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EQM202 – Cálculo de Reatores

Prof. Wanderley Altomani Junior


Engenharia Química – 4º ano – Noturno

PROJETO DE REATORES QUÍMICOS

Denise Der Hagobian RA: 10.00929-9

Gabriela Bahia Guimarães RA: 10.01748-8

Marcella de Oliveira Nistico RA: 12.00094-9

Raquel Indelicato dos Santos RA: 12.01168-0

São Caetano do Sul

2015
Sumário

Resumo.............................................................................................................................................................3
1. Introdução........................................................................................................................................4
2. Fundamentos Teóricos....................................................................................................................4
3. Memorial de Cálculo.....................................................................................................................47
4. Resultados e Discussão..................................................................................................................12
5. Conclusão.......................................................................................................................................17
6. Referências bibliográficas.............................................................................................................17
Anexo - Enunciado.......................................................................................................................................18

Resumo
Estudou-se quatro modelos de projeto de reatores químicos, sendo CSTR, PFR e BSTR na
mesma situação de operação (não isotérmico, não adiabático e em fase líquida) e o reator PBR em
condição distinta (não isotérmico, adiabático e em fase gasosa), afim de escolher o reator mais
adequado nas condições impostas. O método utilizado para o cálculo dos parâmetros nos reatores
PFR, PBR e BSTR foi o Método de Euller. Determinou-se as constantes do projeto e avaliou-se o
desempenho ao longo do reator utilizando o conceito de seletividade, conversão, volume do reator,
e produção. Através dos resultados obtidos, o reator tubular de escoamento contínuo (PFR) foi o
que apresentou melhor desempenho, tanto na comparação com CSTR, quanto com o BSTR nas
condições adotadas. Na comparação do PBR com o PFR, o reator PBR se mostrou mais adequado.

Palavras-chave: Reatores, PFR, CSTR, BSTR, PBR, seletividade, conversão, volume.


1. Introdução
A partir de balanços molares e balanços de energia, podemos desenvolver equações de
projeto para os vários tipos de reatores industriais: batelada, semibatelada e escoamento contínuo.
Avaliando essas condições, podemos determinar o tempo ou volume do reator necessário para
converter uma quantidade especificada dos reagentes em produtos. Um reator em batelada (BSTR)
é usado para operação em pequena escala, para testar novos processos, para fabricação de produtos
caros e para processos que sejam difíceis de converter em operações contínuas. Ele tem a vantagem
de altas conversões que podem ser obtidas deixando o reagente no reator por um longo período de
tempo.

Reatores com escoamento contínuo são normalmente operados em regime estacionário.


Consideramos três tipos: o reator contínuo de tanque agitado (CSTR), o reator com escoamento
empistonado (PFR) e o reator de leito fixo (PBR). O CSTR é usado principalmente para reações em
fase líquida. É considerado perfeitamente misturado, consequentemente, a temperatura, a
concentração ou a velocidade de reação dentro do CSTR não dependem do tempo ou da posição. Os
reatores tubulares, PFR, consistem em um tubo cilíndrico e são usados mais frequentemente para
reações em fase gasosa. No reator tubular, os reagentes são continuamente consumidos à medida
que eles escoam ao longo do reator. Já o PBR difere do PFR pelo fato de ser recheado com
partículas de catalisador sólido. A velocidade de reação é baseada na massa do catalisador sólido,
W, em vez do volume do reator, V.

Para o estudo do exercício em questão foram analisados uma série de parâmetros do reator,
como seletividade e conversão dos reagentes. A seletividade nos diz como um produto é favorecido
em relação a outro quando temos reações múltiplas. Podemos quantificar a formação de um produto
desejado com respeito ao produto indesejado, definindo a seletividade e o rendimento do sistema. A
conversão é a fração de reagente que é convertido em produto.

2. Fundamentos Teóricos
Para expressar as leis de velocidades, tanto para PFR, CSTR e BSTR para a reação ocorrendo
em fase gasosa ou líquida, foram utilizadas as relações a seguir:

r 1=−k 1 A C A r A =r 1=−k 1 A C A
r 2=−k 2 B C B r B=−r 1 +r 2 +r 3 =k 1 A C A−k 2 B C B−k 3 B C B
r 3=−k 3 B C B r C =−r 2=k 2 B C B
r D=−r 3=k 3 B CB
A seletividade nos diz como um produto é favorecido em relação a outro quando temos
reações múltiplas. Podemos quantificá-la em PFR, CSTR e BSTR, de acordo com as seguintes
equações:

SB SB
C D
FB NB FB NB
ou ou
FC NC FD ND

Estequiometria:
F Ai
Fase Líquida: C Ai=
v0
C T =C A +C B +C C +C D
N Ai
Ou C Ai=
V

FA T0 P
Fase Gasosa: C A=C T 0 ( )
F T T P0

Sendo, PV =nRT
P0=C A 0 R T 0

2.1 Reator tubular com escoamento contínuo (PFR)


2.1.1 Balanço Molar
dF A dF B dF C dF D
=r A =r B =r C =r D
dV dV dV dV
2.1.2 Balanço de Energia
Para o balanço de energia de reatores PFR:
dT ( r A ∆ H R 1+ r 2 ∆ H R 2 +r 3 ∆ H R 3 )+ Q r
=
dV ∑ Fi C pi
2.1.3 Conversão
F A 0 −F Ai
X Ai=
FA0

2.2 Reator de leito fixo (PBR)


2.2.1 Balanço Molar

dy FT T dP FT
dW
=( ) ( )( )
−∝
2 FT 0 T0 dW
=P0
−∝
2 ( )( )( )( TT )
P
P0 FT 0 0
P
d
P0 FT T P02

)( )( )
dP
( ) ( )( FF )( TT )
−∝ −∝
(
T
= =
dW P FT 0 T 0 dW 2 P
2 T0 0
P0

2.2.2 Balanço de Energia


dT ( r A ∆ H R 1+ r 2 ∆ H R 2 +r 3 ∆ H R 3 )+ Q r
=
dV ∑ Fi C pi
2.2.3 Conversão
F A 0 −F Ai
X Ai=
FA0

2.3 Reator contínuo de tanque agitado (CSTR)


2.3.1 Balanço Molar
F A0 X
V=
−r A
2.3.2 Combinação

v 0 (C A 0−C A ) C A0
V= C A=
−r A 1+τ k 1
V k 1 C A =v 0 C A 0 −v 0 C A
v0 C A 0
C A=
V k 1 +v 0
CA 0 v 0 (C ¿ ¿ B 0−C B )
C A= V= ¿
V k 1+ v 0 −r B
v0
C B0 v0
V=
k 1 C A−k 2 C B −k 3 C B

V V
c om =τ ( k C −k C −k C ) =¿ C B
v0 1 A 2 B 3 B
v0
CA 0 τ k 1 C A−τ k 2 C B −τ k 3 C B=C B
C A=
V τ k 1 C A=C B ( 1+ τ k 2 +τ k 3 )
1+ k 1
v0

τ k1 A CA
C B=
1+τ k 2 B +τ k 3 B
C C v0
V=
v 0 (C ¿ ¿ C 0−C C ) rC
V= ¿
−r C
C C v0 v 0 (C ¿ ¿ D 0−C D )
V= V= ¿
k2C B −r D
V C D v0
( k C )=CC
vo 2 B V=
rD
C C =τ ( k 2 B C B ) C D v0
V=
k3 C B
V
( k C ) =C D
vo 3 B
C D =τ (k 3 B C B )
2.3.3 Balanço de Energia
U a ( T a−T )−F A 0 ∑ θi C pi ( T −T 0 ) +V ∑ ¿ ¿ ¿

U a ( T a−T )−F A 0 C pA ( T −T 0 ) +V (r 1 ∆ H T r 1+ r 2 ∆ H T r 2 +r 3 ∆ H T r 3)=0

V ( r 1 ∆ H T r 1+ r 2 ∆ H T r 2 +r 3 ∆ H T r 3 ) =−U a ( T a−T ) −F A 0 C pA ( T −T 0 )
G ( T ) =R (T )

2.3.4 Conversão
V i (−r A )
X A=
F A0

2.4 Reator em batelada (BSTR)


2.4.1. Balanço Molar
d NA dNB d NC d ND
=r A V =r B V =r C V =r D V
dt dt dt dt

2.4.3 Balanço de Energia


dT
=U a ( T a −T ) −∑ F i C pi ( T −T 0 ) +V
∑ (r i ¿ ¿ ∆ H ri) ¿ ¿
dt ∑ N i C pi
2.4.4 Conversão
−r A =k 1 C A 1
ln =k C t
(1−X ) 1 A 0
C A=C A 0 (1−X )
1
dX =exp ⁡(k 1 C A 0 t)
=k 1 C A 0 (1− X) (1− X )
dt
1
dX (1− X )= ⁡
=k C dt exp ⁡(k 1 C A 0 t)
(1− X ) 1 A 0
1
X A =1−
exp ⁡(k 1 C A 0 t )
3. Memorial de Cálculo
Neste tópico é apresentado todo o desenvolvimento realizado para resolução do
exercício em questão.

3.1 Dimensionamento Reator Contínuo de Tanque Agitado (CSTR) em fase líquida –


Item a

Para o desenvolvimento da planilha do Excel para o reator CSTR foram programadas as


variáveis do problema em questão, de acordo com as equações deduzidas no item 2.3 e em
“Fundamentos Teóricos” (estequiometria em fase líquida), atrelando assim as fórmulas dependentes
uma das outras. Foram adotadas as seguintes condições pré-definidas no enunciado para o processo:

Tabela 1 – Valores dos parâmetros utilizados para resolver os itens a e b do enunciado


Variável Valor Unidade
C A0 5,0 mol/dm³
v0 100 dm³/min
T0 298 K
TA 298 K
f 1 -
cp A=cpB =cp C =cp D 50,0 cal/mol K
∆ Hr 1 A 10.000 cal/mol A
∆ Hr 2 B -10.000 cal/mol B
∆ Hr 3 B -100.000 cal/mol B
Fórmula do calor retirado: Qr=100 f ( T A−T )

Criou-se uma coluna para a temperatura do reator, variando este valor para um ∆T = 1 (K) a
cada linha da planilha. Desta forma, cada célula da linha (i) foi programada referente a temperatura
(i). Neste estudo, o volume do reator não varia linha a linha sendo fixado juntamente com as
condições iniciais de operação.

Para a análise dos resultados, o volume fixo foi variado de acordo a faixa de volume
disponível (10 a 200 L) e para cada planilha de resultado obtido criou-se a Tabela 3 com os
resultados dos parâmetros desejados para análise.

3.2 Dimensionamento com escoamento empistonado (PFR) em fase líquida – Item a

Para o desenvolvimento da planilha do Excel para o reator PFR, foram programadas as


variáveis do problema em questão de acordo com as equações deduzidas no item 2.1 e em
“Fundamentos Teóricos” (estequiometria em fase líquida), atrelando assim as fórmulas dependentes
uma das outras. Foram adotadas as mesmas condições pré-definidas no enunciado de acordo com a
Tabela 1.
Criou-se uma coluna para volume do reator, variando este valor para um ∆V = 0,01 (L) a
cada linha da planilha. Aplicou-se então o Método de Euller para as variáveis de vazão de todos os
componentes envolvidos e para a temperatura:

dF i−1 dT i−1
F i=Fi−1 + ΔV . T i=T i −1 + ΔV .
dV dV

3.3 Dimensionamento Reator em batelada (BSTR) em fase líquida – Item b

Para o desenvolvimento da planilha do Excel para o reator BSTR, foram


programadas as variáveis do problema em questão de acordo com as equações deduzidas no
item 2.4 e em “Fundamentos Teóricos” (com a estequiometria em fase líquida), atrelando
assim as fórmulas dependentes uma das outras. Foram adotadas as mesmas condições pré-
definidas no enunciado de acordo com a Tabela 1.
Sabendo que o tempo de uma batelada é a soma do tempo de reação com o tempo de
parada do processo, calculou-se o valor de N B necessário para suprir a vazão desejada a
partir da vazão de B desejada, do tempo de parada e da quantidade de bateladas estipulados:
( tempo de batelada ) . F B (desejado)
N B (calculado)=
( quantidade de bateladas )
Assim, o valor encontrado de NB para cada tempo de batelada está relacionado a um
diferente tempo de reação.
Neste estudo, o volume do reator não varia linha a linha, sendo fixado juntamente
com as condições iniciais de operação. Criou-se uma coluna para o tempo de reação,
variando este valor para um ∆t = 0,01 (min) a cada linha da planilha. Aplicou-se então o
Método de Euller para as variáveis do número de mols de todos os componentes envolvidos
e para a temperatura:

dN i−1 dT i−1
N i=N i −1 + Δt . T i=T i −1 + Δt .
dt dt

Para a análise dos resultados, calculou-se o valor de NB referente a alguns tempos de reação
estipulados e com a ferramenta atingir meta encontrou-se o valor do volume do reator necessário
para este valor de NB. Com os resultados obtidos dos parâmetros desejados para análises criou-se a
Tabela 5.

A ferramenta atingir meta foi utilizada da seguinte maneira:


“Definir célula”: Célula do volume do reator (fixada com as condições iniciais); “Para
valor”: Valor do NB calculado; “Alterando célula”: Célula do NB na linha da planilha referente ao
tempo de reação utilizado para calcular este valor de NB.

3.4 Dimensionamento Reator de leito fixo (PBR) em fase gasosa – Item c

Para o desenvolvimento da planilha do Excel para o reator PBR foram programadas as


variáveis do problema em questão de acordo com as equações deduzidas no item 2.2 e em
“Fundamentos Teóricos” (com a estequiometria em fase gasosa), atrelando assim as fórmulas
dependentes uma das outras. Foram adotadas as mesmas condições pré-definidas no enunciado de
acordo com a tabela 2.

Neste caso, o processo é adiabático, portanto Qr=0, e devido ao catalisador há queda de


pressão.

Tabela 2 - Valores dos parâmetros utilizados para resolver o item c do enunciado


Variável Valor Unidade
C A0 5,0 mol/dm³
v0 50,0 dm³/min
T0 303 K
R 0,082 dm³. atm/ mol K
α 0,0025 1/ Kg
ρ 0,8 Kg/dm³
cp A=cpB =cp C =cp D 50,0 cal/mol K
∆ Hr 1 A 10.000 cal/mol A
∆ Hr 2 B -10.000 cal/mol B
∆ Hr 3 B -100.000 cal/mol B

Criou-se uma coluna para a massa de catalisador no reator, variando este valor para um ∆V
= 0,01 (Kg) a cada linha da planilha. Calculou-se o volume do reator a partir da massa de
catalisador e da sua densidade aparente. Aplicou-se então o Método de Euller para as variáveis de
vazão de todos os componentes envolvidos e para a temperatura e pressão:

dF i−1 dT i−1 dPi−1


F i=Fi−1 + ΔW . T i=T i −1 + ΔW . Pi=Pi−1 + ΔW .
dW dW dW

3.5 Dimensionamento com escoamento empistonado (PFR) em fase gasosa – Item c

Para o desenvolvimento da planilha do Excel para o reator PFR foram programadas as variáveis
do problema em questão de acordo com as equações deduzidas no item 2.1 e em “Fundamentos
Teóricos” (com a estequiometria em fase gasosa), atrelando assim as fórmulas dependentes uma das
outras. Foram adotadas as mesmas condições pré-definidas no enunciado de acordo com a Tabela 2.

Neste caso, o processo é adiabático, portanto Qr=0, e como não há catalisador a


pressão é constante.
Criou-se uma coluna para volume do reator, variando este valor para um ∆V = 0,01
(L) a cada linha da planilha. Aplicou-se então o Método de Euller para as variáveis de vazão
de todos os componentes envolvidos e para a temperatura:

dF i−1 dT i−1
F i=Fi−1 + ΔV . T i=T i −1 + ΔV .
dV dV

4. Resultados e Discussão
Todos os resultados e discussões são referentes ao enunciado estabelecido pelo grupo.

4.1 Item a – Comparação entre os reatores CSTR e PFR nas condições de regime
estacionário, não adiabático, não isotérmico e com a reação em fase líquida

De acordo com a planilha do Excel, referente ao item ‘a’, realizou-se uma comparação entre
dois tipos de reatores, CSTR e PFR, com a finalidade de determinar qual é o mais adequado para a
condição de processo pré-definida.
Para o reator CSTR foram calculados os parâmetros de volume, temperatura, seletividade e
conversão para atingir uma produção do produto B de 59,7 mols/min. Para tanto, admitiu-se valores
para o volume de acordo com a faixa estipulada pelo enunciado, partindo do volume máximo
disponível.
Realizou-se cinco tentativas para determinar os parâmetros do processo com o auxílio da
curva de calor removido e gerado. Os pontos de interseção de R(T) (calor retirado) e G(T) (calor
gerado) fornecem a temperatura na qual o reator opera em estado estacionário, classificado como
estado estacionário instável ou estável.
Quando instável, um acréscimo na temperatura ocasionará uma situação onde o calor gerado
é maior que o calor removido, e um decréscimo na temperatura ocasionará uma situação onde o
calor gerado é menor do que o calor removido, ou seja, qualquer variação na temperatura do reator
resultará também em uma variação na temperatura do estado estacionário. Já para o estado estável,
uma variação na temperatura resultará no retorno ao ponto do estado estacionário, devido ao calor
gerado suprir um decréscimo na temperatura e o calor removido suprir um acréscimo nesta.
Com este raciocínio, procurou-se o ponto do estado estacionário estável analisando a
mudança de sinal da coluna R(T) – G(T), para colher os resultados das cinco tentativas analisadas, a
fim de obter o melhor resultado. A seguir encontra-se o gráfico do resultado obtido:

Gráfico 1 – Curvas de calor removido e gerado para a 5ª tentativa (V = 10 L)

Tabela 3 – Resultados dos parâmetros no estado estacionário para reator CSTR


V (L) T (K) S B/C S B/D XA FB (mol/min)
1ª Tentativa 200 462 0,005 0,047 1,000 2,1
2ª Tentativa 100 461 0,010 0,095 0,999 4,3
3ª Tentativa 50 460 0,020 0,194 0,998 8,9
4ª Tentativa 20 456 0,057 0,522 0,994 24,3
5ª Tentativa 10 447 0,155 1,247 0,985 59,7

Para o reator PFR, como mencionado no memorial de cálculo, foram determinados os


parâmetros de volume, temperatura, seletividade e conversão para atingir uma produção do produto
B de 59,7 mols/min, com as mesmas condições utilizadas para o reator CSTR.

Tabela 4 – Resultados dos parâmetros para o reator PFR


V (L) T (K) S B/C S B/D XA FB (mol/min)
108,4 286 144,96 28,075 0,1245 59,7

Através dos resultados obtidos, pode-se observar que o volume do PFR (108,4 L) é
significantemente maior do que o volume do CSTR (10,0 L), para as mesmas condições de processo
e mesma vazão de B desejada. A princípio pensou-se na possibilidade de considerar o CSTR como
melhor opção de reator para esta situação, uma vez que quanto menor o volume menor o custo do
reator. No entanto, ao analisar a seletividade e a conversão de cada um deles nota-se que o reator
CSTR apresenta uma seletividade baixa e uma conversão alta, isso mostra que quase todo o
reagente foi convertido, porém convertido de forma maior em produtos indesejáveis (C e D). Já o
reator PFR apresenta uma alta seletividade e uma conversão baixa, o que mostra que com pouca
quantidade do reagente A, é obtido grande quantidade do produto B desejado. Ou seja, por mais que
um reator aproximadamente 10 vezes maior seja muito mais caro para ser instalado do que o outro,
o rendimento obtido pelo maior reator, devido ao seu ótimo desempenho, é mais significante ao
longo do tempo do que o custo bruto somente para a instalação do reator.
Assim o reator escolhido como o mais adequado para as condições estipuladas foi o reator
tubular com escoamento contínuo (PFR), com o volume de 108,4 litros.

2.5 Item b - Comparação entre os reatores PFR e BSTR nas condições de regime
estacionário / transiente, não adiabático, não isotérmico e com a reação em fase
líquida

Partindo do reator PFR dimensionado no item a, analisou-se a melhor opção para um reator
em batelada (BSTR). Para obter a vazão desejada de 59,7 mol B/min, foi necessário calcular a
quantidade de mols de B (NB) em relação ao tempo de batelada, ou seja, para cada tempo de
batelada haverá um valor de NB. Adotou-se também os cálculos para 1 batelada.
O tempo de parada em um processo de produção representa o tempo necessário para encher
e aquecer o reator. Desta maneira, considerar o tempo de parada é mais plausível para obter
resultados mais precisos, assim foi admitido 3,0 minutos de parada para análise dos resultados a
seguir:

Tabela 5 – Resultados dos parâmetros para o reator BSTR em 1 batelada e 3 minutos de tempo de parada
  tr (min) tp (min) tb (min) NB (mol) V (L) T (K) S B/C S B/D XA
1ª Tentativa 1,0 3,0 4,0 238,6 434,8 285 159,800 30,598 0,350
2ª Tentativa 1,5 3,0 4,5 268,5 369,5 286 114,629 21,295 0,500
3ª Tentativa 2,0 3,0 5,0 298,3 322,9 288 85,112 16,079 0,689
4ª Tentativa 2,5 3,0 5,5 328,1 277,1 293 61,509 12,497 0,892
5ª Tentativa 3,0 3,0 6,0 357,9 217,4 304 38,438 9,501 0,998
Legenda: tr: tempo de reação; tp: tempo de parada; tb: tempo de batelada

Ao analisar os resultados, notou-se que ao aumentar o tempo de reação ocasionou a


diminuição do volume e da seletividade (tanto para B/ C e de B/D), e o aumento na conversão do
reagente A. Isso mostra que quanto maior o tempo de reação, mais baixo é o desempenho do
processo, uma vez que é obtido uma maior quantia de produtos indesejados. Com o mesmo
raciocínio para os reatores do item a, é mais conveniente adotar um volume maior com uma boa
seletividade, visando que o rendimento do processo com o tempo será mais eficaz.
Desta forma, foi dimensionado
0.2
Efeito da queda de pressão o reator BSTR nas condições de: tempo
0.18
Conversão do reagente A

0.16 de reação: 1,0 minuto; volume: 434,8


0.14 PF
0.12 R litros.
0.1
0.08
PB Estudando a melhor opção entre
R
0.06
0.04 o reator PFR dimensionado no item a e
0.02
0 o BSTR dimensionado acima, conclui-
0.000 2000.000 4000.000 6000.000 8000.000 se que o reator tubular com escoamento
Volume do reator (L)
contínuo (PFR) foi o que apresentou o
melhor desempenho, uma vez que este apresentou menor conversão do reagente A para uma
seletividade semelhante à obtida para o BSTR, porém com um volume aproximadamente 4 vezes
menor. Ou seja, o PFR possui menor custo de instalação do reator, devido ao menor volume, e
menor conversão do reagente para obter aproximadamente a mesma quantidade do produto B
desejado quando comparado ao reator BSTR.

Tabela 6 – Resultados finais dos parâmetros para os reatores PFR e BSTR


  Volume (L) Conversão S B/C S B/D
PFR 108,4 0,125 144,96 28,08
BSTR 434,8 0,350 159,80 30,60

2.6 Item c – Comparação entre os reatores PFR e PBR nas condições de regime
estacionário, adiabático, não isotérmico e em fase gasosa

Estudando a resolução do problema para o reator PBR, com a finalidade de analisar a


influência do catalisador no processo obteve-se os resultados exibidos na Tabela 5, para o
parâmetro de queda de pressão (α) de 0,0025 1/Kg, uma vazão de 35,0 mols B/min e demais
condições estipuladas pelo enunciado. Simultaneamente analisou-se o resultado obtido em um
reator PFR com os mesmo parâmetros:

Tabela 7 – Resultados obtidos para o PFR e para as tentativas do PBR


FB = 35 mol/min α (1/Kg) W (Kg) V (L) T (K) P (atm) S B/C S B/D XA
Reator PBR 0,0025 56,25 70,31 285 116 120,340 24,231 0,147
Reator PFR - - 54,30 285 cte 120,340 24,231 0,147
Gráfico 2 – Efeito da queda de pressão nos reatores PFR (sem catalisador) e PBR (com catalisador)

Analisando os resultados obtidos, pode-se perceber que a seletividade e a conversão do


reagente A obtidos em ambos os reatores foi a mesma, porém com o volume do reator PFR menor
do que o do PBR.
Para conseguir concluir qual reator é o mais adequado para essa situação, foi analisada a
influência do volume em ambos os reatores. Fixou-se então o volume obtido para o reator PFR
(70,31 L). Verificou-se que neste volume, o reator PFR apresenta maior vazão do produto B, porém
com uma maior conversão de A e menor seletividade, tanto de B em relação a C como em relação a
D, quando comparado ao reator PBR, caracterizando que há mais consumo do reagente A e
simultaneamente este convertido em produtos indesejáveis.

Tabela 8 – Resultados obtidos para o reator PBR e PFR para um volume fixo
V = 70,31 L Vazão de B Conversão de A S B/C S B/D
Reator PBR 35,0 0,147 120,34 24,23
Reator PFR 40,7 0,173 99,85 19,44

Analisando a Tabela 8, é nítido perceber que, para o mesmo volume, a vazão de B obtida no
reator PBR é menor do que a obtida no reator PFR. Este fato comprova a análise feita na Tabela 7,
que diz que para uma mesma vazão o volume do reator PBR é maior.
De acordo com a teoria o valor do parâmetro de queda de pressão (α) varia normalmente de
0,001 até 0,01. Quanto menor este valor maior é a porosidade do catalisador, ou seja, maior é o
volume de vazios entre as partículas do catalisador, ocasionando uma situação mais próxima do
reator PFR (sem catalisador). Com isso, quanto menor o valor de α mais os resultados obtidos no
dimensionamento de um PBR se aproximam dos resultados de um PFR.
A fim de chegar a uma conclusão com relação ao reator mais apropriado, utilizou-se as
seletividades e as conversões obtidas na Tabela 8. Assim é possível ver que o reator PBR possui
menor conversão do reagente A, e maior seletividade, aumentando o rendimento do processo para
um mesmo volume de análise.
Por fim, com o parâmetro de queda de pressão de 0,0025 1/ Kg, conclui-se que mesmo
reator PBR apresentando maior custo de instalação, devido ao volume, este é mais adequado uma
vez que o custo do processo ao longo do tempo será menor do que comparado com o PFR.

5. Conclusão
Com base na análise para os modelos de projeto aplicados nos reatores químicos, foi
possível avaliar o desempenho de cada tipo de reator ao longo do mesmo, a partir da
seletividade, conversão, volume do reator e produção.
Verificou-se para a primeira condição de operação que o reator mais adequado foi o PFR
quando comparado ao CSTR, uma vez que o reator PFR mesmo com um volume maior,
apresentando um elevado custo de instalação, o rendimento obtido ao longo do tempo é mais
significante, devido ao ótimo desempenho de produção.
Nas mesmas condições de operação, comparando os reatores BSTR e PFR obteve-se como
conclusão final que o reator PFR foi mais uma vez o mais adequado, sendo mais conveniente
adotar um volume maior com uma boa seletividade, visando que o rendimento do processo ao
longo do tempo será mais eficaz.
A partir da comparação dos reatores PFR e PBR, sob novas condições de processo,
verificou-se que o reator PBR foi o mais adequado mesmo com um volume maior e com um
custo de processo maior, pois ao longo do tempo será compensado devido a sua maior produção
quando comparado ao PFR.

6. Referências bibliográficas

FOGLER, H.S. Elementos de Engenharia das Reações Químicas. 4ª Ed. Trad. V. Calado & E.C.
Biscaia Jr. LTC. Rio de Janeiro, 2005.
Anexo - Enunciado
Temos abaixo uma reação irreversível e elementar, seus dados e parâmetros:

Ak 1 A Bk 2BC
→ →

Bk 3B D

7000 (3001 − 1T ) −1
k 1 A =0,3 e min
7000 (3001 − T1 ) −1
k 2 B=0,03 e min
4000 ( 3001 − T1 ) 3
k 3 B=0,1 e dm /mol min

∆ H Rx1 A =+10.000 cal/mol de A

∆ H Rx2 B =−10.000 cal/mol de B

∆ H Rx3 B =−100.000 cal/mol de B

Sabe-se que o fluxo de calor para cada reator é controlado ajustando-se à área funcional f (0 ≤
f ≤ 1,0), e que o calor removido é dado por Qr = 100f (Ta-T) (cal/min), onde a temperatura
ambiente pode ser variada entre 0°C e 100°C.
A concentração de A puro é de 5M. O reagente A pode ser diluído com um solvente. A
alimentação pode ser resfriada até 0°C ou aquecida até 100°C.
Admitir: f = 1 e CPA = CPB = CPC = CPD = 50 cal/mol.K.

a) Determinar o melhor reator entre CSTR e PFR para se produzir 59,7 mols de B por minuto
nas condições de regime estacionário, não isotérmico, não adiabático e em fase líquida. A
vazão do fluido refrigerante é tão alta que faz com a temperatura deste fluido seja constante
em 298 K. O componente A é alimentado puro em uma vazão de 100 dm³/min. Sabe-se
também que o volume disponível para os reatores estudados é de 10 até 200 litros. A
temperatura inicial é de 298 K.
b) Determinar a melhor opção entre o reator escolhido no item a com o reator BSTR, nas
mesmas condições, para se produzir a mesma quantidade de B analisada.
c) Determinar o melhor reator entre PFR (sem catalisador) e PBR (com catalisador) para
produzir 35,0 mols de B por minuto nas condições de regime estacionário, adiabático, não
isotérmico e em fase gasosa. Analisar a influência do volume desses reatores com a
produção do produto B desejado. O componente A é alimentado puro em uma vazão de 50
dm³/min a uma temperatura inicial de 303 K. A densidade aparente do catalisador é de 0,8
Kg/dm³ e o valor do parâmetro de queda de pressão α igual a 0,0025 1/Kg.

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