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PARANAÍBA
2011
SUELLEN MONTEIRO DA COSTA
PARANAÍBA
2011
PENSAMENTO LIBERAL EM SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA E A CULTURA
POLÍTICA BRASILEIRA
Introdução
Considerações finais
Ao mesmo tempo em que percebe as mudanças políticas e econômicas desse novo
Brasil das primeiras décadas do século XX, marcas de descontinuidades contidas no projeto
varguista, Holanda assinala as permanências culturais que emperram o desenvolvimento do
país. O capitalismo moderno chegou ao Brasil de uma forma “hipertardia”, ocorrendo nas
esferas econômicas e políticas, e convivendo com as velhas formações culturais do nosso
povo. As formações culturais ibéricas incidem como permanências históricas que se não
modificadas emperram o desenvolvimento do capitalismo moderno no Brasil. Nesse sentido é
que Holanda coloca que a revolução brasileira se daria num ritmo muito mais lento e gradual,
enfim, num processo diferente das agitações européias. Outro fator que explica a ausência de
uma mudança revolucionária é a ausência de movimentos que alterassem a estrutura política
de forma revolucionária. Um progresso político, uma nova configuração do estado e da
economia, mas a permanência das tradições ibéricas, essa é a constatação presente nas
análises da obra Raízes do Brasil.
Em síntese, a perspectiva liberal de Holanda centra numa análise crítica da realidade,
porque ao mesmo tempo em que critica esses aspectos inerentes à tradição cultural no Brasil,
vinculadas às raízes luso-ibéricas, à ideologia do favor, às decisões resolvidas no âmbito das
trocas afetivas e pessoais – que cria um grau de dependência entre os indivíduos envolvidos –
pautado em laços afetivos, que não necessariamente contribuem para o desenvolvimento de
uma nova sociedade baseadas em critérios de modernização/modernidade.
Ao buscar aspectos da formação do povo brasileiro e utilizar em seu quadro teórico as
categorias weberianas como prisma analítico, Holanda contribui para a formação de uma
tendência de análise que marcou o pensamento social brasileiro na primeira metade do século
XX. Em Raízes do Brasil, o autor fomenta um debate fecundo sobre o passado e o futuro do
Brasil, tornando-se referência e um quadro teórico indispensável na pesquisa histórico-
sociológica nacional.
Referências bibliográficas
REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 9 ed. ampl. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2007.
RIBEIRO, Darcy. Sobre o óbvio. In: RIBEIRO, Darcy. Ensaios insólitos. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara, 1986. Disponível em:
<http://www.biolinguagem.com/biolinguagem_antropologia/ribeiro_1986_sobreoobvio.pdf>
Acesso em: 23 mai. 2011.
TORRES, Alberto. A organização nacional. 3 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1978.