – isto
é, aquelas coisas gostosas que mamãe coloca na comida, vocês sabem – uma caravana de Ismaelitas
– isto é, o que chamamos árabes atualmente, descendentes – isto é, originários, quero dizer, Ismael
era o ancestral deles, ou seja, aquele de quem vieram – o filho de Abraão, estais lembrados, que foi
enviado para o deserto.
Esse exemplo nos mostra bem como um professor ou instrutor pode se enrolar quando ele não
pensa nas palavras antes de dize-las.
È muito pior sermos mal compreendido do que não ser compreendido. Muitas vezes o contexto
da história, nossa expressão facial, ou os movimentos corporais, suprirão o espaço de uma palavra
não compreendida, mas quando somos mal compreendido, a idéia distorcida faz afundar a história.
Assim pe que estou certo ser indispensável que o falar e as palavras tenham significado claro da
parte do professor oi instrutor.

A Voz do Professor
Quando Paulo exortou Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” I Tim. 4:16, incluiu
entre esses cuidados – estou inclinado a pensar – suas palavras, sua voz, seu modo de falar, pois
Paulo era muito específico quando a ser compreendido quando a falar. Escrevendo aos coríntios, ele
disse: “Prefiro falar na Igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar
dez mil palavras em outras em outra língua.” I Cor. 14:19.
Uma língua desconhecida não precisa ser uma língua estrangeira. Se uma pessoa ao orar enterra
o rosto nas mãos, ou um secretário que lesse de modo que não se pudesse compreender nada do que
apresenta, ambos estariam falando uma língua estranha, desconhecida. Na exortação de Paulo sobre
línguas desconhecidas, notem estas frisantes frases: “Assim que instrumentos inanimados, como a
flauta, ou a cítara, quando emitem sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que
se toca na flauta, ou cítara? Pois também se a trombeta der som incerto quem se preparará para a
batalha? Assim, nós somos com a língua, se não dissermos palavras compreensíveis, como se
entenderá o que dizemos? Porque como se falássemos ao ar. Há sem dúvida, muitos tipos de vozes
no mundo, nenhuma delas, contudo sem sentido. “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas
também orarei com a mente; cantarei com o espírito mas também cantarei com a mente.” I Cor.
14:7-10 e 15. É fácil de notar a ênfase posta no significado das palavras, e nas muitas espécies de
vozes, e que sejam compreendidos.
“Compreende tu o que lês?” perguntou Filipe ao eunuco. “Como posso compreender se alguém
não me explica?” foi a resposta .Podíamos perguntar aos nossos Desbravadores: “Entendem o que
leu?” e a resposta freqüentemente poderia ser a mesma do eunuco a Filipe.
Notem esta instrução aos professores:
“Na classe de leitura deve ser ensinada a cultura da voz; e em outras classes o professor deve
insistir em que os estudantes falem distintamente e empreguem palavras que exprimam clara e
energicamente seus pensamentos. Os estudante devem ser ensinados a fazer uso dos músculos
abdominais, no respirar e no falar. Isto tornará o tom da voz mais cheio e claro .
“Faça com que os estudantes compreendam que Deus deu a cada um de nós um maravilhoso
maquinismo – o corpo humano – que devemos usar para glorificar a Ele. As faculdades dos corpo
estão constantemente operando em nosso favor, e se assim quisermos podemos tê-las sob nosso
controle.
“Podemos Ter conhecimento, mas, a monos que seja adquirido o hábito de usar corretamente a
voz, nosso trabalho não cumprirá seus obgetivos. A menos que possamos revestir nossas idéias de
linguagem apropriada, de que vale nossa educação? O saber será de pouco valor, a não ser que
cultivemos o talento da fala; entretanto é ele um poder maravilhoso quando combinado com a
habilidade de falar palavras sábias e auxiliadoras, e falá-las de maneira que se imponha à atenção.”
Tomemos diferentes passagens das Escrituras e notemos agora, com um pouco de prática, como
podemos dar tal significado a nossas palavras que elas não deixarão de ser compreendidas:
II Tim. 2:1,2,15,-26. Este é um exemplo de exortação. Seja a voz geralmente lenta e medida
quando um ancião fala com um jovem, mas sem qualquer monotonia eclesiástica. A expressão
“fortifica-te” deve ser prolongada e pesada, a fim de dar uma idéia do significado de força.
“Envergonhar” é falado brandamente, com um quadro da vergonha em si. “Falatórios inúteis e
profanos” deve ser dito rápida e abruptamente, como borbulhar de água numa panela. “Contender”
é dito na garganta, com um quê de resmungo, ao passo que “ brando” e “paciente” são proferidos
suave e brandamente.
Prov. 1:20-33. Leiam isto e faça dele um quadro. É a personificação da sabedoria. Os versos 20 e
21 são falados na voz do narrador apenas apresentando o orador. Então como o verso 22 levantem a
voz de modo que seja notada e diga as palavras da sabedoria ao passar. Ponha um riso sutil em
“rirei na vossa desventura,” e algo de zombaria em “zombarei em vindo o vosso terror.” Em
“aborreceram o conhecimento” o aborrecimento deve ser visível. Mas de um sentido de segurança
com suas palavras em “habitará seguro, e tranqüilo e sem temor do mal.”
“Deut. 6:4-9, 20-25. Aqui esta um belo exemplo de diálogo entre um pai e seu filho. Primeiro
vêm as palavras de Moisés em exortação geral e apresentando o pai e o filho. Podemos notar que
embora não haja aspas ou travessões nas Escrituras, identifica-se as palavras do filho e a resposta do
pai.
S. João 4:>1-26. Aqui está um dos mais belos diálogos em toda a Escritura. Há a voz de um
narrador, de Jesus e da mulher de Samaria. Pratiquem o parêntese que existe no verso 2 ( e também
no verso 8 em algumas versões), proferindo as palavras dentro dos parênteses em voz distintamente
branda e mais ligeira, de modo que o pensamento possa ser tomado no verso seguinte no mesmo
tomem que estava lendo antes da leitura do parêntese. Que colorido podemos pôr nas palavras da
mulher! Ela é ousada no verso 9, zombadora no verso 15, é admirada no verso19. Salientemos
“vejo” e contem dois ou três no período após “profeta” antes de mudar para o novo pensamento do
verso 20.
S. Lucas 10:25-37. No diálogo entre Cristo e o doutor da lei, no qual Ele conta a história do bom
Samaritano, anotem seu discurso direto cuidadosamente. Notem onde entre a voz do narrador. Daí à
pergunta final todo o peso que pudermos. Daí a resposta do doutor: “Aquele que mostrou
misericórdia,” nas palavras de um homem que hesita, não sabendo em que espécie de armadilha
está para cair.
S. Mat. 25:14-30. Esta leitura é uma obra de mestre. Experimente com cinco pessoas: um
narrador, o servo de cinco talentos, o servo de dois talentos, o servo de um talento e o senhor dos
servo. Anote o discurso direto cuidadosamente, e então faça o primeiro homem feliz e excitado.
Pratica na pessoa do senhor dos servos, com o seu “bem está,” até que tenham a impressão de o
estar vendo atrair para si o servo fiel. Coloque ódio e temor nas palavras do senhor do servo de um
talento, e de um sentido de julgamento ou sentença nas palavras de resposta do senhor do servo.
Me permitam agora dar uma sugestão pessoal. É algo que ninguém me ensinou, algo que jamais
li em algum livro, cuja descoberta fiz por mim mesmo. Bem, aqui está. A Bíblia foi escrita na
língua dos hebreus e dos gregos muitos muintos séculos atrás. Suas figuras de linguagem
freqüentemente se referem as coisas e hábitos perfeitamente próprios para serem proferidos então,
mas embaraçantes para nossas modernas idéias sobre recato. Na verdade, não somente
embaraçantes, mas provocadores de idéias e risadinhas em nossos juvenis.
Já a algum tempo tenho seguido o costume de omitir uma frase curta, ou lhe dar uma tradução
singela, e me sinto tçao feliz com os resultados que vou transferia alguns exemplos para que o
experimentem.
Eis aqui a maneira como leio I Tes. 5:3. “Quando disserem: Paz e segurança, então cirá sobre
eles súbita destrição... da qual não poderão escapar.” Não parece bom? Está correto, no entanto eu
omiti a frase: “Como as dores daquela que está de parto,” E tanto quanto diga respeito a juvenis, a
omissão evitou embaraço e o seu risinho maroto típico da idade que nos tanto conhecemos.
Outros exemplos poderiam ser dados aqui, mas veja como se poderia ler para juvenis S. Lucas
1:31,34 e 35. “Eis que terás um filho, e chamarás o Seu nome, Jesus.” “Então disse Maria ao Anjo:
Como será isto? E o anjo lhe respondeu: O Espírito Santo será o Pai do menino, e por isto Ele Se
chamará Filho de Deus.”
Sinto que não se fez nenhuma violência ai texto, e se os resultados são bons, a idéia merece ser
considerada.
Conta-se que o eminente filósofo grego, Platão, estava um dia cantando em seu quarto. Ao parar
um pouco para descansar, ouviu dois menos na rua zombando dele. Os ouviu por uns momentos, e
então disse para si mesmo: “Platão, você precisa aprender a cantar melhor, precisa aprender a cantar
melhor.”
Estamos satisfeitos com os ecos de nosso ensino? Pode ser que um pouco mais de atenção a
nossas palavras e um pouco mais de modulação em nossa voz nos ajude a ensinar melhor.
CAPÍTULO IX

A Arte de Fazer Perguntas

T emos estudado já os princípios de indução e dedução no ensino, e notamos como o método de


fazer perguntas estimula o pensamento e a descoberta no ensino indutivo. Neste capítulo vamos
estudar a arte de fazer perguntas, pois reconhecemos que algumas perguntas são fracas no sentido
do estímulo e outras são fortes. A fim de manter os princípios de indução em mente, ensinarei a
primeira seção sobre perguntas pelo método dedutivo, e a Segunda seção pelo indutivo.

Três Espécies de Perguntas “Exemplo de Dedução”


Há três espécies de perguntas:
1. Retórica.
2. Elíptica.
3. Clara, direta, simples.
Pergunta retórica é aquela que se usa num discurso e para a qual não se espera nenhuma
resposta. O professos está fazendo uma afirmação, então diz: “Não é?” Outro diz: “Naturalmente,
vocês podem fazer isto, não podem?” Num vôo de oratória Zofar, o Naamatita exclamou diante de
Jó: “Porventura desvendarás os arcanos de Deus?” Jó 11:7. Mas nem Zofar e nem os professores
esperariam uma resposta. A resposta era demasiadamente óbvia. A pergunta foi apenas retórica e
feita para ênfase apenas.
Uma pergunta elíptica não chega a ser uma pergunta. É uma parte afirmativa de um fato feito de
tal maneira que o aluno é encorajado a completá-la. O professor pode dizer: “No primeiro dia Deus
criou................” então faz uma pausa, olha aponta para alguém, esperando que seja completada a
afirmação com “luz”.
Professor: “Honra teu pai e a tua mãe, para que ..........”
Aluno: “Se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.”
Embora as perguntas elípticas não sejam muito estimulantes, são muito úteis para obter-se
alguma resposta de algum aluno mais tímido. É melhor alguma resposta de um aluno assim do que
nenhuma, sendo muito difícil a um aluno manter-se interessado numa classe em que ele apenas fica
sentado ouvindo.
“Que criou Deus no quinto dia?” é uma pergunta provocadora que demanda reflexão. Mas se o
aluno é novo ou tímido, ele pode hesitar em responder, receoso de que sua resposta não seja certa e
ele fique envergonhado. Em casos como este a experiência indica o uso de perguntas elípticas: “No
quinto dia Deus criou os pássaros e ...........” Teria que ser um aluno excepcionalmente tímido para
não responder com “Peixes.”
As perguntas mais usadas, na verdade, são perguntas diretas, claras, simples. São em geral
pedidos de informação, e espera-se uma resposta que, via de regra, é obtida.
“Onde você mora?”
“Em Ribeirão Preto.”
“Está com fome?”
“Não.”
Quando dizemos “simples,” não queremos dizer “fácil.” Uma pergunta pode ser simples e muito
difícil de ser respondida.
“Quem escreveu o livro de Atos?” é uma pergunta simples, mas difícil de ser respondida.
Mas “quem disse o quê, e por que disse, quando viu os servos de Cornélio à porta?” não é uma
pergunta simples; ao contrário, é muito complexa, embora a resposta seja comparativamente fácil
de ser dada. Não aconselho o uso de perguntas complexa, por algumas razões muito óbvias.
Para ser direta, uma pergunta tem de ser formulada como apontado diretamente para uma
resposta. “Aonde estava Jonas indo?” pode ser respondida “para Jope,” para “Nínive,” para
“Társis,” e as três respostas seriam consideradas corretas. Mas se perguntar assim: “Depois de haver
deixado Jope, para onde Jonas esperava ir?” a resposta só pode ser uma: “Para Társis.” Assim, é
importante que os professores procurem fazer perguntas claras, simples e diretas.

Nota: Esta seção é típica do ensino dedutivo. Começa com a regra, e então é explicada com exemplos. Começa com
a lei geral e termina com afirmações específicas. O professor está como que despejando algo.

Perguntas de Sim e Não e Perguntas que Provocam Reflexão “Exemplo de Indução”


Vamos descobrir agora descobrir a lei que rege a formação de perguntas de sim e não e de
perguntas que provocam reflexão.
Quero que façam perguntas – qualquer pergunta e então notem cuidadosamente a espécie de
respostas que dou a elas e também o lado da linha em que as escrevo. Estão prontos?

Exemplo:
Faz calor não
Onde você mora? Em Ribeirão Preto
Gosta de maçãs? Sim.
Como está se sentindo hoje? Muito bem, obrigado.
Você tem algum dinheiro? Sim.
Quando você tem aula? Amanhã à noite.
Está com fome? Não.
Por que você ensina de pé? Para ver melhor a classe
Quem falou a seguir? Joãozinho.
A quem enviarei? Envia-me a min

Faz calor? Como esta se sentindo hoje?


Gosta de maçãs? Por que você ensina de pé?
Tem algum dinheiro? Quem falou a seguir?
Está com fome? Que livro você quer?
Onde mora? A quem enviarei?
O que notaram sobre as perguntas à esquerda da linha? Elas podem ser respondidas com “sim”
ou “não”. Que notaram em relação às perguntas à direita da linha? Necessitam de uma frase ou um
pensamento para serem respondidas. Seria tolo procurar responder à pergunta “onde você morta”
com um sim ou não. Não faria sentido.
“Ora, que partes do discurso são as palavras introdutórias para as respostas a pergunta do tipo
sim e não: ser, Ter, fazer, estar, estava, é , era etc.?”
“São todos verbos auxiliares.”
“Que partes do discurso são: como, por que, quando, onde?”
“São verbos de interrogação.”
“E que partes do discurso são: quem, qual, que, cujo?”
“São pronomes interrogativos.”
“Assim, fizemos uma notável descoberta. Ou seja
“Perguntas começadas com verbos auxiliares podem ser respondidas com “sim” ou “não”
enquanto que perguntas iniciadas com verbos ou pronomes interrogativos requerem uma frase ou
um pensamento para serem respondidas.”

Nota: Este é um típico ensino indutivo. Podemos ver que começa com exemplo e termina com a lei. Começa com o
específico e termina com o geral. É o método de descoberta pelo qual o professor obtém do aluno a lição.

Tenho concluído também que é necessário muito mais reflexão parra responder a perguntas que
começam com verbos e pronomes interrogativos, e que elas são, portanto, mais fortes do que
quando introduzidas com verbos auxiliares. Se tem tido qualquer dificuldade em formular perguntas
que estimulem o pensamento, escreva as palavras com, porque, quando, onde, quem, cujo, o qual, o
que, num pequeno cartão e guarde na sua paste de atividades, onde seus olhos possam com
freqüência vê-lo.
Há uma interessante frase que vem bem a propósito. Diz:

Para informar-se narrando


Qualquer fato que se dê,
Diga-se o que, onde, quando,
Como, com quem e porquê.

Sublinhando o Método Socrático


Por volta de 469 A. C. nasceu o famoso filósofo grego Sócrates, e enquanto Esdras e Neemias
estavam ocupados reconstruindo Jerusalém e seus muros, este velho cidadão de Atenas percorria as
ruas de sua cidade com uma nova idéia. Ele não dizia estar ensinado. Dizia-se ignorante.
Encontrava as pessoas nas ruas ou no mercado, e fazia perguntas. Baseava sua teoria na
reencarnação da alma e cria que estava apenas tirando conhecimento de alguma existência anterior.
Desenvolveu a técnica de fazer perguntas, a qual primeiro revelava a ignorância do questionado, e
então conduzia-o à certeza em sua conclusão. Seu método mostrou ao mundo a estimulante força do
processo de levar as pessoas a raciocinar realmente quando lhes eram feitas “perguntas.”
Já vimos a força superior existente em perguntas introduzidas com advérbios e pronomes
interrogativos. Vamos prosseguir agora um passo adiante e vamos notar que tremenda força há
numa pergunta “sublinhada” e quando ela estimula o pensamento.
Primeiro me permitam fazer uma afirmação como fazemos no ensino dedutivo, e ao ser feita,
procurem medir a quantidade de pensamento que ela estimula. Farei então uma pergunta de resposta
sim ou não, depois uma pergunta provocara do pensamento, então uma sublinhada, e procurem
medir o estímulo ao pensamento em cada caso.
Afirmação Dedutiva. “Golias era um gigante.” Notem que há muito pouco estímulo ao
pensamento, mas me permite dizer que é necessário uma anuidade de pensamento para confirmar
esta afirmação.
Pergunta de resposta sem e não. “Era golias mais alto que Davi? Notem que a resposta é “sim”
naturalmente. Ainda não tem que pensar muito, mas pode requerer um pouco mais de pensamento
para o assentimento à afirmação dedutiva, pelo que podemos chamar a isto duas unidades de
pensamento.
Pergunta Provocadora do Pensamento. “Quanto media de altura o gigante Golias?” Notem Que
agora estão realmente pensando. Pensem em termos de medida, de centímetros, de metros. Assim é
provocado o pensamento nesta espécie de pergunta. Diremos então que ela exige quatro unidades de
pensamento. Com efeito, ela pede duas vezes mais reflexão do que a anterior de sim e não.
Pergunta Sublinhadas. “escolhem a resposta correta. ”Quanto era Golias mais alto do que Davi?”
Resposta : a. 80 centímetros.
b. 60 centímetros.
c. 40 centímetros.
Nota: Viram o que acontece? Agora pedimos aos que acham certa a resposta a para se
manifestarem, e com certeza várias mãos vão se levantar. Solicitem o mesmo em relação às demais
respostas. Em seguida peça que um dos favoráveis a 80 centímetros explique por quê. Faça o
mesmo em relação à outras perguntas. Notem então que imediatamente o gelo é quebrado,
despertando o interesse, o fato que Saul se sobressaía em altura em relação aos outros israelitas, que
a armadura se Saul era muito grande para Davi, e finalmente concluímos a altura de Davi. Já
notaram, portanto quanto pensamento a pergunta provocou. Temos aqui pelo menos oito unidades
de pensamento estimuladas, comparada com a do método menos provocante. E no entanto a maioria
de nossos professores e instrutores se sentem satisfeitos com o velho método do funil, isto é, é, o da
afirmação dedutiva.
Vamos tomar agora outro exemplo sem comentários, mas pensando cuidadosamente o estímulo
em cada afirmação ou pergunta.
Afirmação dedutiva. “Os magos vieram a Belém algum tempo depois dos pastores e trouxeram
os seus presentes a Jesus.” ( Como de fato ocorreu.)
Pergunta de Sim e Não. “Os magos vieram adorar a Jesus no mesmo dia que os pastores?”
“Não”.
Pergunta Provocadora do Pensamento. “Onde os magos encontram a Jesus quando lhe trouxeram
os seus presentes?” “Numa casa”.
Pergunta sublinhada. Escolha a resposta correta.
“Quanto tempo depois que os pastores havia adora a Jesus, chegaram os magos trazendo os seus
presentes?”.
a. 30 dias.
b. 1 ano.
c. 2 anos.
E ao chegará conclusão que deve Ter sido ao menos seis meses depois e menos que dois anos,
haverá discutido e comparado a distância percorrida pelos magos em sua viagem, o fato de que
encontraram a Jesus numa casa, que também Esdras levou cinco meses numa viagem semelhante, e
que o decreto de Herodes mandando que Jesus fosse morto incluía as crianças até dois anos, para
haver certeza.
A técnica de perguntas sublinhadas, entretanto, não está limitada a um jogo de respostas
múltiplas. Os padrões são numerosos. Qualquer método que estimule o pensamento e cative a
atenção, que desperte a curiosidade e satisfaça o apetite dos juvenis por variedades, é método
sublinhado. Há vários livros com numerosos exemplos de jogos de perguntas do tipo que acabei de
mostrar, mas penso que exemplos de alguns dos padrões mais comuns merecem um lugar neste
capítulo.

Respostas Múltiplas
Escolham a melhor respostas:
Jônatas amava a Davi porque:
a. Davi tocava a harpa bem.
b. Davi havia matado a Golias e livrado Israel.
c. Sabia que Davi havia sido ungido para ser o próximo rei de Israel.
Somente uma resposta pode ser correta, ou todas as respostas podem ser corretas. O estímulo
vem com o debate.

Enigma
Levante a mão quem reconhecer esta pessoa:
1. Estou pensando num rapazinho cujo nome significa “amado.”
2. Ele vivia em Bélem da tribo de Jidá.
3. Seu pai o considerava tão sem importância que nem mesmo o levava ao culto.
4. Era hábil atirador com funda.
5. Matou um urso, um leão e um gigante.
6. Seu nome era.____________.
A grande vantagem dos enigmas é o modo indireto de ensinar alguma coisa. Em virtude da
atenção não dividida da classe, o fato de Davi significar “amado” será muito mais lembrado do que
se o mesmo fato fosse mencionado em afirmação dedutiva.

Quem Disse? A Quem? Quando? Onde?


“O senhor seja entre min e ti, e entre a minha semente e a tua semente para sempre.” I Sam. 20:42;
Comparar com Gên. 31:49.
Sempre que uma lição contenha o assunto direto, a discussão de quem fez a afirmação, a quem
foi feita, quando foi feita e onde, eletrizará meninos e meninas.

Comparação
Ligar com linhas retas os nomes à esquerda com o que é à direita.
AGAGUE PROFETA
RAMÀ CIDADE
SAUL REI
SINAI AMALAQUITA
SAMUEL MONTANHA

Na comparação, a preparação é feita antes que a classe se apresente, utilizando o professor do


quadro-negro ou de uma folha de papel. Este jogo de comparação pode ser feito com pessoas e seus
atos, acontecimentos e suas datas, versos com referências, símbolos proféticos com seus
significados, ou a primeira metade com a última metade de versos, como por exemplo:
1. Bem aventurado os pobres de espirito: porque eles verão a Deus.
2. Bem aventurado os que choram: porque deles é o reino do Céu.
3. Bem aventurado os mansos : porque eles serão confortados.
4. Bem aventurado os que têm fome e sede de justiça: porque eles serão chamados filhos de
Deus.
5. Bem aventurado os misericordiosos: porque eles herdarão a Terra.

Certo ou Errado
Marque um C para Certo e u E para Errado
(C) Davi foi ungido três vezes por Samuel para ser rei.
I Sam. 16:3; II Sam. 2:4; II Sam. 5:3.

(C) Davi tinha trinta e sete anos de idade quando foi ungido pela terceira vez, e reinou trinta e
três anos em Jerusatém. II Sam. 5:4 e 5.
(E) Davi foi feito rei de Istael porque Abner, capitão do exército de Saul, revoltou e aderiu a
Davi.

(E) A arca veio para Jerusalém num carro puxado por vacas enviadas pelos filisteus. I Sam. 6:10
e 14; II Sam. 6:3, 10 e 13.
O perigo no jogo do certo e errado é que a afirmação errada pode ficar gravada na mente do
aluno. Entretanto, convenientemente dirigido, um texto no sistema certo e errado não está completo
com a simples resposta para cada caso. É apenas o início de um estudo dos fatos e que deve ser
concluído com uma clara afirmação da verdade.
Problemas
As crianças gostam imensamente de fazer tarefas e discutir problemas. Problemas são muito
apropriados principalmente para lições que ensine, o reto proceder.
Dois excurcionistas foram feridos por serpentes venenosas. O soro específicado foi prontamente
administrado a um dos homens, e este sobreviveu. O outro recusou receber o soro – disse que não
acreditava em sua eficácia – e morreu. Morreu por Ter sido mordido por uma serpente venenosa?

Que te lembra Isto?


1. Um homem rico com muitos rebanhos, um homem pobre com uma única ovelha, e um
estrangeiro?
2. Cinco pequenas pedras e uma funda?
Isto é especialmente bom numa recapitulação de lição, quando temos uma variedade de assuntos
para escolher.

Um Alfabeto
Este é um método especialmente recomendado para uma recapitulação. Nem todas as lições são
adaptáveis a um alfabeto, mas se virem certo número de nomes e de lugares na lição, já podem estar
certos que ela se encaixa neste caso.
(A) É para o capitão de Saul, que comandava três mil soldados (Abner), I Sam. 26:7 , e também
para um companheiro de Davi (Abisai).
(B) É para a primeira expressão (Bendito) proferida por Saul depois que viu Davi poupar-lhe a
vida. I Sam. 26:25
(C) É para o lugar em En-Gedi, onde Davi se escondeu (Caverna), I Sam. 24:3.
E assim por diante, o professor pode utilizar todo o alfabeto, nesse interessante jogo de escolha
de nomes de lugares ou de pessoas, com inteiro agrado dos alunos. O professor pode deixar fora,
por exemplo, a letra V. Um dos alunos logo notará, e o professor poderá aproveitar para fazer esta
aplicação:
V é para alguém que ponha a sua confiança em Deus, de modo que o Senhor possa livrá-lo em
tempo de provas ( Você).

Perguntas em Cartão
Um modo interessante de apresentar a lição: O professor escreve as perguntas da lição em
cartões ou pedaços de papel que tenha o tamanho aproximado de 3 ou 4 polegadas. Esses cartões
são postos sobre a mesa com a face escrita para baixo. O primeiro menino tira um cartão. Se ele
puder responder corretamente, guarda o cartão. Se n~/ao puder, passa-o ao menino imediato, que, se
houver respondido, guarda o cartão. Se não pode responder, passa o cartão para o aluno seguinte, e
assim por diante. Se nenhum tiver conseguido responder, o professor responde, e coloca o cartão
embaixo da pilha, de modo que os alunos tenham outra oportunidade em outro cartão.
Este plano requer grande preparo, mas usado ocasionalmente, nunca deixa de produzir interesse.
Aqui está um exemplo de algumas perguntas de lição
1. Quantos livros há no novo testamento?
2. Quantos livros há no velho testamento?
3. Quem escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia?
4. Qual pe a primeira história narrada em Gênesis?
5. Que lugar especial proveu Deus para Adão e Eva com seu lar?
6. Que havia no jardim do Éden?
7. Qual era o trabalho de Adão no Jardim?
8. Como era regado o solo?
9. Mencione os quatro rios do Éden.
10. Qual era a posição oficial de Adão no Éden?
O professor pode ampliar vastamente a coleção de perguntas, segundo entenda conveniente, em
vista do conhecimento que possui de sua classe.

Acróstico Bíblico
Tomando palavras tiradas da lição de II Sam. 12, ponha no papel a primeira letra de cada palavra
em sentido vertical. Do nome que resultar, diga quem foi ele, e o que fez.
1. Verso 3 – O que o Homem pobre possuía.
2. Verso 7 – O que Deus fez a Davi para torná-lo rei.
3. Verso 4 – Quem veio visitar o homem rico?
4. Verso 4 – A Segunda coisa que o homem rico possuía em quantidade.
5. Verso 5 – Alguma coisa que se acendeu em Davi.
6. Verso 3 – O que o homem pobre fazia por sua pequena ovelha.

Nota: O acróstico acima, oferecido como amostra, dá em inglês o nome Nathan. O professor
deve servir-se apenas da amostra como exemplo até por que dificilmente poderemos usar um
acróstico em inglês para os nossos meninos e meninas. No caso acima temos:
1. Nothing (Nada)
2. Anoit (Ungiu)
3. Traveler (Viajante)
4. Herds (Rebanhos)
5. Anger (Ira)
6. Nourisherd (Nutria)

Absorvedores de Choque Pré-sessão


A fim de despertar o interesse e controlar a efervescência dos que chegam sempre algum tempo
antes da hora da Escola Sabatina, procurem criar alguns absorvedores de choque. Leve algum
tempo para serem preparados, exigem que o líder esteja primeiro que os demais na Escola Sabatina,
e requerem algum estoque de papel e lápis, mas valem a pena.

Exemplo:

Quem é capas de ler isto?

Será fácil ler ficando de costa para um espelho, e olhando o texto pelo espelho.
Alguns Problemas de Leitura
Aqui está um punhado de pequenos problemas que poderão ocupar três ou quatro minutos cada:
Quantas vezes a palavra AMOR aparece em I Coríntios 13?
Quantas vezes o nome DEUS aparece no livro de Ester?
Qual tem maior número de palavras, o segundo ou o quarto mandamento?
Quantos versos com a palavra Sábado podem vocês encontrar em cinco minutos?
Escreva um alfabeto de pessoas do Novo Testamento.
Escreva um alfabeto de lugares do Novo Testamento.

Nomes em Código
Tudo que parece misterioso cativará a mente dos juvenis. Procurem utilizar este sistema de
códigos:
Códigos: O número da letra no alfabeto é usada em lugar da letra.
Exemplo:
A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T...
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Se o professor escolher versos para decorar, substituirá as letra dos versos pelo seu número
correspondente em código, e isto dará aos alunos um bom período de entretenimento saudável.
Exemplo: Deus Amou o Mundo.
Código: 4, 5, 20, 18, 12, 14, 20, 14, 12, 13, 4, 14.
Outro sistema de código seria dar à primeira letra do alfabeto em minúsculas, o valor da ultima
em maiúscula, e assim por diante. Exemplo:

a b c d e f g h i j l m n o p q r s t ...
Z X V U T S R Q P O N M L J I H G F E
Deus Amou o Mundo.
Código: UTDF ZMJD J MDLUJ.
O próprio professor poderá descobrir outros modos de variar os códigos lembrando sempre que
quanto mais misterioso pareça, maior o interesse despertado. Notará o professor que as crianças se
deleitarem em inventar elas próprias algum código e escolher um verso para decifrar, se o professor
lhes permitir isto.

Aritimética Bíblica
Qual era a idade de Matusalém?
Ache o número de discípulos que Jesus enviou dois a dois. S. Lucas 10:1.
Multiplique o número encontrado pelo número de dias que Jesus jejuou. S.Mat. 4:2.
Subtraia o número dos homens de Gideão que beberam levando a mão à boca. Juízes 7:6
Subitraia o número em que Gideão dividiu os seus valentes em cada uma de suas três
companhias.
Divida pelo número de vezes em que Jesus foi tentado no deserto.
Adicione o número9 total dos salmos.
Acrescente ainda a idade de Jesus quando começou a pregar.
Subtraia o número de discípulos fiéis entre os doze.
Qual era a idade de Matusalém? Gên. 5:24.

Nomes e Versos Embaralhados


Quem são estes reis? Podem desembaralhar os nomes?

ADSUNBOCRONOO Nabucodosor
MLSAOOÃ Salomão
ERAOSUS Assuero

Com estas amostras o professor pode prosseguir, utilizando nomes de parábolas, como AS DEZ
VIRGENS, O FILHO PRÓDIGO, O SEMEADOR etc., e verá como as crianças vibrarão ao
procurar desembaraçar os nomes e identificá-los. O mesmo pode ser feito com versos famosos as
Bíblia, como S. João 3:16 e outros.
Há uma velha história que ouvi a muitos anos, ela diz que um Homem e seu, tentava um dia
levar um bezerro para o estábulo. O pai puxava , o filho puxava, mas o bezerro não queria ir. E
puxavam e puxavam e quanto mais puxavam mais o animal firmava as pernas no chão. Finalmente
uma menina, pequena , viu a situação. Ora , ela nada entendia de escrever livros, mas entendia de
bezerros.
Ela desceu, foi até eles, colocou i dedo na boca do bezerro e disse: Venha, venha. Isto era tudo
que o bezerro queria. E acompanhando o dedo da menina o animal entrou para o estábulo.
Estamos alguns de nós tendo dificuldade em fazer entrar para a Escola Sabatina ou para a igreja
ou para as reuniões dos Desbravadores algum juvenil? Usem o estratagema da menina com
enigmas, e outros meios como os exemplos aqui, e verão como dá resultado.
CAPÍTULO X

A Arte de Aplicar a Lição


tenho visto em minha pesquisas que a superioridade do ensino indutivo sobre o dedutivo está no
Testímulo que dá ao pensamento.
“pensamento” Podemos notar também que o processo do pensamento é uma soma de percepções
que formam conceitos, uma comparação de conceitos para formar julgamentos, o peso dos
julgamentos (que é raciocínio) para formar julgamentos novos e tirar conclusões.
Somos ainda instruídos:
“Cada ser humano criado à imagem de Deus, é dotado de certa faculdade própria do Criados – a
individualidade – faculdade esta de pensar e agir. Os homens nos quais se desenvolve esta
faculdade, são os que arrastam responsabilidades, que são os dirigentes nos empreendimentos e que
influenciam nos caractere. É a obra da verdadeira educação desenvolver esta faculdade, adestrar os
jovens para que sejam pensantes e não meros refletores do pensamento de outros.” – Educação,
pág.17.
Será o estudo deste capítulo, portanto, considerar e ilustrar um esboço de uma lição que deverá
estar em harmonia com estes princípios.
Ao preparar-se para ensinar, é preciso antes de tudo descobrir o “tema” da lição. Há para cada
lição um título e um tema. O título é o nome da lição; o tema é a verdade básica ou presente a que a
lição procura dar ênfase e ensinar. O tema dá a direção à lição e habilita o professor a ter um alvo
acurado. Toda vez que tenho a oportunidade de ouvir um professor que não sabe exatamente para
onde está indo em sua lição, e talvez cubra apenas umas três ou quatro perguntas de mesma no
decorrer de todo o período, me vem a mente o ferroviário de cor, a quem o chefe da estação enviaria
para descobrir onde ficava uma jaula de bezerros que havia sido extraviada numa junção qualquer
da linha. Devia cuidar que a jaula fosse ligada à composição certa. Pouco tempo depois ele voltou
dizendo: “Chefe, havia uma jaula de bezerros lá onde estive. Ainda está lá.” Sem perceber o tema, é
isto exatamente o que faremos, e em vez de ensinar a lição teremos apenas ocupado um lapso de
tempo sem nenhum resultado. É possível que o título e o tema sejam o mesmo. Por exemplo,
podemos ter uma lição intitulada “O Amor de Deus” e tema seja “Deus Ama o Seu povo.” Não raro,
entretanto, o tema é diferente do título, e deve ser descoberto. É possível mesmo encontrarmos mais
de um tema numa lição, e neste caso as necessidades da classe serão o decisivo fator na escolha.
Com o tema em mente o professor pode orientar a discussão e acrescentar ênfase aqui e ali, de
modo que o tema seja claramente compreendido.
Muito freqüentemente o verso áure nos dá a chave para o melhor tema na lição, mas isto nem
sempre é assim. Para ilustrar: aqui está uma lição com o título: “Os Visitantes de Abraão.” Este é o
nome da lição e nos diz qual vai ser a história. O verso áure é: “Ouvirei o que o Senhor Deus disse.”
O que nos dá imediatamente a idéia do tema “oração” em que podemos focalizar Abraão falando
com Deus e os resultados. Mas, ao olhar a história melhor descobrimos, pelas perguntas e respostas
e outros elementos, que a verdade que mais gostaríamos de dizer é “A grande Misericórdia de
Deus,” e neste caso poríamos em foco Sua misericórdia para com Abraão e para com Sodoma, em
que ele estava disposto a poupar a cidade ímpia se nela houvesse apenas dez justos.
Por outro lado, o tema “Hospitalidade” poderia também ser desenvolvido da mesma história, e
assim veríamos quais as necessidades de nossa classe na escolha do tema.
Vou tomar outra lição: “Ló Tirado de Sodoma.” O verso áureo é: “Onde estiver o vosso tesouro,
aí estará o vosso coração.” Imediatamente “o perigo das associações mundanas” é destacado como
tema.
Fraco, sem dúvida, o ensino daquele que meramente conta a história sugerida no título, e apenas
um pouco mais forte o daquele que descobriu o tema, porém não aprendeu a arte de aplicar as
grandes verdades da lição à vida dos alunos. Esta arte não é um acidente, é o resultado de estudo
deliberado de um esboço psicologicamente correto da lição, no qual há cinco passos distintos:
- Preparação
- Apresentação
- Associação
- Generalização
- Aplicação
Preparação. – Esta não é, naturalmente, o preparo da lição. Esta o professor deverá ter preparado
há muito, nem é ocasião para pedir desculpas por despreparo da lição. O pedido de desculpa jamais
tem lugar em qualquer caso, pois os inimigos não o exigem, os inimigos não desculpam, e os alunos
logo notarão se o professor não se preparou devidamente. O pedido de desculpa é uma forma de
conceito. Não pode ter lugar no esboço de quem fez o melhor e agora está na dependência de Deus.
Agora estamos em pé diante da classe ou sentados em seu meio, e a primeira coisa que queremos
fazer é encontrar alguma pedra de fundamento no conhecimento do aluno, sobre a qual possamos
construir a verdade da nova lição. Sesde que percepção é adicionada a percepção fim de formar um
conceito, queremos encontrar alguma coisa que possamos adicionar. Se a recapitulação foi dirigida
como devia, os acontecimentos e personagens da lição anterior levaram-nos exatamente ao ponto
em que devemos situar os acontecimentos e personagens da lição seguinte. De qualquer forma,
porém, este ponto de preparação é apenas um breve passo, não requerendo mais do que uma ou
duas afirmações, e estamos prontos para o passo seguinte, que é:
Apresentação - Esta é a apresentação de fatos novos, a história e a ilustração d nova lição. Ocupa
a maior parte do tempo do estudo da lição. Se os ultimo cinco minutos do período da lição são
deixados para os três passos restantes, de ordinário é mais do que suficiente tempo. Durante a
apresentação da lição o professor usa idéias sublinhadas, buscando com tato prender a atenção,
orientado a ênfase da história e a lição material no sentido de desenvolvimento do tema. Estamos,
neste processo, continuamente adicionando percepção a percepção, a fim de formar conceitos.
Então chegamos ao ponto em que a campainha soa indicando que faltam apenas cinco minutos,
então partimos para o passo seguinte:
Associação – Como no processo natural do pensamento nós comparamos conceito com conceito
para formar julgamentos, assim agora, após o estudo da nova lição, tomamos um minuto ou dois
para uma olhada retrospectiva a nossas lições ou fatos anteriores de comum conhecimento para
circunstâncias onde os resultados foram os mesmos ou opostos, não nos olvidando de observar
cuidadosamente as reações.
Esta comparação prepara-nos para o passo seguinte:
Generalização – Após a comparação estamos prontos para formar o julgamento. Havendo feito
notar a comparação de exemplos específicos, estamos agora prontos para generalizar a regra básica
ou princípio, que é em outras palavras, a cristalização do tema. Este não é um passo longo.
Geralmente fica completo numa clara resposta da classe ou uma clara afirmação do professor. E
agora estamos prontos para o último e mais importante passo:
Aplicação – Generalização é ter um bom alvo em mira. Aplicar é puxar o gatilho. Havendo sido
tornado claro o tema, é agora com tato ajustado à vida e experiência dos alunos. Apenas uma ou
duas perguntas, apenas uma ou duas respostas, apenas uma ou duas palavras. Temos acrescentado
alguma coisa nova a nossos pontos ou dado nova vida a algo que já estava ali.
A fim de ilustrar estes cinco pontos, vou tomar como a lição intitulada “Os visitantes de
Abraão.” Já decidi tomar “ A Grande Misericórdia de Deus” como tema. Vejamos como este tema
pode ser desenvolvido e aplicado.

Preparação
“Quantas vezes Deus já prometeu abençoar Abraão e fazer dele uma grande nação?”
“Quatro vezes.” Gen. 12, 13, 15 e 17.
“Qual a idade de Abraão na lição de hoje?”
“Noventa e nove anos.”
“ Onde estava ele morando neste tempo?”
“ Nas Planícies de Manre, que ficava na montanha de Hebrom, a oeste das cidades de Sodoma e
Gomorra.”
Apresentação
Com o tema “A Grande Misericórdia de Deus” em mente, partimos então para a lição:
c. Escolha a melhor resposta;
A que horas do dia Abraão viu os viajantes?
a. Nove da manhã.
b. Meio-dia.
c. Três da tarde.

d. Certo ou Errado:
a. Os três visitantes eram anjos. (Errado, um era o Senhor.)
b. Abraão deu-lhe pão e água como refeição.
(Meio certo, pois deu-lhe também manteiga e leite.)
c. Sara não creu na primeira mensagem que os mensageiros trouxeram. (Certo, embora
devesse ter crido. Seu nome foi mudado de Sarai- que significa , ale, de minha princesa,
também contenciosa – para Sara, que significa princesa. Usar dicionário bíblico e leitura
secular para Gen. 17:15)

3. Problemas:
a. Quantos mais já usaram as mesmas palavras que os anjos usaram? (Haveria coisa alguma
demasiado difícil para o Senhor?)
b. A que distância estava de Sodoma a tenda de Abraão? (Comparar a escala num mapa.
Anjos haviam estado lá naquela tarde. E Abraão pôde vê-los de um lugar próximo a sua tenda.
Gen. 19:27 e 28.)
c. Quão grande era a cidade de Sodoma? (Comparar com dicionário bíblico e Salmo 91:7. Um
salvo para 11.000 destruídos e os 144. para a população do mundo. Poderia ter havido uma
similitude? Se a proporção fosse aproximadamente a mesma, qual teria sido a população de
Sodoma?)

Nota: não há um só momento de desalento na discussão que acompanha estas perguntas sublinhadas e problemas, mas ainda não
terminamos. É triste, mas professores inexperientes e sem preparo param justamente aqui; mas devemos ir além, e ver que o tema
seja cristalizado e aplicado.

Associação
Muito bem, classe, vimos que Deus deu a Abrão e a Sara, que riu do Seu plano, um filho
chamado “riso.” Vimos como Ele Se mostrou disposto a poupar uma grande cidade por amor de
apenas dez judeus. Vamos um pouco mais além agora.
Quantas pessoas foram salvas por ocasião do dilúvio?
Houve oportunidade para que todos cressem?
Por quanto tempo Noé apelou ao povo?
Por que foi Jonas enviado a Nínive?
Qual era sua mensagem?
Que fez o povo?
Por que Nínive não foi destruída?

Nota: Vimos como a comparação de circunstâncias associadas dão ênfase a este tema? Agora estamos todos
prontos para iniciá-lo.

Generalização
Uma vez que Deus estava disposto a salvar Sodoma por amor a dez pessoas justas, e uma vez
que Ele salvou Nínive quando o povo se arrependeu, que espécie de Deus é o nosso Deus?
“Um Deus de bondade, longânimo, misericordioso,” é a resposta certa por parte dos alunos.

Nota. – Imediatamente após afirmar o tema, passar imediatamente para o passo seguinre.

Aplicação
Eu me alegro em servir a um Deus assim tão misericordioso, e vocês? Que podemos fazer para
estar certos de que Sua misericórdia se estenderá a nós?

Nota: a resposta tem inevitavelmente de ser: “Precisamos viver a luz que temos; precisamos estar certos de que
nossos pecados foram perdoados; precisamos assegurar-nos de que não estamos participando dos pecados de
Sodoma.”

Como a arte cristalização do tema e aplicação da lição é a fese mais difícil do ensino a juvenis,
conquanto a mais valiosa, vale a pena repetir os mesmos cinco passos na lição seguinte “Ló Tirado
de Sodoma.” O tema é: “O Perigo das Associações Mundanas.”

Preparação
Por longo tempo Ló acompanhou Abraão em sua peregrinação pela terra. Que causou sua
separação? Para onde foi Abraão? Onde Ló escolheu viver? Quem estava a caminho para visitá-lo
ali?

Apresentação
Estabelecei o período de tempo que Ló viveu em Sodoma e o tamanho de sua família. Descrevei
Sodoma – seu trabalho, riquezas, orgulho. Descrevei o trabalho de Ló. Em que se baseou Abraão
para achar que haveria pelo menos dez justos ali? Descrevei a experiência dos dois anjos, a turba, a
zombaria dos futuros genros, o escape final de quatro pessoas e a transformação da esposa de Ló
numa estátua de sal.

Associação
Referi à história de Noé por alguns momentos: Noé w seus três folhos construíram a arca inteira
sozinhos?
Onde estavam os carpinteiros de Noé quando a arca foi fechada?
Por que ficaram fora?
Por que Lúcifer tornou-se Satanás?
Por que Eva tomou do fruto proibido?
Por que os futuros genros de Ló recusaram deixar a cidade?

Nota: Estas perguntas devem ser desenvolvidas, como “eles amavam a cidade,” “porque eram orgulhosos,”
“porque eram ambiciosos,” “porque amavam as riquezas do mundo.”
A que conclusão temos de chegar, portanto, em relação ao amor às coisas do mundo? Isto nos é
dado num texto quase no final da lição. (I S. João 2:15 e 16) “Se alguém ama o mundo, o amor de
Pai não está nele.”

Aplicação
Já têm sido tentados pelo orgulho ambição das coisas do mundo?
Já foram tentados a quebrar o mandamento a fim de ganhar riquezas mundanas?
No fundo de seu coração, estão advertidos da presença de qualquer associação com pessoas do
mundo que os esteja afastando, ainda que um pouquinho só, da companhia de Cristo?
Estejam certos de que estas tentações vêm a todos, mas, quando a mim, estou determinado,
enquanto estiver no mundo, pela graça de Deus, a não ser do mundo. Estão vocês determinados a
fazer o mesmo?
Há apenas ilustrações comuns, mas suficientes e claras para demonstrar a arte de aplicar a lição.
Em relação a algumas delas é preciso mais aplicação para descobriro tema do que em relação a
outras. Tenho notado, entretanto, que geralmente as lições são escritas agora com um pequeno
parágrafo denominado “Orientando o Pensamento.” Este é o tema do preparador da lição, e é de
grande auxílio a nós ao prepararmos a nossa lição.
Centenas de professores têm tido um vislumbre das possibilidades neste esboço da lição, e com
isto têm melhorado sobremodo o seu ensino.
Estão conferindo sua capacidade e preparo e preparo de contínuo com a folha de exame que vem
logo no final deste capítulo. Alguns têm solicitado à própria esposa que os ouça a fim de que se
corrijam possíveis falhas. O aperfeiçoamento não vem num dia, mas com o tempo verão
maravilhosos resultados.
Alguns, poucos infelizmente, têm chegado quase a desanimar em relação a seus esforços
passados com pouquíssimo fruto, mas lembrem-se disto: “Faz alguns anos, um missionário ficou
desanimado em seu trabalho. Ele escreveu a um amigo, dizendo: Estou deixando a Índia. Nada
consegui aqui. Deus quer aqui um homem melhor do que eu,e assim vou sair e deixar o lugar para
ele.
O amigo respondeu: Você está certo. Deus deseja aí um homem melhor mas Ele que que você
seja esse homem.
Que desafio! Nunca poderemos fugir a ele! Como bem disse o Pastor S. A. Wellman, “Eu teria
horror de comparecer diante do tribunal de Deus depois de haver recusado ensinar as crianças.”
Assim, sejamos melhores homens, melhores professores, melhores ganhadores de almas.

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