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GEOGRAFIA DE
RONDÔNIA
História e Geografia de Rondônia
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
História e Geografia de Rondônia
Daniel Vasconcellos
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Conteúdo do Edital:......................................................................................................................... 5
Metodologia:..................................................................................................................................... 5
Suporte............................................................................................................................................... 6
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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
História e Geografia de Rondônia
Daniel Vasconcellos
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (Edital TCE/RO) divulgou, no Diário da Justiça
do Estado de Rondônia, o edital de abertura do concurso para provimento de 43 vagas para
vários cargos de nível médio e superior.
Trata-se de uma excelente oportunidade para que você consiga a tão sonhada aprovação,
a estabilidade empregatícia e toda a gama de vantagens que poderá valer-se na condição de
servidor público. Não é mesmo uma boa notícia?
Nesse sentido, ao elaborar esse material, o objeto primordial é que você alcance plenas con-
dições de GABARITAR AS QUESTÕES DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO ESTADO DE RONDÔNIA.
A organização do certame é de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma
das mais tradicionais do país, o que favorece o melhor entendimento de como os conteúdos
deverão ser abordados.
Assim, nosso curso será inteiramente focado na FGV. Abordaremos a forma como os con-
teúdos serão cobrados e alguns “macetes” para que você, querido(a) aluno(a), consiga resolver
com tranquilidade e confiança as questões sobe História e Geografia do Estado de Rondônia.
Devemos ressaltar que a FGV é uma banca habitual na elaboração das provas de con-
cursos para todo o país, tanto para órgãos públicos, quanto para a iniciativa privada e outras
organizações, deixando um vasto banco de dados para estudo. Nesse sentido, poderemos
analisar, em detalhes, as questões da História de Rondônia produzidas pela FGV. Além disso
utilizaremos questões de outras bancas que se assemelham ao “modelo” cobrado na prova,
sempre com uma abordagem coerente com o conteúdo listado no edital.
Por falar em conteúdo, o edital valoriza, e muito, a tão rica e significativa História de Ron-
dônia. Não é para menos. Registros de povoamento na região remontam pelo menos 12.000
anos. Rondônia foi motivo de disputas entre espanhóis, portugueses e, mais tarde, entre Brasil
e Bolívia. Tão importante a ponto de influenciar os destinos do país, os destinos de países eu-
ropeus. Realmente, não é para menos! Daí a necessidade de esmiuçarmos temas tão regionais
e ao mesmo tempo tão expressivos para a história do Brasil.
Além disso, você, meu(minha) querido(a) aluno(a), precisa ter como requisito o conheci-
mento da História da sociedade a qual deverá servir, zelar. Você será membro do Tribunal de
Justiça do Estado de Rondônia, Estado da Federação que possui uma população com carac-
terísticas culturais muito específicas. Como poderá intervir em uma sociedade que você não
conhece? Não é apenas uma disciplina cobrada para “encher linguiça”, para testar sua alfabe-
tização. É uma necessidade lógica muito bem trabalhada na seleção pela FGV.
Assim, é muito importante que você tenha um grande estofo de conhecimento sobre a
História de Rondônia, conhecimento esse que possibilitará que você tenha um alto índice de
acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova e encaminhe com solidez a
sua aprovação em um cargo público.
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Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecendo uma boa
interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das eventuais e possíveis dúvidas
que por ventura surgirem.
Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação.
Meu nome é Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Pouco
antes de me formar em História, coisa de um ano antes, 2003, comecei a trabalhar como pro-
fessor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que faço, amo a docência. Foi muito
rápido, quando percebi já atuava em cursinhos preparatórios para concursos públicos, vesti-
bulares e no ensino médio da rede particular no interior de Minas. Passei a ministrar também
aulas de Filosofia, Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho.
Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e recebia um salário ra-
zoável, pelo menos pra quem desejava uma vida pacata no interior. Com isso não criei o inte-
resse por concurso público. Era feliz: trabalhava com o que gostava, mas… os ventos muda-
ram. Em 2013, após perder minha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde
ainda resido.
Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Trabalho, Câmara
dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei muito mal quando não vi
meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sentia preparado, mas não era a minha área.
A concorrência era enorme para um salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito
pouco tempo. Para um concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo é plane-
jamento e disciplina.
Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo. Em dezembro fiz as
provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o resultado e em julho já estava fa-
zendo o que gosto de novo! Mas o melhor de tudo: fazendo o que gosto, ganhando bem e com
estabilidade!!! A estabilidade é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aquela
pressão de todos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo
se teríamos emprego no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma guinada radical
e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públicos antes.
Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode perder tempo!
Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem desespero. Esse material foi feito com
muito carinho para que seu tempo seja otimizado, para que você não perca tempo com o que
não tem possibilidade aparecer na prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo
mais, num curto espaço de tempo.
Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a) que o sacrifício vale muito! Não vá se sentir cul-
pado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e a seus amigos. Aquele encontro
fica pra depois, e vai ser muito mais prazeroso porque carregado da alegria pela conquista do
seu esforço!
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Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso para alcan-
çar seu objetivo.
Muito bem, feitas as apresentações, vamos aos detalhes do concurso e do curso:
Detalhes do Edital:
• Concurso TJ/RO
• Concurso Público: Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia
• Vagas: 43
• Banca organizadora: FGV
• Inscrições: de 06 a 29 de setembro de 2021
• Data da prova: 31 de outubro de 2021
• Escolaridade: níveis médio e superior
• Carreira contemplada: Tribunais, Administração, Saúde e Tecnologia da Informação
• Remuneração inicial: de R$ 5.397,24 a R$ 8.223,41
• Link do edital: https://blog-static.infra.grancursosonline.com.br/wp-content/uplo-
ads/2021/09/02090751/edital-tj-ro-2021.pdf
Conteúdo do Edital:
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA:
• O ambiente amazônico, estruturas físicas e ambientais.
• Ocupação, colonização e povoamento da área que hoje constitui o Estado de Rondônia:
missões Jesuíticas, descoberta de ouro no Estado de Rondônia, entradas e bandeiras
nos vales do Guaporé e Madeira (mineração, drogas do sertão, o escravismo, o contra-
bando e as rotas fluviais).
• Economia e sociedade nos séculos XIX e XX: da economia da borracha, poia e castanha
aos planos de desenvolvimento regional, da nacionalização da ferrovia à transição para
o Estado de Rondônia.
• Produção econômica regional e questões socioambientais na atualidade.
• Populações tradicionais.
Metodologia:
A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material além deste para
se preparar para as questões de História e Geografia de Rondônia. Cada detalhe do curso foi
meticulosamente preparado para sanar todas as dúvidas que puderem surgir.
Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito de que consiga
enxergar, compreender o conteúdo cobrado. Variados exemplos, esquemas e mapas mentais
serão utilizados para que consiga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de tempo, con-
seguirá ler uma alternativa e perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá identificar a
única alternativa lógica a ser assinalada.
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Ao final da aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos em um RESU-
MO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as aulas incontáveis vezes.
Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que fora estudado como uma cadeia
códigos que se conecta com sua memória, fazendo se lembrar, inclusive, de como o assunto
poderá ser cobrado.
Além disso, as questões sobre História e Geografia de Rondônia elaboradas pela FGV serão
comentadas para que você entenda o “jeito” da banca. Uma lista de exercícios com questões
sobre o tema também o(a) ajudará na fixação do conteúdo.
Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto só terá sentido
na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova. Não vamos perder
tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você escreva um artigo científico
sobre “a influência do ciclo da borracha na Primeira Guerra Mundial”.
Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem preparado para realizar uma
excelente prova.
Suporte
A dúvida é o princípio do conhecimento. Questionar, indagar… é assim que a humanidade
chegou no atual estágio de desenvolvimento. Por isso, questione. Não tenha receio em perguntar.
Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de aprendizagem
pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à disposição para sanar
quaisquer dúvidas que tiver.
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A vegetação típica do estado, assim como dos demais da região norte é a Floresta Ama-
zônica, caracterizada pelo clima úmido, possui fisionomias distintas quando da presença de
água em suas margens e até mesmo em áreas permanentemente alagadas.
É uma floresta fechada, cujo solo não muito rico possui apenas uma fina camada de nu-
trientes. Com variedade de espécies, as árvores possuem vasta altitude, troncos longos, copas
fartas e grande quantidade de folhas, o que faz com que pouca luz solar penetre no solo. No
topo, existe uma camada densa chamada dossel, formada por ramagens extensas e folhas
grossas de grandes árvores que bloqueiam em parte a passagem do sol para as camadas in-
feriores. No dossel vivem muitos insetos e outros animais. Ele fica entre 30 e 50 metros acima
do solo. Apenas algumas poucas árvores, chamadas emergentes, ultrapassam essa altura.
Mata de terra firme, mata de várzea e igapó são formações vegetais típicas desse bioma. Em
razão do processo de uso e ocupação do território brasileiro e das ações dirigidas à preservação
dos recursos naturais realizadas nas últimas décadas, este bioma constitui-se também naquele
que guarda as maiores extensões de floresta nativa no Brasil, ainda que seu desmatamento não
tenha aumentado nos últimos anos. Algumas espécies de vegetação típica presente na Amazô-
nia, que expressam as características destacadas acima, são: Seringueira, Pupunha, Piquiá, Inajá,
Cedro, Paineira, Bálsamo e o Jatobá, além de bromélias e orquídeas, entre outras.
Quando observamos a vegetação amazônica, é impossível não atentar para os desmatamen-
tos e queimadas que ocorrem na região, por ação tanto das madeireiras, garimpeiros, grileiros
e agricultores da região. Ao preservar ainda muito de sua vegetação originária (diferente do que
ocorre com a Mata Atlântica, por exemplo, que já foi desmatada na maior parte de sua extensão),
as árvores grandes e altas características da floresta rapidamente se tornam alvo das madeirei-
ras que veem no cedro, por exemplo, um grande produto para comercialização. Atualmente, já
foram catalogadas mais de 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de planta.
Acerca da fauna, acredita-se que seja composta por:
• 427 espécies de mamíferos;
• 1.300 espécies de aves;
• 300 espécies de peixes;
• 378 espécies de répteis;
• 400 espécies de anfíbios
Contudo, embora o estado de Rondônia seja quase todo recoberto por floresta equatorial,
há manchas de Cerrado em território rondoniano. Esta vegetação é caracterizada por uma
estação chuvosa e outra seca, quando suas árvores perdem suas folhas como forma de adap-
tação. Os maiores riscos ambientais ao bioma amazônico são a expansão da fronteira agrícola
e o desmatamento.
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001. (FGV/VESTIBULAR/2018) O texto a seguir foi extraído do filme A Amazônia, que faz par-
te da campanha A natureza está falando.
Eu sou a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Eu mando chuva quando vocês preci-
sam. Eu mantenho seu clima estável. Em minhas florestas, existem plantas que curam suas
doenças. Muitas delas vocês ainda nem descobriram. Mas vocês estão tirando tudo de mim.
A cada segundo, vocês cortam uma das minhas árvores, enchem de sujeira os meus rios, colo-
cam fogo, e eu não posso mais proteger as pessoas que vivem aqui. Quanto mais vocês tiram,
menos eu tenho para oferecer. Menos água, menos curas, menos oxigênio. Se eu morrer, vocês
também morrem, mas eu crescerei de novo…
Em 2016, ao registrar os índices de desmatamento da Amazônia, as imagens de satélite esti-
mularam a discussão sobre as consequências do desmatamento e tornaram mais evidentes
os problemas dele decorrentes.
Sobre essa questão, analise as afirmações a seguir.
I – O desmatamento elimina uma fonte de umidade importante para a atmosfera, alterando o
regime pluviométrico regional, que depende da evapotranspiração.
II – As queimadas devolvem para a atmosfera o gás estufa (CO2) que foi capturado pela flores-
ta por meio da fotossíntese.
III – A floresta latifoliada perene participa efetivamente do equilíbrio ambiental, pois a cobertu-
ra florestal auxilia na manutenção da temperatura e da umidade do clima regional.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, somente.
c) II, somente.
d) I e II, somente.
e) II e III, somente.
Todas as afirmativas estão corretas. A Amazônia é uma floresta de plantas com folhas largas
(latifoliada). A largura das folhas permite uma intensa transpiração, contribuindo para o regime
de chuvas. Além disto, é uma floresta perene (preserva o verde das folhas independentemente
da mudança de estação).
Letra a.
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Querido(a), é no contexto das Grandes Navegações que a região do Amapá será coloniza-
da. No século XV, portugueses e espanhóis partiram para o desbravamento de novos mares,
em busca de novas rotas comerciais e de novas terras.
Portugal e Espanha eram as duas grandes potências marítimas. As recentes descobertas
exigiam um acordo pela divisão das terras que poderiam ser descobertas. Assim, o Papa agiu
como mediador em um acordo, determinando a Bula Intercoetera em 1493. Insatisfeito com a
proposta, Portugal exigiu uma nova negociação que culminou no Tratado de Tordesilhas.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre
o reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as terras do globo, “descobertas
e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa.
Tratado de Tordesilhas
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Note que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, a maior parte da Amazônia pertenceria
à Espanha.
Celebrado do Tratado, as descobertas continuaram. Em 1498 a expedição de Vasco da
Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Foi o navegador espanhol Vicente Pinzón que, em janeiro de 1500, primeiro aportou no
litoral do nordeste brasileiro. Depois, navegou pelo litoral norte e navegou pela foz do Rio Ama-
zonas, o qual chamou de Mar Dulce. Foi o primeiro europeu a navegar pelo litoral do Amapá, o
rio Oiapoque e seguir rumo às Guianas e ao Caribe. Portanto, querido(a) aluno(a), os espanhóis
foram os primeiros a chegar ao Brasil. Entretanto, pelo tratado de Tordesilhas, a maioria do
litoral brasileiro, velejado pelos espanhóis, pertencia à Portugal. Entenda: mesmo sendo os que
chegaram primeiro, as terras não poderiam ser colonizadas.
Outro navegador espanhol de grande importância para nossos estudos foi Francisco
Orellana. Ao participar da expedição de Francisco Pizarro aos Andes, em 1540, acabou se de-
sencontrando do restante das embarcações e desceu o Rio Amazonas. Foi, portanto, o primei-
ro europeu a navegar por toda a extensão do Rio Amazonas. Retornando à Espanha, recebe
autorização do rei para colonizar e explorar a região mas, acaba morrendo na empreitada.
O contato dos exploradores europeus com os povos nativos foi caracterizado pela subjuga-
ção. Crentes na sua superioridade civilizacional, os colonizadores promoveram a aculturação
e usaram de violência para efetivar o domínio das novas terras e de suas riquezas, inclusive os
escravizando, como veremos mais adiante.
O insucesso da expedição de Francisco Orellana acabou tirando o entusiasmo dos espa-
nhóis com a região e abrindo espaço para que outras nações realizassem incursões no território.
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a) por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira entre os anos de
1500 e 1530?
b) por que a Coroa Portuguesa decidiu explorar a colônia brasileira a partir dos anos de 1530?
Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda não havíamos
passado pela Revolução Industrial (Séc. XVIII), não existiam corantes sintéticos. O pau-brasil
foi muito utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões para exploração eram dadas pela
Coroa e chamadas de estanco. Para cortar a madeira e levar aos navios, era necessária uma
grande quantidade de mão de obra. A modalidade de exploração da mão de obra indígena
recebeu o nome de escambo: troca de presentes, de artefatos e de animais que não existiam
aqui pelo trabalho dos índios. A escravidão indígena será sim utilizada no início da coloniza-
ção, mas logo será substituída pela mão de obra africana pois a Coroa Portuguesa seguirá ao
ordenamento da Igreja em não escravizar os nativos, considerados “almas puras do paraíso”.
Mas a Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasileira e decidiu povoá-la,
explorá-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir que outras nações tomassem seu
território. O problema é que a Coroa Portuguesa não tinha recursos financeiros para promover
essa empreitada. Eis então a solução proposta: terceirizar a tarefa da colonização, entregando
lotes de terras a fidalgos (nobres portugueses). Nasceram assim as Capitanias Hereditárias.
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As Capitanias Hereditárias foram faixas de terra que partiam do litoral para o interior até a
linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze Capitanias entregues para
usufruto do donatário. É importante destacar que o donatário não era dono da terra, ele pos-
suía o direito de explorá-la, direito esse estendido a seus descendentes.
Ocupando-se principalmente do litoral com seus engenhos de açúcar, os portugueses não
apresentaram interesse imediato pela Amazônia, até porque, não era de seu domínio pelo Tra-
tado de Tordesilhas. Contudo, isso não impediu que incursões fossem organizadas para explo-
rar os rios da Amazônia, o que nos leva à ocupação da Região do atual estado de Rondônia.
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Após a Guerra dos Emboabas (envolveu paulistas e estrangeiros pelo domínio da explora-
ção da região das minas), em 1709, os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro de Minas
Gerais, passaram a buscar novas zonas de mineração, descobrindo-as nos atuais Estados de
Mato Grosso e Goiás. Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá
à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em 1725, a bandeira de
Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás. A descoberta de ouro na região mar-
cou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São
Paulo e Cuiabá.
O arraial passou a se chamar Vila Real do Senhor Jesus do Cuiabá, em 1.727. Naquele
período, Miguel Sutil também descobriu a maior veia aurífera da época que foi batizada de
“Lavras do Sutil”.
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Enquanto foi capital, Vila Bela da Santíssima Trindade obteve um progresso muito grande
devido aos investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais para os novos moradores. No
entanto, as dificuldades de povoar a região (distância, doenças, falta de rotas comerciais) e o
estabelecimento de um importante centro comercial em Cuiabá acabaram forçando a transfe-
rência da capital em 1835. Os moradores abandonaram a região, deixando casas, estabeleci-
mentos comerciais e escravos para trás.
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do a região do Vale do Guaporé, ficando apenas os negros ou mestiços. Além disso as tensões
fronteiriças se deslocaram, o Vale do Guaporé não era mais o foco.
Devido à baixa produtividade da Capitania, foi extinta em 1778, o que agravou mais ainda
os problemas no Vale do Guaporé, inviabilizando também a rota comercial Amazonas - Madei-
ra - Guaporé.
No final do século XVIII, o vale do Guaporé foi sendo abandonado pelos mineradores que
procuravam regiões mais ricas, pela falta de investimento, visto ser improdutiva e também
pelos governadores Gerais que passavam a maior parte de seu tempo em Cuiabá. No vale
permaneciam apenas os negros libertos, entregues à própria sorte. E, com isso, estava sendo
decretada a sorte da região: o abandono.
A palavra monção era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que
ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do conti-
nente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a
saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções,
não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na
época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a via-
gem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, às margens do rio Tietê, levan-
do em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início, as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo torna-
ram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para
as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois
só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A agricultura nunca se desenvolveu plenamente no Vale do Guaporé, sempre ficou em
segundo plano, pois a mineração ditava as regras. Além disso, as roças eram atacadas por
muitas pragas. A pecuária era mais aceita, pois havia uma facilidade para que o gado, principal-
mente vindo de São Paulo, adentrasse a região. Mas, devido a precariedade de abastecimento,
prevalecia o contrabando com os espanhóis.
Foi com vistas nessa presença constante que, ainda antes da assinatura do Tratado de
Madri, D. Antônio Rolim de Moura recebeu a incumbência de povoar a região do Guaporé.
Em 1748 foi criada a capitania de Mato Grosso. A nova Capitania teve como governador
D. Antonio Rolim de Moura Tavares. Isso dava o controle definitivo sobre a produção de ouro
e diamantes das minas de Mato Grosso. A construção da Vila Bela da Santíssima Trindade,
a mando de Antonio Rolim, em 1752, primeiramente, ocorreu em uma área de nome Pouso
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Alegre. Após enchente, se mudou mais para cima, em 1753. Os edifícios públicos não tinham
a “grandiosidade barroca” das construções de Minas Gerais ou do Nordeste devido a cana de
açúcar. Além de assegurar a presença portuguesa, a capital seria um ponto de coleta de im-
postos sobre a mineração.
Localização de Vila Bela da Santíssima Trindade em Mato Grosso
A posição geográfica da Vila Bela da Santíssima Trindade era estratégica pois tinha fácil
acesso à bacia amazônica pelo rio Guaporé e se ligava ao Grão-Pará e ao Porto de Belém. Além
disso, se interligava a Cuiabá, Vila Maria (Cáceres) e a bacia Platina, além da interligação com
São Paulo (Rios Paraguai-Cuiabá-Taquari-Pardo-Paraná e Tietê).
Durante a administração de Antonio Rolim, fundaram um núcleo urbano, instalaram um
“aparato militar”, povoaram a região e buscaram protegê-la de possíveis ataques dos espa-
nhóis. Devido à forte tensão na fronteira oeste entre castelhanos e lusitanos, a nova Capitania
inibiria um possível avanço dos espanhóis em direção leste.
O abastecimento da região, inicialmente era feito através de caravanas paulistas. Com a
descoberta da possibilidade da rota fluvial, o abastecimento passou a ser feito a partir de Be-
lém, pelos rios Amazonas, Madeira, Mamoré, Guaporé. Mas isso só depois de 1754, quando foi
franqueada a navegação.
Os rios que serviam de rota para o contrabando passaram a servir de caminho de integra-
ção e rota de recolhimento de impostos. Entretanto, essa forma de abastecimento não bara-
teou o custo das mercadorias. Mesmo com a criação da Companhia de Comércio do Grão
Pará e Maranhão, o abastecimento continuou insuficiente, caro e mantendo o endividamento
dos mineradores, o que ampliou o ciclo da escravidão: passavam a ser escravos, além do ne-
gro e do índio, o colono branco que dependia desses meios e vias de transporte.
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O comércio estava atrelado à mineração. Através das rotas fluviais, vinham escravos, teci-
dos, utensílios domésticos, armas, munições, sal, açúcar, vinhos, queijos, carnes, papel, mate-
riais de construção, objetos de mineração ou para culto religioso.
A vida dos navegantes era penosa e perigosa, mesmo assim esse comércio era rentável,
sendo intensificado com a criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão, na
parte norte da colônia. Além de abastecer a região, canalizava toda a produção que era retirado
de MT que era escoada pela rota do Maranhão.
O rio Madeira era via natural de transporte entre a Vila Bela Santíssima Trindade, capital
do ouro, vale do alto rio Guaporé e Santa Maria de Belém-Grão-Pará, na foz do rio Amazonas,
o ponto mais próximo à Europa. A ligação entre esses dois núcleos urbanos era feita pela
Companhia de Navegação do Maranhão e Grão Pará, detentora do monopólio da navegação
na rota fluvial Amazonas – Madeira – Mamoré - Guaporé. Esta rota foi oficializada pela Carta
Régia de 14 de novembro de 1752, competindo-lhe com exclusividade o abastecimento com
os produtos importados e o escoamento da produção de ouro das minas de Vila Bela de Mato
Grosso, no Vale do rio Guaporé.
Em 1779 vindos de Belém-do-Grão-Pará, Luiz Fagundes Machado e José Gonçalves Fonse-
ca, subiram o rio Madeira rumo a Vila Bela/MT.
Entre 1781 e 1782, esteve percorrendo o rio Madeira até alcançar Vila Bela/MT, a comissão
de demarcação de limites entre as colônias portuguesas e espanholas, da qual participavam
o Capitão Ricardo Lacerda Franco de Almeida Serra e o engenheiro João Lacerda e Almeida.
Chefiando a expedição filosófica, Alexandre Rodrigues Ferreira de Gusmão, em 1788 este-
ve no rio Madeira a caminho de Vila Bela/MT.
Ao termino do século XVIII o curso do Rio Madeira e o seu vale já eram bastante conheci-
dos. Primeiro por ser integrante da rota fluvial de abastecimento dos arraias auríferos do alto
Guaporé e Vila Bela/MT e de exportação do ouro desses para Portugal via Belém-do-Grão-Para
e, segundo, por ser área rica em especiarias vegetais (as drogas do sertão) de alto valor comer-
cial, principalmente o cacau nativo.
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O comércio através das rotas fluviais que promoveu a colonização do Vale do Guaporé e a
fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade. Devido a decadência do ouro em Cuiabá, aven-
tureiros sertanistas e apresadores de índios se aventuraram para a região do Guaporé, como
os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros que descobriram ouro em 1734
Letra b.
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bá, onde os capitães generais já passavam a maior parte do tempo, permanecendo Vila Bela
abandonada, como herança aos negros que ali ficaram abandonados.
Localizado na margem direita do rio Guaporé, atual município de Costa Marques, Rondônia, a
fortaleza do Príncipe da Beira foi fundada em 1775. Em posição dominante na fronteira com
a Bolívia, esta fortaleza é considerada a maior edificação militar portuguesa construída fora
da Europa, no Brasil Colonial, fruto da política pombalina de limites com a coroa espanhola na
América do Sul, definida pelos tratados firmados entre as duas coroas entre 1750 e 1777. O
Forte Príncipe da Beira é muito parecido com a Fortaleza de São José de Macapá, sua contem-
porânea, é Distrito do município de Costa Marques e acolhe uma comunidade remanescente
de quilombolas certificada pela Fundação Palmares em 19/08/2005.
Certo.
Jesuítas e Bandeirantes
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prosseguindo por esse até a sua foz no Oceano Atlântico no litoral do atual estado do Pará, na
época possessão espanhola, em conformidade com o Tratado de Tordesilhas.
Os holandeses com colônias do norte da Amazônia tinham conhecimento do rio Madeira,
desde 1615, mantendo transações comerciais com os indígenas do baixo curso desse rio, tro-
cando ferramentas e outros produtos por especiarias nativas.
Pedro Teixeira, em 1637, chefiando uma expedição portuguesa com destino a Quito, Vi-
ce-Reino do Peru, partiu da Vila de Cametá no Grão-Pará, subiu o rio Amazonas. Ao passar
pela foz do rio Madeira, foi informado pelos indígenas habitantes da ilha de Tupinambara que
aquele era o rio Cayaria, em cujas margens habitavam várias nações indígenas. Disseram ain-
da que provinha de elevadas montanhas nas quais vivia um povo rico e muito poderoso. Em
vista a grande quantidade de troncos de madeiras flutuando em suas águas, Pedro Teixeira o
registrou em seu diário de viagem com o nome de rio Madeira.
Antônio Raposo Tavares, em 1650, com sua bandeira composta por mamelucos paulistas
e indígenas, percorreu desde o local de sua formação até a sua foz na margem direita do rio
Amazonas, por esse prosseguindo descendo o seu curso até alcançar, em 1651, o Forte de
Gurupá, nas proximidades da foz desse rio no Oceano Atlântico litoral do Grão-Pará.
Esta bandeira constituída por duzentos paulistas e mil duzentos e sessenta índios saiu de
São Paulo em 1647, margeando os rios Tietê, Paraná e Paraguai, tomando o rumo do Oeste
atingindo as possessões espanholas nos Andes, retrocedendo na direção do Leste encontran-
do as nascentes do rio Grande La Plata ou Mamoré. Tomou seu curso navegando-o em balsas
rústicas, vencendo suas corredeiras, saltos e cachoeiras chegando a sua foz, desta prosse-
guindo pelo rio Cayari (Madeira) até sua desembocadura no rio Amazonas.
Consolidada a ocupação portuguesa na foz do rio Amazonas com a expulsão dos france-
ses, ingleses e holandeses e a dominação dos tupinambás e outros indígenas seus aliados, os
lusos iniciaram a colonização do Vale Amazônico. Subindo o rio Amazonas e os seus afluentes,
em bandeiras fluviais, assentaram fortificações militares, núcleos agropecuários e missões re-
ligiosas. O rio Madeira era pela primeira vez percorrido por luso-brasileiros, o que forneceu à
coroa portuguesa o conhecimento de sua extensão, dos habitantes de suas margens e de seu
provável potencial econômico.
Em 1640 os padres jesuítas iniciaram contatos com as nações indígenas do vale baixo do
rio Madeira. Em 1669, os padres Manoel Pires e Grazoni fundaram a missão de Tupinambara
na ilha com essa mesma denominação, situada próxima a foz do rio Madeira, com a finalidade
de centralizar a catequese dos indígenas, apoiar a conquista do vale do rio Madeira e impedir
que os índios continuassem a comercializar com os holandeses assentados no rio Negro.
Em 1687, os padres Jesuítas apoiados na missão Tupinambarana instalaram várias mis-
sões no rio Madeira em aldeias indígenas dos com as quais conseguiram fazer alianças. A
partir de sua foz rumo as nascentes, encontravam-se instaladas missões em Abacaxis, Para-
naparixaria, Canumã, Onicoré e Tarerise.
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suas próprias aldeias. Isto é, Pombal colocou, no lugar dos missionários, colonos portugueses
(diretores) para conduzir a mão de obra indígena nessas novas vilas e aldeias.
Querido(a) aluno(a), outro tema importante para a ocupação da região do atual estado de
Rondônia a abertura do rio Amazonas à navegação internacional. Decretada pelo Governo bra-
sileiro em 7 de dezembro de 1866, foi a culminação de um processo de negociação extrema-
mente delicado entre o Governo brasileiro e diversos países interessados na livre navegação
do gigantesco rio.
Os primeiros projetos de introdução da navegação a vapor na região amazônica surgiram já
nos primórdios do Império brasileiro, trazendo na sua esteira questões que acabariam por balizar
as discussões acerca do tema ao longo de cinquenta anos. Neste sentido, já em 1826, surgiu um
projeto, vindo de Nova York, de criação de uma companhia de navegação a vapor com o objetivo
de realizar essa atividade nos rios da bacia amazônica. A Amazon Steam Navigation Company,
de propriedade da firma Le Roy, Bayard & Co., entregou, naquele ano, ao ministro brasileiro em
Washington, Silvestre Rebello, um documento que anunciava o despacho, para o Grão-Pará, de
um navio da companhia comandado por um filho de juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos
acompanhado de dois auxiliares, um dos quais fluente em língua espanhola.
O objetivo dessa embarcação seria descarregar suas mercadorias no porto de Belém e
seguir viagem rio acima, até os portos das demais nações confinantes. Enviado o navio, me-
diante contrato com o ministro Rebello, que prometia proteção para a empreitada, pretendeu
seguir viagem a partir do porto de Belém carregado, o que ia contra a política de clausura do
rio Amazonas utilizada pelo governo imperial, a exemplo do que já ocorria mesmo antes da
Independência em 7 de setembro de 1822.
Como acabou sendo impedido de seguir viagem, a companhia processou o governo bra-
sileiro, requerendo uma indenização pelos prejuízos sofridos com a empreitada, uma vez
que o ministro Rebello teria concordado com o projeto quando comunicado de suas inten-
ções em Washington. A indenização acabou sendo concedida, mas apenas em 1845, muitos
anos após a Amazon Steam Navigation Company ter decretado falência: na realidade, já em
seu retorno aos Estados Unidos, o navio enviado a Belém encontraria a companhia em situ-
ação financeira desesperadora.
No recém-criado Parlamento brasileiro, o acontecimento foi motivo de debates, como se
tornaria comum ao longo de todo o período imperial. O contrato assinado pelo ministro bra-
sileiro em Washington acabou sendo rejeitado, fazendo prevalecer uma ideia que permanece-
ria por muito tempo no tocante à questão da navegação na bacia amazônica. Segundo essa
concepção, a navegação a vapor era defendida unanimemente como algo positivo para a re-
gião norte do País, desde que praticada sem interferência de capitais estrangeiros, entendidos
como prejudiciais a interesses estratégicos brasileiros. Estes diziam respeito à manutenção da
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soberania brasileira sobre a Amazônia, território de grande potencial econômico, que, por isso
mesmo, despertava a cobiça das principais potências da época.
A questão esteve longe de se encerrar em 1826. Dois anos depois, nova tentativa de intro-
dução da navegação a vapor nos rios Amazonas, Tocantins, Solimões e Arinos foi realizada,
com a fundação da Sociedade Promotora da Agricultura, Colonização, Construção de Embar-
cações, Comissões, Indústria Paraense na cidade de Belém. Dispondo de capitais mistos bra-
sileiros e estrangeiros, a sociedade chegou a conseguir, em 1º de fevereiro de 1834, mediante
tratativas com o governo imperial, um privilégio exclusivo de dez anos para a navegação dos
rios localizados não apenas na província do Grão-Pará, mas também do Maranhão.
Entretanto, na lógica do sistema representativo vigente no período imperial brasileiro, um
privilégio desse tipo precisava ser aprovado pelo Parlamento antes de entrar em prática, razão
pela qual entrou em discussão, na Câmara dos Deputados, na sessão de 6 de maio de 1834.
Nessas discussões, as ideias novamente gravitaram entre os dois polos já apresentados.
Assim, para o grupo de deputados liderado por Antônio Pedro da Costa Ferreira, representante
do Maranhão, e por Evaristo Ferreira da Veiga, eleito por Minas Gerais, o projeto de navegação
apresentado pela companhia seria de inegável utilidade não apenas para a região amazônica,
mas para todo o País, por levar o progresso a toda uma grande área que até então o desconhecia.
Por outro lado, os deputados liderados por Antônio Correa Seara, representante da provín-
cia do Grão-Pará, e por Antônio Peregrino Maciel Monteiro, deputado por Pernambuco, coloca-
vam-se contra essa ideia, apontando para o fato de que a companhia em questão era formada
predominantemente por capitais estrangeiros, o que criava um risco de invasão que deveria
ser evitado a todo custo. Em razão desse risco, Seara afirmou que “os paraenses” eram con-
trários às pretensões de Joaquim José Siqueira, representante da Sociedade, por esse ser, na
realidade, um mero “testa de ferro” dos interesses ingleses na região amazônica, no que foi
coadjuvado pelo requerimento de um cidadão
As pressões pela abertura do rio Amazonas à exploração de empresas estrangeiras con-
tinuaram nos anos seguintes ao episódio que envolveu a empresa South American New York
Steam Boat Association e o governo brasileiro em 1826. Ao difícil esforço nacional para se
constituir empresas de navegação a vapor com capitais nacionais na Amazônia correspon-
diam pedidos de autorização para a operação de navios estrangeiros, fossem militares, fos-
sem comerciais, no grande rio. Pedidos constantemente negados pelo governo imperial.
A alegação fundamental da parte contrariada, principalmente vinda dos Estados Unidos,
consistia em acusar a posição brasileira como representativa da política de isolamento, se-
melhante à chinesa. Argumentavam ser a posição brasileira contrária aos interesses da hu-
manidade, na medida em que a abertura ao capital estrangeiro viria trazer a civilização sem
nenhum perigo para a soberania nacional.
A força das pressões incluía também os governos dos países vizinhos interessados na
questão, como a Bolívia e o Peru, pois eram favoráveis à abertura do rio Amazonas à nave-
gação internacional. O governo imperial, temendo o agravamento das pressões e até mesmo
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uma investida externa contra a Amazônia, concedeu a uma empresa privada nacional, perten-
cente ao barão de Mauá, o privilégio de navegação em duas linhas no rio Amazonas. Em 1852
foi criada a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas pelo empresário brasileiro
Irineu Evangelista de Souza (Mauá). O Decreto Imperial n. 1.037, de 30 de agosto de 1852
concedeu a essa empresa, que iniciou a funcionar ano seguinte, o privilégio exclusivo por trinta
anos para operar a navegação a vapor no rio Amazonas em duas linhas: de Belém a Manaus e
de Manaus a Nauta.
Possivelmente tenha reforçado o temor do governo imperial, em meados daquele sécu-
lo XIX, o fato de que nos Estados Unidos um oficial da marinha norte-americana, chamado
Matthew Fontaine Maury, movia intensa campanha em favor da abertura do rio Amazonas à
navegação estrangeira. Escreveu sobre o assunto artigos em jornais, endereçou um memorial
ao seu governo e publicou em Washington em 1853 um opúsculo. Intitulado “The Amazon, and
the Atlantic Slopes of South America”, esse opúsculo consistia na reunião de diversos escritos
seus publicados em jornais americanos sob o pseudônimo de “Inca”.
Tal foi o impacto dessa atividade publicitária na opinião pública, que o opúsculo foi ime-
diatamente traduzido e publicado em diversos países da América do Sul. Esses países tinham
interesse na questão da navegação do rio Amazonas. Assim é que no mesmo ano de sua
publicação nos Estados Unidos foi lançado no Brasil sob o título “O Amazonas e as costas
atlânticas da América meridional” (Rio de Janeiro: Typographia M. Barreto, 1853); no Peru “El
río Amazonas y las comarcas que forman su hoya” (Lima: J.M. Monterola, 1853) e na Bolívia
no ano seguinte “El rio Amazonas: regiones que forman su hoya” (La Paz: Imprenta Paceña,
1854). Sustentava o militar que as riquezas naturais da Amazônia mereciam ser exploradas
pela civilização através da conquista científica, econômica e política.
Abertura da navegação no Rio Amazonas aumentou contribuiu para a integração e ocupa-
ção da região do atual Estado de Rondônia.
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Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional. Entretanto, era limitada a al-
guns trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do
Negro até Manaus.
Errado.
Escravidão
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priedade da coroa, que estavam a serviço do governador, para a edificação de obras públicas.
Esses escravos eram vistos como verdadeiros equipamentos de serviço público. Eram poucos
e os governadores se obrigavam a alugar mais escravos junto aos proprietários. Em 1752, Ro-
lim de Moura criou a Companhia dos Homens Pretos e Mulatos.
Considerada como a mais insalubre do mundo, a região do Madeira era propensa a doen-
ças tropicais como o Maculo, uma febre diarreica que matava o portador em poucos dias e
provocava grande sofrimento. A partir de 1815, a extração do ouro deixou de ser atrativa no
Vale do Guaporé e muitos negros que não serviam para o trabalho foram deixados para trás.
Descendentes deles vivem hoje em vários quilombos no Vale do Guaporé.
Devido às péssimas condições de vida, escravos do vale do Guaporé tendiam a se revoltar
individual e coletivamente. Durante a segunda metade do século XVII eram comuns as fugas
de escravos, formando quilombos, com um destaque para o de Quariterê (do Piolho) que exis-
tiu de 1752 a 1795, ano em que foi destruído.
Acredita-se que o primeiro líder do Quilombo do Piolho tenha sido José Piolho. Com a sua
morte, Teresa de Benguela, que era sua mulher, assumiu a liderança do quilombo. Em 1770,
logo que a existência do quilombo ficou conhecida pelas autoridades coloniais, uma bandeira
foi organizada para destruí-lo. A bandeira contava com trinta homens e vinha sob o comando
de João Leme de Prado. A bandeira percorreu um mês de Vila Bela da Santíssima Trindade até
o quilombo. A bandeira atacou o quilombo de surpresa e prendeu a maioria de seus moradores;
outra parte foi morta durante o combate, e outra fugiu.
Aqueles que foram capturados, vieram a ser torturados em praça pública para servir de
exemplo para aqueles que pretendiam se rebelar. Mais tarde, em 1791, uma nova bandeira foi
organizada: desta vez, para capturar aqueles que tinham fugido do primeiro ataque ao Qui-
lombo do Piolho. A nova bandeira tinha 45 homens e era comandada pelo alferes de dragão
Francisco Pedro de Melo. Dessa vez, o Quilombo do Piolho foi completamente destruído. A fim
de impedir novas revoltas e garantir os interesses de Portugal, foi construída, no local onde fi-
cava o quilombo, a Aldeia da Carlota. Os escravos aprisionados pela bandeira acabaram sendo
libertados por Cáceres que lhes ordenou fundarem a aldeia de Carlota.
O governo na Amazônia tornou-se mais presente e organizado no início do século XIX. Nas
cidades maiores, proprietários e comerciantes surgem como classe social distinta e direta-
mente conectada com Lisboa. Os laços familiares, os interesses comerciais e as facilidades
de navegação estreitaram essa ligação.
No início do século XIX, navegar de Belém para Lisboa era mais rápido do que para o Rio
de Janeiro por causa dos ventos mais favoráveis. A partir de 1850, o barco a vela na Amazônia
começou a ser substituído pelo barco a vapor.
Entretanto, a economia da região ainda estava baseada nas drogas do sertão e era pouco
desenvolvida. Como vimos anteriormente, os negócios na região dependiam muito da mão de
obra indígena, a qual foi declinando drasticamente ao longo dos primeiros séculos de coloni-
zação. Neste período (início da industrialização no mundo), os preços dos produtos caíram e
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os novos desafios para a Amazônia colonial foram resolvidos por meio de taxações excessivas
sobre os produtos naturais e cultivados. Essa iniciativa levou a província à decadência econô-
mica. Entre 1806 e 1819, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro sofreram uma crise. A partir
daí, começam a fomentar as ideias de Independência em relação a Portugal.
No final de 1820 emergiu na Amazônia um grupo político insatisfeito com o sistema colo-
nial. Almejava-se mais oportunidades econômicas para aqueles que haviam nascido na região,
especificamente aqueles que migraram para as cidades e não receberam nenhuma educação.
Esse grupo queria um governo que realmente garantisse os direitos desses cidadãos. A classe
“superior” acusava essas pessoas de serem preguiçosas, contudo, elas eram as únicas que
trabalhavam e nem sempre eram pagas pelo grupo dominante. Os contestadores haviam sido
influenciados pelas ideias do Iluminismo francês, circuladas no Grão-Pará a partir de 1809 por
causa do conflito entre Portugal e França em Caiena, na Guiana Francesa.
A Proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 1822. Contudo, somente em mea-
dos de 1823, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro aderiram à independência. Isso porque,
em 11 de agosto deste ano, sob as ordens de Dom Pedro I, o almirante John Grenfell chegou
a Belém com um documento exigindo a adesão do Pará. Caso os governantes negassem tor-
nar a região independente de Portugal, uma esquadra em Salinas estaria pronta para fechar
o acesso ao porto de Belém, isolando o Pará do restante do Brasil. Os governantes da época
renderam-se, proclamando a adesão ao restante do país. No dia 15 de agosto, depois de uma
assembleia no Palácio Lauro Sodré, a adesão foi proclamada por Dom Romualdo Coelho e
oficializada com a assinatura de um documento. A partir desse momento, a capitania do Grão-
-Pará foi elevada à categoria de província do Império do Brasil.
A adesão à Independência do Brasil é comemorada no Pará com um feriado no dia 15 de
agosto, conhecido como Adesão do Pará.
O Grão-Pará e o Rio Negro inicialmente resistiram à Independência porque a relação da
Amazônia com Portugal era bem mais intensa e estreita do que com as outras províncias do
Brasil. O Rio Negro submeteu-se ao Império do Brasil em 9 de novembro de 1823, mas ficou
sujeito à administração da província do Grão-Pará até 1850, quando se tornou província do
Amazonas em 5 de setembro.
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A colonização portuguesa do oeste amazônico, no período colonial, foi motivada pela deman-
da de látex pelo mercado europeu.
Querido(a), é no final do século XIX que ocorreria o primeiro grande ciclo econômico na
região, o chamado “ciclo da borracha”. A floresta amazônica era berço natural de seringueiras
das quais era extraído o látex. Foi esse ciclo o responsável perlo primeiro surto de ocupação.
Para lá se dirigiram muitos nordestinos fugindo da seca.
A partir da segunda metade do século XIX, a borracha passou a ser um produto de des-
taque na economia da Amazônia e do Brasil. O ciclo da borracha é o primeiro grande ciclo
econômico da Amazônia, que teve o seu auge entre 1879 e 1912. Contudo, a borracha já era
utilizada pelos indígenas nas Américas desde o início da colonização europeia. Eles usavam o
látex da seringueira como impermeabilizante e, a partir desse produto endurecido, fabricavam
utensílios domésticos, seringas, botas, sapatos, chapéus, jaquetas, bolas etc.
No século XIX, os Estados Unidos já estavam fabricando sapatos de borracha a partir do
látex endurecido importado da Amazônia. E, para a nossa surpresa, no Estado do Pará, por
volta de 1840, também havia uma indústria forte de sapatos de borracha, com uma qualidade
superior à dos Estados Unidos.
A boa notícia é que a demanda mundial pela borracha cresceu enormemente e continuou a
aumentar na segunda metade do século 19. Segundo o historiador Roberto Santos havia 5.300
seringueiros em 1850; em 1912, mais de 190 mil trabalhavam nos seringais.
Desde o início do ciclo da borracha, empresas estrangeiras instalaram-se em Belém e Ma-
naus para controlar o seu comércio. Esse monopólio formava uma pirâmide, com milhares de
seringueiros abastecendo centenas de negociantes que, por sua vez, vendiam a uns poucos e
poderosos estabelecimentos de Manaus, Belém e Iquitos.
A população de Manaus cresceu no auge da borracha, passando de 10 mil pessoas, em
1890, para 50 mil habitantes em 1900. A cidade era considerada a “Paris dos Trópicos” – por
causa dos seus bares, cabarés e casas noturnas. Havia um estabelecimento chamado “Café
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dos Terríveis” onde se podia beber até o dia amanhecer. Os barões gostavam do luxo e esban-
javam o dinheiro dos lucros da borracha.
Durante os primeiros anos do século 20, as exportações anuais de borracha na Amazônia
alcançaram em média 34 mil toneladas. Em 1909, uma produção de 42 mil toneladas atingiu
24,6 milhões de libras.
Contudo, este ciclo de grandes riquezas começou a ruir a partir de 1876, quando um co-
merciante inglês chamado Henry Wickham contrabandeou 70 mil sementes de seringueira da
região de Santarém e as enviou para o diretor do Royal Botanic Garden de Londres.
Plantações de seringais foram estabelecidas no Sudeste Asiático e, depois de três décadas
e meia de tentativas, as plantações na Malásia começaram a produzir látex de melhor qualida-
de, em quantidades maiores e por um preço mais acessível. Consequentemente, a produção
de borracha na Amazônia sofreu uma redução drástica. Por exemplo, em 1923, a produção
da Ásia atingiu 370 mil toneladas por ano, enquanto a da Amazônia despencou para 18 mil
toneladas por ano.
Dessa forma, o Brasil perdeu o mercado mundial para os plantios de seringueira de larga
escala no Sudeste Asiático, marcando o fim do ciclo do “ouro branco” na Amazônia.
Muitas famílias foram embora da Amazônia por causa da quebra do monopólio da borra-
cha. Aquelas que foram obrigadas a ficar não possuíam fonte de renda para manter o mesmo
padrão de vida adquirido com os lucros do grande ciclo. Assim, Belém e Manaus entraram em
colapso econômico e social no início do século 20: os palacetes foram abandonados, os serin-
gueiros estavam à deriva, o governo já não conseguia pagar mais os funcionários públicos e a
classe média haviam perdido empregos e estava empobrecida.
Nesse período, depois de 1920, a população do Norte do Brasil ficou quase completamente
estagnada. Em 1920, a região possuía 312 mil habitantes; e, em 1940, esse número foi redu-
zido para 236 mil. Em 1950, a região conseguiu restabelecer sua população para 349 mil habi-
tantes. Contudo, voltou a crescer de forma significativa somente a partir da década de 1960.
Após a crise da borracha houve na região um retorno ao extrativismo de outros produtos
da floresta (poia, castanha) e à agricultura de subsistência. Amazônia deixou de ser atrativa
para os aventureiros e permaneceu meio século sem incursões estrangeiras em busca de pro-
dutos lucrativos. Os povos indígenas haviam sofrido uma redução drástica e finalmente deixa-
ram de ser escravizados.
A população agora era composta principalmente por indivíduos miscigenados (índios,
brancos e negros), conhecidos como caboclos ou ribeirinhos. Eles viviam dos recursos da
fauna e flora (pesca e coleta de produtos florestais), explorando-os de forma sustentável, ou
seja, sem afetar a capacidade da natureza de produzir novos recursos para gerações futuras.
Também havia pequenos fazendeiros que derrubavam e queimavam a mata para criar
gado. Quanto aos recursos, além da borracha, os outros produtos florestais também deixaram
de ter importância econômica para a região, pois passaram a ser cultivados em outros lugares.
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Por exemplo, o café prosperou no planalto de São Paulo, onde o clima é mais temperado; o
arroz, o algodão e o açúcar eram mais lucrativos no Nordeste do Brasil, nos Estados Unidos e
no Caribe; e o cacau do oeste da África superou o da Amazônia.
O primeiro ciclo da borracha atraiu basicamente nordestinos e bolivianos para o trabalho
nos seringais. No entanto, essa migração não criou povoamentos na região. Acontece que a
economia voltada para a exportação impossibilitou que a geração de riqueza no local. Essa
riqueza acaba sendo vista na opulência de Manaus e Belém.
Os nordestinos, principalmente, faziam um trabalho com características de escravidão. Já
chegavam aos seringais devendo ao Barão da Borracha os custos da viagem. Viviam nas pro-
priedades e todos os mantimentos e bens que consumiam eram fornecidos pela estrutura do
seringal, o que, obviamente, aumentava exponencialmente as dívidas com o Barão. Sempre em
dívida, não conseguiam sair de lá. Essa situação de semiescravidão ainda pode ser vista em
regiões de expansão da fronteira agrícola da região norte.
Entre 1877 e 1879, o nordeste brasileiro sofreu uma das piores secas de sua história. Para
se ter uma ideia, mais de 65.000 pessoas saíram do Ceará rumo a Amazônia, fugindo da seca e
da consequente crise agrária. Essa massa de miseráveis serviu de mão de obra nos seringais,
avançando as fronteiras do extrativismo. A maioria desses cearenses entrou pelo rio Purus,
ocupando zonas ricas em seringais. No final da década estavam no Acre, território reivindicado
pela Bolívia, Brasil e Peru.
Outros pequenos ciclos econômicos também atraíram populações para Rondônia. Nesse
contexto é que se inserem a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e das Estações Telegrá-
ficas da Comissão Rondon.
As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram mato-grossenses, paulistas e nor-
destinos que trabalhavam nos serviços de telegrafia e moravam nas suas cercanias. Isso ge-
rou pequenos núcleos urbanos como Ariquemes, Presidente Pena, Pimenta Bueno e Vilhena.
Durante a expedição foi realizado o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras,
além de pesquisas etnográficas, linguísticas e geológicas.
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c) Complementou o telégrafo com rádios de poste, para maior alcance social na transmissão
de informações.
d) Incluiu o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras, além de pesquisas etno-
gráficas, linguísticas e geológicas.
e) Integrou os “sertões do noroeste” ao sistema produtivo nacional, abrindo linhas de escoa-
mento para a borracha.
Com a intenção de ampliar ainda mais o alcance das linhas telegráficas federais, Affonso
Penna, Presidente da República entre os anos de 1906 e 1909, criou a Comissão de Linhas
Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, também conhecida como “Comis-
são Rondon”.
Letra d.
Nessa fase de imigrações, instalaram-se nos núcleos urbanos de Porto Velho, Jacy-Paraná,
Mutum-Paraná, Abunã, Guajará-Mirim e Costa Marques. Entre os imigrantes estavam turcos,
judeus, libaneses, gregos, bolivianos, italianos, indianos, panamenhos, cubanos, barbadianos,
porto-riquenhos, jamaicanos e tobaguenses.
A partir de 1942, iniciou-se um segundo Ciclo da Borracha. Diferentemente do primeiro,
já havia na região uma infraestrutura de extração consolidada. Os povoadores dos seringais
eram nordestinos, mas divididos em duas categorias: os seringueiros civis e os soldados da
borracha (que integravam o Batalhão da Borracha.
Nesse contexto, foi criado, em 1943, o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores
para a Amazônia – SEMTA, órgão brasileiro, como parte dos Acordos de Washington, que tinha
como finalidade principal o alistamento compulsório, treinamento e transporte de nordestinos
para a extração da borracha na Amazônia, como intuito de fornecer matéria-prima para os
aliados da II Guerra Mundial.
Houve, então, campanhas do governo de Getúlio Vargas para incentivar a migração de bra-
sileiros para a Amazônia. As campanhas “Marcha para o Oeste” e “Novo Eldorado” atraíram
pessoas, principalmente do Nordeste, para trabalhar nos seringais da região.
Esses migrantes ficaram conhecidos na história como “Soldados da Borracha”. Isso por-
que a migração ocorreu durante o esforço de guerra dos Estados Unidos pela borracha bra-
sileira na Segunda Guerra Mundial, uma vez que as plantações no Sudeste Asiático haviam
sido ocupadas pelos japoneses. Como a borracha era um produto estratégico para os aliados,
a seringueira da Amazônia voltou a ser extraída em larga escala. No entanto, esse novo ciclo
durou pouco; ao final da guerra, os Estados Unidos voltaram a importar a borracha asiática e
suspenderam os investimentos que estavam fazendo no Brasil.
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ocupação dos rios Solimões e Madeira. Os primeiros colonos enfrentaram hostilidade dos
nativos, como as tribos dos torás e manaós (daí a origem do nome de Manaus) do cacique
Ajuricaba, que atacavam os povoamentos dos colonos e destruíam casas e instalações.
O Estado do Maranhão virou “Grão-Pará e Maranhão” em 1737 e sua sede foi transferida
de São Luís para Belém do Pará. O Tratado de Madri de 1750 confirmou a posse portuguesa
sobre a área. Para estudar e demarcar os limites, o governador do Estado, Francisco Xavier de
Mendonça Furtado, instituiu uma comissão com base em Mariuá em 1754. Em 1755 foi criada
a Capitania de São José do Rio Negro, no atual Amazonas, subordinada ao Grão-Pará.
Prezado(a), a construção da Ferrovia Madeira Mamoré foi resultado de um acordo diplo-
mático em que a Bolívia cedeu o Acre ao Brasil. Ocorre que, desde o estabelecimento do Tra-
tado de Tordesilhas até o século XIX, o atual estado do Acre fazia parte da América espanhola,
de acordo com os Tratados Hispano-Portugueses: Tratado de Madrid (1750), Tratado de Santo
Ildefonso (1777), Tratado de Badajoz (1801).
Após a independência das colônias espanholas, o Brasil reconheceu aquela área como
boliviana através do tratado de limites de 1867. Contudo, não havia nenhuma ocupação do
território por parte da Bolívia. Em grande medida, por ser uma região de difícil acesso por outro
caminho que não a bacia do Rio Amazonas. Em virtude da abundância da seringueira e do ci-
clo da borracha que estava se iniciando, colonos brasileiros iniciaram a ocupação do Acre em
1852, com grande aumento de fluxo migratório a partir de 3 de abril de 1877.
Acontece que o presidente da Bolívia à época, Aniceto Arce, foi alvo de uma tentativa de
golpe de estado chefiado pelo Coronel José Manuel Pando. Pando, derrotado, se refugiou no
Acre, onde percebeu que a ocupação brasileira tinha tomado proporções alarmantes.
Pando que, como general, veio governar a Bolívia de 1899 a 1904, alertou as autoridades
bolivianas e iniciaram-se as manobras diplomáticas. Em 1898, a Bolívia enviou uma missão
de ocupação para o Acre causando, em 1º de maio de 1899, uma revolta armada dos colonos
brasileiros que receberam o apoio do governo do Estado do Amazonas.
Nesse contexto, merece destaque a ação do advogado José Carvalho que forçou os boli-
vianos a abandonarem a região. O governador do Amazonas, Ramalho Júnior, organizou uma
unidade comandada pelo espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias para combater o possível
retorno dos bolivianos. Partiram de Manaus em 4 de junho de 1899 e chegaram em Puerto
Alonso, na Bolívia, onde fundaram a República do Acre em 14 de julho de 1899. Entretanto, o
governo brasileiro reconheceu o Acre como território boliviano através da assinatura do Trata-
do de Ayacucho e enviou tropas que dissolveram o movimento em 15 de março de 1900.
O governador Silvério Néri, do Amazonas, enviou outra expedição de defesa que declarou
pela segunda vez o Acre como uma República independente, em 1900. Rodrigo Carvalho as-
sumiu o cargo de presidente. A Bolívia decidiu reagir, organizou também uma expedição militar
para conquistar o território. Foram, no entanto, os seringueiros que trabalhavam no local que
impediram o avanço dos bolivianos.
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Brasileiros e bolivianos, contudo, continuaram em guerra pela região. O avanço militar dos
bolivianos fez com que a segunda República Acreana fosse dissolvida. Passara-se apenas um
mês de sua declaração.
Já em 1902, Silvério Néri enviou um militar gaúcho, José Plácido de Castro, para reconquis-
tar o território do Acre.
Para resolver as tensões entre Bolívia e Brasil, o ministro brasileiro das relações exteriores,
Barão do Rio Branco, liderou as negociações entre os dois países. Como resultado, foi firmado,
em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis, que estabeleceu:
• Anexação do território do Acre ao Brasil, sendo que este teve que pagar uma indeniza-
ção de 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia;
• Indenização, paga pelo governo brasileiro ao Bolivian Syndicate, no valor de 110 mil li-
bras esterlinas. Esta indenização era relativa à finalização do contrato de arrendamento
que esta empresa tinha com o governo boliviano, para explorar recursos na região;
• O Brasil cedeu à Bolívia algumas faixas de terras na região da foz do rio Abunã (na fron-
teira norte entre Brasil e Bolívia), e na região de fronteira no estado do Mato Grosso;
• O Brasil deveria construir uma ferrovia, para que os bolivianos pudessem fazer o esco-
amento de sua produção pelo rio Amazonas. Após quase sete anos de construção, a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou pronta em 1912;
• Parâmetros para a definição da fronteira entre Brasil e Bolívia.
A Questão do Acre foi, em diversos aspectos, muito importante para o Brasil no começo do
século XX. Além de ampliar o território brasileiro, sua resolução foi capaz de resolver conflitos
entre brasileiros e bolivianos na região de fronteira.
No aspecto econômico, o Tratado de Petrópolis foi extremamente benéfico ao Brasil, pois
a região era uma grande produtora de látex. O acordo garantiu também o emprego de milhares
de pessoas que atuavam na extração do látex na região do Acre, principalmente de nordestinos
que haviam fugido da seca, que assolou o Nordeste na primeira década do século XX.
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Caro(a) aluno(a), existem erros fundamentais na afirmativa a ser analisada. Primeiro, o Tratado
de Petrópolis foi assinado quando o Brasil já era uma República independente, portanto, sem
relação alguma com o enunciado que trata das ações de Portugal sobre a colônia. Segundo, o
tratado definiu as fronteiras entre a Bolívia e o Brasil.
Errado.
A ideia da ferrovia nasceu na Bolívia já em 1846, quando o engenheiro boliviano José Au-
gustin Palácios convenceu as autoridades locais de que a melhor saída de seu país para o
oceano Atlântico seria pela bacia Amazônica.
O pensamento do engenheiro justificava-se na dificuldade para transpor a cordilheira dos
Andes e na distância do Oceano Pacífico dos mercados da Europa e dos EUA. Foi então, em
1851, que o governo dos Estados Unidos – interessado na melhor saída para a importação de
seus produtos – contratou o tenente Lardner Gibbon para estudar a viabilidade do empreendi-
mento via rio Amazonas.
Em 1852, Gibbon concluiu o trajeto Bolívia-Belém, descendo pelo lado boliviano os rios
Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas, ratificando a ideia de Palácios, quando demonstrou que
uma viagem dos Estados Unidos para La Paz pelo caminho dos rios amazônicos, com o advento
de uma ferrovia margeando as cachoeiras do rio Madeira, demoraria 59 dias, contra os 180 dias
pelo Oceano Pacífico que, além da distância, somava a dificuldade de contornar o Cabo Horn.
Posteriormente, por efeito da assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), no contexto do
ciclo da borracha e da Questão do Acre com a Bolívia que conferiu ao Brasil a posse deste
estado, iniciou-se a implantação da Madeira-Mamoré Railway. O seu objetivo principal era ven-
cer o trecho encachoeirado do rio Madeira, para facilitar o escoamento da borracha boliviana
e brasileira, além de outras mercadorias, até um ponto onde pudesse ser embarcada para ex-
portação, no caso Porto Velho, de onde as mercadorias seguiam por via fluvial, pelo mesmo
rio Madeira e, então, pelo rio Amazonas até o Oceano Atlântico. Anteriormente, esses produtos
eram transportados com precariedade em canoas indígenas, sendo obrigatória a transposição
das cachoeiras no percurso.
No início de 1907, o contrato para a construção da ferrovia foi encampado pelo empreende-
dor estadunidense Percival Farquhar. Foi a primeira grande obra de engenharia civil estaduni-
dense fora dos EUA após o início das obras de construção do Canal do Panamá, na época ainda
em progresso. Com base naquela experiência, para amenizar as doenças tropicais que atingi-
ram parte dos mais de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades, Farquhar contra-
tou o sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o canteiro de obras e saneou a região.
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Querido(a), muito fácil não é mesmo! Celebrado em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Pe-
trópolis estabeleceu um acordo em que o Acre seria território brasileiro e, como compensação,
a República Brasileira se comprometeria em construir a ferrovia Madeira-Mamoré, importante
para o comércio boliviano.
Certo.
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O Território Federal do Guaporé foi criado por Getúlio Vargas a partir do desmembramento de
uma parte do território dos estados do Amazonas e Mato Grosso.
Errado.
Durante o Governo de Juscelino Kubitschek, o antigo Território do Guaporé, manteve este nome
até 17 de fevereiro de 1956, quando foi rebatizado de Território de Rondônia em homenagem
ao Marechal Rondon, explorador da região.
Letra d.
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Além disso, o acesso fácil à terra boa e barata atraiu empresários interessados em investir
na agropecuária e na indústria madeireira. Nessa época, a descoberta de ouro e cassiterita
também contribuiu para o aumento populacional. Como vimos, entre as décadas de 1960 e
1980, o número de habitantes cresceu mais de sete vezes, passando de 70 mil para 500 mil.
No decorrer de 1979 tomou corpo o projeto de transformar Rondônia em estado, medida
que se tornava cada vez mais necessária em vista do agravamento dos problemas do território,
em sua maioria em consequência do grande afluxo de imigrantes. O primeiro passo nesse sen-
tido foi a assinatura, em janeiro de 1980, de um convênio entre os ministérios do Interior e da
Fazenda, pelo qual Rondônia passava a arrecadar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) e o Imposto Único sobre Minerais (IUM).
Em dezembro de 1981, o Congresso aprovou o projeto ordinário do poder executivo pelo
qual o território de Rondônia era elevado a estado da União. O governo do novo estado, o 23º
da federação brasileira, instalou-se em 4 de janeiro de 1982, com a posse do coronel Jorge
Teixeira de Oliveira, que já governava o território desde 15 de março de 1979.
Em 31 de janeiro de 1983 instalou-se a Assembleia Constituinte de Rondônia, que redigiu a
primeira carta do novo estado, promulgada em agosto. Em 1987, iniciou-se um litígio de terras
com o Acre, na Ponta do Abunã, uma região de terras férteis e valiosas pedras de brita. O então
governador de Rondônia, Jerônimo Santana, ameaçou acionar tropas da Polícia Militar para
desalojar setenta soldados do Acre instalados na área. No início do ano seguinte, tropas do
Exército foram enviadas ao local para garantir que o governo do Acre acatasse um parecer do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que deu ganho de causa a Rondônia, mas
os choques continuariam até 1990.
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Ainda no governo dos militares, na década de 1970, foi criado o Projeto RADAM (Reconhe-
cimento da Amazônia) em que se realizaram estudos sobre as potencialidades econômicas de
exploração dos recursos naturais da região.
Outras obras de infraestrutura de grande importância também foram realizadas durante o
governo dos militares como rodovias (Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Porto Velho-Ma-
naus), empreendimentos agropecuários e minerais (Projeto Jarí e Projeto Carajás). Como con-
sequência, também forma necessários empreendimentos de geração e transmissão de ener-
gia, que buscaram o aproveitamento das águas dos rios presentes na região. Exemplo disso
fora as construções de grandes usinas hidrelétricas, como Tucuruí e Balbina, que se estendeu
até o início da década de 1980.
Detalhe importante é que esses investimentos ocasionaram grande impacto ambiental, au-
mentando o desmatamento, migração de espécies de animais e comprometimento das popula-
ções locais em função das áreas alagadas pelos reservatórios. Recentemente, os debates em
relação à construção da Usina de Belo Monte no estado do Pará remontam a essa realidade.
Durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1986-1988, ganhou corpo a discussão
acerca da divisão do estado de Goiás. Houve grande mobilização popular e política na região
norte do território goiano. O governador Henrique Santillo, eleito em 1986, tornou-se um grande
articulador da demanda. Assim, a Constituição de 1988, também chamada “Constituição Cida-
dã”, criou o Estado do Tocantins, que passou a integrar a Região Norte do país. Seu território
contemplava desde aproximadamente o paralelo 13º até a região do Bico do Papagaio, na
divisa do Estado com o Pará e o Maranhão.
Nas últimas décadas a expansão da fronteira agropecuária e o extrativismo ilegal de
madeira e minério têm provocado graves impactos ambientais. Entretanto, inúmeros movi-
mentos ambientalistas, nacionais e internacionais, tem conseguido impedir uma degradação
ainda maior.
Para fiscalizar as fronteiras da Amazônia Brasileira, o extrativismo ilegal, a disputa por
terras e o tráfico de drogas, foram criados os projetos Calha Norte e SIVAM. O Projeto Calha
Norte foi posto em prática em 1985, com a instalação de bases militares do Exército e da Ae-
ronáutica ao longo da calha norte dos rios Amazonas e Solimões, nas áreas fronteiriças com a
Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa. O projeto SIVAM (Sistema
de Vigilância da Amazônia), por sua vez, foi instituído em 1998 e implantado efetivamente em
2002, com o objetivo de instalação de recursos tecnológicos e de sensoriamento remoto, utili-
zando radares e satélites.
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Entre os anos 1960 e 1980, Rondônia se destacou como uma das principais regiões do
Brasil em expansão devido a dois fatos relevantes: forte fluxo de migração com consequente
crescimento populacional e maior intensidade das atividades econômicas baseada no uso de
recursos naturais. O resultado desse processo de adensamento demográfico prematuro dos
centros urbanos via êxodo rural gerou e intensificou crises sociais que refletiu na dinâmica
socioeconômica atual do estado.
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A cassiterita é um dos principais minérios extraídos na região. A banca fornece uma dica que
facilita o raciocínio ao citar que dela se faz o estanho.
Letra d.
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5. Populações Tradicionais
Caro(a) aluno(a), os primeiros habitantes a ocupar a região denominada “Flona do Jamari”,
em Rondônia, estão na Amazônia há mais de 12 mil anos. São as populações indígenas. Porém,
apenas por volta de 1688, através das missões jesuítas, ocorreram os primeiros contatos de
identificação. No século XVI, esses povos foram expulsos, principalmente da região hoje deno-
minada Rondônia. Tais fatores marcaram os primeiros imbróglios de movimentos migratórios.
No século XVII, indígenas da região onde hoje fica o Estado de Rondônia, na divisa entre as
comarcas do Mato Grosso e Rio Negro, trabalhavam na coleta de especiarias como salsapar-
rilha, canela e copaíba para colonos e proprietários de terras contratados por companhias de
comércio internacional. O trabalho era remunerado, mas quem ficava com o dinheiro eram os
missionários, encarregados de converter os indígenas ao catolicismo.
As atividades missionárias encontravam obstáculos à sua expansão impostos pela resis-
tência das nações indígenas, principalmente a dos Tora, Mura, Mundurukos, Parintintin, inten-
sificando-se as hostilidades a partir de 1715, após o capitão João de Barros Guerra por ordem
do governador o Grão Pará, Cristóvão de Costa Freire, haver atacado os Toras, expulsando-os
da foz do rio Madeira, perseguindo-os até acima os Manicoré. Essa repressão deu-se em de-
corrência desses índios terem expulsados os colonos do rio Madeira, em represálias por es-
ses colonos terem aprisionados indígenas dessa nação vendendo-os como escravos.
Os muras foram atacados por tropas de resgates comandadas pelo capitão Diogo Pinto
Gaya (1718/1722) em Maicy, sendo aprisionados mais de quarenta indígenas, levando-os para
Santa Maria do Grão-Pará. Tais ações bélicas geraram não só o permanente estado de guerra
dos Muras, Toras, Parintintins, como também a desconfiança das outras nações em relações
aos bons propósitos dos padres e dos colonos.
Apesar da resistência dos indígenas à invasão de seus territórios, as atividades missioná-
rias e comerciais se expandiam. Os padres assentavam missões agregando os indígenas e os
comerciantes com suas bandeiras fluviais, cada vez em maior número, percorrendo os baixos
cursos do rio Madeira e penetrando em seus afluentes. Entre os quais o rio Jamari abundante
em cacau, trocando ferramentas e outros produtos manufaturados por especiarias da floresta
(drogas do sertão) com os índios e com os padres que mantinham o controle desse rendo-
so comércio.
O padre Jódoco Peres, superior dos jesuítas de Tupinambarana, em 1683, subiu o rio Ma-
deira durante nove dias até alcançar a aldeia dos índios, Iruris, na qual pretendia instalar uma
missão, não obteve êxito. Essa missão só foi instalada em 1689.
Em 1712 o padre jesuíta João Sam Payo, entrou no rio Madeira se estabelecendo na al-
deia indígena de Canumã, erigindo igreja e casas, iniciando o seu trabalho missionário no vale
desse rio.
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Ocupam o Parque Indígena Karipuna no vale do rio Jaci-Paraná, ainda não demarcado. Os
caripunas numerosíssimos no final do século XIX e início do Século XX, foram os mais preju-
dicados com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, no Alto Madeira, sendo hostilizado e
dizimados pelos construtores dessa obra.
Chegaram a ser considerados extintos. Porém, em 1970, os Caripunas reapareceram em
cena ao atacarem um seringal no vale do rio Jaci-Paraná, com perdas de vidas de ambas as
partes. Em 1973, um topógrafo localizou uma de suas aldeias e comunicou o achado a FU-
NAI, a qual conseguiu manter contato com seus habitantes em 1976. Os sertanistas tomaram
conhecimento da existência de outras aldeias, porém ainda não conseguiram manter contato
com essas. Os Caripunas estão reduzidos a pequenos grupos arredios.
Pakaás Novos:
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Karitianas:
Ocupam uma reserva de 57.000 há próxima a cidade de Porto Velho. Seu contato com os
brancos ocorreu a partir da Segunda metade do século XIX quando a região foi penetrada pe-
los seringueiros.
Vivem nos Postos Indígenas do Rio Branco e do Rio Guaporé, são poucos indivíduos re-
manescentes destas nações que tiveram próxima a extinção vítimas das ações hostis dos
seringalistas.
Kaxacaris:
Uru-Eu-Wau-Wau:
Tubarão Latundé:
Cinta Larga:
Ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte integrante da
reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Rondônia e
Mato Grosso.
Suruis:
Habitam os postos indígenas 7 de Setembro e Quatorze, no Município de Cacoal, a reserva
indígena 7 de Setembro ocupa terras de Rondônia e Mato Grosso. Os Suruis foram atingidos
pela construção da BR 364, ocorrendo a invasão de seus territórios pelos migrantes sulistas
lhes ocasionando graves prejuízos.
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Gaviões:
Ocupam uma reserva com área de 160.000 há já demarcada, suas aldeias situam-se às
margens dos Igarapés Lourdes e Homônios, afluentes da margem direita do rio Ji-Paraná, pró-
ximo a cidade de Ji-Paraná. Em contato com o branco a mais de 40 anos, em transações
comerciais e de trabalho com os seringalistas e admissão de missionários religiosos estran-
geiros em suas aldeias. Atualmente mantêm contato com a população da cidade de Ji-Paraná,
onde se abastecem no comércio local.
Araras:
Ocupam a mesma reserva dos Gaviões, hoje em contato pacífico com o branco, após mais
de cem anos de tenaz resistência. Os Araras se constituem no terror das missões religiosas
que tentaram se estabelecer no vale do Ji-Paraná. Só em 1950, dizimados por doenças fizeram
os primeiros contatos amigáveis com os seringalistas.
O texto se refere a um dos maiores grupos indígenas do estado de Rondônia, que possui atual-
mente a maior área indígena no Estado, habitando no Município de Guajará- Mirim. Trata-se dos:
a) Karipunas;
b) Pakaás Novos;
c) Tubarão – Latundê;
d) Cinta Larga;
e) Gaviões.
Os Pakaás Novos entram em conflito armado, revidando as violências de que foram vítimas por
parte dos construtores da ferrovia Madeira-Mamoré e dos seringueiros, no início do século XX.
Letra b.
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Querido(a) aluno(a),
Chegamos ao final de nossa aula. Sei que é um conteúdo muito extenso e, por isso, há a
necessidade de que você faça todos os exercícios que liste na sequência. Caso tenha alguma
dúvida, não tenha receio em me chamar no fórum.
Nos encontraremos novamente na aula essencial 80/20, na qual analiso o edital e a banca,
condenso o conteúdo e aponto as temáticas que são mais cobradas pela FGV.
Ah, não se esqueça de avaliar a aula ok! Já disse o quanto sua opinião é importante para
que continue elaborando um material que atenda às suas expectativas e necessidades.
Abraço,
Professor Daniel
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RESUMO
Cronologia da Ocupação da Amazônia
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• Seringais
• 5.300 seringueiros em 1850; em 1912, mais de 190 mil trabalhavam nos seringais
• Opulência de Manaus
• Investimentos da Ford; cidade de Fordlândia
• Crise: concorrência inglesa
• Crise social: população deixada à sorte
• Segundo ciclo da Borracha: Acordos de Washington. Fornecimento de borracha para os
aliados
• 1953 da SPVEA
• BR-010, ligando Belém a Brasília
• BR-364, de Cuiabá até Rio Branco
• Serra dos Carajás (Pará) em 1967
• Projeto Trombetas
• Rebanho bovino
• Castanhais
Chico Mendes:
• Seringueiro
• Luta contra o desmatamento dos seringais
• Reservas extrativistas
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Questão Acreana:
• Pressão imigratória
• ICMS
• Devastação pela pressão demográfica, criação de gado
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MAPAS MENTAIS
Semi-nômades
Ágrafos
Indígenas
Tribais
Propriedade coletiva
TRATADOS DE
LIMITES
relacionados ao
Amapá
Primeiro Tratado Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limites entre os dois
de Utrecht países na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois
(1713) séculos após, para defender a posição brasileira na questão do Amapá.
Tratado de Santo Ainda entre Portugal e Espanha. Seguiu em linhas gerais os limites
Ildefonso estabelecidos pelo Tratado de Madri, embora com prejuízo para Portugal
(1777) no extremo sul do Brasil.
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O texto se refere a um dos maiores grupos indígenas do estado de Rondônia, que possui atual-
mente a maior área indígena no Estado, habitando no Município de Guajará- Mirim. Trata-se dos:
a) Karipunas;
b) Pakaás Novos;
c) Tubarão – Latundê;
d) Cinta Larga;
e) Gaviões.
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EXERCÍCIOS
016. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014)
Querido(a), é impossível a navegação pelo alto Madeira pela cordilheira dos Andes pelo fato de
que possui inúmeras corredeiras. O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira
dos Andes, Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Ma-
moré-Guaporé e tornando-se o rio Madeira.
Letra e.
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Caro(a) aluno(a), existem erros fundamentais na afirmativa a ser analisada. Primeiro, o Tratado
de Petrópolis foi assinado quando o Brasil já era uma República independente, portanto, sem
relação alguma com o enunciado que trata das ações de Portugal sobre a colônia. Segundo, o
tratado definiu as fronteiras entre a Bolívia e o Brasil.
Errado.
A cassiterita é um dos principais minérios extraídos na região. A banca fornece uma dica que
facilita o raciocínio ao citar que dela se faz o estanho.
Letra d.
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Como vimos ao longo da aula, a colonização se deu, de início, graças às atividades extrativis-
tas: drogas do sertão, ouro, látex… O próprio enunciado da questão fala dessas atividades. O
Forte Príncipe da Beira foi construído às margens do Rio Guaporé.
Letra b.
A alternativa I é errada porque Rondônia não pertenceu à Bolívia. Foi criado a partir do des-
membramento de territórios do estado do Amazonas e Mato Grosso.
Letra e.
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Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que envol-
vem o tema nele abordado, julgue os itens:
No sentido usado no texto, privatização significa transferir do poder público para particulares
o direito de explorar setores da economia.
c) Certo
e) Errado
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Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da E.F. Ma-
deira- Mamoré. Até o início do século XIX, Guajará-Mirim era apenas uma indicação geográfica
para designar o ponto brasileiro à povoação boliviana de Guayaramerín. Em abril de 1878, em
função do Tratado de Ayacucho, foram enviadas para Corumbá (Mato Grosso) as “Plantas Geo-
gráficas dos Rios Guaporé e Mamoré”, sendo que a cartografia para delimitar os limites frontei-
riços dos rios Guaporé e Mamoré foi levantada e apresentada pela 2ª seção brasileira, sediada
na mesma cidade, tendo sido todas chanceladas pelos delegados brasileiros e bolivianos.
Letra c.
Os Cinta Larga ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte inte-
grante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Ron-
dônia e Mato Grosso.
Letra a.
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O território do Guaporé foi criado durante o Governo de Getúlio Vargas dentro de seu projeto de
“Marcha Para o Oeste” em 13 de setembro de 1943.
Letra b.
CONAB demonstra que o maior estado produtor de café do País – Minas Gerais – participou
com 54,3% da produção nacional em 2017, pois obteve um volume corresponde a 24,45 mi-
lhões de sacas de 60kg, número que foi 20,4% menor que a safra 2016. O segundo estado maior
produtor – Espírito Santo – teve uma produção de 8,86 milhões de sacas (19,7%), o terceiro
São Paulo 4,41 milhões de sacas (9,8%), seguido pela Bahia, com 3,36 milhões de sacas (7,5%),
Rondônia com 1,94 milhões de sacas (4,3%), e, em sexto lugar, o Paraná com 1,21 milhões de
sacas (2,7%). Os demais estados produtores corresponderam aproximadamente a 1,7%.
Letra a.
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Tratado de Utrecht define uma série de acordos diplomáticos assinados na cidade de Utrecht,
na Holanda, e que puseram fim à Guerra da Sucessão da Espanha. Firmado entre Portugal e
a França para estabelecer os limites entre os dois países na costa norte do Brasil. Também
definiu as fronteiras entre as colônias espanholas e portuguesa. Estas disposições serviram,
quase dois séculos após, para defender a posição brasileira na questão do Amapá e garantir a
posse do futuro território do Guaporé.
Letra e.
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Getúlio Vargas, com seu projeto de “Marcha Para o Oeste”, buscou demarcar as fronteiras da
região como estratégia de defesa do território nacional.
Letra a.
Aluízio Ferreira foi importante personalidade política junto ao governo de Getúlio Vargas no
processo de criação do Território do Guaporé.
Letra e.
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A região de Rondônia foi atrativa de fluxos migratórios do nordeste, graças à seca que asso-
lava a região, e do sudeste e sul, pela mecanização da agricultura que expulsou trabalhado-
res do campo.
Letra a.
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O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia. Ele desce das
cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Mamoré-Guaporé e tornando-se o rio
Madeira – um rio de planície que traça a divisória entre Brasil e Bolívia.
Letra c.
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A BR-364 é uma rodovia diagonal do Brasil que se inicia em Limeira-SP, no km 153 da SP-330
adentrando pela SP-310 até o km 292, onde entra na SP-326 indo até a divisa com Minas Ge-
rais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no
extremo oeste deste último estado, sendo assim uma rodovia de fundamental importância
para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em 2 de fevereiro
de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o Presidente Jus-
celino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco,
abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltada em 1983.
Letra c.
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Tratado de Utrecht – 1713. Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limites entre
os dois países na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois séculos após,
para defender a posição brasileira na questão do Amapá.
Tratado de Madri – 1750. Também entre Portugal e a Espanha, estabeleceu os limites entre as
colônias dos dois, na América do Sul, respeitando a ocupação realmente exercida nos territó-
rios e abandonando inteiramente a “linha de Tordesilhas”. (A Colônia de Sacramento passaria
para o domínio da Espanha). Com esse Tratado o Brasil ganhou já um perfil próximo ao de que
dispõe hoje.
Letra e.
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Assinale a opção que indica uma ação do período Vargas, voltada para a integração do atual
território rondoniense ao resto do país.
a) A criação do Território Federal do Guaporé.
b) A abertura do Programa Calha Norte.
c) A construção e pavimentação da BR-364.
d) O desenvolvimento do Projeto Poloamazônia.
e) A implementação do Plano Grande Carajás.
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Um dos objetivos estratégicos do governo dos militares era povoar a região e desenvolver
sua economia.
Letra b.
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A afirmativa “C” é contraditória na medida em que “a natureza tropical dos lagos, rios e matas”
é abatida para a criação de fazendas para a agropecuária.
Letra c.
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Questão de interpretação. Entenda, com o aumento das atividades de exploração dos recursos
naturais temos a óbvia dicotomia entre aproveitamento econômico e preservação ambiental.
Letra a.
O tratado descrito no texto e a principal razão para sua sanção por parte do governo brasileiro
são, respectivamente:
a) Tratado de Madri – expansão do território nacional;
b) Tratado de Petrópolis – interesse em explorar as seringueiras no território anexado;
c) Tratado de Ayacucho – riquezas minerais descobertas no território acreano;
d) Tratado de Petrópolis – alto valor indenizatório a ser pago pelo governo boliviano;
e) Tratado de Ayacucho – construção da ferrovia Madeira-Mamoré.
Muito fácil. O próprio enunciado cita que o tratado foi assinado na cidade de Petrópolis.
Letra b.
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De acordo com o Tratado de Petrópolis, o governo brasileiro devia arcar com a construção da
Ferrovia Madeira-Mamoré como compensação à Bolívia pela perda do território do Acre. Nesse
sentido, como o governo brasileiro não possuía tecnologia para sua construção, buscou inves-
timentos do capital norte-americano, interessado na exploração do látex.
Letra c.
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Fugindo da seca que assolava a região nordeste, milhares de nordestinos partiram para Rondô-
nia para trabalhar na extração do látex.
Letra e.
A BR-364 é uma rodovia diagonal do Brasil que se inicia em Limeira-SP, no km 153 da SP-330
adentrando pela SP-310 até o km 292, onde entra na SP-326 indo até a divisa com Minas Ge-
rais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no
extremo oeste deste último estado, sendo assim uma rodovia de fundamental importância
para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em 2 de fevereiro
de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o Presidente Jus-
celino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco,
abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltada em 1983.
Letra a.
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Querido(a), apesar de a questão exigir certo conhecimento da tabela periódica, o que conta
aqui é o conhecimento que adquiriu ao longo da aula. Rondônia apresenta grandes jazidas de
ouro, ferro, manganês e cassiterita.
Letra d.
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Os Cinta Larga ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte inte-
grante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Ron-
dônia e Mato Grosso.
Letra d.
A única afirmação errada está na alternativa “I”. A atual capital do Estado de Mato Grosso,
Cuiabá, surgiu às margens do rio Coxipó em 8 de abril de 1719. Era, então, um pequeno povoa-
do cuja ata de fundação foi assinada por Pascoal Moreira Cabral. Foi a descoberta do ouro pe-
los bandeirantes paulistas que deu origem à povoação, que estava subordinada à capitania de
São Paulo naquela época. Portanto, não fazia parte do território que hoje pertence à Rondônia.
Letra b.
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O forte iniciou seu processo de construção no dia 19 de abril de 1775. No entanto, vale salien-
tar que em 1776 foi lançada a pedra fundamental do projeto já iniciado no ano anterior, sendo
batizado em homenagem a D. José de Bragança
Letra d.
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Antigo Território do Guaporé, manteve este nome até 17 de fevereiro de 1956, em virtude do Rio
Guaporé, fronteira natural entre Brasil e Bolívia. Em dezembro de 1981 o Congresso aprovou o
projeto ordinário do poder executivo pelo qual o território de Rondônia era elevado a estado da
União. O governo do novo estado, o 23º da federação brasileira, instalou-se em 4 de janeiro de
1982, com a posse do coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que já governava o território desde 15
de março de 1979.
Letra c.
O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon, foi um en-
genheiro militar e sertanista brasileiro, famoso por sua exploração do Mato Grosso e da Bacia
Amazônica Ocidental e por seu apoio vitalício às populações indígenas brasileiras. Foi o pri-
meiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e estimulou a criação do Parque Nacional
do Xingu. O estado brasileiro de Rondônia recebeu esse nome em sua homenagem.
Letra a.
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Ela retrata a Capela da Vila de Santo Antônio, próxima às cachoeiras do rio Madeira, que é
considerada
a) construção que marca a fronteira às margens do rio Guaporé.
b) marco inicial do surgimento da capital de Rondônia, Porto Velho.
c) mosteiro – no passado – dos Jesuítas, colonizadores das áreas de fronteira do estado.
d) primeira construção religiosa de Rondônia iniciada no século XVI e inaugurada em XVII.
e) ponto de referência pioneiro, no que se refere à colonização em meio à floresta Amazônica.
A capela é uma das raras heranças do antigo município de Santo Antônio do Rio Madeira, que
pertencia ao Mato Grosso. Foi criado em 1908, extinto e anexado a Porto Velho em 1944, quan-
do foi instalado o Território Federal do Guaporé.
Letra b.
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GABARITO
1. a 31. e
2. b 32. a
3. C 33. a
4. E 34. e
5. E 35. c
6. d 36. b
7. b 37. c
8. E 38. e
9. C 39. a
10. E 40. b
11. d 41. c
12. a 42. C
13. d 43. E
14. d 44. b
15. b 45. a
16. e 46. b
17. E 47. c
18. b 48. a
19. d 49. e
20. b 50. a
21. e 51. d
22. C 52. a
23. c 53. d
24. a 54. b
25. d 55. d
26. b 56. b
27. a 57. c
28. d 58. a
29. e 59. b
30. a
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Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.
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