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O BICHO-PAPÃO

(THE BOOGEYMAN)
bjbbjhbbhj O BICHO-PAPÃO
(THE BOOGEYMAN)
Índice
O Folclore Brasileiro é o conjunto de expressões culturais populares que englobam aspectos da identidade nacio-
nal.

São exemplos mitos, lendas, brincadeiras, danças, festas, comidas típicas e demais costumes que são transmitidos
de geração para geração.

O folclore brasileiro é bem diversificado e conta com atributos das culturas portuguesa, africana e indígena. O BICHO-PAPÃO
(THE BOOGEYMAN)
Apesar dessa riqueza, o folclore só começa a figurar nas narrativas oficiais a partir do século XIX. CUCA
O HOMEM DO SACO
Com Mário de Andrade e a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), o folclo- BOITATÁ
re ganha um aspecto mais acadêmico. MULA SEM-CABEÇA
BOTO COR DE ROSA
CAIPORA
CURUPIRA
SACI
IARA
LOBISOMEM
CAPELOBO
NEGRINHO DO PASTOREIO
GRALHA AZUL
MAPINGUARI
PISADEIRA
COMADRE FULOZINHA
BOIUNA : A COBRA GRANDE
BRADADOR
CORPO SECO
IPUPIARA
MATINTA PEREIRA
LABATUT
NEGRO D’ÁGUA
BESTA FERA
ONÇA CELESTE
ANHANGÁ
BOI VAQUIM
GORJALA
QUIBUNGO
TUTU MARAMBÁ
CABEÇA ERRANTE
MÃOZINHA PRETINHA
PERNA CABELUDA
MÃO DE CABELO
PÉ DE GARRAFA
MINHOCÃO
CHIBAMBA
ALAMOA
ARRANCA LINGUAS
CABEÇA DE CUIA
CURACANGA
DIABINHO DA GARRAFA
LOIRA DO BANHEIRO O MENINO DO DENTÃO
MÃE DE OURO ATAÍDE
ONÇA-BOI BOI-DE-CONCHAS
PAI DO MATO CAPETA DO VILARINHO
CARBÚNCULO : A SALAMANCA DO JARAU CRAMONDONGUE
JURUPARI DOM MARACUJÁ
UALRI DRAGÃO DE GUABIRUBA
CABRA CABRIOLA MONSTRO DA LAGOA DO CEMITÉRIO
ONÇA MANETA RASGA MORTALHA
ONÇA DA MÃO TORTA SERPENTE EMPLUMADA DA LAPA
FOGO-MORTO TAPIORA
BARBA RUIVA TYRYTYRY MANHA
CARNEIRO ENCANTADO BUMBA-MEU-BOI
ACUTIPUPU PAI DO MANGUE
SANGUANEL VOVÓ DO MANGUE
UNHUDO MOÇA BONITA
PORCA DOS 7 LEITÕES ANTA-CACHORRO
CACHORRA DA PALMEIRA CAVALO-DE-TRÊS-PÉS
PORCOS VOADORES DOMINGO PINTO COLCHÃO
ROMÃOZINHO PISTOLEIRO DO TARANA
CACHORRINHA D’ÁGUA MULHER DE SETE METROS
MULHER DE 2 CORES BRUXA NICÁCIA
CANHAMBORA POMBERO
BOCA DE OURO LA SACHAMAMA
CURUARA HAJA-PAU
MÃO PELADA COTALUNA
ENCOURADO FLOR DO MATO
CUPENDIPE VAQUEIRO MISTERIOSO
CEIUCI GIGANTE DE PEDRA DA GUANABARA
KILAINO BODE NEGRO
GUAJARA JUMA
COROACANGA CAVALO BRANCO
A MOÇA DE BRANCO A VELHA DE CHAPÉU
DAMA DA MEIA NOITE DOM SEBASTIÃO
A LOIRA DE CAETÉ CHUPACABRA
A LOIRA DO BONFIM ET DE VARGINHA
ZUMBI MÃE DE PANTANHA
A NOIVA DO JARDIM CÃO DO INFERNO
CRESCE-MÍNGUA CHUPA-CU
GUNUCÔ
NÃO-SE-PODE OS 7 FILHOS DE TAU E KARENA
JANAÍ, O NOSSO VAMPIRO TEJU JAGUA
MOTUCO MBOI TU’I
HOMENS DOS PÉS DE LOUÇA MOÑAI
JOÃO GALAFUZ JACI JATERÊ
BICHO-HOMEM KURUPI
CARUANAS AO AO
MÃE-DA-SERINGUEIRA LUISON
ONÇA BORGES
MENINO DOURADO
Nomes Conhecidos :

O BICHO-PAPÃO
Bicho-Papão -Papão, Papa-Gente, Papão, Bebe Papão, Cuca, Papa-Figo, Tutu, Bitu, Boitatá, Manjaléu ou Mumu-
ca, papa-meninos.

Origem :

(THE BOOGEYMAN)
Ser imaginário das mitologias infantis Portuguesa e Brasileira, estando também presente no resto da Península
Ibérica, como na Galiza, na Catalunha e nas Astúrias.

Aparência :
Simplesmente a personificação do medo. Um ser mutante que pode assumir qualquer forma de ser ou animal
frequentemente de aspecto monstruoso comedor de crianças.

Versões da Lenda :
Utilizado pelos pais para assustar e impedir que as crianças desobedeçam. Todas as suas representações estão as-
sociadas ao mal que pode ocorrer às crianças caso se afastem ou contrariem seus pais; a expressão “porta-te bem
senão vem o bicho-papão” induzia, assim, o respeito das crianças às ordens dos pais.
Na Galiza, é caracterizado como um ser gigantesco, podendo também ser um trasgo ou duende.
Na Espanha segundo C. Cabral ele possui um tamanho gigantesco, boca enorme, olhos de fogo e estômago de
forno ardente.
Na época das Cruzadas, a imagem de um ser assustador já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçul-
manos projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as crianças não se comport-
assem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-
ric vem buscar-te”.
Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas
gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite.
Outras versões dizem que ele permanece no telhado das casas, analisando o comportamento das crianças da
residência.
O nome “Papão” vem da expressão “papar”, que tem o sentido de “comer”, “devorar”, pelo fato da principal car-
acterística atribuída ao monstro em geral ser a de comer criancinhas. O mesmo sentido tem a expressão “man-
jar”, que deve ter originado o nome “manjaléu”, provavelmente a partir de uma alteração de “manja-léguas”, que
possui a ideia de “veloz”, “rápido”.

Cantigas :
Em Portugal, o papão é tema de uma antiga cantiga de embalar:
“Vai-te papão, vai-te embora
de cima desse telhado,
deixa dormir o menino
um soninho descansado.”
No Brasil, há a seguinte variação dessa canção:
“Bicho papão,
sai de cima do telhado
deixe esse menino
dormir sossegado.”

OBS.: Cantiga de Embalar ou Cantigas de Ninar : são canções donde as pessoas entoavam para fazer os bebês
ou crianças dormirem.
Nomes Conhecidos :

CUCA
Cuca ou Coca

Origem :
Acredita-se que se originou em Portugual/Espanha. Em Portugal existe um personagem folclórico muito conhe-
cido como “Coca”, representado como um dragão que havia sido morto por um santo.

A figura apareceria em procissões. A lenda teria chegado ao Brasil junto aos portugueses durante o período de
colonização. Ao chegar a figura Coca teria sido modelada e sido transformada em um personagem distinto.

Na língua tupi a palavra Cuca significa tragar ou engolir de uma vez só.

Aparência :
A Cuca nada mais nada menos é uma espécie de bicho-papão, um ser que causa medo nas crianças.
Representada como uma bruxa velha e feia ou um monstro com cabeça de jacaré. Na escrita de Monteiro Lobato
entre os anos de 1920 à 1947 ela é descrita como uma bruxa velha com unhas enormes e afiadas como as de um
gavião.

Versões da Lenda :
Sua lenda segundo os pais é que aquela criança que não obedecesse ou se comportasse seriam pegos ou pegas
pela Cuca.
Dizem que quando a cuca completa 1000 anos, aparece um ovo perto de sua morada, e quando esse ovo abre a
nova cuca anuncia a cuca velha de que já se passaram 1000 anos, então a cuca velha tem que fazer um encantam-
ento e se transformar em um pássaro de canto triste, enquanto a nova cuca assume seu papel, fazendo maldades
maiores que antiga.

A Cuca dorme uma noite a cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá pra ouvir à 10 léguas de distân-
cia.

Cantigas :
Existem várias canções deste grande ser mitológico umas delas é a popular, muito comum no Nordeste Brasile-
iro:
“Nana, neném
Que a Cuca vai pegar
Papai foi pra roça
Mamãe foi trabalhar
Desce gatinho
De cima do telhado
Pra ver se a criança
Dorme um sono sossegado”
Outra versão que é mundialmente conhecida é :
Eta, moleque feio
Que não queria nanar
Ele tinha uma chinela
Que servia pra acalmar
Nana, neném
Que a Cuca vai pegar
Papai foi pra roça
Mamãe foi passear
Bicho-Papão, sai de cima do telhado

O HOMEM DO SACO
Deixa o moleque dormir sossegado
Nana, neném
Que a Cuca vem pegar
Papai foi pra roça
Mamãe foi passear
Vaca…

A cantora Cássia Eller chego a compor uma música :

Cuidado Com a Cuca


Que a Cuca te pega
Te pega daqui, Te pega de lá
A Cuca é malvada
E se fica irritada
A Cuca zangada
Cuidado com ela
A Cuca é matreira
E se fica zangada
A Cuca é danada
Cuidado com ela
Cuidado com a Cuca
Que a Cuca te pega
Te pega daqui, Te de lá
A Cuca é malvada
E se fica irritada
A Cuca zangada
Cuidado com ela.
Cuidado com a Cuca
Que a Cuca te pega
A Cuca é danada
Ela vai te pegar
Nomes Conhecidos :

BOITATÁ
O velho do Saco ou Papa Figo

Origem :
Não há evidências exatas de quando se deu o início das lendas, mas há uma estimativa histórica de que teria sido
com a chegada dos Sintos e dos Rom no Brasil. A migração do povo cigano para as Américas se deu no fim do
século XIX.
Outros já indicam que provavelmente sua origem se deu em meados do século XX devido a um surto da Doença
de Chagas que ocorreu no Nordeste. Segundo estudiosos do tema a doença associada a esse personagem é muitas
vezes a lepra ou a doença de chagas, em que ocorre o inchaço do fígado.

Aparência :
Velho maltrapilho, corcunda e barbudo que costuma vagar pelas ruas da cidade com um grande saco nas costas.
Embora na maior parte dos casos ele tenha uma aparência humana, em algumas versões, ele possui unhas e
orelhas imensas e ainda, dentes de vampiro. A verdade é que ele sofre de uma doença rara e daí sua aparência ser
assustadora.

Versões da Lenda :
No inicio do surgimento da lenda os pais amarravam uma fita vermelha na perna da cama da criança indesejada
e o velho do saco passava a noite de casa em casa, se houvesse uma fita vermelha na perna da cama o velho do
saco poderia levar embora a criança em questão. Essa história era a versão original da lenda do velho do saco, os
pais a usavam para assustar as crianças ou para forçarem as crianças a serem obedientes.
Outros contam também que as crianças do saco que o velho carrega eram aquelas que estavam sem nenhum
adulto por perto, em frente às suas casas ou brincando na rua. O velho pegaria a criança caso ela saísse sem nin-
guém de dentro de casa.
Versões alternativas da lenda, em vez de um velho, o elemento que levava as crianças era um cigano e, em
versões remotas, esse velho ou o cigano levava as crianças para sua casa e fazia com elas sabonetes e botões.
E outras versões ainda dizem que ele possuía ajudantes que atraiam as crianças e leva as vítimas para ele. Em out-
ras, ele mesmo atuava na captura das crianças, sendo simpático com elas e lhes oferecendo doces e brinquedos.
Após comer o fígado da vítima, ele costuma deixar ao lado do corpo uma quantia em dinheiro para as despesas
do funeral e ainda, para ajudar a família.
Reza a lenda que é necessário que o Papa-Figo coma o fígado de uma criança, e por isso recebe esse nome, que é
a contração de “papa fígados”. Isso porque ele acredita que sua doença será curada se ele se alimentar do sangue e
do fígado de crianças.
Segundo a crença popular, o fígado era o produtor de sangue e a cura para a doença estaria no consumo de um
fígado sadio.
Portanto, o fígado das crianças por ser mais puro, era o que deveria ser consumido para quem sofria dessa enfer-
midade.

OBS.: Os pais costumam contar aos seus filhos sobre a existência do velho do saco pois assim, evitaria que as
crianças falassem com estranhos. Dai se originou a velha frase “ Nunca fale com estranhos !!!! ”.
MULA SEM-CABEÇA
Nomes Conhecidos :
Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatão e Baetatá

Origem :
De origem indígena, e a palavra Boitatá, na língua Tupi-Guarani, significa cobra (boi) de fogo (tata).
Apesar de ser oriunda da língua indígena, a lenda do Boitatá encontra-se num texto do século XVI do Padre
Jesuíta José de Anchieta.Vale lembrar que José de Anchieta baseou-se nos relatos dos indígenas para compor seu
texto:
“Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios,
e são chamados “baetatá”, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se dissesse o que é todo de fogo.
Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os,
como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza.”

Aparência :
Uma enorme serpente em chamas ou um touro feroz que solta fogo pela boca

Versões da Lenda :
A lenda do Boitatá sofreu muitas modificações ao longo do tempo, e portanto, reúne diversas versões.
Uma das versões que seria como uma historia conta que há muito tempo atrás, uma noite se prorrogou muito
parecendo que nunca mais haveria luz do dia. Era uma noite muito escura, sem estrelas, sem vento, e sem barul-
ho algum dos bichos da floresta, era um grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa e estavam passando fome e frio. Não havia como cortar lenha para os bra-
seiros que mantinham as pessoas aquecidas, nem como caçar naquela escuridão. Era uma noite sem fim. Os dias
foram passando e a chuva começou, choveu muito, esta chuva inundou tudo e muitos animais acabaram morren-
do. Uma grande cobra que vivia em repouso num imenso tronco despertou faminta e começou a comer os olhos
de animais mortos que brilhavam boiando nas águas.
Alguns dizem que eles brilhavam devido a luz do último dia em que os animais viram o sol. De tanto olhos
brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda brilhante como fogo e transparente. A cobra se transformou num
monstro brilhante, o Boitatá. Dizem que o Boitatá assusta as pessoas quando elas entram na mata à noite. Mas
muitos acreditam que o Boitatá protege as matas contra incêndios.
No norte e nordeste do Brasil, a imensa cobra de fogo vive nos rios e sai no momento em que há invasores nas
florestas para queimá-los.
Segundo alguns nordestinos, o boitatá, conhecido como “Alma dos Compadres e das Comadres”, representa as
almas penadas malignas que passam queimando tudo.
Já no sul do país, a versão que prevaleceu advém da história bíblica do Dilúvio. Nela, muitos animais morreram e
as cobras que sobreviveram tiveram como castigo o fogo.
Nessa versão, o fogo aparece na barriga de cada uma as quais se tornam iluminadas e, ao mesmo tempo, trans-
parentes.
Na narrativa folclórica, essa serpente pode se transformar num tronco em chamas com o intuito de enganar e
queimar os invasores e destruidores das matas. Acredita-se que a pessoa que olhar o Boitatá torna-se cega e lou-
ca.
Ele protege os animais e as matas das pessoas que lhe fazem mal e principalmente, que realizam queimadas nas
florestas.
Nomes Conhecidos :

BOTO COR DE ROSA


Mulher de Padre, Mula de Padre, Mula Preta, Malora, Almamula, Mula Ánima, Tatá Cuñá ou Mula Frailera.

Origem :
Acredita-se que ela teve sua origem na Europa (Península Ibérica) mas precisamente em Portugal nos tempos
medievais (pressupõem-se que este mito tenha nascido no século XII na mesma época em que as mulas serviam
de transporte para os padres), e que se difundiu no Brasil no século XVI ou posteriormente. No Brasil a lenda se
disseminou por toda região canavieira do Nordeste e em todo o interior do Sudeste.

Aparência :
Varia de região para região. A cor mais comumente atribuída a ela é o roxo, as vezes preta ou marrom com uma
cruz branca pendurada no peito ou não. Possui uma ferradura prata, ferro ou aço que produz um trote sinistro
mais alto do que qualquer cavalo um dia já tenha feito antes. Mesmo sem cabeça a mula consegue relinchar e as
vezes geme como uma mulher chorando.

Além disso dizem que ela possui um freio ligado à sua não existente boca além de expelir fogo pelas narinas tam-
bém não existentes, porem a maioria dos contos relata que o fogo expelido sai diretamente do pescoço cortado.

Versões da Lenda :
Existem várias variações da lenda porém a mais conhecida pelo mundo inteiro e a de que :
Qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro. Dessa forma, as mulheres de-
veriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o
pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça.

Outra versão relata :


Que quando uma mulher dormisse com o namorado antes do casamento, ela poderia ser enfeitiçada e virar uma
mula sem cabeça.
Essa versão estava ligada às tradições das famílias que buscavam o controle dos relacionamentos amorosos de
suas filhas. Era uma forma de mantê-las dentro dos padrões morais da época.
Geralmente a transformação da criatura se totaliza em noites de Lua Cheia podendo ser as Quintas-Feiras ou
Sextas.
O encantamento desaparecia no terceiro cantar do galo. Nesse momento, a mulher voltava à sua normalidade,
geralmente exausta e ferida.

Segundo as Lendas existem maneiras de acabar com o encantamento :


1 - Arrancar o cabresto que ela possui
2- Furá-la tirando sangue (uma gota no mínimo, com um alfinete virgem que nunca foi usado).
3 - Tirar o freio de ferro
4 – Ser levada ao padre (o amante), que deveria amaldiçoá-la sete vezes antes de celebrar as missas.
Algumas versões da lenda dizem que a criatura é atraída pelo brilho dos dentes e unhas das pessoas, e por isso
quem a avistar deve se jogar de bruços no chão, escondendo seu rosto e mãos.
No folclore mexicano, a lenda da mula sem cabeça é conhecida como Malora. Na Argentina, ficou conhecida
com o nome de Almamula, podendo também ser chamada de Mula Ánima, Tatá Cuñá ou Mula Frailera.

A mula é uma espécie de Lobisomem que assombra povoados onde existam casas ao redor de uma igreja.
Nomes Conhecidos :
Boto cor-de-rosa ou Lenda do Boto Cantigas :
Contam que um moço bonito
Origem : Saltava pra namorar
Indígena. Ela surgiu na região amazônica, no Norte do País. Contam que um moço bonito
Saltava para dançar
Aparência : Todo vestido de branco
Simplismente um mamífero, semelhante ao golfinho porém na tonalidade rosa ou um belo homem com vestes Pra dançar com a cabocla Sinhá
brancas e chapéu Todo vestido de branco
Pra dançar com a cabocla Iaiá
Todo vestido de branco
Versões da Lenda :
Pra dançar com a cabocla Mariá
Reza a lenda que o boto cor-de-rosa, animal inteligente e semelhante ao golfinho que vive nas águas amazônicas,
se transforma num jovem belo e elegante nas noites de lua cheia.
Normalmente ele aparece nas festividades de junho, nas comemorações dos Santos Populares (Santo Antônio,
São João e São Pedro), as chamadas Festas Juninas.
Vem vestido de branco e com um grande chapéu a fim de esconder suas narinas, e no topo da cabeça, se localiza
um orifício por onde respira. Pois sua transformação não ocorre totalmente.
Dono de um estilo comunicativo, galã e conquistador, o boto escolhe a moça solteira mais bonita da festa e a leva
para o fundo do rio. Lá a engravida e depois a abandona.
Na manhã seguinte ele se transforma em boto novamente. Por esse motivo, a Lenda do Boto é utilizada muitas
vezes para justificar uma gravidez fora do casamento.
Ademais, costuma-se dizer que “a criança é filho do boto” quando é filho de pai desconhecido.
Em algumas tradições, caso haja alguma festa em noites de lua cheia, uma maneira de confirmar se os homens
presentes na festa não são o boto é retirando os seus chapéus a fim de atestarem as identidades.
Na cultura popular amazônica acredita-se que a pessoa que comer a carne de boto ficará louca e enfeitiçada.
O Boto-cor-de-rosa é visto como “golfinho das águas doces”. Este vive nos rios Amazonas e Orinoco.
Dizem que ele é amigo dos pescadores da região amazônica. Auxilia os pescadores durante a pesca e conduz as
canoas em dias de tempestades. Além disso, tira as pessoas que estão se afogando do rio, salvando-as, já outras
vezes em vez de salvar o boto vira as canoas que viajam à noite, para capturar as moças.
Sua transformação as vezes é dada como metade homem e a outra em condição de boto na outra metade do
corpo.
Encarado como amigo ou como predador, o boto ganhou uma conotação mágica e passou a ser celebrado e
temido em várias regiões do país. Atualmente, ainda é representado em rituais e danças folclóricas, em comemo-
rações como a Festa do Sairé, em Alter do Chão, Pará.
Dependendo da época e da região do país. Inicialmente, a história se passava em noites de lua cheia, quando o
sedutor aparecia para as mulheres que se banhavam no rio ou passeavam nas margens.
Todas essas fábulas fizeram também com que as populações começassem a teme-lo, procurando formas de o
afastar. Assim, nasceu o hábito de esfregar alho nas embarcações. No interior, existe a crença de que as mulheres
não devem estar menstruadas nem vestir vermelho quando andam de barco, pois esses fatores atrairiam a criatu-
ra.
Nomes Conhecidos :

CAIPORA
Caipora ou Caipora do Mato

Origem :
Sua origem está na mitologia indígena Tupi-guarani. Do tupi, a palavra “caipora” (caapora) significa “habitante
do mato”.

Aparência :
Segundo as pessoas que já viram Caipora, e dependendo da região que a lenda e relatada as características vari-
am da entidade ser tanto homem quanto mulher :
Homem : Representado como um homem ou menino baixo, de pele escura e muito peludo, olhos e cabelos ver-
melhos. Ele surge montado num porco do mato, uma vara consigo e sempre um cachimbo. As vezes ele e repre-
sentado com seus pés virados pra trás e com um olho apenas.
Mulher : Representada como uma índia anã, com cabelos vermelhos, orelhas pontiagudas e dentes esverdeados
ou avermelhados. Existem versões em que seu corpo é todo vermelho e noutras, verde.

Versões da Lenda :
A lenda do Caipora é bastante evidenciada em todo o Brasil, está presente desde os indígenas, e é a partir deles
que surgiu este mito. Segundo muitas tribos, principalmente as do Tronco Linguístico Tupi-Guarani, o Caipora
era uma entidade que possuía como função e dom o controle e guarda das florestas,e tudo que existia nela.
Com o contato com outras civilizações não - indígenas, esta divindade foi bastante modificada quanto a sua
interpretação, passando a ser vista como uma criatura maligna.Com o passar dos tempos muitas pessoas ainda
continuam a relatar sua aparição, isto se dá na maioria das vezes com pessoas no interior de matas, o local onde
caipora habita.
E a impressão que se tem dela pode variar dependendo se Caipora quer perturbar ou ajudar a pessoa.
Além disso a Caipora tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua autorização, para isso apenas
fala para que o bicho ressuscite. Por ser muito veloz às vezes as pessoas apenas sentem Caipora como se fosse
uma rajada de vento no mato, além de dizerem que sua força é maior nos dias santos e nos finais de semana.
Para entrar numa mata com permissão da Caipora, a pessoa deve levar sempre uma oferenda para ela, como
um Pedaço de Fumo-de-Rolo, um Cachimbo e deixar próximo ao tronco de uma árvore. Caipora emite um som
estridente causando que causa arrepios e pavor a todos os que o escutam. Em algumas regiões do Brasil Caipora
é conhecido como o Curupira.
Seu intuito principal é defender o ecossistema e, portanto, faz armadilhas e confunde os caçadores, faz pistas
falsas até que eles se perdem na floresta, controla os animais e, por isso, os espanta quando sente que algo de mal
pode acontecer.
Se caso após o trato, caçadores fazerem mal à algum bicho ou abaterem alguma fêmeas que esteja grávida, a
caipora descartar sua oferenda e ataca e agride os caçadores com muita crueldade e maldade. Chegando muitas
vezes a matar.
CURUPIRA
Cantigas :
Dentro da mata, ela mora
Adora a mata para morar
Pra ver a caipora basta assoviar...
E quando ela aparece,
Parece que é pra ficar.
Quando menos se espera, vai embora, ah...

E se adivinhar o que ela perguntar...


Ela deixa saudade em qualquer lugar...

Caipora, não vá embora


Caipora, viola chora
Oh, caipora, sempre tem uma história pra se contar

Ah, a fauna e a flora,


As cachoeiras, os matagais
E se a viola chora, ela quer cantar
E quando a gente implora,
Sente saudade pra ela voltar
Ela aparece agora, basta assoviar...

E se adivinhar o que ela perguntar...


Ela deixa saudade em qualquer lugar...

E se adivinhar o que ela perguntar...


Ela deixa saudade em qualquer lugar...

Caipora, não vá embora


Caipora, viola chora
Oh, caipora, sempre tem uma história pra se contar

Caipora, não vá embora


Caipora, viola chora
Oh, caipora, sempre tem uma história pra se contar

Dentro da mata, ela mora


Adora a mata para morar
Pra ver a caipora basta assoviar...
Nomes Conhecidos : brasileiras porque foi uma das primeiras a serem mencionadas pelos portugueses que se estabeleceram no Brasil.
Curupira, Caapora(Caipora) Em 1560, o padre jesuíta José de Anchieta, estabelecido em São Vicente (atual litoral do estado de São Paulo), fez
uma menção ao curupira.
Origem :
Povos indígenas, sendo muito famosa no Norte do Brasil, sobretudo no Amazonas e Pará. Essa lenda é bastante Essa menção constava em uma carta escrita por ele e que foi reproduzida pelo historiador Luís da Câmara Cas-
antiga, havendo menção a ela do século XVI. cudo:
“É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios e que os brasis [indígenas que habitavam o
Brasil] chamam corupira, que acometem aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e
Aparência :
matam-nos. São testemunhas disto os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles.”
Anão que possui os cabelos vermelhos e os pés ao contrário (com os calcanhares para frente). É importante re-
forçar que a descrição física do curupira pode variar de acordo com o local em que a lenda é reproduzida. Porém
Outros relatos sobre o curupira estão ligados ao jesuíta português Fernão Cardim, em 1584, ou ao padre Simão
em outros lugares ele é caracterizado como careca e em outros, tem o corpo cabeludo e dentes verdes. Além de
de Vasconcelos, em 1663, e ao padre João Daniel, em 1797. Essas menções reforçam o fato de que a lenda era de
possuir uma grande força física.
fato bastante conhecida e difundida pelo território brasileiro.
Versões da Lenda : Há quem diga que o mito do curupira surgiu entre os nauas, povo indígena que habitava a região do Acre. O
O curupira, um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro, é conhecido como um ser mítico que mito foi sendo transmitido para outros povos, como os caraíbas e, por fim, os tupi-guarani. Pode ter relação com
protege a floresta. Voltava-se contra todos aqueles que a destruíam e, por isso, era visto com grande temor pelos seres míticos de outras culturas, como o chudiachaque, presente na cultura inca, por exemplo.
indígenas. Os indígenas acreditavam que o curupira aterrorizava e matava aqueles que entravam na floresta para
caçar ou derrubar árvores. Os estudiosos costumam também relacionar o curupira com uma lenda que é conhecida no Paraguai e na Ar-
gentina. Essa lenda argentina e paraguaia é sobre o curupi, conhecido como o protetor das florestas e dos ani-
O pavor era tão grande que os indígenas ofereciam presentes quando entravam na floresta para impedir que mais, porém também um ser com grande apelo sexual.
fossem vitimados pelo curupira. A lenda fala que o curupira adorava receber fumo e cachaça como presentes,
porém existem outros relatos de que os indígenas ofereciam flechas, penas de aves, entre outros objetos.
Além de aterrorizar os caçadores, o curupira também era responsável por fazê-los se perder na floresta e esquec-
er o caminho pelo qual sairiam dela.
Uma das formas de atormentar os caçadores e de notar sua presença era o ato de que o curupira assovia-va con-
tinuadamente na qual os atormentava. O detalhe é que aqueles que ouviam o assovio não conseguiam identificar
de onde o som era emitido e também não conseguiam encontrar quem o emitia.

Outra maneira era seus pés virados para trás. Dessa forma, ao caminhar, o curupira conseguia enganar aqueles
que pretendiam segui-las olhando para suas pegadas. O perseguidor pensará sempre que ele foi na direção con-
trária.

E uma terceira característica do curupira era que ele podia assumir a forma de um animal para confundir o
caçador e fazê-lo se perder no mato. O caçador avistava o animal, mas não conseguia capturá-lo e, na perse-
guição, acabava ficando perdido no meio da floresta. Todavia, muitos falam que o curupira só fazia isso contra
os caçadores que caçavam por prazer. Aqueles que caçavam para atender suas necessidades básicas não eram
incomodados pelo curupira.
Para fugir dele, caso ele o encontre no meio da floresta, é necessário realizar um nó em um pedaço de cipó e
esconder muito bem a ponta.

Localiza-lo na floresta é quase impossível, pois seus pés ao contrário tornam sua localização improvável. O
curupira é um habitante nato das florestas, então, para encontrá-lo, é necessário adentrar na mata densa. Sendo
assim, esse ser evita estar nos locais com grande presença humana, somente indo atrás de humanos quando eles
entram na floresta para caçar ou derrubar árvores.

O Curupira é oriundo do tupi e existe divergência entre os especialistas a respeito do seu significado. A definição
mais conhecida é a que determina que curupira significa “corpo de menino”, mas existem outras definições,
como “coberto de pústulas” ou “pele de sarna”.
Não se sabe exatamente quando surgiu a lenda do curupira, mas se sabe que ela é uma das mais antigas lendas
Nomes Conhecidos :

SACI
saci-pererê, saci-cererê, matimpererê, matita perê, saci-saçurá e saci-trique

Origem :
Sua origem surgiu no Sul do Brasil, foi influenciada por elementos das culturas africana e indígena (índios gua-
rani). O estudo das origens apontam que sua lenda remonta ao final do século XVIII ou começo do século XIX.
Isso porque não existem relatos sobre saci nos primeiros séculos do período colonial do Brasil como existem de
outras lendas, como a do curupira, que é mencionada em um relato de 1560.
Conta-se que, a princípio, era conhecida no idioma tupi-guarani como çaa cy perereg. A influência dessa lenda
no Sul foi tão grande que ela não ficou reclusa ao Brasil e espalhou-se pelos países vizinhos. Na Argentina, Uru-
guai e Paraguai, o saci-pererê é conhecido como yacy-yateré, e existem algumas diferenças entre essas versões.

O yacy-yateré, diferentemente do saci, não é careca e possui cabelos loiros, usa um bastão de ouro como varinha
mágica (que o torna invisível) e um chapéu de palha. É anão assim como o saci, mas faz travessuras diferentes: os
paraguaios acreditam que yacy-yateré atrai crianças para fazer maldade com elas: roubar, ou deixá-las loucas ou
surdas, dependendo da versão.

Os argentinos, por sua vez, falam que yacy atrai moças solteiras para então engravidá-las e, diferentemente do
saci brasileiro, aquele tem as duas pernas. As diferenças entre as lendas são resultados das diferenças das culturas
que as influenciaram.

Folcloristas Brasileiros também apontam diversas lendas de origem europeia que podem ter influenciado as car-
acterísticas do saci. Um dos exemplos mais citados é o trasgo, um ser de pequena estatura que faz maldades e faz
parte do folclore de Portugal. O hábito de fumar que o saci possui é atribuído à influência das culturas indígena e
africana, nas quais esse ato era comum. Outro elemento da cultura africana é o fato do saci ter perdido uma das
pernas após uma luta de capoeira.

Na origem da lenda do saci, ele era um protetor da floresta e, por isso, muitos consideram-no como um person-
agem derivado da lenda do curupira. Na medida em que sua história espalhou-se, ela foi incorporando outros
elementos que fazem parte do folclore de cada região e que podem ser oriundos de outras culturas.

Aparência :
Ser negro e pequeno ou de 3 metros de altura, possui uma perna só, não possui cabelos e nem pelos corporais, e
usa um gorro vermelho na cabeça além de sempre fumar um cachimbo. Em algumas versões seus olhos chegam
a ser vermelhos.

Versões da Lenda :
O saci-pererê é um ser mítico que habita as florestas e tem como grande característica o fato de ser travesso e
pregar peças nas pessoas, com isso referem-se a ele como “endiabrado”. Por ser agitado, saci costumeiramente
está realizando travessuras por onde passa.

Uma das práticas mais comuns realizadas pelo saci é o ato de incomodar os cavalos, sobretudo durante a noite.
Conta-se que o saci costuma sugar o sangue dos cavalos, além de amedrontá-los durante a noite, então sempre
que os cavalos estiverem agitados à noite é porque um saci esteve lá. Outro sinal de que de fato um saci tenha
feito de suas travessuras com os cavalos são de que ele monta neles e faz tranças que podem ser encontrados em
suas crinas.

Ele também costuma incomodar os viajantes que encontra pela estrada. Ele assovia um som bem estridente que
atormenta-os e deixa-os incomodados por não saberem de onde e de quem vem tal som. Além disso, costuma
derrubar os chapéus usados pelos viajantes, danificar o freio das carroças, entre outras travessuras.

O saci também invade as casas para fazer suas brincadeiras. Ele apaga o fogo, seca a água das vasilhas, pode
queimar as comidas que estão sendo feitas, azedá-las, se já estiverem prontas, além de desaparecer com objetos,
apagar a luz das lamparinas etc. Seu redemoinho serve para levantar a folhagem e espalhar sujeira.
IARA
Ele pode aparecer e desaparecer misteriosamente, é muito irrequieto e não para um instante sequer, pois fica
pulando de um lugar para outro e toda vez que apronta as suas travessuras, ele dá risadas alegres e agudas.
Ao Saci são atribuídas às coisas que dão errado. Seu principal divertimento é atrapalhar as pessoas para se perd-
erem.
Além de suas travessuras, é importante notar que o Saci tem o domínio das matas e, por isso, possui outra
função denominada “farmacopeia”.
Assim, o Saci é o guardião das ervas e das plantas medicinais. Ele conhece suas técnicas de manuseio e de prepa-
ro, bem como de sua utilização acerca dos medicamentos feitos a partir de plantas.
Por isso, em muitas regiões o Saci é considerado além de um ser maléfico ele é protetor das ervas sagradas pre-
sentes na mata.

Acredita-se que o Saci nasceu do broto de bambu, permanecendo ali até os sete anos e, após esse período, vive
mais setenta e sete praticando suas travessuras entre os humanos e os animais. Por fim, ao morrer, o Saci tor-
na-se um cogumelo venenoso encontrados nos troncos das árvores, os “orelha-de-pau”.
Dentro da lenda não existe apenas um saci, e sim vários realizando suas travessuras ao mesmo tempo.

Seu gorro vermelho por sua vez, advém do folclore do norte de Portugal. Era utilizado pelo lendário Trasgo que
possuía poderes sobrenaturais.

A lenda conta, é possível capturar o saci. Para isso, basta lançar um certo tipo de peneira no meio do redemoin-
ho. Aquele que captura o saci deve retirar o gorro de sua cabeça para que ele perca seus poderes sobrenaturais. O
último ato é aprisioná-lo em uma garrafa com uma cruz desenhada nela. O objetivo dessa é impedir sua fuga.

Já outras pessoas afirmam que o único meio de driblar o negrinho é espalhando cordas ou barbantes amarrados
pelo caminho. Assim ele se ocuparia em desatar os nós, dando tempo da pessoa fugir de sua perseguição. O Saci
também tem medo de córregos e riachos, por isso, atravessar um pode ser uma alternativa, pois o Saci não con-
segue fazer a travessia.

Seu Dia do Saci no Brasil: 31 de outubro

OBS.: Farmacopeia : Conjunto de informações técnicas que retratam a nomenclatura das substâncias, dos
medicamentos básicos
Nomes Conhecidos :

LOBISOMEM
Yara, Iara, Uiara (do tupi y-îara, “senhora das águas”) ou Mãe-d’água

Origem :
Origem indígena, oriunda da região amazônica, localizada no norte do País.

Aparência :
É uma sereia (metade mulher, metade peixe) que vive nas águas amazônicas. Com longos cabelos pretos e olhos
castanhos, a sereia Iara emite uma melodia que atrai os homens, os quais ficam rendidos e hipnotizados com seu
canto e sua voz doce.

Versões da Lenda :
Iara ou Yara, do indígena Iuara, significa “aquela que mora nas águas”.
A lenda da Iara foi criada pelo povo tupi-guarani. Eles contam a história de uma poderosa índia que, antes de
virar sereia, vivia em uma tribo junto com a sua família, esbanjando beleza por onde passava. Iara era tão bela
que causava inveja em muitas pessoas, inclusive, em seus irmãos que, inconformados com isso, queriam matar a
índia e desaparecer com o corpo.

Em uma noite qualquer, eles chamaram a irmã para executar o plano, mas chegando no local foram surpreendi-
dos com a força da índia guerreira, que conseguiu escapar da armadilha e reverteu a situação praticando o crime
contra eles.

Diante disso, com muito medo da punição de seu pai, o pajé da tribo, Iara resolve fugir, mas seu pai consegue en-
contrá-la. Como castigo pela morte dos irmãos, ele lançou-a no Rio Negro e Solimões como forma de punição.
Os peixes do rio resolvem salvar a bela jovem transformando-a na sereia Iara em uma noite de lua cheia. Desde
então, Iara habita os rios amazônicos conquistando homens e depois levando-os ao fundo do rio, os quais mor-
rem afogados.
Antes de atrair os homens para a “emboscada”, a sereia Iara passa a maior parte do seu tempo sentada sobre as
pedras, admirando a própria beleza refletida nas águas, além de pentear seus cabelos e brincar com os peixes.
Acredita-se que se o homem consegue escapar dos encantos de Iara ele fica louco, num estado de torpor e so-
mente um pajé poderá curá-lo.
A lenda da Iara também tem ligação com outras religiões, como é o caso do candomblé. Na religião, a sereia Iara
é atribuída ao orixá de origem africana: Iemanjá, que é como se fosse uma “mãe protetora dos pescadores”, pro-
tegendo-os dos perigos do mar.

Os fiéis ao candomblé de origem africana realizam as homenagens em ambientes fechados, enquanto que outros
devotos preferem fazer os cultos em locais abertos, a exemplo de rios e lagoas. Por conta disso, ela é representada
como uma sereia.

Muitos dos devotos de Iemanjá prestam suas homenagens lançando presentes sobre o mar, como flores, bijute-
rias, espelhos e etc. Além disso, Iemanjá é considerada como a “Afrodite brasileira”, que é como se fosse a deusa
do amor para os apaixonados.
Nomes Conhecidos :
Licantropo, Versipélio, Loup-Garou, Werwolf, Oboroten, Lobisomem, Werewolve e ... Grécia - Licantropo
Roma – Versipélio
Origem : França - Loup-garou
Surgiu na Europa, porém os relatos mais antigos existentes sobre esse ser levaram a crer que sua origem está na Saxões – Werwolf
Grécia Antiga. Russos - Oboroten,
Península Ibérica – Lobisomem
Aparência :
Até mesmo na África e na Ásia, a lenda do lobisomem ficou conhecida, embora possua características diferentes
Homem que em noites de lua cheia sofre uma transformação passando de homem para uma besta com forma de
nesses continentes.
lobo
Naturalmente, a lenda do lobisomem chegou ao Brasil por meio dos portugueses, durante o período em que ess-
Versões da Lenda : es colonizavam o Brasil. Em nosso país, a lenda chegou e assumiu diferentes características em cada região.
Lobisomem é uma criatura folclórica que está presente no folclore brasileiro, embora seu surgimento remeta à
Europa. É conhecido por ser um homem que fora amaldiçoado com a licantropia e com isso se transforma em Em Portugal, acreditava-se que o lobisomem era um homem muito magro, com orelhas compridas e nariz avan-
lobo em noites de lua cheia e sai em busca de vítimas para poder alimentar-se do sangue delas, ou simplesmente tajado. Falava-se que ele poderia ser um homem amaldiçoado por ser predestinado à maldição, bem como esta
matá-las. Essa lenda é conhecida mundialmente, e aqui no Brasil existem inúmeras variações regionais dela. poderia ser uma penitência de pecados cometidos.
Algumas variações da lenda falam que a licantropia foi resultado de um pacto de um homem com o diabo. Em Portugal, o lobisomem também poderia ser conhecido como corredor ou tardo, e lá chegavam a acreditar
A cultura popular moderna alastrou a ideia de que o lobisomem é vulnerável somente à bala de prata ou a obje- que mulheres também poderiam transformar-se nesse ser, sendo chamadas de peeira ou lobeiras, conforme
tos cortantes feitos também de prata. Assim, a única forma de matá-lo ou de retarda-lo seria por meio de objetos levantou o folclorista Luís da Câmara Cascudo.
feitos desse metal ou por fogo.
No Norte do Brasil, a lobisomem era o homem que tinha a saúde debilitada, e aquele que fosse anêmico acabar-
A cultura popular moderna também espalhou que a maldição do lobisomem pode ser transmitida hereditaria- ia transformando-se nele. Uma vez transformado, alimenta-se do sangue de outros humanos para compensar a
mente, isto é, de pai para filho, e que aqueles que são mordidos por ele, e sobrevivem, transformam-se também pobre dieta como um deles. A transformação acontecia nas noites de quinta-feira para sexta-feira.
em lobisomens pouco tempo depois.
Existem diferentes versões na tradição grega, mas um dos relatos fala de um rei chamado Licaon, que reinou em No Sul do Brasil havia também uma relação da lenda com o aspecto moral, pois acreditava-se que o filho nascido
uma região chamada Arcádia e foi punido por Zeus, após tentar matá-lo. de um incesto seria um lobisomem.
No caso da predestinação, acreditava-se que o primeiro filho homem nascido depois que a mãe tivesse sete filhas
Isso aconteceu porque Licaon era conhecido por realizar o sacrifício de humanos viajantes que visitavam seus após chegar na puberdade. Isso quer dizer que o aniversário de 13 anos marcará o primeiro momento de trans-
domínios. Zeus, então, disfarçou-se de viajante, dirigiu-se à Arcádia e foi recebido por Licaon em um jantar (esse formação, embora versões da lenda falem que se nascessem sete filhos homens, o oitavo filho também seria um
planejava matá-lo em seguida). O rei da Arcádia ofereceu carne humana para Zeus, que, enfurecido, puniu-o lobisomem.
transformando-o em lobo para sempre.
A origem grega do lobisomem inclusive deu nome à lenda, pois esse ser também é conhecido como licantropo, Não existia uma lenda desse tipo entre os povos indígenas. O mais próximo disso eram lendas que acreditavam
tendo : que homens ou mulheres poderiam transformar-se em alguns animais da floresta.
- Lykos, significando lobo Outra crença relacionada ao lobisomem no Brasil é que, no interior do São Paulo, acreditava-se que esse ser
- Anthropos, de homem tentava invadir as casas para comer as crianças. Muitos acreditavam que o lobisomem ia atrás, especialmente, de
crianças não batizadas.
Por fim, existem alguns estudos que apontam que o lobo era um animal que recebia culto na Antiguidade, e esse O que as lendas falavam sobre a cura do lobisomem? Em geral, acreditava-se que esse ser poderia ser curado
culto (e a lenda) acabou sendo transmitido para Roma. se fosse ferido gravemente com determinados objetos. Um desses objetos era uma bala banhada com cera de
vela de um altar, em que tivesse sido celebrado três missas do galo ou três missas de domingo, ou simplismente
Em Roma, além de ter existido um culto ao lobo por meio de uma festa chamada lupercália, a festa dos lobos, matando o lobisomem que o transformou.
existia também uma história de um homem que se transformava em lobo, e lá esse era chamado de versipélio.
Como os romanos conquistaram uma quantidade vasta de territórios, a crença no homem que se transforma em Em algumas regiões, a transformação em Lobisomem acontece numa noite de sexta-feira, sempre meia noite
lobo espalhou-se, principalmente pela Europa. numa encruzilhada, onde repetindo os atos de um cavalo rolando no chão, a pessoa transforma-se.
A expansão da lenda fez com que ela tomasse novas características, e em cada local acabou ficando conhecida
por nomes diferentes. Em locais cristianizados, esse ser tornou-se um pecador amaldiçoado, que tinha na mal-
dição do lobisomem uma espécie de penitência, até ser perdoado dos seus pecados.

Outros Lugares e seus respectivos nomes :


Nomes Conhecidos :

CAPELOBO
Capelobo ou Cupelobo

Origem :
Região dos Rios do Pará (Pará), Maranhã e Amazonas.

Aparência :
O Capelobo pode aparecer de 2 formas :
1 - Forma Animal - onde parece com uma anta, porém com características mais distintas, é maior que uma anta
comum, é mais rápido, apresenta um focinho mais parecido com o de um cão ou porco, e longos cabelos.
2 - Forma humana: aparece com o corpo metade homem, com focinho de tamanduá-bandeira, e corpo arredon-
dado, patas redondas (formato de fundo de garrafa) com muitos pelos no corpo. É muito rápido e vive correndo
pelas matas próximas aos rios e em regiões de várzeas.

Versões da Lenda :
O nome Capelobo é a união de um nome de significado provavelmente indígena, onde Cape (osso quebrado,
torto ou aleijado) + lobo.
Ainda segundo o dito folclórico, o Capelobo tem uma vida ativa durante a noite e madrugada, quando fica per-
ambulando e rodeando barracões, casas e acampamentos no meio da mata. Emitindo sons assustadores (gritos
altos), este monstro se alimenta de cães e gatos, principalmente os que acabaram de nascer. Ataca também os
caçadores, matando-os e bebendo o sangue das vítimas.
Para matar essa criatura monstruosa, é necessário dar um tiro certeiro em seu umbigo, sendo esta a única manei-
ra efetiva de eliminá-la.
A lenda do Capelobo possui muitas semelhanças com a do lobisomem. Por isso, alguns folcloristas dizem que ele
é uma espécie de lobisomem da região norte do Brasil. Em algumas tribos indígenas que habitam a região do rio
Xingu, acredita-se que alguns índios possuem a capacidade de se transformarem em Capelobo.
Nomes Conhecidos :

NEGRINHO
Negrinho do Pastoreio ou Negrinho do Pastoreiro

Origem :
Final do Século XIX, no Rio Grande do Sul.

DO PASTOREIO
Aparência :
Menino negro escravo, montado em um cavalo baio

Versões da Lenda :
Sua lenda é afro-cristã .
Muito popular e contada final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma
lenda reconhecidamente do Rio Grande do Sul.
Conta a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro (senhor de fazenda ou fazendeiro) malva-
do com negros e peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino negro
de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino
voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino
que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: “Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece”. Aflito, o
menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o
cavalo fugiu de novo.
De volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino e o amarrou nu, sobre um
formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá,
mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais
adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada re-
spondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. A partir disso, entre os
andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada
em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio. Desde então,
quando qualquer cristão perdia uma coisa, fosse qualquer coisa, pela noite o Negrinho procurava e achava, mas
só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem,
Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
Noutra versão da lenda, o fazendeiro foi avisado por seu filho sádico que o negrinho, responsável por cuidar de
30 cavalos, deixou um deles fugir. Isso porque ele estava muito cansado e decidiu dormir.
Ao acordar, o pequeno escravo sentiu falta do cavalo, porém, o fazendeiro já sabia do ocorrido e resolveu castigar
o negrinho.
Segundo a lenda, quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos
das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: “Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...
Foi por aí que eu perdi...”. Se ele não achar, ninguém mais acha.
Nomes Conhecidos :

GRALHA AZUL
Gralha Azul

Origem :
Estado do Paraná, na Região Sul do Brasil

Aparência :
Ave totalmente negra, após realizar um pedido dos céus a gralha teve seu corpo revestido com um tipo de azul
celeste exceto sua cabeça que continuou negra

Versões da Lenda :
Em sua lenda existe varias versões :

Versão 1 :
Uma vez, a gralha-azul estava dormindo e foi repentinamente acordada pelo barulho de um machado. Tratava-se
de um lenhador que tentava derrubar o pinheiro no qual ela estava.
Assustada, a ave voou bem alto em direção ao céu. Lá, ouviu uma voz que pedia a ela que voltasse para a árvore e
ajudasse a proteger a floresta, plantando cada vez mais pinheiros.
A gralha-azul atendeu prontamente o pedido. Como forma de agradecimento e recompensa pela ajuda, a ave foi
contemplada com penas azuis como o céu.

Versão 2 :
A gralha-azul era uma ave totalmente preta, assim como a maior parte dos corvídeos.
Conta-se que, certo dia, a gralha-azul assumiu uma missão divina que a tornaria muito útil e a distinguiria de
outros animais da sua espécie no que diz respeito à importância.
Deus havia feito um pedido de ajuda a todas as aves, pois precisava que as sementes de araucária fossem espalha-
das de modo a darem origem a novos pinheiros.
A maioria das aves do local ignorou o pedido de Deus. A gralha-azul foi a única a se mostrar disponível para a
tarefa. Assim, Deus deu a ela um pinhão.
Ao receber a semente, a ave a colocou no solo e bateu nela com seu bico até que todo o pinhão ficasse enterrado.
Esse ato foi repetido inúmeras vezes, com as diversas sementes que foi recebendo. Com o passar do tempo, as
sementes começaram a brotar e posteriormente viraram belas árvores.
Assim, uma grande extensão do território foi sendo coberta por vegetação, dando origem a uma enorme floresta
de araucária. Isso só foi possível graças à gralha-azul.
Como retribuição pelo empenho, Deus presenteou a ave com uma espécie de manto de cor azul que cobriu o seu
corpo, fazendo dela a única ave a ter penas de tal tonalidade.
MAPINGUARI
Versão 3 :
De acordo com a lenda, a muito tempo atrás, a gralha azul era apenas uma gralha parda, semelhante as outras
de sua espécie. Mas um dia a gralha azul resolveu pedir para Deus lhe dar uma missão que lhe faria muito útil e
importante. Deus lhe deu um pinhão, que a gralha pegou com seu bico com toda força e cuidado. Abriu o fruto e
comeu a parte mais fina. A outra parte mais gordinha resolveu guardar para depois, enterrando a no solo. Porém,
alguns dias depois ela havia esquecido o local onde havia enterrado o restante do pinhão. A gralha procurou
muito, mas não encontrou aquela outra parte do fruto. Porém, ela percebeu que havia nascido na área onde havia
enterrado uma pequena araucária. Então, toda feliz, a gralha azul cuidou daquela árvore com todo amor e carin-
ho. Quando o pinheiro cresceu e começou a dar frutos, ela começou a comer uma parte dos pinhões e enterrar
a parte mais gordinha (semente), dando origem a novas araucárias. Em pouco tempo, conseguiu cobrir grande
parte do Estado do Paraná com milhares de pinheiros, dando origem a floresta de Araucária. Quando Deus viu
o trabalho da gralha azul, resolveu dar um prêmio a ela: pintou suas penas da cor do céu, para que as pessoas
pudessem reconhecer aquele pássaro, seu esforço e dedicação. Assim, a gralha que era parda, tornou-se azul.
Nomes Conhecidos :
Mapinguari, Mapinguary ou Isnashi Cantigas :
O cheiro de mato, da terra e do chão
Origem : O homem lendário traz no coração
Lenda derivada de algumas Lendas dos Índios da Região Amazônica. O seu habitat como proteção
Negros cabelos lisos caídos
Aparência : O murmúrio do vento faz suave canção
Gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo. Para uns, ele é realmente coberto de longos pelos ver- As folhas dos bosques tocando entre as mãos
melhos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga; braços longos; e garras grandes nas mãos. Já para Se esconde na selva e usa a razão
outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré. Mapinguari, Mapinguari
É folclore da gente
História cabocla amazonense
Versões da Lenda :
Defende a floresta do predador
O Mapinguari emite um gritos semelhantes ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao
Cortando a cabeça do caçador
encontro do desavisado, que acaba perdendo a vida. A criatura é selvagem e não teme nem caçador, porque é ca-
Se não fosse as lendas
paz de dilatar o aço quando sopra no cano da espingarda. Os ribeirinhos amazônicos contam muitas histórias de
De mistérios e medos
grandes combates entre o Mapinguari e valentes caçadores. O Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores
A nossa Amazônia
que conseguem sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com terríveis marcas no corpo para o resto de suas
Acabara mais cedo
vidas. Há quem diga que o Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir. Quando
Vem aí, vem aí
anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e derrubando árvores, deixando um rastro de destruição. Outros
Vem cirandar pra ti
contam que ele só aparece nos dias santos ou feriados. Dizem que ele só foge quando vê um bicho-preguiça.
Alegoria lendária
Segundo esta Lenda, alguns índios ao atingirem uma idade mais avançada evoluiriam e transformariam-se em
Mapinguari, Mapinguari
Mapinguari e passariam a habitar o interior das florestas passando a viver apenas no seu interior e sozinhos. Há
por Guerreiros Mura:
também quem diga que seus pés têm o formato de uma mão de pilão. Já outras versões relatam que este mesmo
pajé teria descoberto o segredo da imortalidade porem seu preço fora se transformar na tal criatura.
Segundo Domingos Parintintin, cacique de uma tribo amazônica, a única maneira de matar o mapinguari é dan-
do uma pancada em sua cabeça. Porém ele afirma que o melhor a fazer é subir em uma árvore e se esconder, em
vez de tentar matá-lo , já que a criatura tem o poder de fazer sua vitima ficar tonta e “ver o dia virar noite”.
Muitos estudiosos acreditam que o Mapinguari seria um tipo de megatério, ou preguiça-gigante uma criatura ex-
istente à 12 mil anos atrás no interior da floresta amazônica. Entre os estudiosos estavam paleontólogo argentino
Florentino Ameghino e o ornitólogo David Oren.
Nomes Conhecidos :

PISADEIRA
Pisadeira ou Pesadeira

Origem :
O mito é de origem Portuguesa porém tem forte impacto principalmente nos estado de São Paulo e parte de
Minas Gerais.

Aparência :
Mulher muito magra, com dedos compridos e secos, unhas enormes, sujas e amareladas. Suas pernas são curtas,
cabelo desgrenhado, nariz enorme com muitos pelos, como um gavião. Seus olhos são vermelho fogo, malignos
e arregalados. O queixo é revirado para cima e a boca sempre escancarada, com dentes esverdeados e à mostra.
Possui uma gargalhada estridente e horripilante.

Versões da Lenda :
Associada com a paralisia do sono.
Relatos de que no Piauí ela costuma aparecer disfarçadamente de qualquer pessoa e quando a vítima se da conta
está com o corpo adormecido. Como a pessoa fica consciente sabe se tem alguém dormindo junto na cama, pode
gemer para que a outra pessoa ouça e lhe acorde.
Vive pelos telhados, sempre à espreita. Quando uma pessoa janta e vai dormir com o estômago cheio, deitan-
do-se de barriga para cima, a pisadeira entra em ação. Ela desce de seu esconderijo e senta-se ou pisa fortemente
sobre o peito da vítima que entra em um estado letárgico, consciente do que ocorre ao seu redor, porém fica
indefesa e incapaz de qualquer reação.
Entretanto, a crença que é uma intervenção maléfica de um fantasma ou demônio seja causa do pesadelo é
comum a quase todos os povos do planeta desde os tempos da Antiguidade. Em Portugal, é conhecido como :
fradinho da mão furada. Já no Nordeste Brasileiro, os sertanejos acreditam numa velha ou num velho de barba
branca que vem lhes arranhar durante o sono.
Benedito Cleto, em seu artigo Assombrações; a pisadeira. Registra parte de uma oração contra pisadeira:
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem a mão furada.
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem os olho arregalado.
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem o beiço arrevirado.
São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem o dente arreganhado...
Nomes Conhecidos :

COMADRE
Comadre Fulozinha, Comadre Florzinha ou Mãe da Mata

Origem :
Nordeste, sendo muito comum na região da zona da mata principalmente na Paraíba e Pernambuco.

FULOZINHA
Aparência :
Cabocla e possui cabelos bem longos e negros

Versões da Lenda :
Protetora dos animais e plantas e contra exploradores da natureza.
Durante o dia vive na floresta caminhando feliz com seus cabelos negros e longos que chegam a cobrir todo o
corpo, pronta para assustar os homens predadores, porém de noite seus cabelos tornam-se acobreados, cor de
fogo

De acordo com a lenda, ela possui o poder de desaparecer por alguns instantes sem deixar rastros algum. Uma
de suas estratégias também, para combater os caçadores e predadores da natureza, é seu assovio. Assoviando em
posições diversas, ela vai confundindo-os e levando-os a ficarem perdidos na mata. Dizem que quando Fulôz-
inha emite um assobio agudo quando está prestes a aparecer. Se o assobio parece estar perto é porque ela está
longe; quando o som parece estar longe, é porque a encantada está por perto. Se é respeitada, a Cumade pode até
ajudar as pessoas, principalmente as que estão perdidas na mata. Basta pedir humildemente o auxílio dela.

A Comadre Fulozinha gosta muito de brincar com os animais e fazer tranças na cauda dos cavalos. Ela amarra
o rabo e a crina do animal de tal forma que ninguém consegue desatar os nós. Além de abrir as porteiras para
deixar vacas ou cabras correrem soltas.

Suas oferendas prediletas são : mingau, doces, confeitos, mel e fumo; De acordo com algumas versões da lenda,
comadre Fulozinha costuma assustar cavaleiros que passam pela mata e não deixam oferendas (mingau, doces)
para ela.

Dizem que Fulozinha nasceu no período colonial, na mesma época do saci e do curupira, e que é parenta próxi-
ma do caipora.

Versões de sua História :

Versão 1 : Em vida, era uma menina que se perdeu na mata, onde faleceu desnutrida. Desde então, seu espírito
vive vagando e aterrorizando quem destrói a natureza.

Versão 2 : Em vida ela era uma criança que se perdeu na mata quando ainda era pequena e morreu procuran-
do o caminho de volta para casa. Seu espírito passou a vagar pela floresta em busca do caminho de volta.
Versão 3 : Ainda muito nova, Fulôzinha ficou órfã de mãe e passou a sofrer com os maus tratos do pai. Ele

BOIUNA
bebia muito e a espancava sempre sem motivo.Certa vez, ao chegar em casa com fome e embriagado, não encon-
trou a filha e nem a comida pronta. A menina havia ido passear pelo mato, como fazia todos os dias. Adorava
sentar na campina e passar horas fazendo e desfazendo tranças nos seus enormes cabelos. Admirava a beleza
dos animais e por eles sentia grande amor e carinho. Não gostava de imaginar que existissem pessoas capazes
de fazer mal a tão inocentes criaturas. Ao retornar para casa, encontrou o pai que a aguardava. Percebeu de ódio

A COBRA GRANDE
nos olhos dele e tentou fugir, mas não conseguiu.Ele bateu até ela desfalecer e a enterrou viva no meio do mato.
Depois dessa morte violenta, o espírito da menina não teve mais sossego, e muito fez para perturbar o pai com
várias manifestações fantasmagóricas. Tanto que ele acabou se matando. Mesmo assim, o fantasma jamais con-
seguiu a paz desejada, pois sabia que havia se deixado tomar pelo mesmo ódio que a levou à morte. Então, como
uma forma de se redimir pelo seu erro, jurou proteger os animais da mata de qualquer caçador que só quisesse se
divertir à custa dos bichos.

Segundo alguns, ela não gosta que a chamem de cabocla no entanto, muito menos ser confundida com entidade
Caipora, dando em quem as confunde uma surra com urtiga, uma planta que causa muita coceira, ou com seus
longos cabelos

Detesta criança malcriada, cheia de manha e pantim e pode fazer todo tipo de presepada com os jovens que não
respeitam os mais velhos.
Nomes Conhecidos : Entretanto, ela não morreu pois foi salva por uma espécie de demônio chamado de Anhangá. Por fim, eles se
Boiuna, Mboi-Una (Cobra Negra), Cobra-Grande, Mãe-do-Rio, Senhora-das-Águas ou Cobra Grande da casam e tem um filho que foi transformado em cobra por seu pai, para que assim, ele pudesse viver com seus
Amazônia pais no rio.
Com o tempo ele foi crescendo até atingir um tamanho descomunal, tanto que os rios já não tinham mais peixes.
Origem : Com isso, a cobra grande começou a aterrorizar e devorar pessoas das tribos que viviam próximas dos rios.
De origem Ameríndia da região Amazônica Quando sua mãe morreu, a cobra ficou tão enfurecida que resolveu viver num estágio de letargia embaixo das
cidades grandes.
Noutra versão, quando morre sua mãe, a cobra grande fica triste e furiosa que seu olho torna-se tão brilhante
Aparência :
que chega a soltar flechas de fogo. Essas flechas eram atiradas no céu, e, portanto, acredita-se que ela atuava nas
Enorme cobra escura
tempestades.
Em Belém, há uma velha crença de que existe uma cobra-grande adormecida embaixo de parte da cidade, cuja
Versões da Lenda : cabeça estaria sob o altar-mor da Basílica de Nazaré e o final da cauda debaixo da igreja de Nossa Senhora do
Derivado do tupi mbóiuna, que significa “cobra preta”, através da junção de mbói (cobra) e una (preta). Carmo. Outros já relatam que a mesma está com a cabeça debaixo da igreja da Sé, a catedral Metropolitana de
A Boiúna é uma cobra gigantesca que vive no fundo dos rios, lagos e igarapés da Amazônia, num lugar chamado Belém, e sua cauda debaixo da Basílica de Nazaré: Percuso da tradicional procissão do Círio de Nazaré, com 3,3
“boiaçuquara” ou “morada da cobra grande”. Essa cobra tem um corpo tão brilhante que é capaz de refletir o luar. km de extensão. Os mais antigos dizem que se algum dia a cobra acordar ou mesmo teta se mexer, a cidade toda
Seus olhos irradiam uma luz poderosa a qual atrai os pescadores que se aproximam pensando se tratar de um poderá desabar. Com base nisso, em 1970 quando houve um tremor de terra na capital paraense, dizia-se que a
barco grande. Mas quando eles chegam perto dela, viram seu alimento. Ao ficar velha, a cobra vem para a terra. tal cobra havia se mexido. Os mais folclóricos iam mais longe: “Imagine se ele acorda e tenta sair “
Como é muito grande e desajeitada fora d’água, para conseguir alimento, ela conta com a ajuda da centopeia de 5
metros.
Capaz de virar as embarcações, a Boiuna pode se transformar nas mais disparatadas figuras: navios, vapores,
canoas… para enganar e engolir as pessoas. Tal é o rebojo e as cachoeiras que faz, quando atravessa o rio, que o
ruído produzido recorda o efeito da hélice de um vapor. Seus olhos, quando fora d’água, assemelham-se a dois
grandes archotes, a desnortear os navegantes; Além de assumir a forma de uma mulher algumas vezes.
Hoje sua lenda é a mais conhecida entre os habitantes que vivem próximos dos rios, os chamados ribeirinhos.
Acredita-se que a cobra grande foi responsável por criar parte dos rios. Isso porque ao se rastejar ela deixava
sulcos gigantescos na terra, que com o tempo, se transformaram em rios caudalosos, como o Amazonas.
A verdade é que na região existem muitas cobras imensas que medem até 10 metros de comprimento e chegam a
pesar mais de 200 Kg. Destaca-se a cobra sucuri, também chamada de anaconda, boiaçu e boiuna.
Dependendo da localidade (Amazônia, Pará, Tocantins, Roraima, etc.), existem diversas versões dessa lenda, as
quais foram passadas de geração em geração.
Versão 1 :
A lenda faz parte do ciclo mítico de “como surgiu a noite”, segundo a qual a Cobra Grande casa a filha e man-
da-lhe a noite presa dentro de um caroço de tucumã. Mas os portadores, curiosos, abrem o caroço, libertam a
noite e por isso são punidos.
Versão 2 :
Uma vez em uma certa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida de Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu
à luz duas crianças-cobras gêmeas: um menino, que recebeu o nome de Honorato (ou Nonato) e uma menina
chamada Maria Caninana.
Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou-os no rio, onde sobreviveram como cobras gigantes. Honorato não fa-
zia mal a ninguém, mas sua irmã era muito perversa e causava sérios prejuízos aos outros animais e às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la.
Em algumas noites de luar, Honorato perdia seu encanto e adquiria a forma humana: transformava-se em um
belo e elegante rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra. Para que se quebrasse definitiv-
amente o encanto de Honorato, era preciso que alguém tivesse muita coragem, para derramar leite na boca da
enorme cobra e fazer um ferimento em sua cabeça até sair sangue. Mas ninguém tinha coragem de enfrentar o
enorme monstro. Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato do
terrível encanto, fazendo com que deixasse de ser cobra d’água e vivesse na terra com sua família.
Versão 3 :
Uma mulher muito má, pertencente a uma tribo amazônica, costumava matar e devorar crianças. Indignados, os
habitantes da tribo resolveram jogá-la no rio.
Nomes Conhecidos :

BRADADOR
Bradador ou Gritador

Origem :
Centro-Sul do Brasil.

Aparência :
Alma Penada

Versões da Lenda :
O Bradador é uma alma penada que vive nos campos da região centro-sul do Brasil.

Diz a lenda que o Bradador foi enterrado, mas como não havia pagado todos os seus pecados, a terra o devolveu.
Assim, a múmia, ou este espírito que habita um corpo seco, sai vagando pelos matos todas as sextas-feiras, após a
meia-noite.
Testemunhas dizem que os berros parecem de uma pessoa agonizando, outras o descrevem mais como lamentos,
seguidos de forte brados, daí o nome.
Para que a terra o aceite de volta, ele terá que encontrar por sete vezes uma moça de nome Maria e assim ele
poderá descansar em paz. O problema é achar quem tenha coragem o suficiente para superar o medo dos ter-
ríveis gritos do Bradador.
Seguindo os mesmos passos do folclore em torno ao Bradador, na região do rio das Mortes, em São Paulo, é pos-
sível ouvir o Bicho Barulhento. Aquela região era rica em ouro e conta-se que 40 mineradores se mataram uns
aos outros devido à cobiça. Desde então, durante à noite, se escutam gritos naquela zona.
A história do Bradador remete às histórias contadas por viajantes solitários e cansados pelo sertão do Brasil.Com
fome, frio e fadiga, o passante escutava e via desde criaturas fantásticas como a Mula sem Cabeça ao ouvir os
berros do Bradador.
Em Santa Catarina, existe um morro chamado Bradador, na cidade de Garuva.
Outros relatos afirmam que o Bradador é um espectro sem forma e que a noite as pessoas ouvem seus gritos, reza
a lenda que quem o ver morre na hora.
E numa outra versão relata que o bradador fora um boiadeiro que desrespeito os costumes da sexta feira santa,
junto com seu cavalo e seu cachorro do nada sumeiram de forma desconhecida. Na sexta feira santas se ouvem
seus gritos alem dos relinchos e latidos de seu cavalo e cachorro.
Nomes Conhecidos :

CORPO SECO
Corpo-seco

Origem :
Minas Gerais, meados do século XX

Aparência :
Morto que anda perambulando em decomposiçāo, com aspecto esquelético e de um corpo desfeito. Uma verda-
deira alma penada, um fantasma ou espírito que vagueia por todo o lado sem ter onde descansar em paz.

Versões da Lenda :
O Corpo-seco aparece em qualquer momento do dia ou da noite. Quando é dia o Corpo-seco se locomove pelos
matos do mundo, mas quando ele se revela é das 00:00 horas até 04:00 da manhã, depois desse horário só é pos-
sível ouvir ele se movimentar pelas árvores.
Supostamente versões apontam que era um garoto que passou a vida batendo e respondendo sua mãe e seu pai,
já em outras versões narram um homem chamado Zé Maximiano, residente da Serra da Mantiqueira, na cidade
de Monteiro Lobato que além de brigar e agredir seus pais, ele era mal educado, rude, grosseiro e maltratava as
pessoas.
Quando morreu, nem o céu e nem o inferno o aceitaram então teve que ficar na terra, mas ele não ficou tanto
tempo enterrado, então saiu e virou uma criatura maligna que fica grudada nos troncos das árvores. Dizem que
ele se liberta da árvore pelas 20:00 horas. Cada pessoa que passa perto dele, ele dá um abraço de morte, pois tem
unhas compridas e esmaga a pessoa no seu abraço.
Há também outra lenda sobre ele, que diz que ele era um fazendeiro muito egoísta e mesquinho, que apanhava
suas frutas para que todos não pegassem e depois de morto fica cuidando das suas frutas e mata quem chega
perto do seu pomar.
No interior do Paraná há uma variante desta lenda: conta-se que, quando uma pessoa passa perto do corpo-seco,
ele pula na pessoa e suga todo o seu sangue. Se não passar ninguém perto, ele vai morrer, porque se alimenta do
sangue humano (semelhante a um vampiro).
Há ainda relatos do corpo-seco no estado do Amapá, Paraná, Amazonas, Minas Gerais, no Nordeste brasileiro
e em alguns países africanos de língua portuguesa, relatados por soldados brasileiros veteranos da missão UN-
AVEM III e na região Centro-Oeste do Brasil, principalmente.
Em Ituiutaba, Minas Gerais, há uma variação desta lenda, onde conta-se que o corpo-seco - depois de ser re-
pelido pela terra várias vezes - é levado por bombeiros à uma aparente caverna em uma serra que fica ao sul do
município. Dizem que quem passa à noite pela estrada de terra que margeia a “serra do corpo-seco”, consegue
ouvir os gritos do corpo-seco ecoando de dentro da caverna. Á mãe foi amaldiçoada antes de morrer, por ter
sido usada como cavalo pelo filho.
Até hoje, há o dito popular: “Quem bate na mãe fica com a mão seca”. Resumindo a lenda serve para crianças que
desobedeçem seus pais.
Nomes Conhecidos :

IPUPIARA
Ipupiara, Homem-Marinho, Hipupiar, Igpupiara,Hypupiara ou Homeme-Peixe

Origem :
Litoral do Brasil no século XVI, Capitania de São Vicente

Aparência :
Criatura de quinze palmos de comprido (3,30 metros) e semeado de cabelos pelo corpo, e no focinho tinha umas
sedas mui grandes como bigodes.

Versões da Lenda :
Ipupiara deriva do tupi antigo Ypupîara, que significa “o que está dentro d’água” (y, água, pupé, dentro e ygûara,
morador). Ou Hipupiara,que em sua língua que significa demônio d’água”
O Ipupiara, é uma espécie de monstro marinho e antropófago que fazia parte da mitologia dos povos tupis. Se-
gundo a crença popular, ele atacava as pessoas e comia partes de seus corpos.
Segundo relatos do Brasil Colônia; O historiador e cronista português Pero de Magalhães Gandavo teria pub-
licado uma crônica em 1575 donde em 1564 teria aparecido um Ipupiara na capitania de São Vicente (SP), a
primeira vila brasileira, e aterrorizou a escrava índia Irecê, que ia encontrar o amante na praia e viu a aparição do
monstro como um castigo. O ipupiara, aparentemente, já matara seu amante, Andirá. Fugiu apavorada, mas no
caminho encontrou o capitão Baltasar Ferreira que enfrentou o monstro e o abateu a golpes de espada (represen-
tante em São Vicente do capitão-mor Pedro Ferras Barreto, que residia em Santos).
Outro cronista colonial, o Jesuíta Fernão Cardim, dizia que tais criaturas tinham boa estatura, mas eram muito
repulsivas. Matavam as pessoas abraçando-as, beijando-as e apertando-as até as sufocar. Esses monstros, também
devoravam os olhos humanos, narizes, ponta dos dedos dos pés e das mãos e as genitálias. Existiam também na
forma feminina, possuindo cabelos longos e eram muito formosas. O Ipupiara era, segundo estes cronistas, um
ser “bestial, faminto, repugnante, de ferocidade primitiva e brutal e com um olhar profundo que paralisava as
pessoas”.
Jean de Léry, em sua obra Viagem À Terra do Brasil, conta algo semelhante, que ele ouviu diretamente dos índios
Tupinambás da Guanabara no século 16:
(...) Não quero omitir a narração que ouvi de um deles de um episódio de pesca. Disse-me ele que, estando
certa vez com outros em uma de suas canoas de pau, por tempo calmo em alto mar, surgiu um grande peixe que
segurou a embarcação com as garras procurando virá-la ou meter-se dentro dela. Vendo isso, continuou o sel-
vagem, decepei-lhe a mão com uma foice e a mão caiu dentro do barco e vimos que tinha cinco dedos como a de
um homem. E o monstro, excitado pela dor pôs a cabeça fora d’água e a cabeça que era de forma humana, soltou
um pequeno gemido(...).
Para acalmar o Demônio algumas tribos deixavam animais amarrados, como oferendas, perto do mar para ali-
mentar e com isso saciar a terrível fome desse monstro. As vitimas do Ipupiara na maioria das vezes não tinham
sorte, não era comum o animal deixar as suas vitimas com vida. A maioria o ser levava consigo para o fundo do
mar. Os índios acreditavam que a alma das suas vitimas não saiam mais das profundezas. Segundo a crença indí-
gena, O Ipupiara é um demônio colecionador de almas.
Nomes Conhecidos :

MATINTA PEREIRA
Matinta Pereira, Matinta, Mati-tapereira, Matim-taperê, Maty-Taperê, Saia-Dela (Pernambuco).

Origem :
Sul, Centro, Norte e Nordeste do Brasil. Para alguns é uma variação do Mito do Saci

Aparência :
Bruxa velha que à noite se transforma em um pássaro agourento negro

Versões da Lenda :
Segundo o folclore brasileiro, mais precisamente na Região Norte do país.Trata-se de uma bruxa velha que à noi-
te se transforma em um pássaro agourento que pousa sobre os muros e telhados das casas e se põe a assobiar, e
só para quando o morador, já muito enfurecido pelo estridente assobio, promete a ela algo para que pare (geral-
mente tabaco, café, cachaça ou peixe). Assim, a matinta para e voa, e no dia seguinte vai até a casa do morador
perturbado para cobrar o combinado. Caso o prometido seja negado, uma desgraça acontece na casa do que fez a
promessa não cumprida.
Não se sabe ao certo a origem da lenda, muitos dizem que se trata de uma feiticeira que usa da magia para se
transformar em matinta. Os mais velhos diziam que a sina de transformação seria hereditária, ou seja passaria
de mãe para filha. No caso de não haver herdeira para a sina matinta, a dona da maldição se esconde na floresta
e espera que uma mulher passe por lá. Quando uma mulher finalmente passa, então ela pergunta: “quem quer?”.
Se a moça responder: “eu quero!” então ela se torna ainda naquela noite a Matinta Perera
Nas cidades amazônicas existem duas versões para a lenda da matinta, a primeira é que ela se transforma em
uma coruja rasga-mortalha ou num corvo, outra versão diz que ela se veste de uma roupa preta que lhe cobre
todo o corpo dando-lhe nos braços uma espécie de asa para que possa planar sobre as casas.
Há quem diga que existe um jeito de prender a Matinta e os materiais são simples: uma tesoura, uma chave co-
mum, um rosário bento e uma vassoura virgem. A chave deve ser enterrada e a tesoura fincada em cima do local,
o rosário se põe por cima da tesoura,tudo isso a meia-noite. Toda matinta que passar por ali ficará presa, mas
depois que ela for libertada deve-se varrer o local com a vassoura para que a sina não se espalhe. Outra versão
diz que ela não pode ouvir o nome de qualquer deus enquanto estiver transformada, pois se não o feitiço acaba,
já que, sendo uma bruxa, não tem uma religião.
Segundo os índios Tupinambás esta ave, era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos
parentes mortos.
Para se descobrir quem é a Matinta Perêra, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua
casa pela manhã para tomar café.
No dia seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Perêra. Acredita-se que ela,
possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas.
Na região Norte, a Matinta Perêra, seria um pequeno índio, com uma perna só e com um gorro vermelho na
cabeça, semelhante ao Saci, que só anda acompanhado por uma velha muito feia.
Esta é provávelmente uma adaptação da lenda do Saci. Inclusive o passáro no qual ela se transforma chamada
Matiapererê, que além de ser preta tem o costume de andar pulando numa perna só, é a mesma que entre os
Tupinambás, com o tempo se transformou no moleque Saci.
Nomes Conhecidos :

LABATUT
Labatut

Origem :
Européia com elementos indígenas; Conhecido na região da Chapada do Apodi, na divisa entre o Ceará e o Rio
Grande do Norte

Aparência :
Com forma humana, seus pés são redondos, mãos são compridas, os cabelos são longos e assanhados e seu cor-
po é cabeludo, podendo as vezes no lugar dos pelos encontrar grandes espinhos, tendo só um olho na testa e seus
dentes são como os do elefante, sendo considerado pelos nativos, pior que o lobisomem, a caipora e o cão coxo.

Versões da Lenda :
Conhecido no sertão nordestino do Brasil como uma entidade mística. O Labatut adquiriu seu caráter de malva-
do como herança da imagem que ficou na lembrança do povo sobre a atuação do general Francês Pedro LABA-
TUT, que esteve no Ceará, de junho de 1832 a abril de 1833 na Guerra de Independência do Brasil, reprimindo
a insurreição de Joaquim Pinto Madeira. Dizia-se que esse general era extremamente violento e muito cruel.
Fuzilou muitos negros, surrou muitas pretas, e em virtude de incontrolável crueldade acabou revoltando até o
exército. O lendário general mercenário não poupava seu adversários
Pierre Labatut, ou Pedro Labatut nasceu em 1776 em canes, foi um militar francês, que combateu na guerra de
independência do Brasil. Foi admitido ao serviço do Príncipe Regente D. Pedro no dia 3 de julho de 1822, no
posto de brigadeiro, em razão da carência de oficiais no exército recém organizado. Labatut recebeu o título em
vida de Marechal de campo, deixou o serviço em 1842 e faleceu em 1849 na cidade de Salvador .
O monstro possui a particularidade de comer as crianças por terem a carne mais mole e sai a caça nas ruas e
estradas desertas, em noites de vento ou de lua cheia. Com isso ficou conhecido no Rio Grande do Norte como
comedor de crianças. Dizem que ele mora no fim do mundo e gosta de pairar às portas para ouvir quem fala,
quem canta, quem assobia e quem ressonar alto.
A crueldade e brutalidade humana está personificada na lenda sob a forma de Labatut. Os animais não são
cruéis, pois vivem instintivamente e só matam ou devoram quando são ameaçados ou estão com fome. A ima-
gem animalesca de Labatut refletem a idéia que o homem faz de si próprio, isto é, ele projeta nos animais seus
ódios, seus desejos, seus temores…
O animal é a realidade, enquanto que o homem para fugir dela, criou um mundo imaginário. Os monstros
criados pela imaginação fértil do homem simbolizam as dificuldades a vencer ou os obstáculos a ultrapassar. O
monstro é a imagem do “Eu inconsciente”, que é necessário vencer, para desenvolver o “Eu individualizado”.
Encontramos exatamente essa mesma noção no monstro do pesadelo, o qual personifica o medo ou o perigo. O
sonhador deve enfrentar esse monstro noturno, porque, do contrário, ressurgirá cedo ou tarde em outro sonho.
Dominar o medo já é vencer o monstro!
Nomes Conhecidos :

NEGRO D’ÁGUA
Negro D’água, Nego D’água ou caboclo d´água

Origem :
Não existente. Porém sua historia e bastante conhecida entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Cen-
tro-Oeste do Brasil

Aparência :
Homem negro alto, forte, careca, orelhas pontudas, possui o corpo coberto de escamas como a de um anfíbio
além de apresenta nadadeiras tanto nas mãos quanto nos pés.

Versões da Lenda :
Vivendo em diversos rios (Rio Tocantins, Rio Grande e o Rio São Francisco) e manifestando-se com suas gar-
galhadas, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio na qual raramente sai
dele, seu objetivo seria amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes
dando sustos em pessoas a barco, derrubando canoas dos pescadores, isso se eles se negarem de dar um peixe.
Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a
jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada.
Relatos de que a criatura vive no Velho Chico, junto com os peixes
Conta-se qualquer um pode ficar amigo do Nêgo d’Água e até pedir que lhe conceda favores usando os poderes
sobrenaturais que tem. Mas para isso é preciso cortar uma das garras dele. A artimanha é flagrá-lo em um mo-
mento de distração, espichado sobre uma pedra, quase cochilando durante o banho de sol. Isso é o que dizem lá
pelas bandas de Petrolina.
Nomes Conhecidos :

BESTA FERA
Besta-Fera ou Bestafera

Origem :
Ser Mítico do Folclore Português e Brasileiro

Aparência :
Centauro, metade homem, metade cavalo, com garras enormes e afiadas nas mãos. Sua cabeça que é variante,
algumas vezes sendo dita como invisível, e outros afirmam ter a cabeça de um lobisomem

Versões da Lenda :
Criatura sobrenatural do Folclore Brasileiro, mas de origem Portuguesa, acreditando-se ter chegado aqui na épo-
ca da colonização, soando como uma mistura da Mula-sem-cabeça com o Lobisomem.
A lenda fala que o monstro é o Diabo e que toma essa forma e sai do inferno para galopar nas noites de lua cheia
ou como outros relatam para colocar o sinal da besta nas pessoas, sendo que estas marcadas irão pro inferno, ou
galopa pelas áreas florestadas a procura de uma flor vermelha coberta de sangue que na qual desaparece, ele tem
cascos que fazem barulhos cortantes e solta relinchos como um Cavalo Infernal, que se assemelha a uma gargal-
hada sobrenatural, aterroriza as pessoas além de chicotear animais pelo caminho.
Ao passar pelos vilarejos com seu tenebroso galope as pessoas se traçam com urgência em suas casas, ele atrai
dezenas de cães de rua, e para nas casas e quintais que tem cachorros presos para libertá-los e continuar seu
trote.
Quando para em frente a uma casa, pode se ouvir sua respiração forte de cansaço, e logo ele começaria a arran-
har as portas e janelas. Não se deve olhar para a criatura, muito menos pelo rosto, pois se acredita que a visão da
sua face por causar a loucura temporária de uma pessoa. O que se recomenda-se a fazer é rezar o CREDO para
que a criatura siga seu caminho.
A besta corre pelas ruas assim que o relógio bate a meia-noite, seu destino final é o portão de algum cemitério,
o jeito mais fácil de livrar essa criatura do caminho é rezando o Credo ou segurando um objeto de aço que seja
bento.
Nomes Conhecidos :

ONÇA CELESTE
Onça Celeste, Charía ou Anhá

Origem :
Mitologia Tupi-Guarani

Aparência :
Um onça, de olhos vermelho e corpo da cor do céu

Versões da Lenda :
Espirito Maléfico. Os Tupi-Guarani relatam que os eclipses solares e lunares ocorrem porque o mesmo sempre
perseguia os irmãos e Deuses Guaraci (O Sol) e Jaci (A Lua) que o importunam. Chariá se localiza em dois lug-
ares opostos do céu e seu olho direito representado por duas estrelas vermelhas, Antares, da constelação do signo
de Escorpião, e a Aldebaran, da constelação do signo de Touro. Essas constelações ficam em oposição no zodía-
co, onde passam o Sol, e a Lua e os planetas, observados da Terra.
Uma noite por mês, A Lua aproxima-se de Antares e de Aldebaran, e o Sol chega perto dessas estrelas vermelhas
um dia por ano, podendo ocorrer eclipses. Na ocasião de eclipses, os Tupi-Guarani fazem grande algazarra com
o objetivo de espantar a onça celeste, pois acreditam que ela pode matar o Sol e a Lua. Caso aconteça, a terra
cairá e ficaria numa completa escuridão e em seguida o Fim do Mundo.
No inicio do tempo e espaço, antes de fixarem no céu, Guaraci e Jaci, habitavam a terra e viviam juntos em diver-
sos aventuras. Um dia, os irmãos encontraram Charia, pescando em um rio. Com objetivo de importuna-lo, que
ate então não havia percebido os irmãos, Guaraci mergulhou e mexeu no anzol, imitando um peixe. Charia pux-
ou o anzol vazio, caindo para trás. A Divindade repetiu a façanha por 3 vezes e em todas as vezes a onça caíra.
Em seguida Jaci disse sorrindo que seria a vez agora.
Ao mergulhar e se deslizando ate o anzol. Charia por ser mais rápido pescou a Lua e a matou com um bastão de
madeira. Em seguida voltando pra casa levando-a junto como um pescado para come-la com sua mulher. Du-
rante o cozimento da Lua, o Sol chega na hora sendo convidado para comer com eles. O Sol agradeceu dizendo
que aceitaria apenas um pouco do caldo de milho e pediu que não jogasse fora os ossos do peixe, pois gostaria de
leva-los. Após recolhe-los e leva-los pra longe, utilizando sua divindade, ressuscitou sua irmã mais nova.
Assim, um eclipse Lunar representa a Lua sendo devorada pela onça, sendo que a cor vermelha é o próprio
sangue da Lua que a oculta. Daí a Lua só ressurge com toda sua plenitude, como Lua Cheia, pois seu irmão mais
velho o Sol ressuscita e a salva.
Nomes Conhecidos :

ANHANGÁ
Anhangá, Anhanga ou Ahiag̃

Origem :
Folclore Indígena Brasileiro. Mas precisamente o Folclore Amazônico

Aparência :
Espírito Metamorfo podendo assumir varias formas, porem sua principal forma assumida e a de um veado
enorme, de coloração branca, olhos vermelhos como o fogo, chifres pontudos e uma cruz na testa

Versões da Lenda :
O Anhangá é um espírito poderoso, que protege as matas, rios e os animais selvagens.
Anhá-Angá, “anhang” do tupi-guarani. “Ang” significando Alma e “Anhá”, correr, ou seja, uma alma que corre.
Pode ser traduzido por alma errante dos mortos, sombra, espírito ou, como fala o caboclo, visagem, que é o mes-
mo que espectro, fantasma e assombração.

Geralmente, ele aparece na forma de um veado, mas existe diversas formas :


1 - Mira-anhangá – forma de gente
2 - Tatu-anhangá – forma de tatu
3 - Suasu-anhangá – forma de veado
4 - Tapiira-anhangá – forma de boi.
5 - Pirarucu-anhanga – forma de peixe piracuru
Existem outras formas assumidas tipo : pássaro (galinha do mato), macaco, morcego, rato, tartarugas e duendes
Diz a lenda que ele pune caçadores que maltratavam os animais e a floresta. Os invasores podiam levar pauladas
invisíveis, chifradas e coices, ou cair no encanto de ilusões mágicas, perdendo-se na mata ou coisa pior se alguém
fizesse pouco caso de Anhangá e se o caçador desprevenido que aproximar-se de Anhangá em forma de veado
tenta-se abatê-lo, teria uma desagradável surpresa, pois expelindo fogos pelos olhos, o atacaria com incontrolável
fúria.
O Anhangá traz para aquele que o vê, ouve ou pressente certo prenúncio de desgraça, e os lugares freqüentados
por ele são mal-assombrados. Quando assobia a caça e a pesca desaparecem por encanto.
Apesar de os poderes de Anhangá a astúcia de caçadores e pescadores consegue neutralizá-los em parte.
Contam que todos que se dispuseram voltar para procurar o ofertório, jamais o encontraram
Dizem que se o caçador quisesse ter uma caça tranqüila, e pedir sua proteção era apenas ofertar aguardente ou
fumo (tabaco) ou dizer : “Meu compadre me dê uma boa caça, que lhe presenteio com um pouco de tabaco”.
Se a pessoa for atendida, dever cortar uma vara, rachar sua ponta e nela introduzir o tabaco, mortalha para
cigarros e fósforo. Feito isso espeta a vara nas proximidades onde a caça foi abatida, dizendo: “compadre está aí o
tabaco prometido”.
Agora caso quisesse manter-se afastado do espírito era apenas entrar na mata, acender foguetes com duas ou três
cargas. Mas se estiver dentro dela fazer uma defumação com castanha de caju ou fazer uma cruz com madeira da
própria mata.
O fumo assume um relevante papel no cotidiano das gentes do mato. O tabaco é utilizado também como
ofertório para aplacar a ira, a cólera, dos seres punitivos e vingativos, ou agradar os benfeitores; para afastar as
influências maléficas e atrair a proteção das deidades do mato.
Um caçador que ameaça algum animal, principalmente se for uma fêmea amamentando seu filhote, é perseguido
por anhangá.
Dizem que a muito tempo, um índio insistiu em perseguir uma veada, mesmo vendo que ela estava com sua cria.
No alto de uma montanha, anhangá, com seus olhos vermelhos e ar majestoso, observava a cena.
Com grande crueldade, o índio armou seu arco e fecha e desparou contra o filhotinho, ferindo o pobre animalz-
inho. Não satisfeito com tanta crueldade, agarrou o pobrezinho e escondeu-o atrás de uma árvore. Apavorado,
o veadinho gritou pela sua mãe. Ao ouvir os gritos desesperados do filhote, a veada aflita correu na direção da

BOI VAQUIM
árvore.
O índio, com sua arma preparada, disparou uma flechada no pobre bicho. Todo alegre aproximou-se do animal
caído e para sua surpresa… viu a sua mãe caída no lugar do grande cervo.
Aos gritos o índio o percebeu que fora vítima de uma ilusão criada pelo grande veado branco. E saiu correndo
pela floresta.

Cantigas :
Rios e matas,
passarela da ilusão,
muitas são as máscaras
do desfile de assombração.

Caçador, muito cuidado


com o que irás caçar,
se for branco, o veado,
é melhor não atirar.

Se de olhos afogueados
nem lhe deite um olhar,
pois é alma do outro lado,
é o encantado Anhangá.

Se quiseres boa caça,


faz à ela um agrado:
na ponta de uma vara,
deixa um pouco de tabaco,
os fósforos e a mortalha,
para que faça seu cigarro.

Anhangá quando fuma,


deixa de assoviar,
caçador vai à caça,
foi o trato com Anhangá..
Anhangá, Anhangá, Anhangá!
Anhangá, Anhangá, Anhangá!
Nomes Conhecidos :

GORJALA
Boi Vaquim

Origem :
Rio Grande do Sul

Aparência :
Boi com asas e chifres de ouro, chispa fogo na ponta dos chifres e tem olhos de diamante.

Versões da Lenda :
Trata-se de um ser fabuloso do Rio Grande do Sul, descrito pelo historiador Contreira Rodrigues. Dizem que é
preciso muita coragem para laçá-lo, braço forte, cavalo bom de pata e de rédeas.
No Rio Grande do Sul havia um retirante conhecido como João do leite, pois entregava aos moradores da cidade
e da zona rural o leite que eles todos os dias consumiam.
Certa madrugada ainda bem cedinho, João do leite saiu de sua casa e foi até o curral para iniciar mais um dia de
trabalho tirando leite das vacas para de manhã quando o sol nascesse pudesse pegar sua carroça e sair a entre-
gar e vender seu leite para com ele sustentar sua família. No entanto, nesta madrugada estava mais frio do que o
normal para o outono, e João do leite então se agasalhou bem para dar início à retirada do leite da vaca. Sozinho
no curral João do leite acendeu as luzes e, pegando seu banquinho e a caçamba, amarrou os pés da vaca da vez e
começou a retirar o leite da vaca em mais um dia de trabalho árduo na fazenda. Todavia, quando o relógio mar-
cou três da madrugada, João viu a luz do curral desligar do nada, fazendo-o praguejar de raiva:
− Bah! Mas o que foi isso tchê?
João então riscou o isqueiro que sempre levava no bolso para acender seu cigarrinho de palha e caminhou até o
interruptor do curral para religa-lo; no entanto, quando apertou o interruptor, este não ligou a luz novamente,
ligando-o e religando-o diversas vezes, mesmo assim a luz do curral não acendeu. João então, muito bravo,
começou novamente a praguejar, dizendo:
− Bah! Mas só me faltava essa. A luz do curral queimou. Bem, se eu for concertar a luz isso vai tomar muito do
meu tempo e eu não vou conseguir tirar a quantidade de leite necessária para cumprir o compromisso de hoje,
então eu vou é pegar um bocado de velas lá em casa e trabalhar a luz de velas mesmo.
João então, sob a luz faiscante de seu isqueiro, abriu a porteira do curral e subiu em direção à sua casa, lá che-
gando abriu o armário e pegou um bocado de velas e retornou ao curral. Todavia, quando João, com o isqueiro
faiscante na mão esquerda e o bocado de velas na mão direita que, em seguida colocou no bolso do casaco, abriu
a porteira ouvindo seu ranger, virou-se para o curral ainda escuro, mas iluminado pelo fogo do isqueiro de
João, viu à sombra da penumbra da madrugada sombria e fria naquele curral, um boi muito grande com asas e
guampas de ouro. No susto daquela visão repentina João acabou deixando seu isqueiro cair no chão do curral.
Na completa escuridão, João se agachou rapidamente e começou a passar a mão no chão para ver se conseguia
encontrar novamente o seu isqueiro. Depois de algumas tentativas, João enfim encontrou seu isqueiro, mas este
havia caído numa possa de urina de vaca e, molhado, não funcionara novamente.
João então percebendo que estava no completo breu sombrio da escuridão do curral se levantou e começou
a procurar no escuro a porteira; foi quando João de repente começou a ouvir o barulho de um boi bufando e
roçando a pata no chão, viu uma luz clarear atrás de si. Neste momento João, mesmo sendo corajoso e acostu-
mado com a escuridão da noite, sentiu um frio na espinha e começou a se virar lentamente para ver o quanto
pudesse naquela escuridão o que estava acontecendo e, de repente, quando se virou completamente, João se
deparou novamente com aquele boi com asas e guampas de ouro, só que desta vez esse boi estava a soltar fogo
pelo nariz e com este a iluminar parte do curral. João então, completamente aterrorizado, ficou paralisado olhan-
do aquele monstro bovino e, quando pensou em se virar para tentar abrir a porteira e sair correndo do curral, o
Boi Vaquim então veio com toda força para cima de João e o matou com uma pancada no peito.
Nomes Conhecidos : Completamente espantados e não querendo acreditar que aquilo fosse real, ambos ficaram mudos e paralisados a
Gorjala observar o gigante da serra se aproximara deles mais e mais e, quando ficou a alguns poucos metro de distância,
o gigante olhou-os fixamente nos olhos e, antes que eles pudessem fugir, passou a mão direita em seus corpos
Origem : frágeis e os colocou em baixo do braço e, enquanto ia andando com suas passadas enormes sobre a mata densa
Folclore das regiões Norte e Nordeste do Brasil do parque, o gigante os comeu um a um, pedaço a pedaço.

Aparência :
Gigante oriundo de tonalidade preta, com bocarra escancarada e faminta, e possui um olho

Versões da Lenda :
Costuma ocultar-se nas serras e nos penhascos cobertos de fraturas e escarpas, pois adora, nos seus momentos
de ação, empreender longas caminhadas sobre os abismos e os precipícios, vencendo-os em largas passadas,
como se nada fossem.
Espécie de guardião ancestral das florestas, tem coo função similar à da maioria do seus colegas de ofício, que
é a de perseguir até a morte os invasores dos seus verdes de domínio. Tal como o Mapinguari, O Gorjala tem o
habito horripilante de enfiar a sua presa debaixo do sovaco e ir comendo-a aos pedacinhos.
Habita as serras e penhascos do Ceará. E há quem diga que ele possa ser uma alma de um ex escravo faminto
Sua figura está associada à dos gigantes tradicionais do fabulário universal ( Ciclopes) e se constitui numa espé-
cie de Polifemo ou de um Golias barrocamente exacerbado, provavelmente importado e aclimatado às nossas
florestas, já que nossos índios nunca foram apaixonados por gigantes. O próprio nome Gorjala remete à indu-
mentária medieval europeia: gorjal era uma peça da armadura dos cavaleiros andantes, destinada a proteger a
garganta, ou a gorja, como se dizia arcaicamente, era um dos reptos preferidos das velhas gestas portuguesas).
Dessa associação, passou-se inevitavelmente à imagem de um ser com a boca desproporcional.
Suas presas são geralmente um caçadores extraviados, e seus gritos lancinantes de socorro soam como o canto
harmonioso da mais afinada das aves.
Um casal de Juiz de Fora foi acampar na serra de Ibitipoca. Viajaram de carro pela manhã e, no fim da tarde
chegaram até o parque de Ibitipoca. Lá montaram acampamento e se sentaram do lado de fora da barraca junto
ao fogo enquanto tomavam chocolate quente, fumavam maconha e namoravam a luz da lua cheia. Era época de
baixa temporada e eles estavam sozinhos no camping do parque nesta noite.
Resolveram então dar umas voltas pelo interior do parque e ir até uma de suas cacheiras de águas gélidas e ne-
gras. Tentaram entrar na água, mas ela estava muito gelada, então desistiram de se banhar e resolveram ficar a
beira da cachoeira fazendo amor sob a luz. Depois de se amarem acenderam outro baseado e ficaram ali a obser-
var a lua e a ouvir o som das águas negras da cachoeira.
Meia hora depois começaram a ouvir barulhos estranhos vindo da mata; pareciam passadas grandes, mas como
estavam sobre efeito de maconha, pensaram estar viajando e não levaram aquele barulho estranho a sério e con-
tinuaram abraçados a observar a lua. Foi quando de repente ouviram novamente os passos no meio da mata, mas
desta vez estavam mais intensos e mais próximos; desta vez perceberam que não era uma alucinação causada
pela maconha, ambos estavam ouvindo os mesmos passos vindos em sua direção e, sob a luz da lua, viram bem
ao longe o mato ser rebaixado como se alguém imenso estivesse pisando sobre ele. Assustados, juntaram suas
coisas e começaram a andar em direção ao acampamento, mas continuavam a ouvir as passadas imensas pelas
ravinas, escarpas e grotões; neste momento começaram a sentir um grande medo e de acordo com que as passa-
das iam se aproximando, o medo se transformou em pavor e começaram a correr.
No entanto, no meio da correria no mato, a moça tropeçou em uma pedra e caiu, machucando um pouco seu
joelho, seu namorado se voltou para ela e, dando-lhe a mão, puxou-a para cima, mas quando eles olharam para
trás, viram sob a sombra da lua um gigante preto e feio, com mais ou menos uns 30 m de altura, vindo em sua
direção.
Nomes Conhecidos :

QUIBUNGO
Quibungo, Kibungo ou Xibungo

Origem :
Africana

Aparência :
Metade homem, metade animal. Possui-a uma cabeça enorme e um buraco ou um tipo de boca cheia de dentes
afiados em suas costas. Quando se abria após abaixar a outra cabeça utilizava para devorar as crianças.

Versões da Lenda :
Conta-se que a lenda teria chegado ao Brasil por intermédio de escravos bantos oriundos da Angola e com isso
sendo incorporada ao folclore baiano. Na Angola e no Congo, o nome Quibungo significava “lobo”, mas podia
ser interpretada como “ladrão” ou “invasor”.
A criatura é uma espécie de bicho-papão , que devorava crianças arteiras e desobedientes. Similar as lendas da
Cuca, Velho do Saco, Tutu Marambá e ...., porém a única coisa que os difereciava era sua aparência.
O Quibunga tinha a fama de não ser muito inteligente, tampouco esperto. Era medroso e bastante covarde, talvez
por causa de sua vulnerabilidade. Ele podia ser morte como uma pessoa normal, com facas, armas de fogo e ....
Nomes Conhecidos :

TUTU MARAMBÁ
O Bicho-Tutu ou Tutu Marambá

Origem :
Conhecido no Norte/Nordeste o Brasil

Aparência :
Qualquer tipo de forma (Bicho-Papão), porém é comum aparecer como uma grande sombra negra com olhos
brilhantes e grandes dentes afiados.

Versões da Lenda :
Tipo um irmão do Bicho-Papão e do Boi da Cara Preta, o Tutu Marambá é uma criatura toda negra, sem ter,
porém, forma discernível alguma. (A palavra Tutu, segundo Câmara Cascudo, provém do termo africano quitu-
tu, que significa “ogro” ou “papão”.), importados da Europa e da África.
Apesar de não ser tão popular, o Tutu marambá é senhor dos terrores noturnos infantis na Bahia, em Pernambu-
co, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Adora comer carne de crianças, principalmente as bonitas e as que dormem tarde! Diz a lenda que ele se esconde
atrás das portas das casas para capturar as crianças para comer, que escuta as conversas e até imita vozes, além de
persegui crianças arteiras e, principalmente, aquelas que não querem dormir

As mães usavam cantigas de ninar para espantar o Tutu, que não gosta de música!

Existem várias modalidades da criatura, das quais a mais singular é a do Tutu-zambê, que, além de não possuir
forma, não possui também a cabeça.

Na Bahia, por sua vez, o Tutu marambá deixa de ser uma mera sombra para assumir a forma explícita de um
porco-do-mato, graças à semelhança dos termos tutu e caititu. (O caititu, ou queixada, é uma espécie de porco
selvagem, montaria predileta do Caipora nortista.)

Cantigas :

1 - Tutu Marambá não venhas mais cá


Que o pai do menino te manda matar
Durma neném, que a Cuca logo vem
Papai está na roça e Mamãezinha em Belém
Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar (repete)

2 - Tutu-Maramabaia vai-te embora


Sai de cima do telhado
Deixa o menino dormir
O seu soninho sossegado.

3 - Bicho-papão
Sai de cima do telhado
Deixe este menino
Dormir sossegado .
Nomes Conhecidos :

CABEÇA ERRANTE
Cabeça Satânica ou Cabeça Errante

Origem :
Europeia, e certamente tem raízes portuguesas. Versões mais aceitas é a de que tenha chegado ao país através
dos colonizadores desembarcados em Recife-PE, Alagoas e Paraíba, mas depois foi se espalhado pelas zonas do
agreste, sertão e alto sertão, sendo pouco conhecida nas capitais.

Aparência :
Versão 1 : cabeça de uma pessoa de cabelos compridos, a se deslocar rolando ou saltitando pelo chão, mostran-
do os olhos arregalados e amedrontadores, sempre com um grande sorriso enigmático estampado na face.
Versão 2 : cabeça de um cangaceiro de feições rudes e castigadas pelas adversidades, que contempla sorridente
a todos os que com ela se deparam.
Versão 3 : cabeça conduzida por outro ser fantasmagórico, que com uma das mãos a segura pelos cabelos, mas
a solta assim que se defronta com alguém, para que ela possa perseguir a vítima, que por infelicidade, estava no
lugar errado e na hora errada.

Versões da Lenda :
Costuma surgir de repente, como se fosse uma pessoa comum, quase sempre de costas para o individuo a quem
pretende intimidar. Isso sempre acontece tarde da noite e em lugares onde haja pouca luminosidade, certamente
porque a obscuridade aumentará a sensação de pavor. Então aquela pessoa estranha e irreconhecível, se desfaz
no chão em poucos segundos, surgindo em seu lugar à assustadora cabeça rolante. Trata-se de uma entidade
tão temida pelos habitantes das regiões afastadas, que a simples menção do seu nome já exige o Sinal da Cruz, e
costumam evita-lo, mesmo quando a conversa gira em torno de assombrações. Isso porque associam seu nome
à encarnação viva do próprio diabo, que costuma sair a noite, para perseguir aqueles que por qualquer motivo,
estão perambulando pelas ruas, com ou sem destino.
Dizem que basta um toque dessa entidade maligna, para que a pessoa alcançada adoeça e morra logo em segui-
da, é considerado sinal de agouro quando ela corre pelas noites a fora, e de repente se detém diante de alguma
casa. Nesses casos, tem-se como certo que uma das pessoas que moram ali, acabará morrendo ou contraindo
doença grave no prazo de poucos dias. Para que isso não aconteça será necessário que um padre exorcize o local,
para depois os moradores nele realizarem uma novena. Essa é, na certeza geral, a única maneira do mal ser af-
astado definitivamente.
Em algumas regiões essa entidade é também descrita como uma enorme cabeça que surge mostrando seus
cabelos e olhos de fogo, sempre gargalhando de forma tenebrosa, espalhando terror e pânico por onde costu-
ma passar. Para proteger-se dos malefícios que essa aparição sempre acarreta, recomenda-se que uma cruz feita
da palha do Domingo de Ramos, seja colocada do lado de fora da porta de entrada da casa, como se fosse um
amuleto a protegê-la. Mas quando ele não funciona e a sinistra cabeça detém-se diante da casa, fazendo com que
seu hálito horrível atravesse as frestas da porta e seja sentido por seus moradores, o recurso é que eles se agarrem
a um terço bento e comecem a rezar, mantendo sempre bem fechados todos os ferrolhos de portas e janelas, que
possam permitir a entrada da aberração que está do lado de fora.
De fato, a tradição da cruz com as palhas do Domingo de Ramos afixadas à porta das casas, é ainda hoje um
costume largamente praticado pelos moradores das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
O tema da Cabeça Errante e falante aí aparece como centro etiológico. Trata-se da explicação do próprio astro
celeste. Se assemelha ao mito do Maranhão ou Pará do Cumacanga ou Curacanga.
Na Europa e Ásia há a tradição das cabeças humanas que voam, destacadas do corpo, atravessando os ares, es-
palhando pavor. Na américa do sul, Bolívia, há a Catecate, que aparece por cima dos tetos amigos, queixando-se,
iluminando o interior com seus olhos de fogo.
Era crença comum na Europa Medieval, entre os séculos X e XV, que os mortos-vivos, ou Zumbis, habitavam a
terra juntamente com os vivos. Inúmeros são os relatos oficiais de tais aparições, assim também como do remé-
dio adotado na época para resolver a questão. Acreditava-se que a cabeça do fantasma, ou morto, era o elo de

MÃOZINHA
ligação dele com o mundo físico. Assim, era prática comum, depois de identificado o morto que assombrava,
com o consentimento das autoridades religiosas, fazer a exumação do seu corpo e o eventual corte de sua cabeça,
como única forma de libertá-lo da maldição. Em seguida, era o defunto outra vez enterrado, agora com a cabeça
decepada entre as pernas.

PRETINHA
Existe uma outra história que envolve esta lenda que a cabeça errante teria em vida sido um índio que teve a
cabeça cortada, na qual se recusou a morrer, com isso ela começa a perseguir quem a decapito. As pessoas fogem
e ela as persegue, daí as mesmas sobem numa arvore e a cabeça embaixo Matutando como iria pegá-los, ela os
obriga a jogarem fios nele onde ela monta um tipo de carretel e o joga para são Pedro onde ele o puxa se tornan-
do lua passando assim a perseguir todos os homens todos os dias e todas as noites.
Nomes Conhecidos :

PERNA CABELUDA
Mãozinha Preta ou Mãozinha da Justiça

Origem :
Região Sudeste do Brasil

Aparência :
Ser flutuante no formato de uma mão preta, e por vezes peluda, ágil e determinada, não apresentando braço ou
algo que alguém tenha visto para indentificar se seria ou não algum espírito.

Versões da Lenda :
Ela é vista como um ser tenebroso por atacar e assombrar viajantes em estradas, assim como em suas próprias
casas, beliscando, puxando cabelos e ate enforcando quando se sentindo ofendida ou irritada. Porém pode ser
útil em serviços gerais da casa.
Acredita-se que essa pode ser uma maldição lançada em um espírito de um escravo, ou ate em um índio antigo e
curandeiro, a parti do ocorrido a Mao fora amputada se tranformando assim neste ser sobrenatural.

De acordo com o folcloróligo câmera cascudo “ como a mão é negra, não castigava e atormentava escravos. Daí
sua popularidade entre eles”
Nomes Conhecidos :

MÃO DE CABELO
Perna Cabeluda

Origem :
Cidade de Recife (Pernambuco), década de 70. Posteriormente a lenda fora se espalhando por todo o Nordeste
ganhando versões próprias e novas em cada estado.

Aparência :
Uma perna cabeluda literalmente sendo que uns falavam que ela tinha unhas grandes e podres. Já outros alega-
vam que o pedaço de corpo não era sequer humano.

Versões da Lenda :
Sua origem envolve a historia de um vigilante escrita pelo escritor Raimundo Carrero e sua divulgação ao radi-
alista Jota Ferreira. Afirma que em um programa de radio fora divulgado um caso de um vigilante noturno que
teria encontrada em sua casa de baixo de sua cama um perna cabeluda. A nota fora passada ao radialista pelo
escritor Raimundo, cuja brincadeira dizia que após uma ronda noturna o guarda havia achado uma perna cabe-
luda a baixo da cama onde sua esposa durmia que seria supostamente de um amante.

A noticia fora interpretada como uma figura assombrosa, e vários boatos populares sobre sua aparição foram
relatados. Esses relatos alegavam ataques noturnos dentro das casas, omde o ser se escondia no guarda-roupas ou
debaixo da cama ou ate assustando pessoas nas ruas de madrugada. Os ataques consistiam de chutes, joelhadas,
pisadas e, mesmo caídas, continuavam a ser surradas. . Após isso a perna em grandes pulos fugia.
Nomes Conhecidos :

PÉ DE GARRAFA
Mão de Cabelo

Origem :
Sul de Minas Gerais e região de São Paulo

Aparência :
Fantasma que anda vestido todo com uma roupa branca ou um lençol branco e possui as duas mão cheias de
cabelo

Versões da Lenda :
Visita todas as noites as casas das crianças sendo seu alvo principal os meninos para ver se urinaram em suas
camas.
Existe uma frase referente a esse ser com intuito de fazer as crianças urinarem nas camas :
“Oia, si neném mijá na cama, mão de cabelo vem ti pegá e corta a minhoquinha de neném”
Existe um provável historia dessa entidade quando ainda era viva :
Durante sua vida, Mão de cabelo (não existes dados de seu nome verdadeiro em vida), era uma piada em sua
vila, sendo chicoteado desde pequeno por não saber segurar em seu órgão masculino (Pênis), durante o sono,
acordando, no dia seguinte , sua cama se encontrava mais molhada do que outra coisa.

Se sentindo mal com tal situação, sendo que sempre era chicoteado por causa de seus problemas urinários, o
(ainda pequeno naquele tempo) Mão de cabelo resolveu tomar uma atitude drástica em sua vida, decepar o seu
próprio pênis com uma faca de cortar pão desamolada. Durante o ato sádico, Mão de cabelo finalmente não
corria mais o risco de fazer xixi na cama, ou melhor, nem fazer xixi mais ele corria o risco agora, haja visto que
não tinha mais por onde sair tal excreção. Porém, para o seu azar, o corte trouxe graves consequências. Sofrendo
de uma hemorragia interna, Mão de cabelo acabou caindo duro no chão, sendo levado para o hospital. Mas nem
a ajuda dos médicos pode salvá-lo, sendo que o menino morre.

Depois que Mão de cabelo morreu, uma onda de casos de desaparecimento de crianças começou a acontecer
pela pequena vila onde o ex-menino morava sendo que, para o espanto de todos os moradores do local, as
crianças que sumiam eram sempre meninos e somente aqueles que faziam xixi em suas camas eram as vítimas.
O mais curioso era que os garotos desapareciam e reapareciam mais tarde e perto do local de suas casas, porém
com uma ligeira mudança em seu pênis que era cortado fora durante o sequestro, sendo que o menino voltava
(completamente) capado.

A única coisa que as crianças lembravam era de uma criatura fantásmagórica e com mãos peludas lhes carregan-
do . Bom, não se sabe o que o fantasma do Mão de cabelo faz com os membros acredita-se que ele queira punir
as crianças que fazem xixi na cama e que não tem coragem de cortar o pênis fora, tal qual ele teve a coragem de
fazer.
Nomes Conhecidos :

MINHOCÃO
Pé-de-Garrafa

Origem :
Sertão Brasileiro principalmente nos estados do Mato Grosso do Sul, Piauí e Maranhão

Aparência :
Ser Humanóide com corpo de homem, de cor negra ou branca, tem o umbigo branco, corpo coberto de
pêlos, possui apenas um olho e um chifre localizados na testa, apenas um braço, mão com grandes garras
e uma perna que não possui pé e sim um formato de fundo de garrafa.
Outras versões dependendo da região afirmam que ele possui rosto de cavalo com um olho no meio da
testa, já outros relatam que este ser possa ter um rosto de gorila ou cachorro.

Versões da Lenda :
Habitando as florestas do Paraná. Este ser é muito difícil de aparecer para uma pessoa, pois muitos
dizem que ele evita ao máximo o contato, entretanto costuma atrair as pessoas quando quer.
Por ter apenas um pé com formato de garrafa ele se locomove bem devagar deixando um rastro de bura-
cos profundos no chão lembrando perfeitamente um fundo de garrafa.
Possui fluidez onde na qual o ajuda a desaparecer ou mudar de tamanho, agitando-se ou reduzindo-se
dependendo da situação
Dizem que ele costuma gritar sons de assustadores ou imitar voz de pessoas para alguém informar o
caminho na mata. As pessoas que escutam seu pedido de ajuda não devem responder, pois ele seguirá a
pessoa. Aqueles capturados ou tem sua alma aprisionada em seu pé ou são devorados
Dizem que só se consegue escapar do Pé-de-Garrafa se atingir o seu umbigo branco, onde esta a sua fra-
queza, onde na qual se caso se sentir-se ameaçado ele fará de tudo para protrege-lo ou simplismente ou
outra forma de escapar de suas garras seria atravessar um curso de água corrente.
Em Minas Gerais ele é conhecido pelo nome de Bicho-Homem
Nomes Conhecidos :

CHIBAMBA
Minhocão

Origem :
Mato Grosso do Sul ou Cuiabá

Aparência :
Espécie de serpente longa e cabeçuda, não tendo cor definida, mas sabe-se que é escura devido ao seu habitat.

Versões da Lenda :
O minhocão se refere a uma cobra enorme que em noites de lua cheia ela fica entre mastros e caibros debaixo da
água próxima de pontes ou casa de palafitas, através da sombra dos pescadores. Vive sob o barro das barrancas
do rio e ao passar deixa marcas no chão, em forma da sua imensa cabeça, porém outros já relatam que este min-
hocão vive nos poços dos rios onde a água é escura e profunda
Quando fica zangado e faminto, serpenteia no rio de tal forma que derrubas a embarcações, devorando pesca-
dores e afundando canoas, e para aqueles que o enxergam ele os persegue. Alguns dizem que produz imenso
ruído ao se aproximar e os mais crédulos preferem referir-se a ele como o bicho. Pode acontecer que a pessoa , ao
presenciar a um ataque do Minhocão, não supere o fato e enlouqueça.
São várias as lendas que envolvem o minhocão que traz horrores e medo aos pescadores e ribeirinhos.
Sendo a mais conhecida em Cuiabá o minhocão aterrorizou ribeirinhos que acreditavam que a cobra gigante
vivia nas profundezas do Rio Cuiabá
A lenda teria surgido após o padre Ernesto Barreto comprar um grande terreno onde hoje está localizado a Barra
do Pari, em 1880.
Os moradores mais antigos das terras de padre Ernesto, nos fundos dos Bairros Santa Amália e Araçá, dizem que
o Minhocão do Pari desapareceu da região durante a grande enchente de 1974.

Reza uma das mais famosas lendas cuiabanas que não se pode reformar ou restaurar a igreja matriz da capital de
Mato Grosso, já que o minhocão encontra-se preso pelos fios de cabelo de Nossa Senhora.

Há ainda o “Minhocão de Baús”, “irmão do Minhocão do Pari”, e que teria surgido no século 19, que habitava a
região da Guia e que destruía as casas da região, fazia muito rebojo nas águas e metia medo nos habitantes.
‘Baús’ é uma comunidade de pequenos agricultores de milho, cana-de-açúcar, mandioca, extrativistas de pequi,
que vivem em casas de pau a pique e sobrevivem culturalmente de lendas, rezas e plantas medicinais.
“Em 1983 foi descoberto um grande resgate da cultura quando. Conforme a lenda, o minhocão teria devorado a
casa de um senhor que dormia com a escrava e que teria sido alertado por ela sobre a existência de algum bicho
que rondava o local”
Nomes Conhecidos :

ALAMOA
Chibamba

Origem :
África, chegando ao Brasil por intermédio de nativos africanos

Aparência :
Espírito com esteiras longas de folhas de bananeiras

Versões da Lenda :
Sendo uma variação do bicho-papão e tendo seu folclore presente no Sul de Minas Gerais. Este ser surge para as-
sombrar e assustar crianças que teimam e choram com seus pais na hora de dormir. Ele as força a dormi mesmo
sem sono aterrorizando-as a noite inteira resultando em horríveis pesadelos.
Alegam que ele é um espírito das bananeiras, dançando de forma compassada enquanto caminha, rodopiando e
fazendo sons como se fossem roncos de porcos.

Os nativos africanos citados acima se vestiam com folhas de bananeiras e usavam máscaras para seus diversos
rituais : pesca, caça, colheita, ritos religiosos além de cerimônias de casamentos. Seus figurantes simbolizavam a
reencarnação de seus antepassados que ora os visitavam para abençoar suas festas.

Os Africanos além disso se apresentavam em seus terreiros festivos, onde a amas pretas de leite cuidavam de seus
bebês e de suas crianças brancas dando origem assim ao espírito Chibamba. Desta maneira surgiu uma forma de
mostrar para as crianças esta entidade caso elas não fossem dormir.
Nomes Conhecidos :

ARRANCA LINGUAS
Alemoa ou Dama Branca

Origem :
Fernando de Noronha

Aparência :
Linda mulher branca, de cabelos loiros, alta e completamente nua

Versões da Lenda :
Segunda a lenda Alemoa mora no pico localizada no morro do mesmo nome (llha de Fernando de Noronha).
Em noites escuras, ela sai completamente nua e dançando para seduzir os homens que cruzam no seu caminho
(marinheiros e pescadores) desavisados nas praias de Fernando de Noronha.
Sua história é originária do arquipélago, mas faz parte do folclore das mulheres sedutoras que perseguem os
homens como as sereias e iaras.

Ao vê-la, os passantes não conseguem resistir aos seus encantamentos e a seguem enfeitiçados à sua morada.
Quando vencem os 323 metros de altura do Pico, a Alamoa se transforma numa caveira e aprisiona o infeliz que
a acompanhou.

Outras versões comentam que ela os joga do penhasco do Pico. E outras ainda dizem que às sextas-feiras ele
deixa sua casa. Sob pretexto que ela precisa de ajuda para encontrar um tesouro, ela convida os homens para
entrar. Uma vez ali dentro, dá-se a transmutação e o imprudente nunca mais é visto.
O único modo de quebrar a magia da Alamoa é a luz dos raios, pois ela os teme e tem que fugir de volta para sua
escura caverna.

Alamoa é uma corruptela do feminino da palavra “alemão”. Outra variação é “alemoa”.


Para os habitantes do Nordeste brasileiro, uma mulher com estas características físicas só poderia ser alemã.
Segundo estudiosos a lenda teria chegado com as invasões holandesas por conta do seu aspecto. No entanto, não
há nenhum documento que o comprove.
Nomes Conhecidos : Cantigas :
Arranca Línguas Feroz, cruel, terrível, monstruoso,
De grande força e porte agigantado,
Origem : O sertão de Goiás, misterioso,
Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia Habita o King-Kong tão falado.
História ou lenda, o fato é curioso
Aparência : E parece bastante exagerado:
Criatura alta bem parecida com a de um gorila ou homem porém maior do que ambos, cheio de pelos É que vagueia a procurar o gado,
Arrancando-lhe a língua, furioso.
E por todo lugar por onde passa
Versões da Lenda :
Assola o gado pela pastaria,
Segundo a lenda, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais, como bois, cavalos,
Pelo prazer de línguas arrancar.
cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para com-
Ah, se tal monstro por aqui passasse,
er.
Quantas línguas compridas tiraria!
Uma possível explicação do nascimento da lenda :
E quanta gente sem poder falar!
Na região de Aruana, antigo porto fluvial do Araguaia, apareceu no gado uma peste aftosa, no ano de 1929, pro-
duzindo uma tremenda “comichão” na língua dos animais. Por conta dessa grande irritação, muitos dos animais
acabaram por amputar a própria língua com os dentes, o que levou muitos deles a sangrar gravemente, podendo
até chegar a morte. A epidemia cresceu, tomou proporções de calamidade, e chegou a doença a alarmar todos os
pecuaristas do Centro Oeste.
A endemia chegou até Caldas Novas, onde houve quem visse o arrancamento da língua materializar-se, por
várias vezes e em vários lugares. Vulto de homem amacacado, cabeludo, tipo gorila, braços compridos, mãos
grandes e cara chata. A crendice popular, pela sugestão, criou fantasias e diálogos, onde o monstro, com a voz
muito fanhosa, pedia que não o atirasse: “Não me mate, vaqueiro, porque você virá arrancar língua em meu
lugar”. O vaqueiro teria perguntado: “Quem é você, macacão?” — Sou a personificação do castigo. Venho punir
os ladrões de gado.
Continuando o diálogo, teria o monstro explicado que fora também ladrão de gado nos Estados Unidos; e agora,
tinha sido condenado a tomar a forma de monstro até cumprir a sina. E falando assim, andou de marcha à ré na
direção da serra de Caldas Novas, sem se voltar, e desapareceu. Desde então, não houve mais arrancamentos.
Este fato relatado em Goiânia para os pioneiros que ali se empenhavam nos serviços da edificação do palácio, foi
levado ao conhecimento do dr. Joaquim Câmara Filho, que decidiu servir-se do acontecido para fazer a propa-
ganda de mudança, atraindo a atenção do mundo para Goiás, usando o absurdo da história.
Nasceu daí o King-Kong arrancador de língua. Colocou-o novamente no Araguaia, onde estaria desempenhando
a sua missão contra os fazendeiros do Oeste da velha capital. Era tanta gente que ia ao Araguaia para ver e, se
possível, fotografar o King-Kong, e tanta gente que já o tinha avistado, que tomou foros de verdade. Raro era o
fazendeiro que não tinha perdido gado dessa maneira. Chegaram até a pedir providências ao ministro da Agri-
cultura.
Estes acontecimentos chegaram até 1935. Os que conseguiram entrevistar o King-Kong, informaram que se trat-
ava de um homem grosso, baixo, coberto de pêlos, escuro, não tendo semelhança alguma com o gorila africano.
Operava desde a cabeceira do Xingu até perto de Goiás. Muitos garimpeiros e borracheiros tinham sido agre-
didos por ele. Um homem teve a cabeça arrancada e afincada em uma estaca, não cortada a instrumento, e sim
quebrada por meio de força braçal.
Tal qual como fizeram com o general Moreira Cesar, em Canudos. Embora desmentido, cabalmente, e jamais
provada por uma pessoa merecedora de fé, esta história despovoou, por muito tempo, as praias do Araguaia,
porque ninguém queria saber de encontros com o monstruoso King–Kong, ainda que fosse mentira. Os que o
avistaram disseram que ele andava aos bamboleios, como o urso, e levando sempre uma língua sangrenta nas
mãos.
Nomes Conhecidos :

CABEÇA DE CUIA
Cabeça de Cuia ou Crispim

Origem :
Região nordeste do Brasil, mais precisamente contado no estado do Piauí, ao longo da bacia do Rio Parnaíba.

Aparência :
Jovem alto, magro,com uma aparência monstruosa e uma cabeça enorme em formato de cujuba.

Versões da Lenda :
Há várias versões de lendas. Em uma das lendas mais difundidas trata-se da história de Crispim, um jovem pes-
cador que morava às margens do Rio Parnaíba. De família pobre, Crispim vivia sozinho com a mãe, enfrentando
adversidades por conta da escassez de peixes no Rio em época de enchente.

Segundo esta lenda, certo dia Crispim saiu cedo para pescar, mas não obteve êxito em sua empreitada. Sua mãe,
compadecida com a situação, pediu à vizinha algo para que pudesse fazer o almoço de seu filho. Porém, a única
coisa que lhe foi oferecido foi um osso de boi, com o qual a mãe de Crispim fez uma sopa rala, sem carne, com o
osso apenas para dar gosto à água, misturada com farinha.

Ao voltar cansado e frustrado da pescaria, Crispim se revoltou ao ser servido com aquela sopa de osso. Em
meio ao clima conflituoso de discussão, ele atirou o osso contra a própria mãe, atingindo-a na cabeça e matan-
do-a. Antes de morrer, a mãe lançou uma maldição em Crispim, o transformando num monstro. Tomado pela
culpa de ter matado sua mãe, Crispim, desesperado, põe-se a correr. Enquanto corre, sua cabeça começa a
crescer como uma enorme cujuba. A partir de então, ele ficaria vagando entre os dois rios que percorrem longos
quilômetros e se encontram em Teresina. Sua sina é vagar seis meses pelo Rio Parnaíba e seis meses pelo Rio
Poty. Segundo a lenda, Crispim só será libertado da maldição quando conseguir devorar sete virgens com nome
Maria.

Alguns moradores de regiões ribeirinhas afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina
os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam por ali. Outros também asseguram que Crispim ou, o
Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para
lhe perdoar.

Outra versão do mito do Cabeça-de-Cuia o tem como um guardião das águas dos rios Parnaíba e Poty, consid-
erando que os antigos habitantes indígenas do Piauí possuíam culto a figuras do gênero, posteriormente demon-
izadas pelos colonizadores. Na mitologia piaga, considera-se que o Cabeça de Cuia é amigo dos que respeitam os
rios, mas pode se tornar agressivo aos que profanam suas águas.
A Prefeitura de Teresina instituiu, em 2003, o Dia do Cabeça de Cuia, a ser comemorado na última sexta-feira do
mês de abril.
Nomes Conhecidos :

CURACANGA
Cumacanga ou Curacanga

Origem :
Folclore Regional do Pará e Maranhão

Aparência :
Cabeça voadora de uma mulher pegando fogo

Versões da Lenda :
A história conta de uma mulher que fora amaldiçoada por ter envolvimento com um padre ou a sétima filha
de qualquer mulher. Durante a meia noite de todas as sextas-feiras, ou em noites de lua cheia segundo algumas
versões, sua cabeça se separa de seu corpo e começa a voar pelos ares pegando fogo, assustando e amedrontando
todos a que encontra pela frente. Seu retorno ao estado normal ou seja o retorno de sua cabeça ao corpo seria
dado ao primeiro canto do galo.

Relatam que a única maneira de evitar esta maldição seria que a sétima filha se tornasse a sexta filha madrinha
da sétima .

Uma maneira de saber sua real identidade seria que na hora quando se confronta-se ou defrontar-se com a
cabeça de fogo, a pessoa lhe ofereceria uma agulha virgem. No dia seguinte, ela voltaria ao seu estado normal
para buscar a agulha.

Teorias dizem que este mito estaria ligado a 2 pontos.


1 ponto – Talvez tivesse surgido após avistamentos de fogo-fátuos, surgidos por causa de emanação de gás meta-
no de animais mortos.

2 ponto – O mito é atribuído à fenômenos extra-terrestres.


A cabeça luminosa é um elemento comum aos mitos do fogo, punição, encanto, indicação de ouro ou contos
etiológicos. Os indígenas caxinauás e panos do território do Acre explicam a origem da Lua como uma cabeça
que subiu aos céus
Nomes Conhecidos :

DIABINHO
Diabinho da Garrafa, Famaliá, Cramulhão, Capeta da Garrafa

Origem :
Portugal, chegando logo em seguido no Brasil

DA GARRAFA
Aparência :
Simplismente um diabo dentro de uma garrafa com 15 cm à 20 cm aproximadamente

Versões da Lenda :
Este ser é fruto de um pacto que as pessoas afirmam que se pode fazer com o diabo. Este pacto consiste na maio-
ria das vezes de uma troca, a pessoa pede riqueza e em troca dá sua alma ao diabo.
A lenda teria chegado ao Brasil pelos rituais de São Cipriano encontrados em seu livro Capa Preta. O Grimório
em si ensina invocações de demônios, porém o diabinho tanto pode ser posto em uma garrafa quanto em uma
caixa.

Segundo o Grimório a pessoa em primeiro lugar deve se render totalmente e absolutamente ao diabo, escreven-
do em uma folha virgem com seu próprio sangue “Eu, com meu sangue do meu dedo mínimo, faço escritura a
Lúcifer, imperador do inferno, para que ele me faça tudo quanto eu desejar nesta vida, e se caso falhar, lhe deixa-
rei de pertencer”.

Após realizado o feito do papel, em seguida vem o ovo onde na qual será realizado o mesmo. Refaça o texto em
um ovo de uma galinha preta que tenha cruzado com um galo preto, pingar uma gota do dedo mindinho dentro
do ovo e coloca-lo pra chocar em baixo de um monte de estrume, ou bota-lo para que uma galinha preta o cho-
que. Algumas versões do ritual dizem para colocar 2 olhos de um gato preto dentro do ovo.

Já em outros casos após feito o pacto, a pessoa tem que conseguir um ovo, que dele nascerá um diabinho. Mas
não se trata de um simples ovo de galinha, e sim um ovo especial, fecundado pelo próprio diabo.

O Diabinho da Garrafa tem as seguintes características: Nasce de um ovo (em algumas regiões do Brasil acred-
ita-se que ele pode nascer de uma galinha fecundada pelo diabo, em outras acreditam que ele nasce de um ovo
colocado não por galinha e sim por um galo). Este ovo seria do tamanho de um ovo de codorna.

Para conseguir tal ovo, a pessoa deve procurá-lo durante o período da quaresma, e na primeira sexta feira após
conseguir o ovo, a pessoa vai até uma encruzilhada, a meia noite, com o ovo debaixo do braço esquerdo. Após
passar o horário, retorna para casa e deita-se na cama. No fim de 40 dias aproximadamente, o ovo é chocado e
nascerá o diabinho; de posse do diabinho, a pessoa coloca-o logo na garrafa e fecha bem fechado.

Sua alimentação seria todos os sábados, para isso deve se botar o dedo mindinho na boquinha da garrafa, ou no
pequeno buraco na caixa para que assim ele possa beber de seu sangue, realizando todos seus desejos. Com o
passar dos anos, o diabinho enriquece o seu dono, e no final da vida leva a pessoa para o inferno.

Um possível conto :
Certo homem, que tinha todos os motivos do mundo para desconfiar da esposa, necessitou viajar a um país dis-
tante. Preocupado com o que poderia acontecer durante sua ausência, pediu ao demônio que vigiasse a mulher.
O diabo concordou prontamente – e se transformou num serviçal.

A mulher, contudo, era muito esperta e percebeu que havia algo estranho naquele empregado que fiscalizava to-
dos os seus movimentos e lhe fazia as vontades com extrema rapidez. Chamou, então, o demônio, e disse: “Vejo
que você é um empregado com dotes excepcionais, capaz de verdadeiros milagres... Mas duvido que consiga

LOIRA DO BANHEIRO
fazer uma coisa...”. O demônio, envaidecido, e querendo provar seu poder, respondeu: “Posso fazer tudo o que
a senhora me pedir – e muito mais”. A mulher, aproveitando-se do exagerado amor-próprio do diabo, sugeriu,
apontando para uma garrafa vazia sobre a mesa: “Pois duvido que você consiga entrar naquela garrafa”. O capeta,
sem perceber a arapuca, enfiou-se no vasil hame. E antes que ele pudesse escapar, a mulher fechou a garrafa com
uma rolha.

Nas semanas que se seguiram, a mulher desfrutou de sua liberdade como bem entendeu, comprovando todas as
desconfianças do marido. Quando este retornou de viagem, depois de ser recebido com extremo carinho pela
esposa, perguntou pelo empregado. “Ah, meu amor”, respondeu a mulher, “um dia, não sei por qual motivo,
ele ficou enfezado e simplesmente partiu...” E enquanto o marido pensava sobre o que poderia ter acontecido,
ela completou: “Será que não era o demônio? Veja só o cheiro de enxofre que ficou nesta casa desde que ele foi
embora!”. De fato, a casa fedia a alguma coisa que a mulher, de caso pensado, queimara sem que o marido per-
cebesse. “Por que você não pega esta garrafa, vai à igreja e enche-a de água-benta? Depois jogamos a água pelos
cantos da casa e nos livramos desse cheiro do Inferno.

”O marido, que além de ciumento era um simplório de marca maior, obedeceu. Quando chegou à igreja, aprox-
imou-se da pia de água-benta e, tirando a rolha, começou a encher a garrafa. Mas quando a primeira gota caiu
sobre o demônio, este fez o vasilhame explodir – e, queimado pela água-benta, disparou rumo ao Inferno para
nunca mais voltar.

O marido, sem nada entender, ainda meio tonto por causa da explosão, voltou para casa. E, para alegria da espo-
sa, continuou viajando a trabalho – mas sem conseguir que o demônio aceitasse tomar conta de sua mulher
Nomes Conhecidos : Os boatos de que o espírito vagava pela escola já existiam, mas a história da “loira do banheiro” ganhou força
Loira do Banheiro quando um incêndio misterioso comprometeu parte do prédio em 1916. Sugeriu-se que Maria teria morrido
de raiva, doença comum na Europa da época e que causa desidratação nas vítimas – daí o incêndio. De acordo
Origem : com a lenda, o espírito anda pelos banheiros da escola abrindo torneiras para saciar sua sede e pedindo que seja
Provavelmente no século 19 em Guaratinguetá (SP) enterrado. Há moradores que dizem ter sentido um forte cheiro de perfume feminino momentos antes de encon-
trar a aparição.
Aparência :
A história ganhou tanta força pelos funcionários de colégios que chegavam a usar a lenda para conseguir a obe-
Garota jovem e loira, com a pele pálida, olhos mortos e escuros de vestes brancas, com pedaços de algodão no
diência dos garotos.
nariz, ouvidos e/ou na boca.
Já em outros casos a jovem aparece com o uniforme do colégio, completamente nua e molhada ou com um vesti-
do antigo de cor azul segurando uma rosa na mão

Versões da Lenda :
A lenda, que já é parte do imaginário adolescente em muitos colégios brasileiros e muito famosa, descreve o es-
pírito de uma garota jovem, que surge depois de um ritual de evocação. Esse rito varia de acordo com o colégio:
as possíveis etapas incluem :
• Chamá-la três vezes em frente ao espelho
• Bater a porta do banheiro
• Chutar o vaso sanitário
• Puxar a descarga ou puxar 3 vezes
• Falar palavrões ou falar 3 vazes
• Matar aula e se esconder nos banheiros ate ela aparecer
• Ir na ultima cabine do banheiro, entrar la e evoca-la
• Ou dizer “Loira, loira eu quero te ver”
• Às vezes, tudo junto
Algumas dessas características, tanto do ritual como do espírito, foram adaptadas da lenda norte-americana da
Maria Sangrenta, um espírito feminino que aparece em espelhos quando você chama pelo nome três vezes.

Outras versões relatam que a loira do banheiro era uma menina de 15 anos de idade que adorava matar aulas e
se esconder e se trancar no banheiro do colégio dos funcionários. Certo dia ela fora encontrada morta porém sua
morte e contada de varias versões :
• Dentro da cabine do vaso sanitário
• Escorregou no piso molhado
• Enforcada e estrangulada por um ser sobrenatural

A história real da Loira do Banheiro :


A lenda teria surgido da história real de Maria Augusta de Oliveira Borges, nascida no final do século 19 em
Guaratinguetá (SP). A jovem de cabelos acobreados era filha do visconde de Guaratinguetá e foi obrigada pelo
pai a casar-se aos 14 anos com o conselheiro Dutra Rodrigues, um homem muito mais velho e influente. Infeliz
com o casamento arranjado, ela vendeu suas joias e fugiu para Paris em 1884, aos 18 anos, onde viveu até 1891,
quando morreu, aos 26. Com o sumiço do atestado de óbito, o motivo da morte é um mistério até hoje.

A família trouxe o corpo de volta ao Brasil. Até que o túmulo fosse construído, o cadáver da jovem foi mantido
em uma urna de vidro no casarão da família para visitação pública. Arrependida, a mãe, Amélia Augusta Cazal,
não queria enterrar Maria, mesmo com a sepultura pronta. Mas ela começou a ter diversas visões da filha pedin-
do que fosse enterrada, o que a fez finalmente decidir pelo sepultamento. Pouco mais de uma década depois, em
1902, a casa deu lugar à Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves.
Nomes Conhecidos :

MÃE DE OURO
Mãe-do-ouro ou Mãe de ouro

Origem :
Existem contraversas sobre sua origem porem acredita-se que se deu na época do ciclo do ouro (final do século
XVII e início do XVIII).

Aparência :
Representada como uma bola de fogo na qual se transformaria numa bela mulher com veste longas feitos de seda
branca e cabelos dourados

Versões da Lenda :
Muito popular em alguns locais do Brasil, como nas regiões interioranas do sudeste, centro-oeste e nordeste do
país a mãe de ouro é uma bola de fogo que indica os locais onde se encontram jazidas de ouro que não devem ser
exploradas.

Versão 1 : Às vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transformaria também em uma belíssima mulher
com um vestido longo de seda branco e com cabelos dourados refletindo luz do sol e voando pelos ares.

Versão 2 : Já em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas, e, após
atrair homens que maltratam suas esposas ou são infelizes no casamento, os faz largar suas famílias, atraindo-os
e prendendo-os o resto de suas vidas, mas trata de não deixar a mulher sofrendo pois coloca outra pessoa em seu
caminho.

Sua habilidade está em encontrar e localizar tesouros escondidos, jazidas de ouro ou lugares onde os tesouros es-
tão enterrados. Por esse motivo, ela é conhecida como a protetora dos tesouros e do ouro. Além disso, é consid-
erada protetora da natureza, principalmente dos rios e montanhas e há quem diga dos escravos que trabalhavam
em minérios.

Mas é durante a noite que ela atua, especialmente nas noites escuras sem lua e estrelas. Sua forma de bola de fogo
percorre os céus onde ela detecta exatamente o local em que há algo escondido.
Com isso sua intenção não é indicar aos homens os locais onde podem ser explorados, mas sim, proteger o ouro
para que ele não seja extraído. Acredita-se que por conta de sua atuação, ainda existam algumas jazidas de ouro
que não foram exploradas.

Já uma terceira versão da lenda que seria mais uma história e bem conhecida :
Uma vez um escravo chamado Pai Antonio trabalhava dias procurando ouro para seu patrão cruel em Rosário,
às margens do rio Cuiabá.

Cansado de procurar e certo de que sofreria maus tratos por seu dono, a Mãe-de-Ouro aparece indicando exata-
mente onde ele deveria buscar.

Em troca, o escravo lhe oferece o que ela havia pedido: fitas coloridas e um espelho. Além disso, a Mãe-de-Ouro
deixou claro que o ajudaria, mas ele nunca deveria dizer as pessoas o local da mina. No entanto, após levar ouro
suficiente para seu patrão, ele quis logo saber onde o escravo tinha encontrado.

Embora tenha tentado guardar o segredo, acabou por revelar o local, isso claro, depois de receber muitas açoit-
adas de seu patrão maldoso. Ao chegar no local, os escravos escavaram e finalmente encontraram o ouro. No
entanto, um grande desabamento matou todos, inclusive o mineiro cruel.
ONÇA-BOI
No periode do ciclo de ouro, a extração de ouro era a principal atividade econômica no país que ocorreu so-
bretudo, nos estados de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
Alguns ufólogos investigam o aparecimento de bolas de fogo no interior do Brasil. Segundo eles, são OVNIS
(objetos voadores não identificados) que aparecem nos céus nas noites mais escuras.

Obs.: As vezes o formato que a mãe de ouro se encontra que e a de bola de fogo é confundida com o Fo-
go-Fátuo
Suas oferendas mais aceitas são : 3 fitas coloridas nas cores vermelha, amarela e azul além de um pente e um
espelho

Acredita-se que quem a vê, deverar cortar o dedo e deixar cair 3 gotas de seu próprio sangue em sua cabeça onde
na qual se transformariam graças a ela em ouro em pó.
Nomes Conhecidos :

PAI DO MATO
Onça-Boi ou Onça Pé-de-Boi

Origem :
Folclore Amazônico ou Acre

Aparência :
Onça pintada com cascos de boi no lugar de suas patas

Versões da Lenda :
Esta criatura caça suas presas sempre em pares ou seja (junto com onças normais). Desta maneira ela encurrala
suas vitimas (geralmente caçadores) forçando-as a subirem em árvores, sendo assim elas revezam sempre ate que
chega um ponto onde esses caçadores caem das arvores por causa de sono ou sede.

O único jeito de se livrar das garras desta criatura e matando-a antes que elas vizualizem sua presa. Alguns relat-
am que matando o macho a fêmea foge outros já dizem o contrario.
Nomes Conhecidos :
Pai do Mato ou Pai-da-Mata

Origem :
Estados do Alagoas e Pernambuco, nordeste do Brasil conhecido em Rondônia e Goiás
CARBÚNCULO :
Aparência :
Homem de altura descomunal possuindo corpo coberto de pêlos e as mãos semelhantes a de macacos. No rosto
há uma barbicha bem vistosa, na cor negra, e nariz na cor azul.
A SALAMANCA DO JARAU
Versões da Lenda :
De acordo com a Lenda, o Pai do Mato habita as matas defendendo os bichos e as matas contra as pessoas, se-
gundo contam poucas pessoas já o viram, pois ele raramente aparece
Costuma andar com grupos de caititus (porco-do-mato), onde utiliza o maior animal como montaria.

Existem varias versões sobre o pai do mato, sendo elas :


Em Alagoas, ele é descrito como um ser maior do que qualquer árvore, cabelos enormes e desgrenhados e unhas
com cerca de 10m de comprimento. Seu corpo inteiro é impermeável à qualquer bala ou faca, exceto seu umbigo
que é seu único ponto fraco tendo uma aparência de um anel ou roda. Possui uma risada e um urro tão forte que
faz toda a mata estremecer.

Já em Pernambuco ele é descrito com pés de cabrito coberto de pelos, tendo e conservando uma barbicha no
queixo, mãos parecidas com as de macacos porem anda como um homem, sua pele tem uma tonalidade escu-
ra e sua urina é azul como anil. Tudo isso ganhando menções à outros folclores regionais tipo Bicho-Homem,
Mapinguari e o Deus Pã da mitologia Grega.
Nomes Conhecidos : Com os desafios superados, seria concedido ao valente vencedor um desejo, o qual, ele deveria depois renegar.
Carbúnculo, Salamanca do Jarau ou Teiniagu Após duzentos anos, chega à furna um gaúcho chamado Blau, que conheceu a lenda através de sua avó charrua.
Sem hesitar ele cumpriu as provas, pórem, não desejou nada. A princesa ficou triste, pois assim não conseguiri-
Origem : am, ela e seu amado sacristão, libertarem-se do encanto. Quando o gaúcho montava em seu cavalo para ir embo-
América do Sul e Rio Grande do Sul ra, o sacristão lhe deu uma moeda de ouro, como lembrança de sua estada; sem poder recusar, colocou a moeda
no bolso e foi embora.
Aparência :
Alguns dias depois ficou sabendo que um amigo seu desistira de ser criador de gado, lembrou da moeda e foi
Salamandra com uma joia na testa
comprar um boi, mas ao retirá-la para pagar foram surgindo novas moedas e ele conseguiu comprar todos. Ad-
mirado com a riqueza de Blau, o amigo espalhou a notícia, e todos ficaram espantados com ela. Acreditando que
Versões da Lenda : ele havia feito um pacto com o demônio, ninguém mais quis lhe vender nem comprar nada. Sentindo saudade
O Carbúnculo é uma espécie de animal mítico que seria visto na America do Sul pelos primeiros conquistadores da vida de antes, voltou à gruta para devolver a moeda mágica. Chegando lá, contou a história ao sacristão e lhe
espanhóis. Eles são pequenos como cães, avos e gatos. O que o torna diferente dos animais normais e sua joia devolveu a moeda. Ao colocá-la em sua mão, o feitiço foi quebrado com uma grande explosão. Da furna saíram
que ele possui encravada em sua testa. Esta joia lhe confere poderes e habilidades especiais como : emitir raios de os dois condenados, transformados em um belo casal de jovens. Casaram-se e trouxeram a descendência indige-
luz, sentir emoções e personalidades de pessoas. Seus raios servem para cegar pessoas gananciosas que estejam no-ibérica aos povoados do Rio Grande do Sul.
a procura de sua joia, mas caso encontre alguém humilde de coração puro a joia cai e é entregue pacificamente e
no lugar nasce outro. Outras variantes da história relatam que ao completar as 7 provas e se conseguisse sair com vida, a pessoa ficava
com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para o resto da vida. Já outras dizem que quando conse-
A história da Salamanca do Jarau, O Carbúnculo : guiram escapar da morte certa, eles passaram o resto de suas vida no Cerro do Jarau, no meio de riquezas e que
A Salamanca é uma lenda conhecida no Rio Grande do Sul, a história narra sobre Teiniaguá, a Princesa Moura, todas as noites ela se transformava numa bela ninfa.
transformada em lagartixa pelo Diabo Vermelho dos índios, Anhangá-Pitã. Séculos atrás, quando caiu o último
reduto árabe na Espanha, veio fugida e transfigurada em uma velha; para que não fosse reconhecida e aprisiona-
da.

Corpo de lagartixa (ou salamandra), encontra-se no lugar de sua cabeça uma pedra preciosa cintilante, cor de
rubi, que fascina os homens e os atrai, destinada a viver em uma lagoa no Cerro do Jarau. O nome Salamanca,
ao invés de “salamandra”, é reconhecido também como referência à cidade espanhola de Salamanca, a qual foi
ocupada pelos islâmicos do norte da África entre os séculos VIII e X, e que ficou por muito tempo na zona de
combate entre os islâmicos do Sul e os cristãos do Norte. Esta é uma explicação que reitera a referência à prince-
sa ou nobre moura.

Mas um dia o sacristão da igreja da aldeia próxima, assolado pelo calor, foi até a lagoa refrescar-se. Ao se aprox-
imar percebeu que a lagoa fervia e na sua frente a Teiniaguá surgiu, rapidamente ele a agarrou, a aprisionou em
uma guampa, e foi para seus aposentos atrás da igreja. Durante a noite, ao abrir a guampa, ocorre uma mágica,
ela volta a ser mulher e lhe pede vinho. Sabendo que o único vinho que podia oferecer era o do padre, não hes-
itou em buscá-lo. Todas as noites o fato se repetia, e os padres começaram a desconfiar; uma noite entraram no
quarto do sacristão, a Teiniaguá, rapidamente se transformou em lagartixa e fugiu para as barrancas do Uruguai,
ele foi preso.

O sacristão foi condenado a morte, e no dia da aplicação da sentença, sua amada sentiu um mau pressentimento
e voltou à aldeia para resgatá-lo. Utilizando magia, o encontrou e nesse momento houve um grande estrondo,
que produziu fogo e fumaça e tudo afundou.

Ficaram confinados após isso, em uma caverna profunda, chamada de Salamanca do Jarau. De onde só sairiam
quando surgisse alguém capaz de cumprir as sete provas: as espadas ocultas na sombra, a arremetida de jaguares
e pumas furiosos, a dança dos esqueletos, o jogo das línguas de fogo e das águas ferventes, a ameaça da boicin-
inga amaldiçoada (única que não está presente na literatura épica, é um proveitamento folclórico), o convite das
donzelas cativas, o cerco dos anões.
Nomes Conhecidos :

JURUPARI
Jurupari

Origem :
Região Amazônica

Aparência :
Por vezes, é visto como um caboclo medonho que está sempre rindo, aleijão de boca torta, sendo muito cruel e
vingativo.
Em algumas culturas indígenas, é descrito como uma cobra com braços;
E em outras, como um índio comum dotado de grande sabedoria e poderes divinos.
Já foi até descrito como um bebê invisível, ou simplesmente como uma “presença” (espírito).

Versões da Lenda :
O mito do Jurupari é comum entre vários índios da região amazônica. Há muitas lendas sobre este personagem
que o mostram tanto como um legislador como um demônio.

A primeira versão conta a história de uma índia chamada Ceuci que, tal qual a Virgem Maria, teve uma con-
cepção miraculosa. Ceuci estava repousando abaixo de uma árvore e, acometida de fome, comeu seu fruto, o
mapati (uacu, em algumas variantes), cuja ingestão era proibida às moças no dia em que estivessem em período
fértil. O sumo da fruta teria então escorrido pelo seu corpo nu e alcançado o meio de suas coxas, fecundando-a.
A notícia chegou à aldeia, e o conselho de anciãos, diante da revolta do povo, resolveu punir Ceuci com o exílio,
onde teve seu filho.

Esta criança, chamada Jurupari, era na verdade o enviado e filho do Sol (Guaraci),foi mandando à terra para
legislar sob uma nova ótica, a ótica de seu pai para mudar os costumes da terra e para trazer o que seu pai queria.
Nas tribos por onde ele passava e conseguia almejar ou trazer esta mudança, existia um tipo de iniciação onde o
segredo era a parta fundamental e mais importante, os iniciados tinham um juramento nesse sentido e parte de
sua provação era de serem tentados a revelar o segredo. Quem revela ou seja não resistia a tentação pagava com a
morte.

Existe também uma outra função do Jurupari que era levar ao seu pai uma esposa que obrigatoriamente tinha
que ter 3 caracteristicas:
• Paciente
• Não seja Curiosa
• Que guarde segredo
Até hoje seu filho esta a procura desta mulher

Já numa segunda versão da lenda de Jurupari era o deus da escuridão e do mal, que visitaria os índios em son-
hos, assustando-os com pesadelos e presságios de perigos horríveis, impedindo, entretanto, que suas vítimas
gritassem - o que, por vezes, causava asfixia. Esta é a mais “provável”, já que o significado da palavra Jurupari seja
algo como “aquele que cala”, “que tapa a boca”, ou ainda “aquele que visita nossa rede”.

Os jesuítas estimularam esta versão da lenda, alguns mesmo dizendo que foram eles que a criaram, sendo ime-
diatamente aceita pelos indígenas, ávidos por uma explicação sobre o porquê de terem pesadelos. Para Câmara
Cascudo, essa concepção de criatura dos “pesadelos” é um amálgama de lendas europeias e africanas, inventadas
pelas amas de leite para o controle do comportamento das crianças.

Em alguns dos mitos que envolvem o jurupari, o herói morre queimado, e, das suas cinzas, nasce a palmeira de
paxiúba (Socratea exorrhiza), uma árvore de cuja madeira são feitos os instrumentos juruparis tocados nesse

UALRI
ritual. Entre os índios tucanos, a flauta (simiômi’i-põrero) é feita da madeira do uacu (Monopteryx angustifolia).
Segundo Piedade, é um instrumento sagrado que tem som de trovão, tendo sido utilizado pelos homens para
recuperar os instrumentos juruparis que as mulheres haviam roubado.

Há tribos que usam o mito de Jurupari para rituais de iniciação masculina. É o caso da etnia Dessana que pratica
o “Ritual do Jurupari”.
Este consiste em tocar um instrumento de sopro confeccionado com tronco de paxiúba (flautas), uma palmei-
ra amazônica que produz um som cheio e grave. A cerimônia é um ritual de agradecimento à natureza pela
abundância de pesca.

Igualmente, se louva a sabedoria dos espíritos ancestrais, que estão presentes através do material com que é con-
feccionado o Jurupari.
Neste ritual, está proibida a participação das mulheres.

Entre os índios do noroeste da Amazônia (Rios Negro e Uaupés), como os tucanos e os tarianas, descrito por
Ermanno Stradelli (1852-1926). Outros ritos e mitos também são conhecidos pelo nome de Jurupari, a exemplo
dos encontrados nas tribos:
• Tuiucas / (Tucanos)
• Macus / (Línguas macus)
• Wauja[10] e outras do Parque do Xingu

Segundo descrição de Carvalho do que denomina a “religião de jurupari”, na região amazônica alto do Rio Ne-
gro, esta compreende um culto secreto masculino, revelado aos iniciados principalmente na segunda iniciação:
seus ritos incluem flagelações, uso do tabaco e coca, ilusógenos como o yagé (caapi), e, mais no extremo oeste,
também o paricá.

Além de o nome Jurupari corresponder a uma lenda tupi e a um conjunto de animais e árvores que o mito rela-
ciona entre si, ainda existem diversas variantes desse mito em outras etnias.
Nomes Conhecidos :

CABRA CABRIOLA
Ualri

Origem :
Desconhecida, no entanto se sabe que é Indígena

Aparência :
Simplesmente um velho índio

Versões da Lenda :
Velho índio iniciado nos mistérios da magia. Sendo que um belo dia ele ataca uma tribo devorando todos os
jovens do local, os mais velhos e antigos ficaram furiosos e horrorizados com a tamanha barbaridade, resultan-
do em sua morte na qual foi queimado vivo em uma fogueira, sendo que no mesmo local onde fora morto, de
suas cinzas nasce uma enorme arvore que alcançava o céu donde dela descem espíritos malignos com um único
intuito, atormentar as pessoas que vivem na terra, segundos os índios da tribo relatam.

Outras versões relatam a história de um velho indígena iniciado por Jurupari e que o traiu, revelando o segre-
do dos instrumentos sagrados. Malvado e vingativo, tornou-se impopular e odiado. Foi queimar vivo, e de suas
cinzas nasceram insetos e repteis venenosos
Nomes Conhecidos : Cantigas :
Cabra Cabriola, Cabriola, Papão de Meninos, Bicho Papão “Cabra cabriola
Corre montes e vales,
Origem : Corre meninos a pares
Idade Média na Europa, passando por Portugal e sendo trazida pro Brasil Tamêm te comerá a ti
Se cá chegares”
Aparência : Canção que a cabra cantava :
Animal em forma de cabra, frequentemente de aspecto monstruoso que soltava fogo e fumaça pelos olhos, nariz Eu sou a Cabra Cabriola
e boca. Que como meninos aos pares
Também comerei a vós
Uns carochinhos de nada
Versões da Lenda :
A Cabra Cabriola é a personificação do medo comedor de crianças travessas e malcriadas. Que invadia as casas
para pegar e comer as mesmas que não obedeciam os pais. Atacava quem andasse pelas ruas desertas nas noites
de sexta.

As crianças não podiam sair de perto das mães, ao escutarem qualquer ruído estranho perto da casa. A cabra era
astuta como uma raposa e fétida como um bode. Quando no silêncio da noite, alguma criança chorava, diziam
que a Cabriola estava devorando algum malcriado. O melhor nessa hora era rezar o Pai Nosso e fazer o Sinal da
Cruz.

Considerada mais temida que o Lobisomem e a Mula-sem-Cabeça, que são mitos vindos de fora há muito mais
tempo, a Cabra Cabriola, logo se tornaria o consolo das mães, já que não precisavam se esforçar muito para
fazerem seus filhos a irem para cama cedo. Para os pequenos era o maior pesadelo.

São muitos e coisa regular os contos populares em que figura a Cabra Cabriola em ação. Os testemunhos de épo-
ca logo se tornavam valiosos meios para as mães colocarem na linha seus filhos travessos.

Já para aqueles meninos obedientes, bom para a mãe, que não mijasse na cama e não fosse traquino, a Cabra
Cabriola não passava nem perto.

O mito do Bicho papão que ataca as crianças travessas, é bem antigo e remonta ao tempo da Idade Média na
Europa. É uma assombração portuguesa que se tornou parte do nosso fabulário.

Na América Central, o Gulén-Gulén-Bo, é um negro que também assusta e come as crianças mal comportadas, e
tem as mesmas características da nossa Cabriola.

No Brasil, deriva-se de um mito afro-brasileiro, onde acreditava-se tratar-se de um duende maligno que tomava
a forma de uma cabra. Costumava atacar as mães quando estavam amamentando. Bebiam seu leite direto nos
seus seios, e depois devoravam as crianças. Além de Pernambuco, há versões deste mito nos estados do Ceará,
Bahia, Alagoas, Sergipe e Pará.

A figura da Cabra Cabriola, também é mencionada na Espanha, Portugal e resto da península Ibérica. Chegou ao
Brasil durante o período da colonização portuguesa.
A Cabra Cabriola no Piauí e Pernambuco data do século XIX e XX. Ocorre também em outros estados
Nomes Conhecidos :

ONÇA MANETA
Onça maneta

Origem :
Desconhecida porém a lenda é muito forte nas regiões Sudeste, Norte, Centro-Oeste

Aparência :
Onça com força sobrenatual porem sem uma das patas dianteiras

Versões da Lenda :
Trata-se de uma onça que perdeu uma das patas dianteiras, possivelmente em uma luta contra caçadores. Desde
esta luta, a Onça passou a possuir uma grande força misturada a uma raiva enorme.

Ela costuma ficar escondida nas matas e dificilmente consegue-se vê-la. Ela ataca e raramente alguém consegue
escapar dela. Não escolhe sua vítima, ataca quem ela vê, pode ser um bicho, uma boiada, um homem, um grupo
de caçadores, nada faz ela ficar com medo.

É um animal sinistro, muito forte, ágil, afoito e que parece sempre estar esfomeado
Nomes Conhecidos :

ONÇA DA MÃO TORTA


Onça da Mão Torta

Origem :
Desconhecida

Aparência :
Onça muito grande, rajada e que possui uma das patas dianteiras torta.

Versões da Lenda :
A lenda conta a historia de um vaqueiro que possui uma mão torta e que era muito velho em vida porém era um
homem muito mal. Cometia todo o tipo de crime, matava, roubava, perdia moças e ...; Um belo dia após a chega-
da de sua morte surgi do nada uma onça, tendo as mesmas características do homem so que neste caso uma pata
torta.

Acredita-se que a onça é um espírito do vaqueiro que fora amaldiçoado, um tipo de castigo por todo o mal que
ele havia cometido em vida.

Os caçadores, principalmente, temem muito em encontrar este monstro. Segundo muitas pessoas que já a viram,
a onça tem as é enfeitiçada, por mais que atirem nela, as balas caem todas no chão fazendo com que ela não
sofre nada.
Nomes Conhecidos :

FOGO-MORTO
Fogo-Morto

Origem :
Desconhecida porém pertencentes as regiões Noroeste do Rio Grande do Sul

Aparência :
Na sua forma em chamas é a de um humanoide flamejante

Versões da Lenda :
O fogo-morto podendo ser uma maldição do folclore Brasileiro, tem sua superstição com muita força entre os
carreteiros e viajantes no noroeste do Rio Grande do Sul.

Suas aparições tanto podem ser dadas em fogueiras comuns em cinzas ou brasas queimando, porem se provoca-
do se torna o pior pesadelo daquela pessoas podendo ser bem mais fatal do que um simples fogo.

Podendo ser confundido com o Boitatá, ele corre pelos campos de madrugada ate o amanhecer, donde para
deixa seu rastro de cinzas e brasas como se alguém tivesse passado por ali e montasse um acampamento, por fim
adormece, mas sua fumaça de algum modo continua viva, forte (nunca se apaga).

Sua desgraça não fica apenas no local em que foi aceso. Ele pode causar ilusões de queimaduras e chamas vivas
nas pessoas atacadas, fazendo assim com que elas sintam o próprio cheiro de carne delas assando, faz com que
elas corram desesperadas sem rumo pelo mundo à procura de água e costuma fazer com que elas veem objetos
de sua casa pegando fogo e se reduzindo à cinzas, além de destruir uma vida, empobrecendo e causando total
loucura.

Desta maneira, os antigos habitantes do interior para evita-lo, nunca mais fizeram fogueiras no mesmo lugar em
que outras foram acessas, pois caso a fizesse seria uma forma de evoca-los trazendo com ele toda sua destruição
com sua língua de fogo gigante que ataca tudo e todos pela frente podendo sair ate mesmo do seu lugar de ori-
gem.
Nomes Conhecidos :

BARBA RUIVA
Barba Ruiva, Barba Branca, Urué, Barba Nova, Cabeça Vermelha

Origem :
Lenda popular no estado do Piauí, ao redor de Paranaguá, desde o século XIX. Por volta de 1830

Aparência :
Bebê ou pessoa com dom de se transformar em menino, moço e velho ao longo do dia. De barba ruiva ou bran-
ca, unhas e peitos cobertos de lodo e limo

Versões da Lenda :
A lenda do Barba Ruiva conta a história de um homem encantado que mora na lagoa de Parnaguá, no Piauí.
Conta-se que uma senhora viúva morava com suas três filhas. Um dia, umas delas começou a se sentir mal, com
enjoos e cansaço. Todos pensavam que ela estava doente, mas na verdade, a menina estava grávida do namorado
que havia sumido ou em algumas versões havia morrido antes do casamento.

Por isso, ela decide ter o seu filho sozinha na mata. Quando o menino nasceu, ela o coloca numa bandeja de
cobre e a joga no rio, abandonado-o. Ao ver o gesto da mãe, a Iara, guardiã das águas, fica indignada. Da sua ira
começa uma grande enchente que cobre toda a mata e as casas do lugar, dando origem à lagoa de Parnaguá.

Passado algum tempo, os habitantes começam a escutar um choro de bebê vindo do fundo da lagoa. Posterior-
mente, as lavadeiras que trabalhavam na beira da lagoa viam um menino pela manhã. Quando voltavam à tarde,
davam com um homem adulto, de barba ruiva, que tentava beijá-las e abraçá-las. Por fim, ao entardecer(noite),
viam um velho com barba branca.

Foge de homens pois fica desorientado e vai a procura de mulheres que vão a beira do rio pra lavar e bater suas
roupas, tentando-as agarrar para abraça-las e beija-las, logo em seguida ele volta para a lagoa desaparecendo,
com base nisso nenhuma mulher vai sozinha para a lagoa realizar seus afazeres ou tomar banhos.

Alguns relatam que ele foi criado pela Iara. No ciclo de transformação dele da manha ate a noite dizem que as
vezes ele dorme ás margens da lago e quando alguém se aproxima ele pula pra água
Ele tenta desesperadamente aproximar-se de uma moça que seja corajosa para libertá-lo do seu encanto, jogando
água benta sobre sua cabeça.
Nomes Conhecidos :

CARNEIRO ENCANTADO
Carneiro Encantado

Origem :
Passagem de Santo Antonio, no rio Parnaíba, fronteira do Piauí com o Maranhão

Aparência :
Criatura enorme com aparência de um carneiro que carrega em sua testa uma estrela brilhante

Versões da Lenda :
Pertinho do município piauiense de União (e do município maranhense de Coelho Neto) há uma lenda de uma
criatura, que aparece no lugar denominado Passagem de Santo Antonio, no rio Parnaíba, fronteira do Piauí com
o Maranhão, é enorme e traz na testa uma estrela cujo brilho varia entre os extremos da luminosidade, às vezes
parecendo que vai apagar-se e em outros instantes brilhando como poucas coisas nesse mundo.

Reza a lenda que há muitos anos atrás um padre transportava por ali o dinheiro da paróquia da região quando
foi assaltado. No assalto, os ladrões deram cabo da vida do religioso, mas verificando tratar-se de um homem de
Deus, os criminosos arrependeram-se e acabaram enterrando o sacerdote com todo o dinheiro que carregava.
A partir de então, o padre tem aparecido por ali transformado no tal carneiro encantado. Dizem que só será des-
encantado no dia em que alguém encontrar o dinheiro enterrado, de modo que a pessoa que o fizer ficará muito
rica e o carneiro não mais aparecerá.
Nomes Conhecidos :

ACUTIPUPU
Acutipupu

Origem :
Desconhecida, porém não existe uma serra do Japó. Possivelmente, a palavra é uma corruptela do vocábulo Japi,
cuja serra fica no estado de São Paulo. Dá ai possível origem

Aparência :
Criatura que é ao mesmo tempo homem e mulher

Versões da Lenda :
Acutipupu é uma criatura que vivia na Serra do Japó.

Conta-se que, quando estava como mulher, dava à luz a filhas mais belas que as estrelas.
Por outro lado, ao se encontrar com o corpo masculino, fecundava as mulheres e estas pariam meninos fortes e
valentes, radiosos como o sol.

Um dia, sob forma de mulher, Acutipupu teve uma filha de Uaiú, um índio que estava impondo a lei de Jurupari
na região. A menina se chamou Erem e como não podia deixar de ser, destacava-se por sua grande beleza.
Uaiú desejou-a e quis fazer amor com sua própria filha, mas Erem se recusou e fugiu para escapar do pai. Foi
acolhida por uma tribo chefiada por Cancelri e os dois terminaram se casando.

No entanto, Uaiú não abandonou seu objetivo e declarou guerra a Cancelri. Nesta luta, morreram todos desta
tribo e Acutipupu perdia, assim, sua filha querida.
Nomes Conhecidos :

SANGUANEL
Sanguanel

Origem :
Região ítalo-gaúcha

Aparência :
Ser pequeno com vestes vermelha

Versões da Lenda :
O Sanguanel cuja crença é muito viva, ainda no presente, não faz mal pra ninguém, nem judia apenas dá cada
susto! Ele vive pelos pinherais da serra n um ninho e seu prazer é roubar crianças, as quais esconde no alto das
árvores ou no meio das reboleiras do mato e traz mel numa folha e água, se tem sede.

Seus pais, como loucos, procuram as crianças roubadas na qual sempre estão em estado de sonolência, lembran-
do pouco e mal das coisas que aconteceram, embora não esqueçem a figura vermelha. Mais raramente o San-
guanel se envolve com adultos. Nesses casos, assume o papel de vingador engraçado, fazendo picardias e provo-
cações aos preguiçosos, bêbados ou não religiosos, mas tudo sem maldade.
Nomes Conhecidos :

UNHUDO
Unhudo

Origem :
Dois Córregos (cidade), no interior de São Paulo

Aparência :
Espécie de morto-vivo com roupas em péssimo estado, que possui unhas grandes e usa um chapéu de palha

Versões da Lenda :
Segundo a lenda, Seu objetivo é assombrar todos que ousarem roubar frutas, flores ou fazer mal algum a mata
que envolve a Pedra Branca e atacar todos os que entram na mata com propósito ruim
Relatos afirmam que ele mora em uma das cavernas da Pedra Branca, uma elevação que fica bem próxima à divi-
sa entre Mineiros do Tietê e Dois Córregos.

Certa vez, segundo os mais antigos, um rapaz foi apanhar jabuticabas e recebeu um tapa da criatura, quando
acordou, estava do outro lado do rio Tietê.

O Unhudo desperta medo principalmente em pessoas da zona rural, isso fez com que se tornasse a lenda mais
famosa de Dois Córregos e talvez uma das mais famosas de todo o estado de São Paulo.

A visão que todos tem de um morto-vivo, um bicho, uma assombração, faz com que seu mito passe de geração
para geração.

Apesar da lenda existir desde o começo do século XX, foi somente no fim do mesmo que a lenda começou a se
disseminar por todo o Brasil no fim daquele século. Isso muito graças as dezenas de reportagens em várias emis-
soras de televisão, onde o tema era abordado em reportagens e programas jornalísticos ou de entretenimento da
época.

Outra característica curiosa deste ser é que ela gostava de repetir a fala cantada dos boiadeiros que frequentavam
a região, na hora de tocar os bois. Quando eles gritavam “Ôh! Boi!”, o unhudo repetia como se fosse um eco.
Nomes Conhecidos :

PORCA DOS 7 LEITÕES


Porca e seus 7 leitões

Origem :
Portugual

Aparência :
Mulher com seus 7 filhos se transformam em leitões (porcos)

Versões da Lenda :
Segundo a lenda, que acontece principalmente nas regiões centrais e meridionais do Brasil, a porca era uma sen-
hora, uma Baronesa, muito má e gorda. Ela vivia espancando e maltratando seus escravos, mesmo sem eles não
terem feito nada de errado. Quando não estava dando chibatadas nos seus escravos na senzala, os usava como
objeto sexual em um jogo de vida ou morte, onde era melhor morrer a fazer sexo.

A Baronesa tinha sete filhos, um com cada escravo diferente. E como sua mãe cada um de seus filhos viviam
maltratando os trabalhadores. A vida dos escravos era um verdadeiro inferno, e muitas vezes a morte era o mel-
hor caminho para se viver em paz. Mas um escravo, o mais esperto de todos, teve a brilhante idéia de se vingar,
coisa que nunca ninguém havia pensado, até então.

Para tanto, eles procuraram um feiticeiro negro para jogar um feitiço tão forte, mas tão forte que só por um
milagre de Deus poderia desfazer o feitiço, o que não aconteceu. Então, a Baronesa e seus sete filhos se transfor-
maram em porcos. De acordo com os estudiosos sobre a lenda, o feitiço só seria desfeito após encontrarem um
colarem, que ninguém sabia aonde estava enterrado, apenas que foi enterrado em uma floresta.

Outras versões dizem que sua sina era andar fuçando com o focinho no chão a procura de um anel enterrado,
quando encontrarem esse anel, quebrarão o feitiço e voltarão a ser o que eram.

Desta maneira a Baronesa jamais voltaria a ser gente, e pra sempre viveu comendo resto de comida dos outros.
Segundo populares, a Porca e seus sete leitões aparecem durante a noite (madrugada), principalmente em becos
e encruzilhadas, ruas desertas e adros de igreja para assombrar homens casados que traem as esposas com negras
de sua cidade. Sempre roncando surdamente com seus filhotes berrando ao seu lado porém nunca fizeram mal a
ninguém, apenas some e aparece.

Acreditam que a porca seria o próprio diabo ou alguma de suas manifestações. Ainda no imaginário Português a
porca toma a forma de diversos animais.

Em várias culturas da Europa ela é um nome popular para o conjunto formado pela estrela Aldebarã e as Híades.
No Brasil, segundo a versão de Cuiabá, é um castigo da mulher que interrompeu voluntariamente a gravidez.
Tanto quanto forem os abortos, serão leitões. Em versões paulistas se trata de uma rainha que teve 7 filhos e que
foram amaldiçoados por um feiticeiro por motivos de vingança.

A definição ou significado de porca seria :


• Símbolo clássico dos baixos apetites carnais
• Sexualidade
• Gula
• Imundice
• Inopinadamente diante de frequentadores dos bailes noturno ou locais de prazer
Nomes Conhecidos :

CACHORRA DA PALMEIRA
A Cachorra da Palmeira

Origem :
Alagoana

Aparência :
Mulher com cabeça de pessoa e corpo de cachorro

Versões da Lenda :
Segundo a lenda era uma jovem, filha de um coronel. Linda e bem educada,residia na cidade de Palmeira dos
Índios. Tinha uma cachorrinha de estimação, que criava desde novinha. No dia da morte do padre Cícero
Romão, a cachorra adoeceu e também morreu. Muito triste e chorosa, a moça preparou-lhe um velório com vela
e sentinela

Algum tempo depois, estava ela em uma loja, comprando vestidos e perfumes, quando entrou uma senhora
procurando por tecido preto, para luto. Ao saber que se tratava de uma devota do padre Cícero Romão, a moça
riu e sugeriu que era melhor que a devota pusesse luto para a sua cachorrinha.

No mesmo instante, começou a se transformar em uma cachorra, latindo, uivando e correndo em disparada.
Contam que os pais morreram de desgosto. Um irmão a pegou e trancou em uma jaula, onde vive presa noite e
dia latindo e uivando sem parar e sem comer comida de panela apenas carne de cabrito novo quando não rói os
próprios ossos sendo assim sua maldição.

Outras versões relatam que depois da maldição a moça-cachorra passou a correr eternamente, mordendo
qualquer um que cruzasse seu caminho.

Cantigas :
Segundo Téo Brandão, existia em Viçosa uma peça de reisado que fazia alusão à cachorra e terminava com os
seguintes versos
“Quem é esse seu padrinho?
A moça lhe perguntou —
Disse ela: o padre Cícero
Que agora se cabaou
A moça fez: quá, quá, quá
Naquilo se transformou
Transformada ainda disse
Para a dita mulherzinha:
Não bote luto por ele
Sim por minha cachorrinha
Que morreu no mesmo dia
Sepultou-se à tardezinha”
(Moisés Matias de Moura)
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Meu Santileno
Pra ela num tem carinho
Discreiou de meu padrinho
Virou cachorra, anda correndo
Nomes Conhecidos :

PORCOS VOADORES
Porcos Voadores

Origem :
Século XV na América do Sul e Europa

Aparência :
Porcos com pares de asas e poderes sobrenaturais

Versões da Lenda :
Segundo a lenda eles apareceram pela primeira vez em 1430 quando uma rebelião de porcos estavam sendo ex-
terminados e os tais exterminadores fora mortos pelos mesmos.

Desde daquele dia começaram a salvar animais e comer certas pessoas,além de trollar bastante gente como pes-
soas que iriam se casar,quando o padre dizia:”Alguém tem uma Objeção?” e eles tinham.

Além disso eles utilizavam seus diversos poderes,sendo como o principal, enrolar os inimigos nas suas cau-
das,que são esticadas e morriam depois de ter todos os ossos quebrados
Nomes Conhecidos :

ROMÃOZINHO
Romãozinho

Origem :
Leste Bahia, em toda Goiás, parte do Mato Grosso e também na fronteira do Maranhão com Goiás.

Aparência :
Garoto amaldiçoado com pura maldade

Versões da Lenda :
Romãozinho é uma criatura do folclore brasileiro. Ele é um menino, filho de um agricultor, ele que sempre
gostou de maltratar os animais e destruir as plantas, pois nasceu mau.

Uma vez, sua mãe lhe mandou levar o almoço ao pai, que trabalhava na roça. Ele foi de má-vontade. No meio do
caminho, ele comeu a galinha, colocou seus ossos na marmita e levou-a ao pai. Quando o pai viu os ossos em vez
da comida, ele perguntou o que aquilo significava. Romãozinho, perfidamente, disse:

Deram a mim isso... Eu penso que minha mãe comeu a galinha com o homem que vai a nossa casa quando você
não está lá, e enviou-lhe somente os ossos. Enlouquecido de raiva, o pai voltou logo para casa, puxou do punhal
e matou a esposa. Antes de morrer, a mãe amaldiçoou o filho que ria, dizendo: Você não morrerá nunca! Você
não conhecerá o céu ou o inferno, nem repousará enquanto existir um vivente sobre a terra! Enquanto seu pai
acabara morrendo de tanto arrependimento.

Romãozinho fora embora com um sorriso diabólico em seu rosto. Desde então, o menino nunca cresceu, anda
pelas estradas e faz travessuras, como quebrar as telhas dos telhados a pedradas, assustar os homens e tortura as
galinhas.

Outras versões do conto, dizem que a mãe do menino, fiava algodão no alpendre da casa, quando o marido che-
gou por trás dela e a matou. E outras falam que ele teria matado o pai de susto, já em outras, sua mãe teria vivido
e amaldiçoado o filho posteriormente a morte do pai.

Em algumas oportunidades, faz coisas boas. Há uma história que diz que uma mulher grávida estava sozinha e
entrou em trabalho de parto, e no desespero chamou por Romãozinho e este foi à casa da parteira que depenava
uma galinha, a galinha de repente saiu da mão dela e saiu voando, a parteira saiu correndo atrás e a galinha foi
jogada na casa da mulher que estava em trabalho de parto.
Nomes Conhecidos :

CACHORRINHA D’ÁGUA
Cachorrinha D’água

Origem :
Lenda Pernambucana

Aparência :
Cadela de pelos brancos, com uma estrela dourada na testa

Versões da Lenda :
Segundo a lenda quem avistar esta figura mágica terá uma mudança radical em sua vida onde terá uma sorte
abundante com riqueza sem fim e muita felicidade. Vivendo nas margens do rio São Francisco, onde gosta de se
secar sua pelagem ao sol
Nomes Conhecidos :

MULHER DE 2 CORES
A Mulher de Duas Cores

Origem :
Minas Gerais fronteira com São Paulo

Aparência :
Mulher de duas cores, uma mancha branca e outra morena

Versões da Lenda :
Conforme a lenda da mulher de duas cores, a assombração aparece de dia, à luz do sol, nas estradas de Minas
Gerais, fronteira com São Paulo, ou dentro das pequenas matas. Veste roupas de algodão de duas cores, seu cor-
po é dividido em manchas pretas e brancas, caminha com pressa nas pontas dos pés quieta e calada.

Contam os antigos que a magra mulher é o fantasma da neta de um viúvo fazendeiro, que ao descobrir que a
filha estava grávida de um escravo, e tinha fugido para um quilombo com o negro, encomendou os trabalhos de
uma bruxa para que o bebê não viesse ao mundo.

Mesmo assim a mãe deu a luz a uma menina de duas cores, com manchas brancas e manchas escuras, que fora
batizada com o nome de Branca Morena. O povo do quilombo a acolheu com carinho e costumava costurar
roupas diferentes para esta menina, seus vestidos eram de algodão, longos e sempre tingidos de duas cores : preto
e branco, vermelho e azul, verde e rosa.

Ao ficar moça ela saiu do quilombo e foi para a cidade, onde foi muito estigmatizada e até maltratada. Com isso,
voltou para o quilombo, porém não encontrou mais ninguém do seu povo, já que com a abolição da escravatura
todos tinham ido para a cidade. Deste ocorrido, a menina retornou para a cidade em busca de seu povo, porém
no caminho, morreu em um acidente de arma de fogo. Diz a lenda que seu espírito não se deu conta da morte, e
ela até hoje vaga em busca do seu povo, a passos rápidos e largos, sem colocar o calcanhar no chão.

Um outra versão da história diz que com medo do preconceito que a criança sofreria, mesmo após a abolição
da escravatura, seus pais nunca a deixaram sair do quilombo. Porém, aos quinze anos de idade fugiu. Foi parar
numa cidade à noite. Entrou em uma casa sem bater, esbarrou em um vaso e fez o maior barulho. O morador
achando que se tratava de uma assombração diabólica amarrou-a, colocou-a em um saco e em seguida a matou e
jogou a pobre da menina na estrada.
Nomes Conhecidos :

CANHAMBORA
Canhambora, caiambola, ca-lhambola, canhambola, canhembora, caiam-bora

Origem :
Desconhecida

Aparência :
Negro forte, faminto e bravo, armado com um facão

Versões da Lenda :
Esse é um personagem que já meteu muito medo nas pessoas que viviam em fazendas e pequenas vilas de Minas
Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, tanto que sua história foi contada até pelo escritor Monteiro
Lobato.

Em tupi-guarani, seu nome significa “escravo fugido”, que roubava comida e roupas e assustava mulheres que
iam ao rio buscar água ou tomar banho. Por conhecer bem a mata, tem quem ache que ele tem parentesco com o
Curupira e o Saci-Pererê

Outras versões dele apontam que ele era um homem preto, grande e feio, que roubava crianças. Uma assom-
bração dos negros mortos a pancadas. E tinha o dom de ser transformar em bicho ou metade homem e metade
bicho para aqueles que agrediam os animais, ou seja os caçadores, ressuscitar bichos mortos e matar homens.
Tinha cabelos cumpridos que chegavam ate seus pés

O Canhembora foi, em outras eras, um terrível ladrão de gado, esconjurado solenemente pelos criadores prejudi-
cados.
Nomes Conhecidos :

BOCA DE OURO
Boca de Ouro

Origem :
Desconhecida

Aparência :
Corpo em decomposição, estilo um zumbi com sua boca coberta de dentes de ouro, halito podre e suas vestes
estilo aos da entidade de Umbanda Zé Pilintra, paletó branco, sapatos bem engraxados e usa chapéu tipo “Pana-
má e sempre fumando cigarro.

Versões da Lenda :
É um ser misterioso que, sob as vestes de boêmio, esconde um misto de zumbi e demônio. Segundo Gilberto
Freyre cita, no livro “Assombrações do Recife Velho”, que essa visagem não era exclusiva do Recife, tendo tam-
bém sido registrada em outras cidades do Brasil. É uma assombração cujas primeiras aparições datam do início
do século XX. Nas horas mortas, o Boca-de-Ouro é visto ao longe, caminhando lentamente e fumando um
cigarro.

Ele aborda caminhantes solitários que vagam pelas ruas desertas e sempre pede fogo a esses desavisados – gente
que sai de festa ou de barezinhos da moda do Bairro do Recife, por exemplo. Tendo ou não fósforo (ou isqueiro)
para oferecer, a vítima toma um grande susto quando percebe que boêmio misterioso tem a cara carcomida de
um cadáver apodrecido e exala um forte cheiro de enxofre.

Quando a pessoa sai correndo, o zumbi solta uma tenebrosa gargalhada e exibe sua bocarra cheia de dentes de
ouro. Não adiantando fugir: quando a vítima chega às carreiras à outra esquina (ou encruzilhada), o malassom-
bro está lá, soltando outra risada medonha. Esse pesadelo se repete, esquina após esquina, ao longo de toda a
rota de fuga, até que a pessoa caia desfalecida pelo pânico e pela exaustão.

Na amanhã seguinte, a pessoa é encontrada desmaiada na calçada. Socorrida pelos passantes, conta como foi seu
insólito encontro com o Boca-de-Ouro. Claro que quase ninguém acredita e o sujeito é avaliado como pinguço
ou mesmo como doido.

Ao que parece, o Boca-de-Ouro prefere atormentar homens que buscam aventuras ou estão simplesmente perdi-
dos na noite. Nunca é visto por um grupo amigos ou um casal a caminhar pelas ruas num passeio noturno.

Talvez seja alma penada de um malandro que cometeu todos os pecados da boemia; namorou muitas mulheres,
apostou todo dinheiro em jogos de azar e bebeu além da conta. Ou talvez seja a encarnação de um espírito ma-
ligno, que tanto fascina com seu figurino impecável e seus dentes de ouro, quanto provoca repulsa com sua face
pútrida de defunto insepulto.
Nomes Conhecidos :

CURUARA
Curuara, Caruara ou Caroara

Origem :
Amazônia

Aparência :
Lembrando um Bicho Pau ou Tronquilo do filme (Animais Fantásticos)

Versões da Lenda :
Criaturas descritas como invisíveis que rondando pela floresta amazônica e aparecem em quintais e capoeiras,
possuindo uma mãe assim como os outros seres e criaturas.

Extremamente perigosos para mulheres que estão nos dias de menstruação, pois esta condição em que elas se
encontram afirma-se que o cheiro atrai os caroaras ou a mãe deles, onde na qual utilizam suas flechas em suas
vitimas. Por esse motivo mulheres evitam de andar em quintais ou atravessar trilhas que dão direto em roças ou
por caminhos para apanhar simplesmente água.

Suas flechas sempre envenenadas, segundo relatam são apontadas e disparadas diretamente nas juntas dos joel-
hos de suas vitimas.

Seus efeitos são semelhantes aos do reumatismo. Aparecem dores, inchaço dos membros e dificuldade de ar-
ticulações. Em Itá, existem mulheres com esses mesmo sintomas. Aos homens, os curuara parecem não fazer
qualquer mal
Nomes Conhecidos :

MÃO PELADA
Mão Pelada

Origem :
Vale do São Francisco

Aparência :
Lembrando um guaxinim e possuindo uma de suas patas dianteiras sem pelo algum
Outros já relatam que sua aparência é a de lobo avermelhado, com a altura de um bezerro novo, de cujos olhos
sai uma luz parecendo um fogo azulado. Uma de suas patas dianteiras é deformada e “pelada”.

Versões da Lenda :
Criatura de hábitos noturnos que causa e espalha medo nas matas e florestas do Estado de Minas Gerais, tem o
poder de hipnotizar suas vitimas e leva-las pra longe para que possa devora-las e mata-las com mais facilidade.

Quando ele ataca suas vitimas seus olhos alem de seu corpo ficam envolvidos num tipo de azul flamejante.
Acredita-se que, se a criatura sugar seu sangue pode curar doenças como reumatismo e hanseníase.
Nomes Conhecidos :

ENCOURADO
Encourado

Origem :
Nordeste

Aparência :
Vampiro com roupas negras de couro

Versões da Lenda :
Sendo o típico vampiro Brasileiro. Sua história conta sobre um homem sombrio com hábitos noturnos que se
vestia completamente de preto suas vestes eram feitas de couro que cheiravam a sangria pura, onde atacava suas
vitimas tanto animais quanto pessoas pelo simples fato de se alimentar pois o sangue era a única coisa que o
saciava.

Suas vitimas preferidas eram a aquelas que não foram batizadas ou que não frequentam templos religiosos
(igrejas), pois essas pessoas possuíam um sangue com um gosto melhor, e à quem diga que a criatura já de cara
já reconhece estes tipos de pessoas. A criatura só podia entrar em alguma residência caso fosse convidado, mas
como ele vivia sua vida disfarçado a criatura sempre dava um jeito de entrar no local.

Existe um tipo de mandinga para afastar a criatura, ela consiste na pessoa ter que sacrificar animais pequenos,
bandidos (pessoa) ou crianças. Após isso a oferenda devera ser colocada na frente de sua residência ou seja na
porta principal.
Uma das formas de saber quando o encourado esta chegando são :
• Galinhas não botam ovos e não comem direito
• Cachorros latem o dia inteiro e não saem de suas casas
• Urubus e carcarás passam voando em cima da cidade ou desaparecem para bem alto e longe

Até hoje não existe um jeito de eliminar esta criatura.


Entretanto, além das demais oferendas diz-se que basta oferecer simplesmente uma galinha preta ou galo ver-
melho para afugenta-lo sem contudo ofendê-lo
Nomes Conhecidos :

CUPENDIPE
Cupendinpe ou Cupendipe, Kupe-Dyeb, homens de Asas ou índios de Asas

Origem :
Tocantins

Aparência :
Um tipo de índio híbrido, metade homem e metade morcego (Vampiro) alado

Versões da Lenda :
Os Cupendipes eram uma tribo de Índios vampiros brasileiros, seres alados que dormiam de cabeça para baixo
(como morcegos), deixavam suas grutas ou cavernas onde moravam localizadas no Alto Tocantins num morro
(entre os estados de Góias e Tocantins no Brasil), apenas à noite e usavam um tipo de machado (instrumentos
cortantes feitos de forma primitiva) em forma de meia lua para defender-se ou degolar pessoas e animais, ra-
chando seus crânios.

Certa vez, após perderem muitas crianças e mulheres devido aos ataques dessa tribo de vampiros, os Apinajés
que segundo eles diziam que eram seus rivais, reuniram seus guerreiros de dez aldeias, e foram ataca-los. Che-
gando ao morro, taparam as entradas da caverna com palhas secas, incendiando-as em seguida. Nesse ataque
teria morrido um velho Cupendipe, ficando preso. Já um garotinho da tribo vampira, não tendo ainda asas, não
pode fugir. Os Apinajés entraram na caverna e encontraram-no suspenso em um canto do teto, como se fosse
um morcego.

Desejando cria-lo, levaram-no para a aldeia. Porém, não conseguiram. Sempre chorando, o pequeno Cupendipe
recusava toda alimentação que não fosse o milho e não se deitava para dormir. Os Apinajés lembravam-se então
da posição em que o haviam encontrado e fincaram no chão duas forquilhas, atravessando nelas uma vara. Nesta
é que ele, pendurado pelos pés, conseguiu durmir.

Um dia eles o observaram a criatura deitada no chão e cantando. “U-ua Klunã Klocire! Klud pecetire!” Quando,
ele agarrou seu pescoço com suas mãos. Quando os Apinagés perguntaram-lhe sobre isto, o ser lhes disse que
seus companheiros dançavam daquele modo. (Os Apinagés ainda cantam sua canção). Porém apesar dos es-
forços das mulheres da tribo, alguns dias depois de haver chegado à aldeia, o pequeno ser havia morrido.

Durante o ataque à cavera dos Cupendipes, os Apinajés arrecadaram um grande número de machados e inúmer-
os apetrechos (enfeites).
No entanto, segundo a cultura Apinajé, os Cupendipe ainda existem no Alto do Tocantins e alguns em cavernas
no Parque Nacional da Serra da Capivara, conservando sua rivalidade com a tribo Apinajé e a sede por sangue.

Os machados de lua são de forma semicircular, também denominados machados de âncora (Ihering), e con-
stituem elemento quase típico da etnografia Jê
Nomes Conhecidos :

CEIUCI
Ceiuci ou Velha Gulosa

Origem :
Desconhecida

Aparência :
Velha feiticeira com uma fome incontrolável

Versões da Lenda :
Conhecida como a velha gulosa, ela era uma feiticeira com uma fome incontrolável e incansável, comendo assim
tudo que encontrava pela frente incluindo bichos e pessoas.
A lenda conta ainda que ela costumava pegar seu barco e navegar no Rio Amazonas e pescar vários peixes com
sua rede, engolindo-os e devorando-os de uma vez só.
Existe uma história em cima desta feiticeira que relata um pequeno índio ou um homem que fora pego pela
mesma enquanto pescava, sendo levado pra sua casa e preparado para ser cozinhado, nesta a filha da feiticeira
vendo a cena sentiu um aperto no peito e pena da criança onde na qual a liberta de sua morte certa, ao escapar a
pequena criança correu tanto que quando conseguiu chegar em casa percebeu que havia ficado velho, neste caso
ele passou sua vida inteira correndo das garras da velha que incansavelmente o perseguia.
Outras versões da lenda relatam que Ceiuci era uma fada e não uma feiticeira e na historia o homem que na qual
ela havia visto sua sombra na água havia escapado e rido dela após ter tacado sua rede no intuito de captura-lo,
sendo assim a velha ordenou as vespas com seu poder que as atacassem, mas o rapaz sendo mais rápido e esperto
quebra um galho de uma árvore e as espanta. Em seguida ordenou que as formigas tocandiras, as mordessem
e picassem, tendo em vista que não podia se livrar mergulhou no rio, mas em seguida Ceiuci o captura com a
tarrafa e leva para sua casa.
A velha havia deixado o rapaz no terreiro enrolado na tarrafa enquanto fora buscar lenha para fazer o fogo, para
poder assá-lo sendo assim saciar sua fome. A filha de Ceiuci ouvindo seus gritos de socorro, ficou com pena do
homem e o soltou, colocando em seu lugar um pilão com cera de abelha e disse para ele:
- “Fuja daqui para muito longe, quando ouvir o canto da cã-cã, esconda-se bem, pois minha mãe estará perto de
lhe pegar, leve estes paneiros mágicos que ela os usa quando não consegue caça na mata, quando você a vir atire-
os em cima dela.” Com seu gesto de humanidade o homem agradece e parti.
Ao retornar com a lenha e acender uma enorme fogueira e esperar o fogo ficar alto, a velha atira a tarrafa e estra-
nhou por não ouvir nenhum gemido ou grito, quando sentiu o cheiro de mel, tirou o pilão do fogo e perguntou
para sua filha o que significava, caso se ela não lhe dissesse, a engoliria viva.
Sua filha não podendo esconder a verdade de sua mãe disse que ficou com pena e mandou o rapaz ir embora,
então a velha gulosa ao ouvir isso, correu atrás dele farejando-o, o rapaz ainda estava no meio do caminho de sua
casa pois era muito longe, e parou para descansar, mas ouviu a cã-cã e teve de se levantar para correr mais, já ou-
vindo os berros estrondosos da velha perto dele, com base na situação o homem se lembra do conselho da filha
de Ceiuci e atira um dos paneiros para traz. Tal paneiro se transformou em um porco-do-mato. A velha devorou
o bicho inteiro e continuou a perseguição
Os outros paneiros foram sendo atirados, e todos do mesmo modo foram engolidos pela velha insaciável, então o
moço avistou macacos em cima de árvores e os pediu esconderijo, os macacos jogaram ele dentro de um pote de
mel e a velha farejou, mas apenas sentiu o odor doce, e passou adiante
O moço saiu correndo do pote de mel dos macacos, já estava feliz pensando que estava livre da velha gulosa,
quando novamente ouviu a cã-cã, correu mais e avistou uma enorme serpente, pediu-lhe proteção e a cobra o
escondeu dentro de uma cova, mas ouviu-a dizer a sua companheira:
- Deixa a Ceiuci passar, e nos duas o comeremos
O homem pulou fora da cova e pediu que um pássaro comesse as duas serpentes, depois disso fugiu e atravessou
um rio, logo chegou a sua casa e nunca mais viu a velha gulosa
Nomes Conhecidos :

KILAINO
Kilaino

Origem :
Caraíbas do Mato Grosso do Sul

Aparência :
Homenzinho de pele amarronzada, os pés voltados para trás para enganar os caçadores, e cabelo de fogo,

Versões da Lenda :
Sendo um duende do bacaeris e conciderado como (o irmão maligno do Curupira, seu inimigo, que luta pelo
bem), este pequeno ser maléfico habita matas, morros e florestas, podendo assumir todos os tipos de formas de
animais, alimentando-se de ratos e aves; não aprecia a intromissão humana em seus territórios, costumeiramente
afanando os objetos de viajantes e mateiros além de esconderem suas caças mortas.

Pode levar aos exploradores a se perderem nas matas, assombrando-os com seus gritos horripilantes.
Dizem que para se escapar de um Kilaino basta atravessar um rio, regato ou veio d’água, já que o duende não é
capaz de fazê-lo.
Nomes Conhecidos :

GUAJARA
Guajara, Guari, Pajé do Rio ou Pai do Mangue

Origem :
Almofala, município de Acaraú, Ceará e dos manguezais (CE).

Aparência :
Simplismente um Duende, uma espécie de fantasma ou um velho de cabelos e barbas longas, vestido com roupas
velhas e rasgadas, pés descalços e com um cachimbo na mão.

Versões da Lenda :
A criatura aparece nas noites de inverno, sendo raras as vezes nos dias de verão, fazendo barulhos, tais quais,
vozes de animais, ruídos de caçador, pescador, colhedor de mel de abelhas e ainda fingindo cortar árvores.
Assusta os viajantes que passam perto do seu mangue, reduto natural, além de surgir como um pato, nas casas
próximas, atrapalhando a calma habitual.

De acordo com a tradição, o duende é invisível, derivando o pavor pela sua diversidade de simular sons. Além
disso, açoita os cachorros, que podem vim a falecer depois do terrível castigo. Aos viajantes impõe a companhia
do medo ao gritar pelo caminho.

Suas características se aproximam do Saci, Curupira, Caipora, e por conta da moradia, há elementos do Pescador
Encantado.

Já em uma outra versão, O Guajará é uma espécie de fantasma travesso, aparecendo sempre rapidamente; ou
mesmo nem aparece; apenas em formato de sombra.

Segundo os pescadores se alguém sair para pescar no mangue e de repente ouvir barulhos estranhos, assobios,
cantigas, sons de machado cortando o mangue, bolas de fogo, etc., pode voltar que nesse dia não se pesca absolu-
tamente nada e, se por acaso, alguém desobedecer as regras, além de não pescar nada o indivíduo volta pra casa
com febre, cansado e com dores por todo o corpo, com se fosse açoitado pelos galhos de mangue que o Guajará
carrega na mão.

Para fazer boas pescarias e não ser atormentado pelo Guajará é bom sempre levar um pouco de fumo e colocar
nas raízes do mangue, esses duendes dos matos, apreciando-se, sobretudo, o espírito travesso, buliçoso, às vezes
malévolo, com atitudes de assombramento.

Há muito tempo atrás em Almofala, uma velha índia Tremembé chamada Tia Chica relatou o seguinte, “O Gua-
jará mora nos mangues… uma vez eu estava pilando milho, quando senti a mão-de-pilão pesar na minha mão.
Ai eu olhei pra fora e vi a sombra de um grande pássaro, me vi aperreada e gritei pela minha neta.
Nomes Conhecidos :

COROACANGA
Coroacanga

Origem :
Mina Gerais

Aparência :
Cabeça de fogo flutuante com faíscas azuladas

Versões da Lenda :
Conhecida com o espírito das palmeiras, sua história parte de Sabrina uma jovem que vivia em uma cidade do
interior de Minas Gerais. Sabrina era uma jovem muito ambiciosa que desejava a riqueza e o poder a todo custo,
não queria viver naquela cidade do interior na miséria que vivia com seus pais que eram lavradores e faziam de
tudo para dar uma boa educação, comida e roupas boas à Sabrina que, apesar de todo esforço de seus pais para
cria-la, sempre teve vergonha deles por serem lavradores pobres.

Vez por outra Sabrina em sua prepotência e arrogância, humilhava seus pais dizendo que eles eram pobres e que
ela não havia nascido para viver na pobreza. Seus pais, muitos simples e humildes, apenas abaixavam a cabeça e
oravam a Deus pedindo que o coração de Sabrina se voltasse para o bem, para que ela renunciasse à sua ambição
para não cair nas garras do diabo.

No entanto, mesmo orando muito e Deus intervindo, Sabrina acabou seguindo o caminho das trevas. Certa noite
saiu da casa de seus pais pulando a janela e foi até uma encruzilhada na saída do vilarejo onde havia nascido e há
dezesseis anos vivia com seus pais que sempre batalharam com muita dificuldade para que ela tivesse uma boa
vida. Chegando à encruzilhada à meia-noite, Sabrina se ajoelhou, acendeu uma vela preta e invocou um demô-
nio. Durante dez minutos Sabrina ficou ali a invocar o demônio, mas nada aconteceu. Ela então aborrecida por
não ter tido sucesso em realizar seu pacto com o demônio, voltou tristonha para a casa de seus pais.

No outro dia, no entanto, assim que seus pais saíram para trabalhar na lavoura, Sabrina ainda dormindo foi
acordada por um barulho de buzina. Estranhando aquele som Sabrina se levantou e abriu a janela de seu quarto
para ver o que estava acontecendo. Foi então que ela olhou para fora e viu um imenso carro preto de luxo. Ela
não entendeu absolutamente nada, mas como o carro estava ali a buzinar frente à sua casa que era a única num
raio de 10 Km, então Sabrina se ajeitou e saiu da casa e foi em direção ao carro de luxo; quando se aproximou o
bastante do carro, Sabrina viu a porta traseira se abaixar e de dentro dela uma mão com luva preta a lhe chamar.
Sabrina então muito curiosa com tudo aquilo, foi até a porta e entrou no carro.

Quando se sentou na poltrona do carro Sabrina se deparou com uma mulher muito bela e elegante a esperar por
ela. Esta mulher então lhe disse:
− Olá Sabrina! Eu ouvi o seu chamado e por isso estou aqui.
Sabrina então estranhou aquilo e perguntou, dizendo:
− Meu chamado? Mas eu nem lhe conheço!
− Ora Sabrina, minha querida. Acaso não foi você que me invocou ontem à meia-noite na encruzilhada?
Sabrina então ficou muda e seu rosto pálido. Ela então se deu conta de que a mulher à sua frente era nada menos
do que um demônio. Assim que tomou ciência da situação, Sabrina, olhando nos olhos daquela bela mulher, viu
seus olhos ficarem amarelos por um segundo e depois voltar ao normal. Sabrina então teve certeza de que ela era
um demônio. Sabrina então fechou sua boca que estava aberta de surpresa e disse:
− Sim! Fui eu mesma que te invoquei. Qual é o seu nome?
A mulher então respondeu:
− Meu nome é Lilit. Diga-me Sabrina. Por que você me invocou? O que é que você quer de mim?
− Lilit. Eu quero lhe dar a minha alma em troca de riqueza e poder.

A MOÇA DE BRANCO
Lilit então a olhou nos olhos e, pegando uma caneta no bolso de seu blazer, deu-lhe a caneta e posteriormente
entregou-lhe um contrato, dizendo, assine aqui e você terá mais riqueza e poder do que jamais imaginou em sua
vida miserável.
Sabrina então tomada por sua ambição pegou a caneta da mão de Lilit e assinou o contrato sem sequer lê-lo.
Assim que ela terminou de assinar, Lilit sorriu e lhe disse:
− Boa menina! Agora saiba; fazer um pacto com um demônio tem o seu preço. Aproveite bastante a boa vida que
terá daqui para frente e se prepare, pois daqui vinte anos eu voltarei e levarei sua alma comigo para o inferno.
Sabrina ficou um pouco assustada com aquilo, mas sua ambição era tão grande que ela deu de ombros para o
fato de que sua alma seria levada para o inferno sob a posse de Lilit e, sorrindo, agradeceu-a e saiu do carro.
Sabrina então caminhou em direção á sua casa e, quando olhou para trás não viu mais nenhum carro e nem
mesmo sinal de poeira no ar.

Feliz da vida porque iria ficar rica e poderosa Sabrina entrou em casa e foi preparar o almoço para levar para os
seus pais na roça. Assim que terminou de fazer o almoço e posteriormente leva-lo para seus pais na roça onde
estavam a trabalhar duro na lavoura, Sabrina muito sorridente causou desconfiança em seus pais que a indaga-
ram sobre o que a deixara tão feliz, mas ela fugiu do assunto e virou as costas e voltou para casa.

Assim que a noite de sexta-feira chegou e seus pais foram dormir, Sabrina se deitou feliz da vida e rapidamente
entrou em sono profundo. Durante o sono Sabrina teve um sonho. Sonhara que sua cabeça havia saído de seu
pescoço. Ela então acordou assustada e, quando se deu conta, estava no teto a olhara para baixo reparando
apavorada o seu corpo sem cabeça deitado em sua cama. Depois de levar um susto com aquela cena. Sabrina de
forma muito sinistra se acalmou e começou a flutuar com sua cabeça pela casa. Vendo que tinha total controle
sobre sua cabeça, Sabrina flutuou para fora de sua casa apenas com sua cabeça e foi com ela até o centro da ci-
dade voando rapidamente.

Chegando lá Sabrina escondeu sua cabeça no meio das palmeiras e começou a observar a todos na praça. De re-
pente então Sabrina sentiu um calor enorme em seu rosto que, abruptamente, entrou em chamas. Sabrina, apesar
de não sentir dor alguma, ficou apavorada com aquilo flutuou rapidamente no meio da praça e sumiu nos ares.
Todos na praça viram aquela bola de fogo sair em ziguezague da palmeira soltando faíscas azuladas e sumir nos
ares. Sabrina voou com sua cabeça de fogo por toda a cidade e quando amanheceu sua cabeça retornou ao seu
corpo novamente. No outro dia em toda a cidade só se falava daquela bola de fogo a flutuar pelo céu da cidade.
O povo chamou aquela bola de fogo flutuante de Coroacanga.

E todas as sextas-feiras a cabeça de Sabrina sai de seu corpo enquanto ela dorme e, transformada em bola de
fogo, retorna à praça e assombra os moradores da cidade. Até os dias de hoje é possível vê-la nas palmeiras das
praças de todas as cidades do Brasil. Basta apenas olhar fixamente para a palmeira à meia-noite na sexta-feira e
dizer três vezes: Coroacanga. Coroacanga. Coroacanga, que aquele que disse verá perfeitamente a cabeça de fogo
flutuar nos ares em ziguezague soltando faíscas azuladas.
Nomes Conhecidos :

DAMA DA MEIA NOITE


Moça de Branco, Moça-Vestida-de-Branco

Origem :
São Paulo (cidades de Areias e São José do Barreiro)

Aparência :
Espírito de uma mulher vestida toda de branco

Versões da Lenda :
Segundo a lenda existe um espírito preso ao plano terreno de uma moça de vestido todo branco que à noite de
lua cheia às sexta-feira aparecia pedindo carona aos caminhoneiros na antiga estrada Rio, São Paulo.
Os motoristas de caminhão, sempre solícitos gentis com mulheres, estacionavam o veículo e abriam a porta para
o ingresso da bela jovem.

A viagem prosseguia. A moça, retraída, estranha, sombria e calada; limitava-se a responder com monossílabos
ao que lhe perguntavam.

Entretanto, algum tempo depois, os motoristas se arrepiavam de pavor ao notarem que a moça havia simples-
mente desaparecido, ou como muitos relatam. A mesma moça se tornava cada vez mais branca, translúcida,
quase transparente até que a figura dissipa-se dentro da cabine em esfumaçada e branca nuvem.

Segundo caminhoneiros mais antigos, o espírito cumpre uma trágica sina. Há muito tempo, havia uma noiva
que se dirigia feliz para a igreja, onde seria realizado o seu casamento. No caminho, exatamente naquele mesmo
trecho, ela teria sido atropelada e morta por um automóvel em uma quente noite de sexta-feira.

Desde então, como que tentando terminar sua insólita e interrompida viagem, ela surge pedindo carona. Ela
não mata, não machuca, não judia. Apenas cumpre sozinha, distante e triste, a sina de terminar sua viagem até a
igreja. Uma viagem que parece jamais ter fim.
Nomes Conhecidos :

A LOIRA DE CAETÉ
A Mulher da Meia Noite, Dama da Meia Noite, Dama de Vermelho ou Dama de Branco

Origem :
Américas e em toda Europa, porém teve sua lenda registrada no Brasil

Aparência :
Alma penada de uma bela jovem com um longo vestido vermelho ou branco

Versões da Lenda :
Segundo à lenda uma mulher jovem e linda “parecendo uma jovem normal” de corpo sedutor que não sabe que
morreu ou fora assassinada vive andando pelas ruas da cidade com um vestido vermelho ou branco, aproxima-se
e senta-se ao lado de homens solitários que gostam de beber em bares, deixando-os encantados e logo os convida
para que a leve para casa.

Aceitando prontamente seu pedido, os dois saem e caem rumo a estrada, ao se aproximarem o motorista se de-
parara com um muro alto, onde ela desce e o convida para entrar. Nessa hora ele percebe que esta bem de frente
ao cemitério ficando totalmente aterrorizado daí a moça desaparece e o sino da igreja toca avisando que é meia
noite.

Outras vezes, ela surge nas estradas desertas, pedindo carona. Então pede ao motorista que a acompanhe até sua
casa. E, mais uma vez a pessoa só percebe que está diante do cemitério, quando ela com sua voz suave e encanta-
dora diz: “É aqui que eu moro, não quer entrar comigo
OBS.: A Dama não aparece à meia-noite, e sim, desaparece na meia noite
Nomes Conhecidos :

A LOIRA DO BONFIM
A Loira de Caeté

Origem :
Cidade de Caeté, Minas Gerais

Aparência :
Espírito de uma mulher loira

Versões da Lenda :
Segundo a lenda uma mulher e seu filho teriam sofrido um acidente de carro na perigosa estrada que liga a BR-
381 à cidade de Caeté, em Minas Gerais e morrido.

O fantasma da “loira” vai, então, à beira da estrada em busca de uma carona que a leve à cidade para buscar
ajuda. Os que não param seus veículos para socorrê-la, ao olhar pelo retrovisor no decorrer da viagem, a veem
sentada no banco traseiro, de onde desaparecem em seguida.
Nomes Conhecidos :

ZUMBI
A Loira do Bonfim

Origem :
Belo Horizonte

Aparência :
Espírito de uma jovem loira

Versões da Lenda :
Segundo a lenda uma mulher loira e bem sensual conquistava homens no centro e os convencia a ir à sua casa,
no bairro do Bonfim. Ao chegar lá, ela se dirigia ao cemitério e dizia que ali era sua morada.

Características da lenda:
• A loira era na época uma noiva que foi deixada no altar pelo seu noivo no dia do casamento e acabou se
suicidando devido a tanta desilusão e vergonha por tudo que ela e sua família tiveram que passar. Desde então,
relatos dão conta que ela sempre aparecia para homens na madrugada Belo Horizontina no bairro Bonfim, onde
até hoje existe o cemitério da qual foi sepultada.
• A loira se dizia dona do cemitério no Bonfim e o guardava com unhas e dentes, pois, ela em vida, era
muito possessiva e fascinada por bens materiais.
• A loira é apenas um vulto que aparece aos homens das regiões boêmias próximas ao Bonfim.
• A loira não seduz os homens, apenas chama um táxi para levá-la ao Bonfim, e desaparece dentro do ce-
mitério.
• A loira se dirigiu a uma delegacia, no bairro do Bonfim onde pediu a um policial que a acompanhasse a
sua casa. Ao chegar, sua casa seria o próprio cemitério.
• A loira do Bonfim seria na verdade uma travesti, cujo pai trabalhava no cemitério do Bonfim conforme
comentavam entre si os coveiros e marmoristas.
Nomes Conhecidos :

A NOIVA DO JARDIM
Zumbi, Zombie, Nzumbi ou Zumbi da Meia-Noite

Origem :
Mitologia Africana, podendo ter sofrido variações

Aparência :
Fantasma de um rapaz negro

Versões da Lenda :
Do Quimbundo nzumbi, quer dizer, espectro, duende ou fantasma. Para as antigas tradições africanas, vem do
termo nzámbi, divindade, título adotado pelos chefes sociais. Entre os Cabindas, quer dizer Deus.

Zumbi foi o título do chefe dos rebelados escravos que se refugiaram no Quilomdo dos Palmares, na Serra da
Barriga, em Alagoas. Em Sergipe, Zumbi é um negrinho que se confunde com o Saci, que aparece nos caminhos
em meio à mata e é companheiro da Caipora, mas não usa a carapuça vermelha.
Anda nu ou quase nu, sempre procurando crianças que vão pegar frutas silvestres no meio do mato, para desori-
entá-las com seus longos e finos assobios, ou surrá-las, assim como já faz o Curupira.

Existem várias versões do Zumbi :


No Rio de Janeiro, fala-se de um Zumbi da meia-noite, um espectro que vagava tarde da noite pelas ruas intimi-
dando as pessoas. Relato semelhante a esse também foi colhido no interior de Pernambuco, apenas que neste, ele
canta de forma repetida o efrão: “Lá vem o Zumbi da Meia-Noite..”. E se perde dançando na noite.
Há também referências a um Zumbi diabinho malicioso, moleque. Também se diz que o Zumbi é um Feiticeiro.
Uma vaga tradição fala de um Zumbi retraído, misterioso, taciturno, saindo apenas à noite.

Zumbi de Sergipe, que é casado com a Caipora. Este é um negrinho parecido com o Saci, porém não utiliza um
gorro vermelho. Tem um habito de correr através do mato ralo, a capoeira, rápido como um raio, do qual se per-
cebe-se apenas um vulto, cuja sua cor é de Ébano lustroso

Outros relatam que ele é a alma de um negro transformado em pássaro, e que fica ao escurecer, nas porteiras
de fazendas gemendo com seu canto fúnebre, chamando os passantes pelo nome. Ás vezes, ao meio dia, canta e
lamenta a vida que levou como escravo e diz : “Zumbi... biri.. ri.. coitado.. zumbi.. biri..”
Segundo os contos das amas de crianças, esse era o nome de uma entidade misteriosa, uma espécie de feiticeiro,
retraído, e frequentador das ruas desertas durante as altas horas da noite. Dá vem a expressão popular : “ Você
está feito zumbi” na qual se referimos a quem passa a noite em claro
Nomes Conhecidos :

CRESCE-MÍNGUA
A Noiva do Jardim

Origem :
Cidade de Dois Córregos, interior de São Paulo

Aparência :
Fantasma de mulher

Versões da Lenda :
A lenda teria acontecido no inicio da cidade, na antiga capela feita de barro e coberta de sapé, onde seria realiza-
do um casamento, porém o noivo não teria comparecido. O drama da moça teria sido tão grande que emocio-
nou seus convidados. Após a saída dos mesmos a noiva não queria deixar a capela, na esperança que seu amado
aparecesse. Com a ajuda do padre da capela seus pais conseguiram tira-la, somente quando anoiteceu. A moça
fora levada pra sua casa e deito em sua cama com seu vestido de casamento.

Na mesma noite a moça infelizmente havia falecido e fora enterrada com seu vestido que ela havia feito e em
suas mãos fora colocado um buquê de rosas e margaridas brancas.
A tragédia teria sido tão grande e impactante pra população que depois de um tempo após os acontecimentos,
haveria surgido boatos que a noiva apareceria à meia noite perto da mesma capela.

O nome a noiva do jardim só ganhou esse nome depois do jardim ter sido construído, em 1909. A matriz fora
inaugurada em 1911, quando a antiga capela fora demolida.

Existem vários relatos de pessoas que afirmam ter avistado o tal espírito da
moça :
• O jardineiro encarregado da praça no final do século 20, relata ter a visto entrar e sair da igreja e certa
noite
• Na década de 50, jovens que faziam a vigília da praça que fora construída no local, relatam ela surgir e
desaparecer em mesma velocidade
• Uma senhora que morava na esquina da praça Major Carlos Neves em 1970, teria visto a mesma entran-
do na igreja
Acredita-se que seu espírito ainda permaneça preso no local acalentando seu sonho de casamento que nunca se
realizou
Nomes Conhecidos :

GUNUCÔ
Cresce-Míngua

Origem :
São Paulo

Aparência :
Ser Fantasmagórico bem pequeno, que cresce

Versões da Lenda :
Na capital de São Paulo o Cresce-míngua é duplo. São dois homens pequeninos que ficavam nas estradas junto
às porteiras. Quando alguém deles se aproxima, aumentam de tamanho, chegando a atingir 8 metros de altura, e
desaparecem nas curvas. Consta que as pessoas que os vêem terão má sorte. Em Teresinha (Piauí), na praça Con-
selheiro Saraiva (antiga das Dores), havia um Cresce-míngua, chamado Não se pode (ver) (João Ferry, Chapada
do Corisco, Teresina, 1952.)”

Antônio era um cavaleiro que vivia a cavalgar pelo interior de Minas gerais. Certa noite fria, sombria, mas ilumi-
nada pela lua cheia, Antônio estava a cavalgar só com seu alazão preto no meio da estrada quando, de repente,
viu sua frente em meio à escuridão da noite iluminada pelo luar, um ser pequenino que bruscamente ficara com
uma altura de mais ou menos 8 m.

O cavalo de Antônio se assustou com aquele ser sombrio que de minguado cresceu abruptamente e empacou.
Antônio quase caíra do cavalo de tanto susto, mas como era um cavaleiro experiente, então se segurou forte e
ficou ali parado sobre o lombo do cavalo olhando para aquela entidade assombrada.

No entanto, no segundo que Antônio piscou os olhos a entidade simplesmente desapareceu no ar sombrio da
noite. Antônio então seguiu em frente com seu alazão, mas, quando passou por uma curva fechada sobre bam-
buzais por todos os lados até em cima, o cavalo novamente empacou e, olhando para frente, Antônio novamente
viu junto á porteira aquele ser sobre-humano que de minguado crescia abruptamente ficando de um tamanho
gigantesco parecendo uma palmeira.

Do mesmo modo, assim que Antônio piscou os olhos, a entidade simplesmente desapareceu. Antônio então
seguiu em frente e, quando atravessou a porteira, seu cavalo do nada disparou em galope e, por mais força e
experiência que Antônio tinha com o cavalo, não conseguiu domá-lo e este galopou ferozmente até pular com
Antônio em um abismo.
Nomes Conhecidos :

NÃO-SE-PODE
Gunucô

Origem :
Brasil no século XIX e princípios do século XX

Aparência :
Divindade das florestas

Versões da Lenda :
Divindade das florestas; significa fantasma. Só aparece ou se manifesta uma vez por ano, salvo invocação para
consulta prévia. Em suas manifestações, num bamburral, aumentando como um coqueiro e diminuindo de ta-
manho como um pé de coentro, ele só aparece aos homens que o recebem com trajes especiais.

Dava consultas, Previa os males e ordenava as observações de preceitos contra o que estava para acontecer. É
santo pertencente à tribo dos tapas, e o nagô dá-lhe o nome de Ourixá-ô-cô, Obatalá ou Orixalá. É também in-
vocado sob a denominação de Orixá-Guinam.
Nomes Conhecidos :

JANAÍ, O NOSSO VAMPIRO


Não-se-Pode, Maria não se pode, Mulher não se pode ou Num-se-Pode

Origem :
Teresina, capital do estado do Piauí

Aparência :
Fantasma feminino de uma jovem linda e atraente, cabelos longos morenos, altura fora do comum, rosto com-
prido, olheiras fundas , ar de tristeza e vestido longo branco ou vermelho

Versões da Lenda :
Fantasma feminino conterrâneo de Cabeça-de-cuia, surgindo nas mesmas paragens: Teresinha, Poti Velho e
imediações periféricas, sendo que seu ponto de referência era Teresinha. Aparecia freqüentemente aos notívagos
que perambulavam pelas ruas.

Começou a aparecer quando Teresina já era capital do estado do Piauí, com suas ruas iluminadas a lampiões de
gás. Soldados de ronda patrulhavam a cidade e alguns boêmios retardatários encontravam em altas hora, aquela
mulher esguia onde na qual se aproximava-se do indivíduo e pedia-lhe um cigarro. Se este perguntava-lhe seu
nome, numa voz triste e cavernosa, bem compassada e em tonalidade de cansaço, separando bem as sílabas,
respondia: “-Não se pode! Não se pode! Não se pode!..” E assim saia caminhando, lentamente e sempre repetindo
: “-Não se pode! Não se pode! Não se pode!...” e por fim, sem se perceber absolutamente nada ela desaparecia.

Ás vezes ela não dava uma passo se quer, encarava o sujeito olho no olho porém sempre dizendo : “ - Não se
pode! Não se pode! Não se pode!...” e na frente da pessoa mesmo ela desaparecia.
Independente da forma que é relatada a pessoa ficava imóvel, sem a menor ação, e ouvindo aquela voz como se
vinda dos ares. Naturalmente dizendo que não podia revelar seu nome, seria pelo simples fato que se caso com-
etesse o feito estaria revelando algo de seu segredo, de sua origem talvez.

Porém caso a pessoa sem saber entrega-se o cigarro. Ela colocava o cigarro em sua boca e começava a se esticar.
Crescia, crescia, crescia... crescia a ponto de acender o cigarro lá em cima, no lampião. Sem limites pra crescer (4
ou 5 metros) seu vestido sempre se arrastava a basta no chão. Em seguida, ela voltava à estrutura normal e saía a
passos lentos, bem longos, soltando baforadas densas que a fumaça subia em flocos, e cadenciadamente dizendo
: “-Não se pode! Não se pode! Não se pode!”

Relatam também que a moça de tão linda que era chamava a atenção de qualquer transeunte, de modo que não
eram poucos os que em vão tentavam acompanhá-la. Todavia, apesar de caminhar lentamente, sempre que al-
guém estava próximo de alcança-la, dobrava uma esquina e desaparecia misteriosamente.
Já outros relatam que após entregar o cigarro para a moça e ela crescer e tragar o cigarro, sua boca teria se trans-
formado em um enorme bico que roçava o rosto da pessoa.

Com uma voz rouca e desafinada, falava: “me dá um beijo”. A pessoa , apavorada, corria aos montes porem a
mulher estava sempre ao seu lado, soprando em suas faces um bafo fedorento. Depois de muita perseguição, o
canto de um galo corta o silêncio da noite. “Foi tua salvação” — disse a estranha figura, desaparecendo com os
primeiros raios de sol.
Uma outra denominação para este ser fantasmagórico, seria que seu nome de origem e verdadeiro é Moita
Nomes Conhecidos :

MOTUCO
Janaí, O Nosso Macaco, Janaí o Macaco da Maia-Noite, Macaco da Noite ou Macaco da Meia-Noite

Origem :
Desconhecida

Aparência :
Macaco Vampiro com cabelos e os olhos vermelhos, mas as genitálias e os ossos são azuis e muitas vezes é descri-
to com cara de coruja

Versões da Lenda :
Um macaco inquieto, buliçoso, ligeiro, que anda de noite, pulando de galho em galho e atacava criancinhas,
bebendo seu sangue. Janaí é um ser noturno, comedor de frutas e de insetos. Existe uma cantiga amazonense que
fala das “artes” de Janaí. Sendo ele também que vinha pegar os curumins pelo rejeito e os arrastava para o mato,
onde lhes bebia o sangue.

Há registros de que Janaí pode ser um macaco da família ou do tipo dos Kinkajous, um ser fantástico, como
relata o antropólogo Francis Huxley em sua obra Selvagens amáveis - Um antropólogo entre os índios Urubus do
Brasil (1963)
Nomes Conhecidos :
Motocu ou Demônio dos pés virados

Origem :
HOMENS DOS PÉS DE LOUÇA
Rio Negro, Amazonas

Aparência :
Demônio com os pés virados pra trás

Versões da Lenda :
Entidade misteriosa e malévola dos indígenas manaus, aruaques
O Motocu vive nas florestas, como o Curupira ou o Matuiú. “cujas perenes jornadas faziam-se por intermináveis
atalhos, incendiando floresta e deixando após si rochas estéreis”.
Nomes Conhecidos :

JOÃO GALAFUZ
Homens dos Pés de Louça

Origem :
Ilha Grande, Restinga de Marambaia e Mangaratiba, no Rio de Janeiro

Aparência :
Espectro com aparência de um homem comum porem seus pés são feitos de louça que brilham característico de
luz

Versões da Lenda :
Espectro que assombra por onde passa, de aparência insuspeita que, todavia, surge e desaparece repentinamente.
Alguns dizem que este espectro pode ser a alma de um pescador que penam, outros já dizem que podem ser
espíritos de náufragos desgraçados

Recomenda-se não olhar diretamente, afastar-se o mais rápido possível e evocar a Deus. Porém pra quem o olha
dizem que a pessoa acaba enlouquecendo pro resto da vida.

Existe uma pequena historia de um senhor chamado Colimério que na qual morrerá há algum tempo pois avia
ficado louco, perdeu o juízo pois ter avistado o espírito.
Nomes Conhecidos :

BICHO-HOMEM
João Galafuz, João Galafaice ou João Galafoice

Origem :
Pernambuco

Aparência :
Duende Marinho que emite fechos de luz

Versões da Lenda :
Duende marinho que surge em certas noites, prenunciando tempestades nos rios e praias de Pernambuco ou
surgindo dos cabelos de pedras submersas, chamando a atenção com sua luminosidade e multicor que emite
quando exposto a atmosfera, trazendo assim prenúncios de naufrágios e mortes ou afogamentos de pessoas após
a virem

A crença referente a este ser é muito dominante entre pescadores e homens do mar, nas cidades de Barreiros, na
Praia do Porto e principalmente na ilha de Itamaracá. Dizem que esse duende marinho é a alma penada de um
caboclo, que morreu pagão, com isso carregando pra sempre uma maldição. A superstição tem curso também
em outros estados, notadamente em Sergipe, com o nome de Jean de La Foice, Fogo-fátuo ou Boitatá.
A junção de seu nome João (Brasileiríssimo) mais Galafuz (Africanismo) resulta em Fogo-Fátuo
O nome joão galafoice, é associado à lenda e a ideia de um preto velho raptor de crianças.

Ainda hoje pescadores mais velhos do nosso litoral se previnem com amuletos e rezas contra este ser também
visto por veranistas e visitantes que se arriscam a entrar no mar durante a noite. Testemunhas falam de uma
espécie de bola de fogo que flutua na escuridão entre os arrecifes, nas ondas ou até por cima da areia.
Nomes Conhecidos :

CARUANAS
Bicho-Homem

Origem :
Ceará

Aparência :
Criatura alta podendo tocar com sua cabeça os frondes das mais altas árvores, de um olho só no meio da testa,
um só pé redondo e enorme, que ao caminhar deixava um rastro no chão de pegadas redondas. Seus dedos eram
compridos e disformes, e suas unhas eram longas e afiadas

Versões da Lenda :
No fundo das matas virgens e encostas das escarpadas serras de São João das Missões de Januária, segundo len-
das mais antigas, morava uma criatura que se denomina, bicho-homem. Rezavam elas que em tempos a tempos
primitivos, sucedia que dezenas de índios, caçadores, meladores, lenhadores e amedrontados daquelas aldeias,
matas, bosques ou florestas que por causa de seus gritos, alarmavam as aldeias ou foram devorados.
Sua existência estava povoada por sinais de seus dedos monstruosos e aguçadas unhas, lanhando as terras ver-
melhas e pedras das paredes dos altos montes, os escalavrados cor de sangue das ladeiras íngremes e mais que
tudo os pedaços de sua longa cabeleira que de passagem deixava-os pendurados nas ramagens.

Seus socos e unhadas eram capazes de derrubar uma montanha, beber rios e transportar florestas e seus eram
tão horrorosos que se um dia por desgraça, saísse o bicho de seus esconderijos das montanhas, bastaria um só
para arrasar o mundo.
Um dia, em 1893, em demanda do arraial do Jacaré, ribeirinho povoado do São Francisco, fronteiro ao grande
morro do Itacarambi, chegara de carreira um tapuia das cercanias, conduzindo três filhinhos.
Ali entrara desvairada, gritando, pedindo socorro, bradando misericórdia. Cercaram-na, indagando a causa.
Era o bicho-homem que gritava na floresta, tendo descido as montanhas; que lá vinha errando e o mundo estava
pra acabar.

Que bem diziam os seus antepassados!


Ela e muita gente sua tinha ouvido os seus horrores.
Por essas catingas, apontava ela, estirando a dentra, em busca da beira do rio, muito povo, muito povo correndo!
Causava lástima ver-se o estado triste, desesperador, dessa pobre criatura em desalinho, roupas em tiras, olhos
esbugalhados, apontando sempre quase louca em rumo as montanhas interiores

— Ah! o bicho-homem! Ouvi gritar! É horroroso! É horroroso, Virgem Mãe do Céu!


O povo olhava atônito para o fundo escuro das selvas, onde, a um canto ao norte, se alteiava o dorso gigante do
Itacarambi.
Estaria, porventura, o monstro ao detrás do fabuloso e vizinho monte?

Existia a lenda.
De fato, seria verdadeira a historia do bicho-homem? Seria mentira dessa cabocla e deveras andariam outros
correndo, amedrontados como ela?
— Uai! uai! uai! uai! ai! ai!… ô! ô! ô! ô!… ai! ai! ai! ai! ai! ai! uai… ai ai ai ai! ô! ô! ô! ô!… bradara desse instante
forte por mais de três léguas em torno um grito formidável, de ferro, realmente pavoroso de lástima, alto, pro-
fundo, imenso, aterrador e pungente, vale em fora — o apito de vaia, descomunal, vagabundo, peralta, desmante-
lado, gracista, metido a sebo e pedante, do vapor Rodrigo Silva de passagem por aquele porto.
Segundo a lenda o bicho-homem está presente em várias regiões do Brasil, onde a sua figura passa por pequenas
variações
Nomes Conhecidos : Caruana é borrifar o verde sobre o planeta terra, mantendo as florestas com sua cor viva e renovada. A cor desta
Caruanas energia é a branca e seu elemento sagrado a concha branca do mar.

Origem : Caruanas Jandiá e Jacundá


Pará Caruanas responsáveis por abrir e fechar as portas do mar para que os outros Caruanas saiam do mundo encan-
tado e ultrapasse a fronteira para o mundo dos viventes. A árvore sagrada é o marajazeiro.
Aparência :
Caruana Andorinha
Espíritos da Natureza
Este Caruana tem a missão de proteger todas as aves do planeta e garantir que as espécies se perpetuem na na-
tureza. A árvore sagrada que o representa é o açaizeiro.
Versões da Lenda :
São espíritos das águas ou energias que os índios acreditavam que viviam em 7 cidades encantadas no fundo das Caruana Beija-Flor
águas e vinham através dos pajés por meio de invocações para curar (protetores da saúde) os viventes na Terra O Caruana Beija-flor protege a integridade física do pajé durante o ritual da pajelança. Sua árvore sagrada é a
utilizando os recursos da natureza. Taboca.
Os índios que há centenas de anos habitaram a Ilha de Marajó, no Pará, deixaram uma serie de influências cul- Caruana Janaum
turais na região. A pajelança cabocla é um exemplo de ritual indígena tradicional da chamada cultura marajoara Quando Auí tentou pegar o material que estava no fim do rodamoinho, a terra que estava no fundo do mar aflor-
que conseguiu sobreviver ao passar do tempo. ou formando as partes altas da Ilha, dando origem ao mundo. O Caruana Janaum recebeu a missão de nivelar o
planeta para que ele pudesse ser habitado A árvore sagrada deste Caruana é a oxiraneira.
A crença de origem indígena é cultuada até hoje graças a figura da Pajé Cabocla Zeneida Lima, que define o ritu-
al como uma forma de conexão entre os homens e as energias da natureza, conhecidas como Caruanas. Caruana Lua
O Caruana Lua tem a missão de tomar conta das energias lunares na hora da pajelança para que sua influência
“Os Caruanas são energias viventes nas águas e a pajelança é um encontro entre o homem com essas energias”, seja benéfica na cura do vivente. Sua arvore sagrada é o ajuruzeiro.
esclarece Zeneida , senhora 79 anos que desde os 11 pratica a pajelança. Através do seu dom de promover o en-
contro entre os homens aos Caruanas, a Pajé da Ilha de Marajó diz já ter curado centenas de pessoas. Caruana Sibicila
Caruana responsável por tomar conta dos ventos dos quatro cantos do mundo, norte, sul, leste e oeste. Ele
A cultura marajoara conta que os Caruanas são o povo de Auí que se transformou em poderosas energias que mantém a temperatura da terra e direciona os ventos para que soprem nas estações certas. A árvore sagrada do
ficam no fundo das águas. A tradição indígena acredita que, no início dos tempos, o mundo era formado apenas Sibicila é o Juca.
de água e que Auí foi o ser escolhido pelo Girador, um grande pote de barro que vem do infinito, para construir
sete cidades onde ele pudesse viver com seu povo. E assim aconteceu, até o dia em que Auí descumpriu a regra Caruana Cobra
imposta pelo Girador de nunca olhar para o rodamoinho quando ele se formasse. Os grupos de Caruanas utilizam as correntes marinhas para chegar até as portas do mar e assim efetivar o rit-
ual da pajelança. Essa mobilização de grupos é conhecida como cordas de caruanas. O Cobra é o mestre e con-
Ao ver que no fundo das águas em movimento havia a mesma matéria da qual o Girador era feito, Auí se rendeu tra-mestre das cordas de caruanas. Sua árvore sagrada é o mangueiro.
a ambição de ter os mesmos poderes do pote de barro e mergulhou. Como punição, a cabeça de Auí foi partida e
transformada nos reinos animal, vegetal e mineral, e seu povo foi transformado nos Caruanas, energias podero- Caruana Ituaí
sas que ficam no fundo das águas, ou melhor, no Mundo Encantado dos Caruanas. O Caruana Ituaí tem a missão de proteger o momento da cura. Ele é uma grande estrela de nove pontas que fica
no fundo do mar. A árvore sagrada deste Caruana é o jenipapeiro.
É por isso que Zeneida afirma que a pajelança ”chama as energias do povo do Auí para a cura”. A Pajé conta que
já foi capaz de descrever visualmente 12 dessas energias responsáveis por proteger a natureza e guiar uma con- Caruana Pocará
vivência harmoniosa entre os viventes e os elementos naturais. O Caruana Pocará é responsável pelo equilíbrio das ondas do mar e por proteger os viventes quando estão sob as
águas. A árvore sagrada deste Caruana é o Inajazeiro.
Alguns Caruanas e suas representações :

Caruana Aguaguara
Quando Auí tocou o fundo do redemoinho, a terra que aflorou não tinha cor. Aguaguara é a energia primeira
que veio para a terra com a missão de dar cor a tudo. Coloriu de um vermelho intenso a ave guará e por isso foi
chamada de Aguaguara. Sua arvore sagrada é o mucajazeiro

Caruana Churuíra
Energia tão antiga quanto o universo, responsável por preparar o ambiente para a pajelança. A missão deste
Nomes Conhecidos :

MÃE-DA-SERINGUEIRA
Mãe-da-Seringueira

Origem :
Amazônia

Aparência :
Fantasma ou Espírito Protetor

Versões da Lenda :
Simplesmente um fantasma, protetor das seringueiras, análogo ao Caapora ou Caipora

Cantigas :
Dizem que o Amazonas
É um lugar arriscado,
Além das feras que tem
É muito mal-assombrado;
Tem a mão-da-seringueira,
Uma visão feiticeira
Que faz o homem azalado.
Quando se vai tirar o leite.
Augura o aviso mau
Sai na frente o freguês
A cortar também o pau;
Se ele teima em cortar
Todo o leite que tirar
Não da para um mingau !
Nomes Conhecidos :

ONÇA BORGES
Onça Borges

Origem :
Região próximas do Rio São Francisco

Aparência :
Onça

Versões da Lenda :
Em regiões próximas ao Rio São Francisco havia uma criatura que apavorava muito as pessoas da região. Com
um tamanho, força, velocidade e ferocidade muito acima do comum, a criatura matava o gado e atacava pessoas.

O nome da onça vem da crença de que a criatura era, na verdade, o Vaqueiro Misterioso, ou ao menos um deles,
já que em alguns lugares de Minas Gerais essa personagem era chamada de Borges. Exímio vaqueiro e deten-
tor de conhecimentos de feitiçaria, Borges estava trabalhando com pastoreio junto a seu discípulo, também seu
amigo. Com muita fome e não podendo deixar o local, o vaqueiro disse que se transformaria em onça para caçar
algo para eles, mas só faria isso se o amigo prometesse que, assim que voltasse, colocaria um punhado de folhas
verdes na boca do animal, pois só assim voltaria a ser gente. O jovem aprendiz fez a promessa mas, assim que
Borges apareceu com aquele tamanho, presas e garras, o jovem desistiu e fugiu apavorado.

Desde então o vaqueiro ficou preso em forma de onça. Percorreu quilômetros buscando pelo amigo por dias,
sem sucesso. Tempos depois, começou a atacar freneticamente fazendas, matando o gado. Com sua fama, atraiu
grupos de caçadores que tentaram matá-la muitas vezes. Apenas depois de muitos estragos conseguiram abater a
criatura. Dizem que pouco antes de morrer, Borges viu no grupo de seus assassinos o amigo traidor, e que mor-
reu emitindo um gemido de tristeza, humano demais para uma besta.

Já numa outra versão da lenda Ventura, sem saber o porque e por quem o lançou, foi vítima do feitiço de uma
velha bruxa, acordou no meio da noite se sentindo muito, muito mal e, se levantando da cama, foi até o banheiro
para vomitar e, de repente, começou a vomitar sapos, que saiam misteriosamente de dentro de seu estômago e
este parecia gerar mais e mais sapos cada vez que ele vomitava, e começou a vomitar por todo o banheiro cente-
nas de sapos que pintaram o piso branco do banheiro com um lodo verde e nojento que tomou todo o espaço e,
caído ao chão vomitando dezenas de sapos por minuto, o homem foi aos poucos sendo completamente coberto
por sapos que não paravam de sair de sua própria boca e, de repente, em um segundo completamente coberto
por sapos por todo o corpo do pé até a cabeça, todos os sapos se transformaram em moscas e saíram todas sin-
cronizadas pelo basculante do banheiro. Ventura havia sido transformado em uma onça.

Quando Ventura, vendo-se livre dos sapos e completamente recuperado em sua saúde física, se recobrou olhou
no espelho e tomou um grande susto, ele não se sabe como fora transformado em uma onça, e no espelho estava
escrito algo como se fosse marcado por dedos sob a coloração verde e gosmenta que brotara dos sapos: se um
amigo lhe der na boca um molho de folhas verdes, então retornarás à sua condição original. E, espantado, olhava
para si mesmo no espelho do banheiro tocando seu rosto com suas patas.

Desesperado, Ventura deu uma patada na maçaneta da porta e a quebrou, arrancando-a quase que completa-
mente através de patadas, saiu correndo da casa e se embrenhou no mato. Pouco a frente Ventura viu ao longe
um amigo e, afoito para desfazer o feitiço da bruxa, Ventura correu atrás de seu amigo e este, apavorado com a
aproximação cada vez maior da onça, saiu correndo em uma árvore. Ali, completamente apavorado de medo da
onça, ele a viu rugir, esbravejar, e até chorar, como se quisesse falar com ele.
Depois de algumas horas andando de um lado para o outro, a onça começou a escrever na terra com seu rabo o

MENINO DOURADO
que lhe havia acontecido e, aos poucos, completamente admirado com a onça que escrevia com o rabo e que se
dizia ser seu amigo e que havia sido enfeitiçado, e que para que o feitiço fosse desfeito ele teria que colocar na
boca da onça um molho de folhas verdes.

Ao se dar conta de que a onça era realmente o seu amigo depois de algumas conversas revelando coisas muito
pessoais que só os dois sabiam, o amigo se convenceu e desceu cauteloso do topo da árvore e, bem devagar, pisou
ao chão enquanto a onça o via parada a meia distância. Se virando para a onça, ele foi aos poucos se deixando
ser envolvida por ela, que o acariciava e o lambia como se o cumprimentasse. E ali ele teve certeza mesmo de que
seu amigo Ventura havia se transformado em uma onça.

Ele então correu para o mato para pegar um molho de folhas verdes para dar na boca de Ventura e, achando-o,
alegraram-se e, em seguida, ajoelhado, o amigo foi, calmamente, colocando o molho de folhas verdes na boca
da onça; foi quando Ventura sentiu um instinto estranho subir por sua espinha e tomar conta dele fazendo-o
naquele exato instante um animal, uma onça, cujo instinto era mais forte do que sua humanidade, e, de repente,
a onça devorou a cabeça do seu amigo antes mesmo que ele pudesse lhe dar um pouco de molho de folhas verdes
em sua boca.

Ao se dar conta do que havia feito Ventura se desespera e começa a se culpar pelo assassinato do amigo, mas ele
não pode se controlar e estava com raiva de si mesmo e muito culpado; foi então que Ventura se deu conta de
que o feitiço nunca poderia ser desfeito enquanto ele não vencesse o seu instinto animal na hora de ter o molho
de folhas verdes colocado em sua boca por um amigo; ele tinha que se conter e lutar contra seu instinto animal.
Tempos depois o corpo do amigo estraçalhado pela onça foi encontrado por um grupo de pessoas e logo todos se
deram conta de que havia uma onça perigosa solta na região, mas nenhum deles se deu conta dos escritos na ter-
ra, pois eles eram mais visíveis do alto da árvore onde estava o amigo que a onça devorou, e a notícia se espalhou
pela região por ser de interesse de todos.

Numa noite, Ventura caminhava pela mata e viu a luz da casa de seu outro amigo acesa e resolveu arriscar tentar
falar com ele. Ventura escreveu na terra na porta da sua casa o que havia acontecido e como quebrar o feitiço.
Em seguida a onça bateu três vezes da porta da casa do outro amigo com seu rabo e depois se escondeu ao lado
da casa. O amigo, depois de alguns segundo, abriu a porta e se deparou com aquela escritura na soleira de sua
porta contando esta história estranha e, a princípio ele rio, gargalhou na verdade, pensando ser uma brincadeira
do amigo; mas quando ele olhou para o lado e viu a onça sair do lado de sua casa ele se apavorou.

− Ai meu Deus!!!

E fechando a porta se escondeu por trás dela e ali ficou a pensar durante alguns minutos na inacreditável situ-
ação em que havia se metido. Enquanto a onça rugia lá fora, o amigo não acreditava que aquilo era feito pela
onça, mas sim por Ventura que estava lhe pregando uma grande peça. E então, decidido, não abriu a porta e
espantou o amigo transformado em onça a tiros de espingarda.

Ventura – a onça – ganhou com o tempo o nome de Onça Borges não se sabe por que, mas até hoje não conse-
guiu fazer amizade com nenhum ser humano, pois todos os que tinham ou ela havia comido ou ela havia sido
espantada por eles a tiros. A Onça Borges não se alimenta de humanos, ela apenas come os que ela está tentando
pedir para lhe dar um pouco de molho de folhas verdes em sua boca e desfazer o feitiço da bruxa sobre ela, e
por covardia, ninguém até hoje conseguiu colocar um molho de folhas verdes na boca da Onça Borges sem ser
devorado por ela.
Nomes Conhecidos :

O MENINO DO DENTÃO
Menino Dourado

Origem :
Rio São Francisco

Aparência :
Menino loiro

Versões da Lenda :
Este ser em noites enluaradas aparece no Rio São Francisco, emergindo e mergulhando em suas águas, suces-
sivamente, montado nas costas de um enorme e mágico peixe dourado, que o teria salvo de um afogamento e se
encarregado de cria-lo.
Nomes Conhecidos :

ATAÍDE
Menino do Dentão

Origem :
Fernando de Noronha (Arquipélago em Pernambuco)

Aparência :
Ser com formato de uma criança ou menino com bastante cabelo e 2 enormes dentes superiores que não para-
vam de crescer

Versões da Lenda :
Versão 1 :
Segundo os nativos e moradores mais antigos da ilha, existia uma mulher, na qual seu marido havia morrido no
mar deixando-a sozinha e grávida no mundo.
Ela teve sua criança sem a ajuda de ninguém, já que não se dava bem com nenhuma pessoa da ilha. Alguns diz-
iam que ela também era uma bruxa. Então tais comentários eram feitos devido a sua “ruindade” característica e
“cara feia”.

Assim que seu bebê nasceu a mulher levando um imenso susto, vira que sua criança teria nascido com bastante
cabelo, e seus dois dentes da frente (superiores) se destacavam em seu rosto devido ao seu enorme tamanho.
A mulher ficou com o menino por mais algumas semanas. Porém ao ver que seus dois dentes não paravam de
crescer, decidiu abandonar a criança para morrer no mato, ao fundo da ilha . Onde de fato ninguém escutaria o
choro. Conta-se que após a mulher abandonar o menino , a mesma aparecia em público sempre muito assustada
e mais selvagem que o costumeiro.
Após algum tempo a mulher desapareceu da ilha. Alguns nativos contam que ela teria se suicidado pela culpa
de ter matado seu filho. Já outros relatam que havia sido o próprio fantasma do menino que teria se vingado da
própria mãe.

Versão 2 :
Já nesta versão da história a mesma mulher não teria conseguido abandonar seu filho, resolvendo então criá-lo
afastada de todos. Com o tempo ela acabou se casando com outro homem.
Assim que o padrasto viu os enormes dentes do menino resolveu arrancar todos eles com um alicate, deixando-o
com somente os dois dentões. (Nesta então versão o menino possuiu todos os dentes enormes e não somente os
da frente).

A mãe do menino vendo a situação entrou em defesa de seu único filho contra o marido. Tendo em vista da
posição em que estava ele assassinou à facadas a própria esposa, e ainda com sede de sangue matou o menino
também. Dizem os nativos que é possível escutar o menino chorando pelas noites de Fernando de Noronha.
Sempre que algum desavisado o ouvia e ousava ir atrás do choro acaba levando um susto com a terrível visão do
menino. É comum ouvir o relato de crianças que teriam sido perseguidas pelo fantasma, geralmente as crianças
que haviam sido perseguidas estavam praticando alguma traquinagem. Alguns dizem que ele persegue as cri-
anças à noite para brincar e não para lhes fazer mal algum. Mas há relatos de o desaparecimento de algumas
crianças serem atribuídas ao Menino do Dentão.

Uma conhecida moradora da ilha afirma ter encontrado com o menino numa noite escura. Ela havia perdido o
sono e resolveu tomar ar fresco na frente da Igreja dos Remédios. Segundo a mulher, o menino a teria simples-
mente olhado e ido embora no meio da escuridão.
Os habitantes da ilha acreditam cegamente nessa lenda, e devido aos inúmeros relatos da aparição do menino.
Nomes Conhecidos :

BOI-DE-CONCHAS
Ataíde

Origem :
Bragança - PA

Aparência :
Ser negro de forma bestial, com jeito de homem porem imenso com mais de 2 metros de altura (maior que um
homem normal e braços estendidos), ventas de porco e corpo feito ou coberto de lama e seu órgão genital é
bastante avantajado chegando ate a encostar e ser arrastado no chão dos mangues ou é jogado por cima de seu
ombro, que as vezes fica em volta de seu pescoço. Semelhanças com o ser Kurupi

Versões da Lenda :
Nos manguezais de Bragança, bem como em outras cidades da microrregião de Bragantina, no Pará, segundo
a população, esse ser habita as várzeas, alagados e os manguezais por todo o litoral do estado do Pará, desde o
município de Vigia (oeste) até o município de Viseu (leste). .

A crença fala que ele não faz mal àqueles que sobrevivem dos manguezais (extraindo o caranguejo de forma
sustentável), entretanto, para aqueles que não respeitam o soatá (fenômeno também conhecido como “andada”
– período de acasalamento do caranguejo-uçá, quando é proibida a extração deste crustáceo), sua vingança é
terrível e brutal.

Os desafetos do Ataíde são simplesmente estuprados, impiedosamente. É claro que até hoje ninguém se orgulha
ou gosta de ter se encontrado com este ser, mas muitos dizem que por pouco não escaparam, já que suas vítimas
são levadas à morte e encontradas penduradas nas árvores, geralmente raízes de mangueiro (mangue vermelho -
Rhizophora mangle) ou em siriubeiras (mangue-preto - Avicennia germinans).

De acordo com inúmeros relatos, ele também ataca pescadores que tapam igarapés com redes ou que colocam
espinhel nos estuários. Existem relatos de também investir contra ranchos que servem de abrigo para catadores
de caranguejo “de baixada” (que passam 2 à 3 dias sem retornar para suas casas) ou para pescadores que se aven-
turam no mar a semana toda e retornam para suas residências somente nos finais de semana.

Vale ressaltar que não existe um bom senso sobre a fisionomia da criatura, pois alguns chegam a afirmar que
ele anda acompanhado de outro ser do sexo feminino, sendo, algumas vezes, denominado Sarambuí e já outros
dizem que este ser é uma mulher extremamente atraente e violenta para aqueles que se aproximam com segun-
das intenções. Contudo, o Ataíde é muito citado nas rodas de causos da população interiorana do litoral par-
aense.
Nomes Conhecidos :

CAPETA DO VILARINHO
Boi-de-Conchas

Origem :
Ubatuba - SP

Aparência :
Boi encantado de corpo branco, coberto de conchas e rabo preto

Versões da Lenda :
Em São Luís do Paraitinga, nasce Ratambufena na qual através de um mugido do próprio boi se teve seu nome e
relatam ser filho do boi Marujo com a vaca Sereia. Seu dono na época, Cipriano, havia prometido ao bezerro que
um dia o levaria para conhecer o mar, já que havia nascido no dia 29 de Junho, dia de São Pedro Pescador.

A promessa tinha sido da boca pra fora, pois o dia que Cipriano fosse descer a serra com seu boi seria para levá-
lo ao matadouro, mas Ratambufe de tanto ouvir seu dono falar sobre o mar, a ideia havia tomado sua mente.

Cipriano era um tropeiro do Bairro Alto de São Luiz do Paraitinga que comercializava em Ubatuba. Descia e
subia a serra semanalmente, trazendo produtos como: queijo, farinha de milho, carne seca, carne de porco e
também comercializava animais como cavalo, boi, galinha, pato, cabrito e porco. Dos produtos que levava, era a
farinha de mandioca, banana e principalmente o peixe seco.

Com dois anos passados, o boi havia se tornado grande, forte e inteligente, e finalmente desceu a serra com o
dono. Logo que viu o mar de longe, pareceu hipnotizado. Não perdendo tempo, e antes que seu dono tivesse a
chance de levá-lo ao matadouro, Ratambufe correu em disparada e sumiu nas águas do mar.

Dizem que foi um chamado das sereias, ou então o próprio São Pedro Pescador. Depois disso, passou a ser visto
por algumas pessoas, todo enfeitado com conchas antes de desaparecer de novo no mar. Na cidade de Ubatuba,
músicos gostavam de tocar (viola, pandeiro ou ratambufe) próximos do mar para poderem receber sua visita
ou simplesmente cantar sua musica : “Sonho que boi sonhava era um dia ver o mar…” desse jeito ele aparecera
dançando com seu corpo repleto de conchas somente para quem souber enxergar.
Nomes Conhecidos :

CRAMONDONGUE
O Capeta do Vilarinho

Origem :
Avenida Vilarinho, uma das principais avenidas da região de Venda Nova, Belo Horizonte

Aparência :
Rapaz alto, branco e loiro, de olhos verdes e vestindo um chapéu porem ele tinha um par de chifres sendo assim
um diabo ou demônio

Versões da Lenda :
O conjunto de quadras, onde os bailes do Vilarinho tinham lugar, foi inaugurado em outubro de 1982, passando
a acolher bailes populares desde janeiro de 1983, quando Francisco Filizzola, proprietário das quadras, começou
a ser procurado por donos de equipes de som com o objetivo de atrair jovens para o local. Onde atualmente é
tocado forrós, gafieiras em resumo uma baile misto de tudo um pouco

No bairro belorizontino na década de 80, um estranho acontecimento aumentou muito a popularidade do lugar,
pois um dos dançarinos era na verdade um demônio disfarçado.

Segundo a lenda 30 anos atrás, chegou nas Quadras um rapaz chamado Alex, o rapaz logo chamou atenção por
ser um excelente dançarino, surpreendendo em todos os estilos possíveis. Acontece que naquela noite acontecia
um concurso de dança de casais, e uma mulher que se encantou com as habilidades do moço sugeriu que am-
bos concorressem juntos. Apesar de irem muito bem, a dupla acabou em segundo lugar sendo que em algumas
versões Alex e a moça ganham a disputa. Frustrado, Alex se descuidou e deixou cair o seu chapéu, revelando um
par de chifres em sua testa. A moça que o acompanhava deu um grito, o fazendo correr em direção ao banheiro.
Achando que a mulher havia sido agredida, vários homens o seguiram mas, quando entraram no banheiro, não
havia ninguém, apenas o cheiro de enxofre.

Noutra versão da lenda, num dos bailes, Alex, um rapaz da periferia da cidade, cuja única diversão eram os bail-
es de fim de semana nas quadras da Avenida Vilarinho, teria resolvido fazer uma brincadeira, disfarçando-se de
“Tony Manero”, conhecida pela personagem de John Travolta em Os embalos de sábado à noite que, também ele,
só via razão de sua existência quando estava na pista de dança.

No baile, com seu disfarce, Alex teria se aproximado de uma bela moça, chamando-a para dançar. Alex era um
excelente dançarino, dominando vários estilos diferentes, e o par dançou por longo tempo. A moça terei se en-
cantado por ele, acompanhando-o na dança, até que o chapéu do rapaz caiu ao chão, colocando à vista os chifres
na sua cabeça. Alex neste momento estaria usando uma máscara de borracha, mas com a toda a gritaria e co-
moção geral causada pela moça entre os frequentadores do baile, qualquer explicação se tornou inútil. Na corre-
ria que se seguiu, houve até quem afirmasse ter visto as patas de bode do capeta em fuga

Poucos anos atrás, o proprietário da Quadra do Vilarinho, Francisco Filizzola, disse que o Capeta do Vilarinho
era inicialmente nada mais que uma estratégia de marketing , pois precisava de alguma forma gerar publicidade
espontânea para o local. Mas o sucesso da história foi tal que não demorou para que o personagem passasse a in-
tegrar de fato o folclore local, com cada vez mais detalhes da história sendo acrescentados pela população. Hoje
em dia até o homem que competiu com Alex, Ricardo Malta (rei o célebre dançarino), diz que tem dúvidas sobre
a história ser somente invenção.
Nomes Conhecidos :

DOM MARACUJÁ
Cramondongue

Origem :
Minas Gerais

Aparência :
Carroça ou carro de boi mal assombrada

Versões da Lenda :
Nos sertões de Minas Gerais e da Bahia, durante a época de Quaresma surge um carro de bois assombrado, que
corre em disparada sozinho pelas estradas da terra, sem bois puxando ou alguém dirigindo, mas aparentemente
aparece em horários e locais similares aos lobisomens e mulas-sem-cabeça, como diz Guimarães Rosa em seu
livro Saragana: “todas as encruzilhadas — mas somente à meia-noite; todos os caminhos: na quaresma — com os
lobisomens e as mulas-sem-cabeça, e o cramondongue...”

No interior de Minas Gerais, um casal estava bem tarde da noite a namorar na praça de um vilarejo. Às onze da
noite já não havia mais ninguém na rua e sequer podia se ver luzes acesas nas poucas casas do pequeno rincão.
Enquanto trocavam juras de amor um com o outro, se beijando apaixonadamente, o casal começou a escutar o
rangido de um carro de boi. Assustados com medo de que alguém pudesse estar vendo os dois se beijando na
praça àquela hora da noite, pararam de se beijar imediatamente assim que ouviram o som do carro de boi e olha-
ram fixamente toda a rua em volta da pequena praça, mas não viram nenhum carro de boi e então voltaram a se
beijar.
Minutos depois outra vez ouviram o canto das rodas de um carro de boi, mais uma vez interromperam o beijo
e olharam as ruas da cidade a procura de um carro de boi, mas nada viram por ali. Eles começaram a estranhar
aquela situação e ficaram com medo de que alguém pudesse estar vigiando eles a namorar na praça. A menina,
com medo de que pudesse ficar falada no vilarejo, pediu para que o rapaz a levasse em casa, ele insistiu um pou-
co para ela ficar, mas de nada adiantou, ela estava insegura com aquele rangido de carro de boi que ela não via
em nenhum lugar.

Eles então deram as mãos e começaram a caminhar pela praça rumo à casa da bela donzela.
No entanto, quando chegaram saíram da praça e pisaram na rua, de repente o casal viu um carro de boi sem boi
passando à sua frente à disparada sem nenhum boi a puxá-lo. O casal paralisados olhando aquele carro de boi
sem boi a andar pelas ruas da cidade e quando chegou a determinado ponto da rua o carro simplesmente desa-
pareceu virando fumaça.
Nomes Conhecidos :

DRAGÃO DE GUABIRUBA
Dom maracujá

Origem :
Desconhecida

Aparência :
Criatura de olhos que cospem fogo e orelhas enormes

Versões da Lenda :
Existente no Brasil porém não sendo especifico de um único lugar.

A história conta sobre um sujeito que era tão pão duro que, quando comprou um boi para abater, resolveu pegar
a família e ir fazer um churrasco em um lugar tão longe e isolado que não teriam nem mosquitos, pois não teria
que compartilhar toda aquela carne com os vizinhos.

Chegando no local, viram que não tinham como fazer fogo. O homem viu então duas tochas bem distantes,
e mandou o filho ir lá pegar um pouco do fogo. Acontece que as tochas eram na verdade os dois olhos de um
bichão enorme que, ao ouvir a criança pedindo um pouco do fogo, se levantou, sacudiu as orelhas e começou a
cantarolar: “Matei tigre! Matei onça! Matei leão! Matei serpente! Eu sou Dom Maracujá! Eu sou Dom Maracu-
já!”. O menino, apavorado, correu de volta até a família e, antes que o pai pudesse reclamar, viu aquele monstro
correndo na direção deles, enquanto cantava “Matei tigre! Matei onça…”.

A família toda correu e correu até chegar na casa de um velho sapateiro, que ao ouvir o que aconteceu pediu que
se escondessem. Dom Maracujá logo chegou e perguntou se velho havia visto uma família, mas o sapateiro fingiu
estar distraído enquanto limpava sua espingarda. O monstro perguntou de novo, se aproximando. Quando che-
gou mais perto, tomou um tiro e caiu no chão. O monstro viu a família sair do esconderijo e ir até ele, o matando
a pauladas. Já em segurança, o sapateiro disse à família que nunca mais fossem pra um lugar tão isolado só pra
não dividir comida. A família então voltou para casa e fez o churrasco lá, dividindo com os vizinhos.
Nomes Conhecidos :

MONSTRO DA
Dragão de Guabiruba

Origem :
Guabiruba - SC

LAGOA DO CEMITÉRIO
Aparência :
Criatura alada e grande de aparência monstruosa, parecida com um pássaro marrom com escamas e língua de
fogo

Versões da Lenda :
Em 1982, na cidade catarinense de Guabiruba, um agricultor chamado Pedro Ismanioto havia saído pela manha
para colher trato (folhas de caeté), quando “ouviu pessoas conversando muito alto, vozes”, em seguida disse
que não tinha medo e que podia chegar mais perto pois estava armado com seu facão. Nesta hora uma criatura
grande passou voando por cima dele, porém não causou-lhe medo, pelo menos não de inicio porem só foi a cria-
tura se aproximar mais e mais perto de Pedro ate que finalmente conseguira o deixar assustado e apavorado com
o que via em sua frente.

Sendo assim Pedro saiu correndo em direção a sua casa deixando tudo pra trás (bois, facão tudo), ao chegar em
casa exausto e com suas roupas e joelhos sujos sua esposa Dona Laura estranho o comportamento de seu mari-
do que na qual lhe contou tudo e pediu para que a acompanha-se novamente ao local do ocorrido. Pedro, Laura
então retornando ao local pegaram seus bois e voltaram para sua casa amedrontados.

Essa foi a primeira e mais conhecida aparição do que os habitantes da cidade chamavam de Dragão de Guabiru-
ba,. Entre relatos questionáveis e piadas entre os habitantes da cidade, a criatura praticamente sumiu de vista até
25 de setembro de 1995, onde foi acusada de ser a responsável por um acidente de avião ocorrido em uma serra
próxima à cidade. A suspeita se deu principalmente pelo fato de que as informações da caixa-preta da aeronave
nunca foram à público, numa tentativa das autoridades de abafar o caso e evitar o pânico.

Apesar do histórico, hoje o dragão é consagrado uma das principais lendas da cidade de Guabiruba, juntamente
com personagens como o Pelznickel, criatura originária da Alemanha que se assemelha ao Krampus austríaco.
Nomes Conhecidos :

RASGA MORTALHA
Monstro da Lagoa do Cemitério

Origem :
Cruz Alta - RS

Aparência :
Criatura sem uma forma especifica coberta de lodo

Versões da Lenda :
Dizem que na cidade gaúcha de Cruz Alta, uma maldição paira sobre seus habitantes. “Todo o filho de Cruz
Alta, para prosperar e ficar famoso, deve deixar esta terra e seus pais e passar a viver em outras paragens”, é o
que dizem. Esse infortúnio foi lançado na cidade a muito tempo atrás, por um padre que havia sido acusado de
bruxaria ao ter salvo uma criança.

Na época, havia uma jovem linda, parte de uma poderosa e rica família da região. Acontece que a moça acabou
se apaixonando por um rapaz pobre e humilde, e teve um filho com ele. Seus pais jamais aceitariam um neto que
fosse filho de um homem miserável e, por causa disso, a criança foi jogada em um lago próximo ao cemitério da
cidade. Alguns dizem que foi a própria mãe da criança que, chorando, a jogou lá, outros dizem que foi o avô. O
certo é que, passado algum tempo, um choro ensurdecedor passou a vir do lago, noite após noite.

Algumas pessoas passaram a ver um monstro coberto de lodo andando no lago, carregando uma criança no colo.
Os moradores das redondezas chamaram um padre para resolver o problema. Ele então indo até o lago e bati-
zando a alma da criança, a liberta e faz com que o choro cesse nos dias seguintes. Porém, isso foi não foi visto
com bons olhos pela família, e nem mesmo pelos cidadãos da cidade, que consideraram o ato como uma espécie
de bruxaria.

O padre fora preso pouco depois de seu feito. Na mesma noite, o choro alto voltou a ser ouvido. O delegado da
cidade chegou a cogitar soltar o padre para que ele resolvesse o problema, mas quando foi até sua cela, estava
vazia. Dizem que o próprio monstro do lago libertou o homem, e este jogou então uma maldição sobre a cidade
inteira.
Nomes Conhecidos :

SERPENTE
Rasga Mortalha

Origem :
Todo o Brasil

EMPLUMADA DA LAPA
Aparência :
Coruja

Versões da Lenda :
A lenda conta sobre uma coruja que durante a noite sobrevoa o telhado de uma casa específica. Dizem que sua
silhueta lembra a de um caixão branco, e o som rasgado de suas asas quando cortavam o ar significava que ela es-
tava “rasgando uma mortalha”, um tipo de manto ou tecido usado para vestir defuntos para o velório, sem contar
seus gritos que assustavam quem estivesse por perto.

Quando a coruja passa voando por cima de alguma casa, (porém não fazendo mal a ninguém) seus moradores
ficavam cientes de que um deles morreria nos próximos dias. Sendo assim considerada um mal presságio quan-
do vista sobrevoando sob alguma casa.

Rasga Mortalha é um dos nomes da coruja-das-torres (Tyto furcata), uma espécie presente em todos os conti-
nentes do mundo, com exceção da Antártida.
Sua crendice teve início a partir de uma antiga lenda que contava sobre uma moça de trinta e cinco anos,
gordinha e de pele muito branca chamada Suindara. Ela trabalhava como carpideira (mulher que era paga para
chorar em velórios e cemitérios) e era filha de um temido feiticeiro chamado Eliel. A Suindara era muito inteli-
gente e respeitada na sua comunidade, ganhando o nome de “Coruja Branca”. Um dia, ela começa a namorar as
escondidas com um rapaz chamado Ricardo. Este era filho de uma condessa chamada Ruth. Ela era muito rígida
e preconceituosa e quando descobriu o namoro dos dois, arquitetou um plano contra a moça.

A condessa mandou que sua empregada Margarida entregasse um bilhete para a carpideira dizendo que queria
contratar os serviços dela e para isto seria necessário que as duas se encontrassem atrás de uma cripta azul, que
ficava no local mais afastado e escuro do cemitério.

Assim que Suindara chegou no local, foi assassinada por um empregado de Ruth. Todos lamentaram muito
quando ficaram sabendo da morte da moça, a enterrando e colocando uma estátua de uma coruja branca no
meio de sua cripta em homenagem.

Eliel, utilizou as cartas de tarô e acabou descobrindo que foi a condessa que mandou matar sua filha. Utilizan-
do um poderoso ritual, ele foi até o túmulo de Suindara e fez com que o espírito da moça entrasse na estátua da
coruja branca e fez com que ela criasse vida própria.

A coruja saiu voando pela aldeia e foi até a sacada da janela do castelo onde dormia Ruth, começou a piar um
canto estranho, semelhante ao som de roupa de seda sendo rasgada. No dia seguinte a condessa amanheceu mor-
ta e suas roupas de seda foram encontradas rasgadas.

A partir desse evento, a coruja começou a soltar seus gritos aterrorizantes sempre que alguém estava perto de
morrer.

Especialistas em Lingüística afirmam que Suindara significa coruja branca da morte em um certo dialeto africa-
no .
Nomes Conhecidos :

TAPIORA
Serpente Emplumada Da Lapa

Origem :
Bom Jesus da Lapa - BA

Aparência :
Serpente emplumada com um grande par de asas

Versões da Lenda :
No século XVII (17), um eremita português saiu de Salvador e peregrinou por dias até se instalar em uma gru-
ta no interior da Bahia, próximo ao Rio São Francisco. Nessa caverna, o peregrino passou a abrigar doentes e
outros viajantes que passavam por ali. O município baiano de Bom Jesus da Lapa se fundou em torno desse
local que é hoje o Santuário do Bom Jesus da Lapa, um importante ponto de peregrinação religiosa. Porém, não
muito tempo atrás, em uma de suas covas estava presa uma grande criatura que, se conseguisse fugir, sobrevoaria
cidades e devoraria todos em seu caminho.

A Serpente Emplumada da Lapa se parece fisicamente com a serpente divina da mesoamérica, Quetzacoatl
(também chamada de Kukulkã), Foi descoberta dentro de uma cova fechada na gruta onde o eremita fundou o
santuário. Era possível ouvir os sons da criatura se debatendo, ansiosa para poder escapar e assumir seu papel
apocalíptico. Foi ao final do século XVIII (18) que um homem, Frei Clemente, aconselhou que todos que fossem
ao santuário rezassem o Ofício de Nossa Senhora, pois a cada vez que a oração fosse feita, o monstro perderia
uma de suas penas permanentemente. Depois de vários anos e milhares de orações, a Serpente Emplumada já
havia perdido todas as suas penas.

Totalmente enfraquecida, dizem que a cobra definhou e morreu próximo ao ano de 1936, quando finalmente
abriram a cova e constataram que já não sobrava nenhum sinal da criatura.

Porém, ainda hoje existem suspeitas de que a serpente continua viva e estaria agora escondida abaixo da gruta.
Hoje, a Cova da Serpente possui dentro dela uma estátua de Nossa Senhora e, como muitas outras cidades, a
santa mantém a besta controlada a amarrando com fios de seus cabelos.
Nomes Conhecidos :

TYRYTYRY MANHA
Tapiora

Origem :
Amazônas e Rondônia

Aparência :
Sendo um tipo de onça aquática, grande com corpo de onça porem patas e focinho de uma anta

Versões da Lenda :
No Rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas, alguns pescadores tem medo de pescar em dias
santos, pois podem ser atacados por uma estranha criatura que vive no local.

A Tapiora é criatura que vive submersa nos igarapés do rio que atravessa os estados de Rondônia e Amazonas.
Ela ataca e vira barcos rapidamente, sem dar chance de defesa a suas vítimas.
Para se prevenir contra o ataque desta criatura, o pescador deve ficar atento ao forte odor que ela exala, apesar de
ser difícil de passar desapercebido.

Supõe-se que a criatura descenda, de certa forma, da Tapyra-iauára, ou Anta-cachorro que, diferente das tapio-
ras, são animais terrestres. Além disso, as antas-cachorro possuem um comportamento muito parecido com o
de anhangás, ou seja, atacam principalmente caçadores que violam as leis da caça, em especial quando atacam
fêmeas grávidas.
Nomes Conhecidos :

BUMBA-MEU-BOI
Tyrytyry Manha, Tiritiri-Manha, Mãe do Terremoto ou Jacaré Mãe do Terremoto

Origem :
Amazonas

Aparência :
Jacaré gigantesco e primordial

Versões da Lenda :
Existe uma velha lenda, que segundo os povos indígenas ate hoje sobrevive apenas em algumas comunidades no
estado do Amazonas, sobre uma criatura que levaria o mundo inteiro em suas costas.
A Tyrytyry Manha seria uma criatura colossal, habitante do Amazonas, no Rio Negro e Branco com seus aflu-
entes principalmente na ilha de Marajó, viveiro desses emidosáurios. Ele seria tão gigante quanto uma ilha que
na qual segue um papel idêntico à Tartaruga celestial do leste asiático ou o Bahamut no oriente médio, suste-
ntando o nosso mundo em suas costas.

Seu nome vem do fato de que, sempre que se cansa de sua posição atual e busca outra mais confortável, sua mov-
imentação gera terremotos na Terra. Não aparenta ter nenhum propósito positivo ou negativo, porém, por ter o
poder de causar estragos tão grandes, só se pode esperar que se mantenha descansando tranquilamente.

Existem centenas de criaturas com a habilidade e gerar tremores espalhadas pelo país, geralmente na forma de
grandes serpentes que hibernam no subterrâneo. Porém, nenhuma delas tem tanto poder de destruição quanto a
mãe do terremoto.
Nomes Conhecidos : A festa ocorre nos meses de junho e julho, em São Luís, desde o século XVIII.
Bumba-meu-boi ou Boi-Bumbá Festa do Bumba meu boi no Amazonas
Merece destaque também a cidade de Parintins, no estado do Amazonas, com o Festival Folclórico de Parintins.
Origem : Trata-se de uma festa comemorada anualmente no município, desde 1965
Europa do século XVI, mais especificamente na Península Ibérica. No Brasil (Cidade de Amarante – PI e Maran- Como a festa do Bumba meu boi é uma das festas folclóricas mais importantes do país, no dia 30 de junho é
hão) comemorado o Dia Nacional do Bumba meu boi.

Suas festas incluem danças, músicas, desfiles e representação teatral. Assim, as cores se misturam em um ambi-
Aparência :
ente festivo, alegórico e popular.
Boi
Suas músicas envolvem diversos instrumentos como : violão, cavaquinho, pandeiro, chocalho, triângulo,
zabumba, matraca, etc.
Versões da Lenda :
O Bumba meu boi, é uma dança tradicional brasileira típica das regiões norte e nordeste. Diz-se que havia um conto ibérico de enredo muito semelhante ao da história da lenda do Bumba meu boi di-
Embora tenha maior representatividade nas culturas dessas regiões, atualmente pode-se encontrar sua manifes- fundida no Brasil.
tação cultural em todas as partes do Brasil. Quando chegou ao território brasileiro trazida pelos colonizadores portugueses, a história foi se modificando ao
incluir alguns aspectos das culturas africana e indígena.
Em 2012, o Bumba meu boi foi incluído na lista de Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Foi durante o período colonial, com a escravidão e a criação de gado, que a lenda associada a essa manifestação
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Contando assim sua história teve sua origem tal qual a conhecemos hoje.
No nordeste, a história do Bumba meu boi foi inspirada na lenda da Mãe Catirina e do Pai Francisco (Chico).

Versão 1 :
Numa das versões, Mãe Catirina e Pai Francisco eram um casal de negros trabalhadores de uma fazenda. Quan-
do sua esposa fica grávida, ela acaba tendo um desejo de comer a língua de um boi.
Empenhado em satisfazer a vontade de sua mulher, Chico mata um dos bois do rebanho, que, no entanto, era
um dos preferidos do fazendeiro, um homem poderoso daquela região
Ao notar a falta do boi, o fazendeiro pede para que todos os empregados saiam em busca dele.
Ao encontrarem o animal quase morto, mas com a ajuda de um curandeiro ele se recupera.

Versão 2 :
Uma mulher grávida, chamada Catirina, vê um boi pastando e fica com desejo de comer sua língua. Sendo assim
ela vai até seu marido, Francisco, e pede que quer que ele traga a língua do boi, mas o grande problema era que
Francisco era empregado (em outras versões escravo) do fazendeiro, e o boi escolhido era justamente o predileto
de seu patrão. Mas não negando o desejo de sua mulher grávida, o homem esperou a noite cair e matou o boi.
Com medo de que fossem descobertos e castigados, o casal fuge.

Eventualmente retornaram em busca de redenção e, utilizando magia conseguem reviver o animal e seu retorno
é celebrado com uma grande festa. A forma usada para trazê-lo de volta à vida varia muito de região para região:
em alguns lugares, o filho do casal junta os ossos do boi e o faz voltar a vida; em outro, por exemplo, um curan-
deiro ensina a Francisco uma forma de trazer o animal de volta

A lenda, em si, está associada ao conceito de milagre do catolicismo ao trazer de volta o animal. Ao mesmo tem-
po, mostra a presença de elementos indígenas e africanos, tais como a cura pelo pajé ou curandeiro e a ressur-
reição.
A festa do Bumba meu boi é celebrada para comemorar esse milagre.

Festas :
Festa do Bumba meu boi no Maranhão
Inserido na cultura popular, é no estado do Maranhão que a festa do Bumba meu boi tem maior representativi-
dade, nas festas em comemoração aos santos populares.
Nomes Conhecidos :

PAI DO MANGUE
Pai do Mangue

Origem :
Nordeste

Aparência :
Entidade em forma de homem branco de fisionomia velha, cabeludo, dentes e pés enormes, roupas de pescador e
um chapelão que impede observarem sua face, e ao mesmo tempo, fuma um cigarro que nunca se apaga.

Versões da Lenda :
O Pai do Mangue é uma lenda tipicamente nordestina, narrada principalmente pelos moradores dos arredores
dos manguezais de Pernambuco. No entanto, muitas “aparições” dessa entidade também são relatadas nos man-
guezais da Paraíba. As descrições variam de lugar para lugar, mas, no geral.

Para entrar nos mangues, era necessário levar e oferecer a um pouco de fumo de rolo, sendo assim satisfazendo
a entidade. Caso contrário, através de luzes e assobios, o Pai do Mangue podia confundir pescador fazendo com
que eles se perdessem dentro do manguezal. Segundo a lenda, as pessoas que acreditavam e respeitavam o Pai do
Mangue podiam ser agraciadas com pescas fartas”. Há quem diga, com extrema certeza, que ele é um ser invisível
que governa as vegetações ribeirinhas além de escutarem suas passadas, extremamente lentas, na água rasa.

Certa vez, dois pescadores resolveram partir para o mangue na intenção de conhecer explorar as margens e
pescar. Chegando lá, mexeram em tudo que encontraram e falaram palavrões. Quando começou a escurecer,
resolveram voltar. No retorno, a terra começou a se mover e o mangue foi fechando, fechando, até os sujeitos
ficarem presos. O Pai do Mangue, enraizado à própria vegetação, começou a chicoteá-los e só os soltou depois de
muita surra.

Além disso os moradores do Bairro da Torre, que residem próximo aos manguezais do Rio Capibaribe, em
Recife (PE), dizem conviver com esse personagem, relatando que “Nessa margem há um ponto onde barqueiros
fazem a travessia das pessoas que precisam chegar ao outro lado, no cais do bairro da Jaqueira. Isso durante o
dia. Quando cai a noite, o local fica deserto e sombrio. É quando a vizinhança percebe a presença sinistra do Pai
do Mangue, que caminha na lama e solta gritos medonhos”.
Nomes Conhecidos :

VOVÓ DO MANGUE
Vovó do Mangue

Origem :
Maragojipe (BA)

Aparência :
Velha encarquilhada (enrugada), pele escura e uma perna só, sempre de lenço na cabeça e com um cachimbo ou
charuto na boca, vestida de molambos (farrapos)

Versões da Lenda :
Cultuada pelos pescadores, que dizem que a Vovó do Mangue habita os manguezais de Maragojipe, protegen-
do-os contra os que desejam destruí-los. Para aqueles que lhe dão algum agrado (charuto, aguardente e um dente
de alho), a entidade protege e ensina o caminho de volta, diferente do que ocorre com aqueles que devastam a
vegetação do manguezal ou matam indiscriminadamente sua fauna, quando torna-se rabugenta e impiedosa,
fazendo com que fiquem desnorteados e se percam no meio do mangue, como castigo.

A Vovó do Mangue é associada a Nanã, entidade do candomblé, que é a deusa dos mistérios e Orixá das Águas
Paradas, bem como protetora dos manguezais, lagos e pântanos.
Nomes Conhecidos :

MOÇA BONITA
Moça Bonita

Origem :
Recife (PE), zona Sul

Aparência :
Assombração de uma jovem moça de pele clara e bela

Versões da Lenda :
Contam que essa história é dos tempos dos grandes engenhos, onde, vivia uma sinhazinha de pele clara, rica e
muito bonita. Certa noite, a moça passeava sozinha nas proximidades do manguezais daquela localidade quan-
do foi perseguida por Exu (entidade do candomblé associada a travessuras, fidelidade e justiça). Na tentativa de
escapar, ela entrou nos manguezais onde desapareceu, tornando-se encantada.
Outros dizem que, na verdade, ela não fugia de Exu, mas de seu marido extremamente ciumento, que acreditava
que ela o havia traído. E ao fugir desse severo homem, ela se encantou nos mangues.

E ainda existem versões de que ela se perdeu ao passear no manguezal, e quando foi encontrada por seus famil-
iares estava abraçada às raízes do mangue-vermelho, já sem vida. Mas, o fato se tornou ainda mais triste e assus-
tador devido ao seu semblante aterrorizado. Em seu rosto notava-se total desespero e não se sabe o que a moça
possa ter visto que a deixou assim. Independente da versão, o fato é que a moça bonita virou assombração e vaga
até hoje pelos manguezais do Pina, em Recife (PE).

Nas noites de lua cheia ela aparece com um vestido branco ou completamente nua, atraindo homens desavisados,
que ao adentrarem o manguezal atrás dela desaparecem na lama. Quem tem sorte apenas vê seu vulto esmaecer
diante dos seus olhos.

Dizem também que o espírito da jovem protege os animais, principalmente os caranguejos, devendo ser por isso
que eles são os maiores da região.
Nomes Conhecidos :

ANTA-CACHORRO
Anta-Cachorro

Origem :
Amazônas

Aparência :
Animal enorme e gordo com aparência de uma onça ou cachorro e pés com cascos de uma anta

Versões da Lenda :
Animal misterioso e feroz que persegue seu adversário incansavelmente, porém caso o mesmo resolva subir
numa árvore, a criatura cava a terra com suas unhas até que a árvore caia, pois não consegue trepar nas arvores
por ser gordo e meio desengonçado.

Atacam caçadores que violam as leis da caça, em especial quando atacam fêmeas grávidas.
No Rio Grande do Norte, existiu também o caso da anta esfolada, um animal que teria sido exorcizado por um
missionário capuchinho nas primeiras décadas do Século XIX.
Nomes Conhecidos :

CAVALO-DE-TRÊS-PÉS
Cavalo-de-três-pés

Origem :
Sudeste

Aparência :
Cavalo sem cabeça dotado com um par de asas e três pés

Versões da Lenda :
Animal assombroso que aparece nas estradas desertas ou encruzilhadas durante a noite, correndo, dando coices,
voando e colocando pavor naqueles que cruzam seu caminho. Quem pisar em seus rastros será imensamente
infeliz.

Há quem diga que este ser é uma das transformações do próprio saci
Nomes Conhecidos :

DOMINGO PINTO COLCHÃO Domingo Pinto Colchão ou Pinto Pelado

Origem :
Região Sudeste

Aparência :
Galo ou pinto depenado

Versões da Lenda :
Bicho endiabrado, meio desengonçado e depenado que entra pelas casas derrubando tudo, fazendo bagunça e
soltando gargalhadas.
Nomes Conhecidos :

PISTOLEIRO DO TARANA
Pistoleiro do Tarana

Origem :
Região do Tarana, foz do Rio Caeté (Bragança, PA)

Aparência :
Ser com aparência não definida porem que solta fogos coloridos de artifício

Versões da Lenda :
Ser misterioso solta “fogos de artifício” durante algumas noites do ano. Pessoas que já presenciaram esse fenôme-
no, dizem que parece ser causado por “disparo” no interior do manguezal, embora não seja acompanhado do
som característico, mas a ele se assemelha tanto no formato como pelas cores.
No Pará, certos tipos de fogos de artifício são conhecidos popularmente como pistolas, motivo pelo qual o
fenômeno é denominado “Pistoleiro do Tarana”.

Seu Elder do Rosário, pescador e morador da Vila do Bonifácio (Bragança, PA) relata ter visto pessoalmente
essas luzes no mangal. Afirmando que muitos já se arriscaram adentrar o mangue seguindo a direção das luzes,
no intuito de descobrir quem os “disparava”, mas isso sempre foi em vão. Nunca encontraram ninguém, mesmo
quando estavam próximos ao local.

Outros também já relatam um tipo de luz que aparece dentro do mangue, mas como um único ponto, que atrai a
atenção do caranguejeiro ou pescador, que começa a segui-la como se estivesse em um tipo de transe e, quando
“desperta”, pode estar prestes a se acidentar em quedas de barrancos ou a afundar em atoleiros.

Essa luz é classificada por eles como uma “mísura”, ou seja, uma entidade que gosta de fazer mal às pessoas, dif-
erente das “visagens” que podem apenas proteger o manguezal, castigando aqueles que degradam o ambiente ou
simplesmente ao fogo-fátuo.
Nomes Conhecidos :

MULHER DE SETE METROS


Mulher de Sete Metros

Origem :
Montes Claros – MG com divisa pra Goiás

Aparência :
Assombração de uma mulher com altura sobrenatural

Versões da Lenda :
Na década de 70, na cidade mineira de Montes Claros, moradores do bairro Morada do Parque avistaram pela
primeira vez uma assombração tão grande que um ônibus conseguiria passar por debaixo de suas pernas.

Esta figura surge nas noites, principalmente na época da Quaresma, possuindo diversas versões. Não fazendo
nada além de caminhar por aí, porém seu tamanho descomunal amedrontava qualquer um. Apesar de seu nome,
relatos sugerem que ela é ainda maior.

Seu rosto é outro detalhe totalmente desconhecido, pois está sempre alto demais para ser visto com precisão.
Além disso, caso alguém tenta-se persegui-la, jamais à alcançaria, pois quanto mais a pessoa corria em sua di-
reção, mais distante ela ficava.

Versões relatam que o espírito seria de uma sinhazinha que fora condenada a vagar pelas madrugadas, castigo
decorrente das crueldades que cometeu em vida contra seus escravos.
Já em outra versão, que não lhe conta a origem, afirma-se que ela aparece para assombrar os transeuntes, quebrar
as luminárias dos postes e fazer tinir o sino das igrejas.

Um jornalista da cidade afirma que, na realidade, a Mulher de Sete Metros é uma invenção inteiramente sua,
numa estratégia espalhafatosa visando fazer a empresa de transportes local a estender a linha dos ônibus até o
bairro, pois na época era muito afastado e obrigava os moradores a subirem um perigoso barranco para conse-
guirem pegar os ônibus. O fato é que a assombração acabou e ainda faz parte do folclore local a décadas, sendo
cheia de histórias novas além de possuir aparições em outras cidades, como a cidade baiana de Juazeiro.
Nomes Conhecidos :

BRUXA NICÁCIA
Bruxa Nicária

Origem :
Europa, porem sendo trazida por Portugual para o Brasil se originando no Sertão do Piauí

Aparência :
Mulher velha

Versões da Lenda :
Segundo os registros, Nicácia teria vivido há muitos anos no sítio das Limeiras, às margens do rio Corrente, no
sertão do Piauí. Como todas as outras bruxas, ela também era a sétima filha consecutiva de um casal. Durante a
Quaresma, ao atingir os setes anos transformava-se numa borboleta demoníaca para cumprir seu fado de sugar o
sangue das crianças com menos de sete dias.

Os homens jamais se aproximavam de seus domínios. Por isso, Nicácia passava o tempo todo conversando com
os monstros do rio, acompanhada de sua horrorosa coruja, que tinha cabeça de gente e corpo de ave. A terrível
companheira sempre assistia aos rituais malditos, empoleirada na cumeeira da choupana.
Algumas vezes Nicácia desaparecia da cabana. Nessas épocas era possível ouvir o pio rouco e horroroso da
coruja dentro da mata, o que significava que a velha estava visitando o Diabo. Quando voltava desses encontros,
Nicácia preparava as mais diferentes poções, fazendo subir da chaminé de sua choupana um fio de fumaça negra
que desenhava no céu as mais fantasmagóricas figuras.

Outras vezes, era surpreendida na floresta à cata das ervas e cogumelos que faziam parte de suas receitas mági-
cas. Dizem que, das relações sexuais que as bruxas mantêm com o Diabo, nascem apenas sapos.
A Bruxa Nicácia fazia sempre terríveis predições. Uma delas afirmava que um dia o rio Corrente sairia de seu
leito, causando uma enchente que afogaria a todos e mudaria os contornos da região. Apavorados com os pode-
res da bruxa e crentes no conhecimento de quem tem tratos com o Diabo, os moradores das redondezas reza-
vam fervorosamente, atemorizados com a possibilidade de serem engolidos pelas águas, até então calmas, do rio
Corrente.

Passou o tempo, seguiram-se os dias e as noites, até que a previsão se cumpriu. A maior tempestade de que se
teve notícia caiu pesadamente sobre a região. Durante toda a noite o céu parecia desabar. As árvores mais fracas
eram vergadas pela ventania e quebravam com estrondo. Os clarões dos raios e o ribombar dos trovões ilumi-
navam e faziam tremer a terra, inundando a alma de todos de pavor. Nicácia estava certa, a profecia estava se
cumprindo.

Debaixo de tanta água e confusão, os pobres moradores, apavorados, permaneceram em vigília esperando o mo-
mento em que seriam carregados com suas casas para dentro do rio. Mas, horas depois, a chuva passou.
O vento transformou-se em brisa, as nuvens abriram-se deixando entrever tímidos raios de sol que foram, aos
poucos, tomando conta da terra encharcada.

Timidamente, os pássaros voltaram a espalhar seus cantos pela mata, enquanto as pessoas sujavam os pés no bar-
ro para examinar as casas semidestruídas e avaliar os estragos. A previsão, afinal, não se cumprira. As casas ainda
permaneciam ali e, exceto alguns prejuízos, tudo parecia bem.

Mas no sítio das Limeiras alguma coisa realmente acontecera. A Bruxa Nicácia, a cabana tétrica e a horrorosa
coruja haviam desaparecido. Era como se essas criaturas jamais tivessem existido.
Contam alguns que, durante a tempestade, Nicácia foi arrebatada por demônios e levada para o mais escuro
poço do rio Corrente. Lá, foi transformada em horrendo animal. Unhas e dentes alongaram-se como presas, o

POMBERO
corpo cobriu-se de pelos grossos, os cabelos cresceram até tocar o chão e os pés e mãos transformaram-se em
barbatanas. Teria o feitiço virado contra a feiticeira?

Só se sabe que o grotesco animal foi visto algumas vezes, preguiçosamente deitado sob os raios do sol da manhã,
aquecendo-se e afiando as presas antes de sair em busca de alimento.
Desde então, o monstro aparece Iá pelas bandas do rio Corrente, e parece ter prazer especial em assustar as lava-
deiras com seus urros. Dizem que esse terrível som foi um dia a risada fina e tétrica da Bruxa Nicácia.
Nomes Conhecidos :

LA SACHAMAMA
Pombero, Pomberinho, Pyragué (Pé Peludo, Karaí pyhare (Senhor da Noite) e Kuarahy Jára (Dono do Sol).

Origem :
Paraguai

Aparência :
Anão, eventualmente peludo semelhante ao Curupira

Versões da Lenda :
Sendo popular na Argentina e no Paraguai, este ser habita a região da tríplice fronteira, geralmente áreas rurais,
florestas e embora às vezes escolha por habitar uma casa abandonada

Como sendo um morador da floresta, o Pombero é capaz de imitar sons de diversas criaturas. Mais especifica-
mente de pássaros, especialmente aqueles de uma variedade noturno, e, como tal, é visto como uma espécie de
um protetor das aves.

Muitos relatam que antes de ele aparecer, ele assobia. A maioria são tão assustado de reunir sua ira, que eles
nunca assobiar novamente. Um aspecto comum do mito entre os vários Guaraní sociedades baseadas é que o
Pombero protege as aves de crianças que caçá-los com estilingues .

Geralmente encarado como um inofensivo agitador . Devido ao seu habitat preferido das florestas rurais, os
alvos de suas travessuras tendem a ser agricultores rurais. Entre suas atividades favoritas estão definindo :
• Soltar o gado
• Roubar ovos, frango e mel
• Assustando cavalos, fazendo seus pilotos se jogarem no chão
• Espalhar milho e arroz

Além disso o pombero é acusado de impregnar as mulheres solteiras, quer por um simples toque da mão, força-
las a beija-lo ou por enganar-las a ter relações sexuais com ele, e diz-se que os bebês que nascem feio e peludo
são provavelmente o resultado de uma visita do Pombero

O Pombero é difícil, se não impossível, de detectar seus movimentos silenciosos, bem como outras habilidades
sobrenaturais, tais como ser capaz de transformar invisível , espremer através de espaços impossivelmente estre-
itas, ou outros tais proezas.

Diz-se que se pode manter o Pombero de se envolver em tal mal, deixando presentes para ele, mais especifica-
mente charutos e rum, embora o mel é também uma oferta aceitável. Assim apaziguado, o Pombero irá abster-se
de causando estragos em cima casa e posses.

Em algumas áreas, acredita-se que repetiu dando destes presentes pode causar a Pombero para se tornar
amigável, até o ponto onde ele vai proteger mais de um lar de família, animais e bens, e às vezes até mesmo deix-
ar presentes em troca.

O Pombero tende a ser as figuras mais difundidas e generalizadas de mitológica entre Guaraní língua culturas
hoje. No Paraguai rural, por exemplo, não é incomum para os adultos a acreditar fervorosamente neste mito, na
medida em que eles deixam presentes de rum e charutos para o Pombero noturno.
Nomes Conhecidos :

HAJA-PAU
Sachamama

Origem :
Peru

Aparência :
Gigantesca cobra possuidora de uma escamaa pretas como o ébano. Podendo chegar a ter 20 ou 40 metros de
comprimento e dois ou quatro metros de largura

Versões da Lenda :
Na região amazônica peruana, em departamentos como Loreto ou San Martín é comum se falar e afirmarem o
avistamento de jibóias gigantes conhecidas como Sachamama.

Os aldeões ou moradores afirmam que no coração da floresta dorme um réptil peculiar de proporções titânicas.
No entanto, para grupos étnicos, este ser seria uma força natural, sendo temível para alguns e necessária para
outros.

Na escuridão da selva, a Sachamama espera sua próxima vítima para devorá-la . Naturalmente, as sucuris colos-
sais habitam as artérias da Amazônia. Este ser devorou tantos animais e pessoas que cresceu desproporcional-
mente, até que foi incapaz de se mover. Naquela época, o réptil gigante se abrigou no leito da selva, de lá ele se
esconde pacientemente.

Graças à camuflagem, o Sachamama passa despercebido e hipnotiza a criatura que tem de engolir. Diz-se que
quando um animal ou ser humano passa perto dele, eles caem sob seu feitiço. As criaturas são atraídas para sua
cabeça. Embora possam ver seus olhos vermelhos, eles não podem escapar da hipnose. Assim, o Sachamama
abre suas mandíbulas, tritura comida e dorme por anos. Apenas seu apetite a desperta novamente.

Reza a lenda que esta cobra colossal possua duas cabeças que se move pela terra. Enquanto uma cabeça é re-
sponsável por engolir todos os animais terrestres, a outra devora os seres voadores.

No entanto, quando a serpente se levanta, ela se torna o arco-íris. Uma vez nesta forma, ela fertiliza a terra e dá
cor aos seres vivos. Nesse sentido, é uma divindade da fertilidade e da vida terrestre.

Da mesma forma, a contraparte ou dualidade de Sachamama é Yacumama, a serpente aquática . Embora a ser-
pente terrestre seja importante, ela não está completa sem a serpente d’água. Surge assim o Yacumama, quando
este ser se move na superfície torna-se o grande rio Amazonas . Essa força da água não destrói, mas flui livre-
mente. Quando Yacumama surge, ele se transforma em um raio e cai de volta à terra como chuva. Dessa forma,
Sachamama e Yacumama sustentam a vida na selva.

No dias atuais, habitantes das áreas rurais afirmam ainda ver a cobra. E para os homens que caçam ela ainda se
tornar um grande perigo latente

Repetindo novamente : Já para os grupos autóctones do departamento de Loreto, o Sachamama é uma força
natural que fecunda a Amazônia. Essa versão do mito não é tão conhecida, pois as tribos estão isoladas das áreas
urbanas. Assim, podemos considerar que Sachamama é a face terrestre da selva. Por sua vez, Yacumama é a face
aquática da selva. Em suma, ambos definem a selva como duas grandes serpentes.
Nomes Conhecidos :

COTALUNA
Haja Pau

Origem :
Município de Canguaretama e em toda a Região do litoral sul do Rio Grande do Norte

Aparência :
Ser meio humano, meio ave

Versões da Lenda :

Existem varias versões desta criatura :


Versão 1 :
Identica ao de Romãozinho. A versão narra um menino que ao pedido de sua mãe, levava a marmita (almoço)
para seu pai em seu local de trabalho como lenhador ou coveiro. No caminho, o menino parava e comia toda a
carne do almoço escondido. Seu pai furioso com a esposa, ao chegar em casa sempre a agredia. Enquanto isso o
rapaz a espiava e falando “haja pau”.

Certo dia sua mãe cansada da situação fora seguir seu próprio filho e viera a descobrir o motivo de todos os seus
maus tratos. Sendo assim ela almaldiço-a seu próprio filho fazendo com que ele se transforma-se em uma criatu-
ra alada assustando aqueles que o ouvissem seu agouro que seria “haja pau”.

Versão 2 :
Fora um garoto que não dáva ouvidos a mãe, e sai a cavalgar repetindo que não deixaria de fazer o que lhe desse
à vontade ‘nem que haja pau’; dessa forma acaba por morrer ao cair do cavalo, com o pescoço fraturado. Renasce
como uma ave horrenda e triste que canta no fundo da mata ‘haja pau, haja pau, haja pau’.

Versão 3 :
Noutra um rapaz teve sua mãe assassinada pelo pai. Isso teria feito o filho cair em grande tristeza pelo ocorrido
e, sentindo-se culpado por ter causado tal situação. Teria, então, fugindo para a mata e ninguém nunca mais teve
noticia dele. Na mata, o garoto, teria se encantado para se transformar na ave que canta cheia de remorso: Haja
pau, haja pau, haja pau haja pau…
Nomes Conhecidos :

FLOR DO MATO
Cotaluna

Origem :
Rio Gramame, que fica em João Pessoa, PB.

Aparência :
Linda e fatal sereia

Versões da Lenda :
No Inverno é uma sereia que encanta, atrai e mutila banhistas descuidados atraídos pela sua beleza
Já no verão ela surge como mulher branca, alvíssima, de longos cabelos negros, sedutora, sensual e olhos pene-
trantes e sensuais vista costumeiramente caminhando nua nas margens ou banhando-se próxima a estas, buscan-
do atrair os passantes com seu encanto imediato e físico que de cara embriaga os sentidos e desejo de qualquer
um que passe fazendo-os ficar loucos

Afirma-se que quem sobrevive a seu ataque volta sem memória e sem vontade, como se houvesse deixado sua
alma com a sereia. O preço é uma vida inteira mental do namorado
VAQUEIRO MISTERIOSO
Nomes Conhecidos :
Flor do Mato

Origem :
Paraíba

Aparência :
Versão feminina do Curupira

Versões da Lenda :
Este ser tem a mesma função do Curupira e Caipora. Proteção da fauna e flora das matas das
florestas
Favorece caçadores e pobres que buscam apenas seu alimento
É irritável e mais caprichosa que o Curupira, por isso os caçadores costumam apaziguá-la com
presentes (especialmente fumo) que devem ser postos ao pé de certas árvores. Mas, cuidado:
ela odeia pimenta.
Nomes Conhecidos :
Vaqueiro Misterioso ou Cavaleiro Misterioso
GIGANTE DE PEDRA DA GUANABARA
Origem :
Interior do Brasil

Aparência :
Vaqueiro velho, mal vestido, com um cavalo fraco e velho sempre utilizando um enorme chapéu de palha

Versões da Lenda :
Sendo muito comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem fortes tradições no
Ciclo do Gado.
A lenda relatada por muitos vaqueiros, onde um certo vaqueiro sempre aparecia para participar das competições
de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras competições de montaria.
O tal vaqueiro era alvo de zombaria dos demais campeadores e vaqueiros
Em todas ele ganhava chamando a atenção de todos principalmente de todas as mulheres, e quando alguém o
procurava para saber de onde ele veio, ele acabava sumindo sem deixar nenhuma pista.
Nomes Conhecidos :
BODE NEGRO
Gigante Adormecido do Rio de Janeiro ou Gigante Adormecido da Guanabara

Origem :
Rio de Janeiro

Aparência :
Gigante de pedra com que se estende por 20 km

Versões da Lenda :
A partir da Baía da Guanabara, o observador pode divisar ao horizonte a silhueta indistinta de um
homem deitado. Eis o gigante. Esta formação rochosa cobre sete bairros da capital carioca, e possui 18
quilômetros de comprimento; em pé, os teria em altura.

Conta-se que fora, há muitos milhares de anos, um gigante que protegia a baía, até que matou uma índia
e fora amaldiçoado por Deus a ser de pedra e dormir para sempre. Eventualmente acorda e sai para pas-
sear; para que não seja visto, evoca as forças do clima que cobrem a cidade de forte cerração.

Sua altura se estende 20 km e engloba sete bairros da cidade:


• Barra da Tijuca;
• São Conrado;
• Leblon;
• Ipanema;
• Copacabana;
• Botafogo;
• Urca.

Sua cabeça deitada é formada pela Pedra da Gávea.

Seus pés são formados pelo Pão de Açúcar.


E seu corpo. Engloba a Pedra Bonita, o Morro Dois Irmãos, o Corcovado e parte do complexo da Lagoa
Rodrigo de Freitas.
Nomes Conhecidos :

JUMA
Bode Negro

Origem :
Folclore Mundial

Aparência :
Um bode negro que nem a noite com olhos de fogo fumegantes, e um característico odor de enxofre. Já em out-
ras ocasiões, aparece como um homem negro com cabeça de bode e pés fendidos.

Versões da Lenda :
Obscuro personagem do folclore nacional, este ser tem contrapartes em diversas outras culturas. Afirma-se que
é a personificação do próprio Diabo, quem vem dar ao solo do mundo de quando em quando, a fim de levar o
maior número de almas possível para as profundidas.

Conta-se que é visto quase sempre à noite, em campo aberto e nos terrenos das fazendas, imóvel, observando ao
longe quem por ele passa; recomenda-se desviar o olhar, fazer o sinal da cruz e fugir.
Nomes Conhecidos :

CAVALO BRANCO
Juma ou Gigante Juma

Origem :
Indígena

Aparência :
Um grande macaco canibal

Versões da Lenda :
Tendo o mesmo nome de uma tribo indígena que praticava o canibalismo, esta criatura primata de grande porte
que, a exemplo do Mapinguary, habita a região amazônica e é o flagelo dos povos indígenas, a quem devora.
Nomes Conhecidos :

A VELHA DE CHAPÉU
Cavalo Branco

Origem :
Iguape

Aparência :
Cavalo Branco

Versões da Lenda :
Em noites enluaradas pasta nas margens do Valo Grande, em Iguape; todavia, não o faz senão porque está a
procura de uma jovem virgem que arrasta para as profundezas das águas, para viver consigo.

A cada nova lua cheia sai do valo em busca de novas moças para com ele partir. Nestas ocasiões, as mães im-
pedem que suas filhas passem pelo local.
Nomes Conhecidos :

DOM SEBASTIÃO
A Velha de Chapéu

Origem :
Sertão Nordestino

Aparência :
A própria morte porem num formato de uma velha que flana pelo ar, apoiada em sua foice, com um chapéu de
couro

Versões da Lenda :
Não se tem muito o que dizer sobre este ser porem que é a encarnação da própria morte. Uma brisa tépida, um
odor fétido, uma sensação agourenta, um gemido na escuridão do árido
Nomes Conhecidos :

CHUPACABRA
Dom Sebastião

Origem :
São Luís do Maranhão

Aparência :
Touro com uma estrela dourada na testa

Versões da Lenda :
Rei português que desapareceu em batalha no Marrocos, em 1578, na infrutífera tentativa de converter os mou-
ros em cristãos, é alvo de inúmeras lendas, tanto em sua terra natal quanto aqui no Brasil.

Conta-se que o soberano surge em noites de lua-cheia, nas praias de São Luís do Maranhão, sob a forma de um
touro com uma estrela dourada na testa. Quem consegui-se atingir sua estrela ferirá o animal que deixará de ser
encantado, retomando a forma de Dom Sebastião; ainda, a cidade de São Luís será tragada pelo mar, surgindo
em seu lugar uma cidade encantada repleta de tesouros.
Nomes Conhecidos :

ET DE VARGINHA
Chupacabra ou Chupa-cabra

Origem :
Porto Rico

Aparência :
Criatura ainda não definida por sua aparência. Porem talvez alienígena

Versões da Lenda :
Sendo a mais recente aquisição ao folclore brasileiro, o Chupacabra teve seu momento alto em meados dos anos
1990, mas ainda segue sendo avistado pelos rincões interioranos do país.

O primeiro ataque relatado ocorreu em março de 1995 em Porto Rico . Seus ataques sistemáticos à animais ru-
rais em regiões da América, como Porto Rico, Flórida, Nicarágua, Chile, México e Brasil.
Logo após os primeiros registros dos incidentes em Porto Rico, várias mortes de animais foram relatadas em
outros países como a República Dominicana, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Honduras, El Salvador, Nica-
rágua, Panamá, Peru, Brasil, Estados Unidos e México

O nome da criatura deve-se à descoberta de várias cabras mortas com marcas de dentadas no pescoço e o seu
sangue drenado. Uma vez que não existem registros da sua real existência, o chupa-cabra é um elemento da crip-
tozoologia. Muitos desses ataques às cabras, cada uma teve três perfurações no tórax além de terem seu sangue
por completo drenado

Ufólogos tomaram o mistério para si, e não faltou quem teorizasse que o Chupacabra é um animal de origem
extraterrena, ou um experimento envolvendo DNA alienígena.
Nomes Conhecidos :

MÃE DE PANTANHA
Et de Varginha.

Origem :
Município de Varginha, Sul do estado de Minas Gerais

Aparência :
Ser marrom de olhos vermelhos

Versões da Lenda :
No dia 20 de Janeiro de 1996, ocorreu o que para os ufólogos teria sido o segundo mais importante caso da ufo-
logia.
Varginha é uma cidade mineira, com pouco mais de 120 mil habitantes, que viveu nesse dia sua glória mundial.
Foi noticiado nos mais importantes e conhecidos jornais do mundo dentre eles o New York Times, principal
jornal dos EUA.

Fatos obscuros e intrigantes teriam ocorrido em Varginha como a observação por trabalhadores rurais de algo
como um submarino terrestre submergindo na terra da região agrícola de Varginha. E também duas garotas
teriam avistado um ser agachado próximo de uma oficina mecânica. Esse ser emitia ruídos semelhantes aos das
abelhas.

Declarações como essas foram feitas constantemente por pessoas que acreditaram ter visto ou até mesmo terem
sido abduzidas por um Et, só restava saber o grau de realidade que existem nessas declarações que até hoje são
apenas hipotéticas.

Também nesse mesmo dia teria ocorrido uma constante movimentação de carros da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros entre dois Hospitais. Muitos acreditam que essa movimentação teria algo relacionado com o caso
do suposto alienígena. Mas essa movimentação se deve à chegada de aparelhos para ser realizado o primeiro
transplante de coração em Varginha.

A realidade é que os habitantes de Varginha ficaram contagiados com esse “dia de fama” e possivelmente teriam
aumentado ou até inventado caso. Porém algo estranho ocorreu para chegar a ganhar essa proporção mundial.
Nomes Conhecidos :

CÃO DO INFERNO
A mãe de Pantanha

Origem :
Nordeste

Aparência :
Um bela mulher com dentes em sua vagina

Versões da Lenda :
Bruxa que oferece aos homens duas noites de prazer:
Na primeira, ela materializa a mulher dos sonhos eróticos do freguês; já na segunda noite o homem “fica” com
ela mesma.

Por se tratar de um mulherão, logicamente, os homens aceitam. Porém a bela mulher esconde um segredo.
Sua genitália é dentada, capando assim os membros de todos que deitam com ela em sua cama.

Obs.: No filme “O homem que desafio o diabo”, o personagem José Araújo foi o único que conseguiu escapar
das garras e capação certa de seu membro graças a ajuda de um corcunda da própria bruxa que para ele revelou
seu segredo a tempo.
Nomes Conhecidos :

CHUPA-CU
Cão do inferno

Origem :
Mundial

Aparência :
Cão negro de olhos vermelho

Versões da Lenda :
Apesar de ter varias versões e ser mundial.O conto popular fala, que não se deve assobiar dentro de casa em
noites de lua cheia às 00:00. Caso isso aconteça uivos e rosnados infernais serão ouvidos e logo em seguida um
enorme cão negro fedendo a enxofre o visitaria.
Nomes Conhecidos :
Cupa-Cu

Origem :
Goianinha, no interior do Rio Grande do Norte

Aparência :
Ser híbrido entre ser humano, extra-terrestre e ator pornô gay

Versões da Lenda :
A única versão desta criatura, relata que ele entra nas casas de suas vitimas pelo telhado e as ataca aqueles que
dormem sem roupa, ou seja totalmente pelados’ (as)
OBS.: Não se sabe se este ser é real ou apenas uma invenção da própria cidade para zoar aqueles que adoram
dormir pelados ou uma jogada de marketing para ganhar popularidade a cidade

OS 7 FILHOS
DE TAU E KERANA
Kerana, a bela filha de Marangatu, foi capturada pela personificação ou espírito do mau chamado Tau (em tupi

TEJU JAGUA
antigo, Taúba ou Taubymana). Juntos, eles tiveram sete filhos, que foram amaldiçoados pela grande deusa Araci,
e todos, exceto um, nasceram como monstros horríveis.

Os sete são considerados figuras primárias na mitologia guarani e, enquanto vários dos deuses menores ou até os
humanos originais são esquecidos na tradição verbal de algumas áreas, estes sete são geralmente mantidos nas
lendas. Alguns são considerados reais até mesmo em tempos modernos, em áreas rurais ou regiões indígenas

Os sete filhos são, em ordem de nascimento :


1º Filho : TEJU JAGUA, deus ou espírito das cavernas e frutas

2º Filho : MOBOI TU’I, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas

3º Filho : MOÑAI, deus dos campos abertos. Foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý

4º Filho : JACI JATERÊ, deus da sesta, único dos sete que não aparece como monstro

5º Filho : KURUPI, deus da sexualidade e fertilidade

6 º Filho : AO AO, deus dos montes e montanhas

7 º Filho : LUISON, deus da morte e tudo relacionado a ela


Nomes Conhecidos :
Teju Jagua ou Teiú-iaguá
MBOI TU’I
Origem :
Mitologia Guarani

Aparência :
Corpo gigante de lagarto, com 7 cabeças de cão (ou uma de lobo com olhos vermelhos que soltavam
chamas). Ele possuía incrustada no alto de sua cabeça uma pedra preciosa, o Carbúnculo.

Versões da Lenda :
Sendo o primeio dos sete filhos de Tau e Kerana e o mais velho e com uma aparência terrível, acredita-se
que ele é um ser benigno que não ligava para muitas coisas além de proteger suas frutas e mel. Teju Jagua é
conhecido por morar em lugares fechados e de água doce, onde continham muitas pedras preciosas.
Deus das cavernas, grutas, lagos internos e frutas. Um tipo de Quimera. Seu significando era “lagar-
to-cachorro”.

É dito que ele ficava a espreita, esperando ladrões que tentassem roubar suas frutas, mel e tesouros e assim
que estes ladrões se mostrassem, ele os arrasta-va até sua caverna onde os prendia e estocava para se ali-
mentar

Há rumores que ele vive no Cerro do Jarau

OBS.: Carbúnculo, no original hebraico é de uma raiz que significa “brilhar”, “iluminar”. Quando colo-
cada contraluz, esta joia brilha como um carvão queimado, um carvão incandescente vermelho escuro e,
portanto, é chamada de “carbunculus”, ou seja, um pouco de carvão. Era uma das pedras na primeira fila
do peitoral do sumo sacerdote. Em Is 54:12 a palavra hebraica é ‘ekdah, usada na descrição profética da
glória e da beleza das mansões mencionadas anteriormente.
Nomes Conhecidos :

MOÑAI
Mboi Tu’i

Origem :
Mitologia Guarani. No Brasil (Paraguai, Bolivia, Argentina, Uruguai e porção centro-meridional do Brasil)

Aparência :
Enorme serpente, com uma enorme cabeça e bico de papagaio. Llíngua bifurcada vermelho da cor do sangue.
Sua pele é escamosa. Penas cobrem a sua cabeça. Possui um par de asas em branco, rubro e preto. Em sua cauda,
um artefato metálico com lascas de rubelita a dão continuidade, permitindo o voo e contendo uma enzima que
enfraquece seu veneno

Versões da Lenda :
Sendo um dos sete monstros lendários, e reconhecido com o Deus dos cursos das águas e das criaturas aquáticas
. Ele é o segundo filho de Tau e Kerana.

Mboi Tu’i se traduz literalmente como “serpente-papagaio”, que descreve a aparência destas criaturas. Mboi Tu’i
tem um olhar prejudicial que traz memórias horrorosas não verdadeiras, além de predições angustiantes a quem
se expõe, assustando a todos que tem a má sorte de ser encontrado por ele.

Ele patrulha pântanos e protege a vida dos anfíbios. Gosta da umidade e de flores, e solta um poderoso e terrível
grito incrível que causa trauma nos órgãos de quem ouve de longe, podendo deslocar o coração e o pulmão para
fora de quem ouvir de perto. É considerado o protetor das áreas úmidas e dos animais aquáticos, pois precisa
deles para conseguir uma forma física dita superior.

Sua alimentação é neblina e frutas


Nomes Conhecidos :

JACI JATERÊ
Moñai

Origem :
Mitologia Guarani

Aparência :
Corpo de cobra, e na sua cabeça tem um par de chifres que servem como antenas, suas presas são super afiadas e
furam como agulhas.

Versões da Lenda :
Sendo o terceiro filho de Tau e Kerana existe algumas variantes, algumas dizem que ele é um Deus das matas, e
sim protege todos os seres vivos, porém, tem o poder do hipnotismo, faz isso com seus chifres, que os usa para
caçar pássaros com facilidade, subindo nas árvores para os pegar.

Dizem que ele adora roubar, provocando assim a discórdia em vilas, o que levava a todos acreditar um tempo de-
pois, que Moñai sempre era acusado por desaparecimentos misteriosos de qualquer pertence. Escondendo assim
todas as coisas furtadas em uma caverna ao lado de uma montanha.
Seus domínios eram campos abertos, onde se locomovia com grande facilidade deslizando seu enorme corpo.

Existe uma historia que Moñai foi destruído por uma jovem ajudada por moradores de uma cidade, quando
armaram uma armadilha para o queimar, a jovem fingiu estar apaixonada pelo monstro, oferecendo-lhe um
casamento, mas antes queria conhecer todos os seus irmãos, assim ele a levou para uma caverna, onde todos
estavam se embriagando.

A caverna era fechada por uma pedra enorme, impossível de escapar, com isso a jovem Porâsý ou Poraci se sacri-
ficou, gritando para as pessoas atear fogo com a mesma ainda lá dentro.
Em troca do sacrifício, os deuses elevaram a alma da jovem e a transformaram em um pequeno, mas intenso
ponto de luz destinada a acender a luz da aurora. Assim explicam no folclore guarani surgimento da estrela d’al-
va ou Vênus no céu
− Socorro! Socorro! Papai! Mamãe! Ajudem-me. O Jaci Jaterê me pegou porque eu estava fingindo que praticava
a sesta; eu juro, eu não farei mais isso.
Nomes Conhecidos :
Jaci Jaterê Mas quando prestou um pouquinho mais de atenção o menino percebera que não estava mais em seu quarto,
mas sim em uma floresta. Assim que tomara ciência de sua nova localização o menino, pasmo, perguntou a Jaci
Jaterê:
Origem : − Onde estou? Para onde você me trouxe?
América do Sul , especialmente no Paraguai Jaci Jaterê então respondeu:
− Não se preocupe você está na minha casa, na floresta. Não tenha medo, eu não vou lhe machucar. Trouxe-lhe
Aparência : até aqui por vi que não estava a praticar a sesta. Saiba que eu sou o protetor da sesta e me irrito profundamente
Descrito como um homem ou criança de pequena com cabelo muito leve e loiro e olhos azuls. Sua aparência é quando encontro uma criança que não está a praticá-la; e quanto a ti, irritei-me mais ainda porque mentira a
muitas vezes descrita como bela ou encantadora. Ele está sempre carregando um bastão ou cajado mágico. seus pais. No entanto, não tens o que temer, pois eu não vou lhe fazer nenhum mau desta vez, já que é a primeira
vez que o encontro acordado na hora da sesta.
Versões da Lenda :
Jaci Jaterê, é o quarto dos sete monstros lendários, filho de Taubá e Kerana é o deus da sesta, o tradicional des- O menino rapidamente retrucou nervoso.
canso ao meio Ele também é considerado o senhor e protetor da erva-mate, pássaros, frutas silvestres e dos − Desculpe senhor Jaci Jaterê, eu não vou mais fazer isso, é que hoje eu não estava com sono, e por isso resolvi
animais. brincar ao invés de dormir.
Jaci Jaterê então respondeu a pequenino:
Abandonado em uma mata no interior do Brasil. O nome Jaci Jaterê significa literalmente pedaço da lua, e foi o − Tudo bem menininho, desta vez não lhe farei qualquer mau, pois fora a primeira vez que praticaste tal ato. No
único filho do casal que nascera com uma aparência normal e não monstruosa. entanto, fique alerta, pois se eu lhe pegar novamente acordado na hora da sesta, vou lhe deixar cataléptico para
Por ser considerado o senhor da sesta, é dito que o Jaci Jaterê percorre as vilas atrás de crianças desobedientes sempre e, seus pais quando lhe encontrarem, pensaram que você está morto e o enterrarão vivo.
que não descansavam durante a sesta. Embora naturalmente invisível, ele se mostra para essas crianças e usando O menino extremamente assustado com as palavras de Jaci Jaterê, logo tratou de responder-lhe:
seu cajado coloca-as em transe para então leva-las consigo. Existem duas versões para o que acontece com essas − Sim senhor. Eu nunca mais vou deixar de praticar a sesta. Eu juro por Deus!
crianças levadas, elas são: E então Jaci Jaterê, para quebrar o clima de tensão que estava naquele momento, respondeu:
 A primeira, diz que elas são levadas para um local secreto na floresta, onde brincam até o fim da sesta e − Bem, já que não foi desta vez que seus pais lhe enterraram vivo, então vamos brincar!
depois recebem um beijo mágico que as devolve para suas camas, sem memória da experiência O garoto aliviado sorriu para Jaci Jaterê e começou a correr pela floresta gritando:
 A segunda, também diz que elas são levadas para um local secreto na floresta, mas ao invés de brincarem, − Lero! Lero! Lero! Você não me pega…
elas são torturadas e mortas pelo Jaci Jaterê. Em outras versões ainda é dito que elas são levadas para seu irmão E então por duas horas Jaci Jaterê e o pequenino brincaram e se divertiram. E quando deu a hora do fim da sesta,
Ao Ao que é um canibal. Jaci Jaterê deu um beijo mágico na testa do garotinho e ele imediatamente fora tele transportado novamente para
seu quarto, mais especificamente para sua cama. E assim que ele acabara de ser tele transportado sua mãe abrira
O poder de Jaci vem de seu cajado portanto, segundo a lenda, se alguém for capaz de tirar seu cajado, ele então a porta do quarto e, vendo-o dormindo tranquilamente, o acordou perguntando-o:
se joga no chão e chora como uma criança pequena. Neste estado, se alguém perguntar sobre seus tesouros es- − Então meu amor, tirou direitinho sua sesta?
condidos, recebe uma recompensa. E o garoto respondeu:
− Sim mamãe, eu dormi como uma pedra, e sonhei que estava a brincar na floresta com um menino loiro de
O menino também protege todo o tesouro que encontra na mata, não permitindo que os caçadores de tesouro os olhos azuis.
encontrem, mantendo-os escondidos
O garoto de nada se lembrava, pensava tão somente que havia sonhado. Acordou sem qualquer memória real de
Certo dia, quando estava a rodear a cidade após o meio-dia a procura de uma criança que não praticava a sesta, sua experiência com Jaci Jaterê, pensando que tudo não havia passado de um belo sonho.
Jaci Jaterê encontrou um garotinho muito travesso que não queria dormir após o almoço; disse a seus pais que
iria dormir, mas na verdade ficou a brincar enquanto os pais descansavam no outro quarto. Quando Jaci Jaterê
viu aquela cena do menino brincando no horário da sesta, se irritou profundamente e logo se materializou na
frente do garoto que, de tanto susto, ficou todo arrepiado e boquiaberto, e assim que se deu conta de que Jaci
Jaterê o havia visitado, pensou em gritar, mas antes que o fizesse Jaci Jaterê o deixou completamente em transe e
ele logo caiu ao chão em uma crise cataléptica que o manteve imóvel, porém completamente consciente do que
se passava a sua volta.

Jaci Jaterê então encostou seu bastão mágico na testa do garotinho e imediatamente os dois se tele transportaram
para a floresta onde habitava jaci Jaterê. Lá ele colocou novamente o bastão na testa do menino e ele assim saiu
de seu transe cataléptico; e quando voltou a si, ficou desesperado gritando:
Nomes Conhecidos :

KURUPI
Kurupi, Curupi, Curupira-amarelo, Taiutú-Perê ou Micuim-Cambá

Origem :
Folclore Mitologia Guarani

Aparência :
Ser pequeno, de coloração amarelada ou esverdeada, com olhos negros sem pupilas, dentes afiados como presas,
um cabelo muito ruim e sua característica marcante, curiosa e absurda: Ele usa o falo como ‘cinto’, enrolado em
seu corpo, e como uma arma para atacar pessoas ou se pendurar em arvores, o enrolando nelas

Versões da Lenda :
Sendo o quinto filho de Tau e Kerana, um monstro tenebroso, e tido como o deus do sexo, sexualidade e fertili-
dade.

Um homúnculo horroroso que habita as florestas verdes. Também conhecido por atormentar a vida dos índios
e animais, alem de se alimentar de filhotes e recém nascidos, soltar gargalhadas estrondosas enquanto faz isso, e
consegue dar enormes saltos com muita rapidez.

O Kurupi ficava atento a noite, procurando índios perdidos e caçadores, quando encontrava se satisfazia sexual-
mente, estuprando com sua enorme arma, não os deixando escapar, pois esticava em longas distâncias. Rara-
mente o Kurupi pegava mulheres, isso costumava ocorrer em noites de lua nova, onde encontrava virgens na
mata, para conceber um filho endiabrado, um híbrido humano e sobrenatural que daria muito trabalho.
Nomes Conhecidos :

AO AO
Ao Ao ou Ahó Ahó

Origem :
Folclore da região sul e provavelmente foi difundida pelos padres jesuítas durante o tempo das Missões entre os
índios guaranis.

Aparência :
Criatura similar a um carneiro gigantesco, com conjunto de presas afiadas, grande queixada e grandes chifres,
tipo um porco selvagem. Outras fontes o descrevem como um grande cachorro peludo que jogava fumaça pela
boca.

Versões da Lenda :
Monstruosa criatura da Mitologia guarani, sendo o sexto dos sete monstros lendários. Deus das colinas e mon-
stanhas e um dos filhos de Tau e Kerana, uma das figuras centrais da mitologia dos povos que falam a língua
guarani, localizados no Paraguai, norte da Argentina e sul e oeste do Brasil.

O seu nome é derivado do som que faria ao perseguir suas vitimas. Ao Ao teria uma enorme virilidade e por isso
é identificado como o principio da fertilidade pelos guaranis. Produziu grande descendência igual a ele, e servem
coletivamente como senhores e protetores das colinas e montanhas.

Sempre andavam em bando e se chamavam entre si através deste som “ahó ahó”. Eles buscavam e espreitavam os
desavisados que andavam longe das reduções mantidas pela Companhia de Jesus para devora-los

É descrito ainda como sendo canibal devorador de gente. Embora sua descrição física seja claramente não huma-
na, é meio humana por nascimento, então o termo canibal se aplicaria. De acordo com a maioria das versões do
mito, quando localiza uma vítima para sua próxima refeição, perseguia o infeliz humano por qualquer distância
ou em qualquer território, não parando até conseguir sua refeição.
Se a presa tentar escapar subindo em uma árvore, Ao Ao circundará a mesma, uivando incessantemente e cavan-
do as raízes até a árvore cair.

De acordo com o mito, a única árvore segura para escapar seria a palmeira, que conteria algum poder contra Ao
Ao (considerada sagrada por fornecer as palmas que aclamaram a Jesus no Domingo antes da Páscoa.), e se a
vítima conseguisse subir em uma, ele desistiria e sairia em busca de outra refeição.
Algumas interpretações apontam que esta seria a árvore que deu a madeira para a cruz de Cristo. Com isso, o
grupo perdia o rastro e abandonava a caça.

Ao Ao também se alimentaria das crianças desobedientes entregues pelo seu irmão, Jaci Jaterê.
Nomes Conhecidos :

LUISON
Luison, Lobizón (Espanhol), Luisito, Juicho e Luisõ

Origem :
Mitologia Guarani, No Brasil na Região Amazônica, Norte de Mato Grosso, e outros países, como o Peru e
Bolívia.

Aparência :
Sua forma mais comum é a de um macaco esquelético com olhos vermelhos brilhantes, barbatanas de peixe e um
falo de anta

Versões da Lenda :
Criatura detentora do poder sobre a morte. Acredita-se que seja semelhante a um lobo sul americano ou seu
nome é derivado do nome de outra criatura mitológica, o lobisomem.

Descrito como o sétimo e último filho de Tau e Keraná, sobre quem caiu uma maldição transmitida por seus
progenitores: nas noites de lua cheia de sexta-feira e/ou terça-feira, o indivíduo se transformava em uma criatura
com metade das características de um cachorro muito grande e um homem (outras vezes, também, possuía as
características de um porco).

Sendo o filho mais temido Luison costumava passar as noites vagando por cemitérios como os Carniçais, co-
mendo carne de defuntos, quem passa-se por perto, seria atacado e dilacerado. Porém muitos acreditavam que
a preocupação era apenas em noites de lua cheia , sendo muitas vezes era dito aparecer em outras noites, na sua
forma humana, vagando com um bando de cachorros sem dono pela noite a fora.

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