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Daft 1
CAPÍTULO 1
Colocar as Pessoas em Primeiro Lugar
Como Joe Torre Consegue Tirar o Melhor de Seus Jogadores
Joe Torre foi despedido três vezes em 15 anos de carreira administrativa, até assinar contrato como gerente do
New York Yankees. E desde então, tudo que ele toca parece virar ouro. Os Yankees participaram de todos os
playoffs desde que Torre assumiu, e durante sua direção ganharam quatro de cinco Séries Mundiais. Embora Tor-
re seja o primeiro a admitir que o sucesso da equipe depende de uma combinação de fatores, está claro que sua
abordagem administrativa tem um papel importante.
Torre acredita que seus anos de dedicação, aprendizado e crescimento como gerente finalmente deram fru-
tos. Uma das maiores lições que ele aprendeu foi que sucesso e vencer não são a mesma coisa. Sucesso, diz Tor-
re, é “jogar — ou trabalhar — na melhor das suas habilidades”. Sua filosofia é de que as pessoas deveriam
esforçar-se todos os dias para realizar seu potencial como indivíduos e como membros de uma equipe, e para
ajudá-las a fazer isso é preciso haver uma abordagem administrativa que coloque as necessidades e os sentimen-
tos das pessoas em primeiro lugar. A abordagem de Torre é baseada no conhecimento que ele tem dos membros
individuais da equipe e em tratar a todos com justiça, respeito e confiança, os três elementos que ele considera
essenciais para os relacionamentos de trabalho produtivos. Torre não faz muitas palestras motivacionais. Em vez
disso, ele conta com a comunicação de pessoa para pessoa. Ele observa, escuta e tenta entender as necessidades,
motivações e os problemas de cada um, reconhecendo que o que está acontecendo na vida do jogador fora do
campo afeta seu desempenho. Quando Torre precisa resolver um problema com um jogador, ele o faz em parti-
cular, e nunca usa medo, manipulação ou humilhação em público para motivar ou controlar os jogadores.
Além disso, Torre entende que todos os jogadores algumas vezes sofrem uma queda, e ele não os trata di-
ferentemente apenas porque não estão jogando bem. “Eu já trabalhei para organizações no passado que rapida-
mente abandonavam o barco quando as coisas não estavam indo bem...”, diz o lançador Mike Stanton. “Com o
Joe, não precisamos nos preocupar, porque perdemos a confiança em nós mesmos bem antes de o Joe perder a
confiança na gente.” Torre é fiel aos seus jogadores, e ele absorve os ataques da alta gerência sem passá-los para
a equipe. Ele também não sobrecarrega os jogadores com uma porção de regras rígidas, preferindo tratá-los co-
mo adultos responsáveis que estão trabalhando para uma meta comum.
A ênfase de Torre nas pessoas e nos relacionamentos criou um local de trabalho de alto desempenho, onde
os erros e os fracassos são rotineiramente aceitos. É o tipo de local de trabalho de que a maioria das organiza-
ções precisa no ambiente volátil de hoje. Pode-se alcançar isso, diz Torre, realizando suas histórias com base nos
valores de “respeito, confiança, integridade e compromisso para com seu trabalho e as pessoas com quem você
trabalha”.
Fontes: Joe Torre com Henry Dreher, Joe Torre’s Ground Rules for Winners: 12 Keys to Managing Team Players, Tough Bosses, Set-
backs, and Success. Nova York: Hyperion, 1999; Jerry Useem, “A Manager for All Seasons”. Fortune, 30 de abril de 2001, p. 66-72;
Malcolm Moran, “Conflict Resolution, the Joe Torre Way”. The New York Times, 14 de julho de 1997, C5.
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As agências governamentais são freqüentemente vistas como burocracias laboriosas e ineficientes que desperdi-
çam o tempo do público, assim como o dinheiro. Mas novas idéias estão mudando essa percepção, como quan-
do algumas agências governamentais aplicam a tecnologia da Internet para economizar dinheiro dos
contribuintes e tornar suas vidas mais fáceis.
A Receita Federal norte-americana (http://www.irs.gov) fornece um dos melhores exemplos, no mundo go-
vernamental ou corporativo, de um site na Internet que é central para a missão da organização. A distribuição
dos formulários de imposto de renda sempre foi um pesadelo logístico caro para a Receita Federal. Multidões de
pessoas para separar os formulários, colocá-los em envelopes, endereçá-los, e assim por diante, são necessárias
para processar os milhões de pedidos de vários tipos de formulários e publicações fiscais. O custo para manu-
sear um único formulário é de aproximadamente três dólares. A Receita Federal reconheceu o problema e fez
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com que a distribuição de formulários fiscais fosse o foco principal quando lançou seu site na Internet há cinco
anos. Hoje, mais de cem milhões de formulários fiscais são baixados do site, e cada pedido custa para a Receita
(e, conseqüentemente, para o contribuinte) apenas uma fração de centavo. Muitos dos que trabalhavam na ins-
talação de distribuição foram treinados em novas tarefas porque os negócios caíram drasticamente.
Os governos estaduais também estão penetrando no poder da Web. No Estado de Washington, o site na
Web, Access Washington (www.access.wa.gov), oferece mais de 200 recursos eletrônicos e serviços. As pessoas
podem pedir os benefícios do seguro-desemprego, inscrever-se para licenças, negociar os seguros de acidentes
de trabalho, pagar os impostos comerciais trimestrais, reservar um lugar para acampar em um parque estadual,
encontrar uma casa de repouso ou mesmo checar os antecedentes criminais de uma babá. Administrado pelo
Departamento de Serviços de Informações (DSI) do Estado, o Access Washington é reconhecido como o site es-
tadual mais avançado dos Estados Unidos. Ao automatizar as transações rotineiras e os pedidos de informação,
o Access Washington não apenas facilita o trabalho dos funcionários da agência, mas também evita que as pes-
soas fiquem longas horas esperando nas filas ou ao telefone. Um outro ponto interessante para os contribuintes
é que o DSI é completamente auto-sustentável, situação conseguida com a venda de computadores e equipamen-
tos eletrônicos para escolas, agências sem fins lucrativos e governamentais, e com o fornecimento de uma am-
pla variedade de serviços de tecnologia, incluindo hospedagem na Web. Em um ano recente, foram reinvestidos
7,9 milhões de dólares em lucros para o desenvolvimento do site na Web e de novos serviços. O diretor do DSI,
Steve Kolodney, acredita que a tecnologia é uma ferramenta que pode tornar a vida das pessoas mais fácil e me-
lhor. Ele está lutando para desfazer a imagem dos servidores públicos como burocratas e para substituí-la pela
de pessoas reais, que proporcionam serviços concretos e valiosos para o público.
Fontes: Les Gomes, “Fix It and They Will Come: E-commerce Isn’t Dead, Just Broken”. The Wall Street Journal, 12 de fevereiro de
2001, R4; e Missy Sullivan, “Red Tape Buster”. Forbes (Best of the Web), 21 de maio de 2001, p. 42.
2. Inicia uma investigação em escala total das reclamações dos funcionários sobre Jacobs e deixa que ele saiba
que a história documentada nos últimos dez anos deixou-o na corda bamba.
3. Reúne-se com Jacobs e o funcionário e tenta resolver a questão atual. Em seguida, começa a trabalhar com Sal-
ly Barton e outros gerentes seniores para desenvolver políticas mais rígidas a respeito de assédio sexual e tra-
tamento dos funcionários.
Fonte: Baseado em Doug Wallace, “A Talent for Mismanegement”. What Would You Do? Business Ethics, vol II. Novembro-dezem-
bro de 1992, p. 3-4.
para o fato de que fornecer informações sobre produtos futuros para os vendedores seria um convite à espiona-
gem industrial.
Os membros das equipes estavam atordoados. Quando Barbara pensou sobre o resultado dos últimos acon-
tecimentos, ela considerou suas opções: ficar calada; aproveitar a oportunidade e confrontar Martin sobre sua
sinceridade em fazer com que a concessão de poderes funcionasse; lentamente empurrar uma reforma e traba-
lhar para o apoio gradual das outras equipes; ou procurar outro emprego e sair da empresa de que ela realmen-
te gostava. Ela percebeu que não haveria escolhas nem respostas fáceis.
Questões:
1. Como a alta gerência poderia ter feito um serviço melhor para transformar a Electra-Quik em um novo tipo
de organização? O que ela poderá fazer agora para que o processo de concessão de poderes volte aos trilhos?
2. Você consegue pensar em algum meio pelo qual Barbara poderia ter evitado os problemas que a sua equipe
enfrentou com os chefes de departamento?
3. Se você fosse Barbara Russell, o que faria agora? Por quê?
Fonte: Baseado em Lawrence R. Rothstein, “The Empowerment Effort That Came Undone”. Harvard Business Review. Janeiro-feve-
reiro de 1995, p. 20-31.
CAPÍTULO 2 • Richard L. Daft 5
CAPÍTULO 2
Liderança Online
De Ferrovias e Sites na Web
Aproximadamente 150 anos atrás, a revolução da ferrovia transformou a economia. Hoje, a revolução da Inter-
net está fazendo a mesma coisa. Todos sabemos que a história realmente “não se repete”, mas existem modelos
históricos que nos ajudam a entender o presente e prever como será o futuro.
As ferrovias e a Internet servem à mesma função econômica básica: conectar compradores e vendedores. E
embora poucos pareçam saber como tornar a Internet economicamente rentável, a mesma coisa poderia ter sido
dita sobre a ferrovia na sua infância. Mesmo assim, a habilidade da ferrovia em transportar cargas, barato e rapi-
damente, mudou o mundo, e a habilidade da Internet em mover informações, barato e rapidamente, promete fa-
zer o mesmo hoje. E enquanto as ferrovias criaram o primeiro mercado nacional, a Internet está criando o
primeiro mercado verdadeiramente global. A ferrovia tornou possível a empresas como a Sears Roebuck, Mont-
gomery Ward e Woolworth abaixar seus preços e expandir suas operações, nacionalmente, por meio da venda
no varejo por catálogo, forçando os pequenos varejistas a encontrar novas maneiras de competir. Similarmente,
os varejistas na Internet, como a Amazon.com, estão desafiando as empresas concretas a reconsiderar o modo
como elas interagem com os fornecedores e clientes.
Mas ninguém disse que seria fácil mudar o mundo, e a recente turbulência no setor tecnológico é claramen-
te uma indicação disso. Os preços das ações tiveram uma queda drástica, muitos dos milhares de empreendedo-
res que se apressaram com o sonho de enriquecer na Internet caíram para a margem, e muitas empresas
ponto.com faliram. Durante um período de dois anos (1999-2000), o número de OPIs (ofertas públicas iniciais)
na Internet cresceu a uma velocidade impressionante, e caiu tão rapidamente quanto. No entanto, ao mesmo
tempo, os sites mais populares na Internet continuaram a aumentar seus números de visitantes. Se a história da
ferrovia for uma indicação, esse é simplesmente o desenrolar a ser esperado dessas importantes transformações
econômicas, e novos líderes entrarão em cena para revisar, reforçar e aperfeiçoar os novos modelos comerciais.
No século XIX, as ações das ferrovias subiram muito e caíram, como aconteceu com os sites, combatidas pelos
lucros potenciais e as esperanças dos investidores, que lutavam com seus medos. A ferrovia edificou-se vasta-
mente nas décadas depois da Guerra Civil, e nos anos de 1880 e 1890, mais de dois terços dos trilhos ferroviá-
rios nos Estados Unidos passaram por concordata e foram reorganizados pelos grandes bancos de Wall Street.
Empreendedores sensatos, que ficaram de fora, tiraram vantagem do desenrolar na indústria ferroviária para
construir empresas mais fortes e se tornar ricos. Por exemplo, Cornelius (Commodore) Vanderbilt nunca cons-
truiu uma ferrovia, em vez disso, comprou linhas ferroviárias locais, pequenas e pessimamente administradas,
uniu-as em operações eficientes e as administrou sabiamente, criando, assim, a maior fortuna da era ferroviária.
Similarmente, o mundo do comércio na Internet pode estar passando por uma consolidação e focalização quan-
do os líderes do melhor e-commerce de hoje entram em cena e fazem mudanças que levarão a um futuro mais
forte e mais estável para as empresas que sobreviverão.
Fontes: John Steele Gordon, “The Golden Spike”. Forbes ASAP, 21 de fevereiro de 2000, p. 118-122; e Lee Gomes, “Fix It and They
Will Come: E-commerce Isn’t Dead, Just Broken”. The Wall Street Journal, 12 de fevereiro de 2001, R4.
aconselhado, Watson prometeu fazer das pessoas a pedra fundamental de sua cultura corporativa. Ele aboliu o
pagamento por produção, organizou as fábricas, pagou salários acima da média e fez um empréstimo para fi-
nanciar programas educacionais no local de trabalho. Em primeiro lugar entre as suas inovações estava uma po-
lítica de portas abertas que encorajava qualquer funcionário a levar uma reclamação diretamente para ele. Watson
virtualmente garantia emprego para a vida toda (mesmo durante a Depressão), desse modo, os trabalhadores po-
deriam sentir-se livres para falar o que tinham em mente. Nos seus primeiros anos no comando da IBM, quan-
do a empresa não tinha fundos para benefícios generosos, Watson patrocinava piqueniques completos, com
bandas, para elevar o espírito e manter os trabalhadores motivados. Conforme a IBM prosperava, ele passava os
bons tempos para a frente. Um plano de seguro de vida em grupo foi lançado em 1934, e os benefícios para os
sobreviventes e as férias pagas foram acrescentados logo depois.
A abordagem das relações humanas para a administração foi continuada por Thomas Watson Jr., que as-
sumiu como presidente em 1956 e logo empurrou a empresa para o ramo de computadores. Liderando a IBM
por um dos períodos mais longos e mais espetaculares de crescimento na história comercial, o jovem Watson fi-
cou conhecido como um chefe exigente e duro. Entretanto, ele manteve a ênfase de seu pai no tratamento jus-
to aos funcionários. A IBM tornou-se famosa por pagar salários independentemente da produção para seus
funcionários e pela sua compensação e planos de benefícios extremamente generosos, assim como pela garan-
tia contínua de um emprego para o resto da vida. Watson liberalmente distribuiu opções de ações para seus exe-
cutivos, mas parou de recebê-las ele mesmo em 1957, dizendo: “Nós não queríamos parecer porcos”. Existem
muitos fatores envolvidos na história de sucesso da IBM. Entretanto, a ênfase inicial no tratamento aos funcio-
nários ajudou a colocar a empresa no mapa. A crença de Watson de que focar nas pessoas e satisfazer as neces-
sidades dos funcionários era a verdadeira chave para o aumento da produtividade e do desempenho estava bem
além de seu tempo.
Fontes: “IBM: The Open Door”, vinheta em Matthew Boyle, “How the Workplace Was Won”. Fortune, 22 de janeiro de 2001, p.
139; e Thomas A. Stewart, Alex Taylor III, Peter Petre e Brent Schlender, “The Businessman of the Century”. Fortune, 22 de novem-
bro de 1999, p. 108-128.
3. Elabora um conjunto mais abrangente de critérios de seleção — incluindo os resultados dos testes, assim co-
mo a experiência em supervisão, a habilidade de motivar os funcionários e o conhecimento dos procedimen-
tos da agência — que possam ser explicados e justificados para a diretoria e para os funcionários.
Fonte: Baseado em Betty Harrigan, “Career Advice”. Working Woman. Julho de 1986, p. 22-24.
Questões
1. Quais são algumas das forças sociais, políticas e econômicas que afetam a SuperJuice e exigem uma nova abor-
dagem para a administração?
2. O que você acha que Luisa precisa fazer primeiro para começar uma transformação na SuperJuice?
3. Como você sugeriria que a SuperJuice se transformasse em uma organização de aprendizagem? Imagine as
mudanças específicas que ela pode fazer para conseguir que todos os funcionários pensem sobre maneiras no-
vas e entusiasmadas de revitalizar a linha de produtos e o modo como eles fazem negócios.
Fonte: Baseado em Suzy Wetlaufer, “What’s Stifling the Creativity at CoolBurst?”. Harvard Business Review. Setembro-outubro de
1997, p. 36-40.
CAPÍTULO 3 • Richard L. Daft 9
CAPÍTULO 3
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Ligando-se ao Cliente
Os administradores nas empresas em todo o mundo estão descobrindo como a Internet mantém os clientes in-
formados e interconectados. Alguns também estão aprendendo a usar o poder da Internet para saber tudo o que
puderem sobre os clientes. Em muitas empresas, os administradores monitoram regularmente os sites de recla-
mações para ver o que está sendo dito sobre eles para que possam fazer mudanças e responder aos problemas. O
monitoramento dos sites de reclamações proporciona um tipo de grupo de usuários que dão um feedback gratui-
to para as companhias.
Agora, uma nova empresa de pesquisa de mercado, Look-Look, com matriz em Hollywood, está dando um
passo a mais para ajudar as empresas a usarem a Web para conhecer as necessidades e os interesses do cobiçado
mercado jovem. A Look-Look usa a Web para monitorar as rápidas mudanças de tendência no mercado jovem e
proporcionar informações para as empresas de roupas, bebidas, cosméticos e para os estúdios de cinema. No en-
tanto, o aspecto mais inovador da Look-Look é seu corpo global de correspondentes jovens, que são pagos para
enviar informações por e-mail sobre seus estilos, tendências, opiniões e idéias. Os clientes da Look-Look pagam
uma taxa anual de aproximadamente 20 mil dólares para instantaneamente alcançar um grupo virtual mundial-
mente, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os fundadores da empresa, DeeDee Gordon e Sharon Lee, lêem e
estudam tudo que seus correspondentes lhes enviam, da série de livros do Harry Porter, de J. K. Rowling, a sites
na Web como Ain’t It Cool, para encontrar as tendências, fazer conexões e dar aos seus clientes previsões sobre
o que venderá e o que não venderá.
“Queremos estar o mais próximo possível do que está acontecendo com os jovens”, diz Gordon, “assim,
obtemos essas informações dos próprios jovens”. A abordagem online da Look-Look permite que esta entregue
a pesquisa de mercado que acabou de sair, com a velocidade e a precisão de que as empresas precisam. Com os
jovens gastando 140 bilhões de dólares ao ano, e essa cifra crescendo, as empresas que almejam o mercado
dos jovens estão se conectando rapidamente.
Fontes: Sarah Moore, “On Your Markets”, Working Woman. Fevereiro de 2001, p. 26; e John Simons, “Stop Moaning about Gripe
Sites e Log On”. Fortune, 2 de abril de 2001, p. 181-182.
contribuições são reconhecidas com bônus financeiros, agradecimentos em público e folgas adicionais. A Athe-
ne também garante que todo o seu pessoal trabalhe com tecnologia de ponta, tenha as ferramentas e equipamen-
tos necessários e oportunidades para treinamento e desenvolvimento da carreira. A empresa fornece escritórios
individuais para todos os engenheiros, gasta dez mil dólares em cada compra de hardware e software, e oferece
treinamento no local uma vez por semana. Esse compromisso leva diretamente à satisfação maior no emprego e
a taxas maiores de retenção. “Uma empresa de tecnologia não é nada sem as pessoas”, diz Johnson. “É um sui-
cídio não tratar as pessoas com compaixão e integridade.”
Fonte: Mark Gordon, “Corporate Culture Manifesto”. CIO, 15 de março, 2001, p. 62-66.
CAPÍTULO 4
Liderança Online
Realidade Virtual: Negociando a Web entre as Culturas
Com a aceitação mundial da expansão da Internet, tornar-se global recebeu a luz verde. Mas as questões tecno-
lógicas e culturais estão tão emaranhadas que existem várias novas maneiras de ofender ou alienar os clientes
em outras nações. Por exemplo, certos gestos, cores e frases não são bem traduzidos ou são considerados ofen-
sivos. Um sinal de positivo significa aprovação ou encorajamento para americanos e muitos europeus, mas o ges-
to é considerado obsceno na Grécia. A cor roxa é um sinal de realeza em algumas partes do mundo, mas em
outras ela está associada com a morte. Os cartões de crédito são a espinha dorsal do e-commerce nos Estados
Unidos, mas eles ainda são uma raridade em muitos países, causando todos os tipos de problemas de pagamen-
to. E os consumidores na Alemanha vêem crédito como um arrimo para as pessoas que não conseguem contro-
lar suas finanças.
Os administradores também deveriam considerar que muitos consumidores online querem comprar de si-
tes que usam seus idiomas nativos — por exemplo, uma pesquisa descobriu que os gerentes japoneses mais pro-
vavelmente conduzirão uma transação online quando ela estiver em japonês. Infelizmente, embora apenas 6%
do mundo fale inglês como o primeiro idioma, 96% de todos os sites de e-commerce são escritos em inglês. Na
realidade, menos da metade das empresas americanas ao menos tentou modelar seus sites na Web de acordo com
a cultura ou o idioma dos usuários estrangeiros. Essa atitude displicente contribui para as oportunidades perdi-
das e as atitudes negativas para com as empresas americanas da Internet.
Algumas companhias estão liderando o caminho na superação dos desafios globais na Internet. A Autoby-
tel.com, um site online de informações e de compra de carros, depende de parcerias. Seus parceiros regionais
ajudam a navegar através de milhares de leis sociais e sites de informações e pelas leis de privacidade online eu-
ropéias. Conforme a Autobytel adentrava o Japão, ela se juntou a seis corporações com base nesse país, na espe-
rança de usar suas perícias. Josh McCarter, vice-presidente de desenvolvimento internacional, diz:“Você precisa
entender como os carros são fabricados e vendidos” em qualquer mercado em que você entrar. Por exemplo, nos
Estados Unidos, a maioria dos carros tem disponível apenas pacotes com poucas opções. Por contraste, no Ja-
pão e na maior parte da Europa, é normal o cliente especificar um veículo. Os parceiros locais ajudam as empre-
sas a transpor essas diferenças mediante o desenvolvimento de um site na Web que pode oferecer inúmeras
configurações.
A QXL.com, sediada em Londres, está lutando para tornar-se o leiloeiro online dominante na Europa. A
vantagem do campo doméstico da QXL lhe facilita tornar-se internacional, mas os líderes também dão crédito a
suas mentes européias, que prontamente aceitam as diferenças culturais e lingüísticas. Essa abertura para outras
culturas e modo de fazer as coisas tem dado aos gerentes na eBay uma forte concorrência. Um outro site de lei-
lão na Internet, Baazee.com, sediado em Bombaim, Índia, também encontrou maneiras inovadoras de adaptar-
se às culturas locais. Os administradores do Baazee descobriram que a maioria dos indianos associa leilões com
liquidações de falências. Além disso, eles não confiam em comprar sem ver a mercadoria de perto e pessoalmen-
te. Para resolver esse problema, os administradores montaram centros de trocas em cidades diferentes, onde o
vendedor e a pessoa que ganhou o leilão podem completar suas transações pessoalmente, depois que o compra-
dor estiver satisfeito com o item.
A Internet poderá algum dia construir sua própria cultura na Web, mas, por enquanto, a realidade virtual
para os administradores é a necessidade de modelar seus sites na Web para atingir as comunidades locais.
Fontes: Steve Ulfelder, “All the Web’s a Stage”. CIO, 1o de outubro de 2000, p. 133-142; Daniel Pearl, “Lost in the Translation”. The
Wall Street Journal, 12 de fevereiro de 2001, R12, R14; e Adam Lincoln, “Lost in Translation”. eCFO. Primavera de 2001, p. 38-43.
CAPÍTULO 4 • Richard L. Daft 13
Fontes: Alex Markels, “Power to the People”. Fast Company. Fevereiro-março de 1998, p. 155-165; e http://www.aesc.com.
ral antes da sua missão, que a obediência era altamente valorizada nas culturas asiáticas, assim como o conceito
de salvar a honra. Zing abusava desses valores culturais, da sua posição e dos funcionários, resultando em ope-
rações ineficientes que não estavam satisfazendo seu potencial. Ainda assim, pelo fato de os gerentes seniores
nunca terem definido claramente as metas para as operações asiáticas, era complicado avaliar Zing. Quando o
controller corporativo fez sua visita anual, Zing esbanjava hospitalidade, e o executivo foi embora achando que
as coisas na Ásia estavam excelentes.
Cindy sabia que o controller gostava de Zing e influenciava as opiniões dos outros altos executivos, mas ela
achava que precisava descrever a degradação dos funcionários que havia testemunhado. Mesmo se ela simples-
mente identificasse algumas mudanças básicas que pudessem aumentar a produtividade, estas acabariam apon-
tando para Zing. Uma possível represália poderia desviar ou até mesmo destruir sua carreira.
Fonte: Adaptado de Doug Wallace, “When Being Right Isn’t Enough”. BusinessEthics. Março-abril de 1999, p. 18.
Beach vê muito menos riscos nos mercados emergentes do que aqueles percebidos pelos analistas. Os peri-
gos de guerra, revoluções políticas e flutuações da moeda estão claros e presentes, mas a empresa diz ter-se pro-
tegido contra essas ameaças mediante a diversificação dos investimentos. Entretanto, de acordo com Beach, o
sucesso dependerá da criação de uma empresa administrada globalmente, capaz de entender os ambientes dos
mercados e de participar deles. Conseqüentemente, em 1996, ele iniciou uma grande transformação nos siste-
mas administrativos da Unocal, começando pela mudança de sua matriz dos pomposos escritórios no centro pa-
ra uma suíte menor, altamente eficiente, perto do aeroporto de Los Angeles. Os gerentes médios foram
reposicionados para escritórios regionais, como Cingapura, Istambul ou Jacarta, ou saíram da empresa. O cen-
tro executivo, que havia sido distintamente “los angelano” em caráter, ganhou um perfil multicultural, represen-
tando as alianças de grupo da Europa Oriental e da Ásia. As subsidiárias em Jacarta, Tailândia e Burma assumiram
nomes locais e identidades corporativas, desprendendo-se de seus perfis americanos, e muitas alianças estran-
geiras da Unocal fizeram-na parte da comunidade na qual ela opera.
Na Tailândia, a Unocal trabalhou no plano de privatização do país para converter suas operações da Petro-
leum Authority of Thailand (PTT) em serviços petrolíferos de propriedade privada e internacionalmente opera-
dos. A Unocal e a PTT começaram a construir oleodutos no Golfo da Tailândia, ligando os campos de
hidrocarboneto da Unocal na península escarpada da nação, e uma joint venture na Malásia começou a abrir mer-
cados regionais de energia de Mianmá até as Filipinas. As avaliações da superfície aclamaram esse consórcio co-
mo uma tacada de mestre da estratégia; entretanto, as atividades relacionadas expuseram a Unocal a fortes
críticas. A Unocal tornou-se o maior investidor único em Mianmá, como parte da expansão, mas o governo mi-
litar de Mianmá enfraqueceu-se na isolação política e econômica, como resultado da legislação americana dire-
cionada ao boicote ao país pelas suas práticas inaceitáveis contra os direitos humanos. Os ativistas políticos, em
mais de uma dúzia de estados americanos, ganharam a aprovação da legislação que barra as importações de
Mianmá e bane os investimentos privados lá feitos pelas empresas americanas. Os governos municipais em cin-
co estados também aprovaram leis de boicote, e a Unocal, bem como a PepsiCo e várias outras empresas ameri-
canas com operações em Mianmá, tornaram-se alvos principais para os grupos internacionais de pressão. A
PepsiCo curvou-se perante a pressão e saiu de Mianmá, mas a Unocal se recusa a ceder.
A insistência da empresa em permanecer em Mianmá, no entanto, não é um voto a favor do tratamento da-
do aos direitos humanos no país. Na realidade, seria difícil para a Unocal retirar-se porque ela formou um acor-
do de igualdade com o gigante petroquímico da França, a empresa Total, que também tem investimentos
substanciais com a Unocal nos oleodutos no Golfo Pérsico e no sul da Ásia. Os contratos da Unocal com a Total
a tornam de fato uma parceira do governo francês. Além disso, a Unocal investiu em interesses públicos e priva-
dos em Mianmá que se espalharam para outros cinco grandes estados no sudeste da Ásia. Mas uma representan-
te da Unocal cita a importância do papel da empresa em ajudar no desenvolvimento da nação. “Retirar-se e isolar
[Mianmá] não teria efeito. A abordagem questionável dos direitos humanos e práticas políticas continuariam e
talvez até proliferassem”, ela disse. “Porém, nossa força e o fato de que podemos proporcionar empregos signi-
ficativos e negócios internacionais éticos encorajam as mudanças para o bem. Mesmo se todas as empresas ame-
ricanas se retirassem, empresas de outras nações aproveitariam a chance de desenvolver [Mianmá] sem a
concorrência americana.”
Esse posicionamento não alivia o risco político ou financeiro para a Unocal. Deixando de lado a ética e as
políticas americanas, Mianmá não tem o histórico de manter suas promessas. Por ser um Estado militar fecha-
do, auto-isolado por razões ideológicas desde o final da Segunda Guerra Mundial, ele tem poucos amigos em
qualquer lugar do mundo. Por anos estava ligado à União Soviética por meio de auxílio e apoio militar, e apoiou
forças insurgentes em vários conflitos civis na vizinhança. Essas situações não o fizeram benquisto para os po-
tenciais aliados econômicos regionais. No entanto, o país está estrategicamente posicionado dentro da arena do
Sudeste Asiático, e atraiu consideração, com muita controvérsia, para a associação na Asean.
A Unocal está em uma posição um tanto exposta no país, como ela está no Usbequistão, Turcomenistão e
Bálcãs. Uma empresa americana sem o apoio legal ou político de seu governo doméstico pode esperar pouquís-
sima ajuda caso o governo anfitrião decida congelar seus ativos, barrar a repatriação da moeda ou apelar para a
expropriação direta. Nesse meio tempo, a Unocal empatou vários milhões de dólares na região enquanto não
mantinha nenhuma rede de segurança em casa. De fato, ela enfrenta ameaças potencialmente custosas de casa,
e se a empresa for empurrada contra a parede pela legislação, disse o principal executivo, ele tirará a Unocal do
controle americano.
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Questões
1. Quais estratégias de entrada no mercado a Unocal usou, com base nas atividades descritas no caso? Você clas-
sificaria a Unocal como uma corporação multinacional (CMN)? Por que sim ou por que não?
2. Identifique e discuta os vários tipos de riscos enfrentados pela Unocal nos mercados emergentes (considere o
ambiente econômico, político, legal e sociocultural). Quais riscos parecem mais ameaçadores para a empresa?
3. O que você acha da declaração da representante da Unocal, de que “retirar-se e isolar Mianmá não teria efei-
to”, a respeito do registro ruim de direitos humanos daquele país? Você acha que as empresas americanas de-
veriam continuar nesses países na esperança de melhorar o clima ético? Discuta.
Fonte: David H. Holt, “Unocal Corporation”. International Management: Text and Cases, p. 143-145. Copyright © 1998 por Har-
court, Inc. Revisto e reimpresso com a permissão do editor.
CAPÍTULO 5 • Richard L. Daft 17
CAPÍTULO 5
Liderança Online
Usando a Web para Promover a Responsabilidade Social
A Internet é uma arma crucial na luta para tornar as corporações mais socialmente responsáveis. Por exemplo,
os ativistas sociais há muito usam as pressões sobre os acionistas como um meio importante de promover seus
objetivos. Agora, com a habilidade de espalhar informações rapidamente pela Web, as organizações sem fins lu-
crativos, como a Fundação As You Sow, podem rapidamente organizar os acionistas e montar campanhas contra
as práticas corporativas que eles consideram irresponsáveis.
As You Sow (AYS) é uma organização sem fins lucrativos com a missão específica de promover a responsa-
bilidade corporativa e “levar as corporações a se responsabilizarem por obedecer às leis de consumo, do local de
trabalho e às leis ambientais”. Ela faz isso primariamente organizando campanhas com os acionistas relativas a
questões sociais e ambientais específicas, trabalhando em conjunto com as organizações ativistas como a Inter-
faith Center on Corporate Responsability (ICCR — Centro Inter-Fés para a Responsabilidade Corporativa), um
grupo de investidores institucionais protestantes, católicos e judeus que foram os pioneiros no ativismo na dé-
cada de 1970, e o Shareholder Action Network (SAN — Rede de Ação dos Acionistas), um centro de informa-
ções, rede e recursos que a AYS ajudou a fundar. Uma das campanhas resultou na diminuição gradual da venda
de madeiras provenientes de florestas antigas pela Home Depot.
Uma outra campanha está voltada para impedir que haja mão-de-obra e abusos aos direitos humanos em
fábricas de fornecedores por contrato que fazem produtos para empresas como Nike e Wal-Mart. Uma campa-
nha recente contra os alimentos geneticamente alterados, almejando empresas como a DuPont, Hershey, Kellogg
e Sysco, tornou-se o movimento de acionistas com crescimento mais rápido na história. A AYS está trabalhando
com a SAN em uma grande campanha. Seus sites na Web exigem que os visitantes, mesmo que não sejam acio-
nistas, falem com os gerentes nas lojas e nos restaurantes, ou que enviem e-mails diretamente para os presiden-
tes, para protestarem contra o uso crescente de safras geneticamente modificadas. A diretora do projeto, Tracey
Rembert, explica o valor de usar a Internet para o ativismo social: “Antigamente, costumávamos ligar para 20
pessoas e pedir-lhes que escrevessem uma carta. (...) Agora, com apenas um e-mail, você reúne muito mais pes-
soas. Você faz em um ano o que talvez levaria dez anos de piquetes e protestos nas ruas para conseguir”.
Fonte: Mark Schapiro, “All Over the Board”. Grok. Fevereiro-março de 2001, p. 110-112; e http://www.asyousow.org, acessado em
5 de setembro de 2001.
inovador de comunicação do operário que proporciona um meio seguro para os funcionários relatarem suas preo-
cupações. Caixas de correspondência são mantidas não apenas nas fábricas e nos dormitórios, mas também em
locais onde a privacidade é garantida, como os banheiros públicos e as mesquitas. Cada local tem formas na lin-
guagem local, e os padrões dos direitos humanos da Reebok são impressos no verso.
Doug Cahn, vice-presidente de direitos humanos da Reebok, recentemente visitou as fábricas na Indonésia
para checar se os esforços haviam feito alguma diferença. “Eu vi cadeiras projetadas especialmente para mulhe-
res grávidas. Eu vi sistemas de rotatividade dos trabalhos, e avisos escritos em indonésio encorajando os operá-
rios a darem uma parada para tomar água quando quisessem”, ele disse. “Eu vi seminários sobre como usar os
equipamentos de segurança contra incêndio, vi limpadores limpando as chaminés e vi procedimentos para o
manuseio [seguro] de produtos químicos. Foi um mar de mudanças do que eu havia visto começar a acontecer
um ano atrás.”
Fonte: Doug Cahn, “Reebok Takes the Sweat out of Sweatshops”. Business Ethics. Janeiro-fevereiro de 2000, p. 9.
1. Alguém bastante querido do seu quadro de funcionários, com um histórico excelente, confidencia-lhe que tem
a Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida (Aids). Embora sua doença não tenha afetado seu desem-
penho, você se preocupa com sua saúde no futuro e com as reações de seus colegas de trabalho. Você
a. diz a ele para lhe manter informado sobre sua saúde e não conta nada para os colegas de trabalho.
b. arruma para ele ser transferido para uma área da organização onde possa trabalhar sozinho.
c. faz uma reunião com os funcionários para informá-los e lhes perguntar como se sentem sobre a continua-
ção da presença dele na sua equipe.
d. consulta seu diretor de recursos humanos sobre como proceder.
2. Durante uma reorganização, foi-lhe dito para reduzir o quadro de funcionários no departamento em que vo-
cê trabalha. Depois de analisar os requisitos dos funcionários, você percebe que o trabalho seria muito mais
fácil se dois profissionais, ambos acima de 60 anos, se aposentassem. Você
a. não diz nada e determina as demissões considerando simplesmente o desempenho e o tempo de serviço.
b. programa uma reunião com ambos os funcionários e lhes pede para considerar a aposentadoria antecipada.
c. programa uma reunião com todos os funcionários e pergunta se alguém está interessado em exoneração
ou aposentadoria antecipada.
d. demite os trabalhadores mais velhos.
3. Uma de suas colegas recentemente passou por duas tragédias pessoais — o marido lhe pediu o divórcio e a
mãe faleceu. Embora você se compadeça verdadeiramente, o trabalho dela está ruim. Um relatório que você
completou, baseado em dados imprecisos que ela forneceu, foi criticado pela gerência. Seu gerente lhe pede
uma explicação. Você
a. se desculpa pelas imprecisões e corrige os dados.
b. diz ao seu gerente que os dados fornecidos pela sua colega foram a fonte do problema.
c. diz que sua colega tem um problema e precisa de apoio.
d. diz ao seu gerente que, por causa da sua carga de trabalho, você não teve tempo de verificar os números no
relatório.
4. Sua empresa recentemente empregou um novo gerente que está no mesmo nível que o seu. Pessoalmente, vo-
cê não gosta do indivíduo, e o considera um rival profissionalmente. Você encontra um amigo que conhece
muito bem o seu rival e então descobre que esse indivíduo não estudou em Harvard como ele disse no currí-
culo, e que, de fato, nunca se formou em faculdade alguma. Você sabe que o fato de ter estudado em Harvard
foi fundamental para a admissão dele. Você
a. expõe a mentira para seus superiores.
b. sem dar nomes, consulta seu diretor de recursos humanos sobre como proceder.
CAPÍTULO 5 • Richard L. Daft 19
c. não diz nada. A empresa obviamente deixou de verificar, e a mentira provavelmente virá à tona por conta
própria.
d. confronta o indivíduo com a informação e deixa que ele decida o que fazer.
5. Durante uma mudança no departamento de contabilidade, você descobriu que a sua empresa tem rotineira-
mente cobrado a mais das pessoas pelos serviços fornecidos a elas. Seus superiores lhe disseram que as resti-
tuições das cobranças causariam uma devastação nos lucros da empresa. Sua empresa é regulamentada pela
federação, e a comissão de supervisão não percebeu o erro. Seus chefes lhe dizem que o problema nunca virá
à tona e que eles tomarão medidas para corrigi-lo para que nunca mais aconteça. Você
a. entra em contato com a comissão de supervisão.
b. torna o assunto público, anonimamente ou de alguma outra maneira.
c. não diz nada. O assunto agora está nas mãos dos chefes.
d. trabalha com os chefes em um plano para reconhecer o erro da empresa e montar uma programação de res-
tituições que não a penalize excessivamente.
Questões
1. Use as diretrizes descritas (no livro) no Bate-Papo do Gerente, “Diretrizes para a Tomada de Decisão Ética”,
para determinar o comportamento apropriado nesses casos. Você tem todas as informações de que precisa pa-
ra tomar uma decisão ética? Como sua família e seus amigos reagiriam para cada alternativa se você estivesse
nessas situações?
2. Qual abordagem para a tomada de decisão ética — utilitária, individualista, da justiça ou da moral e dos di-
reitos — parece mais apropriada para lidar com cada situação?
Fontes: Jogo desenvolvido por Katherine Nelson, “Board Games”. Owen Manager. Primavera de 1990, p. 14-16; Craig Dreilinger e
Dan Rice, “Office Ethics”. Working Woman. Dezembro de 1991, p. 35-39; e Kevin Kelly e Joseph Weber, “When a Rival’s Trade Se-
crets Crosses Your Desk…”. BusinessWeek, 20 de maio de 1991, p. 18.
Os avisos de demissões foram para mais de 500 supervisores de piso e vendedores antigos na sexta-feira an-
tes do almoço, o que daria tempo para as pessoas desocuparem suas mesas e dizer adeus a seus colegas antes de
o dia acabar. E a maioria dos sobreviventes teria o fim de semana para processar o que havia acontecido antes de
retornar ao trabalho.
Heimler esperava que as pessoas ficassem chateadas com as demissões, mas a severidade da reação o sur-
preendeu. Mesmo os novos funcionários que ele havia contratado pareciam chateados. Um artigo em uma revis-
ta recente da indústria havia especulado que o sucesso da Massengill’s teria vida curta se o moral continuasse a
declinar. “Não há confiança na Massengill’s”, o artigo dizia. “As pessoas sentem que a gerência sênior não está
sendo honesta com seu pessoal. Eles apenas querem arrumar a empresa o mais rápido possível e lidar com os da-
nos mais tarde.”
Claire Sparkes, chefe de recursos humanos, confirmou que o artigo estava no alvo. “As pessoas estão real-
mente bravas”, ela disse a Heimler. “Acham que você deveria ter-se reunido com elas para explicar o que estava
acontecendo com a empresa e dar-lhes um certo aviso.”
“Todos sabiam que a Massengill’s estava à beira de um colapso financeiro”, Heimler respondeu. “Quando é
trazido um novo presidente para dar uma reviravolta nas coisas, todos sabem que as demissões estão vindo. Por
que esfregar isso nos seus narizes? E se eu não tivesse agido rapidamente, ninguém aqui teria um emprego! To-
da a rede teria ido por água abaixo, e em vez de mil ou mais empregos terem sido perdidos, poderíamos ter cin-
co mil pessoas desempregadas! Como elas teriam gostado disso?”
Quando Claire saiu de seu escritório, Heimler avaliou a situação. A Massengill’s estava claramente se ele-
vando novamente. Os clientes lotavam as lojas, as vendas e os lucros aumentavam, e Heimler era um herói em
Wall Street. Seu pacote de compensações já vale mais de um milhão de dólares, e seu contrato acabou de ser re-
novado por mais dois anos, com um aumento de salário e mais opções de ações. Ele sabe que transformou a Mas-
sengill’s de uma rede antiquada, que servia senhoras idosas, em um local divertido e de gostos avançados para
os jovens clientes afluentes. Heimler revisou os resultados do último trimestre e viu que as vendas e os lucros
ainda continuavam a subir. Então, por que todos ficam dizendo a ele que o moral está indo para baixo?
Questões
1. Qual abordagem para a tomada de decisão (utilitária, individualista, de moral e dos direitos, ou da justiça) pa-
rece descrever melhor a estratégia de reviravolta de Heimler na Massengill’s?
2. Em qual nível do desenvolvimento moral você colocaria Heimler? Por quê?
3. Como Heimler poderia ter lidado com as demissões para evitar os problemas que ele está enfrentando agora?
Se você estivesse na posição dele, o que faria agora?
Fonte: Baseado em Suzy Wetlaufer, “After the Layoffs, What Next?”. Harvard Business Review. Setembro-outubro de 1998, p. 24-42.
CAPÍTULO 6 • Richard L. Daft 21
CAPÍTULO 6
Colocar as Pessoas em Primeiro Lugar
O Toque Suave Leva ao Sucesso na Ipswitch Software
Em 1991, Roger Greene começou a usar suas habilidades e experiência com software e a Internet para desenvol-
ver um tipo diferente de empresa de software — uma empresa na qual ele e seus funcionários pudessem viver
vidas felizes, equilibradas, ao mesmo tempo produzindo produtos inovadores e de baixo custo que atrairiam um
mercado amplo. A Ipswitch, com base em Lexington, Massachusetts, especializa-se em software para Windows
que torna a Internet e a Intranet acessíveis e administráveis. Além disso, a empresa é bem conhecida entre os
programadores pelo seu software WS_FTP, que consegue movimentar enormes quantidades de dados por plata-
formas de computadores diferentes. A Ipswitch acumulou um tesouro valioso de louvores na forma de revisões
positivas dos produtos e prêmios, incluindo Escolha do Editor da PC Magazine, Aprovação da Semana na Inter-
net, Escolha do Editor do Networking Computing e Escolha do Editor do VARBusiness.
Na maioria das empresas de software, os funcionários trabalham longas horas sob pressão intensa para ba-
ter a concorrência. Mas Greene proporciona a base para um desempenho superior na Ipswitch, mantendo uma
atitude de “vá com calma” e uma filosofia que coloca os funcionários acima dos lucros. Ele está constantemen-
te encorajando as pessoas a tirarem mais dias de folga e férias. “Muitas pessoas trabalham duro por 30 ou 40
anos, e então elas se aposentam e tentam fazer todas as coisas que não fizeram antes”, diz Greene. “Eu prefiro
muito mais viver a vida conforme ela segue e fazer as coisas legais quando se está trabalhando e desfrutar cada
ano da vida.” Para ter certeza de que os funcionários tenham tempo para “fazer as coisas legais”, Greene recen-
temente aumentou o período de férias de três semanas para cinco semanas — e ele incentiva as pessoas a apro-
veitar cada minuto dessas férias. Na Ipswitch, a idéia de ser um viciado em trabalho é desvalorizada, e ninguém
é recompensado por gastar todas as energias.
O ambiente amigável para o trabalhador da Ipswitch também se reflete em outros aspectos do local de tra-
balho. Por exemplo, quando o namorado de uma funcionária morreu, Greene contratou um conselheiro espiri-
tual para ajudá-la a superar a crise. Ele acredita que as pessoas deveriam ter a permissão de abraçar o todo da
experiência humana no trabalho, assim como nas suas vidas pessoais. A ênfase de Greene no tratamento das pes-
soas como seres humanos contribui diretamente para uma taxa baixa de rotatividade de 9%, aproximadamente
metade da média de empresas de tecnologia. Além disso, Greene e outros gerentes tomaram a decisão conscien-
te de manter a organização pequena para que as pessoas possam se conhecer em um nível mais pessoal. Betty
Lang-Holmes, vice-presidente de recursos humanos, diz: “Eu nunca quero ver um rosto aqui que eu não conhe-
ça”. A decisão de permanecer pequena também significa que a Ipswitch conseguiu desenvolver-se lenta e esta-
velmente, em vez de se queimar por causa das pressões do crescimento rápido.
A fórmula de Greene, aplicar suas habilidades em um mercado que ele entendia, usando um toque suave
com os funcionários, e o mapeamento de um curso lento e estável para o futuro, levou o sucesso para a Ipswitch
e uma vida melhor para os muitos funcionários.
Fontes: Baseado em Eleena DeLisser, “A Software Startup Attracts Staff with Ban on Midnight Oil”. The Wall Street Journal, 23 de
agosto, 2000, A1; e http://www.ipswitch.com, acessado em 8 de agosto de 2001.
Liderança Online
Fazendo o Google dar Certo
Larry Page e Sergey Brin se encontraram em 1995, quando ambos eram candidatos ao doutorado na Universida-
de de Stanford, onde eles decidiram ajudar na construção de um browser, inicialmente chamado de BackRub.
Depois de polir sua tecnologia, no verão de 1998 os dois pararam com suas carreiras acadêmicas para apostar tu-
do em um browser na Internet, rebatizado de Google (http://www.google.com).
Nos primeiros dias, Page e Brin trabalhavam na garagem de um amigo, conduzindo reuniões de alta tecno-
logia ao redor de uma mesa de tênis de mesa. Eles sabiam que a maneira perfeita de melhorar seu produto seria
por meio de vários estágios de testes alfa, com testes contínuos, feedback e refinamento. A comunidade da Uni-
versidade de Stanford provou ser o campo de teste perfeito no qual o Google poderia evoluir. Mediante esses tes-
22 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
tes, testes e mais testes, Page e Brin adquiriram certeza de que a tecnologia básica era suficientemente sólida pa-
ra ser divulgada para um público maior. Entretanto, eles ainda queriam fazer um teste beta adicional com o pú-
blico antes de lançar o site oficial. A fase beta deu o espaço necessário, pois ela avisava as pessoas de que a
tecnologia do Google era um produto em processamento. A empresa precisava ter certeza de que seus usuários
sabiam que os fomentadores estavam “fazendo as coisas melhorarem e não piorarem”, como disse Page. Colocar
o browser perante o público forçou o Google a crescer com a Internet e a satisfazer as necessidades dos usuários
reais. Um benefício adicional foi que essa atitude fez a empresa ganhar seguidores leais entre os usuários que
apreciaram a oportunidade de agir como provadores e moldar como o site deveria funcionar. O Google tem de-
pendido quase que inteiramente da propaganda boca a boca. As pessoas que usam o site tiveram uma expe-
riência tão boa que comentavam isso com outras, ajudando a crescer o tráfego do Google dos milhares para os
milhões, quando o site oficial foi lançado em setembro de 1999.
A simplicidade do projeto foi a chave para o sucesso do Google. Por exemplo, o Google usa apenas propa-
ganda baseada em textos, o que o faz ter um visual menos tumultuado e um carregamento mais rápido. A meta
é fazer o usuário chegar a uma resposta tão rapidamente, simplesmente e precisamente quanto possível. Embo-
ra a empresa esteja trabalhando na próxima geração de tecnologias que ampliarão as capacidades de busca e as
informações atuais de maneiras mais novas pelas plataformas múltiplas, os fundadores enfatizam que “a obriga-
ção do Google para sempre será a garantia de que toda busca seja uma descoberta”.
Fontes: Larry Page e Sergey Brin, “Merits of a Beta Launch”. Business 2.0. Março de 2000, p. 180; “When Larry Met Sergey”,
http://www.up-mag.com/themag/feature1htm, acessado em 31 de julho de 2001; http://www.google.com/press/overview.html, aces-
sado em 31 de julho de 2001; e http://www.google.com/press/milestones.html, acessado em 31 de julho de 2001.
2. Vai em frente e fecha o negócio, mas é claro que mais para a frente. Explica que a controller esteve em uma li-
cença extensa e, como faz pouco tempo que você começou a trabalhar nesse emprego, ainda não teve tempo
de analisar os números.
3. Toma imediatamente uma medida para notificar os capitalistas de risco sobre a verdadeira situação — e co-
meça a limpar a casa para se livrar das pessoas que intencionalmente mentem para fechar um negócio.
Fonte: Adaptado de Kent Weber, “The Truth Could Cost You $16 Million”. Business Ethics. Março-abril de 2001, p. 18.
“Vejam”, disse Rob. “Nós temos que aceitar que grande parte disso é nossa culpa. Sempre fomos nós con-
tra eles. Nunca fizemos nenhum esforço para realmente torná-los parte da empresa e para compartilhar nossas
idéias e visões com eles. Quase todos os dias arrumávamos um jeito de nos encontrarmos sem eles e tomarmos
algumas decisões pelas suas costas — como quando assinamos aquele acordo de parceria com uma empresa de
serviços contábeis sem nem mesmo conversarmos com eles sobre isso. Esse foi um erro inocente, mas realmen-
te não caiu bem. Agora eles estão se reunindo sem a gente e talvez querendo levar a empresa para uma direção
na qual nós não queremos ir. E Susan me disse que a diretora financeira está pensando em abandonar o barco.
Ela está se sentindo frustrada e desprezada aqui, ela se sente como se estivesse rodando e perdendo tempo. Se is-
so acontecer, eu não acho que Susan e a equipe do capital de risco ficarão muito felizes. Se os perdermos, esta-
remos com problemas sérios. Há algum meio de sair dessa enrascada?”
Questões
1. Qual é a causa básica do problema na Radiata? Você consegue pensar sobre meios de aproximar os dois lados
e trazer a empresa de volta para os trilhos?
2. Quais funções administrativas parecem ser mais necessárias nesse ponto — planejamento, organização, lide-
rança ou controle? Discuta.
3. O que você acha que os fundadores precisam fazer nessa situação? O que você acha que os três gerentes de-
veriam fazer?
Fonte: Baseado em Regina Fazio Maruca, “Entrepreneurs versus Executives at Socaba.com”. Harvard Business Review. Julho-agos-
to de 2000, p. 30-38.
CAPÍTULO 7 • Richard L. Daft 25
CAPÍTULO 7
Liderança Online
A Empresa E.piphany Planeja “Crescer” Rapidamente
O presidente Roger Siboni orgulhosamente proclama que a E.piphany não é mais uma empresa nova. “Nós cres-
cemos”, ele diz. Talvez ele esteja exagerando um pouquinho, mas poucos concorrentes duvidam de que a em-
presa de Siboni está se tornando uma força com a qual se relacionar. A E.piphany fez um nome para si saindo na
frente de centenas de empresas concorrendo por uma participação no mercado de nove bilhões de dólares do
software de administração do relacionamento com o cliente (CRM) que funciona com a Internet. A jovem em-
presa ainda tem um longo caminho a seguir para cumprir a meta de Siboni de ser a número 2 (atrás da Siebel
Systems) em CRM, mas muitos observadores acham que Siboni está no caminho certo.
O primeiro foco do plano de Siboni é obter lucro, e ele faz seus vendedores diligentemente procurarem no-
vos clientes, ao mesmo tempo certificando-se de que todos na empresa mantenham os custos em ordem. A E.pi-
phany depende dos burburinhos da indústria e das recomendações dos clientes para atrair novos clientes, em
vez de gastar milhões em guerras de marketing. Por exemplo, a empresa gastou apenas 400 mil dólares em pro-
paganda dirigida em 1999, enquanto outras empresas queimaram milhões. Ele instiga seus funcionários a tomar
conta de seus centavos e deixar que os dólares venham. Toda decisão na empresa é tomada considerando a linha
final. Mesmo com essa abordagem cuidadosa, a E.piphany conseguiu atrair clientes importantes, incluindo apro-
ximadamente 20% das cem maiores empresas e algumas das empresas líderes em tecnologia e as ponto.com.
Um outro aspecto do plano de Siboni é nutrir as relações com as pessoas e as organizações que podem aju-
dar a E.piphany a alcançar seus objetivos. Como ex-substituto do principal executivo na KPMG, Siboni estabe-
leceu muitos relacionamentos importantes, e hoje quase todos os clientes, executivos e parceiros da KPMG estão,
de certa maneira, ligados à E.piphany. Mesmo quando os relacionamentos passaram de amigáveis para competi-
tivos, como o relacionamento de Siboni com Tom Siebel, da rival Siebel Systems, ele ainda os serve com carinho
e respeito. “É o poder do Rolodex”, diz Karen Richardson, que saiu de seu emprego para juntar-se à E.piphany.
“Eu não teria vindo se não soubesse quem era o presidente”, ela acrescenta.
A atenção de Siboni com os custos, os clientes e os relacionamentos deixou a E.piphany no alvo para cum-
prir sua meta de curto prazo de aumentar a receita em 100% e tornar-se rentável no final de 2002. E o plano de
longo prazo? O presidente da Oracle, Larry Ellison, já viu que essa nova empresa está ganhando terreno, e ele
não está gostando. Quanto à Siebel Systems, a gigante está tão à frente na participação no mercado que os geren-
tes quase não reconhecem a E.piphany como um concorrente. Eles poderão lamentar isso. Pegar uma empresa
de quatro anos para lutar contra a Oracle e a Siebel não será fácil, mas Siboni está determinado a enfrentar seus
inimigos para alcançar suas metas estratégicas.
Fontes: Kim Cross, “Captain Connected”. Business 2.0, 17 de abril de 2001, p. 31-33; e Joy D. Russell, “E.piphany Aims at Siebel’s
Markt — Company Says Its New Generation of CRM Software Will Give Siebel a Run for Its Money”. VARbusiness, 7 de janeiro de
2002, p. 26.
rente estiver além da capacidade da fábrica, os trabalhadores sentem-se livres para sugerir alternativas funcio-
nais. Quando os gerentes apresentam seus planos para a alta diretoria, todos, nas várias divisões, tiveram algo a
dizer e, assim, desenvolvem um senso de propriedade em relação ao plano.
Todas as empresas da SRC disponibilizam livremente seus números de desempenho operacional e financei-
ro para que os funcionários possam comparar sua atuação ao plano. As pessoas se “amontoam”, pelo menos uma
vez por semana, ao redor dos quadros de aviso no refeitório para falar sobre os números e o que é preciso ser fei-
to para atingir os alvos. Os empregados assumem o sucesso da empresa pessoalmente porque todos eles têm co-
tas nela por meio dos planos de propriedade de ações dos funcionários (ESOPs). A SRC investiu bastante na
educação financeira de todos os trabalhadores para que eles possam entender o que está em jogo e o que será ga-
nho. “O que estamos fazendo...”, disse Stack, “é mostrar às pessoas como passar pela vida sem medo. Uma vez
que elas entendam o que é preciso para ser um empresário, não apenas uma pessoa sem importância no sistema,
mas alguém no lado mais brilhante do capitalismo, então suas vidas mudarão para sempre”.
Fontes: Jay Finegan, “Everything According to Plan”. Inc. Março de 1995, p. 78-85; e Art Kleiner, “Jack Stack’s Story is an Open
Book”. Strategy & Business. Terceiro trimestre de 2001, p. 76-85.
Questões
1. Qual é a missão da H.I.D no presente? Como essa missão poderá mudar?
2. O que você acha que a missão, as metas estratégicas e os planos estratégicos da H.I.D provavelmente serão no
final dessa sessão de planejamento? Por quê?
3. Qual comportamento de estabelecimento de metas está sendo usado aqui para alcançar um acordo entre os
gerentes da H.I.D.? Os gerentes normalmente discordam sobre a direção de sua organização?
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CAPÍTULO 8
Liderança Online
Ebay: Construindo sobre o Sucesso
Em uma época em que quase todas as empresas na Internet e de tecnologia estão entregando os avisos prévios,
a cena é bastante diferente dentro das paredes da eBay, empresa de San Jose, Califórnia. De fato, a empresa de lei-
lão online está planejando aumentar a sua força de trabalho. A eBay, que começou como um site de venda de
itens de colecionadores, está perseguindo uma estratégia de crescimento moldando-se, com sucesso, em uma
plataforma de venda para qualquer coisa, desde computadores até roupas. A cada 60 minutos no site são vendi-
dos 120 PCs, dez anéis de diamante e 1.200 peças de roupa, e alguém compra um Corvette a cada três horas.
A presidente da eBay, Meg Whitman, vê seu principal serviço como sendo manter a empresa ágil e o espíri-
to de comunidade à medida que a organização cresce. Desde o primeiro dia, a eBay tem sido rentável e, no segun-
do trimestre de 2001, a empresa relatou lucros de 24,6 milhões de dólares, mais do que o triplo daqueles relatados
no ano anterior. Parte do sucesso é porque os altos gerentes mantiveram seu foco na comunidade de comprado-
res e vendedores, mesmo quando eles tinham investido pesadamente no crescimento da empresa.
Existem vários elementos do plano estratégico da eBay para o crescimento. Primeiro, para divergir do seu
formato de leilão, a empresa comprou a Half.com, um site no qual itens novos e usados podem ser listados a um
preço fixo. A empresa também adicionou uma nova característica chamada “Compre já”, que permite que os
usuários adquiram um item imediatamente, omitindo de vez o processo de leilão, que consome tempo. Aproxi-
madamente 35% de todos os itens listados pelos vendedores na eBay agora oferecem essa opção, o que acelera a
taxa de negociação no site. Uma outra abordagem tem sido permitir que empresas como JCPenney, IBM e Sun
Microsystems montem lojas virtuais. A eBay espera atrair aproximadamente duas mil empresas, mas cerca de
20 mil empresas queriam uma participação nesse negócio, reconhecendo o potencial barato para alcançar mi-
lhões de consumidores. Na frente global, a eBay adquiriu a eBazar, um site de comércio europeu, e investiu no
crescimento de suas operações na Alemanha, no Canadá e no Reino Unido.
Mark Goldstein, ex-presidente da BlueLight.com, a unidade online da Kmart, diz: “eBay é tudo o que que-
ríamos que os nossos negócios na Internet fossem”. Mesmo quando o e-commerce esbarra na atual economia em
declínio, os compradores online, que passaram a pechinchar, navegam pelos corredores de preços baixos da eBay,
encontrando de tudo. De fato, a eBay está rapidamente se tornando o “Wal-Mart da Internet”.
Fonte: Miguel Helft, “What Makes eBay Unstoppable?”. The Industry Standard, 6-13 de agosto de 2001, p. 32-37.
(401(k)), Harleysville cobrirá a contribuição de um funcionário, variando de 25% a 100%, dependendo do de-
sempenho da empresa. Nos últimos quatro anos, a empresa cobriu as contribuições de um para um. Por exem-
plo, se um funcionário colocasse cinco mil dólares, a empresa cobria com essa mesma quantia.
Outros benefícios estão direcionados para aumentar o conhecimento e as habilidades de carreira dos funcio-
nários. Os trabalhadores que são sensatos em termos de tecnologia são críticos para o Harleysville Group; assim, a
empresa gasta mais de 600 mil dólares por ano em treinamento técnico apenas para o departamento de SI. E isso
não inclui o financiamento corporativo para os funcionários que estão cursando faculdades e trabalhando para ob-
ter graus mais altos. Para facilitar as coisas ainda mais, a empresa traz professores de faculdade para o campus da
empresa para que os funcionários possam fazer alguns cursos sem ter de viajar no final do dia de trabalho.
Harleysville se recusa a pagar salários exorbitantes, mas os benefícios extensivos e o ambiente de trabalho
amigável ajudam a empresa a sobressair na indústria de seguros. Inevitavelmente, alguns funcionários saem do
emprego, mas geralmente não é por um aumento de cinco mil dólares, observa o presidente Wayne Ratz. “É mais
por causa de uma oportunidade extravagante ou uma mudança no estilo de vida.”
Fonte: Baseado em Doug Wallace, “When the Sharks are Circling”. What Would You Do? Business Ethics, vol. 1. Setembro-outubro
de 1991, p. 42-44.
30 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
Questões
1. Qual é a estratégia principal da Starbucks? Quais das estratégias competitivas de Porter a empresa está
usando?
2. Discuta como Schultz está usando a liderança, estrutura, sistemas de informação e de controle, e recursos hu-
manos para implementar a estratégia na Starbucks.
3. A Starbucks tem mantido uma imagem e um senso uniformes nas suas lojas. As adaptações que estão sendo
feitas em Quebec são a primeira vez que a empresa variou a fórmula. O que você acha que essa mudança po-
derá significar para a Starbucks em termos de expansão internacional adicional?
Fontes: Baseado em Dori Jones Yang, “The Starbucks Enterprise Shifts into Warp Speed”. BusinessWeek, 24 de outubro de 1994, p.
76; Michael Treacy, “You Need a Value Discipline — But Which One?”. Fortune, 17 de abril de 1995, p. 195; Nelson D. Schwartz,
“Still Perking After All These Years”. Fortune, 24 de maio de 1999; Ken Belson, “As Starbucks Grows, Japan, Too, Is Awash”. The
New York Times, 21 de outubro de 2001, C3; “Business: Coffee with Your Tea? Starbucks in China”. The Economist, 6 de outubro
de 2001, p. 62; “Starbucks in Joint Venture with German Retailer”. The New York Times, 5 de outubro de 2001, C3; e Zena Olijnyk,
“Latte, S’il Vous Plait?”. Canadian Business, 3 de setembro de 2001, p. 50-52.
CAPÍTULO 9 • Richard L. Daft 31
CAPÍTULO 9
Liderança Online
Starbucks Faz uma Nova Conexão
A Starbucks tornou-se conhecida no mundo físico por muito tempo, mas há dois anos os gerentes se engajaram
na missão de se conectar com seus clientes de maneira diferente: por meio da Internet. Os altos executivos que-
riam alavancar o poder da marca Starbucks para construir uma presença no ciberespaço, e eles se movimenta-
ram rapidamente com os planos para montar a Starbucks X, um site na Web em que eles sonhavam estar
envolvidos no comércio online de tudo, desde móveis até videocassetes.
Mas a decisão de redefinir a empresa de maneira radical provou não ser muito sensata, e a Starbucks deu
um grande tropeço no mundo online. Além disso, a complexidade e a incerteza do empreendimento fez a em-
presa perder seu equilíbrio, e as lojas da Starbucks também começaram a demonstrar vendas e lucros decepcio-
nantes. O presidente da companhia, Howard Schultz, e outros altos executivos, se afastaram para analisar o
complexo problema, avaliar as alternativas e tomar uma decisão sobre como fazer uma conexão bem-sucedida
entre as lojas físicas da empresa e o domínio da Internet. Finalmente, eles decidiram atar seu site na Internet à
missão central e às metas da empresa. A combinação da loja online com a pequena divisão de catálogos da com-
panhia, que juntas são conhecidas como Starbucks Direct, foi uma decisão sensata; a Starbucks Direct agora fa-
tura aproximadamente 20 milhões de dólares por ano — um fluxo bem-vindo de receita. Em vez de tentar
expandir seus negócios em novas áreas, a Starbucks atualmente opera na Web um site simples, fácil de usar, que
vende café em grão, cafeteiras e xícaras, e tem links que oferecem a história e o conhecimento sobre o café para
os visitantes interessados.
No entanto, sendo a Internet uma parte importante nas vidas das pessoas, os gerentes enfrentaram uma ou-
tra decisão sobre conectar a nova tecnologia. Eles não queriam criar cibercafés, os quais tendem a ter pouca ilu-
minação, com pessoas curvadas sobre as máquinas. Além do mais, eles estavam preocupados com a desordem
que os computadores causariam na atmosfera do café aconchegante. Com a proliferação dos computadores por-
táteis e laptops mais baratos, os gerentes da Starbucks começaram a ver um meio de proporcionar conexões sem
fio de alta velocidade com a Internet nas lojas sem prejudicar a experiência de café tradicional e sem assustar os
clientes. Quando foi perguntado sobre o risco de as pessoas virem ao café, usarem a Internet e não comprarem
nada, Darren Huston, vice-presidente sênior para as novas iniciativas, disse que ele não estava preocupado com
isso. “A realidade é exatamente o oposto. Nossas lojas mais bem-sucedidas acabam sendo aquelas em que as pes-
soas entram, usam e não compram nada. Achamos ótimo que as pessoas queiram ficar um pouco. Cria um sen-
so de comunidade.”
Fonte: George Anders, “Starbucks Brews a New Strategy”. Fast Company. Agosto de 2001, p. 145-146.
Hudson começou a se referir à relutância em colaborar e ao medo de assumir riscos como uma cultura do
não. Ela estava determinada a fazer as pessoas dizerem sim ao compartilhamento de informações, sim à coope-
ração, e sim ao correr riscos e ao aprendizado. Para encorajar um clima aberto, colaborativo, confiável e possí-
vel, Hudson criou um slogan corporativo oficial, “de não para sim”. Para dar mais poder e flexibilidade aos
operários de manufatura, ela instituiu o tempo flexível e começou a tratá-los como funcionários assalariados. Es-
sa abordagem deu poder aos operários e lhes concedeu mais autoridade e responsabilidade para tomarem as de-
cisões, permitindo que eles trabalhassem sem ter os gerentes monitorando cada uma de suas ações. Agora, se um
funcionário precisa trocar seu horário, ele resolve isso com um membro da equipe em vez de ir ao gerente. A em-
presa também enfatiza a honestidade com os funcionários, clientes e a comunidade para construir confiança e
encorajar o comportamento flexível. Hudson quer que os funcionários se sintam suficientemente confiantes pa-
ra assumir riscos, reconhecer os erros e compartilhar suas experiências com os colegas.
Uma outra maneira de fazer as pessoas passarem de não para sim foi conseguir que elas relaxassem e se di-
vertissem. Hudson estava determinada a fazer da diversão uma parte fundamental da nova cultura da Brady —
e ela tinha fortes motivos comerciais para isso. Os benefícios da abordagem nova, mais relaxada, são muitos. Os
limites territoriais foram quebrados, e em seu lugar foi instituído um espírito de corporação em toda a empresa.
Hudson também acredita que o humor ajuda as pessoas a tomar decisões melhores porque ele alivia a tensão,
promove a criatividade, abre as pessoas às novas idéias e as encoraja a agir. O medo limita o poder de tomada de
decisão, e um ambiente de trabalho divertido e amigável faz superar o medo. “Nosso desempenho é um sinal de
que a empresa pode ser divertida e amigável para seus funcionários e feroz com seus concorrentes”, Hudson diz.
“De fato, a diversão nos tornou mais ferozes, fazendo com que a organização ficasse mais flexível e dinâmica, e
nossos funcionários, mais criativos e entusiasmados.” Não é necessário dizer que essa abordagem levou Brady a
se tornar um lugar mais divertido onde trabalhar.
Fonte: Katherine M. Hudson, “One Laugh at a Time”. Harvard Business Review. Julho-agosto de 2001, p. 45-54.
Agora, no entanto, ele se questionava se realmente deveria varrer as coisas para debaixo do tapete. Moses
conversou com o líder da equipe de Andrew sobre a situação e ficou sabendo que o líder conhecia os problemas
recentes, mas achava que tudo se resolveria. “Consultores com o conhecimento dele, nível de habilidade e dis-
posição para viagens são difíceis de achar. Ele é benquisto por todos os clientes; ele vai se recuperar.” Entretan-
to, quando Moses discutiu o problema com Carolyn Walter, vice-presidente de operações, ela argumentou que
Andrew deveria ser despedido. “Nós não temos a obrigação de mantê-lo simplesmente porque você diz que de-
veríamos”, ela ponderou. “Essa foi uma bela pisada de bola, e é perfeitamente legal para a empresa despedir al-
guém pelo absenteísmo. As suas ligações para os clientes deixaram claro que isso não foi algo que aconteceu uma
única vez. Livre-se dele antes que as coisas fiquem piores. Se você acha que arcar com metade dos honorários de
250 mil dólares é prejudicial agora, imagine o que acontecerá se esse comportamento continuar.”
Fontes: Baseado em Jeffrey L. Seglin, “The Savior Complex”. Inc. Fevereiro de 1999, p. 67-69; e Nora Johnson, “ ‘He’s Been Beating
Me’, She Confided”. Business Ethics. Verão de 2001, p. 21.
oportunidade. Ashton, no entanto, exceto pelas posições de nível mais alto para as quais ele já argumentou, não
tem muito interesse pessoal que os gerentes da Dunsford fiquem. Ele quer que todos os executivos passem por
uma avaliação externa e um processo de escolha que inclua testes de personalidade, da inteligência emocional e
QI, e todos os outros tipos de teste, além de examinar seus desempenhos e resultados comerciais. Peter sabe que
um processo objetivo afastaria alguma inclinação e a emoção da tomada de decisão, mas ele está preocupado,
pois os planos de Ashton levarão muito tempo, e os melhores executivos podem deixar a empresa, em vez de
passar por todos os testes e avaliações. Também, ele sabe, por experiência própria, que os melhores gerentes são
aqueles que simplesmente “se encaixam” na empresa, e não aqueles que, no papel, parecem bons. E pressente
uma dor de cabeça conforme se aproxima o horário da reunião com Ashton.
Questões
1. A decisão que Ludgren e Ashton estão enfrentando é programada ou não programada? Por quê?
2. A partir das informações sobre esse caso, qual é o estilo de decisão dominante de Lundgren para a estrutura
de decisão pessoal? Qual é o estilo dominante de Ashton? Os dois executivos conseguirão eficazmente lide-
rar em conjunto, considerando suas perspectivas e abordagens diferentes?
3. Qual modelo de tomada de decisão — clássico, administrativo ou político — você acha que seria mais apro-
priado para tomar decisões pessoais para a nova empresa? Discuta.
Fonte: Baseado em David A. Light, “Who Goes, Who Stays?”. Harvard Business Review. Janeiro de 2001, p. 35-44.
CAPÍTULO 10 • Richard L. Daft 35
CAPÍTULO 10
Liderança Online
Apertando as Rédeas na Oracle
Muito tem sido escrito sobre o poder da Internet para dar aos funcionários mais informações e maior liberdade.
Mas Larry Ellison, presidente da Oracle Corporation, sabe que a rede global também oferece uma ótima oportu-
nidade para fortalecer o controle e o comando da alta gerência. Ao exigir que os funcionários façam seu traba-
lho via Internet, Ellison pode cuidadosamente rastrear, analisar e controlar o comportamento de cada unidade,
gerente e funcionário globalmente.
A Oracle teve certos problemas há alguns anos porque os gerentes de vendas estavam cortando as transa-
ções nos bastidores ou elaborando acordos de compensação individualizados, particulares, com os vendedores
em países diferentes. Hoje, todos os termos, incluindo os contratos de vendas e as comissões, são ditados do to-
po e transcritos em um banco de dados global. E todas as transações precisam ser registradas no banco de da-
dos, onde podem ser facilmente rastreadas por Ellison na matriz. “Eu adoro administrar a empresa agora”, diz
Ellison. “Eu adoro me envolver em cada detalhe...” Claramente, Larry Ellison gosta de estar no controle, mas ele
tem motivos comerciais sólidos para centralizar as informações e a tomada de decisões. Vários anos atrás, a Ora-
cle percebeu que seu futuro estava na construção de uma sala completa de aplicações na Internet que poderiam
funcionar juntas globalmente, e Ellison sabia que o primeiro passo seria inaugurar o sistema global dentro da
própria Oracle, ou, como Ellison disse, “comer nossa própria ração”.
Primeiro ele precisava desmantelar os feudos desenvolvidos dentro da Oracle. O gerente de cada país tinha
um sistema de e-mail, recursos humanos e relatórios financeiros separados, sustentados por mais de 40 centros
de dados espalhados ao redor do mundo. “Nós não apenas tínhamos 70 sistemas contábeis separados em 70 paí-
ses, mas todos esses países empregaram departamentos de TI para mudá-los de maneiras diferentes”, Ellison co-
mentou. Naturalmente, os gerentes torceram o nariz quando o presidente decretou que agora haveria apenas dois
centros de dados (um na matriz e um centro de backup em Colorado Spring) e um único banco de dados global
para cada função principal. Para acabar com a resistência, Ellison começou globalizando o e-mail, permitindo
que os gerentes vissem como era mais fácil, mais eficaz e mais barato fazer negócios. Em seguida, gradualmen-
te, inaugurou outras aplicações globais baseadas na Internet.
Alguns gerentes ainda não estão felizes com o controle mais apertado que Ellison tem sobre as operações
globais, mas o presidente acredita que isso é necessário para a administração eficaz de uma empresa espalhada,
global. “Executivos. Nós nos sentamos aqui... e pensamos muito em alguma coisa, dizemos às pessoas para fa-
zerem algo”, Ellison diz. “Mas conforme essas ordens são passadas adiante, pelas muitas camadas da burocracia,
elas precisam de mudança e mudança e mudança.” Ellison acredita que o uso da Internet para centralizar o con-
trole e administrar mais “cientificamente” é a melhor maneira de levar a Oracle para o próximo nível.
Fonte: G. Christian Hill, “Dog Eats Dog Food. And Damn If It Ain’t Tasty”. Ecompany News. Novembro de 2000, p. 168-178.
Fonte: Charles Fishman, “Total Teamwork: Imagination Ltd.”. Fast Company. Abril de 2000, p. 156-168.
Fonte: Baseado em Doug Wallace, “The Man Who Knew Too Much”. What Would You Do? Business Ethics, vol. II. Março-abril de
1993, p. 7-8.
CAPÍTULO 10 • Richard L. Daft 37
Questões
1. Faça um esboço de um gráfico da organização mostrando as três divisões da Tucker Company, incluindo a lo-
calização do laboratório. Por que o laboratório seria localizado na divisão de motores para jatos militares?
2. Analise o conflito entre a sra. Hodge e o sr. Franklin. Você acha que o conflito é baseado nas personalidades
ou no modo como a organização é estruturada?
38 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
3. Faça um esboço de um novo gráfico da organização mostrando como você reestruturaria a Tucker Company
para que o laboratório proporcionasse serviços iguais para todas as divisões. Quais vantagens e desvantagens
você vê na nova estrutura, comparada com a estrutura anterior?
Fonte: Reimpresso com a permissão da McMillan Publishing Company do “The Laboratory”. Organizational Behavior: Readings and
Cases. 2. ed., p. 385-387, por L. Katz, preparado sob a supervisão de Theodore T. Herbert. Direitos Autorais © 1981 por Theodore T.
Herbert.
CAPÍTULO 11 • Richard L. Daft 39
CAPÍTULO 11
Liderança Online
Intuit Dá uma Reviravolta na Web
A indústria de serviços financeiros hoje é composta por várias empresas que estão interligadas de várias manei-
ras. Mas poucas assumiram a abordagem da parceria tanto quanto a Intuit, mais conhecida pelo seu software fi-
nanceiro.
A Intuit estava batalhando em meados dos anos de 1990, e os gerentes começaram a procurar um meio de
tornar a empresa central para a administração das finanças dos clientes no mercado em rede. Percebendo que a
empresa não poderia proporcionar todos os serviços financeiros por conta própria, eles começaram a construir
alianças e relacionamentos de parcerias. Hoje, a Intuit tem girado tanto na web que a linha entre os concorren-
tes e os parceiros é quase invisível. Mais de 1.500 instituições financeiras se conectam à gama de produtos e ser-
viços da Intuit por meio da Internet. Por exemplo, os sites da Intuit, Quicken.com e QuickBooks.com
proporcionam links para dezenas de recursos financeiros. As pequenas empresas entram no QuickBooks.com e
têm acesso fácil aos serviços online de folha de pagamento, sistemas de compras e mesmo ferramentas de proje-
to na web. Outros clientes podem usar a Quicken.com como um site que tem de tudo e administrar seus port-
fólios, pagar contas, solicitar empréstimos ou acessar as informações da sua conta bancária, além das funções
regulares de contabilidade e finanças. Os pacotes de software da Quicken e da Turbo Tax agora também vêm com
browsers embutidos que os ligam a uma variedade de recursos financeiros na Web. Um dos parceiros da Intuit,
a Fidelity Investiments, a gigante em fundos mútuos e investimento, licencia a Turbo Tax e a oferece de graça
para seus clientes como um serviço que adiciona valor. “É um benefício enorme para os clientes”, diz Scott
Gilmore da Fidelity, “portanto é uma situação de ganho para todos”.
A operação interna da Intuit é um reflexo da sua operação externa, com centenas de gerentes do produto e
equipes de trabalhadores ligados por meio da Intranet para uniformemente coordenarem seus trabalhos de pro-
duto para produto. Uma equipe de desenvolvimento comercial administra os relacionamentos existentes entre
as múltiplas linhas de produtos. Os altos gerentes estabelecem as metas e os prazos, mas a tomada de decisão
diária e a implementação são descentralizadas para os gerentes de produtos e equipes. “Você não quer um exe-
cutivo tomando decisões sobre como uma característica funciona”, explica Steve Aldrich, gerente geral de de-
senvolvimento de parceria corporativa da Intuit.
A integração uniforme das operações internas e externas virou uma força central para a Intuit, e esta se tor-
na ainda mais importante conforme o mercado de serviços financeiros cresce ainda mais turbulento. “É impos-
sível imaginar a Intuit sem alianças e links”, diz Aldrich. “Nós precisamos de parceiros para termos sucesso. O
negócio é muito complexo.”
Fonte: Loren Fox, “Turn Your Company Outside In — Intuit: Spinning a Wide, Wide Web”, em “Outsmart, Outgun, Outlast:
Seven Winning Business Strategies for the Long Haul”, editado por Jeffrey Davis, Loren Fox e James Lardner. Business2.Com, 20 de
março de 2001, p. 92-103.
pe, escritório em casa, nova tecnologia e espaço para escritório remodelado. Por exemplo, Atle Taerum, agrôno-
mo chefe na Norsk Hydro, passa dois dias por semana em casa, onde cuida da sua fazenda e de seus filhos. Com
seu telefone celular constantemente ligado, Taerum pode prestar consultoria aos clientes da África ou do Orien-
te Médio enquanto ara o campo ou acompanha o rendimento do filho no jardim-de-infância. Antes do arranjo fle-
xível, Taerum disse que estava cansado e infeliz na maior parte do tempo. “Agora eu consigo administrar melhor
meu dia e a minha vida. Acho que estou fazendo um trabalho melhor para a Hydro.” Uma outra funcionária,
Unni Foss, que trabalha como artista gráfica na Hydro Media, conseguiu trabalhar em casa em tempo integral du-
rante os meses que antecederam a morte de seu pai para ficar com ele e ajudar sua mãe. O acordo permitiu que
ela mantivesse seu emprego e salário, de que ela precisava, e permitiu que a Hydro obtivesse o bom trabalho de
uma funcionária talentosa. “Costumávamos focar em quantas horas as pessoas estavam no escritório”, diz Ole
Johan Sagafos, chefe da Hydro Media. “Agora, focamos nos resultados. Não importa para mim o que meus com-
panheiros estão fazendo, contanto que eles nos entreguem os resultados na hora.”
A Hydro vê a sua iniciativa de equilíbrio trabalho-família como elemento estratégico crítico para permane-
cer competitiva. Oferecer flexibilidade para as pessoas em termos de como, onde e quando elas trabalham atrai
funcionários melhores e os torna mais produtivos. Além disso, as iniciativas promovem flexibilidade e diversi-
dade de pensamento, que são imprescindíveis para o mundo no ritmo acelerado de hoje. Ragnhild Sohlberg, vi-
ce-presidente de relações externas e projetos especiais, usa a analogia de um fazendeiro experiente que sabe mais
do que plantar, colher, arar e semear o mesmo campo ano após ano — ele sabe que a terra precisa de um perío-
do para descansar e rejuvenescer. As corporações modernas, no entanto, não pensam duas vezes sobre usar seu
pessoal mais talentoso incessantemente até que ele se canse e peça demissão. “E toda a experiência que possuem
vai embora com eles”, ela disse. “Está perdida. Essa prática não é um bom negócio.”
Fonte: Charles Fishman, “The Way to Enough”. Fast Company. Julho-agosto de 1999, p. 160-174.
Questões
1. Qual é o equilíbrio entre a estrutura vertical e a horizontal na Malard Manufacturing? É apropriado que os ge-
rentes de departamento sempre procurem a ajuda da vice-presidente executiva em vez da ajuda dos compa-
nheiros?
2. Se você fosse a sra. Crandell, como resolveria esse problema? O que faria para facilitar a produção do CV305
nos próximos 30 dias?
3. Que mudanças estruturais você recomendaria para evitar esses problemas nos desenvolvimentos futuros de
novos produtos?
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CAPÍTULO 12
Liderança Online
Nestlé: Fazendo “E-business da Maneira como Fazemos Negócios”
Os líderes na Nestlé USA estão se voltando para a Internet para mudar tudo sobre como a empresa gigante ope-
ra, da compra das matérias-primas ao processamento dos pedidos de compras, e para comercializar os dois mil
e poucos produtos da empresa, como as barras de chocolate Crunch da Nestlé, a massa para bolachas Toll
House e as refeições congeladas Lean Cuisine. O tamanho e o sucesso passado da empresa fazem algumas pes-
soas relutarem diante da mudança (o pensamento “Se não está quebrado, não conserte”), mas os altos-gerentes
estão determinados a implementar gradualmente as mudanças administrativas e estruturais para alcançar as me-
tas do presidente Joe Weller de “fazer e-business da maneira como fazemos negócios”.
A mudança na Nestlé USA, a maior subsidiária da maior empresa alimentícia do mundo, começou literal-
mente no topo — no 21o andar do prédio de escritórios de vidro e aço da matriz da empresa em Glendale,
Califórnia. Os altos gerentes enrolaram seus tapetes orientais e mudaram seus móveis para alguns andares abai-
xo para poderem trabalhar mais próximo das pessoas, transformando as suítes executivas em salas de reuniões
e espaço temporário para os telecomutadores e trabalhadores virtuais. Weller também implementou uma série
de mudanças de cima para baixo destinadas a tornar a empresa uma organização mais enxuta e mais rápida. Uma
delas era a regra: “Não fazer reuniões depois das 10 horas nas sextas-feiras”. Weller acreditava que as pessoas es-
tavam gastando muito tempo em reuniões e não tinham tempo para pensar sobre a estratégia e as metas de lon-
go prazo. Uma outra era o documento “Planta Heliográfica para o Sucesso”, uma folha de papel impressa dos
dois lados que serve como uma declaração de missão, assim como um guia para transformar a Nestlé em uma
empresa empreendedora, em rápida movimentação.
Mas a maior mudança é a estratégia da Internet em si. Em vez de criar uma divisão de e-business separada, os
líderes decidiram fazer do e-business uma parte integral de cada divisão e departamento da empresa. Cada divisão
operacional recebeu um “catalisador de e-business” que ajuda os gerentes a desenvolver as funções de empresa pa-
ra consumidor (B2C) e de business to business (B2B). A estratégia geral B2B da empresa está focada na criação
de sites que ajudam e informam os clientes, em vez de promover as marcas da Nestlé. O site VeryBestBaking.com
oferece receitas e dicas de cozinha; o site VeryBestPets.com aconselha sobre a tosa, saúde e nutrição de cachor-
ros e gatos. A meta é que os sites aumentarão a porcentagem de consumidores que têm um “relacionamento ga-
rantido” com os produtos da Nestlé. Assim como para o B2B, a empresa recentemente lançou o NestléEZOrder,
que eliminará muitos dos cem mil pedidos por telefone ou fax que a empresa recebe a cada ano — e os altos cus-
tos de transação que os acompanham.
Os altos gerentes da Nestlé ainda enfrentam desafios para obter a credibilidade dos funcionários para todas
essas mudanças estruturais, mas eles acreditam que, com a implementação cuidadosa, as mudanças se enraiza-
rão e se tornarão a maneira diária de a empresa fazer negócios.
Fonte: Bill Breen, “Change is Sweet”. Fast Company. Junho de 2001, p. 168-177.
alguns centavos no chão da sala e observou os funcionários à medida que eles entravam — nenhum tentou pe-
gar um centavo do chão. “Alguém consegue dizer o nome do nosso produto mais vendido?”, ela perguntou.
“Xampu V05!” foi a resposta geral. “Dêem uma olhada no chão, e se você vir um centavo, pegue-o”, ela conti-
nuou. “Esse centavo representa nosso lucro total em um vasilhame do Xampu Alberto V05.” Os funcionários já
sabiam dos problemas da empresa, mas isso foi uma surpresa. Desse modo começou o processo de criação de
uma cultura de honestidade e propriedade compartilhada, na qual os funcionários pensam como homens de ne-
gócios e agem como jogadores de uma equipe.
O próximo estágio (mudança) envolveu a criação de um plano específico para a transformação. Uma eta-
pa foi desenvolver uma lista de dez imperativos culturais: honestidade, propriedade, confiança, orientação ao
cliente, compromisso, diversão, inovação, tomada de riscos, velocidade e urgência, e trabalho em equipe. Uma
outra etapa foi criar um papel específico chamado de líder do desenvolvimento do crescimento (LDC). Cada LDC
cuidadosamente selecionado instrui aproximadamente uma dúzia de pessoas, ajudando a realizar a mudança cul-
tural no nível individual e de pequenos grupos. Os LDCs trabalham para desenvolver um espírito de equipe e
ajudar as pessoas a entender como o trabalho delas se encaixa na situação geral. Uma tarefa específica é ajudar
a compreender os Valores Econômicos Individuais, ou VEI, declarações curtas que descrevem como cada indiví-
duo contribui para a produtividade e rentabilidade da organização. Com os VEIs, os gerentes deram aos funcio-
nários mais liberdade e poder para direcionar o sucesso da empresa. Os líderes do desenvolvimento do
crescimento também se envolvem intimamente nas vidas e carreiras das pessoas. Por exemplo, eles as ajudam a
estabelecer metas pessoais e profissionais que alcancem o equilíbrio certo para o indivíduo, reforçando a idéia
de que a Alberto-Culver é uma empresa que respeita e valoriza seus funcionários como indivíduos que possuem
vida fora do trabalho.
Por último, Bernick precisava encontrar meios de fazer as mudanças vingarem (recongelamento). Em to-
das as oportunidades, os gerentes reforçam a doutrina da cultura central de que os indivíduos podem fazer a di-
ferença, e que as empresas não têm sucesso — as pessoas, sim. Os gerentes regularmente medem o progresso
individual e organizacional contra as metas culturais. “Eu realmente acredito que você muda o que você mede”,
diz Bernick. “Uma vez por ano, fazemos uma pesquisa com todos os funcionários para avaliar nosso progresso
contra as metas culturais e para reunir feedback.” Os gerentes também celebram todo sucesso e recompensam
as pessoas por exibirem as atitudes e os comportamentos que se encaixam na nova cultura, como por meio das
opções de ações, Prêmios de Construtores de Negócios e Prêmios de Escolha das Pessoas. “Se você quiser que
algo cresça”, diz Bernick, “regue-o com champanhe”.
Fonte: Carol Lavin Bernick, “When Your Culture Needs a Makeover”. Harvard Business Review. Junho de 2001, p. 53-61.
comunidade local. Uma mudança seria devastadora para eles. Jackson possuía alguns amigos na alta gerência,
mas ela não estava certa de que eles a apoiariam se decidisse lutar contra a venda planejada.
Fonte: Adaptado de Doug Wallace, “Promises Made, Promises Broken”. What Would You Do? Business Ethics, vol. 1. Março-Abril de
1990, p. 16-18. Reimpresso com a permissão de Business Ethics, P. O. Box 8439, Minneapolis, MN 55408, (612) 879-0695.
Depois de uma semana, Jim submeteu seu relatório a seu chefe. Embora não tenha especificamente trazi-
do à tona o assunto, estava aparente que a Lamprey poderia colocar seus dólares de investimento em um banco
e receber um retorno melhor do que com a operação de produção atual da Oconomo.
Ele discutirá o relatório com o presidente. Jim não quer ser responsabilizado por desmantelar a fábrica, um
ato que ele pessoalmente acredita que é errado enquanto houver uma chance que seus custos sejam rebaixados.
“Mas Ripon está certo”, ele diz para si mesmo. “Os custos são muito altos, o sindicato não está disposto a coo-
perar, e a empresa precisa ter um retorno melhor sobre seu investimento se quiser continuar. Parece certo, mas
me sinto fazendo a coisa errada. O que devo fazer?”
Questões
1. Suponha que você queira liderar a mudança para salvar a fábrica de Oconomo. Descreva como você procede-
ria, usando os quatro estágios do processo de mudança descrito no capítulo 12 do livro — forças, necessida-
des, iniciação e implementação.
2. Qual é o tipo primário de mudança necessária: tecnologia, produto, estrutura ou pessoal/cultural? Até que
ponto a mudança primária terá efeitos secundários em outros tipos de mudança na fábrica de Oconomo?
3. Quais as técnicas que você usaria para superar a resistência do sindicato e implementar a mudança?
Fonte: Doug Wallace, “What Would You Do?”. Business Ethics. Março-abril de 1996, p. 52-53. Reimpresso com permissão.
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CAPÍTULO 13
Liderança Online
Vignette Corp. Emprega Pessoas Talentosas Rapidamente
Assim que uma pessoa que está procurando emprego coloca um currículo no site da Vignette, um aviso de rece-
bimento aparece na caixa de entrada de e-mail do recrutador. A Vignette não quer dar à concorrência tempo pa-
ra acertar primeiro na guerra pelo melhor talento em alta tecnologia. O site da Vignette recebe aproximadamente
cem currículos por dia, e todos os candidatos qualificados recebem um telefonema no mesmo dia. Muitas pes-
soas são empregadas dentro de 48 horas.
A Vignette, que fabrica software de aplicações para empresas online, teve de aprender como empregar pes-
soas talentosas rapidamente durante o boom em que ela cresceu de 100 para 2.300 funcionários no mundo todo
em menos de três anos. Mas apesar da pressão de tempo, a Vignette também aprendeu a recrutar e empregar sa-
biamente. Uma abordagem é alavancar o produto principal da própria empresa — uma plataforma comercial usa-
da por empresas feito um canal online para a aquisição e retenção de clientes — como um banco de dados para
recrutamento. “Nós estamos procurando pessoas que não estejam procurando emprego”, diz a diretora de recru-
tamento Stephanie Beard. “Queremos veteranos da indústria... com a habilidade de fazer com que um produto
chegue ao mercado rapidamente.”
Um outro ponto importante é que a carga de recrutamento não fica apenas nos ombros de ARH — na
Vignette, todos os funcionários dedicam 10% de seu tempo ao recrutamento. Greg Peters, principal executivo e
presidente, acredita que uma empresa rapidamente ficará para trás na busca por talentos se o departamento de
recursos humanos fizer tudo. Assim, os funcionários por toda a companhia buscam candidatos qualificados e
enviam formulários de referência para os recrutadores via a Intranet da empresa. Mais de 60% de todas as novas
admissões vêm da referência dos funcionários.
O elemento final na estratégia eficaz de admissão da Vignette são as entrevistas realizadas com revezamen-
to, nas quais os candidatos são entrevistados por pelo menos oito funcionários diferentes, cada um deles focan-
do em uma área diferente das habilidades do candidato. Um recrutador interno realiza a entrevista final, mas as
pessoas por toda a empresa têm a chance de oferecer suas variadas perspectivas e impressões.
A abordagem da Vignette para o recrutamento online e a rápida admissão não é tão crítica hoje, com o cres-
cimento diminuindo e mais pessoas procurando emprego. No entanto, os gerentes da Vignette sabem que a guer-
ra pelo talento de alta tecnologia nunca cessa, e os recrutadores da empresa, o site e os funcionários ainda estão
ativamente recrutando para preencher posições em todo o mundo.
Fontes: Debra Hunter, “How to Hire Great People at Web Speed”. Fast Company. Janeiro de 2001, p. 124-125; e http://www.vignet-
te.com.
Mas Danville recebeu um recado para ligar para o diretor de recursos humanos de uma empresa de tecno-
logia cardiopulmonar para fornecer referências pessoais sobre Terry Winston. Pelo código, Danville pode ver que
ele não estava violando o acordo irrefutável. Ela também ouviu falar que Winston completara um programa de
tratamento de 30 dias, como prometido. Danville sabia que era esperado que ela honrasse o acordo de confian-
ça, mas também sabia que, se os negócios sombrios dele tivessem sido descobertos antes de sua saída, ele teria
sido demitido sem nenhum acordo. Agora pediam-lhe que desse a Winston uma referência para uma outra po-
sição de vendas médicas.
te de compensação reformulado para incluir o patrimônio. Agora, a caminho do refeitório para uma xícara de
café, Maher ouviu Lee Carter discutindo uma possibilidade de emprego com uma outra empresa. Ele está cien-
te dos pacotes lucrativos que estão sendo oferecidos para os gerentes de vendas e de marketing na indústria de
produtos esportivos e não quer perder Carter. Ele gostaria de encontrar um meio de recompensar seu trabalho
árduo e mantê-la na Waterway por pelo menos mais alguns anos.
Maher pediu a você, o único gerente de recursos humanos da empresa, conselhos sobre como mudar o sis-
tema de compensação. No passado, ele havia tratado as coisas informalmente, dando aos funcionários aumen-
tos salariais anuais e bônus, e lidando com cada um deles por vez (como ele fez com os projetistas), quando eles
tinham algumas preocupações sobre suas compensações atuais. Agora, Maher está se questionando se a Waterway
cresceu a ponto de ele precisar estabelecer algum tipo de sistema de compensação formal que possa reconhecer
os funcionários que fazem contribuições extraordinárias para o sucesso da empresa.
Questões
1. O sistema de compensação atual da Waterway parece se adequar à estratégia da empresa de crescimento agres-
sivo e inovação do produto? Como ele pode ser mudado para melhor se adequar?
2. Como você coletaria os dados e projetaria um sistema de compensação competitivo para a Waterway? A sua
abordagem seria diferente para os trabalhadores horistas versus os gerentes?
3. Como os incentivos não monetários podem ter um papel importante em ajudar a Waterway a reter os operá-
rios horistas da fábrica? E os gerentes agressivos e ambiciosos como Lee Carter?
Fonte: Baseado em Robert D. Nicoson, “Growing Pains”. Harvard Business Review. Julho-agosto de 1996, p. 20-36.
CAPÍTULO 14 • Richard L. Daft 49
CAPÍTULO 14
Liderança Online
Apostando na Internet: BET.com
Robert L. Johnson iniciou a rede de televisão Black Entertainment Television (BET) há 22 anos com pouco mais
do que uma boa idéia — um canal na TV a cabo para o público negro. Hoje, a BET é a empresa líder em entrete-
nimento e mídia de propriedade de — e administrada por — afro-americanos nos Estados Unidos. O núcleo da
rede BET alcança mais de 65 milhões de lares e vale mais de dois bilhões de dólares; 90% dos lares afro-america-
nos com cabo estão ligados regularmente no canal. Johnson também alavancou a marca para estabelecer uma em-
presa literária de sucesso para os títulos afro-americanos, uma empresa cinematográfica que produz e comercializa
filmes com temas afro-americanos e filmes feitos para a TV, e mais recentemente um site de sucesso na Internet.
Como a primeira empresa multimídia para os afro-americanos, faz sentido, para a BET, expandir-se no mun-
do da Internet. Johnson fez parcerias com a Microsoft, a Liberty Digital Media, a News Corporation e a USA
Networks para lançar a BET.com. Embora existam dezenas de portais comunitários e sites voltados para os afro-
americanos, a BET está emergindo rapidamente como líder online. Parte disso graças à ênfase da BET na cons-
trução de comunidades online para os afro-americanos, que querem ficar em contato com a música, o estilo de
vida e a cultura negra. Tudo é feito de acordo com as preferências e necessidades da comunidade negra. Por exem-
plo, o canal de notícias fornece as últimas notícias do mundo, com ênfase específica em como elas afetam a co-
munidade afro-americana. Outros canais incluem saúde, música, dinheiro, relacionamentos e estilo. O centro de
carreiras lista centenas de vagas de emprego e oferece conselhos, recursos e oportunidades em televisão para os
profissionais e empreendedores afro-americanos. Alguns dos aspectos mais populares da BET.com, no entanto,
são os quadros de mensagens, as salas de bate-papo e as seções da comunidade, nos quais os membros podem
participar com os outros do GetFit Club (Clube de Exercícios), do Clube de Filmes, de um espaço para a espi-
ritualidade, de grupos profissionais ou de outras áreas de interesse especial.
Essa rica vida em comunidade ajudou a BET.com a ser votada como “O Melhor Site Comunitário Afro-Ame-
ricano de 2001” pela revista Yahoo! Internet Life. Embora os negros continuem atrás dos brancos no acesso à
Internet, a divisão digital está se estreitando. Hoje, os afro-americanos estão se conectando a uma taxa de duas
vezes a da população geral e logo serão 40% do total da população americana na Internet. A BET.com está pron-
ta, dando aos afro-americanos um local onde eles podem ser parte de uma comunidade online próspera, explo-
rar novas áreas de interesse, tirar vantagens das oportunidades para avanços econômicos e obter informações
relacionadas a quase qualquer aspecto de suas vidas.
Fontes: BET.com, acessado em 15 de novembro de 2001; David Whitford, “BET’s Johson: On the Air and in the Air”. Fortune, 24
de julho de 2000, p. 50; T. J. DeGroat, “Blacks Make Most Out of Internet”. DiversityInc.com, Career Center; e Jason McKay,
“African American Websites Are Hooking People Up in More Ways Than One”. Black Entreprise. Outubro de 2000, http://www.black-
entreprise.com.
Fonte: Iris Taylor, “Winning at Diversity”. Working Woman. Março de 1999, p. 36.
Fonte: Baeado em Doug Wallace, “It’s (Still) a Man’s World”. Business Ethics. Julho-agosto de 1998, p. 16.
CAPÍTULO 14 • Richard L. Daft 51
Questões
1. Que sugestões você faria aos gerentes da Draper para ajudá-los a progredir com êxito na administração das
questões de diversidade?
2. Se você fosse o gerente de recebimento e despachos ou de recursos humanos, como acha que se sentiria em
termos de trabalhar na Draper? Quais são alguns dos desafios que você poderia enfrentar nessa empresa?
3. Com base nas informações nesse caso, em que estágio da conscientização da diversidade (Ilustração 14.5 do
livro) os gerentes da Manufatura Draper parecem estar? Discuta.
Fonte: Baseado em “Northern Industries”, um caso preparado por Rae Andre, da Universidade Northeastern.
52 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
CAPÍTULO 15
Estratégias de negócios
Colocar as Pessoas em Primeiro Lugar
A Mágica da Rokenbok
Paul Eichen queria saber como uma empresa iria parecer se o seu único objetivo fosse promover uma vida equi-
librada, saudável e nobre. O trabalho era tudo para Eichen. Ele havia ajudado desde o início uma empresa bem-
sucedida de tecnologia até que ela obtivesse vendas de cem milhões de dólares. No entanto, o trabalho o estava
comendo vivo, então ele deu as costas para o seu emprego lucrativo e bem-sucedido e começou a perseguir a res-
posta à sua própria pergunta.
Como um menino, Eichen amava Legos, kits de modelos e máquinas, uma paixão que provaria ser a sua
salvação para uma vida melhor. “Eu acho que as pessoas tendem a saber o que elas precisam fazer nas suas vi-
das, e podem ignorar o fato ou irem em frente”, diz Eichen. Ele sabia o que precisava fazer: começar uma em-
presa de brinquedos. Mas ainda mais importante, ele queria criar um novo tipo de negócio, algo em que cada
decisão que fosse definir a empresa se baseasse na maneira como ela fizesse as pessoas que lá trabalhavam se sen-
tir. Quando Eichen abriu as portas da Rokenbok Toy Co., ela não era localizada em nenhum parque industrial,
mas em uma vila na praia, em um velho armazém reformado, a apenas uma curta caminhada da areia, com res-
taurantes étnicos e empórios, cafés e sebos como vizinhos. O fato de haver um mundo real cercando Rokenbok
criava uma certa mágica para Eichen e os seus funcionários, que percebiam que onde uma empresa se localiza
determina não somente a viagem para o trabalho, mas também a riqueza da vida do lado de fora do escritório.
O padrão de trabalho na Rokenbok também era diferente daquele de muitas empresas. Contanto que os
funcionários fizessem os seus trabalhos, eles eram encorajados a estabelecer os seus próprios horários, a se ves-
tir como quisessem, a cuidar de sua saúde e a colocar suas famílias em primeiro lugar. Um engenheiro da
Rokenbok descreve que brinca no chão da sala com o seu filho e os brinquedos da empresa, resolve problemas,
trabalha enquanto brinca, brinca enquanto trabalha. Para a maioria dos funcionários da empresa, o trabalho se
tornou uma fonte de reconexão com a família, os amigos e os vizinhos. “Nós estamos tentando criar algo clássi-
co, não descartável. Valores que são importantes pessoalmente — qualidade, diversão construtiva, aprendiza-
gem, sofisticação no desenho — são todas as coisas que nós estamos tentando projetar diretamente no produto,
e isso dá um imenso prazer.”
Nos cinco anos de existência da Rokenbok, seus funcionários realizaram algo notável: criaram uma empre-
sa norte-americana de brinquedos independente, estabelecendo um produto que já ganhou elogios na indústria
de brinquedos e que cresceu de vendas de 2,6 milhões de dólares em 1997 para dez milhões de dólares em 1999.
E mesmo que Eichen acredite que durante o auge das ponto.com cada um de seus gerentes foi sondado e a eles
foram prometidos “milhões instantâneos”, nenhum foi embora. “Os nossos executivos escolheram a qualidade
de vida sobre a sedução da... riqueza”, diz Eichen.
Eichen não se engana em pensar que mesmo os locais de trabalho mais equilibrados consigam prevenir que
a vida fique meio desordenada, mas o estilo de trabalho da Rokenbok permite aos funcionários terem a energia
e a flexibilidade para dar atenção à saúde, às famílias, aos amigos e aos sonhos, assim como ao trabalho. “Veja”,
diz Eichen, “em uma empresa como a Rokenbok, você ainda consegue manter as coisas boas [do trabalho]: es-
tímulo intelectual, atividade social e a diversão de competir para ganhar”. E, além disso, você ainda tem uma vi-
da pessoal. É uma combinação vencedora.
Fonte: Michael Hopkins, “The Pursuit of Happiness”. Inc. Agosto de 2000, p. 72-89.
CAPÍTULO 15 • Richard L. Daft 53
Liderança Online
Na Aramark, B2B Ainda Precisa do Toque Humano
O empregador de Nancy Naatz, a Aramark Corp., é um campeão do e-commerce de negócios para negócios (B2B).
Na verdade, a empresa usa a Internet para pedir mais de 85% das comidas e dos suprimentos de que ela precisa pa-
ra atender a eventos especiais e administrar refeitórios para os seus grandes clientes corporativos. Mas isso não sig-
nifica que Naatz fica em uma cadeira confortável apontando e clicando o dia todo. Ela precisa estar confortável não
apenas com a tecnologia mas também com reuniões e falando com todos os tipos de pessoas pessoalmente. Naatz
passa grande parte de seu tempo patrulhando o refeitório, falando com os funcionários, e consultando com os exe-
cutivos na Sears Roebuck & Co., um dos principais clientes da Aramark. Naatz, cujo título na Aramark é gerente
residente de distrito e serviços comerciais, descobriu que nem tudo pode ser tratado online. Mesmo no mundo de
B2B, um sorriso e um aperto de mão continuam sendo o melhor caminho para o sucesso.
Embora a Aramark seja uma empresa com muito conhecimento da Internet e que usa software que permi-
te que os seus gerentes desfrutem de um banco de dados nacional de distribuidores para fazerem suas compras
online, eles têm a liberdade de fazer o que for preciso para deixar os clientes felizes. Manter contato íntimo com
as necessidades dos clientes é um aspecto importante do emprego. Nas excursões diárias de Naatz até o refeitó-
rio agitado da Sears, ela presta muita atenção ao comprimento das filas em cada balcão de comida, o que a aju-
da a rapidamente captar as tendências dos funcionários e alterar o cardápio e os seus pedidos de comida. Muitas
vezes, Naatz precisa tomar algumas decisões que um computador não consegue. Ela sabe que os executivos da
Sears, por exemplo, querem que os seus jantares formais para premiações sejam bonitos, porém não “sofistica-
dos”. Ela escolhe um cardápio que acredita se enquadrar bem no estilo corporativo casual da empresa.
Uma outra parte essencial do emprego é cultivar um relacionamento com os vendedores locais ou regionais
porque os clientes, muitas vezes, têm necessidades especiais que podem ser difíceis de satisfazer a partir dos com-
modities existentes na Internet. Por exemplo, os funcionários da Sears queriam que sushi fosse adicionado ao
cardápio do refeitório e a alta direção queria bagels (uma rosca judaica) do tipo encontrado em Nova York para
o café da manhã continental diário. “Quando eu me encontro com fornecedores locais, geralmente não é porque
eles têm preços melhores”, diz Naatz. “Eu me encontro com eles geralmente porque nós queremos ter certeza de
obter itens frescos e rapidamente.” Muitas vezes, Naatz julga os contatos em potencial através de uma reunião
cara a cara à moda antiga, antes de começar o negócio de discutir detalhes, negociar termos e fechar acordos.
Após a Sears sair da Sears Tower em 1992, fornecedores de todos os lugares cortejaram a empresa na espe-
rança de conseguir o contrato para a prestação de serviços alimentícios e atendimento aos visitantes para o no-
vo local. O lance da Aramark foi o vencedor. Por quê? Porque a Aramark prometeu ter um ser humano presente
para resolver os problemas para a Sears quando estes surgissem.
Fonte: Kortney Stringer, “People Who Need People”. The Wall Street Journal, 21 de maio de 2001, R14.
ças e comportamento organizacional, parecia ser perfeita para o trabalho. No entanto, durante uma análise com-
pleta da proposta, Sara descobriu certas suposições embutidas nas fórmulas que levantaram algumas bandeiras
vermelhas. Ela abordou Dan Sotal, coordenador da equipe, sobre suas preocupações, mas quanto mais Dan ten-
tava explicar como chegaram às projeções financeiras, mais Sara percebia que a proposta de Kristin estava com
falhas sérias. Não importava como ela tentasse mexer nos números, o máximo que ela conseguia tirar do orça-
mento de 40 milhões de dólares eram 20 horas de treinamento por pessoa, e não as 40 horas que todos espera-
vam por um preço tão alto.
Sara sabia que, embora a proposta tivesse sido elaborada em grande parte antes de ela assumir o cargo, ain-
da assim teria a sua assinatura. Enquanto ela cuidadosamente descrevia os problemas com a proposta para
Kristin e delineava as conseqüências potencialmente devastadoras, Kristin batia o seu lápis impacientemente.
Por fim, ela ficou em pé, inclinou-se para a frente e interrompeu Sara, dizendo em voz baixa: “Sara, faça os nú-
meros funcionarem de forma que tudo some as 40 horas e ainda fique dentro do orçamento de 40 milhões de
dólares”. Sara olhou para cima e respondeu: “Eu não acho que seja possível, a não ser que mudemos o número
de funcionários que serão treinados, ou os números relativos ao custo...”. O sorriso de Kristin congelou no seu
rosto, e os seus olhos saltavam quando ela interrompeu novamente. “Eu acho que você não está me entenden-
do. Nós temos coisas demais em jogo aqui. Faça com que os números anteriores funcionem.” Chocada, Sara come-
çou a perceber tarde demais que Kristin lhe ordenava mascarar os números. Ela sentiu o início de um ataque de
ansiedade enquanto se perguntava o que fazer.
Fonte: Adaptado de Doug Wallace, “Fudge the Numbers or Leave”. Business Ethics. Maio-junho de 1996, p. 58-59. Adaptado com
permissão.
visão e o seu comando. Embora alguns colegas digam que Pischetsrieder é o seu próprio homem, poucos espe-
ram que ele — ou os outros altos executivos — resista à continuação da influência do Piëch.
Não há nenhuma dúvida de que Piëch é um homem de negócios brilhante e de vanguarda. Examinando a
sua história sobre os seus anos na VW, ele pode orgulhar-se de uma das maiores reviravoltas na história da in-
dústria automotiva. Ele ajudou a fazer com que modelos como o Golf e o Passat fossem líderes históricos de ven-
das, e cimentou a presença da VW no importante mercado dos Estados Unidos, com o relançamento do tão
querido VW Fusca (Beetle). As quatro principais marcas mundiais da Volkswagen — VW, Audi, Seat e Skoda —
abocanharam 19% do mercado europeu de automóveis, especialmente à custa da General Motors e da Ford. Os
veículos da VW são responsáveis por um quarto de todas as vendas de carros na América do Sul e metade de to-
das as vendas na China. Em 2000, os lucros da empresa quase dobraram para 1,8 bilhão de dólares em vendas
de 76 bilhões de dólares.
Piëch (cujo avô materno era Ferdinand Porsche) veio para a VW com uma visão de transformar a empre-
sa no fabricante de automóveis mais poderoso e mais respeitado no mundo, e ele está bem a caminho de reali-
zar essa meta. Mas em vez de parar e “cheirar as rosas”, Piëch passou os últimos meses de seu comando como
presidente como se ele estivesse ainda tentando tirar a empresa de uma grande crise. Parte da razão pela qual
a abordagem administrativa de Piëch tem sido bem-sucedida é o seu extenso conhecimento e paixão por car-
ros. Desde os seus dias como aluno de engenharia automotiva no Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em
Zurique, passando por seus dias na Porsche, onde ajudou a criar carros de corrida de classe mundial, até o de-
senvolvimento do Quattro da Audi e o lançamento do VW Beetle, Piëch podia ser visto debaixo do capô de seu
carro, mexendo. Assim, ele conhecia o seu produto e os seus clientes, e como juntá-los, melhor do que nin-
guém na indústria.
No entanto, enquanto ele tem tido muito sucesso como engenheiro, os críticos dizem que a mão de ferro
que Piëch mantinha sobre a empresa deixou a VW com problemas sérios. “Há uma falta de pessoas equipadas
para serem gerentes eficientes”, diz um analista na Alemanha. “Nenhum gerente intermediário pode tomar de-
cisões porque não estão acostumados com isso. Todas as decisões têm sido empurradas para cima.” A aposenta-
doria de Piëch acontece em um momento crítico para a VW, que está enfrentando uma renovada concorrência
com a Ford e outros fabricantes europeus. Uma recente investida em veículos para as classes mais altas arrisca
prejudicar as vendas existentes. Além disso, a VW continua perturbada com os altos custos de mão-de-obra e a
baixa produtividade em muitas de suas fábricas. Alguns colegas acreditam que Pischetsrieder está preparado pa-
ra o desafio de manter a VW no topo, mas analistas ainda se perguntam se ele pode realmente fazer o seu traba-
lho com Piëch olhando sobre seu ombro.
Questões
1. Quais são os traços de personalidade exibidos por Piëch? Você acha que eles contribuíram para uma boa ade-
quação pessoa-emprego como presidente da Volkswagen? Por que sim ou por que não?
2. Quase qualquer pessoa concordaria que Piëch é um executivo autoritário. Você acha que ele é maquiavélico
também? Você acha que essas características terão um impacto positivo ou negativo no futuro da VW? Expli-
que a sua resposta.
3. Imagine que você seja um dos gerentes “de confiança” que Piëch posicionou em um cargo-chave antes de sua
aposentadoria. Você está experimentando um pouco de dissonância cognitiva em relação a trabalhar longas
horas e investir recursos significativos em um dos projetos favoritos de Piëch, um novo modelo de carro de
luxo, de cujo sucesso você tem dúvidas. Como você poderia resolver sua dissonância?
Fontes: Christine Tierney, com Andrea Zammert, Jonann Muller e Katie Kerwin, “Volkswagen”. BusinessWeek, edição Indus-
trial/Tecnologia, 23 de julho de 2001, p. 60-68; Wim Oude Weernick, Georg Auer e Dorothee Ostle, “Pischetsrieder’s In, But
Piëche’s Not Out”. Automotive News, 10 de setembro de 2001, p. 1 e 45; Scott Miller, “New VW Chief Assumes Post at Key Time
— Stronger Rivals and Shadow of Piëch May Make Life Hard for Pischetsrieder”. The Wall Street Journal, 7 de setembro de 2001,
A12; David Woodruff e Keith Naughton, “Hard-Driving Boss”. BusinessWeek, 5 de outubro de 1998, p. 82-87; e Christine Tierney
com Katharine Schmidt, “Who’s Behind the Wheel at Audi?”. BusinessWeek, edição Industrial/Tecnologia, 26 de novembro de
2001, p. 50.
56 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
CAPÍTULO 16
Liderança Online
Uma Revolução do E-commerce na General Motors
Quando Ralph Szygenda chegou à General Motors, os sistemas da tecnologia da informação da empresa esta-
vam tão desatualizados, tão inflexíveis e pessimamente integrados que eles praticamente não tinham uso nen-
hum. Como o primeiro diretor de informática da GM, Szygenda espera mudar tudo isso e levar a GM à era da
Internet. De acordo com o vice-presidente, Harry Pearce, tirar a GM da inércia “foi o desafio mais difícil na
América corporativa”.
Felizmente, Szygenda sempre adorou um desafio. “Na minha carreira, sempre tentei fazer coisas impossí-
veis”, ele diz. Depois de quatro anos no trabalho, o diretor de informática levou a GM em direção à longa meta
de se tornar a primeira empresa de carros totalmente conectada. Um único site Intranet, chamado Sócrates, co-
necta cem mil funcionários ao redor do mundo para que eles possam comunicar-se e colaborar nos projetos. An-
tes, os sistemas da empresa estavam tão afastados uns dos outros que a divisão de Cadillac não conseguia acessar
os dados de marketing reunidos pela Buick, e os engenherios de projeto na matriz em Michigan não tinham um
meio fácil de colaborar com seus colegas no exterior. Além da Intranet, o site da GM para os clientes, GMBuy-
Power, é um dos mais poderosos na Internet, oferecendo mais configurações e opções de comparação do que
qualquer site da Ford ou da DaimlerChrysler, assim como a habilidade de descobrir se o carro está em estoque
em uma concessionária e onde. O site GMPowerSupply da empresa permite que os fornecedores se conectem di-
retamente às fábricas da GM para acessar as programações de produção, estoque, e assim por diante.
A próxima etapa para Szygenda é conectar tudo em um sistema integrado, “sensato e ágil na resposta”, in-
consútil, que faria da GM uma conexão supereficiente de informações entre os clientes e os fornecedores. Essa
integração permitiria que a GM construísse pelo menos metade dos seus carros sob encomenda, cortaria o tem-
po de entrega dos veículos sob encomenda de meses para semanas e cortaria o estoque pela metade. Em outras
palavras, Szygenda quer fazer pelos carros o que Michael Dell fez pelos computadores. É um empreendimento e
tanto, mas Szygenda prospera nessas tarefas monumentais. Ele é conhecido como ótimo realizador de tarefas que
adora o senso de realização que surge com a conclusão de trabalhos impossíveis. Seus altos níveis de energia per-
mitem que ele trabalhe 70 horas por semana e leve para casa quantidades massivas de trabalho no final de sema-
na. No entanto, para contornar a burocracia dentro da GM, ele teve de aprender a subverter algumas de suas
tendências agressivas e dominantes, e a ser mais diplomático e delicado. Ele começou sua campanha ao se en-
contrar individualmente com cada executivo sênior para tentar obter suporte para seus planos. Embora tenha
causado algumas rixas, os altos líderes acreditam que é necessário tirar a GM de sua complacência.
Szygenda também formou uma equipe TI de ponta, usando sua persistência e determinação (as quais ele cha-
ma de “minha melhor qualidade”) para atrair algumas pessoas importantes de outras indústrias, incluindo os al-
tos executivos da Allied Signal, Bell Atlantic e Whirlpool. Szygenda fará o que for necessário para realizar o
trabalho, e ele tem confiança para ir até o fim. “Meu trabalho”, ele diz, “é ter certeza de que tudo se complete”.
Fonte: Alex Taylor III, “Ralph’s Agenda”. eCompany. Julho de 2000, p. 96-101.
pessoal. Ele viu funcionários realmente chorando de gratidão em reação a algumas poucas palavras de louvor de
Novak. E aos poucos começou a ver que drenar as emoções humanas positivas era o principal critério do suces-
so da Tricon, que agora era dona de 30 mil restaurantes da KFC, Taco Bell e Pizza Hut ao redor do mundo. “Eu
sabia que algo estava acontecendo, que era bastante poderoso”, Pearson diz. “Se pudéssemos aprender como atre-
lar esse espírito a algo sistemático, então teríamos algo singular.”
A nova abordagem de Pearson à liderança não é dar ordens, mas buscar as respostas de baixo. Ele conver-
sa com as pessoas e as escuta por toda a empresa, e faz um tremendo esforço para que elas saibam que sua con-
tribuição individual é vital para o sucesso da organização. Se não concorda com algo, em vez de rebaixar as
pessoas e subestimar suas idéias, como teria feito o “antigo” Andy Pearson, ele as desafia a pensar sobre o pro-
blema sob uma nova perspectiva.
Mais significativamente, Pearson agora considera o fato de cuidar dos outros e dar reconhecimento e apro-
vação às pessoas um sinal de força de liderança, não de fraqueza. “Há uma compaixão humana por uma certa
quantia de agressividade”, diz Pearson. “Mas esta não pode ser agressividade implacável.” Qual é o seu conselho
para a liderança de sucesso no local de trabalho de hoje? “Basicamente, tem tudo a ver com a consideração genuí-
na pela outra pessoa”, diz Pearson. “Há um aspecto importante [de liderança] que tem a ver com humildade.”
Fonte: David Dorsey, “Andy Pearson Finds Love”. Fast Company. Agosto de 2001, p. 78-86.
3. Pede o mesmo salário que está recebendo agora. Você sabe que vale isso, e não quer pedir à sua família que
sofra monetariamente, assim como na sua qualidade de vida, durante essa transição.
Questões
1. Qual o estilo de liderança que John Terrill usou? Qual você acha que foi a sua primeira fonte de poder?
2. Com base na teoria de Hersey-Blanchard, Terrill foi menos participativo? Ele deveria ter dado mais autono-
mia para os engenheiros? Explique.
3. Qual abordagem da liderança você teria assumido nessa situação?
CAPÍTULO 17 • Richard L. Daft 59
CAPÍTULO 17
Liderança Online
Na ATX Forms, o Idea Lab Dá Resultados
Glynn Willett, presidente da ATX Forms, começou o Idea Lab como um meio de manter a comunicação fluindo
e de envolver as pessoas, mas o benefício mais importante foi um aumento no moral e maior motivação por es-
sa empresa de softwares tributários de 18 milhões de dólares e 150 funcionários. Considerando que a empresa
está sediada na remota área de Caribou, Maine, esse é um resultado bem recebido. O Idea Lab são sessões sema-
nais de tagarelice potencializadas pela tecnologia, que são gravadas em vídeo e arquivadas na Intranet corpora-
tiva. O segundo escritório da ATX está localizado a 1.700 milhas de distância de Fort Pierce, Flórida, e assim,
Willett queria encontrar um meio para promover maior interação e envolvimento entre um grupo pequeno de
pessoas.
Durante as sessões do Idea Lab, os funcionários têm a chance de dar suas opiniões sobre tópicos que vão
da estratégia do produto à natureza humana, e quase todos os outros tópicos entre esses dois. Todos participam
em pelo menos um Idea Lab por ano, seja pessoalmente ou online. Um Idea Lab debateu se os trabalhadores que
não batiam o cartão para os intervalos para o cafezinho estavam roubando da empresa. Willett concluiu que es-
sas pessoas simplesmente tinham um estilo de vida diferente, portanto ele as tornou assalariadas, ou seja, não
precisam bater o cartão. Em outra sessão, os funcionários sugeriram o uso de um sistema telefônico que envias-
se os pedidos de produtos para o vendedor mais eficaz para aquele produto específico, uma idéia que resultou
em um aumento de 12% nas vendas em relação ao ano anterior.
Embora essas idéias comerciais e resultados sejam bem-vindos, o papel mais importante para os fóruns do
Idea Lab foi que eles ajudaram a fazer da ATX um local melhor, onde as pessoas gostam de trabalhar. A prática
teve um excelente resultado: a comunicação melhorou, os trabalhadores distantes foram reunidos, a motivação
e o moral estão altos, e as coisas acontecem rapidamente. Não é nenhuma surpresa que a empresa tenha uma ta-
xa de rotatividade surpreendentemente baixa de 0% para os programadores e menos de 5% para todos os outros.
ter um estilo de vida mais saudável é um dos nossos valores.” Em meio ao mundo superativo da tecnologia da in-
formação, Soderberg criou um negócio que permite que ele e seus funcionários tenham tempo para viver.
Fonte: Ethan Watters, “Come Here, Work, and Get Out of Here. You Don’t Live Here. You Live Someplace Else”. Inc., 30 de outu-
bro de 2001, p. 56-61.
Fonte: Baseado em Doug Wallace, “Promises to Keep”. What Would You Do? (reimpresso da Business Ethics), vol. II. Julho-agosto de
1993, p. 11-12. Reimpresso com a permissão da Business Ethics Magazine, P.O. Box 8439, Minneapolis, MN 55408 (612) 879-0695.
eletrônicos e eletrodomésticos, onde a habilidade de vendas extras rende, mas Patterson acredita que estender o
sistema para a loja toda atrairá vendedores melhores, aumentará a motivação e permitirá que os funcionários ga-
nhem mais dinheiro. Por exemplo, sob o plano antigo, uma nova vendedora de roupas femininas ganharia apro-
ximadamente 18 mil dólares por ano com base em salários horistas e uma comissão de 0,5% sobre 500 mil dólares
em vendas. Sob o novo plano, o pagamento anual seria de 35 mil dólares, baseado em uma comissão de 7% so-
bre as vendas de 500 mil dólares. Patterson implementou o novo sistema em duas lojas da área primeiro e pla-
nejou distribuí-lo por toda a rede dentro dos seis meses seguintes.
Juan Santore, que trabalha na área de calçados masculinos, está entusiasmado com a mudança. Seu paga-
mento aumentou, na média, em 150 dólares por semana. Mas nos outros departamentos, como no de lingerie fe-
minino, os funcionários não estão tão entusiasmados. Fazer vendas suficientes por semana para receber seus
salários anteriores é quase impossível, especialmente quando a economia desacelera. Mesmo durante o período
de festas, muitos funcionários viram seus pagamentos diminuír numa média de 8%.
Patterson está prestando bastante atenção nas flutuações dos pagamentos. Ela se preocupa com o fato de o
sistema de comissões não funcionar tão bem para a compra de itens pequenos como funciona para os itens de
preços mais altos. Além disso, uma questão é se a Kimbel’s consegue cumprir sua meta de criar mais vendedo-
res voltados para os clientes quando eles trabalham com comissões. Os vendedores estarão menos dispostos a li-
dar com as queixas, fazer retornos e limpar as prateleiras, preferindo, em vez disso, correr atrás de clientes.
Ademais, custará para a Kimbel’s aproximadamente um milhão de dólares por loja para instalar o sistema de co-
missão por causa dos programas de treinamento, da atualização dos computadores e do aumento no pagamen-
to em muitos departamentos. Se o impacto geral sobre o serviço for negativo, a eficiência aumentada poderá não
ter valor.
Questões
1. Quais teorias sobre a motivação são fundamentais para a mudança de salário para pagamento por comissão?
2. As necessidades de alto nível são satisfeitas sob o sistema de comissão?
3. Como cliente, você preferiria fazer compras onde os funcionários são motivados para ganhar comissões?
Fontes: Baseado em Francine Schwadel, “Chain Finds Incentives a Hard Sell”. The Wall Street Journal, 5 de julho de 1990, B4; Amy
Dunkin, “Now Salespeople Really Must Sell for Their Supper”. BusinessWeek, 31 de julho de 1989, p. 50-52; e Terry Pristin,
“Retailing’s Elite Keep the Armani Moving Off the Racks”. The New York Times, 22 de dezembro de 2001, D1.
62 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
CAPÍTULO 18
Liderança Online
A Amazon.com Mantém Registros do “Batimento Cardíaco” dos Funcionários
Como os gerentes na Amazon.com se mantêm em contato com as opiniões e os sentimentos dos funcionários
sobre as decisões da empresa? Medindo o pulso coletivo da organização duas vezes por semana.
A Amazon trabalha com a eePulse, um provedor de serviços de aplicação com sede em Ann Arbor, Michigan,
para que questionem eletronicamente os funcionários duas vezes por semana sobre suas opiniões e atitudes a
respeito de vários desenvolvimentos dentro da empresa. A pesquisa eletrônica e a ferramenta de comunicações
usam um formato de questionário e pedem aos funcionários que classifiquem seu “pulso”, ou nível de energia.
As respostas variam de “não fazer muito, não se divertir” a “soterrado com trabalho e precisa de ajuda”. Os fun-
cionários também têm a oportunidade de comentar abertamente sobre seu ambiente de trabalho. Essas pesqui-
sas rápidas por e-mail, que levam aproximadamente dois minutos para serem completadas, proporcionam
feedback regularmente, permitindo que os gerentes coletem informações e avaliem como as coisas estão indo em
tempo real. “As mudanças ocorrem muito rapidamente aqui”, diz um gerente. “A pesquisa com as pessoas, por
e-mail, é consistente e rápida, e proporciona os dados de que precisamos.” Os funcionários são encorajados a fa-
lar com seus gerentes sobre quaisquer preocupações específicas. E os gerentes são treinados para usar eficazmen-
te o eePulse e mapear os problemas potenciais, como os “batimentos cardíacos” baixos ou um funcionário cujo
batimento está para estourar por excesso de trabalho.
Considerando que os gerentes adoraram a nova ferramenta de comunicação desde o início, os funcionários
demoraram um pouco mais para se aquecer. Com as pesquisas administrativas típicas, os funcionários raramen-
te vêem as mudanças depois de os resultados serem compilados e publicados, e os funcionários na Amazon es-
peravam que este fosse apenas mais um questionário inútil. No entanto, depois de vários meses em que os
gerentes da Amazon consistentemente relataram os resultados de volta para os funcionários e fizeram esforços
sinceros para resolver as preocupações, as atitudes para com o eePulse mudaram. Algumas pessoas até gostam
de regularmente ficar a par dos resultados da pesquisa e descobrir o que seus colegas estão dizendo sobre suas
funções e sobre a empresa.
Fonte: Teresa Wellbourne, “New ASP Takes Workforce’s pulse”. The New Corporate University Review (Julho-Agosto, 2001), p. 20-21.
dade de aprendizado”, na qual é pedido aos proprietários que participem (e a maioria participa). Aqueles que
participam na comunidade de aprendizado não podem esconder nada dos outros membros e precisam contri-
buir com informações, cifras de vendas, idéias e observações sempre que for pedido. Um outro mecanismo for-
mal é o Clube dos Números, no qual os proprietários concordam em abrir seus livros para a empresa controladora
e para as outras padarias no sistema. Em retorno, os membros recebem um resumo sobre onde os outros pro-
prietários estão classificados em termos das cifras de vendas das lojas e do desempenho em todas as categorias
do quadro de diretores. E isso permite que os franqueados encontrem lojas com ambientes similares ao seu, co-
mo o tamanho da padaria, o mercado e o nível da mão-de-obra, que podem ter mais sucesso em alguma área de
desempenho. Com essas informações, o membro do Clube dos Números pode ligar para uma outra loja e esta-
belecer um relacionamento de mentoring. Com o auxílio do Travel Match, que paga metade das despesas, o do-
no da loja ou um funcionário pode visitar a loja mais bem-sucedida e descobrir como ela está fazendo as coisas
melhores.
A Great Harvest também usa outros meios para captar e comunicar as idéias. Por exemplo, um site interno
na Web, chamado Breadboard, inclui artigos dos funcionários e cobertura da imprensa externa; discussões con-
tínuas no bate-papo eletrônico sobre qualquer coisa, desde novas receitas e manutenção dos equipamentos até
dicas sobre as promoções sazonais; e arquivos que permitem que os usuários retirem informações sobre ques-
tões específicas. Os boletins informativos, as viagens de campo, as conferências anuais e as sessões de treinamen-
to, tudo serve para permitir que mesmo as pequenas idéias viajem, cresçam e evoluam.
Fonte: Michael Hopkins, “Zen and the Art of the Self-Managing Company”. Inc. Novembro de 2000, p. 54-63.
Questões
1. Quais as técnicas que aumentaram a eficácia da comunicação de Rich Langston? Discuta.
2. Você acha que uma política de portas abertas era o meio correto para melhorar as comunicações para cima?
Quais outras técnicas você sugeriria?
3. Quais problemas você acredita que uma política de portas abertas cria? Você acha que muitos funcionários es-
tão relutantes em usá-la? Por quê?
Fonte: Baseado em Everett T. Suters, “Hazards of an Open-Door Policy”. Inc. Janeiro de 1987, p. 99-102.
CAPÍTULO 19 • Richard L. Daft 65
CAPÍTULO 19
Colocar as Pessoas em Primeiro Lugar
Um Executivo de Alta Tecnologia Aprende sobre o Trabalho em Equipe
Muito do que Doug Webb sabe sobre o trabalho em equipe ele aprendeu durante os seus dez meses como mem-
bro da tripulação do iate Lógica, ao participar da BT Global Challenge, uma corrida ao redor do mundo para ama-
dores, muitos dos quais velejando pela primeira vez. Os concorrentes se lançavam ao mar com barcos idênticos
em todas as formas, e as tripulações eram escolhidas pelos organizadores da corrida na tentativa de deixar tudo
tão igual quanto possível. O que faz a diferença é a habilidade de transformar rapidamente um grupo de indiví-
duos diversos em uma equipe de alto desempenho.
Webb descobriu que uma das chaves está em se certificar de que todos se sentem iguais, e de ajudar cada
indivíduo a contribuir com todo o seu potencial. Nos negócios, muitas vezes a tendência é identificar os mem-
bros menos confiáveis ou mais fracos de uma equipe e substituí-los, mas durante a BT Global Challenge, isso
não era possível. Portanto, era importante identificar e compreender as motivações, os interesses e as capacida-
des de todas as pessoas e usá-los em benefício do bem comum. Com um treinamento eficaz, os indivíduos que
inicialmente pareciam ser os menos competentes tornaram-se membros-chaves da equipe, com o líder capaci-
tando-os a assumir papéis onde eles podiam fazer uma contribuição máxima e evitando áreas em que eles pro-
vavelmente fracassariam. O sucesso gera confiança, e quando as pessoas cresciam nos seus papéis, suas
contribuições se expandiam. Um outro aspecto importante para a construção da equipe é a comunicação. A tri-
pulação do Lógica se reuniu muito antes da corrida para poder se conhecer e para estabelecer as regras básicas
sobre como eles iriam comunicar-se, aprendendo a aceitar feedbacks positivos e negativos. A ênfase estava na
habilidade em ter conversações abertas e francas sem que os membros da tripulação se sentissem prejudicados
ou inseguros quanto ao seu desempenho.
Durante a corrida em si, todos se engajaram em avaliar e em aprender com os erros, assim como em cele-
brar cada realização. Os conflitos eram discutidos abertamente em vez de deixar que inflamassem e crescessem.
A equipe do Lógica terminou no quarto lugar de um grupo de 12 equipes de corrida. Mas a “vitória” mais im-
portante para Webb foi que, ao retornar ao seu trabalho como diretor financeiro da Lógica, uma empresa líder
na tecnologia da informação com mais de 11 mil funcionários em 28 países, levou consigo as lições sobre o tra-
balho em equipe que aprendeu no mar.
Fonte: Doug Webb, “Rhyme of the Ancient Manager: A High-Tech Exec Takes a New Tack”. Forbes, 10 de setembro de 2001,
p. 76-79.
Liderança Online
O Mundo Virtual da VeriFone
A VeriFone, um fornecedor de equipamento para a verificação de cartões de crédito e pagamentos automatiza-
dos, começou como uma empresa virtual há mais de 15 anos, e hoje usa equipes virtuais em todos os aspectos
de seu negócio. As equipes de gerentes de instalações trabalham juntas para determinar como reduzir as toxinas
nos seus escritórios. Grupos de marketing e de desenvolvimento fazem tempestades de idéias para produtos no-
vos. Os representantes de vendas agrupam informações e testemunhos de clientes.
O conceito de equipes virtuais da VeriFone é muito flexível. Algumas equipes podem incluir somente fun-
cionários da VeriFone, enquanto outras incluem pessoas de fora, como os funcionários de um cliente ou de um
parceiro. Algumas são permanentes, como as equipes operacionais que dirigem suas empresas virtualmente, e
outras são temporárias. Qualquer funcionário pode organizar uma equipe virtual temporária para trabalhar em
um problema específico. Por exemplo, um representante de vendas enviou um SOS quando viu uma importan-
te venda em potencial na Grécia desmoronando. Da noite para o dia, uma equipe composta de vendas, marke-
ting e assessores para apoio técnico do mundo todo se reuniu online para proporcionar dados e testemunhos que
finalmente ajudaram o representante grego a fazer a venda.
Apesar de toda essa flexibilidade, a VeriFone tem algumas “regras” bastante rígidas para assegurar que as
equipes não sejam formadas fortuitamente. Os funcionários completam um programa de treinamento de 40 ho-
66 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
ras, no qual aprendem como criar uma equipe virtual bem-sucedida. Além disso, os líderes de equipes virtuais
seguem procedimentos escritos preparados pelos gerentes seniores da empresa. A VeriFone oferece as seguintes
diretrizes para as equipes virtuais bem-sucedidas:
1. Defina o propósito. Uma equipe da VeriFone sempre começa colocando o seu propósito por escrito. Isso man-
tém todos no caminho certo e previne os equívocos.
2. Recrute membros da equipe. A maioria das equipes virtuais deve ter entre três e sete membros. E a equipe deve
incluir pessoas que representam uma diversidade de pontos de vista e experiências. A escolha de membros em
fusos horários diferentes significa que trabalho produtivo pode ser desempenhado 24 horas por dia.
3. Determine a duração da equipe. Decida se o propósito e as metas pedem uma força-tarefa, uma equipe de solu-
ção de problemas de curto prazo ou uma equipe operacional de longo prazo.
4. Escolha a tecnologia de comunicações. Todo o pessoal da VeriFone é muito bem treinado em como usar as ferra-
mentas de comunicação e também em quando usá-las. As diretrizes gerais são de que, para manter o contato re-
moto, as equipes devem usar bips, telefones celulares e correio de voz; para disseminar as informações, usar o
fax, o correio eletrônico e o compartilhamento de aplicações sobre a rede. Para tempestades de idéias, discus-
sões e tomadas de decisões, as equipes usam o correio eletrônico, mensagens instantâneas, chamadas de con-
ferência e videoconferências. A escolha da ferramenta correta é fundamental para o sucesso da equipe virtual.
Os funcionários da VeriFone também são treinados para compreender as armadilhas psicológicas da comu-
nicação virtual. Algumas sutilezas de significado sempre se perdem, e equívocos são mais comuns do que quan-
do as equipes trabalham fisicamente juntas. O correio eletrônico, em especial, pode levar a equívocos, portanto,
os membros de equipes se comunicam por telefone ou por videoconferência sobre as questões sensíveis ou com-
plicadas.
Fonte: William R. Pape, “Group Insurance”. Inc. Technology, 1997, n. 2, 29, 31.
ticipar dos jogos de beisebol ao suborná-los com comida e cerveja de graça. “Se ao menos eu tivesse um Donald
Peterson em Lubbock, as coisas andariam de forma muito mais tranqüila”, pensou ela. “Esses trabalhadores não
confiam na gente da maneira que os trabalhadores em Wichita confiavam nele.” Parece que não importava o tan-
to de esforço de Howard e sua equipe para fazer o projeto funcionar em Lubbock, o moral continuava a cair e os
conflitos entre os diferentes grupos de trabalhadores na verdade pareciam até aumentar.
Questões
1. Quais são os tipos de equipes descritos no capítulo 19 do livro que são representados nesse caso?
2. Por que você acha que o projeto de equipes teve êxito em Wichita e não está funcionando em Lubbock?
3. Que conselho você daria a Suzanne Howard e sua equipe para melhorar o clima de envolvimento dos funcio-
nários na fábrica de Lubbock?
Fonte: Baseado em Michael C. Beers, “The Strategy That Wouldn’t Travel”. Harvard Business Review. Novembro-dezembro de 1996,
p. 18-31.
CAPÍTULO 20 • Richard L. Daft 69
CAPÍTULO 20
Liderança Online
Tesco.com
Quando a rede de supermercados número um da Grã-Bretanha, a Tesco, decidiu lançar sua divisão ponto.com,
a principal coisa que os gerentes focaram foi em garantir a rentabilidade. A Tesco implementou controles finan-
ceiros rígidos desde o começo, lançando o negócio na Internet de dentro das lojas atuais de supermercado da re-
de. Os gerentes desenvolveram e refinaram a fórmula por anos, mantendo uma abordagem administrativa calma
e de acordo com os números, a qual hoje dá à Tesco o título de o maior e mais bem-sucedido supermercado
online do mundo.
A idéia de criar uma versão eletrônica de um entregador da década de 1950 parecia simples, mas para mui-
tos supermercados online, como o Webvan, sediado nos EUA, os detalhes básicos provaram ser mais difíceis. A
Webvan teve de construir seu negócio na Internet a partir do zero, exigindo enormes investimentos em novos pré-
dios e infra-estrutura. Além disso, colocou muita energia no crescimento rápido, e muito pouca no controle finan-
ceiro. O gráfico a seguir compara as demonstrações de lucro e perdas simplificadas da Tesco.com e da Webvan.
A Tesco.com tinha uma vantagem embutida por ser parte do empreendimento Tesco, o que permitiu que a
operação fosse amparada pela empresa controladora, alavancando sua marca, os fornecedores, a propaganda e o
banco de dados de clientes. A Tesco começou oferecendo a entrega a partir de apenas uma loja, gradualmente es-
palhando o serviço online para outras áreas. A Webvan tentou fazer muito logo no início, almejando entrar em
24 mercados dos Estados Unidos em três anos. Para tanto, ela precisou construir duas dúzias de armazéns de
distribuição de alimentos automatizados a um custo de aproximadamente 35 milhões de dólares por prédio. De-
pois de construir apenas três armazéns, os números da Webvan começaram a ficar cada vez piores, e a nova em-
presa foi à bancarrota em julho de 2001. Sem fornecedores existentes ou base de clientes, os custos fixos
rapidamente soterraram as receitas da Webvan. Porém, a Tesco.com não construiu nada, escolhendo pegar os
produtos das prateleiras dos supermercados existentes. Usando a abordagem da seleção com base nas lojas, a em-
presa manteve os custos iniciais baixos — a Tesco gastou apenas 58 milhões de dólares na sua operação pon-
to.com durante os primeiros quatro anos. Observe que, na demonstração de lucros e perdas, os custos de
marketing e administrativos por pedido da Tesco são de apenas 5,67 dólares, comparados a um custo de 133,04
dólares por pedido para a Webvan.
Ao manter os controles rígidos sobre os custos operacionais, checando e rechecando a matemática para ter
certeza de que a empresa estava na direção certa, a Tesco lentamente estendeu o serviço online para mais de um
terço de seus 690 supermercados britânicos — colocando-os ao alcance de 91% da população britânica. A em-
presa previa receitas de mais de 2,2 bilhões de dólares por volta de 2004, com lucros líquidos de aproximada-
mente 200 milhões de dólares.
TESCO WEBVAN
Média de Vendas $ 123,25 $ 114,00
Menos:
Custos dos produtos $ 85,66 $ 83,00
Outros custos da loja $ 15,16 —
Marketing e administração $ 5,67 $ 133,04
Seleção e entrega $ 17,80 $ 30,00
Mais:
Taxa de entrega $ 7,25 —
Lucro líquido (Perda) $ 6,21 ($ 132,04)
Fonte: Andy Reinhardt, “Tesco Bets Small — and Wins Big”. Business Week e.biz, 1o de outubro de 2001, EB26-EB32.
70 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
Fontes: Geoffrey Calvin, “The Anti-Control Freak”. Fortune, 26 de novembro de 2001, p. 60 e 80; e Ricardo Semler, “How We Went
Digital Without a Strategy”. Harvard Business Review. Setembro-outubro de 2000, p. 51-58.
mente importante para muitos pacientes, mas deles também percebe que alguns estão abusando, assim como
as agências.
A caminho do trabalho, Rhonda considerou suas alternativas. Ela sabia que alguns de seus clientes não pre-
cisavam mais de tratamento. Mas ela também sabia que precisava do emprego, e a maioria dos pacientes era so-
litária e aguardava ansiosa a visita das enfermeiras. Rhonda se perguntava se havia uma maneira melhor de
controlar custos e proporcionar o melhor tratamento para seus pacientes.
Fonte: Baseado em George Anders e Laurie McGinley, “Medical Morass: How Do You Tame a Wild U.S. Program?”. The Wall Street
Journal, 6 de março de 1997, A1, A8.
to, contribuição e o espírito de corporação são recompensas intrínsecas que florescem na Lincoln Electric. As
equipes multifuncionais, com autoridade para tomar decisões, assumem a responsabilidade pelo planejamento
do produto, desenvolvimento e marketing. As informações sobre as operações da empresa e o desempenho fi-
nanceiro são abertamente compartilhadas com todos os trabalhadores.
A Lincoln enfatiza a antecipação e a resolução dos problemas dos clientes. Os representantes de vendas re-
cebem o treinamento técnico de que eles precisam para entender as necessidades dos clientes e ajudá-los a en-
tender e usar os produtos da Lincoln, e resolver os problemas. Esse foco no cliente é apoiado pela atenção ao
processo de produção por meio do uso de padrões rígidos de responsabilidade total e medidas formais para a
produtividade, qualidade e inovação para todos os funcionários. Além disso, um programa de software chama-
do Rhythm é usado para encaminhar o fluxo dos produtos e materiais no processo de produção.
O sistema da Lincoln tem funcionado extremamente bem nos Estados Unidos. Os valores culturais, a co-
municação aberta e os sistemas de controle formais e de recompensa interagem para alinhar as metas dos ge-
rentes, dos funcionários e da organização, assim como para encorajar o aprendizado e o crescimento. Agora a
Lincoln está descobrindo se seu sistema pode dar certo no exterior. Embora a maior parte dos lucros da
Lincoln venha das operações domésticas, e um empreendimento no exterior na década de 1990 tenha feito a
empresa perder muito dinheiro, a alta direção queria expandir globalmente, porque os mercados estrangeiros
estão crescendo muito mais rapidamente do que os domésticos. Até agora, os gerentes da Lincoln não desen-
volveram um plano de controle estratégico para as operações globais, dependendo, em vez disso, da duplica-
ção do sistema doméstico.
Questões
1. Que tipos de controle — adiantamento de informações, simultâneo ou de feedback — estão ilustrados neste
caso? Explique.
2. Com base no que acabou de ler, o que você acha que faz a Lincoln ter tanto sucesso?
3. Você caracterizaria a Lincoln Electric como tendo uma abordagem primariamente burocrática ou descentrali-
zada para o controle? Explique sua resposta.
Fonte: Baseado em Joseph Maciariello, “A Pattern of Success: Can This Company Be Duplicated?”. Drucker Management, no 1. Pri-
mavera de 1997, p. 7-11.
CAPÍTULO 21 • Richard L. Daft 73
CAPÍTULO 21
Colocar as Pessoas em Primeiro Lugar
A Grant J. Hunt Co. Gosta do Toque Pessoal
Por cinco gerações, a Grant J. Hunt Co., uma empresa familiar, buscou novas tecnologias para acelerar seus ne-
gócios de distribuição de alimentos. Assim, quando as equipes de vendas começaram a lançar o conceito de um
mercado de hortifrutis online, Grant Hunt, então com 47 anos, escutou. Um executivo de uma empresa no mer-
cado B2B garantiu a Hunt que ele poderia despedir metade do seu pessoal de vendas por causa das eficiências
ganhas. Outros apontaram para o potencial em obter novos clientes no mundo todo e ganhar preços mais altos,
anunciando os hortifrutis para os mais altos licitadores.
Ainda hoje, os vendedores da Hunt estão trabalhando do mesmo jeito que trabalharam por anos, compran-
do e vendendo hortifrutis usando o telefone e o fax. Embora os mercados B2B colocassem Hunt em contato com
um intermediário de novos clientes potenciais, a maioria deles eram operações marginais com histórias de cré-
dito nebulosas. Além disso, Hunt estava um pouco desconfiado quanto à natureza pública das trocas, o que sig-
nificava que todos os tipos de informações confidenciais poderiam vazar para os clientes e os concorrentes. No
entanto, a principal desvantagem era que o mercado online não dava a atenção pessoal aos clientes ou às condi-
ções de mercado que estão constantemente mudando. “Nenhum site de B2B pode dizer para um comprador em
um supermercado, ‘Que tal uma promoção especial de tomates neste fim de semana, pois estamos recebendo bas-
tante tomates no momento?’”, diz Hunt.
A Hunt Co. sempre tentou desenvolver relacionamentos íntimos e personalizados com seus fornecedores e
clientes, negociando os contratos individualmente. Hunt se orgulha do fato de que os clientes confiam nele a
ponto de fornecerem informações precisas e honestas. Ele e seus vendedores fazem visitas diárias aos grandes
supermercados e aos sacolões locais, cumprimentando todo mundo e conversando com todos. O restante do tem-
po, eles passam grudados ao telefone, combinando as produções com compradores, como as redes de supermer-
cados regionais, atacadistas e redes de restaurantes, geralmente variando seus preços, quando necessário, com
cada cliente para fechar um negócio. “A Internet é muito boa em receber mensagens e enviá-las para o mundo
todo”, ele diz. “Não é assim que o nosso mundo funciona.”
Hunt descobriu que os relacionamentos que ele havia desenvolvido e os processos que possuía eram tão efi-
cientes que ele tinha pouco a ganhar ao juntar-se à loucura do mercado B2B. De fato, com o tempo, muitas das
novas empresas perceberam que o negócio de hortifrutis online não se encaixa muito bem no conceito de merca-
do online. A BuyProduce.com, por exemplo, mudou a ênfase do seu negócio de troca para ajudar empresas de
hortifrutis, como a Hunt, a melhorar seus próprios sistemas internos. Hunt faz questão de dizer que ele não é an-
titecnologia. “Se ela fornecesse algo que tivesse um verdadeiro valor, eu a usaria num piscar de olhos.”
Fonte: Lee Gomes, “How Lower-Tech Gear Beat Web ‘Exchanges’ at Their Own Game”. The Wall Street Journal, 16 de março de
2001, A11.
Liderança Online
Experiência Básica da BMW na Web
Com uma imagem de “A Máquina Motriz Básica”, o departamento de marketing da BMW da América do Norte
tinha de inventar algo muito moderno para criar uma experiência relativa na Internet. Assim, ele desenvolveu o
Centro Virtual BMW (www.bmwusa.com), no qual o componente-chave é a seção “Construa Seu Próprio Car-
ro”, que permite aos usuários projetar uma BMW com suas especificações exatas.
Quando os clientes entram na seção “Construa Seu Próprio Carro”, eles são guiados pelas várias opções de
cores, rodas, motores, pacotes de opções e adicionais individuais. “Nós queríamos dar aos clientes uma ampla
variedade de opções que eles poderiam ter em termos da construção de sua próxima BMW”, diz Jim McDowell,
vice-presidente de marketing. Cada atributo demonstrado — desde a cor até as opções, o preço e o financiamen-
to — é automaticamente atualizado com cada clique do mouse, para que o cliente saiba exatamente como sua
seleção mudou a aparência e o custo do carro. O cliente pode voltar e mudar suas preferências, pular alguns atri-
butos, e até mesmo salvar um número ilimitado de BMWs virtuais por no máximo 30 dias, para considerar as
escolhas. Quando um modelo específico é selecionado, o cliente consegue visualizar as informações de financia-
74 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
mento e contatar uma concessionária local para fazer um test-drive. Cada etapa do processo é projetada para ser
interativa, intuitiva e divertida — o mesmo sentimento de dirigir uma BMW com alto desempenho.
Os executivos dizem que o “Centro Virtual” tem tido um papel importante nos registros de vendas da BMW
nos últimos anos. Em 1999, os visitantes do site construíram e salvaram mais de cem mil veículos virtuais, muitos
dos quais acabaram como carros reais nas garagens dos clientes. Além disso, as configurações dos carros salvas no
site tornaram-se uma arma estratégica para o departamento de marketing, que está sempre procurando meios para
oferecer carros que melhor se adaptem às necessidades e aos desejos dos clientes. A análise das configurações vir-
tuais ajudou a BMW a entender a combinação de atributos, cores e opções que os clientes mais querem.
Fonte: Dan Carmel, “BMW Drives New Web Strategy”. EC World. Outubro de 2000, p. 66-68.
Fonte: Baseado em Denise Gellene, “Internet Marketing to Kids is Seen as a Web of Deceit”. Los Angeles Times, 29 de março de
1996, A1, A20.
CAPÍTULO 21 • Richard L. Daft 75
Questões
1. Com sua recém-descoberta segurança sobre a tecnologia da informação, você acha que a Tri-Angle poderia
acabar caindo na armadilha de informações de qualidade ruim ou sobrecarga de informações? Por que sim ou
por que não?
2. Como a tecnologia da informação contribui para a administração do conhecimento da Tri-Angle? Quais as ou-
tras vantagens estratégicas que a SIA proporciona?
3. O que você recomendaria para a Tri-Angle como um primeiro passo no e-business? Por quê?
Fonte: Baseado em Joshua Macht, “The Accidental Automator”. Inc. Tech,. no 2, 1997, p. 66-71.
76 A D M I N I S T R A Ç Ã O — Editora Thomson
CAPÍTULO 22
Colocar as Pessoas em Primeiro Lugar
Cosmi Corp. Gosta da Abordagem de Administração da Antiga Escola
A maioria dos fabricantes de software investe muito tempo, dinheiro e energia para ficar em dia com as tendên-
cias na tecnologia e nas técnicas administrativas. Mas não a Cosmi Corp., uma empresa de 25 milhões de dóla-
res que vende software a preço acessível para o mercado em massa. “Apenas porque algo pode ser feito não
significa que ele deve ser feito”, diz o fundador e presidente da Cosmi, George Johnson. Enquanto outras em-
presas de tecnologia abraçam tendências como a terceirização e a última tecnologia, a Cosmi apenas continua fa-
turando — e muito —, mantendo-se fiel ao básico da administração antiga: colocar clientes e funcionários em
primeiro lugar e prestar muita atenção à eficiência operacional e ao controle.
A Cosmi assume uma abordagem de longo prazo para o desenvolvimento dos recursos humanos. A empre-
sa cultiva a maior parte de seu talento administrativo e depois se agarra a ele para a vida toda. Por exemplo, o vi-
ce-presidente de compras e de pessoal começou na Cosmi como um gerente de escritório há 14 anos. A Cosmi
trata os funcionários bem, paga-os decentemente e recompensa aqueles de nível supervisor, ou acima, com op-
ções de ações. Como resultado, a empresa tem uma rotatividade de 0% entre os assalariados. Os funcionários em
todos os níveis entendem que, na Cosmi, o que vem primeiro são os clientes e o que eles querem que o seu
software faça por eles. A Cosmi consegue responder às necessidades do cliente porque mantém um controle rígi-
do em todos os aspectos das operações. Tudo, desde o desenvolvimento do software até a manufatura, embalagem,
o envio e a distribuição é tratado pelos cem funcionários da Cosmi, em vez de ser terceirizado para empreiteiros.
Os gerentes de operações estão intimamente envolvidos no entendimento e na satisfação das necessidades
dos clientes. Por exemplo, um varejista perguntou se a Cosmi poderia produzir um porta-CD que suportasse dois
títulos de software, mas que se encaixasse em um raque de display para um único CD. Um dia depois, o porta-
CD foi projetado e começou a ser produzido, e se provou ser um tal sucesso no mercado que o diretor de arma-
zém da Cosmi projetou, a partir do zero, uma máquina que automatizaria a montagem de embalagens
geminadas, possibilitando a produção de 50 por minuto, em vez do nível anterior de cem por hora. Uma outra
eficiência das operações que a Cosmi ganha é colocar 38 programas de software em um único CD e fornecer ao
cliente uma senha apenas para o programa que ele comprou. Se um programa de software se torna obsoleto, o
CD pode ainda ser usado para outros programas. Esse sistema também reduz a necessidade de previsão da pro-
dução. A Cosmi consegue preencher um pedido de 200 mil unidades em dois ou três dias. O resultado final é
que a empresa gira seu estoque 12 vezes por ano, em comparação a uma média na indústria de três vezes.
Muitas pessoas nunca ouviram falar da Cosmi, e isso não incomoda Johnson. Ele gosta de descrever a em-
presa como “um imitador, não um inovador”. A Cosmi deixa que empresas como a Microsoft tragam novos pro-
dutos inovadores para o mercado e criem uma demanda para ela. Em seguida, a Cosmi entra na jogada com sua
orientação, com as pessoas e eficiência na produção para criar suas próprias versões mais simples e mais bara-
tas, consistentemente obtendo margens de lucro de 50%, enquanto os nomes de marca estão ganhando menos
de 10%. A tecnologia e a inovação ditam as regras para alguns fabricantes de software mas, na Cosmi, colocar as
pessoas em primeiro lugar e prestar atenção à estratégia das operações tem rendido.
Liderança Online
A Rede de Distribuição Online da Nistevo
“Você acaba descarregando em Montana, sem nenhum lugar para ir. O que você faz, atira no motorista e vende
o caminhão?” Essa pergunta, apresentada pelo perito em envios, Bob Delaney, era uma questão que a General
Mills estava ponderando quando tentava eliminar o problema antigo de ter caminhões nas estradas transportan-
do apenas ar. As estimativas são de que as empresas perdem uma combinação de 30 milhões de dólares por ano
com sistemas de distribuição ineficientes, já que grande parte vem dos caminhões que viajam vazios.
A General Mills está se juntando a outros fabricantes, como a Nabisco e a Fort James, uma divisão da Georgia
Pacific, para usar a Internet e o novo software de logística da Nistevo para encontrar cargas para os caminhões
CAPÍTULO 22 • Richard L. Daft 77
que, caso contrário, viajariam vazios. Para usar o sistema, os fabricantes vão até a Nistevo.com e postam o espa-
ço de que necessitam ou que eles têm disponível. Agora, quando a General Mills tem uma carga de Cheerios in-
do da sua fábrica em Minneapolis para Tampa, o software consegue encontrar uma carga de produtos que
precisam ser enviados de Tampa para Minneapolis-St. Paul. Além disso, ele consegue detectar os problemas con-
forme eles acontecem e envia alertas a tempo sobre envios atrasados ou entregas canceladas. Cada fabricante pa-
ga menos por milha, e a empresa transportadora se beneficia porque não está transportando carretas vazias. A
meta é que todos participem nas economias de custo.
O sistema da Nistevo consegue manusear centenas de milhares de transações por dia. Até agora, outras em-
presas que estão participando da aliança privada são a Pillsbury, a Land O’ Lakes, a Nestlé e a ConAgra. Em vez
de hospedar um site de planejamento de transporte público, a Nistevo proporciona ferramentas de planejamen-
to e programações que sustentam os relacionamentos colaborativos de longo prazo entre um grupo de empresas
de manufatura e de transporte. Considerando que a logística é responsável por 12% a 14% dos custos dos pro-
dutos vendidos de um fabricante, o compartilhamento de informações online consegue adicionar enormes eco-
nomias. Para uma empresa como a General Mills, por exemplo, aparar até mesmo 1% dos custos de logística
pode adicionar centenas de milhões de dólares por ano.
Fonte: Kim Cross, “Fill It to the Brim”. Business2.com, 6 de março de 2001, p. 36-39; e Faith Keenan, “One Smart Cookie”. Business
Week e-biz, 20 de novembro de 2000, EB120.
A decisão final sobre como lidar com o problema está nas mãos de Priscilla Dennis. Ela sabe que Smallworld
não pode dar-se ao luxo de absorver os custos adicionais de produção, mas ela pode dar-se ao luxo de perder a
sua reputação de qualidade? Além disso, ela se pergunta se poderá olhar a sua própria filha nos olhos caso con-
corde com a sugestão do gerente de vendas.
Fonte: Baseado em “A Friend for Life”, de Donald F. Kuratko e Richard M. Hodgetts. Entrepreneurship: A Contemporary Approach.
4. ed. Fort Worth: The Dryden Press, 1998, p. 172-173.
Questões
1. Como a Intel poderia melhorar o processo de projeto do produto e evitar os problemas e os atrasos que ocor-
reram com o primeiro processador Itanium?
2. Quais procedimentos e tecnologias você sugeriria que os gerentes de operações usassem para administrar a
cadeia de suprimentos com eficácia e satisfazer as necessidades dos fabricantes de PCs?
3. Uma única instalação para a manufatura de chips pode custar acima de um bilhão de dólares. Se você estives-
se escolhendo um novo local para uma fábrica da Intel para produzir o Itanium, quais medidas você tomaria,
e quais fatores você consideraria?
Fontes: Baseado em David P. Hamilton, “Gambling It Can Move Beyond PC, Intel Offers a New Microprocessor”. The Wall Street
Journal, 29 de maio de 2001, A1, A8; e Peter Fabris, “Intel Outside”. CIO, Seção 1, 15 de agosto de 1998, p. 64-69.