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Resumo do texto “o que sobrou dos índios do RS”

Fabio Alberto de Matos 1

Dentre os três troncos linguísticos que perpetuaram o atual território do Rio Grande do
Sul, os Chaná; os Jê Meridional e os Tupi-Guarani, destaco três (das inúmeras) etnias que os
compõem: os Kaingang (Jê Meridional), os Guarani (Tupi-Guarani), os Charrua e Minuano
(Chaná) – todas extremamente prejudicadas pelo sangrento processo de invasão territorial e
apagamento cultural ocorrido a partir do século XVI.
Conhecidos por este nome desde 1882, os Kaingang, antigos Guaianá, eram indígenas
caçadores, pescadores, horticultores e coletores (com destaque para o pinhão). Seus locais de
habitação mais plausíveis são as casas subterrâneas do Planalto, bem como os estados da
Região Sul, com vestígios apontando, também, para a Argentina, no território de Misiones. Os
Guarani, por sua vez, estavam assentados nas áreas florestais ligadas aos rios Uruguai, Jacuí,
Camaquã e partes do litoral atlântico e lagunar (BECKER, 2006). Cultivavam para obter
carboidratos, e caçavam e pescavam para adquirir as proteínas. Ademais, cada família
produzia os objetos necessários para si, havendo essa não-coletividade para a produção de
artigos para as casas e as aldeias em geral. Por fim, os Charrua e Minuano, caçadores,
pescadores e coletores, foram os prováveis construtores dos cerritos nas áreas Sudoeste e
Sudeste de nosso estado, estendendo-se para os pampas uruguaios e argentinos. Possuem uma
considerável dissimilaridade física: os Charrua eram alguns centímetros mais altos e mais
robustos que os Minuano, entretanto, as mulheres desse segundo grupo portavam os seios
mais alentados; “a boca e os olhos também maiores; os lábios mais grossos e o nariz mais
achatado” (BECKER, 2006, p. 135).
Em relação aos impactos da colonização, Becker explica que “os Guarani e os Chaná
foram rapidamente aldeados ou entregues aos colonos brancos pelas formas usuais de
colonização espanhola” (BECKER, 2006, p. 136), ou seja: escravidão. Os Kaingang, por sua
vez, viram-se frente à invasão luso-espanhola e alemã, que os absorveu parcialmente
(BECKER, 2006). Não obstante, os Charrua e Minuano sofreram (direta ou indiretamente)
durante todo o processo colonizatório luso-espanhol ocorrido durante os três primeiros
séculos, chegando quase à extinção no século XIX.
Em suma, a autora Ítala Irene Basile Becker apresenta neste capítulo uma visão breve,
mas cronológica e precisa, das características desses povos, seus modos culturais e sociais

1
Graduando no curso de História – Bacharelado, pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Sob o
número de matrícula:138972.
anteriores e posteriores à invasão. Além de deixar bem claro o contexto trágico e bárbaro em
que nossos antepassados estavam inseridos.

Bibliografia:
BECKER, Ítala Irene Basile. O que sobrou dos índios pré-históricos do Rio Grande do Sul.
Documento 5. 2ª Ed. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 2006.

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