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Vivencial
Vivencial
OS TRÊS PROFANOS:
A importância do irreverente Teatro Vivencial
OS TRÊS PROFANOS:
A importância do irreverente Teatro Vivencial
e purpurina para além dos palcos. Dessa forma, para construir uma noção concisa
sobre o conjunto, tais autores contribuíram de forma rica e exemplar nessa, até
então, pequena caminhada, pois, abraçando suas histórias, seus detalhes descritos
e seus dados, pude me aprofundar no ponto crucial e que darei foco ao longo de
minha escrita: a importância do Teatro Vivencial a partir de sua história, dando
atenção a três peças importantes na trajetória do grupo.
DO CÉU À IRREVERÊNCIA
O ano era 1974, marcado pelo fim do período de mais força da repressão
militar, durante os Anos de Chumbo, nos quais perseguiam, torturavam e até mesmo
desapareciam com artistas, militantes, políticos, ativistas e músicos. Não obstante,
houve uma instituição que, apesar de favorável ao militarismo da época, sofreu
perseguições durante o já citado intervalo de forte perseguição política. Pode
parecer contraditório, todavia, a Igreja passava por mudanças e, dentre elas, veio o
regresso do trabalho com as classes mais pobres. Em consequência disso, foi
possível perceber a adesão de integrantes do clero aos ideais progressistas, motivo
esse que foi o bastante para que membros da Igreja fossem vítimas de prisões
políticas.
Apesar de grande parte de quem os recebeu mostrar certo êxtase com o que
foi visto, o grupo acabou sendo motivo de desagrado no meio de religiosos, já que
era ligado à pastoral da Igreja. Com isso, o Vivencial é expulso da Arma,
transferindo-se para o Teatro do Bonsucesso, também em Olinda. Lá a trupe se
organiza e passa quase um mês em cartaz, com seus espetáculos totalmente
gratuitos – fato que acontecia como maneira de driblar a censura federal. Contando
com uma equipe grande, além de Guilherme Coelho, o conjunto também contava
com Américo Barreto, Alfredo Neto, Miguel Ângelo e Fábio Coelho. Juntando-se,
após esse momento inicial, Suzana Costa, Ivonete Melo, Auricéia Fraga, Fábio
Costa e Beto Diniz. Assim, o Vivencial, agora como grupo de teatro independente,
se estabelece como pessoa jurídica, configurando-se como Grupo de Teatro
Vivencial Ltda.
Diante disso, não restam dúvidas do quanto a irreverência foi um fator não
só presente, mas também importante, e que serviu como forte influência no
Vivencial. O “desrespeito” de um espetáculo rodeado de sensualidade, expressão
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OS TRÊS PROFANOS
“Eu fiquei muito fascinado com a irreverência de tudo. Não era o problema
de nudez, nem do sexo. Era o todo, a bricolagem que eles faziam, sem se
usar esta palavra. E isso é que me fascinou muito, e num momento de muita
repressão sociopolítica” (BRITTO apud SANTOS, 2018, p. 25).
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, Mateus. Bocas que beijam, bocas que falam: Grupo de Teatro Vivencial e
masculinidade em Recife e Olinda (1974-1983). Recife: UFPE, 2018.
INTERNET
Opinião Pernambuco
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uHYZU6EirUo>. Acesso em 31
de Out. 2020.
<http://mascherabodybuilding.blogspot.com/2009/07/dramaturgia-e-sexualidades-
vivencial.html>. Acesso em 03 de Nov. 2020.