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HISTÓRIA E

GEOGRAFIA DE
RONDÔNIA
História e Geografia de Rondônia

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA
História e Geografia de Rondônia
Daniel Vasconcellos

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Conteúdo do Edital:......................................................................................................................... 5
Metodologia:..................................................................................................................................... 5
Suporte............................................................................................................................................... 6

História e Geografia de Rondônia. . ............................................................................................... 7


1. O Ambiente Amazônico, Estruturas Físicas e Ambientais. . ................................................. 7
2. Ocupação, Colonização e Povoamento da Área que hoje Constitui o estado de
Rondônia: Missões Jesuíticas, Descoberta de ouro no Estado de Rondônia, Entradas e
Bandeiras nos Vales do Guaporé e Madeira (Mineração, Drogas do Sertão, o Escravismo, o
Contrabando e as Rotas Fluviais)...................................................................................................................... 10
2.1. Ocupação da Amazônia. . ........................................................................................................ 10
2.2. Ocupação, Colonização e Povoamento da Área que hoje Constitui o estado de
Rondônia.......................................................................................................................................... 14
3. Economia e Sociedade nos Séculos XIX e XX: da Economia da Borracha, Poia e Castanha
aos Planos de Desenvolvimento Regional, da Nacionalização da Ferrovia à
Transição para o estado de Rondônia....................................................................................... 33
4. Produção Econômica Regional e Questões Socioambientais na Atualidade. . .............. 52
5. Populações Tradicionais. . ......................................................................................................... 54
5.1. Nações Indígenas de Rondônia:........................................................................................... 56
Resumo.............................................................................................................................................60
Mapas Mentais...............................................................................................................................64

Questões Comentadas em Aula..................................................................................................68


Exercícios......................................................................................................................................... 73
Gabarito............................................................................................................................................98

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Daniel Vasconcellos

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (Edital TCE/RO) divulgou, no Diário da Justiça
do Estado de Rondônia, o edital de abertura do concurso para provimento de 43 vagas para
vários cargos de nível médio e superior.
Trata-se de uma excelente oportunidade para que você consiga a tão sonhada aprovação,
a estabilidade empregatícia e toda a gama de vantagens que poderá valer-se na condição de
servidor público. Não é mesmo uma boa notícia?
Nesse sentido, ao elaborar esse material, o objeto primordial é que você alcance plenas con-
dições de GABARITAR AS QUESTÕES DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO ESTADO DE RONDÔNIA.
A organização do certame é de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma
das mais tradicionais do país, o que favorece o melhor entendimento de como os conteúdos
deverão ser abordados.
Assim, nosso curso será inteiramente focado na FGV. Abordaremos a forma como os con-
teúdos serão cobrados e alguns “macetes” para que você, querido(a) aluno(a), consiga resolver
com tranquilidade e confiança as questões sobe História e Geografia do Estado de Rondônia.
Devemos ressaltar que a FGV é uma banca habitual na elaboração das provas de con-
cursos para todo o país, tanto para órgãos públicos, quanto para a iniciativa privada e outras
organizações, deixando um vasto banco de dados para estudo. Nesse sentido, poderemos
analisar, em detalhes, as questões da História de Rondônia produzidas pela FGV. Além disso
utilizaremos questões de outras bancas que se assemelham ao “modelo” cobrado na prova,
sempre com uma abordagem coerente com o conteúdo listado no edital.
Por falar em conteúdo, o edital valoriza, e muito, a tão rica e significativa História de Ron-
dônia. Não é para menos. Registros de povoamento na região remontam pelo menos 12.000
anos. Rondônia foi motivo de disputas entre espanhóis, portugueses e, mais tarde, entre Brasil
e Bolívia. Tão importante a ponto de influenciar os destinos do país, os destinos de países eu-
ropeus. Realmente, não é para menos! Daí a necessidade de esmiuçarmos temas tão regionais
e ao mesmo tempo tão expressivos para a história do Brasil.
Além disso, você, meu(minha) querido(a) aluno(a), precisa ter como requisito o conheci-
mento da História da sociedade a qual deverá servir, zelar. Você será membro do Tribunal de
Justiça do Estado de Rondônia, Estado da Federação que possui uma população com carac-
terísticas culturais muito específicas. Como poderá intervir em uma sociedade que você não
conhece? Não é apenas uma disciplina cobrada para “encher linguiça”, para testar sua alfabe-
tização. É uma necessidade lógica muito bem trabalhada na seleção pela FGV.
Assim, é muito importante que você tenha um grande estofo de conhecimento sobre a
História de Rondônia, conhecimento esse que possibilitará que você tenha um alto índice de
acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova e encaminhe com solidez a
sua aprovação em um cargo público.

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Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecendo uma boa
interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das eventuais e possíveis dúvidas
que por ventura surgirem.
Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação.
Meu nome é Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Pouco
antes de me formar em História, coisa de um ano antes, 2003, comecei a trabalhar como pro-
fessor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que faço, amo a docência. Foi muito
rápido, quando percebi já atuava em cursinhos preparatórios para concursos públicos, vesti-
bulares e no ensino médio da rede particular no interior de Minas. Passei a ministrar também
aulas de Filosofia, Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho.
Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e recebia um salário ra-
zoável, pelo menos pra quem desejava uma vida pacata no interior. Com isso não criei o inte-
resse por concurso público. Era feliz: trabalhava com o que gostava, mas… os ventos muda-
ram. Em 2013, após perder minha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde
ainda resido.
Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Trabalho, Câmara
dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei muito mal quando não vi
meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sentia preparado, mas não era a minha área.
A concorrência era enorme para um salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito
pouco tempo. Para um concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo é plane-
jamento e disciplina.
Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo. Em dezembro fiz as
provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o resultado e em julho já estava fa-
zendo o que gosto de novo! Mas o melhor de tudo: fazendo o que gosto, ganhando bem e com
estabilidade!!! A estabilidade é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aquela
pressão de todos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo
se teríamos emprego no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma guinada radical
e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públicos antes.
Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode perder tempo!
Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem desespero. Esse material foi feito com
muito carinho para que seu tempo seja otimizado, para que você não perca tempo com o que
não tem possibilidade aparecer na prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo
mais, num curto espaço de tempo.
Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a) que o sacrifício vale muito! Não vá se sentir cul-
pado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e a seus amigos. Aquele encontro
fica pra depois, e vai ser muito mais prazeroso porque carregado da alegria pela conquista do
seu esforço!

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Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso para alcan-
çar seu objetivo.
Muito bem, feitas as apresentações, vamos aos detalhes do concurso e do curso:
Detalhes do Edital:
• Concurso TJ/RO
• Concurso Público: Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia
• Vagas: 43
• Banca organizadora: FGV
• Inscrições: de 06 a 29 de setembro de 2021
• Data da prova: 31 de outubro de 2021
• Escolaridade: níveis médio e superior
• Carreira contemplada: Tribunais, Administração, Saúde e Tecnologia da Informação
• Remuneração inicial: de R$ 5.397,24 a R$ 8.223,41
• Link do edital: https://blog-static.infra.grancursosonline.com.br/wp-content/uplo-
ads/2021/09/02090751/edital-tj-ro-2021.pdf

Conteúdo do Edital:
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA:
• O ambiente amazônico, estruturas físicas e ambientais.
• Ocupação, colonização e povoamento da área que hoje constitui o Estado de Rondônia:
missões Jesuíticas, descoberta de ouro no Estado de Rondônia, entradas e bandeiras
nos vales do Guaporé e Madeira (mineração, drogas do sertão, o escravismo, o contra-
bando e as rotas fluviais).
• Economia e sociedade nos séculos XIX e XX: da economia da borracha, poia e castanha
aos planos de desenvolvimento regional, da nacionalização da ferrovia à transição para
o Estado de Rondônia.
• Produção econômica regional e questões socioambientais na atualidade.
• Populações tradicionais.

Metodologia:
A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material além deste para
se preparar para as questões de História e Geografia de Rondônia. Cada detalhe do curso foi
meticulosamente preparado para sanar todas as dúvidas que puderem surgir.
Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito de que consiga
enxergar, compreender o conteúdo cobrado. Variados exemplos, esquemas e mapas mentais
serão utilizados para que consiga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de tempo, con-
seguirá ler uma alternativa e perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá identificar a
única alternativa lógica a ser assinalada.

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Ao final da aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos em um RESU-
MO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as aulas incontáveis vezes.
Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que fora estudado como uma cadeia
códigos que se conecta com sua memória, fazendo se lembrar, inclusive, de como o assunto
poderá ser cobrado.
Além disso, as questões sobre História e Geografia de Rondônia elaboradas pela FGV serão
comentadas para que você entenda o “jeito” da banca. Uma lista de exercícios com questões
sobre o tema também o(a) ajudará na fixação do conteúdo.
Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto só terá sentido
na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova. Não vamos perder
tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você escreva um artigo científico
sobre “a influência do ciclo da borracha na Primeira Guerra Mundial”.
Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem preparado para realizar uma
excelente prova.

Suporte
A dúvida é o princípio do conhecimento. Questionar, indagar… é assim que a humanidade
chegou no atual estágio de desenvolvimento. Por isso, questione. Não tenha receio em perguntar.
Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de aprendizagem
pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à disposição para sanar
quaisquer dúvidas que tiver.

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Querido(a), como esse curso é específico para o seu concurso, seguiremos estritamente o
conteúdo que a FGV pede no edital. Além da lógica na organização de seu estudo, permite que
compreenda o enfoque dado pela banca nas temáticas cobradas. Contudo, como trataremos
de um conteúdo extenso, guardemos para a Aula 80/20 o esmiuçar de cada tópico do edital.

1. O Ambiente Amazônico, Estruturas Físicas e Ambientais


Estimado(a) aluno(a), Rondônia é um dos 26 estados da federação do Brasil, está situado
na Região Norte e sua capital é Porto Velho. Quem nasce em Rondônia é chamado rondonien-
se ou rondoniano. O estado, anteriormente chamado Território Federal do Guaporé, recebeu,
este nome em 1956 como homenagem à Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), o
Marechal Cândido Rondon, sertanista e defensor dos indígenas que muito contribuiu para a
integração do estado ao restante do país.
O estado de Rondônia está localizado totalmente no hemisfério sul, faz fronteira ao norte
com o estado do Amazonas, no extremo oeste do estado limita-se em uma pequena faixa com
o Acre, na porção leste, faz limite com Mato Grosso e na sua porção oeste e sudoeste faz fron-
teira internacional com a Bolívia. O estado possui uma área de 237.765,233 km².
O relevo de Rondônia é constituído por planícies fluviais e planaltos de baixas altitudes. É
formado por superfícies que variam entre 100 a 300 metros de altitude. No entanto, em alguns
pontos na Serra dos Parecis e na Serra dos Pacaás, é possível encontrar elevações que alcan-
çam com 1.126 metros de altitude.
O clima característico de Rondônia é o equatorial úmido. A região tem altíssima umidade e
a temperatura média está em torno de 26ºC. A variação de temperatura é pequena, mas neste
estado do norte ocorre um fenômeno climático atípico: a friagem. A “friagem” faz com que os
termômetros baixem vários graus de forma brusca, podendo chegar até 10ºC.
Os índices pluviométricos do estado, especialmente na área florestada, podem alcançar
até 2100 mm anuais. O período chuvoso está concentrado nos meses de setembro a maio,
quando chove grandes volumes quase todos os dias.

Climograma de Porto Velho

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A vegetação típica do estado, assim como dos demais da região norte é a Floresta Ama-
zônica, caracterizada pelo clima úmido, possui fisionomias distintas quando da presença de
água em suas margens e até mesmo em áreas permanentemente alagadas.
É uma floresta fechada, cujo solo não muito rico possui apenas uma fina camada de nu-
trientes. Com variedade de espécies, as árvores possuem vasta altitude, troncos longos, copas
fartas e grande quantidade de folhas, o que faz com que pouca luz solar penetre no solo. No
topo, existe uma camada densa chamada dossel, formada por ramagens extensas e folhas
grossas de grandes árvores que bloqueiam em parte a passagem do sol para as camadas in-
feriores. No dossel vivem muitos insetos e outros animais. Ele fica entre 30 e 50 metros acima
do solo. Apenas algumas poucas árvores, chamadas emergentes, ultrapassam essa altura.
Mata de terra firme, mata de várzea e igapó são formações vegetais típicas desse bioma. Em
razão do processo de uso e ocupação do território brasileiro e das ações dirigidas à preservação
dos recursos naturais realizadas nas últimas décadas, este bioma constitui-se também naquele
que guarda as maiores extensões de floresta nativa no Brasil, ainda que seu desmatamento não
tenha aumentado nos últimos anos. Algumas espécies de vegetação típica presente na Amazô-
nia, que expressam as características destacadas acima, são: Seringueira, Pupunha, Piquiá, Inajá,
Cedro, Paineira, Bálsamo e o Jatobá, além de bromélias e orquídeas, entre outras.
Quando observamos a vegetação amazônica, é impossível não atentar para os desmatamen-
tos e queimadas que ocorrem na região, por ação tanto das madeireiras, garimpeiros, grileiros
e agricultores da região. Ao preservar ainda muito de sua vegetação originária (diferente do que
ocorre com a Mata Atlântica, por exemplo, que já foi desmatada na maior parte de sua extensão),
as árvores grandes e altas características da floresta rapidamente se tornam alvo das madeirei-
ras que veem no cedro, por exemplo, um grande produto para comercialização. Atualmente, já
foram catalogadas mais de 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de planta.
Acerca da fauna, acredita-se que seja composta por:
• 427 espécies de mamíferos;
• 1.300 espécies de aves;
• 300 espécies de peixes;
• 378 espécies de répteis;
• 400 espécies de anfíbios

Contudo, embora o estado de Rondônia seja quase todo recoberto por floresta equatorial,
há manchas de Cerrado em território rondoniano. Esta vegetação é caracterizada por uma
estação chuvosa e outra seca, quando suas árvores perdem suas folhas como forma de adap-
tação. Os maiores riscos ambientais ao bioma amazônico são a expansão da fronteira agrícola
e o desmatamento.

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A hidrografia de Rondônia é marcada pela importância da Bacia do Rio Madeira, um dos


principais afluentes do Rio Amazonas. Nas áreas de planície, os rios servem para a navegação,
escoamento da produção e transporte de pessoas. Os principais cursos d’água do estado são:
o Rio Madeira, o Guaporé, o Mamoré, o Ji-Paraná e o Roosevelt. Os rios de planalto possuem
considerável potencial de produção de energia hidroelétrica.

001. (FGV/VESTIBULAR/2018) O texto a seguir foi extraído do filme A Amazônia, que faz par-
te da campanha A natureza está falando.
Eu sou a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Eu mando chuva quando vocês preci-
sam. Eu mantenho seu clima estável. Em minhas florestas, existem plantas que curam suas
doenças. Muitas delas vocês ainda nem descobriram. Mas vocês estão tirando tudo de mim.
A cada segundo, vocês cortam uma das minhas árvores, enchem de sujeira os meus rios, colo-
cam fogo, e eu não posso mais proteger as pessoas que vivem aqui. Quanto mais vocês tiram,
menos eu tenho para oferecer. Menos água, menos curas, menos oxigênio. Se eu morrer, vocês
também morrem, mas eu crescerei de novo…
Em 2016, ao registrar os índices de desmatamento da Amazônia, as imagens de satélite esti-
mularam a discussão sobre as consequências do desmatamento e tornaram mais evidentes
os problemas dele decorrentes.
Sobre essa questão, analise as afirmações a seguir.
I – O desmatamento elimina uma fonte de umidade importante para a atmosfera, alterando o
regime pluviométrico regional, que depende da evapotranspiração.
II – As queimadas devolvem para a atmosfera o gás estufa (CO2) que foi capturado pela flores-
ta por meio da fotossíntese.
III – A floresta latifoliada perene participa efetivamente do equilíbrio ambiental, pois a cobertu-
ra florestal auxilia na manutenção da temperatura e da umidade do clima regional.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, somente.
c) II, somente.
d) I e II, somente.
e) II e III, somente.

Todas as afirmativas estão corretas. A Amazônia é uma floresta de plantas com folhas largas
(latifoliada). A largura das folhas permite uma intensa transpiração, contribuindo para o regime
de chuvas. Além disto, é uma floresta perene (preserva o verde das folhas independentemente
da mudança de estação).
Letra a.

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2. Ocupação, Colonização e Povoamento da Área que hoje Constitui o


estado de Rondônia: Missões Jesuíticas, Descoberta de ouro no Estado de
Rondônia, Entradas e Bandeiras nos Vales do Guaporé e Madeira (Minera-
ção, Drogas do Sertão, o Escravismo, o Contrabando e as Rotas Fluviais)

2.1. Ocupação da Amazônia


Caro(a) aluno(a), os itens deste tópico do edital devem ser estudados de maneira simultâ-
nea e correlata. As missões jesuíticas, por exemplo, se relacionam diretamente com as rotas
fluviais e a mineração. Vamos estudá-los ao mesmo tempo em um processo ok. Na nossa
próxima aula, a Aula Essencial 80/20, desmembrarei cada tópico do edital para análise visan-
do a prova.
Antes de falarmos da ocupação da região do atual Estado de Rondônia você precisa com-
preender como ocorreu a colonização da Amazônia. A história da ocupação da Amazônia está
intimamente ligada ao desenvolvimento de ciclos econômicos e às disputas territoriais pelo
controle dessas atividades.

Apesar da grande potencialidade econômica da Amazônia, enxergada por portugueses e,


posteriormente, pelos governos republicanos brasileiros, foram exatamente as características
geográficas da região que praticamente a mantiveram fora do mapa econômico de Espanha
e Portugal durante séculos. À exceção de um ou outro ciclo econômico, a Amazônia somente
entrou de fato no mapa econômico brasileiro somente no século XX.
A ocupação da Região Norte se iniciou no século XVI com expedições espanholas, portu-
guesas, holandesas e inglesas. Hoje, a Amazônia é motivo de cobiça de variadas nações que
colocam em risco constante às fronteiras dos países da qual ela faz parte.

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Querido(a), é no contexto das Grandes Navegações que a região do Amapá será coloniza-
da. No século XV, portugueses e espanhóis partiram para o desbravamento de novos mares,
em busca de novas rotas comerciais e de novas terras.
Portugal e Espanha eram as duas grandes potências marítimas. As recentes descobertas
exigiam um acordo pela divisão das terras que poderiam ser descobertas. Assim, o Papa agiu
como mediador em um acordo, determinando a Bula Intercoetera em 1493. Insatisfeito com a
proposta, Portugal exigiu uma nova negociação que culminou no Tratado de Tordesilhas.
O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre
o reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as terras do globo, “descobertas
e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa.

Tratado de Tordesilhas

Linha imaginária de Tordesilhas sobre as atuais fronteiras políticas.

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Note que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, a maior parte da Amazônia pertenceria
à Espanha.
Celebrado do Tratado, as descobertas continuaram. Em 1498 a expedição de Vasco da
Gama chegou às Índias e, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Foi o navegador espanhol Vicente Pinzón que, em janeiro de 1500, primeiro aportou no
litoral do nordeste brasileiro. Depois, navegou pelo litoral norte e navegou pela foz do Rio Ama-
zonas, o qual chamou de Mar Dulce. Foi o primeiro europeu a navegar pelo litoral do Amapá, o
rio Oiapoque e seguir rumo às Guianas e ao Caribe. Portanto, querido(a) aluno(a), os espanhóis
foram os primeiros a chegar ao Brasil. Entretanto, pelo tratado de Tordesilhas, a maioria do
litoral brasileiro, velejado pelos espanhóis, pertencia à Portugal. Entenda: mesmo sendo os que
chegaram primeiro, as terras não poderiam ser colonizadas.
Outro navegador espanhol de grande importância para nossos estudos foi Francisco
Orellana. Ao participar da expedição de Francisco Pizarro aos Andes, em 1540, acabou se de-
sencontrando do restante das embarcações e desceu o Rio Amazonas. Foi, portanto, o primei-
ro europeu a navegar por toda a extensão do Rio Amazonas. Retornando à Espanha, recebe
autorização do rei para colonizar e explorar a região mas, acaba morrendo na empreitada.
O contato dos exploradores europeus com os povos nativos foi caracterizado pela subjuga-
ção. Crentes na sua superioridade civilizacional, os colonizadores promoveram a aculturação
e usaram de violência para efetivar o domínio das novas terras e de suas riquezas, inclusive os
escravizando, como veremos mais adiante.
O insucesso da expedição de Francisco Orellana acabou tirando o entusiasmo dos espa-
nhóis com a região e abrindo espaço para que outras nações realizassem incursões no território.

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Também é necessário, para compreender a ocupação e colonização de Rondônia, que você


saiba como os portugueses empreenderam a colonização de suas terras na América do Sul. Os
portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, no entanto, não ocuparam o território de imediato.
Daí a nomenclatura Pré-colonial para nos referirmos aos trinta anos que se seguiram. Portan-
to, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se limitou a FEITORIAS no litoral: uma mistura de
forte para defesa do território e armazém. Mas por que isso? A resposta fica mais interessante
e compreensível quando feita em partes:

a) por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira entre os anos de
1500 e 1530?

• Porque não encontraram metais preciosos em expedições;


• Porque o comércio com as Índias era suficientemente lucrativo;
• Porque em 1500 a única nação que detinha tecnologia naval para tomar a colônia bra-
sileira de Portugal era a Espanha, que celebrou o Tratado de Tordesilhas com Portugal.

b) por que a Coroa Portuguesa decidiu explorar a colônia brasileira a partir dos anos de 1530?

• Porque tiveram notícias da descoberta de ouro e prata na América espanhola;


• Porque o comércio com as Índias entrou em crise;
• Porque países como França, Inglaterra, Holanda e Bélgica desenvolveram suas frotas
marítimas e passaram a representar uma grande ameaça ao controle português sobre
a colônia.

Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda não havíamos
passado pela Revolução Industrial (Séc. XVIII), não existiam corantes sintéticos. O pau-brasil
foi muito utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões para exploração eram dadas pela
Coroa e chamadas de estanco. Para cortar a madeira e levar aos navios, era necessária uma
grande quantidade de mão de obra. A modalidade de exploração da mão de obra indígena
recebeu o nome de escambo: troca de presentes, de artefatos e de animais que não existiam
aqui pelo trabalho dos índios. A escravidão indígena será sim utilizada no início da coloniza-
ção, mas logo será substituída pela mão de obra africana pois a Coroa Portuguesa seguirá ao
ordenamento da Igreja em não escravizar os nativos, considerados “almas puras do paraíso”.
Mas a Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasileira e decidiu povoá-la,
explorá-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir que outras nações tomassem seu
território. O problema é que a Coroa Portuguesa não tinha recursos financeiros para promover
essa empreitada. Eis então a solução proposta: terceirizar a tarefa da colonização, entregando
lotes de terras a fidalgos (nobres portugueses). Nasceram assim as Capitanias Hereditárias.
Observe:

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As Capitanias Hereditárias foram faixas de terra que partiam do litoral para o interior até a
linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze Capitanias entregues para
usufruto do donatário. É importante destacar que o donatário não era dono da terra, ele pos-
suía o direito de explorá-la, direito esse estendido a seus descendentes.
Ocupando-se principalmente do litoral com seus engenhos de açúcar, os portugueses não
apresentaram interesse imediato pela Amazônia, até porque, não era de seu domínio pelo Tra-
tado de Tordesilhas. Contudo, isso não impediu que incursões fossem organizadas para explo-
rar os rios da Amazônia, o que nos leva à ocupação da Região do atual estado de Rondônia.

2.2. Ocupação, Colonização e Povoamento da Área que hoje Constitui


o estado de Rondônia

No início da colonização, as atividades comerciais de troca de mercadorias, dentro da lógi-


ca do mercantilismo, predominaram de maneira embrionária. Nesse sentido, estrangeiros pra-
ticavam o contrabando. Holandeses se instalaram ao longo dos rios da Amazônia para buscar
as drogas do sertão e especiarias para o mercado europeu.
Os espanhóis, por sua vez, acabaram explorando o pau-brasil, utilizando mão de obra
indígena através do escambo. Nascia, assim, o extrativismo madeireiro. Esses fatos contri-
buíram para a ocupação da região por europeus e a consequente escravização e aculturação
dos povos nativos.
O primeiro ciclo econômico significativo na região Norte se deu em meados do século XVII,
com a criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Portugal resolveu

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ocupar definitivamente a região e expulsar os estrangeiros objetivando o monopólio da explo-


ração das drogas do sertão e do cultivo de algodão e tabaco.
Prezado(a), a colonização do Vale do Madeira e do Guaporé foi organizada pelos portu-
gueses dentro da lógica mercantilista, visando a exclusividade comercial da metrópole so-
bre a colônia. Veja então a política implementada pela Coroa Portuguesa para colonizar de
fato a região.
Localizado entre a colônia portuguesa e espanhola, “periferia dos núcleos coloniais”, o
Vale do Rio Madeira divide as bacias hidrográficas Platina e Amazônica. Seu domínio se ini-
ciou antes mesmo do Tratado de Madri, marcada pela instabilidade econômica e um modelo
de colonização sempre incerto.
Ainda no século XVI representantes da coroa portuguesa se aventuraram pelas brenhas
amazônicas, passando pelos vales do Madeira-Guaporé-Mamoré. Na realidade, se pensava
em utilizar essa região como ponte de passagem e ligação entre as colônias do Sul e as do
extremo Norte. Uma ligação extremamente arriscada e difícil de ser realizada.
Um dos primeiros passos de Portugal para assegurar sua posse sobre a região do Guaporé
foi a ocupação desses vales, de onde extraia ouro e as drogas do sertão. Essa ocupação se
deu pela ação dos bandeirantes que, ao mesmo tempo, explorava e ocupava. Além disso, a
ocupação se realizou pela presença militar, o que pode ser comprovado pelas inúmeras cons-
truções fortificadas.
Era necessária, entretanto, uma ocupação estável para assegurar a posse. Somente as ex-
pedições de aprisionamento de indígenas e a colheita das drogas do sertão não assegurava a
presença colonizadora e definitiva. Ale disso, não cessava a constância dos conflitos, tanto com
os índios como com os castelhanos, que também estavam ocupando a região de oeste para leste.

Descoberta de Ouro em Cuiabá

Após a Guerra dos Emboabas (envolveu paulistas e estrangeiros pelo domínio da explora-
ção da região das minas), em 1709, os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro de Minas
Gerais, passaram a buscar novas zonas de mineração, descobrindo-as nos atuais Estados de
Mato Grosso e Goiás. Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá
à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em 1725, a bandeira de
Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás. A descoberta de ouro na região mar-
cou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São
Paulo e Cuiabá.
O arraial passou a se chamar Vila Real do Senhor Jesus do Cuiabá, em 1.727. Naquele
período, Miguel Sutil também descobriu a maior veia aurífera da época que foi batizada de
“Lavras do Sutil”.

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Enquanto foi capital, Vila Bela da Santíssima Trindade obteve um progresso muito grande
devido aos investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais para os novos moradores. No
entanto, as dificuldades de povoar a região (distância, doenças, falta de rotas comerciais) e o
estabelecimento de um importante centro comercial em Cuiabá acabaram forçando a transfe-
rência da capital em 1835. Os moradores abandonaram a região, deixando casas, estabeleci-
mentos comerciais e escravos para trás.

Descoberta de Ouro no Estado de Rondônia

Devido a decadência do ouro em Cuiabá, aventureiros sertanistas e apresadores de índios


se aventuraram para a região do Guaporé, como os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros
que descobriram ouro em 1734.
Essa descoberta fez com a Capitania de São Paulo ordenasse a “guerra justa” para eli-
minar os índios Payaguá, e a dizimação quase total dos Parecis, que passaram a ser mão de
obra escrava.
A produção na região era inconstante pois a presença de pessoas estava vinculada ao
ouro, aos mitos do Eldorado e do Lago de Ouro que se renovava com novos achados.
O Ciclo do Ouro, que ocorre na segunda metade do século XVIII, teve como principal símbo-
lo em Rondônia a construção do Real Forte Príncipe da Beira, inaugurado em 31 de agosto de
1783, tendo como principal objetivo efetivar a política de expansão da Coroa Portuguesa, asse-
gurar a posse das terras conquistadas, além de funcionar como posto avançado de vigilância e
combate na defesa dos interesses de Portugal, do avanço militar e da cobiça espanhola.
A descoberta de riquezas minerais na região do Rio Guaporé fez com que Portugal se
apressasse em povoá-la, temendo que os vizinhos espanhóis fizessem o mesmo. Foi, então,
criada a Capitania de Mato Grosso e sua capital instalada em 19 de março de 1752 com o
nome de Vila Bela da Santíssima Trindade. Ao mesmo tempo, o comércio e o contrabando
através das rotas fluviais, das monções, intensificaram a colonização do Vale do Guaporé e a
fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Vale a pena destacar que, nessa época, a tecnologia de mineração era muito rudimentar o
que fazia cada faisqueira ou lavra possuir uma vida útil muito curta, o que, por sua vez, provo-
cava um processo migratório constante, em busca de novos veios auríferos. Também é preciso
destacar que os trabalhos nas lavras e faisqueiras era extremamente insalubre. Mesmo assim,
os “campos d’oro”, como era conhecido o vale do Guaporé, sobreviveram. Principalmente em
virtude da abundância de minério, mas não prosperou, pois a abundância era aparente. Não se
ergueram cidades ao redor da febre do ouro guaporeano porque a febre do ouro passou logo.
A partir de 1770, houve um esgotamento das minas, e isso não foi acompanhado de um re-
ordenamento de forças produtivas. Com esse declínio, as pessoas brancas foram abandonan-

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do a região do Vale do Guaporé, ficando apenas os negros ou mestiços. Além disso as tensões
fronteiriças se deslocaram, o Vale do Guaporé não era mais o foco.
Devido à baixa produtividade da Capitania, foi extinta em 1778, o que agravou mais ainda
os problemas no Vale do Guaporé, inviabilizando também a rota comercial Amazonas - Madei-
ra - Guaporé.
No final do século XVIII, o vale do Guaporé foi sendo abandonado pelos mineradores que
procuravam regiões mais ricas, pela falta de investimento, visto ser improdutiva e também
pelos governadores Gerais que passavam a maior parte de seu tempo em Cuiabá. No vale
permaneciam apenas os negros libertos, entregues à própria sorte. E, com isso, estava sendo
decretada a sorte da região: o abandono.

Rotas Fluviais e as Monções

A palavra monção era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que
ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do conti-
nente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a
saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia, as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções,
não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na
época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a via-
gem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, às margens do rio Tietê, levan-
do em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início, as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo torna-
ram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para
as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois
só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A agricultura nunca se desenvolveu plenamente no Vale do Guaporé, sempre ficou em
segundo plano, pois a mineração ditava as regras. Além disso, as roças eram atacadas por
muitas pragas. A pecuária era mais aceita, pois havia uma facilidade para que o gado, principal-
mente vindo de São Paulo, adentrasse a região. Mas, devido a precariedade de abastecimento,
prevalecia o contrabando com os espanhóis.
Foi com vistas nessa presença constante que, ainda antes da assinatura do Tratado de
Madri, D. Antônio Rolim de Moura recebeu a incumbência de povoar a região do Guaporé.
Em 1748 foi criada a capitania de Mato Grosso. A nova Capitania teve como governador
D. Antonio Rolim de Moura Tavares. Isso dava o controle definitivo sobre a produção de ouro
e diamantes das minas de Mato Grosso. A construção da Vila Bela da Santíssima Trindade,
a mando de Antonio Rolim, em 1752, primeiramente, ocorreu em uma área de nome Pouso

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Alegre. Após enchente, se mudou mais para cima, em 1753. Os edifícios públicos não tinham
a “grandiosidade barroca” das construções de Minas Gerais ou do Nordeste devido a cana de
açúcar. Além de assegurar a presença portuguesa, a capital seria um ponto de coleta de im-
postos sobre a mineração.
Localização de Vila Bela da Santíssima Trindade em Mato Grosso

A posição geográfica da Vila Bela da Santíssima Trindade era estratégica pois tinha fácil
acesso à bacia amazônica pelo rio Guaporé e se ligava ao Grão-Pará e ao Porto de Belém. Além
disso, se interligava a Cuiabá, Vila Maria (Cáceres) e a bacia Platina, além da interligação com
São Paulo (Rios Paraguai-Cuiabá-Taquari-Pardo-Paraná e Tietê).
Durante a administração de Antonio Rolim, fundaram um núcleo urbano, instalaram um
“aparato militar”, povoaram a região e buscaram protegê-la de possíveis ataques dos espa-
nhóis. Devido à forte tensão na fronteira oeste entre castelhanos e lusitanos, a nova Capitania
inibiria um possível avanço dos espanhóis em direção leste.
O abastecimento da região, inicialmente era feito através de caravanas paulistas. Com a
descoberta da possibilidade da rota fluvial, o abastecimento passou a ser feito a partir de Be-
lém, pelos rios Amazonas, Madeira, Mamoré, Guaporé. Mas isso só depois de 1754, quando foi
franqueada a navegação.
Os rios que serviam de rota para o contrabando passaram a servir de caminho de integra-
ção e rota de recolhimento de impostos. Entretanto, essa forma de abastecimento não bara-
teou o custo das mercadorias. Mesmo com a criação da Companhia de Comércio do Grão
Pará e Maranhão, o abastecimento continuou insuficiente, caro e mantendo o endividamento
dos mineradores, o que ampliou o ciclo da escravidão: passavam a ser escravos, além do ne-
gro e do índio, o colono branco que dependia desses meios e vias de transporte.

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O comércio estava atrelado à mineração. Através das rotas fluviais, vinham escravos, teci-
dos, utensílios domésticos, armas, munições, sal, açúcar, vinhos, queijos, carnes, papel, mate-
riais de construção, objetos de mineração ou para culto religioso.
A vida dos navegantes era penosa e perigosa, mesmo assim esse comércio era rentável,
sendo intensificado com a criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão, na
parte norte da colônia. Além de abastecer a região, canalizava toda a produção que era retirado
de MT que era escoada pela rota do Maranhão.
O rio Madeira era via natural de transporte entre a Vila Bela Santíssima Trindade, capital
do ouro, vale do alto rio Guaporé e Santa Maria de Belém-Grão-Pará, na foz do rio Amazonas,
o ponto mais próximo à Europa. A ligação entre esses dois núcleos urbanos era feita pela
Companhia de Navegação do Maranhão e Grão Pará, detentora do monopólio da navegação
na rota fluvial Amazonas – Madeira – Mamoré - Guaporé. Esta rota foi oficializada pela Carta
Régia de 14 de novembro de 1752, competindo-lhe com exclusividade o abastecimento com
os produtos importados e o escoamento da produção de ouro das minas de Vila Bela de Mato
Grosso, no Vale do rio Guaporé.
Em 1779 vindos de Belém-do-Grão-Pará, Luiz Fagundes Machado e José Gonçalves Fonse-
ca, subiram o rio Madeira rumo a Vila Bela/MT.
Entre 1781 e 1782, esteve percorrendo o rio Madeira até alcançar Vila Bela/MT, a comissão
de demarcação de limites entre as colônias portuguesas e espanholas, da qual participavam
o Capitão Ricardo Lacerda Franco de Almeida Serra e o engenheiro João Lacerda e Almeida.
Chefiando a expedição filosófica, Alexandre Rodrigues Ferreira de Gusmão, em 1788 este-
ve no rio Madeira a caminho de Vila Bela/MT.
Ao termino do século XVIII o curso do Rio Madeira e o seu vale já eram bastante conheci-
dos. Primeiro por ser integrante da rota fluvial de abastecimento dos arraias auríferos do alto
Guaporé e Vila Bela/MT e de exportação do ouro desses para Portugal via Belém-do-Grão-Para
e, segundo, por ser área rica em especiarias vegetais (as drogas do sertão) de alto valor comer-
cial, principalmente o cacau nativo.

002. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) No século


XVIII, a descoberta de minas de ouro no centro-oeste da colônia portuguesa promoveu
a) a ocupação de zonas centrais da Capitania de Mato Grosso, em torno das missões e fazen-
das dos jesuítas já existentes, que serviram de apoio para o comércio local.
b) a imigração de portugueses e bandeirantes para a Capitania de Mato Grosso e a fundação
de duas vilas, a Vila de Cuiabá e a Vila Bela da Santíssima Trindade.
c) a integração dos indígenas à sociedade colonial, mediante as oportunidades de trabalho nos
garimpos e pelo incremento na comercialização das drogas do sertão.

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d) a instalação de casas de fundição, para controlar a circulação de ouro e de prata na região,


e a criação do Forte do Príncipe da Beira, para impedir o contrabando de metais preciosos.
e) a criação da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, em terras desmembradas da Capitania de
Minas Gerais, oferecendo sesmarias para os colonos, a fim de favorecer sua ocupação.

O comércio através das rotas fluviais que promoveu a colonização do Vale do Guaporé e a
fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade. Devido a decadência do ouro em Cuiabá, aven-
tureiros sertanistas e apresadores de índios se aventuraram para a região do Guaporé, como
os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros que descobriram ouro em 1734
Letra b.

Sociedade no Vale do Guaporé Colonial

O vale do Guaporé, principalmente a partir do séc. XVIII, transformou-se em uma espécie de


abrigo de indesejáveis e depósito dos proscritos do sistema. Prisão sem paredes ou grades,
onde os desclassificados poderiam ser úteis para o poder. Brancos endividados e criminosos
viriam a ser a elite dos colonizadores do vale. Em contrapartida, o conjunto de anônimos era
formado por indigentes de outras áreas, prevalecendo a população negra e mestiça. Muitos
romances poderiam ser escritos contando as sagas e epopeias de quantos se aventuraram,
desbravaram e morreram nas brenhas amazônicas e de Rondônia.
A política dos governadores da província do Mato Grosso permitia que brancos, mamelu-
cos e mestiços mais claros conseguissem o prestígio que seria impossível em outras regiões.
A sociedade poderia ser assim descrita: a elite branca, formada pelos governadores e seus au-
xiliares, os ricos proprietários e os comerciantes; as camadas médias formadas pelos peque-
nos e médios comerciantes e alguns ex-escravos já donos de lavras, homens pobres e livres,
mineradores e agricultores e homens que compunham as expedições dos sertanistas. Por fim,
os escravos negros e, em menor, número índios. Como a maioria da população era constituída
de homens, era comum e elevado o índice de violência.
As péssimas condições sanitárias mais o ambiente natural ocasionavam um elevado nú-
mero de doenças, fazendo com que a morte acompanhasse o dia a dia das pessoas. As princi-
pais doenças eram malária, corruções, febres catarrais, pneumonia, diarreia, tuberculose, febre
amarela, tifo e cólera. Quase todas mortais, por falta de acesso a tratamento.
Entre as principais causas de decadência do vale do Guaporé podem ser mencionadas a
insalubridade, a decadência do ouro, a dificuldade de acesso e permanência e a hostilidade
indígena. Além disso, nas primeiras décadas do século XIX, a capital foi transferida para Cuia-

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bá, onde os capitães generais já passavam a maior parte do tempo, permanecendo Vila Bela
abandonada, como herança aos negros que ali ficaram abandonados.

003. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) No século XVIII, a


fundação de missões jesuíticas espanholas, na margem esquerda do rio Guaporé, foi uma
clara ameaça à soberania de Portugal nas bacias dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Por
isso, houve ações da metrópole portuguesa com o intuito de proteger o território na margem
direita da Bacia do Guaporé, atual estado de Rondônia. Com relação a esse assunto, julgue os
itens a seguir.
O governo português construiu a fortaleza militar do Príncipe da Beira às margens do rio
Guaporé, o que originou os primeiros núcleos colonizadores que se desenvolveram no século
XIX nessa região.

Localizado na margem direita do rio Guaporé, atual município de Costa Marques, Rondônia, a
fortaleza do Príncipe da Beira foi fundada em 1775. Em posição dominante na fronteira com
a Bolívia, esta fortaleza é considerada a maior edificação militar portuguesa construída fora
da Europa, no Brasil Colonial, fruto da política pombalina de limites com a coroa espanhola na
América do Sul, definida pelos tratados firmados entre as duas coroas entre 1750 e 1777. O
Forte Príncipe da Beira é muito parecido com a Fortaleza de São José de Macapá, sua contem-
porânea, é Distrito do município de Costa Marques e acolhe uma comunidade remanescente
de quilombolas certificada pela Fundação Palmares em 19/08/2005.
Certo.

Jesuítas e Bandeirantes

Como já lhe disse, os jesuítas e bandeirantes foram os primeiros a ocupar a região. Os


primeiros contatos com os europeus com o rio Madeira ocorreram a partir de 1.542 quando
Francisco Orellana, vindo dos Andes (Peru), descendo o rio Amazonas, passou em sua foz
denominando-o rio Grande.
Nuflo do Chavez saindo de Santa Cruz de La Sierra dos Moxos (atual republica da Bolívia)
em 1560, percorreu todo o curso do rio Madeira desde o local se sua formação (na confluên-
cia dos rios Beni e Mamoré), até a sua foz na margem direita do rio Amazonas: desceu o rio
Baurés alcançando o rio Mamoré, por esse prosseguindo atingindo sua confluência com o rio
Beni, penetrando no rio Cayarí (Madeira) descendo seu curso até encontrar o rio Amazonas,

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prosseguindo por esse até a sua foz no Oceano Atlântico no litoral do atual estado do Pará, na
época possessão espanhola, em conformidade com o Tratado de Tordesilhas.
Os holandeses com colônias do norte da Amazônia tinham conhecimento do rio Madeira,
desde 1615, mantendo transações comerciais com os indígenas do baixo curso desse rio, tro-
cando ferramentas e outros produtos por especiarias nativas.
Pedro Teixeira, em 1637, chefiando uma expedição portuguesa com destino a Quito, Vi-
ce-Reino do Peru, partiu da Vila de Cametá no Grão-Pará, subiu o rio Amazonas. Ao passar
pela foz do rio Madeira, foi informado pelos indígenas habitantes da ilha de Tupinambara que
aquele era o rio Cayaria, em cujas margens habitavam várias nações indígenas. Disseram ain-
da que provinha de elevadas montanhas nas quais vivia um povo rico e muito poderoso. Em
vista a grande quantidade de troncos de madeiras flutuando em suas águas, Pedro Teixeira o
registrou em seu diário de viagem com o nome de rio Madeira.
Antônio Raposo Tavares, em 1650, com sua bandeira composta por mamelucos paulistas
e indígenas, percorreu desde o local de sua formação até a sua foz na margem direita do rio
Amazonas, por esse prosseguindo descendo o seu curso até alcançar, em 1651, o Forte de
Gurupá, nas proximidades da foz desse rio no Oceano Atlântico litoral do Grão-Pará.
Esta bandeira constituída por duzentos paulistas e mil duzentos e sessenta índios saiu de
São Paulo em 1647, margeando os rios Tietê, Paraná e Paraguai, tomando o rumo do Oeste
atingindo as possessões espanholas nos Andes, retrocedendo na direção do Leste encontran-
do as nascentes do rio Grande La Plata ou Mamoré. Tomou seu curso navegando-o em balsas
rústicas, vencendo suas corredeiras, saltos e cachoeiras chegando a sua foz, desta prosse-
guindo pelo rio Cayari (Madeira) até sua desembocadura no rio Amazonas.
Consolidada a ocupação portuguesa na foz do rio Amazonas com a expulsão dos france-
ses, ingleses e holandeses e a dominação dos tupinambás e outros indígenas seus aliados, os
lusos iniciaram a colonização do Vale Amazônico. Subindo o rio Amazonas e os seus afluentes,
em bandeiras fluviais, assentaram fortificações militares, núcleos agropecuários e missões re-
ligiosas. O rio Madeira era pela primeira vez percorrido por luso-brasileiros, o que forneceu à
coroa portuguesa o conhecimento de sua extensão, dos habitantes de suas margens e de seu
provável potencial econômico.
Em 1640 os padres jesuítas iniciaram contatos com as nações indígenas do vale baixo do
rio Madeira. Em 1669, os padres Manoel Pires e Grazoni fundaram a missão de Tupinambara
na ilha com essa mesma denominação, situada próxima a foz do rio Madeira, com a finalidade
de centralizar a catequese dos indígenas, apoiar a conquista do vale do rio Madeira e impedir
que os índios continuassem a comercializar com os holandeses assentados no rio Negro.
Em 1687, os padres Jesuítas apoiados na missão Tupinambarana instalaram várias mis-
sões no rio Madeira em aldeias indígenas dos com as quais conseguiram fazer alianças. A
partir de sua foz rumo as nascentes, encontravam-se instaladas missões em Abacaxis, Para-
naparixaria, Canumã, Onicoré e Tarerise.

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A ação missionária expandia-se proporcionalmente ao aumento das atividades coletoras


de especiarias (drogas do sertão) e sua comercialização pelos padres e índios com os comer-
ciantes das bandeiras fluviais do Grão-Pará, pelo processo de escambo. As missões do rio
Madeira além de suas atividades catequéticas exerciam também as de empórios comerciais.
No final do século 17, na região amazônica, não havia alternativas econômicas nem capital
para desenvolver qualquer atividade diferente da exploração das drogas do sertão. Portanto,
a ordem de Portugal era para intensificar a construção de missões e aldeamentos na colô-
nia administrados por religiosos (principalmente jesuítas). O objetivo era dar continuidade à
ocupação e expansão do território por meio da catequese e do trabalho agrícola. Além disso,
ordenou-se a construção de um sistema de defesa (fortes) para assegurar o domínio da área.
Os missionários, como vimos, partiam em expedições ao interior da floresta para “descer”
os indígenas e trazê-los aos aldeamentos. Ali, eles eram divididos para trabalhar nas proprieda-
des rurais de colonos portugueses, nas missões das ordens religiosas e para o governo.
Para os missionários, catequizar os índios era, além de ensinar a moral cristã, retirá-los da
barbárie e integrá-los à sociedade da colônia. Assim, entre os valores europeus repassados
aos povos indígenas estava principalmente a função do trabalho. O índio deveria tornar-se um
bom cristão e trabalhador.
O período da administração pombalina foi marcado pela criação do Diretório dos Índios e
pela expulsão de todos os jesuítas da região em 1759.
Nos quarenta anos do Diretório dos Índios, o número de indígenas trabalhadores envolvi-
dos com esse sistema sofreu uma grande redução. Em 1757 havia cerca de 30 mil indígenas,
enquanto em 1798 restavam apenas cerca de 19 mil (final do Diretório dos Índios). Os índios
submetidos a esse sistema sofreram com o excesso de trabalho e maus tratos praticados por
diretores escolhidos entre colonos e oficiais militares da colônia. Esses homens, diferente dos
padres que conduziam as antigas missões, eram rústicos e despreparados.
Pombal era contra o domínio dos padres jesuítas sobre os índios na colônia e os acusava
de praticarem comércio ilegal e de incitarem as populações indígenas contra a Coroa Por-
tuguesa. O poder dos jesuítas, cada vez maior, era, portanto, um desafio ao governo. Após a
sua expulsão em 1759, toda a riqueza acumulada pelos jesuítas foi confiscada e vendida: 135
mil cabeças de gado, 1.500 cavalos, 22 fazendas, edifícios, plantações de cacau, entre outras
benfeitorias.
Os aldeamentos formados por indígenas catequisados durante o trabalho dos missioná-
rios nos séculos 16 e 17 passaram no século 18 para a condição de vilas ou aldeias.
Nesse período, Marquês de Pombal retirou o caráter religioso dessas formações popula-
cionais e buscou transformar o índio em um trabalhador livre. Um decreto de 1755 impedia
que os missionários controlassem as aldeias indígenas. Ou seja, qualquer colonizador europeu
podia ter acesso a elas. Embora esse decreto afirmasse que os índios deveriam ter os mesmos
direitos que os cidadãos livres comuns, na prática, não foi dado a eles o direito de administrar

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suas próprias aldeias. Isto é, Pombal colocou, no lugar dos missionários, colonos portugueses
(diretores) para conduzir a mão de obra indígena nessas novas vilas e aldeias.

Abertura do Amazonas à Navegação Internacional

Querido(a) aluno(a), outro tema importante para a ocupação da região do atual estado de
Rondônia a abertura do rio Amazonas à navegação internacional. Decretada pelo Governo bra-
sileiro em 7 de dezembro de 1866, foi a culminação de um processo de negociação extrema-
mente delicado entre o Governo brasileiro e diversos países interessados na livre navegação
do gigantesco rio.
Os primeiros projetos de introdução da navegação a vapor na região amazônica surgiram já
nos primórdios do Império brasileiro, trazendo na sua esteira questões que acabariam por balizar
as discussões acerca do tema ao longo de cinquenta anos. Neste sentido, já em 1826, surgiu um
projeto, vindo de Nova York, de criação de uma companhia de navegação a vapor com o objetivo
de realizar essa atividade nos rios da bacia amazônica. A Amazon Steam Navigation Company,
de propriedade da firma Le Roy, Bayard & Co., entregou, naquele ano, ao ministro brasileiro em
Washington, Silvestre Rebello, um documento que anunciava o despacho, para o Grão-Pará, de
um navio da companhia comandado por um filho de juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos
acompanhado de dois auxiliares, um dos quais fluente em língua espanhola.
O objetivo dessa embarcação seria descarregar suas mercadorias no porto de Belém e
seguir viagem rio acima, até os portos das demais nações confinantes. Enviado o navio, me-
diante contrato com o ministro Rebello, que prometia proteção para a empreitada, pretendeu
seguir viagem a partir do porto de Belém carregado, o que ia contra a política de clausura do
rio Amazonas utilizada pelo governo imperial, a exemplo do que já ocorria mesmo antes da
Independência em 7 de setembro de 1822.
Como acabou sendo impedido de seguir viagem, a companhia processou o governo bra-
sileiro, requerendo uma indenização pelos prejuízos sofridos com a empreitada, uma vez
que o ministro Rebello teria concordado com o projeto quando comunicado de suas inten-
ções em Washington. A indenização acabou sendo concedida, mas apenas em 1845, muitos
anos após a Amazon Steam Navigation Company ter decretado falência: na realidade, já em
seu retorno aos Estados Unidos, o navio enviado a Belém encontraria a companhia em situ-
ação financeira desesperadora.
No recém-criado Parlamento brasileiro, o acontecimento foi motivo de debates, como se
tornaria comum ao longo de todo o período imperial. O contrato assinado pelo ministro bra-
sileiro em Washington acabou sendo rejeitado, fazendo prevalecer uma ideia que permanece-
ria por muito tempo no tocante à questão da navegação na bacia amazônica. Segundo essa
concepção, a navegação a vapor era defendida unanimemente como algo positivo para a re-
gião norte do País, desde que praticada sem interferência de capitais estrangeiros, entendidos
como prejudiciais a interesses estratégicos brasileiros. Estes diziam respeito à manutenção da

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soberania brasileira sobre a Amazônia, território de grande potencial econômico, que, por isso
mesmo, despertava a cobiça das principais potências da época.
A questão esteve longe de se encerrar em 1826. Dois anos depois, nova tentativa de intro-
dução da navegação a vapor nos rios Amazonas, Tocantins, Solimões e Arinos foi realizada,
com a fundação da Sociedade Promotora da Agricultura, Colonização, Construção de Embar-
cações, Comissões, Indústria Paraense na cidade de Belém. Dispondo de capitais mistos bra-
sileiros e estrangeiros, a sociedade chegou a conseguir, em 1º de fevereiro de 1834, mediante
tratativas com o governo imperial, um privilégio exclusivo de dez anos para a navegação dos
rios localizados não apenas na província do Grão-Pará, mas também do Maranhão.
Entretanto, na lógica do sistema representativo vigente no período imperial brasileiro, um
privilégio desse tipo precisava ser aprovado pelo Parlamento antes de entrar em prática, razão
pela qual entrou em discussão, na Câmara dos Deputados, na sessão de 6 de maio de 1834.
Nessas discussões, as ideias novamente gravitaram entre os dois polos já apresentados.
Assim, para o grupo de deputados liderado por Antônio Pedro da Costa Ferreira, representante
do Maranhão, e por Evaristo Ferreira da Veiga, eleito por Minas Gerais, o projeto de navegação
apresentado pela companhia seria de inegável utilidade não apenas para a região amazônica,
mas para todo o País, por levar o progresso a toda uma grande área que até então o desconhecia.
Por outro lado, os deputados liderados por Antônio Correa Seara, representante da provín-
cia do Grão-Pará, e por Antônio Peregrino Maciel Monteiro, deputado por Pernambuco, coloca-
vam-se contra essa ideia, apontando para o fato de que a companhia em questão era formada
predominantemente por capitais estrangeiros, o que criava um risco de invasão que deveria
ser evitado a todo custo. Em razão desse risco, Seara afirmou que “os paraenses” eram con-
trários às pretensões de Joaquim José Siqueira, representante da Sociedade, por esse ser, na
realidade, um mero “testa de ferro” dos interesses ingleses na região amazônica, no que foi
coadjuvado pelo requerimento de um cidadão
As pressões pela abertura do rio Amazonas à exploração de empresas estrangeiras con-
tinuaram nos anos seguintes ao episódio que envolveu a empresa South American New York
Steam Boat Association e o governo brasileiro em 1826. Ao difícil esforço nacional para se
constituir empresas de navegação a vapor com capitais nacionais na Amazônia correspon-
diam pedidos de autorização para a operação de navios estrangeiros, fossem militares, fos-
sem comerciais, no grande rio. Pedidos constantemente negados pelo governo imperial.
A alegação fundamental da parte contrariada, principalmente vinda dos Estados Unidos,
consistia em acusar a posição brasileira como representativa da política de isolamento, se-
melhante à chinesa. Argumentavam ser a posição brasileira contrária aos interesses da hu-
manidade, na medida em que a abertura ao capital estrangeiro viria trazer a civilização sem
nenhum perigo para a soberania nacional.
A força das pressões incluía também os governos dos países vizinhos interessados na
questão, como a Bolívia e o Peru, pois eram favoráveis à abertura do rio Amazonas à nave-
gação internacional. O governo imperial, temendo o agravamento das pressões e até mesmo

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uma investida externa contra a Amazônia, concedeu a uma empresa privada nacional, perten-
cente ao barão de Mauá, o privilégio de navegação em duas linhas no rio Amazonas. Em 1852
foi criada a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas pelo empresário brasileiro
Irineu Evangelista de Souza (Mauá). O Decreto Imperial n. 1.037, de 30 de agosto de 1852
concedeu a essa empresa, que iniciou a funcionar ano seguinte, o privilégio exclusivo por trinta
anos para operar a navegação a vapor no rio Amazonas em duas linhas: de Belém a Manaus e
de Manaus a Nauta.
Possivelmente tenha reforçado o temor do governo imperial, em meados daquele sécu-
lo XIX, o fato de que nos Estados Unidos um oficial da marinha norte-americana, chamado
Matthew Fontaine Maury, movia intensa campanha em favor da abertura do rio Amazonas à
navegação estrangeira. Escreveu sobre o assunto artigos em jornais, endereçou um memorial
ao seu governo e publicou em Washington em 1853 um opúsculo. Intitulado “The Amazon, and
the Atlantic Slopes of South America”, esse opúsculo consistia na reunião de diversos escritos
seus publicados em jornais americanos sob o pseudônimo de “Inca”.
Tal foi o impacto dessa atividade publicitária na opinião pública, que o opúsculo foi ime-
diatamente traduzido e publicado em diversos países da América do Sul. Esses países tinham
interesse na questão da navegação do rio Amazonas. Assim é que no mesmo ano de sua
publicação nos Estados Unidos foi lançado no Brasil sob o título “O Amazonas e as costas
atlânticas da América meridional” (Rio de Janeiro: Typographia M. Barreto, 1853); no Peru “El
río Amazonas y las comarcas que forman su hoya” (Lima: J.M. Monterola, 1853) e na Bolívia
no ano seguinte “El rio Amazonas: regiones que forman su hoya” (La Paz: Imprenta Paceña,
1854). Sustentava o militar que as riquezas naturais da Amazônia mereciam ser exploradas
pela civilização através da conquista científica, econômica e política.
Abertura da navegação no Rio Amazonas aumentou contribuiu para a integração e ocupa-
ção da região do atual Estado de Rondônia.

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A obra inspirou respostas quase imediatas, que contradiziam os principais pressupos-


tos de Maury. Em geral, essas contestações demonstravam o exagero e a imprecisão das
informações contidas na obra do militar norte americano. Especificamente, discordavam da
proposta de internacionalização da navegação no rio Amazonas em razão de um suposto
direito da “humanidade”.
Destas publicações resultou a denúncia secreta enviada pelo representante brasileiro em
Washington, Teixeira de Melo, ao ministro das relações exteriores daquele país apontando as
atividades de Maury como uma ameaça à soberania brasileira.
Maury pretendia também que a Amazônia fosse aberta à colonização anglo-saxônica ou
como território para a expatriação dos negros libertos nos EUA. O governo imperial temia que
abrir o rio Amazonas à navegação internacional pudesse criar uma situação naquela área
para a repetição, no Brasil, do que ocorreu na China a partir do final da Guerra do ópio (1839-
1842). Poucos anos depois do ocorrido, quando o Brasil ainda não havia aberto o rio Amazo-
nas à navegação estrangeira, o próprio imperador do Brasil, D. Pedro II, manifestou em seu
diário de 1862 preocupações quanto ao expansionismo norte-americano ao afirmar: […] quanto
ao Amazonas sempre tive receio dos Estados Unidos cujas relações suplantariam as de outras
potências […] (BRAGANÇA, 1956, apud LUZ, 1968. p. 120).

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Apesar de a concessão a Barão de Mauá ter iniciado o processo de constituição da nave-


gação a vapor no vale do Amazonas, as pressões continuaram. Tanto dentro do Brasil como no
exterior faziam-se severas críticas ao “monopólio” dado a Mauá. Particularmente nos Estados
Unidos, tendo na proa a figura de Maury, a virulência verbal aumentou.
A empresa de Mauá começou a operar em janeiro de 1853 e já em outubro do ano seguinte
renunciou ao privilégio exclusivo a ela concedido anteriormente
Em 10 de outubro de 1857, novamente o governo imperial concorda em inovar o contrato
com Mauá, obrigando-se está a manter três linhas de navegação a vapor, a saber: uma viagem
por mês de Belém a Manaus; seis viagens a cada ano de Manaus até Tabatinga e duas viagens
mensais de Belém a Cametá
Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional, limitada, porém a alguns
trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do Negro
até Manaus. Passando por dificuldades nos negócios, Mauá decidiu desfazer de seus investi-
mentos na Amazônia.
Finalmente, o decreto n. 3.898, de 22 de junho de 1867 concedeu a empresa de Alexandre
Paulo de Brito Amorim três linhas de navegação a vapor partindo de Manaus para os rios Ma-
deira até Santo Antonio, Purús até Hyutanahan e Negro até Santa Isabel. Denominada Compa-
nhia de Navegação do Alto Amazonas, sua contratação já havia sido autorizada, por 25 anos,
para explorar essas linhas em outubro de 1866.
A abertura da bacia do rio Amazonas aos investimentos estrangeiros estava inaugurada.
Em abril de 1870, o governo brasileiro concedeu ao Coronel George E. Church privilegio exclusi-
vo pelo tempo de 50 anos para, por meio de uma companhia que organizará, construir, custear
e gozar uma estrada de ferro. Enfim, concedeu na prática o monopólio do transporte ferroviário
a vapor no trecho encachoeirado do rio Madeira.
No mesmo sentido, o Decreto Imperial de n. 4.735 de 7 de junho de 1871 autorizou a Com-
panhia de Navegação e Comércio do Amazonas a transferir os direitos e obrigações do con-
trato com o governo a uma companhia estrangeira. No ano seguinte a companhia foi vendida
para os ingleses transformando-se na Amazon Steam Navigation Company Ltda., sendo dada
permissão para que ela funcionasse no Império do Brasil pelo Decreto n. 5.020, de 18 de julho
também do mesmo ano.
Em 1874 o Decreto Imperial n. 5.575, de 21 de março, concedeu à Companhia Fluvial do Alto
Amazonas autorização para transferir à Amazon Steam Navigation Company Limited todos os
direitos e favores que possuía por lei, e bem assim os respectivos encargos. Estavam, então,
os afluentes do rio Amazonas já desimpedidos para a navegação de empresas estrangeira.
Mauá havia investido na Amazônia, por concessão do governo imperial, até 1872 quanto a
Amazon Steam Navigation Co. Ltda. finalmente penetrou no negócio incorporando sua com-
panhia de navegação e, assim, virtualmente monopolizando o transporte fluvial no Amazonas.

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Quanto à desconfiança do governo imperial em relação ao expansionismo norte america-


no, seria transferida ao governo republicano como bem o demonstra a questão Acreana (vere-
mos mais adiante)
Finalmente, se Maury poderia ter razão ao afirmar que a abertura do rio Amazonas ao capi-
tal estrangeiro viria trazer a civilização sem nenhum perigo para a soberania nacional, o mes-
mo é discutível quando se trata da economia nacional. Havia sim, um perigo. Em 25 de janeiro
de 1874 aportou em Manaus vindo da Inglaterra o vapor de longo curso Amazon, que voltou a
fazer viagens para aquela cidade até dezembro de 1876. Em uma dessas viagens, esse vapor
contrabandeou as sementes de seringueira colhidas por Wikham. Depois de aclimatadas, es-
sas sementes originaram as plantações nas colônias inglesas do Oriente. O produto dessas
plantações viria a ser responsável pelo fim da economia da borracha na Amazônia. Ironica-
mente, a história da navegação a vapor estrangeira no vale do Amazonas inicia com o navio
norte americano Amazon em 1826 e o Primeiro Ciclo da Borracha inicia a terminar, quase cin-
quenta anos depois com outro vapor, agora inglês, mas também de nome Amazon, que deu a
partida para a destruição do ciclo da borracha na Amazônia

004. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013)


Julgue os itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Em 1866, por decreto do governo do Império do Brasil, os rios Amazonas e Madeira, bem como
os seus afluentes, foram abertos, em toda a sua extensão, à navegação mercante internacional.

Em 1866 o rio Amazonas foi aberto à navegação internacional. Entretanto, era limitada a al-
guns trechos: do Tocantins até Cametá, do Tapajós até Santarém, do Madeira até Borba e do
Negro até Manaus.
Errado.

Escravidão

Em meados do século 18, Portugal acelerou o trabalho de povoamento e demarcação das


fronteiras para garantir a posse do território. Nesse período, a Companhia Geral do Grão-Pará
e Maranhão (1755-1778) foi estabelecida e uma nova leva de escravos negros africanos foi
introduzida na Amazônia. O objetivo era intensificar os negócios na região.
Os negros eram uma alternativa necessária para a suposta liberdade dos indígenas. Além
disso, eles eram mais resistentes às doenças e eram considerados mais trabalhadores pelos

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portugueses. Os escravos africanos trabalhavam na monocultura de produtos para a exporta-


ção, geralmente cacau, café, arroz e açúcar. Os índios, em contrapartida, cultivavam mandioca
e arroz para o consumo local. E, principalmente, estavam envolvidos nas árduas expedições
anuais de coleta nas florestas.
Calcula-se que a população no vale do Guaporé, naquela época, era formada por cerca
de sete mil escravos africanos e menos de mil portugueses. A vida útil de um escravo no
Vale do Guaporé era de aproximadamente dois anos, nos canaviais do Nordeste chegava a
10 anos e na Bacia do Madeira, onde foram feitas tentativas de implantação de colônias, não
passava de seis meses.
Durante o período colonial os navios negreiros provenientes da costa da África destina-
vam-se preferencialmente aos ricos portos do litoral do nordeste brasileiro, notadamente Bahia
e Pernambuco. A “carga” desses navios, os africanos escravizados, era distribuída pela exten-
sa área de produção de nossa maior riqueza colonial, maior mesmo que o ouro, o açúcar.
Contrapondo-se ao rico mercado do açúcar encontrava-se a distante Amazônia. Constituía-
-se essa região em um mercado secundário de compra de escravos de origem africana. Várias
razões podem explicar essa situação. A primeira razão é o caráter periférico da economia ama-
zônica naquele período, em relação à economia do açúcar, e depois do ouro. A segunda razão
é que a região possuía uma economia pobre, tinha como base principal de sua economia o
extrativismo: produtos florestais conhecidos como drogas do sertão tais como a salsaparrilha,
a canela, copaíba, enfim uma infinidade de artigos.
Além disso, desde cedo, desenvolveu-se o extrativismo pesqueiro, importante produção no
comércio regional. Mas a maior produção extrativa da Amazônia no século XVIII era o cacau
nativo, contudo era produto de qualidade inferior ao cacau agrícola das colônias espanholas,
portanto menos procurado e de menor valor no mercado internacional.
No baixo Amazonas, ou seja, nas proximidades de Belém, concentravam-se atividades agrí-
colas e pecuárias. Derivava dessa economia o pouco acúmulo de capitais regionais e a opção
pela mão de obra indígena escravizada, ou em condição análoga ao trabalho escravo, em detri-
mento da mão de obra escrava de origem africana.
Além do mais, temos que considerar o custo do trabalhador, para se ter ideia um escravo
africano em Belém custava dez vezes mais que um escravo nativo no início do século XVIII.
A criação da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão (1755) abria possibilida-
des para a colocação da força de trabalho escravizada na África em quantidade e regularidade.
A oferta desse trabalhador novamente teve pequeno impacto face à relativa pobreza da eco-
nomia extrativista das drogas do sertão. Parte dessa força de trabalho foi adquirida para a Ca-
pitania do Mato Grosso, ocupada na mineração do ouro no Vale do Guaporé, setor econômico
que pouco utilizava a mão-de-obra de origem indígena,
Os escravos eram usados em diferentes atividades: nas faisqueiras, nas lavras e sesma-
rias. Nas grandes propriedades eram controlados pelos feitores, em geral de origem negra.
Mas entre os pequenos proprietários havia uma relação mais próxima, nem por isso menos
sujeita a revoltas, fugas e insurreições. Também havia os “pretos Del Rey”, escravos de pro-
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priedade da coroa, que estavam a serviço do governador, para a edificação de obras públicas.
Esses escravos eram vistos como verdadeiros equipamentos de serviço público. Eram poucos
e os governadores se obrigavam a alugar mais escravos junto aos proprietários. Em 1752, Ro-
lim de Moura criou a Companhia dos Homens Pretos e Mulatos.
Considerada como a mais insalubre do mundo, a região do Madeira era propensa a doen-
ças tropicais como o Maculo, uma febre diarreica que matava o portador em poucos dias e
provocava grande sofrimento. A partir de 1815, a extração do ouro deixou de ser atrativa no
Vale do Guaporé e muitos negros que não serviam para o trabalho foram deixados para trás.
Descendentes deles vivem hoje em vários quilombos no Vale do Guaporé.
Devido às péssimas condições de vida, escravos do vale do Guaporé tendiam a se revoltar
individual e coletivamente. Durante a segunda metade do século XVII eram comuns as fugas
de escravos, formando quilombos, com um destaque para o de Quariterê (do Piolho) que exis-
tiu de 1752 a 1795, ano em que foi destruído.
Acredita-se que o primeiro líder do Quilombo do Piolho tenha sido José Piolho. Com a sua
morte, Teresa de Benguela, que era sua mulher, assumiu a liderança do quilombo. Em 1770,
logo que a existência do quilombo ficou conhecida pelas autoridades coloniais, uma bandeira
foi organizada para destruí-lo. A bandeira contava com trinta homens e vinha sob o comando
de João Leme de Prado. A bandeira percorreu um mês de Vila Bela da Santíssima Trindade até
o quilombo. A bandeira atacou o quilombo de surpresa e prendeu a maioria de seus moradores;
outra parte foi morta durante o combate, e outra fugiu.
Aqueles que foram capturados, vieram a ser torturados em praça pública para servir de
exemplo para aqueles que pretendiam se rebelar. Mais tarde, em 1791, uma nova bandeira foi
organizada: desta vez, para capturar aqueles que tinham fugido do primeiro ataque ao Qui-
lombo do Piolho. A nova bandeira tinha 45 homens e era comandada pelo alferes de dragão
Francisco Pedro de Melo. Dessa vez, o Quilombo do Piolho foi completamente destruído. A fim
de impedir novas revoltas e garantir os interesses de Portugal, foi construída, no local onde fi-
cava o quilombo, a Aldeia da Carlota. Os escravos aprisionados pela bandeira acabaram sendo
libertados por Cáceres que lhes ordenou fundarem a aldeia de Carlota.
O governo na Amazônia tornou-se mais presente e organizado no início do século XIX. Nas
cidades maiores, proprietários e comerciantes surgem como classe social distinta e direta-
mente conectada com Lisboa. Os laços familiares, os interesses comerciais e as facilidades
de navegação estreitaram essa ligação.
No início do século XIX, navegar de Belém para Lisboa era mais rápido do que para o Rio
de Janeiro por causa dos ventos mais favoráveis. A partir de 1850, o barco a vela na Amazônia
começou a ser substituído pelo barco a vapor.
Entretanto, a economia da região ainda estava baseada nas drogas do sertão e era pouco
desenvolvida. Como vimos anteriormente, os negócios na região dependiam muito da mão de
obra indígena, a qual foi declinando drasticamente ao longo dos primeiros séculos de coloni-
zação. Neste período (início da industrialização no mundo), os preços dos produtos caíram e

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os novos desafios para a Amazônia colonial foram resolvidos por meio de taxações excessivas
sobre os produtos naturais e cultivados. Essa iniciativa levou a província à decadência econô-
mica. Entre 1806 e 1819, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro sofreram uma crise. A partir
daí, começam a fomentar as ideias de Independência em relação a Portugal.

Independência do Brasil na Região do Atual Estado de Rondônia

No final de 1820 emergiu na Amazônia um grupo político insatisfeito com o sistema colo-
nial. Almejava-se mais oportunidades econômicas para aqueles que haviam nascido na região,
especificamente aqueles que migraram para as cidades e não receberam nenhuma educação.
Esse grupo queria um governo que realmente garantisse os direitos desses cidadãos. A classe
“superior” acusava essas pessoas de serem preguiçosas, contudo, elas eram as únicas que
trabalhavam e nem sempre eram pagas pelo grupo dominante. Os contestadores haviam sido
influenciados pelas ideias do Iluminismo francês, circuladas no Grão-Pará a partir de 1809 por
causa do conflito entre Portugal e França em Caiena, na Guiana Francesa.
A Proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 1822. Contudo, somente em mea-
dos de 1823, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro aderiram à independência. Isso porque,
em 11 de agosto deste ano, sob as ordens de Dom Pedro I, o almirante John Grenfell chegou
a Belém com um documento exigindo a adesão do Pará. Caso os governantes negassem tor-
nar a região independente de Portugal, uma esquadra em Salinas estaria pronta para fechar
o acesso ao porto de Belém, isolando o Pará do restante do Brasil. Os governantes da época
renderam-se, proclamando a adesão ao restante do país. No dia 15 de agosto, depois de uma
assembleia no Palácio Lauro Sodré, a adesão foi proclamada por Dom Romualdo Coelho e
oficializada com a assinatura de um documento. A partir desse momento, a capitania do Grão-
-Pará foi elevada à categoria de província do Império do Brasil.
A adesão à Independência do Brasil é comemorada no Pará com um feriado no dia 15 de
agosto, conhecido como Adesão do Pará.
O Grão-Pará e o Rio Negro inicialmente resistiram à Independência porque a relação da
Amazônia com Portugal era bem mais intensa e estreita do que com as outras províncias do
Brasil. O Rio Negro submeteu-se ao Império do Brasil em 9 de novembro de 1823, mas ficou
sujeito à administração da província do Grão-Pará até 1850, quando se tornou província do
Amazonas em 5 de setembro.

005. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.

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A colonização portuguesa do oeste amazônico, no período colonial, foi motivada pela deman-
da de látex pelo mercado europeu.

Durante o período colonial, as motivações para a colonização portuguesa foram a necessidade


de ocupação para garantir a posse da região, a descoberta de ouro em Rondônia, o comércio
das chamadas “drogas do sertão” e a catequização indígena pelos jesuítas.
Errado.

3. Economia e Sociedade nos Séculos XIX e XX: da Economia da Borracha,


Poia e Castanha aos Planos de Desenvolvimento Regional, da Naciona-
lização da Ferrovia à Transição para o estado de Rondônia

Querido(a), é no final do século XIX que ocorreria o primeiro grande ciclo econômico na
região, o chamado “ciclo da borracha”. A floresta amazônica era berço natural de seringueiras
das quais era extraído o látex. Foi esse ciclo o responsável perlo primeiro surto de ocupação.
Para lá se dirigiram muitos nordestinos fugindo da seca.
A partir da segunda metade do século XIX, a borracha passou a ser um produto de des-
taque na economia da Amazônia e do Brasil. O ciclo da borracha é o primeiro grande ciclo
econômico da Amazônia, que teve o seu auge entre 1879 e 1912. Contudo, a borracha já era
utilizada pelos indígenas nas Américas desde o início da colonização europeia. Eles usavam o
látex da seringueira como impermeabilizante e, a partir desse produto endurecido, fabricavam
utensílios domésticos, seringas, botas, sapatos, chapéus, jaquetas, bolas etc.
No século XIX, os Estados Unidos já estavam fabricando sapatos de borracha a partir do
látex endurecido importado da Amazônia. E, para a nossa surpresa, no Estado do Pará, por
volta de 1840, também havia uma indústria forte de sapatos de borracha, com uma qualidade
superior à dos Estados Unidos.
A boa notícia é que a demanda mundial pela borracha cresceu enormemente e continuou a
aumentar na segunda metade do século 19. Segundo o historiador Roberto Santos havia 5.300
seringueiros em 1850; em 1912, mais de 190 mil trabalhavam nos seringais.
Desde o início do ciclo da borracha, empresas estrangeiras instalaram-se em Belém e Ma-
naus para controlar o seu comércio. Esse monopólio formava uma pirâmide, com milhares de
seringueiros abastecendo centenas de negociantes que, por sua vez, vendiam a uns poucos e
poderosos estabelecimentos de Manaus, Belém e Iquitos.
A população de Manaus cresceu no auge da borracha, passando de 10 mil pessoas, em
1890, para 50 mil habitantes em 1900. A cidade era considerada a “Paris dos Trópicos” – por
causa dos seus bares, cabarés e casas noturnas. Havia um estabelecimento chamado “Café

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dos Terríveis” onde se podia beber até o dia amanhecer. Os barões gostavam do luxo e esban-
javam o dinheiro dos lucros da borracha.
Durante os primeiros anos do século 20, as exportações anuais de borracha na Amazônia
alcançaram em média 34 mil toneladas. Em 1909, uma produção de 42 mil toneladas atingiu
24,6 milhões de libras.
Contudo, este ciclo de grandes riquezas começou a ruir a partir de 1876, quando um co-
merciante inglês chamado Henry Wickham contrabandeou 70 mil sementes de seringueira da
região de Santarém e as enviou para o diretor do Royal Botanic Garden de Londres.
Plantações de seringais foram estabelecidas no Sudeste Asiático e, depois de três décadas
e meia de tentativas, as plantações na Malásia começaram a produzir látex de melhor qualida-
de, em quantidades maiores e por um preço mais acessível. Consequentemente, a produção
de borracha na Amazônia sofreu uma redução drástica. Por exemplo, em 1923, a produção
da Ásia atingiu 370 mil toneladas por ano, enquanto a da Amazônia despencou para 18 mil
toneladas por ano.
Dessa forma, o Brasil perdeu o mercado mundial para os plantios de seringueira de larga
escala no Sudeste Asiático, marcando o fim do ciclo do “ouro branco” na Amazônia.
Muitas famílias foram embora da Amazônia por causa da quebra do monopólio da borra-
cha. Aquelas que foram obrigadas a ficar não possuíam fonte de renda para manter o mesmo
padrão de vida adquirido com os lucros do grande ciclo. Assim, Belém e Manaus entraram em
colapso econômico e social no início do século 20: os palacetes foram abandonados, os serin-
gueiros estavam à deriva, o governo já não conseguia pagar mais os funcionários públicos e a
classe média haviam perdido empregos e estava empobrecida.
Nesse período, depois de 1920, a população do Norte do Brasil ficou quase completamente
estagnada. Em 1920, a região possuía 312 mil habitantes; e, em 1940, esse número foi redu-
zido para 236 mil. Em 1950, a região conseguiu restabelecer sua população para 349 mil habi-
tantes. Contudo, voltou a crescer de forma significativa somente a partir da década de 1960.
Após a crise da borracha houve na região um retorno ao extrativismo de outros produtos
da floresta (poia, castanha) e à agricultura de subsistência. Amazônia deixou de ser atrativa
para os aventureiros e permaneceu meio século sem incursões estrangeiras em busca de pro-
dutos lucrativos. Os povos indígenas haviam sofrido uma redução drástica e finalmente deixa-
ram de ser escravizados.
A população agora era composta principalmente por indivíduos miscigenados (índios,
brancos e negros), conhecidos como caboclos ou ribeirinhos. Eles viviam dos recursos da
fauna e flora (pesca e coleta de produtos florestais), explorando-os de forma sustentável, ou
seja, sem afetar a capacidade da natureza de produzir novos recursos para gerações futuras.
Também havia pequenos fazendeiros que derrubavam e queimavam a mata para criar
gado. Quanto aos recursos, além da borracha, os outros produtos florestais também deixaram
de ter importância econômica para a região, pois passaram a ser cultivados em outros lugares.

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Por exemplo, o café prosperou no planalto de São Paulo, onde o clima é mais temperado; o
arroz, o algodão e o açúcar eram mais lucrativos no Nordeste do Brasil, nos Estados Unidos e
no Caribe; e o cacau do oeste da África superou o da Amazônia.
O primeiro ciclo da borracha atraiu basicamente nordestinos e bolivianos para o trabalho
nos seringais. No entanto, essa migração não criou povoamentos na região. Acontece que a
economia voltada para a exportação impossibilitou que a geração de riqueza no local. Essa
riqueza acaba sendo vista na opulência de Manaus e Belém.
Os nordestinos, principalmente, faziam um trabalho com características de escravidão. Já
chegavam aos seringais devendo ao Barão da Borracha os custos da viagem. Viviam nas pro-
priedades e todos os mantimentos e bens que consumiam eram fornecidos pela estrutura do
seringal, o que, obviamente, aumentava exponencialmente as dívidas com o Barão. Sempre em
dívida, não conseguiam sair de lá. Essa situação de semiescravidão ainda pode ser vista em
regiões de expansão da fronteira agrícola da região norte.
Entre 1877 e 1879, o nordeste brasileiro sofreu uma das piores secas de sua história. Para
se ter uma ideia, mais de 65.000 pessoas saíram do Ceará rumo a Amazônia, fugindo da seca e
da consequente crise agrária. Essa massa de miseráveis serviu de mão de obra nos seringais,
avançando as fronteiras do extrativismo. A maioria desses cearenses entrou pelo rio Purus,
ocupando zonas ricas em seringais. No final da década estavam no Acre, território reivindicado
pela Bolívia, Brasil e Peru.
Outros pequenos ciclos econômicos também atraíram populações para Rondônia. Nesse
contexto é que se inserem a construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e das Estações Telegrá-
ficas da Comissão Rondon.
As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram mato-grossenses, paulistas e nor-
destinos que trabalhavam nos serviços de telegrafia e moravam nas suas cercanias. Isso ge-
rou pequenos núcleos urbanos como Ariquemes, Presidente Pena, Pimenta Bueno e Vilhena.
Durante a expedição foi realizado o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras,
além de pesquisas etnográficas, linguísticas e geológicas.

006. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Entre 1907 e


1915, Cândido Rondon comandou a Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato
Grosso ao Amazonas. A respeito dessa iniciativa, assinale a afirmativa correta.
a) Estendeu a linha telegráfica entre Campo Grande e Santo Antônio do Madeira, superando o
isolamento da região.
b) Contribuiu para a formação de povoados, como Marco Rondon, Cacoal, Colorado do Oeste
e Rolim de Moura.

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c) Complementou o telégrafo com rádios de poste, para maior alcance social na transmissão
de informações.
d) Incluiu o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras, além de pesquisas etno-
gráficas, linguísticas e geológicas.
e) Integrou os “sertões do noroeste” ao sistema produtivo nacional, abrindo linhas de escoa-
mento para a borracha.

Com a intenção de ampliar ainda mais o alcance das linhas telegráficas federais, Affonso
Penna, Presidente da República entre os anos de 1906 e 1909, criou a Comissão de Linhas
Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas, também conhecida como “Comis-
são Rondon”.
Letra d.

Nessa fase de imigrações, instalaram-se nos núcleos urbanos de Porto Velho, Jacy-Paraná,
Mutum-Paraná, Abunã, Guajará-Mirim e Costa Marques. Entre os imigrantes estavam turcos,
judeus, libaneses, gregos, bolivianos, italianos, indianos, panamenhos, cubanos, barbadianos,
porto-riquenhos, jamaicanos e tobaguenses.
A partir de 1942, iniciou-se um segundo Ciclo da Borracha. Diferentemente do primeiro,
já havia na região uma infraestrutura de extração consolidada. Os povoadores dos seringais
eram nordestinos, mas divididos em duas categorias: os seringueiros civis e os soldados da
borracha (que integravam o Batalhão da Borracha.
Nesse contexto, foi criado, em 1943, o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores
para a Amazônia – SEMTA, órgão brasileiro, como parte dos Acordos de Washington, que tinha
como finalidade principal o alistamento compulsório, treinamento e transporte de nordestinos
para a extração da borracha na Amazônia, como intuito de fornecer matéria-prima para os
aliados da II Guerra Mundial.
Houve, então, campanhas do governo de Getúlio Vargas para incentivar a migração de bra-
sileiros para a Amazônia. As campanhas “Marcha para o Oeste” e “Novo Eldorado” atraíram
pessoas, principalmente do Nordeste, para trabalhar nos seringais da região.
Esses migrantes ficaram conhecidos na história como “Soldados da Borracha”. Isso por-
que a migração ocorreu durante o esforço de guerra dos Estados Unidos pela borracha bra-
sileira na Segunda Guerra Mundial, uma vez que as plantações no Sudeste Asiático haviam
sido ocupadas pelos japoneses. Como a borracha era um produto estratégico para os aliados,
a seringueira da Amazônia voltou a ser extraída em larga escala. No entanto, esse novo ciclo
durou pouco; ao final da guerra, os Estados Unidos voltaram a importar a borracha asiática e
suspenderam os investimentos que estavam fazendo no Brasil.

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O SEMTA fazia parte do Departamento Nacional de Imigração (DNI), do governo de Getúlio


Vargas. Era financiado por um fundo especial da Rubber Development Corporation, um fundo
criado com o selamento dos Acordos de Washington.

007. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015) Em função da participação do


Brasil na II Guerra Mundial (1939/1945), ocorreu uma segunda corrente migratória para a re-
gião amazônica a fim de aumentar a oferta de mão de obra para a exploração da borracha. Esti-
ma-se o número de seringueiros que chegaram a região em 34.000 pessoas só no ano de 1942.
Em relação a tal processo de migração, é correto afirmar que:
a) a presença de população do sul do país foi a característica principal nesse processo;
b) a presença de retirantes nordestinos foi a tônica desse processo;
c) a presença da população sem-terra da região centro-oeste foi majoritária nesse processo;
d) a presença da população açoriana de Santa Catarina foi a mais importante nesse processo;
e) a presença exclusiva da população paulista foi fundamental para o desenvolvimento des-
se processo.

Os nordestinos foram os principais imigrantes para a extração de látex como matéria-prima


para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
Letra b.

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Núcleos urbanos se desenvolveram. O sistema de saúde pública melhorou consideravelmen-


te a as ações de governo estenderam-se para o interior. A geopolítica regional passou por total
transformação, tendo em vista a criação do Território Federal do Guaporé em terras desmembra-
das dos estados de Mato Grosso e do Amazonas. As estações telegráficas da Comissão Rondon
funcionavam como receptores de uma ocupação humana rural, procedente do Mato Grosso e
destinada à pecuária, formando grandes latifúndios onde funcionavam antigos seringais.
A fase do extrativismo na região, como vimos, começou a despontar antes mesmo das
primeiras expedições oficiais serem lançadas para reconhecimento da área (século XIX) e se
estendeu até os anos de 1960, com o fim do ciclo da borracha e quando se iniciou um modelo
de ocupação pioneiro no bioma amazônico, pautado na supressão da floresta a partir do incen-
tivo à pecuária e a projetos da reforma agrária.
A exploração da castanha do Pará e da borracha sustentou o Território até a descoberta de
jazidas de cassiterita, que acelerou o desenvolvimento e o povoamento da região. Já na segun-
da metade do século XX, o “ciclo do diamante” promoveu mudanças profundas na ocupação
humana e no desenvolvimento dos povoados de Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Pimenta Bueno.
Doutro lado, o “ciclo da cassiterita” expandiu a ocupação humana no espalho físico que com-
preende as microrregiões de Porto Velho e Ariquemes. Já o “ciclo da Agricultura”, cuja atração
migratória começou desordenadamente em 1964, fixou em Rondônia contingentes migrató-
rios procedentes do Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio
Grande do Sul, Pará, Acre, Ceará, Bahia, Piauí, Paraíba e Sergipe.
Algumas tentativas de colonização da Amazônia no século 20 ocorreram principalmente
no período do Estado Novo de Getúlio Vargas (1943). Uma delas foi a japonesa, com as plan-
tações de juta – uma fibra têxtil de origem asiática –, na várzea do rio Amazonas, e de pimen-
ta-do-reino na região de Tomé-Açu (Pará) a partir da década de 1940.
O período também marca a tentativa do empreendedor norte-americano Henry Ford, pai da
indústria automobilística, de estabelecer na Amazônia plantios de seringueira para competir
com os existentes na Malásia, na época, colônia britânica. Em 1927, Ford adquiriu extensas
florestas próximo da foz do rio Tapajós a fim de assegurar uma fonte de matéria-prima (látex)
para a fabricação de pneus.
Assim, a empresa de Ford construiu duas cidades na selva. Primeiro, Fordlândia, em 1927,
depois Belterra em 1936. Em 1929, o número de trabalhadores alcançava em torno de 1.000
pessoas, vindas das aldeias de nativos da região, do Maranhão e Ceará, dos remanescentes da
construção da ferrovia Madeira-Mamoré, do canal do Panamá e de pequenos países do Caribe
como a Jamaica, Barbados e Santa Lúcia.
Fordlândia e Belterra possuíam uma infraestrutura próxima do padrão norte-americano da
época, o qual incluía escolas, hospitais, sistema de abastecimento de água e energia, estação de
rádio e telefonia. Entretanto, todo esse esforço foi em vão, pois sem experiência em silvicultura
tropical, os gerentes da empresa plantaram as seringueiras muito próximas umas das outras,
propiciando o ataque do fungo mal-das-folhas (Microcyclus uley) que dizimou as plantações.

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Além disso, os trabalhadores de Fordlândia, submetidos ao estilo de vida e trabalho rígido


norte-americano, revoltaram-se em 1930. Nessa rebelião, destruíram o prédio do escritório,
da usina de força, serraria, garagem, estação de rádio e recepção. Eles também cortaram as
luzes, atearam fogo nas oficinas, queimaram arquivos, saquearam depósitos e quebraram ca-
minhões, tratores e carros. Os gerentes tiveram de fugir. No dia seguinte, o conflito teve de ser
apaziguado pelo exército.
Um dos maiores ícones da opulência do ciclo da borracha é o teatro Amazonas. Principal
cartão postal da cidade de Manaus, está localizado no centro da cidade, no Largo de São Se-
bastião, e foi inaugurado em 31 de dezembro de 1896.

Apesar do sucesso da atividade extrativista, o ciclo da borracha se esgotou no início do


século XX, principalmente por causa da concorrência inglesa. Os ingleses levaram mudas de
seringueiras para suas colônias asiáticas derrubando o preço do látex no mercado interna-
cional com essa nova fonte de matéria prima. No período entre as duas guerras mundiais, de
1918 a 1939, a demanda pela borracha chegou a ser reaquecida pela necessidade da indústria
automobilística norte americana, mas logo se esgotou.
Como herança do ciclo da borracha podemos destacar a construção das ferrovias Madeira
Mamoré e Belém-Bragança, o aumento do povoamento da região por nordestinos e imigran-
tes europeus e o crescimento das capitais Manaus (AM) e Belém (PA).
O Estado do Amazonas passou a ser colonizado a partir de 1669, quando foi fundado o
Forte de São José da Barra do Rio Negro, na área onde hoje fica Manaus, pelo capitão portu-
guês Francisco da Mota Falcão. A fortificação serviu como base para o povoamento da bacia
amazônica, ainda que de maneira incipiente. Tal construção permitia a subida dos rios Negro
e Branco, no atual estado de Roraima, de onde se chegava ao Orinoco. Também começou a

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ocupação dos rios Solimões e Madeira. Os primeiros colonos enfrentaram hostilidade dos
nativos, como as tribos dos torás e manaós (daí a origem do nome de Manaus) do cacique
Ajuricaba, que atacavam os povoamentos dos colonos e destruíam casas e instalações.
O Estado do Maranhão virou “Grão-Pará e Maranhão” em 1737 e sua sede foi transferida
de São Luís para Belém do Pará. O Tratado de Madri de 1750 confirmou a posse portuguesa
sobre a área. Para estudar e demarcar os limites, o governador do Estado, Francisco Xavier de
Mendonça Furtado, instituiu uma comissão com base em Mariuá em 1754. Em 1755 foi criada
a Capitania de São José do Rio Negro, no atual Amazonas, subordinada ao Grão-Pará.
Prezado(a), a construção da Ferrovia Madeira Mamoré foi resultado de um acordo diplo-
mático em que a Bolívia cedeu o Acre ao Brasil. Ocorre que, desde o estabelecimento do Tra-
tado de Tordesilhas até o século XIX, o atual estado do Acre fazia parte da América espanhola,
de acordo com os Tratados Hispano-Portugueses: Tratado de Madrid (1750), Tratado de Santo
Ildefonso (1777), Tratado de Badajoz (1801).
Após a independência das colônias espanholas, o Brasil reconheceu aquela área como
boliviana através do tratado de limites de 1867. Contudo, não havia nenhuma ocupação do
território por parte da Bolívia. Em grande medida, por ser uma região de difícil acesso por outro
caminho que não a bacia do Rio Amazonas. Em virtude da abundância da seringueira e do ci-
clo da borracha que estava se iniciando, colonos brasileiros iniciaram a ocupação do Acre em
1852, com grande aumento de fluxo migratório a partir de 3 de abril de 1877.
Acontece que o presidente da Bolívia à época, Aniceto Arce, foi alvo de uma tentativa de
golpe de estado chefiado pelo Coronel José Manuel Pando. Pando, derrotado, se refugiou no
Acre, onde percebeu que a ocupação brasileira tinha tomado proporções alarmantes.
Pando que, como general, veio governar a Bolívia de 1899 a 1904, alertou as autoridades
bolivianas e iniciaram-se as manobras diplomáticas. Em 1898, a Bolívia enviou uma missão
de ocupação para o Acre causando, em 1º de maio de 1899, uma revolta armada dos colonos
brasileiros que receberam o apoio do governo do Estado do Amazonas.
Nesse contexto, merece destaque a ação do advogado José Carvalho que forçou os boli-
vianos a abandonarem a região. O governador do Amazonas, Ramalho Júnior, organizou uma
unidade comandada pelo espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias para combater o possível
retorno dos bolivianos. Partiram de Manaus em 4 de junho de 1899 e chegaram em Puerto
Alonso, na Bolívia, onde fundaram a República do Acre em 14 de julho de 1899. Entretanto, o
governo brasileiro reconheceu o Acre como território boliviano através da assinatura do Trata-
do de Ayacucho e enviou tropas que dissolveram o movimento em 15 de março de 1900.
O governador Silvério Néri, do Amazonas, enviou outra expedição de defesa que declarou
pela segunda vez o Acre como uma República independente, em 1900. Rodrigo Carvalho as-
sumiu o cargo de presidente. A Bolívia decidiu reagir, organizou também uma expedição militar
para conquistar o território. Foram, no entanto, os seringueiros que trabalhavam no local que
impediram o avanço dos bolivianos.

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Brasileiros e bolivianos, contudo, continuaram em guerra pela região. O avanço militar dos
bolivianos fez com que a segunda República Acreana fosse dissolvida. Passara-se apenas um
mês de sua declaração.
Já em 1902, Silvério Néri enviou um militar gaúcho, José Plácido de Castro, para reconquis-
tar o território do Acre.
Para resolver as tensões entre Bolívia e Brasil, o ministro brasileiro das relações exteriores,
Barão do Rio Branco, liderou as negociações entre os dois países. Como resultado, foi firmado,
em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis, que estabeleceu:
• Anexação do território do Acre ao Brasil, sendo que este teve que pagar uma indeniza-
ção de 2 milhões de libras esterlinas à Bolívia;
• Indenização, paga pelo governo brasileiro ao Bolivian Syndicate, no valor de 110 mil li-
bras esterlinas. Esta indenização era relativa à finalização do contrato de arrendamento
que esta empresa tinha com o governo boliviano, para explorar recursos na região;
• O Brasil cedeu à Bolívia algumas faixas de terras na região da foz do rio Abunã (na fron-
teira norte entre Brasil e Bolívia), e na região de fronteira no estado do Mato Grosso;
• O Brasil deveria construir uma ferrovia, para que os bolivianos pudessem fazer o esco-
amento de sua produção pelo rio Amazonas. Após quase sete anos de construção, a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou pronta em 1912;
• Parâmetros para a definição da fronteira entre Brasil e Bolívia.

A Questão do Acre foi, em diversos aspectos, muito importante para o Brasil no começo do
século XX. Além de ampliar o território brasileiro, sua resolução foi capaz de resolver conflitos
entre brasileiros e bolivianos na região de fronteira.
No aspecto econômico, o Tratado de Petrópolis foi extremamente benéfico ao Brasil, pois
a região era uma grande produtora de látex. O acordo garantiu também o emprego de milhares
de pessoas que atuavam na extração do látex na região do Acre, principalmente de nordestinos
que haviam fugido da seca, que assolou o Nordeste na primeira década do século XX.

008. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) No século XVIII, a


fundação de missões jesuíticas espanholas, na margem esquerda do rio Guaporé, foi uma
clara ameaça à soberania de Portugal nas bacias dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Por
isso, houve ações da metrópole portuguesa com o intuito de proteger o território na margem
direita da Bacia do Guaporé, atual estado de Rondônia. Com relação a esse assunto, julgue os
itens a seguir.
No período em questão, houve a assinatura do Tratado de Petrópolis, no qual se definiram, em
1803, as fronteiras entre o Vice-reino do Peru e o Território do Guaporé.

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Caro(a) aluno(a), existem erros fundamentais na afirmativa a ser analisada. Primeiro, o Tratado
de Petrópolis foi assinado quando o Brasil já era uma República independente, portanto, sem
relação alguma com o enunciado que trata das ações de Portugal sobre a colônia. Segundo, o
tratado definiu as fronteiras entre a Bolívia e o Brasil.
Errado.

A ideia da ferrovia nasceu na Bolívia já em 1846, quando o engenheiro boliviano José Au-
gustin Palácios convenceu as autoridades locais de que a melhor saída de seu país para o
oceano Atlântico seria pela bacia Amazônica.
O pensamento do engenheiro justificava-se na dificuldade para transpor a cordilheira dos
Andes e na distância do Oceano Pacífico dos mercados da Europa e dos EUA. Foi então, em
1851, que o governo dos Estados Unidos – interessado na melhor saída para a importação de
seus produtos – contratou o tenente Lardner Gibbon para estudar a viabilidade do empreendi-
mento via rio Amazonas.
Em 1852, Gibbon concluiu o trajeto Bolívia-Belém, descendo pelo lado boliviano os rios
Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas, ratificando a ideia de Palácios, quando demonstrou que
uma viagem dos Estados Unidos para La Paz pelo caminho dos rios amazônicos, com o advento
de uma ferrovia margeando as cachoeiras do rio Madeira, demoraria 59 dias, contra os 180 dias
pelo Oceano Pacífico que, além da distância, somava a dificuldade de contornar o Cabo Horn.
Posteriormente, por efeito da assinatura do Tratado de Petrópolis (1903), no contexto do
ciclo da borracha e da Questão do Acre com a Bolívia que conferiu ao Brasil a posse deste
estado, iniciou-se a implantação da Madeira-Mamoré Railway. O seu objetivo principal era ven-
cer o trecho encachoeirado do rio Madeira, para facilitar o escoamento da borracha boliviana
e brasileira, além de outras mercadorias, até um ponto onde pudesse ser embarcada para ex-
portação, no caso Porto Velho, de onde as mercadorias seguiam por via fluvial, pelo mesmo
rio Madeira e, então, pelo rio Amazonas até o Oceano Atlântico. Anteriormente, esses produtos
eram transportados com precariedade em canoas indígenas, sendo obrigatória a transposição
das cachoeiras no percurso.
No início de 1907, o contrato para a construção da ferrovia foi encampado pelo empreende-
dor estadunidense Percival Farquhar. Foi a primeira grande obra de engenharia civil estaduni-
dense fora dos EUA após o início das obras de construção do Canal do Panamá, na época ainda
em progresso. Com base naquela experiência, para amenizar as doenças tropicais que atingi-
ram parte dos mais de 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades, Farquhar contra-
tou o sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o canteiro de obras e saneou a região.

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A ferrovia Madeira Mamoré atraiu vários contingentes migratórios destinados ao trabalho


nas obras da ferrovia, nos setores técnicos e administrativo da empresa com seus diversos
ramos de exploração, comercialização e serviços, e ao comércio que se formava ao redor.
O norte-americano Dana B. Merrill foi o autor da documentação da construção da ferrovia
Madeira-Mamoré, entre 1909, quando chegou ao país, até 1910, quando, acredita-se, que par-
tiu. Especula-se que ele tenha produzido aproximadamente 2 mil negativos. Merrill foi contra-
tado pelo engenheiro e empresário norte-americano Percival Farquhar (1864 – 1953) – que
comandou a construção da ferrovia, entre Porto Velho e Guajará-Mirim, em Rondônia – para
registrar o desenvolvimento da obra. Porém, Merrill foi além disso e, com suas lentes, registrou
a vida dos trabalhadores da ferrovia, dos índios e de paisagens da região.
Esse legado fotográfico é importante para a compreensão do desenvolvimento industrial
e das relações de trabalho no país e do processo de ocupação da região Norte. Seus registros
fazem parte do álbum View of reviews or scenes as seen by Engineers, Tropical tourist, Global
Trotters, Knights of fortune and Tramps: Madeira-Mamoré Ry. Brazil, South America, que per-
tence ao acervo da Biblioteca Nacional, uma das fundadoras da Brasiliana Fotográfica.
Milhares de trabalhadores morreram vitimados pela disenteria, pela malária e por outras
doenças tropicais durante as obras da ferrovia, que tiveram início em agosto de 1907. Devido
a essas mortes, a Madeira-Mamoré ganhou o título de Ferrovia da Morte.

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O último trecho da ferrovia foi finalmente concluído em 30 de abril de 1912, ocasião em


que se registrou a chegada da primeira composição à cidade de Guajará-Mirim, fundada nessa
mesma data. Em 1 de agosto, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi inaugurada. Com 366
quilômetros de extensão, foi seguidamente sucateada até o início da década de 1980.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré voltou a ter grande valor
estratégico para o Brasil, operando plenamente para suprir o transporte de borracha, utilizada no
esforço de guerra aliado. Em 1957, quando ainda registrava um intenso tráfego de passageiros e
cargas, a ferrovia integrava as dezoito empresas constituintes da Rede Ferroviária Federal.
Em 25 de maio de 1966, depois de 54 anos de atividades, a Estrada de Ferro Madeira-
-Mamoré teve sua desativação determinada pelo então Presidente da República Humberto
de Alencar Castelo Branco. A ferrovia deveria ser, porém, substituída por uma rodovia, a fim de
que não se configurasse rompimento e descumprimento do Acordo celebrado em Petrópolis,
em 1903. Tal rodovia materializou-se nas atuais BR-425 e BR-364, que ligam Porto Velho à
Guajará-Mirim. Duas de suas pontes metálicas ainda servem ao tráfego de veículos. Em 10 de
julho de 1972, as máquinas apitaram pela última vez. A partir daí, o abandono foi total e, em
1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para a siderúrgica de Mogi das Cruzes,
em São Paulo.
Voltou a operar em 1981 num trecho de apenas 7 quilômetros dos 366 km do percurso ori-
ginal, apenas para fins turísticos, sendo novamente paralisada por completo em 2000.
Após cinco anos de paralisação, em 2 de novembro de 2005, uma composição faria uma
única viagem, transportando convidados para participar de uma missa de Finados no Cemi-
tério da Candelária, em memória às centenas de operários de diversas nacionalidades que
faleceram durante a construção da ferrovia.
Finalmente, a 10 de novembro de 2005, a ferrovia histórica foi tombada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 28 de dezembro de 2006, o Ministério
da Cultura homologou, através da Portaria 108, o tombamento da EFMM como Patrimônio
Cultural Brasileiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) autorizou, em novembro
de 2011 o início das obras de restauração da grande oficina da Estrada de Ferro Madeira-Ma-
moré, que possui 5.700 m² e 13 metros de altura.

009. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Na solução da questão da disputa com a Bolívia pelo território que hoje corresponde ao estado
do Acre, o governo brasileiro comprometeu-se a construir uma ferrovia para ligar o porto de
Santo Antônio, localizado no rio Madeira, até Guajará-Mirim, no rio Mamoré.

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Querido(a), muito fácil não é mesmo! Celebrado em 17 de novembro de 1903, o Tratado de Pe-
trópolis estabeleceu um acordo em que o Acre seria território brasileiro e, como compensação,
a República Brasileira se comprometeria em construir a ferrovia Madeira-Mamoré, importante
para o comércio boliviano.
Certo.

O Território Federal do Guaporé é a denominação antiga do Estado de Rondônia, dada quan-


do do desmembramento deste do Estado do Amazonas e do Estado do Mato Grosso, ocorrido
em 13 de setembro de 1943. O nome antigo era uma referência ao Rio Guaporé, que divide
o Brasil da Bolívia. A intenção era justamente apoiar de maneira mais direta e consistente a
ocupação e o desenvolvimento da região.
A criação do Território Federal do Guaporé, em 1943, e de mais quatro territórios: Iguaçu e
Ponta-Porã, no Sul e Centro-Oeste; Rio Branco e Amapá, no Norte, representava uma das prin-
cipais metas do governo de Getúlio Vargas. Vargas queria incentivar a ocupação nas terras
da Amazônia, desenvolver o comércio e firmar a política de expansão nacionalista, base do
seu governo.
Essa ação se tornaria possível a partir da assinatura do Tratado de Washington, entre o
Brasil e os Estados Unidos, durante a 2ª Guerra Mundial, que seria justamente um marco do
início da segunda fase do ciclo da borracha, fomentando o desenvolvimento econômico e po-
pulacional da Amazônia rondoniense.
Na realidade, é importante lembrar que a Sociedade Geográfica, dez anos antes, já havia
sido incumbida por Vargas para realizar um estudo para a construção de diversos territórios
federais. Todavia, o estudo não incluía o município de Porto Velho, apenas Santo Antônio e
Guajará-Mirim. A ação de Aluízio Ferreira, durante este mesmo período, foi de grande impor-
tância para a concretização do ambicioso projeto de Getúlio. Aluízio aproveitou uma visita de
e Getúlio Vargas à região, em 1940, e mostrou-lhe as potencialidades econômicas de Porto
Velho e a sua importância na formação do futuro Território. Aluízio Ferreira enfatizou diversas
vezes a necessidade de uma nova divisão política do País e descrevia os problemas enfrenta-
dos nos municípios em virtude da ausência política administrativa dos governos estaduais que
impediam o progresso destas regiões.
Com sua forte atuação para concretizar a instalação do Território Federal do Guaporé, Alui-
zio Ferreira se tornaria um dos protagonistas da história da criação de Rondônia. Vargas, inclu-
sive, reconheceu os esforços de Aluizio e o nomeou governador do Guaporé, após a criação
do Território.

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Aloizio Ferreira, na realidade, já realizava reuniões políticas e de divulgação para a criação


do Guaporé antes da visita de Vargas. Ele também tinha realizado diversas visitas de che-
fes militares à região e enviou a Getúlio um pedido de desmembramento dos municípios de
Guaporé e Guajará-Mirim dos estados do Mato Grosso e Amazonas. O pedido foi reforçado
por assinaturas de moradores de Guajará-Mirim recolhidas pelo diretor da Concessionária da
Empresa de Navegação do Guaporé, Paulo Cordeiro da Cruz, que destacava o desprezo dos
governadores dos dois Estados pelos municípios de Guajará-Mirim, Santo Antônio do Madeira
e Porto Velho.

Interessante situação ocorreu quando Getúlio Vargas inaugurou a usina termoelétrica da


Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e o prédio dos Correios e telégrafos, em Porto Velho. Aluízio
Ferreira e Getúlio Vargas descobriram, nos poucos dias que passaram juntos, várias ideias em
comum. O presidente reafirmaria a Aluízio sua intenção de criar territórios federais nas áreas
fronteiriças, o que corroborava a política de expansão para o oeste.
A criação do Território Federal do Guaporé foi um passo fundamental para o desenvolvi-
mento de toda a região, pois com essa decisão a região passa a ter espaço junto ao Governo
Federal, e suas reivindicações começariam a serem ouvidas sem atravessadores ou qualquer
intermediador. Além disso, posteriormente a criação desse território daria origem ao território
de Rondônia, que depois passaria a ser o Estado de Rondônia.

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010. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
O Território Federal do Guaporé foi criado por Getúlio Vargas mediante o desmembramento de
uma parte do território dos estados do Acre e do Amazonas.

O Território Federal do Guaporé foi criado por Getúlio Vargas a partir do desmembramento de
uma parte do território dos estados do Amazonas e Mato Grosso.
Errado.

Até a década de 1960, a economia do território de Rondônia se resumia à extração de bor-


racha e de castanha-do-pará. O crescimento acelerado só começou a ocorrer, de fato, a partir
dos anos 1960 e 1970. Os incentivos fiscais aos empreendimentos privados e os investimen-
tos do governo federal, bem como os projetos de construção de rodovias e de implantação
de núcleos de colonização, estimularam a migração, em grande parte originária do Centro-Sul.
Durante o Governo de Juscelino Kubitschek, o antigo Território do Guaporé, manteve este
nome até 17 de fevereiro de 1956, quando foi rebatizado de Território de Rondônia em home-
nagem ao Marechal Rondon, explorador da região.

011. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Nos antecedentes da criação


do estado de Rondônia, consta a instalação do Território Federal do Guaporé, em 1943, o qual
é posteriormente transformado em Território Federal de Rondônia. O Território Federal de Ron-
dônia é criado no governo do presidente:
a) Getúlio Vargas.
b) Jânio Quadros.
c) João Goulart.
d) Juscelino Kubitschek.
e) Costa e Silva.

Durante o Governo de Juscelino Kubitschek, o antigo Território do Guaporé, manteve este nome
até 17 de fevereiro de 1956, quando foi rebatizado de Território de Rondônia em homenagem
ao Marechal Rondon, explorador da região.
Letra d.

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Além disso, o acesso fácil à terra boa e barata atraiu empresários interessados em investir
na agropecuária e na indústria madeireira. Nessa época, a descoberta de ouro e cassiterita
também contribuiu para o aumento populacional. Como vimos, entre as décadas de 1960 e
1980, o número de habitantes cresceu mais de sete vezes, passando de 70 mil para 500 mil.
No decorrer de 1979 tomou corpo o projeto de transformar Rondônia em estado, medida
que se tornava cada vez mais necessária em vista do agravamento dos problemas do território,
em sua maioria em consequência do grande afluxo de imigrantes. O primeiro passo nesse sen-
tido foi a assinatura, em janeiro de 1980, de um convênio entre os ministérios do Interior e da
Fazenda, pelo qual Rondônia passava a arrecadar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) e o Imposto Único sobre Minerais (IUM).
Em dezembro de 1981, o Congresso aprovou o projeto ordinário do poder executivo pelo
qual o território de Rondônia era elevado a estado da União. O governo do novo estado, o 23º
da federação brasileira, instalou-se em 4 de janeiro de 1982, com a posse do coronel Jorge
Teixeira de Oliveira, que já governava o território desde 15 de março de 1979.
Em 31 de janeiro de 1983 instalou-se a Assembleia Constituinte de Rondônia, que redigiu a
primeira carta do novo estado, promulgada em agosto. Em 1987, iniciou-se um litígio de terras
com o Acre, na Ponta do Abunã, uma região de terras férteis e valiosas pedras de brita. O então
governador de Rondônia, Jerônimo Santana, ameaçou acionar tropas da Polícia Militar para
desalojar setenta soldados do Acre instalados na área. No início do ano seguinte, tropas do
Exército foram enviadas ao local para garantir que o governo do Acre acatasse um parecer do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que deu ganho de causa a Rondônia, mas
os choques continuariam até 1990.

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012. (FJPF/PM-RO/SOLDADO/2005) Os fatores considerados determinantes para a criação


do Estado de Rondônia são:
a) o aumento populacional e a criação de novos municípios;
b) a diminuição da população rural e o aumento da escolarização;
c) o controle centralizado do desmatamento e da poluição dos rios;
d) a necessidade de controle estratégico da região;
e) a presença de contingentes populacionais dos países vizinhos.

Com o aumento populacional e o surgimento de novos municípios, o território de Rondônia


adquiriu maior importância, levando o governo dos militares a elevarem o território à condição
e estado da federação.
Letra a.

Por essa época, a imigração continuava a se fazer de forma intensa e descontrolada, o


que acarretava problemas gravíssimos. Em 1988, estimou-se que já estavam devastados trinta
por cento da área do novo estado, antes quase toda coberta por floresta. Para manter o equi-
líbrio ecológico, o governo estadual lançou uma política de preservação das matas, que se fez
sentir com a queda do total de hectares desmatados de dois milhões, em 1985, para quaren-
ta, em 1994.
A Região Norte do Brasil entrou no mapa das políticas públicas apenas na segunda me-
tade do século XX, a começar pela construção da rodovia Belém-Brasília, cuja conclusão se
deu em 1958.
A juta, usada para a fabricação de sacos, ganhou destaque na economia do Baixo Amazo-
nas, especialmente em Santarém e Parintins, até meados da década de 1970. Já a pimenta-
-do-reino, apesar de ter perdido importância econômica, ainda é cultivada na região braganti-
na do Pará.
Interessados na potencialidade do extrativismo mineral na Região Norte, os governos mili-
tares pós 1964 desenvolveram projetos desenvolvimentistas. Vamos a eles:
Os militares promoveram a expansão das fronteiras agrícolas com a doação de terras para
colonos e incentivos financeiros. Assim, em 1967, foi criada a SUDAM (Superintendência para
o Desenvolvimento da Amazônia) e a SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Ma-
naus). Aqui merece destaque a importância econômica da Zona Franca de Manaus, um polo
industrial que ofereceu incentivos fiscais para atrair multinacionais do ramo eletrônico. Tam-
bém foram criados o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o BASA
(Banco da Amazônia).

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Ainda no governo dos militares, na década de 1970, foi criado o Projeto RADAM (Reconhe-
cimento da Amazônia) em que se realizaram estudos sobre as potencialidades econômicas de
exploração dos recursos naturais da região.
Outras obras de infraestrutura de grande importância também foram realizadas durante o
governo dos militares como rodovias (Transamazônica, Cuiabá-Santarém, Porto Velho-Ma-
naus), empreendimentos agropecuários e minerais (Projeto Jarí e Projeto Carajás). Como con-
sequência, também forma necessários empreendimentos de geração e transmissão de ener-
gia, que buscaram o aproveitamento das águas dos rios presentes na região. Exemplo disso
fora as construções de grandes usinas hidrelétricas, como Tucuruí e Balbina, que se estendeu
até o início da década de 1980.
Detalhe importante é que esses investimentos ocasionaram grande impacto ambiental, au-
mentando o desmatamento, migração de espécies de animais e comprometimento das popula-
ções locais em função das áreas alagadas pelos reservatórios. Recentemente, os debates em
relação à construção da Usina de Belo Monte no estado do Pará remontam a essa realidade.
Durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1986-1988, ganhou corpo a discussão
acerca da divisão do estado de Goiás. Houve grande mobilização popular e política na região
norte do território goiano. O governador Henrique Santillo, eleito em 1986, tornou-se um grande
articulador da demanda. Assim, a Constituição de 1988, também chamada “Constituição Cida-
dã”, criou o Estado do Tocantins, que passou a integrar a Região Norte do país. Seu território
contemplava desde aproximadamente o paralelo 13º até a região do Bico do Papagaio, na
divisa do Estado com o Pará e o Maranhão.
Nas últimas décadas a expansão da fronteira agropecuária e o extrativismo ilegal de
madeira e minério têm provocado graves impactos ambientais. Entretanto, inúmeros movi-
mentos ambientalistas, nacionais e internacionais, tem conseguido impedir uma degradação
ainda maior.
Para fiscalizar as fronteiras da Amazônia Brasileira, o extrativismo ilegal, a disputa por
terras e o tráfico de drogas, foram criados os projetos Calha Norte e SIVAM. O Projeto Calha
Norte foi posto em prática em 1985, com a instalação de bases militares do Exército e da Ae-
ronáutica ao longo da calha norte dos rios Amazonas e Solimões, nas áreas fronteiriças com a
Colômbia, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa. O projeto SIVAM (Sistema
de Vigilância da Amazônia), por sua vez, foi instituído em 1998 e implantado efetivamente em
2002, com o objetivo de instalação de recursos tecnológicos e de sensoriamento remoto, utili-
zando radares e satélites.

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013. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A respeito da


colonização da Amazônia enquanto política de Estado no período da Ditadura Militar (1964-
1985), relacione as iniciativas estatais, listadas a seguir, à respectiva descrição de seus objetivos.
1. SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), em 1966.
2. PIN (Programa de Integração Nacional), em 1970.
3. PICs (Projetos Integrados de Colonização), entre 1970-75.
4. POLAMAZÔNIA (Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia), em 1974.
( ) Induzir a alocação de colonos do centro-sul em lotes próximos a estradas vicinais e escolas,
além de fornecer assistência em saúde, educação e orientação técnica.
( ) Estabelecer incentivos fiscais para atrair investidores privados, nacionais e internacionais
que financiassem o desenvolvimento econômico na região.
( ) Assentar camponeses nordestinos em lotes de 100 ha ao longo das rodovias em constru-
ção, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.
( ) implantar polos agrícolas regionais para incentivar a fixação populacional em áreas de mi-
neração e de interesse estratégico.
Assinale a opção que apresenta a sequência correta, segundo a ordem apresentada.
a) 1, 2, 3 e 4.
b) 1, 3, 4 e 2.
c) 2, 4, 1 e 3.
d) 3, 1, 2, e 4.
e) 4, 2, 3 e 1.

SUDAM: A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) é uma autarquia do


governo federal do Brasil, criada no governo do presidente Castelo Branco em 1966, com a
finalidade de promover o desenvolvimento da região amazônica, gerando incentivos fiscais e
financeiros especiais para atrair investidores privados, nacionais e internacionais.
PIN: O Programa de Integração Nacional (PIN) foi um programa de cunho geopolítico criado pelo
governo militar brasileiro por meio do Decreto-Lei N.1106, de 16 de julho de 1970, assinado pelo
Presidente Médici.[1] A proposta era baseada na utilização de mão de obra nordestina liberada
pelas grandes secas de 1969 e 1970 e na noção de vazios demográficos amazônicos. São cunha-
dos aqui os lemas “integrar para não entregar” e “terra sem homens para homens sem terras”.
PICs: Iniciava os anos 70, o INCRA deu início à implantação de Projetos Integrados de Coloni-
zação, com investimentos de valores para a demarcação e distribuição de lotes de terras ru-
rais, abertura de estradas, construção de pontes, implantação de infraestrutura básica e aten-
dimento aos colonos.
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POLAMAZÔNIA: O Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia (Polama-


zônia) foi um programa do governo brasileiro durante a ditadura militar. O Polamazônia tinha
como objetivo a implantação de polos agrícolas regionais que permitissem fixação populacio-
nal nas áreas de mineração e de interesse estratégico, formando zonas de integração, permi-
tindo a concentração de capitais e formando novos espaços de desenvolvimento.
Letra d.

Entre os anos 1960 e 1980, Rondônia se destacou como uma das principais regiões do
Brasil em expansão devido a dois fatos relevantes: forte fluxo de migração com consequente
crescimento populacional e maior intensidade das atividades econômicas baseada no uso de
recursos naturais. O resultado desse processo de adensamento demográfico prematuro dos
centros urbanos via êxodo rural gerou e intensificou crises sociais que refletiu na dinâmica
socioeconômica atual do estado.

4. Produção Econômica Regional e Questões Socioambientais na Atualidade


A economia rondoniense é baseada no extrativismo vegetal e mineral e na agropecuária,
que justifica grande parte de sua imigração. De acordo com divulgação do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) de Rondônia cresceu
3,2% em volume em comparação ao ano de 2017, alcançando R$ 44,91 bilhões em valores cor-
rentes, o que corresponde a 0,56% da riqueza gerada em todo o país nesse período. O PIB per
capita de Roraima no mesmo período foi de R$ 10.319,98.
A exploração de madeira e borracha são as principais atividades do extrativismo vegetal
no estado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o estado de Rondônia
é o terceiro estado que mais desmata no país, causando vários problemas ambientais. O prin-
cipal mineral explorado em Rondônia é a cassiterita. A jazida de cassiterita do município de
Ariquemes é considerada uma das maiores do mundo. A mineração de cassiterita e o garimpo
de ouro, que já foram importantes na economia estadual, estão estabilizados e, atualmente,
está prosperando a exploração de pedras ornamentais (granito). Também tem se desenvolvido
o turismo auto sustentável (ecoturismo).
A agricultura no Estado desenvolveu-se com a chegada dos imigrantes a partir do final dos
anos 70 e início de 80, com características de subsistência. Os principais produtos agrícolas
são: arroz, feijão, milho, mandioca, café e cacau. Em meados de 1980, a agropecuária fixou-se
na região sul do Estado, tendo como um dos principais pontos de partida os sistemas de cria-
ção em estabelecimentos de médio porte localizados originariamente em áreas do município
de Pimenta Bueno, incluindo partes da Gleba de Corumbiara e de Espigão D’Oeste.
Atualmente, o governo do Estado procura desenvolver a agroindústria, visando agregar va-
lor à produção agrícola, aproveitando a oferta de matéria-prima e o grande contingente de
mão-de-obra disponível em função da recente diminuição nas atividades de extração mineral

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(garimpos de ouro e de cassiterita). O Estado criou o zoneamento socioeconômico-ecológico,


que originou o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (Planafloro). O Plano subdivide o
Estado em várias zonas socioeconômicas e ecológicas, conforme a aptidão de cada uma, pre-
servando atividades existentes.
A zona de livre comércio de Guarajá-Mirim é outra atração do estado. Localizada na divisa
com a Bolívia e nas margens do Rio Madeira, na zona de livre comércio de Guarajá-Mirim são
encontrados produtos importados. A cota limite para a compra de importados é de dois mil reais.
A redução de investimentos, o esgotamento prematuro das melhores terras para a agro-
pecuária e a devastação florestal dificultam seu desenvolvimento econômico e causam sérios
problemas sociais e ambientais.
A década de 1990 foi marcada também pela intensificação do tráfico de drogas na frontei-
ra com a Bolívia e a Colômbia e por acusações de que políticos de Rondônia estariam ligados a
esquemas de corrupção em nível estadual e federal, além de envolvimento com o narcotráfico.
Para conter o desflorestamento, foi criado, em 2001, na fronteira com a Bolívia, um corre-
dor ecológico binacional. Com financiamento inicial do Banco Mundial, o corredor tem área
de 23 milhões de hectares – quase o tamanho do estado de São Paulo. A medida objetiva
preservar as sub-bacias hidrográficas da bacia Amazônica, além de ajudar a proteger espécies
animais e vegetais endêmicas.
Em maio de 2012, o estado de Rondônia foi citado como referência em uma Conferência
da Organização dos Estados Americanos realizada em Paris, devido hoje, o estado ser um dos
maiores exportadores de carne bovina do Brasil, tendo um rebanho de 12 milhões de cabeças,
livres da aftosa, e exportando para 35 países do mundo.

014. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014) Com pouco mais de 30 anos,


o estado de Rondônia é, atualmente, um dos maiores produtores, do Brasil, do minério com o
qual se faz o estanho, que é a
a) siderita.
b) bauxita.
c) hematita.
d) cassiterita.
e) magnetita.

A cassiterita é um dos principais minérios extraídos na região. A banca fornece uma dica que
facilita o raciocínio ao citar que dela se faz o estanho.
Letra d.

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História e Geografia de Rondônia
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5. Populações Tradicionais
Caro(a) aluno(a), os primeiros habitantes a ocupar a região denominada “Flona do Jamari”,
em Rondônia, estão na Amazônia há mais de 12 mil anos. São as populações indígenas. Porém,
apenas por volta de 1688, através das missões jesuítas, ocorreram os primeiros contatos de
identificação. No século XVI, esses povos foram expulsos, principalmente da região hoje deno-
minada Rondônia. Tais fatores marcaram os primeiros imbróglios de movimentos migratórios.
No século XVII, indígenas da região onde hoje fica o Estado de Rondônia, na divisa entre as
comarcas do Mato Grosso e Rio Negro, trabalhavam na coleta de especiarias como salsapar-
rilha, canela e copaíba para colonos e proprietários de terras contratados por companhias de
comércio internacional. O trabalho era remunerado, mas quem ficava com o dinheiro eram os
missionários, encarregados de converter os indígenas ao catolicismo.
As atividades missionárias encontravam obstáculos à sua expansão impostos pela resis-
tência das nações indígenas, principalmente a dos Tora, Mura, Mundurukos, Parintintin, inten-
sificando-se as hostilidades a partir de 1715, após o capitão João de Barros Guerra por ordem
do governador o Grão Pará, Cristóvão de Costa Freire, haver atacado os Toras, expulsando-os
da foz do rio Madeira, perseguindo-os até acima os Manicoré. Essa repressão deu-se em de-
corrência desses índios terem expulsados os colonos do rio Madeira, em represálias por es-
ses colonos terem aprisionados indígenas dessa nação vendendo-os como escravos.
Os muras foram atacados por tropas de resgates comandadas pelo capitão Diogo Pinto
Gaya (1718/1722) em Maicy, sendo aprisionados mais de quarenta indígenas, levando-os para
Santa Maria do Grão-Pará. Tais ações bélicas geraram não só o permanente estado de guerra
dos Muras, Toras, Parintintins, como também a desconfiança das outras nações em relações
aos bons propósitos dos padres e dos colonos.
Apesar da resistência dos indígenas à invasão de seus territórios, as atividades missioná-
rias e comerciais se expandiam. Os padres assentavam missões agregando os indígenas e os
comerciantes com suas bandeiras fluviais, cada vez em maior número, percorrendo os baixos
cursos do rio Madeira e penetrando em seus afluentes. Entre os quais o rio Jamari abundante
em cacau, trocando ferramentas e outros produtos manufaturados por especiarias da floresta
(drogas do sertão) com os índios e com os padres que mantinham o controle desse rendo-
so comércio.
O padre Jódoco Peres, superior dos jesuítas de Tupinambarana, em 1683, subiu o rio Ma-
deira durante nove dias até alcançar a aldeia dos índios, Iruris, na qual pretendia instalar uma
missão, não obteve êxito. Essa missão só foi instalada em 1689.
Em 1712 o padre jesuíta João Sam Payo, entrou no rio Madeira se estabelecendo na al-
deia indígena de Canumã, erigindo igreja e casas, iniciando o seu trabalho missionário no vale
desse rio.

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A intensa ação missionária e a rentável atividade de coleta e comercialização de especia-


rias no rio Madeira, estimularam a organização no Grão-Pará, de uma bandeira fluvial. Chefiada
pelo sargento-Mor Francisco de Melo Palheta, foi composta por trinta soldados e noventa e oito
índios flecheiros embarcados em sete canoas com a incumbência de proceder minucioso levan-
tamento da fisiografia do vale do rio Madeira, percorrer todo seu curso, descobrir suas vertentes,
contatar pacificamente com seus habitantes nativos, proceder o levantamento das atividades
econômicas e políticas dos colonos e padre lusos, bem como de concorrentes estrangeiros
Em 1723, o padre João Sam Payo, fundou a missão de Santo Antônio próximo a foz do rio
Jamari, dentro da área, atualmente limitada pelo Estado de Rondônia, mudando-a posterior
mente para o lago Cuniã a fim de proteger os índios dos ataques dos indígenas adversários e
dos aventureiros que trafegavam pelo rio Madeira.
A resistência dos índios Muras, Parintintins e Caripunas detiveram a expansão das mis-
sões jesuíticas na cachoeira de Santo Antônio, obrigando os padres, colonos e indígenas alia-
dos destes, a recuarem até o próximo a foz do rio Jamari nas vizinhanças do rio Beata. Daí se
deslocaram até a foz do rio Jí-Paraná, na qual instalaram a missão de Camuam. Apesar disso,
foram também desalojados em decorrência dos constantes ataques dos indígenas, bem como
pelo surto de doenças. Abandonaram o local deslocando-se rio abaixo até a missão de Troca-
no (atual cidade de Borba), na qual os padres dispunham de recursos bélicos para se defende-
rem, inclusive com dois pequenos canhões.
Enfrentando a hostilidade dos indígenas, os padres prosseguiram o trabalho catequético
de aldeamento e pacificação das nações aborígines, com vista a consolidar a ocupação lusa
no vale do rio Madeira, em observação à política de expansão territorial no continente ameri-
cano, disposta pelo governo metropolitano português.
Consoante ao alcance desse objetivo, o padre João Sam Payo, em 1728, explorou os bai-
xos e médio cursos do Jamari. Organizou uma expedição qual subiu o rio Madeira alcançando
a cachoeira Aroya (Santo Antônio), daí prosseguindo vencendo as cachoeiras, saltos e corre-
deiras dos Macacos, Laguerites (Teotônio), Morrinhos, Calderao do Inferno, Jirau, Três Irmãos,
Paredão e Perdeira.
Tanto no percurso de ida como no de retorno, os expedicionários mantiveram os possí-
veis contatos com os indígenas na tentativa de captar sua mensagem e os convencer a se
tornarem aliados e súditos do rei de Portugal, bem como a aceitarem habitar em missões e a
seguirem os procedimentos da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Em face permanente estado de beligerância do Muras, que atacavam e destruíam alde-
amentos jesuíticos, povoamentos coloniais e embarcações dos comerciantes droguistas do
sertão, o padre provincial da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, solicitou ao rei de
Portugal que fosse declarada “guerra justa” (1738 – 1739) à nação Mura. Entretanto, pela Car-
ta Régia de 10 de março de 1739, Dom João V, monarca português, determinou a suspensão
das hostilidades por considerá-las injustas e desnecessárias.

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Os Muras permaneceram oferecendo resistência à ocupação lusa no vale do rio Madeira.


Mesmo assim, no decorrer dos séculos XVII e XVIII, foram fundadas várias missões e povoa-
dos. O governo criou núcleos coloniais com destacamento militar para protegerem os colonos,
evitar o contrabando de ouro, cobrar os quintos devidos ao rei e auxiliar os navegantes nas
travessias das cachoeiras.
Ao longo de cerca de 250 anos de conquista e colonização portuguesa, muitos povos in-
dígenas foram mortos pela arma de fogo dos conquistadores e sobretudo foram dizimados
pelas doenças contagiosas trazidas pelos europeus (varíola, sarampo, catapora, gripe, tuber-
culose e doenças venéreas).
Assim, as populações indígenas na Amazônia foram reduzidas de maneira drástica. À épo-
ca do primeiro contato europeu havia aproximadamente 5 milhões de índios na bacia amazô-
nica, dos quais 3 milhões viviam no Brasil. Atualmente há apenas cerca de 430 mil indígenas
na Amazônia.

5.1. Nações Indígenas de Rondônia:


Caripunas:

Ocupam o Parque Indígena Karipuna no vale do rio Jaci-Paraná, ainda não demarcado. Os
caripunas numerosíssimos no final do século XIX e início do Século XX, foram os mais preju-
dicados com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, no Alto Madeira, sendo hostilizado e
dizimados pelos construtores dessa obra.
Chegaram a ser considerados extintos. Porém, em 1970, os Caripunas reapareceram em
cena ao atacarem um seringal no vale do rio Jaci-Paraná, com perdas de vidas de ambas as
partes. Em 1973, um topógrafo localizou uma de suas aldeias e comunicou o achado a FU-
NAI, a qual conseguiu manter contato com seus habitantes em 1976. Os sertanistas tomaram
conhecimento da existência de outras aldeias, porém ainda não conseguiram manter contato
com essas. Os Caripunas estão reduzidos a pequenos grupos arredios.

Pakaás Novos:

Atualmente é a maior área indígena em Rondônia, habitam no Município de Guajará-Mirim


as reservas de Ribeirão (48.000 há) na margem do rio Ribeirão; Lage (110 há) na margem do rio
Lages; Pacaás Novos (21.800 há) na margem esquerda do rio Pacaás Novos e rio Negro-Ocaia
(104.000 há) na margem do rio do mesmo nome, afluente do rio Pacaás Novos.
Estes vivem sob o controle da FUNAI. Há um grupo sob o controle da diocese de Guaja-
rá Mirim, localizado em Sagarana, na margem do rio Guaporé. Os Pakaás Novos entram em
conflito armado, revidando as violências de que foram vítimas por parte dos construtores da
ferrovia Madeira-Mamoré e dos seringueiros, no início do século XX. Atualmente, estão sob a

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violência muito mais agressiva, a dominação ideológica os descaracteriza os despoja de seus


valores culturais. Sofrem ainda a violência praticada pelas missões religiosas nacionais e es-
trangeiras de várias matizes e credos.

Karitianas:

Ocupam uma reserva de 57.000 há próxima a cidade de Porto Velho. Seu contato com os
brancos ocorreu a partir da Segunda metade do século XIX quando a região foi penetrada pe-
los seringueiros.

Tapari, Makurap e Jatobi:

Vivem nos Postos Indígenas do Rio Branco e do Rio Guaporé, são poucos indivíduos re-
manescentes destas nações que tiveram próxima a extinção vítimas das ações hostis dos
seringalistas.

Kaxacaris:

Habitam a região limítrofe entre os municípios de Porto Velho e Lábrea/AM.

Uru-Eu-Wau-Wau:

Grupo arredio em fase de contato com a FUNAI, habitam os municípios de Ariquemes e


Guajará-Mirim. São provavelmente do grupo tupi.

Tubarão Latundé:

Habitam a reserva do mesmo nome no município de Vilhena.

Cinta Larga:

Ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte integrante da
reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Rondônia e
Mato Grosso.

Suruis:
Habitam os postos indígenas 7 de Setembro e Quatorze, no Município de Cacoal, a reserva
indígena 7 de Setembro ocupa terras de Rondônia e Mato Grosso. Os Suruis foram atingidos
pela construção da BR 364, ocorrendo a invasão de seus territórios pelos migrantes sulistas
lhes ocasionando graves prejuízos.

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Gaviões:

Ocupam uma reserva com área de 160.000 há já demarcada, suas aldeias situam-se às
margens dos Igarapés Lourdes e Homônios, afluentes da margem direita do rio Ji-Paraná, pró-
ximo a cidade de Ji-Paraná. Em contato com o branco a mais de 40 anos, em transações
comerciais e de trabalho com os seringalistas e admissão de missionários religiosos estran-
geiros em suas aldeias. Atualmente mantêm contato com a população da cidade de Ji-Paraná,
onde se abastecem no comércio local.

Araras:

Ocupam a mesma reserva dos Gaviões, hoje em contato pacífico com o branco, após mais
de cem anos de tenaz resistência. Os Araras se constituem no terror das missões religiosas
que tentaram se estabelecer no vale do Ji-Paraná. Só em 1950, dizimados por doenças fizeram
os primeiros contatos amigáveis com os seringalistas.

015. (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DE PROCURADORIA/2015)

O texto se refere a um dos maiores grupos indígenas do estado de Rondônia, que possui atual-
mente a maior área indígena no Estado, habitando no Município de Guajará- Mirim. Trata-se dos:
a) Karipunas;
b) Pakaás Novos;
c) Tubarão – Latundê;
d) Cinta Larga;
e) Gaviões.

Os Pakaás Novos entram em conflito armado, revidando as violências de que foram vítimas por
parte dos construtores da ferrovia Madeira-Mamoré e dos seringueiros, no início do século XX.
Letra b.

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Querido(a) aluno(a),
Chegamos ao final de nossa aula. Sei que é um conteúdo muito extenso e, por isso, há a
necessidade de que você faça todos os exercícios que liste na sequência. Caso tenha alguma
dúvida, não tenha receio em me chamar no fórum.
Nos encontraremos novamente na aula essencial 80/20, na qual analiso o edital e a banca,
condenso o conteúdo e aponto as temáticas que são mais cobradas pela FGV.
Ah, não se esqueça de avaliar a aula ok! Já disse o quanto sua opinião é importante para
que continue elaborando um material que atenda às suas expectativas e necessidades.
Abraço,
Professor Daniel

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RESUMO
Cronologia da Ocupação da Amazônia

• 1494 – Portugal e Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas, conforme esse documen-


to os portugueses ficam com a porção leste do território brasileiro e os espanhóis com
a poção oeste, o qual coloca a floresta Amazônica para os espanhóis.
• 1540 – Os portugueses começam a colonizar a Amazônia, desbravadores lusitanos che-
gam à região para impedir a invasão de ingleses, franceses e holandeses, que cobiça-
vam a floresta.
• 1637 – Portugal encomenda a primeira grande expedição à região, com cerca de 2 mil
pessoas. A exploração de frutos como o cacau e a castanha ganham uma forte conota-
ção comercial.
• 1750 – Os reis de Portugal e Espanha assinam o Tratado de Madri – por meio deste,
quem usava e ocupava a terra teria direito a ela. Com isso, os portugueses conseguem
direito sobre a Amazônia. Deu-se início ao estabelecimento da fronteira do território bra-
sileiro na região Amazônica.
• Fim do século XIX – Inicia-se o ciclo da exploração da borracha brasileira na Amazônia,
motivado pela Revolução Industrial, as fábricas inglesas importam a matéria prima em
grandes quantidades. Entre 1870 e 1900, aproximadamente 300 mil nordestinos migra-
ram para a região para trabalharem nos seringais.
• 1940 – O então presidente Getúlio Vargas, inicia uma política para a ocupação do oeste
brasileiro, a chamada Marcha para o Oeste.
• 1960 – Com o intuito de integrar a Amazônia com o resto do País, os militares pregam a
unificação do País e a proteção da floresta contra a “internacionalização”. Utilizando um
discurso nacionalista, os militares realizam várias obras em infraestrutura para a ocupa-
ção da região, a principal é a Transamazônica. É a política “Integrar para não Entregar”.
• 1970 – A população da Amazônia Legal atinge a quantia de 7 milhões de habitantes,
reflexo das políticas públicas para a ocupação do território, no entanto, os problemas
ambientais gerados são desastrosos, a área desmatada da Amazônia chega a 14 mi-
lhões de hectares.
• 1980 – Os problemas ambientais na Amazônia geram repercussões internacionais. O as-
sassinato do líder sindical Chico Mendes, em 1988, agrava ainda mais as pressões interna-
cionais em relação às políticas desenvolvidas no Brasil para a preservação da Amazônia.
• 1990 – Se intensifica o desmatamento na região para a produção de soja, estima-se que
a extensão territorial desmatada atinja 41 milhões de hectares.

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• 2000 – Conforme dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), a população da


Amazônia é de 21 milhões de pessoas. A pecuária passa a ser a grande vilã e principal
responsável pelo desmatamento. O rebanho bovino é de cerca de 64 milhões de cabeças.
• 2005 – 2009 – O assassinato da missionária estadunidense Dorothy Stang agrava ainda
mais os problemas ambientais na região. A área desmatada chega à incrível marca de
70 milhões de hectares.

Ocupação, Colonização e Povoamento de Rondônia

• O mercantilismo (ou capitalismo comercial) foi um conjunto de práticas que caracteri-


zou a economia das principais nações europeias entre os séculos XV e XVIII.
• Portugal: Exclusividade comercial. Ocupação por medo de que outras nações o fizes-
sem.
• Drogas do Sertão, ouro, “guerra justa”, agropecuária de subsistência, Vila Bela da Santís-
sima Trindade, Navegação dos rios, missões jesuíticas, monções.
• População miserável pela crise das atividades econômicas.

Submissão do Indígena e Resistência Escrava

• Resistência dos Toras, Muras, Paratintins e Caripunas


• Jesuítas
• Diretório dos Índios
• Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão: comércio de escravos africanos
• Comércio de escravos africanos: região era um mercado secundário
• Pretos Del Rey
• Companhia dos Homens Pretos e Mulatos, 1752
• Quilombo do Piolho (Quariterê)

Navegação no Rio Madeira:

• 1542, expedição de Francisco Orellana


• 1560, Nuflo do Chavez percorreu todo o curso do rio Madeira
• Holandeses no comércio de drogas do sertão através do escambo
• Forte de Gurupá
• 1669, os padres Manoel Pires e Grazoni fundaram a missão de Tupinambara
• Jesuítas
• Transporte de ouro

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Abertura do Rio Amazonas à navegação internacional. 7 de dezembro de 1866

• Pressões internacionais: Estados Unidos, Peru, Bolívia


• Companhia de Navegação a vapor
• Barão de Mauá: 1852 foi criada a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas
• Receio do Império: região estratégica

Ciclo da Borracha: 1879-1912

• Seringais
• 5.300 seringueiros em 1850; em 1912, mais de 190 mil trabalhavam nos seringais
• Opulência de Manaus
• Investimentos da Ford; cidade de Fordlândia
• Crise: concorrência inglesa
• Crise social: população deixada à sorte
• Segundo ciclo da Borracha: Acordos de Washington. Fornecimento de borracha para os
aliados

Marcha para o Oeste

• 1953 da SPVEA
• BR-010, ligando Belém a Brasília
• BR-364, de Cuiabá até Rio Branco
• Serra dos Carajás (Pará) em 1967
• Projeto Trombetas
• Rebanho bovino
• Castanhais

Chico Mendes:

• Seringueiro
• Luta contra o desmatamento dos seringais
• Reservas extrativistas

Mão de Obra para os Seringais do Alto Madeira

• Nordestinos e bolivianos. 65 mil cearenses


• Ferrovia Madeira-Mamoré e das Estações Telegráficas da Comissão Rondon
• Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia – SEMTA
• Soldados da Borracha

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Questão Acreana:

• Disputas entre Brasil e Bolívia pelo território. Conflitos


• 1900, Tratado de Ayacucho
• República Acreana
• Diplomacia: Barão do Rio Branco
• 1903, Tratado de Petrópolis: indenização à Bolívia, Construção da ferrovia Madeira-Mamoré

Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

• Inaugurada em 1 de agosto de 1912: 366 km de extensão


• Ciclo da Borracha: escoamento da produção
• Ferrovia da Morte: doenças e péssimas condições de trabalho
• Oswaldo Cruz: sanitarista
• Migrações: nordestinos fugindo da seca
• Tombamento pelo IPHAN, 2005

Território Federal do Guaporé: 13 de setembro de 1943

• Ocupar e desenvolver a região


• Getúlio Vargas: marcha para o oeste
• Aluizio Ferreira: protagonista da história da criação de Rondônia

Rondônia: dezembro de 1981

• Pressão imigratória
• ICMS
• Devastação pela pressão demográfica, criação de gado

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MAPAS MENTAIS

Aspectos físicos de Rondônia

Vegetação Floresta Amazônica + faixas de cerrado.

Relevo Planície e planaltos de baixa altitude

Clima Equatorial – Fenômeno da friagem

Bacia Amazônica: o Rio Madeira, o Guaporé, o Mamoré, o Ji-


Hidrografia
Paraná e o Roosevelt

Semi-nômades

Ágrafos
Indígenas
Tribais

Propriedade coletiva

TRATADOS DE
LIMITES
relacionados ao
Amapá

Tratado de Anulando a Bula Alexandrina, estabeleceu a divisão do globo terrestre em


Tordesilhas dois hemisférios por um meridiano localizado 370 léguas a Oeste das ilhas
(1494) de Cabo Verde.

Primeiro Tratado Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limites entre os dois
de Utrecht países na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois
(1713) séculos após, para defender a posição brasileira na questão do Amapá.

Também entre Portugal e a Espanha, estabeleceu os limites entre as colônias


dos dois, na América do Sul, respeitando a ocupação realmente exercida nos
Tratado de Madri
territórios e abandonando inteiramente a “linha de Tordesilhas”. (A Colônia
(1750)
de Sacramento passaria para o domínio da Espanha). Com esse Tratado o
Brasil ganhou já um perfil próximo ao de que dispõe hoje.

Tratado de Santo Ainda entre Portugal e Espanha. Seguiu em linhas gerais os limites
Ildefonso estabelecidos pelo Tratado de Madri, embora com prejuízo para Portugal
(1777) no extremo sul do Brasil.

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Aspectos físicos de Rondônia

Vegetação Floresta Amazônica + faixas de cerrado.

Relevo Planície e planaltos de baixa altitude

Clima Equatorial – Fenômeno da friagem

Hidrografia Bacia Amazônica: o Rio Madeira, o Guaporé, o Mamoré, o Ji-Paraná e o Roosevelt

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Planos de Desenvolvimento Regional

SUDAM Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia

SUFRAMA Superintendência da Zona Franca de Manaus

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

BASA Banco da Amazônia

Projeto RADAM Reconhecimento da Amazônia

PIN Programa de Integração Nacional

PICs Projetos Integrados de Colonização

POLAMAZÔNIA Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia

Planafloro Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia

ZLC Guarajá-Mirim Zona de livre comércio

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (FGV/VESTIBULAR/2018) O texto a seguir foi extraído do filme A Amazônia, que faz par-
te da campanha A natureza está falando.
Eu sou a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Eu mando chuva quando vocês preci-
sam. Eu mantenho seu clima estável. Em minhas florestas, existem plantas que curam suas
doenças. Muitas delas vocês ainda nem descobriram. Mas vocês estão tirando tudo de mim.
A cada segundo, vocês cortam uma das minhas árvores, enchem de sujeira os meus rios, colo-
cam fogo, e eu não posso mais proteger as pessoas que vivem aqui. Quanto mais vocês tiram,
menos eu tenho para oferecer. Menos água, menos curas, menos oxigênio. Se eu morrer, vocês
também morrem, mas eu crescerei de novo…
Em 2016, ao registrar os índices de desmatamento da Amazônia, as imagens de satélite esti-
mularam a discussão sobre as consequências do desmatamento e tornaram mais evidentes
os problemas dele decorrentes.
Sobre essa questão, analise as afirmações a seguir.
I – O desmatamento elimina uma fonte de umidade importante para a atmosfera, alterando o
regime pluviométrico regional, que depende da evapotranspiração.
II – As queimadas devolvem para a atmosfera o gás estufa (CO2) que foi capturado pela flores-
ta por meio da fotossíntese.
III – A floresta latifoliada perene participa efetivamente do equilíbrio ambiental, pois a cobertu-
ra florestal auxilia na manutenção da temperatura e da umidade do clima regional.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I e III, somente.
c) II, somente.
d) I e II, somente.
e) II e III, somente.

002. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) No século


XVIII, a descoberta de minas de ouro no centro-oeste da colônia portuguesa promoveu
a) a ocupação de zonas centrais da Capitania de Mato Grosso, em torno das missões e fazen-
das dos jesuítas já existentes, que serviram de apoio para o comércio local.
b) a imigração de portugueses e bandeirantes para a Capitania de Mato Grosso e a fundação
de duas vilas, a Vila de Cuiabá e a Vila Bela da Santíssima Trindade.
c) a integração dos indígenas à sociedade colonial, mediante as oportunidades de trabalho nos
garimpos e pelo incremento na comercialização das drogas do sertão.
d) a instalação de casas de fundição, para controlar a circulação de ouro e de prata na região,
e a criação do Forte do Príncipe da Beira, para impedir o contrabando de metais preciosos.
e) a criação da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, em terras desmembradas da Capitania de
Minas Gerais, oferecendo sesmarias para os colonos, a fim de favorecer sua ocupação.

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003. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) No século XVIII, a fun-


dação de missões jesuíticas espanholas, na margem esquerda do rio Guaporé, foi uma clara
ameaça à soberania de Portugal nas bacias dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Por isso, hou-
ve ações da metrópole portuguesa com o intuito de proteger o território na margem direita da Ba-
cia do Guaporé, atual estado de Rondônia. Com relação a esse assunto, julgue os itens a seguir.
O governo português construiu a fortaleza militar do Príncipe da Beira às margens do rio
Guaporé, o que originou os primeiros núcleos colonizadores que se desenvolveram no século
XIX nessa região.

004. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Em 1866, por decreto do governo do Império do Brasil, os rios Amazonas e Madeira, bem como
os seus afluentes, foram abertos, em toda a sua extensão, à navegação mercante internacional.

005. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
A colonização portuguesa do oeste amazônico, no período colonial, foi motivada pela deman-
da de látex pelo mercado europeu.

006. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Entre 1907 e


1915, Cândido Rondon comandou a Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato
Grosso ao Amazonas. A respeito dessa iniciativa, assinale a afirmativa correta.
a) Estendeu a linha telegráfica entre Campo Grande e Santo Antônio do Madeira, superando o
isolamento da região.
b) Contribuiu para a formação de povoados, como Marco Rondon, Cacoal, Colorado do Oeste
e Rolim de Moura.
c) Complementou o telégrafo com rádios de poste, para maior alcance social na transmissão
de informações.
d) Incluiu o levantamento topográfico e a demarcação de fronteiras, além de pesquisas etno-
gráficas, linguísticas e geológicas.
e) Integrou os “sertões do noroeste” ao sistema produtivo nacional, abrindo linhas de escoa-
mento para a borracha.

007. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015) Em função da participação do


Brasil na II Guerra Mundial (1939/1945), ocorreu uma segunda corrente migratória para a re-
gião amazônica a fim de aumentar a oferta de mão de obra para a exploração da borracha. Esti-
ma-se o número de seringueiros que chegaram a região em 34.000 pessoas só no ano de 1942.
Em relação a tal processo de migração, é correto afirmar que:

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a) a presença de população do sul do país foi a característica principal nesse processo;


b) a presença de retirantes nordestinos foi a tônica desse processo;
c) a presença da população sem-terra da região centro-oeste foi majoritária nesse processo;
d) a presença da população açoriana de Santa Catarina foi a mais importante nesse processo;
e) a presença exclusiva da população paulista foi fundamental para o desenvolvimento des-
se processo.

008. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) No século XVIII, a fun-


dação de missões jesuíticas espanholas, na margem esquerda do rio Guaporé, foi uma clara
ameaça à soberania de Portugal nas bacias dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Por isso, hou-
ve ações da metrópole portuguesa com o intuito de proteger o território na margem direita da Ba-
cia do Guaporé, atual estado de Rondônia. Com relação a esse assunto, julgue os itens a seguir.
No período em questão, houve a assinatura do Tratado de Petrópolis, no qual se definiram, em
1803, as fronteiras entre o Vice-reino do Peru e o Território do Guaporé.

009. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
Na solução da questão da disputa com a Bolívia pelo território que hoje corresponde ao estado
do Acre, o governo brasileiro comprometeu-se a construir uma ferrovia para ligar o porto de
Santo Antônio, localizado no rio Madeira, até Guajará-Mirim, no rio Mamoré.

010. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2013) Julgue os


itens a seguir, acerca da história do estado de Rondônia.
O Território Federal do Guaporé foi criado por Getúlio Vargas mediante o desmembramento de
uma parte do território dos estados do Acre e do Amazonas.

011. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Nos antecedentes da criação


do estado de Rondônia, consta a instalação do Território Federal do Guaporé, em 1943, o qual
é posteriormente transformado em Território Federal de Rondônia. O Território Federal de Ron-
dônia é criado no governo do presidente:
a) Getúlio Vargas.
b) Jânio Quadros.
c) João Goulart.
d) Juscelino Kubitschek.
e) Costa e Silva.

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012. (FJPF/PM-RO/SOLDADO/2005) Os fatores considerados determinantes para a criação


do Estado de Rondônia são:
a) o aumento populacional e a criação de novos municípios;
b) a diminuição da população rural e o aumento da escolarização;
c) o controle centralizado do desmatamento e da poluição dos rios;
d) a necessidade de controle estratégico da região;
e) a presença de contingentes populacionais dos países vizinhos.

013. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A respei-


to da colonização da Amazônia enquanto política de Estado no período da Ditadura Militar
(1964-1985), relacione as iniciativas estatais, listadas a seguir, à respectiva descrição de seus
objetivos.
1. SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), em 1966.
2. PIN (Programa de Integração Nacional), em 1970.
3. PICs (Projetos Integrados de Colonização), entre 1970-75.
4. POLAMAZÔNIA (Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia), em 1974.
( ) Induzir a alocação de colonos do centro-sul em lotes próximos a estradas vicinais e escolas,
além de fornecer assistência em saúde, educação e orientação técnica.
( ) Estabelecer incentivos fiscais para atrair investidores privados, nacionais e internacionais
que financiassem o desenvolvimento econômico na região.
( ) Assentar camponeses nordestinos em lotes de 100 ha ao longo das rodovias em constru-
ção, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém.
( ) implantar polos agrícolas regionais para incentivar a fixação populacional em áreas de mi-
neração e de interesse estratégico.
Assinale a opção que apresenta a sequência correta, segundo a ordem apresentada.
a) 1, 2, 3 e 4.
b) 1, 3, 4 e 2.
c) 2, 4, 1 e 3.
d) 3, 1, 2, e 4.
e) 4, 2, 3 e 1.

014. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014) Com pouco mais de 30 anos,


o estado de Rondônia é, atualmente, um dos maiores produtores, do Brasil, do minério com o
qual se faz o estanho, que é a
a) siderita.
b) bauxita.
c) hematita.
d) cassiterita.
e) magnetita.

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015. (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DE PROCURADORIA/2015)

O texto se refere a um dos maiores grupos indígenas do estado de Rondônia, que possui atual-
mente a maior área indígena no Estado, habitando no Município de Guajará- Mirim. Trata-se dos:
a) Karipunas;
b) Pakaás Novos;
c) Tubarão – Latundê;
d) Cinta Larga;
e) Gaviões.

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EXERCÍCIOS
016. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014)

Sobre a navegabilidade do rio Madeira, assinale a alternativa INCORRETA.


a) A navegabilidade acontece na região denominada de Baixo Madeira, que segue da Cachoei-
ra de Santo Antônio até a sua foz, no rio Amazonas.
b) De Porto Velho até sua foz no rio Amazonas, o Madeira é navegável, seguindo, desta forma,
até Belém, capital do estado do Pará, durante todo o ano.
c) O trecho do rio até as proximidades de Porto Velho não apresenta condições de navegabili-
dade devido à grande quantidade de cachoeiras existentes.
d) Pelo rio circula grande parte da carga existente entre Porto Velho e Manaus, capital do Es-
tado do Amazonas, incluindo produtos fabricados nas indústrias da Zona Franca de Manaus.
e) Percurso denominado Alto Madeira segue da nascente do rio, na Cordilheira dos Andes, no
Equador, entrando no Brasil pelo Sul do estado com diversas cachoeiras e altíssimos desníveis
até Porto Velho.

Querido(a), é impossível a navegação pelo alto Madeira pela cordilheira dos Andes pelo fato de
que possui inúmeras corredeiras. O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira
dos Andes, Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Ma-
moré-Guaporé e tornando-se o rio Madeira.
Letra e.

017. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) No século XVIII, a


fundação de missões jesuíticas espanholas, na margem esquerda do rio Guaporé, foi uma
clara ameaça à soberania de Portugal nas bacias dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Por
isso, houve ações da metrópole portuguesa com o intuito de proteger o território na margem
direita da Bacia do Guaporé, atual estado de Rondônia. Com relação a esse assunto, julgue os
itens a seguir.
No período em questão, houve a assinatura do Tratado de Petrópolis, no qual se definiram, em
1803, as fronteiras entre o Vice-reino do Peru e o Território do Guaporé.

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Caro(a) aluno(a), existem erros fundamentais na afirmativa a ser analisada. Primeiro, o Tratado
de Petrópolis foi assinado quando o Brasil já era uma República independente, portanto, sem
relação alguma com o enunciado que trata das ações de Portugal sobre a colônia. Segundo, o
tratado definiu as fronteiras entre a Bolívia e o Brasil.
Errado.

018. (FCC/PREFEITURA DE MACAPÁ – AP/ADMINISTRADOR HOSPITALAR/2018) As po-


líticas do regime militar para a Região Amazônica, em nome da integração nacional e moder-
nização econômica da região, tiveram forte impacto no então Território do Amapá, e foram
marcadas pelas seguintes medidas:
a) Repressão política a grileiros, reforma agrária e criação da Zona Franca da Foz do Amazonas.
b) Incentivos fiscais, política de distribuição de lotes de terra e abertura de estradas.
c) Construção de conjuntos habitacionais, criação de zonas industriais e construção de quar-
téis na Calha Norte.
d) Intervenção federal, militarização da atividade mineradora e programa de desmatamento
controlado.
e) Estatização da pesca da Lagosta, criação de zonas de preservação ambiental e introdução
da mineração

Meu(minha) caro(a), os governos militares buscaram a integração econômica da Amazônia


através de incentivos fiscais (Zona Franca de Manaus), da distribuição de terras e da constru-
ção de rodovias como a Transamazônica e a Belém-Brasília.
Letra b.

019. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014) Com pouco mais de 30 anos,


o estado de Rondônia é, atualmente, um dos maiores produtores, do Brasil, do minério com o
qual se faz o estanho, que é a
a) siderita.
b) bauxita.
c) hematita.
d) cassiterita.
e) magnetita.

A cassiterita é um dos principais minérios extraídos na região. A banca fornece uma dica que
facilita o raciocínio ao citar que dela se faz o estanho.
Letra d.

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020. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014) O Estado de Rondônia possui


52 municípios, quase todos recentemente colonizados, com predominância em atividades
_______________, sendo que a formação do Estado teve início no século XVIII, com a entrada dos
bandeirantes, em 1776, em busca da mão de obra indígena, ouro, pedras preciosas, especiarias
e a construção do Forte Príncipe da Beira, situado às margens do _______________, rio interna-
cional e fronteiriço com a República da Bolívia.” Assinale a alternativa que completa correta e
sequencialmente a afirmativa anterior.
a) primárias / Madeira
b) primárias / Guaporé
c) terciárias / Jaci-Paraná
d) secundárias / Mamoré
e) secundárias / Ji-Paraná

Como vimos ao longo da aula, a colonização se deu, de início, graças às atividades extrativis-
tas: drogas do sertão, ouro, látex… O próprio enunciado da questão fala dessas atividades. O
Forte Príncipe da Beira foi construído às margens do Rio Guaporé.
Letra b.

021. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014) Rondônia é considerado, hoje,


um mosaico de diversas culturas devido ao grande número de migrantes de várias partes do
Brasil que foram para o estado. Sobre estes processos migratórios, analise.
I – Assim como o Acre, pertenceu a Bolívia e detém ainda grande número de imigrantes boli-
vianos que se dedicam à extração vegetal.
II – Na década de 1970, a região atraiu milhares de migrantes com o objetivo de se fixarem em
terras do estado e se dedicarem a atividades rurais.
III – No final do século XIX, nordestinos foram para terras do estado fugindo da seca e atraídos
pela intensa borracha natural na Amazônia, muito visada na época pelos europeus.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

A alternativa I é errada porque Rondônia não pertenceu à Bolívia. Foi criado a partir do des-
membramento de territórios do estado do Amazonas e Mato Grosso.
Letra e.

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022. (CESPE-CEBRASPE/SGA-AC/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/2008)

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que envol-
vem o tema nele abordado, julgue os itens:
No sentido usado no texto, privatização significa transferir do poder público para particulares
o direito de explorar setores da economia.
c) Certo
e) Errado

A ideia de privatização visa exatamente a exploração econômica da região. Contudo, desde


que não provoque danos ao meio ambiente.
Certo.

023. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Com mais de 1,5 milhão de


habitantes, Rondônia é o terceiro estado mais populoso da região Norte, contando com um
processo de urbanização bastante recuado no tempo. Neste sentido, as duas cidades que se
destacam no estado por serem as mais antigas são:
a) Ariquemes e Guajará-Mirim.
b) Espigão do Oeste e Porto Velho.
c) Porto Velho e Guajará-Mirim.
d) Ariquemes e Espigão do Oeste.
e) Rolim de Moura e Cacoal.

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Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da E.F. Ma-
deira- Mamoré. Até o início do século XIX, Guajará-Mirim era apenas uma indicação geográfica
para designar o ponto brasileiro à povoação boliviana de Guayaramerín. Em abril de 1878, em
função do Tratado de Ayacucho, foram enviadas para Corumbá (Mato Grosso) as “Plantas Geo-
gráficas dos Rios Guaporé e Mamoré”, sendo que a cartografia para delimitar os limites frontei-
riços dos rios Guaporé e Mamoré foi levantada e apresentada pela 2ª seção brasileira, sediada
na mesma cidade, tendo sido todas chanceladas pelos delegados brasileiros e bolivianos.
Letra c.

024. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Vários grupos indígenas habi-


tam ancestralmente Rondônia, sendo muitos deles detentores de áreas destinadas legalmente
a sua reprodução social. No exemplo da Reserva Roosevelt, localizada em Espigão do Oeste,
trata-se de um território dos índios:
a) Cinta-Larga.
b) Zoró.
c) Tupari.
d) Gavião.
e) Macurap.

Os Cinta Larga ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte inte-
grante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Ron-
dônia e Mato Grosso.
Letra a.

025. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Vários polos regionais se des-


tacam em Rondônia, seja pelo seu peso demográfico seja pelo montante de seu PIB. Depois
de Porto Velho, a segunda cidade com a maior população e a economia mais significativa é:
a) Ariquemes.
b) Cacoal.
c) Vilhena.
d) Ji-Paraná.
e) Costa Marques.

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Ji-Paraná é um município do estado de Rondônia, no Brasil. Com uma população estimada


em 2017 de 132.667 habitantes, é o segundo mais populoso do estado e o décimo sexto mais
populoso da Região Norte do Brasil, a 210ª mais populosa do Brasil e a 113ª mais populosa
cidade do interior brasileiro.
Letra d.

026. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Os antecedentes da criação do


estado de Rondônia, em 1982, contam com territórios federais, como o de Guaporé. A criação
desse território federal remonta à década de:
a) 1930
b) 1940
c) 1950
d) 1960
e) 1970

O território do Guaporé foi criado durante o Governo de Getúlio Vargas dentro de seu projeto de
“Marcha Para o Oeste” em 13 de setembro de 1943.
Letra b.

027. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Na agricultura, Rondônia apre-


senta alguns destaques, sendo o maior produtor da região Norte e o quinto do Brasil em rela-
ção a um gênero agrícola específico. Identifique esse gênero agrícola.
a) café.
b) soja.
c) cacau.
d) arroz.
e) milho.

CONAB demonstra que o maior estado produtor de café do País – Minas Gerais – participou
com 54,3% da produção nacional em 2017, pois obteve um volume corresponde a 24,45 mi-
lhões de sacas de 60kg, número que foi 20,4% menor que a safra 2016. O segundo estado maior
produtor – Espírito Santo – teve uma produção de 8,86 milhões de sacas (19,7%), o terceiro
São Paulo 4,41 milhões de sacas (9,8%), seguido pela Bahia, com 3,36 milhões de sacas (7,5%),
Rondônia com 1,94 milhões de sacas (4,3%), e, em sexto lugar, o Paraná com 1,21 milhões de
sacas (2,7%). Os demais estados produtores corresponderam aproximadamente a 1,7%.
Letra a.

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028. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Rondônia é abrangido pelo


domínio amazônico, fator natural que influencia o tipo de vegetação encontrado neste esta-
do da federação.
Nesse domínio natural, uma formação vegetal predominante e parcialmente presente em Ron-
dônia denomina-se:
a) Caatinga
b) Campos de altitude.
c) Mata de araucárias.
d) Floresta equatorial.
e) Floresta tropical de encosta.

Querido(a), muito fácil. A Amazônia é uma floresta equatorial.


Letra d.

029. (FUNCAB/MPE-RO/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2012) Um importante tratado fixou a


linha de fronteira no extremo norte e oeste do Brasil, a partir dos cursos dos rios Guaporé e
Mamoré, até o médio curso do Madeira, sendo de inegável relevância para a definição do futuro
Território do Guaporé. O tratado referido é o de:
a) Tordesilhas, 1494.
b) Utrecht, 1713.
c) Utrecht, 1915.
d) Petrópolis, 1903.
e) Madri, 1750.

Tratado de Utrecht define uma série de acordos diplomáticos assinados na cidade de Utrecht,
na Holanda, e que puseram fim à Guerra da Sucessão da Espanha. Firmado entre Portugal e
a França para estabelecer os limites entre os dois países na costa norte do Brasil. Também
definiu as fronteiras entre as colônias espanholas e portuguesa. Estas disposições serviram,
quase dois séculos após, para defender a posição brasileira na questão do Amapá e garantir a
posse do futuro território do Guaporé.
Letra e.

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030. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Sobre a cria-


ção do Território Federal do Guaporé, em 1943, assinale a afirmativa correta.
a) Deu-se por Decreto-lei, para demarcar áreas de fronteira consideradas estratégicas para a
segurança nacional.
b) Ocorreu mediante consulta à população por plebiscito, com vistas à abertura de novas fron-
teiras de colonização.
c) Processou-se por meio da ação legislativa da Assembleia Estadual, favorecendo a ocupa-
ção dos sertões do “Brasil interior”.
d) Deu-se por iniciativa de interventores do Estado Novo, como parte do programa de ocupa-
ção de regiões limítrofes despovoadas.
e) Ocorreu por determinação do Exército, preocupado com fluxos migratórios e contrabando
na fronteira amazônica brasileira.

Getúlio Vargas, com seu projeto de “Marcha Para o Oeste”, buscou demarcar as fronteiras da
região como estratégia de defesa do território nacional.
Letra a.

031. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)

O fragmento refere-se à criação


a) do Estado de Rondônia.
b) da Região do Guaporé.
c) do Território Federal de Rondônia.
d) da Província do Guaporé.
e) do Território Federal do Guaporé.

Aluízio Ferreira foi importante personalidade política junto ao governo de Getúlio Vargas no
processo de criação do Território do Guaporé.
Letra e.

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032. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A partir de


1970, o então Território Federal de Rondônia foi objeto de uma política territorial que se con-
cretizou na implantação de projetos de colonização agrícola, objetivando proporcionar o aces-
so à terra para milhares de famílias camponesas. O governo federal organizou e estimulou a
migração regional e a ocupação das terras, além de orientar o uso do território e sua produção
para a economia de mercado.
As afirmativas a seguir descrevem consequências dessa política territorial em Rondônia, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) A introdução de uma nova política indigenista, pela qual o indígena é um cidadão pleno, com
direito à propriedade sobre as terras das reservas, agora mercantilizadas.
b) A substituição progressiva da economia extrativista pela agricultura camponesa e empresa-
rial, promovendo um uso capitalista da terra na região.
c) A redução da massa florestal, substituída por áreas agrícolas voltadas fortemente para a
agropecuária e obtidas por meio de desmatamento e queimadas.
d) A criação de assentamentos rurais, destinados a famílias de camponeses migrantes, que
ajudaram a desenvolver uma agricultura caracterizada pelo trabalho familiar camponês.
e) A transformação da rede de circulação, do predomínio fluvial à combinação deste com o
sistema rodoviário, responsável pelo aumento dos fluxos populacionais e de mercadorias.

O governo dos militares incentivou a criação de assentamentos agrícolas através do INCRA.


O que torna a alternativa “A” errada é o fato de que os índios, sendo proprietários de reservas
indígenas, torna-la mercantilizada. Não existe reserva indígena mercantilizada!
Letra a.

033. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A respeito da


escolha de Rondônia como região prioritária de colonização nos anos 1970, analise as afirma-
tivas a seguir.
I – Rondônia foi considerada estratégica para o direcionamento dos fluxos migratórios das
Regiões Sudeste e Sul, marcadas pela mecanização e modernização agrícola, bem como da
Região Nordeste, afetada por secas periódicas.
II – Rondônia foi considerada relevante para garantir a integração da Amazônia ao território
brasileiro, obtida mediante o asfaltamento das rodovias BR-364 e BR-317, o que permitiu au-
mentar o fluxo populacional para a região.
III – Rondônia foi considerada importante por seu potencial hídrico, o que impulsionou a cons-
trução de grandes usinas hidrelétricas, responsáveis por fluxos migratórios associados aos
empreendimentos barrageiros.

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Está correto o que se afirma em


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas
e) I, II e III.

A região de Rondônia foi atrativa de fluxos migratórios do nordeste, graças à seca que asso-
lava a região, e do sudeste e sul, pela mecanização da agricultura que expulsou trabalhado-
res do campo.
Letra a.

034. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A inserção da


produção de soja no estado de Rondônia deu origem aos espaços luminosos em que a ativida-
de agrícola modernizada pelas commodities impõe às cidades uma reformulação funcional.
Sobre a expansão do cultivo da soja em Rondônia, analise as afirmativas a seguir.
I – O modal hidro-rodoviário produziu uma nova configuração do espaço agrícola do sul de
Rondônia, ao articular o espaço amazônico ao fluxo do agronegócio globalizado.
II – O cultivo da soja em Rondônia, ao assumir o estatuto de commodity, fez surgir um novo
espaço rural devido ao processo de modernização agrícola.
III – O sul de Rondônia, onde se concentra o agronegócio de soja, tem como polo logístico e de
prestação de serviços a cidade de Vilhena, que assume a gestão da produção da soja.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

Todas as afirmativas estão corretas.


Alternativa I: o transporte fluvial permitiu integração econômica da região com a econo-
mia mundial.
Alternativa II: a soja encontrou em Rondônia terra fértil e incentivos fiscais, transformando o
espaço do estado.
Alternativa III: Vilhena fica na divisa entre Mato Grosso e Rondônia. Situada a aproximadamen-
te 640 metros de altitude, oferece ótimas condições para o cultivo da soja em termos de solo e
clima. Nos últimos quatro anos, a média de rendimento foi de 51 sacas por hectare, maior que
a média nacional.
Letra e.

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035. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018)

A bacia hidrográfica à qual o texto se refere é a do


a) Guaporé.
b) Mamoré.
c) Madeira.
d) Jamari.
e) Machado.

O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia. Ele desce das
cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Mamoré-Guaporé e tornando-se o rio
Madeira – um rio de planície que traça a divisória entre Brasil e Bolívia.
Letra c.

036. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A construção


das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, iniciada em 2008, alavancou o potencial
energético da Amazônia sul ocidental Rondoniense, mas, ao mesmo tempo, gerou grandes
impactos socioambientais. A respeito desse empreendimento, assinale (V) para a afirmativa
verdadeira e (F) para a falsa.
I – ( ) Sua construção no rio Madeira faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do
Governo Federal.
II – ( ) Sua instalação atende ao crescimento da demanda energética interna à região Amazônica.
III – ( ) Suas obras enraizaram trabalhadores capacitados de outras regiões em Rondônia, so-
bretudo do Sudeste.
IV – ( ) Seus impactos se somam aos conflitos já existentes, relacionados às áreas de preser-
vação e às atividades do setor agropecuário e madeireiro.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V – V – F – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) F – F – V – V.
e) V – V – V – F.

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Alternativa I: Verdadeira. A construção dessas hidrelétricas fazia parte do PAC Programa de


Aceleração do Crescimento.
Alternativa II: Falsa. A construção de usinas hidrelétricas na região visa o aproveitamento hi-
dráulico. No entanto, não existe demanda energética na região a ponto de se exigir tais obras.
Foram realizadas para produção de energia para outras áreas.
Alternativa III: Falsa. A maioria dos trabalhadores não tinham capacitação.
Alternativa IV: Verdadeira. Sua construção provocou atritos com comunidades indígenas e pro-
dutores agropecuários na medida em que alagava essas terras.
Letra b.

037. (FGV/SEFIN-RO/CONTADOR/2018) Desde 1960, a integração territorial do espaço cor-


respondente ao atual Estado de Rondônia com o Centro-Sul do país foi favorecida por investi-
mentos na área de transporte, como no caso
a) da integração rodo-fluvial de Manaus a Porto Velho pelo Rio Madeira e daí para o sul pela
Transamazônica.
b) da criação da estrada de ferro Madeira-Mamoré, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim.
c) da construção da BR-364, cortando o Estado de sudeste (Vilhena) para noroeste (Porto Velho).
d) do projeto da ferrovia Bioceânica (Ferrovia da Soja), entre Sapezal (MT) e o Peru, passando
por Porto Velho.
e) da abertura da BR-317, a Estrada do Pacífico, conectando o noroeste do Brasil ao litoral
sul peruano.

A BR-364 é uma rodovia diagonal do Brasil que se inicia em Limeira-SP, no km 153 da SP-330
adentrando pela SP-310 até o km 292, onde entra na SP-326 indo até a divisa com Minas Ge-
rais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no
extremo oeste deste último estado, sendo assim uma rodovia de fundamental importância
para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em 2 de fevereiro
de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o Presidente Jus-
celino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco,
abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltada em 1983.
Letra c.

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038. (FGV/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – RO/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Os fragmen-


tos a seguir descrevem negociações diplomáticas ocorridas no processo de constituição da
fronteira ocidental do Império português.
I – Assegura o domínio e a soberania territorial da Coroa Portuguesa sobre as regiões ameri-
canas compreendidas entre os rios Amazonas e Oiapoque, fixando os limites entre França e
Portugal na região da Guiana.
II – Adota o princípio da “ocupação efetiva” e garante o controle luso de rios existentes na ca-
pitania de Mato Grosso, no vale do Guaporé, região que daria acesso, através do rio Guaporé e
demais rios amazônicos, ao Estado do Grão-Pará e Maranhão.
Os fragmentos exemplificam, respectivamente, os Tratados de
a) Tordesilhas e Utrecht.
b) El Pardo e Santo Ildefonso.
c) Madri e El Pardo.
d) Santo Ildefonso e Tordesilhas.
e) Utrecht e Madri.

Tratado de Utrecht – 1713. Firmado entre Portugal e a França para estabelecer os limites entre
os dois países na costa norte do Brasil. Estas disposições serviram, quase dois séculos após,
para defender a posição brasileira na questão do Amapá.
Tratado de Madri – 1750. Também entre Portugal e a Espanha, estabeleceu os limites entre as
colônias dos dois, na América do Sul, respeitando a ocupação realmente exercida nos territó-
rios e abandonando inteiramente a “linha de Tordesilhas”. (A Colônia de Sacramento passaria
para o domínio da Espanha). Com esse Tratado o Brasil ganhou já um perfil próximo ao de que
dispõe hoje.
Letra e.

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039. (FGV/SEFIN-RO/AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/2018)

Assinale a opção que indica uma ação do período Vargas, voltada para a integração do atual
território rondoniense ao resto do país.
a) A criação do Território Federal do Guaporé.
b) A abertura do Programa Calha Norte.
c) A construção e pavimentação da BR-364.
d) O desenvolvimento do Projeto Poloamazônia.
e) A implementação do Plano Grande Carajás.

O Território Federal do Guaporé é a denominação antiga do Estado de Rondônia, dada quando


do desmembramento deste do Estado do Amazonas e do Estado do Mato Grosso, ocorrido em
13 de setembro de 1943, durante o governo de Getúlio Vargas.
Letra a.

040. (FGV/SEFIN-RO/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018) Assinale a opção que indica corretamen-


te políticas federais voltadas para a integração do atual território rondoniense ao resto do país,
no período militar (1964-1985).
a) A abertura de rodovias, como a BR-364, para aumentar o povoamento da região e permitir o
desmembramento do Estado de Rondônia do de Mato Grosso.
b) Os projetos integrados de colonização, como os do Incra, para organizar a ocupação de es-
paços considerados vazios e alavancar a produção agrícola.
c) A instalação de usinas hidrelétricas, como a de Samuel, para abastecer as indústrias extra-
tivistas de borracha, cassiterita e diamantes.
d) Os projetos industriais, como o Polo-noroeste, para financiar o agronegócio da soja e conce-
der isenção fiscal para a abertura de grandes empreendimentos na região.
e) Os programas sustentáveis, como o Planaforo, voltados para a demarcação de unidades de
preservação e assentamentos quilombolas.

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Um dos objetivos estratégicos do governo dos militares era povoar a região e desenvolver
sua economia.
Letra b.

041. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Em 1981, com a implantação do Estado de Rondônia, o poe-


ma “Céus do Guaporé”, composto na década de 1940, quando da criação do Território Federal
do Guaporé, tornou-se o hino da nova unidade da Federação.

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As afirmativas a seguir descrevem corretamente a dimensão identitária expressa pelo hino, à


exceção de uma. Assinale-a:
a) O poema associa a identidade dos rondonienses aos bandeirantes, no contexto de criação
do Território Federal do Guaporé e do projeto de integração territorial do Estado Novo, conheci-
do como “Grande Marcha para o Oeste”.
b) A referência às “escolas e oficinas” é uma homenagem a Porto Velho, cidade associada aos
barracões de oficinas da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e símbolo do caráter industrial e
moderno que marca o início do século XX.
c) A natureza tropical dos “lagos, rios e matas” valoriza a cultura rural do interior do Estado e
enfatiza a agropecuária e a piscicultura que, desde os anos de 1940, seriam o carro-chefe da
economia rondoniense.
d) A segunda estrofe indica o papel da região em relação à defesa e à consolidação das fron-
teiras territoriais, qualificando os rondonienses como “sentinelas” e “pioneiros”, e culminando
na afirmação “somos brasileiros”.
e) A oficialização do poema como hino do Estado, no contexto do alargamento das fronteiras
agrícolas, atualiza o espírito bandeirante e pioneiro, agora associado à migração promovida
pelo nascente agronegócio.

A afirmativa “C” é contraditória na medida em que “a natureza tropical dos lagos, rios e matas”
é abatida para a criação de fazendas para a agropecuária.
Letra c.

042. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) A política de ordena-


mento territorial do estado de Rondônia tem como referencial metodológico o zoneamento
ecológico econômico. No que se refere a essa política, julgue os itens a seguir.
No zoneamento ecológico econômico, adotam-se as bacias hidrográficas como unidades de
planejamento territorial.

Questão interpretativa. Se se trata de zoneamento ecológico econômico, é preciso levar em


conta as bacias hidrográficas da região, tanto para preservação quanto para o seu aproveita-
mento econômico.
Certo.

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043. (CESPE-CEBRASPE/TCE-RO/ANALISTA DE INFORMÁTICA/2013) A política de ordena-


mento territorial do estado de Rondônia tem como referencial metodológico o zoneamento
ecológico econômico. No que se refere a essa política, julgue os itens a seguir.
É objetivo da referida política disseminar polos industriais e áreas de extração de matérias-pri-
mas por todo o território rondoniense.

Questão interpretativa. Querido(a), se o enunciado disserta sobre zoneamento ecológico, o


que se espera é que o poder estatal busque preservar áreas de floresta. É totalmente contra-
ditório pensar em preservar o ambiente ao mesmo tempo em que se busca “disseminar polos
industriais e áreas de extração de matérias-primas por todo o território rondoniense.”
Errado.

044. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015) O crescimento da população de


Rondônia ganhou destaque a partir da década de 1960. Em 1950, a população do antigo terri-
tório do Guaporé era de cerca de 14 mil habitantes, enquanto em 1980 esse número chegava
próximo a 230 mil habitantes.
O intenso crescimento populacional nesse período é explicado principalmente:
a) pelos incentivos fiscais e investimentos do governo federal que estimularam a atração de
indústrias para a região, gerando postos de trabalho e atraindo população;
b) pelo acesso fácil à terra, de baixo custo, que atraiu investidores do sul e do sudeste interes-
sados em investir na agropecuária e na atividade madeireira;
c) pela descoberta de reservas de diamantes na década de 1960, que atraiu migrantes de vá-
rios estados brasileiros para a atividade do garimpo;
d) pelos investimentos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia na abertura de
rodovias e de ferrovias no período, que facilitou a ida de migrantes para o Estado;
e) pela crise econômica no Peru e na Bolívia naquele momento, que levou a um grande afluxo
de imigrantes vindos desses países e que se estabeleceram em Rondônia.

Principalmente durante a Ditadura Militar (1964-1985) houve um incentivo à colonização da


região por meio das atividades agrícolas. Em grande medida, havia acesso à terra por baixo
custo, atraindo investidores do sul e sudeste, já que nessas áreas não existiam mais terras a
serem formadas para a agropecuária.
Letra b.

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045. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015) A partir do século XX, diversos


governos brasileiros determinaram a execução de uma política de ocupação e exploração da
Região Amazônica. O período varguista (1930/1945) e o Regime Militar (1964/1985) foram
dois desses períodos com projetos audaciosos de integração da região amazônica ao restante
do país. Dentre as consequências desse processo, percebe-se a deterioração da região norte
em função de vários aspectos, sendo um dos mais importantes:
a) a falta de um equilíbrio entre os projetos de exploração da região amazônica e a preservação
da região;
b) a opção prioritária pelos projetos ferroviários para interligar a região;
c) o monopólio do capital estrangeiro sobre a exploração da região amazônica;
d) o interesse exclusivo no desenvolvimento do transporte naval na região;
e) a exclusividade dada ao capital externo na exploração da atividade mineradora.

Questão de interpretação. Entenda, com o aumento das atividades de exploração dos recursos
naturais temos a óbvia dicotomia entre aproveitamento econômico e preservação ambiental.
Letra a.

046. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015)

O tratado descrito no texto e a principal razão para sua sanção por parte do governo brasileiro
são, respectivamente:
a) Tratado de Madri – expansão do território nacional;
b) Tratado de Petrópolis – interesse em explorar as seringueiras no território anexado;
c) Tratado de Ayacucho – riquezas minerais descobertas no território acreano;
d) Tratado de Petrópolis – alto valor indenizatório a ser pago pelo governo boliviano;
e) Tratado de Ayacucho – construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

Muito fácil. O próprio enunciado cita que o tratado foi assinado na cidade de Petrópolis.
Letra b.

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047. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015) O processo de construção da es-


trada de ferro Madeira-Mamoré pode ser comparada à de um livro de aventura tanto são os per-
sonagens envolvidos e as reviravoltas no processo de construção. A obra deixou um rastro de
mortes, dificuldades na execução e gasto excessivo de recursos. Apesar de tudo, a ferrovia foi
inaugurada em abril de 1912. A construção da ferrovia foi viabilizada principalmente pelo(a):
a) capital privado nacional oriundo das oligarquias da região;
b) presença do capital privado nacional através do Barão de Mauá;
c) presença do capital externo norte-americano na execução da construção da obra;
d) financiamento concedido pelo governo brasileiro através do Banco da Amazônia;
e) esforço da população que encampou forte campanha para arrecadação de fundos.

De acordo com o Tratado de Petrópolis, o governo brasileiro devia arcar com a construção da
Ferrovia Madeira-Mamoré como compensação à Bolívia pela perda do território do Acre. Nesse
sentido, como o governo brasileiro não possuía tecnologia para sua construção, buscou inves-
timentos do capital norte-americano, interessado na exploração do látex.
Letra c.

048. (FGV/PGE-RO/ANALISTA DE PROCURADORIA/2015) Ao longo do século XVII, o territó-


rio português na América foi ampliado em razão da formação da União Ibérica (1580/1640). O
território brasileiro saiu de uma faixa litorânea para uma dimensão continental e, nesse contex-
to, o território que deu origem ao atual estado de Rondônia foi ocupado.
Sobre o processo de ocupação do território que deu origem ao estado de Rondônia, é correto
afirmar que:
a) os jesuítas e os bandeirantes foram os grandes responsáveis pela conquista territorial da
região norte no século XVII;
b) os produtores de borracha e de soja contribuíram decisivamente para a ocupação da região
norte no século XVII;
c) os bandeirantes e os mineradores foram os grandes responsáveis pelo controle português
sobre a região norte no século XVII;
d) a elite pecuarista e os jesuítas foram os grandes responsáveis pela ocupação da região
norte no século XVII;
e) a elite açucareira e os militares ocuparam o interior da região norte ao longo do século XVII.

Jesuítas e Bandeirantes foram os primeiros a ocupar a região. Os jesuítas em busca da cate-


quização e proteção dos índios. Os bandeirantes em busca de ouro.
Letra a.

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049. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A presença da exploração da borracha no


Vale do Madeira impulsionou a prosperidade econômica da região em razão da grande de-
manda internacional por esse produto entre o final do século XIX e o início do século XX. Em
relação à mão de obra utilizada na região, é correto afirmar que:
a) a imigração de europeus foi decisiva para suprir a necessidade de mão de obra na região;
b) a presença de imigrantes asiáticos foi a saída encontrada para a mão de obra da região;
c) a migração da população gaúcha e catarinense supriu a necessidade de mão de obra
da região;
d) a migração da população oriunda dos grandes centros urbanos do Sudeste atendeu à de-
manda da região;
e) a migração da população do nordeste foi a solução para suprir a necessidade de mão de
obra da região.

Fugindo da seca que assolava a região nordeste, milhares de nordestinos partiram para Rondô-
nia para trabalhar na extração do látex.
Letra e.

050. (FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A construção da rodovia BR-364 possibilitou


a maior integração das regiões Norte e Centro-Oeste do país ao restante do território nacional.
Antes de sua construção, só se chegava a Porto Velho através da Estrada de Ferro Madeira-
-Mamoré, de balsa ou de avião. A iniciativa de abertura, bem como a inauguração da rodovia,
ocorreram no governo:
a) Juscelino Kubitschek, com a perspectiva de maior integração do território nacional;
b) Médici, como parte dos projetos de estímulo ao crescimento econômico;
c) Getúlio Vargas, face à preocupação com a segurança nacional durante a Segunda Guerra;
d) Fernando Henrique Cardoso, como elemento do Sistema de Vigilância da Amazônia;
e) Lula, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento.

A BR-364 é uma rodovia diagonal do Brasil que se inicia em Limeira-SP, no km 153 da SP-330
adentrando pela SP-310 até o km 292, onde entra na SP-326 indo até a divisa com Minas Ge-
rais, depois passa por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, acabando em Mâncio Lima, no
extremo oeste deste último estado, sendo assim uma rodovia de fundamental importância
para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em 2 de fevereiro
de 1960, em meio a uma reunião com os governadores dos estados do norte, o Presidente Jus-
celino Kubitschek decidiu construir a então BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco,
abrindo o oeste brasileiro, trecho que só foi asfaltada em 1983.
Letra a.

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051. (IBADE/CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO VELHO – RO/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO/2018) No estado de Rondônia os minerais metálicos perfazem 85% dos recursos
minerais do estado, enquanto os não metálicos apenas 15%. São recursos minerais metálicos:
a) ferro, areia, manganês e cascalho.
b) diamante, estanho (cassiterita), ametista e água-marinha.
c) argila, areia, cascalho e granito,
d) ouro, ferro, manganês e estanho (cassiterita).
e) diamante, ametista, berilo e água-marinha.

Querido(a), apesar de a questão exigir certo conhecimento da tabela periódica, o que conta
aqui é o conhecimento que adquiriu ao longo da aula. Rondônia apresenta grandes jazidas de
ouro, ferro, manganês e cassiterita.
Letra d.

052. (IBADE/CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO VELHO – RO/ANALISTA DE TECNOLOGIA


DA INFORMAÇÃO/2018) A área de Rondônia começa a ser procurada, somente, nos fins do
século XIX, segundo um padrão de ocupação comum a todo o sul do Amazonas, podendo-se
afirmar que o fator principal dessa ocupação foi:
a) o surgimento do ciclo da borracha
b) o início do ciclo do ouro.
c) a expansão do ciclo da cana-de-açúcar.
d) a descoberta de jazidas de diamantes.
e) a expansão da agropecuária.

O maior ciclo de migração aconteceu durante os “ciclos da borracha” (1880-1914 e 1940-1945)


Letra a.

053. (IBADE/CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO VELHO – RO/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO/2018) De acordo com dados do MPF e Funai (http://ccr6.pgr.mpf.gov.br/docu-
mentos-epublicacoes/terrasindigenas/terras-indigenas), entre os principais povos indígenas que
possuem áreas regularizadas, está um povo que possui uma das maiores áreas (1.603.245,00ha),
que abrange Juína/MT e Vilhena/ RO (Parque Aripuanã). Trata-se do povo denominado:
a) Karipuna.
b) OroWari.
c) Gavião.
d) Cinta Larga.
e) Karitiane.

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Os Cinta Larga ocupam a área do Projeto Indígena do Roosevelt com 190.000 há, parte inte-
grante da reserva do Parque Indígena do Aripuanã, localizada em terras dos Estados de Ron-
dônia e Mato Grosso.
Letra d.

054. (FUNRIO/SESAU-RO/ADMINISTRADOR/2017) Em relação a aspectos relevantes da


história da formação de Rondônia, avalie se as afirmativas a seguir são falsas (F) ou verda-
deiras (V):
I – Até o século XVII apenas algumas missões religiosas haviam chegado à região onde hoje
se encontra o Estado de Rondônia; no início do século XVIII, portugueses subiram o rio Madeira
até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus, antigo nome da localidade de Cuiabá,
onde descobriram ouro.
II – A partir da descoberta do ouro, ocorrem seguidas explorações de bandeirantes pelo vale
do rio Guaporé em busca das riquezas minerais da área.
III – Pelo Tratado de Tordesilhas toda a região pertencia à Espanha; com as Bandeiras e o ma-
peamento dos rios Madeira, Guaporé e Mamoré, no período de 1722 a 1747, os limites entre
Portugal e Espanha foram redefinidos por meio dos Tratados de Madri (1750) e de Santo Ilde-
fonso (1777); Portugal passou então a ter a posse definitiva da região.
As afirmativas são respectivamente:
a) F, F e F.
b) F, V e V.
c) V, F e V.
d) V, V e F.
e) V, V e V.

A única afirmação errada está na alternativa “I”. A atual capital do Estado de Mato Grosso,
Cuiabá, surgiu às margens do rio Coxipó em 8 de abril de 1719. Era, então, um pequeno povoa-
do cuja ata de fundação foi assinada por Pascoal Moreira Cabral. Foi a descoberta do ouro pe-
los bandeirantes paulistas que deu origem à povoação, que estava subordinada à capitania de
São Paulo naquela época. Portanto, não fazia parte do território que hoje pertence à Rondônia.
Letra b.

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055. (FUNRIO/SESAU-RO/ADMINISTRADOR/2017) Em relação ao Real Forte do Príncipe da


Beira, NÃO é correto afirmar que:
a) está localizado no município de Costa Marques, à margem direita do rio Guaporé, na locali-
dade denominada Príncipe da Beira.
b) faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.
c) sua construção é consequência do Ciclo do Ouro e marca o primeiro processo de coloniza-
ção do espaço físico que constitui o Estado de Rondônia.
d) sua pedra fundamental foi lançada em 20 de junho de 1826.
e) serviu para manter o domínio português sobre as duas principais vias de comunicação da
região, os rios Guaporé e Jauru.

O forte iniciou seu processo de construção no dia 19 de abril de 1775. No entanto, vale salien-
tar que em 1776 foi lançada a pedra fundamental do projeto já iniciado no ano anterior, sendo
batizado em homenagem a D. José de Bragança
Letra d.

056. (FUNRIO/SESAU-RO/ADMINISTRADOR/2017) A história da construção da ferrovia Ma-


deira-Mamoré passa pela questão do Acre (1899-1902), que ocasionou a assinatura de um
importante tratado em 1903. Esse tratado define a compra da Região do Acre por 2 milhões
de libras esterlinas e viabiliza a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré por parte do
governo brasileiro, então vivamente interessado na exploração da borracha do Acre e do noro-
este boliviano.
Esse documento é conhecido como Tratado de:
a) Madri.
b) Petrópolis.
c) Paris.
d) São Paulo.
e) Manaus.

O Tratado de Petrópolis, firmado em 17 de novembro de 1903 em Petrópolis, formalizou a per-


muta de territórios entre Brasil e Bolívia — uma faixa de terra entre os rios Madeira, o rio Abunã
do Brasil para a Bolívia — e o território do atual Acre da Bolívia para o Brasil. O governo brasilei-
ro também se comprometia a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para dar trânsito
às trocas comerciais bolivianas pelo rio Amazonas. No acordo, o governo brasileiro obrigou-se
a pagar à Bolívia a quantia de 2 milhões de libras esterlinas para indenizar Bolivian Syndica-

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te, um consórcio de investidores estadunidenses, pela rescisão do contrato de arrendamento,


firmado em 1901 com o governo boliviano. Esse contrato foi motivado pela incapacidade do
governo da Bolívia ocupar o atual território do Acre ante à crescente invasão do seu território
por brasileiros.
Letra b.

057. (FUNRIO/SESAU-RO/ADMINISTRADOR/2017) O Estado de Rondônia foi criado


no período:
a) da Primeira República.
b) do Estado Novo.
c) da ditadura militar.
d) da Nova República.
e) da revolução constitucionalista.

Antigo Território do Guaporé, manteve este nome até 17 de fevereiro de 1956, em virtude do Rio
Guaporé, fronteira natural entre Brasil e Bolívia. Em dezembro de 1981 o Congresso aprovou o
projeto ordinário do poder executivo pelo qual o território de Rondônia era elevado a estado da
União. O governo do novo estado, o 23º da federação brasileira, instalou-se em 4 de janeiro de
1982, com a posse do coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que já governava o território desde 15
de março de 1979.
Letra c.

058. (FUNRIO/SESAU-RO/TÉCNICO EM APARELHO E EQUIPAMENTOS HOSPITALA-


RES/2017) O nome do estado presta homenagem a:
a) Cândido Rondon.
b) Máximo Ronda.
c) Felinto Rondélio.
d) Garcia Ronda.
e) Aparício Rondélio.

O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon, foi um en-
genheiro militar e sertanista brasileiro, famoso por sua exploração do Mato Grosso e da Bacia
Amazônica Ocidental e por seu apoio vitalício às populações indígenas brasileiras. Foi o pri-
meiro diretor do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e estimulou a criação do Parque Nacional
do Xingu. O estado brasileiro de Rondônia recebeu esse nome em sua homenagem.
Letra a.

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059. (IDECAN/DETRAN-RO/ANALISTA EM TRÂNSITO/2014) Essa fotografia tem grande im-


portância histórica para Rondônia.

Ela retrata a Capela da Vila de Santo Antônio, próxima às cachoeiras do rio Madeira, que é
considerada
a) construção que marca a fronteira às margens do rio Guaporé.
b) marco inicial do surgimento da capital de Rondônia, Porto Velho.
c) mosteiro – no passado – dos Jesuítas, colonizadores das áreas de fronteira do estado.
d) primeira construção religiosa de Rondônia iniciada no século XVI e inaugurada em XVII.
e) ponto de referência pioneiro, no que se refere à colonização em meio à floresta Amazônica.

A capela é uma das raras heranças do antigo município de Santo Antônio do Rio Madeira, que
pertencia ao Mato Grosso. Foi criado em 1908, extinto e anexado a Porto Velho em 1944, quan-
do foi instalado o Território Federal do Guaporé.
Letra b.

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GABARITO
1. a 31. e
2. b 32. a
3. C 33. a
4. E 34. e
5. E 35. c
6. d 36. b
7. b 37. c
8. E 38. e
9. C 39. a
10. E 40. b
11. d 41. c
12. a 42. C
13. d 43. E
14. d 44. b
15. b 45. a
16. e 46. b
17. E 47. c
18. b 48. a
19. d 49. e
20. b 50. a
21. e 51. d
22. C 52. a
23. c 53. d
24. a 54. b
25. d 55. d
26. b 56. b
27. a 57. c
28. d 58. a
29. e 59. b
30. a

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Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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