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O PEQUENO YOGUE QUE ENCAROU O MONSTRO
JOÃO SOARES & ROSA MUNIZ
1 Era uma vez um menino chamado José. Um dia José foi passar o fim de semana numa casa de campo. Ele brincou até a noite e se jogou na cama achando que ia ter um
sono maravilhoso. Mas na hora de dormir, José começou a ouvir um barulhinho embaixo da sua cama. Um medo enorme invadiu seu corpo, desde a cabeça até a
pontinha do dedo do pé. "Será um dragão, um dinossauro, um alienígena? Ou será que um monstro resolveu morar bem ali embaixo daquela cama?"

2 José começou a lembrar-se de um frase que seu pai vivia repetindo: "Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come!" E para piorar, nessa hora José estava com uma
vontade enorme de fazer xixi.

3 E para não fazer xixi na cama e ficar todo molhado, o José deu um pulo da cama, saiu correndo e foi até o banheiro. "Ufa! Que alívio! Que delícia!" Quando ele ouviu
aquele gostoso barulhinho do xixi.

4 Mas foi só depois que José parou para pensar como é que ele ia voltar lá em cima, para o quarto. O monstro poderia estar lhe esperando. Então ele decidiu que ia ficar
por ali mesmo, na sala. Mas a frase que seu pai vivia repetindo, "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come! Bicho pega, bicho come!" não saia da sua cabeça. Foi
então que José teve uma ideia brilhante para se livrar de vez daquela frase assustadora.

5 Ele respirou profundamente e deu um grito. Ahhhh!

6 E não é que deu certo?! A frase foi sumindo, sumindo da sua cabeça. E José foi ficando cada vez mais tranquilo. Deu até uma vontade de sentar-se em silêncio, igual ele
viu em um filme. E no silêncio, José conseguiu ouvir até a voz do seu próprio coração.
7 E foi justamente o coração que trouxe de volta aquela frase assustadora. Só que dessa vez a frase veio transformada, veio mais fraquinha, tranquila. E ela veio
acompanhada de uma pergunta: "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas, e se encarar o bicho some?" O Bicho some!! Era isso!! José entendeu direitinho.
Ele tinha que encarar o monstro!

8 Mas para isso preparou-se antes. Alongou-se forte como uma montanha. Abriu o peito feito um guerreiro. E voou como um grande herói. Agora sim, Sentia-se pronto!
Pronto para encarar.
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Astutamente José correu feito um lagarto pelo corredor. Esqueirou-se, arrastando-se pelo chão como uma cobra. E, sem duvidar que fôsse possível, ele voou feito um
corvo para cima da cama.

10 Embaixo da cama o monstro urrava, estava bravo, parecia assustador!

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Não pense que José não teve medo não. Ele teve um pouquinho sim. Mas pensando de novo naquela frase que ele ouviu do coração, José respirou profundamente e
mergulhou embaixo da cama.
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E quando ele mergulhou embaixo da cama o monstro havia sumido! Desaparecido! Vai ver, sumiu de medo!! E a partir daquele dia, toda vez que José sentia medo, fosse
um medinho ou um medão, repetia para ele mesmo a voz que ouviu do seu próprio coração: "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas, e se encarar? Se

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