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A ERGONOMIA
EM TEMPOS DA
NOVA NR-17 2
Consultorias Remotas e
Treinamentos Online:
áreas de atuação da Ergo, Novembro e Dezembro/ 2020
agora virtuais 7
Nova NR-17 e a Novidade
da Avaliação Ergonômica
Preliminar – Como Fazer 8 TEMPOS DE MUDANÇA POSITIVA:
A ERGONOMIA NO CONTEXTO DO PGR
Fluxograma para
determinação de necessidade As mudanças efetuadas nas Normas Regulamentado-
de análise ergonômica do ras procuraram atualizá-las e dar um formato compa-
tível com as reais demandas. Ao invés de privilegia-
trabalho (AET) aprofundada rem um formato, um método ou o Relatório, as NR
após a avaliação ergonômica estão privilegiando o Sistema de Gestão, integrado,
preliminar (AEP) 11 se possível, ao sistema já existente em cada organiza-
ção. O modelo é simples, embora de difícil execução,
com duas ferramentas básicas: O Inventário de Riscos
e os Planos de Ação.
Por trás dessa aparente simplicidade, existe uma ló-
gica de ação eficaz, buscando a segurança do proces-
so. Segurança não apenas de menos acidentes, mas
também de controle sobre os riscos de doenças ocu-
pacionais, sobre os riscos ergonômicos e (altamente
desejável) sobre os riscos ambientais.
A revisão da NR-17 segue esse mesmo modelo. E em-
bora ainda não tenha uma data para ser promulgada,
o profissional da ergonomia deve estar preparado
para se adaptar a essa realidade: a realidade de trocar
ações pontuais por uma efetiva ação sobre os riscos
existentes e mapeados.
Nesse novo formato, muita incredulidade pode apa-
recer. E uma delas é: quem irá controlar a correção
das medidas? A resposta é: os dois controladores so-
ciais mais importantes que temos hoje: a ocorrência
de doenças com afastamento na Previdência Social
(que se volta sobre a empresa na oneração do FAP)
e as denúncias do Ministério Público do Trabalho com
as ações de responsabilidade criminal e os TAC daí de-
correntes.
Estejamos preparados, pois, a partir de março de 2021,
Dennis Couto Hudson Couto nossa atuação profissional tem que ser atualizada.
Ergo
Consultor associado da Diretor da Ergo
Hudson de Araújo Couto*

(*) Algumas informações deste texto foram passadas em palestra do Auditor Fiscal do Trabalho Mauro Marques Muller, coordenador da Comissão Tri-
partite de Revisão da NR-17. Ressalte-se, no entanto, que eventuais erros e limitações aqui descritos são de responsabilidade única e exclusiva do autor.

1
Hudson de Araújo Couto*

A ERGONOMIA EM TEMPOS DA NOVA NR-17

O processo de revisão das Normas Regulamentadoras, que se passou ao longo dos dois últi-
mos anos, teve seu ponto mais difícil na busca do consenso para a nova NR-17. Considerando
mais de 2.000 contribuições dos atores sociais envolvidos em ergonomia na fase de consulta
pública, o Comitê Tripartite não conseguiu formular consenso no assunto questões psicosso-
ciais e adoecimento mental e a nova NR-17, que está para ser editada, não aborda a questão.
Considerando essa limitação, a nova NR-17 contém alguns pontos de grande evolução, mas an-
tes de falar sobre eles, vamos destacar que alguns itens obsoletos foram eliminados (afinal de
contas o texto anterior data de 1990). Entre os itens eliminados, destacamos (a) a questão da
limitação a 8.000 toques por hora em trabalho de digitação, hoje uma situação bastante rara –
só existente em processos de informatização de documentos em papel em que ainda persiste
uma atividade exclusiva de entrada de dados; (b) a retirada da prescrição do trabalho sentado
sempre que possível, sendo esse item substituído pela definição técnica; (c) uma maior abran-
gência das diversas demandas do mundo do trabalho, retirando o viés da antiga norma quanto
ao trabalho informatizado, que vinha, àquela época, como a grande mudança nos meios de
trabalho; e (d) a eliminação dos termos relacionados à organização do trabalho, alguns deles
claros, outros confusos, e que davam margem para abordagens às vezes superficiais, outras
vezes excessivamente subjetivas.
Na questão do levantamento manual de pesos, a NR-17 não pôde evoluir para critérios mais
modernos (como a Equação do NIOSH ou o Método LiFTT), uma vez que há a limitação impos-
ta pelo famigerado Artigo 198 da CLT (que fala do limite de 60 kg). Mas foi incluído ser veda-
do o levantamento manual quando a distância horizontal desde o tornozelo do trabalhador
até o centro de massa da carga ultrapassar 60 cm (conforme recomendado pela Equação do
NIOSH), uma vez que, nessa condição, o equilíbrio fica comprometido.
A nova NR-17 apresenta 5 grandes pontos de evolução, os quais descreveremos agora.
2
A integração com o GRO – PGR
O grande guarda-chuva na revisão das nor- Para entendermos melhor o impacto dessa
mas, que é a nova NR-1, busca o tripé simpli- mudança, vamos remeter o leitor à nossa pro-
ficação-desburocratização-harmonização. As- posta dos 10 Pilares de um Sistema de Gestão
sim também ocorre com a NR-17, que utiliza Eficaz da Saúde e Segurança, expresso em 10
a mesma linguagem da NR-1, falando de dois letras, mnemonicamente identificadas como
instrumentos básicos: o Inventário de Riscos A-A-B-C-D-E-F-G-H-I. Veja o Quadro I.
do PGR (que deve conter os resultados da
avaliações ergonômicas) e os Planos de Ação.

Quadro I – Os 10 Pilares da Gestão Eficaz da Saúde e Segurança – segundo COUTO, 2006 (*)
ADMINISTRAÇÃO – Para que haja uma eficácia de todos os processos a área deve
A estar bem administrada. O contrário também é verdadeiro: não se tem como falar
em segurança, ergonomia e saúde do trabalhador em áreas mal administradas.
ANÁLISE DE RISCO – Instrumento fundamental, seja para a prevenção de aciden-
B
tes típicos, seja para avaliar as condições ergonômicas do trabalho.
BARREIRAS – Podem ser “duras” – medidas de engenharia – ou “brandas” – me-
C didas de gestão, especialmente os Procedimentos Operacionais. Lembrar que as
barreiras brandas devem ser acompanhadas para que não caiam em desuso.
CULTURA DE COMPORTAMENTO SEGURO – Incluindo aqui a Cultura de Ergono-
D
mia – item fundamental e que deve ser introjetado em toda a hierarquia.
DISCIPLINA – Autoexplicativo, aqui incluindo a necessidade de medidas disciplina-
E
res no caso de desrespeito às regras.
ENGENHARIA e ERGONOMIA – Soluções de engenharia em segurança e em er-
gonomia são muitas vezes as desejadas; lembrar que as soluções de engenharia
devem ter manutenção, para que não “enferrujem”. As soluções de ERGONOMIA
F
incluem melhorias de baixo investimento, adoção de soluções conhecidas, mudan-
ças tecnológicas abandonando processos obsoletos e também o estudo crítico de
situações complexas buscando soluções adequadas.
FISCALIZAÇÃO – Tudo deve ser acompanhado, sob a forma de inspeções. No
caso da ergonomia, os rodízios devem ser acompanhados, bem como a prática
dos tempos de recuperação de fadiga quando prescritos. Também é importante
acompanhar o comportamento dos trabalhadores e fiscalizar excessos que tra-
G
zem sobrecarga, como horas extras em trabalhos repetitivos, dobras de turno,
horários irregulares e ausência de férias. Também é importante fiscalizar o bom
funcionamento das medidas de engenharia adotadas para melhorar a condição
ergonômica.
GESTÃO DOS PERIGOS – Partindo-se da ferramenta básica que é o Inventário de
Riscos e Perigos, estabelece-se o Plano de Ação para determinado período, alo-
cando as verbas necessárias. A solução é acompanhada e promove-se o PDCA,
H fazendo-se a revisão dos Planos de Ação a cada ano. Essa etapa envolve, neces-
sariamente, a participação da diretoria operacional. A GESTÃO também inclui o
desenvolvimento e acompanhamento de Indicadores de Processo e Indicadores
de Resultado.

3
Quadro I – Os 10 Pilares da Gestão Eficaz da Saúde e Segurança – segundo COUTO, 2006 (*)
HIERARQUIA – Todos os processos têm mais chance de serem bem sucedidos
quando começam no nível de alta gerência, que deve funcionar como um Comitê
I
Deliberativo, analisando todo o processo, direcionando investimentos e acompa-
nhando a eficácia das ações por meio dos Indicadores de Resultado.
INTERDEPENDÊNCIA – A eficácia das ações depende do envolvimento dos super-
visores e facilitadores do processo. A eficácia das ações depende também do en-
volvimento dos trabalhadores nas soluções. Em ergonomia, esse envolvimento
J ocorre em 4 momentos: (a) na identificação detalhada das principais situações de
desconforto, dificuldade, fadiga, dolorimento e dor; (b) na identificação de risco
de acidentes por conta das condições ergonômicas e outras; (c) no estudo das so-
luções e na inclusão de sugestões dos operadores; (d) na validação das soluções.

(*) COUTO, HA – Comportamento Seguro – 70 Lições para o Supervisor de Primeira Linha – Ergo Editora, 2006

A Nova NR-17 privilegia exatamente o conteú- sas análises, mesmo quando necessárias, não
do desse modelo, falando da necessidade de originavam planos de ação.
ter o Inventário de Riscos Ergonômicos, a ne-
cessidade de Planos de Ação sobre os riscos A nova NR-17 muda esse cenário, destacando a
detectados e a necessidade de reavaliação necessidade de se ter uma AEP (Análise Ergo-
periódica. É a indicação de que a Ergonomia, nômica Preliminar), cuja função é uma espécie
assim como a Segurança e a Saúde do Traba- de “gabarito”, identificando pontos críticos
lhador, deve estar no Sistema Integrado de que devem ser trabalhados com urgência e
Gestão da empresa. que caracterizam má condição de ergonomia.
Sugerimos um modelo de Análise Ergonômica
Deve-se destacar que não existe uma ferra- Preliminar na 2ª parte deste Informativo.
menta única ou um modelo único. E isso é um
ponto de grande evolução, ficando cada em- Também ficam dispensadas de análise ergo-
presa e cada profissional de ergonomia que nômica aquelas situações que caracterizamos
a assiste com a liberdade de usarem os ins- como “melhorias de baixo investimento” ou
trumentos que quiserem, tendo, inclusive, a “pequenas melhorias”, onde o saber dos tra-
liberdade de criar instrumentos próprios. Que balhadores envolvidos contribui, em muito,
evolução! para a melhor condição de trabalho. Tampou-
co há necessidade de fazer AET naquelas si-
A Análise Ergonômica Preliminar tuações de soluções conhecidas, onde o enca-
minhamento administrativo é para análise da
Um dos pontos polêmicos dos últimos 30
adequação daquela solução para a realidade
anos da ergonomia era a demanda por aná-
que está sendo estudada, seguida de orça-
lises ergonômicas (AET). Embora o Manual
mento e execução.
de Orientação sobre a NR-17 escrito pelo ex-
tinto Ministério do Trabalho já destacasse A AET (análise ergonômica do trabalho) passa
não ser obrigação fazer a AET para todas as a ser indicada em 4 demandas: (1) quando for
atividades, havia muita falta de bom senso observada a necessidade de uma avaliação
em relação a esse item. Muitas vezes cobra- mais aprofundada da situação; (2) quando
va-se análise ergonômica de todas as tare- forem Identificadas inadequações ou insu-
fas e sobrecarregava-se o pessoal técnico da ficiência das ações adotadas; (3) quando for
empresa ou consultores externos com uma sugerida pelo acompanhamento de saúde
despesa enorme gerando um monte de papel dos trabalhadores, nos termos do PCMSO e
que, uma vez apresentado a quem a pediu, ia do item 15511 alinea C da NR01; (4) quando, na
para uma gaveta. Mais grave do que isso: es- investigação de acidentes e de doenças, for
4
PP
indicada causa relacionada às condições de
trabalho. Acrescentamos que a AET tam-
PFA trabalho e de outras tecnologias de produ-
ção, numa clara harmonização com a NR-12.
bém é indicada em situações complexas, Também deixa aberto o caminho para a inclu-
especialmente onde se evidencia não exis-
tir uma solução clara, e nas situações
PI
são de análise ergonômica nas novas tecnolo-
gias de produção, uma vez que estamos em
de organização do trabalho onde tempo de Tecnologias 4.0.
alguns desajustes no processo pro-
dutivo pode ocasionar sobrecarga A inclusão do fator ergonômico na
sobre os trabalhadores. prevenção de acidentes do trabalho
Quem pode fazer uma AET? Continua a Em 2017, concluímos uma densa pesquisa
prevalecer a visão de não se definir uma na qual reanalisamos nada menos que 983
reserva de mercado. Faz quem tem boa acidentes típicos de 14 grandes empresas
condição de executar. Mas um alerta: uma no Brasil. Na reanálise, que quase sempre
boa AET tem que ser acompanhada de Pla- apontava para a existência de atos insegu-
no de Ação, que será incluído ao Processo ros dos trabalhadores como causa básica do
de Gestão. (Costumo dizer que Análise Er- acidente, foi questionado o seguinte ponto:
gonômica sem Plano de Ação é Enrolação). “o trabalhador que teve o ato inadequado
tinha alguma alternativa de executar o traba-
Deve-se destacar que as MEI, as microem- lho de forma segura?” Caso a resposta fosse
presas e EPP graus de risco 1 e 2 não são “não”, depois de devidamente detalhado, o
obrigadas a elaborar AET, mas são obriga- acidente era reclassificado como tendo “con-
das a fazer a Análise Ergonômica Preliminar. dição ergonômica inadequada como muito
A inclusão de ferramentas de trabalho importante em sua origem”. O resultado foi
impressionante: nada menos que 41% dos
e outras tecnologias de produção
acidentes reanalisados foram classificados
A nova NR de Ergonomia inclui aspectos de nessa categoria. Os principais fatores causa-
máquinas, equipamentos e ferramentas de dores estão relacionados no Quadro II.

Quadro II – Principais Fatores de Condições


Fatores de condições ergonômicas Número Porcentagem
Ferramenta Imprópria ou Inexistente 85 21%
Layout Inadequado 72 18%
Padrão Operacional Não Contempla a Ergonomia 67 17%
Posição Forçada do Corpo 64 16%
Piso Inadequado 59 15%
Sobrecarga Ligada à Tarefa/Atividade 39 10%
Meio Inadequado de Movimentação de Materiais 39 10%
Acessos, Escadas, Rampas de Má Qualidade 35 9%
Esforços Intensos 31 8%
Equipamento ou Máquina Inadequado para a Tarefa 30 7%
Visão Comprometida 27 7%
Plataforma Inadequada ou Inexistente 14 3%
Altura Excessiva ou Muito Baixa 12 3%
Ambiente Inóspito 11 3%
Situação Propensa ao Deslize ou a outra forma de Erro Humano 7 2%
Sobrecarga Ligada à Duração da Jornada 1 0
Fonte: Livro Um Novo Olhar na Prevenção de Acidentes doTrabalho – Couto, HA e Couto, DCC- Ergo Editora, 2017 p.55.

5
Agora, com a nova NR-17, esse fator foi co- Foi mantido o importante item de que todo
locado como destaque: devem ser incluídas e qualquer sistema de avaliação de desempe-
nas Planilhas de Riscos e Perigos de Aciden- nho para remuneração e vantagens de qual-
tes aquelas condições de ergonomia que quer espécie deve levar em consideração as
possam ocasionar acidentes do trabalho. repercussões sobre a saúde dos trabalhado
Dito de outra forma: programas de seguran-
ça que não incluem a análise detalhada das Conclusão
condições de ergonomia para a execução da O modelo de gestão da ergonomia proposto
tarefa têm um “furo” de cerca de 40%. Outra pela Ergo há mais de duas décadas é de um
grande evolução. processo que denominados SIG-ERGO (Siste-
ma Integrado de Gestão da Ergonomia). Ele
A simplificação da questão da
tem 10 pilares, que relacionamos no Quadro III.
organização do trabalho e as
alternativas
Além de manter o capítulo sobre Organização Quadro III – Os 10 Pilares para a Eficácia do
do Trabalho, a nova NR-17 simplifica o proces- Sistema de Gestão da Ergonomia
so. Sem apresentar um modelo, orienta que a
♦ Comprometimento da Alta Gerência
análise da organização do trabalho deve ser
feita sempre que forem evidenciados riscos ♦ Constância de ações (processo)
de adoecimento ou de acidentes do trabalho. ♦ Comitês Executivos bem estruturados
Explicitamente, a análise da organização do ♦ Participação ativa dos trabalhadores
trabalho deve ser feita quando os trabalhado- ♦ Treinamento de Ergonomia eficaz, volta-
res sejam obrigados a efetuar de forma contí- do para solução dos problemas, para to-
nua e repetitiva: das as chefias e empregados
a. Posturas extremas ou nocivas do tronco, ♦ Foco bem direcionado para correção ade-
do pescoço, da cabeça, dos membros supe- quada das questões detectadas
riores e ou dos membros inferiores ♦ Atuação proativa
b. Movimentos bruscos de impacto dos mem- ♦ Indicadores de processo e de resultado
bros superiores
♦ Consultores internos da empresa
c. Uso excessivo de força muscular
♦ Pessoa interna responsável pelo processo
d. Frequência de movimentos dos membros
superiores ou inferiores que possam com-
prometer a saúde A nova NR-17 encampa muitos desses con-
e. Exposição a vibrações ceitos e também está de acordo com propo-
f. Exigência cognitiva que possa comprome- sições que fazemos há mais tempo: de evitar
ter a segurança e saúde do trabalhador ações localizadas e dirigir os esforços para
ações sistêmicas.
E acrescenta que a solução deve incluir duas
de 4 medidas: (a) novas formas de engenha- Bons tempos prevemos para a Ergonomia no
ria do processo; (b) outra forma de executar Brasil com a nova NR-17, mas é importante fa-
o trabalho recomendado pela AET; (c) rodízio zer um alerta: ao contrário do que possa pen-
nas tarefas; (d) pausas de recuperação. sar, Gestão não é uma atividade fácil. Montar
e fazer ocorrer a letra ‘G’ exige competência,
Para aqueles que ficaram frustrados com o organização, relacionamento, determinação
“pouco valor” dado às pausas – que denomi- e método; finalmente, também se tem que
no “tempos de recuperação de fadiga”, fica contar com uma boa mentalidade do empre-
claro que, não havendo melhoria no proces- sário, de querer ver a ergonomia como valor,
so, a solução é mesmo a adoção de rodízio e para o trabalhador e para o resultado finan-
pausas. ceiro de seu negócio.
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CONSULTORIAS REMOTAS E
TREINAMENTOS ONLINE: ÁREAS DE
ATUAÇÃO DA ERGO, AGORA VIRTUAIS
Duas das principais áreas de atuação da Ergo sempre foram os treina-
mentos para colaboradores e as consultorias envolvendo os processos
de saúde e segurança do trabalho.
Mesmo durante esta pandemia, algumas empresas com as quais já traba-
lhávamos ainda têm nos procurado com essas demandas, e nos últimos
meses a Ergo tem oferecido esses serviços de forma virtual, por meio de
treinamentos e palestras online de ergonomia, além de consultorias e
reuniões remotas.
Agora, anunciamos aqui para o grande público do Informativo Ergo que
deseja contar com nossos profissionais que oferecemos as seguintes
áreas de atuação para consultorias remotas e treinamentos online:

CONSULTORIAS REMOTAS ♦ Como aplicar métodos estatísticos Área 5 – IHA (Inteligência Humana e
simples e eficazes na análise dos Artificial) em Segurança e Medicina
Área 1 – Consultoria em Questões dados da Medicina do Trabalho ♦ Análise de banco de dados de aci-
Ergonômicas ♦ Como fazer a gestão dos fatores dentes e quase-acidentes e propo-
♦ Análise de situações de trabalho psicossociais e da saúde mental sição de programas e sistemas de
quanto à existência ou não de risco ♦ Como gerenciar as lesões osteo- Gestão
ergonômico musculares ♦ Análise de banco de dados de ab-
♦ Consultoria para o Jurídico e SES- ♦ Como auditar a rotina da Medicina senteísmo, morbidade, resultados
MT quanto a questões controver- do Trabalho dos exames médicos e exames
sas ou de difícil esclarecimento Área 3 – Consultoria em Segurança complementares e proposição de
♦ Recomendação de melhorias e for- do Trabalho sistema e Gestão
mulação de planos de ação quanto ♦ Como fazer o Inventário de Riscos TREINAMENTOS ON-LINE
a questões ergonômicas segundo a Nova NR-1 (GRO)
♦ Análise de eficácia de melhorias er- ♦ Formação de membros do Comitê
♦ Reanálise de casos e orientações
gonômicas de Ergonomia, com mapeamento
quanto a acidentes do trabalho en- das situações de risco presentes
♦ Consultoria remota para aplicação volvendo fatores de ergonomia na empresa
do Método TOR-TOM Área 4 – Implantação e Acompanha- ♦ Inscrição de colaboradores no cur-
♦ Orientações e assessoria quanto mento do Sistema de Gerencia- so Ergonomia sem Mistérios
a demandas envolvendo autorida- mento da Ergonomia
des do trabalho ♦ Treinamento no uso do Método
♦ Implantação do Sistema, desde a TOR-TOM
Área 2 – Consultoria em Medicina do reunião de Comprometimento da ♦ Palestras sobre ergonomia no ho-
Trabalho Alta Gerência até o acompanha- me-office
♦ Como gerenciar o absenteísmo mé- mento do PDCA da Ergonomia e
♦ Palestras diversas sobre saúde e
dico dos Indicado de Processo e de Re-
segurança do trabalho.
♦ Como estruturar o PCMSO sultados
♦ Como planejar a coleta de dados ♦ Levantamento de condições e me- SOLICITE NOSSA PROPOSTA SOBRE
tas para se atingir a segurança er- ESSES TEMAS PELO E-MAIL:
de forma a obter relatórios estatís-
ticos gonômica nos processos editora@ergoltda.com.br

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Hudson de Araújo Couto e
Dennis Carvalho Couto

NOVA NR-17 E A NOVIDADE DA


AVALIAÇÃO ERGONÔMICA PRELIMINAR –
COMO FAZER
A revisão da NR-17 está praticamente pronta, e, entre as novidades, aparece a demanda da Ava-
liação Ergonômica Preliminar (AEP). Todas as empresas, de qualquer porte ou risco, deverão
fazê-la. Há lógica nesse encaminhamento, especialmente porque, com uma AEP bem feita, já
se pode encaminhar a solução de uma série de situações. Assim, ficará reservada a AET (análise
ergonômica do trabalho) para um número bem menor de situações, a serem mais bem esclare-
cidas. Mas, que ferramenta utilizar?
Antes de apresentar a ferramenta sugerida por nós, é importante esclarecer que existem 18
fatores que influenciam na condição ergonômica de qualquer trabalho. Leia atentamente o
Quadro 1.

Quadro II – Os 18 Fatores que influenciam a condição de ergonomia de uma atividade (quanto mais fatores
tiver a atividade, pior será considerada sua condição ergonômica)
1. Postura básica de trabalho inadequada
2. Força e esforço intensos
3. Alta repetitividade sem os devidos tempos de recuperação
4. Levantamento manual de pesos acima dos limites conhecidos
5. Desvios posturais sabidamente críticos
6. Contrações musculares estáticas sem a possibilidade de tempos de alívio
7. Sobrecarga mental
8. Alto dispêndio energético
9. Calor
10. Frio
11. Vibração de corpo inteiro
12. Vibração de ferramentas energizadas;
13. Emanações: gases, poeiras e aerodispersoides
14. Roupas constritivas
15. Espaços restritos
16. Iluminação deficiente
17. Ruído intenso
18. Risco de acidente pela própria condição de execução do trabalho

Tendo essa base conceitual, é importante ao leitor trabalho “não passa” em nenhuma análise racio-
atentar-se a outros 4 aspectos: nal sobre condição de trabalho e tem que ser me-
♦ Esses 18 fatores não influenciam na condição ergo- lhorada com prioridade;
nômica na mesma proporção; ♦ Porém, a inexistência dos fatores relacionados no
♦ Eles são considerados, em princípio, como exigên- Checklist não significa que a condição ergonômica
cias e não necessariamente como riscos; esteja boa, mas quer dizer que o processo produti-
♦ No entanto, se existirem na forma caracterizada vo, em princípio, pode “rodar”, pois não há condi-
no Checklist, fica explícito que aquela condição de ções ergonômicas muito erradas.
8
CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO ERGONÔMICA PRELIMINAR
Deve ser aplicado, de forma objetiva, a cada posto de trabalho. Não deve ser pensada na solu-
ção durante a aplicação do checklist, mas sim, após, na procura de melhorias junto à gerência.

Posto de trabalho:
IDENTIFI- Setor:
CAÇÃO Analista:
Data:
Para Atividades Operacionais em Geral:
Postura de trabalho em desvio extremo: alguma postura forçada ou desvio
postural extremo que choca o analista pela posição muito errada de algum
segmento corpóreo (agachado fazendo força, ajoelhado, ajoelhado com o
1 tronco encurvado para frente, agachado ou ajoelhado com os membros su- Não Sim
periores acima do nível dos ombros, carregando peso sobre a cabeça, com-
pressão de partes do corpo por superfícies rígidas ou com quinas vivas
Tronco encurvado para a frente ou torcido durante mais que 50% do ciclo ou
2 jornada, com pouca probabilidade de mudar de posição e retornar à posição Não Sim
de equilíbrio, mesmo em pequeno grau de desvio
Trabalho de pé, parado, durante mais que 85% da jornada, com pouca possi-
3 bilidade de se sentar Não Sim

Posição sentada em cadeira muito ruim ou em posto de trabalho com desvios


4 muito forçados Não Sim

Esforços extremos evidenciados por observação do trabalho; exemplos: usar


marreta com grande esforço, usar alavancas com dispêndio de grande esfor-
5 Não Sim
ço, dar pancadas com grande esforço, puxar ou empurrar carrinho com peso
excessivo ou com rodas em mau estado.
Trabalhar e concluir em mais que 15.000 peças em um turno ou 1.800 peças
6 por hora sem tempos previstos de recuperação de fadiga ou com rodízio ine- Não Sim
ficaz
Esforço nítido, com mãos, braços ou coluna, aplicando força extrema; utiliza-
7 Não Sim
ção de pinça pulpar, pinça lateral ou pinça palmar com esforço nítido
8 Levantamento individual de algum peso superior a 25 kg Não Sim
Levantar totalmente ou depositar com precaução alguma carga mais pesada
9 que 15 kg em frequência maior que 2 vezes por minuto e em distância entre Não Sim
os tornozelos e o centro de massa da carga maior que 50 cm
Empurrar ou puxar carrinhos ou transpaleteiras manuais com peso maior que
10 1500 kg ou maior que 700 kg em aclives, declives ou em condições nitidamen- Não Sim
te ruins do piso ou do equipamento
Ritmo intenso de trabalho mantido, tempo apertado, pressão de tempo,
operação crítica com alto impacto na qualidade do produto sem disponibi-
11 lização de tempo necessário, utilização rigorosa de metas de produção, im- Não Sim
possibilidade de pausas voluntárias em trabalhos com alta demanda mental;
algum outro fator de carga mental bem evidente

9
Para Atividades Operacionais em Geral:

12 A forma de se realizar o trabalho predispõe para a ocorrência de acidentes Não Sim


Alto nível de ruído, calor, vibração ou algum outro fator da Higiene Ocupacio-
13 Não Sim
nal bastante evidente
Para Postos de trabalho Informatizados:
Posto de trabalho improvisado, com dificuldade nítida de se usar o teclado,
torcendo o pescoço para enxergar o monitor de vídeo ou com dificuldade
1 Não Sim
de leitura de documento fonte ou não podendo encostar-se no espaldar da
cadeira ou sem espaço adequado para as pernas
Configuração do computador ultrapassada em relação à demanda atual de
2 Não Sim
serviço do executante
3 Aplicativos apresentando problema importante de performance Não Sim
4 Cadeira degradada ou inadequada para postos de trabalho informatizados Não Sim
Condição ambiental bastante inadequada: calor excessivo, frio excessivo, vi-
5 bração, iluminação bastante inadequada, alto nível de ruído Não Sim

Espaço para anotação detalhada dos itens pontuados

Recomendações importantes ao analista:


Antes de começar a aplicar o checklist, gaste algum tempo andando pela área de forma a en-
tender o processo produtivo. Procure conhecer os principais produtos, incluindo aqueles que,
pelo peso maior ou maior produtividade, podem resultar em esforços maiores ou processos
mais acelerados. Identifique o modo de produção praticado quando ocorrem falhas em equi-
pamentos. Também procure conhecer como são feitas as atividades periféricas.
Documente a condição de trabalho inadequada com fotografia, na qual apareça o trabalhador
executando a atividade de alta exigência.
Oriente a empresa quanto às medidas de correção, classificando-as da seguinte forma: (a)
situação passível de melhorias de baixo investimento ou pequenas melhorias; (b) solução co-
nhecida, sendo necessário replicá-la naquele posto; (c) situação cuja melhoria necessita de
estudo em maior profundidade. Para essas últimas, é indicada uma boa Análise Ergonômica
do Trabalho.
Não deve o analista definir sozinho a solução, a não ser que tenha grande experiência com as
questões encontradas. As melhores soluções são aquelas resultado de um consenso entre o
analista, o gerente, o engenheiro ou técnico do processo e um trabalhador experiente.

Mais Informações: http://www.ergoltda.com.br

10
FLUXOGRAMA PARA DETERMINAÇÃO DE
NECESSIDADE DE ANÁLISE ERGONÔMICA
DO TRABALHO (AET) APROFUNDADA
APÓS A AVALIAÇÃO ERGONÔMICA
PRELIMINAR (AEP)
O checklist de Avaliação Ergonômica Preliminar deve duzir a solução ergonômica; ii) como documentar a
ser aplicado a todos os postos de trabalho e ativi- situação; iii) e se há necessidade de aplicação de al-
dades da empresa. Após a aplicação, deve-se seguir guma ferramenta complementar ou a realização de
este fluxograma para se determinar: i) como con- uma AET aprofundada daquela atividade.

APLICAR CHECKLIST DE AVALIAÇÃO


ERGONÔMICA PRELIMINAR (AEP)

1. DOCUMENTAR
2. INFORMAR À GERÊNCIA
FOI DETECTADO NÃO 3. DISPONIBILIZAR PARA NÃO
ALGUM ITEM DO AUDITORIA
CHECKLIST DE AEP?

SIM AINDA ASSIM, FOI


DETECTADA ALGUMA HÁ CASOS DE
EXIGÊNCIA ERGONÔMICA
NÃO AFASTAMENTOS OU
DISCUTIR COM A CHEFIA SIGNIFICATIVA NÃO QUEIXAS QUANTO À
OPERACIONAL MAPEADA NO CHECKLIST ATIVIDADE?
DE AEP?
SIM
SIM
APLICAR FERRAMENTA FAZER ANÁLISE
ERGONÔMICA ERGONÔMICA (AET)
RESOLVER APROFUNDADA
A SITUAÇÃO
SIM TRATA-SE DE ESPECÍFICA PARA
DAQUELA
MELHORIA DE BAIXO ESCLARECIMENTO
IDENTIFICADA ATIVIDADE A FIM
INVESTIMENTO? QUANTO À EXIGÊNCIA
NA AEP DE ENCONTRAR A
(NIOSH, CHECKLISTS DE
MELHOR SOLUÇÃO
NÃO COUTO, OUTRAS)

SIM É POSSÍVEL
REPLICAR UMA SOLUÇÃO
CONHECIDA?
A ANÁLISE
AINDA É
NÃO
INCONCLUSIVA

É POSSÍVEL RESOLVER
SIM APLICANDO MELHORIA
NÃO
SIMPLES NA GESTÃO DO
PROCESSO?

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